1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GESTÃO E TECNOLOGIA AMBIENTAL Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL Santa Cruz do Sul, agosto de 2011 Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação – Mestrado em Tecnologia Ambiental, Área de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Orientador: Prof. Dr. Eduardo Lobo Alcayaga Santa Cruz do Sul, agosto de 2011 Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação – Mestrado em Tecnologia Ambiental, Área de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Dr. Eduardo Lobo Alcayaga Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Orientador Dra. Lourdes Teresinha Kist Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC Dr. Noeli Joarez Ferla Centro Universitário - UNIVATES 4 RESUMO O objetivo deste trabalho foi avaliar a concentração de metais pesados em dejetos de suínos, no município de Capitão, RS, Brasil, objetivando avaliar o potencial impacto ambiental que esses resíduos apresentam quando dispostos no corpo d’água receptor dos mesmos. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2009 a janeiro de 2010, numa Unidade de Terminação (UT) com capacidade para 250 suínos, sendo que na fase inicial, Tempo 0, foi ministrada a ração para crescimento Lanche T, na segunda fase, Tempo 1, a ração de crescimento IT, na terceira fase, Tempo 2, a ração de crescimento IIT, na quarta fase, Tempo 3, a ração de crescimento IIIT, e na quinta fase, Tempo 4, a ração de crescimento IVT, destacando na composição das rações a utilização de metais pesados como cobre, manganês e zinco. A coleta de amostras ocorreu em triplicata em cada uma das fases de crescimento, sendo que as mesmas foram armazenadas em garrafas pet, previamente esterilizadas, resfriadas a uma temperatura de 4 °C e enviadas à Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a análise laboratorial. A avaliação da qualidade dos dejetos de suínos em relação à concentração de metais pesados foi feita utilizando as resoluções ambientais do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (resolução 357 de março de 2005 e a resolução 396 de abril de 2008). Os resultados indicaram que dos três metais pesados constantes na formulação da ração que foi oferecida nas distintas fases de crescimento na UT, os dejetos de suínos em cada uma das fases apresentaram concentrações de cobre e manganês acima dos máximos permissíveis para as resoluções 396 do CONAMA, em relação aos usos preponderantes, como consumo humano, igual a 2,00 mg L-1 e 0,10 mg L-1, respectivamente, e a resolução 357 do CONAMA, em relação à Classe de uso 3, igual a 0,01 mg L-1 e 0,50 mg L-1, respectivamente, indicando a possibilidade de ocorrência do impacto ambiental dos efluentes diretamente no solo, no lenço freático ou nas águas superficiais de córregos. Neste contexto, em função do potencial impacto ambiental deste efluente no corpo receptor, sugere-se a discussão de uma diretriz que poderia ser incorporada na política ambiental brasileira, qual seja o estabelecimento de um plano de manejo de macro e micronutrientes e distribuição dos dejetos no solo. Palavras-chave: Suinocultura, metais pesados, dejetos suínos, potencial impacto ambiental. 5 ABSTRACT The main objective of this work was to determine the heavy metal concentration in swine dejections, in a country property in the city of Capitão, in Southern Brazil, aiming at evaluating the potential environmental impact that these residues present when disposed in the body of water receptors of the same ones. The research was carried through in the period of October 2009 to January 2010, in a Unit of Termination (UT) with capacity for 250 pigs, considering that in the initial phase, Time 0, it was given the food for growth Snack T, in the second phase, Time 1, the food for growth IT, in the third phase, Time 2, the food for growth IIT, in the fourth phase, Time 3, the food for growth IIIT, and in the fifth phase, Time 4, the food for growth IVT, emphasizing in the composition of the food the use of heavy metal such as copper, manganese and zinc. The collection of samples occurred in three copies in each one of the growth phases, considering that the same ones were stored in pet bottles, previously sterilized, cooled to a temperature of 4 °C and sent to the Federal University of Rio Grande do Sul for the laboratorial analysis. The evaluation of the swine dejections quality in relation to the heavy metal concentration was made using the environmental resolutions of the National Council for the Environment (CONAMA), particularly the resolution 357 of March 2005 and the resolution 396 of April 2008. The results indicated that from the three heavy metals constant in the formulation of the food that was offered in the distinct phases of growth in the UT, the swine dejections in each one of the phases presented concentrations of copper and manganese over the permissible maximums for resolutions 396 of CONAMA, in relation to the preponderant uses, as human consumption, 2,00 mg L-1 and 0,10 mg L-1, respectively, and resolution 357 of CONAMA, in relation to the Class of use 3, 0.01 mg L-1 and 0,50 mg L-1, respectively, indicating the possibility of occurrence of environmental impact of effluent directly in the soil, groundwater or superficial waters of streams. In this context, regarding the potential environmental impact of this effluent in the receptive body, it is suggested a discussion about a guideline that could be incorporated in the Brazilian environmental politics, which is the establishment of a management plan of macro and micronutrients and distribution of the dejections in the soil. Keywords: Swine Culture, heavy metals, swine dejections, potential environmental impact. 6 LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente Cu Cobre DP Desvio Padrão DNA Ácido desoxirribonucléico EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária In Logaritmo natural Espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente ICP OES acoplado, do inglês Inductively Coupled Plasma Emission Spectrometry kg Quilograma mg Miligrama Mn Manganês RNA Ácido ribonucléico UT Unidade de Terminação VPM Valores Máximos Permissíveis Zn Zinco 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa de localização da Unidade Produtora - UP de suínos no Município de Capitão, RS..................................................................................... Figura 2 - Galpão com as baias de criação de suínos em confinamento............ Figura 3 - Caixa armazenadora recebendo os dejetos de suínos........................ Figura 4 - Quantidades de cobre ingerido e excretado pelos suínos, em cada 30 31 31 fase de crescimento, e os valores máximos permissíveis das resoluções 396 e 357........................................................................................................................ Figura 5 - Quantidades de manganês ingerido e excretado pelos suínos, em 37 cada fase de crescimento, e os valores máximos permissíveis das resoluções 396 e 357............................................................................................................. Figura 6 - Quantidades de zinco ingerido e excretado pelos suínos, em cada 37 fase de crescimento, e valores máximos permissíveis das resoluções 396 e 357........................................................................................................................ 38 8 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Exemplos de funções enzimáticas, não-enzimáticas ou de interação de metais, empregados na nutrição, com alguns processos metabólicos de animais ................................................................................................................................ 