1
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM
TECNOLOGIA AMBIENTAL
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GESTÃO E TECNOLOGIA AMBIENTAL
Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese
AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS
LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL
Santa Cruz do Sul, agosto de 2011
Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese
AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS
LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação – Mestrado em Tecnologia Ambiental, Área
de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental,
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em
Tecnologia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Eduardo Lobo Alcayaga
Santa Cruz do Sul, agosto de 2011
Tânia Maria Fiorentin Dall' Agnese
AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM DEJETOS
LÍQUIDO DE SUÍNOS, NO MUNICÍPIO DE CAPITÃO, RS, BRASIL
Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação – Mestrado em Tecnologia Ambiental, Área
de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental,
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em
Tecnologia Ambiental.
Dr. Eduardo Lobo Alcayaga
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC
Orientador
Dra. Lourdes Teresinha Kist
Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC
Dr. Noeli Joarez Ferla
Centro Universitário - UNIVATES
4
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a concentração de metais pesados em
dejetos de suínos, no município de Capitão, RS, Brasil, objetivando avaliar o
potencial impacto ambiental que esses resíduos apresentam quando dispostos no
corpo d’água receptor dos mesmos. A pesquisa foi realizada no período de outubro
de 2009 a janeiro de 2010, numa Unidade de Terminação (UT) com capacidade para
250 suínos, sendo que na fase inicial, Tempo 0, foi ministrada a ração para
crescimento Lanche T, na segunda fase, Tempo 1, a ração de crescimento IT, na
terceira fase, Tempo 2, a ração de crescimento IIT, na quarta fase, Tempo 3, a ração
de crescimento IIIT, e na quinta fase, Tempo 4, a ração de crescimento IVT,
destacando na composição das rações a utilização de metais pesados como cobre,
manganês e zinco. A coleta de amostras ocorreu em triplicata em cada uma das
fases de crescimento, sendo que as mesmas foram armazenadas em garrafas pet,
previamente esterilizadas, resfriadas a uma temperatura de 4 °C e enviadas à
Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a análise laboratorial. A avaliação
da qualidade dos dejetos de suínos em relação à concentração de metais pesados
foi feita utilizando as resoluções ambientais do Conselho Nacional do Meio Ambiente
- CONAMA (resolução 357 de março de 2005 e a resolução 396 de abril de 2008).
Os resultados indicaram que dos três metais pesados constantes na formulação da
ração que foi oferecida nas distintas fases de crescimento na UT, os dejetos de
suínos em cada uma das fases apresentaram concentrações de cobre e manganês
acima dos máximos permissíveis para as resoluções 396 do CONAMA, em relação
aos usos preponderantes, como consumo humano, igual a 2,00 mg L-1 e 0,10 mg L-1,
respectivamente, e a resolução 357 do CONAMA, em relação à Classe de uso 3,
igual a 0,01 mg L-1 e 0,50 mg L-1, respectivamente, indicando a possibilidade de
ocorrência do impacto ambiental dos efluentes diretamente no solo, no lenço freático
ou nas águas superficiais de córregos. Neste contexto, em função do potencial
impacto ambiental deste efluente no corpo receptor, sugere-se a discussão de uma
diretriz que poderia ser incorporada na política ambiental brasileira, qual seja o
estabelecimento de um plano de manejo de macro e micronutrientes e distribuição
dos dejetos no solo.
Palavras-chave: Suinocultura, metais pesados, dejetos suínos, potencial impacto
ambiental.
5
ABSTRACT
The main objective of this work was to determine the heavy metal
concentration in swine dejections, in a country property in the city of Capitão, in
Southern Brazil, aiming at evaluating the potential environmental impact that these
residues present when disposed in the body of water receptors of the same ones.
The research was carried through in the period of October 2009 to January 2010, in
a Unit of Termination (UT) with capacity for 250 pigs, considering that in the initial
phase, Time 0, it was given the food for growth Snack T, in the second phase, Time
1, the food for growth IT, in the third phase, Time 2, the food for growth IIT, in the
fourth phase, Time 3, the food for growth IIIT, and in the fifth phase, Time 4, the food
for growth IVT, emphasizing in the composition of the food the use of heavy metal
such as copper, manganese and zinc. The collection of samples occurred in three
copies in each one of the growth phases, considering that the same ones were
stored in pet bottles, previously sterilized, cooled to a temperature of 4 °C and sent to
the Federal University of Rio Grande do Sul for the laboratorial analysis. The
evaluation of the swine dejections quality in relation to the heavy metal concentration
was made using the environmental resolutions of the National Council for the
Environment (CONAMA), particularly the resolution 357 of March 2005 and the
resolution 396 of April 2008. The results indicated that from the three heavy metals
constant in the formulation of the food that was offered in the distinct phases of
growth in the UT, the swine dejections in each one of the phases presented
concentrations of copper and manganese over the permissible maximums for
resolutions 396 of CONAMA, in relation to the preponderant uses, as human
consumption, 2,00 mg L-1 and 0,10 mg L-1, respectively, and resolution 357 of
CONAMA, in relation to the Class of use 3, 0.01 mg L-1 and 0,50 mg L-1, respectively,
indicating the possibility of occurrence of environmental impact of effluent directly in
the soil, groundwater or superficial waters of streams. In this context, regarding the
potential environmental impact of this effluent in the receptive body, it is suggested a
discussion about a guideline that could be incorporated in the Brazilian
environmental politics, which is the establishment of a management plan of macro
and micronutrients and distribution of the dejections in the soil.
Keywords: Swine Culture, heavy metals, swine dejections, potential environmental
impact.
6
LISTA DE SIMBOLOS E ABREVIATURAS
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
Cu
Cobre
DP
Desvio Padrão
DNA
Ácido desoxirribonucléico
EMBRAPA
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
In
Logaritmo natural
Espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente
ICP OES
acoplado, do inglês Inductively Coupled Plasma Emission
Spectrometry
kg
Quilograma
mg
Miligrama
Mn
Manganês
RNA
Ácido ribonucléico
UT
Unidade de Terminação
VPM
Valores Máximos Permissíveis
Zn
Zinco
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa de localização da Unidade Produtora - UP de suínos no
Município de Capitão, RS.....................................................................................
Figura 2 - Galpão com as baias de criação de suínos em confinamento............
Figura 3 - Caixa armazenadora recebendo os dejetos de suínos........................
Figura 4 - Quantidades de cobre ingerido e excretado pelos suínos, em cada
30
31
31
fase de crescimento, e os valores máximos permissíveis das resoluções 396 e
357........................................................................................................................
Figura 5 - Quantidades de manganês ingerido e excretado pelos suínos, em
37
cada fase de crescimento, e os valores máximos permissíveis das resoluções
396 e 357.............................................................................................................
Figura 6 - Quantidades de zinco ingerido e excretado pelos suínos, em cada
37
fase de crescimento, e valores máximos permissíveis das resoluções 396 e
357........................................................................................................................
38
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Exemplos de funções enzimáticas, não-enzimáticas ou de interação
de metais, empregados na nutrição, com alguns processos metabólicos de
animais
................................................................................................................................
15
Tabela 2 - Função biológica e toxicidade para plantas e animais de alguns
metais pesados. As letras classificam a toxicidade como baixa (B), moderada
(M)
e
alta
(A)
................................................................................................................................
16
Tabela 3 - Classificação de águas doces em função dos usos
................................................................................................................................
22
Tabela 4 - Limites estabelecidos pela resolução no 357/2005 para a
classificação
das
águas
doces
................................................................................................................................
23
Tabela 5 - Classificação das águas subterrâneas através dos usos
................................................................................................................................
23
Tabela 6 - Parâmetros e seus respectivos limites (VMP) para os usos
considerados
preponderantes
................................................................................................................................
24
Tabela 7 - Fases de crescimento, tempos e datas de coleta das amostras de
resíduos produzidos pelos 250 suínos na Unidade de Terminação
................................................................................................................................
