O JOGO MUDOU.
MAS VOCÊ
ESCREVEU
AS REGRAS.
Projetados a partir de sugestões de nossos clientes, a John Deere
tem o orgulho de apresentar os mais resistentes e mais produtivos
equipamentos que já oferecemos ao mercado: nossa nova Série M
de Harvesters e Feller Bunchers de esteira. Só de olhar, você já
percebe a diferença. Na verdade, nossos equipamentos só estão
esperando para demonstrar sua força.
É muito bom poder opinar sobre os produtos, pois somos
nós quem passamos nossa vida nesses equipamentos.
Essas máquinas representam exatamente o que precisamos
e pedimos para desenvolverem.
Mark Maenpaa
K&M Logging, Inc., Thunder Bay / Ontario - EUA
B. FOREST
2
EXPEDIENTE
EXPEDIENTE
Indíce
04
EDITORIAL - Sinal Vermelho
77
FOTOS
07
ENTREVISTA - Luis Antônio Künzel
78
VÍDEOS
3
B. FOREST
“O Brasil pode não estar
bem, mas em níveis
globais, o setor de
celulose vive um período
bastante favorável”
Diretor geral da Lwarcel Celulose
14
INCÊNDIO - Apagando o Fogo!
28
COLHEITA - Tecnologia em Prol da Qualidade
42
BIOMASSA - Manutenção Necessária
52
FÓRUM - Fórum de Sustentabilidade e Governança
56
CONGRESSO - XIV World Forestry Congress
60
MERCADO - Análise Mercadológica
68
MOMENTO EMPRESARIAL - Scorpion Tour
72
NOTAS
80
AGENDA
Luis Antônio Künzel
Foto: Divulgação
B. FOREST
4
EXPEDIENTE
EDITORIAL
Sinal Vermelho
Em momentos de tempo seco e baixa umidade do ar, aumenta a incidência dos
incêndios florestais, assim como a intensidade com que eles acontecem e a facilidade
de propagação. Geralmente, no Brasil, isso acontece entre os meses julho e setembro.
Já existem no mercado diversas tecnologias para combater e controlar as queimadas
nas florestas, mas a empregabilidade delas varia de acordo com a região e a intensidade
das chamas. Na matéria principal desta edição confira as principais causas e formas de
detecção, combate e controle dos incêndios florestais.
Outro assunto em destaque é a ergonomia. Empresários e fabricantes identificaram a
importância de proporcionar conforto e qualidade para o trabalho do operador florestal.
Conheça a opinião de profissionais sobre o assunto e as tecnologias disponíveis. Saiba
também a importância de realizar a manutenção de picadores e trituradores de madeira
e como essa operação tem sido feita.
O entrevistado da edição é Luis Antônio Künzel, diretor geral da Lwarcel Celulose.
Ele conta sobre a carreira, os novos investimentos de expansão da Lwarcel e avalia o
mercado de celulose e papel. Não perca!
EXPEDIENTE
5
B. FOREST
Expediente:
Diretor Geral: Dr. Jorge R. Malinovski
Diretor de Negócios: Dr. Rafael A. Malinovski
Editora: Giovana Massetto
Jornalista: Amanda Scandelari
Designer Responsável: Vinícius Vilela
Financeiro: Jaqueline Mulik
Conselho Técnico:
Aires Galhardo (Diretor Florestal da Fibria), Antonio Solano Junior (Gerente de vendas
para América do Norte e do Sul da Caterpillar), César Augusto Graeser (Diretor de Operações Florestais da Suzano), Edson Tadeu Iede (Chefe Geral da Embrapa Florestas),
Germano Aguiar (Diretor Florestal da Eldorado Brasil), José Totti (Diretor Florestal da
Klabin), Lonard dos Santos (Diretor de Vendas da Komatsu Forest), Mário Sant’Anna Junior (Diretor Executivo Floretal da Gerdau), Rodrigo Junqueira (Gerente de Vendas da
John Deere Florestal), Sergio da Silveira Borenstain (Diretor Florestal da Veracel), Teemu
Raitis (Diretor da Ponsse Latin America).
Saudações florestais!
B.Forest - A Revista 100% Eletrônica do Setor Florestal
Edição 12 - Ano 02 - N° 09 - Setembro 2015
Foto de Capa: Caterpillar
Malinovski Florestal
+55 (41) 3049-7888
Rua Prefeito Angelo Lopes, 1860 - Hugo Lange - Curitiba (PR) – CEP:80040-252
www.malinovski.com.br / [email protected]
© 2015 Malinovski Florestal. Todos os Direitos Reservados.
6
EXPEDIENTE
ENTREVISTA
7
B. FOREST
Foto: Divulgação
B. FOREST
B. FOREST
8
ENTREVISTA
ENTREVISTA
Crescimento Promissor
Luis Antônio Künzel
Diretor Geral da Lwarcel Celulose
Luis Antônio Künzel iniciou a vida acadê-
inclusive, a trabalhar como projetista. Mas
mica na engenharia mecânica, mas quan-
depois de alguns colegas me apresentaram
do apresentado ao setor florestal percebeu
o setor florestal, me encantei e nem cheguei
que esse era o caminho que queria seguir.
a terminar engenharia mecânica. Antes
Apaixonado pela área, tem mais de 30 anos
mesmo de entrar na universidade comecei
de experiência em planejamento, logística e
a trabalhar em uma consultoria florestal, o
gerência florestal. Atualmente, Künzel é dire-
que influenciou ainda mais na mudança
tor geral da Lwarcel Celulose e está afrente
da minha carreira. Me formei engenheiro
da maior expansão anunciada pela empresa.
florestal pela UFPR (Universidade Federal do
Com um investimento de R$ 3,5 bilhões, a
Paraná) e trabalho há mais de 30 anos nessa
Lwarcel produzirá um milhão de toneladas
área.
9
B. FOREST
“Investiremos cerca
de R$ 3,5 bilhões,
sendo que R$ 3
bilhões serão na
área industrial”
Luis Antônio Künzel
de celulose por ano, ante as 250 mil toneladas produzidas atualmente. Confira a en-
Já trabalhou em várias áreas do setor
trevista exclusiva em que Künzel fala sobre
florestal e ocupou diversos cargos. Que
carreira, o setor de celulose e papel e os in-
experiências você adquiriu nessa trajetória?
vestimentos da Lwarcel.
A maior parte da minha carreira foi em
planejamento e controle, mas atuei também
Como começou sua ligação com o setor
em áreas operacionais, de logística, gerência
florestal?
e atualmente sou diretor geral da Lwarcel
Minha vida profissional começou na
Celulose. Com isso, tive o privilégio de
engenharia, mas não na florestal. Comecei
conhecer a cadeia completa do negócio
a cursar mecânica, na UTFPR (Universidade
de celulose. A Lwarcel me proporcionou
Tecnológica Federal do Paraná), e cheguei,
a oportunidade de colocar em prática os
Foto: Divulgação
B. FOREST 10
INCÊNDIO
ENTREVISTA
“A instabilidade pontual que o Brasil
vive pode influenciar, retardar e criar
alguma dificuldade, mas nossos planos
de investimento são maiores que a crise
temporária”
11 B. FOREST
temporária. O Brasil pode não estar bem,
o que nos permite fazer a encomenda dos
mas em níveis globais, o setor de celulose
equipamentos.
vive um período bastante favorável.
Cada fase está sendo vencida a seu
tempo e agora entramos em um momento
Com esse investimento a empresa passará a
chave: a estruturação financeira do projeto.
produzir 1 milhão de toneladas de celulose
Ela caminha em duas vertentes, uma é
por ano. Qual é o planejamento florestal
voltada para as dívidas, na qual os recursos
necessário para suprir a fábrica?
são adquiridos por empréstimos. A outra é
Investiremos cerca de R$ 3,5 bilhões,
por aporte de capital, que será proveniente
conhecimentos adquiridos durante a carreira.
uma estagnação e pausa nos investimentos.
sendo que R$ 3 bilhões serão destinados à
tanto de acionistas já existentes como de
Tive autonomia para implementar técnicas
No entanto, a Lwarcel Celulose anunciou
área industrial. Para suprir a fábrica também
novos. Enquanto esta etapa ainda não
que otimizaram a produtividade e os recursos
em junho um grande investimento em
teremos que ampliar a área florestal. Para
estiver concluída, não podemos começar
da região, que são interessantes e favoráveis
Lençóis Paulista. Como a empresa trabalha
produzir um 1 de toneladas ao ano é preciso
efetivamente a construir a fábrica.
ao cultivo de eucalipto. Essa oportunidade
para superar a instabilidade econômica do
de 80 mil ha de florestas plantadas, desse
A expectativa é que até o segundo
fez com que pudéssemos conquistar uma
país?
total, até o final de 2015, já chegaremos
semestre do ano que vem a situação
das maiores produtividades de madeira por
A decisão de fazer investimentos é
próximos aos 60 mil ha. Nesta etapa, a maior
financeira já esteja bem estruturada para
hectare. Hoje, colhemos em média 55 m³
muito relevante, afinal estamos falando
parte do caminho já foi percorrido, mas
podermos começar a construção. Com a
por ha/ano. Alta produtividade aliada a boa
de um montante expressivo, e isso não é
ainda falta muita coisa.
