NAS ONDAS DA INCLUSÃO: EXPERIÊNCIA DE
RÁDIO ESCOLA COM ALUNOS DE
CLASSES CE/DI/TGD
VITOR NUNES CAETANO
[email protected]
E.M MOZART LAGO / 5ª CRE / SMERJ
MESTRANDO DO PPGEB / CAP- UERJ
SONIA MARIA B. O. FERNANDES
esoniammbessaof@@ig.com.br
E.M MOZART LAGO / 5ª CRE / SMERJ
RESUMO
Neste artigo apresentamos um relato de experiência baseado no uso de mídias, que culminou no desenvolvimento
de um projeto de rádio escolar com turmas CE/DI/TGD, em uma perspectiva inclusiva, que se encontra ainda em
processo dentro de uma unidade escolar pública do município do Rio de Janeiro. Nesta experiência enfatizamos
aqui dois importantes aspectos: o primeiro deles se refere, nesses tempos, ao potencial ainda pouco explorado do
uso de mídias e tecnologias digitais na educação. Já o segundo aspecto se relaciona a forma como fomos educados
para vermos os estudantes com os quais trabalhamos, e a forma singular como nos dedicamos a caçar neles
deficiências, para utilizá-las, quando estas se apresentam, como justificativa para determinar arbitrariamente a
existência de uma não capacidade para participar e aprender adequadamente das vivências educativas que as
escolas possam proporcionar
PALAVRAS-CHAVE: Cooperação – Ensino colaborativo – Inclusão – Rádio escola.
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INTRODUÇÃO
Neste artigo apresentamos um relato de experiência baseado no uso de mídias,
que culminou no desenvolvimento de um projeto de rádio escolar com turmas
CE/DI/TGD, em uma perspectiva inclusiva, que se encontra ainda em processo dentro
de uma unidade escolar pública do município do Rio de Janeiro. Nesta experiência
enfatizamos aqui dois importantes aspectos: o primeiro deles se refere, nesses
tempos, ao potencial ainda pouco explorado do uso de mídias e tecnologias digitais na
educação, quando percebemos não serem o seu uso algo comum ao rol de atividades
já consagradas pelo cotidiano escolar, onde notamos um tímido envolvimento de
professores e estudantes em projetos de produção de conteúdos em rádio, jornal,
vídeo, animação, entre outros. Reafirmamos aqui que tais propostas apresentam como
diferencial possibilitar a realização de ações capazes de transcender objetivos que
dificilmente seriam alcançados com o uso de estratégias e metodologias tradicionais,
quando estas trazem em seu bojo elementos inovadores, isso sem necessariamente
substituí-las de todo. E quando nos referimos a tais inovações esperamos que de certo
modo estas sejam capazes de impactar positivamente a aprendizagem de todas as
crianças e adolescentes, não só em conceitos, mas em atitudes, valores, habilidades e
competências. Já o segundo aspecto se relaciona a forma como fomos educados para
vermos os estudantes com os quais trabalhamos, e a forma singular como nos
dedicamos a caçar neles deficiências, para utilizá-las, quando estas se apresentam,
como justificativa para determinar arbitrariamente a
existência de uma não
capacidade para participar e aprender adequadamente das vivências educativas que as
escolas possam proporcionar. Para isso tomamos como referencia estudantes que não
apresentem tais deficiências, desconsiderando naqueles que não se enquadram em
um dado padrão de normalidade, a possibilidade de que estes estudantes venham a
participar efetivamente de todas as vivências oferecidas pelo mundo escolar, seja por
outros percursos, com a flexibilização e rearranjo das atividades e com o uso de apoios
que se façam necessários. A experiência que apresentaremos dialogará então com
estas questões.
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OBJETIVOS
Tendo como referência o processo de desenvolvimento de um projeto de web
rádio escolar na E.M Mozart Lago / 5ª CRE / SMERJ com turmas CE/DI/TGD1, propomos
discutir até que ponto a realização de projetos de rádio é algo pertinente e possível
para o cotidiano escolar. E no que diz respeito a sua viabilidade enquanto estratégia
pedagógica, reafirmamos a necessidade de que esta seja incorporada ao rol de
atividades didáticas já realizadas pelas escolas, para agregar contribuições que
favoreçam o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais educacionais.