15 Tabela 2 - Função biológica e toxicidade para plantas e animais de alguns metais pesados. As letras classificam a toxicidade como baixa (B), moderada (M) e alta (A) ................................................................................................................................ 16 Tabela 3 - Classificação de águas doces em função dos usos ................................................................................................................................ 22 Tabela 4 - Limites estabelecidos pela resolução no 357/2005 para a classificação das águas doces ................................................................................................................................ 23 Tabela 5 - Classificação das águas subterrâneas através dos usos ................................................................................................................................ 23 Tabela 6 - Parâmetros e seus respectivos limites (VMP) para os usos considerados preponderantes ................................................................................................................................ 24 Tabela 7 - Fases de crescimento, tempos e datas de coleta das amostras de resíduos produzidos pelos 250 suínos na Unidade de Terminação ................................................................................................................................ 33 Tabela 8 - Metodologia aplicada e limites de detecção para a determinação dos metais pesados ................................................................................................................................ 33 Tabela 9 - Valores máximos permitidos pela legislação para as resoluções 396 e 357 do CONAMA, considerando os usos acima especificados. ................................................................................................................................ 34 Tabela 10 - Determinações dos valores para os respectivos parâmetros analisados, em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a média e o desvio-padrão (D.P.). ................................................................................................................................ 35 9 Tabela 11 - Valores médios para a concentração de cobre analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) ................................................................................................................................ 36 Tabela 12 - Valores médios para a concentração de manganês analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) ................................................................................................................................ 36 Tabela 13 - Valores médios para a concentração de zinco analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) ................................................................................................................................ 36 10 SUMÁRIO 3.2 Metais pesados na suinocultura: importância e problema dos dejetos................15 11 1 INTRODUÇÃO A atividade suína é importante no desenvolvimento sócio-econômico do estado do Rio Grande do Sul. Esse fato se deve tanto à representatividade da carne como fonte de proteína animal como da demanda nas exportações da mesma, tanto in natura como em forma de produtos derivados. Além disso, o número de empregos gerados nas unidades de produção suína (indústria), ou na agricultura familiar, contribui de modo direto e indireto para o fomento da atividade que demonstra constante expansão. Conforme dados recolhidos junto à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA (2008) o Brasil se destaca no cenário mundial como um dos países que mais produz carne suína, especialmente para o mercado externo, sendo responsável por 9% das exportações total. Somente na região sul se concentra cerca de 51% do rebanho nacional. A cada ano que passa esse número se eleva, pois mais pessoas se dedicam à atividade suinícola, devido à procura pela carne e seus subprodutos, além da tecnologia que é colocada à disposição dos produtores, facilitada pelos programas governamentais de acesso ao crédito e suporte à criação. Os frigoríficos de abate suíno proporcionam constante atendimento e monitoramento aos criadores e com isso a atividade passa a representar um investimento de retorno garantido, uma vez que o mercado consumidor se expande anualmente. Desse modo, a atividade suinícola no contexto nacional reside não somente na quantidade de produtores envolvidos, como também no volume de empregos diretos e indiretos gerados, 2,5 milhões apenas na região sul. No entanto, essa atividade tem se deparado com inúmeros problemas de infra-estrutura, a exemplo do menor consumo in natura em relação aos embutidos de carne suína e, mais recentemente, com os advindos da legislação ambiental, no sentido de proteger a natureza, evitando que os dejetos dos suínos sejam usados de forma inadequada nas propriedades rurais (EMBRAPA, 2008). Tradicionalmente, a produção de suínos no Brasil era feita de modo rudimentar até o início da década de 1950. A partir daquela década, ocorreu grande mudança por conta da introdução da tecnologia acelerando o crescimento dos 12 animais. Por outro lado, a descoberta de novos antibióticos e as fontes inorgânicas de minerais introduzidas na alimentação dos suínos colaboraram para a transformação da mentalidade dos produtores rurais de suínos (GUIVANTE e MIRANDA, 2004). Os dejetos suínos, a partir de década de 1970, passaram a representar enorme preocupação devido à grande quantidade com que foram produzidos e lançados no solo sem os devidos cuidados, transformando-se em fonte poluidora dos mananciais de água (OLIVEIRA, 2002; 2004). Nesse contexto, não se pode deixar de focalizar os aspectos relativos ao impacto ambiental, oriundo da atividade da suinocultura. A emissão de gases nocivos à atmosfera, devido aos subprodutos do aviltamento dos dejetos e a consequente contaminação dos ambientes, especialmente os lençóis d’água, devido à emissão direta dos efluentes da produção nos rios, ou indireta, através do processo físico de lavagem do solo pelas águas das fortes chuvas (lixiviação) têm se constituído num dos maiores problemas a ser resolvido pelos suinocultores, de modo a prosseguirem na sua atividade e a expandirem, além de conviver pacificamente com o meio ambiente rural e urbano, sem prejudicá-los (DIESEL et al., 2002). Retorna-se ao problema ambiental, especificamente, à alimentação fornecida aos suínos na fase de terminação, devido à composição básica e os eventuais substitutos que a compõem. O impacto dos dejetos de suínos no meio ambiente, diante da utilização de metais pesados na fórmula dos alimentos fornecidos a esses animais, aliado à limitação que os suínos possuem em relação ao processo digestivo e no aproveitamento dos alimentos, gera enorme volume de resíduos oriundo das fezes e da urina (KONZEN, 1983). Neste contexto, a presente pesquisa teve por objetivo principal determinar a concentração de metais pesados em dejetos de suínos, em propriedade rural no município de Capitão, RS, Brasil, objetivando avaliar o potencial impacto ambiental que esses resíduos apresentam quando dispostos no corpo d’água receptor dos mesmos. 13 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Avaliação do impacto ambiental de teores de metais pesados em dejetos de suínos, em propriedade rural no município de Capitão, RS, Brasil. 2.2 Objetivos específicos • Determinar a concentração de metais pesados em dejetos de suínos presentes na unidade de terminação. • Comparar os teores de metais pesados encontrados nos dejetos de suínos com valores de referência (padrões nacionais). • Avaliar o potencial impacto ambiental que esses resíduos apresentam quando dispostos no corpo d’água receptor. 