33
Tabela 8 - Metodologia aplicada e limites de detecção para a determinação dos
metais
pesados
................................................................................................................................
33
Tabela 9 - Valores máximos permitidos pela legislação para as resoluções 396
e 357 do CONAMA, considerando os usos acima especificados.
................................................................................................................................
34
Tabela 10 - Determinações dos valores para os respectivos parâmetros
analisados, em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a média e
o
desvio-padrão
(D.P.).
................................................................................................................................
35
9
Tabela 11 - Valores médios para a concentração de cobre analisado nas
amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também,
a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme
consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
................................................................................................................................
36
Tabela 12 - Valores médios para a concentração de manganês analisado nas
amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também,
a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme
consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
................................................................................................................................
36
Tabela 13 - Valores médios para a concentração de zinco analisado nas
amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também,
a quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme
consta no rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
................................................................................................................................
36
10
SUMÁRIO
3.2 Metais pesados na suinocultura: importância e problema dos dejetos................15
11
1 INTRODUÇÃO
A atividade suína é importante no desenvolvimento sócio-econômico do
estado do Rio Grande do Sul. Esse fato se deve tanto à representatividade da carne
como fonte de proteína animal como da demanda nas exportações da mesma, tanto
in natura como em forma de produtos derivados. Além disso, o número de empregos
gerados nas unidades de produção suína (indústria), ou na agricultura familiar,
contribui de modo direto e indireto para o fomento da atividade que demonstra
constante expansão.
Conforme dados recolhidos junto à Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - EMBRAPA (2008) o Brasil se destaca no cenário mundial como um
dos países que mais produz carne suína, especialmente para o mercado externo,
sendo responsável por 9% das exportações total. Somente na região sul se
concentra cerca de 51% do rebanho nacional. A cada ano que passa esse número
se eleva, pois mais pessoas se dedicam à atividade suinícola, devido à procura pela
carne e seus subprodutos, além da tecnologia que é colocada à disposição dos
produtores, facilitada pelos programas governamentais de acesso ao crédito e
suporte à criação. Os frigoríficos de abate suíno proporcionam constante
atendimento e monitoramento aos criadores e com isso a atividade passa a
representar um investimento de retorno garantido, uma vez que o mercado
consumidor se expande anualmente.
Desse modo, a atividade suinícola no contexto nacional reside não somente
na quantidade de produtores envolvidos, como também no volume de empregos
diretos e indiretos gerados, 2,5 milhões apenas na região sul. No entanto, essa
atividade tem se deparado com inúmeros problemas de infra-estrutura, a exemplo do
menor consumo in natura em relação aos embutidos de carne suína e, mais
recentemente, com os advindos da legislação ambiental, no sentido de proteger a
natureza, evitando que os dejetos dos suínos sejam usados de forma inadequada
nas propriedades rurais (EMBRAPA, 2008).
Tradicionalmente, a produção de suínos no Brasil era feita de modo
rudimentar até o início da década de 1950. A partir daquela década, ocorreu grande
mudança por conta da introdução da tecnologia acelerando o crescimento dos
12
animais. Por outro lado, a descoberta de novos antibióticos e as fontes inorgânicas
de minerais introduzidas na alimentação dos suínos colaboraram para a
transformação da mentalidade dos produtores rurais de suínos (GUIVANTE e
MIRANDA, 2004).
Os dejetos suínos, a partir de década de 1970, passaram a representar
enorme preocupação devido à grande quantidade com que foram produzidos e
lançados no solo sem os devidos cuidados, transformando-se em fonte poluidora
dos mananciais de água (OLIVEIRA, 2002; 2004).
Nesse contexto, não se pode deixar de focalizar os aspectos relativos ao
impacto ambiental, oriundo da atividade da suinocultura. A emissão de gases
nocivos à atmosfera, devido aos subprodutos do aviltamento dos dejetos e a
consequente contaminação dos ambientes, especialmente os lençóis d’água, devido
à emissão direta dos efluentes da produção nos rios, ou indireta, através do
processo físico de lavagem do solo pelas águas das fortes chuvas (lixiviação) têm se
constituído num dos maiores problemas a ser resolvido pelos suinocultores, de
modo a prosseguirem na sua atividade e a expandirem, além de conviver
pacificamente com o meio ambiente rural e urbano, sem prejudicá-los (DIESEL et
al., 2002).
Retorna-se ao problema ambiental, especificamente, à alimentação fornecida
aos suínos na fase de terminação, devido à composição básica e os eventuais
substitutos que a compõem. O impacto dos dejetos de suínos no meio ambiente,
diante da utilização de metais pesados na fórmula dos alimentos fornecidos a esses
animais, aliado à limitação que os suínos possuem em relação ao processo digestivo
e no aproveitamento dos alimentos, gera enorme volume de resíduos oriundo das
fezes e da urina (KONZEN, 1983).
Neste contexto, a presente pesquisa teve por objetivo principal determinar a
concentração de metais pesados em dejetos de suínos, em propriedade rural no
município de Capitão, RS, Brasil, objetivando avaliar o potencial impacto ambiental
que esses resíduos apresentam quando dispostos no corpo d’água receptor dos
mesmos.
13
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliação do impacto ambiental de teores de metais pesados em dejetos de
suínos, em propriedade rural no município de Capitão, RS, Brasil.
2.2 Objetivos específicos
•
Determinar a concentração de metais pesados em dejetos de suínos
presentes na unidade de terminação.
•
Comparar os teores de metais pesados encontrados nos dejetos de suínos
com valores de referência (padrões nacionais).
•
Avaliar o potencial impacto ambiental que esses resíduos apresentam quando
dispostos no corpo d’água receptor.
14
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 Importância da suinocultura
A China é hoje o maior produtor mundial de carne suína, produzindo em torno
de 43,2 milhões de toneladas (50,9% do total mundial). O Brasil é o único país da
América Latina incluído na lista dos 10 maiores produtores mundiais de carne suína,
sendo que esta colocação melhora a cada ano. Observa-se que a taxa de
crescimento da produção de suínos nos países desenvolvidos tem diminuído nos
últimos anos, em relação aos índices obtidos nos países em desenvolvimento.
Durante o período de 1995 a 2001, o crescimento na produção de carne suína no
Brasil foi de 55,9%, contra 28,1% na China, 9,1% na Comunidade Européia e 7,3%
nos Estados Unidos (ROPPA, 2002).
A suinocultura se constitui numa atividade importante do ponto de vista
econômico e social, uma vez que por meio dela muitas pessoas permanecem no
meio rural, além de ser um instrumento de geração de empregos diretos e indiretos
em toda a cadeia produtiva. O rebanho suíno nacional é estimado em 34 milhões de
cabeças, concentrando na região Sul cerca de 13 milhões de cabeças
representando, aproximadamente, 38% do rebanho nacional (ANUALPEC, 2002).
O rebanho suíno brasileiro tem a sua maior representação numérica,
econômica e tecnológica na região Sul. Seguem, pela ordem, as regiões Sudeste,
Centro Oeste, Nordeste e Norte. Tendo em vista o tamanho continental do Brasil e a
influência européia de criação de suínos, na região Sul se concentra a maior parte
das indústrias e, por conseqüência, uma tecnologia de ponta. As regiões Sudeste e
Centro Oeste também têm se destacado na suinocultura brasileira, haja visto os
grandes investimentos que estão sendo implantados em Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul, principalmente. A suinocultura presente nas regiões
Norte e Nordeste, que detém um rebanho grande, têm uma importância social e
econômica expressiva para os seus Estados (ACSURS, 2006).
15
3.2 Metais pesados na suinocultura: importância e problema dos dejetos
Os metais pesados são conceituados como substâncias tóxicas que não
podem ser destruídas sendo altamente reativas do ponto de vista químico, o que
explica a dificuldade de encontrá-los em estado puro na natureza. Normalmente eles
se apresentam em concentrações pequenas, associados a outros elementos
químicos (COSTA, et al., 2009). A partir do momento em que esses metais são
lançados na água como resíduos industriais podem ser absorvidos pelos tecidos
animais e vegetais. Desse modo, os metais pesados podem se acumular em todos
os organismos que constituem a cadeia alimentar do homem. A população residente
em locais próximos de indústrias ou incineradores correm maiores riscos de
contaminação.
