1 Tema de Interesse: Previsão, transmissão e volatilidade de preços Titulo: Transmissão de preços do contrato futuro de milho da BM&F para Jataí/Go: Aplicação do modelo com Threshold Autores: Cleyzer Adrian da Cunha Professor Adjunto III da Universidade Federal de Goiás e pósdoutorando na FGV/EESP, [email protected] Paulo Furquim de Azevedo Professor da FGV/EESP, [email protected] 2 Resumo: O objetivo deste trabalho é analisar a influência dos custos transação sobre o comportamento do risco de base, explicado pela diferença entre os preços do mercado spot do milho da cidade de Jataí - GO e o preço de fechamento dos contratos de milho da BM&F, utilizando o modelo com Threshold (TAR), conforme os trabalhos de Goodwin e Piggot (2001) e Campenhout (2007) e Mattos et al (2010). Os resultados do trabalho indicam que, por conta de custos de arbitragem significantes, captados pelo elevado Threshold, é substancial o risco de base para aqueles que fazem hedging para proteção do risco de preços do mercado físico de milho na região de Jataí. Em outras palavras, oscilações de um mercado são precariamente transmitidas para o outro, reduzindo a eficácia da estratégia de hedging. Ao que tudo indica uma política que reduza os custos de arbitragem entre os dois mercados é um importante caminho para viabilizar a utilização do mercado de futuros com mecanismo de proteção ao risco de preços de milho na região de Goiás. Abstract: The objective of this paper is to analyze the influence of transaction cost on the behavior of basis risk, explained by the difference between the spot market prices of corn from the city of Jataí - GO and the price of the contracts of corn BMF. This paper is using the model with Threshold based of Goodwin and Piggot (2001), Campenhout (2007) and Mattos et al (2010). The results of the study indicated that because of significant costs of arbitration, as captured by the high threshold, a substantial basis risk for those who do risk hedging to protect the physical market price of corn in the region of Jataí. In other words, a market swings are weakly transmitted to the other, reducing the effectiveness of the hedging strategy. Apparently a policy which will reduce the costs of arbitration between the two markets is an important way to enable the use of the futures market protection mechanism with the risk of maize prices in the region of Goiás. Palavras-chave: Milho, hedging, transmissão de preços e modelo Threshold Key-words: Corn, transmission prices and Threshold model 1.Introdução Há tempos que o milho é considerado uma das commodities em que mecanismos de proteção ao risco de preços são particularmente desejáveis (Souza et al., 1998). Sua produção é predominantemente voltada ao mercado doméstico, o que torna seus preços mais suscetíveis aos choques locais e também dificulta a utilização de bolsas internacionais, de grande liquidez, para operações de hedging por parte de ofertantes e demandantes domésticos. Isso explica o fato de ser este produto um dos destaques entre as commodities agrícolas comercializadas na BM&FBOVESPA, dividindo a segunda posição, em número de contratos negociados em 2011, com 3 o café, atrás apenas do contrato de boi gordo. Entretanto, dada a relevância de sua produção, seria de se esperar ainda maior utilização de mecanismos privados de hedging na comercialização de milho. Este artigo investiga uma possível razão para este fato, decorrente da presença de custos de arbitragem entre importante região produtora, Jataí-GO, e a região de Campinas-SP, utilizada como referência para a liquidação financeira de contratos de milho. Embora relativamente próximas, essas praças podem não estar suficientemente integradas, eventualmente mitigando a eficácia da estratégia de hedging. Em particular, o objetivo central do trabalho é analisar a transmissão de preços do contrato futuro de milho da BM&FBOVESPA para Jataí/Go, por meio de modelo econométrico com Threshold, o qual permite identificar as magnitudes de variação de preços necessárias para que haja transmissão de preços entre as praças analisadas Desse modo, investiga-se o grau de integração entre esses dois mercados, um requisito basilar para a eficácia das estratégias de hedging. O trabalho além da introdução está dividido em mais cinco partes. A próxima seção apresenta sumariamente algumas características do mercado de milho, em particular da praça de Jataí-GO, as quais são relevantes para a discussão de resultados. Na terceira seção, apresentou-se o marco teórico, principalmente evidenciando o papel da transmissão assimétrica de preços e os custos de transação envolvidos no processo de ajustamento do mercado. Na quarta seção, descreveu-se o modelo econométrico a partir dos trabalhos de Balke e Fomby (1997), Goodwin e Piggott (2001), e Campenhout (2007). Na quinta seção, discutiram-se os resultados empíricos obtidos a partir do modelo estimado, e finalmente apresentaram-se as considerações finais. 