Artigo de Revisão/Review Article
http://dx.doi.org/10.4322/nutrire.2014.013
Uso de inquéritos alimentares na avaliação da
ingestão de antioxidantes
The use of dietary survey methods for the
assessment of antioxidant intake
ABSTRACT
Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. The use of dietary
survey methods for the assessment of antioxidant intake. Nutrire: rev.
Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 39,
n. 1, p. 154-165, abr. 2014.
Free radicals produced in the body can be explained by several factors
and induce cell damage in case of oxidative stress. In order to fight them,
there are the endogenous antioxidant defense mechanisms, or exogenous, when derived from the diet. Some vitamins and minerals, besides
phenolic compounds, present antioxidant function and fight these radicals. Therefore, many studies have demonstrated an association between
the consumption of food with antioxidants and health benefits. Assessing
the intake of antioxidants provides intervention measures and public
policy actions. Several different instruments can be used to assess this
intake, but each of them should be well known in order to make the
most appropriate choice. Therefore, the aim of this study is to approach
the different types of diet surveys used to determine the food intake of
antioxidants, as well as discuss their advantages and limitations of use.
The following surveys were used to determine the intake of antioxidants:
Dietary Records, 24-hour recall, Food Frequency Questionnaire, and
Antioxidant Food Frequency Questionnaire. Most of the surveys methods used consider only the antioxidant micronutrients, but one of the
them quantifies the total antioxidant capacity of the diet, including the
phenolic compounds. The methods analyzed present advantages and
disadvantages, in addition to those inherent to the instrument. Critical
reflection about the choice of the method allows a better assessment of the
intake of antioxidants, aiding in a more accurate food diagnosis, eventually ensuring food and nutritional security for the population through
necessary public policy initiatives.
Keywords: Nutrition Surveys. Food intake. Antioxidant. Total Antioxidant Capacity (TAC).
154
RENATA COSTA DE MIRANDA1
MARIA ELIANA MADALOZZO
SCHIEFERDECKER2
SUELY TERESINHA SCHMIDT3
1
Mestra em Segurança Alimentar e
Nutricional, Universidade Federal
do Paraná – UFPR, Programa de
Pós-graduação em Segurança
Alimentar e Nutricional.
2
Doutora em Medicina na
Clínica Cirúrgica, Professora
da Universidade Federal do
Paraná, Universidade Federal
do Paraná – UFPR, Programa de
Pós-graduação em Segurança
Alimentar e Nutricional.
3
Doutora em História, Professora
da Universidade Federal do
Paraná, Universidade Federal do
Paraná – UFPR, Programa de
Pós-graduação em Segurança
Alimentar e Nutricional.
Endereço para correspondência:
Maria Eliana Madalozzo
Schieferdecker
Universidade Federal do
Paraná – UFPR.
Programa de Pós-graduação
em Segurança Alimentar e
Nutricional.
Av. Lothário Meissner, 632, Jd.
Botânico.
CEP 80210-170.
Curitiba - PR - Brasil.
E-mail: melianamschiefer@
gmail.com
Departamento de realização do
trabalho:
Programa de Pós-graduação
em Segurança Alimentar e
Nutricional, Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.
Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. Inquéritos para Antioxidantes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian
Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 39, n. 1, p. 154-165, abr. 2014.
RESUMEN
RESUMO
Los radicales libres producidos en el organismo
pueden explicarse por varios factores y causar
daños celulares en el caso de que aparezca
estrés oxidativo. Para combatirlos existen los
mecanismos de defensa antioxidantes endógenos
o exógenos provenientes de la dieta. Algunas
vitaminas y minerales, además de los compuestos
fenólicos, son los responsables de la función
antioxidante y de combatir los radicales. Por lo
tanto, muchos estudios han asociado el consumo
de alimentos ricos en antioxidantes como algo
beneficioso para la salud. Para evaluar la
ingesta de antioxidantes se necesitan medidas
de intervención y acciones de política pública.