Pedra Fundamental inaugurada em 2016, a
infraestrutura da região, topografia suave
decidido da noite para o dia. Essa decisão foi
e estradas de qualidade faz com que nós
embasada em um processo de construção
Quais foram os passos dados até o momento
tenhamos custos bastante competitivos.
e conceitos de projetos. Trabalhamos
e quais serão os próximos?
fábrica deve entrar em funcionamento até
2019.
Para resumir, acredito que a principal
em longo prazo e não é uma condição
A expansão foi anunciada este ano, no
A Lwarcel não é a única fábrica de celulose
experiência foi ter a chance de colocar em
momentânea que definirá a totalidade do
entanto, já estamos trabalhando nela há mais
que anunciou investimentos e aumento na
prática todo o meu conhecimento adquirido
investimento. A instabilidade pontual que o
de 6 anos com as etapas mais burocráticas.
produção. Quais fatores de competitividade
ao longo da carreira.
Brasil vive pode influenciar, retardar e criar
Em 2012, as licenças ambientais foram
diferenciam a Lwarcel das outras empresas
alguma dificuldade, mas nossos planos
concluídas e em 2014 fizemos a engenharia
do setor?
de investimento são maiores que a crise
básica e todo o detalhamento da fábrica,
Em momentos de instabilidade a tendência é
O primeiro conceito é que a Lwarcel
B. FOREST
12
ENTREVISTA
está no lugar certo. Comparando aos
O Brasil é referência na produção de
concorrentes brasileiros, somos bastante
celulose e papel. No que o país avançou e o
competitivos.
que ainda precisa ser feito?
Nossas
tecnologias
são
semelhantes às grandes produtoras de
O Brasil é bastante desenvolvido quando
celulose, nosso produto é de qualidade e
o assunto é produção de celulose e papel. As
temos características que nos favorecem:
fábricas são modernas e com tecnologia de
nossa infraestrutura é boa; estamos no
ponta. Um quesito que pode ser melhorado
coração do Estado de São Paulo, uma
é a produtividade florestal. Mesmo ela sendo
região favorável ao plantio de eucalipto;
alta ou tendo alguns com pontos bastante
temos boas rodovias; fácil acesso ao porto
desenvolvidos, na média nem todos têm
de Santos, o que facilita a exportação (foco
boa produtividade.
da nossa expansão). Além disto, temos uma
produtividade florestal excelente e uma
Além de diretor geral da Lwarcel, é
distância de transporte de madeira baixa. O
conselheiro da Ibá. De que forma acredita
projeto mostra que, em nossa expansão, o
que as associações contribuem para o
raio médio de transporte vai ficar abaixo de
desenvolvimento do setor florestal?
100 km, o que é uma distância pequena.
A criação da Ibá fortaleceu o setor de
O diferencial do nosso projeto, é que,
forma geral. Pudemos perceber que toda a
embora em uma escala menor, temos
indústria de base florestal passou a ser mais
o mesmo nível de competitividade das
ouvida pelo governo. A representatividade do
grandes empresas. As grandes fábricas têm
setor ficou mais evidente e relevante. Desde
vantagens no aspecto industrial. No entanto,
então, o segmento está mais presente em
o aumento da escala acaba aumentando
todas as instâncias do governo e também
também o custo. Por exemplo, áreas maiores
de forma internacional. A representatividade
de plantio apresentam distâncias maiores
aumenta a interface com outras associações
do projeto, o que aumenta o gasto com
internacionais e isso agrega valor nas áreas
transporte e o custo da madeira.
de desenvolvimento.
B. FOREST
14
INCÊNDIO
COLHEITA
COLHEITA
15 B. FOREST
Apagando o fogo!
Em certas épocas do ano, a incidência de incêndios florestais é maior, por esse motivo é
importante saber as causas, formas de prevenir, identificar e combater o fogo. Tecnologias
para todas estas etapas já existem, mas infelizmente, a maioria ainda é pouco utilizada no
Brasil.
Foto: Divulgação / Working on Fire
B. FOREST
D
16
INCÊNDIO
COLHEITA
e maneira geral, o inverno bra-
cos de incêndio o mais rápido possível
sileiro é a época mais seca do
para que eles não se alastrem e tenham
ano. Entre os meses de julho e
consequências catastróficas. Quatro mé-
setembro, o volume de precipitação e a
todos podem ser utilizados para detecção
umidade relativa do ar são baixos, o que
do início do fogo:
aumenta a ocorrência de incêndios, prin-
• Sistemas baseados em informações de
cipalmente, os florestais. Apontam-se
satélite que avaliam a alteração da tempe-
oito como as principais causas das quei-
ratura das áreas e imagens;
madas no Brasil: raios, incendiários, quei-
• Sistemas baseados sensoriamento re-
mas para limpeza, fumantes, operações
moto, no qual sensores terrestres fazem a
florestais, fogos de recreação, estradas de
detecção de calor, ruídos e técnicas espe-
ferro e outros diversos fatores. Alexandre
cíficas para identificar o fogo. Esses sen-
França Tetto, especialista em prevenção
sores ficam posicionados em pontos es-
e combate a incêndios florestais, mestre
tratégicos no meio ou entorno da floresta.
e doutor em conservação da natureza e
Mas essa tecnologia ainda é incipiente;
professor do curso de engenharia florestal
• Outras tecnologias, como infraverme-
da Universidade Federal do Paraná, expli-
lho, espectrômetro, radar, LIDAR (sigla
ca que essas causas variam bastante - es-
para sensoriamento remoto com laser),
• Disponibilidade 24/7
pacial e temporalmente - de acordo com
etc;
as características da região e do relevo.
• Sistemas baseados em vídeo.
• Detecção precisa
“Muito embora, os ‘incendiários’ tenham
O sistema de monitoramento basea-
se destacado como a principal causa em
do em vídeo é o mais utilizado no Brasil e
várias empresas florestais nos últimos
pode ser dividido em dois subgrupos:
anos”, destaca.
Sensores ópticos de propósito genérico
Tecnologia para monitoramento
– utiliza câmeras speed dome, que são
Como a prevenção não é completa-
câmeras comuns como as utilizadas em
mente efetiva é preciso identificar os fo-
monitoramento de cidades. Esse sistema
17 B. FOREST
Líder Mundial em
Manejo Integrado de Fogo
Prevenção | Detecção | Despacho e Coordenação | Combate
Detecção:
• Detecção automática de
incêndios
• Geolocalização automática
• Rápido combate
• Relatórios gerenciais
WORKING ON FIRE DO BRASIL
+55 19 3246 1534
B. FOREST
18
INCÊNDIO
COLHEITA
envia o sinal captado pela câmera via on-
instantâneas (fotogramas).
das de rádio até uma central, na qual um
No interior da câmera, os fótons captados
operador acompanha o vídeo e procura
pelos sensores são convertidos em eletri-
por sinais de fumaça. “Como a densida-
cidade, digitalizados e transformados em
de da floresta é grande não é possível ver
arquivos de imagem/vídeo e enviados a
o fogo, que muitas vezes se propaga de
uma central para visualização e/ou aná-
forma rasteira e não permite que a chama
lise. Esta última é realizada por compu-
seja captada pela câmera. Então, a procu-
tadores por meio do emprego de algo-
ra por fumaça é a melhor forma de detec-
ritmos matemáticos desenvolvidos para
ção”, explica Luiz César Lemos, especialis-
identificar, por da imagem, a presença de
ta em tecnologias de visão computacional
sinas de fogo nas florestas.
e segurança eletrônica da Wimpex Import.
