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REPORTAGEM
RISCO
Por Carmen Nery
A confiança
expressa em
uma nota
Instituições financeiras recorrem a agências de classificação de risco
para obter o grau de investimento, uma nota que sinaliza para o mercado
a capacidade do banco de desenvolvimento ou agência de fomento em
honrar seus compromissos. A Rumos ouviu as principais empresas de
classificação que atuam no país. Conheça como funcionam e qual a
importância de obter um rating
C
ada vez mais Instituições Financeiras de Desenvolvimento (IFDs) estão recorrendo às agências
de classificação de risco de crédito como uma das
formas de terem acesso a fontes alternativas de
recursos, sobretudo no exterior. Os bancos de desenvolvimento poderão ampliar o volume de emissões de letras financeiras (Resolução 4.123 do Banco Central – BC) e as agências
de fomento precisam do rating com grau de investimento para
acessarem as linhas provenientes de organismos multilaterais e
instituições financeiras internacionais de desenvolvimento –
como prevê a Resolução 3.757 também do BC. O rating é uma
exigência dos mercados para captações financeiras e emissões
de dívidas e as agências e bancos em expansão estão recorrendo às classificações para terem acesso a esses mercados.
As agências de classificação de risco foram criadas no
início do século XX com a função de organizar e qualificar
produtos financeiros ou ativos de empresas, bancos, governos
e países. O objetivo da classificação é mostrar a capacidade de
pagamento de dívidas no prazo prometido. No caso de países
e seu banco central, o risco de inadimplência é chamado de
risco soberano. Quando se avalia o conjunto de instituições de
uma nação, o conceito é de risco país.
As três principais agências de risco – Fitch, Moody’s e
Standard & Poor’s (S&P) – adotam cada uma sua própria
metodologia. Geralmente, utiliza-se a escala A, B, C, D. Na
escala da S&P e da Fitch, a melhor classificação é AAA; a
pior é D. Já na escala da Moody’s, a melhor classificação é
Aaa e a pior é C. Notas acima de BBB- (Fitch e S&P) ou Baa3
(Moody´s) dão ao agente o grau de investimento, enquanto
os classificados abaixo dessas notas recebem o grau de
especulação.
A critério do contratante, a classificação de risco pode ser
divulgada ou manter-se confidencial. Além disso, a qualquer
momento, a classificação pode ser revista e alterada – tanto
para cima (upgrade) como para baixo (downgrade) –, caso a avaliação do risco de crédito atribuído à empresa ou ente público se
modifique. As agências colocam os avaliados ainda em perspectiva que indica mudança iminente na classificação, que
pode ser perspectiva positiva ou negativa. Em meados de
2013, a Moody’s colocou o Brasil em perspectiva negativa, o
que pode indicar um rebaixamento do rating atual, mas2 que
ainda é grau de investimento.
As agências de classificação de risco têm procurado deixar
claro que o rating não passa de uma opinião, não se aplicando
como recomendação de investimento ou como segurança de
que não há risco e menos ainda com valor de auditoria. A crise
financeira de 2008 deixou claro que as agências também erram
em suas avaliações e, como nos casos da seguradora AIG e do
Banco Lehman Brothers, erram muito. Até seis dias antes do
colapso do referido banco, a S&P manteve o rating de grau de
investimento do banco de “A”. A Moody’s manteve o rating até
um dia útil antes que o banco entrasse em colapso. Desde
então, as agências vêm sendo alvo de críticas e o principal argumento contrário ao modelo é o fato de que elas são remuneradas pelos clientes que têm de avaliar.
“Um triple A significa pouco risco, mas não risco zero. A
Fitch e a S&P têm escalas com 20 notas. Quando uma instituição emite um título de dívida, faz um empréstimo junto a investidores anônimos, que não têm uma estrutura de avaliação de
risco de crédito como um banco que faz um empréstimo. O
rating dá ao investidor uma ideia do risco, mas é só uma opinião
sobre o risco de falência e não uma garantia de que não vai
haver perdas”, observa Patrick Behr, professor de Finanças da
Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da
RUMOS – 30 – Janeiro/Fevereiro 2015
Noel Joaquim Faiad
Fundação Getulio Vargas (Ebape/FGV). Ele explica que as
agências não são infalíveis, pois nem sempre conhecem totalmente o passado e certamente não podem prever o futuro.
“Um exemplo foi a falência da Enron, em 2003, o que
provocou várias mudanças na regulação das agências de risco
pelo congresso americano em 2006”, lembra Behr. Apesar das
mudanças regulatórias, elas não foram suficientes para barrar
nova crise em 2008. O professor observa que as agências se
depararam com instrumentos mais complexos de subprime e
securitização.
“A grande dúvida é se erraram porque quiseram fazer um
favor a quem emitiu os títulos ou porque eram cenários realmente muito complexos. O grande problema é que quem
paga as agências é quem emite a dívida e há quem considere
que elas tenderiam a dar um rating favorável. Mas elas alegam
que se fizerem isso perderão a reputação. Se é verdade ou não,
é difícil de avaliar”, resume.
