Panorama da Utilização do Catéter Central de Inserção Periférica na Unidade de Clínica Pediátrica de um Hospital de Ensino Karin Emilia Rogenski * Joese Aparecida Carvalho * Luciana Silva Rodrigues Santa Isabel* Introdução Os cateteres intravenosos periféricos (CIP) eram considerados até duas décadas atrás a melhor opção para o acesso venoso devido ao grande número de complicações com os dispositivos de acesso venoso central. O cateter venoso central de inserção periférica (CCIP) é um dispositivo intravenoso inserido através de uma veia superficial da extremidade, que progride até o terço médio distal da veia cava superior ou inferior, por meio de agulha introdutora, adquirindo características de um cateter central. Sua passagem é um processo de alta complexidade técnica e exige conhecimentos específicos e amparados pela Resolução COFEN nº 258/2001. O CCIP oferece uma alternativa segura de acesso intravenoso central, de permanência prolongada, substituindo o acesso venoso periférico, reduzindo o stress nos pacientes neonatais e pediátricos provocado por múltiplas punções periféricas que causam dor e medo, possibilitando assim, um cuidado mais humanizado. Seu uso se torna indispensável em condições de terapia venosa prolongada, administração de nutrição parenteral em concentrações não compatíveis ao acesso periférico. Objetivo Relatar o panorama da utilização do cateter central de inserção periférica na clínica pediátrica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). Metodologia Foi analisado a documentação dos dados a cerca de cada procedimento de inserção do cateter, através de instrumento preenchido após o procedimento realizado, no período de novembro de 2003 a maio de 2009. Resultado Obtivemos um total de 79 cateteres inseridos com a indicação de antibioticoterapia prolongada, sendo 34,17% mantidos até o término do tratamento e 65,83% retirados por intercorrência. Conclusão Concluímos que o uso deste dispositivo vem sendo satisfatório trazendo inúmeros benefícios aos pacientes, apesar do número de complicações encontradas. Os pacientes da clínica pediátrica em uso de CCIP são geralmente pacientes bastante ativos, em geral em bom estado geral, que recebem antibioticoterapia intermitente, portanto não ficam restritos ao leito, participam ativamente de atividades lúdicas, freqüentam a brinquedoteca, play-ground e isso aumenta a necessidade do monitoramento e supervisão das condições de fixação dos curativos, permeabilidade e complicações. Diante dos resultados encontrados temos como desafios realizar a sua indicação mais precocemente, a fim de utilizá-lo como primeira escolha de dispositivo venoso e com isto diminuir as múltiplas tentativas de punção venosa e o stress da criança. Realizar treinamentos da equipe periodicamente a cerca do seu uso e manutenção, visando diminuir as complicações pelo manuseio inadequado, intensificar a orientação e supervisão dos acompanhantes pediátricos sobre os cuidados para manipulação da criança com o cateter minimizando perda. * Enfermeira da Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo,.