São Paulo, 5 de maio de 2004 Em att: Cesar Vianna Moreira. Ref: Congresso de Eletricidade, Agosto/04, São Paulo/SP. Objetivo: Palestra sobre Mente e o Conteúdo Programático. 1. Resumo da Palestra (a que vai no CD) A comunidade científica intitulou os primeiros cincoenta anos do século 20 como o período da física, e os outros 50 anos como a fase da biologia, sendo que os últimos dez anos foram declarados pelo Instituto Nacional de Saúde dos USA como a idade do cérebro. Espera-se, que o início do século 21 seja a idade da ciência mente/cérebro. Reduzir os “AT” através mudanças no comportamento do trabalhador, padronizando-os, não encontra respaldo nas neurociências, porque existem comportamentos inconscientes deflagrados pelo sistema nervoso sem o consentimento da pessoa. Também, a semiótica ou lógica, ciência aplicada ao domínio da comunicação, que permite o contato, a interação entre indivíduos e/ou coletividade de indivíduos, comprova, quando alguém observa outrém não vê o âmago do comportamento da pessoa observada, apenas o que interessa por ela ser externado. De outro lado, em pleno século 21, é assustador na maioria das pessoas, incluindo grande parcela dos médicos, concorde plenamente com o argumento do impulso deflagrar uma certa ação comportamental, quando, até hoje, a ciência não conseguiu provar nenhuma ligação do impulso com a atividade cerebral. É o contrário. As alterações do comportamento estão relacionadas a atividade celular e a distúrbios hormonais, o que demonstra a ingerência “parcial” da causa ambiental no comportamento da pessoa. De certa forma acredita-se que os comportamentos humanos são motivados ou têm um propósito. Na verdade, o comportamento é resultante de uma seleção evolucionária e ambiental e, de uma interação dessas duas forças, ou seja, o comportamento é multifatorial, e essas causas variam de um comportamento para outro, de uma pessoa para outra. Conclui-se, que a maneira mais consistente de explicar o comportamento humano é pesquisar dentro do cérebro às ações dos hormônios e circuitos neurais que controlam o modo de pensar, sentir e agir, mesmo que sejam de importância primária para tornar inteligível o comportamento. Neurocientificamente, não de pode falar sobre comportamento como pilar de um processo para reduzir “AT”, sem atentar para as condições de: pensar, sentir, sentimento/emoção e movimento, além dos fatores atrelados a hereditariedade, educação, auto-educação e, auto-imagem, esta, a governante das outras três. O fato da auto-imagem governar todos os atos humanos por meio da hereditariedade, da educação e da auto-educação, não elide as carcaterísticas desses outros participantes. (a) Hereditariedade: o percentual herdado é imutável. As heranças físicas e biológicas antecedem qualquer identidade a ser estabelecida, mesmo que a posteriori venha a formar pessoas únicas na estrutura física, na aparência e nas ações. (b) Educação: determina a língua e estabelece um padrão de conceitos e reações que irão variar de acordo com o ambiente no qual o indivíduo nasceu, e aponta o sentido da auto-educação. Apesar de caminhar próxima com a auto-educação, esta é dos três fatores retro a única que governa às ações de uma pessoa sujeita à apreciação da vontade. (c) Auto-educação: progride à medida que o organismo infantil cresce e se torna mais estável. Mesmo que não seja completamente independente, ela é o elemento mais ativo no desenvolvimento de alguém e muito mais usado socialmente que os elementos de origem biológica, por influenciar diretamente a maneira de obter educação externa, de selecionar o material a ser aprendido e de rejeitar o que não se pode assimilar. Portanto, a auto-educação é a força ativa da individualidade e conduz a diferença herdada para o terreno da ação. Por isso mesmo, tende em grande parte a posicionar o comportamento de uma pessoa em linha com os outros. Em decorrência dos elementos retro, conclui-se, que cada pessoa fala, pensa, sente e se move de maneira diferente, de acordo com a imagem que tenha construído de si mesmo com o passar dos anos. Conseqüência: Para mudar o modo de ação de um indivíduo é preciso mudar além dessa auto-imagem, a natureza das motivações e a 1 mobilização de todas as partes do corpo a elas relacionadas e, não somente o comportamento. Precisa-se desmobilizar o global, parte a parte, de forma sequencial, para