Ortografia Clássica
-pontos problemáticos
PROFESSORA SABINE MENDES
O que é ortografia?
 Ortografia é a parte da Gramática que rege a escrita
das palavras da língua.
 Como há concursos e outros tipos de documentos
oficiais, existe algo que tem força de lei no tocante à
grafia correta de cada vocábulo: o Pequeno
Vocabulário
Ortográfico
Oficial
da
Língua
Portuguesa (PVOLP), e não os dicionários, como
muitos pensam.
Diferenças PVOLP e dicionários
 P.V.O.L.P
Não têm acento gráfico (Pois são latinismos).
 Alibi
 Superavit
 Deficit
 Habitat
 Dicionário AURÉLIO
 Sem acento apenas Habitat / Hábitat na 1ª edição.
 Todas com acento já na 1ª edição.
Diferenças PVOLP e dicionários
Isso traz muitas dúvidas. Embora, nos jornais, você encontre,
normalmente, a frase:
“ Balança comercial brasileira tem déficit. O álibi de
que os dólares se destinariam à proteção do hábitat
de espécies em extinção não chegou a trazer
superávit.”
Para uma prova de concurso público ou mesmo em qualquer
documento oficial, há nessa frase quatro erros de grafia (não
de ortografia, como se diz por aí...): déficit, álibi, hábitat e
superávit, pois a ORTOGRAFIA OFICIAL (segundo o
P.V.O.L.P) tem de ser: DEFICIT, ALIBI, HABITAT e
SUPERAVIT.
 O bom senso indica que tais casos não deveriam aparecer em
provas de Concurso.
Emprego de Vogais
Na verdade, o que vale são algumas dicas:
1) as vogais nasais, no final das palavras, são representadas
por ã, im, om e
um.
Exemplos: afã, ímã, flautim, semitom, zunzum.
2) nos hiatos oe e ue, deve-se tomar cuidado. Sempre se
grafam com e.
Exemplos: abençoe, perdoe, cultue, habitue.
Não confunda os hiatos com os ditongos, que devem ser
escritos com i.
Exemplos: possui, contribui, constitui...
Emprego de Semivogais
Mais algumas dicas:
1) a semivogal anterior, cujo som lembra “i”, pode ser grafada com as
letras i
(quando oral) ou e, m e n (quando nasal), sendo que as duas últimas
só
ocorrem no final de palavra.
Exemplos: ditongos orais: pai, possui, deixai;
ditongos nasais: mãe, também, éden.
2) a semivogal posterior, cujo som lembra “u”, pode ser grafada com
as letras u
quando oral) ou o e m (quando nasal), sendo que a última só ocorre no
final
de palavra.
Exemplos: ditongos orais: mau, caule, céu;
ditongos nasais: mão, amarão, amaram, partam.
Emprego de consoantes
Na maioria dos casos, há tantas regras e exceções,
que a melhor maneira de acertar é conhecer a grafia
da palavra.
Assim, é bom saber que ESTENDER é com S,
enquanto EXTENSÃO é com X. Mas não se
assuste! Isso é uma exceção (Viu como se escreve?
É... EXCEÇÃO!). O normal é que as palavras sigam a
sua etimologia, a sua escrita original.
Há, porém, os casos de S e Z, que nós podemos
normatizar, conforme veremos a seguir.
Emprego de consoantes
 1) Os sufixos -EZ, -EZA são diferentes de -ÊS,




-ESA.
a) -EZ e -EZA formam SUBSTANTIVOS.
Belo-beleza, esperto – esperteza, grande-grandeza.
b) -ÊS e -ESA formam ADJETIVOS.
Birmanesa, princesa, siamesa (feminino dos
adjetivos terminados em -ês)
Emprego de consoantes
 Verbos em -ISAR e -IZAR.
a) Radical da palavra com IS: ISAR
Exemplos: bis bisar;
aviso avisar;
piso pisar.
b) Radical da palavra sem IS: IZAR
Exemplos: sátira satirizar;
global globalizar;
ameno amenizar.
Emprego de consoantes
3) Os sufixos -SÃO, -SSÃO e -ÇÃO.
Embora não haja uma regra de total precisão, há
algumas "dicas" boas.
a) Verbos terminados em -NDER e -NDIR formam
as derivadas com -SÃO.
