[ Reportagem ]
A Esquadra 501 – Bisontes acaba de celebrar 30 anos de transporte aéreo ao serviço da Força Aérea Portuguesa
com uma edição limitada da Fortis. São muitas as missões que fazem parte do currículo dos Bisontes: do Zaire
a Timor, passando pelo Congo e pelas cheias em Moçambique, sem esquecer o Afeganistão.
Histórias de aventuras a bordo do C-130 Hércules que a Espiral do Tempo foi ouvir.
texto Marta S. Ferreira | fotos Nuno Correia
«Onde necessário, quando necessário».
É este o lema da Esquadra 501-Bisontes da Força
Aérea Portuguesa (FA), que efectua missões de
transportes pilotando os potentes C-130 Hércules.
Porquê 501-Bisontes? Cinco (5) é o código da FA
para ‘transporte’. Zero (0) é o código para ‘avião’ e
um (1) significa ‘prioritário’. A todas as esquadras
da FA está associado um animal. O animal da 501
é o bisonte porque, quando a esquadra foi criada,
os primeiros membros a integrá-la foram tirar um
curso nos EUA, numa zona onde havia muitos
bisontes. E logo fizeram o paralelismo entre a
força e robustez do animal com a força e robustez
do C-130, o avião que esta esquadra pilota.
Depois da Guerra do Ultramar, alguns ele­
men­tos da frota que estavam desactualizados
foram vendidos. Com as verbas desta venda, fo­
ram adquiridos cinco aviões C-130. «O primeiro
chegou a Portugal a 15 de Setembro de 1977. É
por isso que nesse dia se assinala o aniversário
da Esquadra», explica à Espiral do Tempo
o comandante da Esquadra 501-Bisontes, o
tenente-coronel Azevedo Santos. A estes cinco
primeiros C-130 juntou-se, mais tarde, um sexto,
em 1991. E assim ficou composta a frota que os
Bisontes pilotam nos dias de hoje.
Na Base Aérea n.º 6, no Montijo, o dia co­
meça às 9 da manhã, com um briefing, para
«resol­ver questões do dia-a-dia e definir a ordem
de trabalhos», explica o Comandante. Depois,
Comandante Tenente Coronel Azevedo dos Santos
Hoje com 42 anos, entrou para a Academia da FA em 1984, e até chegar a
responsável máximo da Esquadra 501-Bisontes, em Setembro de 2001, pilotou
de tudo um pouco: «Voei tudo aquilo que a FA tem, excepto helicópteros. Voei
um caça, um avião de instrução a jacto, um avião de instrução a hélice e um
avião de transporte. Foi uma experiência muito enriquecedora», conta à Espiral
do Tempo. O que mais o atrai à Esquadra dos Bisontes é a possibilidade que
tem de «voar além do espaço aéreo nacional, onde as missões têm como
contexto um cenário calmo e tranquilo».
Nesta altura da sua carreira militar, «devia estar a sair para ir para um estado-maior, mas não posso sair daqui neste momento porque não há ninguém
que possa garantir todas as missões. Faço falta aqui neste momento. E gosto
imenso de estar aqui estar», garante.
Reportagem Esquadra 501 - Bisontes
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«Escolhemos a Fortis pela beleza
dos modelos, a qualidade dos produtos e pela
já conhecida relação com a FA.»
Tenente Coronel Azevedo Santos
Hércules C-130
A frota da Esquadra 501 Bisontes é, actualmente constituída por seis C-130 Hércules três de versão curta (29,5 m) e três
de versão alongada (34 m). Pesando cerca de 39 mil quilos e podendo voar até 33 mil pés, o C-130 descola com um
peso máximo de mais de 70 mil quilos. «É uma aeronave fabulosa. É de grande fiabilidade, aterra em todo o lado – terra
batida, pedras, chapa – e tem uma grande capacidade de carga», diz o Comandante.
