25 2 Fundamentos Teóricos 2.1 Medição de vazão com placa de orifício Utilizando a norma AGA 3, temos o desdobramento constante k da equação (1) e chegamos ao modelo matemático utilizado para se calcular a vazão volumétrica de gás natural por meio de um sistema de medição por placa PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA de orifício, como sendo: Qo = C 1− β 4 ⋅ε ⋅ π 4 d2 ⋅ A expressão: 2 ⋅ ∆p ρo 1 1− β 4 (2) é também chamada de fator de aproximação da velocidade na norma API-MPMS 14.3, Part 1 [2]. A massa específica do gás natural nas condições de operação pode ser calculada por meio da seguinte relação: ρo = Po .MM Z o .R.To (3) A vazão volumétrica de gás nas condições de pressão e temperatura de referência ou base (20 ºC e 101325 Pa) pode ser determinada por: Qb = Qo .( Po Tb Z o ).( ).( ) Pb To Z b (4) 26 2.2 Incerteza de medição de vazão com placa de orifício As expressões descritas a seguir, tomam como base a norma ISO 5167-2 [5]. 2.2.1 Expressão fundamental da incerteza Uma outra maneira de escrever a equação fundamental da medição mássica de fluidos pelo princípio de placa de orifício, segundo a norma ISO 5167-2, é : PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Qmo = Cd .Ev .ε .(π / 4).d 2 . 2.ρ o .∆P (5) Usando equações diferenciais, podemos demonstrar que: 2 2 2 2 ⎛ δC ⎞ ⎛ δqmo ⎞ ⎛ 2 δd ⎞ ⎛ 2 β 4 δD ⎞ ⎛ 1 δ∆P ⎞ ⎛ 1 δρ o ⎞ δε ⎟⎟ ⎟⎟ = ⎜⎜ d ⎟⎟ + ⎛⎜ ⎞⎟ + ⎜⎜ ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟ + ⎜⎜ 4 4 ⎝ C d ⎠ ⎝ ε ⎠ ⎝ 1 − β d ⎠ ⎝ 1 − β D ⎠ ⎝ 2 ∆P ⎠ ⎝ 2 ρ o ⎠ ⎝ qmo ⎠ 2 2 2 (6) Da equação (3): 2 2 3 ⎛ δρo ⎞ ⎛ δP ⎞ δMM ⎞ ⎛ δZ o ⎞ ⎛ δTo ⎞ ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ o ⎟⎟ + ⎛⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎟ + ⎜⎜ ⎝ ρo ⎠ ⎝ Po ⎠ ⎝ MM ⎠ ⎝ Z o ⎠ ⎝ To ⎠ 2 Substituindo-se a expressão da 2 (7) incerteza da massa específica diretamente na equação de incerteza de vazão, temos então: ⎛ δq ⎜⎜ mo ⎝ q mo 2 2 2 2 ⎞ ⎛ δC ⎞ ⎛ 2 δd ⎞ ⎛ 2 β 4 δD ⎞ ⎛ 1 δ∆Po δε ⎟⎟ = ⎜⎜ d ⎟⎟ + ⎛⎜ ⎞⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ 4 4 ⎠ ⎝ C d ⎠ ⎝ ε ⎠ ⎝ 1 − β d ⎠ ⎝ 1 − β D ⎠ ⎝ 2 ∆Po ⎛ 1 δMM ⎞ ⎛⎜ 1 δZ o ⎜ ⎟ + ⎝ 2 MM ⎠ ⎜⎝ 2 Z o 2 2 2 ⎞ ⎛ 1 δTo ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎠ ⎝ 2 To ⎞ ⎟⎟ ⎠ 2 ⎞ ⎛ 1 δPo ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎠ ⎝ 2 Po 2 ⎞ ⎟⎟ + ⎠ 2 (8) A norma AGA 3 cita que a vazão volumétrica nas condições de base ou 27 referência (20 ºC e 101325 Pa) pode ser calculada como: Qb = Qmo (9) ρb Logo, a expressão final para incerteza nas condições de base ou referência, pode ser determinada por: 2 2 ⎛ δqb ⎞ ⎛ δq ⎞ ⎛ δρ ⎞ ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ mo ⎟⎟ + ⎜⎜ b ⎟⎟ ⎝ qb ⎠ ⎝ qmo ⎠ ⎝ ρb ⎠ 2 (10) O que implica: 2 2 2 2 2 2 ⎛ δqb ⎞ ⎛ δCd ⎞ ⎛ δε ⎞ ⎛ 2 δd ⎞ ⎛ 2 β 4 δD ⎞ ⎛ 1 δ∆Po ⎞ ⎛ 1 δPo ⎞ ⎟⎟ + ⎜ ⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ 4 4 ⎝ qb ⎠ ⎝ Cd ⎠ ⎝ ε ⎠ ⎝ 1 − β d ⎠ ⎝ 1 − β D ⎠ ⎝ 2 ∆Po ⎠ ⎝ 2 Po ⎠ 2 2 ⎛ 1 δMM ⎞ ⎛⎜ 1 δZ o ⎞⎟ ⎛⎜ 1 δTo ⎞⎟ ⎛⎜ δρb ⎞⎟ + + ⎟ + ⎜ ⎝ 2 MM ⎠ ⎜⎝ 2 Z o ⎟⎠ ⎜⎝ 2 To ⎟⎠ ⎜⎝ ρb ⎟⎠ 2 PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA 2 2 (11) 2.2.2 Incerteza padrão sobre o coeficiente de descarga, u (C ) Conforme a ISO 5167-2 2003 [5], para todos os três tipos de tomadas de pressão (flange taps, corner taps, D / 2 taps) quando β , D , Re D , e Ra / D são conhecidos e assumidos sem erro, a incerteza relativa sobre o valor do coeficiente de descarga C é igual a: (0,7 − β )% para 0,1 ≤ β ≤ 0,2 ; (12) 0,5% para 0,2 ≤ β ≤ 0,6 ; (13) (1,667 β − 0,5)% para 0,6 ≤ β ≤ 0,75 ; (14) Re D Numero de Reynolds com referencia a D ; Ra Desvio médio aritmético do perfil de rugosidade. Se D < 71,12 mm (2,8 in) a seguinte incerteza relativa deverá ser adicionada aritmeticamente aos valores anteriores: 28 + 0,9(0,75 − β )(2,8 − D )% 25,4 (15) Se o valor de β > 0,5 e Re D <10.000, uma incerteza adicional de 0,5% deverá ser adicionada aritmeticamente aos valores anteriores. A norma API-MPMS 14.3, Part 1, 3rd edition [2], define a incerteza expandida do coeficiente de descarga como o produto de uma combinação, em função de dois gráficos que levam em consideração o β e o número de PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Reynolds: Figura 4 -Variação da incerteza expandida do coeficiente de descarga em função do beta [AGA-3] Para β > 0,175 : 100. δC i ( FT ) = 0,56 − 0,2550β + 1,9316β 8 δC ( FT ) (16) Para β ≤ 0,175 : 100. δC i ( FT ) = 0,7 − 1,0550 β 8 δC ( FT ) (17) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA 29 Figura 5- Variação da incerteza expandida do coeficiente de descarga em função do número de Reynolds [AGA-3] Os valores da Figura 5 podem ser aproximados como: ⎛ 4000 ⎞ δC ( FT ) ⎟⎟ = 1 + 1.7895⎜⎜ δCi ( FT ) ⎝ Re D ⎠ 0.8 (18) Finalmente: = δC ( FT ) δC i ( FT ) . δC i ( FT ) C ( FT ) (19) U (C ) = C. δC ( FT ) δC i ( FT ) . δC i ( FT ) C ( FT ) (20) δC ( FT ) C ( FT ) Assim: E a incerteza padrão: 30 u (C ) = U (C ) 2 (21) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ C ) infinito. 2.2.3 Incerteza padrão sobre o fator de expansão, u (ε ) Segundo a ISO 5167-2, quando β , ∆P / P e o coeficiente isentrópico ( k ) são conhecidos e assumidos sem erro, a incerteza expandida relativa do valor de ε é igual a: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA U (ε ) = 3,5. ∆P k .Po (22) A norma API-MPMS 14.3 Part 1, define a incerteza expandida do valor de ε como: U (ε ) = 4.[ ∆P ] para β < 0,75 , onde N 3 é um fator de conversão de N 3 .Po unidades. (23) Assim, para incerteza padrão, tem-se: u (ε ) = U (ε ) 2 (24) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υε ) infinito. 2.2.4 Incerteza padrão sobre a massa molecular, u (MM ) A determinação da incerteza padrão sobre a massa molecular deve considerar a possibilidade de variações na composição do gás natural. Como a amostragem do gás é feita regularmente em cada sistema de medição, assumese que as diferenças entre os valores obtidos a partir das medições da composição do gás (calibração do cromatógrafo) em relação aos resultantes das variações de processo são pequenas, podendo ser admitido que: 31 u ( MM ) = U ( MM ) sendo U (MM ) a variação histórica da MM . 