Existem discussões em todo mundo sobre quem deve
pagar pelo rating e há quem defenda que, para tornar o modelo
mais transparente, o pagamento deveria caber ao investidor,
algo que é difícil de operacionalizar dada a pulverização dos
investidores, além do risco de isso onerar os negócios. Mesmo
assim, já há experiências como a da Egan Jones, agência independente que começou a prestar ratings em 1995 e ganhou
credibilidade sinalizando as falhas da Enron e da WorldCom.
A grande diferença é que a agência não é remunerada pelas
empresas que avalia e sim pelos investidores.
O tema também está em discussão no interior do Brics. O
bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul,
que recentemente formalizou a criação de um banco de desenvolvimento, estuda criar uma agência de classificação de risco
própria, para servir de alternativa às três grandes empresas que
hoje dominam o mercado, responsáveis pela avaliação de 95%
das dívidas em nível global. Especialistas dos cinco países
estão em diálogo e a questão deve ser apresentada na próxima
reunião do grupo, em março.
Apesar dos questionamentos, as agências de rating ainda
são consideradas a melhor forma de sinalizar riscos de merca-
RUMOS – 31 – Janeiro/Fevereiro 2015
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REPORTAGEM
RISCO
Moody´s
Divulgação
do. Segundo Esin Celasun,
país pode obter nota acima desses tetos.
diretora de instituições finanOutro rating importante na avaliação
ceiras da Fitch, a agência
da Fitch é o Rating de Suporte, que mostra
atribui notas separadamente
não apenas a capacidade, como também a
para capturar a situação
propensão de o acionista ou de um país
financeira creditícia de um
socorrer a instituição, caso ela não consiga
banco (refletida em seu Rating
fazer frente aos compromissos (default).
de Viabilidade – RV) e a probabilidade de
Instituições financeiras diretamente
que ele venha a receber suporte caso
ligadas ao governo seguem a classificação
necessário (refletida em seu Rating de
do risco soberano (BBB) com Rating de
Suporte – RS). O rating global de longo
Suporte 2 numa escala de 1 a 5, sendo 1 o
prazo de um banco, denominado na agênmais alto.
cia de IDR (Issuer Default Ratings – ou
“A maior parte dos bancos de desenRating de Probabilidade de Inadimplência
volvimento e agências de fomento avaliado Emissor) e os riscos de emissões são Esin Celasun, da Fitch Ratings.
das pela Fitch têm um nível de suporte 2
derivados do Rating de Viabilidade e do
que significa que a probabilidade de
Rating de Suporte.
socorro é alta. Acima desse rating, só o
De acordo com a metodologia adotada pela Fitch, os IDRs
nível 1 de propensão e capacidade extremamente alta”, acresdas instituições financeiras normalmente classificam o risco de
centa Esin.
inadimplência em relação às obrigações seniores (as primeiras a
Os bancos federais – Banco Nacional de Desenvolvimenserem pagas) perante terceiros, credores não governamentais.
to Econômico e Social (BNDES), Banco da Amazônia, Banco
A agência adota para o IDR final o que for maior entre o
do Nordeste (BNB), Caixa Econômica Federal (CEF) e
primeiro nível de IDR de longo prazo que a instituição poderia
Banco do Brasil (BB) – têm rating global de longo prazo em
alcançar individualmente (sem suporte) conforme refletido no
moeda estrangeira equivalente ao rating soberano do Brasil
seu Rating de Viabilidade, ou com base unicamente no suporte
(BBB), baseado no suporte do governo federal, e rating nacioexterno.
nal AAAbra. As agências de fomento AgeRio (BBB-/AA-Bra)
O Risco de Viabilidade individual de uma instituição
[artigo ao final desta reportagem] e Fomento Paraná (BBB-/AA+),
financeira é avaliado com base em cinco fatores: o ambiente
têm nota baseada na classificação do governo estadual, assim
operacional; o perfil da companhia; a administração; o apetite
como o Banco de Brasília (BRB) que é baseado no rating do
de risco; e o perfil financeiro. O RV classifica o risco de que
Distrito Federal (BBB-/AA-).
uma instituição financeira pode vir a falhar, seja tornando-se
“Esses bancos federais são bastante dependentes do sobeinadimplente ou vindo a precisar de receber suporte extraordirano e nesse sentido não atribuímos nem o Rating de Viabilidanário ou impor perdas em relação às suas obrigações subordide, à exceção do BRB e do Banco do Brasil, que consideramos
nadas (aquelas que são efetuadas apenas após o pagamento
bancos comerciais. O rating IDR de longo prazo é baseado
das obrigações seniores), para restabelecer
apenas no Rating de Suporte”, explica
sua viabilidade.
Lopes.