Exemplos: compreender compreensão;
expandir expansão.
Emprego de consoantes
b) Verbos que derivam de TER ou têm C formam
os derivados com -ÇÃO.
Exemplos: obter obtenção;
reter retenção;
torcer torção.
c) A terminação -SSÃO só é possível entre vogais.
Exemplos: ceder/cessão;
agredir/agressão;
admitir /admissão.
Acentuação gráfica
Há dois conjuntos de regras de acentuação gráfica:
1) as gerais, que se baseiam na Prosódia , isto é,
na posição da vogal
tônica;
2) as especiais, cuja ocorrência do acento
independe da posição da sílaba
tônica, e sim obedece à situação de grafia.
Acentuação gráfica
a) Regras Gerais
Todas as proparoxítonas são acentuadas.
Exemplos: próspero, cônego, córrego, oxítona, círculo,
científica, matemática.
Cuidado com os estrangeirismos (latinismos): Alibi,
Deficit, Habitat. Não têm acento gráfico, segundo o
P.V.O.L.P.
Acentuação gráfica
Somente são acentuadas as paroxítonas terminadas
em:
• i(s), us, ã(s). Exemplos: táxis, bônus, órfã(s);
• um (uns), ons, os. Exemplos: álbum, álbuns,
nêutrons, bíceps;
• r, x, n, l. Exemplos: éter, ônix, hífen, amável.
E, também, todos os tritongos e os ditongos não
terminados em –am e –em.
Exemplos: enxáguam, míngüem, água, prêmio, órfão.
Acentuação gráfica
Somente são acentuadas as oxítonas terminadas em:
Regra geral 1: Proparoxítonas
Regra geral 2: Paroxítonas
Regra geral 3: Oxítonas
Núcleo de Educação a Distância 8
• o, e, a (seguidas ou não de s). Exemplos:
cipó(s), café(s), cajá(s);
i, u (formando hiato). Exemplos: saí, baú;
• em, ens (com mais de uma sílaba). Exemplos:
além, armazém.
Acentuação gráfica
Somente são acentuados os monossílabos terminados
em:
• O, E, A (seguidos ou não de S).
Exemplos: pá(s), pé(s), pó(s).
Homônimos e Parônimos
Homônimos e parônimos são palavras que têm alguma
forma de igualdade ou, simplesmente, são parecidas.
Vejamos cada
uma delas.
a) Homônimos
São palavras com sentidos diferentes, mas que têm a mesma
forma gráfica, fonética ou gráfica e fonética.
b) Parônimos
Palavras com sentidos diferentes, mas que são parecidas.
Exemplo: DESCRIÇÃO (ato de descrever) X DISCRIÇÃO (ser
discreto).
Fez uma boa DESCRIÇÃO do sujeito.
As pessoas, no poder, devem agir com DISCRIÇÃO.
Palavras de grafia confusa
Vamos estudar doze casos de palavras e expressões com grafia confusa.
1) MAU x MAL
a) MAU - quando se puder substituir por BOM (adjetivo ou
substantivo).
b) MAL - quando não se puder substituir por BOM, e sim por BEM,
APENAS e QUANDO (advérbio, substantivo ou conjunção temporal).
Exemplos:
• Criava muitos casos; era, sem dúvida, um mau aluno. (adjetivo – oposto de
“bom aluno”).
• Mal chegou, começou a levantar problemas. (conjunção temporal – é
igual a “QUANDO chegou...”).
• Os dois não se sairão mal na prova presencial. (advérbio de modo –
oposto de “não se sairão bem...”).
Palavras de grafia confusa
a) POR QUE - quando se puder substituir por
POR QUAL ou PELO QUAL
(preposição + pronome).
b) PORQUE - quando não se puder substituir
por POR QUAL ou PELO QUAL e for átono
(conjunção ou advérbio).
Se for pergunta, embora sejam corretas as duas
possibilidades, o P.V.O.L.P. diz que se deve escrever
separado: por que.
Palavras de grafia confusa
c) PORQUÊ - com artigo antes ou seguido de sinal de
pontuação (tônico), não sendo possível a substituição por
POR QUAL ou PELO QUAL (substantivo ou advérbio).
Se for pergunta, embora sejam corretas as duas possibilidades, o
P.V.O.L.P. diz que se deve escrever separado: por quê.
