Ano XX - Nº 297 – MAIO/2011 Campo Grande-MS Homenagem ao Dia das Mães Laci Barbosa Maria Aparecida Moraes D’ávila • MEIO AMBIENTE • Câmara adia a votação do novo Código Florestal Marilia Silveira Lemos Monteiro Após um dia inteiro de tentativas de acordos, a votação do relatório do Código Florestal foi adiada para o dia 10 de maio. O movimento sindical compareceu à Brasília para acompanhar a votação. No dia 5 de abril cerca de 25 mil produtores rurais fizeram um manifesto na capital federal, pedindo urgência na votação, uma vez que o futuro do agronegócio brasileiro depende das regras regras ambientais que serão definidas. Página 12 • PECUÁRIA LEITEIRA • Priscilla Arantes Renata Cortada Dupas Seila Correa Encontro Técnico do Leite debate mercado dia 16 Na segunda-feira, dia 16, o Sindicato Rural de Campo Grande promove o 14º Encontro Técnico do Leite, em sua sede. O evento conta com a participação de pesquisadores consagrados na produção leiteira do país de renome internacional e marca uma nova fase dentro da pecuária leiteira de Mato Grosso do Sul. Página 15 Tereza Cristina Maria Lucia Ferreira Iggi Telu Thedim Kátia Abreu Mari Dirce Barbosa Fachini Bernadete Vaz de Carvalho EDITORIAL | “DISCURSO DE ABERTURA DO 24º ENCONTRO DE TECNOLOGIAS”, de Ruy Fachini Filho. PÁGINA 3 ÍNDICE OPINIÃO EDITORIAL MEIO AMBIENTE EVENTOS DO SINDICATO RURALISMO 24º ENCONTRO NOTÍCIAS IN MEMORIAN EVENTOS PORTEIRA ABERTA COLUNA JURÍDICA SANIDADE PECUÁRIA LEITEIRA EVENTOS PÁG. 2 PÁG. 3 PÁG. 4 PÁGS. 5, 6 PÁG. 7 PÁGS. 8, 9, 10 e 11 PÁG. 12 PÁG. 13 PÁGS. 14 e 15 PÁG. 16 PÁG. 17 PÁG. 18 PÁG. 19 PÁG. 20 2 OPINIÃO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Sujismundos de nossa História VALFRIDO M. CHAVES A História do povo de Mato Grosso do Sul é digna, bonita. Lutando para vencer na vida, viemos de todos os lugares, de muitos países. Quando as palavras “sertão do Mato-Grosso”, “fronteira do Paraguai”, Pantanal, levavam medo a muitos corações, nossos antepassados, pioneiros fixadores de fronteira, enfrentaram a distância, desafiaram o isolamento, disseram adeus às suas querências, familiares e para aqui vieram cumprir a bíblica sina: “com o suor de teu rosto, comerás o teu pão”! Brasileiros e imigrantes de todas as atividades acreditaram, aqui fundando fazendas, vilarejos, cidades, abrindo estradas, comércio, escolas. Tanto o Império quanto a República, desde antes da Guerra do Paraguai franqueavam as “terras devolutas” para os mais ousados e destemidos, para que nestes sertões fixassem raízes e povoassem fronteiras, longínquas da corte e dos grandes centros. É a História de todas as Nações que mantiveram sua soberania territorial. Aqueles que assim não agiram, perderam territórios. Portanto, a História de MS e de nosso povo é a História de nossa Nação, sendo digna, dela merecedora de respeito por todo o sempre. Temos História, temos dignidade, sim! Depois de dificuldades e isolamento seculares, quando apenas a erva mate, a pata do cavalo e do boi faziam estradas e produziam riquezas suficientes para manterem os nossos pioneiros em fazendas, sitios e vilarejos, outros tempos chegaram com novas migrações, soja, aveia, trigo, cana, usinas, milho, em fim, uma agro-pecuária de fazer inveja em outras economias. Mais emprego, estradas, produção de riquezas tiradas da terra, escolas, indústrias, melhoria das condições de vida trazendo otimismo, esperança. Lamentavelmente, nem tudo são flores e o progresso não chegou para todos. Nossa população indígena, sob uma tutela estatal incompetente e mal orientada, viu a caravana do progresso passar sem dela participar. Aí estão até hoje sem uma escola agrícola sequer, sem investimento em moradia, saúde, sem treinamento que lhes desse melhores condições de trabalho para, com dignidade e sem tutela, conquistarem os benefícios da civilização. Nessas condições, suas aldeias tornaram-se míseras favelas onde a mortalidade infantil, o álcool, a droga, o tráfico, suicídios, suicidamentos, e manipulações político-ideológicas encontraram condições ótimas para prosperarem. Um verdadeiro genocídio físico e cultural se estabeleceu contra esses nossos irmãos, tutelados pelo Estado brasileiro, através da FUNAI. Ironicamente, com poucas terras, testemunha-se que maior parte delas é mal aproveitada, ociosa. A mendicância cresceu no lugar do trabalho. Um povo que podia ser próspero, integrado, recebendo a melhor educação, bolsas de estudo, pede pão velho nos arredores de Dourados. Nesse quadro, a miséria e o conflito indígenas tornaram-se meio de vida para interesses e entidades espúrias, verdadeiros gigolôs da desgraça indígena. Diante desse quadro infeliz, seus responsáveis encontraram uma saída tão fácil quanto imoral: a criminalização da História de nosso povo. Caluniosamente, tentando tapar sua responsabilidade sobre a degradação indígena: ela resultaria sempre e apenas da “falta de terras”, em conseqüência do hipotético roubo dessas terras pelos pioneiros aqui trazidos ora pelo Império, ora pela República. Ou seja, pelo Estado brasileiro e suas políticas públicas. Pouco importa a miserabilidade dos Cadiwéus, com milhares de hectares. Pouco importa o fato de que, quando da criação das aldeias, estas se constituíssem de pequenos agrupamentos e que tiveram sua população multiplicada. O que importa é colocar a responsabilidade pela miséria indígena sobre as costas dos nossos pioneiros e pretender que estes paguem por esse crime, como se responsáveis por ele o fossem. Em poucas palavras: a política indigenista oficial, após roubar o presente e o futuro de nossos índios, para encobrir seu crime de lesa-humanidade, pretende agora roubar nossa dignidade, a honra da História do povo de MS. Teríamos pirateado nossos índios e, por isso, deveremos pagar, com nossas propriedades legítimas, com o futuro de nossas vidas, por uma injustiça histórica que, se existente, pertence a toda nossa sociedade, de Norte a Sul do Brasil. Por isso uns já foram e outros serão citados como réus “ocupantes de terras indígenas”, mediante uma nebulosa “identificação de terra indígena” que passa por cima de todo e qualquer Direito Constitucional de quem acreditou no Estado, na Constituição, nas Leis e, baseados nessas crenças, comprou, pagou, recolheu impostos e produziu até secularmente. Para um governo que dispões de milhões de dólares para fazer doações a africanos, índio boliviano e paraguaio, fácil seria adquirir legitimamente áreas particulares para realizar a tão almejada “expansão das aldeias”, onde o indígena pudesse viver dentro de seu “tradicional modo de vida”. Mas tal solução não interessa, leitor, pois ela estancaria o conflito e as verbas para suas entidades parasitas. O que acima está posto, leitor, não é preciso ser historiador ou antropólogo para saber. Portanto, o que se passa, não é resultado de equívocos ou erros. É uma prática ideológica, de inspiração óbvia, com objetivo de conflitar comunidades, isolar nossos indígenas, criar grandes “áreas contínuas” nas fronteiras, criminalizar a História das fronteiras de nosso Mato Grosso do Sul e impactar o estatuto da propriedade privada. Como se não bastasse, esse projeto anti-Nação é sustentado com dinheiro público e internacional, casamento esse sacramentado em sacristias por uma ideologia imoral, mestra em denegrir e fracassada em construir. São os sujismundos de nossa História. Quem desmente VALFRIDO M. CHAVES É PANTANEIRO E PSICANALISTA Difícil solução LUIZ ORCIRIO FIALHO DE OLIVEIRA A mídia tem escrito e noticiado sobre os riscos da inflação descontrolada, a sociedade está preocupada e o governo está em alerta. Este é um mal que atinge a todos sem piedade, corrói o poder de compra do trabalhador e prejudica os resultados das empresas, ou seja, não tem dó de ninguém. No final da década de 70, assume a presidência o General João Baptista de Oliveira Figueiredo, último general da ditadura militar, prometendo continuar a abertura política iniciada pelo Presidente Geisel e dando grande passo com a Lei da Anistia e restauração do pluripartidarismo. Entretanto deixou-nos marca indelével ao nomear como seu Ministro do Planejamento Antonio Delfim Netto que para controlar a inflação defendeu uma política monetária com mecanismos de controle e de retroalimentação negativa dos índices por meio da famosa correção monetária. Foi esta correção, o pivô do ciclo vicioso e cruel da inflação descontrolada do final dos anos 80 e início dos anos 90 até a implantação do Plano Real em 1994, que devolveu a estabilidade à economia. Voltando aos dias de hoje, observamos o governo num impasse terrível, pois como manter o equilíbrio entre crescimento e inflação em um momento de crise mundial. Neste contexto pipocam reportagens sobre os rearranjos das economias dos países ricos e desenvolvidos como prevenção ou superação de crises. Em março de 2010 o congresso americano aprovou a reforma do sistema de saúde proposta pelo governo de Barack Obama, em outubro passado o senado francês aprovou a medida do governo que aumentou a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos. Há pouco a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy pediram aos países da União Européia que decidissem em caráter de urgência o “pacto de competividade”, que sugeriu limitações nas dívidas públicas, elevação da idade de aposentadoria e fim dos reajustes salariais vinculados à inflação. A novela tem outro cenário, porém o texto e os personagens são os mesmos. Não há dúvida de que as condições de vida da sociedade brasileira precisam melhorar, em especial quanto aos sistemas de saúde e de educação, às condições de moradia, de transporte e de segurança, assim como preservar a capacidade equilibrada e segura de compra de bens de consumo. Do ponto de vista político decidir pelo crescimento ou pelo arrocho das contas associado a um controle administrativo, cortes de despesas, redução dos cargos comissionados, rigor sobre as empresas estatais, etc. são sempre desgastantes. É um remédio amargo para um mal muito bem conhecido, porém necessário e muito oportuno. Manchete do Jornal Folha de São Paulo de Domingo (1º. de maio), diz “Pico da inflação vai coincidir com disputas salariais”, ou seja, segundo estimativas oficiais a inflação atingirá seu maior patamar em setembro, coincidindo com a data-base de metalúrgicos, bancários e petroleiros. No mesmo sentido, artigo no respeitado periódico britânico Financial Times alerta que a maioria de investidores internacionais deve continuar evitando comprar ações de companhias brasileiras até saber se as medidas adotadas para controlar a inflação trarão resultados. Vale lembrar o que diz o conceituado professor de História da Universidade de Yale, Paul Kennedy, sobre os erros que se repetem, salientando que a riqueza de um povo deve ser avaliada pelo seu nível educacional, sua capacidade de poupança e organização política. Solucionar esta equação não será fácil, mas com certeza será um teste de fogo para o governo Dilma. Para nós aqui da arquibancada resta torcer: “que vença o bom senso”. ENG. AGRÔNOMO, MÉD. VETERINÁRIO, DSC CIÊNCIA ANIMAL. EDITORIAL CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 3 Discurso de abertura do 24º Encontro de Tecnologias Senhoras, senhores, autoridades o qual compõem a mesa e demais autoridades já nominadas pelo protocolo. Bom