TRABALHANDO COM MÍDIAS EM CLASSES CE/DI/TGD: É POSSÍVEL ISSO?
A E.M Mozart Lago situada no bairro de Oswaldo Cruz, já era uma velha
conhecida. Até o ano de 1999 a escola sediou a unidade de extensão polo de educação
pelo trabalho (PET), onde eram oferecidas no contraturno aos alunos dessa e de
escolas próximas, oficinas de técnicas agrícolas, educação para o lar e informática
educativa. Por questões de ordem interna este PET foi transferido em 2000 para E.M
José Emygdio de Oliveira onde funcionou também com oficinas de mídias e informática
até 2012, data em que foi infelizmente extinta. Em 2013, após atuar nesses PET's tive a
opção de retornar então a Mozart Lago, para assumir ali a dinamização de atividades
na sala de informática para alunos da escola. Dentre as possibilidades que me foram
oferecidas pela direção, sugeri que trabalhássemos com as turmas do 1º segmento,
por entender que ali poderia dar uma contribuição maior à escola. Fui alocado então
nas turmas de 2º, 3º, 4º e 5º ano e nas duas classes de CE/DI/TGD, dinamizando aulas
de 50 minutos semanais para 12 turmas. Levava na bagagem as experiências
aprendidas na regência de oficinas de informática e mídias – rádio, jornal, vídeo e
animação, que passariam a nortear as ações que seriam desenvolvidas nessas turmas,
mas o grande desafio se configuraria no atendimento às duas turmas de CE/DI/TGD,
pois durante o tempo em que atuei nesses PET's somente em três ocasiões havia
trabalhado com alunos que apresentavam necessidades educacionais especiais.
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CE/DI/TGD – Classe Especial para estudantes com Deficiência Intelectual e Transtornos
Globais de Desenvolvimento
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Contudo, as apreensões iniciais foram logo desfeitas, pela parceria que se estabeleceu,
desde o início, com a professora regente dessas classes. Sigamos com o seu relato:
Tudo começou quando o professor V. entrou em nossa sala (Turma CE / DI ) –
Classe Especial de alunos com Deficiência Intelectual. Foi uma situação que
pouquíssimas vezes acontecem. Sendo mais objetiva, as duas classes especiais da
escola são pouco visitadas por professores extraclasse, eles sempre dão a
desculpa que não “sabem” lidar com este “tipo de aluno”. “Saber”, em minha
opinião, é querer aprender, é querer fazer... Mas esta situação foi diferente! O
professor V. veio se apresentar a turma, dizendo que seria o professor de
informática a partir daquele dia. Nossa alegria foi muito grande. Lembrou-se de
“nós”. Falo isso, pois já passamos por momentos muito tristes e desagradáveis.
Depois da apresentação o professor quis saber como era o meu trabalho, o que
eu achava e precisava da informática, para somar nos conteúdos das turmas.
Mostrei que a prioridade era a leitura e escrita, e que trabalhávamos um pouco
diferente. Usávamos temas da atualidade no nosso planejamento. Dávamos a
oportunidade ao educando de ser o sujeito de sua aprendizagem, para que eles
pudessem ser capazes de ler, escrever e produzir suas opiniões com autonomia. E
então surge a pergunta: mas os alunos das classes especiais desta escola, ou seja,
a turma de Deficientes Intelectuais e a turma de alunos com Transtorno Global do
Desenvolvimento conseguem fazer isto? Por que não?