14 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Importância da suinocultura A China é hoje o maior produtor mundial de carne suína, produzindo em torno de 43,2 milhões de toneladas (50,9% do total mundial). O Brasil é o único país da América Latina incluído na lista dos 10 maiores produtores mundiais de carne suína, sendo que esta colocação melhora a cada ano. Observa-se que a taxa de crescimento da produção de suínos nos países desenvolvidos tem diminuído nos últimos anos, em relação aos índices obtidos nos países em desenvolvimento. Durante o período de 1995 a 2001, o crescimento na produção de carne suína no Brasil foi de 55,9%, contra 28,1% na China, 9,1% na Comunidade Européia e 7,3% nos Estados Unidos (ROPPA, 2002). A suinocultura se constitui numa atividade importante do ponto de vista econômico e social, uma vez que por meio dela muitas pessoas permanecem no meio rural, além de ser um instrumento de geração de empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva. O rebanho suíno nacional é estimado em 34 milhões de cabeças, concentrando na região Sul cerca de 13 milhões de cabeças representando, aproximadamente, 38% do rebanho nacional (ANUALPEC, 2002). O rebanho suíno brasileiro tem a sua maior representação numérica, econômica e tecnológica na região Sul. Seguem, pela ordem, as regiões Sudeste, Centro Oeste, Nordeste e Norte. Tendo em vista o tamanho continental do Brasil e a influência européia de criação de suínos, na região Sul se concentra a maior parte das indústrias e, por conseqüência, uma tecnologia de ponta. As regiões Sudeste e Centro Oeste também têm se destacado na suinocultura brasileira, haja visto os grandes investimentos que estão sendo implantados em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, principalmente. A suinocultura presente nas regiões Norte e Nordeste, que detém um rebanho grande, têm uma importância social e econômica expressiva para os seus Estados (ACSURS, 2006). 15 3.2 Metais pesados na suinocultura: importância e problema dos dejetos Os metais pesados são conceituados como substâncias tóxicas que não podem ser destruídas sendo altamente reativas do ponto de vista químico, o que explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na natureza. Normalmente eles se apresentam em concentrações pequenas, associados a outros elementos químicos (COSTA, et al., 2009). A partir do momento em que esses metais são lançados na água como resíduos industriais podem ser absorvidos pelos tecidos animais e vegetais. Desse modo, os metais pesados podem se acumular em todos os organismos que constituem a cadeia alimentar do homem. A população residente em locais próximos de indústrias ou incineradores correm maiores riscos de contaminação. A poluição dos solos através dos metais pesados consiste num aspecto que se reflete tanto no ciclo geoquímico desses elementos, quanto na qualidade ambiental. Nos últimos anos, a poluição do solo por esses elementos tem chamado a atenção em nível mundial, pois passou a se constituir numa ameaça constante à vida do planeta. Reconheceu-se em todas as nações que o problema causado pelos metais pesados passou a representar sérios riscos à saúde humana e à qualidade do meio ambiente (BORGES, 2007). A ocorrência natural de metais pesados em solos depende, principalmente, do material de origem sobre o qual o solo se formou e dos seus processos de formação. Consequentemente, os teores de metais pesados em solos e sedimentos dependem, basicamente, da composição e proporção dos componentes de sua fase sólida (COSTA, et al., 2009). No entanto, nem todos os metais pesados são prejudiciais ao homem. Alguns desempenham funções nutricionais, como é o caso do zinco, magnésio, cobalto e ferro, uma vez que a maioria dos organismos vivos só precisa de alguns poucos metais e em doses pequenas, denominadas de micronutrientes, como é o caso dos metais citados anteriormente. Porém, estes metais vêm a se tornar tóxicos e perigosos para a saúde humana quando ultrapassarem determinadas 16 concentrações-limite, não obedecendo aos critérios internacionais estipulados pela Organização Mundial da Saúde - OMS (COSTA, et al., 2009). Ainda, segundo os mesmos autores, o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o cromo e o arsênio são metais que não existem naturalmente em nenhum organismo. Tampouco desempenham funções nutricionais ou bioquímicas nos microorganismos, plantas ou animais. Logo, a presença destes metais em organismos vivos é prejudicial em qualquer concentração. A partir da descoberta da metalurgia, a produção destes metais aumentou e seus efeitos tóxicos geraram problemas de saúde permanentes, tanto para seres humanos como para o ecossistema. Metais pesados são importantes para a manutenção das funções fisiológicas dos animais atuando diretamente no seu metabolismo. O cobre, por exemplo, é primordial para o metabolismo do ferro e proteção de tecidos contra o estresse oxidativo. O zinco, por sua vez, é um co-fator para mais de 300 metaloenzimas (JONDREVILLE et al., 2003). A tabela 1 ilustra exemplos de funções de alguns metais utilizados na nutrição animal, os quais desempenham a função de catalisadores ou co-fatores em sistemas enzimáticos, participando de forma não específica como íons metálicos ativadores de enzimas ou com alta especificidade na formação de complexos, com sítios ativos específicos, chamados de metaloenzimas (BOLAN et al., 2004). Segundo Steinmetz (2007), uma grande quantidade de sais minerais é adicionada à formulação da ração animal. Em se tratando da ração dos suínos, ocorre a adição de sais que contêm Cu e Zn. O suíno apresenta baixa capacidade de aproveitamento digestivo o que justifica a alta concentração desses metais na sua alimentação. Os dejetos suínos são compostos de fezes, urina, água não aproveitada pelos animais nos bebedouros, restos de ração, pêlos, poeiras e outros materiais advindos do processo criatório (KONZEN, 1983). Conforme Oliveira (1993), um suíno na fase de terminação produz em média 7 a 8 L dia-1 de dejeto líquido, correspondendo a uma faixa que varia de 0,21 a 0,24 m3 de dejetos por mês. 17 Tabela 1 - Exemplos de funções enzimáticas, não-enzimáticas ou de interação de metais, empregados na nutrição, com alguns processos metabólicos de animais (BOLAN et al., 2004). Metal Cobalto (Co) Cromo (Cr) Cobre (Cu) Função/Interação Não-enzimática: constituinte da cobalamina ou vitamina B12. Não-enzimática: metabolismo de proteínas, glicose e lipídeos. Enzimática: citocromo oxidase, oxidação da usina, pigmentação da pele. Ferro (Fé) Não-enzimática: promotor de crescimento. Enzimática: oxidação aeróbia de carboidratos, proteção contra Manganês (Mn) Molibdênio (Mo) Níquel (Ni) Zinco (Zn) superóxido. Enzimática: formação da uréia, metabolismo do piruvato. Enzimática: metabolismo da purina, oxidação de sulfetos. Não-enzimática: aumento da rígidez óssea. Enzimática: formação de CO2, metabolismo de proteínas, metabolismo de álcoois, dismutação de superóxido. Nãoenzimática: controle de eczemas. Konzen (2001) destaca que o conteúdo dos dejetos suínos pode variar conforme a diluição causada pelo maior ou menos uso da água de limpeza no sistema de higienização. Exemplifica citando que os dejetos recolhidos em sistemas de piso ripado com fossas apresentam um conteúdo de matéria seca que pode variar entre 2,6% a 3,5%. Já em locais onde existe o manejo em lâmina d’água e canaletas, a variação fica em torno de 1,7 a 2,6%. Mattias et al. (2004) observam que a presença de metais pesados nos dejetos de suínos decorre da alta concentração dos mesmos nas rações oferecidas aos animais. Essa concentração excessiva é para compensar a baixa taxa de absorção dos suínos. Nas unidades produtoras em grande quantidade, os dejetos são lançados diretamente ao solo e quando este não consegue absorver o que necessita desses metais eles atingem as camadas mais profundas, chegando aos lençóis freáticos e promovendo o dano ambiental, representando um alto risco à saúde humana e ao ecossistema. 