A poluição dos solos através dos metais pesados consiste num aspecto que
se reflete tanto no ciclo geoquímico desses elementos, quanto na qualidade
ambiental. Nos últimos anos, a poluição do solo por esses elementos tem chamado
a atenção em nível mundial, pois passou a se constituir numa ameaça constante à
vida do planeta. Reconheceu-se em todas as nações que o problema causado pelos
metais pesados passou a representar sérios riscos à saúde humana e à qualidade
do meio ambiente (BORGES, 2007).
A ocorrência natural de metais pesados em solos depende, principalmente, do
material de origem sobre o qual o solo se formou e dos seus processos de
formação. Consequentemente, os teores de metais pesados em solos e sedimentos
dependem, basicamente, da composição e proporção dos componentes de sua fase
sólida (COSTA, et al., 2009).
No entanto, nem todos os metais pesados são prejudiciais ao homem. Alguns
desempenham funções nutricionais, como é o caso do zinco, magnésio, cobalto e
ferro, uma vez que a maioria dos organismos vivos só precisa de alguns poucos
metais e em doses pequenas, denominadas de micronutrientes, como é o caso dos
metais citados anteriormente. Porém, estes metais vêm a se tornar tóxicos e
perigosos
para
a
saúde
humana
quando
ultrapassarem
determinadas
16
concentrações-limite, não obedecendo aos critérios internacionais estipulados pela
Organização Mundial da Saúde - OMS (COSTA, et al., 2009).
Ainda, segundo os mesmos autores, o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o
cromo e o arsênio são metais que não existem naturalmente em nenhum organismo.
Tampouco
desempenham
funções
nutricionais
ou
bioquímicas
nos
microorganismos, plantas ou animais. Logo, a presença destes metais em
organismos vivos é prejudicial em qualquer concentração. A partir da descoberta da
metalurgia, a produção destes metais aumentou e seus efeitos tóxicos geraram
problemas de saúde permanentes, tanto para seres humanos como para o
ecossistema.
Metais pesados são importantes para a manutenção das funções fisiológicas
dos animais atuando diretamente no seu metabolismo. O cobre, por exemplo, é
primordial para o metabolismo do ferro e proteção de tecidos contra o estresse
oxidativo. O zinco, por sua vez, é um co-fator para mais de 300 metaloenzimas
(JONDREVILLE et al., 2003). A tabela 1 ilustra exemplos de funções de alguns
metais utilizados na nutrição animal, os quais desempenham a função de
catalisadores ou co-fatores em sistemas enzimáticos, participando de forma não
específica como íons metálicos ativadores de enzimas ou com alta especificidade na
formação de complexos, com sítios ativos específicos, chamados de metaloenzimas
(BOLAN et al., 2004).
Segundo Steinmetz (2007), uma grande quantidade de sais minerais é
adicionada à formulação da ração animal. Em se tratando da ração dos suínos,
ocorre a adição de sais que contêm Cu e Zn. O suíno apresenta baixa capacidade
de aproveitamento digestivo o que justifica a alta concentração desses metais na
sua alimentação.
Os dejetos suínos são compostos de fezes, urina, água não aproveitada pelos
animais nos bebedouros, restos de ração, pêlos, poeiras e outros materiais advindos
do processo criatório (KONZEN, 1983). Conforme Oliveira (1993), um suíno na fase
de terminação produz em média 7 a 8 L dia-1 de dejeto líquido, correspondendo a
uma faixa que varia de 0,21 a 0,24 m3 de dejetos por mês.
17
Tabela 1 - Exemplos de funções enzimáticas, não-enzimáticas ou de interação de
metais, empregados na nutrição, com alguns processos metabólicos de animais
(BOLAN et al., 2004).
Metal
Cobalto (Co)
Cromo (Cr)
Cobre (Cu)
Função/Interação
Não-enzimática: constituinte da cobalamina ou vitamina B12.
Não-enzimática: metabolismo de proteínas, glicose e lipídeos.
Enzimática: citocromo oxidase, oxidação da usina, pigmentação
da pele.
Ferro (Fé)
Não-enzimática: promotor de crescimento.
Enzimática: oxidação aeróbia de carboidratos, proteção contra
Manganês (Mn)
Molibdênio (Mo)
Níquel (Ni)
Zinco (Zn)
superóxido.
Enzimática: formação da uréia, metabolismo do piruvato.
Enzimática: metabolismo da purina, oxidação de sulfetos.
Não-enzimática: aumento da rígidez óssea.
Enzimática: formação de CO2, metabolismo de proteínas,
metabolismo de álcoois, dismutação de superóxido. Nãoenzimática: controle de eczemas.
Konzen (2001) destaca que o conteúdo dos dejetos suínos pode variar
conforme a diluição causada pelo maior ou menos uso da água de limpeza no
sistema de higienização. Exemplifica citando que os dejetos recolhidos em sistemas
de piso ripado com fossas apresentam um conteúdo de matéria seca que pode
variar entre 2,6% a 3,5%. Já em locais onde existe o manejo em lâmina d’água e
canaletas, a variação fica em torno de 1,7 a 2,6%.
Mattias et al. (2004) observam que a presença de metais pesados nos dejetos
de suínos decorre da alta concentração dos mesmos nas rações oferecidas aos
animais. Essa concentração excessiva é para compensar a baixa taxa de absorção
dos suínos. Nas unidades produtoras em grande quantidade, os dejetos são
lançados diretamente ao solo e quando este não consegue absorver o que necessita
desses metais eles atingem as camadas mais profundas, chegando aos lençóis
freáticos e promovendo o dano ambiental, representando um alto risco à saúde
humana e ao ecossistema.
3.3 Estudo de alguns metais pesados e sua toxicidade em dejetos de suínos
18
A toxicidade se constitui na capacidade de uma substância química produzir
um efeito nocivo quando interage com um organismo vivo (Tabela 2). A toxicidade
de uma substância depende da dose e/ou do sistema biológico de cada um. Nesse
sentido, a toxicidade dos metais pesados presentes na natureza, devido aos dejetos
suínos não serem tratados corretamente antes de serem lançados ao solo, têm
trazido problemas de ordem ambiental, afetando especialmente os sistemas
aquáticos superficiais e subsuperficiais (GUILHERME e MARCHI, 2009). Ainda, os
metais pesados permanecem no solo por muito tempo e se espalham para os
lençóis freáticos com muita rapidez, propiciando danos à natureza e ao homem,
quando bebe a água contaminada ou se alimenta com produtos que receberam
adubação contendo estes metais pesados.
Tabela 2 - Função biológica e toxicidade para plantas e animais de alguns metais
pesados. Toxicidade baixa (B), moderada (M) e alta (A). Adaptado de Guilherme e
Marchi (2009).
Função biológica e toxicidade para plantas e animais dos metais pesados
Elemento
Função biológica
Toxicidade relativa
Plantas
Mamíferos
Cu (cobre)
Ni (níquel)
Pb (chumbo)
Zn (zinco)
Essencial para todos os organismos
Cofator em enzimas redox e no
transporte de O2
Nenhuma conhecida em mamíferos.
Essencial para plantas. Encontrado
em enzima uréase.
Nenhuma conhecida
Essencial para todos os organismos.
Cofator em muitas enzimas.
M, A
M
M, A
M
M
A
B, M
B, M
A seguir, apresenta-se uma breve discussão de alguns metais pesados
importantes para esta pesquisa, em relação a sua presença nos dejetos de suínos.
3.3.1 Cobre (Cu)
19
O cobre tem sua importância reconhecida como parte importante na
composição da alimentação dos animais desde 1926, oportunidade em foi
demonstrado
que
esse
elemento
era
essencial
para
a
vida
dos
ratos
(ANDRIGUETTO et al., 1981). Esse metal destaca-se como essencial para a síntese
da hemoglobina, bem como síntese e ativação de muitas enzimas necessárias para
o metabolismo dos suínos, ajudando também na prevenção de anemia, pois a
deficiência desse elemento pode levar a uma baixa mobilização do ferro no
organismo (MATTIAS, 2006).