dia! tabilidade (socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente correto); 2 - Oferta de alimentos de qualidade para a população com aumento no consumo de carne. Temos que investir na imagem do produtor rural através de ações de marketing , enfatizando–o como um dos principais elos da cadeia produtiva do nosso País; Este é o 24º Encontro de Tecnologia para a Pecuária de Corte promovido por este sindicato. E temos a satisfação de receber e agradecer aos nossos palestrantes: Eduardo Riedel, João Pedro Cuthi Dias, Rodrigo Spengler, Cláudio Haddad, Ocimar Vilela, Alberto Soares, todos os funcionários deste sindicato e nossos patrocinadores. O primeiro Encontro de Tecnologia foi de iniciativa do Dr. Hélio Coelho, na época presidente do sindicato, a quem temos muito a agradecer. Evoluimos. Estamos no 24º Encontro, que tem como objetivo apresentar informações e conhecimentos de novas tecnologias, fortalecendo a imagem do produtor rural e o nosso estado, como um dos maiores produtores de alimentos do brasil. Visamos: 1 - Aumento de produtividade e hoje mais do que nunca com susten- 3 - Melhor remuneração para os produtores e seus empregados; O mercado esta cada vez mais exigente, e com toda a tecnologia que utilizamos no campo, precisamos de empregados mais qualificados e para isso é importante o incentivo à educação e saúde, principalmente para os filhos, motivando as famílias a permanecerem no campo; todos nesse Congresso. É o momento ideal para mostrarmos ao mundo, que produzimos ali6 - Quero aproveitar para convidámentos de qualidade com seriedade. los para o Congresso Internacional da Carne, que acontecerá nos dias 08 e 09 Como diz a nossa presidente da CNA de junho de 2011 em Campo Grande, Kátia Abreu: a mão que planta é a mesno Centro de Convenções Rubens Gil ma que protege. de Camilo. Com certeza sediaremos o maior RUY FACHINI FILHO evento de agronegócio do brasil. PRESIDENTE DO SINDICATO RURAL DE CAMPO Solicito o apoio e participação de GRANDE a importância de atualizar o código para os dias de hoje; 4 - E a atenção com o meio ambiente, preservando cada vez mais os recursos naturais; 5 - Estamos vivendo momentos difíceis e um deles é a expectativa para a votação do novo Código Florestal. Nos mobilizamos e reunimos 800 produtores de MS junto com os 24.200 produtores de outros estados, em Brasília, mostrando aos nossos parlamentares I N F O R M E gropecuário i n f o r m e a g r o p e c u a r i o @ t e r r a . c o m . b r | Conselho Fiscal Laucídio Coelho Neto Abílio Leite Barros Antônio de Moraes Ribeiro Neto O Sindicato Rural de Campo Grande agradece a colaboração das seguintes pessoas e instituições, na elaboração desta edição do Informe Agropecuário: Embrapa-Gado de Corte, Dr. Eduardo Leal Jardim, Embrapa-Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Dourados), Eduardo Riedel, presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Embrapa-Pantanal, Senar-MS, Kátia Abreu (CNA), João Pedro Cuthi Dias, Cláudio Haddad, Ocimar Vilela, Secretária Tereza Cristina (Seprotur), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Milton Folino, Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite de MS (Conseleite), Valdrido M. Chaves, Luiz Orcírio Fialho de Oliveira, Lucas Abes Xavier (OAB-MS), Flávio Corrêa, Gladys Moreira Espíndola Rachel, José Lemos Monteiro, Otávio Splengler, Alberto Ribeiro de Almeida Cunha Soares, Marcela Lemos Monteiro e Wilson Iggi. COLABORE VOCÊ TAMBÉM Participe você também enviando críticas, sugestões, análises do conteúdo divulgado, artigos, crônicas e comentários. Fale com a produção: (67) 3042-7587 ou pelo email: [email protected] | Nosso site: www.srcg.com.br MALA DIRETA POSTAL CONTRATO ECT/DR/MS E SINDICATO RURAL DE CG CONTRATO Nº 2204060234 Informativo oficial do Sindicato Rural de Campo Grande-MS w w w. r u r a l c a m p o g r a n d e . c o m . b r SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE - TRIÊNIO 2010/2013 Presidente RUY FACHINI FILHO Oscar A. Vianna Stuhrk - 1º Vice-Presidente Carlos Eduardo F. Dupas - 2º Vice-Presidente Maria Eduarda C. da Costa Thedim - 1ª Secretaria Bernhard Bunning - 2º Secretário Rodolfo Vaz de Carvalho - 1º Tesoureiro Thiago Arantes - 2º Tesoureiro COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Delegados Representantes: José Lemos Monteiro Ruy Fachini Filho Fone: (67) 3341-2696 - 3341-2151 RUA RAUL PIRES BARBOSA, 116 B. MIGUEL COUTO – CAMPO GRANDE – MS EDITOR: JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS [email protected] Departamento Comercial ANA RITA BORTOLIN - 9604-6364 (67) 3026-5014 | 3042-7587 Produção: VIA LIVRE COM. E AGROMARKETING (67) 3042-7587 Av. Américo Carlos da Costa, 320 Jd. América – Parque Laucídio Coelho Campo Grande - MS TIRAGEM: [email protected] 10.000 EXEMPLARES Impressão: Qualidade Empresa Jornalística Ltda Envie artigos, textos, comentário e sugestões para o Informe Agropecuário, para o e-mail Data de entrega de matérias: 30 de cada mês. [email protected] Circulação: Dia 5 4 MEIO AMBIENTE CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Pico da cheia de 2011 vai inundar cerca de 23% do Pantanal Q uando a cheia de 2011 chegar ao máximo previsto pela régua de Ladário, a área inundada no Pantanal pode atingir mais de 35 mil km², ou seja, uma área maior que o Estado de Alagoas. A informação foi gerada pelo Sismonpan (Sistema de Monitoramento do Pantanal), tecnologia recém-disponibilizada pela Embrapa Pantanal. Trata-se de um sistema de alerta para cheias e secas no Pantanal, que poderá auxiliar produtores rurais na tomada de decisões e minimizar prejuízos. Para quem não sabe, o Pantanal convive todos os anos com os chamados pulsos de inundação. Em determinada época do ano a planície fica inundada e, em outra, seca. Em função desse ciclo, a pecuária (principal atividade econômica da região) teve que se adaptar à natureza. Na época de enchente, às vezes é necessário deslocar o gado das áreas mais baixas para as regiões mais altas. É uma decisão difícil para o pecuarista, pois envolve gastos e riscos para o rebanho. Para amenizar este problema, o pesquisador Carlos Roberto Padovani obteve como produto de sua tese de doutorado o Sismonpan. Ele explica que as informações já estão disponíveis, mas o acesso será facilitado a partir de sua informatiza- ção, que já está sendo planejada. Padovani concluiu o doutorado na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo) no final do ano passado. O título do trabalho é “Dinâmica espaço-temporal das inundações no Pantanal” e a orientação foi do professor doutor Carlos Alberto Vettorazzi. O planície pantaneira tem aproximadamente 150 mil km² e o cenário traçado para a cheia atual indica que pelo menos 23% dessa área estará debaixo d’água quando for registrado o nível máximo do rio Paraguai em Ladário. Para chegar a esses resultados, os cálculos levaram em conta dados de geotecnologia, climáticos e hidrológicos, considerando um conjunto maior de informações além da régua de Ladário. Essa régua, mantida pela Marinha do Brasil, é utilizada desde 1900 para acompanhar o nível do rio Paraguai no município. Padovani utiliza outras estações que medem o nível do rio distribuídas por todo o Pantanal, além de dados de mapas e chuva, também espacialmente distribuídos por toda a bacia. O sistema vai “aprendendo” com cada cheia e seca. O nível de cheia do rio Paraguai previsto para esse ano pela Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Cursos de MAIO - Senar Curso: Inventário, poda e desbaste em cultivo florestal. Data: 02/05 a 04/05/2011 Local: Rochedo Educador: Marcondes Vagas: 15 C.H. : 24 h Curso: Adestramento (Rédeas) Data: 03/05 a 07/05/2011 Local: Rancho WF Educador: Antônio Carlos Vagas: 15 C.H.: 40h Data: 23/05 a 25/05/2011 Local: Três Barras Educador: Brasilina Vagas: 12 C.H.: 24h Curso: Beneficiamento e transformação da mandioca Data: 26/05 a 28/05/2011 Local: SRCG Educador: Brasilina Vagas: 15 C.H.: 24h Curso: Beneficiamento e transformação da mandioca Data: 09/05 a 10/05/2011 Local: Corguinho Educador: Brasilina Vagas: 15 C.H.: 24 h Curso: Implantação e manejo básico de horta Data: 30/05 a 01/06/2011 Local: Escola Agrícola Barão do Rio Branco Educador: Paulo Vagas: 15 C.H.: 24h Curso: Como Produzir leite de qualidade Data: 19/05 a 20/05/2011 Local: Núcleo Girolando Educador: Carmem Vagas: 15 C.H.: 16h Curso: Fabricação caseira dos derivados do leite Curso: Aplicação de medicamentos em bovinos Data: 31/05 a 02/06/2011 Local: Rochedo Educador: Manoel Vagas: 12 C.H.: 24h Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é de 5,53 metros. Mas este índice não está contemplado no banco de dados de 2000 a 2009, utilizado pelo Sismonpan. Ou seja, não aconteceu esse nível, nesse período. Então o nível mais próximo foi o de 5,37 metros, registrado em 10 de junho de 2006. Com base nesse histórico, o pesquisador traçou o cenário mais próximo de inundação para 2011. DIVULGAÇÃO O Sismonpan já foi concebido, segundo Padovani. Agora ele tem se reunido com representantes da Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP), e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para desenvolver a informatização do sistema que permitirá aos interessados e afetados pelas inundações acesso a essas informações por meio da internet. “As informações podem ser veiculadas por diversos meios de comunicação para informar entidades de classe (sindicato rurais, comunidades de pescadores), o poder público e outros públicos de interesse. É interessante que essa informação circule também em programas de rádio, muito po- pulares e de grande alcance no Pantanal”, disse o pesquisador. ETAPAS Na prática, o sistema de monitoramento funciona em etapas. Começa com a aquisição dos dados, passa pelo processamento, análises e atualização do banco de dados. Em seguida essas informações vão para um sistema computacional, onde vai ocorrer a interação com o usuário. O Sismonpan prevê ainda as comunicações e alertas e um retorno dos usuários para que a tecnologia possa ser constantemente melhorada. Padovani explica ainda que o sistema também será bastante útil ao traçar cenários de seca. Assim como a cheia, uma estiagem prolongada ou drástica pode afetar a pecuária pantaneira. Por meio do estudo de imagens e de dados da chuva, o pesquisador consegue levantar as áreas com maiores riscos de incêndio. “O sistema é aberto para incluir outras informações, como outras imagens de satélite, dados de vazão, etc, podendo ser aperfeiçoado mais e mais à medida que novas tecnologias possam ser empregadas para gerar novos dados”, explica Padovani. Sindicato promove encontro com a comissão de assuntos agrários da OAB O Sindicato Rural de Campo Grande promoveu mais uma edição de seu já tradicional café da manhã com entidades e, desta vez, reuniu a diretoria com membros da Comissão de Assuntos Agrários e Agronegócios da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul). Segundo o presidente do SRCG, Ruy Fachini Filho, a intenção de colocar as duas instituições na mesma mesa é por a comissão da OAB a par de preocupações que afligem o setor rural e, com isso envolver os advogados na busca por soluções. A comissão de Assuntos Agrários é presidida pelo advogado Lucas Abes Xavier. De pronto, a diretoria do sindicato rural já expôs a preocupado da