«cada um vai cumprir as suas funções: preparar
os processos para as missões, fazer actualizações
e acertos nos manuais, tratar dos planeamentos
de navegação para missões ou, no caso daqueles
que têm missão para esse dia, preparar o avião e
o voo».
A esquadra voa quase todos os dias, muitas
vezes mais do que uma vez por dia. Composta
por uma equipa de voo e uma de manutenção,
integra, no total, cerca de 120 pessoas. Da parte
de voo fazem parte 50 elementos.
A 501-Bisontes realiza três tipos de missão:
transporte aéreo táctico, transporte aéreo geral
e busca e salvamento. No âmbito do transporte
aéreo táctico, efectuam o lançamento de car­ga
aérea (materiais militares ou para fins huma­
nitários) e de paraquedistas em zonas que podem
ser de conflito ou não, mas onde não existem
pistas para aterragem. Executam também a co­
lo­cação de carga ou paraquedistas no terreno,
aterrando em pistas não preparadas, ou seja, de
terra batida, pedra ou mesmo chapa.
Os Bisontes desempenham também transpor­
te aéreo geral ou apoio logístico que consiste,
por exemplo, em transportar dinheiro do Banco
de Portugal para os Açores e Madeira ou dar
apoio logístico à frota de F-16 portugueses que
se encontra, neste momento, na Lituânia a fazer
patrulhamento aéreo.
A Esquadra 501 tem ainda a responsabilidade
de realizar missões de busca e salvamento nos
mares (FIR de Lisboa e de Santa Maria).
Um currículo recheado
Muitas missões internacionais memoráveis fazem
já parte da bagagem dos Bisontes. Desde o Zaire
a Timor, passando pelo Congo e pelas cheias em
Moçambique. Todas ficaram na memória, mas
algumas são incontornáveis, como a que teve
lugar no Afeganistão: em 2002, respondendo a
um pedido da NATO, os Bisontes rumaram a
território afegão. O primeiro destacamento esteve
no terre­no durante três meses, realizando missões
de trans­porte entre Carachi e Cabul. Um segundo
destacamento foi enviado para o Afeganistão,
já em 2004, e lá permaneceu durante um ano,
realizando transporte de pessoal e de material
entre Cabul e os aeródromos em todo o país.
Sempre em missão, na agenda da Esquadra
para os próximos tempos inclui-se a ida de um
destacamento para a Lituânia, para ir prestar
apoio ao destacamento de F-16 portugueses que
lá se encontra. Vão também fazer as de­lícias de
algumas crianças lituanas, que foram escolhidas
para fazer um baptismo de voo. Para o segundo
semestre de 2008, já está agendado o regresso ao
Afeganistão.
Comemoração em grande
No dia 15 de Setembro de 2007, a Esquadra 501-Bisontes comemorou o seu 30.º aniversário. Para assinalar a
data, o Comandante quis «um relógio da Esquadra, mas que fosse de uma boa marca, uma peça que as pessoas
gostassem de usar e se orgulhassem de ostentar no pulso. Escolhemos a Fortis pela beleza dos modelos que cria,
a qualidade dos produtos e a já conhecida relação com a FA», conta. Para celebrar o aniversário, a Esquadra fez a
largada, a partir de um dos seus C-130, de uma palete contendo os 130 cronógrafos Fortis Bisontes.
B-42 Flieger Chrono – Bisontes
Edição limitada a 130 exemplares numerados e personalizados.
Movimento: Cronógrafo mecânico de corda automática, calibre 7750.
Funções: Horas, minutos, segundos, data, dia da semana e cronógrafo.
Caixa: Aço, vidro e fundo em safira, estanque a 200 metros.
Bracelete: Pele com fecho de báscula.
Preço: € 1.910,00
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Espiral do Tempo 27 Inverno 2007
Reportagem Esquadra 501 - Bisontes
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Comandante Tenente Coronel Azevedo dos