Redes industriais Carlos Roberto da Silva Filho, M. Eng. Profibus • Profibus (Process FieldBus) é um protocolo de comunicação que provê uma solução de propósitos gerais para manufatura, processos e automação predial; • Ele efetua tarefas de comunicação do tipo mestre-escravos e perfis de aplicações associadas a automação; • A rede Profibus é um conjunto de três redes ou communication profiles no jargão Profibus. Profibus • Profibus DP (Distributed Peripherals): Esta rede é especializada na comunicação entre sistemas de automação e periféricos distribuídos; • Profibus FMS (Fieldbus Message Specification): Tem uma ampla capacidade para comunicação de dispositivos inteligentes como: CLPs, DCS, Computadores ou outros sistemas que precisam de alta demanda de transmissão de dados. Profibus • A rede FMS vem sendo substituído pela rede Ethernet TCP/IP – no caso da Siemens pela Profinet. • Profibus PA (Process Automation): projetada para aplicação em processos contínuos. • Permite a conexão de sensores e atuadores em um barramento único e comum, em áreas intrinsecamente seguras. Profibus • A rede Profibus PA possibilita a comunicação de dados e alimentação no mesmo barramento, usando tecnologia a 2 fios, de acordo com o padrão internacional IEC 1158-2. Profibus Profibus - aplicações Profibus Profibus Características Gerais • Profibus é uma rede multimestres. • A especificação fieldbus distingue 2 tipos de dispositivos: • Dispositivo Mestre: Um mestre é capaz de enviar mensagens independente de solicitações externas quando tiver a posse do token. • São também chamados de estações ativas; Características Gerais • Dispositivo Escravo: Não possuem direito de acesso ao barramento e podem apenas confirmar o recebimento de mensagens ou responder a uma mensagem enviada por um mestre. • São também chamadas de estações passivas. • Sua implementação é mais simples e barata que a dos mestres. Arquitetura • A arquitetura especifica como o protocolo interage na rede em função do modelo de camadas de referência OSI. • As redes industriais implementam as camadas 1, 2 e 7 do modelo OSI. • A rede Ethernet Industrial implementa as camadas 1, 2, 3, 4 e 7 do Modelo OSI. Arquitetura Arquitetura • O Profibus-DP utiliza os níveis 1 e 2, e uma interface de aplicação, que assegura transmissão de dados rápida e eficiente. • O DDLM (Direct Data Link Mapper) facilita o acesso da aplicação ao nível 2. • As aplicações disponíveis, bem como o comportamento dos vários tipos de dispositivos, estão especificados na interface do usuário. • As tecnologias de transmissão disponíveis são RS 485 ou fibras ópticas. Arquitetura • Na Profibus-FMS, utilizam-se os níveis 1,2 e 7 do Modelo OSI; • O nível de aplicação é composto de mensagens FMS (Fieldbus Message Specification) e LLI (Lower Layer Interface). • As mensagens FMS contem o protocolo de aplicação, proporcionando ao usuário uma grande seleção de serviços de comunicação. • As mensagens LLI implementam as várias relações de comunicação, e habilitam o acesso independente de fornecedor ao FMS. Arquitetura • O nível 2 (FDL, Fieldbus Data Link) implementa o controle de acesso à rede e a segurança dos dados. • Tecnologias de transmissão RS 485 ou fibras ópticas podem ser utilizadas. • O Profibus-DP e o FMS utilizam a mesma tecnologia de transmissão e o mesmo protocolo de acesso à rede. • Ambas as versões podem ser utilizadas no mesmo cabo ao mesmo tempo. Arquitetura • O Profibus-PA usa o protocolo estendido do Profibus-DP para transmissão de dados. • O Profibus-PA tem um formato que define o comportamento dos dispositivos de campo; • A tecnologia de transmissão segue a norma IEC 1158-2, incluindo segurança intrínseca; • Ele permite que os dispositivos de campo sejam alimentados pelo próprio barramento; • Os dispositivos podem ser interligados ao barramento DP através de um acoplador; Arquitetura Arquitetura Arquitetura Arquitetura Meio de Transmissão • O padrão RS 485 é a tecnologia de transmissão mais encontrada no Profibus. • Sua aplicação inclui todas as áreas nas quais uma alta taxa de transmissão aliada