2. O mercado de milho: uma sumário de características do objeto O milho é tido como um dos principais grãos produzido pelo agronegócio brasileiro, sobretudo, destacando-se pela importância na alimentação animal e como insumo para a indústria alimentícia. A produção nacional destaca-se no cenário mundial, ocupando a terceira colocação, atrás apenas dos EUA e da China. Na safra 2009/2010, os EUA, a China e o Brasil produziram 333,0; 155,0 e 53,2 milhões de toneladas, respectivamente (USDA, 2010). Não obstante, o avanço da produção brasileira, ainda há forte predominância de diversos sistemas produtivos, por conseqüência, se verificam distintas escalas e tecnologias empregadas na atividade. Por conseguinte, existem desde pequenas áreas de cultivo com predomínio de agricultores familiares, que plantam o cereal para consumo de subsistência, e até médias e grandes áreas de cultivo com uso intensivo de tecnologia e de escala comercial. 4 Mesmo diante da diferença dos sistemas de produção, o avanço nos últimos anos se deu pelo cultivo do milho safrinha (safra de inverno), onde o plantio é consecutivo ao cultivo da soja ou do feijão na safra de verão. Neste sistema de consórcio de culturas é utilizado o Sistema de Plantio Direto (SPD), pois este permite que ocorra a recuperação ou a manutenção das propriedades físicoquímicas e biológicas do solo. O SPD para as culturas de soja (verão) e milho (inverno) é tradicionalmente utilizado nos estados do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. No caso do Centro-Oeste, principalmente, segundo Caldarelli e Bacchi (2010), a expansão do milho de segunda safra se deu devido à expansão da soja na região. Assim, depois da colheita da soja, efetua-se o plantio direto do milho sobre os resíduos de cobertura na superfície do solo. O presente procedimento atende dois princípios da moderna agricultura: a) rotação da cultura; b) necessidade de ocupação do solo. Os fatos estilizados também confirmam a afirmação dos autores supracitados para Goiás. Na última década, Goiás por meio da disponibilidade de terras, condições favoráveis do clima, adoção de novas tecnologias passou a se destacar no cenário nacional na produção de milho e soja. Neste contexto, a produção de milho chama a atenção, pois apresentou crescimento nas duas safras cultivadas (1ª e 2ª safra), destacando-se o aumento significativo do cultivo de inverno (safrinha ou 2ª safra). Essa característica pode afetar o grau de integração entre as praças de Goiás e os centros consumidores do Sul e Sudeste, visto que a sua produção tende a se distribuir em duas safras, com implicações sobre a demanda por armazenagem e logística em geral. Segundo as projeções do MAPA (2007), a área cultivada com milho na safra de verão deverá crescer a um ritmo de 4,8% ao ano, saltando de 427 mil hectares, registrados na safra 2004/2005, para 684 mil hectares, projetados para 2014/2015. Ainda de acordo com as projeções do MAPA (2007), a área cultivada com milho-safrinha também crescerá significativamente, atingindo 320 mil hectares em 2014/2015 ante aos 183 mil hectares, registrados na safra 2004/2005. A produtividade média deverá crescer a um ritmo de 3,6% ao ano, totalizando 4.836 kg/ hectare no final do período de análise. Assim, esse ganho de produtividade elevará a produção em 148,7%, totalizando 1,55 milhões de toneladas em 2014/2015. Os ganhos de produtividade da cultura estão associados à intensificação tecnológica da produção, com vistas a atender à forte expansão da indústria de carnes na região Sudoeste Goiano, a qual vem acompanhada de investimentos na produção pecuária de bovinos, aves e suínos. De 1997 a 2007, segundo o MAPA (2007), o número de cabeças confinadas em Goiás registrou um 5 crescimento de 195%, e o de cabeças semiconfinadas aumentou 255%, elevando, conseqüentemente, o consumo de ração. Por isso, é previsto um crescimento na demanda pelo cereal da ordem de 69,8% até 2017, considerando apenas o avanço da avicultura de corte