“No Brasil trabalhamos com duas
No caso da Moody’s, a metodologia
escalas: uma nacional e uma internacional.
para a área financeira tem como ponto de
Os ratings na escala internacional são compartida o perfil de risco de crédito isolado
parados com as classificações divulgadas
da instituição denominada Bank Financiglobalmente. Na escala internacional, há
al Strenght Rating (BFSR) e que tem
dois ratings principais de longo prazo: um
escala de A a E. Alexandre Albuquerque,
para moeda local e outro para moeda
analista financeiro da Moody’s, explica
estrangeira. A diferença é que o primeiro
que essa escala é transportada para a
não considera os riscos de transferência
escala de rating de dívida e depósito que
ou conversibilidade da moeda e normalvai de Aaa a C. Com a conversão, a agênmente é utilizado para avaliar a capacidade
cia traça o Perfil de Risco de Crédito
de se honrarem obrigações em moeda
Individual (Baseline Credit Assessment –
local dentro do país. O rating de moeda
BCA), que mostra a capacidade de um
estrangeira considera os riscos de transfebanco em honrar seus compromissos
Alexandre Alburquerque, da Moody’s
rência do país no exterior. No caso do
sem nenhum tipo de suporte externo.
Brasil, o rating soberano em moeda local e
Na escala da Moody’s, o rating mais
em estrangeira é o mesmo BBB”, diz Esin.
elevado é Aaa, seguido por Aa com marcadores de 1 a 3; A de 1
Jean Lopes, diretor da área financeira da Fitch, explica que,
a 3; Baa de 1 a 3; Ba de 1 a 3; B de 1 a 3; Caa de 1 a 3; Ca de 1 a 3,
geralmente, o rating do país é o máximo que uma empresa
e C. De Aaa a Baa3 é classificado como grau de investimento.
pode alcançar. O Brasil tem grau de investimento, com nota
De Ba para baixo é grau especulativo.
BBB na Fitch, BBB- na S&P e Baa2 com perspectiva negativa
O BFSR é usado apenas para bancos comerciais como o
na Moody’s. Praticamente nenhuma empresa ou instituição do
Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Banco do
RUMOS – 32 – Janeiro/Fevereiro 2015
Nordeste na classificação da Moody’s. Bancos de desenvolvimento como o BNDES e o BDMG são classificados como
Emissores Relacionados ao Governo (GRI, em inglês) e como
não têm depósito, têm apenas o Rating de Emissor, que tem
por base Rating de Suporte. Nesse caso, a Moody’s usa a metodologia de Análise de Default Conjunto (Joint Default Analysis – JDA), que faz a correlação entre o crédito dos GRIs e de
seus governos de suporte centrais, regionais e locais.
No caso do BNDES, o Rating de Suporte é elevado, pois o
banco é ligado ao Tesouro, o que faz com que, embora o Perfil
de Risco de Crédito Individual seja ba1, o Rating de Emissor
seja elevado para Baa2 – o equivalente ao rating soberano do
Brasil. Já o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais
(BDMG) tem Perfil de Risco de Crédito Individual ba1 e
recebe o suporte do governo do estado que é Baa3. A Moody’s
também avalia as agências de fomento Desenvolve SP, que tem
rating Ba1, e a Fomento Paraná, classificada como Baa3.
“No caso da Caixa, do Banco do Brasil e do Banco do
Nordeste partimos do BRSF para a formação do Perfil de
Risco de Crédito Individual. A Caixa e o Banco do Nordeste
têm rating Ba2, que é grau especulativo, mas, quando se considera o suporte do governo federal, o rating final de emissão vai
a Baa2, no caso da Caixa, e Baa3, no caso do Banco do Nordeste, ambos grau de investimento. O Banco do Brasil já tem
Perfil de Risco de Crédito Individual Baa2, que é grau de
investimento e o mesmo nível do rating soberano do Brasil,
antes mesmo de ser considerado o Rating de Suporte. Isso
significa que o Banco do Brasil tem capacidade de honrar seus
compromissos sozinho, sem a necessidade do suporte federal”, esclarece Albuquerque.
As instituições – Vania Maria da Costa Borgerth, assessora
da presidência do BNDES, explica que o banco foi buscar
agências de rating em meados dos anos 1990, quando decidiu
voltar ao mercado internacional, após o período em que cessou as emissões de títulos por conta da moratória brasileira em
1987. O BNDES tem rating BBB- com perspectiva estável da
S&P – a única que o banco efetivamente contrata, desde meados da década de 1990 – e Baa2 com perspectiva negativa da
Moody’s, agência que presta serviços sob demanda desde o
início dos anos 2000. Com a Fitch, o BNDES não tem contrato mas recebeu um rating BBB não solicitado porque a agência
entendeu que seria de interesse de seus clientes conhecer o
risco de crédito da instituição.
