Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.13-19 1999
ISSN 1517-8595
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AVALIAÇÃO DE EXTRATOS VEGETAIS E MÉTODOS DE APLICAÇÃO NO
CONTROLE DE Sitophilus spp1
Francisco de Assis Cardoso Almeida2, Ana Costa Goldfarb3
e Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia2
RESUMO
O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia de dez extratos vegetais de plantas da flora Paraibana no controle do inseto adulto Sitophilus spp, bem como as formas de aplicação diretamente
sobre o inseto e por meio de vapor. Os extratos foram obtidos pelo método a frio com casca do
fruto de Citrus vulgaris, sementes de Helianthus annus, Piper nigrum, folhas de Eucalyptus
spp., Ruta graveolens e Coriandrum sativum, flores e folhas de Tagetes patula e Crysanthemum
e flores de Croton tiglium e Anthemis spp. O estudo foi realizado com dois bioensaios, tendo
por finalidade: a) definir o método de aplicação e o tempo para a avaliação da eficácia dos extratos em matar Sitophilus spp; b) avaliar a eficiência desses extratos aplicados logo após a sua
obtenção (extrato com álcool) e depois de volatilizado todo o álcool (estrato sem álcool). Para
estes bioensaios, o delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial de 10 x 2, com quatro repetições. Para o trabalho, foi desenvolvido um método que leva os
extratos até os insetos por meio de sistema de injeção na forma de vapor. A avaliação da eficácia dos extratos em matar Sitophilus spp, foi feita pela contagem do número de insetos adultos
sobreviventes. Como conclusões, pode-se verificar que, os extratos aplicados na forma de vapor
mataram com uma eficiência de 96 a 100% os insetos adultos e, quando estes são aplicados diretamente sobre os insetos, não provocam mortalidade.
Palavras-chave: extratos, Sitophilus spp
EVALUATION OF VEGETABLE EXTRACTS AND METHODS
OF APPLICATION IN THE CONTROL OF Sitophilus spp1
ABSTRACT
The objective of the work was to evaluate the effectiveness of ten vegetable extracts of natural
Paraiba in the control of the insect adult Sitophilus spp, as well as the application forms: directly
on the insect and by means of vapor. The extracts were obtained by the method to cold with peel
of the fruit of Citrus vulgaris, seeds of Helianthus annus, Piper nigrum, leaves of Eucalyptus
spp, Ruta graveolens and Coriandrum sativum, flowers and leaves of Tagetes patula and
Crysanthemum and flowers of Croton tiglium and Anthemis spp. The study was accomplished with two bio-rehearsal tends for purpose: a) to define the application method and the
time needed to evaluate the extracts effectiveness in killing Sitophilus spp and b) to evaluate theapplied extract efficiency soon after its obtaining (extract with alcohol) and after
evaporating all the alcohol (extract without alcohol); for this bio-rehearsal, the experimental design was completely randomized in a of 10 x 2 factorial scheme with four repetitions. For the
work, a method was developed that carries the extracts to the insects by means of an injection
system the vapor form. The evaluate of the extracts effectiveness in killing Sitophilus spp., was
done by of the number of surviving adult insects. As conclusions, it can be verified that, the extracts applied in the vapor form killed with an efficiency from 96 to 100% of the adult insects
and when these are directly applied on the insects, they don't provoke mortality.
Keyword: extracts, Sitophilus spp
_________________________________
Trabalho revisado pela Professora Leda Rita D’Antonino Faroni da Universidade Federal de Viçosa, Doutora pela Universidad Politécnica de Valencia
1
Parte da Dissertação de Mestrado do segundo autor
2
Professores Doutores, Departamento de Engenharia Agrícola do CCT/UFPB, Av. Aprígio Veloso, 882 58109-970 Campina
Grande, PB, Brasil. E-mail: [email protected]
3
Estudante de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola , DEAg/CCT/UFPB, bolsista da CAPES
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Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp
INTRODUÇÃO
Das espécies de pragas que atacam os grãos
e sementes armazenadas, a espécie Sitophilus
spp, de notada importância econômica, é tida
como das mais severas. Os prejuízos causados
decorrem de danos qualitativos e quantitativos
(Braga et al., 1991), podem ser de perda parcial ou total do produto, dependendo do grau de
infestação.
Os adultos da espécie Sitophilus spp apresentam alto potencial biótico, infestação cruzada, polifagia e alta capacidade de adaptação;
características que os tornam resistentes com
relação a um controle alternativo.