3.3 Estudo de alguns metais pesados e sua toxicidade em dejetos de suínos 18 A toxicidade se constitui na capacidade de uma substância química produzir um efeito nocivo quando interage com um organismo vivo (Tabela 2). A toxicidade de uma substância depende da dose e/ou do sistema biológico de cada um. Nesse sentido, a toxicidade dos metais pesados presentes na natureza, devido aos dejetos suínos não serem tratados corretamente antes de serem lançados ao solo, têm trazido problemas de ordem ambiental, afetando especialmente os sistemas aquáticos superficiais e subsuperficiais (GUILHERME e MARCHI, 2009). Ainda, os metais pesados permanecem no solo por muito tempo e se espalham para os lençóis freáticos com muita rapidez, propiciando danos à natureza e ao homem, quando bebe a água contaminada ou se alimenta com produtos que receberam adubação contendo estes metais pesados. Tabela 2 - Função biológica e toxicidade para plantas e animais de alguns metais pesados. Toxicidade baixa (B), moderada (M) e alta (A). Adaptado de Guilherme e Marchi (2009). Função biológica e toxicidade para plantas e animais dos metais pesados Elemento Função biológica Toxicidade relativa Plantas Mamíferos Cu (cobre) Ni (níquel) Pb (chumbo) Zn (zinco) Essencial para todos os organismos Cofator em enzimas redox e no transporte de O2 Nenhuma conhecida em mamíferos. Essencial para plantas. Encontrado em enzima uréase. Nenhuma conhecida Essencial para todos os organismos. Cofator em muitas enzimas. M, A M M, A M M A B, M B, M A seguir, apresenta-se uma breve discussão de alguns metais pesados importantes para esta pesquisa, em relação a sua presença nos dejetos de suínos. 3.3.1 Cobre (Cu) 19 O cobre tem sua importância reconhecida como parte importante na composição da alimentação dos animais desde 1926, oportunidade em foi demonstrado que esse elemento era essencial para a vida dos ratos (ANDRIGUETTO et al., 1981). Esse metal destaca-se como essencial para a síntese da hemoglobina, bem como síntese e ativação de muitas enzimas necessárias para o metabolismo dos suínos, ajudando também na prevenção de anemia, pois a deficiência desse elemento pode levar a uma baixa mobilização do ferro no organismo (MATTIAS, 2006). Inúmeras alterações bioquímicas e fisiológicas têm sido apresentadas com base na deficiência do cobre. Uma das mais importantes consiste na diminuição da mobilização do ferro, ocasionando a anemia no animal. Da mesma forma já há casos comprovados da ocorrência de ruptura da aorta e hipertrofia cardíaca. Os sintomas clínicos de deficiência de cobre se dão pela fraqueza, perda de apetite e redução do crescimento dos suínos (ANDRIGUETTO et al., 1981). Em termos numéricos, as quantidades de cobre adicionadas às rações são na ordem de 6 mg kg-1 para leitões, sendo que nos demais estágios de crescimento as quantidades são proporcionalmente superiores. A quantidade de cobre realmente necessária ainda não foi bem definida, sendo aceito mundialmente que níveis em torno de 6 - 10 mg kg-1 sejam suficientes para todas as classes de suínos. Quantidades parecidas são propostas por Oliveira (2003). Porém, admite-se que há um ganho de peso e eficiência alimentar se os níveis de cobre utilizados nas rações forem maiores. Valores de até 250 mg kg-1 demonstraram a sua eficácia na melhoria do desempenho dos animais, porém nestes níveis é necessária uma suplementação de outros elementos em quantidades maiores para o balanceamento nutricional da dieta, como ferro e zinco. Os indícios de toxidez se apresentam sob forma de atraso no crescimento, anemia, úlceras no esôfago e partes do estômago e aumento da sensibilidade em relação a infecções (ANDRIGUETTO, 1981; CARSON, 1992). 3.3.2 Manganês (Mn) O manganês se constitui num elemento vital ao desenvolvimento dos animais, sendo encontrado em pequenas quantidades na maioria dos tecidos e em diferentes 20 concentrações. Proporciona várias funções, é ativador de várias enzimas, entre as quais se incluem a arginase, enolase, tiaminase e de enzimas essenciais no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. O manganês também tem um papel essencial na formação da matriz orgânica óssea (ANDRIGUETO, 1981; NRC, 1998; MATHIAS, 2006). As quantidades requeridas de manganês pelos suínos são pequenas, na faixa de 2 a 10 mg kg-1. As necessidades estão na ordem de 5 mg kg-1 para animais em crescimento e terminação e 20 mg kg-1 para fêmeas em gestação e lactação, mas alguns autores ainda não as consideram bem estabelecidas (CARSON, 1992; NRC,1998). De forma geral, a baixa taxa de sobrevivência de crias, a diminuição da taxa de crescimento, a redução da fertilidade e abortos freqüentes e ainda a esterilização de machos são indícios de deficiência de manganês, bem como o enfraquecimento da estrutura óssea. Porém existem afirmações que sustentam que as suplementações na ordem de 50 mg kg-1 reduzem o crescimento e diminuem o apetite de suínos jovens (ANDRIGUETTO, 1981; CARSON, 1992; NRC, 1998). As dosagens elevadas como as do cobre e zinco não são comuns, embora Apple et al. (2004) indicaram a suplementação de 320 a 350 mg kg -1 nas rações de suínos em crescimento para a melhoria da qualidade da carne animal. Salientam ainda que estes teores não afetam de forma adversa o desempenho nem a composição de carcaça. 3.3.3 Zinco (Zn) O zinco é um micronutriente constituinte de muitas metaloenzimas, incluindo DNA e RNA, ou seja, substâncias químicas envolvidas na transmissão de caracteres hereditários e na produção de proteínas, compostos que são os principais constituintes dos seres vivos. Este metal possui, também, um papel importante no metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas, a exemplo da vitamina A, mantendo-a em concentrações normais no sangue. Também, se constitui num componente específico da anidrase carbônica, que é uma enzima que atua no 21 equilíbrio ácido-básico do organismo e ainda no processo de calcificação (ANDRIGUETTO 1981; MATTIAS, 2006). A quantidade de zinco requerida pelo suíno é produzida por inúmeros fatores, como a proporção de outros elementos na dieta, origem e forma de aplicação e, ainda os níveis protéicos. Para National Research Council - NRC (1998), os teores de zinco requeridos pelos suínos são variáveis, desde 15 mg kg-1 para leitões, até 50 mg kg-1 para suínos em crescimento, sendo que para suínos em produção os níveis não são bem conhecidos (MATTIAS, 2006). Caso a necessidade nutricional não seja atendida, acontece a deficiência, sendo o principal a paraqueratose, que é um tipo de lesão que ocorre na epiderme. Outros sintomas também se apresentam como a baixa taxa de crescimento, baixa conversão alimentar e desenvolvimento retardado. Dietas deficientes de Zn na gestação e lactação tendem a produzir leitões pequenos e com baixos níveis de Zn nos tecidos (ANDRIGUETTO, 1981; NRC, 1998; MATTIAS, 2006). Muito parecido com o que ocorre com o cobre, o zinco pode ser fornecido em doses elevadas para surtir resultado farmacológico relacionado ao controle de Escherichia coli em leitões, porém há discordância entre os valores sugeridos por diversos autores. Teores entre 2.000 e 4.000 mg kg-1 tem sido utilizados, entretanto a NRC (1998) considera que estes níveis de fornecimento estão acima dos considerados seguros para os leitões, o que é endossado por Carson (1992), que afirma que o provável máximo tolerável de zinco nas rações é de 300 mg kg-1, sendo que níveis na ordem de 2.000 mg kg-1 podem causar redução do crescimento, artrite, hemorragia intramuscular e gastrite (HAHN & BARER, 1992; MATHIAS, 2006). 