“Para nós, o rating tem o mesmo valor de uma auditoria
sobre as demonstrações contábeis”, considera Vania, para
quem o propósito do rating não é verificar se as empresas têm
exatamente capacidade de pagamento. O que a nota indica, na
sua avaliação, é muito mais do que a estabilidade financeira de
uma instituição. Ela cita o depoimento de Lisa Schineller,
Grau de investimento nos planos
T
ão logo seja transformada em instituição financeira,
a Finep também deverá recorrer às agências de classificação de risco para conquistar um grau de investimento. Cláudio Guimarães Júnior, diretor Financeiro e
de Controladoria, informa que a agência já concluiu uma
série de ações para que seja tipificada como instituição
financeira e aguarda decisão da Casa Civil e do Conselho
Monetário Nacional (CMN). Entre as ações estão a adoção do Cosif, modelo contábil das instituições financeiras,
a implementação do sistema de gestão Oracle, a criação
das áreas de controladoria e de risco e a segregação de
recursos próprios e recursos do Fundo Nacional do
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), do
qual a Finep comanda a secretaria executiva. “Só falta o
CMN decidir tipificar a Finep, e essa é uma decisão política. A Finep quer se consolidar como a agência nacional da
inovação, assim como o BNDES é o banco da infraestrutura e da indústria, o Banco do Brasil é do crédito rural e a
Caixa é o do crédito imobiliário. É preciso entender que o
fomento à inovação tem impacto direto na produtividade
das empresas”, defende Guimarães. Ele argumenta que, se
a Finep se tornar instituição financeira, terá acesso a outras
fontes de financiamento, além do FNDCT, do Programa
de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo para o
Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações
(Funttel).
“O primeiro empréstimo que pegamos do FNDCT, em
2008, foi de R$ 90 milhões. Em 2014, pegamos R$ 1 bilhão.
Hoje a Finep é a segunda maior fonte do FNDCT porque
retroalimenta o fundo. Nossa meta em 2018 é operar R$ 50
bilhões para a inovação para que o Brasil possa se aproximar de seus concorrentes. Em 2011, a Finep contratou R$
1,7 bilhão. Em 2014 foram R$ 8,6 bilhões”, enumera Guimarães. Ele explica que a transformação em instituição
financeira permitirá à Finep ter acesso também ao Fundo
Social. “Hoje apenas 50% do Fundo Social está regulamentado com destinação de 75% para a educação e 25% para a
saúde. Para a Finep, 20% dos outros 50% ainda não regulamentados deveriam ser destinados à inovação”, defende.
Ele acrescenta ainda que, como instituição financeira, a
Finep poderá criar instrumentos de captação para se financiar e ficar menos dependente de recursos públicos.
“Poderemos ter acesso a fundos soberanos como o de
Cingapura ou emitir debêntures de inovação captando funding externo de fomento de organismos como o Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Poderemos
ainda emitir letra financeira de inovação ou criar fundos de
investimento para a inovação”, enumera, acrescentando
que o rating será instrumento necessário nesse cenário.
Uma das ideias em análise é fechar parcerias com a BBDTVM do Banco do Brasil e outras instituições financeiras. Em dezembro, a Finep acordou com o BTG e a SwissRe uma modalidade de seguro garantia mais barata que a
fiança bancária. Agora a empresa está convocando outras
seguradoras para aderir ao modelo.
RUMOS – 33 – Janeiro/Fevereiro 2015
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REPORTAGEM
RISCO
Divulgação
diretora das avaliações do departamento de mercado internacional
mento de riscos soberanos para a
e fundos externos da área InterAmérica Latina da S&P, que, durannacional do BNDES. Ele obserte seminário interno no banco,
va que essas captações externas
afirmou que o rating tem muito mais
são sempre denominadas em
a ver com o desejo de pagar do que
moeda estrangeira e a capacidacom capacidade.
de do banco de emitir moeda
“Há países e empresas que têm condições
estrangeira lá fora depende da
políticas instáveis e até têm recursos mas, por
capacidade da instituição de
questões de honra, não têm intenção de pagar
poder repassar esses recursos
todas as suas dívidas por considerar os credores
para as empresas brasileiras. Em
usurpadores. Apesar de serem riquíssimos, têm
projetos de infraestrutura, a
ratings piores. O rating é uma combinação da
maior parte não consegue absorAndré Carvalhal, do BNDES.
capacidade e o desejo de pagar”, resume a assesver moeda estrangeira, mas
sora da presidência. Ela observa que a S&P classifica o
apenas Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP).
BNDES como empresa do governo – o banco é analisado
“Temos de repassar para setores que conseguem absorver
pela equipe de rating soberano e recebe a nota equivalente à da
moeda estrangeira como a cadeia de óleo e gás, ou os que lidam
República. Já a Moody’s classifica o banco como instituição
com commodities – que têm preços em moeda estrangeira – e
financeira.
operações de exportação, entre outros”, explica Carvalhal.
“As duas formas são boas para o BNDES e por isso a gente
Vania esclarece que, com uma eventual redução dos aporusa dois ratings numa emissão. Por um lado, estar atrelado ao
tes do Tesouro, o presidente Luciano Coutinho já anunciou
risco soberano dá uma tranquilidade para o investidor, que vê
que o banco vai rever seu nível de participação nos projetos.
que por trás tem um acionista que tem intenção de honrar um
Além disso, a tendência é que o volume de captações externas
compromisso, caso o banco venha a falhar. Vale lembrar que,
aumente. Ela lembra que o BNDES já usava rating antes dos
mesmo durante a moratória, o BNDES recebeu autorização
repasses do Tesouro. E, segundo destaca Carvalhal, não
para continuar pagando seus compromissos. Teoricamente,
houve redução nas emissões no período de 2008 a 2014,
um Tesouro tem menos chance de se tornar inadimplente.
quando vigoraram os aportes federais.