Inúmeras alterações bioquímicas e fisiológicas têm sido apresentadas com
base na deficiência do cobre. Uma das mais importantes consiste na diminuição da
mobilização do ferro, ocasionando a anemia no animal. Da mesma forma já há
casos comprovados da ocorrência de ruptura da aorta e hipertrofia cardíaca. Os
sintomas clínicos de deficiência de cobre se dão pela fraqueza, perda de apetite e
redução do crescimento dos suínos (ANDRIGUETTO et al., 1981).
Em termos numéricos, as quantidades de cobre adicionadas às rações são na
ordem de 6 mg kg-1 para leitões, sendo que nos demais estágios de crescimento as
quantidades são proporcionalmente superiores. A quantidade de cobre realmente
necessária ainda não foi bem definida, sendo aceito mundialmente que níveis em
torno de 6 - 10 mg kg-1 sejam suficientes para todas as classes de suínos.
Quantidades parecidas são propostas por Oliveira (2003). Porém, admite-se que há
um ganho de peso e eficiência alimentar se os níveis de cobre utilizados nas rações
forem maiores. Valores de até 250 mg kg-1 demonstraram a sua eficácia na melhoria
do desempenho dos animais, porém nestes níveis é necessária uma suplementação
de outros elementos em quantidades maiores para o balanceamento nutricional da
dieta, como ferro e zinco. Os indícios de toxidez se apresentam sob forma de atraso
no crescimento, anemia, úlceras no esôfago e partes do estômago e aumento da
sensibilidade em relação a infecções (ANDRIGUETTO, 1981; CARSON, 1992).
3.3.2 Manganês (Mn)
O manganês se constitui num elemento vital ao desenvolvimento dos animais,
sendo encontrado em pequenas quantidades na maioria dos tecidos e em diferentes
20
concentrações. Proporciona várias funções, é ativador de várias enzimas, entre as
quais se incluem a arginase, enolase, tiaminase e de enzimas essenciais no
metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas. O manganês também tem um
papel essencial na formação da matriz orgânica óssea (ANDRIGUETO, 1981; NRC,
1998; MATHIAS, 2006).
As quantidades requeridas de manganês pelos suínos são pequenas, na faixa
de 2 a 10 mg kg-1. As necessidades estão na ordem de 5 mg kg-1 para animais em
crescimento e terminação e 20 mg kg-1 para fêmeas em gestação e lactação, mas
alguns autores ainda não as consideram bem estabelecidas (CARSON, 1992;
NRC,1998).
De forma geral, a baixa taxa de sobrevivência de crias, a diminuição da taxa
de crescimento, a redução da fertilidade e abortos freqüentes e ainda a esterilização
de machos são indícios de deficiência de manganês, bem como o enfraquecimento
da
estrutura
óssea.
Porém
existem
afirmações
que
sustentam
que
as
suplementações na ordem de 50 mg kg-1 reduzem o crescimento e diminuem o
apetite de suínos jovens (ANDRIGUETTO, 1981; CARSON, 1992; NRC, 1998).
As dosagens elevadas como as do cobre e zinco não são comuns, embora
Apple et al. (2004) indicaram a suplementação de 320 a 350 mg kg -1 nas rações de
suínos em crescimento para a melhoria da qualidade da carne animal. Salientam
ainda que estes teores não afetam de forma adversa o desempenho nem a
composição de carcaça.
3.3.3 Zinco (Zn)
O zinco é um micronutriente constituinte de muitas metaloenzimas, incluindo
DNA e RNA, ou seja, substâncias químicas envolvidas na transmissão de caracteres
hereditários e na produção de proteínas, compostos que são os principais
constituintes dos seres vivos. Este metal possui, também, um papel importante no
metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas, a exemplo da vitamina
A, mantendo-a em concentrações normais no sangue. Também, se constitui num
componente específico da anidrase carbônica, que é uma enzima que atua no
21
equilíbrio ácido-básico do organismo e ainda no processo de calcificação
(ANDRIGUETTO 1981; MATTIAS, 2006).
A quantidade de zinco requerida pelo suíno é produzida por inúmeros fatores,
como a proporção de outros elementos na dieta, origem e forma de aplicação e,
ainda os níveis protéicos. Para National Research Council - NRC (1998), os teores
de zinco requeridos pelos suínos são variáveis, desde 15 mg kg-1 para leitões, até 50
mg kg-1 para suínos em crescimento, sendo que para suínos em produção os níveis
não são bem conhecidos (MATTIAS, 2006).
Caso a necessidade nutricional não seja atendida, acontece a deficiência,
sendo o principal a paraqueratose, que é um tipo de lesão que ocorre na epiderme.
Outros sintomas também se apresentam como a baixa taxa de crescimento, baixa
conversão alimentar e desenvolvimento retardado. Dietas deficientes de Zn na
gestação e lactação tendem a produzir leitões pequenos e com baixos níveis de Zn
nos tecidos (ANDRIGUETTO, 1981; NRC, 1998; MATTIAS, 2006).
Muito parecido com o que ocorre com o cobre, o zinco pode ser fornecido em
doses elevadas para surtir resultado farmacológico relacionado ao controle de
Escherichia coli em leitões, porém há discordância entre os valores sugeridos por
diversos autores. Teores entre 2.000 e 4.000 mg kg-1 tem sido utilizados, entretanto
a NRC (1998) considera que estes níveis de fornecimento estão acima dos
considerados seguros para os leitões, o que é endossado por Carson (1992), que
afirma que o provável máximo tolerável de zinco nas rações é de 300 mg kg-1, sendo
que níveis na ordem de 2.000 mg kg-1 podem causar redução do crescimento, artrite,
hemorragia intramuscular e gastrite (HAHN & BARER, 1992; MATHIAS, 2006).
3.4 Legislação ambiental
A legislação ambiental define o impacto ambiental como sendo qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente,
causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar
22
da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e
sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais (CONAMA,
1986).
A suinocultura é considerada, pelos órgãos de fiscalização e proteção
ambiental, uma atividade de grande potencial poluidor, devido ao elevado número de
contaminantes contidos nos seus efluentes, cuja ação individual ou combinada,
representa uma fonte potencial de contaminação e degradação do ar, dos recursos
hídricos e do solo. Na produção de suínos, em função da alta concentração dos
rebanhos, os dejetos podem exceder a capacidade de absorção dos ecossistemas
locais, sendo causa potencial da poluição e dos problemas de saúde relacionados
com matéria orgânica, nutrientes, odores e patógenos (PEREIRA et al., 2009).
Neste contexto, a proteção ambiental no Brasil é conduzida por uma série de
leis, decretos e portarias que relacionam o uso dos efluentes da produção animal
como fonte de adubação e impõem limites para o lançamento destes em corpos de
água. Destacam-se na produção animal as Resoluções do Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), particularmente a resolução 375 de 2006, que
regulamenta a aplicação do efluente animal no solo quando este se encontra na
forma de lodo (MIELE e KUNZ, 2007).
Ainda, segundo os mesmos autores, a resolução 357 de março de 2005
(CONAMA, 2005), estabelece que o despejo de resíduos da produção animal não é
permitido em rios de Classe 1, destinados ao abastecimento doméstico. Em rios de
Classe 2 e 3, o despejo pode ser feito desde que tratado para obter os mesmos
padrões qualitativos da água do rio, ou seja, permita a autodepuração. Esta
resolução classifica as águas doces em cinco classes diferentes, em função dos
usos a que se destinam. A tabela 3 apresenta os usos indicados em cada classe
proposta pela referida resolução, e na tabela 4 são apresentados os valores limites
(Valor máximo permitido - VMP) de variáveis físicas, químicas e microbiológicas que
frequentemente se utilizam em programas de monitoramento ambiental que visam
avaliar a qualidade das águas doces superficiais, como por exemplo, Costa et al.