3.4 Legislação ambiental A legislação ambiental define o impacto ambiental como sendo qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar 22 da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA, 1986). A suinocultura é considerada, pelos órgãos de fiscalização e proteção ambiental, uma atividade de grande potencial poluidor, devido ao elevado número de contaminantes contidos nos seus efluentes, cuja ação individual ou combinada, representa uma fonte potencial de contaminação e degradação do ar, dos recursos hídricos e do solo. Na produção de suínos, em função da alta concentração dos rebanhos, os dejetos podem exceder a capacidade de absorção dos ecossistemas locais, sendo causa potencial da poluição e dos problemas de saúde relacionados com matéria orgânica, nutrientes, odores e patógenos (PEREIRA et al., 2009). Neste contexto, a proteção ambiental no Brasil é conduzida por uma série de leis, decretos e portarias que relacionam o uso dos efluentes da produção animal como fonte de adubação e impõem limites para o lançamento destes em corpos de água. Destacam-se na produção animal as Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), particularmente a resolução 375 de 2006, que regulamenta a aplicação do efluente animal no solo quando este se encontra na forma de lodo (MIELE e KUNZ, 2007). Ainda, segundo os mesmos autores, a resolução 357 de março de 2005 (CONAMA, 2005), estabelece que o despejo de resíduos da produção animal não é permitido em rios de Classe 1, destinados ao abastecimento doméstico. Em rios de Classe 2 e 3, o despejo pode ser feito desde que tratado para obter os mesmos padrões qualitativos da água do rio, ou seja, permita a autodepuração. Esta resolução classifica as águas doces em cinco classes diferentes, em função dos usos a que se destinam. A tabela 3 apresenta os usos indicados em cada classe proposta pela referida resolução, e na tabela 4 são apresentados os valores limites (Valor máximo permitido - VMP) de variáveis físicas, químicas e microbiológicas que frequentemente se utilizam em programas de monitoramento ambiental que visam avaliar a qualidade das águas doces superficiais, como por exemplo, Costa et al. (2008) e Lobo et al. (2010). 23 Em relação aos metais pesados, a resolução 357 (Tabela 4) estabelece como valores máximos permissíveis para diferenciar as classes de uso 3 da 4 as seguintes concentrações: 0,01 mg L-1 para Cobre, 0,50 mg L-1 para Manganês e 5,00 mg L-1 para Zinco. Estas concentrações serão utilizadas como valores de referência para caracterizar os dejetos de suínos estudados. Todavia, a resolução 396 de 3 de abril de 2008 (Tabela 5), dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas, sendo que a classificação é efetuada com base nos usos preponderantes mais restritivos, como consumo humano, dessedentação de animais, irrigação e recreação, exceto para a Classe 4, da qual deve prevalecer o uso menos restritivo, como recreação de contato secundário. A tabela 5 apresenta os usos indicados em cada classe proposta pela referida resolução, e na tabela 6 são apresentados os valores limites (VMP – Valor Máximo Permitido) para os usos preponderantes, destacando os metais pesados cobre, manganês e zinco, cujas concentrações máximas permissíveis para classificar usos preponderantes, como por exemplo, consumo humano, correspondendo à Classe de Uso 3, serão utilizadas como valores de referência para caracterizar os dejetos de suínos. Tabela 3 - Classificação de águas doces em função dos usos (CONAMA, 2005). Classe Águas que podem ser destinadas Especial ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e, à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. 24 Classe 1 ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas. Classe 2 ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e à aqüicultura e à atividade de pesca. Classe 3 ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; à pesca amadora; à recreação de contato secundário; e à dessedentação de animais. Classe 4 à navegação; e à harmonia paisagística. Tabela 4 - Limites estabelecidos pela resolução no 357/2005 do CONAMA para a classificação das águas doces. Parâmetros Classe Classe Classe Classe 1 2 3 4 25 - Coliformes termotolerantes, NMP 100 mL-1 200 1000 1000a 2500b 4000c Demanda bioquímica de oxigênio, mg L-1 3,0 5,0 10,0 - Fosfato total, mg L-1 P (ambientes lóticos) 0,1 0,1 0,15 - Nitrato, mg L-1 NO3-N 10,0 10,0 10,0 Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (pH ≤ 7,5) 3,7 3,7 13,3 - Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (7,5 < pH ≤ 8,0) 2,0 2,0 5,6 - Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (8,0 < pH ≤ 8,5) 1,0 1,0 2,2 - Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (pH > 8,5) 0,5 0,5 1,0 - Oxigênio dissolvido, mg L-1 6,0 5,0 4,0 2,0 PH 6–9 6–9 6–9 Sólidos totais dissolvidos, mg L-1 500 500 500 6–9 - Turbidez, uT 40 100 100 - Observações: a – Valor Máximo Permitido (VMP) para dessedentação de animais criados confinados; b – VMP para recreação de contato secundário; c – VMP para outros usos. Tabela 5 - Classificação das águas subterrâneas através dos usos (CONAMA, 2008). Classe Especial Classificação e destino das águas subterrâneas Preservação de ecossistemas em unidades de conservação de proteção integral e as que contribuam diretamente para os trechos de corpos de Classe 1 água superficial enquadrados como classe especial. Águas subterrâneas sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que não exigem tratamento para quaisquer usos Classe 2 preponderantes devido as suas características hidrogeoquímicas naturais. Águas subterrâneas sem alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante devido as suas características hidrogeoquímicas naturais Tabela 5 - Continuação. Classe Classe 3 Classificação e destino das águas subterrâneas Águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, 26 dependendo do uso preponderante, devido as suas características Classe 4 hidrogeoquímicas naturais. Águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, e que somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o uso preponderante menos restritivo (como recreação de contato Classe 5 secundário). Águas subterrâneas que possam estar com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, destinadas a atividades que não tem requisitos de qualidade para uso. Tabela 6 - Parâmetros e seus respectivos limites – Valor Máximo Permitido (VMP) para os usos considerados preponderantes. Parâmetros Limite para os usos preponderantes da água Alcalinidade bicabornatos Alcalinidade carbonatos Alcalinidade hidróxidos Alumínio Cloro residual livre Coliformes termotolerantes Coliformes totais Cobre Ferro Fluoreto Manganês (VMP) 250 mg L-1 (*) 120 mg L-1 (*) Ausente (*) 0,2 mg L-1 0,2 - 2 mg L-1 Ausência em 100 mL Ausência em 100 mL 2,0 mg L-1 0,3 mg L-1 0,6 - 0,9 mg L-1 (**) 0,1 mg L-1 Tabela 6 - Continuação. Parâmetros Limite para os usos preponderantes da água Nitrato Nitrogênio amoniacal Ph Sódio Sulfato Sólidos totais dissolvidos Turbidez Zinco (VMP) 10 mg L-1 VMP 1,5 mg L-1 6,0 – 9,5 (recomendado) 200 mg L-1 250 mg L-1 1000 mg L-1 5 uT (1) 5,0 mg L-1 Portaria Nº 518, de 25 de março de 2004 – Norma de Qualidade da Água Para Consumo Humano – Ministério da Saúde – Brasil. (*) Norma Técnica Especial (NTA) sobre águas de consumo alimentar, aprovada pelo Decreto Estadual Nº 12.486, de 20 de outubro de 1978 – Estado de São Paulo – Brasil. 