entidade com a questão dos ônus gerados pelas enchentes no Pantanal, aquelas perdas em que o produtor rural está tendo dificuldades para conseguir reparação ou ressarcimento. Além disso, como é época de vacinação contra aftosa, a entidade também manifestou sua preocupação a partir de matéria veiculada na revista DBO, em que especialista alerta para risco de manipulação de vírus exótico ao continente americano para produzir vacinas contra febre aftosa na Argentina, o que estaria colocando em risco a sanidade animal em toda a América do Sul. Este mês o MS vacinará todo seu rebanho com um custo mais alto. O diretor do Sindicato Rural de Campo Grande José Lemos Monteiro, produtor rural pantaneiro, explicou aos presentes os mecanismos de cheia e seca do Pantanal, o que obriga os pecuaristas da região a enfrentar sérias dificuldades para sobreviver naquele ecossistema, que possui um rebanho bovino estimado entre 17 e 18 milhões de cabeças, com um desfrute de 4 milhões/ano. Corumbá tem o título de município brasileiro com maior rebanho de bovinos de corte do País. A cheia deste ano, que acabou trazendo também enchentes de proporções históricas para o Pantanal provocou um prejuízo incalculável para os produtores rurais. Serão necessários vários meses para se chegar a um cálculo que determine a dimensão do dano causado pela cheia e pelas enchentes. Além da dificuldades enfrentadas para retirar o gado das áreas alagadas, os pecuaristas estão tendo dificuldades para captar recursos para reinvestir na atividade. Os bancos não financiam demandas como construção de estradas, cercas, e outras necessárias. O presidente da comissão da OAB, Lucas Abes Xavier, colocou a seccional da Ordem dos Advogados à disposição do Sindicato Rural de Campo Grande, assim como sugeriu que a entidade promova uma assembléia e discuta com os associados as dificuldades enfrentadas, por ordem de prioridades, para que sejam encaminhada uma discussão com a Ordem e assim se busque soluções no âmbito extra-judicial ou, se for caso, no âmbito judicial. Lucas lembrou que a OAB tem comissões como a do Meio Ambiente, que podem agasalhar discussões mais específicas. EVENTOS DO SINDICATO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 5 Treinamento ensina a trabalhar alimentos O VIA LIVRE Sindicato Rural de Campo Grande sediou entre os dias 12 e 14 de abril um importante treinamento para produção de frutas e hortaliças em alimentos cristalizados, geléias e molhos, entre outros produtos. Segundo a instrutora do curso, Roseleine Carlotto Portalete, o treinamento atende uma grande demanda de mulheres que estão no campo e podem agregar Cursou ensinou as boas práticas na manipulação dos alimentos valor a diversos tipos de produtos. “Envolvemos as cidadania. Também são tratados temas como pessoas para que elas consigam agregar valor higiene e limpeza, boas práticas na fabricação ao produto, aproveitando melhor sua própria e normas de segurança no trabalho. produção agrícola, com abordagem em higiene e Outros assuntos interessantes e ligados à manipulação de alimentos e foco na conservação produção de alimentos são trabalhados como a do produto”, contou. alimentação saudável, seus nutrientes, planejaO conteúdo programático do treinamento mento de refeições, conservação dos alimentos aborda medidas de segurança no trabalho, meio através de refrigeração e congelamento, higieambiente, novas exigências profissionais e de nização de hortaliças e frutas,medidas caseiras SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE EDITAL DE CONVOCACÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA O Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, no uso de suas atribuições legais, convoca os associados quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais a comparecerem à Assembléia Geral Extraordinária no próximo dia 15 de Agosto de 2011, às 16:00 horas em primeira convocação, com maioria absoluta dos associados e, se não houver quorum, às 17:00 horas em segunda e última convocação, com necessidade de garantia de maioria absoluta dos associados quites para aprovação do item “a” da pauta, a ocorrer na sede da Entidade – av. Raul Pires Barbosa nº 116, bairro Miguel Couto, nesta cidade, para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia. a) Transferência de um imóvel urbano na cidade de JARAGUARI- MS, para o Sindicato Rural de Jaraguari. Campo Grande-MS , 02 de MAIO de 2011. RUY FACHINI FILHO Presidente 6 EVENTOS DO SINDICATO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Declaração de estoques vai substituir a DAP Na última semana do mês de abril, o Sindicato Rural de Campo Grande promoveu uma palestra sobre a declaração de estoques efetivos dos animais vivos e bubalinos, em substituição à Declaração Anual do Produtor, que deve ser feita entre 1º de maio e 15 de junho. A palestra foi ministrada pela diretorapresidente do Iagro, Maria Cristina Carrijo. A nova declaração vai fazer com que uma única declaração sirva de documentação tanto para a Secretaria de Fazenda- Sefaz, quanto para a Iagro. “Os produtores rurais deverão declarar, no período de 1º de maio a 15 de junho de 2011, os estoques efetivos dos animais bovinos e bubalinos existentes em cada um de seus estabelecimentos pecuários, será feito normalmente com especificações por espécie, sexo e idade de cada rês. As informações servirão para controle fiscal da Sefaz e controle sanitário da Iagro”, explicou Carrijo. Publicada no último dia 17 de abril no Diário Oficial do Estado, a lei faz parte de um conjunto de medidas de apoio e modernização do setor produtivo. “O processo vai fazer com que haja uma troca do cartão do produtor por um cartão magnético que vai conter todos os dados da propriedade rural. Com o dispositivo eletrônico o pecuarista poderá emitir a Guia de Trânsito Animal Eletrônica”, disse Carrijo, lembrando que o sistema eletrônico é inteligente e só dá seqüência aos procedimentos quando não há erro no preenchimento. “A grande novidade este ano é que para facilitar a contagem dos animais, a vacinação de todo o rebanho contra a febre aftosa foi fixada para o mês de maio de 2011 e em novembro acontece a imunização dos animais de 0 a 24 meses, ao contrário do que ocorre normalmente”, explicou. Após o período concedido à entrega das declarações, a Iagro vai realizar o registro de movimentação de animais bovinos e bubalinos na ficha sanitária ou emitir a GTA somente para o produtor rural que tenha en- tregue a declaração, exceto quando se tratar de animais gordos para abate. A Declaração de Estoque Efetivo de Bo- vinos e Bubalinos vai substituir a Declaração Anual do Produtor - DAP, entregue pela última vez em fevereiro de 2011. Seprotur fala de avanços na pecuária no Sindicato VIA LIVRE O Sindicato Rural realizou no mês de abril importantes palestras, no qual apresentou dois importantes instrumentos para o setor produtivo de Mato Grosso do Sul, o Proape – Programa de Avanços da Pecuária e o Programa Novilho Precoce. Quem ministrou a palestra sobre o Proape foi o médico veterinário Flávio Corrêa, coordenador de Agronegócios da Pecuária da Seprotur, ele explicou que o programa foi criado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, para promover o desenvolvimento da pecuária sul-mato-grossense, com produtos de qualidade, resultantes de cadeias produtivas competitivas, socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis. “É importante que os produtores rurais conheçam e participem do Proape, que apoia vários programas que foram criados a partir de sua atuação. Neste contexto, apoiamos muitos programas, como Novilho Precoce, Leitão Vida, Cordeiro de Qualidade e Peixe Vida”, disse Flávio Corrêa, lembrando que para participar das ações o produtor rural precisa procurar a Seprotur. Posteriormente a coordenadora do programa Novilho Precoce da Seprotur, a médica veterinária Gladys Moreira Espíndola Rachel,falou sobre os incentivos oferecidos dentro do programa que começou em 2011 com uma meta de avançar na qualidade dos bovinos abatidos e na renda do produtor, que chegou a receber em média R$ 36,00 a mais por cada um dos 321,97 mil animais abatidos e classificados no Novilho Precoce MS em 2010. “Os números são bastante expressivos e mostram a qualidade técnica do programa que apoia a criação de bovinos de qualidade e conformidade. Além disso, aumenta a taxa desfrute, desenvolve e conquista mercado e promove o desenvolvimento da cadeia produtiva”, explicou Gladys, ao falar a respeito da padronização dos animais e os benefícios alcançados pelo programa. A palestrante explicou também que o trabalho no programa também credencia os frigoríficos para o abate do Novilho Precoce. “No trabalho, também credenciamos as plantas frigoríficas e fazemos a inserção de tecnológicas de boas práticas”, disse, lembrando que a classificação e tipificação de carcaças é feita por médicos veterinários da Seprotur e da Superintendência Federal da Agricultura. Segundo a Seprotur, nos últimos quatro anos o incentivo concedido aos pecuaristas credenciados foi de R$ 33,5 milhões. Neste mesmo período o volume de animais abatidos e classificados somou cerca de 1,2 milhões de cabeças. A média de incentivo pago ao produtor entre os anos de 2007/2010 foi de R$ 31,20 por animal. Ainda no intervalo entre 2007 a 2010 foram abatidos nos 27 frigoríficos credenciados no Estado, aproximadamente 1,5 milhão de animais. Desses, foram classificados como precoce 77,6%, um volume de 1,2 milhões de bovinos que somaram um incentivo de R$ 33.507.336 milhões repassados aos pecuaristas credenciados (atualmente estão cadastradas no programa 4.366 propriedades). A avaliação mostra também que no período pesquisado que dos animais abatidos e classificados como precoce o maior índice é de machos, em torno de 927 mil cabeças, enquanto o abate de fêmeas somou pouco mais de 254 mil. A média de incentivo pago por animal (macho) entre os Flávio Corrêa explica aos produtores rurais as vantagens dos incentivos concedidos pelo Proape últimos quatro anos foi de R$ 31,20, enquanto o peso médio dos animais (macho) foi de 17,77@ (arrobas). Só em 2010 o incentivo pago foi de R$ 10,8 milhões, período em que a média de incentivo por animal (macho) foi de R$ 36,12 com um peso médio (macho) de 18,20@ (arrobas). “A diminuição na idade de abate nos últimos anos foi um importante avanço, assim como os critérios para remuneração”, afirmou Gladys durante a palestra ao mostrar os dados correspondentes, “animais com dente de leite – não castrado, o prêmio foi de R$ 47,00 em 2010, com dente de leite e castrado, R$ 38,86, com dois dentes – não castrado, R$ 35,02, com dois dentes – castrado e R$ 23,28 para os animais que possuíam quatro dentes”, explicou. Em termos de incentivos fiscais passados aos produtores, os valores incidem sobre a dedução no valor do ICMS, respeitando a maturidade, é concedida redução de 67% do ICMS para animais com apenas dentes de leite, redução de 50% em animais com no máximo dois dentes permanentes, sem a queda dos primeiros médios, e redução de 33% para animais com no máximo quatro dentes permanentes e castrados, sem a queda dos segundos médios. RURALISMO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 7 Zeito é candidato à presidência da Acrissul C om uma larga experiência de vida dedicada à causa