2 (25) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ MM ) infinito. 2.2.5 Incertezas padrão sobre os fatores de compressibilidade do gás: u(Z o ) e u(Z b ) A incerteza padrão u ( Z o ) é influenciada pela composição do gás, pela pressão e pela temperatura do escoamento, enquanto a incerteza padrão u ( Z b ) é influenciada somente pela composição do gás. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA A API MPMS 14.2 (AGA 8) fornece as incertezas expandidas no cálculo do fator de compressibilidade do gás, em função da pressão e temperatura (Figura 6) : Figura 6 - Variação da incerteza expandida do fator de compressibilidade em função da temperatura e pressão estática [AGA-8] A incerteza padrão sobre o fator de compressibilidade, fica então composta de duas contribuições: u ( Z o ) cálculo = (resultadofigura ) 2 (26) 32 u ( Z o ) var iação = (var iaçãocompressibilidade) 2 (27) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ Z o ) infinito. A variação da compressibilidade pode ser obtida a partir de dados históricos de operação. 2.2.6 Incerteza padrão sobre o diâmetro da placa de orifício: u (d ) A incerteza padrão u (d ) é obtida a partir do desvio padrão dos resultados das medições do diâmetro do orifício da placa. PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Para n medições, temos: u (d ) = s(d ) = _ 1 n ( d − d ∑ i )2 n − 1 i =1 (28) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ d ) infinito. 2.2.7 Incerteza padrão sobre o diâmetro do tubo: u (D) A incerteza padrão u (D ) é obtida a partir do desvio padrão dos resultados das medições do diâmetro interno do tubo realizadas em uma seção transversal localizada a uma polegada a montante da face da placa de orifício. Para n medições, temos: u ( D) = s( D) = _ 1 n ( Di − D ) 2 ∑ n − 1 i =1 (29) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ D ) infinito. 2.2.8 Incerteza padrão sobre a pressão estática absoluta: u ( Po ) Para determinação da pressão absoluta é preciso somar a pressão 33 atmosférica ao valor medido: Pressão absoluta( Po ) = Pressão estática ( Pe ) + Pressão atmosférica local ( Patm ) (30) O valor da pressão atmosférica local, geralmente é configurado no computador de vazão. Logo, este valor é um valor médio que possui uma incerteza associada e deve ser considerada no cálculo da incerteza da pressão absoluta. u ( Po ) = ( ∂Po ∂P ∂P 2 .u ( Pe )) calibração + ( o .u ( Pe )) 2var iação + ( o .u ( Patm )) 2var iação ∂Pe ∂Pe ∂Pe (31) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA ou u ( Po ) = 2 ( u ( Pe )) calibração + ( u ( Pe )) 2var iação + ( u ( Patm )) 2var iação (32) A incerteza padrão da pressão estática u ( Pe ) calibração é obtida a partir dos resultados de calibração do transmissor de pressão estática. Admitindo-se uma distribuição retangular, temos: u ( Pe ) calibração = erromáximoadmissível ( Pe ) (33) 3 A incerteza padrão da pressão estática u ( Pe ) var iação é obtida com base nas variações da pressão