Luiz explica que, além da qualidade da
Sensores ópticos de propósito específi-
imagem, os sistemas de vídeo (convencio-
co – utiliza câmeras especiais, especifica-
nal e específico) variam na abrangência da
mente desenvolvidas para a identificação
captação. “Os sensores tradicionais abor-
de fumaça e focos de incêndios florestais.
dam 8 km de distância, já os específicos
Normalmente, esse sistema trabalha com
podem ultrapassar os 30 km, dependendo
sensores de imagem de alta definição. Eles
da tecnologia empregada”, detalha.
conseguem detectar a fumaça com maior
Além da rápida detecção do foco de in-
precisão e em maiores distâncias. Uma das
cêndio, Andy Bays, diretor da Working on
tecnologias disponíveis nesse sentido é o
Fire Brasil Ltda, ressalta que o primeiro
FireWatch, um sistema que faz a captação
combate deve ser ágil. Para isso é preciso
de imagens dentro do espectro visível da
que as informações do tamanho do foco
luz (olho humano – 400 a 700 nm) indo
e a localização exata sejam passadas para
até o infravermelho próximo (850/950
a equipe de brigadistas. Andy conta que
nm). Estes sistemas, por meio de câmeras,
a Central de Despacho & Coordenação,
captam imagens contínuas (streams) ou
serviço oferecido pela empresa, foi cria-
19 B. FOREST
“As técnicas a serem
aplicadas devem estar
organizadas em um plano
de proteção, que melhoram a
eficiência da prevenção dos
incêndios florestais”
Foto:: Divulgação / Wimpex
B. FOREST 20
INCÊNDIO
COLHEITA
da justamente para essas situações. “Ela
incêndio, as brigadas devem atuar rapida-
exerce um papel fundamental para o al-
mente e com segurança. Nesse momento
cance dos melhores resultados no com-
são fundamentais estradas, carreadores e
bate e a máxima redução das perdas com
aceiros bem preparados e limpos. Além
ocorrências de incêndios. As centrais
disso, é imprescindível que os veículos de
controlam o dia a dia de todas as opera-
pronta resposta e os equipamentos este-
ções. Para isto, existem relatórios matinais
jam revisados e prontos para a interven-
diários com o status de todos os recur-
ção.
sos materiais e humanos disponíveis e
O professor Alexandre Tetto conta que,
em prontidão para resposta a uma ocor-
após o planejamento de combate, que
rência”, explica. A Central de Despacho
visa avaliar o comportamento do fogo e
& Coordenação pode ser organizada em
planejar a estratégia de combate, podem
diferentes níveis, por exemplo, em nível
ser utilizados um ou mais dos três méto-
distrital, estadual ou nacional.
dos descritos a seguir, em função da in-
Combate
Uma vez detectado e comunicado um
tensidade do fogo:
Direto - a linha de controle é cons-
Foto: Divulgação / Working on Fire
21 B. FOREST
B. FOREST 22
INCÊNDIO
COLHEITA
truída junto ao incêndio, atuando direta-
este fim. São utilizadas ferramentas ma-
mente sobre as chamas e o combustível
nuais, como enxada, machado, foice, pá-
junto ao fogo. É usado em focos iniciais
-cortadeira, ancinho, McLeod, abafador,
que permitem aproximação para comba-
extintor costal e lança-chamas; equipa-
ter diretamente as chamas;
mentos de bombeamento de água como
Paralelo - a linha de controle é cons-
motobomba portátil, carro-tanque, avião-
truída próxima do incêndio, utilizando
-tanque e helicóptero; e equipamentos
equipamento manual para retirar o com-
pesados como trator com lâmina e mo-
bustível, fazendo-se pequenos aceiros e
toniveladora. Tetto explica que, além dos
esperando que o fogo chegue até eles e
materiais combatentes, os brigadistas de-
diminua a intensidade, de tal modo que
vem utilizar equipamentos de proteção
permita a aproximação para o combate
individual, tais como: capacete, botas, lu-
direto.
vas, lanterna, cantil e caixa de primeiros
Foto:: Divulgação / Working on Fire
Indireto - o incêndio é muito intenso,
“Estados como Minas Gerais
e Mato Grosso tem uma
maior atuação nesse estilo
de combate, utilizando aviões
agrícolas modificados para
combate a incêndios”
23 B. FOREST
socorros.
não possibilitando a aproximação para o
O professor ainda destaca que a água
combate por meio dos métodos anterio-
é o agente mais usado na extinção dos
res. Deve-se estabelecer a linha de con-
incêndios, devido a sua alta capacidade
trole em uma distância segura, de prefe-
de absorção do calor. Além disso, ela é
rência a partir de um obstáculo natural
mais econômica quando disponível, sen-
(rio ou estrada), aumentando-se a largu-
do essencial na operação de rescaldo.
ra dessa linha por meio da construção de
“Sua aplicação deve ser feita na base das
aceiros com equipamento motorizado
chamas, resfriando o material combustí-
(trator ou patrola) e utilizando-se contra-
vel que não está queimando”, indica. Para
-fogo.
aumentar sua eficiência e reduzir a infla-
Entre as tecnologias para o combate
mabilidade da vegetação, podem ser adi-
efetivo aos incêndios florestais existem
cionados retardantes químicos de longa
equipamentos e produtos exclusivos para
duração (fosfato diamônico e sulfato de
B. FOREST 24
INCÊNDIO
amônia) ou de curta duração (LGE: líquido gerador de espuma).
INCÊNDIO
25 B. FOREST
O país criou, por exemplo, entre outras organizações, o US Forest Service, uma
A escolha do equipamento para o combate está diretamente relacionada às condi-
agência governamental e uma associação de proteção nacional contra incêndios, a
ções encontradas no local, tais como: pontos de abastecimento de água, tanto para
chamada NFPA (National Fire Protection Association), a qual possui atualmente uma
aeronaves, como para motobombas e extintor costal, por exemplo; topografia, que
série de normas utilizadas mundialmente.
influencia no deslocamento de brigadas e transporte de ferramentas de combate; condições de acesso e distância até o incêndio; tipo de vegetação que está queimando e
intensidade do fogo, que permitirá ou não a aproximação para o combate.
Para os casos em que é necessária uma rápida resposta, Candido Martins Simões
Coelho, gerente nacional de vendas da Guarany Indústria e Comércio Ltda., indica o
uso de equipamentos leves para montagens em veículos tipo pick-up. “Eles são capazes de extinguir grandes frentes de fogo, atuando com sistemas para aplicação de
água e espuma de baixa expansão, que acabam com o incêndio e inibem a reignição
das chamas”, explica.
No Brasil e no mundo
Mesmo o Brasil sendo referência mundial em florestas plantadas, as estratégias de
combate aos incêndios ainda caminham vagarosamente. Candido conta que as tecnologias de combate aéreo são pouco empregadas no Brasil. “Estados como Minas Gerais e Mato Grosso tem uma maior atuação nesse estilo de combate, utilizando aviões
agrícolas modificados para combate a incêndios”, completa.
Outra tecnologia bastante utilizada em combate, principalmente no exterior, é a
adição de espumas e retardantes à água. Mas Andy Bays alerta que, aqui, a utilização
destes agentes químicos ainda gera muitas opiniões controversas.
Alguns dos países com os maiores problemas de incêndios são: África do Sul, Alemanha, Austrália, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos e Portugal. Estes países também se destacam por já terem evoluído mais que o Brasil nas formas de combate. Andy
conta que, devido ao desenvolvimento econômico e militar, os EUA foram um dos
primeiros países a formatar brigadas de combate a incêndios florestais.
B. FOREST 26
EXPEDIENTE
COLHEITA
NOVO SISTEMA DE GIRO
Permite maior torque, com consequente menor
tempo de parada e maior produtividade.
MELHORIAS NO MATERIAL RODANTE
Maior estabilidade da máquina e menor desgaste com
redução dos custos de manutenção.
ESCAVADEIRAS FLORESTAIS
O projeto, a fabricação e manutenção da Escavadeira Florestal 320D2 FM, possuem a qualidade Caterpillar para proporcionar uma
máquina confiável e durável para as exigentes condições florestais. Construídas para atender as mais diversas aplicações, a Série D
incorpora melhor desempenho, durabilidade e máxima produtividade.
Fale com um consultor PESA.
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27 B. FOREST
B. FOREST 28
COLHEITA
EXPEDIENTE
EXPEDIENTE
29 B. FOREST
Tecnologia em Prol da Qualidade
A operação de máquinas florestais é uma atividade extremamente repetitiva. Os operadores executam o mesmo comando milhares de vezes durante a jornada de trabalho.
Deslocam o joystick e pressionam o mesmo botão exaustivamente ao longo do turno. Por
isso mesmo, os comandos principais das máquinas precisam ser meticulosamente projetados para atenderem essas solicitações. Reduzir a fadiga, minimizar os riscos de acidentes
por trabalhos repetitivos e aumentar a produtividade, tem se tornado um dos principais
objetivos das empresas e fabricantes de máquinas, que investem na qualidade de vida dos
operadores.