ruralista, o produtor rural José Lemos Monteiro – o Zeito como é mais conhecido – é oficialmente candidato à presidência da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), onde já foi diretor e conselheiro em vários gestões, desde 1980. A eleição ocorre no início de junho em Campo Grande e o candidato traz em sua chapa, na condição de candidato na vaga de vice-presidente o pecuarista e empresário Oswaldo Possari, proprietário da empresa Sete Estrela Embriões. O anúncio da candidatura oficial foi feita na manhã de terça-feira, 3, em entrevista ao Informe Agropecuário, quando também anunciou os principais pontos de seu programa de gestão junto à entidade, caso seja eleito. Segundo Zeito, os produtores rurais de Mato Grosso do Sul passam por um momento delicado, com um alto índice de pastagens degradadas e ainda enfrentam sérias dificuldades no mercado, dificuldades essas causadas pela alta concentração das indústrias frigoríficas, que ditam as regras na hora de comprar gado. A degradação de pastagens traz prejuízo duplo para a pecuária: além do alto custo para recuperação, o problema compromete a produtividade na engorda. Atualmente ele é coordenador da Comissão de Pecuária de Corte e também 3º secretário da Famasul. “As entidades de defesa dos interesses do agronegócio precisam trabalhar harmonicamente no sentido de apoiar as reivindicações da classe e também na busca por melhores condições na hora de produzir”, ressalta Zeito. Para ele, o sistema sindical e as entidades ruralistas precisam estar alinhadas para recompor suas forças e investir num esforço conjunto na luta por objetivos comuns – principalmente ARQUIVO As propostas do candidato 1 2 3 4 5 6 Zeito: “Vamos unir a tradição ao futuro” apostando na diversidade econômica do setor primário de Mato Grosso do Sul. José Lemos Monteiro, que é engenheiro agrônomo por formação cria, recria e engorda em propriedades nas regiões do Pantanal e também no Planalto, onde realiza inclusive trabalhos de cruzamento industrial, melhoramento genético e confinamento. “É nas exposições que o gado ganha sua expressão máxima na hora de mostrar um trabalho de melhoramento genético. Foi nas pistas da Expogrande que consolidou-se a inquestionável qualidade do rebanho sul-matogrossense”, ressalta. São 60 membros na chapa encabeçada por 7 8 9 Manter e conservar o patrimônio existente; Incrementar políticas de interesse à classe produtora; Trabalhar harmonicamente com as entidades locais; Incentivar jovens a participar do quadro associativo; 10 11 12 Preservar a cultura e as tradições sul-mato-grossenses; Organizar viagens para conhecer exposições e organizações rurais de outros países (cada um pagando seus custos); Organizar cursos técnicos voltados para a melhoria da mãode-obra rural; Organizar programas visando a degradação zero de pastagens; Ampliação da Expo MS (outubro), transformando-a em exposição de gado criado no sistema rústico; Zeito. Além do vice-presidente Oswaldo Possari, o convite para os outros componentes partiu com base em critérios como a valorização da tradição e a inserção de jovens e novos pro- 13 14 15 16 Preços diferenciados para sócios na locação de argolas e estandes durante as exposições; Incentivo aos esportes rurais como hipismo e laço, com vantagens nos preços para associados; Projeto e possível construção de um mega-pavilhão, nos moldes do Centro de Convenções Albano Franco, que serviria para a realização de shows (com isolamento acústico) e para feira de gado (in door); Continuar os bons projetos de diretorias anteriores; Atrair as famílias dos associa dos em diversos eventos; Construir parcerias público/ privadas visando trazer para o produtor rural a responsabilidade da fiscalização da produção; Readequação do manejo do Parque. dutores rurais. “Estamos investindo para aliar pessoas ligadas às raízes da agropecuária e com um olhar para o futuro. Mas os objetivos são comuns”, finaliza o candidato à Acrissul. 8 24º ENCONTRO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Eduardo Riedel fala de sucessão familiar no 24º Encontro “N ão há um modelo único. Cada família é uma família”. Esse foi o tom da palestra Sucessão Familiar, proferida pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, na manhã de segunda-feira (18), na sede do Sindicato Rural de Campo Grande. A palestra abriu o 24º Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte, promovido pelo Sindicato. Na palestra, Riedel destacou a aplicação dos preceitos da governança corporativa nos empreendimentos rurais, a partir da adaptação do conceito de que ela garante alinhamento de interesses entre todos os elementos responsáveis pelo negócio. “A governança corporativa envolve comunicação e transparência de maneira formalizada. Mas não existem modelos prontos”, ressaltou. Determinante no futuro dos negócios rurais, a divisão ou não da propriedade entre os herdeiros é um dos aspectos que requer mais consideração entre os sócios. “O grande ativo da agropecuária é seu patrimônio. A idéia de divisão nem sempre é o melhor caminho”, afirmou. O presidente da Famasul enfatizou que o perfil de empreendimento rural de cada família e dos sócios são dois dos principais fatores que devem ser considerados na hora de pensar a propriedade como um negócio. Por isso muitas vezes há necessidade do buscar apoio de profissionais da área, inclusive para observação dos aspectos legais. “Não adianta ser muito criativo e inventar grandes fórmulas se não se observa a questão legal. Direito adquirido é direito adquirido”, destacou. Além de contextualizar o tema, Riedel trouxe a experiência pessoal na Fazenda Sapé e da empresa da família, a Sapéagro, situadas em Maracaju. Durante o debate que se seguiu à palestra, o dirigente enfatizou a necessidade de convergir os esforços de Famasul, Sebrae e Serviço Nacional da Aprendizagem Rural (Senar/MS) para levar aos produtores informações e orientações sobre o tema. A palestra está inserida nos objetivos do curso “Governança e sucessão familiar: transformando herdeiros em sócios”, formação oferecida pela Famasul em módulos A 24ª edição do Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte aborda temas que envolvem a produção e a tecnologia voltada para a carne bovina. O evento foi realizado pelo Sindicato Rural de Campo Grande com o apoio Famasul e do Senar/MS. FOTOS VIA LIVRE Eduardo Riedel, presidente da Famasul: “O grande ativo da agropecuária éseu patrimônio” Auditório lotado acompanha com atenção temas discorridos durante o Encontro de Tecnologias 24º ENCONTRO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Encontro aborda mercados de commodities O 24º Encontro de Tecnologia da Pecuária de Corte reunião centenas de produtores, acadêmicos de cursos voltados para o agronegócio e representantes do setor, que tiveram acesso há informações e debateram com especialistas temas do setor. Entre os participantes do Encontro, João Pedro Cuthi Dias, consultor da BM&F/Bovespa, tratou de um assunto no qual os produtores rurais podem encontrar um norteamento para aumentar a rentabilidade e ter garantia dos preços a serem negociados. “É importante frisar que a bolsa é uma maneira segura de se negociar as commodities, a produção. Possui diversos atores e o produtor rural precisa se utilizar desta ferramenta para melhorar os seus negócios e ter maiores certezas em relação aos valores que negocia, partindo de um simples travamento de preço”, garantiu. O palestrante apontou alguns argumentos para sustentar os indícios de que a tendência de consumo de carnes não vai parar de aumentar. “Podemos apontar alguns produtos que desde 1990 tiveram um grande aumento de demanda e, consequentemente, de produção: a soja, por exemplo, aumentou 120% o milho, 70%. Estes dois produtos são utilizados para produção de proteína animal, outros produtos como arroz, feijão e trigo, tiveram aumento menos consistentes”, contou. Entre os fatores levantados, também se destacaram o crescimento de grandes áreas urbanas, como na China e na Índia, que a população deixa 9 VIA LIVRE Para o palestrante João Pedro Cuthi Dias é preciso que o Brasil exporte carne de melhor qualidade para mercados mais expressivos de ser rural e procura as cidades para ganhar mais e, automaticamente, se alimentar melhor. “A China principalmente só vai aumentar sua necessidade de consumo, por outro lado, no caso da proteína animal, Austrália, Estados Unidos e Europa, não conseguem aumentar seu padrão de produção, por isso o mundo aponta para a América do Sul, principalmente Brasil e Argentina”, explicou, lembrando que a situação do país vizinho se complicou nos últimos anos por conta do abastecimento interno. Para o consultor o Brasil tem que exportar carne de melhor qualidade para mercados mais expressivos. “Temos exportado muita carne de dianteiro, miúdos bovinos, precisamos exportar carne de traseiro, com melhor valor agregado e com isso, ganhar mercados mais sofisticados e com isso, maior rendimento”, explicou João Pedro. Encontro contou com palestra sobre confinamento São muitas as vantagens ao se utilizar o confinamento para bovinos de corte. Este foi um dos temas tratados durante o 24º Encontro para Pecuária de Corte, promovido pelo Sindicato Rural de Campo Grande. Quem explicou para o público como estruturar a iniciativa de maneira sustentável foi Otávio Spengler, médico veterinário. Spengler explicou que um confinamento possui atribuições relevantes para diminuir os custos e os impactos da pecuária de corte. “A atividade diminui os o ciclo da pecuária, reduz a necessária de área, além de causar um efeito de redução dos gases de efeito estufa, em torno de 30%”, disse. Para o veterinário um dos fatores competitivos que tornam o confinamento mais interessante, também pelo efeito de impacto ambiental, é que o mesmo permite encurtar ou extinguir etapas pouco eficientes da pecuária de corte. “Entre as vantagens que podemos citar, está o encurtamento de etapas que tornam o processo mais eficiente energética, melhor acabamento de carcaça, além da possibilidade de entrar em progra- Spengler: Confinamento possui atribuições relevantes para diminuir custos da pecuária de corte mas que visam a excelência na produção de carne bovina, como os programas do Novilho Precoce e do frigorífico Marfrig”, explicou, ao ressaltar os mercados mais diferenciados. Um dos argumentos utilizados por Spengler, está relacionado taxas de abate nos prin- cipais países produtores do mundo. “Entre os países relacionados, se destacam os Estados Unidos – 37%, União Européia – 34%, Austrália – 32%, Canadá - 29%, Argentina – 26% e o Brasil com 22%. O Brasil é o único que pode crescer com o mesmo rebanho, sem precisar para isso aumentar o número de animais, apenas empregando mais tecnologia”, disse, defendendo o confinamento como uma das mais eficazes ferramentas de trabalho para atuar com a questão. Para estruturar um confinamento o palestrante disse que para se iniciar é necessário ter um alto controle e gestão sobre o trabalho e saber exatamente o que a propriedade dispõe de recursos. “É ideal que a propriedade a ser selecionada para abrigar um confinamento esteja em uma região entre áreas produtoras de grãos e de gado magro. Também são necessários currais de manejo, de engorda, armazenagem e processamento de matéria prima, produção de volumosos, mão-de-obra, canais de drenagem para dejetos, controles gerenciais e licenciamento ambiental”, disse. 