PERSPECTIVAS 1. Introdução Etimologicamente: a palavra perspectiva origina-se da palavra perspicere (latim) que significa ver claramente, ver através de. Trata-se de uma tentativa de representar o mundo natural, ou um objeto imaginário em um ambiente tridimensional, sobre um plano. Tenta-se representar algo semelhante à percepção visual que temos dos objetos através de nossa visão. A perspectiva caracteriza-se por apresentar as três dimensões do espaço: largura, altura e profundidade. Por apresentar noção de profundidade difere-se das vistas ortográficas. Nestas, especialmente quando não utiliza-se sombras ou texturas, não se tem noção de profundidade. De modo geral, as perspectivas contemplam em um mesmo desenho mais de um lado ou face do objeto. 1.1. Diferenças entre vistas ortográficas e perspectivas Objetivo a que servem - cada vista ortográfica serve à compreensão de um determinado lado do objeto. A compreensão geral se dá pela associação de diferentes vistas. - a perspectiva serve a uma noção mais geral, a compreensão da relação entre diferentes lados, que pode ser obtida com apenas uma perspectiva. Geralmente, ao se projetar um objeto, o número de vistas desenhados é maior que o número de perspectivas. Posição do objeto em relação ao plano de projeção - nas vistas ortográficas os objetos são colocados preferencialmente com faces paralelas aos planos de projeção objetivando representações em verdadeira grandeza. - nas perspectivas o objeto é colocado de modo que se compreendam também as faces laterais. 2. Tipos de perspectivas São vários os tipos de perspectivas. Conforme a necessidade, aplicação, sofisticação gráfica, diferentes sistemas podem ser utilizados. Um forma de apresentar esses diferentes tipos é organizá-los inicialmente segundo o sistema de projeção que é utilizado para gerá-las. Apresenta-se aqui perspectivas referentes a dois sistemas de projeção. 2.1. Sistema de projeção cilíndrico ou paralelo Denomina-se um sistema de projeção como cilíndrico ou paralelo, quando as linhas projetantes são paralelas entre si, ou seja, o centro de convergência encontra-se no infinito (por não estar visível classifica-se o centro projetivo como impróprio). Neste sistema pode-se projetar vistas ortogonais ou perspectivas paralelas. Dentro do sistema de projeção cilíndrico ou paralelo, o produto pode ser: - vista ortogonal, quando as linhas projetantes sejam ortogonais ao plano de projeção e ao objeto. As linhas de projeção são ortogonais ao plano de projeção (formam ângulos de 90º com qualquer reta pertencente ao plano); - Ou perspectiva paralela. As perspectivas paralelas podem ser de dois tipos: Paralela ortogonal Paralela oblíqua Por serem geradas a partir de três eixos arbitrários, cujo conjunto pode ser rotacionado, também são denominadas perspectivas axonométricas. Em comum, não modificam as dimensões conforme as partes do objeto afastam-se do observador. 2.1.1. Perspectiva paralela ortogonal A perspectiva recebe este nome quando as linhas projetantes são ortogonais ao plano de projeção e não são ortogonais ao objeto estudado (o objeto estará disposto de forma que não seja paralelo aos planos do sistema). Em outras palavras, rotaciona-se o objeto representado até que este adote uma posição de tal modo que sua projeção em um dos planos caracterize-se como uma perspectiva específica. 2.1.2. Perspectivas axonométricas oblíquas A perspectiva recebe este nome quando as linhas projetantes não são ortogonais ao plano de projeção (embora o objeto possa estar disposto paralelo ao plano). Observe na ilustração que a projeção do objeto está deslocada para a direita e para baixo, pressupondo o centro projetivo acima e à esquerda do objeto. As perspectivas paralelas oblíquas dividem-se em duas categorias: a Perspectiva paralela oblíqua - Cabinet Nesta, a face frontal do objeto é projetada em verdadeira grandeza. Utilizada para o desenho de mobiliário. b Perspectiva paralela militar (tipo 1) Também é chamada de Cavaleira ou Olho de Pássaro. Nesta, a face superior do objeto é projetada em verdadeira grandeza. c Perspectiva axonométrica militar (tipo 2) Girar a planta a 45º, 30º ou 60º e só subir as alturas, todas em verdadeira grandeza, Perspectiva ideal para representar ambientes internos. 2.2. Sistema de projeção central ou cônico Conforme já abordado, neste sistema de projeção as linhas projetantes convergem para um centro comum visível (Centro de projeção ou centro projetivo. Denominado “próprio” por sua visibilidade.); As perspectivas geradas neste sistema de projeção caracterizam-se pela proximidade com a forma como visualizamos os objetos. Observa-se que pode-se alterar o tamanho da perspectiva aproximando-se ou afastando o observador do objeto ou alterando-se a posição do plano de projeção. Utilizam centros projetivos próprios (visíveis). Por questões didáticas denominados como pontos de fuga. Os métodos mais utilizados são: - 1 ponto de fuga (geralmente utilizado para representação de interiores); - 2 e 3 pontos de fuga (utilizados para representar objetos ou ambientes externos); - 4 pontos de fuga (utilizados para representar objetos “altos”, como edifícios). 2.2.1. Um ponto de fuga 2.2.2. Dois pontos de fuga