e a suinocultura. A crescente relevância da demanda local por milho é uma característica que pode ter importante impacto no grau de integração dessa região com as praças dos maiores centros consumidores, no Sul e Sudeste. A constituição de oferta e demanda locais reduz a necessidade de constituição de canais logísticos e de comercialização entre o Sudeste Goiano e os maiores centros, os quais, muitas vezes, exigem larga escala de fluxo de mercadorias e recorrência de transações. O aumento nos confinamentos e na demanda por ração também pode ser corroborado pelos dados da Brasil Foods(BRF, 2011), que informa que entre 2008 e 2011, investiu na região Sudoeste Goiano o montante de R$ 1,1 bilhão, na ampliação dos negócios da Perdigão. Com isto, a planta industrial situada na região terá um incremento inicial na capacidade de abate de 70 mil para 140 mil aves/dia, podendo a chegar no futuro a 280 mil aves/dia. Grande parte dos investimentos da Perdigão ocorre na cidade de Jataí, que, em 2011, era a principal produtora do cereal em Goiás. Conforme a Tabela 1, nos últimos anos a produção do milho 2º safra representou 8,3 vezes em termos médios a área plantada do milho da 1º safra, e a produção média foi 535.408 toneladas nas duas safras no período de análise. Tabela 1: Área plantada em hectares e quantidade produzida em toneladas de milho no município de Jataí-GO Ano Hectares - 1ª safra Hectares - 2ª safra Quantidade - 1ª safra Quantidade - 2ª safra 2003 9.000 99.175 64.800 476.040 2004 10.000 104.374 72.000 500.995 2005 8.978 81.000 64.600 282.000 2006 7.500 101.429 54.000 413.830 2007 15.000 110.000 117.000 429.000 2008 20.000 90.000 156.000 432.000 2009 15.000 100.000 117.000 420.000 2010 10.000 110.000 90.000 594.000 Fonte: IBGE (2011) A relevância da produção de milho do Sudeste de Goiás, em particular da região de Jataí, indica ser esta uma importante demandante potencial de hedging por meio de derivativos de milho. 6 Entretanto, a plena realização dessa demanda dependa da eficácia da estratégia de hedging, o que, por sua vez, depende do grau de integração entre os mercados físicos e de futuros. A próxima seção apresenta a literatura de modelos econométricos com Threshold, com o propósito de testar essa hipótese e investigar a presença e magnitude de custos de arbitragem na transmissão de preço futuro BM&FBOVESPA para o preço do milho em Jatai/GO. Tais custos podem criar fricções na transmissão de preços e, portanto, na eficácia da estratégia de hedging. 3. Referencial teórico 3.1. Assimetria na Transmissão de preço Há vários estudos sobre a transmissão de preço das commodities, principalmente, utilizando o modelo de concorrência perfeita. Na ausência de custos de arbitragem – na forma de custos tributários, logísticos ou de transação – a a Lei do Preço Único (LPU) conduziria a um equilíbrio em que a equivalência de preços nos vários espaços e transações seria condição necessária pera que se esgotassem as possibilidades de arbitragem (Barzel, 2005; Park et al, 2007). Segundo Shrestha e Frechette (2003), considerando que dois mercados comercializam entre si, sendo o mercado local denotado por i e o mercado central denotado por c, a relação da LPU pode ser representada da seguinte forma: (1) Em que, Pi e Pc representam os preços dos dois produtos expressos em logaritmo no tempo t; o e são os coeficientes obtidos por Mínimo Quadrados Ordinários (MQO); e, finalmente, o representa o termo de erro estocástico. Por hipótese, os dois produtos são homogêneos e na ausência de custos de transferência, a LPU assegura que os parâmetros sejam iguais a e . Segundo Ravallion (1986), esse modelo representa um simples linkage entre um mercado e o outro, e não considera, por exemplo, o papel dos mercados intermediários, onde há presença de informações limitadas que dificultam o processo de integração de mercado. Por sua vez, isto implica na existência de uma defasagem temporal para que os choques de preços do mercado central sejam transmitidos para o mercado local. Por isso, se faz necessário um modelo dinâmico que capture os efeitos de curto e longo prazo durante o processo de ajustamento. Então, a partir da ideia de Ravallion (1986), conforme 7 Shrestha e Frechette (2003) o modelo (1) com preços defasados no mercado secundário pode ser representado pela seguinte expressão: (2) Assim sendo, no curto prazo a integração de mercado se dá pelo resultado do coeficiente, . Ou seja, os choques de preços no mercado