10 24º ENCONTRO CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Paulo Haddad aborda sustentabilidade na pecuária FOTOS: VIA LIVRE T ambém durante o Encontro de Tecnologias para Pecuária de Corte o assunto sustentabilidade foi tratado dentro do contexto da atividade rural, com o professor Cláudio Haddad, Cláudio Maluf Haddad, engenheiro Agrônomo, doutor em Solo e Nutrição de Plantas pela Esalq. Haddad começou sua palestra conceituando o que é a sustentabilidade: “Forma de desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer o futuro”, explicou, lembrando que é necessário ter equilíbrio ao falar de preservação e desenvolvimento. “Apenas o fator econômico gera radicalismo, só o ambiental retrocessos”, afirmou. O palestrante explicou que muitas práticas evitam grandes impactos e não detêm o avanço da produção. “Há diversas ações que não possuem custo ou necessidade de investimento e que melhoram de forma efetiva a relação do homem com o campo. É apenas uma questão de rompimento com o que se fazia, culturalmente e, às vezes, por desconhecimento”, disse Haddad. Haddad explicou também como é mensurado o choque do homem em relação ao meio ambiente. “Chamamos de pegada ecológica, quanto maior o uso de recursos naturais, maior a pegada. A média mundial, por exemplo, é de 2,7 hectares, fator que poderia sustentar 5 bilhões de pessoas. Se o consumo fosse como nos Estados Unidos, que têm pegada de 7,9 hectares, só poderíamos ter 1,7 Para Cláudio Haddad, sustentabilidade é a forma de desenvolvimento que atende o presente sem comprometer o futuro bilhão de pessoas no planeta. Quanto mais rico, maior o consumo”, afirmou. Ao final, o professor apresentou exemplos.“ Sustentabilidade é um bom negócio, há diversas iniciativas que conseguem ganhar repercussão e grande lucratividade exatamente por conta deste fator”, contou Haddad, explicando que o conceito é o processo de conhecimento de que existe uma alternativa interessante, em resposta ao que vem sendo praticado há muito tempo, “simplesmente são alternativas que melhoram o procedimento sem perder a rentabilidade”. “Sustentabilidade do Brasil é a melhor do mundo”, afirma palestrante Outra palestra que causou grande repercussão no Encontro de Tecnologias de 2011 foi a do zootecnista Ocimar Vilela, que falou sobre o tema sustentabilidade na pecuária e trouxe dados importantes para a economia nacional. Uma das defesas feitas pelo palestrante é que cada bioma brasileiro deve ter isonomia para julgar e avaliar as melhores formas de se produzir e preservar. “Somos o país que melhor trabalha com sustentabilidade no mundo. O primeiro passo é nos conscientizarmos do fato e, posteriormente, ter o reconhecimento fora, pois a defesa dessas conquistas e características precisa acontecer em todas as frentes que representam o Brasil”, disse Ocimar. O palestrante explicou ainda a evolução do rebanho bovino brasileiro. “Em 1970 o rebanho do país era de 76 milhões de cabeças, com 9,5 milhões de abates inspecionados e exportava 124 mil toneladas. Em 2009/10 havia 198 milhões de cabeças, com 28 milhões de abates com inspeção”, explicou. Ocimar destacou também a situação das Ocimar Vilela, zootecnista: “Somos o País que melhor trabalha com sustentabilidade no mundo” pastagens brasileiras. “Hoje nossa área de pastagem se encontra com 38% avaliada como positiva, 20% com degradação moderada, 20% leve e 20% com degradação severa. Precisamos atuar na recuperação, fator que vai trazer mais sustentabilidade e resultado”, explicou. Outros fatores ligados ao tema sustentabilidade foram abordados pelo palestrante, entre eles os elementos ligados ao desmatamento. “Há muitos atores neste contexto. Para se ter uma idéia, 15% do desmatamento é feito em fazendas de 50 a 500 hectares, enquanto 80% de todo o desmatamento em propriedades com menos de 50 hectares”, explicou. “Temos que nos unir em torno da causa que o país trabalha com a melhor sustentabilidade do mundo, nossas taxas de desmatamento caem de forma muito forte, mas o resto do mundo, principalmente, União Européia e Estados Unidos, não reconhecem, por conta das ONG’s estrangeiras que recebem recursos financeiros para fazer denúncias infundadas em relação ao Brasil”, declarou Ocimar. O palestrante afirmou ainda que as mudanças climáticas possuem diversos atores. “Precisamos de sistemas de desenvolvimento que contemplem as necessidades dos brasileiros, conservando a floresta amazônica e outros biomas importantes para o Brasil, sem que isso, pare o País”, disse. 24º ENCONTRO 11 CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Palestra esclarece obrigações da NR 31 O engenheiro agrônomo e engenheiro de Segurança do Trabalho, Alberto Ribeiro de Almeida Cunha Soares, ministrou a palestra “Aspectos e exigências do trabalho no campo”, abordando a aplicação da Norma Regulamentadora 31. Esta Norma Regulamentadora tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente do trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aqüicultura com a segurança e saúde necessárias no ambiente do trabalho, e também se aplica a atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários, e se VIA LIVRE encontra disponível no site www.mte.gov.br. Esta norma regulamentadora tem obrigações com diversos prazos para a obrigatoriedade, desde imediatas como a 31.12.2 de manter os manuais das máquinas, equipamentos e implementos no estabelecimento, disponibilizá-los e dar conhecimento aos operadores, até 02 (dois) anos como a 31.12.14 – Só devem ser utilizadas roçadeiras que possuam dispositivos de proteção que impossibilitem o arremesso de materiais sólidos. Na prática, o que temos são garantias mínimas de segurança, conforto e higiene aos trabalhadores rurais, muitas dessas inclusive já existentes nas NRRs (Normas Regulamentadoras Rurais) mas ainda não aplicadas. Palestra de Alberto Soares alerta para os riscos de fiscalizações e sanções por descumprir a NR 31 Entre algumas das obrigações dos empregadores da NR 31 temos: Ações de melhoria das condições do meio ambiente de trabalho; Campanhas educativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do traba- habilitado e identificado e possuir compartimento resistente e fixo para a guarda de ferramentas e materiais; lho; Adotar medidas de proteção pessoal e coletiva para controlar os riscos na fonte. Ações de melhoria do ambiente de trabalho quanto à exposição a riscos Químicos Obrigações do Trabalhador: (pulverização, preparo da calda, etc.), Físicos (ruído elevado, etc. ), Mecânicos (lesões, cortes, perfurações, etc.) e Biológicos (vacinações, limpeza de sanitários, etc. ); Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas atividades, especialmente quanto às Ordens de Serviço para esse fim; Exames médicos – Admissionais, Periódicos, Complementares, de Mudança de Função, Adotar as medidas de proteção determinadas pelo empregador, em conformidade com de Retorno ao Trabalho (quando existe afastamento) e Demissional; esta Norma Regulamentadora, sob pena de constituir ato faltoso a recusa injustificada; Afastar gestantes das atividades com exposição direta ou indireta a agrotóxico imedia- Submeter-se aos exames médicos previstos nesta Norma Regulamentadora; tamente após ser informado da gestação; Colaborar com a empresa na aplicação desta Norma Regulamentadora. Poderíamos Proibir a manipulação de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins por menores de escrever ou copiar toda a legislação, mas após anos de contato com as pessoas da roça e conhecendo suas necessidades podemos afirmar que o homem do campo finalmente começou a ser reconhecido como brasileiro. dezoito anos e maiores de sessenta; Proporcionar a capacitação sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos a todos os trabalhadores mediante programa, com carga horária mínima de vinte horas; Disponibilizar instalações sanitárias, locais para refeições, alojamentos (quando houver permanência de trabalhadores nos locais de trabalho entre jornadas de trabalho) e local adequado para o preparo de alimentos com lavanderias (quando houver trabalhadores alojados); Transportar trabalhadores com autorização emitida pela autoridade de trânsito competente, com todos os trabalhadores sentados, conduzido por motorista devidamente Os produtores rurais devem procurar o quanto antes tomar conhecimento desta Norma Regulamentadora e procurar se adequar, pois poderá sofrer Fiscalizações e Penalidades. As NRRs (Normas Regulamentadoras Rurais) não existem de hoje, “PORTARIA 3.067, DE 2 DE ABRIL DE 1988 APROVA NORMAS REGULAMENTADORAS RURAIS DO ARTIGO 13 DA LEI 5.889 DE 05 DE JUNHO DE 1973, relativas a Segurança e Higiene do trabalhador” mas percebe- se pela regulamentação da NR 31 que é crescente a preocupação com a segurança e a saúde do homem do campo. Além da NR-31 o setor rural deverá estar em conformidade com as determinações das NRs 7, 15 e 16, que respectivamente do PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, Atividades e Operações Insalubres e Atividades e Operações Perigosas. O que o produtor rural deve fazer para se adequar às exigências da NR-31 e evitar multas em sua propriedade? 1 2 3 º passo: procurar conhecer melhor a legislação; (http://www.mte.gov.br /legislacao/normas-regulamentadoras.htm) º passo: organizar toda a documentação dos funcionários da propriedade (registros, horas extras, férias, 13º salário, etc); º passo: submeter os funcionários aos exames médicos, obtendo assim o ASO (Atestado de Saúde Ocupacional); (admissional; demissional; periódico; mudança de função; retorno ao trabalho) 4 5 6 º passo: buscar a ajuda de uma empresa ou profissional da área que possa lhe orientar com relação à NR-31; º passo: proporcionar treinamentos de segurança e boas práticas aos funcionários visando prevenir acidentes e doenças no trabalho; º passo: realizar as modificações necessárias nas instalações e nas máquinas e equipamentos. 