Clever Pereira Proteção de SEP TRANSFORMADORES DE POTENCIAL 1 - Introdução: • Tipos de TPs TPs Eletromagnéticos (TPs) TPs Capacitivos (TPCs) Até 138 kV Acima de 138 kV • Funções Básicas - Isolamento contra altas tensões. - Fornecimento no secundário de uma tensão proporcional à tensão primária, com um certo grau de precisão, dentro de uma faixa especificada para a tensão primária. • Classes TP’s de Medição Faixa de operação: ( 0 – 1,1 ) Vn TP’s de Proteção Faixa de operação: ( 0,05 – 1,9 ) Vn TPs de proteção possuem maiores erros normalizados e maiores faixas de operação que os TPs de medição 1 Clever Pereira Proteção de SEP 2 - Definições: (a) Tensão Primária Nominal (Vpn) Acima de 115 V (ASA-ABNT) ou 110 V (IEC). (b) Tensão Secundária Nominal (Vsn) 115 – 115 / 3 (ASA-ABNT) 110 – 110 / 3 (IEC) (c) Relação de Transformação Nominal (kn) kn = V pn Vsn (d) Relação de Transformação Real (k) k= Vp Vs (e) Fator de Correção de Relação (FCR) FCR = k kn (f) Erro de Relação ou de Corrente [ξi(%)] ξ v (%) = kn − k x100 k (g) Erro de Ângulo de Fase (γ) γ = arg(Vs / V p ) (h) Carga ou Burden Zb , cosΦ ou S , cosΦ ( para Vs = Vsn ) 2 Clever Pereira Proteção de SEP 3 – Transformadores de Potencial Eletromagnéticos 3.1. Características Gerais 1. Projetos: similares aos trafos de potência e funcionamento bem abaixo do limite térmico. - Trifásico com 5 pernas Tipos - Monofásico • Limite de Tensão Vpn ≤ 138 kV Em geral: Vpn ≤ 15 kV • Exemplo TP A = 5 cm x 5 cm = 25 cm2 Bm ≤ 1,6 Wb/m2 f = 50 Hz Burden: Vs = 110 V (65 V fase/neutro); Ss ≤ 150 VA E p = 4,44 Bm A f N p Ss = Vs I s Ep Ep N = = p 4,44 B A f 4,44 × 1,6 × 25 × 10 − 4 × 50 = 1,126 E p m I = S s = 150 = 2,36 A s Vs 63,5 3 Clever Pereira Proteção de SEP Desta forma, pode ser construída uma tabela mostrando o número de espiras do primário e a corrente primária nominal para diversas classes de tensão nominal. Assim procedendo: Tensão de Linha [kV] Ep [kV] 11 11 3 132 132 3 380 380 3 Np (espiras) Ip (mA) 11 ≈ 7150 3 132 1,126 × ≈ 85815 3 380 1,126 × ≈ 247000 3 110 = 23,6 11000 110 2360 × = 1,96 132000 110 2360 × = 0,68 380000 1,126 × 2360 × Pode-se notar que à medida que a tensão nominal vai aumentando, o número de espiras necessários para se estabelecer a densidade de campo magnético desejada de 1,6 Wb/m2 também aumenta. Por outro lado, a corrente primária nominal diminui. Isto significa construir, para níveis de tensões elevadas, TPs com enrolamento primário dotado de um número muito grande de espiras de um fio muito fino (capaz de suportar uma corrente primária nominal cada vez menor). Do ponto de vista construtivo isto significa maiores custos pela dificuldade de execução da tarefa (a chance de romper o fio fica muito grande), sem esquecer a natural necessidade de maiores quantidades de isolamentos, para tensões maiores. Desta forma é praticamente impossível bons projetos de TPs com tensão primária nominais acima de 138 kV. Desta forma, é usual construir-se TPs eletromagnéticos até a classe de tensão de 138 kV e para aplicações em sistemas com tensões superiores a 138 kV utilizam-se TPs de 13,8 kV acoplados a um divisor de potencial capacitivo, denominados TPCs (transformadores de potencial capacitivos). • Forma de Ligação A ligação usual em TPs é a ligação estrela aterrada-estrela aterrada. 