Milho Bt no Manejo de Lepidópteros-praga Fabíola Alves Santos1 Jair Campos Moraes2 O milho constitui um dos mais importantes cereais cultivados e consumidos no mundo. Sua importância é caracterizada pelas diversas formas de consumo que vão desde o direto para alimentação humana, como para produção de carnes e derivados animais. Mesmo sendo cultivado praticamente em todo mundo, um dos fatores que afetam diretamente na produtividade é o ataque de pragas. A sustentação de patamares cada vez mais competitivos do agronegócio no país impõe aos agricultores a adoção de pacotes tecnológicos e novos insumos cada vez mais eficazes. A necessidade de aumento de produtividade e de redução dos custos das lavouras interfere na utilização cada vez maior de práticas que aumentem a eficiência de cada unidade de insumo aplicado. Nesse contexto, o controle de pragas assume papel chave dentro do sistema de produção, uma vez que o nível de dano econômico é reduzido sob tais condições. O advento da biotecnologia trouxe nova alternativa para o manejo integrado de lepidópteros-praga na cultura do milho. Por meio de técnicas de biologia avançada um gene de Bacillus thuringiensis (Bt) Berliner (1911) foi introduzido em plantas de milho, dando origem ao milho Bt, conferindo diferentes padrões de resistência às espécies de lepidópteros-praga. Os genes codificadores da toxina Bt (denominados genes cry ou genes bt) introduzidos na planta têm ação efetiva no controle de lepidópteros. Após se alimentarem do milho Bt as lagartas ingerem a toxina que atua nas células epiteliais do tubo digestivo do inseto, causando a ruptura do mesmo, levando-as à morte. As plantas geneticamente modificadas com resistência a insetos podem afetar os predadores generalistas e especialistas de modo diferenciado. Em baixas densidades populacionais os especialistas tendem a se dispersar mais rapidamente em busca de alimentos que os generalistas, que podem permanecer na cultura se alimentando de presas alternativas. Segundo Romeis et al. (2006), a comparação direta entre cultivo de lavouras-Bt e não-Bt tratada com inseticidas de largo espectro indica maior variabilidade de insetos em cultivares-Bt. Poucos estudos comparam a função de inimigos naturais em cultivos-Bt e convencional, sendo que a taxa de predação de ovos e larvas de lepidópteros não difere em cultivos transgênicos e convencionais, mas pode ajudar a reduzir a aplicação de inseticidas. Palavras-chave: Transgênico, Zea mays, Spodoptera frugiperda Referências Bibliográficas ROMEIS, J.; MEISSLE, J.; BIGLER, F. Transgenic crops expressing Bacillus thuringiensis toxins and biological control. Nature Biotechnology, New York, v. 24, n.1, p. 63-71, 2006. WAQUIL, J. M.;VILELLA, F. M. F.; FOSTER, J. E. Resistência do milho (Zea mays L.) transgênico (Bt.) à lagarta-do-cartucho, Spodoptera frugiperda (Smith) (Lepidóptera: Noctuidae). Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 1, n. 3, p. 1-11, 2002. 1 2 Mestranda em Entomologia, UFLA, CP 3037, 37200-000, Lavras – MG, E-mail: [email protected] Prof. Orientador, Depto. de Entomologia/UFLA, E-mail: [email protected]