Para evaluar la ingesta se pueden utilizar
diferentes instrumentos, sin embargo, se debe
conocer cada uno de ellos para hacer la elección
correcta. Por lo tanto, el objetivo de este estudio
es abordar los diferentes tipos de encuestas
alimentarias utilizadas para determinar el
consumo de antioxidantes, así como discutir
las ventajas y límites de su uso. Las diferentes
encuestas utilizadas para determinar el consumo
de antioxidantes fueron Registro Alimentar,
Recordatorio 24 horas, Cuestionario de Frecuencia
Alimentaria y Cuestionario de Frecuencia
Alimentaria especifico para antioxidantes. La
mayoría de los análisis se hace considerando sólo
micronutrientes antioxidantes, sin embargo, en
uno de los métodos, se cuantifica la capacidad
antioxidante total de la dieta, incluyendo los
compuestos fenólicos. Las metodologías abordadas
presentan ventajas e inconvenientes, además
de las inherentes al instrumento. La reflexión
para la elección crítica del método permite una
mejor evaluación de la ingesta de antioxidantes,
ayudando en la precisión del diagnóstico
alimentario. Y, por último, se garantiza la
seguridad alimentaria y nutricional de la
población por medio de iniciativas de políticas
públicas necesarias.
Os radicais livres produzidos no organismo podem ser explicados por fatores diversos e induzem
a danos celulares caso ocorra estresse oxidativo.
A fim de combatê-los, existem os mecanismos
endógenos de defesa antioxidante ou exógenos,
quando provenientes da dieta. Algumas vitaminas e minerais, além de compostos fenólicos, são
responsáveis por apresentar função antioxidante
e combater os radicais. Por isso, muitos estudos
vêm associando o consumo de alimentos fonte
de antioxidantes aos benefícios à saúde. Avaliar
a ingestão de antioxidantes propicia medidas de
intervenção e ações de políticas públicas. Para
avaliação da ingestão, podem ser utilizados
diferentes instrumentos, porém deve-se conhecer
cada um deles para realizar a escolha adequada. Sendo assim, o objetivo deste estudo é abordar os diferentes tipos de inquérito alimentar
utilizados para determinar a ingestão de antioxidantes, assim como discutir suas vantagens
e limitação de uso. Os diferentes inquéritos utilizados para determinar a ingestão de antioxidantes foram Registro Alimentar, Recordatório
24 horas, Questionário de Frequência Alimentar
e Questionário de Frequência Alimentar específico para antioxidantes. A maioria realiza análise
considerando apenas os micronutrientes antioxidantes, porém, em um dos métodos, quantifica-se a capacidade antioxidante total da dieta,
incluindo-se também os compostos fenólicos. As
metodologias abordadas apresentam vantagens
e desvantagens, além daquelas inerentes ao instrumento. A reflexão para a escolha crítica do
método permite melhor avaliação da ingestão
de antioxidantes, auxiliando no diagnóstico
alimentar mais preciso. Por fim, garante a Segurança Alimentar e Nutricional da população
por meio de iniciativas de políticas públicas necessárias.
Palabras clave: Encuestas nutricionales.
Ingesta alimentaria. Antioxidantes. Capacidad
Antioxidante Total (TAC).
Palavras-chave: Inquéritos nutricionais. Ingestão
alimentar. Antioxidantes. Capacidade Antioxidante Total (TAC).
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Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. Inquéritos para Antioxidantes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian
Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 39, n. 1, p. 154-165, abr. 2014.
INTRODUÇÃO
Diversas são as causas da formação de radicais livres nos sistemas biológicos. Fisiologicamente
gerados a partir do metabolismo celular durante o processo de formação de energia, os radicais
livres participam de importantes funções biológicas no organismo. Fatores exógenos também são
responsáveis por sua produção, por exemplo: atividade física extenuante, tabagismo, exposição a
radiações, poluição ambiental, entre outros. De forma paradoxal, os radicais livres também podem
ocasionar lesões em nível celular e, consequentemente, gerar danos funcionais a tecidos e órgãos,
como visto na Figura 1.1
Figura 1. Condições clínicas envolvendo espécies reativas. Adaptado de Lee, Koo e Min (2004)2.