Foto: Divulgação / John Deere
B. FOREST 30
A
EXPEDIENTE
COLHEITA
ergonomia é uma ciência que tem
rias significativas.
se mostrado cada vez mais im-
Para José Eduardo Paccola, engenhei-
portante quando se trata do re-
ro mecânico com experiência em desen-
lacionamento entre homem e máquina.
volvimento operacional e qualidade, a im-
Assim como vários recursos que passa-
portância da ergonomia tem relação direta
ram por importantes evoluções ao longo
com a preservação da saúde do homem,
das últimas décadas - motores com maior
isso porque promove a melhor adequação
potência e menos poluentes, sistemas hi-
da máquina às atividades dos operadores.
dráulicos mais eficientes, computadores
“As máquinas atuais têm recursos que au-
que gerenciam e otimizam movimentos e
xiliam as atividades dos operadores e con-
energia visando maior eficiência -, os pos-
tribuem para que a jornada de trabalho
tos de trabalho também ganharam melho-
seja a menos cansativa possível” esclare-
Foto: Divulgação / Tigercat
31 B. FOREST
COLHEITA
COLHEITA
ce. Cansando menos, o operador pode ter
informação; área de visão do operador,
um desempenho mais uniforme ao longo
principalmente para o local predominan-
do turno de trabalho, com benefícios para
te objeto do trabalho (frente no caso de
a saúde e produtividade. “Com menor es-
Harvester e Feller Buncher, lateral no caso
forço físico, o operador adoece menos por
de Forwarder, traseira no caso de Skidder);
problemas ocupacionais e produz mais ao
conforto térmico, acústico, do banco e
longo de sua jornada”, constata.
suas regulagens para os diversos biotipos
Sendo assim, as empresas passaram a
existentes; e posição e altura dos pedais,
selecionar máquinas em que a composi-
quando existirem. Toru Sato, consultor flo-
ção se adequa melhor ao operador, por
restal sênior da Caterpillar Brasil, conta que
consequência as fabricantes precisaram
o desenvolvimento do cockpit precisa se-
se adaptar e proporcionar melhores ex-
guir as normas vigentes a nível global, mas
periências para os profissionais que traba-
também pode ter alterações pontuais para
lham nas máquinas. Para Valdecir Schoe-
atender as necessidades locais de opera-
der, coordenador de assistência técnica da
ção.
Minusa, representante da Logset no Brasil,
Os sistemas de controle, por exemplo,
a produtividade está intimamente associa-
precisam estar localizados de forma ade-
da ao nível de satisfação dos operadores
quada para não interferir na ergonomia.
e isso afeta diretamente a qualidade do
Valdecir explica que, para serem conside-
trabalho e, consequentemente, a produ-
rados bem localizados, os controles de-
tividade. “Interagindo e conhecendo as
vem estar posicionados dentro da área de
principais queixas dos operadores, torna-
alcance que é delimitada pelo semicírculo
-se possível a adoção de medidas ergonô-
de raio igual ao alcance da mão e os con-
micas, com propósito de melhorar a saúde
troles acionados esporadicamente devem
e segurança, bem como promover melhor
estar dentro da área de alcance do braço.
rendimento do trabalho”, afirma.
“Já o posicionamento vertical dos con-
No desenvolvimento do cockpit (posto
troles é definido também em função do
de trabalho) alguns fatores precisam ser
comprimento do braço, sendo que devem
levados em consideração, como o posi-
estar localizados de forma que o operador
cionamento dos comandos e sistemas de
consiga alcançá-los sem sair de sua posi-
Foto: Divulgação / Ponsse
B. FOREST 32
33 B. FOREST
“O posicionamento vertical dos
controles é definido também em
função do comprimento do braço,
sendo que devem estar localizados
de forma que o operador consiga
alcançá-los sem sair de sua
posição normal”
B. FOREST 34
COLHEITA
ção normal”, complementa.
sobre o joystick, não sendo necessário se-
Paccola completa dizendo que o ta-
gurá-lo pela lateral, isso evita tensões nos
manho da alavanca, a posição dos botões,
músculos e um controle bem mais sincro-
a força necessária para o deslocamento,
nizado das diferentes funções dos equipa-
tem que ser projetado para evitar a fadiga
mentos.
Os solavancos, vibrações e movimentos
Essa é a mesma opinião de Elessandro Via-
bruscos que a máquina sofre ao andar em
na, engenheiro de marketing de produto
terrenos irregulares é outro ponto de estu-
da Ponsse Latin América. Para ele, a for-
do das fabricantes. Toru explica que, como
ma de agarre das manoplas de controle é
as máquinas são projetadas para determi-
muito importante, o formato esférico e o
nada função e objetivo, diferentes tecno-
descanso dos braços das máquinas Ponsse
logias são aplicadas e incorporadas para o
permitem que o operador apoie suas mãos
melhor conforto do operador.
Foto: Divulgação / Komatsu
muscular dos dedos e braços do operador.
B. FOREST 36
INCÊNDIO
COLHEITA
“As máquinas atuais têm
recursos que auxiliam as
atividades dos operadores
e contribuem para que a
jornada de trabalho seja a
menos cansativa possível”
Foto: Divulgação / Logset
37 B. FOREST
Com base em pesquisas, Valdecir con-
ergonomia não é estática. “Ela faz parte
ta que a Logset desenvolveu cabines aco-
do processo de melhoria contínua. Sem-
pladas sobre o chassi e ligadas por coxins
pre teremos itens adicionais incorporados
de amortecimento que diminuem as vi-
acompanhando o desenvolvimento da
brações. “O pneu é outro fator importante
tecnologia disponível para este fim.”
para auxiliar nessa questão, assim como a
Essa também é uma preocupação da
aplicação das correntes flexíveis, quando
Logset. Para isso, foi desenvolvido o TO-
necessário. Outra ferramenta que a Minusa
C-MD, um software que contém disposi-
disponibiliza ao mercado é o treinamento
tivos para auxiliar na segurança do opera-
operacional, no qual o operador aprenderá
dor quando em operação ou manutenção.
técnicas de deslocamento, carregamento,
Ele possui sensor que identifica o estado
descarregamento, manutenção preventiva
da porta, se ela estiver aberta, impede que
para realizar a melhor operação possível,
o operador acione o sistema hidráulico da
aliando produtividade e segurança”, com-
máquina. Além disto, as máquinas contam
pleta.
com: luzes de acompanhamento; sistema
Já as máquinas Ponsse contam com o
de abastecimento; sistemas de câmeras;
Active Frame, sistema que mantém a ca-
banco com suspenção a ar; regulagem da
bine nivelada na vertical e evita os impac-
velocidade da grua; controle de velocida-
tos gerados pelas dificuldades do terreno,
de durante o deslocamento e operação da
como pedras e tocos.
máquina.
A segurança também é um quesito
Elessandro destaca que a linha 2015 da
fundamental para garantir a qualidade da
Ponsse também tem uma série de melho-
operação. Elessandro conta que as máqui-
rias com foco em ergonomia, não só na
nas Ponsse possuem sensores de seguran-
cabine, mas na máquina como um todo.
ça que garantem que a máquina e a grua
São exemplos desta melhoria o levanta-
só se movimentem depois de confirmada
mento automático do capo do motor, fa-
a presença do operador em seu assento,
cilidade de acesso aos pontos de inspeção
isto evita acidentes por movimentos inde-
do líquido refrigerante e nível do óleo, os
sejados na entrada e saída da máquina.
pontos de revisão dos óleos de engrena-
Toru Sato, destaca que a melhoria da
gens e óleo hidráulico estão ao alcance
B. FOREST 38
INCÊNDIO
COLHEITA
das mãos.
do também melhorar os postos de traba-
Esse fácil acesso para serviços de ma-
lho para os mecânicos. Afinal, não basta
nutenção é um ponto importante que
melhorar a qualidade de vida somente do
José Paccola também destaca. Para ele,
operador se, quando estas máquinas ne-
o aumento da potência dos motores e da
cessitarem de reparos, o mecânico de-
capacidade das máquinas, além da pre-
mandar um longo período de tempo em
ocupação com o ajuste no tamanho fí-
seu serviço por trabalhar em espaços cada
sico e design das mesmas está levando
vez mais apertados”, alerta.
a construção de equipamentos cada vez
A tecnologia e as máquinas caminham
mais compactos, em que os espaços para
para um desenvolvimento que prioriza o
a execução dos trabalhos de manutenção
conforto do operador. Isso é importante
têm ficado cada vez mais restritos, dificul-
para que eles não tenham problemas de
tando para os profissionais de manuten-
saúde e aumentem a produtividade, no
ção. “Acredito que o mesmo movimento
entanto é importante não focar somente
iniciado há décadas, visando a melhoria
na operação, mas em tudo o que a envol-
da ergonomia para os operadores, tenha
ve, para que as modificações não prejudi-
que ser reforçado, a partir de agora, visan-
quem a manutenção, por exemplo.
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Foto: Divulgação / Tigercat
39 B. FOREST
B. FOREST 40
FIQUE LIGADO!