A colaboração que se fez presente em estratégia seguiu para além do
planejamento de ações que simplesmente pudessem complementar aprendizagens
que seriam disparadas em sala de aula. Destaco aqui a participação direta da
professora regente das classes CE/DI/TGD nas aulas, o que permitiu em várias ocasiões
a realização de intervenções conjuntas, em que conceitos já trabalhados por ela foram
corroborados em um novo contexto. A extensão dessas parcerias infelizmente é algo
que se encontra ainda em processo com os demais colegas, estando o diálogo um
pouco mais avançado com um professor do 5ºano e evoluindo com três professoras do
1º, 2 e 3ºano. Percebo que de maneira geral, isto seja um reflexo da forma em que as
atividades complementares são oferecidas dentro da organização do tempo-espaço
escolar, sendo alocadas de forma que estejamos conduzindo atividades às turmas,
enquanto o professor titular se encontra em horário de centro de estudos, o que gera
dificuldades para um maior diálogo e planejamento de atividades conjuntas, que por
certo permitiriam melhor enfrentarmos dificuldades de aprendizagem e condutas de
convivência em um regime de trabalho cooperativo. Penso que isto seja algo que
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precisa ser urgentemente superado, em favor dos mais interessados nessa história:
crianças e adolescentes em pleno processo de desenvolvimento humano envolvidos
em um mar de dificuldades.
Existem as adaptações, as estratégias e a vontade que cidadãos especiais também
tenham o direito de falar. A voz deles deve ser ouvida, mesmo com problemas de
fala, ou até mesmo sem oralidade (com um sorriso, por exemplo). Já comentamos
que procuramos trabalhar temas significativos, temas do cotidiano, e neles
introduzimos os conteúdos planejados.
NAS ONDAS DO RÁDIO
Iniciamos o trabalho com a proposição de um tema geral para as turmas: somos
humanos. Tema nascido de um incômodo relacionado ao estado de deterioração das
relações de convivência observado, retratado por situações de violência verbal e física
entre crianças e adolescentes, o abandono do diálogo como forma de resolução de
conflitos, a dificuldade em cooperar, agir solidariamente, expressar respeito pelas
pessoas, com repercussões diretas sobre o nível de qualidade das aprendizagens
apresentadas pelos estudantes. Contudo, tais comportamentos não eram verificados
pelas classes de CE/DI/TGD, onde as relações entre os estudantes foram sempre
marcadas por um clima de cordialidade, respeito mútuo e solidariedade. E a razão para
isto se encontra no tipo de currículo estabelecido para essas turmas por sua
professora:
Como rotina, conversamos sobre o tema do dia. No que estes temas fazem parte
das nossas vidas. Sentimos que isto faz com que os alunos se sintam integrados
em uma turma que valoriza a opinião de todos. Mesmo aqueles alunos que
parecem distantes dos acontecimentos, ficam felizes, e mesmo sem dar uma
resposta coerente, percebemos que se identificam com o que está sendo falado.
Depois na hora em que fazemos as atividades em níveis diferentes, não se sentem
inferiores, sabem que estão todos trabalhando sobre o mesmo tema, só as
atividades é que diferem respeitando os seus limites. No fechamento das opiniões
sobre os temas, a contextualização é coletiva. E é assim também que acontece
nas aulas de “informática”, desde que começou em 2013.
A apresentação de vídeos e a audição de músicas serviram como atividades
disparadoras da discussão sobre o significado de ser humano. E para registro do
entendimento que os alunos das classes CE/DI/TGD alcançaram utilizamos como
estratégia a construção de um texto coletivo, que intitulamos: No filme que eu vi,
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aprendi. Foi a partir desse texto, que iniciamos um processo de leitura interpretativa,
com a distribuição aos alunos de frases para serem lidas em sequência. E assim surgiu
uma ideia: por que não retomar com esses alunos o projeto de rádio escolar que
desenvolvia no PET?
