XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. POTENCIALIDADE E EXPANSÃO DA COTURNICULTURA NO MUNICÍPIO DE SÃO BENTO DO UNA, PERNAMBUCO Jaianne Keitt Alves de Melo1, Tássio José de Oliveira Almeida2, Jéssica Silva dos Santos2, Adjane Dias da Silva2, Fernando Santos Bezerra2, João Marcelo Cavalcante de Almeida2, Victor Pereira de Oliveira3 Introdução A avicultura é a criação de aves que apresenta a produção de carnes e ovos como a principal finalidade, porém outras funções econômicas são conhecidas, como a produção de plumas e penas para despojos e adornos. Dentre as aves utilizadas na avicultura industrial, as galinhas são as principais, pois essas são as mais importantes para economia nacional, porém, devido destaque deve ser dado às codornas, pois sua criação vem se expandindo no Brasil, contribuindo com a renda de pequenos, médios e grandes produtores. A codorna é uma ave originária do norte da África, da Europa e da Ásia. Pertence à ordem dos Galináceos; família dos Fasianídeos (Fhasianidae), onde se incluem também a galinha e a perdiz; subfamília dos Pernicídios (Perdicinidae) e Gênero Coturnix (Pinto et al. 2002). Três espécies de codornas são utilizadas para exploração industrial: a japonesa (Coturnix coturnix japonica), com aptidão para produção de ovos; a europeia (Coturnix Coturnix Coturnix), com a aptidão para carne e a americana ou Bobwhite quail (Colinus virginianus), com finalidade também para corte (Barreto et al. 2007). No Brasil, a codorna japonesa foi introduzida na década de cinquenta (Pinto et al. 2002), desde então, tem-se verificado aumento gradativo de propriedades que exploram a coturnicultura. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, o efetivo de codornas no Brasil em 2011 foi de 15.567.634 cabeças, registrando um aumento de 19,8% em relação ao ano de 2010, apresentando-se como o maior crescimento entre os efetivos de animais. A produção de ovos de codorna foi de 260,401 milhões de dúzias, com aumento de 12,0% em relação ao ano anterior. Na região Nordeste do Brasil, a coturnicultura vem ganhando espaço. Em 2011 o efetivo de codornas foi de 1.300.509 cabeças e a produção de ovos de codorna foi de 15,524 milhões de dúzias. Pernambuco é o estado nordestino de maior destaque na atividade. Em 2011 o efetivo de codornas foi de 457.406 cabeças, representando 35,17% do efetivo do Nordeste e colocando-o como o oitavo estado brasileiro com maior número da ave. A produção de ovos de codorna foi de 5,952 milhões de dúzias, significando 38,34% da produção nordestina e alocando-o como o sétimo maior produtor do pais (IBGE, 2011). O município de São Bento do Una, localizado no Agreste de Pernambuco, é destaque nacional na produção de galinhas para postura e corte. Segundo o IBGE (2011), o efetivo de galinhas foi de 2,15 milhões de cabeças, representando o maior plantel do Estado e o quinto maior do pais. Quanto à produção de ovos de galinha, São Bento do Una produziu no mesmo ano 31,8 milhões de dúzias, alocando-o como o principal produtor de Pernambuco e o 11º maior produtor a nível nacional. Paralelamente ao potencial para produção de galinhas de postura e corte, o município também vem se destacando em outro ramo da avicultura, a coturnicultura, que tem contribuído totalmente ou parcialmente com a renda de muitas famílias, assegurando a permanência dessas no campo. Diante do potencial da coturnicultura e de sua importância econômica para o município de São Bento do Una- PE objetivou-se, a partir desse trabalho, levantar dados sobre a evolução dessa atividade, no período de 2004 a 2011 e abordar aspectos que contribuem com esse crescimento. Material e métodos No presente trabalho foi feita uma pesquisa na base de dados do IBGE, mais especificamente na Produção da Pecuária Municipal (PPM), onde foram levantados dados do efetivo de codornas e produção de ovos de codornas no município de São Bento do Una- PE, entre os anos de 2004 e 2011, bem como dos principais municípios produtores de codorna no Estado de Pernambuco no ano de 2011. Os dados foram computados, apresentados em forma de tabelas e em seguida discutidos. Resultados e Discussão O efetivo de codornas e a produção de ovos de codornas no município de São Bento do Una- PE, entre os anos de 1 Discente de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/ UAG). Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns- PE, CEP 55292-270. [email protected] 2 Discente de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/ UAG). Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns- PE, CEP 55292-270. 3 Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco/ Unidade Acadêmica de Garanhuns (UFRPE/ UAG). Av. Bom Pastor, s/n, Boa Vista, Garanhuns- PE, CEP 55292-270. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. 