Devido ao fato de algumas substâncias altamente reativas derivadas do oxigênio, do nitrogênio
e do enxofre não poderem ser denominadas de radicais livres, por não apresentarem elétrons
desemparelhados em seus orbitais, recebem o termo coletivo de espécies reativas de oxigênio
(EROs), espécies reativas de nitrogênio (ERNs) ou espécies reativas de enxofre (ERSs).3
A fim de reduzir ou inibir a ação deletéria das EROs, ERNs e ERSs, o organismo possui
mecanismos de defesa antioxidante (Figura 2). O sistema de defesa enzimático é representado,
principalmente, pelas enzimas Superóxido Dismutase (SOD), Catalase (CAT) e Glutationa
Peroxidase (GPx).4 Os Inquéritos para Antioxidantes antioxidantes não enzimáticos, que são
compostos de baixo peso molecular, são sintetizados pelo próprio organismo, como é o caso da
glutationa reduzida (GSH), ácido úrico, ácido lipoico e coenzima Q10, ou ingeridos por meio da
alimentação.5 Os nutrientes responsáveis por desempenhar função antioxidante no organismo
são, principalmente, micronutrientes como a vitamina C, a vitamina E, os carotenoides,6 o zinco7
e o selênio,8 além de compostos fenólicos, como os flavonoides, que são reconhecidos por
serem metabólitos secundários de plantas.9,10 Esta proteção exógena é fundamental para tornar o
mecanismo de defesa antioxidante completo.11
Havendo algum desequilíbrio entre moléculas oxidantes e antioxidantes, em favor das oxidantes,
ocorre o chamado estresse oxidativo, responsável por desarranjos na sinalização e/ou dano celular.12
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Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. Inquéritos para Antioxidantes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian
Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 39, n. 1, p. 154-165, abr. 2014.
Figura 2. Classificação dos antioxidantes: enzimáticos e não enzimáticos. Adaptado de Ratnam et al.11
Muitas são as pesquisas que vêm sendo realizadas com o objetivo de associar o consumo
de alimentos antioxidantes com a prevenção de doenças, tendo em vista que algumas doenças
crônicas, inflamatórias e degenerativas podem ser explicadas pelo estresse oxidativo.1 Os benefícios
terapêuticos de uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, principais fontes de compostos
antioxidantes, têm sido confirmados por diversos estudos populacionais prospectivos.13-15
A avaliação da ingestão alimentar destes compostos torna-se relevante para auxiliar na
identificação da situação alimentar e nutricional de indivíduos e populações em geral, sobretudo
dos portadores de enfermidades associadas ao estresse oxidativo, possibilitando a realização de
intervenções nutricionais direcionadas ou até mesmo o desenvolvimento de ações de políticas
públicas.16
Existem diferentes instrumentos que podem ser utilizados na determinação da ingestão
dietética de antioxidantes, cada qual com erros inerentes que podem afetar a estimativa do consumo
alimentar estudado. A escolha do método mais apropriado e da estratégia de aplicação deve ser
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Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. Inquéritos para Antioxidantes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian
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feita segundo os objetivos da investigação, tendo em vista questões como o nível de exatidão
desejada, o tipo de dado que será gerado (alimentos ou nutrientes), a disponibilidade de tempo,
as características dos entrevistados, dentre outras.17
O objetivo deste estudo foi abordar os diferentes tipos de inquéritos alimentares utilizados
para determinar a ingestão de antioxidantes, bem como discutir suas vantagens e limitação de uso.