Acompanhe e41
saiba
detalhes sobre
B.mais
FOREST
INCÊNDIO
INCÊNDIO
os eventos do Scorpion tour na página
do Facebook da Ponsse Brasil
A VERDADEIRA FERA DA COLHEITA
Facebook.com/ponssebrasil
FLORESTAL CHEGOU AO BRASIL
Para dar as Boas vindas ao harvester Ponsse
Scorpion ao país preparamos um tour pelas
principais capitais da colheita florestal do Brasil
para demonstrar a máquina que revolucionou o
mercado com a sua tecnologia e inovação.
CABINE/ VISIBILIDADE
A grua C50 se move sobre a cabine e não atrapalha a visibilidade do operador. A grua ainda
possui um alcance entre 8,5 a 11 metros.
CONFORTO E ESTABILIDADE
A cabine giratória e nivelante esta localizada
no centro da máquina sobre um chassis independente. O operador gira sobre o próprio eixo,
evitanto o efeito “carrossel”. A ergonomia é a palavara de ordem para o Scorpion, o que garante
mais horas de trabalho produtivas.
Made in
Vieremä,
finland
NIVELAMENTO E ESTABILIZAÇÃO
INTERVALOS MAIORES DE MANUTENÇÃO
FACILIDADE DE MANUTENÇÃO
A estrutura tripla do chassi oferece baixo ponto
de articulação, resultando no melhor conforto
possível. todos os chassis oscilam acompanhando o contorno do solo e mantendo a cabine
nivelada individualemente.
Os intervalos entre as manutenção programadas
foram estendidas para 1.800h, inclusive para os
demais modelos Ponsse 2015
A máquina foi desenhada para ter pontos de acesso
simplificado para os próprios operadores. Eles podem, por exemplo, checar o nível do óleo facilmente, além de acessar outros pontos de manutenção e
garantir que tudo está em perfeitas condições.
PONSSE LATIN AMÉRICA LTDA. R. Joaquim Nabuco, 115 – Vila Nancy / CEP 08735-120 / Mogi das Cruzes / São Paulo – Brasil / Tel: +55 11 4795-4600 / Fax: +55 11 4795-4605 / http://www.ponsse.com/pt
INCÊNDIO
INCÊNDIO
BIOMASSA
43 B. FOREST
Manutenção Necessária
Assim como todas as máquinas, sejam elas de uso florestal ou não, os picadores e trituradores de madeira precisam de manutenção periódica. Essa atividade garante o funcionamento e a qualidade do produto final.
Foto: Divulgação / Morbak
B. FOREST 42
B. FOREST 44
O
INCÊNDIO
BIOMASSA
desenvolvimento do setor flo-
alizadas. A manutenção de emergência é
restal e o aumento nas tari-
a que mais deve ser evitada, pois é feita
fas energéticas fizeram com
quando há quebra ou redução na produ-
que picadores e trituradores de madeira
tividade.
passassem a ser utilizados por um maior
Para que as máquinas cheguem a ex-
número de empresas e com mais cons-
celência e durem mais que o esperado,
tância. Além disso, os cavacos continu-
o indicado é a realização de um plane-
am com suas finalidades tradicionais. O
jamento adequado, o que significa fazer
uso mais frequente desses equipamentos
mais manutenções de serviço e preventi-
faz com o desgaste de seus componen-
vas do que as de emergência.
tes seja maior também, nesse momento
Planejamento
a manutenção é essencial para manter o
O planejamento da manutenção nor-
bom funcionamento.
malmente é elaborado de acordo com
Assim como nas máquinas florestais,
a necessidade de cada empresa, tendo
os picadores e trituradores têm três níveis
como base as informações que constam
de manutenção: manutenção de serviço,
no manual de operação e manutenção de
manutenção preventiva e manutenção de
cada equipamento. Dependendo da polí-
emergência ou corretiva. Manutenção de
tica individual de cada empresa, eles re-
serviço, a qual deve ser realizada perio-
forçam alguns itens a serem observados
dicamente, consiste em verificar níveis de
ou incrementam mais itens no planeja-
fluidos, lubrificar e reapertar. Já a manu-
mento da manutenção. “Como reduzir ou
tenção preventiva deve ser realizada ba-
prolongar trocas de óleos de acordo com
seada no funcionamento das máquinas. A
acompanhamentos por meio de análi-
medida que elas são colocadas em ope-
ses, intervenção prematura em alguns
ração deve haver um registro e somatório
componentes que ainda possibilitem re-
das horas trabalhadas que, no momento
cuperação para prolongar vida útil dos
oportuno, é disparada essa informação
mesmos”, exemplifica o departamento de
para que determinadas tarefas constan-
vendas da Komatsu Forest, representante
tes nos planos de manutenção sejam re-
da Morbark no Brasil.
45 B. FOREST
B. FOREST 46
BIOMASSA
BIOMASSA
“Há uma significativa diminuição
da vida útil de componenteschave, como motores e
bombas hidráulicas, motores à
combustão e conjuntos de corte,
que poderiam ser facilmente
evitadas se as manutenções
fossem seguidas corretamente”
Lucas Zimmer, gerente de ciclo de vida
corretamente, tem grande durabilidade,
da Vermeer, explica que, como fabrican-
como o motor a diesel, bombas e mo-
tes, a empresa possui um programa de
tores hidráulicos, redutores, comandos
manutenções preventivas em intervalos
hidráulicos e partes móveis como articu-
regulares e previamente definidos. “Nor-
lações, rolamentos, cilindros, rolamentos,
malmente, a manutenção começa com
etc. Além destes componentes, Edinei Li-
uma inspeção visual seguida por limpeza,
pinski, técnico em manutenção de tritura-
lubrificação e abastecimento”, determina.
dores da Siebert, acrescenta que esteiras
Na sequência, são seguidas as orienta-
de descarga, quando bem reguladas, têm
ções do fabricante quanto à checagem de
longa duração e, normalmente, não ne-
torques, substituição de fluidos e acom-
cessitam de troca constante. “Eixos com
panhamento de itens de desgaste como
bom acompanhamento e manutenção
facas ou cortadores. “Para que o equipa-
em dia têm alta durabilidade, temos eixos
mento não tenha seu rendimento preju-
com 12 mil horas de funcionamento que
dicado, é imprescindível que estes proce-
ainda não necessitaram de troca”, acres-
dimentos sejam seguidos à risca”, alerta
centa.
Lucas.
Em contrapartida, existem peças que
Os manuais de instrução que acompa-
não podem ter a troca postergada porque
nham as máquinas indicam o momento
seu mau funcionamento danifica par-
em que a manutenção deve ser feita, no
te dos equipamentos, como os filtros de
entanto, como cada uma trabalha com
óleo. “Peças de desgaste contínuo como
materiais diferentes, em terrenos, ambien-
facas, contra facas, suporte das facas, bi-
tes e intensidades diferentes, cada caso
gorna, correntes da mesa de alimenta-
deve ser observado para constatar se os
ção, raspadores, martelos, insertos, etc.
serviços que as mantém funcionando não
precisam ser trocados periodicamente”,
precisam ser feitos antes do previsto.
acrescenta o departamento de vendas da
Como na maioria das máquinas flores-
Foto: Divulgação / Vermeer
47 B. FOREST
Komatsu.
tais, os picadores e trituradores têm peças
Mesmo com uma boa manutenção,
que, com uma manutenção executada
Lucas Zimmer, da Vermeer, alerta que
B. FOREST 48
BIOMASSA
BIOMASSA
nenhum componente deve ser estendi-
Importância da Manutenção
do além do especificado pelo fabrican-
O planejamento da manutenção ade-
te. “Práticas que podem parecer uma
quada de picadores e trituradores tem
economia, como aumentar os intervalos
uma importância evidente. Quando eles
de trocas de óleos, acabam danifican-
não trabalham corretamente existe re-
do os equipamentos. O nível de impu-
dução da produtividade, a qualidade do
rezas cresce exponencialmente em um
cavaco fica prejudicada e acontecem pa-
óleo degradado”. Mas de acordo com ele,
radas indesejadas, o que resulta em pre-
como estes itens são diariamente obser-
juízo financeiro. “Normalmente, ocorrem
vados, há um tempo de percepção de sua
falhas prematuras em componentes vi-
substituição, o que permite que se tenha a
tais. Há uma significativa diminuição da
peça em tempo hábil no local, sem parar
vida útil de componentes-chave, como
o equipamento e prejudicar a operação.
motores e bombas hidráulicas, motores à
49 B. FOREST
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da compra até a CAPACITAÇÃO
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B. FOREST 50
BIOMASSA
BIOMASSA
combustão e conjuntos de corte, que po-
instável prolongar a vida de picadores e
deriam ser facilmente evitadas se as ma-
trituradores é uma opção bastante ado-
nutenções fossem seguidas corretamen-
tada pelas empresas, mas é importante
te”, alerta Lucas Zimmer.
salientar que para que eles continuem em
A Komatsu acrescenta que quando
pleno funcionamento as operações de
as máquinas quebram é preciso realizar
manutenção devem ser feitas periodica-
a manutenção corretiva, que tem cus-
mente e de acordo com as orientações
to mais elevado que as periódicas. Além
dos fabricantes. Sempre lembrando que
disso, o equipamento fica completamen-
pequenos investimentos em peças no-
te fora de uso e a segurança operacional
vas precisam ser feitos para que não haja
fica comprometida.
prejuízo financeiro e de produção com a
Em épocas em que a economia fica
quebra dos equipamentos.