central são imediatamente transmitidos para o mercado secundário. Em contrapartida, no longo prazo, sendo os preços de ambos os mercados constantes, não há possibilidade de choques do mercado central, isto requer que . Destaca-se que, o teste de Wald de restrição aos parâmetros pode ser usado para testar as hipóteses de curto e longo prazo. Na abordagem empírica supracitada utiliza-se o escopo teórico da co-integração, tendo em vista que as séries envolvidas exibem processo de passeio aleatório. Assim, dois mercados são ditos integrados, se os preços dos produtos são co-integrados ou apresentam relação de longo prazo. Contudo, nos dois modelos, por hipótese não se menciona os custos de transferência durante processo de ajustamento. Todavia, sabe-se, que estes são importantes e não podem ser desprezados durante o processo de transação entre os agentes. Segundo McNew (1996) por conta da dinâmica dos custos de transferência, a relação de co-integração não mantém o equilíbrio econômico de longo prazo entre os mercados. Desta forma, os trabalhos de Sexton, Kling e Carman (1991), Baulch (1997), Goodwin e Piggott (2001) Barrett e Li (2002) procuraram incorporar os custos de transferência no processo de validação da LPU. Não obstante, outros estudos na literatura rejeitam a hipótese de simetria na transmissão de preço, considerando que as imperfeições no mercado é que podem gerar assimetria, implicando em choques positivos e negativos durante o processo de ajustamento (Ward, 1982; Bailey e Brorsen, 1989; Borenstein et al, 1997 e Peltzman, 2000, Meyer e Von Cramon-Taubadel, 2004) . Segundo Peltzman (2000), a Transmissão Assimétrica de Preço (TAP) é mais uma regra do que uma exceção. Assim, para este autor a literatura econômica tradicional não pode explicar a prevalência assimétrica durante o ajuste de mercado, e, por consequência, a invalidação da LPU. Segundo Peltzman (2000) e Conforti (2004), a TAP pode ser verificada tanto na abordagem vertical e quanto na espacial. Na análise vertical, a assimetria se dá entre os diversos elos de 8 comercialização, produtor, atacado e varejo. Na análise espacial, ela se dá em mercados entre os mercados separados geograficamente1. Para Meyer e Von Cramon-Taubadel (2004), nas duas abordagens a TAP não é tida como uma falha de mercado, mas está fortemente associada aos mercados imperfeitos e aos custos de ajustamento que os agentes econômicos incorrem diante dos choques de preços. Destaca-se que, também podem existir outras possíveis causas para o surgimento da TAP, tais como a intervenção política, a assimetria de informação e a presença do inventory management. Segundo Meyer e Von Cramon-Taubadel (2004), a TAP pode ser classificada conforme três critérios, a saber: a) a velocidade e a magnitude do ajuste no mercado secundário diante do choque no mercado central; b) se este ajuste no mercado secundário é positivo ou negativo; e finalmente c) se o ajuste de preços se dá na análise vertical ou espacial do mercado. Por conseguinte, a velocidade da transmissão é medida pelo tempo gasto para que o choque no mercado central seja absorvido pelo mercado secundário. Então, na hipótese de mercados imperfeitos maior será o tempo gasto para que ocorra a transmissão de preços. A magnitude é o tamanho do repasse do choque do mercado central para o mercado secundário, e este pode ter efeito positivo ou negativo. Ambos os critérios dependem do volume e do intervalo de tempo em que os agentes econômicos realizam a transação. A velocidade e a magnitude da TAP podem aparecer separadas ou de forma conjunta durante o processo de ajustamento do mercado. Na hipótese de efeito simultâneo de ambas pode-se ter uma combinação de transferências temporárias e permanentes sobre os preços no mercado secundário. No segundo critério, a TAP pode ser classificada por ter efeitos positivos ou negativos sobre os preços no mercado secundário. Assim, se o preço do mercado secundário reage rapidamente para um aumento no preço no mercado central, quando comparado com uma redução, a assimetria pode ser classificada como positiva. Por outro lado, se o preço no mercado secundário reage rapidamente para uma redução no preço no mercado central, a assimetria é tida como negativa. Segundo Meyer e Von Cramon-Taubadel (2004), na análise vertical, considerando o preço do produtor agrícola e do preço do varejo para uma determinada commodity, a assimetria negativa é tida como favorável ao consumidor, enquanto que a assimetria positiva é desfavorável. Ressalta-se que, a assimetria positiva leva uma gama de reações nos elos produtivos da cadeia, pois quaisquer movimentos nos preços tendem a comprimir as margens de comercialização. Desta forma, há rápida 1 Segundo Peltzman (2000), os índices de preços ao consumidor e ao produtor dos EUA, e também os preços dos produtos alimentícios apresentam transmissão assimétrica. 