à uma instalação simples e barata. • Um par trançado de cobre blindado (shield) com um único par condutor é o suficiente neste caso. • O uso de par trançado não requer nenhum conhecimento ou habilidade especial. Meio de Transmissão • A topologia permite a adicionar e remover estações, sem afetar outras estações. • Ampliações futuras, podem ser implementadas sem afetar as estações já em operação. • Taxas de transmissão entre 9,6 kbps e 12 Mbps podem ser selecionadas, porém uma única taxa de transmissão é selecionada para todos os dispositivos no barramento, quando o sistema é inicializado. Meio de Transmissão Meio de Transmissão • Todos os dispositivos são ligados à uma estrutura de tipo barramento linear. • Até 32 estações (mestres ou escravos) podem ser conectados à um único segmento. • O barramento é terminado por um terminador ativo do barramento no início e fim de cada segmento. • Para garantir uma operação livre de erros, ambas as terminações do barramento devem estar sempre ativas. Meio de Transmissão Meio de Transmissão Meio de Transmissão • Em Geral, estes terminadores encontramse nos próprios conectores de barramento ou nos dispositivos de campo, acessíveis através de uma dip-switch. • No caso em que mais que 32 estações necessitem ser conectadas ou no caso que a distância total entre as estações ultrapasse um dado limite, devem ser utilizados repetidores (repeaters) para se interconectar diferentes segmentos do barramento. Meio de Transmissão • O comprimento máximo do cabo depende da taxa de transmissão. As especificações de comprimento de cabo, são baseadas em um cabo tipo-A, com o seguintes parâmetros: • Impedância: 135 a 165 Ohms; • Capacitância: < 30 pF/m; • Resistência: 110 Ohms / km; • Medida do cabo: 0,64 mm • Área do condutor: 0,34 mm2 Meio de Transmissão Meio de Transmissão • Para a conexão em locais com grau de proteção IP20, utiliza-se conectores tipo DB9 (9 pinos). • Já no caso de grau de proteção IP65/67, existem 3 alternativas para a conexão: • Conector circular M12 (IEC 947-5-2); • Conector Han-Brid, conforme recomendação DESINA; • Conector híbrido SIEMENS; Conector DB9 Conector DB9 Conector Formas de Transmissão • Geralmente, a transmissão pode ser realizada de forma bidirecional, de forma alternada ou simultânea. • Assim, a cada elemento na rede deverá estar associado um equipamento transmissor e um receptor compondo o conjunto transceptor; • A transmissão de dados em um único sentido é denominada simplex, e quando realizada nos dois sentidos é denominada duplex. Formas de Transmissão • No caso em que ela se realiza alternadamente, ou seja, ora num sentido, ora no outro, ela se denomina half-duplex. • No caso em que ela se realiza simultaneamente nos dois sentidos, esta será denominada full-duplex. • Televisão – simplex; • Rádio amador – half-duplex; • Rede – full-duplex; Formas de Transmissão • Os modos de transmissão caracterizam as diferentes formas como os bits de informação transmitidos são delimitados e encaminhados ao longo da linha de comunicação; • Neste caso, podem ser transmitidos no modo serial e paralelo; • Na forma paralela, os bits são transportados simultaneamente em várias linhas em paralelo, sendo apropriado apenas à comunicação entre equipamentos à curtas distâncias. Formas de Transmissão • Na transmissão serial, mais adequada a comunicação entre equipamentos separados por grandes distâncias, os bits são encaminhados serialmente através de uma única linha de comunicação, usualmente com 2 ou 4 fios. • Pode-se considerar outros parâmetros para a classificação dos modos de transmissão, como, por exemplo, a forma de sincronia entre emissor e receptor, associada à temporização, ou seja, transmissão síncrona ou assíncrona. Formas de Transmissão • Na transmissão síncrona, os bits de dados são enviados segundo uma cadência prédefinida, obedecendo a um sinal de temporização (clock). O receptor, por sua vez, conhecendo os intervalos de tempo que permitem delimitar um bit, poderá identificar a seqüência dos bits fazendo uma amostragem do sinal recebido. • Na transmissão