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Fuentes, Malloy-Diniz, Camargo, Cosenza & cols.
imediatos, mas as cartas com perdas são
mais frequentes ou as perdas são mais vultosas. Escolher mais vezes os baralhos A e
B conduz a uma prejuízo global. Já as cartas dos montes C e D levam a ganhos pequenos em curto prazo, mas trazem perdas menos frequentes e de menor magnitude. Escolher mais vezes os baralhos C e
D conduz a um ganho global. Os sujeitos
não são informados dessa regra, devendo
descobrir à medida que jogam. A tarefa termina quando o sujeito escolhe a centésima carta.
Diversas patologias neurológicas e
psiquiátricas têm sido estudadas a partir
desse paradigma (Dunn, Dalgleish e
Lawrence, 2006). Um padrão de escolhas
desvantajosas (que leva a ganhos imediatos e perdas expressivas de longo prazo)
tem sido associado a um padrão específico
de impulsividade referido por Bechara
como impulsividade cognitiva ou por nãoplanejamento, que reflete inabilidade em
planejar as ações tendo como referência as
consequências de curto, médio e longo prazo. Existe uma adaptação brasileira da tarefa autorizada pelo autor (Malloy-Diniz
et ai., 2007).
Tanto a parte A quanto a parte B do
teste estão relacionadas a habilidades
cognitivas de percepção, atenção e rastreamento visual, velocidade e rastreamento
visuomotor, atenção sustentada e velocidade de processamento. A parte B incorpora mais complexidade ao teste, avaliando também a flexibilidade cognitiva.
A ambas as partes do teste o sujeito
deve desempenhar o mais rápido que conseguir. A principal medida que o teste fornece é a do tempo gasto para completar
cada uma das partes. Alguns autores, como
Mitrushina e colaboradores (2006), sugerem que seja feita a comparação entre o
tempo gasto na parte B e na parte A (dividindo o tempo gasto em B pelo tempo gasto em A). Nesse tipo de análise, tanto proporções altas quanto baixas podem indicar um desempenho ruim no teste. Por
exemplo, os autores sugerem que o escore
ideal seria o equivalente à proporção 2 <
x < 3. Escores menores que dois indicariam
dificuldades relacionadas à parte A do teste. Já escores maiores que três indicariam
dificuldades na parte B.
Além do cálculo da velocidade de
processamento, alguns autores sugerem
que seja computada a quantidade de erros
cometidos ao longo do teste. Os principais
FLEXIBILIDADE COGNITIVA
tipos de erros que têm sido sugeridos são
erros de omissão (quando um determinaA flexibilidade cognitiva implica a cado elemento não é conectado) e erros de
pacidade de mudar (alternar) o curso das
perseveração (quando, na parte B, o sujeiações ou dos pensamento não alterna entre letos de acordo com as exitras e números). Tanto o
A flexibilidade cognitiva implica a
gências do ambiente.
aumento da quantidade
capacidade d
No teste das trilhas
curso dos ações ou dos pensade tempo gasto na parte
mentos de acordo com as''"' *'
(Reitan, 1958) e o teste
B quanto erros cometidos
cias do ambiente.
:~ ri, ':«;,»*i-5de seleção de cartas de
nessa etapa do teste são
Winsconsin (Heaton et
indicativos de inflexibiliai., 2004) são exemplos de testes utilizadade cognitiva. No entanto, Ruffolo,
dos para avaliação dessa habilidade cogGuilmette e Willis (2000) sugerem cautenitiva. No teste das trilhas o sujeito deve
la na interpretação dos erros no teste das
inicialmente (parte A) unir números em setrilhas. Número excessivo de erros pode ser
quência crescente. Posteriormente (parte
indicativo de simulação de desempenho deB) o sujeito deve alternar entre números e
ficitário visando alcançar algum tipo de beletras em sequência crescente.
nefício.
199
Neuropsicologia
No Brasil existe um estudo sobre propriedades do teste das trilhas em adultos
normais comparando-o com uma versão
verbal do teste (Oliveira-Souza et ai.,
2000).
O teste de seleção de cartas de Winsconsin - WCST (Heaton et ai., 2004) é um
dos mais utilizados instrumentos para avaliação das funções executivas. Nele são
apresentadas aos sujeitos 128 cartas (uma
de cada vez), que devem ser agrupadas a
uma dentre quatro cartas-alvo. Para isso,
o sujeito deverá escolher um determinado
critério de categorização (que pode ser cor,
forma ou número). Esse critério não é mencionado para o sujeito, cabendo a ele descobrir ao longo de suas escolhas. Cada vez
que o probando escolhe uma carta, o examinador apenas assinala se a escolha foi
"certa" ou "errada". Quando o probando
acerta 10 vezes consecutivas em um mesmo critério, esse é alterado, de forma que
a resposta considerada "correta" passa a
ser "errada". O sujeito deverá então mudar o critério de escolha após o feedback
dado pelo examinador. Quando o sujeito
insiste no critério anteriormente correto,
comete o erro perseverativo. Esse tipo de
erro é uma medida indicativa de inflexibilidade cognitiva.
O teste fornece as medidas de total
de categorias completas, total de acertos/
erros, total de erros perseverativos/nãoperseverativos, total de respostas perseverativas (incluindo erros e acertos), número de tentativas até completar a primeira
categoria de 10 acertos, falha na manutenção do cenário (falha em completar uma
categoria com 10 acertos após cinco acertos consecutivos), e o escore de "aprender
a aprender" (aumento da eficácia em concluir as categorias de 10 acertos ao longo
do teste).
Além de ser considerado uma importante medida de flexibilidade cognitiva, o
WCST também fornece informações sobre
processos de categorização, impulsividade
e atenção. No Brasil existe a versão do tes-
te para aplicação em crianças e adolescentes (Heaton et ai., 2004).
Existem versões reduzidas do WCST
com 64 e 48 cartas que também são amplamente utilizadas em contextos específicos, como os de pesquisa.
MEMÓRIA OPERACIONAL
A memória operacional é um sistema
temporário de armazenamento de informações que permite a sua monitoração e o
seu manejo. Esse componente das funções
executivas (descrito detalhadamente no
Capítulo 10) é responsável por manter ativado um delimitado volume de informações durante um determinado período de
tempo, fornecendo inclusive base para outros processos cognitivos. A memória
operacional se faz notar em diversas tarefas comuns do dia-a-dia, como, por exemplo, na resolução mental de contas matemáticas ou na manutenção temporária de
um número do telefone para em seguida
efetuar uma ligação.
Provas de repetição de dígitos (p. ex.,
as escalas de inteligência Wechsler) em
que o sujeito deve repetir sequências crescentes de algarismos são medidas tradicionais dessa habilidade cognitiva. Outras,
como o Paced Auditory Serial Addition Test
(PASAT) e os blocos de Corsi, também fornecem medidas do funcionamento da memória operacional. É importante, na avaliação dessa função cognitiva, conciliar medidas verbais e visuoespaciais.
O PASAT (Gronwall, 1977) consiste
em uma série aleatória de 61 dígitos apresentados ao probando por meio de um
audio-tape, sendo que a tarefa consiste em
somar o último algarismo ouvido ao algarismo que o precedeu. Por exemplo, se o
algarismo reproduzido foi 5 e o anterior a
ele foi l, o sujeito deve responder 6 (5 +
1). Se em seguida for apresentado o algarismo 4, a resposta correta do probando
deve ser 9 (5 + 4). O teste tem quatro eta-
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imediatos, mas as cartas com perdas são mais frequentes ou as