O controle às pragas dos produtos armazenados é feito de preferência com fumigantes
liqüefeitos (bissulfeto de carbono, entre outros)
ou solidificados a exemplo da fosfina. Entretanto, a utilização indevida da fosfina levou ao
surgimento de populações de insetos resistentes
e à detecção de resíduos em grão e sementes
expurgados com alto teor de umidade. A partir
de tal fato, outros fumigantes passaram a ser
estudados (Faroni, 1997).
Além do uso de inseticidas químicos, os
pesquisadores têm investigado formas alternativas de fazer o controle das pragas dos grão e
sementes armazenadas. A utilização de extratos
vegetais, como inseticida alternativo, é uma
forma de prover um controle sem desencadear
os problemas provocados pelos inseticidas sintéticos químicos, que causam desequilíbrios
ambientais nas culturas e demais populações
vegetais e animais presentes no ecossistema
onde o inseticida foi aplicado, podendo, ainda,
poluir os recursos hídricos, desencadear o surgimento de insetos resistentes e deixar resíduos
tóxicos para o ser humano.
O controle alternativo com inseticida natural pode ser considerado ecologicamente correto, pois não coloca em risco a existência do
inseto que apresenta como uma de suas características a infestação cruzada, ou seja, se desenvolve tanto no campo quanto nos armazéns e
esta forma de controle visa à eliminação da
praga só nos produtos armazenados, permanecendo sua existência no campo.
Couto & Sigrist (1995) apresentam a peretrina obtida de flores de numerosas espécies do
gênero Chisantemum, principalmente da espécie C. cinerariaefolium, como um produto não
tóxico a mamífero e efetivo contra largo espectro de insetos. Acrescente-se a este fato, ainda,
Almeida et al.
que as propriedades inseticidas do piretro não
deixam resíduos tóxicos nos alimentos (Guerra,
1985). Cabe ressaltar que o grupo dos organosintéticos, conhecidos como piretróides, nada
têm a ver com o princípio ativo do piretro encontrado no Chisantemum.
Oliveira et al. (1995) através de testes laboratoriais, comprovou que o extrato derivado de
flores de Camelia sinensis é tóxico ao inseto
praga Sitophilus zeamais quando aplicado diretamente sobre estes com pulverizador manual.
Extrato de Piper niger L. foi eficiente em mais
de 90% no controle da Sitotroga cerealella,
com efeito residual estável de até 90 dias depois
da sua aplicação.
Observou-se que sementes de feijão macassar tratadas com casca de laranja seca e moída
não apresentaram alterações na cor e na qualidade durante o período de entressafra desse
produto (6-8 meses) e que a ação do ácido cítrico presente na laranja foi repelente para os insetos, podendo, assim, não estar restrito apenas à
manutenção da coloração das sementes (NTA,
1987; Almeida & Cavalcanti Mata, 1994). Resultados posteriores obtidos por Germano
(1997) confirmam a eficiência da casca da laranja no controle de insetos e manutenção da
qualidade fisiológica de semente de Vigna armazenadas.
Atualmente, as plantas representam um
considerável recurso para o controle alternativo
de pragas, doenças e invasoras, porém esta informação é desconhecida pela grande maioria
dos agricultores. Guerra (1985) coloca a importância desta área de pesquisa quando afirma
existir uma lista, contendo cerca de duas mil
plantas que apresentam possibilidades de uso
no controle de pragas, doenças e invasoras, a
qual foi obtida por mais de meia centena de
organizações de vários países do mundo que
trabalharam num projeto coordenado pelo Dr.
Saleem Ahmed, com sede em Honolulu, Havaí.
Assim, o trabalho teve como objetivo avaliar formas de aplicação de extratos vegetais no
controle do inseto praga dos grãos e sementes
armazenadas, Sitophilus spp e seus efeitos tóxicos no controle efetivo desse inseto adulto.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado no Laboratório de
Armazenamento e Processamento de Produtos
Vegetais do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal da Paraíba.
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.13-19, 1999.
Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp
Criação dos insetos: quatrocentos insetos adultos foram inoculados em uma massa de milho
(60kg) armazenada em condições de ambiente a
25,70C de temperatura média e umidade relativa
do ar de 74,5%. Posteriormente, foi aguardado
um período de 35 dias para a reprodução e produção de adultos. Depois, os insetos eram selecionados com o auxílio de uma peneira de
4mesh, deixando-se os grãos mais as posturas
até a emergência de novos adultos. Os insetos
que sobreviviam à ação dos extratos utilizados
não retornavam à criação, sendo estes eliminados.