(2008) e Lobo et al. (2010).
23
Em relação aos metais pesados, a resolução 357 (Tabela 4) estabelece como
valores máximos permissíveis para diferenciar as classes de uso 3 da 4 as seguintes
concentrações: 0,01 mg L-1 para Cobre, 0,50 mg L-1 para Manganês e 5,00 mg L-1
para Zinco. Estas concentrações serão utilizadas como valores de referência para
caracterizar os dejetos de suínos estudados.
Todavia, a resolução 396 de 3 de abril de 2008 (Tabela 5), dispõe sobre a
classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas,
sendo que a classificação é efetuada com base nos usos preponderantes mais
restritivos, como consumo humano, dessedentação de animais, irrigação e
recreação, exceto para a Classe 4, da qual deve prevalecer o uso menos restritivo,
como recreação de contato secundário.
A tabela 5 apresenta os usos indicados em cada classe proposta pela referida
resolução, e na tabela 6 são apresentados os valores limites (VMP – Valor Máximo
Permitido) para os usos preponderantes, destacando os metais pesados cobre,
manganês e zinco, cujas concentrações máximas permissíveis para classificar usos
preponderantes, como por exemplo, consumo humano, correspondendo à Classe de
Uso 3, serão utilizadas como valores de referência para caracterizar os dejetos de
suínos.
Tabela 3 - Classificação de águas doces em função dos usos (CONAMA, 2005).
Classe
Águas que podem ser destinadas
Especial
ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; e,
à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação
de proteção integral.
24
Classe 1
ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;
à proteção das comunidades aquáticas;
à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme
Resolução CONAMA no 274, de 2000;
à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se
desenvolvam rentes
ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e
à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Classe 2
ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional;
à proteção das comunidades aquáticas;
à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme
Resolução CONAMA no 274, de 2000;
à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos
de esporte e
lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e
à aqüicultura e à atividade de pesca.
Classe 3
ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional
ou avançado;
à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
à pesca amadora;
à recreação de contato secundário; e
à dessedentação de animais.
Classe 4
à navegação; e
à harmonia paisagística.
Tabela 4 - Limites estabelecidos pela resolução no 357/2005 do CONAMA para a
classificação das águas doces.
Parâmetros
Classe Classe Classe Classe
1
2
3
4
25
-
Coliformes termotolerantes, NMP 100 mL-1
200
1000
1000a
2500b
4000c
Demanda bioquímica de oxigênio, mg L-1
3,0
5,0
10,0
-
Fosfato total, mg L-1 P (ambientes lóticos)
0,1
0,1
0,15
-
Nitrato, mg L-1 NO3-N
10,0
10,0
10,0
Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (pH ≤ 7,5)
3,7
3,7
13,3
-
Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (7,5 < pH ≤ 8,0)
2,0
2,0
5,6
-
Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (8,0 < pH ≤ 8,5)
1,0
1,0
2,2
-
Nitrogênio amoniacal, mg L-1 NH3-N (pH > 8,5)
0,5
0,5
1,0
-
Oxigênio dissolvido, mg L-1
6,0
5,0
4,0
2,0
PH
6–9
6–9
6–9
Sólidos totais dissolvidos, mg L-1
500
500
500
6–9
-
Turbidez, uT
40
100
100
-
Observações: a – Valor Máximo Permitido (VMP) para dessedentação de animais criados confinados;
b – VMP para recreação de contato secundário; c – VMP para outros usos.
Tabela 5 - Classificação das águas subterrâneas através dos usos (CONAMA,
2008).
Classe
Especial
Classificação e destino das águas subterrâneas
Preservação de ecossistemas em unidades de conservação de proteção
integral e as que contribuam diretamente para os trechos de corpos de
Classe 1
água superficial enquadrados como classe especial.
Águas subterrâneas sem alteração de sua qualidade por atividades
antrópicas, e que não exigem tratamento para quaisquer usos
Classe 2
preponderantes devido as suas características hidrogeoquímicas naturais.
Águas subterrâneas sem alteração de sua qualidade por atividades
antrópicas, e que podem exigir tratamento adequado, dependendo do uso
preponderante devido as suas características hidrogeoquímicas naturais
Tabela 5 - Continuação.
Classe
Classe 3
Classificação e destino das águas subterrâneas
Águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades
antrópicas, para as quais não é necessário o tratamento em função
dessas alterações, mas que podem exigir tratamento adequado,
26
dependendo do uso preponderante, devido as suas características
Classe 4
hidrogeoquímicas naturais.
Águas subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades
antrópicas, e que somente possam ser utilizadas, sem tratamento, para o
uso preponderante menos restritivo (como recreação de contato
Classe 5
secundário).
Águas subterrâneas que possam estar com alteração de sua qualidade
por atividades antrópicas, destinadas a atividades que não tem requisitos
de qualidade para uso.
Tabela 6 - Parâmetros e seus respectivos limites – Valor Máximo Permitido (VMP)
para os usos considerados preponderantes.
Parâmetros
Limite para os usos preponderantes da água
Alcalinidade bicabornatos
Alcalinidade carbonatos
Alcalinidade hidróxidos
Alumínio
Cloro residual livre
Coliformes termotolerantes
Coliformes totais
Cobre
Ferro
Fluoreto
Manganês
(VMP)
250 mg L-1 (*)
120 mg L-1 (*)
Ausente (*)
0,2 mg L-1
0,2 - 2 mg L-1
Ausência em 100 mL
Ausência em 100 mL
2,0 mg L-1
0,3 mg L-1
0,6 - 0,9 mg L-1 (**)
0,1 mg L-1
Tabela 6 - Continuação.
Parâmetros
Limite para os usos preponderantes da água
Nitrato
Nitrogênio amoniacal
Ph
Sódio
Sulfato
Sólidos totais dissolvidos
Turbidez
Zinco
(VMP)
10 mg L-1
VMP 1,5 mg L-1
6,0 – 9,5 (recomendado)
200 mg L-1
250 mg L-1
1000 mg L-1
5 uT (1)
5,0 mg L-1
Portaria Nº 518, de 25 de março de 2004 – Norma de Qualidade da Água Para Consumo Humano –
Ministério da Saúde – Brasil.
(*) Norma Técnica Especial (NTA) sobre águas de consumo alimentar, aprovada pelo Decreto
Estadual Nº 12.486, de 20 de outubro de 1978 – Estado de São Paulo – Brasil.
27
(**) Portaria Nº 10/99, de 16 de agosto de 1999 – Define teores de concentração do íon fluoreto nas
águas para consumo humano fornecidas por Sistemas Públicos de Abastecimento – Secretaria de
Estado da Saúde – Rio Grande do Sul – Brasil.
Para emprego dos efluentes da suinocultura, torna-se essencial que
fundamentalmente se julgue suas características físicas, químicas e microbiológicas,
de forma que se possa instituir medidas apropriadas de proteção ambiental e a
escolha de tecnologias apropriadas para a sua disposição no ambiente. A tecnologia
a ser empregada deve visar maior eficiência no aproveitamento do resíduo e a
minimização dos impactos negativos sobre o ambiente (PEREIRA et al., 2009).
O tratamento de efluentes é bastante diversificado e envolve desde os
processos preliminares até os terciários, sendo o primeiro deles decorrentes da
retirada de sólidos grosseiros e o último à remoção de poluentes específicos ou de
poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário (FAO, 2006).
Alguns processos e sistemas de tratamento são utilizados com mais freqüência para
a remoção de poluentes de resíduos orgânicos líquidos. A disposição no solo prestase principalmente à remoção de sólidos em suspensão, de matéria orgânica
biodegradável, de patógenos e de elementos químicos nocivos como o nitrogênio
(N) e o fósforo (P) (PALHARES, 2008).
