UFPR – DINF – BCC/IBM – CI-220 – 2015/1 – Exercícios Prof. A. Urban Exercício 10 – Explorando conceitos São inúmeras as situações cotidianas que exemplificam a retroalimentação: O patrão inglês pede ao seu mordomo, brasileiro, que prepare o banho a 98,6º. O mordomo se assusta e tenta contestar, mas o patrão insiste. O mordomo, então, pega o termômetro que trouxe em sua bagagem e abre a torneira de água quente. Mede a temperatura e está por volta de 70º. Preocupado em atender bem o fleumático e estranho patrão (nunca havia visto alguém tomar banho naquela temperatura) decide colocar algumas panelas de água para ferver. Depois de várias paneladas de água mediu a água na banheira e, pesaroso, vê que estava só a 89º. Continuou a ferver água e colocar na banheira. O patrão inglês, perdendo a fleuma e a paciência, gritou: “O banho é para hoje? O que está acontecendo?”. O mordomo concluiu, então, que não devia fazer diferença a água estar a 91º ou a 98,6º. Respondeu, muito respeitosamente: “Senhor, o banho está pronto!” O fleumático inglês entrou na banheira, escorregou e mergulhou na água a 91º e morreu. Todos disseram o que sempre dizem: “A culpa foi do mordomo!”. Não adiantou ele alegar que quem pediu água a 98,6º foi o patrão, que ele tentou contestar, mas o patrão insistiu; disse também que até deixou a água a “só” 91º por achar que não faria diferença. Detetives da Scotland Yard perguntaram como ele sabia que a água estava “só” a 91º e ele mostrou o termômetro. Os detetives examinaram o termômetro e perceberam o equívoco do mordomo. O patrão pediu temperatura em Fahrenheit e o mordomo serviu o banho em Celsius! Preocupada em temperar o feijão ao gosto da patroa, a cozinheira pegava uma colherada de sal e despejava só um pouqinho. Esperimentava e, se ainda faltasse sal, despejava mais um pouquinho. A cada pouquinho mais ia se aproximando do “ponto” de sal. Ainda com mais do que metade do sal na colher preparou-se para despejar mais um pouquinho. Neste momento, a porta se abre e entra, correndo, o filho de 10 anos da patroa e esbarra na perna da cozinheira. Todo o sal restante na colher vai para a panela. Ela ainda tentou retirar parte do sal, mas, quando esperimentou, havia passado do “ponto”. Descascou algumas batatas e colocou junto com o feijão, mas, além de aliviar um tanto o sal, deixou o feijão com um gosto estranho. Não dava tempo para fazer outro feijão e serviu aquele mesmo. Ninguém conseguiu comer o feijão. Afiando uma faca na pedra o afiador, a cada duas passadas, testa o fio da faca. Se não está bom, volta a passar a faca na pedra. Se está bom, está pronta para usar. Dando bom resultado ou não todas as três histórias nos revelam situações onde há análise das saídas e a decisão de alterar ou não a entrada antes de dar continuidade a um procedimento. Também é possível perceber em Continuamente animais e plantas ambiente onde se encontram, e prosseguimento ao processo. Em perceptível sistemas naturais a presença de mecanismos de retroalimentação. avaliam os resultados do processamento das entradas, obtidas no decidem por mudança em uma ou mais entradas antes de dar alguns sistemas criados pelo homem a retroalimentação também é Questões: 1. Frear um automóvel pode ser considerado um processo com retroalimentação? Explique. 2. Aceleração um automóvel também pode? Explique. 3. Citar uma atividade profissional onde o uso de retroalimentação seja necessário. Justifique. 4. Dar um exemplo de retroalimentação em algum recurso da tecnologia da informação. Justifique. Notas sobre Retroalimentação Feedback . [Ingl.] S. m. 1. (Eletrôn.) V. realimentação (2) e retroalimentação. 2. (Fisiol.) Volta, a um sistema, de parte do que ele eliminou, de forma a obter-se algum controle sobre esta eliminação. (Aurélio) Feedback negativo 1. Fisiol.) Em um dado sistema, manutenção de eliminação constante, mediante controle, por inibição, de uma etapa fundamental desse sistema por um produto dele. (Aurélio) Feedback positivo 1. (Fisiol.) Em um dado sistema, obtenção de eliminação, que aumenta continuamente, mediante estimulação de uma etapa fundamental desse sistema por um produto dele. (Aurélio) Retroalimentação . [De retr(o)- + alimentação.] S. f. 1. (Eletrôn.) Qualquer procedimento em que parte da energia do sinal de saída de um circuito é transferida para o sinal de entrada com o objetivo de reforçar, diminuir ou controlar a saída do circuito; realimentação. 2. (Fisiol.) V. feedback (2). 3. (Med.) Fluxo de realimentação retrógrada através dos nervos. 