2004 e 2011 estão disponíveis na Tabela 1. É perceptível que em 2004, a criação de codornas pouco significava economicamente para o município, a partir de então, a coturnicultura tem mostrado rápido crescimento, uma vez que o conhecimento dos benefícios da atividade serviu como atrativo para que novos produtores entrassem no ramo. Segundo o IBGE (2011), São Bento do Una destacou-se entre os municípios pernambucanos, uma vez que apresentou-se como o maior produtor de ovos de codorna do Estado, com produção de 930 mil dúzias, conforme a Tabela 2. Quanto ao número de codornas, representou o segundo maior criador do estado, com total de 44 mil aves, sendo menor apenas que o município de Carpina, que apresentou um efetivo de 49 mil codornas (Tabela 2). O crescimento observado a partir de 2004 foi possível pois os produtores são-bentenses visualizaram os diversos benefícios proporcionados pela coturnicultura. Existem vários fatores que contribuem para atração de novos coturnicultores em São Bento do Una e por todo o pais, entre esses, merecem destaque a precocidade na produção e maturidade sexual, rápido crescimento, boa conversão alimentar, alta produtividade (média de 300 ovos/ano), pequeno espaço para grandes populações, grande longevidade em alta produção e baixo investimento (Pinto et al. 2002). Na soma destes e outros benefícios, tem-se como resultado um rápido retorno financeiro, seja para pequenos, médios ou grandes produtores, podendo ser adotada como atividade única, ou como atividade secundária, implementando a renda dos produtores. O aumento de coturnicultores em São Bento do Una também é dado pelo mercado consumidor, pois é verificada a crescente procura de carne e ovos de codorna, por causa do sabor diferenciado da carne e do alto teor nutricional dos ovos, que são ricos em vitaminas e minerais. Os ovos são comercializados in natura, sendo distribuídos pelos pontos de venda de alimentos, como supermercados e frigoríficos, do próprio município e dos municípios circunvizinhos. Segundo o IBGE (2011), os municípios que fazem divisa territorial com São Bento do Una, possuem a coturnicultura como atividade de pouca importância, sendo visualizado pequeno número de animais, como ocorre em Pesqueira, ou, na maioria dos municípios como Belo Jardim, Cachoeirinha, Capoeiras, Lajedo, Jucati, Jupi, Sanharó e Tacaimbó, havia ausência dessas aves, fazendo com que a produção de carne e ovos pelos coturnicultores são-bentenses seja absorvida por esses e outros municípios do Agreste de Pernambuco. Diante dos resultados obtidos, fica evidente a importância econômica da coturnicultura no município de São Bento do Una para subsistência e lucratividade dos produtores e para o abastecimento de carne e ovos de codorna no Agreste pernambucano, assim revelando a potencialidade para o crescimento dessa atividade. Agradecimentos A Deus, que sempre nos deu forças para vencer os obstáculos que surgem pelo caminho e ao professor Dr. Victor Pereira de Oliveira, por dispor-se a orientar esse trabalho e pelos seus valiosos ensinamentos no âmbito da Economia e Administração Rural. Referências Barreto, S.L.de T.; Quirino, B.J.de S. Brito, C.O.; Umigi, R.T.; Araujo, M.S de.; Rocha, T.C. da.; Pereira, C.G. Efeitos de níveis nutricionais de energia sobre o desempenho e a qualidade de ovos de codornas européias na fase inicial de postura. R. Bras. Zootec., vol.36, n.1, p.86-93, 2007. <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151635982007000100011&lang=pt > 01 Ago. 2013. doi: 10.1590/S1516-35982007000100011 IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística. Produção da Pecuária Municipal (PPM). <http://www.ibge. gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=21> 01 Ago. 2013. Pinto, R.; Ferreira, A.S.; Albino, L.F.T.; Gomes, P.C.; Vargas Júnior, J.G.de. Níveis de Proteína e Energia para Codornas Japonesas em Postura. R. Bras. Zootec., vol.31, n.4, p.1761-1770, 2002. <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-35982005000300015&lang=pt> 01 Ago. 2013. doi: 10.1590/S151635982005000300015 XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Efetivo de codornas e produção de ovos de codornas no município de São Bento do UnaPE, entre os anos de 2004 e 2011. Tabela 1. Efetivo de codornas Ovos de codorna (mil dúzias) Ano 2004 1.000 16 2005 15.000 270 2006 30.000 540 2007 31.000 558 2008 31.000 558 2009 30.000 550 2010 47.000 846 2011 44.000 930 Fonte: Produção da Pecuária Municipal – IBGE. Municípios com maior efetivo de codornas e produção de ovos de codornas em Pernambuco, 2011. Tabela 2. Posição 1 2 3 4 5 Ovos de codorna Município São Bento do Una Vitória de Santo Antão Carpina Bezerros Gravatá Mil dúzias 930 695 585 533 532 Fonte: Produção da Pecuária Municipal – IBGE. Efetivo de codornas Município Carpina São Bento do Una Gravatá Vitória de Santo Antão Paulista Cabeças 49.000 44.000 40.000 38.956 28.000