assíncrona, não existe a fixação prévia de um período de tempo de emissão entre o transmissor e o receptor. Formas de Transmissão • A separação entre os bits é feita através de um sinal especial com duração variável. • Um caso típico de transmissão assíncrona é a transmissão de caracteres; • Neste caso, a cada grupo de bits constituindo um caracter são adicionados bits especiais para representar o start bit e o stop bit; • Neste tipo de comunicação, apesar da assincronia ao nível de caracteres, ocorre uma sincronização ao nível de bit. Camada Física - RS 232 • A transmissão serial RS 232 é sinalizada eletricamente através dos níveis de tensão para representar os bits 0 e 1. • A especificação RS 232C foi a mais utilizada e trabalha com tensões entre – 15V e + 15V. • A representação dos bits 0 e 1 são feitos da seguinte forma: • 0 corresponde à uma tensão entre +3V e +15V; • 1 corresponde à uma tensão entre – 3V e – 15V; • Esta forma de representação é dita bipolar; Camada Física - RS 232 • As tensões entre + 3V e – 3V é considerado indefinido e indica um erro de transmissão de dados; • Além da representação física a interface RS 232 é uma forma de comunicação halfduplex; • A recepção do sinal é feita de forma que se em um dado intervalo de tempo se o sinal estiver em nível fixo, o mesmo é interpretado como 1 ou 0; Camada Física - RS 232 Protocolo - RS 232 • Start bit – inicialização da mensagem; • Dados – representa os dados transmitidos; • Paridade – técnica verificação de erros de transmissão; • Stop bit – finalização de uma transmissão; Protocolo - RS 232 Protocolo - RS 232 Paridade no Protocolo - RS 232 Paridade no Protocolo - RS 232 Camada física – RS 485 • A camada física da RS 485 é chamada de linhas de comunicação balanceadas; • Os circuitos transmissores e receptores adotados nestas interfaces utilizam como informação a diferença entre os níveis de tensão em cada condutor do par trançado. • Os códigos binários são identificados pela polaridade (+ ou -) da diferença de tensão entre os condutores do par; Camada física – RS 485 • Ou seja, quando a tensão no condutor “+” for maior que no condutor “-”, é caracterizado um nível lógico “1”; • Porém, quando, ao contrário, a tensão no condutor “-” for maior que no condutor “+”, é caracterizado um nível lógico “0”. • Uma margem de ruído de ±0,2 V é definida para aumentar a tolerância a interferências. Camada física – RS 485 • Esta técnica resulta no cancelamento de ruídos induzidos no meio de transmissão, pois se o mesmo ruído é induzido nos 2 condutores, a diferença de tensão entre eles não se altera e a informação é preservada. • A interferência eletromagnética emitida por um barramento de comunicação diferencial é também menor que a emitida por barramentos de comunicação nãodiferenciais. Camada física – RS 485 • Os circuitos eletrônicos de transmissão e recepção da rede podem ser danificados se cabo apresentar um potencial muito elevado em relação ao referencial (comum ou terra). • A norma EIA/TIA-485 especifica que a máxima diferença de potencial entre os equipamentos da rede deve estar entre – 7V e + 12V, conhecida como tensão de modo comum. Camada física – RS 485 Camada física – RS 485 • Além do dois estados lógicos, um transmissor RS-485 pode operar em um terceiro estado, chamado de “tri-state” ou alta impedância. • Este estado é conhecido com estado desabilitado e pode ser iniciado por um pino de controle no seu circuito integrado. • Operação em “tri-state” permite que, em uma rede, apenas um dispositivo esteja ativo em cada momento. Camada física – RS 485 • O código usado pelo padrão RS 485 é o NRZ – Non Return to Zero; • Neste padrão o sinal permance totalmente em “zero” ou “um” durante todo o tempo de bit; • A figura abaixo mostra a codificação. Camada física – RS 485 Camada física – RS 485 Camada física – RS 485 Camada física – RS 485 Sinal Bom Camada física – RS 485 Ruído Entrando pelo Shield Protocolo – RS 485 • Para o padrão RS 485, o protocolo de comunicação não é especificado. • O usuário deve especificar o protocolo. • Alguns protocolos que utilizam