4. Processo pelo qual se produzem modificações em sistema, comportamento ou programa, por efeito de respostas à ação do próprio sistema, comportamento ou programa. [Um exemplo de retroalimentação seriam modificações no enredo de uma novela de televisão como resultado de pesquisas de opinião.] 5. (P. ext.) Essas respostas em si mesmas. [Corresponde ao inglês feedback.] (Aurélio) Feedback feed.back sm (fíd-béc) ( ingl) 1. Eletrôn V realimentação, acepção 2. 2 V retroalimentação. (Michaelis) Retroalimentação re.tro.a.li.men.ta.ção sf (retro2 +alimentação) 1. (Eletrôn.) Processo em que parte da energia do sinal de saída de um circuito é transferida para o sinal de entrada, visando reforçar, diminuir ou controlar a saída do circuito; realimentação. 2. (Med.) Fluxo de realimentação retrógrada através dos nervos. 3. Modificações feitas em um sistema, comportamento ou programa, causadas pelas respostas à ação deste sistema, comportamento ou programa. 4. (Inform.) Informação ou dados passados de volta a um computador que, recebendo esses dados novos, pode mudar sua resposta ou atuação; feedback. (Michaelis) A retroalimentação constitui um processo cíclico, nem sempre existente em sistemas, mas, quando projetado e implementado, pode reduzir riscos de entropia e garantir níveis adequados de qualidade para o sistema. Alguns exemplos 'Temperar' a água do banho em chuveiro com duas torneiras uma para água fria e outra para água quente (entradas). Abre-se as duas torneiras e testa-se com a mão a temperatura da água que sai do chuveiro (saída). Avalia-se a temperatura e, sendo necessário, altera-se as entradas e avalia-se novamente a saída. Repete-se o processo até a temperatura testada ser considerada adequada para o banho. Em um trajeto percorrido com um automóvel a entrada é o combustível, alterada pela pressão sobre o acelerador, a saída é o desempenho do veículo, observado através do ruído do motor, da velocidade apontada no velocímetro e do giro do motor (rotações por minuto). Em trechos longos e sem muito desnível, observamos os indicadores da saída e decidimos manter, aumentar ou diminuir a pressão sobre o acelerador. Em outras situações devemos mudar a marcha. Uma loja de calçados, ao final do atendimento de um cliente, tenha ele comprado ou não, lhe oferece um brinde se, antes de sair da loja, responder a algumas poucas perguntas sobre a qualidade do atendimento recebido. Neste caso o atendimento que os funcionários dão ao cliente é a entrada e a satisfação do cliente com o atendimento é a saída, medita através da tabulação das respostas às perguntas. A análise dos resultados tabulados pode indicar à direção da loja a necessidade de tomar medidas para melhorar o atendimento. Comentários: 1. Frear um automóvel pode ser considerado um processo com retroalimentação? Explique. Do mesmo modo que, para manter ou ganhar velocidade temos de usar o acelerador, para manter ou reduzir a velocidade devemos usar o freio. Para frear devemos retirar o pé do acelerador e pressionar o freio. Devemos agir com cautela ao pisar no freio, pois muita força aplicada ao freio pode causar o bloqueio das rodas e desgaste irregular dos pneus e pouca força aplicada ao freio pode não resultar na frenagem desejada. Observando a reação do carro após o início da frenagem (saída) podemos decidir aumentar a força ou reduzi-la (entrada) conforme a distância da razão para a freada. 2. Aceleração um automóvel também pode? Explique. Um dos exemplos mencionados no exercício responde a esta questão. 3. Citar uma atividade profissional onde o uso de retroalimentação seja necessário. Justifique. Poderíamos usar o motorista profissional, obviamente, mas uma outra citação pode nos mostrar que não necessitamos ficar só no freio e no acelerador. Um equipamento elétrico para sauna seca possui um termostato com temperatura programada. Quando atinge a temperatura desejada o termostato desliga, quando a temperatura fica abaixo, o termostato liga novamente. O dispositivo que aciona ou/e desliga a ventoinha do radiador de um automóvel também é um mecanismo de retroalimentação. 4. Dar um exemplo de retroalimentação em algum recurso da tecnologia da informação. Justifique. Podemos falar das ventoinhas de um computador pessoal, que são acionadas ou desligadas de acordo com a temperatura local. Também os comandos de repetição constituem um mecanismo de retroalimentação: “enquanto” (saida<valor de referência) “execute este procedimento”. Não podemos esquecer que a saída deve ser modificada dentro do procedimento...!