Foto: Malinovski Florestal / Amanda Scandelari
51 B. FOREST
B. FOREST 52
FÓRUM
BIOMASSA
FÓRUM
Fórum de Sustentabilidade e Governança
Profissionais e empresários nacionais e internacionais se reuniram, em Curitiba, a fim de
discutir estratégias corporativas inovadoras.
Foto: Divulgação / STCP
D
53 B. FOREST
iscutir tendências e trazer cases
como conceito na estrutura dos negócios.
de sucesso no âmbito da go-
Assim como em outras edições, quatro
vernança corporativa aplicada à
painéis estruturaram o fórum: Tendências
sustentabilidade nas grandes empresas
em Sustentabilidade e Governança, Sus-
foi a proposta da quarta edição do Fó-
tentabilidade no Agronegócio Brasileiro,
rum Sustentabilidade & Governança – O
Governança para Sustentabilidade e Ca-
Novo Paradigma do Desenvolvimento.
pital Natural. Essas foram as linhas abor-
Voltado a empresários, executivos, ONGs
dadas pelos palestrantes, em sua maioria
e entidades, o evento realizado pela STCP
líderes empresariais, financeiros, acadê-
Engenharia de Projetos e Milano Consul-
micos e do terceiro setor, de renome na-
toria e Planejamento, aconteceu nos dias
cional e internacional.
18 e 19 de agosto, na capital paranaense.
Entre as empresas de base florestal
O evento teve como objetivo provocar o
presentes, um bom exemplo de gover-
empresariado para adoção de novas po-
nança corporativa pautada pela transpa-
líticas ambientais no setor produtivo na-
rência no que tange à sustentabilidade
cional.
foi apresentado pela Fibria. Com claras
Rômulo Lisboa, diretor de desenvol-
definições de funções, independência da
vimento e qualidade da STCP, conta que
administração e prestação de contas, o
o evento atingiu as expectativas mesmo
Comitê de Sustentabilidade da empresa
em um momento econômico complica-
é parte essencial da estrutura organiza-
do. “Conseguimos reunir 200 profissio-
cional e assessora com êxito o Conselho
nais formadores de opinião. Os empresá-
de Administração, auxiliando na definição
rios entenderam que esse é o momento
das estratégias e seus desdobramentos.
de sair do escritório para ver o que está
Como representante da empresa, a
sendo feito no mercado e perceber no
diretora de sustentabilidade e relações
que se pode inovar”, constata. Ele destaca
corporativas, Maria Luiza Pinto e Paiva,
que a edição de 2015 teve representativa
ressaltou que o diálogo é um ponto im-
participação de cooperativas, que estão
prescindível para a sustentabilidade. Ela
começando a colocar a sustentabilidade
acredita que para não perder competitivi-
B. FOREST 54
FÓRUM
BIOMASSA
dade diante das mudanças mercadológi-
de Cornell. O profissional mantém nível
cas, entre outras estratégias, é necessário
de destaque no cenário econômico inter-
ter um bom relacionamento com a co-
nacional e é um dos expoentes dos mo-
munidade e estabelecer metas em longo
vimentos de empreendedorismo social,
prazo. “Como exemplo, estipulamos uma
sendo um dos fundadores da teoria da
estratégia social que resultou em uma re-
Base da Pirâmide. O evento também teve
dução de 90% do roubo de madeira em
a presença de representantes das empre-
nossa fábrica”, exemplificou Maria Luiza.
sas Raízen, Tetrapak, Granbio, Amaggi e
Além de empresas e palestrantes de re-
Cargill, assim como da ABAG (Associação
nome nacional, o Fórum também contou
Brasileira do Agronegócio), IBGC (Institu-
com a contribuição de nomes internacio-
to Brasileiro de Governança Corporativa),
nais, como Stuart Hart, da Universidade
Forest.
Foto: Divulgação / STCP
55 B. FOREST
B. FOREST 56
CONGRESSO
BIOMASSA
CONGRESSO
C
XIV World Forestry Congress
Congresso realizado na África do Sul, discutiu a importância do setor florestal e ações
Foto: Divulgação
para seu progresso.
57 B. FOREST
erca de 4 mil participantes de 142
congresso, a sustentabilidade das florestas
países se reuniram entre 07 e 11 de
plantadas vai aumentar a resiliência dos
setembro, em Durban (África do
ecossistemas e sociedades e otimizar o pa-
Sul), para o XIV World Forestry Congress.
pel das florestas e das árvores na absorção
Pela primeira vez realizado no continente
e armazenamento de carbono. Com essa
africano, o congresso teve como objetivo
percepção, os participantes afirmaram que
promover as florestas plantadas e a silvi-
será preciso uma parceria, principalmente,
cultura como forma de contribuir para o
entre os setores florestal, de agricultura e
desenvolvimento sustentável do continen-
energia, para que essas atividades cresçam
te. Palestrantes e participantes também ti-
juntas sem prejudicar uma a outra.
veram como meta compartilhar diversos
Brasil
pontos de vista, estipular ações de médio
O Brasil também enviou representantes
e longo prazo e transmitir novas perspecti-
para o World Forestry Congress. Represen-
vas sobre as atividades do setor.
tantes de 120 entidades, entre elas a ABAG
Entre os pontos mais discutidos esteve
(Associação Brasileira do Agronegócio),
a importância da floresta. Os debates con-
Amaggi, Eldorado Brasil e Eucatex, apre-
firmaram que elas são fundamentais para
sentaram a proposta da Coalizão Brasilei-
aumentar a resiliência das comunidades,
ra do Clima, um movimento multissetorial
fornecendo alimentos, energia de madeira,
formado por agentes relacionados ao uso
abrigo, forragem e fibras. Além de geração
da terra no Brasil. O objetivo do grupo é
de renda e emprego para permitir que as
criar uma agenda viável diante das mudan-
comunidades e as sociedades prosperem;
ças climáticas e desenvolver uma econo-
abrigando biodiversidade; e apoiando a
mia de baixo carbono que sirva de modelo.
agricultura sustentável por meio da estabi-
De acordo com o grupo, dois aspectos
lização dos solos e do clima e regulação
florestais característicos do país chamam
dos fluxos de água.
atenção: o desmatamento e a qualidade da
Outro destaque do evento foi a discus-
produção florestal. Para combater o pri-
são sobre a importância das florestas para a
meiro, a coalizão criou um compromisso:
adaptação de mitigação das mudanças cli-
acabar com o desmatamento ilegal.
máticas. Segundo conclusões debatidas no
Um dos principais problemas relaciona-
B. FOREST 58
CONGRESSO
dos ao desmatamento das florestas tropi-
BIOMASSA
selho deliberativo do Instituto Ethos.
O movimento está trabalhando em um
para a degradação das florestas. “Temos
mecanismo de rastreabilidade para a ma-
que consolidar um mercado legal e rastre-
deira. “Ele já existe para o gado e a soja, te-
ável de madeira tropical. Praticamente 80%
mos que aplicá-lo para a madeira”, diz Wa-
do mercado é ilegal ou tem algum tipo de
ack, lembrando que as compras públicas
ilegalidade. O grupo tem o compromisso
de madeira precisam ser feitas na legalida-
de eliminar a madeira ilegal das suas ca-
de. “O governo não pode comprar madeira
deias de produção”, afirma Roberto Waack,
sem rastreamento. E isso tem a ver com a
fundador e presidente do conselho admi-
declaração da presidente Dilma de acabar
nistrativo da Amata S.A. e membro do con-
com o desmatamento ilegal até 2030”.
Foto: Divulgação
cais é o tráfico de madeira, que contribui
59 B. FOREST
B. FOREST 60
MERCADO
BIOMASSA
MERCADO
61 B. FOREST
Indicadores Macroeconômicos
Análise Mercadológica
• Perspectivas Econômicas: As projeções de PIB (Produto Interno Bruto) para 2015 foram revisadas em Set/2015, evidenciando queda ainda maior do que as relatadas nos meses
Análises da taxa de juros e de câmbio, indíces do preço da madeira em tora e o cenário
anteriores. Estimativas do BCB (Banco Central do Brasil) indicam retração de -2,55% para o
econômico atual, com tendências para a exportação, são temas do Boletim Mercadológi-
ano em curso. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos. Esta revisão aconteceu após
confirmação de que a economia brasileira entrou em recessão técnica (queda do PIB por dois
co desenvolvido pelos profissionais da STCP.
trimestres consecutivos) e o anúncio da perda, pelo país, do grau de investimento da agência
de risco Standard & Poor’s. Em 2016, a expectativa do mercado é de retração de -0,6% no PIB.