se conscientizar uma pessoa do que ela deve e/ou pode fazer. Os 4 componentes do estar-desperto (acordado) são: sensação, sentimento, pensamento e movimento. Para conhecer ou mudar a posição do corpo em relação a outros corpos ou objetos no campo da gravidade deve-se usar os sentidos, os sentimentos e a força do pensamento. Portanto, qualquer movimento que se deseje empreender o sistema nervoso é acionado, porque toda ação origina-se na atividade muscular e toda atividade muscular é movimento. E cada movimento exige precisão de intensidade da coordenação mecânica, tanto espacial como temporal. Os músculos se contraem como resultado de uma série interminável de impulsos do sistema nervoso, cujo resultado é perceptível na voz, na expressão facial e no padrão muscular da posição vertical. Ninguém consegue modificar a voz, a expressão. facial, a mobilização muscular sem a interferência direta do sistema nervoso. O que isso significa na rotina diária de um indivíduo? Que as mudanças nas ações e movimentos só podem emergir depois de uma mudança prévia no cérebro. Ou seja, melhorar ações corporais refletem mudanças no controle central que é a autoridade exclusiva. O cérebro é quem comanda. Tradução I: Sem cérebro não há consciência. Só tomamos consciência da maior parte do que acontece dentro de nós por meio dos músculos mobilizados, sensações, sentimentos e pensamentos. Tradução II: Sem corpo não há consciência. Em decorrência, o movimento é a base da consciência, pois a maior parte do componente interno do ser humano permanece embotado ou nele escondido. Continuando a sequência das neurociências aobre a formação do comportamento de uma pessoa, vem: Condição de Pensar: Para pensar o indivíduo precisa não somente estar acordado como também saber que está no estado de vigília, onde as atividades mentais se processam de maneira ordenada e dirigida. A manutenção da vigília depende da formação reticular, estrutura localizada no tronco cerebral, cujas funções principais são: regular o estado geral do corpo, as tendências comportamentais e as emoções. Pergunta: Como alguém pode se arvorar de perceber o verdadeiro comportamento de outr’ém, quanto mais controlá-lo, se a formação reticular é quem comanda as tendências comportamentais? Condição de Sentimento: O estar plenamente acordado (vigília) é indispensável para que o ser humano possa perceber seu meio ambiente e a ele reagir de forma adequada. Conclui-se, pois, que sensação, sentimento e movimento também estão envolvidos no pensamento. Condição de Sentir: A materialização disso somente ocorre, quando o indivíduo está em posição definida e em alguma espécie de relação com outro ser ou objeto. Portanto, deve também, mover-se, sentir e pensar. Condição de Movimento: Para movimentar a pessoa deve usar pelo menos um de seus sentidos, conscientes ou inconscientes, o que engloba sentimento e pensamento. Ao par disso, a ciência desvenda que, sentimentos são noções que o cérebro cria sobre o estado do corpo, portanto, a maneira como o cérebro percebe o estado do corpo, corpo este decisivo para a emoção. Os sentimentos são fenômenos fisiológicos bem definidos e fundamentais à sobrevivência e à construção da razão. São sustentados por manifestações de um mecanismo biológico responsável pelo equilíbrio geral do organismo: a homeostase, regulação biológica que vem da evolução. Sentimento e emoção são carimbadas na consciência resultando dessa ligação a memória, importantíssima para que as pessoas frente a sentimentos complexos tornem-se mais flexíveis para lidar com ameaças e oportunidades. Portanto, as emoções são fundamentais para a tomada de decisões pelo cérebro. Elas são racionalíssimas, sim, pois é impossível conceber emoção sem a alterar o corpo. O sentimento é quase o princípio da vida humana autoconsciente. Pode-se lembrar do que é bom e do que é mau, escolhendo-se o que é melhor. O sentimento, é pois, um elemento fundamental da construção da memória e da própria razão. Conclusão: A própria existência é comprometida quando um desses quatro elementos da ação se torna tão pequeno até quase desaparecer. É difícil sobreviver sem qualquer movimento, 2 mesmo que por breves períodos. Tente. Da mesma forma, não há vida quando uma pessoa está desprovida de todos os sentidos. As informações do mundo exterior não chegam ao cérebro e ele nada registra sozinho. Sem sentimentos não há impulso para viver. Exemplo: é o sentimento da sufocação que força uma pessoa a respirar. Conseqüência: A somatória de todos os enfoques retro demonstra que sem movimento não há consciência. Reflexão: Quando uma pessoa tenta pegar um objeto seus olhos orientam o comando correto para pegá-lo. É a atividade consciente. Porém, o jeito que os dedos da mão vão pegar o objeto tomam a forma do objeto de maneira inconsciente. Conclui-se, que essas duas etapas do processo foram guiadas por informações visuais, onde cada um delas exigiu regiões do cérebro distintas e tipos de processamento diferentes: consciente e inconsciente. Ora, se comportamento é ação; se movimento também o é; se parte do movimento é inconsciente, como é que uma simples observação de alguém pode revelar a exata dimensão do seu comportamento se um percentual deste é comandado, disparado e controlado sem a interferência da vontade da pessoa? Reflexão: A mente cria o mundo visual, mas também o mundo dos outros sentidos. O som não existe sem um cérebro para criá-lo. Se o mundo sensorial é meramente uma criação do cérebro, conclui-se, que cérebros diferentes mesmo entre membros de uma mesma espécie podem criar experiências sensoriais diferentes, portanto, comportamentos diferentes. As mudanças sucessivas da auto-imagem, de ação para ação, gradualmente tornam-se hábitos, ou seja, as ações tomam caráter preestabelecido, carcaterística da repetitividade das tarefas laborativas ao longo dos anos. A pergunta que aqui cabe é: como se pode mudar o comportamento de uma pessoa, mudando de imediato a sua forma de agir? As respostas cognitivas são duas: (i) Não é possível mudar uma ação muscular sem uma mudança prévia na córtex cerebral responsável pela motricidade. Se conseguirmos obter sucesso na córtex motora por meio de uma mudança na coordenação ou nos próprios padrões, a base da consciência desintegrar-se-á em cada integração elementar. Por que? Pela proximidade do córtex motor e das estruturas relacionadas com o pensamento e sentimento, associado à tendência dos processos teciduais cerebrais se difundirem e se espalharem aos tecidos vizinhos. Daí, qualquer mudança drástica na córtex motora (base de cada movimento) terá efeitos paralelos no pensamento e sentimento que perderão suas sustentações nas rotinas preestabelecidas em decorrência da quebra de coesão do todo, composto por cada padrão simples de integração. Ora, rotina de trabalho é uma sequência de operações preestabelecidas ou não? (ii) Torna-se mais fácil efetuar mudanças primeiro no pensamento e sentimento do que no componente muscular. Por que? Porque é através da mobilização muscular que o pensamento e sentimento alcançam a consciência, ou seja: primeiro sentimos a vontade e/ou desejo, depois pensamos o que e como fazer, e finalmente ordenamos ao cérebro liberar os circuitos nervosos correspondentes para que a(s) ação(ões) seja(m) realizada(s). Em outras palavras. Requisitando as faces do pensamento e sentimento o “hábito” perde o seu maior suporte que é a mobilização muscular. Verdade científica: Se mudarmos inicialmente o pensamento e o sentimento de um trabalhador será mais acessível modificar a rotina préestabelecida. Tradução: O sentimento e o pensamento quebram os padrões prévios alcançando a consciência antes que a mobilização muscular seja autorizada a funcionar, por isso eles é que terão que ser trabalhados primeiro no sentido de alterar o comportamento da pessoa expresso por uma mobilização muscular. Em relação ao aprendizado, a memória e ao sono temos o seguinte a expor. O sistema nervoso tem a capacidade de fazer novas combinações entre suas células (neurônios), podendo mudar a eficiência de suas conexões (sinapses) já existentes. Nenhuma delas é fixa, pois quando uma sinapse fica enfraquecida pode ser eliminada e uma nova pode ser formada em outro lugar. Fortalecer novas conexões neuronais estabilizando-as, é uma maneira de criar novas associações. Isso é feito através exercícios cerebrais muito simples (fazer palavras cruzadas, crochê, andar por caminhos diferentes, escrever com a mão não dominante, etc..) Novos exercícios, novos pensamentos, criam novas associações neuronais. Conseqüência: Criar novas associações entre células nervosas é a base do aprendizado sendo muito mais importante o 3 fortalecimento das conexões entre os neurônios do que o número de sinapses existentes. Conclusão: Aprender é a mais nobre função do cérebro. Não há limite de capacidade. Não há idade e muito menos limite para o aprendizado e memorização. As duas instâncias mais simples da aprendizagem, habituação e sensitização são formas consideradas não associativas porque a pessoa aprende as propriedades de um só tipo de estímulo. Para juntar dois estímulos é necessário uma forma de aprendizado mais complexa denominada condicionamento clássico, descrito pela primeira vez pelo russo Ivan Pavlov. Por meio da contiguidade temporal e contingência, passou a ocupar lugar de destaque no aprendizado, por fornecer uma regra simples que permite a pessoa a aprender como deve associar dois eventos quando está condicionado. Na primeira regra, após o aprendizado pelo estímulo condicionado (EC) há um intervalo crítico para que possa ocorrer um evento de reforço não condicionado (NC). Na segunda regra, a contingência permite que a pessoa anuncie antecipadamente por intuição, inspiração, raciocínio ou conjectura, o que vai acontecer com a circunstância e/ou fato que se defronta. Isso é fundamental para que os humanos possam reconhecer relações de previsão entre eventos do seu meio ambiente. Conclusão I: É esse mecanismo que determina ao trabalhador perceber antecipadamente que algo de ruim vai acontecer na máquina. Ou interrompe às operações ou se protege previamente. Conclusão II: O condicionamento clássico só acontece se o estímulo continuado (EC) preceder o estímulo não condicionado (EN) em cerca de 0,5 segundos. Acima disso ou se o EN preceder o EC não haverá condicionamento clássico, consequentemente o aprendizado. Tradução: A existência do aprendizado para o condicionamento comportamental se faz presente somente se os estímulos condicionados e não condicionados excitarem sequencialmente os mesmos neurônios sensoriais e dentro de um intervalo crítico. Conclusão: O comportamento humano é sempre modificado como resultado de uma experiência. Como o cérebro sozinho não é capaz de detectar grandes coisas, os sentidos são a porta de entrada do mundo exterior. Os cinco sentidos não param de inundar o cérebro com informações, algumas vitais, e outras sem nenhuma importância: tato, gustação, olfação, audição e visão. Primariamente, dependemos muito mais da audição e visão do que dos outros três. Entetanto, os sentidos verdadeiros são dois: equilíbrio e movimento, este também chamado de propriocepção que quer dizer: sentir onde estão localizadas no espaço as partes do próprio corpo. A propriocepção tem dois componentes fazendo parte do sistema de controle da motricidade: consciente e inconsciente. Os sentidos do movimento e do equilíbrio são mais importantes do que os outros cinco sentidos porque cuidam dos sinais do próprio corpo. O funcionamento normal deses dois sentidos –movimento e equilíbrio– são os grandes responsáveis pelo indivíduo conseguir ficar de pé, ereto, equilibrado, com a cabeça bem alinhada no centro do corpo. Sem precisar olhar, a pessoa pode mover a mão, o pé ou a cabeça, até mesmo com os olhos fechados. Exemplo: o cego. Por isso, sem esses dois sentidos fica difícil usar os outros cinco. No córtex cerebral estão situados os centros da memória, do pensamento abstrato e da linguagem. Para eles os sentidos enviam informações que são transferidas para o hipocampo, onde todas essas informações são peneiradas. Portanto, o hipocampo funciona como uma central de informações determinando o que será arquivado na memória de longo prazo. As informações melhor fixadas são que carregam traços de emoção. Depois que o hipocampo forma a memória espacial –sua especialidade entre outras– ele a distribui para o resto do cérebro. Mais tarde quando solicitado pelo córtex cerebral o hipocampo recupera a informação. Memorizar significa aprender. Isso é feito quando se conhece novas pessoas, aprende-se novos nomes, vivencia-se lugares desconhecidos, executa-se procedimentos não vistos, aumenta-se o número de sinapses no hipocampo. É exercer o direito do aprendizado via memorização. Memória não é gravação, é construção. Reflexão: Lembrar é reconstruir memória. Cada memória é representada em muitas áreas corticais diferentes. Alerta: A visualização não é tudo para a memória, porque a memória não é feita apenas de imagens. Ficam guardadas, também: o local, as