9 e/ou completa transmissão de preços, principalmente, quando comparado aos movimentos de preços que elevam as margens. O terceiro critério para a classificação da TAP refere-se aos efeitos da mesma sobre a abordagem vertical e espacial. Por exemplo, na TAP vertical, os produtores agrícolas e os consumidores apontam que aumentos nos preços dos produtos são transmitidos mais rapidamente entre os atacadistas e os varejistas, quando comparado com uma redução nos preços dos produtos agrícolas2. Na análise espacial, segundo Conforti (2004), podem-se elencar pelo menos seis grupos de fatores que afetam a transmissão entre as regiões: a) o transporte e os custos de transação; b) o poder de mercado; c) o aumento dos retornos a escala na produção; d) a homogeneidade e diferenciação de produtos; e) o regime cambial; e f) as políticas comerciais adotadas pelos tomadores de decisão. Segundo Conforti (2004), todos esses fatores podem afetar tanto a relação espacial e vertical de preço. O poder de mercado, retornos a escala homogeneidade e diferenciação de produtos têm sido investigadas principalmente com referência a transmissão de preços vertical, enquanto que os demais fatores têm sido amplamente usados na referência a transmissão espacial de preços. Assim sendo, a presente seção mostrou que a LPU pode ser invalidada pela assimetria na transmissão de preços presentes nos mercados imperfeitos e também presença dinâmica dos custos de transferência. Contudo, Von Cramon- Taubadel e Meyer (2000), Gauthier e Zapata (2003) e Meyer e Von Cramon-Taubadel (2004), destacam que problemas metodológicos associados aos testes empíricos podem implicar na rejeição excessiva da hipótese nula de simetria. Todavia, a revisão de literatura sugere que estes dois pontos são importantes e não podem ser desconsiderados nas análises empíricas. Por isso, na próxima seção buscaram-se elementos entre a assimetria na transmissão e os ditos custos de transferências. 3.2. Assimetria na transmissão de preço e os custos de transferência , Mercados geográficos são relevantes para o desenvolvimento da agricultura, pois os produtos agrícolas são normalmente volumosos e/ou perecíveis, e áreas de produção e consumo são separadas (Sexton et al, 1991). Assim, se duas regiões estão no mesmo mercado econômico, para um dado produto homogêneo, a diferença de preços entre os mercados pode ser explicada pelo 2 A assimetria e os custos do ajustamento estão associados com a rigidez dos preços conforme Blinder et al (1998) e Apel et al (2001). 10 custo de transporte inter-regional. Por conseguinte, para mercados separados geograficamente, o custo de transporte pode inviabilizar financeiramente o deslocamento de produtos entre as regiões. Desta forma, o custo de transferência explica a diferença de preços entre as regiões, dificultando a arbitragem por parte dos agentes econômicos nos mercados separados. Assim, a arbitragem surge somente quando o diferencial de preço entre as regiões é substancialmente elevado e sobrepõe o custo de transferência. Segundo Balke et al (2007), considerando dois mercados regionalmente separados, A e B que comercializam no tempo t, para um dado custo de transacionar igual a produtos iguais a , pode-se estabelecer as seguintes relações: a) comércio entre as regiões mesmo na presença de custo de transação; b) comercio entre as regiões A e B; c) desde que no longo prazo, e preços dos , há , não há , - os mercados A e B podem ser integrados , explicados pela ausência de comercio ou falhas de comercialização, principalmente por conta da abundancia relativa de bens em cada mercado. Segundo Matos (2010) e Alves e Lima (2010 a), os custos de transferência dificultam a integração de mercado, uma vez que há interferência no fluxo de bens e de informações entre as regiões3. A literatura de integração de mercados denomina tais custos por custos de transação conforme os estudos de Dercon e Campenhout (1998), Goodwin e Piggott (2001), Barret e Li (2002), Grennes, Lee e Craig (2002), Meyer (2004), Rapsomanikis e Karfakis (2007), Mattos et al (2010). Estes incluem mas não se resumem àqueles definidos por Coase (1937) e que deram origem a chamada Economia dos Custos de Transação (Williamson, 1996; Barzel, 1997), uma vez que incorporam também custos logísticos e, portanto, de transformação do produto. Ainda assim, os custos de transferência entre regiões captam importantes dimensões dos custos de transação, expressando, em última análise, os custos de arbitragem e, portanto, limites à LPU. Ressalta-se que, os trabalhos que utilizam a metodologia de Threshold conforme Goodwin e Piggott (2001), Meyer (2004), Campenhout (2007) assumem como se fosse iguais os custos de transferência aos custos de transação. Segundo Matos (2010) e Alves e Lima (2010 a), o custo de transação elevado e outras imperfeições de mercado freqüentemente causam fraca transmissão de preços entre os mercados espacialmente separados e desvios da LPU. 3 Os autores citados consideram que o custo de transferência é igual ao custo de transação. 11 Segundo Sexton (2003) e Goodwin e Piggott (2001), os custos de transação no mercado de grãos não podem ser negligenciados, principalmente porque eles podem implicar em desvios persistentes de preços nos mais variados espaços. Para existem dois fatores que afetam a integração de mercado: custos de transação e velocidade Segundo Balcombe, Bailey e Brooks (2007) e Campenhout (2007), a integração entre mercados depende essencialmente da magnitude dos custos de transação, de tal modo que, quanto menores tais custos, mais integrados serão os mercados. Além dos custos de transação estáticos, a integração de mercados também é afetada pela velocidade de ajustamento entre o diferencial de preço entre as regiões (longo prazo), o que pode ser interpretada, em última análise, como a ocorrência de custos de transação na arbitragem intertemporal4 (Van Campenhout, 2007). 4. Metodologia Segundo Campenhout (2007), a diferença de preços entre o mercado e o mercado central, no tempo t, pode ser representada pela expressão: , em que = preço no mercado i e = preço no mercado central. No caso do Trabalho usou-se a diferença entre o preço futuro BM&FBOVESPA e o preço do mercado spot de Jataí5. Segundo Balke e Fomby (1997), Goodwin e Piggott (2001), a relação pode ser representada por um modelo auto-regressivo de ordem um, conforme: e ,e , em que mede a velocidade de ajuste do diferencial de preços entre os mercados. Destaca-se, que o modelo acima não incorpora efeitos não lineares introduzidos pela existência de custos de transação entre os dois mercados. Segundo Campenhout (2007), modelo Auto-Regressivo com Thereshold, (TAR), que irá captar os efeitos não lineares pode ser descrito pela expressão abaixo: (3) 4 Segundo DERCON e VAN CAMPENHOUT (1998), os estudos de integração entre os mercados e os custos de transação se dividem em modelos econométricos de Threshold Autoregression Models (TAR) e Parity Bound Models (PBM). 5 Nas estimativas empíricas foram utilizadas as rotinas do software R a partir do os logaritmos das séries. Utilizou-se o preço saca do milho de 60 kg em Jataí/ GO e o preço futuro de fechamento do contrato na BM&F. O período de estudo foi de 03/01/2005 até 15/03/2011. 12 Onde representa o parâmetro Threshold; é parâmetro associado à banda externa; e é parâmetro associado à banda interna; são os erros estocásticos6. Segundo Campenhout (2007), a teoria de integração de mercado prediz que dentro da banda formada pelos custos de transação não ajustamento, pois a banda é tida como neutra. Nesta região, o diferencial de preço no próximo período é igual ao diferencial de preço no período corrente. Então dentro da banda . (4) Alternativamente ao modelo de Campenhout (2007), o modelo de Goodwin e Piggott (2001) representa o comportamento Threshold pelos resíduos da relação de co-integração da LPU. Segundo Goodwin e Piggott (2001), a relação de co- integração, representa o preço da região i no tempo t, a variável e, finalmente, e . A variável representa o preço no mercado central, são os parâmetros. No equilíbrio é esperado que e na relação de co-integração. Os resíduos da equação seguem modelo auto-regressivo de ordem um, conforme Balke e Fomby (1997), do processo auto-regressivo de . A relação de co- integração das variáveis depende da natureza . Se for igual a um, o AR é passeio aleatório, portanto não estacionário e a relação de co-integração não existe. Se a relação de co- integração for valida, segundo Goodwin e Piggott (2001), pode-se utilizar os resíduos ( ) da LPU para escrever a equação com thereshold, em que, o parâmetro representa o threshold (determinando os dois regimes):, (5) 6 Esse modelo é conhecido na literatura como Self-Exciting Threshold Autoregressive (SETAR) 13 O modelo TAR representado acima considera que o parâmetro estimado é constante no tempo. Isto pode ser considerado uma limitação do modelo, pois os custos de transação não são constantes no tempo, ou pelo menos eles variam medida que novos e antigos os agentes são envolvidos durante o processo de transação. 