• Inflação: O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apresentou variação positiva de 0,22% em Ago/2015, valor inferior ao índice do mês anterior (0,62%) e o
Foto: Divulgação
menor índice para o mês de Agosto desde 2010, quando atingiu 0,04%. O IPCA acumulado
entre Jan-Ago é de 7,06%, a maior taxa para o período acumulado desde 2003, quando atingiu 7,22%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 9,53%, mais uma vez acima do teto
da meta de inflação do BCB, que é 6,5%. Estimativas do BCB apontam para inflação de 9,28%
para o ano de 2015.
• Taxa de Juros: No início de Set/2015, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BCB
decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, após sete aumentos consecutivos. No entanto,
os juros continuam no maior patamar em nove anos. A aposta do BCB em manter a taxa Selic
por um período prolongado em 14,25% ao ano é para tentar controlar o crédito e o consumo,
além de trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% até o final de 2016.
• Taxa de Câmbio: Em Ago/2015 a taxa média cambial fechou em BRL 3,51/USD, resultando em alta de 9,0% em relação à média do mês anterior. Nas primeiras semanas de
Set/2015, a taxa atingiu BRL 3,87/USD, fortemente pressionada por preocupações com a economia nacional após o país ter perdido o grau de investimento pela Standard & Poor’s. A
desvalorização da moeda brasileira já chegou a cerca de 50% nos últimos 12 meses e de 33%
desde o início de 2015. Porém, diante desta desvalorização do Real perante o Dólar Americano e outras moedas, o setor florestal tem ampliado sua participação na exportação de
produtos, na tentativa de reduzir as perdas com a retração no mercado interno (ex: MDP, MDF,
compensado, e chapa dura).
STCP Engenharia de Projetos Ltda. – Copyright © 2015.
Endereço: Rua Euzébio da Motta, 450 - Juvevê - CEP: 80.530-260 - Curitiba/PR
Fone: (41) 3252-5861 - www.stcp.com.br – [email protected]
B. FOREST 62
MERCADO
Índice de preços de madeira em tora no Brasil
Índice de Preço Nominal de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
BIOMASSA
“Apesar de o setor florestal
apostar no mercado externo
para manter a competitividade,
o compensado brasileiro ainda
enfrenta impasse no mercado
norte-americano devido ao
sistema de restrições dos
Estados Unidos”
Tora de Pinus:
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 15-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: >
35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé.
Fonte: Banco de Dados STCP e Banco Central do Brasil (IPCA).
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63 B. FOREST
Foto: Divulgação / www.estivadoresaveiro.blogspot.com.br
B. FOREST 64
MERCADO
Índice de preços de madeira em tora no Brasil
Índice de Preço Real de Toras de Eucalipto e Pinus no Brasil (Base Abr/14 = 100)
Tora de Eucalipto:
MERCADO
65 B. FOREST
• Comentários - Tora de Eucalipto: O atual cenário macroeconômico, que reflete em período de recessão e queda significativa nos índices de consumo das famílias, tem afetado também o nível de produção de produtos madeireiros no país.
Consequentemente, há baixo consumo de madeira em tora. Com o aumento de custos de produção (combustível, energia elétrica, mão de obra, etc.), empresas buscam
repassar estes custos aos preços de madeira em tora. No entanto, para alguns sortimentos, tal repasse pode não ter sido integral em função da menor atividade econômica em algumas regiões. Este cenário econômico tem levado algumas serrarias não
integradas a saírem do mercado ou negociar preço mais baixo com fornecedores de
tora visando reduzir custos. Algumas empresas preveem tendência de estabilidade
nos preços nos próximos dois anos com possível redução no curto prazo. Ou seja,
possibilidade de negociar descontos para alguns sortimentos visando mitigar seus
Tora de Pinus:
custos elevados. Adicionalmente, observa-se excesso de oferta de madeira fina em
algumas regiões, com pressão negativa sobre os preços.
O segmento de painéis reconstituídos é tradicionalmente voltado ao mercado interno, com pequena parcela da produção de MDF e MDP exportada. Esta tendência
tem se alterado nos últimos oito meses (Jan-Ago/2015) com maior embarque destes
produtos. No mesmo período, o Brasil exportou 43,6 mil m³ de MDP e 219,9 mil m³
de MDF, com crescimento respectivo de 55 e 46% em relação ao mesmo período
de 2014. Isto evidencia que empresas brasileiras sem tradição nas exportações, têm
direcionado parte da sua produção ao comércio internacional, visto que a taxa cambial está mais atrativa a este mercado, além do mercado interno passar por retração
e queda no consumo. Com essa reorientação de parte da produção de painéis para
Nota de Sortimentos de Tora: Energia: < 8 cm; Celulose: 8-15 cm; Serraria: 16-25 cm; Laminação: 25-35 cm; e Laminação Especial: >
35 cm. Preços de madeira em tora R$/m³ em pé.
Fonte: Banco de Dados STCP (atualização bimestral).
o comércio internacional, indústria essa consumidora de tora fina, tem-se auxílio, no
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B. FOREST 66
MERCADO
curto-médio prazo, do equilíbrio de oferta e demanda por esse tipo de madeira no
mercado.
• Comentários - Tora de Pinus: Com a crise, a redução da demanda por madeira em tora atingiu praticamente todos os sortimentos. Devido ao excedente na
oferta de tora fina no mercado, o preço praticado pode até inviabilizar a extração
em algumas regiões mais afastadas do mercado consumidor. Algumas empresas
estão colhendo e transportando apenas toras com diâmetro acima de 14 cm. Estão
sendo realizados desbastes em plantios de pinus com manejo para celulose para
aumentar o diâmetro no médio prazo, comercializando-se pequena parte destes
desbastes. Apesar de o setor florestal apostar no mercado externo para manter a
competitividade, o compensado brasileiro ainda enfrenta impasse no mercado norte-americano devido ao sistema de restrições dos Estados Unidos (o principal destino das exportações de compensado de pinus do Brasil). O compensado nacional,
produto que está fora do SGP (Sistema Geral de Preferências) dos Estados Unidos,
recebe taxa de importação de 8% que os importadores americanos pagam ao governo norte-americano desde 2005, quando o Brasil exportou além da cota até então
permitida pelos EUA. Recentemente, a ABIMCI e MDIC uniram esforços para pleitear
e submeter ao Governo dos EUA a avaliação de inclusão de produtos dentro do SGP
norte-americano, inclusive do compensado brasileiro, para que esse produto possa
ser beneficiado com a isenção desta taxa de importação. A liberação desta taxa ao
produto nacional poderá estimular sua maior produção e exportação àquele mercado, aumentando ainda mais a demanda por tora grossa.
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MERCADO
67 B. FOREST
B. FOREST 68
MOMENTO EMPRESARIAL
MOMENTO EMPRESARIAL
69 B. FOREST
Em setembro, o setor florestal brasileiro pôde enfim conhecer o Scorpion. A
Scorpion Tour
Ponsse escolheu a fazenda Monte Alegre, localizada em Telêmaco Borba (PR) e
pertencente à Klabin, para dar início ao Scoprion Tour. Cerca de 50 profissionais do
Nova máquina da Ponsse chega ao Brasil e promete potencializar as operações de des-
setor florestal, desde operadores até a imprensa, e funcionários da Klabin estiveram presentes para ver a máquina em funcionamento na operação de desbaste em
baste e colheita.
pinus.
O evento começou com uma breve introdução sobre a máquina e as técnicas
de manutenção, seguida pela tão esperada demonstração. A operação foi realizada
por Arto Kämäräinen, user trainer da Ponsse, que esteve presente no desenvolvimento do Scorpion desde sua concepção, na Finlândia.
E como a grande expectativa do setor é ver a máquina em operação, a Revista
B.Forest, acompanhou o lançamento e captou imagens exclusivas do Scorpion.