Desta forma, a combinação de fatores e possibilidades tem incitado inúmeras
demandas junto aos órgãos competentes, no sentido de viabilizar soluções
tecnológicas adequadas ao manejo e disposição dos resíduos, que sejam ao mesmo
tempo compatíveis com as condições econômicas dos produtores, atendam às
exigências legais e que possam ser de fácil operacionalização. Dada a importância
do setor produtivo de suínos na geração de renda e emprego, a conseqüente
influência na definição das regras para a atividade, e considerando também que não
há legislação federal específica para coordenação das legislações estaduais, a
expansão do setor tende a provocar agravamento ambiental decorrente dos
problemas da inadequação da estocagem e utilização dos dejetos (PEREIRA et al.,
2009).
Em se tratando das legislações ambientais relacionadas à suinocultura, o
Brasil apresenta uma história recente se comparado a outros países que possuem
28
um histórico mais antigo e que apresentam instrumentos legais testados e
aprovados. Por exemplo, os países asiáticos se apresentam de forma organizada.
Na Malásia a legislação foi criada em 1984, apresentando áreas específicas para
produção de suínos, onde o controle da poluição é obrigatório; os suinocultores que
não dispõem de área para disposição dos dejetos e/ou recursos para financiar o
tratamento, são incentivados a enviar os dejetos para unidades centrais de
tratamento. Na Nova Zelândia a legislação foi criada em 1990 possuindo desde
então um guia de Boas Práticas para Produção animal. E em Taiwan os
suinocultores são obrigados a tratar os resíduos a partir de determinações legais
(PALHARES, 2009).
Interessante é destacar a situação no Canadá, em especial a província de
Manitoba, em função de inúmeros conflitos ambientais devido à elevada
concentração suinícola. Preocupados com a situação, o governo canadense solicitou
que uma Comissão Técnica elaborasse um relatório apontando ações para
minimizar os conflitos. Uma das conclusões da Comissão (MCEC, 2007), após
analisar as leis de licenciamento para suinocultura ao redor do mundo, foi que essas
legislações têm em comum as seguintes diretrizes:
• são determinadas as épocas do ano para aplicação dos dejetos no solo e é
proibido o uso em algumas estações;
• obrigatoriedade de licença para as instalações destinadas ao armazenamento
e tratamento dos dejetos e para o manejo destes;
• regulamentações para a capacidade de armazenamento de dejetos;
• plano de manejo de nutrientes, devendo conter análises dos dejetos e dos
solos, e aplicação dos dejetos baseada na quantidade de nitrogênio ou
fósforo que pode ser absorvida pela cultura vegetal;
• as práticas para a disposição dos dejetos são estipuladas (injeção ou
incorporação), sendo a aplicação superficial proibida;
• avaliação das áreas sensíveis e zonas vulneráveis da propriedade;
• necessidade de outorga para o uso da água;
• plano de monitoramento da qualidade da água;
• proibição de descartar os dejetos em corpos d’água;
29
• presença de matas ciliares para proteção dos corpos d’água;
• considerar as decisões e o plano de manejo elaborado pelo Comitê da Bacia
Hidrográfica;
• controle da emissão de gases e odores;
• uso de “cercas vivas” para diminuir o impacto dos odores;
• uso de tecnologias nutricionais para diminuir a excreção de nutrientes;
• controle da disposição das carcaças;
• produtor tem que ter uma capacitação ambiental para obter a licença;
• realizar audiências públicas e disponibilizar todas as informações do
empreendimento para sociedade;
• permissão municipal para grandes propriedades;
• considerar os programas relacionados à sanidade animal e ao uso de
antibióticos.
Segundo Palhares (2009), a legislação brasileira prevê a autorização
ambiental ou licenciamento ambiental; estabelece distâncias entre as instalações de
suínos e de resíduos em relação a fontes, poços, estradas e residências; o tempo de
armazenagem deve ser de 4 meses; descarga de efluentes em corpos d’água é
permitida de acordo com padrões estipulados; sendo que a legislação é variável de
acordo com o Estado. Estes aspectos coincidem com algumas diretrizes do relatório
apresentado pela Comissão Técnica Canadense (MCEC, 2007), tais como o manejo
dos dejetos e carcaças, o uso dos dejetos como adubo, o uso do solo e a outorga
para o uso da água.
Os
trinta
países
membros
da
Organização
para
Cooperação
e
Desenvolvimento Econômico - OCDE impuseram grandes restrições nas suas
legislações relacionadas ao manejo dos dejetos animais e emissão de gases por
esses resíduos, sendo que uma conseqüência destas restrições seja a migração
dessas produções para os países latinos e do leste asiático (OECD, 2004). A FAO
(2006) constatou que a produção animal está movendo-se das áreas que
apresentam elevadas restrições ambientais para áreas com menor exigência a fim
de evitar o controle ambiental.
30
Portanto, a criação de animais geograficamente tem-se concentrado em áreas
onde os custos de produção são baixos, a infra-estrutura e acesso aos mercados
estão desenvolvidos e as legislações ambientais são menos restritivas. Naylor et al.
(2005) alertam que o desafio ambiental para a criação de animais está nos países
em desenvolvimento, devido as legislações pouco restritivas e os órgãos ambientais
desestruturados, além de não existirem fundos de financiamento direcionados a
mitigação dos problemas ambientais.
31
4 METODOLOGIA
4.1 Local e data
A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2009 a janeiro de 2010,
numa unidade produtora de suínos em Unidade de Terminação (UT), situada no
município de Capitão, RS (Fig. 1). A unidade produtora se enquadra dentro do
modelo padrão da Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda - COSUEL,
para a terminação de suínos.
4.2 Características da granja
A granja utilizada no experimento foi construída de acordo com um modelo
padrão proposto por Oliveira (2004) e Daí Prá et al. (2005) para a terminação de
suínos, e consistiu em galpão de 43,6 m de comprimento por 7,8 m de largura e pé
direito de 3,0 m, com cobertura de telhas de barro. O galpão (Fig. 2) possuía um
corredor central, onde estavam localizadas baias com dimensões de 3,2 m de
largura por 3,0 m de profundidade com capacidade de alojamento para 12 suínos,
dotadas de comedouro com 12 bocas e um bebedouro do tipo concha.
Todas as baias estavam conectadas a dois canais internos para o
recolhimento dos dejetos na forma líquida. Os dejetos foram armazenados nos
canais e conduzidos por gravidade para uma caixa armazenadora medidora de
volume (Fig. 3) para disposição final.
Para o experimento, 250 suínos foram alojados na UT, pesando entre 25 a
100 quilos e seus dejetos recolhidos conforme mostrado a seguir:
32
Figura 1 - Mapa de localização da Unidade Produtora - UP de suínos no Município de Capitão, RS.
33
Figura 2 - Galpão com as baias de criação de suínos em confinamento.
Figura 3 - Caixa armazenadora recebendo os dejetos de suínos.
34
4.3 Delineamento experimental e análise estatística
Na unidade de terminação (UT), os suínos permaneceram aproximadamente
120 dias, em função das distintas fases de crescimento e conforme o tipo de ração
ministrada. Desta forma, pode-se distinguir cinco fases: Inicial (Tempo 0, inicio do
experimento), primeira (Tempo 1, 1º mês), segunda (Tempo 2, 2º mês), terceira
(Tempo 3, 3º mês) e quarta (Tempo 4, 4° mês). O anexo 1 apresenta cópia dos
rótulos das rações utilizadas nas distintas fases de crescimento (Lanche T, Tipo IT,
Tipo IIT, Tipo IIIT e Tipo IVT), destacando a composição de metais pesados Cobre,
manganês e zinco.
No dia 27 de outubro de 2009 iniciou a fase de crescimento dos 250 suínos
na UT, sendo que na fase inicial, Tempo 0 (T0), foi ministrada a ração para
crescimento Lanche T, na segunda fase, Tempo 1 (T1) a ração de crescimento IT,
na terceira fase, Tempo 2 (T2), a ração de crescimento IIT, na quarta fase, Tempo 3
(T3), a ração de crescimento IIIT, e na quinta fase, Tempo 4 (T4), a ração de
crescimento IVT.