Olhando o lado da Moody’s, ser considerada uma instituição
“Em 2014, foram captados R$ 2,5 bilhões, um recorde na
financeira mostra que, apesar de sermos governo, temos toda a
história da instituição. O banco pretende atuar no mercado
flexibilidade e as melhores práticas das maiores instituições
internacional, não só por meio das emissões em si, mas tamfinanceiras de Primeiro Mundo”, reforça Vania.
bém por meio da relação com o investidor. A classificação
A primeira emissão do BNDES pós-rating foi em 1998 no
rapidamente passa para o investidor a avaliação da empresa,
valor de R$ 1 bilhão. Entre as vantagens que o processo de
mas é importante também que o banco esteja em contato
obtenção de rating traz, Vania cita o fato de que para que o
direto com ele até para que verifique por que a instituição está
banco emitisse o primeiro título (bond), a S&P fez um trabarecebendo aquele rating”, reitera Carvalhal.
lho de educação sobre a forma com devem ser apuradas as
O Banco da Amazônia opera com rating desde o final da
informações que se apresentam para uma agência de rating.
década de 1990, quando realizou uma reestruturação e
“A gente aprendeu muito em termos de apresentação de
implantou área específica de gestão de riscos. Na ocasião, o
informações, de abertura, transparência, discriminação de
banco conseguiu seu primeiro rating da agência de classificainformação e comunicação de desempenho. A Moody’s
ção de risco Riskbank e logo em seguida da agência Fitch.
nunca precisou vir ao banco apurar informação porque já
Pelo Índice Riskbank, o banco tem rating 10,29 – numa escala
recebiam o mesmo relatório que enviávamos para a S&P. No
de 7 a 11. Pela classificação nacional e internacional da Fitch,
caso da Fitch, que nos concede um rating não solicitado, nós
tem ratings AAA e BBB, respectivamente, sendo grau de
recebemos os analistas, mas não podemos dar o mesmo grau
investimento.
de informação que damos para a S&P e a Moody’s porque a
José Marques de Lima, diretor de Controle e Risco do
Fitch não tem contrato de confidencialidade conosco como
Banco da Amazônia, explica que a instituição procurou obter
as outras duas agências. Além disso, não usamos o rating da
classificação de risco por entender tratar-se de um instrumenFitch em nossas emissões”, distingue.
to relevante para avaliação do mercado, tanto em escala naciDesde 2008, o BNDES passou a ter aportes cada vez
onal quanto internacional. Mas não visando a emissões imemais volumosos do Tesouro Nacional, que hoje representa
diatas. O rating fornece aos potenciais credores uma opinião
52,6% do funding do banco. As captações externas, incluindo
independente a respeito do risco de crédito da instituição,
emissões de bonds e operações com organismos multilaterais,
além de retratar o perfil qualitativo do banco junto ao mercarepresentam apenas 4,4%. Com a nova equipe econômica,
do. Mas, a rigor, o Banco da Amazônia tem uma boa equação
existe a intenção de reduzir a dependência do Tesouro e
de funding por meio das linhas de repasses do BNDES, do
ampliar novas fontes de recursos.
Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Fundo da Mari“O percentual de participação das emissões no orçamennha Mercante (FMM) e pela gestão do Fundo Constitucional
to do banco pode ser pequeno, mas é grande em volume: são
do Norte (FNO).
R$ 37 bilhões”, ressalva André Carvalhal, chefe do departa“Não temos necessidade de realizar captações externas.
RUMOS – 34 – Janeiro/Fevereiro 2015
Fotos: Divulgação
bidos pelo mercado como uma instituição financeira com baixo risco de crédito.
A obtenção de avaliações de ratings independentes emitidos pelas três grandes
agências internacionais validou esta
percepção e permitiu ao banco acessar
certos investidores institucionais e mercados internacionais nos quais havia o
pré-requisito de rating”, ressalta Ana.
Desde a primeira emissão de títulos do
BNB, em 1993, todas as emissões de
títulos do banco, no mercado internacional, obtiveram rating das empresas conJosé Marques de Lima, diretor de controle e risco, e Luiz Otávio Maciel Monteiro,
tratadas.
Os títulos emitidos pelo Banco
diretor de gestão de recursos do Banco da Amazônia.
do Nordeste são seniores, e com as notas
foi possível acessar mais investidores e mercados.
