Hanseníase Disciplina de Dermatologia Profa. Kátia Sheylla Malta Purim - Curso de Medicina Universidade Positivo Introdução Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia O que é a Hanseníase? É uma doença infecto-contagiosa, de evolução lenta, causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen (BH). Manifesta-se principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos (olhos, mãos e pés). Característica principal: comprometimento dos nervos periféricos incapacidades físicas deformidades. Doença de notificação compulsória. Doença CURÁVEL. Introdução Introdução Definição de Caso de Hanseníase: Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Um caso de hanseníase é uma pessoa que apresenta 1 ou + de uma das seguintes características e que requer quimioterapia: Lesão(ões) de pele com alteração de sensibilidade; Acometimento de nervo(s) com espessamento neural; Baciloscopiapositiva. Epidemiologia Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Agente etiológico: M. leprae alta infectividade e baixa patogenicidade e virulência. Os bacilos se multiplicam muito lentamente. Período de incubação: 2 a 5 anos, podendo ser até de 20 anos. Modo de transmissão: O homem é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. O contágio se dá através do contato direto com um doente bacilífero não tratado. Vias de eliminação do bacilo: vias aéreas superiores e áreas da pele e/ou mucosas erosadas. Evolução Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas Grande parte da população tem imunidade celular contra o BH. A maioria das pessoas não adoece. Entre as que adoecem, o grau de imunidade varia e determina a evolução da doença. diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia A doença, inicialmente, manifesta-se através de lesões de pele: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas que apresentam perda de sensibilidade, sem evidência de lesão nervosa troncular. Estas lesões de pele ocorrem em qualquer região do corpo, mas, com maior freqüência, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. Podem, também, acometer a mucosa nasal. Evolução Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Com a evolução da doença não tratada, manifestam-se as lesões nos nervos, principalmente nos troncos periféricos. Podem aparecer nervos engrossados e doloridos, diminuição de sensibilidade nas áreas inervadas por eles: olhos, mãos e pés, e diminuição da força dos músculos inervados pelos nervos comprometidos. Essas lesões são responsáveis pelas incapacidades e deformidades características da hanseníase. Formas Clínicas Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas Hanseníase indeterminada (MHI) Hanseníase tuberculóide (MHT) diagnóstico Técnicas semióticas Hanseníase dimorfa (MHD) Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Hanseníase virchowiana (MHV) Formas Clínicas Introdução Hanseníase indeterminada: Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Máculas hipocrômicasou acrômicas. Limites imprecisos (1 a 5 cm de diâmetro). Número de lesões é pequeno (face, superfície extensora dos membros, regiões glúteas e tronco). Hipoestesiatérmica, anidrose, alopéciatotal ou parcial. Baciloscopiaem geral é (-) e o teste de Mitsuda pode ser (+) ou (-). Pode curar espontaneamente ou evoluir para as outras formas. Formas Clínicas Introdução Hanseníase tuberculóide: Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Placas eritematosas, hipoestésicasou anestésicas. Limite externo nítido, superfície seca e alopécica. Lesões assimétricas e pouco numerosas. Espessamento neural (lesão em raquete). Formas clínicas Introdução Hanseníase dimorfa: Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Lesões multifacetadas e anestésicas. DT assimétricas, superfície lisa e limites pouco precisos DV simétricas, menos lisas e brilhantes DD aspecto de “queijo suíço” Formas Clínicas Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Hanseníase virchowiana: Manchas infiltradas com bordas imprecisas, com pápulas, nódulos e placas. Madarose, fácies leonina. Comprometimento de mucosa nasal, oral e laringe; comprometimento ocular; adenopatia, anemia; infiltração do fígado, baço e suprarenais; infiltração testicular, levando à impotência e esterilidade; rarefação, atrofia e absorção óssea. As lesões oculares são observadas nas fases mais avançadas e consistem em ceratitedifusa ou pontuada, lagoftalmia, iridociclitee cegueira. Mal perfurante plantar Distúrbios sensitivos e motores O espessamento neural