METODOLOGIA
A metodologia do estudo foi conduzida por meio de levantamento bibliográfico eletrônico
junto às bases de dados primárias Medline, Embase e Lilacs, em período não delimitado. A busca
incluiu estudos originais e de revisão nos idiomas português, espanhol e inglês. Para localização
dos estudos, foi utilizada a combinação dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “ingestão
de alimentos”, “inquéritos sobre dietas” e “antioxidantes”, assim como seus correspondentes
em inglês e espanhol, com a finalidade de encontrar as diferentes metodologias utilizadas para
determinar a ingestão de alimentos antioxidantes, independentemente das características da
população em estudo.
INQUÉRITOS ALIMENTARES NA AVALIAÇÃO DA INGESTÃO DE
ANTIOXIDANTES
Os diferentes inquéritos alimentares utilizados para determinar a ingestão dietética de
antioxidantes, encontrados a partir da busca bibliográfica, foram o Registro Alimentar, o
Recordatório 24 h e o Questionário de Frequência Alimentar. Alguns Questionários de Frequência
Alimentar específicos para consumo de antioxidantes, aplicados especialmente em estudos
realizados fora do País, também foram vistos.
As técnicas para estimar a ingestão alimentar se dividem em dois grupos: inquéritos
prospectivos, responsáveis por refletir o consumo atual de alimentos, como os registros e
recordatórios; e retrospectivos, que refletem o consumo habitual de alimentos, incluindo a história
dietética e os questionários de frequência.18 Entre eles não existe uma técnica perfeita, mas métodos
preferenciais para determinado objetivo. Sendo assim, o pesquisador tem a responsabilidade de
conhecer os erros inerentes a cada método e a influência que podem exercer sobre a estimativa
da ingestão.19
No Registro Alimentar ou Diário Alimentar, o próprio entrevistado ou seu responsável,
dependendo da idade, anota minuciosamente em um formulário todos os alimentos ou bebidas
consumidas ao longo de um dia, inclusive refeições feitas fora do domicílio.20 Este instrumento
reflete um padrão atual de consumo e é composto geralmente por um, três ou sete dias da semana,
devendo ser incluído, proporcionalmente, o final de semana.18 Alguns autores estimam que o
diário de três dias não consecutivos seria suficiente para a realização de análises alimentares.20,21
Por não depender da memória e gerar dados quantitativos de forma acurada, este instrumento é
bastante utilizado. Este instrumento requer, porém, que o indivíduo seja alfabetizado e registre
continuamente toda a alimentação ingerida, o que pode influenciar a modificação dos hábitos
alimentares no decorrer de sua realização, causando uma superestimação ou subestimação do
consumo, ou até mesmo omissão de alimentos consumidos. Estas características parecem ser
limitações deste método.18,22
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Miranda, R. C.; Schieferdecker, M. E. M.; Schmidt, S. T. Inquéritos para Antioxidantes. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian
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O Recordatório 24 h consiste em definir e quantificar toda a ingestão de alimentos e bebidas
consumidas no dia anterior, desde o desjejum até a ceia, ou nas 24 h anteriores à entrevista. Deve
ser aplicado, de preferência, em mais de um dia não consecutivo, possibilitando melhor estimativa
do real consumido.23 Devido à média da ingestão populacional não variar de maneira significativa de
um dia para o outro, este instrumento tem uma boa aplicação em estudos epidemiológicos.19 Além
disso, a sua simplicidade e rapidez na aplicação, faz o instrumento ser amplamente utilizado em todo
o mundo. Mesmo não interferindo no comportamento alimentar do indivíduo e dependendo da
memória de um passado próximo, este método parece subestimar a ingestão de certos nutrientes,
principalmente se aplicado em um só dia.18,22
Já o Questionário de Frequência Alimentar (QFA) apresenta um formato estruturado e
sistematizado composto por uma lista de alimentos e pela frequência de ingestão durante um
período de tempo determinado, podendo ainda apresentar informações quantitativas, como
porções diárias consumidas ou aproximadas.24,25 Por ser capaz de determinar ingestão habitual
em única aplicação, apresentando ainda uma boa sensibilidade e baixo custo, é muito utilizado em
pesquisas epidemiológicas. Como limitações, tem-se a dependência da memória para recordar as
frequências e porções consumidas, além da necessidade de um desenho bem delineado.17 O QFA
vem ganhando importância, principalmente, nas pesquisas que relacionam o consumo de alimentos,
nutrientes ou compostos alimentares com o risco de desenvolvimento de doenças. Costuma ser
elaborada uma lista de alimentos específica para a população que se pretende estudar,24,26 como é
o caso dos inquéritos alimentares encontrados no levantamento bibliográfico deste estudo.