Olhando o planejamento estratégico até 2019 e a estratégia de
“Embora não possamos quantificar, temos a percepção
expansão comercial, ainda conseguimos ampliar os recursos
clara de que a obtenção do grau de investimento nos ajuda a
por meio da captação de depósitos no braço comercial do
captar mais e melhor – mais barato e com prazos mais longos.
banco. E como banco de desenvolvimento, estamos tranquilos
Com um rating forte, podemos ampliar o volume de recursos
com as fontes de recursos que temos, pois ainda encontramos
captados, melhorar o custo dessas captações e, consequentefunding nacional no patamar adequado”, explica Lima.
mente, suprir as necessidades das empresas que atuam na área
O banco considera, porém, que o rating proporciona transde ação do banco, com mais crédito de qualidade e menor
parência, permitindo ao investidor obter uma visão mercadocusto financeiro possível. Tudo isso ajuda o BNB a cumprir
lógica completa da instituição, oferecendo-lhe, a rigor, maior
sua missão de atuar na promoção do desenvolvimento sustensegurança nas contratações de negócios. Os ratings nacionais
tável da região”, ressalta a gerente do BNB.
do Banco da Amazônia se baseiam no suporte de seu principal
A Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP)
acionista, o governo federal. Pelo fato de o banco possuir
contratou a Moody’s em 2010, apenas um ano após a sua funelevada liquidez, o principal impacto observado está relacionadação, como uma forma de se preparar para o futuro. A agêndo ao menor custo de captação.
cia recebeu o rating Ba1, um nível abaixo do grau de investi“O rating é mais uma necessidade de mercado do que uma
mento do estado de São Paulo, que é Baa1. Milton Luiz de
necessidade de captarmos. Mas, se o braço comercial do banco
Melo Santos, presidente da instituição e vice-presidente da
expandir rapidamente a carteira, pode ser que venhamos a ser
ABDE, diz que, no ano passado, a Moody’s manteve o grau
mais agressivos na captação por meio de emissão de letra
como estável, o que o leva a crer que em 2015 a agência pode
financeira nacional ou, eventualmente, uma emissão de bond
vir a alcançar grau de investimento.
internacional”, acrescenta Luiz Otávio Maciel Monteiro, dire“Nossa meta é buscar a expansão dos negócios via captator de Gestão de Recursos do Banco da Amazônia.
ção de recursos externos junto ao Banco Interamericano de
O Banco do Nordeste (BNB) tem ratings da Fitch (BBB),
Desenvolvimento (BID) ou outras agências multilaterais,
da Moody’s (Baa3) e da Standard & Poor’s (BBB-). O primeiro
como o banco de desenvolvimento da China, a Agência Franrating obtido pelo BNB ocorreu em meados de 1990. Ana
cesa de Desenvolvimento (AFD) ou a Corporação Andina de
Patrícia Gonçalves, gerente do Ambiente de Mercado de
Fomento (CAF)”, explica Santos. O objetivo da Desenvolve
Capitais do banco, observa que o rating é um elemento essenSP e das agências estaduais de fomento é ampliar o leque de
cial para a captação de recursos no mercado financeiro, pois
fontes de financiamento para tocar projetos de maior vulto.
ele é uma das principais informações utilizadas pelos investi“As agências de fomento não podem emitir dívida e passidores no processo de tomada de decisão de investimento.
vo financeiro, mas podem fazer convênios com outros orgaAlém disso, o banco também considera que obter opiniões
nismos multilaterais. Para isso, precisamos da avaliação de
isentas e qualificadas das principais agências classificadoras de
agências de risco e a obtenção de grau de investimento. Com
risco se configura como uma importante iniciativa de Goveros novos recursos, nossa meta é entrar em projetos de financinança Corporativa.
amento associados a parcerias público-privadas e nas concesDentre as vantagens da obtenção do rating, ela destaca o
sões do governo de São Paulo, ampliando o financiamento a
fato de a classificação mostrar a solidez da instituição e fortaleprojetos de infraestrutura”, justifica.
cer a imagem institucional junto aos participantes do mercado.
O rating também facilita e reduz os custos de captação de
Captações – O BDMG obteve grau de investimento da S&P
recursos e contribui para a adequada precificação dos ativos
e Moody’s em 2012. Segundo Júlio Onofre Mendes de Oliveiemitidos pela instituição no mercado. Além de facilitar o acesra, presidente da instituição, o objetivo foi expandir o nível de
so a novas modalidades de captação; aumentar a liquidez dos
atuação do banco em Minas Gerais buscando fontes alternaativos emitidos; e contribuir para o acesso a novos mercados,
tivas de financiamento, tanto em termos de volume de
aumentando a presença do banco no mercado global.
recursos quanto em prazo e condições mais favoráveis. Ele
“Por sermos um banco público federal, já éramos perceRUMOS – 35 – Janeiro/Fevereiro 2015
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REPORTAGEM
RISCO
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no valor de € 50 milhões com prazo de 12
lembra que, como um banco estadual
anos. Os recursos são destinados ao financide desenvolvimento, o BDMG não
amento de projetos municipais voltados
pode ter rede bancária e a principal
para as questões climáticas e para a univerfonte de recurso é o BNDES. A instisalização de serviços básicos. Em junho do
tuição também contou com aportes
ano passado foi assinado contrato de US$
do governo do estado. O patrimônio
150 milhões com o Banco Interamericano
líquido é de R$ 1,7 bilhão e a carteira
de Desenvolvimento (BID), em três tranches
soma R$ 7,2 bilhões com recursos próprios e capde US$ 50 milhões e prazo de sete anos. Os
tações junto ao BNDES. Oliveira explica que para
recursos são destinados ao financiamento
obter novas fontes o banco teve de se apresentar
de projetos de infraestrutura municipal. E
ao mercado.