12 NOTÍCIAS CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Luta pela aprovação do Código Florestal mobiliza 25 mil produtores em Brasília M obilização nacional no dia 5 de abril reuniu na esplanada dos ministérios em Brasília 25 mil produtores – somente do Mato Grosso do Sul o número chegou a quase mil manifestantes – somando esforços em prol da aprovação do texto de Aldo Rebelo que atualiza o Código Florestal Brasileiro. O ato pacífico e ordeiro comprovou a força política e coesão da agropecuária nacional, que a partir de agora, aguarda a votação do texto na Câmara dos Deputados no mês de abril, como já foi anunciado pelo presidente da casa, deputado Marco Maia (PT-RS), no último dia 22 de março, diante de ofício encaminhado em mãos por representantes do Conselho Nacional de Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) e da Frente Parlamentar do Agronegócio. Além das lideranças reunidas em Brasília demonstrarem total sintonia na defesa do desenvolvimento econômico e social do País, o manifesto, que contou com um abraço simbólico ao Congresso Nacional, deixou plantado no solo da Capital Federal, as sementes de um novo momento da luta no campo. Indiferente ao debate ideológico do grande contra o pequeno, ou da agricultura familiar versus a agro-empresa, o setor demonstrou maturidade e apego sincero na busca do bem comum para a produção de alimentos no Brasil. A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) – entidade que liderou a mobilização - revela que o órgão está trabalhando há dois anos sobre o tema, junto as suas bases e diretamente em Brasília com os deputados e toda a classe política. “Precisamos demonstrar a necessidade de se legalizar as áreas de produção desse país, o alimento brasileiro não pode ficar criminalizado”, explica, lembrando que o os produtores estavam focados em mostrar aos congressistas, “em viva voz”, o quanto precisam deles nesse momento. E além de marcar posição, em um momento estratégico, onde o setor precisa dessa mudança na Legislação para continuar crescendo, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, acredita que é preciso mostrar também a sociedade que os produtores não abrem mão da preservação ambiental. “Precisamos rever essa situação, mas isso, não será em prejuízo a preservação ambiental, aliás, que o setor prega e tem discutido com muita maturidade”, e acrescenta, afirmando que é possível produzir e preservar. “Este é um momento histórico para a produção rural e crescimento do Brasil, e tenho certeza que iremos sair com conquistas efetivas desse movimento”. O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Faccini Filho, afirmou que a mobilização foi importantíssima. Ele aponta que além de cobrar do governo uma postura positiva e favorável ao tema, conduzindo sua base de apóio para a aprovação do projeto, também serviu TEXTO E FOTOS: ALEXSSANDRO LOYOLA No Plenário da Câmara Federal Rodolfo Vaz de Carvalho, Eduardo Corrêa Riedel, Ruy Fachini Filho e Thiago Arantes (Sindicato Rural de Campo Grande e Famasul) acompanham os preparativos para a votação do Código Florestal, em Brasília. A votação foi adiada para mostrar que o produtor não quer prejudicar o meio ambiente, nem causar prejuízos a economia do país. “Quem alimenta a nação é o produ- tor rural”, e acrescentou, “geramos aproximadamente 18 milhões empregos, e se não mudarmos essa legislação, teremos seis milhões de pessoas sem emprego, e não é possível que os governantes não vejam essa situação”, desabafou, lamentando que o tema esteja sendo manipulado por organizações não governamentais, mantidas por interesses e recursos de fora do País. Segundo o produtor Mario Salte, que veio na caravana de Três Lagoas, para que o congresso veja de forma mais consciente as condições do campo, realmente é preciso que o produtor mostre sua força. “Sem nossa presença no congresso, não vamos conseguir votar esse projeto”, reconhece. E para marcar posição, o governador André Puccinelli, assegurou aos produtores que toda a bancada federal do Estado – onze parlamentares, destes, oito deputados e três senadores – votarão favoravelmente ao projeto. Além de chamar os parlamentares contrários ao texto de “traidores”, Puccinelli também propôs que o debate fosse pautado pelos seus aspectos científicos, e não ideológicos. Para isso, o governador apontou como instrumento a discussão, os estudos de zoneamento agro-ecológico e econômico pelos demais estados. “No Mato Grosso do Sul somos conscientes que devemos preservar, mas, não a custa da negação da ciência e da produção, e podemos caminhar paralelamente com produção e preservação ambiental, basta que sigam o zoneamento que fizemos no estado”, justificou. Para os sindicalistas algumas pequenas questões podem ser cedidas, mas no geral, o relatório é uma peça bem elaborada. O movimento não é contra o meio-ambiente, não é contra ninguém, é a favor do homem do campo e do Brasil. Pela Lei não se poderá criar gado no pantanal, bioma que há mais de duzentos anos vem tendo na pecuária uma fonte de sua preservação. O representante do MNP, Oliveira N. P. Coelho, espera que o texto de Aldo Rebelo seja aproveitado em sua integralidade. “Sua aprovação será fundamental para a pecuária pantaneira, que é o maior berço da pecuária do Nosso Estado e talvez do Brasil, e esperamos que a nova Lei nos dê condições de continuar trabalhando e produzindo a preços acessíveis à população”, declarou. Porém, o presidente do Sindicado Rural de Campo Grande, reconhece que o governo federal, ao aprovar a construção “a toque de caixa” do trem bala - em demérito a investimentos estratégicos a infra-estrutura logística nacional, e a letargia da Câmara em aprovar o texto, joga água fria nas expectativas dos produtores. Porém, para Faccini, o cenário obscuro também demonstra o quanto essa lógica contrária a produção agropecuária precisa ser revista. “Precisamos mostrar para a sociedade que estamos aqui para mudar, então, se ficarmos na passividade, isso com certeza vai acontecer, mas, se realmente trabalharmos e mostrarmos para que estamos aqui, essas coisas vão mudar, e acho que o momento é agora”. IN MEMORIAN 13 CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Agronegócio perde Antônio Barbosa de Souza U m grande produtor rural, amigo, companheiro, um homem de família. Assim é descrito Antônio Barbosa de Souza, pecuarista, empreendedor, amigo, um homem que deixou saudades, tendo falecido no último dia 13 de abril, recebe deste Informe Agropecuário uma justa homenagem de amigos e familiares. Segundo o pecuarista José Pereira, Antônio Barbosa foi um grande líder e representante da classe produtora. “Era um exemplo de caráter e de homem focado na família e no trabalho”, lembrou Pereira. Para o produtor Sylvio Amado a ligação familiar de Barbosa era uma de suas características mais marcantes. “Ele era muito gentil, discreto, estava sempre atento aos amigos e familiares, um grande amigo que prezava pela família e por valores religiosos, era também católico fervoroso”, disse. Opinião comum entre seus amigos, em torno de Antônio Barbosa, era o fato de ser muito ativo e ligado à família. “Ele era muito discreto e assumiu a Associação (Acrissul) em um momento delicado, logo após a morte de Tavares do Couto e exerceu seu trabalho com a habitual simplicidade e alegria de sempre. Era uma pessoa afável, amiga e de um convívio muito fácil”, contou o também ex-presidente da Acrissul, Laucídio Coelho Neto. E se era na família que Antônio Barbosa bus- cava refúgio e apoio, seu filho, Joaquim, foi quem melhor descreveu esta importante relação. “Para meu pai a relação e estrutura familiar eram os fatores mais relevantes. Talvez, porque ele ficou órfão muito cedo, aos 13 anos, mas, após se casar com minha mãe, encontrou em meu avô, Laucídio Coelho, a figura paterna e sempre trabalharam juntos e meu pai se espelhava muito nele. Ele não gostava de aparecer, era um homem discreto e modesto”, contou. A identificação com o sogro era tão grande que em 2007, Antônio Barbosa de Souza, lançou um livro, Laucídio Coelho – um homem à frente de seu tempo, no qual narra as conquistas de Laucídio Coelho e sua saga pessoal, com histórias contadas por Antônio que fizeram parte de Mato Grosso e da formação do Estado de Mato Grosso do Sul. Joaquim destaca ainda o empreendedorismo do pai. “Meu pai foi empreender no Estado Pará. Há muito tempo ele enxergava a proximidade com a Europa e Estados Unidos um fator importante para desenvolvimento, acreditava que lá seria uma nova fronteira agrícola, com portos mais próximos. Ele sempre se antecipava”, disse, lembrando que hoje a região se tornou uma nova fronteira agrícola, fato que Antônio já vislumbrava antes de sua concretização. Admirado por todos os amigos ou com quem VIA LIVRE conheceu seu trabalho, assim era Antônio Barbosa, focado em seus compromissos, na família e nos amigos. Quem divide desta opinião é o produtor rural Roque Fachini. “Era um homem admirável, muito honesto e cumpridor de seus deveres”, afirmou. Nascido em 31 de dezembro de 1928, Antônio Barbosa faleceu no último dia 13 de abril, por conta de um enfisema pulmonar, que causou uma forte parada respiratória. :VS\sqV[HTItT UVJHTWV .HSWLZ*\YYHSHU[PZ[YLZZ *HZHZWYtMHIYPJHKHZ9LZLY]H[}YPV )LILKV\YVZ*VJOVZ4H[HI\YYV (](SL_HUKYL/LYJ\SHUV*HTWV.YHUKL4: ^^^JVUJYLSHQLJVTIY 14 EVENTOS Oficio 016/2011 – RM Campo Grande-MS., 03 de maio de 2011. ASSUNTO: CONGRESSO INTERNACIONAL DA CARNE- JUNHO/2011 Prezados Senhores, Face a realização do Congresso Internacional da Carne 2011, nos dias 08 e 09 de junho e 2011e uma vez que se torna imprescindível a presença do setor agropecuário sul-matogrossense nesse evento, este Sindicato está oferecendo algumas condições para apoiar os associados na mobilização de seus associados, a fim de oportunizar a participação dos produtores rurais do Estado, abaixo: 1. O Produtor Rural associado que efetivar sua inscrição pelo Sindicato Rural de Campo Grande obterá um desconto de 50%(cinqüenta por cento), mediante o preenchimento das informações incluídas na Ficha de Inscrição em anexo. 2. Valores oferecidos por inscrição realizada no Sindicato Rural e Campo Grande(associado): VALORES COM DESCONTO(50%) A- ATÉ 31/05/2011-R$225,00(DUZENTOS E VINTE E CINCO REAIS) B- ATÉ 08/06/2011-R$247,50(DUZENTOS E QUARENTA E SETE REAIS E CINQUENTA CENTAVOS) VALOR CHEIO A- ATÉ 31/05/2011-R$450,00(QUATROCENTOS E CINQUENTA REAIS) CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 B-ATÉ 08/06/2011-R$495,00(QUATROCENTOS E NOVENTA E CINCO REAIS) 3. Inscrições serão válidas somente com a confirmação do pagamento, que poderão ser efetuadas das seguintes formas: a- Solicitação de Boleto Bancário, informando o número total de inscrições, para emissão do título a ser pago; b- Envio de comprovante de depósito ou transferência bancária: BANCO DO BRASIL, CONTA CORRENTE Nº37.388-5- AG.2936-X; c- Envio de cheque ou dinheiro no valor total das inscrições; d- Cartão de débito com repasse da autorização assinada, contendo o número (16 dígitos) e o número verificador segurança; É importante destacar que essas condições são válidas somente para as inscrições que forem efetivadas pelo SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE. Destacamos que este Sindicato estará recebendo as confirmações, impreterivelmente até o dia 26/05/2011, para validação e controle das inscrições, junto à Organizadora do Evento. Atenciosamente Ruy Fachini Filho Presidente EVENTOS CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 15 Encontro do Leite vai debater assuntos de mercado VIA LIVRE Na segunda-feira, dia 16, o Sindicato Rural de Campo Grande promove o 14º Encontro Técnico do Leite, em sua sede. O evento conta com a participação de pesquisadores consagrados na produção leiteira do país de renome internacional e marca uma nova fase dentro da pecuária leiteira de Mato Grosso do Sul. Voltado para produtores rurais e profissionais da extensão rural, o 14º Encontro Técnico do Leite, vai receber Gustavo Beduschi, da Organização Brasileira de Cooperativas de Leite. Engenheiro agrônomo formado na Esalq/USP, é assessor técnico e atua na coordenação do Sistema de Monitoramento do Mercado Lácteo – Simleite e vai ministrar a palestra de abertura, com o tema, Cenários do mercado de lácteos. “Durante a palestra vamos falar sobre do mercado internacional até o mercado interno, sobre a produção no Brasil, que é cada vez mais dinâmica. Outros fatores importantes estão ligados à oferta, preço pago ao produtor e como interagir com o mercado”, explicou Beduschi. O avanço nos preços, que