A coleta de amostras ocorreu em triplicata para cada uma das fases de
crescimento, conforme mostra a tabela 7, na calha posterior da UT que recolhe os
resíduos produzidos pelos 250 suínos, antes de serem conduzidos à caixa
armazenadora para disposição final (Fig. 3).
No total, foram coletadas 15 amostras de resíduos de suínos, três para cada
uma das distintas fases de crescimento. Todas as amostras foram armazenadas em
garrafas pet, previamente esterilizadas, colocadas dentro de uma caixa de isopor
com gelo, resfriadas a uma temperatura de mais ou menos 4 °C e enviadas à
Universidade Federal do Rio Grande do Sul para a análise laboratorial da presença
de metais pesados. As cópias dos laudos se encontram no anexo B. A tabela oito
apresenta as metodologias empregadas para a determinação dos metais pesados
(APHA, 2005).
35
Tabela 7 - Fases de crescimento, tempos e datas de coleta das amostras de
resíduos produzidos pelos 250 suíno na unidade de terminação.
Fase de crescimento
Tempo
Data de Coleta
Inicial
T0
04/11/2009
Primeira
T1
23/11/2009
Segunda
T2
15/12/2009
Terceira
T3
08/01/2010
Quarta
T4
28/01/2010
Tabela 8 - Metodologia aplicada e limites de detecção para a determinação dos
metais pesados (APHA, 2005).
Parâmetro
Cobre total - mg L-1
Manganês total - mg L-1
Zinco total - mg L-1
Metodologia Aplicada/Limite de detecção
Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,004 mg L-1
Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,01 mg L-1
Digestão úmida nítrico-perclórica/ICP-OES/ 0,02 mg L-1
A comparação da qualidade dos dejetos de suínos em relação à concentração
de metais pesados foi feita utilizando as resoluções ambientais do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), particularmente a resolução 357 de março
de 2005 (CONAMA, 2005) e a resolução 396 de abril de 2008 (CONAMA, 2008).
No processamento da informação, empregou-se a estatística descritiva para a
tabulação dos dados e sua ilustração gráfica, a exemplo dos histogramas para
visualização e interpretação das medidas de tendência central e dispersão
(CALLEGARI-JACQUES, 2006).
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
36
Os valores máximos permitidos pela legislação para os parâmetros avaliados,
em especial as resoluções 396 do CONAMA, em relação aos usos preponderantes,
como consumo humano, e a resolução 357 do CONAMA, em relação à Classe de
uso 3 são apresentados na tabela 9.
Tabela 9 - Valores máximos permitidos pela legislação para as resoluções 396 e 357
do CONAMA
CONAMA 396 (mg L-1)
2,00
0,10
5,00
Parâmetro
Cobre
Manganês
Zinco
CONAMA 357 (mg L-1)
0,01
0,50
5,00
A Tabela 10 apresenta as determinações dos valores para os respectivos
parâmetros analisados, em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a
média e o desvio-padrão (D.P.). Conforme Pimentel Gomes (1985; 2002) o
coeficiente de variação (C.V) é uma medida de dispersão empregada para estimar a
precisão
de
experimentos
e
representa
o
desvio-padrão
expresso
como
porcentagem da média. Quando há alta precisão da análise da amostra, ficando o
C.V abaixo de 10 %, estima-se que não há variação significativa. Assim, de forma
geral verificou-se que as amostras em triplicata apresentaram uma alta precisão,
uma vez que os coeficientes de variação das médias ficaram todos abaixo de 10,0%,
com exceção do manganês total na fase de crescimento com ração tipo III, sendo
igual a 12,2%, mesmo assim, indicando uma alta precisão.
As tabelas 11,12 e 13, por sua vez, apresentam os valores médios para cada
parâmetro analisado nas amostras coletadas, nas distintas fases de crescimento (os
desvios-padrão das médias não foram plotadas em função da alta precisão
verificada nas mesmas), bem como a quantidade total de cada elemento que foi
ministrado na respectiva fase, conforma consta na descrição do rótulo da ração
oferecida. Os valores foram transformados utilizando ln (logaritmo natural).
As figuras 4, 5 e 6, apresentam os histogramas das quantidades de cada
parâmetro analisado, ingerido e excretado pelos suínos nas distintas fases de
crescimento, em relação aos valores máximos permissível impostos pelas
resoluções 396 e 357 do CONAMA.
37
Tabela 10 - Determinações dos valores para os respectivos parâmetros analisados,
em mg L-1, nas distintas fases de crescimento, incluindo a média e o desvio-padrão
(D.P.).
Parâmetros (Lanche)
Cobre total
Manganês total
Zinco total
Coleta 1
8,8
2,8
13,0
Coleta 2
8,9
3,0
15,0
Coleta 3
9,3
2,9
14,0
Média
9,0
2,9
14,0
(D.P.)
0,3
0,1
1,0
Parâmetros (Tipo I)
Cobre total
Manganês total
Zinco total
Coleta 1
11,0
3,9
20,0
Coleta 2
11,0
4,1
21,0
Coleta 3
12,0
4,2
21,0
Média
11,3
4,1
20,7
(D.P.)
0,6
0,2
0,6
Parâmetros (Tipo II)
Cobre total
Manganês total
Zinco total
Coleta 1
8,3
2,8
14,0
Coleta 2
7,5
2,6
12,0
Coleta 3
7,8
2,7
13,0
Média
7,9
2,7
13,0
(D.P.)
0,4
0,1
1,0
Parâmetros (Tipo III)
Cobre total
Manganês total
Zinco total
Coleta 1
23,0
8,7
33,0
Coleta 2
27,0
11,0
37,0
Coleta 3
25,0
9,7
36,0
Média
25,0
9,8
35,3
(D.P.)
2,0
1,2
2,1
Parâmetros (Tipo IV)
Cobre total
Manganês total
Zinco total
Coleta 1
15,0
6,5
24,0
Coleta 2
15,0
6,0
23,0
Coleta 3
15,0
5,5
23,0
Média
15,0
6,0
23,3
(D.P.)
0,0
0,5
0,6
Tabela 11 - Valores médios para a concentração de cobre analisado nas amostras
coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade
total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da
ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
Fase de crescimento
Média da amostra
T0
T1
T2
T3
T4
2,2
2,4
2,1
3,2
2,7
Quantidade total
(rótulo da ração)
5,3
5,5
6,2
6,7
6,8
38
Tabela 12 - Valores médios para a concentração de manganês analisado nas
amostras coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a
quantidade total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no
rótulo da ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
Fase de crescimento
Média da amostra
T0
T1
T2
T3
T4
1,1
1,4
1,0
2,3
1,8
Quantidade total
(rótulo da ração)
6,6
6,9
7,6
8,1
8,1
Tabela 13 - Valores médios para a concentração de zinco analisado nas amostras
coletadas nas distintas fases de crescimento. Apresenta-se, também, a quantidade
total de cobre que foi ministrado na respectiva fase, conforme consta no rótulo da
ração oferecida (valores em mg L-1, transformados por ln)
Fase de crescimento
Média da amostra
T0
T1
T2
T3
T4
2,6
3,0
2,6
3,6
3,2
Quantidade total
(rótulo da ração)
5,7
5,9
8,9
9,4
9,4
Figura 4 - Histograma referente às quantidades de cobre ingerido e excretado pelos suínos, em cada
fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e 357.
39
Figura 5 - Histograma referente às quantidades de manganês ingerido e excretado pelos suínos, em
cada fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e
357.
Figura 6 - Histograma referente às quantidades de zinco ingerido e excretado pelos suínos, em cada
fase de crescimento, destacando os valores máximos permissíveis (VMP) das resoluções 396 e 357.
40
Os resultados mostram que dos três metais pesados constantes na
formulação da ração oferecida às distintas fases de crescimento na Unidade de
Terminação (UT), os dejetos de suínos, em cada uma das fases, apresentaram
concentrações de cobre e manganês acima dos máximos permissíveis pelas
resoluções 396 e 357. Indicando a possibilidade de ocorrência do impacto ambiental
dos efluentes diretamente no solo, no lenço freático via percolação, ou nas águas
superficiais de córregos.
