Metabolômica e fitoquímica de plantas medicinais.
Victor Hugo Catricala Fernandes, Luiza Beatriz Lima Zanini, Marisi Gomes
Soares, Danielle Dias, Daniela Aparecida Chagas de Paula
Laboratório de Fitoquímica e Química Medicinal (LFQM), Instituto de química, Universidade federal de
Alfenas
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Resumo:
A metabolômica foca nos estudos dos metabólitos secundários nos organismos por métodos analíticos,
tais como cromatografia de alta eficiência acoplada a detecção por ultravioleta e massas (HPLC-UVMS)[1]. Os metabólitos secundários auxiliam na defesa contra predadores naturais e apresentam várias
atividades farmacológicas conhecidas. A população utiliza plantas para tratar enfermidades desde os
primórdios e estudos fitoquímicos destas plantas já revelaram várias substâncias ativas que compõe
nossos medicamentos. A metabolômica associada a fitoquímica e estudos farmacológicos, é considerada
hoje, uma estratégia de escolha para a pesquisa de substâncias ativas e ou inéditas[1]. Evita o consumo de
tempo e reagentes isolando substâncias já conhecidas ou inativas. Então, o objetivo deste trabalho foi o
estudo metabolômico e fitoquímico de duas plantas: Cissus rhombifolia e Phyllanthus acutifolius ,
conhecidas como uva selvagem (US) e quebra pedra (QP), respectivamente. Isso se deve a falta de
estudos sobre a composição química de US e por um grande interesse nas substâncias presentes em QP,
pois é popularmente e cientificamente conhecida por desfazer cálculos renais. Portanto, a composição
química destas plantas e atividades farmacológicas destas espécies merecem ser avaliadas. Para isso,
coletou-se os materiais vegetais, os quais foram secos em estufas de ar circulante à 40ºC, triturados e
extratos aquosos foram preparados, a partir do pó das plantas. O método de extração utilizado foi infusão,
afim reproduzir os chás utilizados pela população. Os extratos, assim que obtidos foram filtrados,
congelados e liofilizados. Realizou-se análises em HPLC-UV-DAD, para determinação do perfil
cromatográfico dos extratos. O extrato de US demonstrou uma riqueza na composição química e como
nunca foi investigado, então ele foi também analisado em HPLC-UV-MS/MS, na tentativa de
desreplicação do extrato. Para isso, banco de dados de massas de substâncias já identificadas para
espécies do mesmo gênero foi construído. Nenhuma das substâncias do extrato de US pode ser
identificado, por comparação com este específico banco de dados ou padrão de fragmentação descritos na
literatura, o que indica que estas substâncias são substâncias inéditas. O isolamento destas substâncias por
métodos fitoquímicos se encontra em andamento. Adicionalmente testes in vivo foram realizados para
investigar se os extratos apresentam potencial farmacológico frente a inflamação, sendo que processos
inflamatórios estão envolvidos com a formação de cálculos renais. Ambos os extratos apresentaram
significante propriedade anti-inflamatória. Portanto, deve-se estudar mais a fundo a composição química
destes extratos na tentativa de isolar substâncias inéditas e ativas.
Financiamento: PIBICT/FAPEMIG
Referências:
[1] Chagas-Paula DA, Zhang T, Da Costa FB, Edrada-Ebel, R. 2015. A Metabolomic Approach to Target
Compounds from the Asteraceae Family for Dual COX and LOX Inhibition. Metabolites 5: 404–430.
Alfenas – MG – Brasil
12, 13 e 14 de novembro de 2015
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