As turmas esperam ansiosas pelo dia da aula de informática com o professor que
acreditou neles. As aulas começaram com a escrita do nome dos alunos, usando
diferentes recursos no uso da forma das letras. E seguiu, com filmes (pequenas
histórias), onde o ser humano e suas ações são comentadas e compartilhamos a
opinião de cada aluno. Mesmo sendo mais difícil o depoimento da CE/DI,
conseguimos relatos fantásticos, e os alunos mostram que entendem a moral da
história. Se para algum colega for mais difícil de expressar, os amigos ajudam,
prática que sempre usamos o tempo todo em sala. Com a turma TGD é mais fácil
a parte de registro, pois já sabem ler e escrever. Nas aulas de informática também
objetivamos, conduzir o aluno ao conhecimento leitura e da escrita, nas suas
diversas possibilidades e situações ( preparar o nosso cidadão especial para a
realidade que ele vais enfrentar no seu dia-a-dia), conseguindo interpretar todas
as informações e situações lidas, ouvidas e faladas. Na aula de “informática”,
conseguimos mais uma vez valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de chegar
a ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. O
professor sugeriu que fizéssemos uma rádio. Rádio? Quem ouve rádio? E assim a
ideia foi sendo desenvolvida, desde a mostra de como funciona uma rádio de
verdade, e deixando todos nós, alunos e professores, encantados com o resultado
do trabalho.
A rádio Recreio voltaria enfim ao ar. Um projeto que parecia encerrado
com a extinção do PET José Emygdio, poderia ser retomado com as classes
CE/DI/TGD. A Rádio Recreio se constituiu como um projeto de web-rádio, tendo
um ainda podcast ativo com um acervo de programas criados entre 2002 e 2012,
que foram desenvolvidos pelos alunos participantes da oficina de rádio que
funcionava neste PET. Dois novos programas surgiriam nessa nova etapa: o
Classe Especial e Amigos para Sempre.
O nome da rádio foi escolhido em grupo: Rádio Recreio. Foi simplesmente
emocionante eles falando, apresentando as atrações, músicas e entrevista...
Quando um dos alunos sentia dificuldade em pronunciar determinada palavra
todos ajudavam. Foi lindo! O professor pedia que o aluno com dificuldade
repetisse algumas vezes a mesma palavra e/ou sílaba, e os alunos ajudando, e
aquele pequeno pedaço (sílaba) de fala sendo gravado, para depois decidirmos,
em grupo, o que ficou melhor. Que trabalho encantador!
De forma coletiva começamos a construir os roteiros dos programas,
contendo uma abertura, vinhetas, spot's, definição de quadros. Realizamos
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então ensaios preparatórios para posteriormente realizarmos o processo de
gravação do programa, com a montagem de um miniestúdio na sala de
informática, conectando um notebook - com sistema LINUX e software Audacity
para gravação e edição dos áudios – a uma mesa de som, com dois microfones;
além de sistema de som para monitorarmos o processo. Após a edição dos
arquivos os programas Classe Especial e Amigos para Sempre estavam
finalizados, tendo como ponto alto uma entrevista com a diretora da E.M
Mozart Lago.
Bem, o primeiro CD ficou pronto. A apresentação foi emocionante. Aconteceu no
evento do Dia das Mães. Todos os presentes ouvindo, e principalmente as mães,
identificando a fala dos seus filhos... Imaginem! Tudo valeu à pena!
E
já
estamos partindo para o segundo CD.
NAS ONDAS DA INCLUSÃO
Sabemos que atividades complementares de informática e mídias, artes,
música, educação física, entre outras, ao lidarem com metodologias e estratégias
diferenciadas, nos permitem transcender aos objetivos propostos pelas práticas
escolares tradicionais, articulando ações de ensino a partir de novos vieses,
impactando de forma positiva o desempenho dos alunos na escola. No tocante ao uso
de mídias na educação, isso pode ser verificado através das experiências
desenvolvidas pelo projeto EDUCOM / NCE - USP durante os anos de 2001 e 2005. Este
exemplo, inclusive, serviu como aporte teórico para o trabalho final do curso de
especialização em Mídias na Educação apresentado ao NUTES / UFRJ, em que
registramos o processo desenvolvido na oficina de rádio do Polo de Educação pelo
Trabalho José Emygdio de Oliveira no período de 2003 a 2012 (CAETANO, 2011).
Contudo, afirmamos que sem o estabelecimento de um melhor nível de diálogo
e cooperação entre os professores regentes das turmas e aqueles que atuam
dinamizando atividades complementares, incluídos os que também respondem pelo
Atendimento Educacional Especializado aos alunos com necessidades especiais, tais
esforços diferenciados estarão fadados a surtir efeitos sempre menores do que
aqueles que são necessários e almejados para os estudantes dessas turmas.
