Geometria Analı́tica e Cálculo Vetorial - Aula 14 Alex Abreu Conteúdo 1 Coordenadas polares 1 2 Cônicas em coordenadas polares 1 3 Exercı́cios 3 1 Coordenadas polares Uma outra maneira de caracterizar os pontos do plano é através de coordenadas polares. Em vez de parametrizarmos o ponto P via suas coordenadas (x, y), o caracterizamos por sua distância até ~ forma com uma reta fixa (em geral o eixo x). a origem e o ângulo que o vetor OP 6 5 P 4 3 r 2 1 b −4 −3 −2 −1 −1 )θ 1 2 3 4 5 6 7 8 −2 −3 Ou seja, representamos o ponto P pelo par ordenado (r, θ), onde r é a distância de P a origem e ~ forma com o eixo x. Fica fácil de ver que a relação entre as coordenadas θ é o ângulo que o vetor OP usuais x, y e r, θ é dada por x = r cos(θ) e y = r sen(θ). Note que essa representação não é única, uma vez que cos(2π+θ) = cos(θ) e sen(2π+θ = sen(θ). Mais ainda, as vezes podemos querer considerar valores de r negativos. Entretando, se impusermos que r ≥ 0 e que 0 ≤ θ < 2π então todo ponto diferente da origem tem representação única. Coordenadas polares em geral são úteis, pois em geral é mais fácil calcular distâncias e ângulos do que projeções. 2 Cônicas em coordenadas polares Queremos agora entender as equações das cônicas em coordenadas polares. Por exemplo, um cı́rculo de centro na origem e raio 1 é dada pela equação r = 1, ou seja, um ponto P de coordenadas polares (r, θ) está no cı́rculo se e somente se r = 1. Vamos agora achar as equações para as cônicas. Sabemos que uma cônica é o lugar geométrico dos pontos P cuja razão entre as distâncias de P a um ponto fixo F (o foco) e a distância de P a uma reta fixa s (a diretriz) é constante igual a e (a excentricidade). Via uma mudança de coordenadas ortonormal, podemos supor que o foco F é a origem, e que a diretriz s é uma reta de equação x = p com p > 0. Logo, a distância de um ponto P = (r, θ) a origem é d(P, F ) = r enquanto que a distância de P a s é d(P, s) = |r cos(θ) − p|. Portanto, o ponto P está na cônica se e somente se vale r = e. |r cos(θ) − p| 1 s b P r )θ F r cos(θ) b Dividimos agora em dois casos, se p − r cos(θ) > 0 então a equação fica r r = ep − er cos(θ) ep . = 1 + e cos(θ) Caso r cos(θ) − p > 0 isso quer dizer que r ≥ r cos(θ) > r cos(θ) − p logo e > 1 e a equação fica r r = er cos(θ) − ep ep = . e cos(θ) − 1 Se temos uma elipse, ou seja, se e < 1 então 1 + e cos(θ) é sempre positivo, e logo a equação fica r= ep 1 + e cos(θ) onde θ é qualquer. Se temos uma parábola, ou seja, se e = 1 então 1 + e cos(theta) é sempre maior ou igual a zero e se anula só quando θ = π + 2kπ. Logo a equação fica ep r= 1 + cos(θ) para θ 6= π + 2kπ. No caso da hipérbole, ou seja, se e > 1, temos que para r > 0 tem que valer que 1 + e cos(θ) > 0 1 1 ou e cos(θ) − 1 > 0. A primeira equação se traduz em cos(θ) > −1 e e cos(θ) > e . Logo se cos(θ) > e então temos dois valores possı́veis para r, ep r1 = 1 + e cos(θ) ep r2 = . e cos(θ) − 1 Um truquezinho que podemos fazer aqui, é notar que cos(θ + π) = − cos(θ), logo se cos(θ) > então cos(θ + π) < −1 e . Logo, ficamos com r2 = − ep 1 + e cos(θ + π) notando que sen(θ + π) = − sen(θ + π) então vale que r(cos(theta), sen(θ)) = −r(cos(θ + π), sen(θ + π)), Logo, se aceitarmos que r pode ser negativo, então a equação fica ep r= 1 + e cos(θ) onde a equação acima vale para todo θ tal que cos(θ) 6= 2 −1 e . 1 e s b P r b F 3 )θ r cos(θ) Exercı́cios 1. Escrever as cônicas do exercı́cio 1.3 da lista 4 em coordenadas polares. 2. Achar os pontos P0 = (x0 , y0 ) nas cônicas do execı́cio 1.3 da lista 4 que tem abcissa x0 = 1 e calcular as equações das retas tangentes TP0 por esses pontos. 3. No exercı́cio acima calcular o produto d(F1 , tP0 ) · d(F2 , tP0 ) em todos os casos. Verifique que o resultado sempre é b2 (onde esse é o b relativo a cônica). Prove que de fato o produto acima é igual a b2 para qualquer ponto P0 numa cônica. 3