Espécies botânicas: Os extratos (Tabela 1)
foram obtidos de folhas, flores, sementes e cascas, conforme a planta, de dez espécies botânicas da flora paraibana. Optou-se por essas espécies vegetais devido a referências de uso caseiro
como inseticidas ou como possuidoras de propriedades fitossanitárias.
Com exceção do Crisântemo todas as demais espécies foram cultivadas especificamente
para serem utilizadas no trabalho, não tendo
recebido qualquer tratamento fitossanitário até a
sua utilização. Depois da colheita, o material
Almeida et al.
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passava por um processo de limpeza para remoção das impurezas e, em seguida, era lavado em
água destilada. Posteriormente, era acondicionado em embalagens de papel etiquetadas,
submetidas a estufa de ventilação forçada a uma
temperatura constante de 500±10C para secagem. Depois, era moído em um triturador elétrico, pesado e abrigado da luz até a obtenção
do extrato bruto.
Obtenção dos extratos para os ensaios: a
metodologia para a obtenção dos extratos a
frio foi adaptada de Scramin et al. (1987). Cinqüenta gramas (50g) de cada espécie depois de
passar pelo triturador era colocada em um recipiente contendo 200ml de solvente (álcool
P.A.). A mistura era agitada em um liqüidificador por cinco minutos para homogeneização.
Depois transportada para um Becker cuja boca
era recoberta com papel alumínio preso por fita
crepe e guardado ao abrigo da luz por 48 horas.
Durante este período a mistura era agitada ocasionalmente e depois filtrada em papel de filtro,
obtendo-se, assim, o extrato o qual foi guardado
em vidros hermeticamente fechados a 50±10C
até ser utilizado.
Tabela 1. Nome científico, nome vulgar, indicação de uso e a parte estudada de cada espécie botânica
Nome científico
Ruta graveolens
Coriandrum sativum
Croton tiglium
Chrysanthemum
Tagetes patula
Eucalyptus spp.
Helianthus annus
Citrus vulgaris
Anthemis spp.
Piper nigrum
Nome vulgar
Arruda
Coentro
Cróton
Crisântemo
Cravo
Eucalipto
Girassol
Laranja
Macela galega
Pimento do reino
Indicação
Inseticida
Inseticida
Inseticida
Inseticida
Inseticida
Inseticida
Repelente
Repelente
Inseticida
Inseticida
Testes de mortalidade: os ensaios de mortalidade
foram realizados em duas etapas. Na primeira,
com o objetivo de caracterizar a forma de aplicação (Costa et al. 1980), o extrato foi aplicado
diretamente sobre o inseto com o auxilio de uma
micropipeta e a resposta foi dada pelo número de
insetos mortos.
Na segunda etapa, o extrato era levado na
forma de vapor onde se encontravam os insetos
os quais inalavam o extrato pela traquéia e demais vias respiratórias. A metodologia foi desenvolvida pelos autores do trabalho, com base na
aplicação da fosfina, comumente utilizada no
controle deste inseto.
Parte estudada
Folha
Folha
Flores
Flor e folha
Flor e folha
Folha
Semente
Casca
Flor
Semente
Na avaliação, foi considerado vivo todos os
insetos que moviam qualquer parte do corpo,
mesmo aqueles que permaneciam imóveis e só se
moviam lentamente quando incomodados.
Bioensaios da etapa I: foram realizados entre as
11:00 e 15:00 horas (Phillips & Burjholder,
1981) em placas de Petri contendo cada uma dez
insetos adultos, aplicando-se através de uma pipeta automática uma gota do extrato no noto do
inseto, conforme metodologia de Giannotti et al.
(1972). A avaliação do número de insetos mortos
foi feita depois de 24 e 48 horas, respectivamente. Igualmente foi realizado um teste, aplicando-
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Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp
se apenas álcool P.A. A testemunha não recebeu
aplicação do extrato e do álcool.
Almeida et al.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Bioensaios da primeira etapa
Bioensaios da etapa II: os extratos foram aplicados com um compressor adaptado para levar,
junto com o ar, o extrato diretamente onde se
encontravam os insetos (Fig. 1). Estes recipientes
de 19cm de altura e 12cm de diâmetro tinham a
tampa perfurada em dois locais com furos de 3cm
para a entrada e saída do vapor gerado pelo compressor.
Figura 1. Aplicação dos extratos pelo método do
vapor.
A quantidade do extrato aplicado por repetição foi de 3ml e o recipiente que o continha era
de 5ml. Os tratamentos constaram de quatro repetições de 100 insetos cada uma, mais uma testemunha que não recebeu a aplicação dos extratos.