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As ações desenvolvidas no interior da escola e das salas de aula devem produzir
um sentido para o aluno, assim, significar o currículo escolar requer a construção
coletiva de conceitos historicamente estabelecidos sobre processos que envolvem
ensinar e aprender, os espaços, tempos e currículos escolares. O professor, na
perspectiva da educação inclusiva, precisa ter uma formação específica para
(re)significar o conteúdo escolar para os alunos com deficiência. Essa formação é
uma ação complexa que exige (re)significar, inclusive, o currículo dos institutos e
universidades de ensino superior que formam o professor. (OLIVEIRA, BRAUN &
LARA, 2012, p.41 e 42)
Na prática, esta situação acaba por transformar a força especializada de
trabalho desses professores, em mero movimento de ocupação do tempo dos
estudantes, colocando então tais especialidades a serviço do oferecimento de pausas
de descanso entre aquelas disciplinas que foram alçadas a condição de maior peso
curricular, o que dispersa o real poder de fogo desses esforços com prejuízos as
aprendizagens desses estudantes.
Concordamos ainda com Oliveira, Braun & Lara (2012) quanto a referenciar as
classes comuns como lócus de aprendizagem para alunos que apresentem
necessidades educacionais especiais. Por certo é este realmente o melhor lugar para
consolidação do acesso ao currículo correspondente ao ano em que está matriculado o
aluno, centrando-se a responsabilidade dessa escolaridade no espaço comum,
possibilitando que esses estudantes vivenciem experiências educativas com seus
pares. Nesse contexto a participação dos alunos com necessidades educacionais
especiais, quando estes não estão alocados em classes comuns, em atividades
complementares junto a turmas que correspondam a faixa etária ou série desses
estudantes podem também influir positivamente na inclusão desses.
Obviamente, isso confere à escola um grande desafio – o de garantir que aprenda
com seus pares
da mesma idade, ainda que com particularidades e
especificidades, e esse processo necessita ser acompanhado pelo professor e pela
escola, que traça metas de ensino, perspectivas de aprendizagem para o aluno e
define processos diferenciados de avaliação pedagógica, até mesmo critérios de
promoção diferenciados para se garantir a trajetória escolar do aluno com
deficiência intelectual e sua permanência qualificada na escola. (OLIVEIRA, BRAUN
& LARA, 2012, p.46)
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As classes CE/DI/TGD com as quais realizamos esse trabalho contrariam esse
princípio, não há como negar que o melhor desenvolvimento desses alunos se daria
efetivamente em classes comuns, no entanto entre a certeza de um princípio e sua
materialização de fato existem as barreiras culturais e sociais presentes no sistema
educacional. Para rompê-las precisamos consolidar os paradigmas que podem
referenciar uma nova tradição em educação, norteando a formação de professores
que tomem a cooperação e a colaboração com seus pares não como uma escolha a
qual possam se filiar ou não, mas como princípio que balizará suas ações cotidiana.
Enquanto isso para fazer valer as regras inclusivas, contamos com a abnegação de
professores regentes dessas classes, onde as perspectivas do cuidar e do educar
apontadas pelas diretrizes curriculares nacionais (2013) se fazem presente. E fazer
rádio escola com essas classes passa a ser uma ação de afirmação: nós podemos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares
Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.
CAETANO, V. N.. Rádio na escola: produzindo mídia, aprendendo conceitos,
construindo cidadania. – Subsídios para a implantação de projetos de rádios
escolares . Rio de Janeiro: Nutes, 2011.
OLIVEIRA, A. A. S. de.; BRAUN, P.; LARA, P. T. Atendimento educacional especializado
na área de deficiência intelectual: questões sobre práticas docentes. In.: MILANEZ,
Simone; OLIVEIRA, A. A.; MISQUIATTI, A. R. Atendimento educacional especializado
para alunos com deficiência intelectual e transtornos globais do desenvolvimento.
Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, p. 41-60, 2012.
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