estática durante as medições: u( Pe ) var iação = var iaçãonapressãoestática 2 (34) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ Pe ) infinito. Finalmente para a incerteza padrão da pressão atmosférica u ( Patm ) , pode-se utilizar um barômetro e registrar a variação na pressão atmosférica local. No caso da pressão atmosférica ser assumida constante no computador de vazão, poderá ser considerado um valor indicativo de 1 kPa para variação 34 deste parâmetro. u ( Patm ) = var iaçãonapressãoatmosféricalocal 2 (35) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ Patm ) infinito. 2.2.9 Incerteza padrão sobre a temperatura absoluta do gás: u (To ) A incerteza padrão da temperatura absoluta está associada à incerteza sinalizada pelo certificado de calibração do sensor/transmissor de temperatura e da incerteza devido as variações de temperatura durante as medições: PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA 2 u (To ) = (u (To )) calibração + (u (To )) 2var iação (36) De modo similar, a incerteza padrão da pressão absoluta: u (To ) calibração = erromáximoadmissível (To ) (37) 3 e u (To ) var iação = var iação det emperatura 2 (38) Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ T ) infinito. o 2.2.10 Incerteza padrão sobre a pressão diferencial: u (∆P) A incerteza padrão da pressão diferencial está associada à incerteza sinalizada pelo certificado de calibração do sensor/transmissor de pressão diferencial e da incerteza devido as variações de pressão diferencial durante as medições: 2 u (∆P) = (u (∆P)) calibração + (u (∆P)) 2var iação (39) 35 A incerteza padrão da pressão diferencial u (∆P ) calibração é obtida a partir dos resultados de calibração do transmissor de pressão diferencial. Admitindo-se uma distribuição retangular, temos: u (∆P) calibração = erromáximoadmissível (∆P) (40) 3 A incerteza padrão da pressão diferencial u (∆P ) var iação é obtida com base nas variações da pressão estática durante as medições: u(∆P) var iação = var iaçãonapressãodiferencial 2 (41) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Supondo uma distribuição normal com graus de liberdade ( υ ∆ P ) infinito. 2.2.11 Incerteza padrão sobre a massa específica do gás: u ( ρ o ) A incerteza padrão sobre a massa específica do gás u ( ρ o ) é obtida a partir da Equação (3) do Anexo D : Seu grau de liberdade é calculado pela utilização da fórmula de WelchSatterthWaite (ISO GUM). 2.2.12 Incerteza padrão sobre a vazão volumétrica: u (Qo ) A incerteza padrão sobre a vazão volumétrica u (Qo ) é obtida a partir da Equação (2) do Anexo D. Seu grau de liberdade é calculado pela utilização da fórmula de WelchSatterthWaite (ISO GUM) [8]. 