Em relação à resolução 396, que dispõe sobre a classificação e diretrizes
ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas, os resultados indicam
que se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar o lençol freático,
estas águas poderiam enquadrar-se na Classe de uso 3, correspondente a águas
subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as
quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem
exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, como consumo
humano, irrigação e recreação.
Já com referência à resolução 357, que classifica as águas doces em cinco
classes diferentes, em função dos usos a que se destinam, os resultados indicam
que se eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar corpos de águas
doce superficiais, estas águas poderiam enquadrar-se na Classe de uso 4, que
corresponde a uma água de má qualidade, destinada apenas à navegação e
harmonia paisagística. É importante destacar que usos mais nobres, como
abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional e irrigação de
culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, não seriam compatíveis com a
qualidade deste corpo receptor em função das altas concentrações de metais
pesados detectados.
Com relação ao cobre, as rações fornecidas indicam uma concentração de 10
mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento (Anexo 1), valor que se ajusta aos
níveis aceitos mundialmente, em torno de 6 - 10 mg kg-1 para todas as classes de
suínos (NICOIAIEWSKY e PRATES, 1995). Estes autores reconhecem que a
quantidade de cobre necessária ainda não foi bem definida, e que há um ganho de
peso e eficiência alimentar se os níveis de cobre utilizados nas rações forem
41
maiores. Valores de até 250 mg kg-1demonstraram a sua eficácia na melhoria do
desempenho dos animais. Porém, nestes níveis é necessária uma suplementação
de outros elementos em quantidades maiores para o balanceamento nutricional da
dieta, como ferro e zinco. Os resultados desta pesquisa, contudo, vem reforçar a
necessidade de estudos detalhados visando compatibilizar as quantidade de cobre
necessárias em cada fase de crescimento na UT e seu potencial impacto ambiental
no corpo receptor.
Em relação ao manganês, as rações fornecidas indicam uma concentração de
40 mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento (Anexo A), valor acima da faixa
recomendada na literatura, de 2 a 10 mg kg-1 segundo Carson (1992). Contudo,
conforme Nicolaiewsky e Prates (1995), as necessidades estão na ordem de 5 mg
kg-1 para animais em crescimento e terminação e 20 mg kg-1 para fêmeas em
gestação e lactação. Novamente, os resultados desta pesquisa vem reforçar a
necessidade de estudos detalhados visando compatibilizar as quantidade de
manganês necessárias em cada fase de crescimento na UT e seu potencial impacto
ambiental no corpo receptor. De fato, autores como NRC (1998) estabelecem que as
concentrações adequadas de manganês para as distintas fases de crescimento
ainda não estão bem estabelecidas.
Com relação ao zinco, as concentrações nos dejetos de suínos em cada uma
das
fases
de
crescimento
apresentaram-se
dentro
dos
valores
máximos
permissíveis pelas resoluções 396 e 357 do CONAMA (Fig. 6). As rações fornecidas
indicam uma concentração de 150 mg kg-1 para cada uma das fases de crescimento
(ANEXO A), valor que se ajusta aos máximos descritos na literatura, destacando
Carson (1992), que afirma que o provável valor tolerável de zinco nas rações é de
300 mg kg-1. Já, para NRC (1998), os teores de zinco requeridos pelos suínos são
variáveis, desde 15 mg kg-1 para leitões, até 50 mg kg-1 para suínos em crescimento,
sendo que para suínos em produção os níveis não são bem conhecidos (MATTIAS,
2006). A concentração constante na ração que foi ministrada, contudo, apresenta-se
adequada uma vez que não houve comprometimento ambiental à luz das resoluções
396 e 357.
42
Cabe destacar, ainda, que com base na resolução CONAMA 420 de 28 de
dezembro de 2009 (CONAMA, 2009), a qual dispõe sobre “Critérios e valores
orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e
estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por
essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas”, os metais pesados
cobre, manganês e zinco, em todas as fases de crescimento, apresentaram
concentrações acima dos valores orientadores (VPs) para águas subterrâneas, 2,0
mg L-1, 0,4 mg L-1 e 1,0 mg L-1, respectivamente (tabelas, 11, 12 e 13). Os VPs são
concentrações de substâncias químicas que fornecem orientações sobre a
qualidade e as alterações do solo e da água subterrânea que foram estabelecidos
com base em ensaios de fitotoxicidade ou em avaliação de risco ecológico. Estes
resultados indicam a possibilidade de ocorrência de impacto ambiental se
eventualmente o efluente advindo da UT for contaminar o lençol freático, de mesma
forma como demonstrado a partir da análise feita com base na resolução CONAMA
396, que enquadra estas águas na Classe de uso 3, correspondente a águas
subterrâneas com alteração de sua qualidade por atividades antrópicas, para as
quais não é necessário o tratamento em função dessas alterações, mas que podem
exigir tratamento adequado, dependendo do uso preponderante, como consumo
humano, irrigação e recreação.
43
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados indicaram que dos três metais pesados constantes na
formulação da ração que foi oferecida nas distintas fases de crescimento, os dejetos
de suínos em cada uma das fases apresentaram concentrações de cobre e
manganês acima dos máximos permissíveis pelas resoluções 357 (CONAMA, 2005)
e 396 (CONAMA, 2008), indicando o potencial impacto ambiental deste efluente no
corpo receptor, seja diretamente no solo, no lenço freático ou nas águas superficiais
de córregos.
Com base na resolução 420 (CONAMA, 2009), os metais pesados cobre,
manganês e zinco, em todas as fases de crescimento, apresentaram concentrações
acima dos valores orientadores (VPs) para águas subterrâneas, indicando a
possibilidade de ocorrência de impacto ambiental se eventualmente o efluente
advindo da UT for contaminar o lençol freático. Desta forma, conforme a resolução,
com vista à prevenção e controle da qualidade do solo, os empreendimentos que
desenvolvem atividades com potencial de contaminação dos solos e águas
subterrâneas, como a atividade suinícola objeto desta pesquisa, deveria implantar
um programa de monitoramento da qualidade da do solo e das águas subterrâneas
na área do empreendimento, e quando necessário, na sua área de influência direta e
nas águas superficiais, correndo o risco de ser declarada Área Suspeita de
Contaminação
(AS)
pelo
órgão
ambiental
competente,
se
na
área
do
empreendimento forem observados, após a realização de uma avaliação preliminar,
indícios da presença de contaminação ou identificadas condições que possam
representar perigo, ou mesmo Área Contaminada sob Intervenção (ACI), se na área
do empreendimento for contatada a presença de substâncias químicas ou for
comprovada, após investigação detalhada e avaliação de risco, a existência de risco
à saúde humana, com todas as conseqüências legais cabíveis ao empreendimento.
Neste contexto, em função do potencial impacto ambiental deste efluente no
corpo receptor, sugere-se a discussão de uma diretriz que poderia ser incorporada
na política ambiental brasileira, qual seja o estabelecimento de um plano de manejo
de macro e micronutrientes e distribuição dos dejetos no solo. A exigência deste
plano reduziria, significativamente, um dos maiores problemas ambientais da
44
suinocultura nacional que a caracteriza como uma fonte de poluição difusa. O plano
possibilitaria o uso correto dos dejetos como adubo, diminuindo os riscos de
eutrofização das águas superficiais, contaminação das águas subterrâneas, redução
da contaminação dos solos e emissão de gases para atmosfera.
45
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Cruz do Sul, 2008.
ANEXO A - Rótulos das rações utilizadas nas distintas fases de crescimento
(Lanche T, Tipo IT, IIT, IIIT e IVT).
50
51
52
53
54
ANEXO B - Laudos de análises nas distintas fases de crescimento (lanche T, tipo IT,
IIT, IIIT e IVT).
55
56
57
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Dissertação Tânia Maria Fiorentin Dall`Agnese