27 (**) Portaria Nº 10/99, de 16 de agosto de 1999 – Define teores de concentração do íon fluoreto nas águas para consumo humano fornecidas por Sistemas Públicos de Abastecimento – Secretaria de Estado da Saúde – Rio Grande do Sul – Brasil. Para emprego dos efluentes da suinocultura, torna-se essencial que fundamentalmente se julgue suas características físicas, químicas e microbiológicas, de forma que se possa instituir medidas apropriadas de proteção ambiental e a escolha de tecnologias apropriadas para a sua disposição no ambiente. A tecnologia a ser empregada deve visar maior eficiência no aproveitamento do resíduo e a minimização dos impactos negativos sobre o ambiente (PEREIRA et al., 2009). O tratamento de efluentes é bastante diversificado e envolve desde os processos preliminares até os terciários, sendo o primeiro deles decorrentes da retirada de sólidos grosseiros e o último à remoção de poluentes específicos ou de poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário (FAO, 2006). Alguns processos e sistemas de tratamento são utilizados com mais freqüência para a remoção de poluentes de resíduos orgânicos líquidos. A disposição no solo prestase principalmente à remoção de sólidos em suspensão, de matéria orgânica biodegradável, de patógenos e de elementos químicos nocivos como o nitrogênio (N) e o fósforo (P) (PALHARES, 2008). Desta forma, a combinação de fatores e possibilidades tem incitado inúmeras demandas junto aos órgãos competentes, no sentido de viabilizar soluções tecnológicas adequadas ao manejo e disposição dos resíduos, que sejam ao mesmo tempo compatíveis com as condições econômicas dos produtores, atendam às exigências legais e que possam ser de fácil operacionalização. Dada a importância do setor produtivo de suínos na geração de renda e emprego, a conseqüente influência na definição das regras para a atividade, e considerando também que não há legislação federal específica para coordenação das legislações estaduais, a expansão do setor tende a provocar agravamento ambiental decorrente dos problemas da inadequação da estocagem e utilização dos dejetos (PEREIRA et al., 2009). Em se tratando das legislações ambientais relacionadas à suinocultura, o Brasil apresenta uma história recente se comparado a outros países que possuem 28 um histórico mais antigo e que apresentam instrumentos legais testados e aprovados. Por exemplo, os países asiáticos se apresentam de forma organizada. Na Malásia a legislação foi criada em 1984, apresentando áreas específicas para produção de suínos, onde o controle da poluição é obrigatório; os suinocultores que não dispõem de área para disposição dos dejetos e/ou recursos para financiar o tratamento, são incentivados a enviar os dejetos para unidades centrais de tratamento. Na Nova Zelândia a legislação foi criada em 1990 possuindo desde então um guia de Boas Práticas para Produção animal. E em Taiwan os suinocultores são obrigados a tratar os resíduos a partir de determinações legais (PALHARES, 2009). Interessante é destacar a situação no Canadá, em especial a província de Manitoba, em função de inúmeros conflitos ambientais devido à elevada concentração suinícola. Preocupados com a situação, o governo canadense solicitou que uma Comissão Técnica elaborasse um relatório apontando ações para minimizar os conflitos. Uma das conclusões da Comissão (MCEC, 2007), após analisar as leis de licenciamento para suinocultura ao redor do mundo, foi que essas legislações têm em comum as seguintes diretrizes: • são determinadas as épocas do ano para aplicação dos dejetos no solo e é proibido o uso em algumas estações; • obrigatoriedade de licença para as instalações destinadas ao armazenamento e tratamento dos dejetos e para o manejo destes; • regulamentações para a capacidade de armazenamento de dejetos; • plano de manejo de nutrientes, devendo conter análises dos dejetos e dos solos, e aplicação dos dejetos baseada na quantidade de nitrogênio ou fósforo que pode ser absorvida pela cultura vegetal; • as práticas para a disposição dos dejetos são estipuladas (injeção ou incorporação), sendo a aplicação superficial proibida; • avaliação das áreas sensíveis e zonas vulneráveis da propriedade; • necessidade de outorga para o uso da água; • plano de monitoramento da qualidade da água; • proibição de descartar os dejetos em corpos d’água; 29 • presença de matas ciliares para proteção dos corpos d’água; • considerar as decisões e o plano de manejo elaborado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica; • controle da emissão de gases e odores; • uso de “cercas vivas” para diminuir o impacto dos odores; • uso de tecnologias nutricionais para diminuir a excreção de nutrientes; • controle da disposição das carcaças; • produtor tem que ter uma capacitação ambiental para obter a licença; • realizar audiências públicas e disponibilizar todas as informações do empreendimento para sociedade; • permissão municipal para grandes propriedades; • considerar os programas relacionados à sanidade animal e ao uso de antibióticos. Segundo Palhares (2009), a legislação brasileira prevê a autorização ambiental ou licenciamento ambiental; estabelece distâncias entre as instalações de suínos e de resíduos em relação a fontes, poços, estradas e residências; o tempo de armazenagem deve ser de 4 meses; descarga de efluentes em corpos d’água é permitida de acordo com padrões estipulados; sendo que a legislação é variável de acordo com o Estado. Estes aspectos coincidem com algumas diretrizes do relatório apresentado pela Comissão Técnica Canadense (MCEC, 2007), tais como o manejo dos dejetos e carcaças, o uso dos dejetos como adubo, o uso do solo e a outorga para o uso da água. Os trinta países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE impuseram grandes restrições nas suas legislações relacionadas ao manejo dos dejetos animais e emissão de gases por esses resíduos, sendo que uma conseqüência destas restrições seja a migração dessas produções para os países latinos e do leste asiático (OECD, 2004). A FAO (2006) constatou que a produção animal está movendo-se das áreas que apresentam elevadas restrições ambientais para áreas com menor exigência a fim de evitar o controle ambiental. 30 Portanto, a criação de animais geograficamente tem-se concentrado em áreas onde os custos de produção são baixos, a infra-estrutura e acesso aos mercados estão desenvolvidos e as legislações ambientais são menos restritivas. Naylor et al. (2005) alertam que o desafio ambiental para a criação de animais está nos países em desenvolvimento, devido as legislações pouco restritivas e os órgãos ambientais desestruturados, além de não existirem fundos de financiamento direcionados a mitigação dos problemas ambientais. 31 4 METODOLOGIA 4.1 Local e data A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2009 a janeiro de 2010, numa unidade produtora de suínos em Unidade de Terminação (UT), situada no município de Capitão, RS (Fig. 1). A unidade produtora se enquadra dentro do modelo padrão da Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda - COSUEL, para a terminação de suínos. 4.2 Características da granja A granja utilizada no experimento foi construída de acordo com um modelo padrão proposto por Oliveira (2004) e Daí Prá et al. (2005) para a terminação de suínos, e consistiu em galpão de 43,6 m de comprimento por 7,8 m de largura e pé direito de 3,0 m, com cobertura de telhas de barro. O galpão (Fig. 2) possuía um corredor central, onde estavam localizadas baias com dimensões de 3,2 m de largura por 3,0 m de profundidade com capacidade de alojamento para 12 suínos, dotadas de comedouro com 12 bocas e um bebedouro do tipo concha. Todas as baias estavam conectadas a dois canais internos para o recolhimento dos dejetos na forma líquida. Os dejetos foram armazenados nos canais e conduzidos por gravidade para uma caixa armazenadora medidora de volume (Fig. 3) para disposição final. Para o experimento, 250 suínos foram alojados na UT, pesando entre 25 a 100 quilos e seus dejetos recolhidos conforme mostrado a seguir: 32 Figura 1 - Mapa de localização da Unidade Produtora - UP de suínos no Município de Capitão, RS. 33 Figura 2 - Galpão com as baias de criação de suínos em confinamento. Figura 3 - Caixa armazenadora recebendo os dejetos de suínos. 