Três foram os estudos que utilizaram Questionários de Frequência Alimentar pouco
convencionais para determinar a ingestão de antioxidantes. Eles avaliaram a ingestão a partir da
capacidade antioxidante total (TAC) da dieta, que se caracteriza por ser uma medida de quão bem
um alimento ou amostra biológica pode reduzir um oxidante, considerando as sinergias entre
todos os antioxidantes da mesma amostra. O TAC é uma medida dada em milimoles de radicais
neutralizados por grama de amostra, que indica a atividade antioxidante total.27
Esses tipos de QFA foram desenvolvidos para populações específicas e passaram por validação,
a fim de ser verificado se o que se propôs a mensurar estava realmente sendo mensurado e se suas
respostas concordavam com um método superior de referência.28
O primeiro estudo a realizar a validação de um QFA destinado a avaliar a TAC dietética
foi o de Pellegrini et al.29 Primeiramente, foi desenvolvido um questionário semiquantitativo
composto por 150 potenciais alimentos fontes de antioxidantes do norte da Itália, distribuídos
em 53 questões. Para validação desse instrumento, usou-se como referência o registro alimentar
de três dias durante o período de 6 meses, além de coleta de sangue para análise de antioxidantes
no plasma. O questionário foi aplicado em uma amostra de 285 indivíduos de ambos os gêneros,
com idade entre 35 e 88 anos e que viviam na província de Parma na Itália. Como conclusão, o
estudo verificou que o questionário desenvolvido tinha potencial para ser utilizado com a finalidade
de determinar a ingestão antioxidante por TAC em estudos epidemiológicos realizados na mesma
população.
Diferentemente, Rautiainen et al. 30 não realizaram o desenvolvimento de um inquérito
específico, mas procuraram investigar a validade e reprodutibilidade de um QFA utilizado em
um estudo de coorte sueco de mamografia, baseando-se na TAC disponível em bases de dados.31
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A validade da estimativa de ingestão de antioxidantes foi comparada com dosagens de TAC no
plasma. Já para a realização do teste de reprodutibilidade, o questionário foi novamente aplicado
após intervalo de um ano. Foram selecionadas duas subamostras aleatórias da mesma coorte
entre o período de 2003 e 2005, compostas por mulheres com idade entre 54 e 75 anos. Como
resultados, foi observado que os QFAs baseados em TAC são relativamente válidos e reprodutíveis
para estabelecer estimativas de consumo de antioxidantes. Por isso, podem ser utilizados em
epidemiologia nutricional.30
Visto que os dois outros estudos foram realizados com indivíduos de idade avançada, pouco
ativos, e que não houve um completo ajuste do consumo total de antioxidantes para o consumo
de energia, Braakhuis et al.32 viram a necessidade de desenvolver um questionário para indivíduos
mais ativos. Trabalharam, para isso, com uma amostra de 113 atletas de remo da Nova Zelândia
(de ambos os gêneros) a fim de compor o estudo de validação do instrumento. A amostra foi
dividida em três grupos: em um fazia-se a comparação com um biomarcador de capacidade
antioxidante, no outro se comparava com um diário alimentar de 7 dias e, no terceiro grupo, os
dados de consumo de antioxidantes eram comparados a ambas as referências. O questionário foi
avaliado também para testar a capacidade de determinar, com precisão, a contribuição relativa dos
diferentes grupos alimentares para a ingestão total de antioxidantes. Como conclusão, os autores
verificaram que tal instrumento oferece uma estimativa útil da ingestão total de antioxidantes.