5. Resultados e discussão A Tabela 2 mostra a estimativa da LPU conforme a equação (1). As séries de preços não são estacionarias em nível, por isso utilizou-se a primeira diferença para obter as estimativas. A equação apresentou bom ajustamento com de 0,31 e Estatística F de 53,27. O parâmetro associado ao preço futuro foi significativo a 1%. Tabela 2 - Estimativa dos parâmetros da LPU na primeira diferença Equação: LPU Coeficientes Estatística t P-valor Intercepto 0,05523 0,543 0,588 Primeira diferença (Preço Futuro) 0,5118 7,299 4,05E-11 R-squared 0,3166 - - Adjusted R-squared 0,3106 - - F-statistic 53,27 - 4,05E-11 Fonte: dados da pesquisa Os resíduos da LPU apresentaram-se estacionários, onde os valores calculados do teste ADF foram superiores aos valores críticos tabulados por Mackinnon (1991), consequentemente, a relação não é espúria. Tabela 3 – Teste de raiz unitária para os resíduos da LPU – procedimento de Engle-Granger. Valores calculados do ADF 1% 5% 10% Para 2 lags = - 12,0984* -4,008 -3,398 – 3,087 Para 3 lags = - 9,6537* -4,008 -3,398 – 3,087 Fonte: dados da pesquisa Nota: * significativo a 1%. Os valores críticos tabulados por Mackinnon (1991) foram retirados de Enders (2010, pg. 490). 14 A partir da estimativa da LPU, segundo Goodwin e Piggott (2001), efetua-se o teste de linearidade de Tsay (1989) e de Hansen (1999) nos resíduos da mesma. Assim, se os resíduos apresentarem relação não linear, pode-se estimar o modelo SETAR. A Tabela 4 mostra que o modelo SETAR (2,1) foi aceito pelo Teste de Tsay, em que a hipótese nula que os resíduos seguem comportamento linear foi rejeitada. Assim, aceitou-se a hipótese alternativa que os resíduos seguem um modelo não linear. Em contrapartida, o Teste de Hansen para dois e três regimes não se apresentou significativo, pois aceita-se a hipótese de linearidade nos resíduos. Com base no Teste de Tsay foi dado prosseguimento a pesquisa. Tabela 4 - Teste linearidade nos resíduos da equação - LPU Teste linearidade nos resíduos da equação LPU Teste Tsay (Setar, 2,1) Teste Hansen (Setar,2,1) Estatística do F do teste P-valor 2,754 0,04603 4,911277 0,565 Teste Hansen (Setar,3,1) 10,333868 0,759 Fonte: dados da pesquisa Para encontrar o valor do parâmetro threshold nos resíduos da equação da LPU, adotou-se o procedimento desenvolvido por Balke e Fomby (1997), em que um teste tipo Chow que é aplicado regressão aos resíduos da regressão arranjada ou ordenada para analisar a potencial mudança de regime na série. Então, conforme os autores divide-se os resíduos da equação LPU em duas as subamostras, e estimam-se dois modelos auto-regressivos de ordem um, AR(1). Posteriormente, faz-se a análise da soma dos quadrados dos resíduos de cada equação. Caso ocorra a minimização da soma dos quadrados dos resíduos, tem-se o parâmetro de mudança, ou local exato, em que ocorre a mudança na série temporal. Caso contrário, faz-se novas estimativas para novas sub-amostras até que a soma dos quadrados dos resíduos seja minimizada. O presente método é conhecido como grid search e no artigo foi utilizado as Rotinas do Software R. A Tabela 5 mostra o método grid search, em que o parâmetro que minimiza a soma dos quadrados dos resíduos é valor de 0,6837. Tabela 5 - Método grid search conforme Balke e Fomby (1997) para encontrar o parâmetro threshold Threshold para os resíduos da LPU SSR (Soma Quadrados Resíduos) 15 0.6837557 0.5754971 0.5077505 0.5565707 0.5010704 0.5164244 0.3286212 0.5884749 0.5841545 0.3148293 105.4579* 1.080.920 1.084.891 1.087.099 1.090.797 1.091.797 1.092.890 1.098.444 1.098.580 1.118.355 Fonte: dados da pesquisa Nota: * menor soma dos quadrados dos resíduos. A Tabela 6 mostra o resultado empírico estimado para o modelo SETAR, onde apenas choques acima de 6,8% do preço médio do milho em Jataí, serão transmitidos da BM&F para o município. O modelo apresentou os parâmetros, e significativos a 1% de probabilidade. Tabela 