34 4.3 Delineamento experimental e análise estatística Na unidade de terminação (UT), os suínos permaneceram aproximadamente 120 dias, em função das distintas fases de crescimento e conforme o tipo de ração ministrada. Desta forma, pode-se distinguir cinco fases: Inicial (Tempo 0, inicio do experimento), primeira (Tempo 1, 1º mês), segunda (Tempo 2, 2º mês), terceira (Tempo 3, 3º mês) e quarta (Tempo 4, 4° mês). O anexo 1 apresenta cópia dos rótulos das rações utilizadas nas distintas fases de crescimento (Lanche T, Tipo IT, Tipo IIT, Tipo IIIT e Tipo IVT), destacando a composição de metais pesados Cobre, manganês e zinco. No dia 27 de outubro de 2009 iniciou a fase de crescimento dos 250 suínos na UT, sendo que na fase inicial, Tempo 0 (T0), foi ministrada a ração para crescimento Lanche T, na segunda fase, Tempo 1 (T1) a ração de crescimento IT, na terceira fase, Tempo 2 (T2), a ração de crescimento IIT, na quarta fase, Tempo 3 (T3), a ração de crescimento IIIT, e na quinta fase, Tempo 4 (T4), a ração de crescimento IVT. A coleta de amostras ocorreu em triplicata para cada uma das fases de crescimento, conforme mostra a tabela 7, na calha posterior da UT que recolhe os resíduos produzidos pelos 250 suínos, antes de serem conduzidos à caixa armazenadora para disposição final (Fig. 3). No total, foram coletadas 15 amostras de resíduos de suínos, três para cada uma das distintas fases de crescimento. Todas as amostras foram armazenadas em garrafas pet, previamente esterilizadas, colocadas dentro de uma caixa de isopor com gelo, resfriadas a uma temperatura de mais ou menos 4 °C e enviadas à Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a análise laboratorial da presença de metais pesados. As cópias dos laudos se encontram no anexo B. A tabela oito apresenta as metodologias empregadas para a determinação dos metais pesados (APHA, 2005). 35 Tabela 7 - Fases de crescimento, tempos e datas de coleta das amostras de resíduos produzidos pelos 250 suíno na unidade de terminação. Fase de crescimento Tempo Data de Coleta Inicial T0 04/11/2009 Primeira T1 23/11/2009 Segunda T2 15/12/2009 Terceira T3 08/01/2010 Quarta T4 28/01/2010 Tabela 8 - Metodologia aplicada e limites de detecção para a determinação dos metais pesados (APHA, 2005). Parâmetro Cobre total - mg L-1 Manganês total - mg L-1 Zinco total - mg L-1 Metodologia Aplicada/Limite de detecção Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,004 mg L-1 Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,01 mg L-1 Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,02 mg L-1 A comparação da qualidade dos dejetos de suínos em relação à concentração de metais pesados foi feita utilizando as resoluções ambientais do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), particularmente a resolução 357 de março de 2005 (CONAMA, 2005) e a resolução 396 de abril de 2008 (CONAMA, 2008). No processamento da informação, empregou-se a estatística descritiva para a tabulação dos dados e sua ilustração gráfica, a exemplo dos histogramas para visualização e interpretação das medidas de tendência central e dispersão (CALLEGARI-JACQUES, 2006). 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 36 Os valores máximos permitidos pela legislação para os parâmetros avaliados, em especial as resoluções 396 do CONAMA, em relação aos usos preponderantes, como consumo humano, e a resolução 357 do CONAMA, em relação à Classe de uso 3 são apresentados na tabela 9. Tabela 9 - Valores máximos permitidos pela legislação para as resoluções 396 e 357 do CONAMA CONAMA 396 (mg L-1) 2,00 0,10 5,00 Parâmetro Cobre Manganês Zinco CONAMA 357 (mg L-1) 0,01 0,50 5,00 A Tabela 10 apresenta as determinações dos valores para os respectivos parâmetros analisados, em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a média e o desvio-padrão (D.P.). Conforme Pimentel Gomes (1985; 2002) o coeficiente de variação (C.V) é uma medida de dispersão empregada para estimar a precisão de experimentos e representa o desvio-padrão expresso como porcentagem da média. Quando há alta precisão da análise da amostra, ficando o C.V abaixo de 10 %, estima-se que não há variação significativa. Assim, de forma geral verificou-se que as amostras em triplicata apresentaram uma alta precisão, uma vez que os coeficientes de variação das médias ficaram todos abaixo de 10,0%, com exceção do manganês total na fase de crescimento com ração tipo III, sendo igual a 12,2%, mesmo assim, indicando uma alta precisão. As tabelas 11,12 e 13, por sua vez, apresentam os valores médios para cada parâmetro analisado nas amostras coletadas, nas distintas fases de crescimento (os desvios-padrão das médias não foram plotadas em função da alta precisão verificada nas mesmas), bem como a quantidade total de cada elemento que foi ministrado na respectiva fase, conforma consta na descrição do rótulo da ração oferecida. Os valores foram transformados utilizando ln (logaritmo natural). As figuras 4, 5 e 6, apresentam os histogramas das quantidades de cada parâmetro analisado, ingerido e excretado pelos suínos nas distintas fases de crescimento, em relação aos valores máximos permissível impostos pelas resoluções 396 e 357 do CONAMA. 37 Tabela 10 - Determinações dos valores para os respectivos parâmetros analisados, em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a média e o desvio-padrão (D.P.). Parâmetros (Lanche) Cobre total Manganês total Zinco total Coleta 1 8,8 2,8 13,0 Coleta 2 8,9 3,0 15,0 Coleta 3 9,3 2,9 14,0 Média 9,0 2,9 14,0 (D.P.) 0,3 0,1 1,0 Parâmetros (Tipo I) Cobre total Manganês total Zinco total Coleta 1 11,0 3,9 20,0 Coleta 2 11,0 4,1 21,0 Coleta 3 12,0 4,2 21,0 Média 11,3 4,1 20,7 (D.P.) 0,6 0,2 0,6 Parâmetros (Tipo II) Cobre total Manganês total Zinco total Coleta 1 8,3 2,8 14,0 Coleta 2 7,5 2,6 12,0 Coleta 3 7,8 2,7 13,0 Média 7,9 2,7 13,0 (D.P.) 0,4 0,1 1,0 Parâmetros (Tipo III) Cobre total Manganês total Zinco total Coleta 1 23,0 8,7 33,0 Coleta 2 27,0 11,0 37,0 Coleta 3 25,0 9,7 36,0 Média 25,0 9,8 35,3 (D.P.) 2,0 1,2 2,1 Parâmetros (Tipo IV) Cobre total Manganês total Zinco total Coleta 1 15,0 6,5 24,0 Coleta 2 15,0 6,0 23,0 Coleta 3 15,0 5,5 23,0 Média 15,0 6,0 23,3 (D.P.) 0,0 0,5 0,6 Tabela 11 - Valores médios para a concentração de cobre analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) Fase de crescimento Média da amostra T0 T1 T2 T3 T4 2,2 2,4 2,1 3,2 2,7 Quantidade total (rótulo da ração) 5,3 5,5 6,2 6,7 6,8 38 Tabela 12 - Valores médios para a concentração de manganês analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) Fase de crescimento Média da amostra T0 T1 T2 T3 T4 1,1 1,4 1,0 2,3 1,8 Quantidade total (rótulo da ração) 6,6 6,9 7,6 8,1 8,1 Tabela 13 - Valores médios para a concentração de zinco analisado nas amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln) Fase de crescimento Média da amostra T0 T1 T2 T3 T4 2,6 3,0 2,6 3,6 3,2 Quantidade total (rótulo da ração) 5,7 5,9 8,9 9,4 9,4 Figura 4 - Histograma referente às quantidades de cobre ingerido e excretado pelos suínos, em cada fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e 357. 39 Figura 5 - Histograma referente às quantidades de manganês ingerido e excretado pelos suínos, em cada fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e 357. Figura 6 - Histograma referente às quantidades de zinco ingerido e excretado pelos suínos, em cada fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e 357. 