acomete principalmente os seguintes nervos: cubital, poplíteo externo, radial, mediano e auricular. Variedades: Difusa de Lúcio: infiltração difusa sem nódulos e comprometimento visceral acentuado. Históide de Wade Formas Clínicas Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Formas Clínicas Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia O diagnóstico é baseado na clínica e no laboratório: anamnese avaliação dermatológica avaliação neurológica diagnóstico dos estados reacionais diagnóstico diferencial classificação do grau de incapacidade física Formas Clínicas Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia A alteração de sensibilidade ocorre nesta sequência: Térmica dolorosa Tipos de Lesões: tátil Técnicas Semióticas Introdução Epidemiologia Evolução Pesquisa da sensibilidade: Térmica (tubo de ensaio) Dolorosa (alfinete) Tátil (algodão) Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Prova da histamina: Tríade reacional de Lewis (eritema inicial, eritema secundário e pápulaedematosa) prova da histamina incompleta Prova da pilocarpina: Não ocorre sudorese Exames Complementares Introdução Epidemiologia Evolução Bacterioscopia: Pesquisa de BAAR Linfa de lóbulo de orelhas e cotovelos Interpretação e importância Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Histopatologia: Biópsia de pele anestésica ou borda de lesão Interpretação e importância Teste de Mitsuda (prognóstico): (+): evidencia resistência do hospedeiro; tendem a desenvolver as formas benignas da doença (-): ausência de resistência do hospedeiro; maior probabilidade de desenvolver a hanseníase virchowiana. Estados Reacionais Introdução Epidemiologia Evolução Intercorrências da reação imunológica do hospedeiro ao bacilo. Eventos agudos. Formas clínicas diagnóstico Potencial de acarretar perda funcional e incapacidades. Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Não contra-indicam o tratamento. Estados reacionais: Tipo I – Reação reversa Tipo II – Eritema nodoso hansênico Estados Reacionais Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Tratamento Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Classificação Operacional para Fins de Tratamento: Tratamento Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Tratamento Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Efeitos Colaterais e Reações dos Medicamentos: •Dapsona Queixas gastrointestinais, erupções cutâneas, neuropatias, anemia hemolitica, metahemoglobinemia, agranulocitose, hepatites tóxicas, síndrome nefrótica, distúrbios psíquicos, síndrome da sulfona. •Clofazimina Alteração da coloração (cinza-azulado) e ressecamento (aspecto ictióide) da pele, prurido, urticária, alterações ungueais, dores abdominais, náuseas e vômitos, diarréia, perda de peso. •Rifampicina Reações eritematourticariformes-bolhosas-purpúricas, síndrome de Stevens-Johnson, necróliseepidérmica tóxica. Profilaxia Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas diagnóstico Vigilância dos contatos: exame dermatoneurológico de todos os contatos intradomiciliares (= toda e qualquer pessoa que resida ou tenha residido com o doente, nos últimos 5 anos) e orientação sobre a moléstia. Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia Vacinação. Profilaxia Introdução Epidemiologia Evolução Formas clínicas Vacinação BCG: A aplicação de duas doses da vacina BCG-ID a todos os contatos intradomiciliaresdos casos de hanseníase independentemente de ser em PB ou MB. diagnóstico Técnicas semióticas Exames complementares Estados reacionais Tratamento Profilaxia A aplicação da 2ª dose da vacina deve ser feita a partir de 6 meses da aplicação da 1ª dose. Se já existir a cicatriz por BCG-ID, esta deve ser considerada como a 1ª dose, independentemente da época em que foi aplicada. Na dúvida, porém, deve-se aplicar as duas doses recomendadas. Referências Livros: AZULAY, Luna; KAC, Bernard Kawa. Atlas de dermatologia: da semiologia ao diagnóstico. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. HABIF, Thomas P. Dermatologia clínica: guia colorido para diagnóstico e tratamento. 4. ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2005. SAMPAIO, Sebastião A. P; RIVITTI, Evandro Ararigbóia. Dermatologia. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 2007. Sites: Atlas Dermatológico: www.atlasdermatologico.com.br Sociedade Brasileira de Dermatologia: www.sbd.org.br Outros Materiais: Guia para o Controle da Hanseníase: acesso em <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf>