第三屆立法會 III LEGISLATURA 第二立法會期( 立法會期(二零零六 二零零六 – 二零零七 二零零七) a 2 SESSÃO LEGISLATIVA( (2006-2007) ) Data: 27 de Novembro de 2006 Início da reunião: 15 horas Fim da reunião: 20 horas Local: Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito nos Aterros da Baía da Praia Grande, na Praça da Assembleia Legislativa em Macau. Presidente: Susana Chou 第一組 第 III- -47 期 I SÉRIE N o III- -47 Director do Estabelecimento Prisional de Macau Lee Kam Cheong; Hoi Sio Iong, Director da Escola Superior das FSM; Chan Peng Sam, Director Substo da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança; Diamantino José dos Santos, Secretário-Geral do Gabinete Coordenador de Segurança. Ordem do Dia: Debate das Linhas de Acção Governativa para 2007 - área da Segurança. Sumário: Não houve período de antes da Ordem do Dia em virtude da apresentação e debate das LAG para 2007. Vice-Presidente: Lau Cheok Va Acta: Primeiro-Secretário: Leonel Alberto Alves Presidente: Srs. Deputados, Segundo-Secretário: Kou Hoi In Sr. Secretário Cheong, Deputados presentes: Susana Chou, Lau Cheok Va, Leonel Alberto Alves, Kou Hoi In, Philip Xavier, Leong Heng Teng, Fong Chi Keong, Kwan Tsui Hang, Ho Teng Iat, Chow Kam Fai David, Chui Sai Cheong, Iong Weng Ian, Ng Kuok Cheong, Tsui Wai Kwan, Chan Chak Mo, Leong Iok Wa, Cheang Chi Keong, Au Kam San, Ung Choi Kun, Lei Pui Lam, Lao Pun Lap, Ieong Tou Hong, José Maria Pereira Coutinho, Chui Sai Peng José, Sam Chan Io, Leong On Kei, Chan Meng Kam e Lee Chong Cheng. Srs. Membros do Governo: Muito bom dia. Vamos dar início ao nosso Plenário. Muitos Deputados já se inscreveram para intervir, mas acho que todos terão a oportunidade de intervir. Deputados ausentes: Vítor Cheung Lup Kwan. Convidados: Cheong Kuoc Vá, Secretário para a Segurança; José Proença Branco, Comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários; Vong Chun Fat, Chefe do Gabinete do Secretário para a Segurança; José Luciano Correia de Oliveira, Assessor do Gabinete do Secretário para a Segurança; Sam Chong Nin, Assessor do Gabinete do Secretário para a Segurança; Choi Lai Hang, Director-geral dos Serviços de Alfândega da RAEM; Ma Io Weng, Comandante do Corpo de Bombeiros; Lei Siu Peng, Comandante Substo do Corpo de Polícia de Segurança Pública; Wong Sio Chak, Director da Polícia Judiciária; Hoje, pedi a colaboração de mais um colega para me ajudar a registar os pedidos de intervenção. Em primeiro lugar, vou passar a palavra ao Sr. Secretário Cheong para apresentar o seu relatório das LAG. Faça o favor, Sr. Secretário. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Ex.ma Senhora Presidente da Assembleia Legislativa: Ex.mos Senhores Deputados: N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Movido pelo propósito de expôr, de forma tão esclarecida quanto possível, os projectos em que se concretiza a acção do governo no âmbito da segurança pública interna para o ano de 2006, faço-me acompanhar a esta Assembleia Legislativa, das personalidades que têm a seu cargo o comando e a direcção das corporações e serviços da área de governação sob minha tutela, ficando, a seu tempo, ao dispôr para responder e dar satisfação às questões e instâncias que, Vossas Excelências entenderem por oportuno colocar-nos. Antes de mais, e a abrir, permitam-me que faça o ponto de situação sobre a execução das linhas de acção governativa para o ano 2006: Prosseguimos, durante o corrente ano de 2006, as metas estabelecidas nas linhas de acção governativa para a área de segurança interna, com o sentido de responsabilidade próprio de quem tem a seu cargo a execução de tão importante vertente das políticas públicas para esta área específica da governação da Região Administrativa Especial de Macau. Pretendemos não só um acompanhamento dos estádios de desenvolvimento da RAEM, mas também a promoção do crescimento qualitativo dos serviços quanto ao desempenho das respectivas atribuições. As autoridades de segurança têm ajustado, planeado e executado as medidas de prevenção e combate à criminalidade em função da evolução que vão registando. Nesse sentido caminham a optimização da gestão interna, a consolidação da disciplina, o incremento da qualidade dos serviços e respectivas capacidades no sentido de manter uma boa imagem internacional de Macau e de promover o desenvolvimento sócio-económico. Foi na senda de tal desiderato primacial que desenvolvemos os trabalhos de que aqui deixamos referência: Como tal, e sob o comando e a coordenação dos Serviços de Polícia Unitários(SPU), foram, ao longo desta anuidade, intensificadas as operações conjuntas e acções de recolha de informação criminal, do mesmo passo que desenvolvemos amplamente o intercâmbio e a cooperação policial. Foram postas em marcha operações conjuntas policiais transfronteiriças de grande envergadura destinadas ao combate ao jogo ilícito, sendo de referir a descoberta de casuística de significativa gravidade, alguma de natureza transfronteiriça, bem como foram desmantelados vários grupos dedicados a actividades marginais à lei. Igualmente, e ao nível das manifestações criminosas que hoje são transversais a todo o mundo, cumpre-me salientar o trabalho feito na área da prevenção das actividades de natureza terrorista, da criminalidade relacionada com o branqueamento de capitais, áreas em que, particularmente, reforçámos a capacitação profissional, fomentando a participação do nosso pessoal em seminários e outras acções formativa, para além de incrementar e coordenar vários serviços na realização de exercícios vários, como por exemplo a simulação de intervenção em face de um hipotético sequestro de avião, tomámos, também, a nosso cargo a operação de segurança por ocasião da realização do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e, bem assim, da realização dos Jogos de Lusofonia 2006. No que à área aduaneira diz respeito, os Serviços de Alfândega (SA) reforçaram e melhoraram consideravelmente as operações de desalfandegamento. O sistema automático de passagem de viaturas entrou em pleno funcionamento em 1 de Setembro, sendo que a declaração electrónica e consequentes medidas de desmaterialização do desalfandegamento nos postos fronteiriços das Portas do Cerco e da Ponte Flor de Lótus entraram em funcionamento em 1 de Outubro. 2 Quanto à protecção da propriedade intelectual, o êxito é demonstrado pela estatística, a qual revela uma intensa actividade durante o período compreendido entre Janeiro e Setembro representada pela identificação de 27 casos de violação do direito de propriedade intelectual, no âmbito dos quais foram autuadas 47 pessoas, bem como por 201 acções de fiscalização de que resultou a identificação de 17 lojas ou estabelecimentos de exploração ilícita, e a apreensão de muitos produtos falsificados, de entre os quais se destaca um grande volume de cd”s, vestuários, artigos de couro e sapatos contrafeitos. No geral, os diversos planos operacionais e operativos previamente definidos foram efectivamente implementados. Disso é exemplo atenção devotada ao ajustamento da a organização das forças policiais, preparando-as especificamente em várias valências em função das suas próprias atribuições e das situações concretas, bem como das tendências da criminalidade. Prevenimos e reprimimos tanto os crimes graves, de que são exemplo os que influenciam a economia da sociedade e o desenvolvimento saudável dos sectores do jogo e do turismo, como outros que, embora mais leves, perturbam os cidadãos e os turistas. Oferecemos, um constante e cerrado combate às manifestações criminosas, o que levámos a cabo em nome da lei e da consolidação dos objectivos em que assenta o conceito de segurança pública interna. Além disso, e tendo em conta as características específicas de cada zona, o CPSP aumentou a patrulha motorizada, aumentando os pontos de cobertura e alargando-os a novas zonas ou zonas em desenvolvimento,o mesmo fazendo em relação a instalações importantes, no sentido de reprimir atempadamente os crimes “menores”, que são igualmente perturbadores dos cidadãos e dos turistas. Envidámos o planeamento de estratégias de intervenção das forças policiais, prioritariamente vocacionadas para o combate ao furto e ao roubo, bem como incidimos nas actividades de burla nas ruas. Ao mesmo tempo, foram destacados mais agentes para reforçar a fiscalização nos casinos e nas suas zonas periféricas. Os serviços policiais actuaram activamente contra o tráfico de drogas e os actos de prostituição em quaisquer lugares onde se verifica esta exploração ilícita da pessoa humana. Além disso, em colaboração com os outros serviços, procedemos às acções contra mão de obra ilegal, lojas ilícitas e pousadas ilegais, etc. Desde Janeiro a Setembro, o CPSP e os SA procederam à fiscalização de 1,702 sítios, do que resultou a detecção de 1,015 trabalhadores ilegais. Relativamente à investigação e prevenção criminal, a PJ concentrou esforços no combate aos diversos crimes. Foi desenvolvida a sensibilização sobre a cooperação entre a polícia e os cidadãos para a prevenção criminal, sendo intensificada a cooperação policial regional, sendo que, especialmente, foi reforçada a comunicação e cooperação com as polícias do continente chinês. Ao longo deste ano, foram descobertos um conjunto de crimes graves, nomeadamente, desmantelados grupos dedicados à aposta ilegal das competições de futebol, apreendendo as quantias de aposta no valor de mais de 400 milhões de patacas e as receitas resultantes de apostas ilegais no valor de 600 mil de patacas. Foram desmantelados, também, casinos ilegais donde resultou a apreensão de fichas falsas no valor de 4 milhões de patacas e, por último, um registo especial para o facto de se ter descoberto o caso mais grave de tráfico da heroína, depois de transição da soberania de Macau. Foram, igualmente, descobertos vários casos de furto praticados por grupos criminosos que actuavam por arrombamento bem como outros relacionados com a burla de medicamentos chineses N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série falsificados. Ao nível estrutural, cabe aqui sublinhar o facto de a Polícia Judiciária ter ajustado a sua estrutura, criando 2 departamentos e 4 divisões, e recrutando mais pessoal. Internamente, a PJ promoveu o melhoramento da comunicação e interacção interna. A vida interna do sistema de forças e serviços de segurança tem sido uma das nossas maiores preocupações. Nesse sentido, vimos reforçando a fiscalização do cumprimento da lei e elevando a própria qualidade. Assim, e como exemplo desta nossa afirmação, sublinhamos, de entre as medidas adoptadas, a implementação da Carta de Qualidade, que mantemos em permanente actualização pela introdução continuada e sistemática de novos “itens” , bem como as diversas directivas, instruções e orientações de trabalho emanadas ou homologadas pelo Secretário para a Segurança, para além da permanente intervenção ao nível disciplinar, em cujo âmbito intensificámos a consciência da necessidade do respeito das leis por parte de agentes em todos os níveis da hierarquia, punindo com firmeza as infracções. Para consolidar e desenvolver o espírito de grupo das forças policiais, reforçou-se a comunicação e encontro com os subordinados. Simultaneamente, quanto aos recursos humanos, estudámos activamente as medidas novas destinadas ao aceleramento do recrutamento de pessoal. Continuámos a incrementar a formação e educação, ministrando cursos de formação aos agentes da linha da frente e proporcionando formação ao pessoal de direcção e chefia. Entre Janeiro e Setembro deste ano, organizamos ou assistimos a um total de mais de 800 cursos de formação, palestras, seminários e simpósios, cujo número de presenças envolveu mais de 12.300 pessoas. Através destas iniciativas o conhecimento técnico-profissional do pessoal das corporações e nos organismos das FSM bem com as suas as respectivas habilitações académicas registam um incremento considerável, sendo que a percentagem da habilitação com o ensino secundário aumentou para 35.88% e a habilitação com o ensino superior ou universitário aumentou para 16%. Persistimos em promover as boas relações de interacção entre a polícia e os cidadãos. Através de diversos canais mantivemos a ligação com os diversos sectores da comunidade. Para compreender as necessidades dos cidadãos, promovemos a ligação com as escolas, lojas e associações de moradores, recolhendo notícias de crimes e acompanhando as questões relativas à segurança. Através de diversas actividades promotoras de policiamento comunitário, tais como, a distribuição de desdobráveis, a organização de campanhas de sensibilização para prevenção da passagem de moeda falsificada, a afixação de cartaz e outdoors na via pública, promovemos o reforço da consciencialização do cidadão para a questão da segurança. O acompanhamento das questões dos jovens, a preocupação dos problemas emergentes do crescimento dos adolescentes, o apoio de auto-correcção dos jovens com comportamentos desviantes e o reforço do trabalho de prevenção de delinquência juvenil constituem também trabalhos importantes que não temos negligenciado. O departamento policial responsável pelo trânsito concentrou o seu esforço na prevenção de ocorrência de acidentes rodoviários através de medidas que visam o cumprimento da lei, a educação e a sensibilização. Para articular com o desenvolvimento e reordenamento da sociedade de Macau, não só mobilizámos flexivelmente os agentes para intensificar a vigilância do tráfego no sentido de assegurar a sua fluidez, como incrementámos as actividades de intercepção preventiva, no sentido de conter a 3 ocorrência dos graves acidentes de trânsito. Para a sua investigação e contenção eficazes, procedemos já ao estabelecimento de base de dados sobre os condutores com potencial de maior perigosidade bem como das viaturas que conduzem. Relativamente ao serviço fronteiriço (entradas e saídas), empenhámo-nos na qualificação dos recursos humanos e materiais, com o objectivo de, sem prejuizo da eficiência e segurança, garantir a fluidez e rapidez da passagem de visitantes e de impedir que os malfeitores entrem em Macau. Para facilitar os cidadãos, os Serviços de Migração vêm implementando de forma activa a Carta de Qualidade, contando-se a prestação de um serviço ininterrupto nas horas de almoço. A agilização da colaboração dos serviços policiais no âmbito dos postos fronteiriços de Zhuhai e de Macau reforçou a eficácia da relação bilateral nesta área. Recentemente, em articulação com as obras de ampliação do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, o posto fronteiriço das Portas do Cerco procedeu à reestruturação das instalações administrativas. Mantivemos a aposta na formação do corpo de bombeiros, no incremento do treino e dos exercícios, bem como na aquisição de equipamentos avançados de bombeiros e de socorros e elevámos o nível da sua prestação e da qualidade profissional. Nesse sentido tiveram lugar, organizados pelo Corpo de Bombeiros, vários seminários sobre técnicas de socorro, bem como de sinistro, prevenção e combate a incêndio, áreas em que se trocaram conhecimento e experiência sobre as mais avançadas técnicas, tendo, aliás, sido instalado um programa informático específico no posto de comando. Entre Janeiro e Setembro levamos a cabo 57 exercícios de prevenção, realizámos 51 simpósios sobre a mesma temática e realizámos 1.146 vistorias. Com vista à salvaguarda da segurança das pessoas, intensificámos a cooperação com os demais serviços públicos, designadamente quanto ao salvamento em caso de sinistro e à gestão de equipamentos pesados, necessários aquando da ocorrência de calamidades, área em que vimos desenvolvendo as capacidades de prevenção e resposta. O Estabelecimento Prisional de Macau(EPM), suportando-se no pacote legislativo recentemente aprovado encetou uma série de trabalhos relacionados com a sua reestruturação. O EPM reponderou o sistema de fiscalização e as instalações de segurança, estudando a viabilidade de instalação de sistema localização das viaturas prisionais por GPS, procurou o melhoramento da gestão interna, substituiu uniformes do Corpo de Guardas Prisionais, criou uma plataforma de intranet, e instalou um sistema de visita aos reclusos por vídeo. A par disto, desenvolveu trabalhos preparatórios relacionados com a construção da nova cadeia. Quanto à reinserção social, foram ministrados em permanência cursos de educação cívica, e proporcionadas actividades culturais e recreativas, do que são exemplo a organização da exposição de artesanato. Para reforçar a cooperação com as cadeias das regiões vizinhas, estabelecemos protocolos com o Correctional Services Department de Hong Kong e com os correspondentes reviços de Singapura sobre a Transferência de Pessoas Condenadas. De referir que o acordo entre Macau e Hong Kong se encontra em plena implementação, sendo de registar que, desde Junho deste ano, já foram transferidos 6 reclusos de Macau para o serviço competente de Hong Kong. No que diz respeito à administração propriamente dita, reforçámos a gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros das N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Corporações e Organismos das Forças de Segurança de Macau, implementando diversos planos destinados ao crescimento das infra-estruturas e ao melhoramento técnico, aperfeiçoando, ainda, a gestão do pessoal, das instalações e dos equipamentos, por forma a racionalizar os recursos e garantir o bom funcionamento dos serviços e o cumprimento efectivo das missões. O sistema de passagem automática mediante o uso do BIR inteligente apresenta melhorias, foi alterado o sitema de operação do scaner dos equipamentos de passagem automática, sendo agora usado o modo de “sensibilidade ao contacto” o que aumentou a taxa de sucesso no seu uso. O sistema electrónico de controlo de patrulha e o sistema de emissão electrónica do talão de autuação de infracções já entraram na fase experimental. Além disso, para optimizar os trabalhos administrativos, a Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau desenvolveu um software de Sistema de Gestão de Orçamento e Despesas, o que contribui para simplificar o procedimento e elevar o grau de exactidão dos números. O sucesso alcançado durante o ano de 2006 constitui caução de bom desempenho quanto aos trabalhos a desenvolver no ano que se aproxima. Assim, nas linhas de acção governativa para a área de segurança interna para o ano 2007, cumpre distinguir os seguintes aspectos: Implementação rigorosa dos trabalhos conforme os conceitos e objectivos traçados nas linhas gerais de acção governativa do governo da RAEM, aprofundamento das reformas e consolidação da disciplina. Numa perspectiva de “melhor servir o cidadão” e numa visão inovadora, reforçaremos a consciência de sacrifício pelo bem público e o sentido de responsabilidade, garantindo a segurança dos cidadãos, cumprindo a lei, servindo cidadãos. No próximo ano empenhar-nos-emos quanto a três aspectos fundamentais: 1, Reforçar a gestão dos recursos humanos, a coesão interna do sistema de forças e serviços de segurança através do controlo disciplinar e regras de gestão, ajustando, sempre que necessário, a distribuição do trabalho e do pessoal. 2, Motivar as forças policiais para a entreajuda no combate aos crimes de menor gravidade, que, não obstante, prejudicam seriamente a vida dos cidadãos em geral e dos turistas em particular. 3, Observar de perto a tendência do ambiente de segurança, combater os crimes relacionados com o jogo, a criminalidade relacionada com as seitas e os crimes organizados transfronteiriços no sentido de reprimir a ocorrência dos crimes graves. As considerações tecidas acima revelam que ficamos ciente de que o pessoal constituiu a principal e mais preciosa riqueza das corporações. Para assegurar a eficiência, justiça e boa qualidade das FSM, procuramos garantir a estabilidade dos recursos humanos, recrutando pessoal qualificado. Assim, atingimos o objectivo de desenvolvimento sustentado. Por conseguinte, as autoridades de segurança reforçarão a gestão disciplinar, intensificando o controlo interno, realçando a autoridade e a disciplina, no sentido de fomentar o sentimento de responsabilidade social, de justiça e o espírito de sacrifício, elevando a qualidade, ética e deontologia da corporação, tendo por objectivo a a missão que lhe é atribuída, motivando-o a lutar pelo ideal de justiça que é nosso objectivo. Ao nível de gestão, prosseguiremos os princípios da simplificação, da unidade e da coordenação interactiva e auditada, nunca esquecendo a reforma da estrutura das FSM, reordenanado as funções de gestão e a distribuição das responsabilidades, por forma a elevar a eficiência 4 e poupar os recursos humanos. Procederemos ao reajustamento ou à reestruturação dos planos de trabalho, com privilégio para a especialização do pessoal. Para garantir a estabilidade e a qualidade dos recursos humanos, iremos continuar a recrutar o pessoal qualificado, acelerando o recrutamento do pessoal no sentido de admissão de novos elementos técnico-profissionais nas Corporações e Organismos das Forças de Segurança de Macau. Reforçaremos a formação, tomando como ponto essencial elevar a qualidade e a capacidade, formando, atraindo e recorrendo a pessoal qualificado necessário às FSM. Além disso, tem vindo a prestar-se formação inicial e profissional e a proporcionar-se a oportunidade de progressão aos agentes de linha da frente, estudando-se as medidas destinadas ao aperfeiçoamento das condições de trabalho, a fim de garantir a estabilidade das corporações e a necessidade de pessoal qualificado. Iremos dar importância à sua formação e reforçar a comunicação interna. Observaremos de perto os problemas e dificuldades emergentes dos serviços internos, dos procedimentos, dos trabalhos, quer dos superiores, quer dos subalternos, para que os problemas e dificuldades sejam resolvidos imediatamente, e se preste apoio ao pessoal com problemas para aliviar a sua pressão. Ouviremos activamente as opiniões e sugestões, por forma a avaliar a viabilidade e a aperfeiçoar as deficiências, tudo isto contribuindo para formar uma boa relação de trabalho, elevar a capacidade de resposta e incrementar a coesão das corporações. É claro que continuamos a dar importância à fiscalização por parte de cidadãos, da sociedade e dos media. Melhoraremos a qualidade de trabalho e promoveremos o serviço de qualidade através dos mecanismos de gestão, interna e externa, com vista a afirmar a boa imagem da polícia e dos serviços. É de assinalar que, com o desenvolvimento da economia e a expansão do sector de turismo de Macau, os trabalhos de segurança pública colocam-se perante grandes desafios, entre os quais, o 2.º Campeonato Asiático em Recinto Coberto, que decorrerá no início do próximo ano. Para o efeito, será criado um grupo especializado no sentido de fazer um planeamento rigoroso, elaborando planos de segurança e prevenção do fogo, bem como planos de exercícios a fim de garantir a sua boa realização. As autoridades estão atentas à eventual evolução da criminalidade de ocorrências tipificadas de mais leves, como o roubo, o furto e a burla para um tipo de ocorrências mais violentas. Nesse sentido, iremos fazer um planeamento importante já no próximo ano, tomando medidas de prevenção activa, reajustando o patrulhamento nos locais mais vulneráveis à ocorrência de crimes. Será também reforçada a cooperação com as polícias do território vizinho visando a impedir a actividades desviantes. Tudo isto sem prejuízo da manutenção das operações convencionais de combate à criminalidade. Particular importância será sempre dada ao fenómeno da delinquência juvenil, cientes de que nos jovens está o futuro da nossa sociedade e que temos o dever de os proteger e acompanhar na sua formação e adequação comportamental. Nesse sentido, para além do incremento das acções que vimos desenvolvendo do antecedente, enquadrar-nos-emos nas políticas gerais que, sobre a temática, N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 5 vierem a ser definidas e estabilizadas no nosso ordenamento jurídico e social. existentes, desenvolvemos o estudo e projecto da instalação do sistema de fiscalização de vídeo “CCTV” nas principais vias. Perante a nova conjuntura do sector do jogo, iremos tomar medidas tendentes à prevenção e repressão dos crimes, tais como, os relacionados com o jogo ilícito, a usura e outras actividades criminosas ligadas, desenvolvidas ou potenciadas pelo jogo e à sua margem, para além das actividades relacionadas com crime organizado e transfronteiriço. Aceleraremos os procedimentos de investigação, intensificando as operações anti-crime. 4. A fim de prestar um serviço de migração de boa qualidade e eficácia, ajustaremos medidas que contribuam para acelerar a passagem e atenuar a pressão dos fluxos de pessoas. Iremos estudar a reestruturação dos Serviços de Migração bem como tomar medidas quanto à racionalização do respectivo pessoal no contexto da missão policial que também lhe cabe, dando primazia à especialização dos recursos humanos e autonomia do funcionamento do serviço. Melhoraremos e aperfeiçoaremos o sistema de passagem automática mediante o uso BIR inteligente. Desenvolveremos obras de ampliação do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco. Prepararemos a construção do edifício dos serviços de migração. Recorreremos à colaboração com serviços policiais vizinhos no sentido de reforçar a colaboração bilateral nesta área, e de assegurar a fluidez e a segurança nos postos fronteiriços. Resumindo as linhas de acção governativa e a estratégia expostas acima, destacamos aqui os pontos principais de trabalho das corporações e organismos: 1. Planear, sob o comando geral dos SPU, as operações policiais destinadas à garantia de segurança pública, à prevenção e ao combate da criminalidade, urdindo uma minuciosa teia de tópicos de prevenção. Os SPU coordenarão a recolha e análise de informações e as operações policiais transfronteiriças no sentido de elevar a capacidade de resposta. o CPSP e a PJ optimizarão a sua performance, intensificando o trabalho da linha frente, o patrulhamento e os meios de controle. Por via da qualificação do pessoal e do recurso às modernas tecnologias na actividade operacional, aumentar-se-á a capacidade de investigação criminal. Por outro lado, através de um planeamento rigoroso, combateremos as actividades criminosas, tais como o furto, o roubo a burla e o consumo de droga que perturbam directamente a vida da população causando-lhe insegurança, bem como os crimes relacionados com o jogo e os de associação criminosa. Serão levadas a cabo operações no sentido de garantir o estado e o sentimento de segurança de Macau. 2. No plano interno, procuraremos afirmar cada vez mais a boa imagem da polícia e garantir a estabilidade dos recursos humanos a partir da sensibilização para um ideário de valores deontonológicos. Através do aperfeiçoamento do sistema disciplinar, reforçaremos a coesão e o controle internos, no sentido de assegurar um serviço de boa qualidade, consolidando a relação entre a polícia e os cidadãos. Através da formação, promoveremos a melhor qualificação do pessoal. Desenvolveremos amplamente o intercâmbio e a cooperação policiais, bem como não pouparemos esforços quanto ao incremento da capacidade de execução das atribuições de cada corporação e quanto ao reforço da sua disciplina interna, além de tudo fazer no sentido do incremento do profissionalismo e da execução eficaz da missão. 3. O serviço policial responsável pelo trânsito concentrará o seu esforço na prevenção de ocorrência de acidentes rodoviários através de medidas que visem o cumprimento das leis estradais, a educação e a sensibilização. Para articular com o desenvolvimento e reordenamento da sociedade de Macau, colaboraremos activamente na ordenação do tráfego nas novas vias. Prestaremos atenção à fluidez rodoviária, à prevenção da sinistralidade bem como à sensibilização e educação sobre a segurança na estrada. Para combater as transgressões e garantir a segurança dos utentes da via pública em geral, além do recurso aos sistemas de fiscalização 5. Os SA estudarão e implementarão diversas medidas destinadas às facilidades de passagem automática nos postos fronteiriços, com recurso a métodos científicos no âmbito aduaneiro, promovendo a utilização do sistema do comércio electrónico para elevar a eficácia do trabalho, tudo no sentido de facilitar e apoiar o desenvolvimento dos sectores do turismo e da logística. Acompanharemos as obras de edifícação do novo edifíco de comando dos SA e promoveremos o incremento da ditação de navios de patrulha. Por outro lado, incrementaremos o trabalho de gestão e de recrutamento do pessoal. A actividade aduaneira será reforçada através da introdução de equipamentos avançados, no sentido de melhor prevenir e reprimir tráficos ilícitos em compromisso com a fluidez das relações comerciais. 6. O EPM prosseguirá uma série de trabalhos relacionados com a sua reestruturação, optimizando a gestão e funcionamento, elevando a qualidade do pessoal, aumentando o grau de transparência de trabalho, no sentido de intensificar as atribuições sobre a orientação e apoio dos reclusos, com vista à auto-correcção e inserção social da população prisional. Além disso, serão iniciadas as obras da construção da nova cadeia. 7. Reforçar-se-á a gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros das Corporações e Organismos das Forças de Segurança de Macau com vista à sua distribuição e utilização racional. Promoveremos a informatização dos assuntos administrativos, simplificando o procedimento administrativo e elevando a eficácia de execução da lei. Recorreremos às mais modernas tecnologias para mobilizar e organizar de forma razoável as forças policiais. Paralelamente, serão implementados diversos planos destinados ao crescimento das infra-estruturas e ao melhoramento das técnicas, aperfeiçoando, também, a getão dos recursos humanos. 8. No que diz respeito ao serviço de bombeiros, temos como objectivos a valorização profissional através do melhoramento das técnicas e das capacidades do pessoal. Em primeiro lugar, faremos uma organização racional a nível de operações, elaborando os planos de contingência, reforçando ao mesmo tempo a gestão, a formação do corpo dos bombeiros, elevando a qualidade do pessoal e N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série investindo nos equipamentos avançados no sentido de melhor garantir a segurança das pessoas. O Gabinete Coordenador de Segurança, com o apoio do CB e demais organismos, aperfeiçoará a estrutura da protecção civil no sentido de elevar a capacidade de coordenação. Relativamente à execução concreta das linhas de acção governativa da área de governação sob responsabilidade do Secretário para a Segurança, durante o ano de 2007, as corporações e organismos da sua tutela elaborarão planos de trabalho pormenorizados, tendo em conta a realidade e a particularidade das suas funções, fazendo-o com rigor e cuidado. Em face das expectativas de desenvolvimento futuro da economia de Macau, bem como da evolução da actividade criminosa, temos por dever devotar-lhes uma atenção permanente, enfrentando-as com uma atitude aberta e ponderando-as em todas as suas vertentes, prevendo as modernas tendências e evolução da segurança pública para que consigamos surpreender os criminosos e melhor combater a sua actividade. Por isso, procuraremos caracterizar a nossa intervenção estratégica e operacional pela maior eficácia e prontidão possíveis. Iremos empenhar-nos na garantia da segurança das pessoas, dos bens dos cidadãos e dos turistas, com vista a salvaguardar a imagem internacional de Macau. Na consolidação da garantia da segurança da sociedade de Macau e de quem nos visita, caminharemos para a criação de uma sociedade harmoniosa em que os cidadãos vivam em paz e tranquilidade, afeiçoando um ambiente propício ao investimento, seguros que estamos de que só assim contribuiremos para que a prosperidade sócio-económica da Região Administrativa e Especial de Macau se mantenha em crescimento. interpelações do dia a dia, porque uma opinião do Deputado de qualquer tema levantado nem sempre é partilhado por todos, de maneira que se houver alguma discordância, também podem apresentar as vossas opiniões. Contudo, espero que não venham a colocar uma pergunta e exigir uma resposta, porque o Plenário de hoje é diferente dos Plenários de interpelação, porque senão não se justifica a sua existência. Uma vez que a reunião de hoje somente se realiza uma vez por ano, de modo que os Deputados têm que aproveitar a oportunidade para analisar os conceitos do âmbito das LAG do Sr. Secretário Cheong, tal como manifestar a vossa opinião, no sentido de fornecer as vossas sugestões. Suponhamos que se o Sr. Secretário não concordar com alguma questão levantada pelos Deputados, aí sim, também pode fornecer a sua opinião, porém, se não conseguir dar uma resposta directa à questão abordada, pode analisá-la posteriormente. Antes de começarmos, gostaria de esclarecer que a reunião de hoje é um pouco diferente das reuniões realizadas. Volto a repetir que o Plenário de hoje não é uma sessão de perguntas e respostas, por isso, espero que possam aproveitar o máximo para analisar as LAG do âmbito da segurança e fornecer opiniões construtivas ao Governo para efeitos de consulta, no sentido de concretizar as políticas desta área. Neste momento, tenho 15 inscrições dos Srs. Deputados para intervirem, nem sei se omiti alguma, porque … Sim, falta a Sra. Deputada Leong Iok Wa. Não faz mal, porque podemos acrescentar agora. Será que fez sinal para registar o seu pedido? Bom. Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Kam Meng. Chan Kam Meng: Obrigado, Sra. Presidente. Senhora Presidente da Assembleia Legislativa: Sr. Secretário, Senhores deputados: Srs. Membros do Governo: A minha intervenção termina aqui, agradeço à vossa audição paciente. Agora, eu, o Senhor Comandante-Geral dos SPU, o Senhor Director-Geral das Alfandegas e, os demais comandante e dirigentes presentes oferecemos a nossa disponibilidade para ponderar e responder às questões, bem como esclarecer quaisquer dúvidas que as propostas que vos trazemos possam suscitar a V. Ex.ªs e nos queiram honrar com a respectiva exposição Muito obrigado! Presidente: Sr. Secretário Cheong, Srs. Membros do Governo: Acho que todos os presentes ouviram falar da experiência que tivemos, na semana passado, sobre o debate das LAG do âmbito da Secretária Florinda Chan e do Secretário Francis Tam. Em primeiro lugar, deixo os Srs. Deputados que se inscreveram para intervir durante 10 minutos e penso que a maior parte das questões estão relacionadas com o âmbito da tutela do Sr. Secretário, nomeadamente questões que têm a ver com o conceito das LAG e opiniões pessoais. O método do Plenário de hoje é um pouco diferente do Plenário que realizámos com o Sr. Chefe do Executivo (Sessão de Perguntas e Respostas), o que também não significa que… Srs. Deputados, espero que não venham a misturar as 6 Digamos que a baixa moral do pessoal da linha de frente das forças de segurança é um problema que já vem do passado. Por um lado, a Administração competente tem vindo a frisar que é indispensável enfrentar a questão de uma forma activa e também já se lançaram muitas acções neste sentido, por outro lado, o pessoal da linha de frente manifesta que hoje em dia as coisas são muito diferentes do passado, porque agora os agentes policiais sofrem muitas pressões profissionais, a remuneração não é significativa e é difícil de serem promovidos. Sabemos que o Governo tem lançado muitas acções neste sentido, através da proposta de aumento de 15 pontos salariais e, no próximo ano, também irá aumentar ainda mais, somando estes dois incentivos, a remuneração do pessoal da linha de frente aumentou 10%. Todavia, será que basta aumentar a remuneração para que consiga resolver totalmente a questão pela raiz? Creio que não é uma solução infalível. Não é difícil de compreender este ponto de vista. Tanto os agentes policiais, como os bombeiros, também estão na mesma situação, para além de salvaguardar a segurança da sociedade de Macau, todos que procuram emprego esperam receber uma remuneração significativa e, têm este desejo, certamente que esperam uma promoção e receber uma remuneração elevada. Mas para chegar ao patamar desta perspectiva ideal não é nada fácil. Alguns agentes da linha de frente manifestaram que, neste momento, para além de terem que se submeter ao exame, também têm de ser avaliados em N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série termos de habilitações académicas, de experiência profissional, de aptidão física, de conduta e até de aptidão psicológica. Para além destas áreas, também é importante receber o “louvor” do seu superior hierárquico. Este “louvor” atribuído por um dirigente do departamento é equivalente a 0,1 ponto, se for atribuído por um dirigente da direcção dos serviços é equivalente a 0,3 pontos e se for atribuído pelo Secretário é equivalente a 0,8 pontos, mas para o pessoal da linha de frente, certamente que é muito difícil receber um “louvor” de 0,8 pontos. Contudo, alguns agentes da linha de frente acham que este prémio de “louvor” não faz sentido nenhum, porque se detiveram um ladrão, não significa que … Presidente: Sr. Deputado Chan Meng Kam: Afinal, de que louvor é que se está a referir? Muitos Deputados não compreendem o tema em debate. Chan Meng Kam: O louvor é uma espécie de medalha/condecoração. Talvez não seja a palavra mais correcta, porque a palavra que apliquei provém de uma palavra portuguesa, e daí só estar a tentar fazer uma tradução à letra. Presidente: Faça o favor. São louvores. Chan Meng Kam: Cito um exemplo simples. Para algumas pessoas, basta vencer um torneio de futebol para receber tal louvor, se assim for será que faz algum sentido? Um agente policial de camada inferior contou-me que teve uma experiência triste, uma vez quando estava de serviço (folga) à porta de um casino ouviu alguém gritar por perto, uma vez que se tratava de um carteirista, ele não pensou duas vezes e foi atrás do ladrão, conseguiu apanhá-lo e o que merecia era uma louvor. Mas, infelizmente, ainda foi incriminado porque ele estava de serviço para vigiar o casino e não para apanhar ladrões, entretanto, foi acusado de irresponsabilidade, porque se acontecesse algo com o casino, como é que ele pode assumir esta responsabilidade? Depois do ocorrido, mais nenhum agente se atreve abandonar o seu posto de trabalho de folga. Acho que até faz sentido, porque, tanto trabalhar muito, como pouco, ao fim e ao cabo, recebe o mesmo, então, para quê arriscar? Claro que todos nós ficamos tristes ao ouvir este tipo de comentários. Todos estes desabafos, apesar de terem partido de uma parte, mas vê-se perfeitamente que o pessoal da linha de frente critica muito a situação da promoção e dos benefícios. A situação é complicada, porque se não houver lugar a promoção, só lhe resta aguardar o aumento do valor de cada ponto salarial. No corrente ano, a remuneração do pessoal da linha de frente das Forças de Segurança sofreu um aumento de 700 e tal patacas. Um agente policial ou um bombeiro de carreira básica, mesmo que tenha chegado ao último escalão, recebe pouco mais que 12 mil patacas mensalmente, mais os subsídios a que tem direito só recebe cerca de 15 mil patacas e assim já chegou ao nível máximo salarial. Quanto ao 5º e ao 6º escalão que adicionaram recentemente, esta camada de pessoal nem sequer está abrangida e, por isso, comentam muitas vezes que só lhes resta aguardar o aumento dos pontos salariais, porque quanto ao resto não poderão beneficiar. Se já estão com este tipo de pensamento, nem vale a pena falarmos da questão da moral. Pessoalmente, acho que, quer para o trabalhador, quer para o agente da autoridade, o nível salarial é um facto muito importante, 7 mas não é absolutamente o único indicador, porque algumas pessoas procuram prazer no mercado de trabalho e não no dinheiro, o que também é outro factor extremamente importante. O que já não acontece quando uma pessoa vai triste e contrariada para o trabalho, neste caso, com certeza que surgirão mais críticas negativas. Neste momento, o pessoal da linha da frente queixa-se com muita frequência de que o seu superior hierárquico não presta atenção suficiente aos seus subordinados e também existe uma falta de comunicação e compreensão. Tal como diz o velho ditado: só não erra quem não trabalha, por isso, é inevitável cometer alguns erros. Quando o pessoal da linha da frente comete algum erro aquando da execução da sua função, na qualidade de superior hierárquico, deve assumir activamente uma parte da responsabilidade e tentar desculpá-lo. Entretanto, o superior hierárquico também deve incentivar e motivar os seus subordinados para que estes possam sentir uma familiaridade; caso contrário, voltarão a comentar que “quando um caso for bem sucedido, o superior hierárquico será premiado, mas quando cometer algum erro, o próprio agente em causa que se responsabilize pelos seus actos e que se desenrasque””. O Sr. Chefe do Executivo salientou no seu relatório das LAG para o próximo ano que “é necessário criar-se coragem para assumir a mudança e comprometimento solidário”. Na qualidade de membro da administração da segurança, deve ser mais corajoso para assumir mais responsabilidades dos seus subordinados e culpabilizá-los menos vezes. Ao criar-se mais coragem para assumir a mudança e comprometimento solidário, pode evoluir em conjunto e em conjugação com a situação real, reajustando deste modo o mecanismo de promoção e de benefícios salariais, intensificando o diálogo, pois só assim é que poderão contribuir para elevar a moral dos agentes policiais. No presente momento, Macau está a enfrentar um cenário completamente novo e cheio de oportunidades de desenvolvimento, se a situação económica melhorar, certamente que as oportunidades de emprego também aumentarão. Perante uma situação de falta de pessoal nos diversos sectores de actividade, se as Forças de Segurança necessitarem absorver mais pessoal novo, poderão enfrentar novos desafios. Portanto, há que ter em conta algumas formas viáveis no sentido de intensificar a moral do pessoal da linha de frente existente e de continuar a aumentar a capacidade profissional dos agentes policiais, o que é muito importante para eles. Depois da abordagem de vários assuntos, acho que devo frisar novamente os comentários negativos por parte do pessoal da linha de frente e a sua baixa moral. Será que o Sr. Secretário dispõe de medidas inovadoras para resolver esta questão remota pela raiz? Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Leong On Kei. O Sr. Deputado Kou Hoi In também pode começar a preparar-se. Leong On Kei: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Cheong, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Apresento aqui várias questões relacionadas com o âmbito da segurança. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Quanto à primeira questão que gostaria de abordar diz respeito ao ordenamento da garantia da segurança pública e do combate à criminalidade. No presente momento, o desenvolvimento económico do território está num ritmo muito acelerado, tanto os ramos de actividade relacionados, como as empresas recém-criadas, também necessitam muito de recursos humanos, o que fez com que tenha surgido um cenário de grave desequilíbrio na oferta e na procura de recursos humanos. No entanto, se existe uma insuficiência de recursos humanos, não há dúvida que afecta gravemente a necessidade de agentes policiais qualificados no seio das corporações policiais. O Sr. Secretário chegou a manifestar que ainda existem 10% de vagas nas corporações policiais por preencher. Contudo, inclui nas LAG para o próximo ano, mais exactamente na área da segurança, o planeamento policial para garantir a segurança dos cidadãos e para combater a criminalidade. Cito as acções de patrulhamento à cidade, em si, e às ruas de Macau a título de exemplo. Mencionaram nas LAG que “irão reforçar o patrulhamento policial das zonas antigas, das zonas recentemente desenvolvidas, das zonas com alta densidade populacional e nos sítios com grande fluxo de pessoas reforçarão as patrulhas a pé em articulação com a patrulha motorizada. Nos dias mais críticos, como os feriados, festividades e eventos, será incrementado o patrulhamento diário e nocturno.” Pessoalmente, concordo plenamente com o facto do Governo aperfeiçoar constantemente as acções de segurança social e o planeamento policial de reforçar o patrulhamento. Estamos cientes de que as corporações policiais enfrentam um cenário de falta de pessoal, nestes termos, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se possui, ou não, políticas favoráveis no sentido de absorver novos agentes? Será que tem meios suficientes para coordenar as diversas acções de patrulhamento consagradas nas linhas de acção governativa? Como é que pode garantir que as diversas acções de patrulhamento conseguem alcançar o objectivo desejado? Como é que o Governo consegue mobilizar eficazmente os recursos humanos? No que se refere à segunda questão que se prende com o combate à criminalidade no jogo. Por um lado, e no ano de 2002, liberalizaram o direito de exploração de jogos de fortuna ou azar, a partir daí, tanto em termos de dimensão, como em termos de velocidade, o desenvolvimento do sector do jogo também se expandiu rapidamente. Com o desenvolvimento da tecnologia, com o aparecimento da Internet e com o reforço no combate à criminalidade no sector do jogo por parte do Governo, nos últimos anos, verificou-se uma mudança em relação à forma e à característica dos crimes relacionados com o jogo, ou seja, antes, a criminalidade era interna e com forma e, agora, passou a ser externa e sem forma. Durante Campeonato Mundial de Futebol, as forças policiais conseguiram descobrir e investigar várias associações de aposta da bola ilicitamente e o montante envolvido nas apostas ilícitas é muito significativo. No entanto, mesmo que as autoridades policiais tenham vindo a combater crimes relacionados com o jogo de uma forma incansável, algumas pessoas deste ramo acham que continua a existir nos casinos crimes característicos relacionados com alta tecnologia, com Internet e com ocultação. Macau está caminhando para a primeira cidade de jogos. Para coordenar com o desenvolvimento rápido do sector do jogo, o Governo deve adoptar medidas mais actualizadas para o combate à criminalidade relacionada com o jogo, incidindo sobre a forma e a característica dos crimes e também se devem desenvolver novos planeamentos e novas estratégias. Quais são os trabalhos que merecem uma mudança ou um reajustamento para poder distinguir e prevenir crimes existentes no sector do jogo que se baseiam na alta tecnologia, na Internet e na elevada ocultação? Entretanto, os crimes 8 do jogo através da Internet, de um modo geral, implicam uma característica de ultrapassar o país ou a região, de modo que, para além de ter que reforçar a ligação com as zonas vizinhas, no sentido de reforçar o combate ao crime no jogo, não será que também devia existir planos concretos com as sociedades internacionais para o combate e a prevenção da criminalidade, a fim de assumir um dever internacional? Quanto à segunda questão, prende-se com a forma como as corporações policiais irão adoptar para reforçar a coordenação com os outros serviços competentes que fiscalizam os casinos e para dominar os métodos e as operações criminais no jogo, com vista a cooperar com a prevenção plena do Governo do aparecimento de crimes nos casinos? No aspecto do combate ao crime financeiro, tanto às condutas de prevenção, como de repressão do combate ao branqueamento de capitais, também são objectivos prioritários, quer no presente, quer no futuro, dos órgãos de segurança. No que se refere ao aspecto do combate ao branqueamento de capitais, digamos que as autoridades competentes lançaram muitos trabalhos neste sentido e os efeitos também foram muito visíveis. Quanto ao aspecto do combate ao branqueamento de capitais e à criminalidade financeira, para além da articulação com as sociedades internacionais, também têm de se ter em consideração a premissa de não causar incómodos no dia a dia dos cidadãos comuns e aos pequenos comerciantes que exercem operações comerciais. No presente momento, para prevenir ocorrências de actos ilícitos como branqueamento de capitais, já se impuseram muitas exigências e limitações sobre os movimentos bancários (depósitos e levantamentos) dos cidadãos, assim como os respectivos procedimentos também são muito complexos. Como por exemplo, os cidadãos só podem depositar o valor de várias dezenas de milhares de patacas, para além de terem de apresentar o documento de identificação válido, também têm de apresentar o comprovativo da origem do dinheiro, e só assim é que podem tratar normalmente do depósito. Tal facto, constitui muitos inconvenientes à vida, ao trabalho e às actividades comerciais dos cidadãos e dos pequenos comerciantes, o que também não corresponde ao espírito de economia livre de uma sociedade comercial. Em relação a esta questão, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se o Governo dispõe, ou não, de medidas e de métodos para o melhoramento, por um lado, implementa-se a prevenção dos crimes de branqueamento de capitais e, por outro lado, aperfeiçoar e reduzir os transtornos causados aos cidadãos aquando do levantamento e do depósito de valores nos bancos? A área de gestão tecnológica do estabelecimento prisional e de apoio à inserção social. Primeiro; com a liberalização do sector do jogo, muitos casinos entraram em funcionamento e a China liberalizou o visto individual do turismo onde aumenta cada vez mais a adesão das cidades, a taxa dos visitantes de Macau tem vindo a bater o record de ano para ano. Sob o pano de fundo da prosperidade, é inevitável o aparecimento de novos problemas na segurança, pelo que também tem vindo a aumentar mais novos crimes. Para atenuar o fluxo de reclusos e a crise de falta de espaço por parte do estabelecimento prisional, o Governo da RAEM planeia criar um novo estabelecimento prisional em Coloane. Gostaria de perguntar ao Sr. Secretário qual é o ponto da situação do projecto do novo estabelecimento prisional? Segundo a vossa previsão, quando é que as obras das novas instalações terão termo? Qual é a quantidade de reclusos que o novo estabelecimento prisional consegue acolher e para quando pode vir a ser lotado? Será que, tanto a antiga cadeia, como a nova cadeia, também entrarão em funcionamento? Sabemos que os investimentos depositados no novo estabelecimento prisional N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série são muito significativos, neste caso, será que se conseguirá um equilíbrio entre os custos e a rentabilidade? Segundo; neste momento, o estabelecimento prisional de Macau está a lançar acções de formação sobre a capacidade funcional, a capacidade técnica e o ensino primário, para que os reclusos estejam preparados na reinserção social. Tal facto merece uma promoção contínua, só que temos de ter em consideração que alguns reclusos estão completamente desactualizados, independentemente da medida de coacção a que está sujeito e, por outro lado, a vida da prisão e a vida social são muito diferentes, se as orientações não forem suficientes, eles poderão ter complexos e odiar a sociedade em geral. Uma vez que o Sr. Secretário salienta nas suas LAG que irá implementar acções de formação da área técnica e conhecimentos para que se possam adaptar mais depressa ao desenvolvimento da sociedade, apoiando-os para ganhar confiança e para se integrarem o mais depressa possível na sociedade, de modo a fornecer um contributo à sociedade. Nestes termos, como estão os trabalhos de orientação psicológica? Entretanto, também receio que, após a libertação dos reclusos com formação, não sejam tão facilmente aceites pela sociedade. Será que o Sr. Secretário possui meios viáveis para dar continuidade à actualização de serviços e como se processa a intensificação da cooperação da parceria comunitária, a fim de fazer com que os reclusos libertados se possam reintegrar no mercado de trabalho? Obrigada. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Kou Hoi In e o Sr. Deputado José Coutinho pode preparar-se para intervir. Kou Hoi In: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Existem várias expressões no relatório das LAG para o próximo ano que me marcaram mais, entre elas gostaria de referenciar o seguinte conteúdo “um ambiente social seguro é indispensável à construção de uma sociedade harmoniosa e ao desenvolvimento económico, ou seja, o desenvolvimento sócioeconómico depende da estabilidade e da segurança, equilíbrios que as forças e serviços de segurança abraçam com as suas atribuições inalienáveis e imprescindíveis”. Acho que está muito bem redigido, mas será que conseguem mesmo levar a cabo? Em relação à situação da segurança de Macau, todos nós temos conhecimento que a situação melhorou muito na fase inicial da constituição da RAEM em comparação com o cenário anterior à reunificação, só que depois da liberalização do direito de exploração dos jogos, parece-me que os crimes relacionados com os jogos e crimes transfronteiriças se destacaram mais. Digamos que as diversas influências criminais, inclusivamente as forças das seitas do exterior, também conhecem o presente mercado de Macau e, a meu ver, estas forças estão tentando infiltrar-se em Macau e não sei se irão aumentar, ou não, ainda mais essas influências negativas. Parece-me que esta situação constitui uma ameaça à estabilidade e à prosperidade da sociedade de Macau. Em relação à questão do melhoramento da segurança de Macau, é necessário formar-se uma equipa policial de elites, de modo a manter 9 a ordem e segurança à sociedade de Macau. A política de segurança resume-se a funções de patrulhamento, de eliminação de crimes, de prevenção de violência e de anti-terrorismo, e os bombeiros assumem funções de salvamento e de combate ao incêndio. Acho que ambas as partes são insubstituíveis. Porém, uma vez que grande quantidade da força laboral vai acedendo, aos poucos, ao sector dos jogos, o que faz com que se verifique uma falta de recursos humanos nas Forças de Segurança. Tal situação não se verifica meramente no sector comercial, porque tanto a administração da função pública, como as Forças de Segurança, também enfrentam este cenário. Neste momento, surge o perigo de falta de pessoal nas forças policiais, para além de se considerar a possibilidade de absorver novo pessoal, também deviam manter uma estabilidade no seio dos agentes policiais, porque sabemos que possuem muitos agentes policiais mais experientes, mas ao fim de dois ou três anos, talvez venham a aposentar-se. No entanto, acho que os mais novos não conseguirão substituir de imediato os mais experientes, por isso, há muitas possibilidades de originar um perigo no pessoal. Acho que as autoridades policiais devem prestar mais atenção a esta problemática. Também sabemos que a remuneração dos agentes policiais da linha de frente é pouco motivadora e é por isso mesmo que se regista uma perda de pessoal e dificuldades na admissão de instruendos. Este é um dos factores que originou a falta de pessoal. Todavia, o Governo também não pode investir sem limites e entrar numa competição salarial, pelo que o aumento constante do salário também não é a melhor forma de atracção. No que se refere à questão da optimização das corporações, de compensação pelo sucesso e da elevação da moral dos agentes policiais, há pouco, quando o Sr. Secretário fez a apresentação do seu relatório já invocou alguns aspectos, mas quanto à questão de manter efectivamente uma estabilidade e absorver algum pessoal qualificado, fazendo com que as nossas corporações policiais consigam manter ordem social, prevenir situações desagradáveis que podem vir a surgir para oferecerem garantias ao desenvolvimento contínuo e saudável da nossa sociedade, gostaria de obter uma explicação pormenorizada por parte do Sr. Secretário acerca desta matéria. Às vezes, ouvimos dizer ou até presenciamos algumas cenas, tal como a questão da baixa moral nas corporações que o colega Deputado invocou. Muitas vezes, ouvimos comentar que as corporações estão muito divididas e, alguns agentes policiais até dizem que se não se juntarem ao grupo, não terão dias melhores. Será que o Sr. Secretário tem conhecimento destas situações? Como é que consegue melhorar esta situação, gerir melhor o pessoal e tentar mantê-los nos postos de trabalho? Só espero que consigam dinamizar as nossas corporações policiais. Macau é uma cidade turística, de maneira que a quantidade de turistas tem vindo a aumentar significativamente. No tocante à fronteira marítima, embora a ordem tenha sido favorável de um modo geral, mas quanto à entrada dos turistas de visto individual em Macau, a situação já não é a mesma devido ao tempo de espera. Se os turistas pretendem visitar Macau é claro que esperam que tudo corra às mil maravilhas, se já na primeira etapa ficarem aborrecidos devido à fila de pessoas, porque é mesmo moroso, certamente que contribui para influenciar negativamente a boa disposição das pessoas. Como é que conseguem resolver a questão em causa pela raiz? Apesar de ampliarmos o edifício alfandegário e aumentarmos a quantidade de pessoal em serviço, dentro de curto prazo, não conseguirão resolver a questão em apreço. Não será que devemos encontrar formas viáveis para prestar melhores serviços aos turistas? Especialmente agora porque sabemos que existem trabalhadores N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série estrangeiros a trabalhar em Macau, ou melhor, trabalhadores não residentes oriundos da China, de maneira que necessitam de entrar e sair com muita frequência e celeridade. Alguns trabalhadores até pernoitam em Zhuhai e de dia regressam ao trabalho em Macau. Acho que deve haver muitos casos deste género, por isso, devem reduzir o tempo para atravessar a fronteira. Na minha opinião, será que é possível criarem acessos especiais para facilitar a passagem durante o horário de entrada e saída do trabalho? Por um lado, não afecta a passagem dos turistas e, por outro lado, facilita o acesso dos trabalhadores que têm de cumprir o horário. Será possível introduzir-se esta facilidade para que não se misturarem todas as pessoas que querem atravessar a fronteira? Também gostaria de fazer uma referência sobre a criação do Gabinete dos recursos humanos por parte do Governo. Ouvem-se muitos comentários sobre a falta de pessoal e a falta de espaço por parte das corporações policiais, nestes termos, será que se consegue coordenar com as competências do Gabinete dos Recursos Humanos? No presente momento, sabemos que os serviços competentes têm de acelerar o processo dos pedidos de trabalhadores não residentes e, na qualidade das Forças de Segurança, será que conseguem fornecer uma articulação às respectivas acções, no sentido de acelerar os procedimentos para a apreciação dos pedidos? Tal como a situação que invoquei anteriormente, uma vez que existe uma grande falta de recursos humanos e de espaço, como é possível prestar esta articulação? Visto que, brevemente, terão que criar o tal Gabinete e se as Forças de Segurança não conseguirem prestar a articulação de uma forma suficiente, creio que os trabalhos sofrerão influências. Já que até agora ainda não se conseguiu resolver a questão da falta de recursos humanos, como é que poderão melhorar a situação? Há pouco, o Sr. Secretário não mencionou esta matéria na sua apresentação, por isso, gostaria que me esclarecesse melhor a questão em causa. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado José Coutinho. O Sr. Deputado Chan Chak Mo pode preparar-se para intervir a seguir. José Pereira Coutinho: Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Em primeiro lugar, gostaria de elogiar a quantidade de trabalho que as Forças de Segurança têm vindo a lançar após a reunificação, pois a presente situação da segurança deve-se muito ao esforço e ao empenho deste organismo. Neste momento, a situação da segurança é bastante favorável, estamos conscientes de que tal situação depende da coordenação das corporações policiais, ou melhor, os SPU coordenam todas as operações das duas corporações, que é a PSP e a PJ. Não podemos ignorar tal melhoramento significativo e todos os cidadãos de Macau reconhecem esse esforço. Em relação à apresentação que o Sr. Secretário fez, tem a ver com os projectos que se irão lançar e aos seus reforços, mas são acções planeadas anualmente, pelo menos, nos últimos anos e às quais se continuarão a dar a devida continuidade. Como tal, gerou-se um grande problema. Como é que se classificam a prioridade destas 10 acções? Quais são os aspectos mais prioritários? Cito um exemplo. Neste momento, verifica-se um aumento de crimes leves, o que é que devem fazer para melhorar a situação? A verdade é que o seu relatório anual pode ser feito através de “copy & paste” (copiar e colar), porque todos os anos se repete o mesmo assunto. Há uma expressão que me impressionou muito “o pessoal é um bem importantíssimo e talvez seja o mais importante”, o que significa que dão muito valor aspecto humanos e esforçam-se para elevar o seu desempenho. Tal como a expressão “reforçar o diálogo interno para criar amizades”, a leitura que faço é a existência de uma boa relação entre o superior e os subordinados, o que comove muito os colegas. Porém, como é que conseguem levar a cabo? Não consigo encontrar o conceito de concretização na sua apresentação. O Sr. Secretário ouviu as opiniões que os dois colegas manifestaram, no fundo, ainda existem muitos problemas e muitas críticas negativas. Através do seu relatório, também não consegui encontrar uma solução para eliminar de uma só vez esses desabafos negativos. Agora, gostaria de referir dois aspectos; um deles prende-se com o melhoramento do funcionamento interno e o outro tem a ver com o exterior. Se não conseguirem melhorar a situação da parte interna, certamente que a parte externa sofre as consequências. A primeira questão que gostaria de aludir tem a ver com a importância do funcionamento interno. Quanto à possibilidade de alteração ao Decreto-Lei n.º 66/94/M que regula o pessoal militarizado, digamos que o Sr. Secretário não incluiu esta matéria no seu relatório, só que este assunto já se arrasta há sete anos e este diploma causa preocupações ao pessoal da linha de frente. Todos nós sabemos que o pessoal da linha de frente vive numa pressão enorme, não dormem, pelo menos, 5 noites sossegadas. Também sabemos que o Sr. Secretário tem pressões significativas e a questão fulcral reside na falta de pessoal. Entretanto, se não conseguiu resolver a questão do DL n.º 66/94/M, essas contradições continuarão a existir. No que se refere à segunda questão, sabemos que conhecem as pressões e o excesso da carga horária dos agentes policiais da linha de frente. Antes dos anos 90, ao fim de cinco anos de trabalho, os agentes recebem uma compensação de um ano e ao fim de 10 anos, recebem uma compensação de mais 2 anos de serviço, ou seja, os anos de serviço vêm-se acumulando, lamento que, nos anos 90, tenha decidido eliminar esta vantagem. Agora, quer as pressões, quer os turistas, quer os crimes, também estão aumentando e são cada vez mais complexos, será que equacionaram a possibilidade de antecipar a aposentação dos agentes, já para não falar da situação da remuneração pouco significativa? Porque, no fundo, não se pode comparar este pessoal com o pessoal administrativo, eles sofrem muito mais pressões. A segunda pergunta tem a ver com a forma que adoptam para admitir o pessoal. Como é que conseguem admitir bom pessoal? Para já, não existe uma atracção salarial e, neste caso, qual será o valor atractivo para conseguir admitir pessoal qualificado? Neste momento, mais de 20 agentes alfandegários pretendem deixar o seu posto de trabalho e qual é o motivo? Porque já não existem incentivos, assim sendo, como é que conseguem resolver a questão num futuro próximo? Para além disso, muitos subsídios estão desactualizados. Como por exemplo o subsídio de refeição, o montante de duzentos e cinquenta patacas já vem desde os anos 80. Mesmo agora, ainda existem máquinas dactilógrafas nas corporações, são materiais desactualizados e fora de moda. Será que não dispõem de verba para a aquisição de novos materiais? O que também acontece com os computadores, não fazem update (actualização) há dez anos, os N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série veículos e entre outros utensílios. Como é que o pessoal da linha de frente não pode sofrer pressões? Se não há condições para trabalhar, a quem vai o cidadão responsabilizar? Se me disser que o orçamento atribuído não é suficiente, podem recorrer junto de muitos organismos, inclusivamente o apoio do fundo, do banco, do banco particular do Governo, muitos serviços públicos recorrem a auxílios. Posso dizer que existem muitas formas para aumentar o orçamento anual. Quanto ao terceiro assunto, há pouco, o nosso colega Chan Chak Mo também já fez referência e que diz respeito à questão da promoção. Era para não entrar neste assunto, só que não posso esquecer que recebi muitas opiniões acerca desta questão. O que é certo é que este assunto deve ser revisto em pleno, porque existem muitas situações injustas. Se tentar abordar este assunto, tenho a certeza que cada um de nós temos os nossos argumentos acerca desta matéria, por isso, não queria deixar opiniões, mas sim, peço-lhe para rever a matéria em causa. Sra. Presidente: Tenho dito. Muito obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Chak Mo e o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong também se pode preparar para intervir a seguir. Chan Chak Mo: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário: Não sou eu a intervir? Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Também partilho a opinião do Sr. Deputado José Coutinho. É verdade que a segurança de Macau melhorou muito, especialmente os crimes praticados nos arredores dos casinos. Com isso, talvez tenha contribuído para elevar a dignidade do Governo, e daí os criminosos tornam-se mais ajuizados. A questão da segurança é um facto que merece um aplauso e elogio. Tudo isto para tentar dizer que o nosso Chefe do Executivo se preocupa muito com as alterações e com os compromissos das LAG para o próximo ano. Nestes termos, como conseguirão pôr em prática? Tal como a situação dos serviços de fronteira que o colega Kou Hoi In referiu, temos consciência que a economia de Macau evolui rapidamente e ainda por cima é um desenvolvimento dimensional, que se vai ampliando. Por ano, registam-se em Macau mais de 20 milhões de visitantes e a primeira etapa que os turistas têm de passar é a etapa do Serviço de Migração. Nos últimos cinco anos, lembro-me perfeitamente que debatemos muitas vezes com o Sr. Secretário aqui na Assembleia a questão do regime dos agentes administrativos dos Serviços de Migração. Com este regime, certamente que é difícil contratar mais pessoal. Recordo-me que o Sr. Secretário veio á AL em meados do corrente ano para discutirmos a questão do aumento salarial, tal facto demonstrou-nos que têm mesmo muita falta de recursos humanos. 11 Relativamente à questão do regime dos agentes administrativos, nos termos legais, essas funções têm de ser assumidas pelos agentes policiais. Agora, já não podemos dizer que os agentes policiais possuem “tigela de ouro” (significa bom ordenado). Quanto às acções de fiscalização, o Sr. Secretário entende que se deve guardar sigilo, porque talvez tenha a ver com a questão da mobilidade. Se não estou em erro, os agentes dos Serviços de Migração trabalham só nas instalações fechadas para a certificação de documentos, mas também há possibilidades de serem transferidos para o Corpo de Bombeiros ou para sector de patrulhamento. Porém, e que eu saiba, alguns agentes com mais de 20 ou 30 anos de serviço nunca foram transferidos para outros serviços da mesma tutela, o que significa que ao entrar neste organismo público, permanecerão aí para sempre. Não será que deviam ponderar melhor esta questão? Temos conhecimento que a contratação do pessoal, quer nas Forças de Segurança, quer na Polícia de Segurança, todos os concorrentes serão submetidos a um procedimento e treinos muito rigorosos, porque para ser polícia não é nada fácil, assim como ser agente policial dos Serviços de Migração. Não acham que deviam equacionar a possibilidade de rever o regime do pessoal policial com funções administrativas? Tal situação também se verifica a nível mundial, só que de um modo geral, os agentes policiais que ficam no balcão das fronteiras são do sexo feminino e, muitas vezes, muito magras. A meu ver, devem ser concorrentes menos fortes em termos físicos para assumirem esses postos de trabalho e quando necessitarem de reforços, basta carregar no botão para pedirem ajuda. Há sempre outros colegas na parte interna a vigiar e para inspeccionar elementos que levantem suspeitas. Se tivermos falta de pessoal, acho que outras pessoas de Macau podem assumir estas funções, mesmo que não sejam muito fortes fisicamente, também podem desempenhar esse papel, desde que queiram concorrer. Antes do aparecimento do fenómeno de elevado salário oferecido pelo casino, todas as pessoas gostavam de trabalhar para o Governo. Creio que o quadro de pessoal dos Serviços de Migração deve contar com cerca de 500 agentes policiais, mas não sei se existem, efectivamente, tantos agentes a exercerem funções nos balcões. Caso consigamos alterar a situação, muitas pessoas podem ter oportunidades para ser agente dos Serviços de Migração e trabalhar atrás do balcão, não é verdade? Tudo isto leva a crer que muitas pessoas preferem trabalhar no casino porque o salário é, realmente, muito atraente, por isso, mesmo que não queiram, entram neste sector de actividade. Suponhamos que podem dispensar aquele pessoal, não acham que assim os cidadãos beneficiam ainda mais? Porque é que digo isto? Se o regime em si não sofrer nenhum reajustamento, quando surgirem mais problemas, talvez seja tarde demais para remediar. Na minha opinião, existe nesta sociedade uma falta de espírito de aperfeiçoamento e uma falta de responsabilidade por parte das pessoas. Esta é a minha opinião. Todos nós sabemos que este problema existe há muitos anos, porque se já existe a questão da falta de pessoal, como é que conseguirão alcançar os objectivos definidos? Fico contente pelo facto de ouvir na apresentação do Sr. Secretário que iremos ter muitos conceitos de actualização, sobretudo quando se trata do sistema informático, hoje em dia, este equipamento facilitou-nos muito a vida. De acordo com o ponto nº4 da página 8, onde se refere aos serviços relativos à Migração, haverá possibilidades de alterar o quadro de pessoal e a estrutura dos Serviços de Migração, como tal o seu funcionamento terá maior autonomia e profissionalismo, mas quanto às outras medidas dizem respeito ao melhoramento do sistema de passagem automática. Que N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série eu sabia, este sistema só se aplica aos residentes de Macau, mas se existissem 20 milhões de turistas, será que também podiam usufruir deste sistema? Temos consciência que os turistas sofrem e, existem realmente muitas filas de turistas. Pessoalmente, quando me deslocar a HK ou à China, também vejo muitas filas de espera. É claro que tenho conhecimento que estão a tentar ampliar aquele espaço, mas depois desta ampliação, também têm de ter pessoal suficiente para abrir os balcões todos. Suponhamos que existem 30 balcões, mas se não têm pessoal suficiente, como é que podem melhorar a situação? Resumindo, a primeira questão que têm de resolver é o problema do pessoal. Será que a expressão “estudar a possibilidade de alterar o quadro de pessoal e a estrutura dos Serviços de Migração”, significa que o pessoal do balcão poderá ser substituído? Caso afirmativo, basta responder que sim e não precisa de explicar mais nada. Com este discurso tão longo, no fundo, só pretendo saber se é possível substituir, ou não, o pessoal. Se me disser que sim, gostaria de saber quando é que conseguem levar a cabo esta medida. De momento, não tenho mais nada a acrescentar, mas mais tarde quando começarmos a debater outra matéria, colocarei as questões. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. O Sr. Deputado Chui Sai Cheong também se pode preparar. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Em primeiro lugar, vou entrar num assunto menos complexo que já abordámos aquando do debate na área de economia e finanças, mas que está relacionado com a área de Segurança. Trata-se de um assunto muito simples, mas premente e que tem a ver com a oposição do Sr. Ho em relação à importação de mão-de-obra não residente. Digamos que muitos trabalhadores não residentes exercem funções no casino e essas funções são consideradas funções importantes, pelo que este assunto continua melindroso. Quando debatemos esta matéria na discussão das LAG no âmbito da Economia e Finanças, o Secretário referiu que a DSTE tem competências suficientes para analisar esta situação, só que não é o órgão fundamental, mas sim, de natureza de apoio. Os tais trabalhadores não estão sujeitos a uma fiscalização da DICJ, mas sim, da Polícia Judiciária. Gostaria de saber se o Sr. Secretário da Segurança também partilha a mesma opinião? Se se tratar de um consenso, mesmo que não consiga obter uma resposta hoje, num futuro próximo, farei uma interpelação por escrito. No corrente ano, será que a PJ tem lançado acções de investigação sobre este tipo de situação? Já agora, podemos saber quais são os métodos adoptados? No fundo, será que a PJ não tem lançado investigações neste sentido ou será que não conseguiu deter nenhum trabalhador? Acho que esta matéria ultrapassa a tutela de um só Secretário, por isso, resolvi colocar aqui a mesma questão no sentido de saber se é possível, ou não, obter uma resposta. A seguir, gostaria de levantar uma outra questão. Em Setembro do corrente ano, a alteração ao Estatuto do Pessoal Militarizado, sob forma de regulamento administrativo, foi negado pelo Tribunal de 12 Segunda Instância. Digamos que este é mais um exemplo de insucesso para os regulamentos administrativos na área da Segurança. Neste caso, gostaria de saber se ainda existem mais regulamentos administrativos na área da Segurança que também correm o risco de ser negado pelo Tribunal? Porque depois deste acontecimento, uma parte do pessoal das Forças de Segurança começou a duvidar das directrizes, nomeadamente no que diz respeito à legalidade da legislação. Será que a legislação é aplicada nos termos legais? Trata-se de uma grande dúvida. Alguns agentes manifestaram-me que se tivessem dinheiro, podiam salvaguardar os seus direitos em Tribunal, mas como não têm dinheiro, não têm meios para salvaguardar os seus direitos e interesses. Estes são alguns dos comentários que já suscitaram na camada social mais baixa. Como é que podemos enfrentar os factores negativos que afectam gravemente a moral dos agentes policiais? Porém, alguns agentes policiais até se dirigiram ao Gabinete manifestando que com a criação de um conselho de supervisão sobre a competência policial pode trazer muitos benefícios, pena é que a natureza do tal conselho consiste em receber simplesmente reclamações por parte dos cidadãos. Suponhamos que alguns agentes policiais das Forças de Segurança foram injustiçados por algum motivo, se este conselho conseguir estabelecer investigações autónomas, não surgiam tantos problemas. Será que em termos regimentais o respectivo conselho consegue desempenhar este papel? É claro que também se trata de um assunto relacionado com o regulamento administrativo, porque não foi criado através da forma de lei. Tenho algumas dúvidas acerca deste assunto. Num futuro próximo, aquando da aplicação da reforma ao quadro jurídico da Forças de Segurança de Macau, não será que deviam analisar melhor os regulamentos administrativos, nomeadamente no que diz respeito à sua legalidade? Relativamente a esta matéria, quer as LAG no âmbito da Administração e Justiça, quer as LAG no âmbito da Segurança, também não fizeram referência, só que, na minha opinião, este assunto é extremamente grave, de maneira que deve merecer mais importância. No aspecto da protecção à moral dos agentes policiais, este assunto também foi discutido no ano passado, mas continuo achar que existe um fenómeno de injustiça na classificação de serviço, porque o pessoal que tem mais contactos com o Chefe do Executivo consegue ser premiado com facilidade, o que já não acontece com o pessoal que praticamente não tem contactos directos com o Chefe do Executivo, tal como o pessoal da linha de frente. No que se refere ao fenómeno de injustiça, de facto, em termos de gestão, pode obter a prova dos nove, através de uma investigação ou de elementos quantitativos, no sentido de conhecer a situação objectiva. Caso venha a detectar alguma anomalia, ainda pode prestar esclarecimentos, mas se não houvesse, será que existe alguma terapia de tratamento? Acho que este assunto deve ser resolvido e não se deixar acumular. Alguns agentes policiais questionam se se deve separar, ou não a condecoração, através de demonstração e de competição, e a oportunidade de promoção? A não ser que ... Aqueles que tiverem demonstração favorável, devem ser promovidos e aqueles que não demonstrarem nada, nunca deverão ser promovidos. Não será que devíamos acolher a regra de espírito e de princípio das forças policiais? É evidente que já se verificou uma evolução, neste momento, também dão importância às habilitações académicas, ou seja, as habilitações académicas estão intimamente relacionadas com a promoção e a ingressão na carreira. Todavia, após o estabelecimento da RAEM, suspenderam rapidamente a apreciação das habilitações do ensino superior, função que exercia o N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Gabinete do Ensino Superior e, agora, cada qual faz o que entende. Com o desenvolvimento social e o desenvolvimento das regiões mais próximas, no presente momento, algumas pessoas que nem sequer concluíram o ensino secundário, podem aceder ao ensino superior, porque existem cursos, onde as pessoas podem obter um grau académico num curto espaço de tempo. Tal como o caso de alguns agentes policiais, se tiverem que frequentar o ensino superior normal, terão que enfrentar muitas dificuldades. De um modo geral, os problemas começaram a suscitar no seio das Forças de Segurança. Será que dispõem de algum mecanismo para avaliar justamente as habilitações académicas dos funcionários públicos, incluindo os agentes policiais, para serem promovidos ou ingressados na carreira? Parece-me que não incluiram esta questão no relatório das LAG. Alguns colegas Deputados disseram que o Sr. Secretário mencionou todos os aspectos no seu relatório, mas nem por isso, porque, para mim, omitiu muitos aspectos. Cito um exemplo. Os sectores dos jogos e de diversões têm vindo a expandir-se significativamente, o que levou a enfrentar um novo cenário de segurança pública, isto é, mais um problema, será que as corporações podem vir a não resistir à tentativa de corrupção? Ao longo dos anos, o fenómeno da corrupção tem vindo a penetrar-se no seio das corporações, certamente que tal situação pode causar algumas influências, porque se o apodrecimento conseguir penetrar no interior das corporações, será muito mais difícil de resolver os problemas que podem vir a suscitar. Digamos que esta é a experiência que o Governo da administração portuguesa teve na fase final da sua governação. Em relação ao envolvimento dos agentes policiais nas actividades relacionadas com os jogos e com as dívidas originadas pelos jogos, será que podemos ajudar os agentes a afastarem-se desta armadilha perigosa? Apesar deste assunto não ser uma das prioridades das LAG e uma vez que não incluíram modos de tratamento no relatório, será que podemos ignorar mesmo a questão em causa? A verdade é que sinto que esta questão está numa fase de desenvolvimento e que afecta gravemente a nossa segurança. Quando tentámos encontrar formas para resolver determinados problemas, esta problemática já estava em fase embrionária. Agora, gostaria de me pronunciar sobre o âmbito dos Serviços de Alfândega. Esta questão foi levantada muitas vezes, mas parece-me que é mesmo desta vez que as LAG nos ofereceram uma esperança, ou melhor, até que enfim que resolveram acrescentar alguns equipamentos inovadores, por um lado, para aliviar o congestionamento logístico e, por outro lado, para reduzir os trabalhos na entrada do fluxo de pessoas. De facto, com a introdução da zona industrial transfronteiriça, o Governo pretende atrair mais actividades logísticas para Macau, assim como os grandes investimentos que irão ser lançados no terceiro trimestre relacionados com o sector da convenção e exposição também consistem em atrair mais fluxo de pessoas e de logística para Macau. Nestas circunstâncias, será que conseguiremos introduzir atempadamente os equipamentos inovadores, tal como o sistema de Raio-X para inspeccionar todos contentores, para não utilizarmos a forma de selecção para a inspecção que adoptamos, no intuito de evitar esta lacuna? Só espero que hoje consiga obter uma resposta do Sr. Secretário. Por último, gostaria de abordar uma questão remota. Desde o início da construção da terceira ponte de Macau, registaram-se muitos roubos nos estaleiros, mas roubam de tudo. Após a construção da terceira ponte, continua a verificar-se muitos roubos, através de barcos, nos estaleiros da zona sul, e recentemente, 13 conseguiram descobrir um caso. Como é que podemos reprimir definitivamente estas situações? Acho que não está apenas em causa a questão de roubo, mas se os ladrões vierem de barco, também podem atracar em terra. Muitos moradores daquela zona detectaram a passagem de muitos barcos, mas de um modo livre, por isso, também não é nada difícil encostar o barco e atracar. De momento, também sabemos que é fácil de requerer o visto de duas vias, então, porque é que as pessoas continuam a utilizar este método para entrar em Macau? Tenho a certeza que as pessoas que utilizam esta forma para entrar em Macau indiciam algo de anormal. Será que podemos reprimir estas situações na via marítima? Alguns agentes policiais da camada básica manifestaram-me que mesmo que queiram apreender esses barcos, os seus superiores hierárquicos acham que eles se estão a meter em assuntos que não lhes dizem respeito, para quê arranjar tantos problemas? Mesmo que não venhamos actuar, será que podemos ignorá-los? Ou será que devemos eliminar completamente este tipo de situação? Porém, as LAG do corrente ano não fizeram referências a esta matéria, mas será que o Sr. Secretário me pode informar melhor das questões que não foram mencionadas no seu relatório das LAG? Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chui Sai Cheong. Depois da intervenção do Sr. Deputado Chui, passarei a palavra ao Sr. Secretário para intervir. Chui Sai Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Cheong, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Tal como disseram os colegas, é verdade que as Forças de Segurança se empenharam muito e lançaram um conjunto de trabalhos ao longo do ano transacto. Visto que a sociedade está constantemente em mutação, e daí registar-se um aumento significativo de entradas e saídas e também de investimentos em Macau, pelo que esta tarefa não é nada fácil, nomeadamente no que diz respeito ao facto de enfrentar estas mudanças rápidas. Retrospectivando os resultados do ano passado, digamos que não se verificou nenhuma ocorrência relevante, mas em termos de longo prazo, acho que devem trabalhar mais neste aspecto. Tal como a questão da fronteira, da breve criação do Gabinete para os Recursos Humanos, dos Serviços de Migração, das formalidades, dos documentos e da sua revalidação. Em primeiro lugar, temos de ter em conta os recursos humanos que possuimos e havemos de criar novos pensamentos e novas estratégias para prever o aparecimento de alguns assuntos. Assim como a aquisição de novos sistemas informáticos e a contratação de novo pessoal para que o corpo policial em actividade possa ganhar mais confiança e acreditar que a pressão do trabalho poderá vir a reduzir. No entanto, espero que o Sr. Secretário Cheong e os responsáveis em causa possam encontrar formas de solução com a maior celeridade possível, criando condições favoráveis e prevendo situações que possam vir a suscitar num futuro próximo. É verdade que alguns trabalhadores sofrem bastante, se se esforçam sem união de todos, não chegam a lado nenhum, mas se fizerem horas extraordinárias, também não ajuda nada, porque não é N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série uma forma eficaz a longo prazo, talvez seja melhor ficar de mãos cruzadas. Esta questão é muito semelhante à questão da DSTE que debatemos com o Sr. Secretário Tam, a única solução é acelerar o ritmo do tratamento. Hoje, fiquei muito contente depois de ouvir a apresentação do Sr. Secretário, porque mencionou no seu relatório que irá aumentar o nível de conhecimento e a técnica profissional do pessoal, com vista a elevar plenamente o nível das habilitações académicas das corporações policiais. O que é certo é que se trata de uma boa notícia para todos, mas acho que ainda existe um espaço para o melhoramento; caso contrário, as corporações policiais não conseguirão prosseguir os passos da evolução. Hoje, só queria colocar uma questão ao Sr. Secretário. Com a liberalização do sector dos jogos e com a implementação contínua da política do visto individual do turismo, todos nós abemos que a população transitória aumentou exponencialmente nos últimos três anos. Portanto, é inevitável o aumento de crimes em Macau. Perante este problema e o facto objectivo, gostaria de saber como é que o Sr. Secretário poderá enfrentar o problema em causa? Sabemos que o Sr. Secretário manifestou que irá tratar do assunto, mas mesmo assim ainda queria saber qual será o método adoptar e a forma de tratamento? Só queria que me esclarecesse esta dúvida. Por enquanto, só levanto esta questão. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Agora, queria convidar o Sr. Secretário Cheong a intervir. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. A propósito da questão da moral dos agentes policiais da linha de frente, de facto, tal como antes, prestamos muita importância a esta questão, porque só com a existência dos moralizadores é que estes agentes podem trabalhar tranquilamente e prestar serviços favoráveis aos cidadãos. Em relação ao pessoal da linha de frente, dispomos, anualmente, de acções de formação profissional e também de concursos para a progressão na carreira, tais como para o cargo de guarda de 1ª. Classe, de Sub-Chefe e de Chefe. Temos o nosso regime disciplinar e é este regime que serve de incentivo para premiar os subalternos em tempo oportuno. Entretanto, quando se verificar um atraso no cumprimento do horário ou um desleixo, também existem penalizações adequadas. Talvez os cidadãos comuns não tenham conhecimento e acham que os agentes são penalizados sem justa causa. De facto, às vezes nos turnos nocturnos ou dias de frio no Inverno, alguns agentes policiais não conseguem pegar a horas, é precisamente por isso que temos os nossos mecanismos para gerir o pessoal das corporações, porque se um agente não cumprir o seu horário de trabalho e não for penalizado, os outros também fazem o mesmo. Resumindo, damos muita importância à gestão disciplinar. Por outro lado, gostaria de referir que existem departamentos enormes dentro das corporações. Cito a PSP a título de exemplo. Na altura oportuna, aplicamos o mecanismo da rotatividade para que os agentes policiais possam aprender mais funções policiais, o que também contribui para modificar o ambiente de trabalho. Digamos que todos os dirigentes das diversas corporações têm vindo a dialogar com os seus subordinados, alguns encontros são periódicos e também há outros que não são. Estes encontros têm 14 como finalidade auscultar as opiniões dos subordinados, de modo a introduzir alguns melhoramentos nos trabalhos. Podemos dizer que, ao liberalizar o sector dos jogos e dado que a economia de Macau evoluiu muito, temos de reconhecer que estamos a viver numa situação de falta de pessoal. Neste momento, o Governo está a estudar a viabilidade da revisão ao estatuto dos funcionários da Administração Pública, às carreiras gerais e às carreiras especiais. Em relação às opiniões que acolhemos sobre o pessoal da linha de frente, também esperamos analisar a questão da remuneração e das habilitações académicas, no sentido de atrair a camada juvenil a aderir à carreira básica. Quanto à PSP e ao CB, também iremos estudar a eventual reestruturação. No quadro do pessoal dos respectivos serviços, iremos estudar a sua proporção para se tornar mais razoável, porque agora a carreira básica tem a forma de uma pirâmide, o que significa que irão ter pessoal suficiente para liderar as missões e também iremos aumentar as oportunidades de promoção. A verdade é que, até finais de Setembro do corrente ano, as Forças de Segurança possuíam 7.190 trabalhadores e, em comparação com o ano transacto, aumentaram 246 trabalhadores. É claro que também existem situações de perda natural. Mesmo que o sector dos jogos tenha sido liberalizado, não estamos a ver que haja possibilidades de se registar uma perda natural de agentes policiais no activo, porque esta perda natural é equilibrada em comparação com o período anterior à reunificação. Creio que as pessoas continuam a gostar de serem funcionários públicos, porque é uma profissão mais estável. Tanto a PSP, como o CB, também ainda dispõem 10% de vagas, de maneira que a Escola Superior das FSM continua a admitir pessoal. No presente momento, estamos a lançar a 6ª e a 7ª admissão de instruendos nas Forças de Segurança, e ainda gostaria de salientar que a 7.ª admissão de instruendos está a decorrer e contou com 2 mil candidatos. Segundo as políticas da área da Segurança para o ano de 2007, estudaremos a possibilidade de separar os Serviços de Migração, deste modo podem tornar-se mais independentes e mais profissionais, sobretudo no que diz respeito à gestão das funções, de acordo com a nossa concepção, esperamos criar uma direcção para os assuntos de migração que possui a sua própria camada de dirigentes e o seu próprio estatuto disciplinar. Digamos que se trata de uma corporação disciplinar, mas não afastamos a hipótese de existir quadros administrativos, ou seja, quadros técnicos e técnicos superiores. No que se refere à sua calendarização, digamos que ainda está numa fase de estudo, mas esperamos levar a cabo em Janeiro de 2008, porque ainda necessita da elaboração da legislação, da carreira, da estrutura, da disciplina, tal como o fardamento e os respectivos diplomas legais. Quanto ao patrulhamento, como se pode alcançar o objectivo desejado? Daqui a pouco, os responsáveis da PSP e da PJ podem deixar uma explicação mais detalhada. Uma vez que se verificou uma mudança em termos do cenário urbanístico, antigamente, o patrulhamento era destinado à zona do Casino Flutuante, mas como o casino já se mudou para a outra zona, certamente que houve alterações, em simultâneo, nas zonas mais frequentadas. Portanto, aquando do patrulhamento, há que passar mais vezes nas novas zonas e nas zonas onde estão estabelecidos os novos casinos, tal como a zona de COTAI, o que também depende das zonas mais frequentadas pelos turistas. Por exemplo, se o turista utilizar os meios de transporte terrestres para se deslocar ao casino, após o entretenimento, irá procurar restaurantes para comer e, normalmente, as pessoas com más intenções procuram atacar os turistas nessas zonas, por isso, há que estabelecer patrulhamento nessas zonas para N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série evitar problemas. No tocante à questão do combate ao crime relacionado com os jogos, a nossa PJ dispõe de um departamento próprio que se destina especialmente ao combate à criminalidade e à investigação de crimes relacionados com os jogos. Visto que a quantidade de casinos tem vindo a aumentar, como tal, também contratámos mais investigadores e o patrulhamento aos casinos de grande envergadura é durante 24 horas, e quanto aos casinos de dimensão menor, o patrulhamento é feito sem se sujeitar a um horário fixo. Daqui a pouco, o responsável da PJ pode apresentar detalhadamente as acções de patrulhamento para o compabe ao crime nos jogos. No que respeita ao combate ao branqueamento de capitais, digamos que a AMCM emitiu algumas orientações aos bancos e às respectivas instituições financeiras. Quanto à questão que a Sra. Deputada Leong On Kei levantou sobre as tais orientações que causam alguns incómodos aos cidadãos, acho que podemos transmitir esta mensagem à AMCM. A meu ver, os cidadãos também devem colaborar connosco para desenvolvermos melhor os trabalhos. A Sra. Deputada Leong On Kei também invocou a questão da cadeia, gostaria de dizer que recebemos a sua interpelação por escrito e, daqui a pouco, abordaremos detalhadamente o andamento do novo estabelecimento prisional. No que se refere ao ensino de reinserção, digamos que o EPM possui um departamento que se encarrega pela função de reinserção. Naturalmente que, durante o período da pena de prisão, faremos todos os possíveis para ensinar os reclusos algumas técnicas de sobrevivência, na esperança de se tornarem independentes após a reinserção social. Entretanto, também fornecemos assistentes sociais e orientações psicológicas. O Sr. Deputado Kou Hoi In fez referência à questão da passagem fronteiriça. Há pouco, já disse que criaremos uma direcção para os Serviços de Migração, no sentido de facilitar os turistas na passagem fronteiriça. Para além de termos em consideração a questão do pessoal, também coordenaremos com as obras de ampliação do edifício das Portas do Cerco, elevando assim a sua capacidade de 30 mil para 60 mil passageiros. No entanto, acrescentaremos mais sistemas de passagem automática, de modo a reduzir a disponibilidade dos recursos humanos. O Sr. Deputado Kou Hoi In perguntou se podemos criar passagens especiais para os trabalhadores e para os estudantes. Acho que não será uma forma muito viável, porque, de um modo geral, todos os cidadãos têm o mesmo tratamento aquando da passagem na fronteira. À excepção dos diplomatas que se articulam internacionalmente e dos idosos com mais de 65 anos, de facto, temos vias especiais, mas esperamos tratar todos os utilizadores da mesma forma, o que significa que não iremos criar vias especiais para os trabalhadores de Zhuhai e para os estudantes. No próximo ano, o Governo criará o Gabinete para os Recursos Humanos e os Serviços de Migração farão tudo dentro do seu alcance para prestar coordenação. Sabemos que eles emitem muitos cartões, mesmo na ápoca baixa, emitiram 20 e tal mil cartões e, agora, passaram a emitir 50 mil cartões. No entanto, aumentaremos a quantidade de administrativos para apoiarem na emissão de cartões. O Sr. Deputado José Coutinho apontou a questão do diploma legal n.º 66/94/M. Na verdade, todas as corporações policiais possuem o seu estatuto disciplinar; caso contrário, não existirão regras para cumprir. Quanto ao DL n.º 66/94/M, digamos que temos um grupo de trabalho que está neste momento a estudar a eventual actualização e esperamos que, no final do próximo ano, consiga concluir a 15 proposta de lei. O Sr. Deputado Kou referiu que, antigamente, ao fim de 10 anos de trabalho, acrescentam-se mais dois anos de serviço. Porém, acho que é melhor colocar esta questão à Sra. Secretária para a Administração e Justiça, porque não pertence ao meu pelouro. Que eu saiba, antes, após 10 anos de serviço, acrescentava-se mais 4 anos, não sei se o Sr. Deputado Kou teve conhecimento ou não. Digamos que o regime dos fundos de reserva também consideravam o pessoal da área da Segurança, porque depois de 10 anos de serviço tem direito a um prémio de 2 anos, e em relação aos outros subsídios, acho que estão mais relacionados com os outros âmbitos. No que respeita ao regime de promoção, digamos que procedemos nos termos legais, penso que cada parte tem o seu fundamento. Cito um exemplo simples. Mesmo nas corporações policiais das regiões vizinhas, as promoções só poderão ser concretizadas através da indigitação do superior hierárquico, caso contrário, não poderão participar no concurso de promoção. Não há dúvida que todos os regimes têm vantagens e desvantagens, de maneira que depois de ouvir as vossas opiniões, iremos reflectir e estudar esta matéria. O Sr. Deputado Chan Chak Mo fez referência aos assuntos relacionados com os Serviços de Migração. Posso dizer que criaremos em breve um novo organismo para os Serviços de Migração e não pertencerá às corporações disciplinares, porque criaremos o seu próprio estatuto. Quanto à questão dos jogos que o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong referiu, digamos que a PSP ao receber a informação pode proceder à fiscalização. Estas operações serão organizadas pelos SPU, após a recepção de informações nomeiam a PSP para entrar em acção. É evidente que, aquando da fiscalização, evitamos causar incómodos às actividades dos outros operadores, no sentido de poderem funcionar normalmente. No tocante à questão dos regulamentos administrativos, a verdade é que ainda estamos numa fase de recurso em Tribunal, pelo que não será conveniente abordarmos demasiado nesta altura, a fim de evitar impedimentos ao julgamento judicial. De facto, existem muitos recursos e é por isso a existência de juristas. Se os agentes policiais acharem que os seus direitos e interesses foram lesados, podem apresentar queixa contra o seu próprio superior hierárquico, porque só com a apresentação de queixa é que poderemos ter oportunidades de investigação. Entretanto, mesmo que esteja envolvido o próprio comandante, os subalternos podem apresentar queixa se entenderem que foram injustiçados, porque, no fundo, quem domina a competência disciplinar é o Chefe do Executivo e o Secretário da tutela. Só queria deixar bem claro que temos mecanismos próprios para lançar investigações. Todos os anos, as corporações atribuem muitos louvores aos agentes policiais que demonstraram sucesso profissional, não há dúvida que estes louvores não atribuídos nos termos da lei, ou seja, da lei n.º 66/94/M. Em suma, depois de ouvir as vossas opiniões analisaremos melhor esta matéria num futuro próximo. No que respeita à questão das habilitações académicas, no presente momento, é a própria direcção ou o próprio departamento que se responsabiliza pelo reconhecimento das habilitações, aquando da realização de concursos. Suponhamos que têm dúvidas em relação a determinados diplomas, neste caso, podem pedir apoio à Escola Superior das FSM, porque esta Escola tem contactos directos com o interior da China para efeitos de reconhecimento de diplomas. Até ao presente momento, ainda não tivemos dificuldades no reconhecimento das habilitações académicas. O Sr. Deputado Ng Kuok Cheong ainda mencionou a questão da evolução do sector dos jogos e a questão da corrupção nas corporações policiais. Quanto a esta questão, digamos que é a matéria que nos preocupa bastante. Temos contactos frequentes com a ACCCIA e até chegámos a convidar especialistas deste organismo N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série para realizarem conferências destinadas aos nossos membros da área da Segurança. No entanto, as nossas corporações também estão atentas a esta matéria, na altura oportuna, procederemos à mobilização do pessoal. Por exemplo, estipulamos escalonamentos e rotatividade em tempo oportuno a um determinado sector que tem mais contactos com o sector dos jogos. Entretanto, também realizámos acções de formação sobre a gestão financeira junto dos agentes policiais para que possam gerir melhor as suas finanças, assim como orientações psicológicas em caso necessário. 16 consiga seguí-lo. Quanto às questões mais pormenorizadas, mais exactamente matérias que necessitam de uma explicação detalhada, nomeadamente no que diz respeito às medidas concretas, respeitaremos as opiniões do Sr. Secretário e dos membros do Governo, só espero que não se torne a reunião plenária muito monótona. Quer da parte do Governo, quer da parte da Assembleia Legislativa, também se esforçam em prol de Macau. A pedido do Sr. Secretário … Vou passar a palavra ao Sr. Director da PJ para intervir. No ano de 2007, os nossos Serviços de Alfândega planearam adquirir um aparelho móvel de Raio-X para inspeccionar os veículos que transportam os contentores. Tal situação também se verifica nas regiões próximas, todos os Serviços de Alfândega seleccionam mercadorias ou contentores para fiscalizarem, ou então, procedem à avaliação de risco. Tal como a situação de Hong Kong, não têm condições para fiscalizarem todos os contentores que entram no terminal, porque, senão, bloquearão o cais de contentores. Uma vez que temos de coordenar com o internacional, e daí seleccionamos a inspecção e a avaliação de risco, mas se recebermos alguma informação, aí sim, inspeccionamos rigorosamente o contentor em causa. Nos anos vindouros, reforçaremos a patrulha marítima e também dialogaremos com os membros fronteiriços da RPC, de modo a reduzir a vinda ilícita de barcos e a evitar roubos que se aproveitam desta via. Quanto à vinda dos turistas de visto individual do turismo, reforçaremos a fiscalização de documentação nas ruas, especialmente junto dos casinos, porque essas pessoas gostam de ganhar algum dinheiro nos casinos, entram no mundo de bate-fichas, de prostituição, entre outros. Resumindo e concluindo, reforçaremos os respectivos combates e também enviaremos informações ao órgão policial da RPC para que este possa averiguar melhor, num futuro próximo, as condições da pessoa que pede o documento de viagem de via dupla. Por outro lado e, em tempo oportuno, também poderemos activar o mecanismo da interdição da entrada de pessoas que não sejam bem-vindas, ou melhor, podemos proibir a entrada de pessoas que constam na lista negra ou que não correspondem ao estatuto de turista, independentemente da China, de HK ou do Sudeste Asiático, com o objectivo de salvaguardar a ordem de segurança de Macau. Agora, talvez possa passar a palavra ao Sr. Director da PJ para intervir. Muito obrigado. Presidente: Peço desculpa, Sr. Secretário. É melhor fazermos uma pausa. Intervalo de 10 minutos. (Intervalo) Presidente: Srs. Deputados: Continuaremos com a nossa reunião. Sr. Secretário Cheong: Normalmente, ao fim de sete a oito intervenções dos Deputados, passo a palavra ao Sr. Secretário para intervir, de modo a evitar a forma de pergunta e resposta. Porque as intervenções dos Deputados têm algumas semelhanças, deste modo, podemos aproveitar o tempo que temos e debatermos as questões de forma abrangente. Confesso que este talvez seja o melhor método e espero que o Sr. Secretário Director da Polícia Judiciária, Wong Sio Chak: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: De acordo com a organização do Sr. Secretário, vou tentar responder a várias questões levantadas relacionadas com a PJ, mais exactamente o regime de patrulhamento, o combate e a prevenção de crimes relacionados com os jogos de fortuna ou azar e com o branqueamento de capitais. No que se refere ao aspecto do patrulhamento, a PJ, aquando da administração portuguesa, não dispunha de um regime de patrulhamento. Porém, após a reunificação, e para assumirmos um papel mais responsável e eficaz na recolha de informações criminosas, no sentido de tentar combater a criminalidade, criou-se então o regime de patrulhamento que temos vindo a reforçar para aumentar a sua amplitude. Em conformidade com o presente regime de patrulhamento, lançamos diariamente patrulhamento público, que é feito através de veículos caracterizados, e também existem patrulhamentos secretos que são feitos através de veículos descaracterizados. No entanto, nos feriados e fins-de-semana, para além de adoptarmos os veículos caracterizados de patrulha, ainda reforçamos as acções de patrulhamento, aumentando a quantidade de agentes policiais para patrulharem os recintos fundamentais. Além do mais, também prestamos muita importância ao reforço do patrulhamento nos estabelecimentos de diversão. Como por exemplo nos casinos, nos clubes nocturnos, nos karaokes, nos bares, etc., porque são recintos com mais probabilidades de ocorrerem crimes. Entretanto, também levamos pessoas que levantam suspeitas ou mesmo criminosos à PJ para registarmos os seus dados pessoais. Esta também é uma tarefa importante para prevenirmos a criminalidade, o que constitui uma competência atribuída à PJ nos termos legais. Quanto ao ponto número quatro, que se prende com o reforço ao patrulhamento nas zonas mais críticas, tais como zonas próximas do Casino Lisboa, do Casino Sands, do Hotel Oriental, do Hotel Wa Tou, da zona norte, entre outras, mas não estacionamos publicamente os veículos secretos da patrulha para que possamos recolher atempadamente as informações necessárias. Ponto número cinco; de acordo com as informações obtidas e com as informações fornecidas pelos cidadãos, patrulhamos repentinamente determinados recintos. Ainda há outro aspecto muito importante, temos uma equipa de trabalho que exerce a função de perseguição que entra em acção com muita frequência e que não será fácil para os cidadãos se aperceberem. Recordo-me perfeitamente que alguns cidadãos e até alguns membros do Governo chegaram a telefonar para a PJ, no sentido de saber se determinadas pessoas fazem parte desta equipa de trabalho. É evidente que, em determinadas circunstâncias, são os nossos agentes em serviço, mas também N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série existem outras ocasiões que não são. Portanto, não podemos revelar a identificação dos membros desta equipa, porque caso contrário não conseguirá surtir o efeito desejado. Tudo isto para dizer que temos vindo a desenvolver grande quantidade de trabalho neste sentido, por isso, se os cidadãos tiverem alguma informação a fornecer ou mesmo os membros do Governo, podem entrar em contacto connosco, só assim é que podemos entrar imediatamente em acção. Acabei de deixar uma explicação relativa ao regime de patrulhamento. No que se refere à segunda questão que se prende com a prevenção e o combate à criminalidade relativa aos jogos. Antes de mais, gostaria de agradecer a opinião da Sra. Deputada Leong On Kei. A Sra. Deputada fez referência à questão da diversificação da criminalidade no sector dos jogos, que inicialmente essa criminalidade tinha uma forma, mas que agora já não tem e os criminosos até se aproveitam da alta tecnologia. A verdade é que, depois da entrega da soberania de Macau à China, a PJ, com a liderança do Governo da RAEM, tem desenvolvido muitos trabalhos. Digamos que damos muita importância à segurança dos recintos dos jogos, de maneira que também depositamos mais esforço neste aspecto. Em primeiro lugar, temos o aspecto da estrutura que foi reestruturada. No ano de 2002, já criámos especialmente um departamento para investigar os crimes relacionados com os jogos, bem como a implementação de acções de combate e de prevenção. No entanto, chegámos a contratar algum pessoal experiente na área de crimes relativos à alta tecnologia para fornecer acções de formação, posso dizer que, pelo menos, um terço das acções de formação que a PJ organiza tem como finalidade os crimes de alta tecnologia, que contaram com a cooperação dos peritos da RPC, de HK e de outros países. Além do mais, também enviámos o nosso pessoal ao estrangeiro para adquirirem mais experiências relacionadas com os crimes de alta tecnologia, especialmente nas áreas da informação, das telecomunicações, financeira, etc.. Em simultâneo, reforçámos a cooperação policial regional e internacional, que é extremamente importante para as acções de combate. Acho que a Sra. Deputada Leong On Kei deve conhecer muito bem esta matéria, porque também reforçámos a cooperação com a segurança nos casinos. Neste momento, a situação da cooperação entre a polícia e a segurança nos casinos é muito benéfica, porque a parte da segurança consegue facultar atempadamente informações importantes à Polícia, como tal a PJ tem conseguido lançar acções de patrulhamento, de prevenção e de combate, em tempo oportuno. Ainda existe um aspecto muito importante que não posso deixar de realçar. Organizámos acções de formação destinados aos operadores do sector dos jogos para que eles possam prestar coordenação com as operações policiais, nomeadamente quando se cruzam com crimes relacionados com os jogos e, num futuro próximo, continuaremos a dar continuidade às tais acções de formação. Por fim, reestruturámos as estratégias policiais que consistem em dois aspectos. Quanto ao primeiro aspecto, digamos que consiste no reforço da execução legislativa interna. De um modo geral, destacamos pessoal dentro dos casinos mais movimentados, este destacamento é feito durante 24 horas e não revelamos publicamente a identidade do pessoal de investigação. Uma vez que se trata de uma investigação secreta, que é mais eficaz, certamente que não podemos revelar a identidade dos investigadores, porque caso contrário, a supervisão não exerce efeito desejado. No que se refere à segunda vertente, digamos que tem a ver com o patrulhamento na 17 área exterior. Este patrulhamento é extremamente importante, porque alguns jogadores que ganharam dinheiro com as apostas nos jogos, podem ser roubados fora do recinto do casino. Houve uma altura em que era muito frequente acontecer este tipo de roubos, mas com a implementação das novas estratégias de reforço, a taxa da criminalidade tem vindo a reduzir. Estas são algumas das estratégias lançadas pela PJ para combater os crimes relacionados com os jogos de fortuna ou azar. No tocante à questão de branqueamento de capitais, há pouco, o Sr. Secretário já mencionou algumas tarefas neste sentido. A verdade é que prestamos muita importância à questão de branqueamento de capitais e, no ano de 2002, criámos um departamento que se encarrega pela investigação de crimes fraudulentos. Este departamento, para além de prevenir e combater os crimes fraudulentos em geral, ainda recebe participações por parte das instituições financeiras ou dos sectores envolvidos. Todavia, procedemos à investigação de crimes que consiste em analisar a circulação anormal de capitais. A partir do ano de 2002, começámos a lançar análises e recolha de informações de grande dimensão para podermos instaurar processos de investigação e posso dizer que temos vindo a realizar estes trabalhos. No entanto, temos mantido uma cooperação favorável com o sector em causa, quer em termos de estrutura, quer em termos de pessoal. Assim como as instituições bancárias, tais como o Banco da China e as companhias de seguro, também temos vindo a estabelecer uma estreita cooperação e um intercâmbio de informações. No aspecto da cooperação regional e internacional, digamos que se verificou um reforço, porque Macau, na qualidade de membro da APG organização de antibranqueamento de capitais, tem a obrigação de prestar cooperação aos trabalhos de investigação das entidades regionais ou internacionais. Por isso, no aspecto da cooperação regional e internacional, também temos vindo a lançar acções neste sentido e o efeito tem sido muito favorável. Porém, dado que existe uma falta de apoio judicial na cooperação regional e internacional, e daí existirem muitas limitações e como tal continua a residir muitas dificuldades. A Sra. Deputada Leong On Kei também invocou que se preocupa com o facto dos bancos facultarem informações dos seus clientes à Polícia para efeitos de investigação, porque tal atitude pode incomodar os cidadãos. Neste aspecto é de lamentar e compreendo perfeitamente o pensamento dos cidadãos. É verdade que quando os cidadãos depositam alguma quantidade monetária na sua conta bancária, posteriormente, serão investigados e, esta revolta é normal nos cidadãos que não praticam actividades ilícitas, por isso mesmo, também introduzimos atempadamente alguns reajustamentos. De acordo com as regras do passado, se o banco apresentar uma reclamação, instauramos imediatamente um processo de investigação que mais tarde será canalizado para o Ministério Público. Mas como compreendemos a situação dos cidadãos e porque a circulação de alguns capitais não tem rigorosamente nada a ver com actividades ilícitas, daí reajustarmos as nossas estratégias. Ou seja, em vez de instaurar imediatamente um processo, em primeiro lugar, apreciamos a situação exterior da riqueza, e após a apreciação se detectarmos que existe, efectivamente, um fenómeno anormal de circulação de capitais ou que o cliente não consegue justificar a origem desse montante, aí sim, instauramos um processo de investigação. Cito um exemplo simples. Uma doméstica deposita 10 milhões de patacas na sua conta bancária e não consegue justificar a origem desta quantia, nesta circunstância, temos a certeza que indicia algo de anormal e consequentemente, instauramos o processo para efeitos de investigação. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Através dos dados estatísticos dos processos levantados e participados desde Janeiro até Setembro de 2006, prova que a Polícia se preocupa com os sentimentos dos cidadãos. Digamos que, durante este período de tempo, recebemos 386 acusações por parte dos bancos, mas só instaurámos 17 processos para serem enviados ao MP. Todos nós podemos verificar que existe aqui uma diferença muito significativa. Uma vez que os tais 17 processos indiciavam situações criminosas, daí que instaurámos os respectivos processos para serem enviados ao MP. Em relação aos outros dados que não foram instaurados os processos, arquivámos simplesmente na nossa base de dados para que possamos continuar a investigar se for necessário, ou quando recebermos outra denúncia, poderemos consultar os dados que possuímos na nossa base de dados. Desde Novembro até Dezembro do corrente ano, os bancos apresentam directamente a denúncia junto do gabinete de informação financeira. Creio que a partir de agora, há necessidade de estabelecer uma coordenação mais optimizada entre a PJ e o gabinete da informação financeira. É verdade que destacamos um inspector deste gabinete e isto contribui muito para melhorar a cooperação entre o tal gabinete e a PJ. Acho que acabei de responder a todas as questões levantadas. Obrigado a todos. Presidente: Será que o Governo já respondeu às questões que os sete Deputados levantaram na primeira parte do Plenário? Neste caso, antes de convidar o Sr. Deputado Chui Sai Peng a intervir, gostaria de manifestar algumas opiniões relativas à criação do novo organismo para os Serviços de Migração. Há pouco, o Sr. Secretário falou várias vezes nesta questão. Todos nós sabemos que esta matéria é debatida anualmente na Assembleia após a reunificação, por isso há toda a necessidade de … Todos os anos, os Deputados questionam o facto de não substituírem os agentes policiais dos Serviços de Migração por funcionários administrativos e o Sr. Secretário Cheong respondeu-nos que os agentes militarizados têm de vestir a farda. Este ano, ou melhor, ao fim de 7 anos da reunificação, temos de elogiar a atitude do Sr. Secretário, porque até que enfim que começa a equacionar a possibilidade de alterar a situação. Porém, não percebi muito bem a explicação do Sr. Secretário e parece-me que vai substituir apenas uma parte de pessoal administrativo para assumir estas funções. Além do mais, também não consigo encontrar no seu relatório das LAG a menção da criação do tal organismo. Segundo o que me apercebi, está em causa a criação de muita legislação, mas será que conseguirão esta criação ainda no ano de 2007? Tenho as minhas dúvidas. Será que já começaram a analisar a situação? Espero que, após as respectivas análises, possam criar o tal organismo no próximo ano, porque esta matéria é debatida anualmente nesta Assembleia e só no corrente ano e que nos informam da criação do novo departamento. Entretanto, também tenho conhecimento que se não existisse uma base legal, não seria possível concretizar a sua criação. Nestes termos, porque é que não incluíram esta matéria nas LAG para o ano de 2007? Visto que o Sr. Secretário anunciou esta novidade aqui, será que ainda irão estudar a viabilidade no próximo ano e quando será a sua concretização? Esta é uma pergunta. No fundo, não sei se passei por esta matéria sem dar por isso ou se, efectivamente, omitiram no vosso relatório. A meu ver, acho que têm de elaborar muita legislação para suportar a criação deste departamentos. Será 18 que só criarão os respectivos estudos no ano de 2007? Porque esta possibilidade irá alterar radicalmente a área da Segurança, tanto em termos de pessoal, como em termos de estrutura. Em suma, acho que devem deixar aqui um esclarecimento sobre esta matéria. Será que começarão os estudos no próximo ano? Caso afirmativo, qual é o ponto da situação da produção legislativa? Será que já concluíram os respectivos esboços? Que me lembre, recentemente, chegámos a colocar esta questão ao Sr. Director Wong Wai Man, através de uma interpelação escrita. Fala-se há muitos anos que estão a preparar a legislação, só que até agora ainda não conseguiram publicar nada. Se pensarem em concretizar este assunto, acho que seria uma grande mudança para as Forças de Segurança de Macau. Se não incluíram esta matéria no relatório das LAG, porque é que revelaram repentinamente a criação do tal departamento? Tem a palavra o Sr. Deputado Chui Sai Peng. O Sr. Deputado Au Kam San também se pode preparar para intervir. Chui Sai Peng: Obrigado, Sra. Presidente. O Sr. Secretário apontou no relatório das LAG para o ano de 2007 no âmbito da Segurança que existe uma quantidade significativa de reformas internas, de trabalhos funcionais e de programas electrónicas para serem prosseguidos, assim como reforçar a gestão interna do sistema de forças e serviços de segurança, continuando a substituir os agentes policiais por administrativos, de modo a melhorar as medidas estratégicas e a elevar a eficiência de trabalho. Acho que, tanto as linhas de acção, como os objectivos, também estão definidos de um modo muito nítido, o que merece o nosso aplauso. De facto, dentro da quantidade significativa de trabalhos que referimos, reparamos que a cidade de Macau tem vindo a desenvolver-se muito e a quantidade de turistas também tem vindo a aumentar, por isso, certamente que existem cada vez mais pessoas que utilizam a fronteira. Creio que, em 2008, o Governo deve concluir os trabalhos de ampliação do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco. Digamos que as obras do Terminal de Pac-On concluirão no próximo ano e o terminal de Taipa-Coloane também voltará a entrar em funcionamento. Através das respectivas obras, podemos verificar que a necessidade de mão-de-obra é cada vez maior. Simultaneamente, também analisei alguns dados informativos relacionados com as actuações do CB, desde a reunificação até ao ano de 2005, as actuações aumentaram muito, quase o dobro. Quer a PJ, quer as corporações policiais, também entraram mais em acção, porque, antes, só tínhamos onze casinos e, agora, temos vinte e dois, mas vai continuar a aumentar, assim como o desenvolvimento dos outros sectores de actividades, está cada vez mais rápido. Resumindo, tanto as corporações, como os outros ramos de actividade, também sentem a falta de pessoal, mas talvez seja uma falta superada. Já agora, gostaria que o Sr. Secretário me esclarecesse um assunto. Dadas as circunstâncias, e desde a reunificação até ao presente momento, só aumentaram 18% do pessoal, deste modo, como é que o Sr. Secretário consegue formar o pessoal de um modo eficaz para lidar com os trabalhos que, praticamente, duplicaram? Quanto à situação da PJ, o volume do pessoal aumentou 50%, mas a quantidade de trabalho também aumentou bastante. Será que tudo isto implica que antigamente a quantidade de trabalho não era muita e que, agora, aumentou bruscamente? De facto, todos se preocupam com esta questão, porque se as nossas corporações policiais sentirem frequentemente uma falta de N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série pessoal, não há dúvida que tal situação pode contribuir com desvantagens à estabilidade social. No entanto, se tivermos mesmo falta de pessoal, será que o Sr. Secretário possui algumas medidas concretas para resolver a questão em causa? Todos os anos, debatemos a mesma questão, será que é possível substituir o pessoal interno existente por administrativos? Acontece que se existe esta tendência no relatório das LAG, qual será a definição do pessoal interno? Segundo o seu objectivo, qual será a quantidade exacta do pessoal interno que V. Exa. pretende preencher? E será que já definiram a respectiva calendarização? Perante esta situação de insuficiência de pessoal, consultei a experiência de HK e verifiquei que existe um tipo de prestação de apoio policial, funções essas que não são assumidas por pessoal do quadro, se bem que já existe há muitos anos em comparação com Macau, mas no início da sua implementação, alguns cidadãos ofereceram-se voluntariamente para ser membro da equipa suplente que presta apoio à Polícia. Em Macau, digamos que o volume de trabalho é enorme, e uma vez que se verifica uma insuficiência de pessoal, mesmo que venham a aumentar as vagas do quadro de pessoal, também não conseguirão concretizar num curto espaço de tempo, de maneira que será que podem adoptar os métodos utilizados nas regiões vizinhas, no sentido de resolver atempadamente a questão em causa? As pessoas que querem prestar este serviço voluntariamente não têm de ser propriamente pessoas com muitas técnicas, basta conhecerem o suficiente para enfrentar os trabalhos no dia a dia. Gostaria de ouvir a opinião do Sr. Secretário acerca desta questão. Quanto ao aspecto dos trabalhos electrónicos, o Sr. Secretário mencionou que simplificarão grande quantidade de trabalhos, mas será que posso apresentar aqui uma sugestão? Será que pode aplicar esta política nos Serviços de Migração a fim de simplificar os respectivos procedimentos, especialmente para renovar a permanência dos trabalhadores não residentes e dos profissionais do exterior? Confesso que se for a primeira vez os procedimentos não devem ser muito simplificados, tal como através da Internet, mas se se tratar de uma renovação e uma vez que a pessoa em causa não praticou nenhum acto ilícito durante a permanência em Macau, aí sim, os procedimentos de renovação devem ser simplificados na medida do possível, porque a pessoa já tem um posto de trabalho fixo. Será que podem fornecer mais facilidades aos trabalhadores profissionais e, do mesmo modo, atenuar as pressões de trabalho do pessoal da linha de frente? Recentemente, tivemos conhecimento que se realizou a 24.ª reunião plenária da Assembleia Popular Nacional, onde aprovou a “proposta de lei sobre a via entre Hong Kong e Shenzhen”, no fundo, quer o terminal de HK, quer o terminal de Shenzhen, também vai ser gerido pela Região de HK. Neste caso, será que o Sr. Secretário também equacionou a probabilidade de seguir o bom exemplo de HK aquando da ampliação dos nossos terminais marítimos? Será que também é possível aplicar a mesma medida em Macau? Talvez possa dialogar com as autoridades chinesas, fazendo-lhes uma proposta para saber se há, ou não, possibilidades? Já que toquei no assunto dos terminais marítimos, também aproveito esta oportunidade para contar o seguinte. Muitos motoristas reclamam que determinadas empresas de transporte de passageiros levam muitas pessoas para passar a fronteira e como tal, fizeram com que o tempo de espera se tenha aumentado exageradamente. Perante esta premissa, será que podem criar vias próprias para a passagem destes veículos que transportam grande quantidade de passageiros? Em muitas zonas, os motoristas podem atravessar a fronteira dentro do veículo, mas os restantes passageiros não podem, o que já não 19 acontece com determinadas empresas de transporte, porque facilitam muito, só que podem causar algum desequilíbrio aos outros veículos que também querem passar a fronteira. Para os veículos que não podem passar a fronteira juntamente com os seus passageiros, há possibilidade dos passageiros terem passado a fronteira a pé e o motorista em causa ainda continua na fila de espera. Espero que possam equacionar esta possibilidade, criando uma via exclusiva de passagem de modo a tratar dos casos da mesma maneira. Tenho dito. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. O Sr. Deputado Ung Choi Kun também se pode preparar. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Gostaria de manifestar algumas opiniões em torno do relatório das LAG. Lembro-me que, quando a Sra. Secretária Chan esteve aqui presente, o Sr. Deputado Fong Chi Keong disse que é muito fácil de ler o texto das LAG, porque todos os anos trazem textos muito semelhantes, inclusivamente os capítulos. Na verdade, o relatório do Sr. Secretário Cheong também não traz grandes novidades, fala constantemente do melhoramento, do reforço, do aumento, da fortificação, do combate activo, do reforço no diálogo, etc., todos os anos se fala do mesmo assunto. Por um lado, isto pode demonstrar convicção, mas, na realidade, qual é o efeito exercido? Quando li a página 3.019 das LAG do corrente ano, encontrei o tema “simplificar os procedimentos de queixas”que traz o seguinte conteúdo: “em primeiro lugar, os serviços de inquéritos irão articular-se com o funcionamento do gabinete de recepção de queixas-crime. Pretendemos a simplificação dos procedimentos de recepção de queixas-crime no sentido de elevar a eficácia de inquérito e facilitar os cidadãos”. Lembro-me perfeitamente que, no ano passado, falou-se muito sobre a simplificação dos procedimentos, mas até agora, ainda não consegui detectar alguma informação que me diga que os procedimentos foram realmente simplificados. Nas LAG do corrente ano, volto a encontrar um parágrafo onde diz que irão simplificar os procedimentos de recepção de queixas-crime. Afinal, até quando é que temos de simplificar os procedimentos? Quando conseguirão passar da teoria para a prática? Está aqui a minha dúvida. Qual o andamento da respectiva simplificação e quando conseguirão concretizar? A segunda questão que gostaria de levantar tem a ver com o combate ao trabalho ilegal. O que é certo é que a questão da “cheia de trabalho ilegal” é mesmo muito grave. Esta questão gravíssima põe em causa a sociedade em geral, a solenidade do Governo, a confiança que os cidadãos depositam no Governo e a capacidade de administração. Ao longo dos anos, os cidadãos acham que os trabalhos desenvolvidos pelo Governo para combater o trabalho ilegal não são suficientes e até acham que tem vindo a adoptar uma atitude demasiada tolerante. O que é certo é que na “manifestação de 1 de Maio” consiste em apresentar dois pedidos; um deles é reduzir o volume de trabalhadores não residentes e o outro é expulsar os trabalhadores ilegais. Estes pedidos são muito claros e, depois da tal manifestação, creio que o Governo deve ter percebido a intenção dos N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série manifestantes, só que a quantidade de trabalhadores não residentes continua a aumentar, é provável que tenha a ver com o desenvolvimento social e económico da sociedade de Macau, mas também não se verifica uma tendência de reprimir a existência de trabalhadores ilegais e em termos quantitativos, continua a aumentar. Há pouco, o meu colega Ng Kuok Cheong falou na questão da distribuição de cartas nos casinos, são casos entregues à PSP para efeitos de tratamento, mas parece-me que existe algumas contradições entre os Secretários Tam e Cheong. Só existe um Governo em Macau, por isso, os diversos Secretários não podiam ter diferentes formas de interpretação em relação à execução dos trabalhos, se estes trabalhos não pertencem à alçada de nenhum dos Secretários, a quem é que deve pertencer esta competência? Será que é possível obter uma explicação sobre a distribuição de cartas nos casinos e será que é controlada pela PJ? De facto, existem muitos trabalhadores ilegais no mercado de trabalho. Mesmo no relatório das LAG também fizeram menção a esta questão, desde Janeiro até Setembro do corrente ano, quer os Serviços de Alfândega, quer a Polícia de Segurança Pública, incidiram sinultaneamente patrulhamentos neste sentido. Durante o período de Janeiro a Stembro do presente ano, inspeccionaram 1702 recintos e detectaram 1050 trabalhadores ilegais, o que significa que não conseguiram deter um trabalhador ilegal em cada recinto de trabalho. Será que existem tão poucos trabalhadores ilegais? Caso afirmativo, devemos congratular-lhes e os cidadãos também ficarão mais satisfeitos, mas temos muita pena porque Macau é uma cidade muito pequena e o Governo mostra simplesmente aos cidadãos os belos dados estatísticos, só que eles sabem mais que isso. Quando se detectar grande quantidade de trabalhadores ilegais, nas operações governamentais, normalmente, não conseguem deter nenhum trabalhador ilegal. Há pessoas que até dizem que, antes da actuação policial, os estabelecimentos que contratam trabalhadores ilegais têm conhecimento das datas das operações, e daí estão sempre prevenidos. No que se refere à questão da calendarização das operações por parte da DSTE, digamos que implica a questão da confidencialidade. Acho que todos os funcionários fizeram juramento, pelo que devem cumprir a norma do sigilo absoluto. Suponhamos que se procede ao sorteio antes de levar as operações a cabo, mas as alternativas também podem ser poucas e por isso podem-se precaver, porque senão como é que não conseguem deter os trabalhadores ilegais existentes em Macau? Esta situação é muito vulgar em Macau. De acordo com as informações de alguns trabalhadores dos estaleiros locais, quando a inspecção aparecer no estaleiro da construção civil, alguns trabalhadores ilegais escondem-se nos andares mais altos ou no sentido inverso do grupo operacional. Deve ser esta a explicação para o insucesso das detenções. Será que temos equipamentos e capacidades suficientes para assegurar o sucesso das acções de inspecção? Não será que deviam melhorar este aspecto? Caso contrário, acho que podem colocar em risco a imagem do Governo da RAEM, assim como os cidadãos também podem perder a confiança, de maneira que acho que este assunto merece uma solução urgente. Uma outra questão que gostaria de levantar diz respeito à segurança. Sabemos que, antes da reunificação, existiam muitos crimes graves, mas os respectivos valores têm-se vindo a reduzir, ao contrário dos crimes leves, estes incomodam ainda mais os cidadãos. Mencionaram nas LAG que os crimes nas ruas implicam muitos factores e, consequentemente, adoptarão medidas activas e novas organizações, no intuito de melhorar a situação. É bom saber que o 20 Governo tomará medidas neste sentido, mas serão mesmo capazes de resolver a questão da criminalidade? Se têm vindo a prestar grande atenção a esta questão, será que a criminalidade aumentou ou reduziu? A resposta é muito clara, não há dúvida que aumentou. Não será que a força policial não foi suficiente para eliminar a criminalidade? Será que conseguem melhorar a situação em causa? Também sei que é impossível reduzir até zero, mas, pelo menos, reduzir os incómodos causados aos cidadãos. O que é certo é que os serviços competentes devem avaliar melhor o ponto da situação e tomar medidas apropriadas, no sentido de combater eficazmente este problema. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ung Choi Kun. A Sra. Deputada Lee Pou Lam pode preparar-se para intervir. Ung Choi Kun: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Hoje, estamos todos presentes neste Plenário para debater o âmbito da Segurança das LAG para o ano de 2007. Em primeiro lugar, queria invocar as palavras manifestadas pelo Chefe do Executivo, Edmundo Ho, na discussão das LAG para o corrente ano e o Sr. Secretário para a Economia e Finanças, Tam Pak Yuen, também chegou a manifestar-se sobre este assunto, que se prende com o funcionamento do Centro de convenções e exposições organizado pelo Venetian no terceiro trimestre do próximo ano e que terá um desenvolvimento grandioso. Razão pela qual irão criar um novo departamento para os Serviços de Migração, porque já se consegue prever que a situação dos Serviços de Migração terá dias mais árduos do que o presente momento. Tudo isto foi disto pelo Chefe do Executivo e por um dos Secretários. Uma exposição tem cerca de dois mil bancas, neste caso, quantos clientes comerciais consegue atrair? Portanto, não só vêm os participantes da exposição, como também vêm os compradores, os peritos, os espectadores, etc., para Macau. Se bem que a quantidade dessas pessoas não é o suficiente para pressionar os Serviços de Migração, mas caso seja uma pressão conjunta, com certeza que causará grandes influências à fluência dos Serviços de Migração. Há alguns meses atrás, realizou-se em Macau uma exposição dos jogos de fortuna ou azar da Ásia e o administrador de uma determinada empresa chegou a manifestar que se Macau quiser desenvolver bem o sector de convenção e exposição, a primeira questão a resolver é a questão do transporte. Suponhamos que se irá realizar uma exposição de grande envergadura, vêm os participantes, os peritos e os espectadores ao mesmo tempo, não só constitui um problema para o trânsito, como também para os Serviços de Migração. Tudo isto para dizer que, quer o Chefe do Executivo, quer o Secretário, quer os estrangeiros, também conseguem detectar a gravidade que os Serviços de Migração podem correr. Hoje, antes de iniciar a reunião plenária, um cidadão foi muito atencioso, porque tirou muitas fotografias relativas à situação da entrada e saída do Posto Fronteiriço das Portas do Cerco para entregar ao Sr. Secretário. Peço aos colegas para entregarem estas fotografias ao Sr. Secretário. Esta problemática não acontece N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série pontualmente, mas sim, constantemente e a situação está a tornar-se muito grave. Cito um exemplo concreto. Ontem à noite, participei num convívio de conterrâneos de Chong San em Macau, os meus colegas Leong Heng Teng e Tong Chi Kin também participaram neste convívio. Inicialmente, devíamos ficar contentes pelo facto de existirem tantos amigos de Chong San em Macau e, através do diálogo ficámos a saber que eles demoraram apenas uma hora de viagem para chegar a Macau, só que demoraram mais tempo na passagem da fronteira do que propriamente na viagem, que levou mais de uma hora. Certamente que ficámos um pouco embaraçados devido ao comentário. Além disso, ainda referiram que para a próxima vez irão a HK para comparar a situação, uma vez que dizem que Macau se está a desenvolver muito, não há dúvida que gostariam de conhecer pessoalmente a cidade, só que deixaram claro que se esta situação persistir, ou seja, com a perda de tempo na passagem da fronteira, preferem visitar HK ou outras zonas que demoram menos tempo. Este é um exemplo concreto. Hoje, devíamos debater as LAG ou as políticas que serão implementadas, mas por que motivo citei este exemplo? Os nossos amigos disseram-me para lembrar este assunto ao Sr. Secretário. Talvez seja uma pessoa que está habituada a andar de carro e não a pé, mas acho que devia ir pessoalmente às Portas do Cerco para sentir aquela pressão. Este é o meu desejo. Depois de presenciar aquele ambiente, já consegue sentir o que os cidadãos sentem. Não posso deixar de referir que é bom saber que as LAG do Sr. Secretário acrescentaram muitas novas medidas, nomeadamente as novas tecnologias, o que é muito vantajoso, mas o factor fundamental tem a ver com a mobilização do pessoal, porque se dependesse somente dos hardwares, não conseguiria resolver a questão. Quanto à segunda questão, digamos que tem a ver com a problemática do trânsito que envolve a vertente da gestão, da execução e da educação. Cito um exemplo simples. Na Avenida de Horta e Costa, nº61 e na Rua Madre Teresinha, nº31 são lojas de um patente, mas nas montras dos dois lados têm três números de porta, isto significa que estas lojas têm três portas de entrada. Ao longo dos anos, têm vindo a estacionar algumas motas junto destas portas, estes obstáculos causam muitas preocupações aos proprietários das lojas. No dia 4 de Novembro do corrente ano, pelas doze horas e cinco minutos, um dos proprietários telefonou para a Brigada de Trânsito e atendeu-lhe uma senhora de apelido Wong, depois de ouvir a reclamação ela disse que irão acompanhar a situação. A seguir, no dia sete de Novembro do mesmo ano, pelas doze horas e 35 minutos, ele voltou a telefonar para a BT e atendeu-lhe a Sra. Lam, respondendo que irão acompanhar o caso, mas no dia doze de Novembro, pelas onze horas e trinta e cinco minutos, voltou a telefonar e a Sra. Lo deu-lhe a mesma resposta. Mais tarde, nos dias 22 e 25 de Novembro, ligou novamente para a BT e falou-lhe novamente as Sras. Lam e Wong, respectivamente, e as respostas foram as mesmas. Ao fim e ao cabo, pode telefonar milhentas vezes porque a resposta é sempre a mesma; acompanharemos o caso. Agora pergunto, se tentam implementar medidas científicas, elevar a eficiência e entre outras medidas, no fundo, o que é que fizeram? Este é um exemplo. O Sr. Secretário referiu no seu relatório que a perfeição da legislação é o pilar fundamental para o desenvolvimento da sociedade, falou muito bem, mas esta situação não se verifica no regulamento de segurança contra incêndios, que falámos na Assembleia há alguns dias atrás. Sei que o tal regulamento não pertence à sua alçada, mas o CB pertence à sua alçada e este problema persiste há muitos anos. Com a existência deste diploma 21 defeituoso, não só causa dificuldades aos executantes da lei, como também influencia directamente as pequenas e médias empresas. Será que estão a pensar em passar ao lado e esperar que os funcionários públicos venham a cometer algum acto irregular? Esta questão já existe há muito anos, será que algum dia o Sr. Secretário se preocupou com isso? Algumas pequenas e médias empresas não conseguiram sobreviver devido ao factor do regulamento de segurança contra incêndios, mas não quero estar a aqui a citar factos concretos. Esta é a mais pura das verdades. Entretanto, se o Secretário entender que há toda a necessidade de citar aqui mais exemplos, posso dizer que consigo citar um ou dois sem dificuldades. A meu ver, mesmo que não tenha a ver com a sua competência, há que ter em conta a sua execução, porque; caso contrário, como é que pode elevar a eficácia da execução legal por parte dos funcionários públicos e melhorar a sua qualidade em geral? Acho que há toda a necessidade de se reunir e dialogar com os outros Secretários e não adianta passar ao lado, porque só contribui para não conseguir resolver a questão em causa. Na sua redacção ainda referiu que têm de entrelaçar cientificamente a força policial. Há pouco, alguns dos colegas mencionaram a questão do futuro terminal marítimo de HK e Macau, mais tarde, as obras do novo terminal e do novo posto fronteiriço também terão termo, e os casinos aumentarão ainda mais. Deste modo, como é que a medida científica consegue enfrentar todas estas inovações? Por outro lado, fez referência à necessidade de promover as boas relações de interacção e de cooperação entre a polícia e os cidadãos, mas não vejo que deu alguma satisfação aos cidadãos comuns através da comunicação social. Será que isto significa que há um diálogo interactivo com os cidadãos e que conhece a sua vida, através da cooperação comunitária? Em relação à questão da droga, acho que já fiz uma interpelação há alguns dias atrás. Será que tentaram conhecer melhor o ponto da situação do abuso de estupefacientes e manifestar a preocupação? Na redacção é claro que falaram de uma forma muito bonita; tal como estabelecer contactos internacionais. Também temos de reconhecer que as corporações policiais da sua alçada e os funcionários públicos também desenvolveram muitos trabalhos neste sentido. Esta atitude merece o nosso aplauso. Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Lee Pui Lam e a Sra. Deputada Iong Weng Ian pode preparar-se para intervir a seguir. Lee Pui Lam: Obrigada, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Depois de ouvir a apresentação do Sr. Secretário sobre as LAG do próximo ano, fiquei a saber que as funções que têm de cumprir e que salientaram têm a ver com a prevenção e o combate à criminalidade, com a garantia da segurança na vida e nos bens dos cidadãos, e com a salvaguarda da tranquilidade e paz social. No entanto, também mencionaram que têm de realçar três missões: a primeira é reforçar os equipamentos das corporações e elevar a eficiência na execução da lei; a segunda é mobilizar a força policial e os cidadãos para combater, em conjunto, os crimes leves; e a terceira é preocupar-se N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série com as mudanças da sociedade e reprimir a ocorrência de crimes graves. O rumo dos trabalhos é muito nítido, por um lado, há que agarrar bem a gestão interna das corporações policiais, por outro lado, desenvolver bem as tarefas para manter a segurança do dia-a-dia e, por último, é prevenir a ocorrência de crimes graves. Há pouco, alguns colegas levantaram muitas questões e, na minha opinião, para conseguir desenvolver mesmo bem as três tarefas, para além de contar com a boa gestão interna, inclusivamente a disciplina e o regime, ainda se deve contar com a gestão da humanidade, tal como frisou o Sr. Chefe do Executivo no relatório do corrente ano. Não acham que devíamos meditar melhor em torno deste aspecto? Se já desempenham bem as funções diárias de segurança, como podem melhorar? Acho que devem equacionar a possibilidade de optimizar os presentes trabalhos. No que respeita à questão da prevenção de crimes graves, o Sr. Secretário já comentou que deve haver pensamento de perigo, por isso, merece prestar atenção ao facto de viver tranquilamente e pensar no perigo. Não posso negar que houve realmente uma grande diferença na segurança entre a situação anterior e posterior à reunificação. A situação da segurança após a reunificação melhorou visivelmente e, esta tranquilidade e pacificidade dos últimos sete anos é uma condição básica que fez com que a economia local se tenha desenvolvido rapidamente e se tenha registado mais prosperidade na sociedade. Digamos que tudo isto se deve ao esforço e empenho de todos os membros das forças policiais de Macau. Todos os cidadãos agradecem este esforço e empenho. Com a abertura constante da sociedade, com a intensidade da concorrência e com a complexidade do ambiente, certamente que pressiona mais a segurança, pelo que é mesmo premente procurar formas viáveis para aumentar as forças e as capacidades das corporações policiais. Reparei que este assunto já despertou a atenção do Sr. Secretário, daí que tentou planear o melhoramento da sua organização, no sentido de precaver eventuais mudanças. Porém, e através da organização das tarefas para o próximo ano, também sabemos que a quantidade de trabalho vai aumentar muito para determinados serviços. Quanto aos trabalhos de segurança pública, acrescentarão uma equipa de patrulhamento a veículo nas Ilhas, reforçarão a patrulha a pé em zonas de grande fluxo de pessoas, aumentarão a quantidade de pessoal para o patrulhamento diurno e nocturno nos feriados, nos fins-de-semana e nos casinos, combaterão as lojas desonestas e as pensões ilegais, combaterão o consumo e o tráfico da droga, os crimes relacionados com os jogos e com a informação, entre outros. No aspecto de manter a ordem social, também reforçarão as acusações aos actos ilícitos, aumentarão o pessoal para manter a ordem no trânsito, a prestação de serviços nos Serviços de Migração, na inspecção da documentação e na inspecção alfandegária, estes serviços serão fornecidos sem interrupção, inclusivamente na hora do almoço. Como tal, gostaria de colocar uma pergunta ao Sr. Secretário. Neste momento, se já estão a sentir falta de pessoal, ainda dispõem 10% de vagas, o volume de trabalho aumentará ainda mais nos próximos tempos, como é possível estabelecer um equilíbrio? Se há falta de pessoal, com o aumento do volume de trabalho, significa que o pessoal em actividade terá que esforçar e trabalhar ainda mais para que o Governo consiga alcançar o objectivo. Como é que o Governo conseguirá resolver o presente problema? Ultimamente, a situação da criminalidade juvenil está cada vez mais grave, uma vez que a sociedade se preocupa muito com esta problemática, acho que o Governo também se deve prestar muita atenção. Por um lado, produziu legislação no sentido de regulamentar melhor a situação e, por outro lado, reforçou a força da 22 sua execução, só que continua a não conseguir surtir o efeito desejado. No entanto, o sector do ensino manifestou que os comerciantes ilegais não cumprem a legislação em vigor, porque deixam entrar os estudantes de idade inferior nos estabelecimentos de máquinas de entretenimento. Estas situações continuam a existir. Neste momento, até exploram estabelecimentos sem licenciamento, ou seja, na parte frontal do estabelecimento mostram um comércio normal, mas na retaguarda escondem máquinas de diversão para induzir os estudantes em erro. Alguns dos casos foram descobertos pelos professores e uns até, na madrugada, vão a esses estabelecimentos para levar os seus alunos para casa. Como podem ver a situação é gravíssima. Pergunto: como é que a polícia pode reforçar o patrulhamento neste sentido e evitar o aparecimento deste fenómeno? O que também acontece com o abuso de estupefacientes no norte, os jovens trazem drogas leves quando entram em Macau. Esta situação é mesmo preocupante. Mesmo que o Governo tenha reforçado a cooperação entre os diferentes serviços e regiões, as acções de sensibilização, estudos e planeamentos, mas os problemas ainda existem em grande escala. Nestes termos, gostaria de ouvir uma explicação do Sr. Secretário acerca da análise que lançaram. Quais são as medidas que lançarão no próximo ano? Ainda existem outros assuntos que nos preocupam. O Governo salientou que criará uma equipa de forças policiais profissionais, disciplinares e rigorosos, no intuito de elevar a capacidade na resolução de crimes e a qualidade disciplinar, mas todos nós sabemos que existem ovelhas negras em todos os lados. Como por exemplo há agentes policiais mais preguiçosos, viciados no álcool, no jogo, na corrupção e alguns até nem se podem afastar do grupo de malfeitores. Apesar de ser a minoria, continua a denegrir gravemente a imagem das corporações policiais e não podemos subestimar esses casos. Tal como disse o Sr. Secretário no relatório e bem que há necessidade de reforçar a apreciação e a investigação em caso de existir um processo disciplinar interno, a fim de averiguar bem os casos de indisciplina, eliminado assim as ovelhas negras. Entretanto, ainda se deve incutir nas corporações policiais o optimismo, o rigor e a dignidade. Será que o Governo possui algum mecanismo para fiscalizar e tratar as ovelhas negras, de modo a atender a expectativa da sociedade? Por último, queria falar a questão do CB. Tal como dizem nas LAG que existem muitos grandes empreendimentos, casinos e instalações turísticas e de lazer a entrarem em funcionamento no corrente e no próximo ano, assim como as construções da zona antiga também conseguiram entrar com sucesso na lista do património mundial, assim sendo os trabalhos dos bombeiros terão mais obstáculos e dificuldades. Perante esta mudança radical, será que o Governo tem lançado acções de formação, de modo a actualizar as técnicas e a capacidades dos bombeiros para que possam enfrentar estes novos desafios? Mencionaram nas LAG que implementarão a atribuição de graus aos incêndios, posso saber o que significa? Obrigada. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Iong Weng Ian. Depois da intervenção da Sra. Deputada Iong Veng Ian, convidarei o Sr. Secretário para intervir. Faça o favor, Sra. Deputada. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Iong Weng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário Cheong, 23 além disso, também gostaria de saber se criaram, ou não, mecanismos no ano transacto com a cooperação da China para combater o abuso de medicamentos? Quais são os aspectos que ainda podem reforçar? Esta é a primeira questão. Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Quanto à primeira questão que gostaria de colocar tem a ver com o que a Sra. Deputada Lee Pui Lam acabou de referir, mas como muitos encarregados de educação manifestaram a sua preocupação acerca desta problemática, vou continuar a abordar esta questão. A liberalização da concessão dos jogos de fortuna ou azar, trouxe novas oportunidades e desafios para Macau e também forneceu mais atracção aos malfeitores para a concretização de 3 factores que estão intimamente relacionados, que são respectivamente a prostituição, o jogo e a droga. Nos últimos anos, detectou-se uma tendência de existir cada vez mais traficantes de droga, porque a imprensa anuncia com muita frequência. Tal situação também se verifica nos jovens, nomeadamente o abuso de medicamentos para efeitos psíquicos, é muito preocupante o facto dos jovens consumirem drogas leves no norte (China). Muitos encarregados de educação se preocupam com esta situação e também me lembro que, depois da reunificação, se anulou a apresentação obrigatória da declaração de pais, que limitava a saída dos jovens de um determinado grupo etário. Sabemos que os efeitos secundários dos medicamentos para efeitos psíquicos não são muito visíveis, mas estamos conscientes que contribuem com prejuízos permanentes no cérebro humano, se forem ingeridos a longo prazo os dependentes podem ficar inconscientes, em estado de coma ou até mortos. Este conhecimento foi adquirido consoante a publicação de casos reais, por isso, não podemos descuidar desta questão. Ouvi alguns comentários por parte do pessoal da linha de frente, eles acham que com o desenvolvimento rápido e bem sucedido do sector dos jogos, muitos jovens quererão aderir ao sector dos jogos, só que como se trata de uma profissão de grande pressão, com pouco tempo de descanso e que sofre influências de alguns factores externos, mas com boas receitas, muitos dos operadores deste ramo de actividade abusam dos medicamentos. Esta situação é muito vulgar neste sector. No que se refere à segunda questão, de facto, vejo que as LAG que elaboram anualmente também mencionam que terão de combater activamente os actos de prostituição e os respectivos recintos para a sua exploração, no intuito de manter a ordem de segurança, o ambiente saudável e prevenir transtornos à vida dos cidadãos. Depois da abertura da política de visto individual do turismo, mais pessoas passeiam nas zonas comunitárias e isto também causa transtornos aos cidadãos. Todavia, tenho conhecimento que, no ano passado, as corporações policiais reforçaram o patrulhamento das zonas comunitárias e verifica-se um melhoramento, o que não se pode negar, só que os cidadãos acham que ainda não é suficiente e esperam que possam melhorar ainda mais. Entretanto, a exploração da prostituição continua a existir nas habitações, segundo os cidadãos e, mais a mais, existem muitas pensões ilegais nos últimos anos, tudo isto provoca influências negativas muito graves à vida dos cidadãos. Queria perguntar se chegaram a analisar, ou não, a legislação em vigor para impedir a exploração destas actividades e, no fundo, surte, ou não, efeito? Não será que devemos reforçar o aspecto da legislação? Será que já começaram a lançar os respectivos preparativos? Para combater estas actividades, à excepção da legislação, o que é que as corporações policiais ainda podem fazer? Obrigada. Presidente: Como consequência da falta do tempo, vou convidar mais dois Deputados para intervirem. De seguida vamos jantar e quando regressarmos irei convidar o Sr. Secretário a intervir, porque já se abordaram muitos assuntos. Tem a palavra o Sr. Deputado Ho Teng Iat. O Sr. Deputado Fong Chi Keong pode preparar-se para intervir a seguir. Ho Teng Iat: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Visto que a economia da sociedade avançou a passos largos, todos os problemas sociais se brotam e como os menores de Macau crescem no meio deste ambiente especial, se falta suficientemente uma ideia anti-droga, é muito fácil aderirem ao grupo de consumidores de drogas. No entanto, se estabelecermos uma comparação entre a situação de HK e de Macau, podemos verificar que as medidas implementadas para a prevenção e para o combate ao abuso de medicamentos não são suficientes. Aproveito esta oportunidade para esclarecer melhor esta questão. No próximo ano, será que o Governo irá reforçar as acções de prevenção e de combate ao abuso de medicamentos, através da produção legislativa? É claro que sei que esta tarefa envolve um esforço desenvolvido e conjugado por vários serviços. Acho que podiam estabelecer uma obrigatoriedade de análise à urina ou tratamentos obrigatórios para deixar o vício. Será que também se afixarão avisos sobre a proibição de drogas ou abuso de medicamentos nos recintos de diversão? Queria perguntar se há possibilidades de criar algumas campanhas publicitárias sobre a desintoxicação dentro da instalação alfandegária para servirem de alerta aos jovens que vão propositadamente à China para o consumo de estupefacientes? Deste modo, ainda contribui para os informar que é fácil obter apoio para a desintoxicação. Para Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Depois de ler o relatório das LAG do Sr. Secretário, fiquei a conhecer muitas acções realizadas no ano passado. Embora tenha utilizado simplesmente 10 páginas para descrever as acções implementadas no ano passado e 50 folhas para descrever as políticas que implementarão no próximo ano, mas acho que já nos conseguiu transmitir que têm uma organização clara e missões programadas. Após a liberalização do direito de exploração de jogos e a implementação da política de visto individual do turismo, muitos turistas visitam Macau e, nestes termos, é difícil evitar a entrada de alguns malfeitores. Certamente que o ambiente de Macau vai ser cada vez mais complexo e trará, sem dúvida, factores instáveis à sociedade, pelo que não podemos subestimar o cenário da segurança e a pressão na segurança. O que é certo é que a função das corporações policiais é extremamente importante. Sabemos que todo N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série o pessoal das corporações policiais também assume as suas funções da melhor maneira e tem esforçado muito, porque o sucesso ou o insucesso do desenvolvimento social depende do factor fundamental da segurança. Digamos que com uma situação favorável de segurança, pode facultar um ambiente comercial favorável aos sectores comercial e industrial. Neste momento, o nosso desenvolvimento económico é muito rápido, existem constantemente investimentos do exterior a estabelecerem em Macau, e daí ser mesmo necessário a existência de um ambiente favorável de segurança para o desenvolvimento económico. Isto é, o desenvolvimento económico necessita da articulação de um ambiente favorável de segurança, porque só assim se consegue preservar a ordem normal da economia, e também podemos dizer que é considerado uma garantia importante para criar um ambiente favorável ao comércio. Como é que podemos reprimir eficazmente o factor da criminalidade, no sentido de fortalecer o sentimento de segurança dos cidadãos e dos turistas? A criminalidade tem muito a ver com os interesses dos cidadãos e dos turistas. Tanto os cidadãos, como os sectores industrial e comercial, também necessitam de um ambiente favorável, estável e com desenvolvimento profissional. Perante uma situação de rápido desenvolvimento económico, será que o Governo pensou em desenvolver uma avaliação sobre o presente e o futuro cenário de segurança? Porque este desenvolvimento é mesmo muito rápido, e se assim for, poderão planificar e organizar melhor os trabalhos. Só espero que consigam oferecer um ambiente favorável de segurança, porque já tivemos uma má experiência no período anterior à reunificação, ainda me lembro que naquela altura os turistas tinham medo de vir. Já que se esforçaram tanto nos últimos anos para melhorar a situação e limpar a imagem negativa de Macau, agora, só espero que consigam melhorar ainda mais o ambiente de segurança. Em relação ao outro assunto que gostaria de abordar, tem a ver com o aspecto dos recursos humanos. Há pouco, alguns colegas já referiram este assunto, por isso, não vale a pena aprofundar mais. A questão da falta de recursos humanos não se verifica apenas no sector comercial, porque mesmo na Função Pública também se ressente o mesmo problema, especialmente na área do Sr. Secretário. Talvez tenha a ver com o facto de haver uma perda mais significativa neste domínio, de maneira que se verifica uma situação mais agravada. O Sr. Secretário incluiu no seu relatório, nomeadamente na parte final, que é necessário ampliar o aspecto do pessoal, através da admissão de novo pessoal. Este é um dos métodos, mas, no presente momento, isto não é nada fácil concretizar, porque muitas perdas de pessoal dos diferentes sectores encontraram o rumo do sector dos jogos. Pelo que mesmo que consiga admitir novo pessoal não significa que consiga substituir o pessoal em actividade, porque, antes de começar a exercer as funções, tem de receber primeiramente acções de formação. Então, pergunto como é que conseguem criar uma estabilidade no seio das corporações policiais? Tal como disse V. Exa. na página 5 do seu relatório das LAG que, “o Governo ousa-se assentar algumas ideias no novo cenário, tais como cumprir seriamente as funções policiais, aprofundar a reforma do grupo policial e melhorar a imagem policial, que partirão do princípio e de um novo ponto de vista de “servir o povo”, aumentando assim a ideia de perigo e o sentido de responsabilidade, que visa salvaguardar a segurança pública, cumprir rigorosamente as disposições legais e prestar serviços aos cidadãos”. Através do tal parágrafo, vê-se perfeitamente a vossa convicção. No entanto, ainda se falou nas três tarefas para o próximo ano: a 24 primeira tarefa consiste em reforçar a gestão dos recursos humanos; a segunda consiste em valorizar a gestão interna da corporação e a fiscalização disciplinar; e a terceira consiste em organizar uma parte da mobilização do pessoal para produzir a função específica. A vossa ideia é muito correcta. Em primeiro lugar, conseguiram detectar que têm insuficientes recursos humanos e, penso que esta deficiência talvez seja a maior dificuldade, o que é compreensível. A meu ver, acho que é mais importante optimizar a gestão da corporação e incentivar o pessoal no caso de se registar algum sucesso do que a perda do pessoal e a dificuldade de admitir novos elementos, porque só assim conseguem elevar a moral das nossas forças policiais. Isto que acabei de dizer também é muito importante. A moral da corporação é um factor indispensável e com ela os agentes policiais conseguem exercer um efeito fundamental, inclusivamente a confiança, a expectativa, o sentimento de sucesso e de missão, são factores que constituem o pilar espiritual das corporações. Acho que a moral das nossas corporações merece uma preocupação atempada, quer da camada superior, quer da camada inferir. Assim como a situação dos recursos humanos, espero que o Sr. Secretário consiga promover avaliações neste sentido com a maior celeridade possível, porque hoje em dia as mudanças são muito rápidas, por isso, há que se esforçar um pouco mais de forma a lançar avaliações atempadas e encontrar solução para o défice de recursos humanos. Será que conseguem admitir, o mais depressa possível, mais administrativos? Porque no ponto 4.1 do seu relatório das LAG já se mencionou que precisam de pessoal administrativo. Isto até é vantajoso, porque as exigências para a contratação de forças militarizadas são muito mais rigorosos do que os administrativos, além do mais, ainda podem libertar o pessoal militarizado para assumir outras funções mais importantes ou para assegurar funções de risco maior. Acho que esta medida é mesmo urgente. Se bem que abordámos este assunto há muitos anos, mas este ano já conseguiram concretizar. Será que também contratarão auxiliares (voluntários) para apoiar a força policial? Parece-me que não incluíram esta probabilidade no relatório. Antigamente, também cheguei a colocar a mesma questão, será que irão equacionar a possibilidade de contratar alguns auxiliares voluntários? É verdade que as corporações têm muita falta de pessoal administrativo, tanto nos Serviços de Migração, como nas corporações em geral. Pessoalmente, consigo verificar perfeitamente que os agentes policiais se esforçam muito, existem inúmeras filas de espera e, muitas vezes, até sacrificam a sua hora de almoço. De facto, a quantidade de turistas que passam em Macau aumenta significativamente e não há dúvida que esta pressão é muito grande. Será que alguma vez pensaram na quantidade de pessoal que necessitam de contratar? Em simultâneo, também gostaria de abordar a questão dos Serviços de Migração. Na qualidade de uma cidade turística, os Serviços de Migração têm de desobstruir todos os postos alfandegários, porque a ordem favorável é uma das tarefas prioritárias, na esperança de transmitir alegria e descontracção aos nossos turistas. Tal situação também acontece com o órgão cultural, porque tem de divulgar a nossa cultura no estrangeiro. Porém, ao entrar e começar a formar filas de espera, os turistas podem achar mesmo que Macau é uma cidade muito especial sobretudo no que diz respeito ao tempo de espera, logicamente perdem o gosto de visitar o resto da cidade. Não só temos de ter em consideração a quantidade de turistas que visitam a cidade, cerca de 20 milhões, como também há que ponderar na quantidade de trabalhadores que necessitam de atravessar diariamente a fronteira, que são várias dezenas de milhares aproximadamente, e como tal devemos N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série preocupar-nos mais com o aumento do pessoal no sentido de atenuar a pressão. Não sei se percebi bem, segundo o Sr. Secretário, no ano de 2008 criaremos um novo organismo dos Serviços de Migração, mas será que esta competência cairá sobre um organismo que se responsabiliza especialmente por esta matéria? Através da legislação, não é possível verificar a existência deste serviço, será que mencionaram a criação deste serviço no relatório das LAG? Antes da sua criação, quais são as medidas viáveis para acelerar a resolução? Ainda gostaria de colocar uma outra questão. No relatório das LAG invocou que irão analisar o modelo do cartão de identificação do trabalhador não residente, de modo a coordenar com as novas políticas laborais. No entanto, também iniciarão activamente o sistema da listagem electrónica para dar andamento aos pedidos dos trabalhadores que já deram entrada do processo. A prossecução deste método, é evidente que, vai no sentido de simplificar os procedimentos, mas com a entrada em funcionamento do Gabinete de Recursos Humanos e com o aumento constante de trabalhadores não residentes as vossas pressões serão cada vez maiores, mas se não têm pessoal suficiente, não podemos ter boas perspectivas acerca da resolução. Esta problemática merece a nossa consideração. Gostaria de saber se já começaram a implementar os novos estudos? Quando começarão a entrar em funcionamento? Porque se for precedente nesta matéria, talvez consiga acelerar os passos de outras medidas. Já que se verifica um aumento brutal de trabalhadores não residentes, não há dúvida que as medidas têm de ser implementadas quanto antes. Finalmente, vou abordar a questão dos bombeiros. Tal como disseram há pouco, as construções que temos são quase todos de grande envergadura e, dado que se verifica uma falta de pessoal, será que, em termos de equipamentos, temos material actualizado para se articular com as necessidades? Quais são as medidas viáveis de prevenção e de combate ao incêndio para os grandes empreendimentos e os recintos de diversão de grande envergadura? Creio que os vossos meios não devem ser suficientes, porque os edifícios que temos hoje em dia são mesmo muito altos. Será que existem novos equipamentos que não tenhamos conhecimento? Será que possuem novos equipamentos para enfrentar a presente situação? Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. Fong Chi Keong: Está na hora. Bom, se já chegou a minha vez, não posso deixar de intervir. Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Tal como os anos anteriores, o Sr. Secretário e a sua equipa de colaboradores da área da Segurança estão todos hoje aqui presentes para responder e para explicar o relatório das LAG, esta atitude mostra-nos que prestam muita importância ao Plenário de intercâmbio. Depois de ouvir as intervenções dos sete Deputados, fiquei a pensar muito e cheguei à conclusão que têm razão, porque durante os últimos sete anos, todos os anos se fala do reforço e do 25 melhoramento e o assunto é praticamente idêntico. Será que é mesmo necessário reforçar e melhorar? Espero que o Sr. Secretário possa valorizar seriamente as questões que foram abordadas hoje. Sr. Secretário: Dentro dos cinco Secretário do Governo da RAEM, a área da tutela do Sr. Secretário é a mais autónoma em comparação com as outras áreas, porque, quer o funcionamento interno, quer o funcionamento externo, também têm os vossos próprios métodos específicos. Gostaria de frisar aqui um aspecto. Depois da reunificação, é verdade que o Governo da RAEM se empenhou muito e conseguiu superar muitos obstáculos, fazendo com que o rumo do desenvolvimento económico se tenha baseado nos sectores dos jogos e do turismo. Temos de reconhecer que é um prazer verificar o sucesso de hoje. Hoje, podemos dizer que Macau é uma cidade que se desenvolve, em especial, os sectores do turismo e dos jogos de fortuna ou azar, os turistas de muitos países visitam propositadamente a nossa cidade para conhecerem pessoalmente os nossos sectores vanguardistas e a nossa cultura que é a fusão da cultura do ocidente e da cultura oriental. Este é o nosso sucesso. Porém, a área da segurança que faz parte do seu pelouro também é extremamente importante, porque a segurança constitui uma garantia para o desenvolvimento da sociedade, que envolve os bens e o bem-estar dos cidadãos e, simultaneamente, o desenvolvimento dos diversos sectores sociais. Tudo isto põe em causa o renome de Macau. Por isso, é muito importante disponibilizarmos um ambiente estável e seguro, e esta responsabilidade cai sobre todos os membros que fazem parte desta área, ou seja, cai concretamente sobre o Sr. Secretário, o que é importantíssima. Com a prosperidade do sector dos jogos, as diversas actividades criminosas começam a nascer, para além dos pequenos ladrões e dos conflitos de interesses no exterior, todas as associações criminosas a nível internacional também começam a movimentar-se. Tal como disse há pouco, as corporações policiais têm conhecimentos suficientes para enfrentar os problemas em causa, adoptando uma atitude activa e medidas viáveis, no sentido de prevenir situações que possam vir a suscitar. O que concordo perfeitamente. Se a segurança de uma determinada zona não for favorável, pode afectar gravemente a imagem de toda a sociedade. Ouvimos constantemente comentários péssimos sobre a Rua Flor de Lótus junto a Zhuhai, porque existe todo o tipo de criminalidade, só espero que este fenómeno não se venha a suscitar em Macau. É claro que temos de fornecer segurança aos turistas e ganhar elogios por parte deles, caso contrário, o sector que construímos com todo o esforço vai por água abaixo. Tudo isto para dizer que a vida e o bem-estar dos cidadãos de Macau depende da demonstração de V. Exa. Seguidamente, queria fornecer algumas opiniões e sugestões sobre as LAG do próximo ano para que possa consultar. Ao longo de um ano, não se verificou nenhum problema de grande preocupação, por isso, já foi muito bom chegar aqui. É verdade que não se registaram muitos crimes graves, não há dúvida que existe um ou outro crime leve, o que é inevitável. Mas, tal como disseram os colegas, Macau está a desenvolver-se rapidamente e as corporações policiais não têm pessoal suficiente. Esta é a mais pura das verdades. No seio das corporações, detectámos que alguns agentes policiais tiveram falta colectiva, que não é mentira nenhuma, porque até foi divulgado publicamente através da comunicação social, mas a resposta que o Governo acabou de dar é muito simples, foi apenas um mero acaso. Às vezes, o que nos reflecte alguns fenómenos? Não será que nos N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série reflecte que existe um problema interno? Estes são os trabalhos com os quais o Sr. Secretário se deve preocupar mais. Será que os nossos agentes policiais estão a fazer fitas pela existência de algum descontentamento? Este é um assunto importante, têm de ponderar seriamente porque não é assim tão simples. Se me disser que se trata de um mero acaso, no fundo, e a meu ver, trata-se de um assunto interno. Assim como a falta de moral por parte de alguns agentes policiais, porque a pressão do trabalho aumentou, realmente, muito. Se eles não conseguem enfrentar tantas pressões, não há dúvida que têm de encontrar formas para demonstrar o seu descontentamento, já que não existe um mecanismo para descarregarem esta pressão, certamente que influencia a moral. As corporações policiais não podem ficar abaladas, porque são os agentes policiais que executam a lei e que mantêm a ordem social. Espero que possam prestar mais atenção a esta questão e gostaria de ouvir um esclarecimento por parte do Sr. Secretário acerca das faltas em conjunto, dos incumprimentos da lei e da baixa moral. Quanto à segunda questão que gostaria de levantar, prende-se com as instalações policiais. O Sr. Secretário incluiu uma explicação muito detalhada sobre o reforço às equipas policiais. Tal como disse o colega Au Kam San, fazem muitas referências ao reforço, ao fortalecimento, ao aumento … Já não me apetece prolongar mais. Pode ser, Sra. Presidente? Presidente: Talvez possa falar na segunda ronda. Fong Chi Keong: Termino aqui a minha intervenção. Presidente: Sr. Secretário, Srs. Deputados: Fazemos agora um intervalo e retomamos o trabalho às 15 horas. (Intervalo) Presidente: Srs. Deputados, Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Muito boa tarde. Antes de irmos almoçar, sete Deputados fizeram a sua intervenção e, por isso, espero ouvir uma explicação do Sr. Secretário em relação a alguns assuntos. Sr. Secretário, faça o favor. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Uma vez que a economia de Macau se desenvolveu rapidamente e também com a liberalização do sector dos jogos, fez com que a área da segurança tenha feito sentir a falta de pessoal para enfrentar o novo cenário. Para resolver a questão da falta de pessoal, especialmente da PSP e do CB, está dentro dos nossos planos a criação de um departamento autónomo para os Serviços de Migração no próximo ano, porque todos nós sabemos que Macau é uma cidade a caminho da internacionalização, pelo que o pessoal da linha de frente tem de dominar inglês e mandarim, no fundo é uma condição 26 um pouco diferente às exigências impostas para os agentes policiais. Hoje em dia, a nova geração até prefere utilizar o sistema informático e, neste caso, é mais fraco em termos de esforço físico, mas depois de uma formação da nossa parte e de uma selecção, certamente que o pessoal admitido conseguirá assumir as funções nos Serviços de Migração. Em relação à sua calendarização, digamos que a sua implementação será no próximo ano, ou melhor, a criação do organismo autónomo para os Serviços de Migração será em Janeiro de 2008. O que é certo é que no ponto no. 4.1 das LAG, também fizemos referência a esta questão. A questão da falta de pessoal, em primeiro lugar, não podemos esquecer que estamos numa sociedade de capitalismo, por isso, deve ser um problema relacionado com a remuneração. Já fizémos chegar a nossa proposta junto dos serviços competentes, porque estes estão neste preciso momento a rever o estatuto e as carreiras da função pública. Entretanto, também propusémos a probabilidade de elevar as exigências, nomeadamente no que diz respeito às habilitações literárias, para que a carreira básica possa ser mais atraente. Quanto à questão dos auxiliares policiais, sabemos que em HK já adoptaram esta medidas há muitos anos e para todos os efeitos tem resultado muito, porque conseguem ajudar muito nas tarefas dos agentes policiais em activo, só que também conseguimos detectar que a sua quantidade tem vindo a reduzir-se, talvez tenha a ver com o seu efeito. Mais a mais, depois da reunificação, a China estabeleceu tropas em Macau e eles só entram em acção mediante ordem do Governo Popular Central no caso de se verificar alguma catástrofe ou desordem social, por isso, não equacionámos a possibilidade da criação de auxiliares policiais. No que se refere ao aspecto dos Serviços de Migração, mais exactamente as formalidades para a renovação electrónica, analisaremos as opiniões dos Srs. Deputados acerca desta matéria numa fase posterior. Através da imprensa, também tivémos conhecimento que HK tem intenção de realizar a tal proposta de acesso livre entre duas regiões e sabemos que a Assembleia Popular Nacional quer ajudar em tudo o que for necessário. Agora, voltamos para a situação de Macau, temos uma ligação directa que é o Posto Fronteiriço das Portas do Cerco com a alfândega de Gongbei da China e, por enquanto, o seu funcionamento não tem dado problemas. No fundo, as duas fronteiras estão muito próximas, pelo que é muito semelhante à proposta de acesso livre que pretendem implementar. Acontece que se o Governo de HK decidir implementar esta medida, vai ser o Governo da China que atribuirá um terreno para que o Governo de HK possa exercer a jurisdição judicial, ou seja, serão as corporações policiais e os Serviços de Migração de HK que exercerão competências nesse espaço. Entretanto, também analisaremos com calma esta proposta. Relativamente à questão de criar vias especiais para determinadas empresas, posso dizer que não concordamos muito com esta opinião, porque já existem vias especiais destinadas aos diplomáticos e aos idosos, nunca concordámos com esta medida, porque todos os cidadãos devem ter o mesmo tratamento. Agora, podemos pensar na criação de vias especiais para veículos com passageiros e veículos sem passageiros, porque se pensarmos apenas em facilitar uma determinada empresa, não seria muito justo para as outras empresas. Esta questão tem de ser tratada de uma forma cautelosa, porque temos de pensar nos direitos e interesses de todos. Quanto à questão de simplificar o procedimento de queixas, com a liderança dos SPU, tanto a PJ, como a PSP, também simplificou os tais procedimentos. Antigamente, uma vez que a PSP dispõe de mais N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série pessoal, superior a três mil agentes policiais, muitas vezes, era a PSP que recebia primeiramente as queixas. Ou seja, a PSP lançava uma investigação simples e até elaborava relatórios, mas depois o processo tinha de ser canalisado para a PJ, porque muitos dos casos implicam as competências da PJ. Portanto, neste momento, já simplificámos este processo. Quando a PSP se dirigir ao local do crime, antes de mais, há que certificar se se trata da competência da PJ, caso afirmativo, passa imediatamente a pasta aos colegas da PJ. Assim, já é uma forma de simplificação, porque o cidadão só precisa de relatar o sucedido junto da autoridade competente. No caso de se verificar um despacho do MP para nós convocarmos a testemunha ou o interessado, também adoptamos a forma de horário flexível. Suponhamos que a pessoa em causa prefere lavrar o auto de notícia durante a hora de almoço, claro que facilitamos e prestamos o nosso apoio. Tal como a secção que se encarrega pela perda de documentos da PSP também funciona durante 24 horas nas diversas esquadras policiais e, de um modo geral, leva cerca de 20 minutos para emitir uma declaração sobre o extravio de documentos. Além do mais, as corporações policiais uniformizaram todos os formulários para crimes comuns, tais como o furto do veículo e outros tipos de furto, e os graduados de serviço das diferentes esquadras têm mecanismos de contacto. No presente momento, os SPU também estão a estudar a viabilidade de um mecanismo de dados relativos à participação de queixas que estabelece uma ligação entre as esquadras policiais, através da Internet. No que respeita à questão do combate aos trabalhadores ilegais, digamos que também faz parte da competência da nossa PSP e, através dos dados informativos, a verdade é que a nossa PSP tem uma responsabilidade muito grande e as actividades desenvolvidas são diversificadas, tal como a cooperação que oferece à DSTE no combate ao trabalho ilegal. Ao detectarem a existência de trabalhadores ilegais e quando a PSP receber algumas informações, quer dos casinos, quer dos recintos públicos, também pode exercer acções de fiscalização. Sabemos que o Governo Popular Central implementou a política do visto individual do turismo, como tal, a quantidade de turistas da China que permanece em Macau aumentou significativamente, e só no corrente ano, a quantidade ultrapassará os 20 milhões. Uma vez que a população transitória aumentou, nos primeiros nove meses do corrente ano, os crimes leves também aumentaram 3 a 4%. Digamos que nos preocupamos muito com esta questão e como tal, tanto a PSP, como a PJ, também reforçaram as acções de patrulhamento. Alguns Deputados fizeram referência ao Regulamento de Segurança Contra Incêndios e, neste momento, a DSSOPT está a prosseguir a revisão. Agradeço muito as opiniões que os Deputados emitiram sobre esta matéria, posteriormente, transmitiremos as vossas opiniões preciosas aos serviços competentes, no sentido de acelerarem o processo de alteração. De facto, as corporações policiais realizam muitas conferências de imprensa, algumas são periódicas e outras não, a fim de dar a conhecer à comunicação social e aos cidadãos informações relativas aos crimes ocorridos em Macau. Alguns colegas também referenciaram a questão da admissão do pessoal. É verdade que, neste momento, muitos serviços estão a contratar mais pessoal. Como por exemplo o Estabelecimento Prisional de Macau, abriu recentemente um concurso para admitir oitenta e nove guardas prisionais, a PJ admite noventa agentes, os Serviços de Alfândega admitem trinta agentes e as Forças de Segurança também abriram os concursos da 6.ª e da 7.ª admissão de instruendos. Em relação à questão da delinquência juvenil, daqui a pouco, o Sr. Director da PJ explicará detalhadamente o modelo de funcionamento do grupo de 27 trabalho que se encarrega pelos assuntos relacionados com a delinquência juvenil. No tocante à questão de elevar a qualidade do pessoal, quer nas Forças de Segurança, quer na Polícia Judiciária, quer nos Serviços de Alfândega, quer no Estabelecimento Prisional, também averiguamos o pano de fundo de todos os agentes admitidos em concurso. No caso do concorrente indiciar algo de estranho na fase de investigação, será excluído de imediato. Quanto à questão do Corpo dos Bombeiros, no próximo ano, implementaremos a definição de graus aos incêndios, tal como em HK, e o grau atribuído depende da dimensão e da gravidade do incêndio. Digamos que ainda estamos numa fase de estudo. No que se refere ao abuso de estupefacientes por parte dos jovens ou a deslocação ao norte para esta prática, se os jovens não tiverem acesso aos seus documentos de viagem ou de identificação, nunca poderão sair da fronteira, de maneira que os próprios pais têm de colaborar connosco, no sentido de evitar a saída dos jovens sem autorização prévia. Também se falou na questão dos jovens operadores do sector dos jogos que abusam dos medicamentos, a nossa PJ e a PSP irão combater o uso de estupefacientes tal com antes. Entretanto, também se falou na questão da prostituição, a nossa PSP tem vindo a lançar acções periódicas, ou não, de combate neste sentido, assim como operações de combate às pensões ilegais, com a cooperação da Direcção dos Serviços de Turismo. Relativamente à questão da alteração da lei, posso transmitir esta questão à DST. Um dos Deputados questionou a avaliação feita por nós sobre o cenário do desenvolvimento da segurança de Macau, posso dizer que a conclusão que chegámos é favorável e porquê? Porque temos o apoio do Governo Popular Central e não se compara com a situação anterior à reunificação. Digamos que temos vindo a reforçar o intercâmbio com as autoridades policiais da província de Guangdong, quer em termos de informações, quer em termos de formação, assim como reforçámos o intercâmbio com as autoridades policiais de HK e, em caso necessário, activamos o mecanismo da lista negra de indivíduos que não sejam bem-vindos. Nos termos da «Lei Básica» e da «Lei do Estacionamento das Tropas da RPC na RAEM», existem tropas em Macau após a reunificação, por isso, prevê-se que o futuro desenvolvimento do cenário de segurança seja favorável. No entanto, também se falou da questão de como estabilizar as corporações policiais de Macau. Há pouco, falou-se na possibilidade de alterar a carreira das corporações para ser mais atraente. É evidente que temos de reforçar o aspecto da gestão e, alguns Deputados acham que se deve ter em conta o factor humano. O que é certo é que a relação entre as diferentes camadas policiais não é assim tão má como pensam ou como vêem nas novelas. Quando o superior hierárquico decretar alguma ordem ao seu subordinado é feita nos termos legais e acompanhada de uma explicação, porque se não for legal, o subordinado pode não cumprir essa ordem. No que respeita à questão do exemplar do cartão de identificação dos trabalhadores não residentes, é um assunto que estudaremos no próximo ano. Digamos que o CB tem pessoal suficiente e equipamentos sofisticados para salvaguardar a segurança dos cidadãos em caso de incêndio. Estamos conscientes que hoje em dia os edifícios são cada vez mais altos, por isso, também iremos adquirir mais veículos com escadas e ambulâncias para poderem participar nas acções de socorro. Em relação aos estabelecimentos de diversão de grande dimensão, digamos que realizaremos mais simulações para que os agentes e os cidadãos possam adquirir mais conhecimentos. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Um dos Deputados salientou a questão de falta em conjunto, talvez daqui a pouco possa convidar o Sr. Comandante da PSP para explicar melhor esta matéria. Quanto às instalações policiais, tanto os softwares, como os hardwares, … Por exemplo na ilha da Taipa junto ao Terminal Pac On, iremos construir um edifício policial, um edifício alfandegário e o edifício de migração; na cidade da Taipa e Coloane iremos construir um edifício do CB, um centro de emergência e um posto de operações; e na península de Macau iremos construir uma sucursal da PJ, a Esquadra nº2 sofrerá obras de beneficiação, o EPM terá novas instalações em Coloane, mais exactamente em Ka O. Tudo isto que acabei de referir fazem parte do hardware. Em relação ao aspecto do pessoal, também implementaremos algumas medidas no sentido de atrair mais jovens a aderirem a este sector de actividade e não há dúvida que o aspecto da gestão será reforçado. Assim como o intercâmbio de informações com o estrangeiro também será reforçado e enviaremos pessoal para participar em acções de formação profissional realizadas na China e no estrangeiro. Agora, talvez possa convidar o Sr. Director da PJ para explicar a questão dos estupefacientes. Obrigado! Director da Polícia Judiciária, Wong Sio Chak: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: Em relação aos crimes relacionados com drogas, digamos que, depois da reunificação, temos vindo a reforçar o combate. Posso facultar aqui alguns dados gerais sobre os crimes relacionados com drogas no ano passado. Desde Janeiro até Outubro de 2006, tratámos o total de quarenta e quatro casos de drogas, e trinta e sete casos de consumo de drogas, em comparação com o período homólogo do ano transacto, os casos reduziram. No ano de 2005, registaram cinquenta e um casos e, no ano de 2006, foram quarenta e quatro casos de tráfico de droga, desde Janeiro até Outubro. Quanto ao consumo, no ano de 2005, registámos cinquenta e seis casos e, no ano de 2006, registámos trinta e sete casos. Através destes dados informativos, podemos ter a certeza que estes crimes estão a reduzir. Porém, é claro que não deixaremos de reforçar as medidas de combate só pelo facto de se registar uma melhoria, porque desde que haja um caso, a polícia tem a responsabilidade de o combater, de modo que nos preocupamos muito com casos relacionados com a droga. No presente momento, as formas criminosas para traficar drogas são inovadoras. Cito um exemplo simples. Os residentes de Taiwan e do Japão traficam drogas para o seu país, através da via de Macau. Esta é a nova tendência. Em relação à segunda forma, os residentes da China deslocam-se a Macau para consumir e traficar drogas, aproveitando-se da política de visto individual do turismo. De acordo com as acções de prevenção e de combate que adoptámos, conseguimos descobrir que muitos dos casos estão relacionados com os exemplos que acabei de citar. Há pouco tempo atrás, também conseguimos descobrir vários casos onde os residentes da China se deslocam a Macau para traficar e consumar drogas, por isso mesmo que, houve uma altura, incidíamos especialmente as nossas operações sobre pessoas que entram activamente e com muita 28 frequência em Macau. Quanto à questão de consumo e de tráfico de drogas por parte dos operadores do sector dos jogos que a Sra. Deputada Iong Veng Ian levantou, posso dizer que já estamos a depositar mais tempo e consideração a esta questão. Porque, recentemente, descobrimos um caso de tráfico de drogas onde um funcionário que trabalha no bar de um restaurante de um dos casinos estava envolvido e, após realizadas as respectivas investigações, chegámos à conclusão que as drogas eram destinadas às pessoas que frequentam os casinos. Pelo que o cenário criminal merece a nossa atenção. No ano passado, tal como nos anos anteriores, reforçámos constantemente as acções de combate à droga, sobretudo o reforço ao patrulhamento nos estabelecimentos nocturnos e nas zonas comunitárias. Acho que devem ter reparado que patrulhamos mais as zonas onde se juntam mais pessoas e se for necessário levamos algumas pessoas à Polícia para serem averiguadas, inclusivamente a zona do jardim triangular, a zona San Kio e a zona da Areia Preta. Registamos com agrado se os cidadãos conseguirem facultar-nos mais informações sobre estes casos, pois só assim é que poderemos eliminar este fenómeno. No que se refere ao segundo aspecto, também reforçámos as investigações e as acções de prevenção sobre os casos existentes. Quanto ao terceiro aspecto, temos a recolha de informações que também prestamos grande atenção. Como tal, criámos uma linha exclusiva disponível aos cidadãos e aos serviços públicos para atender as participações e para o fornecimento de informações, normalmente, fazemos os possíveis para responder imediatamente às informações recolhidas. Em relação ao quarto aspecto, temos a divulgação porque os trabalhos de divulgação também são extremamente importantes. Todos devem saber que a divulgação dos malefícios provocados pelo consumo de drogas e da prevenção de crimes relativos com as drogas são premissas importantes para informar os cidadãos. Entretanto, a nossa unidade responsável pelos assuntos juvenis também reforçou a cooperação com as escolas, com as associações e com os serviços públicos locais. Quanto ao quinto aspecto, digamos que ainda temos de reforçar a cooperação das autoridades policiais da RPC. Todos devem conhecer a tal cooperação, ou melhor, celebrámos um acordo com as autoridades policiais de Guangdong no sentido de transferir mutuamente toxicodependentes. Embora o mecanismo de transferência não tenha sido activo muitas vezes, apenas duas vezes, mas o efeito é visível. De acordo com o regime definido, o cidadão de Macau que se dirige à China para consumir drogas, quando for apanhado, as autoridades chinesas apreendem a pessoa em causa nos termos legais e após os respectivos tratamentos legais, será recambiada para Macau. Além disso, ainda existe outro regime que proíbe as pessoas envolvidas a deslocarem-se à China durante dois anos, acho que o efeito dissuasor é muito importante. Estas são as medidas que adoptamos. No entanto, também gostaria de partilhar convosco 3 aspectos. Em relação à questão da obrigatoriedade de fazer análises à urina a que a Sra. Deputada Iong Veng Ian colocou, numa óptica de executante da lei, achamos que é mesmo necessário e também já entregámos a nossa proposta aos serviços competentes. Porém, os serviços competentes do Governo já realizaram análises sobre o regime jurídico e sobre o espírito da legislação de Macau, entenderam que esta matéria deve ser tratada de uma forma prudente, o que concordamos plenamente, porque implica directamente a questão da protecção dos direitos humanos. Naturalmente que respeitamos a ideia deles. Quanto à segunda questão, prende-se com a obrigatoriedade da desintoxicação que também foi levantada pela N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Sra. Deputada Iong Veng Ian. Cito a China a título de exemplo típico. Na China, não se aplica a sanção, mas sim, aplica-se uma medida de segurança. A criação da medida de segurança não consiste em repreender uma pessoa, mas sim, protegê-la, porque se olharmos para a questão numa óptica de se preocupar com a pessoa em causa, ela pode reaver o seu corpo humano e a saúde. Porém, e na óptica de proteger a saúde da pessoa, acho que é indispensável. É evidente que esta questão também tem a ver com a salvaguarda dos direitos humanos, por isso, continuo a achar que devemos analisar esta matéria de um modo prudente. Na qualidade de serviço executante, concordamos plenamente com a medida. Quanto ao terceiro aspecto, aproveito esta oportunidade para vos contar uma novidade, alguns Deputados talvez já tenham tido conhecimento. A cidade de Wan Nam descobriu um aparelho muito inovador que consegue detectar se a pessoa consumiu, ou não, drogas. Este aparelho não precisa de extrair substâncias ou líquidos do corpo humano, porque basta analisar a menina do olho da pessoa em causa e ao fim de 30 segundos, sabe-se imediatamente se a pessoa consumiu, ou não, drogas. Ao tomar conhecimento transmiti, de imediato, esta novidade à Sra. Secretária para a Administração e Justiça, com a intenção de tentar introduzir este sistema em Macau, porque contribui para as acções de prevenção e de combate ao crime. Por um lado, podemos evitar a aplicação de um regime que viola os direitos humanos e, por outro lado, não precisamos de extrair substâncias ou líquidos do corpo humano para serem analisados. Volto a dizer que este sistema contribui com muitas vantagens ao combate e à prevenção da criminalidade. Tenho dito. Obrigado. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Agora, convido o Sr. Comandante Lei Sio Peng a intervir. Comandante da Polícia de Segurança Pública, Lei Sio Peng: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: No tocante à questão das faltas significativas de agentes policiais por motivo de doença a que o Sr. Deputado Fong invocou, deixo aqui um pequeno esclarecimento. Não utilizei a expressão “falta colectiva” e preferi aplicar “faltas significativas de agentes policiais”, porque confio nos meus subordinados e acho que não foi um acto intencional. Este foi o motivo pelo qual não apliquei a expressão “falta colectiva”. Acho que não só confio, como também existem provas suficientes e evidentes para provar a inocência deles. Pessoalmente, acho que a situação não é assim tão grave como noticiaram; “os agentes em causa não se preocuparam com a responsabilidade de salvaguardar a segurança e foram todos à consulta médica para a obtenção do atestado médico”. Digamos que foram sete agentes policiais que se sentiram mal fisicamente e foram separados ao Hospital Conde de S. Januário e ao Hospital Keang Wu para serem observados pelo médico. Após a observação profissional dos médicos, as más disposições foram confirmadas e os médicos em serviço passaram-lhes o respectivo atestado para permanecerem no domicílio. Isto aconteceu em Julho, na altura, o tempo estava horrível, devido ao calor. Hoje, não só um Deputado fez referência à 29 tarefa árdua que os agentes policiais desempenham, como também sofrem grandes pressões, por isso, é normal que venham a adoecer, porque são seres humanos como nós, já para não dizer que eles não são de ferro, nem são robôs. Além disso, a emissão do atestado deve-se a uma observação feita por um profissional. Em relação aos rumores de “falta colectiva”, não passa mesmo de rumores, que não é um facto verídico. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Cheong: será que já acabaram de intervir? Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Sim, já acabámos de intervir. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Neste caso, continuamos com a nossa reunião. Tem a palavra o Sr. Deputado Tsui Wai Kuan. A seguir, chega a vez da Sra. Deputada Leong Iok Wa. Tsui Wai Kuan: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Hoje, muitos colegas se pronunciaram em torno dos recursos humanos e dos Serviços de Migração, por isso, não vou entrar novamente neste assunto, porque o Sr. Secretário também teve que repetir a explicação acerca desta matéria. Tenho uma questão simples a colocar e gostaria de trocar impressões com o Sr. Secretário. Na apresentação do Sr. Secretário, mencionou que irão analisar e introduzir o sistema de vídeo vigilância, reforçando assim a segurança rodoviária, acho que esta medida merece o nosso apoio. Nestes termos, será que o mesmo sistema também terá a função de combate à criminalidade que ocorre na rua? A verdade é que, nos países mais avançados, já utilizam este sistema. Tal situação também se verifica em Londres, se não fosse o sistema de vídeo vigilância, as autoridades londrinas não conseguiam deter tão depressa o infractor que colocou a bomba no metropolitano. Quanto à situação de Macau, a criminalidade na rua é cada vez mais grave e dado que existem anualmente mais de 20 milhões de turistas em Macau, será que também podemos adoptar este sistema no sentido de acompanhar melhor a ocorrência de criminalidade? Acho que este sistema constitui um efeito dissuasor para os criminosos, assim como contribui com vantagens para o futuro processo de investigação. Gostaria de ouvir a opinião do Sr. Secretário acerca desta matéria. Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Leong Iok Wa. O Sr. Deputado Lao Pun Lap também se pode preparar para intervir. Leong Iok Wa: Obrigada, Sra. Presidente. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: De acordo com o relatório das LAG para o próximo ano na área da Segurança, as corporações policiais irão cumprir seriamente as medidas de prevenção e de combate à criminalidade, salvaguardar a vida e os bens dos cidadãos, manter ordem e estabilidade na sociedade. No fundo, não podemos subestimar esta frase porque depende muito do esforço e da dedicação dos agentes de muitas forças policiais, pois só assim é que conseguirão alcançar o objectivo desejado. Desde a reunificação, creio que as corporações policiais têm vindo a desenvolver neste sentido e também definiram anualmente muitas medidas em torno dos objectivos desejados. O que é certo é que a definição das medidas depende do desenvolvimento real da sociedade de Macau. Há pouco, reparei que muitos colegas manifestaram as suas opiniões acerca desta matéria, uma delas consiste na questão do pessoal e na sua qualidade, porque se não houvesse pessoal suficiente não conseguiriam concluir essa missão. Também é por este motivo que o relatório das LAG do Sr. Secretário se fez muitas referências à importância do pessoal. Pessoalmente, também gostaria de manifestar algumas opiniões sobre a questão dos recursos humanos. Tal como a resposta que o Sr. Secretário deu aos meus colegas, hoje em dia, as pessoas têm muitas opções para aderirem a determinado ramo de actividade, por isso, não é fácil contratar pessoal para as corporações policiais e, muitas vezes, o pessoal que fica não permanece de um modo muito estável. Ainda se referiu que Macau é uma sociedade capitalista e não dispõe de meios viáveis, o que também está em causa a questão da remuneração. Concordo perfeitamente com este ponto de vista. O Sr. Secretário disse que irão aperfeiçoar as carreiras básicas, a fim de conseguir atrair mais jovens a aderirem a este ramo de actividade. No meu ponto de vista, a questão da remuneração também é muito importante, mas será que é pelo facto da remuneração que as pessoas procuram emprego? Lembro-me perfeitamente que a Sra. Secretária Chan mencionou que ser funcionário público (agente policial) não é apenas possuir um emprego, mas sim, deve ter-se em conta o espírito de missão e de sacrifício, porque é ele que salvaguarda a vida e a segurança dos cidadãos, por isso, quem optar em aderir a este sector deve ficar muito orgulhoso. Todavia, após o estabelecimento do Governo da RAEM, os membros das Forças de Segurança e da PSP em geral, nomeadamente a qualidade da prestação de serviços por parte do pessoal da linha de frente, pessoalmente, acho que tem vindo a progredir muito. Pena é que os comentários negativos também têm vindo a aparecer, pelo que quando se fala da imagem das Forças de Segurança e da PSP, a sociedade em geral tem uma crítica negativa. Acho que estes comentários também afectam a adesão dos jovens neste sector. A meu ver, o Sr. Secretário deve criar uma nova imagem das corporações junto da sociedade, divulgando mais os trabalhos que eles fazem e o ambiente de trabalho para que os cidadãos possam conhecer melhor o ponto da situação das corporações policiais de Macau. Aqui, não podemos referir apenas que a moral dos agentes policiais está muito em baixo e que necessitamos de encontrar formas viáveis de a prestigiar. No fundo, devemos oferecer uma imagem frontal das corporações policiais aos cidadãos. Sabemos que os nossos agentes policiais se responsabilizam pela protecção dos cidadãos, neste caso exercem uma missão extremamente importante, como é possível os jovens não quererem 30 trabalhar neste ramo de actividade? Desde que consigamos criar uma nova imagem favorável e dar a conhecer aos jovens que esta profissão tem uma missão importantíssima. Segundo o que li, não incluíram nas LAG medidas para prestigiar a imagem das corporações e só detectei medidas de fiscalização e de supervisão, mas temos de estar cientes que as medidas para elevar a imagem das corporações policiais são, simultaneamente, importantes. Por outro lado, se os funcionários entenderem que estão sob uma gestão com humanidade, com um ambiente favorável de trabalho ou com boas perspectivas profissionais, é provável que esta profissão venha a ser mais respeitada, e aí pode atrair mais pessoas a aderirem a este sector. Já é muito bom ouvir o Secretário proferir que irão rever as carreiras, tal como aumentar a percentagem de progressões para que o pessoal possa ter mais oportunidades. Alguns agentes da linha de frente disseram-me que eles sofrem muito, porque têm de trabalhar dezenas de anos para serem promovidos, uma vez que os concursos são poucos, e daí as oportunidades de promoção também serem poucas. Todos nós conhecemos a pirâmide hierárquica de gestão, alguns agentes da linha de frente até conseguem demonstrar algum sucesso, só que por algum motivo não podem ser promovidos. Porém, se olharmos para a parte horizontal das carreiras, ao fim de quatro escalões, eles ficam estagnados. Suponhamos que, um excelente agente policial consegue chegar ao topo do escalão ao fim de seis anos, mas a partir daí se não houver concurso não poderá progredir, pelo contrário, ficará estagnado no mesmo nível. Será que há possibilidades de melhor a situação da progressão na carreira? Só espero que, aquando da revisão das carreiras num futuro próximo, possam ponderar melhor a probabilidade de se criarem mais escalões na horizontal. Caso seja possível, já é uma boa forma para incentivar os agentes policiais que se esforçaram, ou então, têm de criar outras formas de incentivos. No entanto, reparei que o regime das carreiras da PJ dispõe de seis ou sete escalões para o pessoal da camada básica, mas também sei que as exigências são maiores e há mais riscos. Tal situação também se verifica nos Serviços de Alfândega, para aceder à carreira alfandegária é necessário concluir o ensino secundário complementar, de maneira que existem muitas exigências. Mas esta carreira também dispõe de poucos escalões, por isso, mais cedo ou mais tarde, os agentes alfandegários acabam por manifestar o seu descontentamento. Será que é possível introduzirem-se mais atracções no tocante ao aspecto das carreiras? Para além do aspecto das carreiras, será que existem outras formas de progressão para incentivar os agentes? Há uma outra questão que também acho que é muito importante e que tem a ver com a preocupação que os superiores têm com os subordinados. O Sr. Chefe do Executivo mencionou no seu relatório das LAG que devem tomar a iniciativa e ouvir mais as opiniões dos subordinados, no sentido de conhecer as dificuldades do pessoal da linha de frente e tentar acolher sugestões preciosas para melhorar os trabalhos, seguidamente também podemos melhorar ainda mais os procedimentos administrativos. Sei que o Sr. Secretário se preocupa com esta questão, pelo menos, já estabeleceu um mecanismo para o diálogo entre os superiores e os subordinados, mas mesmo assim acho que ainda não é o suficiente e porquê? É claro que o superior tem de se preocupar activamente com os seus subordinados, porque não faz sentido os subordinados procurarem o superior hierárquico para conversarem. O que é muito difícil estabelecer um diálogo. Será que podem equacionar a possibilidade de se criar um outro mecanismo para que os N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série subordinados possam reclamar o seu descontentamento em relação ao trabalho em si ou ao seu próprio superior hierárquico? Talvez possam utilizar a forma de inquérito anual para saber o grau de contentamento e se existem, ou não, alguns problemas que os incomodam? Só assim é que conseguirão conhecer os problemas e tentar encontrar formas viáveis para os apoiar e para se articular com as acções da linha de frente. A verdade é que o diálogo é importante, espero que possam considerar a minha opinião. Uma outra questão relevante que gostaria de levantar, prende-se com as queixas apresentadas pelos cidadãos. Actualmente, os cidadãos conhecem melhor os seus direitos e regalias, perante algumas ovelhas negras, não podemos tolerar e devemos tomar medidas drásticas para as castigar. Algumas queixas existem só porque se verificou um desentendimento por parte dos cidadãos ou conflitos gerados pela má interpretação da legislação no processo de execução. Muitos agentes da linha de frente contaram-me que quando houver lugar a queixas, faz-se imediatamente o respectivo processo, só que durante esse período até dormem mal porque não sabem qual será a conclusão do processo de investigação. Fiquei muito contente depois de ouvir a explicação da Sra. Secretária para a Administração e Justiça, porque quando o cidadão estiver envolvido num processo de branqueamento de capitais devemos pensar o que o cidadão está a sentir. Por isso, enquanto não esclarecer as dúvidas, nunca se deve instaurar o processo. O que também acontece com a parte interna, pelo que devemos pensar melhor o que é que o agente pode sentir. Ao receber uma queixa por parte do cidadão, o primeiro passo a dar é analisar o assunto e tentar saber se se tratou de um desentendimento ou se existiu, eventualmente, algum problema com o próprio regime. Suponhamos que o agente da Brigada de Trânsito levanta um auto de contra-ordenação a um cidadão por motivo de estacionamento indevido do veículo. Naturalmente que o cidadão fica insatisfeito com a situação e até pode vir a apresentar uma queixa ao agente que o autuou. Agora, chega a vez de activar o mecanismo, no sentido de fazer justiça. Em alguns casos, os cidadãos têm razão, mas também existem outros em que assiste razão aos agentes policiais. Se for culpa do agente policial, devemos melhorar a situação e repreender a ovelha negra, mas com mãos mesmo pesadas. Acho que está na hora, daqui a pouco, volto a intervir. Obrigada. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Lao Pun Lap. O Sr. Deputado Leong Heng Teng pode preparar-se para intervir a seguir. Lao Pun Lap: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário Cheong, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Há pouco, muitos colegas manifestaram as suas opiniões, também partilho muitas delas. Depois da reunificação, é verdade que os agentes policiais desenvolveram incansavelmente grande quantidade de trabalhos para a prevenção e o combate à criminalidade, por outro lado, também enfrentam grandes pressões de trabalho e ainda existem muitos problemas por resolver. As LAG desta vez invocaram especialmente três tarefas prioritárias e outros trabalhos. 31 Digamos que, basicamente, concordo com esta prioridades. O que acontece é que na apresentação do Sr. Secretário, inclusivamente as LAG desta área, salientou repetidamente que têm de coordenar os conceitos das LAG em geral com o novo cenário, cumprir seriamente as funções, aprofundar a reforma e reorganizar as corporações policiais, basear-se na óptica do conceito de “servir o povo”, partir da visão de inovação, aumentar o sentido de risco e de responsabilidade, salvaguardar a segurança, cumprir a legislação vigente, proteger os cidadãos e prestar serviços aos cidadãos. Conseguiu apresentar as ideias e os conceitos, mas em determinados conceitos e compromissos acho que ainda há espaço de melhoramento. Queria apontar três aspectos para partilhar com o Plenário. Os três aspectos que gostaria de abordar têm algumas relações com a mobilização de recursos humanos. A primeira questão tem a ver com o facto de como garantir que os Serviços de Migração consigam fornecer serviços de qualidade excelente. O Sr. Secretário também fez referência a esta questão nas suas LAG, ou seja, “iremos executar e implementar as diferentes medidas, com o intuito de acelerar o ritmo na passagem alfandegária, atenuando assim as pressões das fronteiras. Que eu saiba, só no ano passado registámos mais de 73 milhões de utilizadores na fronteira das Portas do Cerco e este valor aumenta anualmente. Posso dizer que a fronteira de grande envergadura da China e na época alta a quantidade de utilizadores é superior à fronteira de Lo Wu. Sabemos que a alfândega de Gongbei melhorou o ritmo de inspecção, só que houve uma altura em que a alfândega de Macau não conseguiu responder com o mesmo ritmo e, razão pela qual a passagem tinha de ser feita por grupos, daí que se originou uma grande confusão. Se bem que já decidiram acrescentar mais balcões para aliviar as pressões do edifício das Portas do Cerco, mas durante os fins de semana ou feriados devemos reforçar o mecanismo de contacto entre os Serviços de Migração e a alfândega de Zhuhai, a fim de aliviar o congestionamento de pessoas nos postos fronteiriços. Não há dúvida que o factor do pessoal também é um factor muito importante. Sei perfeitamente que os agentes dos Serviços de Migração sofrem muito. Pelo que se não resolverem o problema da falta de pessoal e uma vez que o sistema electrónico também não pode ser implementado do dia para a noite, como podem atenuar o tempo de espera com tanta abundância de visto individual do turismo que os diferentes postos policiais emitem? Ao fim e ao cabo, a primeira questão a resolver deve ser a questão do pessoal. No entanto, se não conseguirem resolver a questão do pessoal, significa que não conseguem eliminar algumas pressões dos postos fronteiriços. Se assim for, devem procurar meios mais eficazes, tal como o desvio de alguns utilizadores fronteiriços para os Postos de Wang Kam ou de Wan Chai. Por outro lado, temos o problema do design do edifício do posto fronteiriço, que deve ser mais racional e conseguir suportar uma quantidade maior de utilizadores que prevemos. Para além disso, também concordo com as opiniões dos colegas que se pronunciaram durante a manhã. É verdade que as funções exercidas pelos Serviços de Migração não têm de ser assumidas propriamente pelos militarizados, o que significa que essas funções podem ser exercidas pelos administrativos. No fundo, acho que a tal reforma deve acolher mais ideias. Este é o primeiro aspecto que gostaria de partilhar convosco. Quanto ao segundo aspecto, diz respeito à questão do trânsito da Brigada de Trânsito. Preocupo-me muito com esta questão, apesar de se dizer que irão manter a ordem rodoviária e prevenir acidentes de N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série viação, reunindo o pessoal e fazem tudo dentro do seu alcance, inclusivamente na execução a lei, no ensino, na divulgação, entre outros. Mas, há pouco tempo atrás, participei numa visita à Brigada de Trânsito realizada pela 2ª Comissão Especializada da Assembleia Legislativa. Verifiquei que existe pouco pessoal neste serviço e todo o pessoal está sobrecarregado com o aumento quantitativo de trabalhos que tem tendência em aumentar ainda mais. Suponhamos que se irá realizar um grande evento relevante, neste caso, uma parte desse pessoal será mobilizado para assegurar o evento e, às vezes, até tem de assegurar os festivais. Se este serviço possui simplesmente tão pouco pessoal, como é possível assegurar outras funções? Ora, voltamos novamente à questão da falta de pessoal. Ao fim e ao cabo, se não resolvermos a questão do pessoal, a pressão aumentará e vai chegar ao ponto em que não se suportará mais. É realmente uma profissão muito dura. Não é minha intenção manifestar que discordo com a opinião do Sr. Secretário acerca da necessidade de simplificação, da uniformização ou da coordenação, porque às vezes há assuntos que podem ser tratados de outra forma ou até através de uma distribuição para não sobrecarregar determinada parte, mas de qualquer forma implica a questão do pessoal. Em suma, há que ter mais consideração com a questão do pessoal. O último aspecto que gostaria de abordar tem a ver com as operações de organização uniformizada, de manter a ordem de segurança na sociedade, de prevenir e combater a criminalidade, tudo isto constitui uma rede rigorosa de prevenção e controlo. Nestes termos, acho que as Forças de Segurança podem elaborar alguns inquéritos, no sentido de auscultar constantemente as opiniões dos cidadãos sobre as acções policiais, de conhecer os pedidos e os descontentamentos dos cidadãos. Porque só assim é que poderão saber se conseguirão, ou não, alcançar os objectivos desejados. Acho que podem equacionar esta possibilidade, a fim de melhorar a questão em causa. Tenho dito. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng. Quanto à Sra. Deputada Kwan Tsui Hang, pode preparar-se para intervir a seguir. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Antes de entrar no tema das LAG, em nome e a pedido de alguns moradores e cidadãos, gostaria de agradecer o esforço e o empenho por parte dos membros das corporações policiais em prol da sociedade. Recentemente, as corporações policiais cooperaram nas acções de combate às pensões ilegais, à prostituição e aos estabelecimentos onde se consomem drogas, melhorando assim o ambiente naquela zona que tem vindo a incomodar muito os moradores. Por outro lado, queria trocar impressões com o Sr. Secretário sobre os recursos humanos mencionados nas LAG. Muitos colegas referiram e bem que, neste momento, registam-se muitos turistas em Macau e quanto à segurança nos arredores ou proximidades dos 32 casinos, acho que merece um reforço. Tanto o combate aos trabalhadores ilegais, como a organização de grandes eventos, também necessitam de uma cooperação e organização do pessoal. Se existem diariamente novas zonas em desenvolvimento, é normal que a previsão possa estar longe das expectativas de desenvolvimento, porque o presente desenvolvimento é tão rápido que ninguém consegue ter uma previsão exacta. Ora, se temos o problema da falta de pessoal, como é que se consegue assegurar a segurança das zonas novas sem pôr em causa a segurança das zonas antigas? Acho que têm de meditar muito bem nesta matéria, inclusivamente no que se refere à mobilização do pessoal, e se entenderem que há necessidade de contratar mais pessoal, é evidente que devem proceder à contratação e quanto à parte electrónica ... Ou melhor, alguns equipamentos de vigilância ou formas modernizadas de gestão têm de corresponder à presente situação de desenvolvimento. Creio que, em termos de gestão ... Porque também fizeram referência a esta questão nas LAG e em relação às diversas opiniões dos colegas, posso dizer que concordo com muitas delas, por isso não tenho nada a acrescentar. No ano de 2007, quer a reforma administrativa, quer a reforma legislativa, também são trabalhos fundamentais, o que não quer dizer que implica simplesmente a área da Administração e Justiça, porque segundo o discurso do Chefe do Executivo, esta reforma engloba o Governo da RAEM. A meu ver, deve incluir simultaneamente as reformas e as adaptações administrativas e legislativas da área da Segurança, o que também é uma tarefa extremamente importante. Porém, para além da admissão de mais pessoal, no ano transacto, referenciei a questão da polícia comunitária, será que há possibilidades de activar ou mobilizar os recursos comunitários para colmatar as falhas? Tal como a questão dos auxiliares policiais que referiram, o Secretário entende que não é uma medida muito apropriada para Macau, assim sendo, está fora de questão ponderarmos esta possibilidade. Acho que tem a sua lógica, porque se tiverem que averiguar e investigar algum crime ou prevenir a criminalidade, certamente que esta função só compete aos agentes policiais. Mas em relação a outros tipos de segurança, podemos constatar que a força civil também tem vindo a apoiar, tal como a marcha organizada pelas Cáritas, é assegurada pelos escuteiros e eles exercem um efeito significativo. Assim como os outros tipos de actividades sociais, a força comunitária também apoia e até domina uma parte da segurança. Quando se fala na segurança não implica meramente a detenção do ladrão, porque ainda existe a questão da ordem e da segurança social. Assim como quando os bombeiros fazem uma simulação, também conta com a intervenção da força comunitária. Entretanto, falou-se há muitos anos a polícia comunitária, que também exercem efeito e as associações dos moradores há muito tempo atrás já tomavam iniciativa de contactar as corporações policiais, o desenvolvimento desse contacto tem sido positivo. Tal situação também se verifica nos estabelecimentos comerciais, nas empresas de administração e nos estabelecimentos de ensino. Na minha opinião, devem lançar estudos profundos, no sentido de tentar mobilizar alguns recursos das zonas comunitárias. Nestes termos, proponho a criação da comissão consultiva ou organização consultiva da polícia comunitária, porque mesmo nas regiões vizinhas também existem comissões para a eliminação de crimes com a mesma natureza. Entretanto, ainda podem realizar estudos sobre a viabilidade de mobilizar algumas forças de toda a sociedade, no intuito de colmatar a falha existente e concentrar todas as forças existentes. Esta é uma das questões. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Em relação à outra questão que gostaria de abordar tem a ver com a consideração que o Governo deve ter em relação às diversas associações ou constituições civis existem na sociedade, tais como a união para a prevenção das zonas ou dos edifícios que têm como função exercer uma auto-defesa, para mim, é uma criatividade muito bem sucedida. Todavia, talvez não sejam profissionais, mas se houve uma intervenção da força profissionais, é muito natural que consigam apoiar. Nem sempre temos de copiar o que existe em HK. Os nossos recursos comunitários também podem fornecer apoios aos treinos dos jovens e às actividades juvenis, agora, só falta é a nossa exploração e introduzir um desenvolvimento. Certamente que os recursos comunitários quererão prestar todo o apoio, porque eles também querem melhorar a segurança da zona comunitária. O que também acontece com a questão do trânsito. Todos nós sabemos que as pressões do trânsito são enormes, tentei certificar-se e cheguei à conclusão que é realmente uma confusão, mas sei que é difícil os civis formarem orientadores de trânsito quando não conseguem o devido apoio. Só espero que tenha despertado a atenção do Governo e acredito que pode encontrar outros tipos de recursos humanos que conseguem exercer melhor um efeito. Antes da realização deste Plenário, tentei reler o debate das LAG dos anos anteriores e verifiquei que falei este assunto no ano transacto e acho que volto a repetir no corrente ano. Porém, tenho a certeza que consegui enriquecer alguns conhecimentos porque também procurei saber o ponto da situação da questão em causa. Espero que o Governo possa promover mais o mecanismo de polícia comunitária, porque existe realmente um progresso. No entanto, temos de encontrar mais recursos comunitários para assumirmos em conjunto uma responsabilidade perante a sociedade, e quanto ao Governo deve esforçar-se ainda mais. Na primeira fase, acho que só me resta um minuto para intervir, por isso, não me vou prolongar mais. Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Kwan Tsui Hang. A seguir, é a vez do Sr. Deputado Ieong Tou Hong a intervir. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Gostaria de manifestar alguns pontos de vista pessoais sobre a questão dos recursos humanos. Hoje, muitos colegas manifestaram a sua preocupação acerca da falta de pessoal nas corporações policiais. Segundo a explicação que o Sr. Secretário deixou, as corporações policiais possuem 7.190 agentes policiais. Perante o presente ambiente de desenvolvimento social, será que a quantidade de pessoal é suficiente? Tal como disse o Sr. Secretário que ainda existem 10% de vagas por preencher, o que significa que alguns departamentos estão com falta de pessoal e outros ainda se conseguem aguentar a quantidade de trabalho que aumentou. Mas parece-me que os cidadãos acham que essa quantidade não é suficiente, porque por um lado aumentaram os turistas, os casinos, os trabalhadores ilegais e, por outro lado, a capacidade de resposta por parte do pessoal da linha de frente não é suficiente. Afinal, temos ou não pessoal suficiente? Creio que existem aqui dois problemas. Será 33 que o quadro de pessoal das corporações policiais tem condições para contratar pessoal suficiente? E será que as pessoas estão dispostas em candidatar-se a este sector? Se não se candidatarem, é porque as corporações policiais não têm atracção. Acho que, antes de mais, têm de esclarecer estas duas questões. Há pessoas que acham que devemos avaliar todos os departamentos em causa, através de dados científicos, se têm ou não, falta de pessoal e se há, ou não, necessidade de aumentar o quadro de pessoal de acordo com as mudanças do ambiente económico. Tal como disse o Sr. Secretário, com a separação dos Serviços de Migração talvez o pessoal das corporações policiais consiga enfrentar o volume de trabalho. No fundo, será que só com esta medida já se consegue resolver o problema? Espero que o Governo possa apresentar uma avaliação sobre a necessidade de recursos humanos, nomeadamente a quantidade que cada departamento necessita. Só assim é que se conseguirá aliviar as preocupações da sociedade. Porque se as corporações se sentirem mesmo um défice de pessoal activo, pode influenciar o global ambiente de segurança de Macau. Não reparei se mencionaram esta avaliação nas LAG, mas de qualquer modo espero que mais tarde nos consiga fornecer dados concretos acerca desta matéria. No entanto, se já fizeram uma análise científica, então, gostaria de saber se conseguem enfrentar, ou não, o volume de trabalho. No que se refere à segunda questão, digamos que tem a ver com a gestão interna. Há pouco, o Sr. Comandante Lei já se pronunciou acerca desta questão, depois das intervenções de alguns colegas. Esta questão tem a ver com a “falta colectiva” que se registou nas corporações policiais. De acordo com a explicação que deixou, acho que, se for mesmo verídico, podemos ficar mais tranquilos. Uma vez que muitos colegas mencionaram que os agentes policiais têm a moral muito em baixo, muitas pessoas tentaram encontrar uma ligação entre as questões das faltas e da baixa moral, porque, na qualidade de cidadã, acho que se trata de um assunto inadmissível. Na minha opinião, é provável que as corporações policiais não tenham tido um mecanismo perfeito ou um meio viável para apresentar reclamações, razão pela qual levou à prática da falta colectiva, no sentido de demonstrar o seu descontentamento. De qualquer forma, acho que os agentes policiais devem ser mais responsáveis e enfrentar a sociedade. A meu ver, as corporações policiais devem tentar conhecer melhor o que aconteceu realmente, tal como através de uma investigação interna. O que acontece é que se existem rumores a circularem, não faz mais que a vossa obrigação, acompanhar a questão da melhor maneira. As nossas corporações policiais têm de possuir responsabilidades disciplinares, assim como os dirigentes, mas será que é só culpa dos subordinados? Não será que existe aqui uma falta de diálogo entre os superiores e os subordinados? Acho que vocês têm a responsabilidade de estudar melhor esta questão, no sentido de aperfeiçoar a gestão interna. De facto, reparei nas LAG do ano transacto que o Governo tem a necessidade de reforçar o mecanismo de diálogo, mas ao fim de um ano, parece-me que o efeito não foi muito bem sucedido e porquê? Depois de ouvir a explicação do Sr. Secretário fiquei com uma impressão. Por um lado, o seu esclarecimento foi um pouco cómico, talvez seja mais descontraído em comparação com os Secretários de outras áreas, mas uma vez que se trata de um assunto relacionado com as corporações policiais, é normal que a sua resposta tenha sido mais directa e sem rodeios. No fundo, nós compreendemos que é muito difícil gerir bem as forças policiais, porque são muito diferentes dos outros serviços administrativos. Que eu saiba, existe N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série uma ordem no seio das corporações policiais que diz que é necessário executar-se a ordem do superior hierárquico, por isso, há que enfrentar o espírito da missão. É claro que este rigor é necessário existir, mas se assim for como podem gerir com humanidade? Acho que esta questão merece um estudo técnico da vossa parte, caso contrário, não conseguirão criar um regime completo, ou seja, os subordinados têm de dar a conhecer aos seus superiores o seu descontentamento. Em relação a esta questão, tenho o meu próprio pensamento. Não sei se existe alguma secção de pessoal para cada departamento dentro das corporações policiais, caso negativo, será que é possível existir uma secção de pessoal autónoma para tratar das reclamações e para aplicar a respectiva sanção se for caso disso? Sei que existia um mecanismo de lhe transmitir o descontentamento, mas também sei que após a recepção será canalizado ao responsável competente, o que significa que essa informação não lhe foi transmitida directamente. Será que podem criar outro mecanismo autónomo para tratar destes assuntos? Acho que têm de se preocupar mais com os subordinados porque, muitas vezes, eles enfrentam dificuldades e não existe mecanismos viáveis para transmitirem o desabafo ao superior hierárquico. A solução desta questão é um ponto fulcral para melhorar o ambiente de trabalho. Suponhamos que a gestão não é exercida da melhor forma, mais a baixa moral dos agentes policiais, certamente que suscitarão mais dificuldades. De facto, este é apenas um dos problemas, porque ainda merece rever-se o regime de premiar e penalizar e o regime das carreiras. Se existissem mais vias para o diálogo, acredito que só resta a questão da gestão interna. 34 Ao fim e ao cabo, o que entendem por humanidade? Será que significa ser uma pessoa atenciosa e bom ouvinte para auscultar as opiniões dos subordinados, e até pode deixar de executar se eles não concordarem? Suponhamos que peça ao agente policial para ir prender o ladrão, quando este se cruza com o ladrão diz que ele, no fundo, não é ladrão, o que se pode fazer? Esta explicação do Sr. Secretário faz-me muita confusão. Acho que este assunto não foi apenas comentado hoje, porque se não estou em erro, há dias, também chegámos a comentar como é que se pode demonstrar o sentido de humanidade? Será que humanidade pode existir no seio da disciplina e na ordem? Eu acho que não, porque senão não faz sentido existirem superiores e subordinados? Se assim for, cada um faz o que quer, nem quero imaginar o que seria deste mundo. A última coisa que queria ver é a desordem nas corporações policiais. Sabe por que motivo insisto nesta questão para que nos fizesse uma achega? Porque, amanhã, podem publicar na imprensa que o Secretário tinha dito que as pessoas podem escolher se querem, ou não, cumprir uma ordem superior. Acho que este comentário pode gerar uma grande confusão. Afinal, quem tem a competência de tomar uma decisão, é o superior ou é o subordinado? Talvez esta não seja a ideia do Sr. Secretário, mas para isso há que adiantar uma explicação mais pormenorizada. A minha intervenção vai no sentido de alertar o Secretário para este assunto, porque temos aqui muitos jornalistas, nunca se sabe o que podem escrever e se por acaso escreverem algo tão ambíguo, os cidadãos reagem imediatamente. Creio que esta não é a ideia do Sr. Secretário e espero que, daqui a pouco, possa esclarecer melhor. Tem a palavra o Sr. Deputado Ieong Tou Hong. A verdade é que ainda tinha outro problema relacionado com a questão externa, mas talvez possa colocar mais tarde. Obrigada. Presidente: Antes de convidar o Sr. Deputado Ieong Tou Hong para intervir, gostaria de referenciar a questão que a Sra. Deputada Kwan Tsui Hang acabou de invocar. Porque depois de ouvir a explicação do Sr. Secretário, fiquei com uma dúvida. Será que uma gestão com humanidade tem a ideia de gerir ao gosto? Acho que o exemplo que citou não é muito apropriado para a situação de Macau, porque referiu que quando o superior decretar alguma ordem ao subordinado há que acompanhar com uma explicação e se este entender que não é uma forma correcta, pode não executar. Fiquei muito confusa depois desta explicação. Como é possível o subordinado achar que não se trata de uma ordem correcta se esta ordem foi emitida por uma entidade, serviços da Administração Pública ou corporações policiais? Será que podem optar o que querem fazer? Será que acham que gerir com humanidade singifica gerir consoante o gosto das pessoas? Não concordo com esta explicação, porque não faz sentido, se o superior hierárquico emitir uma ordem de serviço ao subordinado e este acha que não é correcto no ponto de vista dele, por isso deixa de cumprir a ordem. Será que é possível? O que também acontece na Assembleia, temos cerca de 60 funcionários, a Mesa ou o Secretariado pode tomar uma decisão para os funcionários cumprirem, mas será que eles podem optar em cumprir, ou não? Acho que não partilho a interpretação que têm acerca da palavra humanidade. Agora, a nível mundial fala-se muito de humanidade, mas se olharmos novamente para o passado, havia muita escravatura no seio da sociedade, só que com a evolução dos tempos, agora parece-me que até temos de exercer a gestão com humanidade. Acho incrível. Ieong Tou Hong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Gostaria de manifestar a minha opinião em relação a várias questões. Em primeiro lugar, queria invocar a questão da formação do pessoal. Todos sabem que o pessoal e os equipamentos são condições fundamentais para a execução das funções policiais. De acordo com a apresentação do Sr. Secretário Cheong, neste momento, as corporações policiais dispõem de 7.190 funcionários. Se fizermos um pequeno cálculo, acho que este valor deve ser superior a um terço de funcionários públicos existentes em Macau. No entanto, se conseguirmos elevar a qualidade dos agentes policiais, através das acções de formação, não só contribui para elevar a qualidade das corporações policiais, como também contribui com efeito activo e significativo para a qualidade dos funcionários públicos em geral. Se analisarmos o ponto no. 2.3.1 das LAG, podemos verificar que as Forças de Segurança têm quatro escolas: a Escola Superior das Forças de Segurança de Macau, a Escola de Polícia, a Escola de Polícia Judiciária e a Escola de Bombeiros, e também se pode constatar que entre os cinco Secretários, o Sr. Secretário Cheong tutela a área que possui mais escolas. Segundo as informações que consegui obter, as instalações das várias escolas, ou melhor, os planos curriculares dos cursos de formação e a gestão do pessoal destas escolas não são muito proveitosos, isto é que ainda não N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série conseguiram formar uma dimensão. Algumas pessoas dizem que as corporações policiais têm falta de pessoal, só que os formandos estão muito dispersos. Acho que podiam criar muitos cursos básicos, tais como cursos públicos ou cursos que a maior parte das pessoas seleccionam, porque assim podiam partilhar os recursos. No entanto, se os agentes policiais têm contactos com a legislação, certamente que têm de aprender a interpretar a Lei Básica. Tal como disse o Sr. Secretário que o nível internacional de Macau está cada vez mais elevado, por isso, tenho a certeza que podiam criar um curso de línguas, tal como o inglês ou o mandarim, assim como cursos de desporto, de utilização ou funcionamento dos equipamentos. Deste modo, até podem seleccionar uma escola a ministrar determinado curso e juntar os alunos matriculados numa só turma. Tal situação também se verifica no aspecto dos docentes e da gestão do pessoal, porque se os cursos fossem muito semelhantes e ministrados por diferentes escolas, é claro que não iriam preencher as vagas todas, só que como têm de levar a cabo, mais vale juntar os alunos dos SA, do CB ou dos SM, reunindo todos os recursos para criarem cursos mais interessantes. Se assim for, não só contribui para partilharem os recursos, como também podem simplificar o pessoal de serviço e até acho que contribui para elevar a eficácia. Esta é a primeira opinião. Quanto à segunda opinião, prende-se com o aspecto dos equipamentos, mais exactamente as instalações policiais em si. Segundo as LAG, até ao ano de 2007, a área da Segurança dará início a várias obras de construção, inclusivamente um edifício de grande envergadura para a Polícia que contará com os Serviços de Migração, com o Grupo Operacional da Polícia, para a Polícia e a Brigada de Trânsito nas ilhas, para a PJ na península de Macau e nas ilhas. Nos últimos anos, apesar de não ter tido muitas oportunidades para visitas, mesmo assim já conheço as instalações da PSP e da PJ e de acordo com a observação que fiz são um pouco antigas, não me atrevo dizer que são desactualizadas, mas merecem uma actualização. No entanto, se fizermos uma comparação entre as referidas instalações e as instalações de outros serviços públicos da Administração Pública, posso dizer que são muito diferentes. Acontece que se olharmos para as despesas financeiras anuais, digamos que o montante atribuído às corporações policiais ocupa uma proporção muito significativa. Daí que gostaria de colocar uma dúvida. Para além da construção das novas instalações, será que conseguem elevar a eficiência das corporações policiais, através da actualização de equipamentos, de modo a salvaguardar o normal funcionamento? Esta questão também é importantíssima. Entretanto, seria o ideal se nos conseguirem facultar alguns dados informativos. Queria partilhar convosco o meu pensamento que é pouco maduro, que inclui o edifício central da Polícia ou o presente edifício das Forças de Segurança, junto do Cineteatro, lembro-me que o Sr. Chefe do Executivo mencionou na reunião que possuímos muitas construções com valor histórico, tal como o actual edifício das Forças de Segurança, uma vez que temos a oportunidade de se criar um novo edifício, será que podemos preservar o espaço que iremos desocupar para o transformar num ponto turístico? Porque sei que já existe neste edifício um museu de equipamentos militares, por isso, justifica-se a preservação do edifício. Tal como o edifício do antigo comando da PSP, enfrente ao Museu Sun Iat Sem, tem uma construção muito bonita que pode ser classificada uma mais valia para os pontos turísticos. Quanto à terceira questão, de facto, gostaria de repetir a questão 35 dos Serviços de Migração. Quando o Sr. Secretário Ao Man Long esteve aqui presente para responder às perguntas relacionadas com a área dos transportes e obras públicas, também fiz referência à questão de dois acessos numa só região e, hoje, o Sr. Deputado Chui Sai Peng levantou a mesma questão. De facto, podemos consultar a experiência pioneira de HK e Sam Chan, para além de lançar estudos de acompanhamento, devemos adoptar um pensamento inovador. Em simultâneo, há que terem em conta três razões: primeira, Macau é um porto livre, por isso, os acessos fronteiriços devem ser mais facilitados; segunda, Macau é uma cidade turística e, é do conhecimento de todos que, a quantidade de turistas aumenta constantemente; terceira, num futuro próximo, talvez o sector das convenções e exposições possa trazer mais comerciantes, e daí, o volume de turistas continuará a aumentar. Uma vez que já se verificou um precedente, agora, devemos começar a planificar e tomar decisões. O que é certo é que “dois acessos numa só região” tem uma maior vantagem que é simplificar as formalidades e elevar a eficiência. Segundo o raciocínio do Sr. Secretário Cheong, se bem que o edifício fronteiriço de Gongbei Zhuhai fica muito perto da alfândega de Macau, mas mesmo assim, os residentes e os turistas têm de se sujeitar a duas etapas. Se têm de esperar duas vezes num curto espaço de tempo, acho desnecessário e até se podia simplificar. De facto, e de acordo com a nossa concepção, a política de dois acessos numa só região devia incluir um acordo entre Macau, Zhuhai e Pequim. O mais importante é Macau conseguir apresentar uma proposta viável. A verdade é que, quer os residentes de uma região, quer os turistas, também conseguem apresentar dois tipos de documentos de identificação. Como por exemplo os residentes de Macau, quando passarem para a fronteira de Guangbei Zhuhai, podem exibir o salvo conduto (HK-Macau) e quando passarem a fronteira de Macau, podem exibir o BIR. Entretanto, se conseguirem modificar um pouco, ou seja, passar apenas uma vez pela inspecção alfandegária, seria uma excelente medida para simplificar os procedimentos. Se as Forças de Segurança entenderem que há esta necessidade, podem apresentar a respectiva proposta junto dos serviços competentes no sentido de se realizem estudos sobre a sua viabilidade. O mais importante é saber maximizar a experiência das outras regiões e, posteriormente, elaborar uma proposta. Acho que não deve ser um assunto muito difícil de levar a cabo. Obrigado. Presidente: Gostaria de perguntar ao Sr. Vice-Presidente se quer intervir, ou não, só na segunda ronda? Faça o favor. Lau Cheok Va: Sra. Presidente, Sr. Secretário: Gostaria de manifestar algumas opiniões pessoais em relação a três questões. Quanto à primeira questão, digamos que tem a ver com a questão do trânsito. No corrente ano, aquando do dia da abertura da Assembleia ao público, alguns cidadãos que visitaram a AL também se aproveitaram para apresentar reclamações. Quais foram as reclamações? A situação da prática de corridas ilegais nas ilhas é muito preocupante, porque causa muita insegurança aos motoristas profissionais e esperam que o Governo possa prestar mais atenção a esta questão, enviando pessoal da Brigada de Trânsito no horário nocturno para patrulhar a zona onde costumam realizar corridas ilegais nas ilhas. No corrente mês, também se registou um acidente de viação onde dois agentes da BT foram encurralados por um veículo conduzido por um alcoolizado e parece-me que os N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série agentes ficaram gravemente feridos e há possibilidades de ficarem sem algum membro inferior. Tal situação fez-me reflectir muito, será que vale a pena os agentes patrulharem durante a noite, uma vez que ficaram feridos? Naturalmente que se trata de um assunto a lamentar e acho que é um incidente cruel. Na semana passada, fui tomar café à noite com um colega no Westin Resort, estivemos a conversar sobre assuntos relacionados com a Assembleia e saímos por volta da meia-noite. Passámos uma noite inesquecível durante a viagem, porque se um dos carros fizesse uma ultrapassagem, nem posso imaginar onde estarei hoje. Se as pessoas não têm medo, quais as medidas a adoptar no sentido de resolver a questão em causa? Será que podem criar alguns obstáculos ao longo de meio ou um quilómetro para que os condutores possam conduzir com mais cuidado e de forma mais lenta? É claro que têm de colocar avisos prévios para que não venham a causar acidentes. Sei que isto dá muito gozo aos condutores que gostam de velocidade, mas se conseguirmos causar alguns obstáculos, certamente que deixarão de utilizar essa via para velocidade maluca. Esta deve ser uma das formas viáveis para impedir corridas ilegais nas estradas. Sabem perfeitamente que se registaram muitos acidentes, mas mesmo assim, não aprenderam a lição, deste modo, só nos resta tomar medidas concretas para resolver a questão. Em relação à segunda questão que gostaria de colocar, prende-se com a questão do trabalhador ilegal. O Sr. Secretário também incluiu esta matéria na sua apresentação, ou melhor, referiu que as corporações policiais cooperam com os serviços competentes no combate ao trabalho ilegal. A meu ver, a área do Sr. Secretário desempenha meramente o papel de personagem secundária, porque só vai cooperar com os outros serviços públicos nas acções de combate. Porém, será que é possível inverter esta situação e fazer com que as autoridades policiais venham a desempenhar o papel de personagem principal? É normal que venha a implicar algumas alterações na legislação. De um modo geral, as corporações policiais cooperam com a DSTE nas acções de combate ao trabalho ilegal, que se trata de um crime leve, ilegalidade administrativa ou até pode envolver uma responsabilidade penal. Recentemente, registou-se um caso que serve perfeitamente de exemplo. Depois do julgamento judicial, o juiz entendeu que a pessoa em causa deve ser condenado com uma pena de prisão de seis meses, digamos que foi considerado um processo penal. Uma vez que se trata de um processo penal, não será que devia ser o serviço com responsabilidade penal, semipenal ou leve violação a acompanhar o processo? Esta é a primeira ideia. Quanto à segunda ideia, também sabemos que as acções de combate ao trabalho ilegal, tais como operações que implementaram para o efeito, devem ser confidenciais, por isso, não acha que é melhor um serviço saber e não dois? Se não quiserem que as informações sejam escoadas, quanto menos gente saber melhor. Lembro-me que, nos tempos do Sr. Secretário Adjunto Ribeiro, ele encontrou uma solução. Qual foi a solução? Apenas uma secção de informação operacional tinha conhecimento das acções de combate, ora, antes de executar a missão, reunia o pessoal em causa e recolhia todos os telemóveis, só depois é que informava aos seus subordinados o lugar a ser inspeccionado. Não acha que é uma boa ideia? Se conseguir fazer o mesmo, verá que os resultados serão muito melhores. Tenho muita pena, porque na fase posterior o ambiente de Macau modificou muito, por isso, nunca mais se lembraram deste método. … A verdade é que quanto menos gente souber, melhor, assim, já se pode excluir a possibilidade de escoar a informação com muita facilidade. Esta é a segunda ideia. No que respeita à terceira ideia, tem a ver com o uso e porte de arma. Achamos que o Sr. Secretário é uma pessoa muito séria, pelo menos, é esta a imagem que nos transmite, e 36 sabemos que a maior parte dos seus subordinados fazem uso de armas. Todos sabem que as corporações policiais têm muita autonomia e, neste caso, devem constituir uma ameaça à criminalidade, pelo que se fossem as corporações policiais a desempenharem as funções de combate ao trabalho ilegal, acho que o efeito seria muito melhor, já que estão mais a par da execução da lei penal. Citei três ideias para manifestar a minha opinião acerca desta questão. É claro que isto também depende da eventual alteração legislativa, mas de qualquer forma, é um desejo de toda a camada laboral se conseguirem eliminar totalmente os trabalhadores ilegais. Nestes termos, há que procurar formas para reforçar a execução da lei e a legislação em causa também deve implicar um reajustamento às competências dos diversos serviços, com vista a combater eficazmente os trabalhadores ilegais. Este é o segundo ponto. Em relação à terceira opinião, diz respeito à alfândega de Gongbei, mais exactamente assuntos relacionados com a alfândega de Macau. Os amigos perguntaram-me se tenho ido a Gongbei e disse-lhes que sim, mas, às vezes, passo pela via geral juntamente com os cidadãos para conhecer pessoalmente o ambiente. Muitas vezes, algumas pessoas levam muitas bagagens, todas amarradas com cordas, e passam a fronteira juntamente com os turistas em geral. Mete impressão olhar para as bagagens que não têm o mínimo de segurança e, se uma delas cair em cima de alguém, poderá impedir o acesso e o lesado até pode reclamar os serviços, porque permite a passagem de tanta bagagem e não oferece segurança nenhuma às outras pessoas que lá passam. Não é verdade? Há dois dias atrás, ouvi uma proposta na rádio sobre a criação de uma via exclusiva para as pessoas que trazem ou que levam muita bagagem, a fim de não influenciar as outras pessoas. Será que há mesmo necessidade de se criar uma via exclusiva? Esta questão tem muito a ver com as medidas ou as políticas dos Serviços de Migração. Se não conseguirem encontrar atempadamente uma solução para a situação, acho que continuará a causar muitos incómodos aos turistas, mais tarde, até poderá ferir alguém. Será que só nessa altura é que tentam solucionar a questão? Gostaria de saber se os Serviços de Migração prepararam, ou não, medidas urgentes para solucionar a questão? Obrigado. Presidente: Acho que, na primeira ronda, o último Deputado que se inscreveu para intervir foi o Vice-Presidente. Assim sendo, passo a palavra ao Sr. Secretário para intervir. Sr. Secretário, faça o favor. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Alguns Deputados fizeram referência ao sistema de supervisão, que tem como objectivo apoiar o nosso pessoal na gestão do trânsito. Naturalmente que também podemos ponderar o aspecto da eliminação de crimes, é muito provável que este fenómeno possa exercer um efeito e até contribui para a redução de crimes. Os Srs. Deputados também invocaram a questão de reforçar a gestão. Digamos que, num futuro próximo, iremos reestruturar a PSP e, nessa altura, a proporção da pirâmide, mais concretamente a carreira básica, será optimizada. No presente momento, reparámos que existe um défice nas categorias da camada dos dirigentes e razão pela qual o exercício das funções externas não conseguem exercer o efeito desejado, pelo que há necessidade de optimizar a proporção. Para N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série além disso, também aumentaremos as oportunidades de progressão. Relativamente à questão da imagem, digamos que só no aspecto do fardamento tivemos que trabalhar muito, porque antigamente o Governo só fornecia o fardamento a uma parte do pessoal, mas agora o fardamento é totalmente fornecido. Mesmo em termos de qualidade, também temos vindo a melhorar, também estou consciente que é necessário existir uma boa manutenção por parte dos utilizadores. O serviço social da PSP dispõe de uma lavandaria para tratar da lavagem das fardas e passar a ferro para que os agentes policiais possam ter uma boa apresentação, o que também contribui para o melhoramento da imagem. Quanto às perspectivas dos trabalhos, hoje em dia, muitos jovens se preocupam com as habilitações académicas, por isso, se possuírem um curso superior e se estiverem interessados em aderirem às Forças de Segurança, podemos dizer que existem muitas alternativas. Como por exemplo, existem muitos concursos para a contratação de técnicos e técnicos superiores, independentemente da área, há sempre possibilidades de desenvolvimento. Cito um exemplo concreto. Um chefe da PSP depois de obter o curso superior, concorreu para as Finanças. No fundo, existem muitas oportunidades de desenvolvimento. Quanto ao aspecto das carreiras, referi mais que uma vez que já apresentámos uma proposta junto da administração competente no sentido de optimizar o regime das carreiras, porque sabemos que o respectivo serviço está neste momento a rever o regime das carreiras da função pública. Nas nossas corporações policiais também dispomos de uma mecanismo de escalonamento, ou seja, se o agente trabalhar ao longo de muito tempo num dos departamentos e deseja transferir para um outro departamento para mudar de ambiente ou porque fica mais próximo da sua residência, pode requerer a transferência. Tal situação também se verifica nas ilhas, porque hoje em dia muitas pessoas preferem residir nas ilhas e, deste modo, podem pedir a transferência devido à sua residência. No tocante à questão do grau de satisfação, posso dizer que podemos lançar estudos neste sentido. Depois da reunificação, as queixas apresentadas pelos cidadãos aumentaram e, normalmente, manifestam o seu desagrado em relação às atitudes dos agentes policiais. Perante as reclamações, geralmente, lançamos um inquérito simples e quando se verificar que existe algum indício de irregularidade, será instaurado o respectivo processo para efeitos de averiguação e de tratamento. O que não significa que instauramos processos para cada reclamação, costumamos adoptar uma forma mais flexível para não desperdiçarmos o nosso tempo. No entanto, os Deputados também mencionaram a questão do pessoal. A verdade é que já estamos a adoptar medidas para resolver a questão do pessoal. Também se falou a ajuda dos moradores e da missão policial junto das zonas comunitárias. De facto, as nossas corporações policiais estão dispostas em dialogar com as associações, de maneira que têm contactado as associações dos moradores no sentido de saber junto das mesmas o grau de gravidade dos crimes, pessoas desconhecidas que aparecem em determinadas zonas e até operações ilícitas. Se elas conseguirem fornecer informações às corporações policiais, através da cooperação, as nossas forças de combate ao crime aumentarão sem dúvida nenhuma. Podemos dizer que reforçaremos os contactos entre a polícia e a comunidade. Porém, tenho de deixar aqui uma reserva ao direito público, porque o direito público é apenas exercido pelos aos agentes policiais e a comunidade só pode prestar cooperação, no sentido de combater a criminalidade. Estamos totalmente dispostos em estabelecer um intercâmbio de informações com as empresas de administração da propriedade, reforçando o diálogo ou até podemos transmitir alguns 37 conhecimentos de combate à criminalidade. Voltando à questão do trânsito, alguns Deputados referiram a questão dos orientadores do trânsito. Acho que a futura direcção de trânsito poderá gerir melhor esta questão e, deste modo, pode reduzir as pressões dos agentes policiais da PSP e da Brigada de Trânsito. Perguntou-se se é suficiente a presente avaliação do pessoal, digamos que nos preocupamos muito com o nosso quadro de pessoal. Tal como a PJ, no corrente ano, ampliámos o seu quadro do pessoal devido à necessidade de trabalho, tal situação também se verifica no estabelecimento prisional. Tanto a PSP, como o CB, também iniciaram a fase de avaliação prévia e achámos que essa avaliação deve ser feita pelos directores de serviços. Mas porquê? Suponhamos que contratamos peritos do exterior, podem não conhecer muito bem o funcionamento das nossas corporações policiais, assim sendo, pode criar-se alguma divergência. Não podemos comparar a força policial de Macau com a força policial da Europa ou dos EUA, porque cada caso é um caso. Acredito que a avaliação deve ser feita por nós próprios, porque Macau é uma cidade muito pequena, com elevada densidade populacional e tem muitos postos fronteiriços, que faz parte da sua característica. É claro que temos de reforçar a gestão interna e elevar a moral dos agentes policiais. No ano de 2005, aumentámos os subsídios dos agentes da PSP, do CB, dos SA e do EPM, de 40 pontos passaram para 50 pontos de índice salarial e, em Junho do corrente ano, aumentámos mais 15 pontos salariais. Em suma, as nossas Forças de Segurança têm vindo a criar medidas para melhorar a situação. Também se abordou a questão da secção de pessoal. De facto, tal como a estrutura dos outros serviços públicos, a secção do pessoal é gerida pelo Director dos serviços, porque se não ele não consegue gerir o pessoal. No que respeita ao mecanismo de reclamação, acho que já fiz algumas referências, só posso adiantar que o nosso Chefe do Executivo tem competência total sob a disciplina do pessoal, por isso, dispomos de um mecanismo de reclamação para os subordinados no caso de querer reclamar o seu superior hierárquico. Além disso, antes de instaurar o processo disciplinar ou propor a execução da pena, os Directores de serviços reúnem-se para discutir o processo em causa e para emitir opiniões. Alguns Deputados mencionaram que os recursos dos estabelecimentos de ensino das Forças de Segurança devem ser partilhados, mas não podemos esquecer que as actividades dos diferentes serviços também são muito diferentes. Não é nada apropriado se fundirmos os agentes policiais do CB, da PJ, da OSO e dos SA numa só escola. Ao contrário dos outros aspectos, já podemos partilhar os recursos. Como por exemplo a contratação de instruendos, ao serem seleccionados receberão treinos e formações na ESFSM, depois da fase de formação profissional, regressarão às corporações policiais que se candidataram. Tal como os bombeiros, após a primeira fase da formação, terão que aprender a conduzir os veículos dos bombeiros e os agentes alfandegários têm de aprender a inspeccionar a embarcação. Resumindo, numa determinada fase já começámos a partilhar os recursos. Quanto à actualização dos equipamentos, digamos que estamos vindo a implementar, porque apenas para o CB gastámos mais de 90 milhões de patacas em dois anos para inovar os veículos e os equipamentos. Em relação ao edifício do Quartel General, por enquanto, não existe um plano para modificar a sua finalidade e, ainda por cima, existe um gabinete que funciona dentro destas instalações. Acredito que a manutenção do tal edifício não é uma tarefa muito difícil. Os N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série turistas podem visitar o hall, o museu e o jardim do Quartel General. Quanto à política de dois acessos numa só região, podemos canalizar as opiniões recolhidas para os serviços competentes, porque esta matéria põe em causa a questão da utilização do terreno, que não está sob a minha alçada. No tocante à questão das corridas ilegais, certamente que iremos propor alterações à via junto da Praia de Hac Sá para impedir o excesso de velocidade dos veículos naquela zona. Tal como a colocação de lombas, neste caso, os veículos são obrigados a circular lentamente. Iremos propor, quanto antes, a instalação das respectivas lombas naquela zona. No entanto, também se falou a questão dos trabalhadores ilegais. Uma vez que as corporações policiais são órgãos executantes, de maneira que as actuações têm de se basear num suporte legal. De acordo com o papel que desempenhamos, se responsabilizarmos especialmente pelas acções de combate, receio criar conflitos, porque a nossa função é executar a lei. Suponhamos que o nosso superior hierárquico entender que é necessário reajustar o nosso quadro jurídico, no intuito de nos atribuir esta competência, aí sim, aceitamos com todo o gosto, porque assim já não se criará conflitos. Em relação à situação do transporte de bagagens no edifício fronteiriço das Portas do Cerco, podemos estudar a viabilidade de se criar uma via especial para os passageiros que transportam muita bagagem. Finalmente, gostaria de esclarecer um assunto que mencionei hoje de manhã. Em princípio, os subordinados têm de cumprir as ordens de serviço, a não ser que sejam ordens ilegais. Suponhamos que o superior hierárquico manda o seu subordinado matar alguém, com certeza que se trata de uma ordem ilegal e, neste caso, ele pode não cumprir esta ordem. Só queria acrescentar este pequeno esclarecimento. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Srs. Deputados: Podemos continuar com a nossa reunião. Agora, podemos passar à fase da segunda ronda. O Sr. Deputado José Coutinho pode intervir e o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong pode preparar-se para intervir a seguir. José Pereira Coutinho: Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, 38 a título de exemplo. Em Zhuhai, acho que as autoridades locais preferiram adoptar aparelhos electrónicos e não pessoal, quanto ao caso de Macau, o que é que faremos? Pessoalmente, passo muitas vezes pela fronteira e detectei que a velocidade dos aparelhos é relativamente lenta, neste caso, o que se pode fazer para acelerar um pouco mais a dita velocidade? Quanto a este mecanismo, a meu ver, necessita de um reforço. Entretanto, para aperfeiçoarmos os nossos equipamentos, podemos adquirir alguns equipamentos novos semelhantes aos equipamentos de Zhuhai. Hoje de manhã, ouvi o debate da questão do pessoal, será que podemos aproveitar do pessoal administrativo? É verdade que se os administrativos conseguirem substituir os militarizados, poderemos mobilizá-los para desempenhar outras funções comunitárias. Porque é que não temos nenhum aparelho electrónico para facilitar os portos fronteiriços? Podemos adquirir um aparelho, no sentido de atenuar as pressões dos portos fronteiriços e, simultaneamente, verificar o grau de satisfação. Em relação à segunda questão, prende-se com os trabalhadores. Será que o Governo da RAEM tem de esperar até acontecer o que aconteceu no casino Sands, ou seja, despedimento colectivo, e só depois é que começa a emendar? Digamos que a convicção é um facto extremamente importante, de maneira que temos de combater os trabalhadores ilegais com muita convicção. Não está aqui em causa a dificuldade, mas sim, a convicção. Se o Sr. Secretário Tam lhe chutou a bola, agora, falta saber o que vai fazer? Será que é da responsabilidade da PJ? Uma vez que não sei a quem se deve cair esta responsabilidade, e daí, só espero que possam prestar mais atenção a esta questão, a fim de não se voltar repetir. Era para não comentar sobre a terceira questão, que tem a ver com o que o Sr. Comandante Lei acabou de explicar sobre a falta colectiva dos agentes policiais. A verdade é que se registou faltas colectivas por doença por parte dos agentes policiais. Tentei acompanhar esta matéria e eu próprio ajudar a formalizar algumas reclamações e, por isso, não pretendo entrar aqui em pormenores. Será que, algum dia, as Forças de Segurança tentaram analisar a decisão judicial, as etapas em causa e até as provas? No presente momento, achamos que o Governo da RAEM tem falta de um mecanismo aperfeiçoado para a apresentação de reclamações. Para as pessoas que têm melhores condições financeiras, podem contratar advogado de defesa, e aí, podem revelar tudo no julgamento. Em suma, podemos evitar a repetição dos episódios, através de uma análise séria e prudente sobre o conteúdo da decisão judicial, assim como aperfeiçoar os trabalhos realizados. De facto, o pessoal da linha de frente só cumpre as instruções constantes na ordem de serviço e não se pode recusar, a não ser que se trate de uma ordem penal. De um modo geral, todos os agentes policiais recebem instruções dos superiores e, muitas vezes, eles sofrem grandes pressões, porque se a execução não correr da melhor forma, o pessoal da linha de frente tem de assumir a responsabilidade. Caros Colegas: Queria acompanhar várias questões levantadas pelos colegas e que dizem respeito à questão interna e a alguns problemas que influenciam os cidadãos. No que se refere à questão externa, digamos que a política de dois acessos numa só região tem de ser concretizada nos anos vindouros. Neste momento, acho que o nosso pensamento é um pouco reservado, afinal, será que mais tarde adoptaremos pessoal ou aparelhos electrónicos para os portos fronteiriços? Acho que devemos esclarecer melhor esta questão. Podemos analisar a situação das regiões mais próximas. Cito Zhuhai Se já estão com a moral em baixo e sem direito a benefícios, certamente que não conseguem cumprir a sua missão da melhor maneira, já para não dizer que as críticas negativas estão a aumentar. No fundo, o Governo tem de resolver alguns problemas existentes. Estou desiludido, porque até agora ainda não consegui detectar nenhum melhoramento no DL nº66/94/M, todos nós sabemos que este decreto-lei põe em causa muitos problemas relacionados com as Forças de Segurança e, esses problemas têm de ser resolvidos em Tribunal. Espero mesmo que o Sr. Secretário consiga apresentar alguns diplomas legais no próximo ano. Tendo em conta a questão N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série de igualdade e justiça, devem concretizar o seu espírito de um modo prudente. Esta é a questão que me preocupa mais. Quanto à terceira questão, posso dizer que tem a ver com a admissão do pessoal. Acho que o Sr. Secretário deve ter conhecimento que o salário oferecido pelo sector dos jogos é muito elevado. O pessoal que estão a formar neste momento, sobretudo o pessoal da linha de frente, 5 ou 10 anos depois, não conseguirá prender os agentes policiais nas corporações, porque os outros sectores oferecem melhores condições e salários mais atraentes, daí que mais tarde ninguém quer ser polícia. Se os agentes policiais têm de passar por uma formação tão especializada, com certeza que muitas empresas queiram contratá-los e, perante esta situação, como é que o Governo consegue evitar a perda de pessoal qualificado? Sinceramente, estou mesmo muito preocupado com esta questão. Agora, talvez não seja fácil detectar este fenómeno, porque a maior parte dos agentes policiais são do quadro de pessoal, por isso, têm direito à aposentação, mas a partir do próximo ano, já que as suas regalias foram lesadas, naturalmente que procuram outro sector onde consigam ganhar mais. No que se refere à quarta questão, há pouco, ouvi a intervenção do colega Chan que fez referência ao regime de promoção. De facto, é uma questão muito simples. Qual é o critério das Forças de Segurança? Afinal, contam as habilitações académicas ou contam a antiguidade na carreira para que o pessoal consiga uma promoção? O que é certo é que têm de esclarecer muito bem este assunto, se os próprios agentes policiais não conseguem perceber bem, como é que as pessoas de fora podem perceber? Os próprios agentes policiais não conhecem os respectivos critérios. Cito um exemplo simples. A maior parte dos agentes que frequentaram a ESFSM conseguiu promoção e os agentes policiais que trabalham a longo prazo, não tiveram oportunidades. Não estou a querer insinuar que não se deve promover os seus subordinados, é claro que se tiverem habilitações para determinada categoria, devem ser promovidos, só que também têm de ter em conta a questão da experiência profissional. Que eu sabia, já chegaram a promover alguém que possui simplesmente o ensino secundário, que exerce funções no EPM. Gostaria que me esclarecesse esta matéria e também gostaria que me informasse acerca dos critérios adoptados para efeitos de promoção. Certamente que todos os serviços têm de levar a cabo as suas missões de uma forma transparente, pois só assim é que existe justiça e igualdade. Quanto à quarta questão, há pouco, já fiz referência ao mecanismo de reclamação. Tal como a explicação que a Sra. Secretária Chan deixou, parece-me que só existe um único mecanismo de reclamação para os cidadãos, para os funcionários públicos e para os agentes policiais, mas acho que não é um fenómeno viável, porque todas as pessoas receiam ameaças de represálias. Será que é possível criar um mecanismo de reclamação onde os reclamantes não têm de se preocupar com ameaças de represálias e com qualquer tipo de consequência? Bom, no que diz respeito à quinta questão, também posso dizer que se trata de um aspecto fulcral. É do conhecimento de todos que os agentes policiais correm muito mais riscos do que os funcionários administrativos, além do mais, têm de enfrentar diariamente problemas muito complexos, por isso, a segurança deles também merece a nossa especial atenção. A questão fulcral que gostaria de abordar, prende-se com o uso e porte de arma de defesa. No caso dos agentes policiais, uma vez que o exercício desta profissão corre alguns riscos, é muito fácil de requerer o uso e porte de arma de defesa, só que depois da aposentação, têm de devolver a arma. Tal 39 situação já não se verifica nos SA, pelo que os guardas alfandegários manifestaram a sua preocupação. Porque durante o período em activo, podem ter contraído inimigos, por isso, se lhes retirassem a arma de defesa depois de se aposentarem, quer os ex-guardas, quer a sua família, também podem correr riscos. Agora, pergunto, se estivessem no lugar deles, ficavam ou não preocupados aquando do exercício da função? Espero que a atribuição da licença de uso e porte de arma de defesa seja feita de uma forma justa, independentemente de serem polícias ou guardas alfandegários, acho que devem ter o mesmo direito, a não ser que não tenham autorizado quando estavam em actividade. Quanto à sexta questão, digamos que está relacionada com o trânsito. Compreendo que a questão do trânsito é uma matéria complexa. Muitas vezes, os cidadãos perguntam porque é que multam esses carros e não multam aqueles. Porém, não é a minha intenção entrar neste assunto, porque prefiro abordar a questão das corridas ilegais. Será que podem colocar alguns obstáculos para que os agentes da linha de frente não corressem ameaças de morte? Se conseguirem aplicar duas barras metálicas com pregos, não tenho a menor dúvida que os pneus dos veículos arrebentavam. Com este obstáculo, por um lado, pode salvaguardar a vida dos agentes da linha de frente e, por outro lado, consegue surtir o efeito desejado e os infractores serão detidos. Em relação à sétima questão, prende-se com a falta de pessoal… Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong. A Sra. Deputada Leong On Kei também se pode preparar para intervir. Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sra. Presidente. Sei que devemos colocar novas questões, mas a minha primeira pergunta tem a ver com a questão dos trabalhadores ilegais. A verdade é que já abordámos muitas vezes esta questão, aquando do debate sobre o domínio de economia e finanças, também tentámos perseguir esta questão. Normalmente, os estaleiros que funcionam durante a noite contratam trabalhadores ilegais. Estas informações foram fornecidas pelos cidadãos, e chegaram a questionar por que motivo não detenha os trabalhadores ilegais. Segundo eles, a maior parte dos estaleiros dos grandes empreendimentos que funcionam durante a noite contratam trabalhadores ilegais. Não estou a duvidar da autorização para o funcionamento do estaleiro no horário nocturno, mas já que se ouve tanta coisa, não faz mais que a obrigação da DSF ou da DSTE fiscalizar os tais estaleiros. Recordo-me que manifestaram que é perigoso fiscalizar os estaleiros no horário nocturno, só que se não tomarem medidas, jamais conseguiram combater os trabalhadores ilegais. Perante esta situação, acho que devo fazer todos os possíveis para questionar o Sr. Secretário da área da segurança acerca desta questão. Na óptica da segurança, quer seja papel principal, quer seja papel secundário, se tiverem conhecimento que os estaleiros funcionam durante a noite e contratam trabalhadores ilegais, certamente que é da vossa responsabilidade averiguar melhor e, posteriormente, exercer uma fiscalização? Se a área da segurança concordar com o meu ponto de vista, resta-me perguntar ao Sr. Secretário Ao por que motivo autoriza o funcionamento dos estaleiros durante a noite se as corporações policiais não podem fiscalizar? Há aqui uma grande contradição. Já que os cidadãos forneceram informações concretas N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série sobre a existência de trabalhadores ilegais nos estaleiros dos grandes empreendimentos, não estou a ver qual é a dificuldade de actuar. Se esta situação persistir, só vai contribuir para a instabilidade social e não tenho dúvidas que os cidadãos se irão manifestar, aí sim, os agentes policiais poderão intervir para acalmar os ânimos. Em relação à segunda questão, tem a ver com a cooperação entre as autoridades policiais e a DST, porque depois da implementação dessas operações, conseguiram com sucesso investigar algumas pensões ilegais. Esta é a mais pura das verdades. O que pretendo acompanhar neste momento, é um assunto de elevada importância. Os cidadãos não só acham que as pensões ilegais praticam um preço muito baixo, como também servem de abrigo a muitas pessoas que não têm autorização de permanência no território ou até podem ter, mas com a autorização fora do prazo legal. O que não significa que as pessoas que possuem a autorização de permanência fora de prazo são infractoras, mas se se reunirem todas no mesmo recinto, quando tiverem alguma dificuldade na sobrevivência, certamente que serão aliciadas para a prática de crimes. Trata-se de um assunto sério, de maneira que não podemos subestimar. No corrente ano, as corporações policiais também se articularam com a DST, no sentido de se adoptarem algumas operações para a eliminação deste fenómeno. Só queria saber se continuarão, ou não, a desenvolver este tipo de operações. Porque, que eu saiba, não basta implementar algumas operações para eliminar de um só vez o fenómeno das pensões ilegais, por isso, é muito importante continuarem a acompanhar o ponto da situação e se for necessário continuar a lançar acções de combate. Acontece que se existe uma procura no mercado, com certeza que também existirá uma oferta. Agora, tudo depende de nós, porque se conseguirmos encontrar formas viáveis no sentido de excluir a procura e a oferta. Não havendo oferta, mais cedo ou mais tarde, a procura também acabará por deixar de existir. Entretanto, não posso esquecer que esta tarefa implica a cooperação de diferentes serviços, tais como a PSP e a DST. Mesmo assim, alguns cidadãos acham que esta cooperação ainda não é suficiente, porque, muitas vezes, as pensões ilegais eram habitações normais, só que criam mais obras para as transformar em pensão. Neste caso, também podem pôr em risco a estrutura do prédio, por isso, depois da cooperação da PSP e da DST, devem contar com outros serviços para analisar a segurança da construção, obrigando o proprietário a fazer obras adequadas à fracção autónoma. Porque se a construção em si não voltar ao projecto inicial, o novo proprietário pode aproveitar-se da situação para desenvolver o mesmo ramo de actividade. Será que já existe um grupo de trabalho formado pelos representantes dos diversos serviços para analisar o próprio recinto onde funciona a pensão? Deste modo, não só contribui para eliminar a existência de pensões ilegais, como também contribui para fazer uma limpeza à fracção autónoma? Nos últimos anos, tenho vindo a receber muitas reclamações por parte dos cidadãos, algumas por escrito, outras por telefone e até pessoalmente, que é necessário criar um mecanismo para a apresentação de queixas. Sabemos perfeitamente que o Sr. Chefe do Executivo é a pessoa indicada para tomar esta decisão, mas se me disserem que a criação do tal mecanismo depende de decisão do Sr. Chefe do Executivo, então, também podiam ter poupado a criação do mecanismo de reclamação para os cidadãos. Temos de compreender que o Chefe do Executivo tem muito que se preocupar, por isso, devemos criar outras vias autónomas para atenuar as preocupações dele. Lembro-me perfeitamente que o mecanismo para fiscalizar o poder policial não existia anteriormente, devem lembrar-se que este pedido foi apresentado ao longo de muitos anos, alegando que já 40 existem muitos mecanismos com esta finalidade, até que um dia resolveram atender este pedido. Por isso, se este mecanismo foi criado, certamente que não existem muitas dificuldades para criar um outro mecanismo. É claro que sei que existe um mecanismo semelhante nas Forças de Segurança, mas tenho muita pena porque este mecanismo abrange uma área muito ampla, de modo que o tratamento dos assuntos é muito diversificado e, também sei que ainda existem muitos casos por resolver. Foi precisamente por este motivo que os agentes policiais esperam que possam criar um mecanismo com competências na fiscalização policial, no sentido de investigar as opiniões ou reclamações emitidas pelos agentes policiais sobre os seus superiores hierárquicos. O que é certo é que temos de compreender que as reclamações não acontecem por acaso, de maneira que acho que este pedido deve ser atendido, porque é mesmo necessário. No entanto, também gostaria de saber porque é que existem tantos fenómenos irracionais e o motivo pelo qual ainda não conseguiram resolver? Inclusivamente a questão da moral dos agentes policiais, a questão da injustiça e a falta de vias para apresentar reclamações. Se entenderem que não há necessidade de criar o respectivo mecanismo, não será que este tipo de cultura administrativa contribui ainda mais para a baixa moral dos agentes policiais, independentemente da área terrestre ou da área marítima. Hoje, citei um exemplo concreto em relação às embarcações que se deslocam a Macau, na zona sul, para efeitos de roubo. Penso que alguns barcos até se aproveitam da zona marítima reservada do aeroporto para praticarem crimes. Este problema já persiste ao longo de muito tempo, só que até agora ainda não conseguiram resolver. Então, pergunto. Afinal, têm falta de cooperação das regiões vizinhas ou há aqui o fenómeno de encobrimento? Acho que este assunto merece um estudo profundo. Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Leong On Kei. O Sr. Deputado Kou Hoi In pode preparar-se para intervir. Leong On Kei: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: A questão que pretendo partilhar com o plenário, diz respeito à salvaguarda da ordem na estrada e à prevenção de acidente de viação. Em primeiro lugar, para reforçar a ideia de segurança rodoviária junto dos cidadãos e dos condutores, a nossa Brigada de Trânsito tem vindo a organizar, nos últimos anos, muitas actividades e campanhas de sensibilização, mas o efeito deixa muito a desejar, porque não se verificou melhoramentos em termos de cumprimento das regras de trânsito por parte dos cidadãos e de cumprimento do código da estrada por parte dos condutores. Ultimamente, também se verificou um aumento nos acidentes de viação. Gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se procedem, ou não, à avaliação sobre o efeito que as actividades de segurança rodoviária produzem? Será que o efeito das actividades conseguiu alcançar os objectivos desejados? Num futuro próximo, será que irão aperfeiçoar as estratégias das acções de prevenção rodoviária? Em segundo lugar, mencionaram nas LAG para o ano de 2007 que N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série irão reforçar o levantamento dos autos de contra-ordenação aos condutores que infringirem o Código da Estrada e a colocação, com frequência, das operações de Stop, fazendo teste de alcoolémia e montagem de radar fixo para controlar de velocidade. Entretanto, também referiram nas LAG que, segundo as previsões, os pontos negros de acidentes de viação aumentarão com a nova rede rodoviária e com a conclusão das obras dos centros de diversão de grande envergadura, assim como contribuirão para o aumento das pressões na ordem e na segurança rodoviária. Perante a situação de falta de pessoal nas corporações policiais, será que o Governo pode equacionar a possibilidade de contratar orientadores rodoviários, através da forma de contratação a tempo parcial, no sentido de salvaguardar o funcionamento normal das acções de segurança rodoviária e para que possam ajudar os agentes policiais na gestão da ordem rodoviária? Entretanto, também aproveito para apresentar uma sugestão ao Governo, ou melhor, deve acolher amplamente os desempregados de Macau, com poucas habilitações académicas e de idade média, por um lado, pode fornecer-lhes emprego e, por outro lado, fornece-lhes apoio adequado. 41 fronteira, deste modo, gostaria de conhecer as medidas especiais que irão implementar para atenuar a confusão e o congestionamento de pessoas nos feriados e fins-de-semana. Para além disso, também gostaria que o Governo me explicasse se procederam, ou não, à avaliação sobre a quantidade de turistas que utilizarão os postos fronteiriços das Portas do Cerco e de Wang Kam nos anos vindouros? Depois do posto fronteiriço de Wang Kam entrar em funcionamento, quais são as medidas a aplicar para coordenar os dois postos? Obrigada. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Kou Hoi In. Quanto ao Sr. Deputado Au Kam San, também se pode preparar para intervir a seguir. Kou Hoi In: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, No que se refere à questão dos serviços que os Serviços de Migração prestam, tal como disseram os colegas, pessoalmente, também me preocupo com os serviços prestados pelos portos fronteiriços. Com a liberalização do direito de exploração dos jogos de fortuna ou azar no ano de 2002, com a implementação da política do visto individual para os residentes da RPC poderem visitar Macau e HK, e com o sucesso da integração de Macau no património mundial no ano de 2005, todas estas políticas conseguiram estimular e inflluenciar o desenvolvimento do território. Não há dúvida que não podemos esquecer que estas políticas contribuiram para a criação de novas oportunidades ao desenvolvimento dos sectores do turismo e dos jogos e para o aumento de turistas. Uma vez que a quantidade de turistas em Macau tem vindo a aumentar bruscamente, e daí provocou pressões significativas aos Serviços de Migração ou aos postos fronteiriços. Nos postos fronteiriços já se verificam graves problemas de excesso de lotação, sobretudo quando há pontes na China, nos fins-de-semana e nos feriados. Acho que não preciso de voltar a repetir que a ordem nestes postos está um caos e o tempo que leva para a passagem da fronteira é muito moroso. Muitos cidadãos de Macau também se queixaram que o sistema automático tem uma velocidade pouco desejável. Tudo isto nos demonstra que a gestão da ordem e os hardwares das Portas do Cerco ainda há espaço de melhoramento. Mesmo que o posto fronteiriço de Wang Kam venha a entrar em funcionamento, tanto os cidadãos, como os turistas, também preferem utilizar o posto fronteiriço das Portas do Cerco. Apesar do Governo ter vindo a preocupar-se com a problemática do posto fronteiriço das Portas do Cerco, o Sr. Secretário também manifestou que existem medidas especiais para descongestionar os turistas nos feriados e fins-de-semana, e até agora ainda não conseguiu resolver o problema em causa, se não conseguem resolver atempadamente a questão, como conseguirá salvaguardar a imagem internacional da cidade turística de Macau? Nestes termos, onde podemos encontrar o espírito de “servidor do povo”? Nas LAG mencionaram que depois da conclusão das obras do novo posto fronteiriço das Portas do Cerco, este conseguirá enfrentar as futuras necessidades do desenvolvimento. Então, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário quais são as inovações concretas, de acordo com o projecto de ampliação do posto fronteiriço? Quanto às obras de ampliação, antes da sua execução referiram que têm como objectivo criar um ambiente favorável, disciplinar e rapidez na passagem da Caros Colegas: Hoje de manhã, quando o Sr. Secretário respondeu às questões que colocámos, falou nitidamente que as pessoas devem ter o mesmo tratamento, que faz parte do direito de igualdade, pelo que não irão criar uma via especial destinada aos trabalhadores não residentes. Todavia, espero que o Sr. Secretário possa responder esta questão. É verdade que a quantidade de trabalhadores não residentes que trabalham em Macau não é insignificativa, porque muitos preferem viver em Zhuhai e acho que a quantidade aumentará cada vez mais. Digamos que durante o período da manhã a situação é mais caótica, porque os trabalhadores não residentes têm de esperar como os turistas, tal situação também pode influenciar negativamente as empresas de Macau. Não estou a pedir para criarem uma via especial durante o horário de funcionamento do posto fronteiriço, mas podiam ponderar esta via apenas durante o horário de entrada dos trabalhadores não residentes, porque também compreendo que não se justifica funcionar todo o dia. Apelo mais uma vez a sua reconsideração sobre a eventual criação da via especial que se destina aos trabalhadores não residentes. Há pouco, alguns Deputados também fizeram referência à questão de duas vias numa só região e a possibilidade da criação de equipamentos para acelerar o ritmo dos postos fronteiriços, só peço ao Governo para ponderar esta matéria. Acho que já fiz este pedido ao longo de três anos, daqui a pouco, a Sra. Presidente vai chamar-me chato, porque repito sempre a mesma coisa. Lembro-me que, na altura, o Sr. Secretário também disse que a substituição dos agentes policiais por administrativos, não é a forma mais viáveis, mas agora vai pensar na possibilidade de substituição e até na possível reestruturação dos Serviços de Migração. À medida que vai ponderando esta questão, espero que possam acelerar um pouco mais os estudos sobre a viabilidade da política de duas vias numa só região. A sociedade em geral acha que se irão aplicar uma política semelhante na região vizinha de HK, quando é que Macau pode implementar formalmente a tal política? Espero que o Governo possa acelerar o ritmo dos respectivos estudos. Por outro lado, também gostaria de abordar a questão do trânsito. Aquando do debate do Código da Estrada, cheguei a apontar que, embora Macau seja uma cidade muito pequena, mas existem N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série algumas armadilhas. Cito um exemplo simples. Junto à zona Dynasty Plaza da Av. Da Amizade se uma pessoa quiser atravessar a rua para o lado do Banco Tai Fung, pode servir-se de uma rua, porque enfrente ao centro de manuais culturais existe uma outra via e se quiser passar junto do viaduto, talvez não haja muita visibilidade, mas a seguir existe outra via, se repentinamente aparecer um carro, a pessoa não sabe se se deve atravessar ou ficar junto do viaduto, que também existem muitos carros a descer. Aí nesse local não acham que deviam colocar o sinal semafórico? Se ninguém fiscaliza aquela zona, o que é que se deve fazer? Cito outro exemplo. Na zona de estacionamento do Terminal Marítimo do Porto Interior dispõe de uma passadeira para os peões atravessarem para o lado de lá, mas essa passadeira está colocada mesmo enfrente à paragem de autocarros, se o peão quiser atravessar a rua e se existisse um autocarro parado na paragem, o peão não tem visibilidade. O pior é que se vier algum carro, pode muito bem atropelar o peão. Portanto, esta passadeira é muito perigosa. Aqui, também podiam ter posto o sistema semafórico. Tal como na Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, antigamente, era uma recta, mas agora esta avenida está muito diferente. Entretanto, se quiser seguir enfrente à direcção do Baco da China, existem dois semáforos com sinalização de ordem diferente, e muitas pessoas acham que não deviam ter esta ordem de sinalização, porque é muito irracional. Sei que esta matéria não pertence totalmente à tutela do Sr. Secretário, porque também implica os outros serviços fora da sua competência. Porém, espero que a Brigada de Trânsito possa criar um mecanismo, com vista a patrulhar e inspeccionar com frequência a colocação de sinais semafóricos, porque quando se verificar alguma anomalia, podem exercer um tratamento atempado. Já cheguei a colocar esta questão ao Conselho Superior de Trânsito, mas até agora a situação ainda não ficou resolvida. Em termos de funcionamento, sinceramente, não sei a quem pertence esta competência. A quem compete respectivo tratamento? Como se processa o tal mecanismo? Contudo, espero que o Sr. Secretário possa prestar mais atenção às questões que acabei de levantar. Uma outra questão que gostaria de invocar, prende-se com as linhas amarelas. Todos nós sabemos que colocaram muitas linhas amarelas nos pavimentos das vias, mas, muitas vezes, os veículos ficam estacionados em cima destas linhas. Qual é o tempo que costumam dar de tolerância antes de levantar o auto de contra-ordenação? Em que circunstâncias é que os veículos não são multados? Para mim, até parece que não existem regras, quando querem multam e quando não querem, deixam ficar, só que se esqueceram que as linhas estão lá. Já para não dizer que os lugares de estacionamento que dispõem aos veículos não insuficientes. Sendo assim, será que é possível eliminar alguns riscos amarelos que fazem menos falta para que os condutores possam estacionar os seus veículos? Pelo contrário, nas zonas mais perigosas ou mais movimento e congestionamento, se os veículos estacionarem em cima das linhas amarelas, têm de ser multados. A meu ver, estas linhas amarelas só devem ser colocadas em caso necessário, porque, senão, devemos aproveitar o espaço, já que temos falta de estacionamento. Tudo que referi na minha intervenção serve de dados para o Sr. Secretário ponderar. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados: 42 Espero que as vossas intervenções se possam concentrar nas políticas das LAG. Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. O Sr. Deputado Chan Kam Meng também se pode preparar para intervir. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Há pouco, falou-se a questão da simplificação dos procedimentos para a apresentação de queixas e, depois de ouvir a explicação do Sr. Secretário, percebi que só procedem à classificação das queixas, se a queixa pertencer à PJ, canalizarão de imediato à PJ para efeitos de tratamento. Segundo a minha interpretação, os procedimentos simplificados podem reduzir o tempo de espera ao queixoso, mas parece-me que se tornaram ainda mais complexos, porque carece de um tratamento da PJ. Acho que o dito mecanismo da simplificação dos procedimentos para a apresentação de queixas não está aprovado. Espero que possam simplificar ainda mais, porque já se falou há muito tempo. Hoje, não pretendo voltar a entrar em pormenores, apenas frisei porque é verdade que existem muitas vozes no seio da sociedade. Em relação à segunda questão, há pouco, os colegas também referiram a questão do combate aos trabalhadores ilegais nos casinos. De acordo com a explicação do Sr. Secretário, compete à PSP combater os trabalhadores ilegais, mas o Sr. Secretário Tam disse que é da competência da PJ e o Sr. Secretário Cheong acha que é da competência da PSP. Afinal, quem é o responsável pelas acções de combate aos trabalhadores ilegais? Na minha opinião, acho que não devia ser a PSP a destacar alguns agentes policiais a longo prazo nos casinos, no sentido de fiscalizar os trabalhadores ilegais. Creio que não se trata de uma forma viável, mas também não podemos esquecer que a PJ também destaca um grupo de agentes da Polícia nos casinos. Acontece que se a PSP recebesse alguma informação sobre a existência de trabalhadores ilegais nos casinos, não há dúvida que tem de entrar em acção. Pena é que, neste momento, os trabalhadores ilegais são detidos apenas nos cafés e nas obras, nunca são detidos nos casinos, e porquê? Normalmente, quando se trata de grande quantidade de trabalhadores ilegais, as autoridades policiais não conseguem deter, por isso, devem rever as vossas acções de combate. Já se referiu que esta questão põe em causa a dignidade e a solenidade do Governo da RAEM. Bom, nesta parte, gostaria de referenciar a questão dos recursos humanos. É verdade que muitos colegas referiram que a moral dos agentes policiais está muito em baixo, no fundo, não posso confirmar a sua existência porque tenho poucos contactos com os agentes policiais, ao contrário do Sr. Deputado José Pereira Coutinho. Quanto à baixa moral dos funcionários públicos, digamos que também partilho o mesmo sentimento, porque ouvi algumas explicações dos colegas, nomeadamente no que diz respeito ao estatuto do pessoal militarizado, DL n.º 66/94/M. Recordo-me que, no ano passado, também abordámos esta questão e a sua eventual revisão, mas de acordo com o relatório das LAG do corrente ano, não incluíram esta matéria. Através do esclarecimento do Sr. Secretário, sabemos que existe um grupo de trabalho que se encarrega pela análise da questão, só que não fizeram nenhuma N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série referência nas LAG, o que nos demonstra que não estão minimamente interessados por esta matéria. Digamos que no seio das Forças de Segurança muitos agentes policiais manifestaram a sua preocupação em relação à revisão do estatuto do pessoal militarizado, porque, de facto, existem muitos aspectos irracionais que devem ser revistos quanto antes. Parece-me que os subordinados estão com pressa e os superiores não. Tudo isto pode contribuir para a existência da baixa moral no seio dos agentes policiais e desconfiança destes pelos superiores. Uma outra questão que gostaria de abordar diz respeito à questão de nepotismo e favorecimento de pessoal no processo de ingresso. Lembro-me perfeitamente que o Sr. Chefe do Executivo criticou esta questão no relatório das LAG do ano transacto, “combater com firmeza toda a espécie de nepotismo e favorecimento pessoal nos processos de ingresso, avaliação e acesso dos funcionários, para que a justiça seja sempre um valor perene no seio da Administração”, mas parece-me que não conseguiu uma articulação. Mesmo no corrente ano, também não consigo encontrar a sua concretização, será que é apenas um comentário feito pelo Chefe do Executivo e daí o âmbito do Sr. Secretário faz questão de não ligar? Porém, acho que a questão do nepotismo e favorecimento de pessoal no processo de ingresso é extremamente importante, pessoalmente, atribuo uma especial atenção, só que esta situação é muito vulgar verificar no âmbito da Segurança. Uma vez que está em causa o factor do favorecimento pessoal de benefícios, muitas pessoas acham que existe aqui grave injustiça. Trata-se meramente de rumores, até me chegaram a contar que várias senhoras que entraram há muito pouco tempo nas corporações, conseguiram ser promovidas rapidamente. Dentro deste departamento trabalham juntos muitos familiares e até cônjuges. É claro que não devemos acreditar totalmente nos rumores, mas eles não existem por mero acaso. No entanto, se detectarmos a existência de nepotismo e favorecimento de pessoal no processo de ingresso num determinado serviço, a força da exclusão para as pessoas que não pertencem a este fenómeno é muito grande, porque no caso de sucesso, os familiares serão beneficiados, mas no caso de insucesso, os rejeitados são os que pagam pelos erros. Por isso, se não juntarmos a eles, viveremos com muitas dificuldades. Perante este ambiente de trabalho, é muito difícil elevar a moral. Quanto à outra questão que gostaria de abordar, prende-se com a organização dos trabalhos que também se verificou um descuido. De acordo com as opiniões de alguns agentes policiais com alguma antiguidade, antigamente, existia algumas organizações de trabalho que têm de observar algumas regras predefinidas, tal como organizar as tarefas em conformidade com a antiguidade dos agentes policiais. Como por exemplo, um agente policial com mais de 10 anos de serviço é considerado um agente experiente, mas não há dúvida que as suas condições físicas já não são as mesmas. Por isso, algumas tarefas que necessitam de mais condições físicas não serão atribuídas aos agentes policiais com mais experiência no ramo. O que já não acontece com todos os serviços, porque alguns tentam fazer tudo para beneficiar os mais experientes, devido a determinadas relações pessoais, pelo que atribuem funções muito simples aos beneficiados e outros atribuem o patrulhamento a essas pessoas e os mais novos já fazem o patrulhamento no veículo. Todas estas situações que acabei de referir contribuem para a existência do fenómeno de injustiça. No que se refere à outra questão que gostaria de invocar, digamos que tem a ver com regime de compensação. Hoje em dia, é melhor ser futebolista do que ir apanhar o ladrão. Não tem nada a ver a 43 função que se sujeita a todo o tipo de condição climatérica com a função dentro do escritório. Não é verdade? Estas são algumas das opiniões dos agentes policiais, por isso, espero que possam melhorar estas situações. Há pouco, também se falou a questão do mecanismo para a reclamação de queixas. É verdade que muitas pessoas acham que não têm onde recorrer. É óbvio que o Sr. Secretário já se pronunciou acerca desta matéria, ou seja, quer o Chefe do Executivo, quer o Secretário da tutela, também se pode intervir no tratamento das queixas. Mas de um modo geral, o Chefe do Executivo encarrega o Secretário e ele encarrega do Comandante assim sucessivamente, em conclusão, onde chegará a queixa? Tenho uns amigos que me contaram que há situações em que o próprio superior hierárquico chama atenção ao subordinado pelo facto deste ter apresentado uma queixa por escrito, dizendo que não valeu a pena apresentá-la por escrito, porque no final chega sempre às minhas mãos. Perante a legislação em vigor, quando está em causa uma queixa, ambas as partes devem evitar o envolvimento no caso em estudo. Será que também existe este regime nas corporações policiais? Quando o subordinado apresentar uma queixa sobre o seu superior hierárquico e se for mesmo necessário instaurar um processo de investigação, não será que o respectivo superior se deve afastar para não poder tomar uma decisão? Finalmente, temos a questão do apoio aos agentes policiais. Esta questão talvez venha a gerar alguns conflitos. No ano passado, registámos vários casos de suicídio por parte dos agentes policiais, alguns casos envolveram dívidas contraídas nos jogos de fortuna ou azar. Com certeza que os agentes jogadores não merecem o nosso incentivo, sobretudo quando está em causa um agente policial, mas se contraírem mesmo dívidas derivado aos jogos de fortuna ou azar, o que podem fazer? Alguns amigos das corporações policiais revelaram-me que, antes da reunificação, ou seja, aquando da administração portuguesa, se o superior vier a descobrir tal atitude, era considerado um assunto particular e não se metia, mas depois da reunificação, o jogador na qualidade de agente policial é criticado como influência negativa para o renome das corporações policiais e ainda por cima corre o risco de ser acusado. Como tal, quando contraírem dívidas, por um lado, têm de enfrentar os credores e, por outro lado, corre o risco de ser acusado pelo seu próprio superior hierárquico, de modo que muitos dos casos preferem recorrer à morte para evitar qualquer tipo de problemas. Só estou a insinuar uma possibilidade e não existem bases legais para fundamentar a minha opinião. Fique bem claro. O Sr. Secretário pode dizer que não é um assunto alarmante porque só se registaram poucos casos. A meu ver, acho que devemos preocupar-nos mais antes que o pior venha a acontecer. Ouvi dizer que é muito vulgar os agentes policiais participarem nos jogos, mas desconheço os dados que o Sr. Secretário pode dominar acerca desta questão. Acho que muitos agentes policiais devem ter contraído dívidas devido ao jogo, uns optam morrer e outros devem ter apoio de alguém com bom coração. Mas quem são esses apoiantes? Quando alguém precisar de ajudar, certamente que não recusa a oferta de ninguém, mas talvez sejam pessoas que querem penetrar no seio das corporações policiais para efeitos de interesses pessoais. Perante esta situação, qual será o tratamento das corporações policiais? Será que irão demiti-lo ou será que existem outros métodos de tratamento? De acordo com a experiência de HK, as corporações policiais de HK dispõem de um fundo de providência para estas situações, o dinheiro emprestado pelo fundo será descontado na remuneração mensal do agente policial até saldar a dívida e chamarão atenção para não se voltar a repetir. É muito provável que seja uma forma de apoio, também podem achar que a melhor forma é mandá-lo embora, mas será que N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série devemos tratar dessa maneira. Acho que esta matéria merece desenvolvermos estudos profundos. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Chan Kam Meng. Depois da intervenção do Sr. Deputado Chan Kam Meng, faremos um intervalo de meia hora. Chan Kam Meng: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Nos primeiros nove meses do corrente ano, a Brigada de Trânsito da PSP levantou 352.280 autos de contra-ordenação e, em comparação com o período homólogo do ano passado, verificou-se uma aumento de 22 %, e 321.200 deles referem-se a infracções de estacionamento que também aumentou 28,5% em comparação com o ano passado. Agora, podemos consultar os dados estatísticos da DSEC, até Setembro do corrente ano, registou-se em Macau 159.500 veículos em circulação, se fizermos as contas, cada veículo deve ter, pelo menos, duas multas. É claro que estes dados não se podem reflectir totalmente a situação real, porque na realidade tenho a certeza que a quantidade de infracções é muito maior do que o volume de multas levantadas. Em relação a este resultado, não podemos esquecer do esforço empenhado pelos agentes da linha de frente. Uma vez, vi dois agentes policiais fardados e com um livro muito grosso de multas junto dos parquímetros do Bairro Tamagnini Barbosa. Verificaram com muito cuidado todos os parquímetros daquela zona, os que passaram da hora, levantaram a multa e quando faltavam pouco tempo para o termo, ficavam lá e esperavam até que o tempo passe. Entretanto, também se aproveitaram para multar as motas que estavam mal estacionadas, foi num instante que acabaram com o livro que trazia. Para quem não conhece, até pareciam funcionários da empresa de estacionamento. Tive outra experiência. O agente policial fardado estava escondido nos arbustos, mas quando reparar algum veículo estacionado em cima da linha amarela, avança e coloca a multa no veículo, a seguir regressa ao esconderijo. Se ele não estivesse fardado, ninguém consegue imaginar que é um agente policial. Será que com 12 mil patacas de ordenado, só sabe levantar autos de contra-ordenação, não acham que é um desperdício? É verdade que os condutores estacionam os veículos de um modo exagerado, mas sinceramente quem está disposto em ser infractor de livre vontade? Macau é uma cidade pequena, com muitos veículos em circulação e se não conseguirem estacionamento adequado, mesmo que tenham consciência que irão ser multados, deixarão assim o veículo. Será que bastava multar para resolver o problema do estacionamento? Os serviços competentes mencionaram claramente que, no próximo ano, para além de reforçar as acusações, ainda irão reforçar a prevenção, de modo a juntar a sanção e a educação para que os resultados sejam mais evidentes. Então, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário quais são as medidas científicas para resolver as questões? Acho que não devia ter adoptado a palavra resolver. Como é que o Governo conseguirá melhorar as dificuldades que Macau tem passado nos últimos anos? Em relação às medidas científicas, acho que não se tratam de multas, mesmo que venham multar ainda mais, não vai adiantar nada 44 porque os lugares de estacionamento disponíveis não conseguem acolher todos os veículos em circulação. Compreendo que os agentes policiais têm de assumir as suas funções e por isso multam os veículos que não estão bem estacionados, mas também não é solução para o problema em causa. Na qualidade de membro superior do Governo, para além de ensinar aos subordinados a passarem multas, também se deve ensinar algumas técnicas de manter a ordem social aos agentes policiais com menos experiência. Depois uma formação especial, acho que é um desperdício se o agente policial só passa multas. A propósito da questão das multas, acho que as corporações policiais já possuem sistema electrónico para registar as multas na hora, com o objectivo de elevar a eficiência e de reduzir lacunas. Pelos vistos, estão decididos em elevar a eficiência no levantamento dos autos de contra-ordenação. Não há dúvida que o acto de multar constitui um efeito dissuasor aos cidadãos que praticam infracções, mas também temos de ter em conta o cenário confuso de trânsito em Macau, de maneira que não se pode depender absolutamente das multas para resolver a questão do estacionamento, a não ser que o novo sistema electrónico consiga fazer algum milagre. Aproveito para pedir um esclarecimento ao Sr. Secretário sobre o novo sistema electrónico. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados, Sr. Secretário: Agora, vamos interromper a reunião por meia hora, quando regressarmos passarei a palavra ao Sr. Secretário e aos Srs. Deputados para intervirem. (Intervalo) Presidente: Srs. Deputados: Continuaremos com a nossa reunião Plenária. Sr. Secretário Cheong, antes do intervalo, seis Deputados manifestaram a sua opinião, e alguns conteúdos devem ser um pouco complexos, por isso, vou convidá-lo para intervir. Faça o favor, Sr. Secretário. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Quanto á política de duas vias numa só região, iremos transmitir as vossas opiniões aos serviços competentes. Creio que é necessário dialogar-se com o Governo Popular Central devido à questão do terreno para o posto fronteiriço e, com certeza que Macau também necessita da jurisdição judicial. No que se refere à questão do terreno, não depende somente da minha competência para resolver o problema. Em relação ao posto fronteiriço dos Serviços de Migração, negociámos com a DSSOPT e, percebemos que eles têm planos para acelerar as obras de ampliação, de modo a elevar o acolhimento de turistas de 300 mil para 600 mil. Além disso, também prevemos a criação de alguns sistemas automáticos no novo posto fronteiriço e, mais tarde, este sistema irá ser estendido até ao posto terrestre, aéreo e marítimo. Normalmente, costumamos testar os novos sistemas durante algum tempo e só depois é que estendemos para o resto dos postos fronteiriços. Quanto ao combate aos trabalhadores ilegais, também faz parte da N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série competência da PSP. Só depois de recebermos informações é que procedemos à fiscalização, porque temos de pensar que a nossa acção de fiscalização pode causar inconvenientes aos cidadãos, ao funcionamento das empresas e das lojas comerciais, de maneira que há que termos em conta o horário de descanso e de funcionamento. Daqui a pouco, o Sr. Comandante da PSP fará um esclarecimento pormenorizado acerca da questão dos trabalhadores ilegais. Relativamente ao mecanismo de queixas, suponhamos que alguém quer apresentar uma queixa sobre um determinado comandante, digamos que pode entregar directamente por escrito à pessoa em causa, porque o comandante ao receber a queixa é obrigatório canalizá-lo ao Secretário da sua tutela. Tal como acontece com os outros serviços públicos, quando o cidadão entregar algum documento aos serviços pode solicitar um carimbo de entrada no duplicado. Digamos que o procedimento é o mesmo, por isso, quando o Gabinete do Secretário receber algum documento importante, também activa o mesmo mecanismo. Em suma, temos vias para a apresentação de queixas. Alguns Deputados referiram que existem muitas críticas negativas, hoje, estamos no dia 27 de Novembro de 2006 e o regime do fundo de providência só entrará em vigor no dia 1 de Janeiro do próximo ano. Uma vez que o presente regime está em vigor, não compreendo por que motivo suscitaram tantas críticas negativas, se me dissesse que suscitaram após a implementação do novo regime, aí sim, talvez possa vir a acontecer. Não estou a compreender qual a razão da existência de críticas se o regime ainda não entrou em vigor. Também se referiu que, ao fim de cinco anos de admissão, poderemos sofrer uma perda de pessoal. É evidente que as nossas corporações policiais irão adoptar as devidas medidas. Podemos dizer que, no presente momento, o emprego na função pública tem a sua vantagem, ou melhor, é estável. Nos últimos dois meses, temos vindo a registar muitos despedimentos nas empresas privadas, pelo que é mais uma razão para afirmar que ser funcionário público tem uma certa estabilidade profissional. Quando se fala na remuneração, tenho alguns amigos que trabalham nas empresas privadas de grande envergadura, desempenham funções de secretariado e administrativas, mas todos eles estudaram no estrangeiro e possuem um curso superior, só que a remuneração é cerca de 10 mil patacas. O que também acontece com a promoção dos funcionários, no caso da função pública, a promoção tem de ser publicada no BO e todos os cidadãos podem consultar a respectiva fórmula de cálculo. Digamos que a promoção de uma pessoa só pode ser concretizada depois de uma reunião com os membros das corporações policiais e de uma análise sobre o tempo de serviço, a classificação de serviço, as habilitações académicas e os louvores recebidos. Esta fórmula e os respectivos dados têm de ser publicados no BO. No que respeita à questão da licença de uso e porte de arma de defesa, é da competência do comandante da PSP e, que eu saiba, existem alguns critérios, tais como operações que ao agentes policiais participam, antes ou depois de se aposentarem, o tipo de relações ou amizades fora das corporações policiais. Suponhamos que o agente policial envolveu-se num conflito e apontou a arma a alguém, neste caso, a pessoa em causa terá que se sujeitar a um processo de investigação por parte do comandante da PSP. Daqui a pouco, talvez o Sr. Comandante Lei possa esclarecer melhor este assunto. Também se mencionou a questão do combate às corridas ilegais, colocando obstáculos com pregos para furar os pneus. Todavia, acho 45 que as medidas a aplicar devem ter em conta a segurança, porque ao colocarem os obstáculos e se provocar algum acidente mortal, as consequências serão incalculáveis. De facto, a BT dispõe de equipamentos para o efeito, mas aquando da aplicação, é necessário ponderar-se muitos factores. Já adquirimos esses equipamentos há dez anos. Quanto à questão do pessoal na PJ, neste momento, ela continua a admitir pessoal. Aproveito esta oportunidade para deixar aqui um apelo, os jovens que queiram servir a sociedade de Macau, podem candidatar-se às vagas do âmbito da segurança, porque na qualidade de cidadão de Macau, devem prestar serviços à sociedade. Alguns Deputados mencionaram que as acções de combate aos trabalhadores ilegais deviam ser prosseguidas durante a noite, daqui a pouco, o Sr. Comandante Lei irá esclarecer melhor esta questão. No tocante à questão das obras de aditamento às construções, transmitiremos as vossas opiniões aos serviços competentes. Porém, e quanto à questão do graduado de serviço pressionar muito o pessoal da linha de frente, daí que não foi trabalhar para demonstrar o seu desagrado, digamos que iremos averiguar melhor a questão. Em relação aos barcos que entram ilegalmente em Macau, posso dizer que os nossos SA reforçarão as acções de combate e também irão cooperar com as autoridades fronteiriças, no sentido de reforçar o intercâmbio de informações e as operações de combate. Quanto à questão do trânsito, todos os anos organizamos uma actividade relativa ao mês da segurança rodoviária, com o objectivo de ensinar os cidadãos e os condutores a cumprirem as regras do trânsito. No entanto, também se falou a questão de orientador rodoviário, num futuro próximo, sobretudo depois da criação do departamento de trânsito, a Brigada de Trânsito terá que contratar orientadores rodoviários. Em relação aos postos fronteiriços, mais exactamente a aplicação do sistema automático, digamos que continuaremos a instalar nos outros postos fronteiriços. Alguns Deputados referiram a questão dos alunos e dos trabalhadores que têm de passar diariamente pelo posto fronteiriço das Portas do Cerco, mas não podem esquecer que temos de ter em conta a questão da igualdade, porque se um trabalhador não residente possuir um cartão especial com prioridade na passagem do posto, o cidadão que estiver na fila reclaramá com certeza. Normalmente, para se articular com o internacional, não há dúvida que o Governo terá que atribuir prioridade aos seus cidadãos e não aos não residente. No que respeita à criação de obstáculos, dialogaremos com os seviços competentes, no sentido de estudar a sua viabilidade, porque temos a certeza que os serviços competentes terão as suas opiniões profissionais acerca do fluxo de circulação, da colocação de sinais semafóricos ou da nova rede de trânsito. Nos termos do Código da Estrada, se o condutor estacionar o carro em cima das linhas amarelas horizontais, é considerado uma infracção perante as normas de trânsito, pelo que o agente da autoridade pode muito bem levantar o auto de contraordenação, mas uma vez que Macau é uma cidade pequena, os agentes policiais acham que deviam deixar primeiramente uma recomendação porque produz um efeito melhor, a não ser que o condutor não obedeça à ordem policial, aí sim, o infractor está sujeito a ser multado. Em relação à questão dos trabalhadores ilegais a que o Sr. Deputado Au mencionou, trata-se de um assunto da competência da PSP. Acho que hoje de manhã e uma parte da tarde já fiz referência à questão dos recursos humanos, pelo que não vale a pena voltar a repetir. As nossas Forças de Segurança possuem muitos funcionários, cerca de 7.190, talvez por este motivo, existem sempre determinados funcionários que não ficam muito satisfeitos com a presente situação, o que é muito natural, digamos que poderemos auscultar as diversas N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série opiniões e introduzir-se as devidas alterações, mas não partilhamos a opinião de que os agentes estão com a moral em baixo. No dia um de Janeiro de 2005, o índice salarial de 40 passou para 50 e, no dia 1 de Junho de 2006, aumentou mais 15 pontos salariais e, neste momento, ainda estamos a estudar a possibilidade de aumentar o índice salarial da carreira básica, a fim de atrair mais pessoas a aderirem neste ramo de actividade. Quanto à programação e organização dos trabalhos, posso adiantar que os serviços de actuação têm as suas próprias decisões, tal como a questão do mecanismo de queixas, também posso revelar que existe um regime de afastamento, por isso, o superior hierárquico que estiver envolvido numa queixa, não pode tratar do caso e é convidado para se afastar. Digamos que as Forças de Segurança possuem psicólogos para apoiar os nossos agentes policiais, caso o agente policial tenha algum problema pode receber este apoio e este mecanismo já dispomos há cerca de 5 anos. No que respeita à questão do trânsito, digamos que se deve a muitos factores e acho que devem saber que os serviços competentes estão, neste momento, a analisar a criação de eléctricos e as nossas corporações policiais irão prestar toda a cooperação. Todavia, acho que esta questão só pode ser resolvida à base de uma solução científica, porque só com os esforços das cooperações policiais é muito difícil resolver. De qualquer modo, reforçaremos o cumprimento das regras de trânsito nas ruas mais movimentadas, tais como Av. de Almeida Ribeiro, COTAI e outras zonas com muito trânsito. Talvez possa convidar o Sr. Comandante Lei a intervir. Comandante da Polícia de Segurança Pública, Lei Sio Peng: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, vou apresentar o novo sistema electrónico para o registo das multas que a nossa Brigada de Trânsito está a preparar. Tenho de salientar que o sistema electrónico para o registo de multas não tem funções extraordinárias, porque a função principal consiste em facilitar o procedimento de levantar um auto de contra-ordenação. Cito um exemplo. Todos devem conhecer um auto de contra-ordenação, é um documento que necessita de um preenchimento complicado, ou seja, consta os dados do infractor, o artigo da infração, o concelho, a rua, o número da porta, a hora, etc.. Num futuro próximo, o sistema disponibilizará todos estes dados, através da forma de selecção, basta citar o artigo o aparelho em si procura facultar todos os dados necessários inclusivamente a valor da coima e depois terá que pedir uma impressão. Com este sistema, podemos evitar enganos por parte da entidade autuante em relação à aplicação do artigo e da coima, porque, muitas vezes, se os autos não forem bem levantados, as nossas acusações não serão bem sucedidas. Tentámos estudar a viabilidade do tal sistema com alguns serviços públicos e chegámos à conclusão que a melhor forma será registar o número de controlo do livrete, porque assim depois de introduzir o no. de controlo aparecerá no ecrã as características e os dados do veículo, mas tenho de esclarecer que este mecanismo ainda está em fase de estudo, por isso, não sabemos quando será a sua implementação. Ainda existe uma outra função de poupar o tempo e elevar a eficácia. Talvez tenha de explicar como se passa tradicionalmente 46 uma multa. Todos os agentes policiais, inclusivamente os agentes da BT e os agentes policiais de patrulhamento, antes de se despegarem do serviço têm de devolver o livro de multas ao piquete. As esquadras policiais no.1, no.2 e no.3, juntam as multas e enviam para a BT e a BT para além de registar as multas levantadas por ela própria ainda tem de registar as multas recebidas por parte das esquadras policiais, e este procedimento de registo desperdiça muito tempo. Tenho vários agentes policiais do sexo feminino que não param de registar multas, só que os cidadão continuam a reclamar porque depois de lá estarem para pagar as coimas pendentes, ao fim de duas semanas, afinal, já têm mais coimas por pagar. Isto acontece com muita frequência porque o registo das coimas não está em dia e há aqui uma divergência de dados devido à questão temporal. Uma vez que as multas não são registadas na hora no sistema informático, e daí é claro que os dados não estão actualizados, de maneira que só pagam as que estão registadas. Nos futuros anos, se implementarmos o dito sistema, talvez possamos melhorar esta questão. Todos sabem que existem anualmente inúmeras multas levantadas, por isso, se não criarmos um sistema electrónico para simplificar o procedimento, nunca conseguiremos actualizar os dados e até poderemos reduzir a nossa eficácia. Por outro lado, acho que também há necessidade de esclarecer a questão do uso e porte de arma de defesa. Digamos que uma parte do pessoal activo da PSP tem arma de defesa, para além da PSP, o pessoal dos outros departamentos das Forças de Segurança também possuem arma de defesa. Aquando da aposentação, como será a situação de uso e porte de arma de defesa por parte do pessoal? Em primeiro lugar, consideramos a necessidade de uso e porte e as funções que desempenhava antes de se aposentar. Suponhamos que desempenhava funções administrativas, se nunca apanhou sequer um ladrão, está fora de questão considerar a necessidade, porque nem todos os agentes administrativos têm condições para requerer o uso e porte de arma de defesa. Digamos que a autorização, ou não, depende das funções, dos sucessos e das condutas antes de se aposentar. Anteriormente, também se falou que alguns agentes policiais quando presenciam situações de roubo mesmo que estejam fora do horário de trabalho, eles tentam ajudar e resolver a questão. Portanto, há que ter em conta as funções exercidas e a conduta do próprio agente policial. Há pouco, o Sr. Secretário também apresentou que é necessário investigar as amizades do próprio agente policial e se alguma fez abusou da sua arma em situações inconvenientes. O que não significa que tem direito ao uso e porte de arma de defesa quando está aposentado porque já o possuía em actividade. Conclusão, esta questão há que considerar muitos factores e antecedentes. Relativamente à questão dos trabalhadores ilegais, há pouco, o Sr. Deputado Ng Kuok Cheong mencionou que devíamos inspeccionar os estaleiros durante a noite. De facto, temos poucas acções de combate aos trabalhadores ilegais no horário nocturno, devido ao ambiente e aos factores de perigo durante a noite. Todos nós sabemos que os estaleiros das obras têm um ambiente muito complexo e ainda por cima há falta de iluminação. Cito um exemplo. Os espaços elevados dos estaleiros não têm vedações e na superfície existem muitos buracos, pregos, máquinas e outros tipos de obstáculos, se não tiver iluminação suficiente, estamos a pôr a vida dos agentes policiais e dos empregados em perigo. Neste caso, é muito fácil registarem-se ferimentos ou até acidentes. Por isso mesmo, ainda estamos a estudar a viabilidade de uma proposta, trata-se de uma proposta diversificada e esperamos que seja mesmo viável para patrulharmos os estaleiros durante a noite. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Acho que já terminei a minha apresentação. Presidente: Será que o Sr. Secretário também já terminou a sua intervenção? … Tem a palavra o Sr. Deputado Fong Chi Keong. Sr. Deputado Leong Heng Teng, acho que também se pode preparar para intervir a seguir. Fong Chi Keong: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Gostaria de abordar a questão da falta colectiva que se falou anteriormente. Sei que o Sr. Comandante Lei Sio Peng já esclareceu a questão em causa e a intenção da minha intervenção não vai no sentido de criar conflitos, mas há um assunto que ainda não ficou muito esclarecido. Porque é que depois da comunicação social revelar este assunto, as corporações policiais não fizeram nenhum esclarecimento? Trata-se de um assunto muito negativo, de maneira que o porta-voz deveria esclarecer esta questão junto da imprensa, de modo a evitar especulações. Qual é o meu ponto de vista em relação a esta questão? Acho que, a camada superior das corporações policiais não dão valor ao aparecimento de alguns problemas e julgam que são problemas simples, porque se não houvesse gravidade, a imprensa não revelava. Não foi um mero acaso. Só espero que a camada superior possa enfrentar os problemas e não fugir aos problemas, além disso, deve ser mais corajosa e tentar encontrar uma solução, pois só assim é que poderá resolver e atenuar imediatamente alguns conflitos. Tudo o que se passa à nossa volta há interligações, num futuro, poderá trazer consequências desfavoráveis e negativas, por isso, só espero que possam resolver o assunto em causa quanto antes. O outro assunto que gostaria de mencionar, prende-se com o reforço das instalações policiais. No vosso relatório das LAG, referiu muitas vezes a questão do reforço e da intensificação, estou perfeitamente consciente que as vossas missões são de ferro, ou seja, missões difíceis de cumprir. No que se refere à disciplina, certamente que não podem omitir o factor do rigor, porque as vossas missões são difíceis. Ao darmos importância ao reforço, não podemos esquecer a parte interna. Referimos frequentemente que devem gerir os serviços com humanidade, o que significa que têm de considerar o método de gestão interna, porque as missões das forças de segurança são árduas e difíceis, e daí, também necessitam de rigor na disciplina. O pessoal da linha de frente tem uma missão difícil, porque está sujeito a condições climatéricas aquando do desempenho das funções, que são extremamente complexas. Se se tratar de um assunto disciplinar, não há dúvida que o pessoal tem de o tratar com rigor, mas se for apenas um assunto interno, devem ser mais tolerantes e compreensíveis. Mesmo quando adoecer algum familiar, o pessoal da linha de frente não se atreve em pedir licença para levar o seu familiar ao médico, porque tem de obter autorização de várias camadas hierárquicas, não acham que este tipo de regime é demasiado rigoroso? Por isso, é necessário tomar uma atitude dependentemente a situação. Tal como diz o velho ditado, sem sentimentos não significa que é 47 bom combatente, porque se for mesmo um bom combatente, deve ser flexível no tratamento de determinados assuntos. Será que os superiores hierárquicos algum dia tentaram saber junto dos seus subordinados se a vida, a família ou os trabalhos têm trazido muitas pressões para eles? Isto é muito importante. Será que conseguem ajudá-los a resolver algumas dificuldades? Porque é que alguns agentes policiais tiveram que recorrer ao suicídio? Se não tentarem saber se os subordinados estão bem, ou não, nunca conseguem apoiá-los nem criar laços de amizade. Entretanto, se um dos subordinados gosta de jogar, devem tentar convencê-lo que mais tarde pode vir a contrair dívidas e pressionado pelos credores. Se conseguirem aproximar-se dos subordinados, os problemas seriam muito mais fáceis de resolver. Em HK, também criaram um fundo para apoiar os agentes policiais que gostam de jogar e, por outro lado, ainda tem o objectivo de os ajuda a saírem dos conflitos e a reintegrarem na sociedade. Muitas vezes, temos de dar uma segunda oportunidade aos nossos subordinados. Se as corporações policiais de Macau têm mais de 7.190 agentes policiais, muitos deles são muito novos e se não tiveram juízo e meteram em sarilhos merecem uma segunda oportunidade. Não concordam? Uma vez que despendemos muitos recursos e tempo para os formar, também não podemos largar com tanta facilidade. A minha opinião é tentar preocupar mais com os subordinados, já que têm uma missão árdua, podem organizar algumas actividades de lazer para se aproximar dos subordinados. Que eu saiba, as corporações policiais não dispõem de nenhum recinto de diversão ou de lazer para atenuar as pressões dos agentes policiais, mas antigamente organizavam muitas actividades. No quartel general, havia um clube e um campo desportivo para os militares se distraírem e porque é que agora não dão continuidade a estas actividades? Qual é a minha intenção de salientar este assunto? Para mim, acho que é extremamente importante disponibilizar um espaço para convívio e para diálogo entre colegas de trabalho, amigos e até familiares. Se conseguirem facultar este tipo de diversões saudáveis, eles já não têm de recorrer aos clubes nocturnos. É claro que não está redigido na legislação vigente que os agentes policiais não podem entrar nos estabelecimentos de diversão, mas não podemos esquecer que nesses recintos, normalmente, bebem-se uns copos a mais e, neste caso, podem cometer alguma loucura. Já aconteceu coisas piores, tal como apontar a arma a alguém às 5 da madrugada. Tudo isto pode afectar a imagem das corporações policiais em geral. Não é verdade? Não acham que a criação de alguns recintos próprios para a frequência dos agentes policiais pode contribuir com muitas vantagens para o convívio entre colegas? Espero que o Sr. Secretário possa considerar a minha proposta. Há pouco, falou-se que há necessidade de deixar aqui um apelo para que os jovens possam aderir às corporações policiais. Se nem prestam atenção a esses assuntos, como é que conseguem atrair a adesão dos jovens neste ramo de actividade? Não é verdade? Como podem criar a valorização? Acho que devem trabalhar mais no sentido de criar valorização, confiança, optimismo, cultura, etc., a fim de limpar a imagem negativa das corporações policiais e só depois é que conseguirão atrair jovens para aderir a este ramo de actividade. Não podemos exigir muito para que os agentes policiais consigam sucesso, porque também não contribuímos para facilitar o desempenho das tarefas. Digamos que a ideia de gestão não consiste meramente em alcançar os objectivos ou prestar importância à eficácia, o resto também é importante, porque se os subordinados não são estimados como conseguirão alcançar o objectivo de espírito de equipa? Se não há espírito de equipa, não conseguirão produzir e N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série se não houver produção, não haverá lugar a combate à criminalidade. Conclusão, devem relacionar e conviver mais com os subordinados … Tenho dito. Obrigado. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Leong Heng Teng. A Sra. Deputada Kwan também se pode preparar para intervir. Leong Heng Teng: Obrigado, Sra. Presidente. Srs. Membros do Governo, 48 geral. Tanto a reforma administrativa e legislativa, como as respectivas revisões e aperfeiçoamentos ao regime de gestão, também são bases extremamente importantes. Alguns dias atrás, vi uma criança com cerca de seis anos acompanhada por dois agentes policiais junto da Associação dos Moradores da Horta e Costa. Tentei saber o que se passou e contaram-me que a criança perdeu-se e estava cheia de medo, ainda bem que estava com dois agentes policiais. As pessoas que passavam naquela rua tentavam acalmar a criança dizendo que os senhores polícias irão ajudá-la a encontrar os familiares. Os dois agentes policiais eram novos e simpáticos, fizeram tudo dentro do seu alcance para tranquilizar a criança. Tal como ontem, quando fui à cerimónia do encerramento do festival de gastronomia, vi que haviam quatro agentes policiais em serviços, ainda bem que não estava frio nem chovia, porque senão tinham que aguentar na mesma. Caros Colegas: Em primeiro lugar, vou mencionar alguns problemas concretos. De acordo com os dados estatísticos, existem mais de 10 mil imigrantes clandestinos e com visto de permanência fora de prazo, o que significa que sofreu um aumento de quase 60%. Deste modo, … Também reparei que o Governo tem vindo a adoptar algumas medidas para resolver a questão. Alguns moradores manifestaram que, apesar da Av. de Almeida Ribeiro ser uma rua muito movimentada, existem muitos mendigos e esta situação nunca foi resolvida. É claro que, não só a Av. de Almeida Ribeiro é muito movimentada, como também a Av. do Conselheiro Ferreira de Almeida e a Av. Horta e Costa, não acham que esta questão está relacionada com a questão de permanência fora de prazo e de emigração clandestina? Há pouco, quando o Sr. Secretário explicou a questão da mobilização dos recursos comunitários fez referência ao direito público, também concordo que devem preservar o direito público, mas ao reservar este direito, como podem mobilizar as forças comunitárias? A meu ver, não há aqui nenhum conflito, por isso, devem analisar a questão em causa com a maior celeridade possível, através da criação de uma organização informativa entre a polícia e a comunidade. Acho que este assunto continua a merecer a nossa consulta. Mesmo nas outras actividades de grande envergadura, eles assumem um papel importante, tal como no evento do Grande Prémio de Macau. Porém, se se disser que a moral deles está muito baixa, acho que não preciso de apresentar provas, porque eles esforçaram muito nos últimos anos para nos oferecer um ambiente favorável. Acho que todos os cidadãos devem estar satisfeitos com o esforço das nossas corporações policiais nos últimos anos, caso contrário, Macau não terá tranquilidade. Este bom ambiente de Macau deve-se ao esforço e empenho dos agentes policiais, sobretudo os da linha de frente, dos funcionários públicos e dos dirigentes. Digamos que se os agentes policiais e os funcionários públicos tiverem a moral em baixo, no fundo, quem sofre as consequências são os cidadãos em geral. Acho que o Governo tem toda a responsabilidade de aperfeiçoar o global regime de gestão, pessoalmente, também sinto que devo assumir a responsabilidade de convencer o Governo. O nosso Gabinete de Deputados também dispõe de um serviço que se encarrega pela recepção de queixas, pelo que temos vindo a receber muitas reclamações que implicam o aperfeiçoamento do regime de gestão. Desde que haja uma reclamação, acho que o Governo deve tomar uma posição e procurar saber por que razão existe a queixa. Muitas vezes, temos de resolver os conflitos e não complicar ainda mais. Assim como a questão do Fundo de providência, afinal, mais de 6.000 trabalhadores em regime de assalariamento estão inscritos neste fundo e, teoricamente, devem estar melhor do que antes. Na minha opinião, se a maioria dos votos foi a favor da criação do respectivo fundo é porque tem as suas vantagens e creio que contribui para elevar a moral dos funcionários em geral, para favorecer a administração de Macau e para o bem estar dos cidadãos. No aspecto dos jovens, a minha colega Iong Veng Ian referiu a autorização de saída. Tal como disse o Sr. Secretário, os pais também devem assumir uma parte das responsabilidades e não deve ser muito difícil. Paralelamente, para além da colaboração dos encarregados de educação, acho que também não é difícil o Governo implementar algumas políticas neste sentido. A nossa 2.ª comissão especializada chegou a visitar o Instituto dos Menores e outras instituições congéneres, conseguimos apurar que eles ficam muito bem entregues às respectivas instituições. Porque, no fundo, não estamos a limitá-los e a castigá-los, só tentamos oferecer um espaço para efeitos de reeducação, a fim de reduzir a possibilidade de voltar a cometer crimes. No entanto, tentámos conversar com o pessoal da linha de frente para conhecer melhor o problema em causa e detectámos que, se bem que as investigações não são totalmente exactas, mas de acordo com os dados informativos, se criassem uma organização na zona norte para lançar acções de investigação, conseguirão reduzir, pelo menos, 18% dos casos de abuso de fármacos. Quanto à gravidade desta problemática, digamos que, não só os pais deviam assumir responsabilidades, como também o Governo devia tomar algumas medidas para o efeito. Através do noticiário, podemos tomar conhecimento sobre alguns acontecimentos. Quando noticiaram que prenderam vários trabalhadores ilegais num café, pensei logo que se fiscalizassem o estaleiro das obras, talvez tenham conseguido prender mais trabalhadores ilegais. O que é que os cidadãos podem pensar? Tal situação também se verifica na questão dos atestados médicos, porque é que o Governo não se pronunciou sobre o assunto? Acontece que se o Governo esclarecesse o mal entendido, não causava conflitos no seio da sociedade. Só através de esclarecimentos que a nossa sociedade pode ter paz e harmonia, caso contrário, não vale a pena esforçar, não é verdade? Há pouco, mencionou-se a questão da moral dos agentes policiais e, na minha opinião, trata-se de um problema da função pública em Conclusão, o Governo deve aumentar ainda mais a transparência das acções governativas, a fim de não deixar margem de dúvidas aos N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série cidadãos, há pouco, o Sr. Director Wong também referiu que o Governo teve o cuidado de analisar o assunto, só que depois chegou à conclusão que se deve salvaguardar os direitos humanos, pelo que não há possibilidade de implementar tal mecanismo. Este é um exemplo concreto. Se conseguissem transmitir tudo de um modo simples e sem deixar dúvidas, todas as pessoas iriam compreender e aceitar a decisão tomada, mas se não explicassem nada, certamente que ninguém compreenderia. Por último, é necessário aumentar a transparência para ganhar a confiança dos cidadãos. Muito obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Kwan Tsui Hang. O Sr. Deputado Leong Heng Teng também se pode preparar para intervir. Faça o favor, Sra. Deputada. Kwan Tsui Hang: Obrigada, Sra. Presidente. Acompanhando o tema em debate, que diz respeito à baixa moral, resta-me dizer que gostei muito da resposta do Sr. Secretário. Ele citou um exemplo e mencionou que é indispensável a existência da estabilidade no seio das corporações policiais. Neste momento, a sociedade não pára de falar sobre a falta de recursos humanos, inclusivamente nas corporações policiais, porque todas as pessoas preferem trabalhar nos casinos, mas há um facto verídico nas corporações policiais que é a estabilidade. Para além da estabilidade, acho que devemos incluir a responsabilidade, a imparcialidade e a boa imagem, no sentido de atrair mais jovens a aderirem neste ramo de actividade. Não há dúvida que o salário razoável também é um factor a considerar. Quanto à questão da baixa moral acho que foi provocada pela imperfeição dos regimes de promoção, de disciplina e de prémio, mas há solução e não devemos frisar demasiadamente, porque se não for possível criar uma imparcialidade, acho que todos nós temos de assumir uma parte da responsabilidade. Há pouco, os colegas também referiram a questão de suicídio por parte dos agentes policiais, é claro que também me preocupo com esta questão, mas a minha forma de manifestar a preocupação é à base de uma outra óptica. Se me disser que recorreram ao suicídio devido ao vício do jogo, tenho as minhas dúvidas em relação à educação das corporações policiais. Como é que podemos ajudá-los? Na minha opinião, acho que a ajuda deve ser na óptica de gestão humana, mas na óptica de gestão humana, mas na óptica disciplinar, devem acompanhar melhor os regulamentos relativos à disciplina do pessoal. Não podemos esquecer que os funcionários públicos não podem envolver nos jogos de fortuna ou azar. No entanto, alguns colegas acham que deve haver mais humanidade nas corporações policiais, só que não posso partilhar este ponto de vista porque estamos a falar de corporações disciplinares, que devem determinar conceitos nítidos, caso contrário, como podem ser executantes da lei? Este é o meu ponto de vista. Por outro lado, também gostaria de manifestar algumas opiniões acerca da relação entre a polícia e o cidadão. De detectei que esta relação é muito complexa e onde reside a complexidade? Abordámos a questão do relacionamento entre a polícia e o cidadão ao longo de muitos anos e sei que a Polícia reuniu muitos esforços no sentido de melhorar o respectivo relacionamento. Pessoalmente, acho que tem uma determinada dificuldade. Uma vez que as corporações policiais são considerados um órgão que executa a lei, quando necessitar de exercer a função de executante, entra imediatamente em conflitos e o 49 que é que esses conflitos podem gerar? Se executarem a lei de uma forma rigorosa, tal como aplicar multas aos infractores, podem gerar conflitos. Acho que devemos meditar muito bem esta questão. Por outro lado, se eles não forem rigorosos na execução da lei, podemos considerá-los agentes policiais negligentes porque não mantiveram a ordem social. Nestes termos, também se pode gerar descontentamento no seio da sociedade. Como podem ver as corporações policiais estão perante uma situação embaraçosa. No meu ponto de vista, por um lado, devem ter em consideração os princípios e a disciplina na execução e, por outro lado, devem ponderar o tratamento de algumas situações concretas. Porém, as instruções têm de ser nítidas porque senão quando houver problemas todos tentam procurar o responsável, mas se as instruções fossem por escrito, aí o responsável não escapa. Digamos que se as instruções fossem dadas oralmente, se acontecer algo desfavorável, quebra de imediato o relacionamento entre o superior e o subordinado. De qualquer modo, a polícia tem de executar a lei e, no processo da execução, devem pensar melhor e tranquilamente sobre os conflitos que possam vir a suscitar entre a polícia e o cidadão. Em relação à segunda questão, acho que também já se falou sobre o melhoramento do relacionamento entre a polícia e o cidadão. A verdade é que muitos cidadãos querem cooperar com a polícia, mas devido à complexidade do procedimento de queixas, as pessoas evitam problemas, já para não dizer que têm de repetir várias vezes as declarações, na PSP, na PJ ou até no MP. Se a queixa envolver um processo penal, o cidadão tem de prestar muitas declarações e sujeito a vários interrogatórios. Acho que esta questão não se resolve de um modo muito simples, ou seja, não se resolve apenas através da alteração ao procedimento, porque põe em causa uma acusação penal do regime judicial. Espero que o Sr. Secretário possa procurar conhecer melhor a questão em causa junto do pessoal da linha de frente, no sentido de encontrar quanto antes uma solução. Digamos que, se for necessário, talvez possamos rever a legislação vigente, a fim de se articular com as mudanças de todo o procedimento. Agora, gostaria de abordar uma outra etapa da relação entre a polícia e o cidadão, que se prende com o direito da informação. Lembro-me perfeitamente que a última vez que estivemos aqui a debater as LAG mencionámos que a polícia deve dar mais importância a algumas informações, sobretudo informações que possam revelar junto dos cidadãos, através da comunicação social. É verdade que muitos acontecimentos não foram noticiados na comunicação social, tais como os acidentes de trabalho num determinado estaleiro da construção civil. Será que o dono desse estaleiro é uma pessoa muito importante e por isso não podem divulgar nada? Será que tentam encobrir algo? Os cidadãos têm as suas dúvidas em relação a estes acontecimentos, porque não é nada normal. Suponhamos que se registaram mortes nesses acidentes, aí sim, não podem encobrir porque está em causa um assunto grave, mas se for outros tipos de acidentes, não comunicam, e porquê? Só espero que possam aperfeiçoar o mecanismo do “999”, quando houver lugar a uma urgência, as pessoas ligam para o “999” que tenta assegurar a segurança das pessoas num curto espaço de tempo, mas também devia ter a função de comunicar a comunicação social para que possa deslocar imediatamente ao local do acidente. Também me recordo que me disseram que a polícia não tem nada a ver com a função da comunicação social, mas se ela não consegue comunicar o sucedido junto da população, a responsabilidade é da polícia, por outro lado, também devem compreender que os cidadãos conhecem muitos assuntos através da imprensa. Entretanto, falou-se na conferência de imprensa da polícia que tenta divulgar junto da N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série comunicação social os casos registados, mas já se trata de uma comunicação selectiva, porque talvez tenham simplificado os casos e nem sempre apresentam tudo o que aconteceu. Tal situação também se verifica na comunicação social, ela não divulga tudo que regista, porque selecciona paralelamente os casos de maior importância. Acho que deve estabelecer aqui um equilíbrio. Espero que a polícia possa reponderar esta matéria, deste modo, é muito provável que venha a eliminar algum mal entendido, caso contrário, as pessoas duvidam se está, ou não, em causa o fenómeno de encobrimento. Obrigada. Presidente: Tem a palavra o Sr. Deputado Ung Choi Kun. A seguir, a Sra. Deputada Leong Iok Wa também se pode preparar para intervir. 50 causa utilizou flexibilidade na via destinada aos residentes, portanto, também devemos ser mais flexíveis em determinadas ocasiões. Há pouco, ouvi a explicação do Sr. Comandante Lei Sio Peng acerca da falta colectiva por parte dos agentes policiais, e posso dizer que aceito a sua explicação. Uma vez que tomámos conhecimento do sucedido através da comunicação social, pensamos imediatamente que é uma forma de expressar o descontentamento dos agentes policiais, mas se as corporações policiais pudessem esclarecer o sucedido quanto antes, não havia tantos conflitos. A partir de agora, acho que devem esclarecer as dúvidas quanto antes, no sentido de evitar mal entendido. Embora no ano transacto e no corrente ano tenham aumentado a remuneração dos agentes policiais, não se trata de uma solução absoluta, mas sim, influenciadora. Todos nós somos seres humanos, independentemente de serem funcionários públicos ou agentes policiais, não podemos esquecer que temos sentimentos. Ung Choi Kun: Obrigado, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo, Caros Colegas: Também gostaria de acompanhar alguns assuntos e manifestar a minha opinião. O que os colegas acabaram de aludir, são praticamente temas que também gostaria de levantar. Todos nós sabemos que o espírito fundamental do relatório do Sr. Chefe do Executivo consiste na reforma e no compromisso. O meu colega Fong Chi Keong fez referência a um conjunto de reformas e de alterações propostas pelo Chefe do Executivo, mas a explicação dele é muito difícil de interpretar. No relatório das LAG para o ano de 2007 do Sr. Secretário para a Segurança, se não estou em erro, não encontro os espíritos de reforma e de compromissos. Há pouco, quando o Sr. Secretário esclareceu a questão da baixa moral dos funcionários públicos, acho que o discurso foi muito brilhante e porquê? Os dez dedos que possuímos têm comprimentos diferentes. O que quero dizer com isto? A verdade é que os colegas fizeram uma comparação sobre a moral dos funcionários públicos antes e depois da reunificação, e a resposta do Sr. Secretário foi muito simples, verificou-se um aumento na moral dos funcionários. Temos de reconhecer este facto. No fundo, o Secretário não reconhece que existe baixa moral no seio das corporações policiais, e acho bem, mas devia complementar com alguns casos concretos e mais esclarecimentos. Porque é que não reconhece que existe um factor de baixa moral nas corporações policiais? A meu ver, deve citar alguns exemplos concretos para convencer os cidadãos. Volto a repetir que não encontrei este espírito nas LAG do Sr. Secretário. Devemos introduzir constantemente alterações que sejam eficazes. Tal como quando debateram a questão dos postos fronteiriços, o Sr. Secretário manifestou firmemente que não é possível criar uma via especial para determinadas pessoas ou empresas porque não se trata de uma medida justa, o que concordo bastante. Porém, para dar a volta por cima, podemos equacionar a possibilidade de criar vias para aderentes e não aderentes, o que também contribui para atenuar o trânsito. Tudo isto para dizer que devemos ser mais flexíveis. Cito HK a título de exemplo. No posto fronteiriço de HK existem vias para cidadãos e para estrangeiros, mas quando a via dos cidadãos não tiver mais pessoas à espera, o funcionário em serviço chama a pessoa a seguir na fila vizinha para ajudar a aliviar o tempo de espera. Neste caso, o funcionário em Uma outra questão que gostaria de abordar tem a ver com a revolução de 11 de Maio, não me compete comentar sobre este assunto, mas nesse dia, vi que haviam 20 agentes policiais, se bem que se registaram alguns agentes feridos, mas os agentes policiais fizeram tudo para evitar desordem social. Todavia, para além dos agentes policiais, não vi cargos superiores da PSP no local,… Depois do acontecimento, o Sr. Comandante fez um discurso, mas na qualidade de dirigente deve ser mais humano e mostrar a sua preocupação com os seus subordinados. Eles necessitam de carinho e não meio tostão de aumento. Temos de reconhecer que os agentes policiais que estiveram de serviço, cumpriram e executaram a sua missão. Não temos dúvidas disso e eles merecem o nosso respeito. Acho que eles devem continuar a cumprir a sua missão da melhor maneira. Os colegas fizeram referência ao relacionamento entre a polícia e o cidadão, ao relacionamento interactivo, às funções comunitárias, ao mecanismo de diálogo, etc.. No que se refere ao direito público que o Sr. Secretário invocou, acho que foi correctíssimo, mas será que é mesmo assim? Antigamente, nos tempos do Mao Tze Tung, dizia que temos de servir a população, mas será que devemos aplicar a palavra interacção no contexto do relacionamento? O Sr. Secretário também incluiu no seu relatório a interacção do relacionamento, mas esta interacção não é elevar a comunidade até ao nível da polícia, mas sim trata-se de uma interacção mútua no seio da polícia. Será que algum dia se deslocou para tentar saber quais são as necessidades dos cidadãos? Tal como nos últimos dias registaram-se vários casos de roubo na zona do Posto Interior, neste caso, devemos prestar atenção à interacção recíproca, conhecendo o caso e tomar medidas flexíveis, só assim é que conseguirão desenvolver bem a polícia do relacionamento entre a polícia e o cidadão. A nossa 2.ª Comissão Especializada chegou a visitar o Instituto de Menores e a PSP, esta visita também contribui para uma interacção mútua e porquê? Porque depois de conhecer o funcionamento, contribui para a produção legislativa. Acho que esta visita foi por iniciativa da própria comissão. Resumindo, acho que devem seguir o espírito definido pelo Chefe do Executivo, devemos ser mais flexíveis na adopção de políticas com o objectivo de melhorar o ambiente de Macau. Não é verdade? Obrigado. Presidente: Tem a palavra a Sra. Deputada Leong Iok Wa. Quanto à Sra. Deputada Leong Weng Ian, acho que também se pode preparar N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série para intervir a seguir. Leong Iok Wa: Obrigada, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário: Pessoalmente, gostaria de apresentar várias questões para despertar a atenção do Sr. Secretário. Quanto à questão de gerir o pessoal com humanidade, digamos que pode aliviar as pressões psicológicas. De facto, os nossos Deputados preocupam-se muito com esta questão e abordaram sobre o auxílio que devem prestar para aliviar as pressões psicológicas dos agentes policiais. Se olharmos para o relatório da área da Segurança, podemos verificar que existem muitas medidas definidas pelo Sr. Secretário para atenuar as pressões, tais como cursos sobre como gerir as emoções e seminários. Digamos que se trata de um sentido muito correcto e porquê? Porque com o desenvolvimento económico, não só os agentes policiais, como também a sociedade em geral sofre pressões emocionais, pelo que esta questão deve ser preocupada por todos os residentes de Macau. Acho que nas corporações policiais esta pressão provém de diferente natureza e de diferente motivo, por isso, é extremamente importante oferecer o devido apoio. O Sr. Secretário referiu que dispõem de psicólogos para ajudar o seu pessoal, mas muitas vezes os agentes policiais têm de pedir ajuda aos psicólogos do hospital. Tentei perguntar várias vezes por que motivo é que não recorrem ao psicólogo das corporações policiais e preferem recorrer aos psicólogos do hospital? Realmente, existe publicidade sobre a ajuda do psicólogo em caso necessário, mas é apenas uma linha telefónica para pedir ajuda. Não tenho certezas em relação àquilo que acabei de dizer, mas foi o que me transmitiram. Afinal, como se processa na realidade? Será que é mesmo fácil procurar ajuda? Espero que possam reforçar este mecanismo para que os agentes policiais possam recorrer. Em relação à segunda questão, diz respeito à importância da consolidação do relacionamento entre a polícia e o cidadão que incluíram nas LAG da área da Segurança. Tal como disseram os colegas, de facto, ampliaram a participação dos cidadãos. No relatório das LAG diz que, para além de acrescentar na PJ a linha telefónica para efeitos de queixas urgentes, continuará a estudar a viabilidade de explorar mais vias para facilitar a apresentação de queixas ou o fornecimento de informações por parte dos cidadãos. Nestes termos, será que, para além do “999”, a PJ também dispõe de outro número para SOS? Será que os cidadãos podem fazer uso dessa linha telefónica? Uma outra questão que gostaria de ver esclarecida, tem a ver com o procedimento para apresentar queixas, que a meu ver, é um procedimento complexo. Muitos cidadãos reclamam que este mecanismo é muito complexo, porque depois de gastarem o tempo de uma manhã inteira, ainda têm de colaborar mais vezes. Quem não gosta destas ausências é o próprio chefe do queixoso. É precisamente por motivos de complexidade que muitas pessoas tentam evitar a apresentação de queixas, algumas até preferem ficar caladas. Contudo, as autoridades policiais acham que os cidadãos também devem assumir uma parte da responsabilidade para salvaguardar a segurança de Macau, o que concordo bastante, mas será que podem simplificar os respectivos procedimentos, de modo a não causar tantos transtorno aos cidadãos? No entanto, no processo de reclamação, acho que devem chamar atenção aos agentes policiais 51 para terem em conta a sua atitude, porque os cidadãos só estão a tentar ajudar e não devem ser interrogados como criminosos. Algumas pessoas acham que não foram muito respeitadas quando tentaram apresentar queixas. Espero que possam acompanhar a questão em causa. Uma outra questão que gostaria de aludir, prende-se com o aumento de abuso de drogas e de medicamentos. Se bem que conseguiram descobrir alguns casos com sucesso, mas hoje em dia muitas pessoas consomem drogas. Falou-se na possibilidade de se criar legislação para reduzir ou para impor obrigatoriedade de desintoxicação, mas o Sr. Secretário respondeu que, segundo os estudos efectuados, pode pôr em causa os direitos humanos. No meu ponto de vista, acho que os interesses globais dos cidadãos deve sobrepor ao direito individual. Por exemplo, se não obrigarmos o toxicodependente a aderir à desintoxicação, essas pessoas juntam-se para consumir drogas e praticar jogos ilícitos numa determinada zona, o que podem causar insegurança nessa zona. A polícia acabou de explicar que tentaram combater este fenómeno, mas não pode adiantar muito, porque após a detenção as pessoas serão libertadas e uma vez que não existe nenhuma obrigatoriedade de desintoxicação, elas voltam a consumir. Ao fim e ao cabo, o problema continua a persistir e não conseguem resolver. Não será que vale a pena lançar estudos sobre a criação da legislação? Será que é mais importante os direitos e interesses dos cidadãos comuns ou os direitos humanos de determinadas pessoas? Acho que este assunto merece um estudo profundo. Quanto ao segundo ponto, também tem a ver com os toxicodependentes. Actualmente, muitos toxicodependentes introduzem a droga nas veias, o que significa que correm mais riscos de poder contrair a sida. Digamos que a sida, por enquanto, é uma doença incurável e muito perigosa. Os moradores da zona norte dizem que encontram frequentemente seringas no chão, nos contentores do lixo e nas escadas dos prédios, o que se torna muito perigoso, porque as crianças ou as empregadas de limpeza podem achar a seringa e sem querer podem picar-se. Agora, pergunto. Porque é que os toxicodependentes não guardam as seringas para reutilizar? Tentei saber e explicaram-me que se a pessoa for apanhada com droga no corpo e se reconhecer que é drogado, esta pessoa é punida por um artigo, mas se possuir objectos para se injectar, a sanção já é mais grave. Por isso mesmo, os toxicodependentes deitam as seringas fora para evitar a aplicação de uma sanção mais grave. O serviço competente deve rever a legislação em vigor, de modo a eliminar a possibilidade da propagação da sida, independentemente da posse de utensílios, acho que devem ser penalizados gravemente. Não estou a insinuar que devem partilhar ou reutilizar as seringas, mas se não podemos fazer nada contra este fenómeno, devemos reduzir as possibilidades de propagação da doença. Acho que este assunto merece estudos profundos. Quanto à outra questão, digamos que tem a ver com os trabalhos dos Serviços de Migração. É realmente um trabalho com muita pressão, mas também acho que estas funções devem ser assumidas por agentes administrativos. Esta é a minha opinião. Neste momento, Macau também prefere reforçar a tecnologia, devido às pressões, pelo que devemos tirar proveito da tecnologia avançada para atenuar as pressões dos recursos humanos. Referiram que os trabalhos de aperfeiçoamento e de reajustamento continuarão N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série a prosseguir após a instalação do sistema automático com os serviços competentes. Não sei quais são os serviços competentes. Eu própria tive várias experiências. Recentemente, desloquei-me à China duas vezes e os meus amigos perguntaram-me por que é que não tento utilizar o sistema de impressão digital? Respondi-lhes que tenho medo, porque se falhar as pessoas que vêm atrás começam a fazer barulho. Mas tentaram convencer-me para utilizar o sistema. Porém, não consegui passar porque me deu erro no sistema e as pessoas que vinham atrás de mim fizeram muito barulho pelo facto de ter falhado na passagem, ainda por cima, perguntaram-me por que é que não carreguei no botão para pedir ajuda. Fiquei tão envergonhada com a situação. Quando chegou o agente policial, ele também demorou muito tempo sem conseguir resolver a situação, porque se tantas pessoas passam ao mesmo tempo, o sistema em si não tem tempo suficiente para fazer a leitura das impressões digitais. Portanto, antes de implementar o novo sistema, acho que devem testar melhor e introduzir as respectivas alterações para efeitos de aperfeiçoamento, de modo a não causar transtorno aos cidadãos. Afinal, qual é o serviço competente que se deve aperfeiçoar o sistema automático? Será que o serviço em causa procurar saber por que motivo dá tantos erros e será que tentou resolver atempadamente a questão para que o sistema consiga produzir o efeito desejado? Obrigada. 52 Obrigada. Presidente: Só tenho estas inscrições para intervirem na segunda ronda. Uma vez que seis Deputados acabaram de se pronunciar, gostaria de perguntar ao Sr. Secretário se tem algo a acrescentar. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Digamos que nos preocupamos muito com a saúde física e psicológica do nosso pessoal. As nossas Forças de Segurança dispõem de um mecanismo de apoio psicológico. Se os nossos agentes policiais ou seus familiares se sentirem pressionados pelos trabalhos, podem pedir ajuda ao nosso mecanismo de apoio psicológico. Se for necessário, podemos reforçar a divulgação, para que todo o pessoal possa conhecer o funcionamento do apoio psicológico. No entanto, iremos ampliar os nossos serviços e contratar mais psicólogos para ajudar os nossos agentes policiais. A propósito das actividades de diversão, as nossas Forças de Segurança não possuem recintos de lazer, com Karaoke, à disposição dos agentes policiais, tal como na região vizinha. No que se refere à questão da mobilização dos recursos, podemos transmitir as vossas opiniões aos serviços competentes porque implica o uso do terreno ou do edifício. Presidente: Sra. Deputada Iong Weng Ian. Iong Weng Ian: Obrigada, Sra. Presidente. Sr. Secretário, Srs. Membros do Governo: Em primeiro lugar, gostaria de dizer que fiquei muito satisfeita com o esclarecimento do Sr. Director Wong. Ele tem conhecimento que existem novos aparelhos que conseguem detectar o abuso de fármacos e que produzem um efeito bastante satisfatório. Entretanto, ele espera que os serviços competentes possam estudar, com a maior celeridade possível, a probabilidade de introduzir o tal aparelho, com vista a exercer um efeito dissuasor junto das pessoas que abusam dos fármacos. Por outro lado, também gostaria de manifestar algumas opiniões pessoais. No ano passado, continuei a receber queixas dos cidadãos sobre a falta de qualidade de conhecimentos por parte do pessoal da linha de frente acerca dos procedimentos e dos diplomas legais relativos aos direitos humanos. Muitas vezes, não conseguem explicar claramente aos interessados sobre o espírito de responsabilidade legal. Tal facto fez com que os próprios interessados tenham ignorado os seus direitos e interesses e até pode induzi-los em erro. No entanto, esta negligência também pode causar desconfiança aos interessados. Estes casos acontecem quando se verificar um acidente de viação e, normalmente, os agentes policiais só explicam aos interessados que têm de dizer se estão interessados em prosseguir a responsabilidade penal. Porém, esquecem-se de dizer aos interessados que se não recorrerem à responsabilidade penal, têm de pedir indemnização por iniciativa própria através da via civil. Acontece que se desistissem da responsabilidade penal que implica uma indemnização civil, têm de perseguir por iniciativa própria através de um processo civil. Esta negligência ou falta de esclarecimento, pode trazer prejuízos temporais e financeiros aos interessados. Espero que administração competente possa reforçar as instruções aquando da formação, com vista a evitar prejuízos aos cidadãos. Esta é a minha opinião. Alguns Deputados mencionaram que existem cada vez mais imigrantes clandestinos e pessoas com autorização de permanência fora de prazo. Podemos reforçar o patrulhamento e recambiar as pessoas que têm a autorização de permanência fora de prazo, nos termos legais, os nomes dessas pessoas serão incluídos na lista negra para que não possam regressar tão depressa. Concordamos perfeitamente com o aprofundamento do relacionamento entre a polícia e o cidadão, criando mais contactos e diálogos, porque por um lado este mecanismo consegue acolher informações dos cidadãos sobre a criminalidade numa determinada zona comunitária e, por outro lado, pode dar a conhecer os conhecimentos para a prevenção de crimes aos moradores, às empresas de condomínio ou aos próprios seguranças da administração. Quanto à questão da ida dos jovens à zona norte, digamos que os nossos Serviços de Migração estão a executar as respectivas políticas e, de qualquer modo, os serviços competentes estudarão novas medidas para controlar a situação. Falou-se nas acções de formação, sobretudo na área da gestão financeira, realizámos estas formações porque alguns agentes policiais não sabem gerir muito bem as finanças. Concordamos perfeitamente com as acções de reforço e de actualização sobre as instruções de serviço. No que se refere à questão da simplificação de procedimentos para a participação de queixas, daqui a pouco, o Sr. Director da PJ e o Sr. Comandante da PSP podem explicar melhor esta matéria. Obrigado! Presidente: Creio que os procedimentos concretos para a apresentação de queixas podem informar-nos por escrito. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Muito obrigado, Sra. Presidente. No tocante ao direito de informação e à relação entre a polícia e o cidadão, de facto, tanto a PJ, como a PSP, também definiram um mecanismo com a comunicação social, o que é muito eficaz e, N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série basicamente, a comunicação social ficou contente com o dito mecanismo. Talvez daqui a pouco os dois responsáveis possam deixar um esclarecimento mais pormenorizado. Em relação à questão das faltas por doença, no dia seguinte, o Sr. Comandante Lei preparou um comunicado para ser publicado na imprensa. O que significa que o dirigente competente cumpriu o seu dever de esclarecer o sucedido. Quanto à manifestação de 11 de Maio, normalmente, costuma ser a PSP que se encarrega pela segurança, os agentes policiais que se esforçam, serão premiados nos termos da Lei n.º 66/94/M. No aspecto das drogas, daqui a pouco, o Sr. Director da PJ pode deixar um esclarecimento pormenorizado. No que se refere ao tratamento dos acidentes de viação, reforçaremos as instruções de trabalho para que os direitos dos cidadãos não sejam prejudicados. Agora, convido o Sr. Director da PJ a intervir. Director da Polícia Judiciária, Wong Sio Chak: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: Quanto ao aspecto dos procedimentos para a participação de queixas e a sua simplificação, hoje, o Sr. Secretário já tentou deixar uma explicação, mas vou fazer uma achega. Como é que a PJ e a PSP com a coordenação dos SPU consegue simplificar os respectivos procedimentos? De acordo com a presente forma de actuação e com a coordenação dos SPU, tentamos decidir in loco quem se deve responsabilizar pela investigação, no intuito de evitar repetição de recolha de informações. Porque antigamente havia uma separação de competências entre a PJ e a PSP e, muitas vezes, os agentes policiais não conseguiam distinguir quem deve assumir o caso, por isso, quando acontecer algum crime, todos os agentes se esforçam no sentido de obter declarações junto das pessoas, seguidamente prosseguem-se as investigações e, no final, se descobrirem que o caso em investigação pertence à competência da PJ, aí terão de canalizar o caso para a mesma. Nos termos legais, temos de adoptar os nossos métodos de investigação, de maneira que teremos de iniciar tudo de novo, tais como recolha de declarações, de provas e de dados relacionados com o caso, pelo que não era possível evitar transtornos causados aos cidadãos. A questão fundamental reside aqui. Resumindo, com a coordenação dos SPU, os casos serão atribuídos aos serviços competentes na hora do crime para tentar simplificar os procedimentos. Em relação à PJ, depois da reunificação, temos vindo a reunir esforços e encontrar no nosso próprio funcionamento formas viáveis no sentido de simplificar os tais procedimentos. No corrente ano, a tarefa prioritária foi o lançamento de acções de formação para acelerar o ritmo da recolha de declarações, porque os agentes da PJ não podem demorar muito tempo a escrever no teclado. De modo que, após a reunificação, lançamos sistematicamente acções de formação sobre conhecimentos jurídicos, tais como a forma de efectuar o auto de notícia quando envolver um determinado crime, porque caso contrário pode questionar assuntos que não estão relacionados com o caso. Estas acções de formação têm como objectivo não causar muitos transtornos aos cidadãos que queiram cooperar com as autoridades policiais. De maneira que o mais importante de tudo é o agente em serviço dominar bem o espírito da legislação e os factores fundamentais para as acções de investigação. 53 Quanto ao segundo aspecto, temos os métodos técnicos e básicos, que é escrever no teclado com rapidez. Só queria dizer que embora os colegas tenham tido muitas pressões no trabalho, mas mesmo assim continuam a esforçar-se para aprender a escrever rapidamente, de modo a poupar o tempo dos cidadãos que prestam declarações. Eles merecem o nosso respeito. No que se refere à questão da simplificação dos procedimentos, digamos que se trata de um assunto importantíssimo, porque muitos cidadãos desconhecem o tal procedimento, por isso, criámos no nosso website os procedimentos e os métodos para a apresentação de queixas. Portanto, ao aceder ao nosso website detectam imediatamente as vias para a apresentação de queixas e o que têm de prestar atenção. Se os presentes nunca chegaram a aceder ao nosso website, podem tentar navegar só para conhecer o apoio que prestamos aos cidadãos. Além do mais, o nosso centro de reclamações tem uma função extremamente importante que consiste em esclarecer as dúvidas dos nossos cidadãos, quando desconhecem os procedimentos ou quando não estão habilitados para aceder ao nosso site, nestes casos, os nossos colegas irão apoiá-los em tudo o que for necessário. Este mecanismo já funciona ao longo de vários anos e sabemos que a prestação de serviços é bem sucedida. Digamos que implementámos a linha telefónica 557777 da PJ para efeitos de apresentação de reclamações, só que ultimamente temos tido alguns problemas devido ao acréscimo dos números 28, este número passou para 28557777 e 28557775. Porém, com esta alteração, sabemos perfeitamente que muitos cidadãos não conseguem fixar tantos números, pelo que, a partir de um de Janeiro de 2008, iremos alterar estes números para 993 e os colegas irão canalizar os processos para os sectores competentes. Só em meados de Dezembro é que iremos divulgar e testar esta linha telefónica. Relativamente à questão do combate ao abuso de drogas a que a Sra. Deputada Iong Weng Ian referiu, qual é o procedimento a prosseguir depois da detenção do toxicodependente? Para ser franco, é verdade que o acompanhamento dos casos de toxicodependência é muito difícil, porque as penas a aplicar são muito leves e não existe obrigatoriedade de desintoxicação em Macau, por isso, as tarefas tornam-se mais complexas. Muitos destes casos nem sequer reunimos condições para canalizar o processo ao MP, pouco depois da detenção serão libertados e voltarão a consumir e a influenciar a segurança das zonas comunitárias. Tentámos reflectir muito em torno destes problemas e chegámos à conclusão que é indispensável aplicar acções de combate, mas o que é que podemos desenvolver mais? Numa óptica humana, concordo com o ponto de vista da Sra. Deputada Iong Veng Ian, ou seja, devemos introduzir uma obrigatoriedade à desintoxicação, porque assim seria mais fácil de combater este fenómeno. Este problema não só é considerado um crime, como também afecta a sociedade, por isso, a primeira medida a tomar é obrigar os viciados a deixarem definitivamente este malefício. O que não quer dizer que todos os toxicodependentes têm de deixar definitivamente a droga, porque só temos de impor esta obrigação aos toxicodependentes que estão numa situação mais grave, pelo menos, que foram detidos várias vezes. Além disso, não podemos considerar esta obrigatoriedade como uma forma de sanção, mas sim, uma medida de segurança, que tem como objectivo salvaguardar a estabilidade social, o bem-estar e a integridade física dos indivíduos e não uma medida para privar os direitos humanos. O ideal é interpretar da forma que acabei de explicar, porque não podemos misturar a privação da liberdade com a violação dos direitos. No entanto, também tentamos introduzir um equilíbrio quando houver lugar a um conflito de interesses. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Sr. Secretário, será que ainda tem mais alguma questão? Em relação à questão da comunicação social, desde que começámos a utilizar o novo sistema de segurança para a comunicação, muitos jornalistas criticaram esta inovação, porque queriam obter informações logo a seguir a algum acontecimento, através da coordenação dos SPU, e depois do diálogo chegámos a um acordo de tentar fazer todos os possíveis para atender os seus pedidos. No entanto, surgiu-nos um problema, porque a nossa tarefa fundamental é salvaguardar a segurança pública, por isso, na qualidade de executante, também devemos salvaguardar a confidencialidade dos casos. Ou seja, por um lado, temos o problema do direito de informação e, por outro lado, temos o sigilo profissional. Podem verificar que há aqui uma contradição. É evidente que para a comunicação social, quanto mais informações melhor, mas também temos de ter em conta o nosso sigilo profissional. Suponhamos que transmitimos indevidamente algumas informações, quando chegar ao MP, ele pode muito bem processar-nos por violação do sigilo profissional. Trata-se de um crime, pelo que não podemos descuidar. Temos consciência que é difícil encontrar um ponto de equilíbrio, por isso, … Mas, de qualquer modo, faremos tudo dentro dos possíveis para transmitir algumas informações relacionadas com a criminalidade, desde que não violem o sigilo profissional. Volto a repetir que dialogámos com a comunicação social e ela transmitiu-nos que, de momento, está satisfeita com o nosso mecanismo, se eventualmente não ficar satisfeita com o nosso procedimento, também pode entrar em contacto connosco e faremos tudo para melhorar a situação. Obrigado. Comandante da Polícia de Segurança Pública, Lei Sio Peng: Obrigado, Sr. Secretário. Excelentíssima Sra. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, vou fazer uma achega em relação à simplificação dos procedimentos. Há pouco, o meu colega Wong Sio Chak já explicou uma parte, talvez possa deixar aqui uma achega. Antes da simplificação dos procedimentos para a participação de queixas, o cidadão que pretende apresentar a queixa em primeiro lugar tem de se dirigir à sala do piquete e prestar a primeira declaração, mais tarde, depois de iniciar o processo de investigação, o cidadão teria que voltar para prestar nova declaração, o que significa que tinha de prestar duas declaração. Após a introdução da simplificação, quando o cidadão se dirigir à sala do piquete, os colegas encaminharão para a parte da investigação para evitar duas declarações. Com a aplicação deste novo método, podemos simplificar o processo e poupar o tempo do cidadão. Além disso, a medida de 24 horas foi implementada no dia 13 de Novembro na Esquadra Policial nº2, adoptámos uma forma flexível para facilitar os cidadãos, porque a prestação de declarações pode ser feita ao longo de 24 horas, o cidadão pode dirigir-se à respectiva esquadra a hora que mais lhe convém. Portanto, trata-se de um mecanismo flexível onde o cidadão pode vir a qualquer hora que lhe convém mais. No tocante à questão dos direitos dos interessados a que a Sra. 54 Deputada Iong Veng Ian mencionou, digamos que podemos melhorar esta situação, introduzindo mais acções de formação para que os agentes policiais possam conhecer melhor os direitos dos cidadãos aquando da ocorrência de acidentes de viação, assim como a passagem de uma gravação para evitar diferentes explicações. Em suma, ainda estamos a preparar esta gravação, mas depois de a implementar acho que podemos evitar confusão. Quanto ao mecanismo de diálogo entre a polícia e a comunicação social, posso dizer que depois de aplicarmos o novo sistema de comunicação a comunicação social só consegue apanhar uma parte da comunicação, o que significa que o sigilo profissional aumentou. Porque com este novo sistema, a comunicação social não consegue ouvir as nossas comunicações quando ocorrer algum crime, mas já falámos com a comunicação social que a partir de agora adoptaremos uma forma sintética para transmitir a comunicação, assim, também podemos poupar o nosso tempo. Não existe apenas uma ou outra empresa de redacção em Macau, temos várias dezenas, como é possível comunicarmos uma a uma? O Sr. Deputado questionou se adoptamos a forma de selecção, posso dizer que não, porque na fase anterior já falámos com a comunicação social e até chegámos a um consenso. Num futuro próximo, se entenderem que devemos melhorar determinado aspecto, podemos introduzir os respectivos aperfeiçoamentos. No que se refere à manifestação de 11 de Maio a que o Sr. Deputado Ung Choi Kun levantou e sobre os agentes policiais que ficaram feridos nesse dia, posso dizer que, na qualidade de dirigente, estou a par da situação e o que é que fiz? Naquele dia, tanto na imprensa, como na televisão, também estava presente e eu próprio dei instruções aos agentes policiais em serviço, pena é que 20 e tal agentes foram feridos e transferidos ao mesmo tempo para o hospital. É claro que o tempo de espera também foi moroso devido à quantidade de feridos. Lembro-me perfeitamente que entrei em contacto com a Sra. Deputada Leong Iok Wa e até lhe disse que uma parte dos agentes policiais feridos têm de ser transportados para o Hospital Keang Wu. Acham que esta atitude revela desinteresse pelos seus subordinados? Além disso, ainda pedi a um dirigente para se deslocar ao hospital, no sentido de saber o estado de ferimento dos meus subordinados. Acho que a maior parte dos Deputados não tiveram conhecimento do sucedido e por isso surgiu um mal entendido. Inclusivamente o Chefe do Executivo, também teve o cuidado de me telefonar para saber como é que estavam os agentes policiais feridos e até transmiti cumprimentos dele aos meus subordinados. Por isso, independentemente da camada hierárquica, acho que que todos se preocuparam com os agentes policiais. Assim terminei a minha achega. Obrigado. Presidente: Sr. Secretário Cheong, será que ainda tem algo para complementar? Não tem, não é verdade? Quem pode afirmar que os nossos agentes policiais têm a moral em baixo? Já vos alertei que há assuntos que não precisam de facultar aqui, mas continuam a insistir. Inicialmente, ... Porque vários Deputados se inscreveram para intervir. Às 20 horas temos de encerrar o Plenário. Acho que a questão que o Sr. Deputado Ung Choi Kun levantou não tem nada a ver com este assunto, creio que ele apenas citou um exemplo e explicar como é que se devem preocupar com os subordinados. Se continuarem a debater todos os exemplos, acho que nem três horas da madrugada conseguiremos terminar o Plenário. De qualquer modo, vou tentar encurtar o discurso dos Deputados ou a N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série manifestação de opiniões. Tem a palavra o Sr. Deputado Au Kam San. Não sei se conseguirei passar a palavra ao Sr. Deputado Ng Kuok Cheong para intervir, porque temos de guardar algum tempo para o Governo deixar o respectivo esclarecimento. Era para vos dizer que todos os Deputados que se inscreveram hoje, podem intervir à vontade, mas agora resta-nos pouco tempo. Sr. Deputado Au Kam San, faça favor. Au Kam San: Obrigado, Sra. Presidente. O Sr. Chefe do Executivo incluiu uma expressão no seu relatório das LAG que diz que alguns membros do Governo tentam esconder as incompetências, adoptando a técnica de relações públicas para encobrir as negligências das linhas governativas, é verdade que este fenómeno reside no seio dos membros do Governo. Não estou a tentar insinuar que o Sr. Secretário também faça parte desse grupo, mas só queria apontar um assunto. Há pouco, quando se debateu a questão dos trabalhadores ilegais, acho que todas as pessoas sabem que existem muitos trabalhadores ilegais nos estaleiros em Macau, tal como quando conseguiram descobrir um caso onde detiveram várias dezenas de trabalhadores ilegais, tentaram de tudo para divulgar plenamente esta notícia. Esta é uma técnica de relações públicas. Porém, e se assim for, posso dizer que a polícia e o cidadão está cada vez mais distante, porque se os cidadãos sabem que existem muitos trabalhadores ilegais a trabalharem nos estaleiros da construções civil e só conseguiram deter várias dezenas, acho que todos têm as suas dúvidas. O Sr. Chefe do Executivo referiu que em determinados serviços se registou uma falta de imaginação, porque só conhecem trabalhos mecanicamente, fazem poucas avaliações, poucos estudos, falta de sentido de perigo, falta de perspicácia, etc.. A propósito da questão do mecanismo para queixas, do regime de auxiliares policiais e da adopção de administrativos nos Serviços de Migração, muitas vezes, o Sr. Secretário nega a possibilidade de lançar estudos neste sentido e espaço de reflexão. Tal como a questão dos auxiliares policiais, abordei esta questão durante muitos anos e, no corrente ano, vários colegas abordaram a mesma questão. Compreendo que este regime pode haver muitas falhas, acredito que sim, as pessoas podem não ser tão profissionais como os agentes policiais, mas continuo a achar que tem as suas vantagens, sobretudo quando estamos a enfrentar o problema da falta de pessoal. Paralelamente, pode contribuir para melhorar o relacionamento entre a polícia e o cidadão, porque esses auxiliares provêm do povo. Espero que não seja tão teimoso e negar logo à primeira. Mesmo em HK, este regime continua em vigor, isto significa que os auxiliares têm o seu valor, porque senão não havia necessidade de existir. Há pouco, quando se falou da questão do relacionamento entre a polícia e o cidadão, fez-se referência às missões policiais nas zonas comutárias. É verdade que a missão comunitária foi implementada há vários anos, mas desculpe dizer que não vejo melhoramento. No vosso ponto de vista, qual é a evolução deste mecanismo comunitário? Para mim, este mecanismo apenas dialoga com as associações e com as empresas do condomínio, mas algum dia contribui para reduzir a criminalidade? Será que tentaram lançar avaliações neste sentido? Acho que merece prosseguir avaliações sobre a criação de um relacionamento de parceria. Também confesso 55 que muitos dirigentes e agentes policiais tentaram falar com os cidadãos e com os comerciantes, no sentido de criar um bom relacionamento. Não acham que este assunto também tem espaço de ponderação? Finalmente, se as corporações policiais quiserem intensificar o relacionamento entre a polícia e o cidadão, não podem esquecer que não podem demonstrar que são mais superiores do que o cidadão comum, porque senão jamais conseguirão concretizar esta intensificação. Por último, gostaria de abordar a questão do impedimento de trânsito no Quartel General. Não compreendo por que motivo tiveram que impedir o acesso daquela zona, esta atitude causou uma má imagem, talvez tenha acontecido algo para tomarem esta decisão, só que causaram uma má impressão. Será que é pelo facto de ser um recinto importante e por isso, a partir das 22 horas, têm de proibir a circulação? Se assim for, acho que o Gabinete do Chefe do Executivo e o Gabinete dos SPU ainda são mais importantes do que o Quartel e porque é que não proibiram o trânsito naquelas zonas? Será que este impedimento tem fundamento suficiente? Para criar um bom relacionamento entre a polícia e o cidadão, acho que também deviam ponderar e rever estas situações. Obrigado. Presidente: Ainda temos 20 minutos para intervir, por isso, vou convidar outro Deputados para fazer uso da palavra. Sr. Deputado Ng Kuok Cheong, faça o favor de intervir. Ng Kuok Cheong: A minha intervenção é muito sintética e concentra-se em dois aspectos. Quanto ao primeiro aspecto, prende-se com um esclarecimento que fizeram hoje. Continuo a achar que ainda não resolveram o problema, esta questão implica os trabalhadores ilegais nos casinos. Depois de ouvir a explicação, só consegui chegar a uma conclusão preliminar, ou seja, o Sr. Secretário para a Economia e Finanças acha que este assunto deve ser da competência da PJ, mas hoje já me disseram que deve ser a PSP. De acordo com a explicação, a PJ só pode investigar quando indicia a existência de trabalhadores ilegais. Até ao presente momento, ainda não consegui perceber como é que irão resolver este problema, por isso, devem prosseguir estudos para tentar resolver a questão em causa. Quanto ao segundo aspecto, serei ainda mais breve e que tem a ver com as instruções de serviço por escrito. Às vezes, penso que as corporações policiais estão numa fase madura para a execução da legislação, na esperança de encontrar algumas instruções favoráveis, uma internas e outras externas, talvez hajam algumas internas que desconhecemos. Acho que o Director e o Comandante falaram muito bem que o mais importante na simplificação dos procedimentos para queixas é não repetir as etapas, seria o ideal de o graduado de serviço conseguir fazer tudo. Acho que o agentes policial em serviço deve ter uma instrução de serviço por escrito, porque estamos a falar de corporações policiais maduras e experientes, para lhe orientar sobre os dados que devem ser registados e que são fundamentais para o caso, creio que tanto na PJ, como na PSP, também dispõem dessas instruções. Se têm instruções idênticas, os cidadãos não precisavam de se deslocar de um lado para o outro, a não ser que se tratam de assuntos complexos. Acho que devem equacionar a possibilidade de uniformizar as instruções para o mecanismo de queixas. Em relação à segunda instrução é exterior. Há pouco, ouvi N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série perfeitamente que irão pôr uma gravação para tratar de assuntos relacionados com os acidentes de viação, especialmente os direitos dos interessados, mas duvido muito as instruções por escrito. Para mim, as instruções por escrito não devem ser apenas divulgadas no caso de acidente, acho que no dia a dia podem fornecer panfletos para que os cidadãos possam consultar quando quiserem. No entanto, se conseguirem conhecer os seus direitos antes de ocorrer um acidente, os cidadãos podem analisar o contexto dos panfletos e conhecer as necessidades de cooperação, os dados necessários que têm de facultar e se têm de contratar o advogado de defesa para os defender em caso de prossecução do caso. Acho que a instrução por escrito é muito mais importante do que uma gravação. Se conseguiram produzir esta gravação, acho que também não é difícil definir uma instrução por escrito para que os cidadãos possam conhecer os seus direitos. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados: 56 PJ, também se realizam muitas conferências de imprensa. Se for conferência não periódica, normalmente, realiza-se nos SPU ou na PSP, com vista a informar aos cidadãos assuntos relacionados com a polícia, com os crimes, e a PJ lança manuais de informação policial. Estes manuais falam sobre os crimes que registamos e os detalhes dos crimes, como por exemplo os crimes de fraude que se registaram na China, aproveitamos estes manuais para divulgar os crimes junto dos cidadãos para que estes possam ficar alertados. Para além disso, a PJ ainda edita revistas relacionadas com a investigação criminal e com a produção legislativa. Quanto à questão do combate aos trabalhadores ilegais, a PSP responsabiliza-se por estas acções, quer nos casinos, quer nas outras zonas da cidade, ao receber uma queixa ou informações relacionadas, os agentes policiais fazem uma análise e, na altura oportuna, entrarão em acção. O Sr. Deputado Ng também referiu a questão das instruções por escrito, o que concordamos bastante, independentemente de serem instruções internas ou externas, por isso, iremos actualizar as respectivas instruções. Neste momento, ainda tenho mais inscrições dos Deputados para intervirem, mas como não consigo prever o tempo que o Governo necessita para abordar as questões levantadas, de maneira que acho que passar já a palavra ao Sr. Secretário e só depois, se nos sobrar mais algum tempo, é que convidarei os Deputados a intervirem. Obrigado, Sra. Presidente. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Obrigado, Sra. Presidente. Excelentíssimo Sr. Secretário, Presidente: Sr. Deputado José Coutinho. José Pereira Coutinho: Obrigado, Sra. Presidente. Srs. Membros do Governo: Quanto à questão do combate aos trabalhadores ilegais, alguns Deputados voltaram a mencionar esta questão. De facto, temos necessidade de encontrar um ponto de equilíbrio à nossa força policial, dispomos de 8 grandes departamentos, da operação especial, do trânsito, de migração, de informação, de combate aos trabalhadores ilegais, de assuntos policiais, da polícia das ilhas, de recursos humanos, da programação de actividades, etc.. Portanto, faremos os possíveis para encontrar um ponto de equilíbrio. Tal como a situação dos trabalhadores ilegais que os Deputados mencionaram, não podemos suspender todas as tarefas para combater os trabalhadores ilegais, mas não há dúvida que iremos ofererecer uma articulação para as acções do combate. Digamos que também temos de analisar previamente os crimes para implementarmos a organização. Anualmente, registamos mais de 20 milhões de turistas em Macau, de maneira que as acções de patrulhamento e de trânsito têm de ser prosseguidas. Suponhamos que só pensamos em combater os trabalhadores ilegais, neste caso, poderemos provocar situações ainda piores. No que se refere à questão do relacionamento entre a polícia e o cidadão, posso dizer que as nossas Forças de Segurança possuem cerca de 7.190 agentes policiais, mais os seus familiares, somos uma família numerosa e constituída pelo povo. No tocante ao regime de auxiliares policiais, podemos dizer que se trata de um regime de pouca relevância, porque mesmo em HK, já estão a eliminar aos poucos o efeito deste mecanismo, ou seja, as autoridades policiais dependem cada vez menos o respectivo mecanismo. O Sr. Deputado Au mencionou a falta de pessoal, acho que não reconhecemos que temos muita falta de pessoal, mas sim é pouco suficiente para responder aos trabalhos e por isso mesmo muitos serviços começaram a contratar mais pessoal. No que se refere à transmissão de informações para eliminar a criminalidade, digamos que dispomos de muitos mecanismos, quer periódicos ou não, a PSP e a Só queria esclarecer aqui um mal entendido em relação à intervenção que fiz anteriormente. Uma questão diz respeito à aposentação e a outra questão diz respeito à baixa moral, estes dois conceitos são completamente diferentes. Uma vez que estamos a debater as LAG para o ano de 2007, depois da criação do fundo de providência no dia 1 de Janeiro de 2007, qual é o ponto de vista do Sr. Secretário em relação à contratação de novo pessoal? Porque já não vai haver lugar à aposentação e a quantia do fundo também é muito inferior à da segurança social, por isso, a minha questão não se refere meramente aos últimos meses. Bom, em relação à segunda questão, tem a ver com a moral. A moral dos agentes policiais provém, em primeiro lugar, da enorme responsabilidade do pessoal da linha de frente, em segundo lugar, da insuficiência do pessoal e, em terceiro lugar, dos equipamentos. Há pouco, também se falou que muito pessoal da linha de frente é criticado e acusado pelos cidadãos e, em quarto lugar, os castigos caem sempre sobre o pessoal da linha de frente. Perante estas situações que acabei de referir, como é que a camada superior pode apoiar os seus subordinados? Sabemos que muitas das actualizações foi para beneficiar o pessoal da linha de frente, tal como a atribuição de benefícios para atenuar as pressões do pessoal, mas esqueceram-se que também existem outros agentes policiais que ainda não foram beneficiados, e daí a moral deles fica muito em baixo. Em relação ao segundo assunto, prende-se com a intervenção do Sr. Comandante Lei Sio Peng, mais exactamente a questão de uso e porte de arma de defesa. A minha dúvida não reside na PSP, mas sim, nos Serviços de Alfândega, será que algum dia chegaram a ponderar sobre os pareceres emitidos. A meu ver, a vertente da PSP é muito importante, mas será que está a proceder de uma forma exacta? É claro que o óleo nunca afunda, aparece sempre na superfície da água. N.° III – 47 - 27-11-2006 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série Quanto ao quarto assunto não tem a ver com a falta colectiva, mas sim, a falta por doença. É verdade que muitos agentes policiais faltaram no mesmo dia por doença, dado que o caso não passará por um processo judicial, acho que posso falar à vontade. A meu ver, trata-se de uma forma de manifestar o seu descontentamento, anunciaram no telejornal e na imprensa. Não se trata de um caso simples. Este assunto pode originar um problema, será que fomos justos, imparciais e transparentes no tratamento desta questão? Acho que mais cedo ou mais tarde conheceremos a conclusão. Continuo a insistir que as corporações policiais não dispõem de um mecanismo aperfeiçoado para a apresentação de queixas. A seguir, gostaria de abordar a questão dos bombeiros. De facto, o quadro do pessoal do Corpo de Bombeiros é muito pequeno e sabemos que o pessoal que possui não é suficiente para atender os pedidos. Também me preocupo com os seus equipamentos, porque muito em breve iremos ter edifícios de 40 e de 45 andares, será que estamos preparados para enfrentar este cenário? Será que temos pessoal qualificado e equipamentos suficientes? Uma vez que o quadro de pessoal do CB é muito limitado, e dai o pessoal das ambulâncias de Hac Sá Wan (Areia Preta) sofre muitas pressões. Foi detectado nesse pessoal muitos problemas de coluna vertebral, só espero que os responsáveis possam conhecer melhor o ponto da situação. Por último, há pouco, também referiram que a PJ tem pressões no quadro do pessoal, se não estou em erro, disseram que alguns agentes não dormem 5 noites mensalmente. Acho que o subsídio de 50 pontos salariais não compensa muito pela sobrecarga física dos agentes policiais, se sabemos que eles se esforçam para dar o melhor, porque é que não encontramos maneiras para aliviar as pressões deles? Acho que devem aperfeiçoar as instalações do piquete, especialmente do piquete, porque o pessoal em serviço precisa de descansar, tal como instalar televisão ou outros tipos de equipamentos para se distrairem. Acho que devem melhorar este aspecto. Obrigado. Presidente: Srs. Deputados: Volto a repetir que não devem estabelecer aqui um debate sobre determinados casos, porque muitas questões que levantaram, podem obter a respectiva resposta por escrita. Ainda temos cinco minutos, vou convidar o Sr. Deputado Fong Chi Keong a intervir, mas espero que possa concluir a sua intervenção dentro de 5 minutos, porque temos de encerrar o Plenário. 57 corporações policiais possa impor algumas instruções internas no sentido de melhorar a imagem dos subordinados. Uma outra questão que gostaria de abordar tem a ver com o trânsito. Em relação ao aspecto do trânsito, só falaram as infracções de estacionamento e parece-me que não falaram os peões, especialmente depois da abertura da política de visto individual do turismo, anualmente, registamos uma média de 20 milhões de turistas, se eles não conhecem o ambiente de Macau podem provocar alguns acidentes. Espero que o Sr. Secretário possa reforçar as campanhas de sensibilização e orientações que os agentes policiais fornecem aos turistas. Quanto à outra questão que gostaria de abordar, diz respeito ao posto fronteiriço das Portas do Cerco. É verdade que muitos turistas se queixam do tempo de demora nas fronteiras, assim como o sistema da impressão digital, às vezes, ao fim de 10 tentativas o sistema também não reconhece e não deixa aceder. Ouvi a vossa explicação e pelos vistos irão acrescentar mais balcões, mas será que a mão-de-obra será substituída por equipamentos electrónicos? Se os sistemas não funcionarem bem, temos de os trocar para evitar transtornos aos turistas. Ainda gostaria de levantar mais uma questão. Em relação às obras de ampliação do posto fronteiriço das Portas do Cerco, se não estou em erro, há três anos atrás, também fizeram obras, desta vez, só espero que possam recolher mais opiniões para optimizar as respectivas obras, de modo a responder às necessidades de 20 ou 30 anos. Porque não se justifica lançar constantemente obras de ampliação, já agora, façam de uma só fez. Estas são as minhas opiniões. Adeus. Presidente: Sr. Secretário Cheong: Acho que as questões que o Sr. Deputado José Coutinho levantou, podem fornecer um esclarecimento por escrito numa fase posterior. Creio que a intervenção que o Sr. Deputado Fong Chi Keong acabou de fazer, também não necessita de uma resposta, mas se quiser, posso passar-lhe a palavra. Secretário para a Segurança, Cheong Kuoc Va: Agradeço muito as opiniões fornecidas pelos Srs. Deputados. Não tenho mais nada a acrescentar. Obrigado, Sra. Presidente. Presidente: Srs. Deputados: Fong Chi Keong: Agradeço muito a simpatia da Sra. Presidente. Já podemos encerrar a nossa reunião de hoje. Gostaria de falar sobre a apresentação dos agentes policiais. Antes de mais, a apresentação representa o espírito e a imagem da polícia, isto também demonstra a parte interior, o que acho que não se pode descuidar. Tenho visto alguns agentes policiais com fardas muito velhas e até sujas, com manchas sujas, acho que isto afecta o espírito e a imagem das corporações policiais. Além disso, alguns agentes à paisana também trazem jóias que não correspondem à sua categoria, se não trouxerem o tal colete, as pessoas podem pensar que são indivíduos de poder. Em suma, os executantes da lei devem apresentar-se bem, utilizarem uma linguagem cuidada e as condutas devem servir de exemplo, quer seja fardado ou não, têm de mostrar rigor e solenidade característica. Espero que a camada superior das Agradeço muito a presença do Sr. Secretário e dos restantes membros do Governo. Declaro encerrada a sessão. Intérpretes-Tradutores: Gabinete de Tradução Redactores: Gabinete de Registo e Redacção