USO DA PESQUISA-AÇÃO NA ÁREA DO GERENCIAMENTO EM ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA Autores: Munari DB, Ribeiro LCM, Rocha BS, Peixoto MKV, Fortuna CM. Instituição: Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás Email para contato: [email protected] Introdução: A pesquisa-ação é um método de investigação adequada na busca de soluções de problemas da prática, especialmente, quando há interesse coletivo, tanto do pesquisador quanto dos participantes. No âmbito da Enfermagem tem sido amplamente utilizada em várias áreas do conhecimento, inclusive na gestão e desenvolvimento de pessoas, já que permite ao pesquisador e sujeitos delinear juntos estratégias para melhoria do trabalho em equipe e desenvolvimento de competências para cargos de gestão/liderança, como subsídio na implementação de mudanças que de fato modifiquem a prática e melhorem a qualidade dos serviços. No entanto, sua utilização tem sido banalizada, por vezes negligenciada quanto a condução, rigor metodológico e resultados obtidos, nem sempre objetivamente delineados. Objetivo: Identificar as melhores evidências sobre os efeitos do uso da pesquisa-ação na área do gerenciamento em Enfermagem. Metodologia: Revisão integrativa de literatura com busca realizada na Pubmed no ano de 2014 orientada pelos descritores “Action Research” and nursing, sendo encontrados na leitura dos títulos e resumos 272 artigos. Do processo analítico e leitura em profundidade foram selecionados apenas oito artigos que correspondiam aos critérios de atender com rigor o delineamento da pesquisa ação. Resultados: A maioria dos artigos são de origem Australiana e Norte Americana, cujas pesquisas foram realizadas, na maior parte, no ambiente hospitalar. Esse cenário reforça a necessidade de investimentos em processos de qualificação do enfermeiro na área do gerenciamento também no contexto da atenção primária. Os resultados apresentados pelos artigos demostram efeitos importantes na prática do enfermeiro na gestão relacionado ao processo de mudança, com impacto nas relações interpessoais, na cultura organizacional, na identificação de fatores que dificultam a mudança e o reconhecimento da necessidade de mudar a partir do exercício do autoconhecimento. Os estudos dessa revisão mostram que nas fases previstas para uma pesquisa-ação, os sujeitos do estudo foram levados a refletir suas práticas, identificar problemas e vislumbrar as mudanças possíveis, em especial, partindo do reconhecimento dos fatores que dificultam essa mudança e do autoconhecimento como chave motora desse processo. Como efeitos apresentados pelos artigos também ficou claro a construção advinda do grupo por meio da elaboração de modelos e ferramentas importantes para a gestão. No entanto, destacamos certa precisão na pontuação de efeitos produzidos pela intervenção proposta e do impacto do uso da metodologia da pesquisa-ação como ferramenta de investigação e de ação para mudança. Além disso, muitos estudos se apresentaram focados no objeto de estudo sem se preocupar na articulação desse com o método de pesquisa. Conclusão: Os estudos analisados mostraram que o impacto das mudanças advindas da intervenção é diretamente proporcional ao reconhecimento inicial da necessidade real de mudança identificada pelos envolvidos. Também vale destacar a importância do método como meio de implementação de novos métodos e ferramentas para a gestão. Pesquisas que abordem o desenvolvimento de habilidades para a liderança ainda constituemse em lacunas. Pesquisadores que usam essa metodologia devem buscar maior sustentação teórica nos fundamentos da pesquisa ação e dinâmica de grupo para melhorar os seus efeitos, bem como no registro dos mesmos nas conclusões dos estudos. Palavras chave: Pesquisa-ação, Enfermagem, Gerenciamento. Referencias: 1. Lewin K. Action Research and Minority Problems. Journal of Social Issues. 1946;2(4):34-46. 2. Tripp D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educ. Pesqui. 2005;31(3):443-66. 3. Grittem L, Méier MJ, Zagonel IPS. Pesquisa-ação: uma alternativa metodológica para pesquisa em enfermagem. Texto contexto - enferm. 2008;17(4):765-70. 4. Williamson G, Bellman L, Webster J. Action research in nursing and healthcare. 1st ed. Califórnia: SAGE. 2012. 247p. 5. Backes DS, Backes MS, Erdmann AL, Büscher A. O papel profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Ciênc. saúde coletiva. 2012;17(1):223-30. 6. Munari DB, Chaves LDP, Peduzzi M, Laus AM, Fugulin FMT, Ribeiro LCM et al. Cenário das pesquisas na pós-graduação na área de enfermagem e gerenciamento no Brasil. Rev. esc. enferm. USP. 2011;45(spe):1543-50. 7. 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