4 Clever Pereira Proteção de SEP 3.2. Circuito Equivalente (referido ao secundário) I’p R’p X’p Rs Xs Is Ie Ia V’p = Vp / kn Es Im Rb Vs Xm Ra Xb Zb = Rb + j Xb Zb =! Zb! ∠Φ b 3.3. Diagrama Fasorial Construção do Diagrama V’p Es γ Ia Φ Im Ie j X’p I’p R’p Ip j Xs Is Vs Rs Is Is § § § § § § § Φ = arg(Es / Is) Es = Vs + RsIs + j XsIs Ia em fase com Es Im atrasada 90° de Es Ie = I a + I m I’p = Is + Ie V’p = Es+R’p I’p+j X’p I’p I’p 3.4. Erros em Regime Permanente Senoidal (a) Erro de relação ou de tensão (εv) Vs − V p' kn Vs − V p ε v (%) = × 100 % = × 100% V p' Vp (a) Erro de ângulo de fase ou de fase (γ) γ = arg(Vs / V p' ) 5 Clever Pereira Proteção de SEP 3.5 Valores de Norma (a) Normalização IEC TPs de Medição Vp = (0,9 – 1,1) Vpn Classe de Exatidão ξv (%) γ (min) A + 0,5 +2 B + 1,0 + 30 C + 2,0 + 60 S = (0,25 − 1,0) S n cos φ = 1 TPs de Proteção Vp = (0,25 – 0,9) Vpn Classe de Exatidão Vp = (1,1 – k) Vpn ξv (%) γ (min) ξv (%) γ (min) E +3 + 120 +3 + 120 F +5 + 250 + 10 + 300 Condições de Aterramento Enrolamento Primário Aterramento do Sistema k Duração 1,1 - não aterrado efetivamente ou não efetivamente 1,5 30 seg aterrado efetivamente aterrado não efetivamente 1,9 30 s – 8 horas 6 Clever Pereira Proteção de SEP (b) Normalização ASA (ABNT) Classe de Exatidão Vp = (0,9 – 1,1) Vpn Ensaios ξv (%) γ (min) 0,3 + 0,3 - 0,9 Vpn 0,6 + 0,6 - Vpn 1,2 + 1,2 - 1,1 Vpn CARGAS NOMINAIS PADRONIZADAS PARA ENSAIOS EM TP’S Designação Potência Aparente (VA) Fator de Potência W 12,5 0,10 1152 384 X 25 0,70 576 192 Y 75 0,85 192 64 Z 200 0,85 72 24 ZZ 400 0,85 36 12 Z (Ω) Z (Ω) 60 Hz - 120 V 60 Hz - 69,3 V Exemplo: TP 0,3WXY;0,6Z TP ensaiado com cargas padronizadas W, X e Y → Z→ 7 εv ≤ 0.3% εv ≤ 0.6% Clever Pereira Proteção de SEP 4 – Transformadores de Potencial Capacitivos TPC’s 4.1. Introdução • Circuito Básico Linha C1 L TP T Rb Vp C2 gap Vs Xb Observações: (a) Capacitores C1 e C2 § funcionam como divisores de tensão § circuito de acoplamento para sistema Carrier (b) Tensão no ponto T é ajustada próxima de 15 kV (na tensão nominal do TP) (c) Reator variável L § utilizado para sintonizar com os capacitores de maneira que a corrente de carga não afete a tensão de saída Vs 8 Clever Pereira Proteção de SEP 4.2. Circuito equivalente do TPC (referido ao primário) XC1 XL Rp R’s Xp X’s T + I’s R’b Vp - R’a XC2 V’s X’m X’b Desprezando-se o circuito de excitação e as resistências Rp e R’s ,e tomando-se o circuito equivalente de Thevenin visto dos terminais do secundário do TP obtem-se o circuito abaixo. XTh X’L T X L' = X L + X p + X s' I’s X Th = + VTh Z0 V’s Z’b - VTh = X C1 X C 2 X C1 + X C 2 XC2 Vp X C1 + X C 2 Para que a tensão V’s independa da corrente de carga I’s , o reator XL deve ser ajustado de tal forma que X L' = X L + X p + X s' = X Th = X C1 X C 2 X C1 + X C 2 ou seja XL = X C1 X C 2 − (X p + X s' ) X C1 + X C 2 9 Clever Pereira Proteção de SEP Desta forma X X Z 0 = j X L' − C1 C 2 = 0 X C1 + X C 2 e a tensão no secundário V’s não será influenciada pela corrente de carga I’s sendo dada por Vs' = VTh = XC2 Vp X C1 + X C 2 4.3. Diagrama Fasorial T VC2 Construção do Diagrama VC1 j I’s .X’L V’s Vp I’s § § § § § § § Zb é conhecido (burden) V’s é conhecida também Determina-se I’s= V’s / Zb V’s = k Vp (em fase) VC2 = V’s + j X’L I’s VC2 + VC1 = Vp então VC1 = Vp - VC2 Notas: 1. Na prática não se pode desconsiderar o circuito de excitação ( R’a em paralelo com Xm ) e as resistências dos enrolamentos ( Rp e R’s ). Neste caso, vão aparecer pequenos erros que podem ser mantidos dentro de níveis aceitáveis em razão das baixas correntes de carga. 2. Para que a presença do gap de ar? Se a corrente no secundário I’s crescer muito, como por exemplo num curto-circuito no secundário do TP, a tensão no ponto T pode atingir níveis perigosos. O gap vai ter então a função de limitar esta tensão a níveis seguros (em geral a máxima tensão suportável pelo capacitor C2 ). 10