Scorpion no Brasil
No mundo, mais de 100 Scorpions já estão em operação, enquanto a máquina
em exibição na Klabin é a primeira da América Latina. “O mercado brasileiro é muiFoto: Divulgação / Ponsse
to importante para a Ponsse e as empresas estão nos descobrindo. Esse processo
B. FOREST 70
MOMENTO EMPRESARIAL
já ocorreu em outros países e agora é a
cas técnicas, mudará a forma de realizar
vez do Brasil, que se consolidou como
o desbaste. Durante a demonstração foi
uma potência florestal”, salientou Te-
possível perceber que as oito rodas faci-
emu Raitis, diretor geral da Ponsse Latin
litam o movimento e equilibram a distri-
América.
buição de peso da máquina, o que dimi-
O Scorpion é uma máquina florestal
nui a pressão no solo. A grua C50 com
projetada para potencializar operações
lança do garfo exclusiva tem geometria
de corte raso e desbaste, além de ter
diferenciada e alcance de até 11 metros,
fácil manutenção e elevar a produtivi-
o que facilita a operação de desbaste.
dade nas operações. Por suas caracte-
Outro ponto perceptível no Harvester
rísticas, Temu acredita que o Scorpion é
é a preocupação com a ergonomia. O
uma grande oportunidade para ampliar
chassi é equipado com duas juntas ro-
a atuação da Ponsse no mercado flores-
tativas que seguem os desníveis do ter-
tal brasileiro.
reno, além de ter um sistema de estabi-
Dia de Campo
lização que monitora a posição da grua
Diego Pires Guio, funcionário da
e pressiona continuamente o chassi tra-
Klabin, também esteve presente no
seiro na direção do peso, proporcionan-
dia de campo e nos contou que ficou
do estabilidade.
impressionado ao ver a máquina em
Quando posta em operação por um
funcionamento. “Pelo que pude ver,
profissional capacitado, o Scorpion exe-
o Scorpion tem um potencial imenso
cuta atividades em períodos menores
para as operações florestais em termos
e eleva a produtividade das empresas.
de tecnologia, ergonomia e produção”,
Além disso, segundo Teemu, a visibili-
destacou.
dade que o operador possui dentro do
Wagner Pires Cavalcanti, gerente de
Harvester facilita a execução dos traba-
serviços da Ponsse Latin América, en-
lhos, tanto em áreas planas quanto em
tende que a demonstração realizada foi
declives.
interessante para todos os presentes que
De acordo com a Ponsse, o Scorpion
puderam aprender mais sobre o setor e
fará um tour pelo Brasil nos próximos
as operações de colheita e desbaste.
seis meses e na sequência segue rumo
Produtividade
A Ponsse afirma que o Scorpion é
uma máquina que, por suas característi-
ao Uruguai para mais demonstrações.
Para mais informações acesse:
www.ponsse.com
MOMENTO EMPRESARIAL
71 B. FOREST
“O Scorpion tem um
potencial imenso para
as operações florestais
em termos de tecnologia,
ergonomia e produção”
Foto: Malinovski Florestal / Amanda Scandelari
B. FOREST 72
NOTAS
3° Encontro Painel Florestal de
Executivos
De uma muda de 50 centavos a um equipamento de 2 milhões de reais. Como o
momento político-econômico atual impacta na cadeia produtiva do setor florestal e
quais são os entraves que precisam ser vencidos? A situação atual de consumo de madeira, a falta de estatísticas e a elaboração do Plano Nacional de Florestas Plantadas pelo
MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) serão temas debatidos no
3° Encontro Painel Florestal de Executivos, que acontecerá na sede da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil, em Brasília, no próximo dia 28 de outubro.
O evento, coordenado e promovido pela Painel Florestal, terá a presença da Frente
Parlamentar de Apoio a Silvcultura, presidida pelo deputado federal Newton Cardoso
Junior (PMDB-MG) que está articulando com a ministra Kátia Abreu, titular do MAPA, a
palestra de encerramento.
A programação completa está disponível no site oficial do evento, onde também é
possível fazer a inscrição.
Mais informações: www.executivosflorestais.com.br
NOTAS
73 B. FOREST
B. FOREST 74
FÓRUM
Software para manejo
Interessados em plantios florestais com fins econômicos agora podem ter acesso gratuito aos softwares de manejo de precisão e análise econômica de florestas plantadas,
com modelagem de crescimento e produção. Desenvolvidos desde a década de 1980
pela Embrapa Florestas (PR), e em uso por mais de 300 empresas, as versões básicas da
Família SIS estão disponíveis para acesso no Portal da Embrapa.
Os softwares da Família SIS são simuladores para manejo, análise econômica, modelagem e de crescimento e produção de florestas plantadas utilizados para auxiliar no
planejamento dos desbastes. Para operacionalizar os simuladores, o usuário fornece os
dados de inventário da floresta e os programas preveem o crescimento das árvores e a
produção, indicando a quantidade de madeira que a floresta produz, em qualquer idade,
além de também simular desbastes e testar qualquer regime de manejo que se deseja
aplicar nos povoamentos.
Para ter acesso aos softwares acesse:
www.embrapa.br/softwares-florestais
NOTAS
75 B. FOREST
BiomassaWorld
O setor de biomassa conta com um novo portal. O BiomassaWorld, laçado recentemente, apresenta as mais recentes notícias do segmento, calendário completo dos próximos eventos, vídeos, guia de compras, artigos técnicos, vagas de emprego e o contato
de consultores especialistas nas áreas que envolvem a biomassa.
Para conhecer mais acesse: www.biomassaworld.com.br
B. FOREST 76
NOTAS
Trajeto seguro
NOTAS
77 B. FOREST
Monitoramento contra fadiga
A MAN lançou um novo sistema de trava de emergência para melhorar a segu-
Danos materiais, o aumento da queima de combustível e o desgaste dos pneus
rança dos caminhões na estrada. O sistema utiliza sensores de radar no para-cho-
têm sido creditados a operadores cansados ou distraídos. Por isso, a CAT lançou um
que e câmeras no para-brisa para analisar a estrada à frente. Esta fusão de sensores
serviço de monitoramento de operador para ajudar a gerenciar o fator humano na
permite que o sistema consiga interpretar diversas situações na estrada. Veículos
operação. As tecnologias de segurança In-Cab e Wearable proporcionam aos clien-
andando à frente e obstruções podem ser identificados mais rapidamente e com
tes visibilidade tanto informações da máquina quanto do operador. Para completar,
maior precisão. Assim, o sistema ganha tempo para iniciar a travagem de emergên-
o centro de monitoramento 24 horas da Caterpillar contém analistas que correla-
cia se necessário.
cionam dados sobre a saúde e a produtividade dos operadores florestais para re-
O sistema de travagem de emergência segue o princípio de que o motorista deve
velar se o operador apresenta fadiga e distração e os impactos sobre as operações.
estar sempre no controle. Isso permite ao motorista anular o sistema de travagem
Ainda não foi divulgado quando essa tecnologia chegará ao Brasil.
de emergência quando há um aviso ou mesmo quando a frenagem de emergência
Para mais informações: www.cat.com
já está em andamento. O motorista pode usar o acelerador ou freio ou operar o
indicador para começar a mudar de faixa e, desta forma cancelar o aviso ou abortar
frenagem automática.
Ainda não foi divulgado quando essa tecnologia chegará ao Brasil.
Mais informações: www.corporate.man.eu
Foto: Divulgação / Caterpillar
FOTOS
78 B. FOREST
B. FOREST 79
VÍDEOS
VÍDEOS
79 B. FOREST
B. FOREST 80
VÍDEOS
VÍDEOS
80 B. FOREST
AGENDA
81 B. FOREST
2015
SET
23
SETEMBRO
Florestar 2015
Quando: 23 e 24 de setembro de 2015
Onde: Cuiabá (MT)
Informações: https://eventioz.com.br/e/florestar-2015-11-encontro-de-reflorestadores-no-e
2015
OUT
04
OUTUBRO
48th International Symposium on Forestry Mechanization
Quando: 04 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Linz (Áustria).
Informações: www.formec.org
2015
OUT
OUTUBRO
Austrofoma
06
Quando: 06 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Hochficht (Áustria).
Informações: www.austrofoma.at
2015
OUT
06
2015
OUT
22
OUTUBRO
V Congresso Florestal Paranaense
Quando: 06 a 08 de Outubro de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.apreflorestas.com.br
OUTUBRO
5° Curso de Aperfeiçoamento Técnico em Gestão de Manutenção de Máquinas Florestais
Quando: 22 e 23 de Outubro de 2015
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.malinovski.com.br
B. FOREST 82
2015
NOV
AGENDA
OUTUBRO
3° Encontro Painel Florestal de Executivos
06
2015
NOV
Quando: 28 de Outubro de 2015
Onde: Brasília (DF).
Informações: www.executivosflorestais.com.br
NOVEMBRO
Expocorma 2015
06
2016
NOV
Quando: 06 a 08 de Novembro de 2015
Onde: Concepción (Chile).
Informações: www.expocorma.cl
MARÇO
Encontro Brasileiro de Energia da Madeira
06
2016
MAR
09
Quando: 07 e 08 de Março de 2016
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.energiadamadeira.com.br
MARÇO
Lignum Brasil e 2° Expomadeira & Construção.
Feiras do Setor Madeireiro.
Quando: 09 a 11 de Março de 2016
Onde: Curitiba (PR).
Informações: www.lignumbrasil.com.br
AGENDA
83 B. FOREST
B. FOREST 84
AGENDA
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