o padrão são oModbus, Devicenet, Profibus DP, etc. Protocolo Profibus DP • Os “perfis” de comunicação Profibus usam um protocolo uniforme de acesso ao meio. • Este protocolo é implementado pela camada 2. • Isto inclui também a segurança de dados e a manipulação do protocolos de transmissão e mensagens. • No Profibus a camada 2 é chamada Fieldbus Data Link (FDL). Protocolo Profibus DP • O Controle de Acesso ao Meio (MAC) especifica o procedimento quando uma estação tem a permissão para transmitir dados. • O MAC deve assegurar que uma única estação tem direito de transmitir dados em um determinado momento. • O protocolo do Profibus foi projetado para atender os dois requisitos básicos do Controle de Acesso ao Meio: Protocolo Profibus DP • Para durante a comunicação entre sistemas (mestres), deve ser assegurado que cada uma destas estações detém tempo suficiente para executar suas tarefas de comunicação dentro de um intervalo definido e preciso de tempo. • Para que na transmissão cíclica de dados em tempo real deverá ser implementada tão rápida e simples quanto possível para a comunicação entre um CLP complexo e seus próprios dispositivos de I/O’s (escravos). Protocolo Profibus DP • Portanto, o protocolo Profibus de acesso ao barramento inclui o procedimento de passagem do Token, que é utilizado pelas estações ativas, os mestres, para comunicar-se uns com os outros; • Enquanto que o procedimento de mestreescravo que é usado por estações ativas para se comunicarem com as estações passivas, os escravos. Protocolo Profibus DP Protocolo Profibus DP • O procedimento de passagem do Token que garante o direito de acesso ao meio é passado a cada mestre dentro de um dado tempo. • A mensagem de Token, deve ser distribuída no anel lógico de pelo menos uma vez a todos mestres dentro de um certo tempo máximo denominado tempo de rotação do Token. • Na inicialização do sistema, a tarefa do controle de acesso dos mestres é captar esta designação lógica e estabelecer o anel de Token. Protocolo Profibus DP • Outra tarefa importante de camada 2 é a segurança de dados, ou seja, formata frames para assegurar a integridade de dados. • Todos os telegramas têm Hamming Distance HD=4, alcançada através do uso de telegramas especiais delimitadores de início/fim, bit de paridade e byte de check. • HD 4 significa que até 3 falhas de transmissões ao mesmo tempo podem ser detectadas; Protocolo Profibus DP • A camada 2 opera num modo chamado “sem conexão”, e além de transmissão de dados ponto-a-ponto, proporciona comunicações do tipo multi-ponto, ou seja, Broadcast e Multicast. • Broadcast: uma estação ativa envia uma mensagem sem confirmação a todas outras estações (mestres e escravos). • Multicast: uma estação ativa envia uma mensagem sem confirmação a um grupo de estações pré-determinadas (mestres e escravos). Profibus DP - resumo Profibus DP - resumo Profibus DP – versões do protocolo Profibus DP - resumo Profibus DP - resumo Protocolo Profibus DP • A transmissão de dados entre o DPM1 e os escravos DP associados a ele é executado sempre na mesma ordem, que repete-se. • Quando configurando o sistema, o usuário especifica a associação de um escravo DP ao DPM1 e quais escravos DP serão incluídos ou excluídos da transmissão cíclica de dados do usuário. • A transmissão de dados entre o DPM1 e os escravos DP é dividida em três fases: Protocolo Profibus DP • Parametrização, configuração e transferência de dados. • Na fase de configuração e parametrização de um escravo, sua configuração real é comparada com a configuração projetada no DPM1. • Somente se corresponderem é que o escravo passará para a fase de transmissão de dados. Protocolo Profibus DP • Assim, todos os parâmetros de configuração, tais como tipo, formato e comprimento de dados, I/Os, etc., devem corresponder à real. • Estes testes proporcionam ao usuário uma proteção contra erros de parametrização. • Além da transmissão de dados, que é executada automaticamente pelo DPM1, uma nova parametrização pode ser enviada à um escravo sempre que Protocolo Profibus DP Protocolo Profibus DP