40 Os resultados mostram que dos três metais pesados constantes na formulação da ração oferecida às distintas fases de crescimento na Unidade de Terminação (UT), os dejetos de suínos, em cada uma das fases, apresentaram concentrações de cobre e manganês acima dos máximos permissíveis pelas resoluções 396 e 357. Indicando a possibilidade de ocorrência do impacto ambiental dos efluentes diretamente no solo, no lenço freático via percolação, ou nas águas superficiais de córregos. Em relação à resolução 396, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas, os resultados indicam que se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar o lençol freático, estas águas poderiam enquadrar-se na Classe de uso 3, correspondente a águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, como consumo humano, irrigação e recreação. Já com referência à resolução 357, que classifica as águas doces em cinco classes diferentes, em função dos usos a que se destinam, os resultados indicam que se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar corpos de águas doce superficiais, estas águas poderiam enquadrar-se na Classe de uso 4, que corresponde a uma água de má qualidade, destinada apenas à navegação e harmonia paisagística. É importante destacar que usos mais nobres, como abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional e irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, não seriam compatíveis com a qualidade deste corpo receptor em função das altas concentrações de metais pesados detectados. Com relação ao cobre, as rações fornecidas indicam uma concentração de 10 mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento (Anexo 1), valor que se ajusta aos níveis aceitos mundialmente, em torno de 6 - 10 mg kg-1 para todas as classes de suínos (NICOIAIEWSKY e PRATES, 1995). Estes autores reconhecem que a quantidade de cobre necessária ainda não foi bem definida, e que há um ganho de peso e eficiência alimentar se os níveis de cobre utilizados nas rações forem 41 maiores. Valores de até 250 mg kg-1demonstraram a sua eficácia na melhoria do desempenho dos animais. Porém, nestes níveis é necessária uma suplementação de outros elementos em quantidades maiores para o balanceamento nutricional da dieta, como ferro e zinco. Os resultados desta pesquisa, contudo, vem reforçar a necessidade de estudos detalhados visando compatibilizar as quantidade de cobre necessárias em cada fase de crescimento na UT e seu potencial impacto ambiental no corpo receptor. Em relação ao manganês, as rações fornecidas indicam uma concentração de 40 mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento (Anexo A), valor acima da faixa recomendada na literatura, de 2 a 10 mg kg-1 segundo Carson (1992). Contudo, conforme Nicolaiewsky e Prates (1995), as necessidades estão na ordem de 5 mg kg-1 para animais em crescimento e terminação e 20 mg kg-1 para fêmeas em gestação e lactação. Novamente, os resultados desta pesquisa vem reforçar a necessidade de estudos detalhados visando compatibilizar as quantidade de manganês necessárias em cada fase de crescimento na UT e seu potencial impacto ambiental no corpo receptor. De fato, autores como NRC (1998) estabelecem que as concentrações adequadas de manganês para as distintas fases de crescimento ainda não estão bem estabelecidas. Com relação ao zinco, as concentrações nos dejetos de suínos em cada uma das fases de crescimento apresentaram-se dentro dos valores máximos permissíveis pelas resoluções 396 e 357 do CONAMA (Fig. 6). As rações fornecidas indicam uma concentração de 150 mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento (ANEXO A), valor que se ajusta aos máximos descritos na literatura, destacando Carson (1992), que afirma que o provável valor tolerável de zinco nas rações é de 300 mg kg-1. Já, para NRC (1998), os teores de zinco requeridos pelos suínos são variáveis, desde 15 mg kg-1 para leitões, até 50 mg kg-1 para suínos em crescimento, sendo que para suínos em produção os níveis não são bem conhecidos (MATTIAS, 2006). A concentração constante na ração que foi ministrada, contudo, apresenta-se adequada uma vez que não houve comprometimento ambiental à luz das resoluções 396 e 357. 42 Cabe destacar, ainda, que com base na resolução CONAMA 420 de 28 de dezembro de 2009 (CONAMA, 2009), a qual dispõe sobre “Critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas”, os metais pesados cobre, manganês e zinco, em todas as fases de crescimento, apresentaram concentrações acima dos valores orientadores (VPs) para águas subterrâneas, 2,0 mg L-1, 0,4 mg L-1 e 1,0 mg L-1, respectivamente (tabelas, 11, 12 e 13). Os VPs são concentrações de substâncias químicas que fornecem orientações sobre a qualidade e as alterações do solo e da água subterrânea que foram estabelecidos com base em ensaios de fitotoxicidade ou em avaliação de risco ecológico. Estes resultados indicam a possibilidade de ocorrência de impacto ambiental se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar o lençol freático, de mesma forma como demonstrado a partir da análise feita com base na resolução CONAMA 396, que enquadra estas águas na Classe de uso 3, correspondente a águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, como consumo humano, irrigação e recreação. 43 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados indicaram que dos três metais pesados constantes na formulação da ração que foi oferecida nas distintas fases de crescimento, os dejetos de suínos em cada uma das fases apresentaram concentrações de cobre e manganês acima dos máximos permissíveis pelas resoluções 357 (CONAMA, 2005) e 396 (CONAMA, 2008), indicando o potencial impacto ambiental deste efluente no corpo receptor, seja diretamente no solo, no lenço freático ou nas águas superficiais de córregos. Com base na resolução 420 (CONAMA, 2009), os metais pesados cobre, manganês e zinco, em todas as fases de crescimento, apresentaram concentrações acima dos valores orientadores (VPs) para águas subterrâneas, indicando a possibilidade de ocorrência de impacto ambiental se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar o lençol freático. Desta forma, conforme a resolução, com vista à prevenção e controle da qualidade do solo, os empreendimentos que desenvolvem atividades com potencial de contaminação dos solos e águas subterrâneas, como a atividade suinícola objeto desta pesquisa, deveria implantar um programa de monitoramento da qualidade da do solo e das águas subterrâneas na área do empreendimento, e quando necessário, na sua área de influência direta e nas águas superficiais, correndo o risco de ser declarada Área Suspeita de Contaminação (AS) pelo órgão ambiental competente, se na área do empreendimento forem observados, após a realização de uma avaliação preliminar, indícios da presença de contaminação ou identificadas condições que possam representar perigo, ou mesmo Área Contaminada sob Intervenção (ACI), se na área do empreendimento for contatada a presença de substâncias químicas ou for comprovada, após investigação detalhada e avaliação de risco, a existência de risco à saúde humana, com todas as conseqüências legais cabíveis ao empreendimento. Neste contexto, em função do potencial impacto ambiental deste efluente no corpo receptor, sugere-se a discussão de uma diretriz que poderia ser incorporada na política ambiental brasileira, qual seja o estabelecimento de um plano de manejo de macro e micronutrientes e distribuição dos dejetos no solo. A exigência deste plano reduziria, significativamente, um dos maiores problemas ambientais da 44 suinocultura nacional que a caracteriza como uma fonte de poluição difusa. O plano possibilitaria o uso correto dos dejetos como adubo, diminuindo os riscos de eutrofização das águas superficiais, contaminação das águas subterrâneas, redução da contaminação dos solos e emissão de gases para atmosfera. 45 7 REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACSURS 2006. Desenvolvido pela Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.acsurs.com.br>. Acesso em: set. 2009. ANDRIGUETTO, J. M. et al. Nutrição animal: as bases e os fundamentos da nutrição animal. 4. ed. São Paulo: Ed. 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