2.3 Balanço das incertezas O balanço global de incertezas fica então dividido em três partes, de 36 acordo com as equações (1) , (2) e (3) do Anexo D. 2.3.1 Balanço de incertezas para a massa específica do gás: ( ρ o ) Tabela 3 - Balanço das incertezas para a massa específica Fonte Xi Pressão absoluta Temperatura PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Massa molecular Fator de compressibil. Massa específica Estimado Incerteza Graus de padrão liberdade xi u(xi) νi Pe u(Pe cal) ν(Pe cal) Participação da fonte na incerteza combinada (%) Coef. de ci ⋅u(xi) sensib. ci ρ o/ Pe u(Pe cal) ⋅ ρo/Pe uc(Po cal) / uc(ρo) Pe Patm To To MM u(Pe var) u(Patm) u(To cal) u(To cal) u(MM) ν(Pe var) ν(Patm var) ν(To cal) ν(To cal) ν(MM) ρo / Pe ρo / Patm -ρo / To -ρo / To ρo / MM u(Pe var) ⋅ ρo/Pe u(Patm var) ⋅ ρo/Patm u(To var) ⋅ (-ρo/To) u(To var) ⋅ (-ρo/To) u(MM) ⋅ (ρo/MM) uc(Po var) / uc(ρo) uc(Patm) / uc(ρo) uc(To cal) / uc(ρo) uc(To var) / uc(ρo) uc(MM) / uc(ρo) Zo Zo u(Zo cal) u(Zo var) ν(Zo cal) ν(Zo var) -ρo / Zo -ρo / Zo u(Zo cal) ⋅ (-ρo/Zo) u(Zo var) ) ⋅ (-ρo/Zo) uc(Zo cal) / uc(ρo) uc(Zo cal) / uc(ρo) ρo u(ρo) ν(ρo) 100% 2.3.2 Balanço de incertezas para a vazão volumétrica nas condições de operação: ( Qo ) Tabela 4 - Balanço das incertezas para a vazão volumétrica nas condições de operação xi C Incerteza padrão u(xi) u(C) Graus de liberdade νi ν(C) Coef. de sensib. ci Qo/C u(C) ⋅ Qo/Cd Participação da fonte na incerteza combinada (%) uc(C) / uc(Qo) ε u(ε) ν(ε) Qo/ε u(ε) ⋅ Qo/ε uc(ε) / uc(Qo) D u(D) ν(D) Diâmetro do orifício d u(d) ν(d) 2β 4 1− β4 2 1− β4 Massa específica Pressão diferencial ρo u(ρo) ν(ρo) ∆P u(∆P)cal ∆P u(∆P)var Fonte Estimado Xi Coeficiente de descarga Fator de expansão Diâmetro interno do tubo Vazão volumétrica Qo Qo D Qo d ci ⋅u(xi) 2 β 4 Qo 1− β4 D uc(D) / uc(Qo) 2 Qo 1− β4 d uc(d) / uc(Qo) u(D)⋅ u(d)⋅ Qv/ρ u(ρo) ⋅ Qv/ρ uc(ρo) / uc(Qo) ν(∆P cal) Qo /2∆P u(∆P cal) ⋅ Qo /∆P uc(∆Pcal) / uc(Qv) ν(∆P var) Qo /2∆P u(∆P var) ⋅ Qo /∆P uc(∆P var) / uc(Qo) ν(Qo) 100% 37 2.3.3 Balanço de incertezas para a vazão volumétrica nas condições de referência: ( Qo ) Tabela 5 - Balanço de incertezas para a vazão volumétrica nas condições de referência Fonte Xi Pressão absoluta Estimado Incerteza Graus de padrão liberdade xi u(xi) νi Pe u(Pe cal) ν(Pe cal) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Temperatura Fator compr. operacional Fator compr. cond. base Vazão volumétrica Vazão volum. cond. base Pe Patm To To Zo Zo Zb Zb Qo u(Pe var) u(Patm) u(To cal) u(T ocal) u(Zcal) u(Zvar) u(Zcal) u(Zvar) u(Qo) Qb ν(Pe var) ν(Patm) ν(To cal) ν(To cal) ν(Zcal) ν(Zvar) ν(Zcal) ν(Zvar) ν(Qo) Coef. de sensib. ci Qb/Pe u(Pe cal) ⋅ Qb/Pe Participação da fonte na incerteza combinada (%) uc(Po cal) / uc(Qb) Qb/Pe Qb/Patm -Qb/To -Qb/To -Qb/Zo -Qb/Zo QbZb Qb/Zb Qb/Qo u(Pe var) ⋅ Qb /Pe u(Patm)⋅ Qb /Patm u(To var)⋅ (- Qb /To) u(To var)⋅ (- Qb /To) u(Zo cal)⋅ (- Qb /Zo) u(Zo var)⋅ (- Qb /Zo) u(Zb cal)⋅ (- Qb /Zo) u(Zb var)⋅ (- Qb /Zo) U(Qo)⋅ Qb/Qo uc(Po var) / uc(Qb) uc(Patm) / uc(Qb) uc(To cal) / uc(Qb) uc(To var) / uc(Qb) uc(Zo cal) / uc(Qb) uc(Zo cal) / uc(Qb) uc(Zb cal) / uc(Qb) uc(Zb cal) / uc(Qb) uc(Qo) / uc(Qb) ci ⋅u(xi) ν(Qb) 100% 2.4 Metodologia de análise A seguir descrevemos algumas considerações feitas para utilização no caso experimental do próximo capítulo. 