segundo o Cepea subiu na média nacional em todos os meses do ano de 2011 também será abordado durante a sua palestra. “Vamos destacar também a evolução dos últimos anos, temos hoje uma demanda aquecida, há o crescimento da economia – quando falamos de mercado interno e temos registrado declínio na oferta. É preciso analisar”, contou Bedushi. forragem.Também vamos falar sobre a adubação química, produção de forragem, taxas de lotação, custos de volumosos”, explicou o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, lembrando que a palestra também abordaria o custo real de alimentação, custos e viabilidade nas propriedades brasileiras. “Com dois Demanda e as modalidades de produção leiteira também serão abordados quilos e meio de Outro assunto abordado durante o encontro leite, se consegue pagar o custo de alimentação é a produção de leite a pasto, que vai ter Fermino dos animais”. Qualidade do leite e manejo de orDeresz, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, denha é outro tema abordado no evento por Paulo PhD em Nutrição de ruminantes, pela University Fernando Machado, agrônomo, doutor em Ciências of Arizona, EUA, 1987. Em sua palestra o Derez dos Alimentos pela USP e pós-doutor em Bioquímica vai falar sobre a influência das composições quído Rúmen pela Michigan State University, 1986. Mamicas das gramíneas. “Vamos falar sobre a prochado é professor titular em Bovinocultura de Leite dução de leite a pasto, discutindo a composição na USP, coordenador da Clínica do Leite da Esalq, um química das gramíneas e manejadas em sistema centro de estudos avançados em gestão da produrotativo”, disse. ção e da qualidade do leite. “O professor Machado “A produção de leite a pasto depende muivai trazer e utilizar como exemplo os resultados da to das composições químicas e seu controle na qualidade do leite de Mato Grosso do Sul, uma vez INFORME PUBLICITÁRIO ARMAZENAMENTO DE GRÃOS EM BOLSA PLÁSTICA DE POLIETILENO Devido as variáveis que vem encarecer o armazenamento de grãos em silos estáticos convencionais junto com a necessidade do produtor em reter sua produção em sua propriedade para vender em melhores momentos de comercialização, vem se fazendo cada vez mais presente o uso deste tipo de equipamento que tem inúmeras vantagens. Entre outras podemos citar: • A diminuição efetiva do custo operacional de armazenamento. • Melhora da logística da colheita e da capacidade de armazenamento. • Permite manejos mais flexíveis no armazenamento dos grãos podendo ser armazenados variedades e tipos de produtos diferentes separadamente. • Conserva a qualidade dos grãos evitando quebra técnica. • Também da ao produtor a alternativa de mudar seu perfil de utilização dos grãos de maneira rápida de acordo com a demanda específica ditada pelo mercado consumidor. Os investimentos iniciais são além de uma máquina embutidora e um trator comum que encontramos em todas as propriedades rurais, a compra do próprio silo-bolsa que podem facilmente ser encontrados em revendas especializadas no mercado. Por esta o outras acreditamos que o silo-bolsa é uma necessidade real para o armazenamento de grãos nos dias de hoje e que muito vai facilitar aos produtores e arrendatários quanto ao local e hora de armazenamento fazendo que flexibilize a comercialização agregando assim mais valor econômico para o bolso de todos os produtores. Milton Folino, médico veterinário. que algumas indústrias utilizam a Clínica para avaliar”, informou Ige. [email protected] Outro palestrante de destaque é Bruno Campos de Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, médico veterinário, doutor com concentração na área de Reprodução, vai ministrar uma palestra sobre o Manejo reprodutivo de vacas em pastejo. A Homeopatia populacional na produção leiteira, será o tema da médica veterinária e especialista em bovinocultura leiteira pela Universidade Federal de lavras, Denise Telles. As inscrições para o evento podem ser feitas através do portal do Sindicato Rural de Campo Grande/MS, no endereço, www.srcg.com.br. “O Encontro possui palestras que foram selecionadas pelos próprios produtores, durante o evento do ano passado, além das necessidades que apontadas pela situação atual. Vamos abordar os Cenários para o mercado do leite, produção a pasto, qualidade do produto e manejo de ordenha e manejo reprodutivo de vacas de pastejo”, disse Wilson Igi, responsável pela organização do evento. Igi explica também que a cadeia produtiva do leite mudou no Mato Grosso do Sul, por conta do Conseleite, que aponta a qualidade do produto e instalações de novas indústrias. “Estamos acompanhando um mercado que cresce e, com isso, a necessidade de melhorar a criação, muitas fazendas estão se adequando ou reestruturando para produzir leite”, contou. Mais informações: (67) 3341-2151 16 PORTEIRA ABERTA CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Águas de março... As chuvas pré-outono não são novidade como canta o autor Tom Jobim: É o vento . “É a chuva chovendo, é conversa ribeira, Das águas de março, é o fim da canseira.” MARCELA LEMOS MONTEIRO LEMOSMONTEIRO UOL.COM.BR Janeiro e fevereiro não deram sinal de qualquer exagero à vista, enchente até então normal (mais de 400mm de chuva). Manejo de sempre por precaução a retirada da bezerrada do brejo (delta dos rios Correntoso e Negro) e para não perder o capim mimoso, ainda aparecendo acima do nível da água, a transferência das vacas solteiras para lá. A alegria destas, por ironia, findou-se no sábado de carnaval. Chovendo sem parar, a comitiva a cavalo tirou boa parte das vacas do brejo. Já no dia seguinte, as derradeiras foram tocadas de barco e canoa. Longos trechos nadando! Resumo: todos sãos e salvos! Dois peões rodaram com seus cavalos (o colete salva-vidas mostrou-se imprescindível) e a vacada recém acomodada nas cordilheiras, disputando o pouco pasto disponível. Março e abril as chuvas não deram trégua (mais de 600mm) e, do outro lado da terra terremotos e tsunami! Neste nosso Pantanal as baias e vazantes bufando, jogando água e cortando estradas, rompendo cabeceiras de pontes, amolecendo as pistas de pouso e o Pantaneiro correndo atrás do prejuízo. O gado adulto emagrecendo a olhos vistos – a bezerrada começando a sentir, sugando a reserva das mães. A torcida é grande para o frio não judiar mais ainda. Vim conhecer o Pantanal, ainda noiva, a pedido da D. Elvira Moraes Silveira, avó materna do Zeito. Assim em julho de 1975, na madrugada da geada negra, atravessamos o estado de São Paulo a caminho da Fazenda Olhos d’Água - sede da família desde janeiro de 1945. Cena triste ver o dia amanhecendo e os cafezais escurecendo e ao fim do dia já na fazenda as folhas das bananeiras também queimadas pela geada. Seguindo a seca, veio a enchente no final daquele ano - tão intensa, relataram, quanto a de 1974. Impressionante o contraste entre as minhas primeiras duas visitas. Ao mesmo tempo a beleza e o desafio em cada uma destas estações. A MÃE NATUREZA preparou a flora e a fauna Pantaneira para qualquer intempérie. Não é a toa que os aguapés brotam da poeira após as primeiras chuvas Não é a toa que o Cambará resiste meses com o tronco dentro d’água Não é a toa que o cavalo pantaneiro sobrevive nas enchentes pastando dentro d’água. Não é a toa que as piúvas e os ipês florescem ofuscando a terra na seca. Fazenda são joão margem esquerda do rio Negro, a 150 quilômetros de Aquidauana e 100 km de Rio Negro Estrada interna pantaneira cortada pela força d’água Delta dos rios Correntoso e Negro- até os cochos de sal foram carregados pela água Condição das estradas internas TUDO FAZ PARTE DESTE GRANDE CICLO DAS ÁGUAS PANTANEIRAS e, afinal, só nos resta adaptar a esta REALIDADE. “ São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração” COLUNA JURÍDICA 17 CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Edificações e instalações rurais Em prosseguimento ao artigo do mês anterior desta Coluna Jurídica que tem por objetivo informar o produtor rural quanto à obrigatoriedade de cumprir a NR n. 31 e evitar autos de infrações, passamos doravante a informar as exigências acerca das edificações e instalações rurais. 31.21 Edificações Rurais 31.21.1 As estruturas das edificações rurais tais como armazéns, silos e depósitos devem ser projetadas, executadas e mantidas para suportar as cargas permanentes e móveis a que se destinam. (C = 131.318-5/I3) 31.21.2 Os pisos dos locais de trabalho internos às edificações não devem apresentar defeitos que prejudiquem a circulação de trabalhadores ou a movimentação de materiais. (C = 131.319-3/I2) 31.21.3 As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que impeçam a queda de trabalhadores ou de materiais. (C = 131.320-7/I4) 31.21.4 Nas escadas, rampas, corredores e outras áreas destinadas à circulação de trabalhadores e à movimentação de materiais, que ofereçam risco de escorregamento, devem ser empregados materiais ou processos antiderrapantes. (C = 131.321-5/I3) 31.21.5 As escadas, rampas, corredores e outras áreas destinadas à circulação de trabalhadores e à movimentação de materiais, devem dispor de proteção con- MAIO 2011 tra o risco de queda. (C = 131.322-3/I4) 31.21.6 As escadas ou rampas fixas, que sejam dotadas de paredes laterais, devem dispor de corrimão em toda a extensão. (C = 131.323-1/I3) 31.21.7 As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra as intempéries. (C = 131.324-0/I2) 31.21.8 As edificações rurais devem: a) proporcionar proteção contra a umidade; (C = 131.325-8/I3) b) ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação excessiva ou falta de insolação; (C = 131.326-6/I2) c) possuir ventilação e iluminação adequadas às atividades laborais a que se destinam. (C = 131.327-4/I3) d) ser submetidas a processo constante de limpeza e desinfecção, para que se neutralize a ação nociva de agentes patogênicos; (C = 131.329-0/I3) e) ser dotadas de sistema de saneamento básico, destinado à coleta das águas servidas na limpeza e na desinfecção, para que se evite a contaminação do meio ambiente. (C = 131.330-4/I3) 31.21.9 Os galpões e demais edificações destinados ao beneficiamento, ao armazenamento de grãos e à criação de animais devem possuir sistema de ventilação. (C = 131.331-2/I3) 31.21.10 As edificações rurais devem garantir permanentemente segurança e saúde dos que nela trabalham ou residem. (C = 131.332-0/I3) 31.22 Instalações Elétricas 31.22.1 Todas as partes das instalações elétricas deMERCADO AGROPECUÁRIO vem ser projetadas, executadas e mantidas de modo MERCADO BOVINO | BOI que seja possível prevenir, Praça Arroba Kg carcaça por meios seguros, os periCampo Grande R$ 96,00 R$ 6,40 gos de choque elétrico e outros tipos de acidentes. (C = MERCADO BOVINO | VACA 131.333-9/I4) Praça Arroba Kg carcaça 31.22.2 Os componentes Campo Grande R$ 86,00 R$ 5,73 das instalações elétricas devem ser protegidos por maObs: Cotações de 05/05, para pagamento à vista, terial isolante. (C = 131.334livre de Funrural. Fonte: Agrolink 7/I4) 31.22.3 Toda instalação MERCADO FUTURO (BM&F) - DIA 05/05 ou peça condutora que esteja em local acessível a contatos Venc. Ajuste e que não faça parte dos cir(R$/@) Var. (R$) C. A. cuitos elétricos deve ser aterMai/11 99,76 0,957.022 rada. (C = 131.335-5/I3) Jun/11 100,20 0,80474 Jul/11 101,94 0,81112 31.22.4 As