Desta forma, o uso da TAC dos alimentos para quantificar a ingestão de antioxidantes parece
ser uma boa metodologia. Mas, assim como os inquéritos alimentares de uso mais convencional,
este tipo específico de inquérito também precisa ter os dados analisados após sua aplicação.
Para isso, são utilizadas diferentes maneiras de transformar os alimentos e porções ingeridas em
nutrientes propriamente ditos e realizar assim a avaliação final do consumo.
ANÁLISE DA INGESTÃO DE ANTIOXIDANTES
O cálculo da ingestão alimentar, no caso dos alimentos fonte de antioxidantes, dependerá
do tipo de inquérito alimentar utilizado. Normalmente, realiza-se em uma primeira etapa a
transformação dos alimentos descritos em medidas caseiras para gramas, com o auxílio de tabelas de
medidas caseiras. Depois desse passo, que visa facilitar a conversão do alimento em nutriente,
utilizam-se tabelas de composição dos alimentos a fim de identificar a quantidade correspondente
de micronutrientes antioxidantes presentes. A alternativa é o uso de programas de computador
compostos por um banco com diversas tabelas de medidas caseiras e composição dos alimentos
existentes na literatura.17
Depois do cálculo da estimativa do consumo das vitaminas e minerais de interesse, deve ser
verificado se a quantia atinge os valores recomendados pelas Dietary Reference Intakes (DRI).33 As
DRIs foram desenvolvidas para a população americana e canadense e são compostas por quatro
diferentes valores de referência, que variam segundo gênero e estágio de vida do indivíduo ou
população. Entre esses valores, a necessidade média estimada (EAR) é o nível de ingestão diária
do nutriente estimado para atender às necessidades de 50% dos indivíduos saudáveis. Quando
disponível, a EAR é preferível para realização da estimativa quantitativa de ingestão habitual do
nutriente, já que melhor reflete as necessidades do indivíduo. Como não se pode conhecer a
necessidade real de cada indivíduo, deve-se levar em consideração, ainda, a variação da necessidade
entre indivíduos. Tendo em mãos esses dados, pode ser calculada a adequação aparente, que se
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baseia em uma abordagem estatística, na qual se compara a diferença entre a ingestão relatada e
a EAR.34
Caso o inquérito seja baseado em TAC, para determinar a ingestão total de antioxidantes, o
procedimento se diferencia. Ao invés de recorrer às tabelas de composição convencionais, usam-se
bancos de dados com valores de TAC para cada alimento, gerados a partir de ensaios in vitro.29,35-38
Os métodos utilizados para determinação da TAC dos alimentos são: capacidade antioxidante
equivalente ao Trolax (TEAC),39 capacidade de absorção do radical oxigênio (ORAC),35,36 parâmetro
antioxidante reativo total (TRAP),29,35 poder antioxidante de redução férrica (FRAP),38 entre outros.
Estes ensaios, que não se baseiam no mesmo mecanismo químico, consideram as principais
reações de redução-oxidação que acontecem no corpo humano e podem inclusive ser utilizados
para dosagem da TAC no plasma.
Diferentemente dos micronutrientes, não existe recomendação para consumo de compostos
fenólicos ou valores de referência para capacidade antioxidante total. Porém existem estudos
epidemiológicos que correlacionam a ingestão de antioxidantes medida por TAC e benefícios à
saúde. Serafini et al.,40 por exemplo, demonstraram que a ingestão elevada de antioxidantes, dosada
por TRAP, foi inversamente associada à ocorrência de câncer de estômago. Em coorte espanhola,
foi também observado que indivíduos que alcançaram altos valores de TAC, provenientes do
consumo de alimentos de origem vegetal, apresentaram menor risco de mortalidade que os demais.13
VANTAGENS E LIMITAÇÕES
Diante das opções disponíveis para estimar o consumo de antioxidantes, o pesquisador deve
saber que, além das vantagens e limitações provenientes de cada inquérito alimentar, existem ainda
outros inconvenientes na utilização das possíveis metodologias.