em dezembro de 2014 foi realizada capta“Para isso tive de fazer o dever de casa, melhoção junto ao Banco de Tokyo-Mitsubishi
rar a governança, os processos e a carteira de crédiUFJ com prazo de quatro anos, no valor de
to”, diz o presidente. Ele conta que as conversas
US$ 25 milhões.
com a Moody’s começaram em 2009 e o BDMG Juraci Barbosa Sobrinho,
A Agência de Fomento do Paraná (Foteve seu primeiro rating, naquele momento avaliado presidente da Fomento Paraná.
mento Paraná) deu início ao processo de
como Ba2 na escala global. Já no ano seguinte,
obtenção da classificação de risco de agênrecebeu o seu primeiro upgrade, alcançando o rating
cias internacionais em 2012, como parte de um processo de
Ba1, e Aa2.br nas escalas global e nacional, respectivamente,
reestruturação e aprimoramento das habilidades da agência.
terceira maior nota na escala nacional da agência. Em 2012
Juraci Barbosa, presidente da empresa, observa que a Fomento
passou a ser avaliado também pela Standard & Poor’s e já nesse
Paraná é uma instituição financeira relativamente jovem, com
ano foi classificado como grau de investimento, alcançando
apenas 15 anos, que administra um ativo de mais de R$ 1,5
rating BBB- na escala global, e brAAA na escala nacional,
bilhão e trabalha para crescer muito nos próximos anos.
maior nota da escala nacional. Logo após, a agência Moody’s
“É fundamental que o mercado nos
também concedeu grau de investimento ao
veja com bons olhos. E a classificação de
BDMG, atribuindo rating Baa3 na escala global, e
risco é uma ferramenta que confere
Aa1.br na escala nacional, segunda maior nota da
transparência para uma instituição finanescala nacional.
ceira aos olhos do mercado. Por isso
“Mas tínhamos limitação do Banco Central
buscamos o rating”, justifica Barbosa. No
para a emissão de letra financeira, que é o instruprimeiro semestre de 2013, a Fitch conmento no mercado nacional para bancos de desencedeu rating BBB-, e a Moody’s, Baa3,
volvimento. A autorização só veio em novembro
com perspectiva estável, ambos graus de
de 2012”, observa. Com a autorização, o BDMG
investimento. realizou duas emissões de letras financeiras que
Barbosa conta que, após a obtenção
passaram pelo processo de classificação de risco, a
do rating, a Fomento Paraná iniciou negoprimeira em dezembro de 2012 (R$ 350 milhões,
ciações com a Agência Francesa de
sendo essa tranche – parcela – de R$ 100 milhões e
Desenvolvimento (AFD) para uma linha
prazo de três anos, e a segunda parte de R$ 250
de crédito destinada a financiar programilhões no prazo de cinco anos), e a segunda em
mas e projetos de gestão de resíduos
março de 2014 (série única de R$ 247,6 milhões).
sólidos nos municípios paranaenses.
Em ambas as emissões a agência S&P concedeu o Júlio Onofre Mendes de
Atualmente esse processo encontra-se
rating brAAA em escala nacional. Adicionalmente, Oliveira, presidente do BDMG.
em fase de acolhida de projetos e em 2015
o BDMG realizou ainda duas emissões privadas de
deve ser assinado o contrato de financialetras financeiras: a primeira ocorreu em maio de
mento com a AFD. “A Fomento Paraná trabalha com a pos2013, no valor de R$ 82,5 milhões e prazo de três anos,
sibilidade de captar recursos de outros fundos internacionaenquanto a segunda aconteceu em dezembro de 2013, no
is”, antecipa Barbosa.
montante de R$ 20 milhões e o mesmo prazo que a anterior.
Ele acrescenta que o rating “grau de investimento” tamO presidente do BDMG destaca que, com o grau de invesbém é um importante balizador para o Banco Interamericatimento, o banco passou a ter acesso ao mercado internacional
no de Desenvolvimento (BID), com o qual o governo do
e, assim, pôde diversificar e alongar sua estrutura de capital
Paraná vem tratando de um financiamento para o programa
com a realização de diversas captações. Em agosto de 2013,
Paraná Urbano III. O programa, no valor de US$ 300
assinou um contrato de empréstimo de US$ 100 milhões com
milhões, é destinado a reduzir o déficit de infraestrutura
a Corporação Andina de Fomento (CAF), o Banco de Desenurbana, melhorar a gestão tributária e financeira e aumentar
volvimento da América Latina, com prazo de dez anos. Os
a capacidade de planejamento dos municípios. Os recursos
recursos foram destinados ao financiamento de pequenas e
serão administrados pela Fomento Paraná.
médias empresas com prazos longos e taxas reduzidas. TamNo Brasil, ainda em 2013, a Fomento Paraná foi credencibém foi assinado um contrato de empréstimo com a Agência
ada pela Caixa Econômica Federal para atuar como agente
Francesa de Desenvolvimento (AFD), em dezembro de 2013,
RUMOS – 36 – Janeiro/Fevereiro 2015
técnico e financeiro em operações de financiamento de obras
nas áreas de infraestrutura e transportes com recursos do
FGTS, pelo Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC2). O limite de crédito inicial foi de R$ 124,6 milhões e
atualmente é R$ 200 milhões. No ano passado, a agência foi
credenciada pela Finep para operar recursos do programa
Inovacred, para projetos de inovação e desenvolvimento
tecnológico e assinou os dois primeiros contratos de financiamento nesta linha.