2.4.1 Incerteza da massa molecular Entre todas as variáveis que compõem a equação fundamental da incerteza medição de vazão de fluidos pelo princípio de placa de orifício, a estimativa da incerteza da massa molecular u (MM ) é a que merece maior atenção. Não existem informações sobre esta incerteza, nos boletins de resultados analíticos da unidade em estudo, e não são seguidos também, os princípios da IS0 6974-2 para determinação da incerteza. Sabemos que a expressão geral da massa molecular do gás natural, M segue a seguinte equação: n MM = ∑ xi .M i i =1 (42) 38 Logo, para incerteza padronizada, temos: 1 2 u ( MM ) ⎡ n ⎛ M i ⎞ ⎤2 .u xi ⎟ ⎥ = ⎢∑ ⎜ M ⎠ ⎥⎦ ⎢⎣ i =1 ⎝ M (43) Temos informações de resultados obtidos no laboratório do NIST (National Institute of Standard and Tecnology) - CEESI (Colorado Experimental Engineering Station Inc.), de valores de incerteza relativa da composição do gás natural conforme indicado na Tabela 6: Tabela 6 - Incerteza relativa da composição do gás natural (k=2) PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA Componente Incerteza relativa (%) Metano 0,25 Etano 0,5 Propano 0,7 I-Butano 1,5 N-Butano 1,5 I-Pentano 1,5 N-Pentano 1,5 Hexano 1,0 Heptano 1,0 Nitrogênio 1,0 Hélio 1,0 Hidrogênio 1,0 Contudo, adotando os valores da Tabela 6 como padrões de incerteza em nosso caso em estudo, chegamos a valores muito baixos, em torno de 0,15%. Considerando ainda que não temos um procedimento fundamentado para supormos tal valor, retiramos dados de outras operações rotineiras, escolhendo os valores de (Kegel, 2004) e (SRI, 2003) como valores representativos de repetibilidade e reprodutibilidade. Tabela 7 - Incertezas da composição do gás com cromatógrafo Componente Repet.&Repro. (kegel, (%) Metano Padrão 2004) (SRI, 2003) combinada (%) 0,2 Incerteza (k=2) 1,0 1,020 39 Etano 1,0 1,0 1,414 Propano 1,0 1,0 1,414 N-Butano 2,0 1,0 2,236 I-Butano 3,0 1,0 2,236 N-Pentano 3,0 1,4 3,311 I-Pentano 3,0 1,4 3,311 C6+ 10,0 2,6 10,332 Nitrogênio 2,0 1,0 2,236 CO2 3,0 1,0 3,162 Hidrogênio 2,0 1,0 2,236 Adotando os valores rotineiros da Tabela 7 como estimativa para incerteza da massa molecular, chegamos para o caso em estudo a valores da PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA ordem de 0,55% aproximadamente. Pelos motivos expostos, adotou-se para o nosso caso em estudo, sendo bem conservador, um valor estimado de incerteza para massa molecular de 0, 67%. 2.4.2 Incerteza Máxima permitida pelo regulamento Estimar os limites das variáveis de pressão diferencial ( ∆P ) pressão absoluta ( P ) e temperatura ( T ) é de grande importância, pois através da estimativa destes valores, podemos visualizar o quão rigoroso precisaremos ser na exigência das características metrológicas dos instrumentos a serem utilizados na malha de medição por placa de orifício. Sabemos com relação às incertezas das variáveis de pressão diferencial ( ∆P ) pressão absoluta ( P ) e temperatura ( T ) que, de um modo geral simplificado, dividem-se nas componentes contribuintes de calibração e operação, como segue: Para a pressão