Exemplos:
A. Por que razão ela disse isso? (= Por qual)
B. Vi o motivo por que elas se aborreceram. (= pelo
qual)
C. Recebi a notícia, porque pedi. (= pois)
D. Sabemos o porquê da desistência (= o motivo)
E. Por que todos dizem isto? (pergunta – átono)
F. Ele disse a verdade? Por quê? (pergunta – tônico)
Palavras de grafia confusa
a) HÁ - quando se puder substituir por FAZ, TEM,
EXISTE(M). Normalmente,
idéia de tempo passado (verbo).
b) A - idéia de tempo futuro, distância, quantidade
(preposição).
Exemplos:
• Há dez anos ela não vinha aqui. (tempo passado)
• Estamos a cem quilômetros da costa. (distância)
• Os resultados só estarão prontos daqui a três meses.
(tempo futuro)
• Vi que há outros problemas. (= existem)
Palavras de grafia confusa
a) HÁ CERCA DE - igual a EXISTE(M) PERTO DE
(verbo + locução
denotativa de avaliação)
b) ACERCA DE - igual a SOBRE (locução prepositiva)
c) A CERCA DE - igual a A MAIS OU MENOS
(preposição + locução
denotativa de avaliação)
Exemplos:
• Há cerca de dez dúvidas anotadas. (= existem perto
de...)
• O professor falava acerca de tal reunificação. (= sobre...)
• Nós falamos a cerca de trezentas pessoas. (= a mais ou
menos)
Palavras de grafia confusa
a) AFIM DE - igual a PARENTE DE ou
PRÓXIMO DE (adjetivo + preposição)
b) A FIM DE - igual a PARA (locução
prepositiva)
Exemplos:
• Sou afim de tais pessoas.
• Preparamo-nos a fim de sair cedo.
Palavras de grafia confusa
a) DEMAIS - sinônimo de MUITO, BASTANTE
(advérbio ou pronome)
b) DE MAIS - antônimo de DE MENOS
(preposição + pronome; = de importante)
Exemplos:
• Eles se preocupam demais. (advérbio)
• Ela nada fez de mais.
Palavras de grafia confusa
TAMPOUCO - igual a E, NEM (conjunção)
b) TÃO POUCO - igual a MUITO POUCO
(advérbio + pronome)
Exemplos:
• Ninguém compreendeu tal situação, tampouco eu.
• Fazem tão pouco esforço, que nada
compreendem.
Palavras de grafia confusa
a) ABAIXO - igual a SOB, INFERIOR A
(advérbio)
b) A BAIXO - da expressão de ALTO A BAIXO
(preposição + adjetivo ou substantivo)
Exemplos:
• Sua atuação foi abaixo da crítica.
• Sempre que a vejo, olho-a de alto a baixo.
Palavras de grafia confusa
a) AO ENCONTRO DE - igual a EM
APROXIMAÇÃO A.
b) DE ENCONTRO A - igual a EM OPOSIÇÃO A.
Exemplos:
• Tais conceitos são lógicos, vão ao encontro do
bom senso. (= em aproximação a).
• É um iconoclasta; suas idéias vão de encontro a
tudo o que se valorizava no passado. (= em
oposição).
Palavras de grafia confusa
a)AO INVÉS DE - igual a AO CONTRÁRIO DE
b) EM VEZ DE - igual a EM LUGAR DE
Exemplos:
• Os convidados, ao invés de se alegrarem,
reclamavam de ir à festa.
(= Ao contrário de)
• Em vez de receber os convidados, os donos da
casa não paravam de
dançar. (= Em lugar de)
Palavras de grafia confusa
a) TODO O / TODA A - igual a INTEIRA.
b) TODO / TODA - igual a QUALQUER.
Exemplos:
• Toda a turma U 111 reclamou da prova de
Comunicação. (= A turma inteira)
• Toda criança tem idéias bem curiosas sobre
isso. (= Qualquer criança)
Palavras de grafia confusa
a) PORVENTURA - igual a "por acaso... ?“.
b) POR VENTURA - igual a "por sorte“.
Exemplos:
• Porventura você sabe o resultado do jogo de
ontem? (Por acaso... ?)
• A equipe venceu o jogo por ventura extrema. (=
por sorte...)
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Exemplos - Sabine Mendes Moura