Depois das aplicações nas condições de temperatura e umidade relativa do ar ambiente (média de
25,70C e 74,5%UR), ao abrigo da luz, por um
período de 48 horas, os recipientes eram abertos
para a contagem dos insetos mortos.
Quando do preparo dos extratos para serem
utilizados nos bioensaios da etapa II, estes foram
aplicados logo após a sua obtenção - extrato com
álcool - e, depois de permanecerem em um recipiente aberto (Becker) por um período de 72
horas para à volatilização de todo o álcool - extrato sem álcool.
Análise estatística
Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial de 10 x 2, com
quatro repetições, exceto no primeiro bioensaio
que não foi analisado, estatisticamente, devido a
este ter sido empregado com a finalidade de caracterizar o método de aplicação e o tempo de
exposição dos extratos para o segundo bioensaio.
Os dados obtidos foram submetidos a análise
de variância com níveis de significância de 1 e
5% e, as médias dos fatores comparados pelo
teste de Tukey, a 5% de probabilidade.
O álcool aplicado diretamente sobre o corpo
do Sitophilus spp, método da micropipetagem,
não foi capaz de matá-los, indicando que este não
possui efeito tóxico sobre o inseto. Tendo, assim,
sido escolhido para ser usado como solvente no
preparo dos extratos vegetais.
A porcentagem de mortalidade de insetos
adultos, mediante a aplicação dos extratos diretamente sobre o noto do inseto variou de 0% a
20% e apenas seis dos dez extratos mataram Sitophilus spp, sendo pimenta e cróton eficientes
com 20% de mortalidade, arruda, macela e crisântemo com 10%, eucalipto com 12% e os demais não manifestaram seu poder tóxico, quando
aplicados por este método (micropipetagem).
Apoiado nesses resultados, eliminou-se, no
bioensaio da segunda etapa, a aplicação dos extratos pelo método da micropipetagem e optou-se
para avaliar o efeito dos extratos, depois de 48
horas da sua aplicação, devido ao comportamento
similar dos períodos estudados (24 e 48hs) e,
também, aos fumigantes mais utilizados no expurgo do milho necessitarem desse tempo como
mínimo para que o produto possa ser utilizado
(Gastoxin, 1995).
Bioensaios da segunda etapa
Na Tabela 2, encontram-se os dados de
mortalidade de Sitophilus spp em função da
quantidade de álcool aplicada pelo método do
vapor depois de um período de 48 horas da aplicação.
Logo após a aplicação, verificou-se que o
comportamento do inseto foi de agitação intensa,
andando aleatoriamente pelo recipiente; depois
de aproximadamente 2 minutos, começavam a
tentar sair pelos furos do recipiente; com  5
minutos não tinham mais equilíbrio aparente e se
desprendiam com facilidade das laterais do recipiente e as vezes não conseguiam chegar aos
furos da parte superior do recipiente; ao final da
aplicação de cada amostra quase todos os insetos
já estavam imóveis e aparentemente mortos.
Estes insetos respiram por meio de traquéias
as quais, em número de 10 pares, abrem-se lateralmente através de pequenos orifícios denominados estigmas. Em função dessa estrutura física,
o Sitophilus spp absorve e reage rapidamente à
aplicação dos extratos na forma de vapor. Fato
que se apoia em observações descritas por Lima
& Racca (1987).
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.13-19, 1999.
Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp
Os resultados apresentados na Tabela 2 evidenciam a influência dos extratos que controlaram entre 85,75% (eucalipto) a 100% (pimenta) o
Sitophilus spp frente à testemunha, cuja eficácia
sobre adultos desse inseto foi nula (0,0%). Os
dados revelam ainda igualdade estatística dos
extratos eucalipto e girassol, sendo este estatisticamente tão eficiente quanto o cravo.
Os extratos com álcool foram estatisticamente inferiores aos extratos sem álcool, no controle
do inseto Sitophilus spp, apresentando um percentual de mortalidade de 84,8% contra 88%,
respectivamente. Estes resultados indicam que os
Almeida et al.
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extratos, com e sem a presença do solvente álcool, podem interferir nos resultados, provocando
mortalidade do inseto.
Para a interação, extrato sem álcool x extratos com álcool (Tabela 3), tem-se que os extratos
sem álcool de girassol e eucalipto foram estatisticamente inferiores ao extratos com álcool em
25,5% e 22,5%, respectivamente. Observa-se
também que o extrato sem álcool de macela foi
superior ao extrato com álcool em 6,5% e que
todos os tratamentos dentro e entre eles diferiram
da testemunha.