“Mesmo sem ter correlação direta, o rating nos serve
como uma ferramenta que atesta a confiabilidade da instituição, por exemplo, para fazer a gestão do Fundo Garantidor
de Parcerias Público-Privadas do Paraná (FGP/PR), que nos
foi delegada pelo governo do estado. O fundo, que foi criado
com um patrimônio de R$ 260 milhões, é um importante
instrumento para viabilizar a implantação das PPPs no Paraná e permitir a execução de grandes projetos de infraestrutura, como a duplicação de rodovias. A administração dos
recursos financeiros do FGP/PR está a cargo da Caixa”,
finaliza.
A Caixa Econômica Federal conta com ratings BBB estável pela Fitch, Baa2 com perspectiva negativa pela Moody’s e
BBB- estável pela S&P. Segundo Rauelison da Silva Muniz
dos Santos, diretor executivo de Riscos da Caixa, com a constante instabilidade no cenário macroeconômico global,
reforçou-se a necessidade de os investidores analisarem com
cautela seu perfil e recursos, além de obter uma série de
informações críticas sobre seus investimentos em potencial,
com o objetivo de mitigar riscos de perdas e prejuízos e identificar as melhores oportunidades para maximizar seus
ganhos.
“As agências de fomento e instituições financeiras estão
sempre atentas aos ratings que recebem das agências
classificadoras de risco, uma vez que essas notas passam
segurança aos investidores, e ao mercado em geral, com
impacto inclusive na imagem da organização e garantindo a
constância de entrada de capitais. Um banco com altos ratings
de classificação de risco capta recursos com maior facilidade
e com custos menores, visto que seus ratings refletem uma
situação econômico-financeira mais robusta”, conclui.

Artigo
O Rio de Janeiro vive momento singular de atração de
investimentos e ampliação de negócios. São centenas de projetos de pequeno, médio e grande porte, que revolucionam e
diversificam o perfil econômico do estado, para além da economia do petróleo. A AgeRio participa desse movimento virtuoso, transformando oportunidades em projetos sustentáveis e atendendo às demandas, com menor burocracia, fundings adequados e taxas atrativas.
Por operar somente no estado, podemos estar mais perto
dos empresários, com visão aguçada quanto às perspectivas
de desenvolvimento, identificando vocações regionais, customizando produtos para todos os segmentos da economia,
atendendo da micro à grande empresa, além de conduzir o
bem-sucedido programa de microcrédito produtivo orientado, nas comunidades pacificadas do Rio de Janeiro.
Sintonizada com a estratégia do governo estadual, e contando com seu irrestrito apoio, temos contribuído com o
desenvolvimento, exercendo nossa missão não só por meio
de operações financeiras e acompanhamento técnico, mas,
também, em parceria com os municípios fluminenses na
modernização da gestão administrativa e nos investimentos
em infraestrutura, que potencializam as vocações locais.
Tudo está sendo possível porque a agência permanece atenta às oportunidades e passa por uma transformação, ancorada
em seu Programa Modernizar para Competir, que visa torná-la
mais eficiente, para desempenhar papel relevante no contexto
estadual, como alternativa atraente e confiável para empreendedores e braço operacional da política de desenvolvimento
do governo estadual. Reformulamos processos internos, criamos indicadores de desempenho, realizamos concurso público e definimos nova marca, novo site, novo estatuto, novo pla-
Divulgação/AgeRio
Voltada para o futuro
no de cargos e salários, além de
implantar regime de alçadas e
Comitês de Crédito e um arrojado
plano de tecnologia da informação.
Faz parte deste contexto o
compromisso com a transparência, credibilidade e aplicação das
melhores práticas voltadas ao aprimoramento contínuo da gestão. Neste sentido, a AgeRio busca sua classificação de risco junto às agências internacionais
emissoras de rating, como forma de fortalecer e ampliar as suas
ações no âmbito das intermediações financeiras internas e
externas.
Como passo inicial, já nos submetemos à avaliação de risco de crédito por parte da Fitch Ratings que atribuiu o nível de
risco BBB-, na escala internacional de curto e longo prazo, e
AA-, na avaliação nacional, conferindo à AgeRio o conceito
de grau de investimento. Essas classificações colocam a AgeRio em condições de adequada credibilidade como tomadora
de crédito tanto no mercado nacional como no internacional.
Diante do desafio que vem motivando nosso corpo funcional, de tornar a AgeRio ainda mais necessária à sociedade deste estado, continuaremos diversificando programas e democratizando o processo de concessão de crédito, ganhando escala, para ser uma Agência de Fomento cada vez mais voltada
para o futuro.
José Domingos Vargas
Presidente da AgeRio – Agência Estadual de Fomento
RUMOS – 37 – Janeiro/Fevereiro 2015
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