diferencial nas condições de operação (∆Po ) : 2 2 2 ⎛ δ∆Po ⎞ ⎛ δ∆Po ⎞ ⎛ δ∆Po ⎞ ⎜ ⎟ =⎜ ⎟ ⎜ ⎟ + ⎜ ∆P ⎟ ⎜ ∆P ⎟ ⎜ ∆P ⎟ o o o ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ calibração ⎝ ⎠ operação Para a pressão absoluta nas condições de operação (Po ) : (44) 40 2 2 2 ⎛ δPo ⎞ ⎛ δPo ⎞ ⎛ δP ⎞ ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ o ⎟⎟ ⎝ Po ⎠ ⎝ Po ⎠calibração ⎝ Po ⎠operação (45) Para a pressão absoluta nas condições de operação (To ) : 2 2 2 ⎛ δTo ⎞ ⎛ δTo ⎞ ⎛ δT ⎞ ⎜⎜ ⎟⎟ = ⎜⎜ ⎟⎟ + ⎜⎜ o ⎟⎟ ⎝ To ⎠ ⎝ To ⎠calibração ⎝ To ⎠operação (46) Considerando a incerteza máxima para o sistema de medição como 1,5% e assumindo na equação (10) as variáveis de incerteza δ∆Po , δPo e δTo como valores de ajuste, podemos utilizar a função “SOLVER” do Excel, fixando o valor de δqb qb na incerteza máxima permitida. Desta forma, pode-se identificar quais seriam os valores limites das variáveis citadas para atendimento das PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA condições do regulamento. 2.4.3 Observação das derivas da pressão diferencial ( ∆P ) pressão absoluta ( P ) e temperatura ( T ) Através da coleta de resultados bimestrais de verificações, conseguimos identificar o “estado” inicial e final de desvio do instrumento em relação ao padrão de calibração utilizado. Os transmissores possuem cinco faixas de verificação para cada variável, sendo estas 0%, 25%, 50%, 75% e 100% respectivamente. Uma maneira prática de analisarmos as derivas ocorridas entre períodos é identificar os gradientes de desvio ocorridos no período, através das diferenças encontradas entre o “estado” inicial do período seguinte e o “estado” final do período anterior, como exemplificado a seguir: Figura 7 - Identificação da deriva 41 Para formação da seqüência de análise de tendência, restauramos os valores originais das derivas bimestrais retirando os ajustes efetuados durante realização da calibração em cada bimestre, somando-se em cada período, as derivas acumuladas no(s) bimestre(s) anterior(es). Através de uma seqüência de n observações Y1 , Y2 ,..., Yn em um processo com o mesmo intervalo de tempo, definido como séries temporais, podemos decompor a componente da tendência por meio do modelo de regressão linear, e, assim identificar a linha de tendência para a derivas futuras PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0513370/CA dos transmissores. Figura 8- Tendência da deriva Através de uma seqüência de n observações Y1 , Y2 ,..., Yn em um processo com o mesmo intervalo de tempo, definido como séries temporais, podemos decompor a componente da tendência por meio do modelo de regressão linear e assim identificarmos a linha de tendência para a derivas futuras dos transmissores. Quando pela análise de tendência detectamos em determinado período que os valores atingem os limites especificados para atendimento da conformidade metrológica do instrumento, podemos dizer que até aquele período o instrumento não precisaria de intervenção, estimando então um prazo para realização das calibrações.