circunstâncias, as pessoas, e quaisquer outros atributos que definam os acontecimentos. Isso quer dizer, que quanto mais características circunstanciais forem usadas numa visualização maior será a possibilidade de memorização verdadeira do 4 evento. Portanto, nada adiantará “entupir” uma pessoa com verbalizações se o conteúdo dessas informações não forem armazenadas corretamente pelo ouvinte. Quanto mais forte e rica for a rede de associações ou representações instalada no cérebro, mas ele ficará protegido contra a perda de qualquer representação específica. Conclusão: Memorizar, é juntar lembranças distribuídas no cérebro toda vez que se quer recordar algo. Quanto ao sono dois destaques precisam ser esclarecidos: (a) O sono segue o ciclo dia/noite. Isso quer dizer, ele não ocorre porque precisamos repousar em decorrência do cansaço provocado por intensa atividade corporal ou mental, por exemplo; (b) O sono é auto-regulável. Há muito tempo o sono é, e continua sendo, uma das maiores incógnitas sobre o cérebro. Não se sabe ao certo para que serve o sono mesmo que as pessoas saibam de antemão que é necessário dormir. A idéia que vem ganhando mais adeptos entre os pesquisadores, é que o sono seja necessário para reforçar e/ou consolidar o que foi aprendido no mesmo dia. Não adianta nada dormir no dia subseqüente quando a primeira noite do dia de aprendizado é mal dormida ou passada em claro. Exemplo: se alguém estudar a noite inteira, passada a prova o que conseguirá reter na mente? Se o que a pessoa aprende durante o dia não for seguido de uma noite bem dormida, no dia seguinte pouco ou quase nada recordará. Evidente que é preciso treinar para aprender e armazenar algo. Sem prática não há o que melhorar. Cientificamente temos 5 fases do sono. Os estágios 1 e 2 são iniciais, e proporcionam pequena restauração do corpo. Os estágios 3 e 4 vem a seguir. Sendo um pouco mais profundos, promovem a recuperação de toda a parte física, o que é importante para os trabalhadores braçais ou para os que desempenham atividades físicas, bem como para os atletas. O quinto e último estágio do sono é a fase REM, palavra inglesa que quer dizer, Movimentos Oculares Rápidos. É nessa fase que a pessoa sonha, recupera toda a sua parte cognitiva e consolida a memória. A sequência dessas cinco fases nem sempre obedece a mesma ordem retro. Em geral, temos a cada 90 minutos um ciclo de sono que passa por todos esses cinco estágios. A imprevisibilidade dos tradicionais indicadores de segurança e saúde torna muito tênue a linha demarcatória das tendências positiva e negativa sobre a presença de eventos indesejáveis no trabalho produtivo. Essa imprevisibilidade obriga o SESMT a investigar os fatores responsáveis por tais oscilações capaz de serem deflagradas por uma única ocorrência. A empresa tem que estar preparada para entender e controlar estas possíveis variáveis. Para isso, é preciso planejar. Planejamento é um processo que nasce da necessidade de mudanças e que possua objetivos específicos e coerentes para atingir a meta. Nele está incluído: (a) A escolha do que se quer alcançar (Estabelecer Objetivos); (b) A maneira de como alcançar o objetivo (Definir Método); (c) A seleção pessoas com aptidões a serem usadas para alcançar os objetivos (Atribuir Responsabilidades). O planejamento torna-se-á eficaz se com a efetiva participação de todos os envolvidos, incluindo a alta direção da empresa, no processo que se deseja implantar. Isso é muito agradável falando, dando aula, palestra. Na prática os executivos não conseguem enxergar (com raríssimas exceções) que o Determinismo cartesiano ruiu, que o Iluminismo –teoria Kantiana, por exemplo– desmoronou, e o Estruturalismo que passa pela fenomenologia de Hegel, Heideger e Peirce está sendo firmemente contestado. Nos dias que correm os aspectos sociais, psicológicos, psquiátricos, antropológicos e científicos, incluindo aqui às neurociências, não podem mais ser dissociados de bases filosóficas com o intuito de criar ferramentas que visem mudar condutas humanas. Remar ao contrário é perda de tempo, com imensos prejuízos à sociedade. O Processo de Diagnóstico Cognitivo no Trabalho consubstanciado nas neurociências visando reduzir os “AT”, é uma realidade tardia. Citação: O tempo é o grande professor, mas infelizmente acaba matando todos os seus alunos (Hector Berlioz). 5