A aplicação de instrumentos como Registro Alimentar, Recordatório 24 h ou QFA e posterior
avaliação da ingestão de vitaminas e minerais antioxidantes, segundo as recomendações das DRIs,
pode ser pouco abrangente e gerar conclusões equivocadas sobre seus benefícios à saúde. Avaliar
simplesmente os micronutrientes antioxidantes sem contemplar nutrientes menos reconhecidos,
como compostos fenólicos, não permite estimar a capacidade antioxidante verdadeira dos
alimentos.41
Por outro lado, avaliar o consumo a partir de bancos de dados com valores de capacidade
antioxidante total dos alimentos parece ser uma alternativa que ainda não foi explorada por
estudos brasileiros.
Os estudos nacionais têm utilizado exclusivamente as tabelas de composição de alimentos
desenvolvidas no Brasil42-44 para verificar a adequação do consumo de nutrientes, o que é uma
vantagem. Entretanto, as recomendações às quais são comparadas, neste caso as DRIs, não foram
desenvolvidas para a população brasileira.
Quanto aos bancos de dados, até o momento, eles foram desenvolvidos apenas nos Estados
Unidos e na Itália,35-38,45 o que limita a sua utilização por outros países, principalmente, em
decorrência das influências que o clima e as condições de crescimento geram sobre o teor de
compostos antioxidantes nos vegetais.46 A ausência de recomendações para ingestão de compostos
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fenólicos ou TAC limita a utilização destes valores apenas para comparação do consumo diário
entre diferentes populações ou associação com morbimortalidade. 13,40,47
Os valores de TAC dos alimentos que compõem os bancos de dados são dosados in vitro
por ensaios diversos, não havendo uma metodologia universal padronizada. Isso influencia, entre
outros fatores, a expressão de resultados em diferentes escalas, o que dificulta, por sua vez, as
comparações entre capacidades antioxidantes.48
Além disso, ainda existem lacunas sobre o complexo processo de digestão, absorção e
metabolização dos compostos fenólicos pelo organismo. Alguns pesquisadores, diante deste
aspecto, apresentam opiniões contrárias a respeito da validação de questionários específicos para
antioxidantes a partir do método de referência de dosagem de marcadores biológicos antioxidantes,
como o TAC plasmático. Como os biomarcadores não permitem uma avaliação da verdadeira
ingestão absoluta, o TAC dietético pode não se associar com o TAC plasmático, por exemplo.28,49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
São necessários mais estudos sobre a capacidade antioxidante total dos alimentos e a elaboração
de bancos de dados em diferentes países e regiões. Apesar de existirem controvérsias a respeito
dessa metodologia e ausência de recomendações para valores totais, é importante que todos os
compostos antioxidantes do alimento sejam considerados.
Estabelecer um ranking com os teores de antioxidantes totais dos alimentos, assim como fez
Halvorsen et al.,38 poderia favorecer o desenvolvimento de um método baseado em consumo
qualitativo para avaliação da ingestão de antioxidantes como um Índice de Qualidade da Dieta.
O estudo apontou diferentes possibilidades de avaliação da ingestão de antioxidantes e o
estímulo ao conhecimento e à reflexão sobre as metodologias disponíveis permite uma escolha
crítica do método a ser utilizado.
Uma avaliação adequada da ingestão de alimentos fonte de antioxidantes é relevante por
contribuir no diagnóstico alimentar de indivíduos e coletividades. A partir dele, podem ser
estabelecidas iniciativas de políticas públicas em prol do acesso à alimentação adequada e à
prevenção de doenças, caso necessário. Assim, torna-se estreita a relação entre a escolha e o
conhecimento do método, para diagnóstico mais preciso, tendo como norte a garantia da Segurança
Alimentar e Nutricional da população.
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Recebido para publicação em 12/02/13.
Aprovado em 06/01/14.
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