6 – equação estimada modelo SETAR (1) Equação estimada modelo TAR Coeficientes Estatística t P-valor 0,036837 -0,173222 Desviopadrão 0,10877 0,094795 Constante (Low) 0,3387 -1,8273 0,73549 0,07029 Constante (High) -0,338266 -0,732323 0,278126 0.369680 -1,2162 -19.810 0,22643 0,05002 Threshold Fonte: dados da pesquisa 0,6838 - - - Destaca-se que o elevado valor do parâmetro estimado está consistente com outros trabalhos estimados para outras commodities brasileiras, conforme os estudos de Mattos et al. (2009 e 2010) e Alves e Lima (2010). Os resultados indicam que, o elevado risco de base se dá, por conta de custos de arbitragem significantes, captados pelo elevado Threshold, o que reduz a eficácia das estratégias de hedging por parte dos produtores de milho na região de Jataí. Os resultados indicam evidência de um elevado Threshold (custo de transação) entre os mercados de milho de São Paulo e Jataí, impedindo uma maior integração entre essas praças. Conforme apresentado na seção 2, o elevado Threshold pode decorrer d a existência de demanda substancial por milho em Rio Verde, próximo à Jataí, reduzindo os fluxos inter-regiões. Uma vez que a produção local pode ser primariamente absorvida pela demanda da própria região, não se desenvolvem mecanismos de comercialização – aqui incluídos prioritariamente fluxos logísticos e 16 de informação – que permitam arbitrar pequenas variações de preços entre regiões. É necessário também reconhecer que a relação entre a constituição de demanda industrial local e a própria existência de Threshold são mutuamente determinados. Em outras palavras, os investimentos agroindustriais na região, ilustrados nos investimentos da BRF em Rio Verde, são em parte motivados porque as praças não são perfeitamente integradas, tornando remunerador absorver localmente a oferta crescente de grãos da região. As implicações desses resultados para as estratégias de hedging são diretas. Diante da assimetria na transmissão de preços, os produtores da região de Jataí que buscam a proteção ao risco de preços no mercado de futuros defrontam com substancial o risco de base, decorrente da ausência de ajuste a choques de preços de até aproximadamente 7%. Possivelmente, a demanda por hedging na região é afetada negativamente pela presença de custos de arbitragem, captados pelo elevado Threshold. 6. Considerações finais O grau de integração entre mercados é uma característica fundamental para a elaboração de estratégias públicas e privadas, da avaliação de efeitos de fusões a políticas de segurança alimentar. Em particular, as estratégias de hedging têm como requisito basilar a integração entre os mercados físicos, onde se busca proteção ao risco de preços, e os mercados de futuros, utilizados como mecanismo de hedging. Como corolário, uma política pública preocupada com o risco de preços deve incluir em seu repertório a eliminação de entraves e obstáculos à integração desses mercados. Ocorre que frequentemente há custos de transação que impedem a arbitragem eficiente entre mercados, mesmo naqueles que transacionam produtos idênticos e estão sujeitos às mesmas regras do jogo. Este artigo observou a ocorrência desse tipo de problema, na forma de elevado Threshold, na transmissão de preços do contrato futuro de milho da BM&FBOVESPA para Jataí-GO. A análise das séries de preços indicou que as oscilações de um mercado são precariamente transmitidas para o outro, reduzindo a eficácia da estratégia de hedging. Assim sendo, políticas que reduzam os custos de arbitragem entre os dois mercados são um importante caminho para viabilizar a utilização mais intensa do mercado de futuros com mecanismo de proteção ao risco de preços de milho na região de Goiás. 17 A pesquisa realizada constatou-se que há vasta literatura empírica sobre a investigação de integração espacial de mercado. Todavia, a limitação comum desses estudos de relação espacial de preços e integração de mercado envolve o fato de ignorar os custos de transação. Os custos de transação e os custos de estocagem são tipicamente não observáveis e são ignorados nas análises empíricas. Desta forma, sugerem-se outros estudos, principalmente usando os modelos correção de erro com Threshold (TVEC) desenvolvidos por Hansen e Seo (2002), com a captar o mecanismo de correção dos desequilíbrios de curto prazo entre os mercados envolvidos. 7. Referencias Bibliográficas ALVES, J.S; LIMA, R.C. 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