Tabela 3 - Mortalidade final (%) de Sitophilus spp para a interação extrato sem álcool x extrato com
álcool, pelo método do vapor, depois de um tempo de exposição de 48 horas da aplicação*
Tratamentos
Extratos
Citrus vulgaris (Laranja)
Coriandrum sativum (Coentro)
Chrysanthemum (Crisântemo)
Helianthus annus (Girassol)
Eucalyptus spp. (Eucalipto)
Piper nigrum (Pimenta)
Anthemis spp. (Macela)
Croton tiglium (Cróton)
Tagetes patula (Cravo)
Ruta graveolens (Arruda)
Testemunha
Médias
dms/coluna
Extrato sem álcool
Extrato com álcool
100.00 aA
98.50 aA
98.25 aA
74.50 bB
74.50 bB
100.00 aA
100.00 aA
97.25 aA
92.00 aA
98.15 aA
0.00 cA
84.89
9.67
98.00 aA
93.25 aA
95.25 aA
100.00 aA
97.00 aA
100.00 aA
93.50 abB
99.00 aA
94.50 aA
93.10 aA
0.00 cA
88.00
dms/linha
Médias
99.00
95.88
96.75
87.25
85.75
100.00
96.75
98.13
93.25
95.13
0.00
86.44
5.80
*Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas e maiúscula nas linhas, não diferem estatisticamente
pelo teste de Tukey (P>0,05)
Observa-se ainda que os extratos sem álcool de laranja, pimenta e macela controlaram em
100% o inseto Sitophilus spp. Controle igual
deu-se com os extratos com álcool de girassol e
pimenta. O fato mostra que a pimenta possui
princípios ativos que promove o controle deste
inseto adulto pelo método do vapor, independente da composição do extrato (com e sem
álcool). Resultados que colocam a pimenta
como um dos materiais de origem vegetal estudados, mais eficaz no preparo dos extratos para
controlar o Sitophilus spp. Estes resultados são
concordantes com os obtidos por Oliveira et al.
(1995) que afirma ter aplicado extrato de pimenta do reino sobre Sitophilus zeamais e controlado a população desse inseto-praga em 90%.
Em valores médios, os extratos de cróton,
laranja, crisântemo, além do de pimenta foram
os que indicaram maior poder tóxico no controle eficaz do inseto em estudo. Tem-se para os
extratos de macela, coentro, cravo, girassol e
eucalipto, um índice médio de controle do Sitophilus spp acima de 85%, com diferença estatística para o girassol e o eucalipto, possuidores
da mesma eficiência e, que diferiram do cravo
que se igualou ao girassol estatisticamente.
Germano (1997), estudando o emprego de
produtos naturais no tratamento de sementes de
Vigna unguiculata, encontrou que o extrato
bruto de casca de laranja, foi mais eficiente no
controle de pragas e na manutenção da qualidade fisiológica dessas sementes armazenadas, do
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Avaliação de extratos vegetais e métodos de aplicação no controle de Sitophilus spp
que a casca de batatinha, resultados que estão
de acordo com os obtidos por Almeida & Cavalcanti Mata (1994).
O cróton é utilizado como inseticida em várias partes do mundo devido especialmente, ao
poder inseticida de suas sementes que, segundo
Guerra (1985) são mais tóxicas que o piretro,
substância encontrada nas flores do crisântemo.
Couto & Sigrist (1995) afirmam que a piretrina
obtida do Chrysantemum cinerariaefolium é
eficaz no controle de um largo espectro de insetos e não é tóxico a mamífero.
Um estudo sobre a composição desses extratos por meio de cromatografia em camadas
delgadas, poderá trazer informações muito boas
para novas pesquisas.
CONCLUSÕES
Para as condições do presente trabalho
pode-se concluir que:
1.
2.
3.
os adultos de Sitophilus spp são controlados por extratos de Piper nigrum em
(100%), seguido pelos extratos de Citrus
vulgaris (99%), Croton tiglium (98%) e
Crysanthemum (97%), aplicados na forma
de vapor;
não foi obtido controle efetivo de mortalidade (0,0%) com o solvente orgânico álcool P.A., nem satisfatório com os extratos
vegetais (0,0 a 20%), aplicados diretamente sobre Sitophilus adultos (micropipetagem);
os extratos botânicos estudados podem ser
obtidos pelo método de extração a frio,
com o solvente orgânico álcool P.A.
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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.1, n.1, p.20, 1999.
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