instalações elétricas que estejam em conEsalq/BM&F - Boi gordo tato com a água devem ser blindadas, estanques e aterData Vista Prazo 03/05 102,54 105,74 radas. (C = 131.336-3/I4) 02/05 102,22 105,45 31.22.5 As ferramentas 29/04 103,95 105,37 utilizadas em trabalhos em redes energizadas devem ser Fonte: BeefPoint, IEA, CentroBoi, Faeg, Deral/Seab/PR, isoladas. (C = 131.337-1/I4) Minas Bolsa, Banco Central e BM&F 31.22.6 As edificações devem ser protegidas contra LEITE PAGO AO PRODUTOR: Confira tabela descargas elétricas atmosférido Conseleite na página 18 ou no site www.srcg.com.br cas. (C = 131.338-0/I2) GRÃOS 31.22.7 As cercas elétricas devem ser instaladas Preço pago ao produtor de acordo com as instruções Soja - saca de 60 kg R$ 39,00 (médio) Milho - saca de 60 kg R$ 24,00 (médio) fornecidas pelo fabricante. (C = 131.339-8/I2) SUÍNOS Preço pago ao produtor Arroba R$ 36,00 Kg vivo R$ 2,40 Fonte: Ceasa MS - 02/05 - www.ceasa.ms.gov.br Eduardo C. Leal Jardim Assessor Jurídico do SRCG 30.04.2011 18 SANIDADE CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 MS deve vacinar todo rebanho contra aftosa em maio DIVULGAÇÃO A vacinação do rebanho de bovinos e bubalinos contra febre aftosa vai abranger de “mamando a caducando” na etapa de maio em Mato Grosso do Sul. No Planalto e na Zona de Alta Vigilância (ZAV) a imunização acontece de 2 a 31 de maio. Já no Pantanal – para as propriedades optantes por esta etapa – a vacinação acontece de 2 de maio a 15 de junho. O prazo para declaração no Planalto, ZAV e Pantanal vai até 15 junho. Agora, além de declarar a vacinação, o produtor vai também declarar o estoque efetivo do rebanho. Trabalhando por uma pecuária moderna e em desenvolvimento, o ajuste do rebanho bovino e bubalino vai unificar e atualizar as informações da Secretaria de Fazenda do Estado (SEFAZ) e da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) possibilitando a criação de um único cadastro com todos os Para as propriedades pantaneiras optantes pela etapa de novembro, a vacinação de todo o rebanho e declaração do estoque acontece a partir de 1º de novembro de 2011. Este procedimento vai substituir a Declaração Anual do Produtor (DAP) no que diz respeito a bovino e bubalino. Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado do País a implantar o modelo. ATENÇAO PECUARISTA dados das propriedades rurais. É uma grande conquista para classe, que com a declaração efetiva do rebanho vem unificar e modernizar o banco de dados do Estado, gerando maior credibilidade para o setor ruralista. Todo o procedimento de declaração da vacina e do estoque efetivo do rebanho será feito através do site da Secretaria de Fazenda do Estado – www.sefaz.ms.gov.br. Em todo Estado os escritórios da IAGRO, da Agencia de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER) e dos Sindicatos Rurais estarão orientando e esclarecendo as dúvidas dos produtores. Para outras informações um “Disque Ajuda” estará a disposição pelo telefone 67 3318-3600. CARTILHA DO PRODUTOR Visando esclarecer possíveis dúvidas o Governo do Estado irá distribuir, já na próxima semana, cartilhas de orientação ao produtor. No material será disponibilizado o “Calendário de vacinação contra febre aftosa 2011” e também o “passo-a-passo” para realizar a declaração da vacinação e do estoque do rebanho. O material estará a disposição nos escritórios da IAGRO, AGRAER, Sindicatos Rurais e revendas de vacinas contra febre aftosa – credenciadas pela IAGRO. Confira a seguir um breve resumo. General explica riscos à soberania nacional nas fronteiras Em uma palestra que sensibilizou e provocou o público, o General do Exército Brasileiro, Augusto Heleno Ribeiro Pereira, falou das questões ligadas à política indigenista, ocupação de terras no país, organização e proteção nas regiões de fronteira, entre outros temas. O militar esteve em Campo Grande para o lançamento do site da ONG Recovê. Heleno começou sua palestra afirmando que a política indigenista praticada atualmente no país é “lamentável, para não dizer caótica, não atende às necessidades básicas destas populações, às vezes inviabilizam municípios e até estado e, em regiões de fronteira, podem colocar até a soberania de nosso território em risco”, afirmou o General, lembrando de casos como o da reserva Raposa/Serra do Sol, no norte de Roraima, que inviabilizou o Estado, das áreas chamadas de “terra indígena” por antropólogos em regiões de fronteira e as necessidades de alimentação adequada, tratamento médico e odontológico e educação, necessária para os povos indígenas e que não são oferecidas. “A política indigenista brasileira está completamente dissociada do processo histórico de colonização do nosso país. Precisa ser revista com urgência. É só ir lá ver as comunidades indígenas para ver que essa política é lamentável, para não dizer caótica”, disse Heleno durante sua palestra. O General criticou também a divisão entre índios e não-índios e, afirmou que, com raras exceções na região amazônica, existem poucos povos que não passaram por algum processo de aculturamento e isso faz com que essas populações tenham as mesmas necessidades e anseios do segmento urbano ou branco. “Pela primeira vez estamos escutando coisas que nunca escutamos na história do Brasil. Negócio de índio e não índio? Como um brasileiro não pode entrar numa VIA LIVRE General Augusto Heleno Ribeiro Ferreira: “A política indigenista atual é lamentável e caótica” terra porque é uma terra indígena?”, afirmou. Heleno também fez duras críticas a atuação de organizações não governamentais estrangeiras na região amazônica. “ONGs estrangeiras na reserva podem ameaçar a soberania nacional, estão lá para explorar e patentear o que é do Brasil. Para ser ter uma idéia, apenas 25% de todas as pesquisas realizadas na Amazônia Legal envolvem brasileiros, hoje temos um número de 100 mil ONGs atuando lá”. O General Heleno destacou também sua preocupação com as áreas de fronteira no Brasil. “Na florestal temos pouco contingente para uma grande área, temos também situações absurdas de terra indígena na fronteira. O Estado precisa execu- tar o seu papel, com instrumento legal, que é o de normatizar, fiscalizar, reprimir e educar”, afirmou. “A fronteira brasileira não é algo fácil de ser fiscalizada, temos 15.700 quilômetros de fronteira terrestre, sendo 11.000 em área de selva. A fronteira entre Estados Unidos e México, por exemplo, tem apenas 3.200 km e, mesmo assim, existe passagem de pessoas de ambos os lados”, disse ao explicar porque o controle na entrada de ilícitos no país é tão grande. SOBERANIA NACIONAL E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL “Não existe lugar no mundo no qual se retroage lei para punir”. A afirmação referente às constantes modificações feitas no código florestal ao longo dos anos é do vice-presidente executivo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio de Salles Meirelles Filho, durante o evento “Pensa e Age Brasil”, realizado pela Organização Não-Governamental (ONG) Recovê na quarta-feira (27.04), na Acrissul. O evento teve o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e foi realizado com o objetivo de estimular os debates sobre o direito territorial indígena com as palestras do deputado federal e produtor rural, Paulo César Quartiero, sobre “Raposa Serra do Sol: O conflito e suas consequências” e do general de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira sobre a “A Segurança das Fronteiras e a Soberania Nacional”. Meirelles fez um pronunciamento inicial e afirmou que alguns direcionamentos dados à discussão sobre o código florestal servem para “tapar o sol com a peneira”, pois o maior problema de poluição ambiental está nas grandes cidades. O dirigente criticou as penalidades impostas pelas modificações graduais da atual legislação ambiental. “Estamos tendo que inverter nossos valores para defender a democracia plena que nós deveríamos ter naturalmente. O Código Florestal é uma colcha de retalhos que nos foi imposta por outros países. É uma inversão de valores”, afirmou. O evento oficializou o lançamento do site da Recovê. A ONG foi criada por produtores rurais com o objetivo de promover o direito territorial indígena. “Na luta pelo direito de propriedade, pela defesa da soberania do Brasil e pela integridade dos povos tradicionais, hoje podemos afirmar que a união, a informação e o conhecimento fazem a diferença, são nossos mais fortes aliados”, salienta o presidente da Recovê, Pio Silva. PECUÁRIA LEITEIRA CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011 Conseleite realiza seminários por todo o MS No último dia 12 de abril aconteceu na sede do Sindicato Rural de Campo Grande, o primeiro seminário realizado pelo Conseleite para mobilizar e sensibilizar produtores rurais das principais bacias leiteiras do Estado. A primeira edição contou com as palestras dos professores da Universidade Federal Paraná José Roberto Guimarães e Vânia Canziani. Os seminários vão acontecer em diversos municípios de Mato Grosso do Sul, Nioaque, Glória de Dourados, Nova Andradina, Paranaíba e Rio Verde. Durante o evento do Sindicato Rural de Campo Grande foi abordado a estrutura metodológica com apresentação de informações para o desenvolvimento da cadeia produtiva e modelo de formação do Conselho Paritário. Um fator importante sobre o trabalho do Conseleite é que o mesmo elabora um valor de referência, divulgado na primeira quinzena do mês, com os valores encontrados no último mês e também os valores praticados nos primeiros quinze dias do mês vigente. “Os preços de referência não são um valor mínimo, nem máximo. É uma referência para livre negociação entre os envolvidos, considerando a qualidade do leite e também o mix de produtos do laticínio”, afirmou a professora da Universidade Federal do Paraná, Vania Di Addario Guimarães. “Para se entender como é elaborado os o valores de referência é necessário entender que para isso, soma-se o custo de produção com o custo industrial, para se chegar ao custo derivado. Também se deve observar a participação da matéria prima, que é o custo de derivados dividido pelo custo de produção”, explicou a professora. Quem palestrou também foi o professor José Roberto Canziani, da UFPR, ele explicou que uma das principais vantagens é a facilidade nas negociações cotidianas da indústria, com seus diversos produtores fornecedores. “O valor de referência da matéria-prima é aprovado por um conselho paritário, tendo sido calculado tecnicamente, além de favorecer a gestão da indústria”, citou. “O Conseleite de Mato Grosso do Sul segue o modelo dos outros Conseleites, formados no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Há também aplicativos de uso individual, software de cálculo do custo do leite e programa para obter pontuação do leite e o valor de cada produto”, declarou. FOTOS VIA LIVRE Professores Vânia Guimarães e José Roberto Canziani (UFPR) explicam a formação do Conseleite 19 CONSELEITE MATO GROSSO DO SUL CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. RESOLUÇÃO Nº 03/2011 A diretoria do Conseleite Mato Grosso do Sul reunida no dia 12 de Abril de 2011 na cidade de Campo Grande, na sede da Famasul, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de Março de 2011 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de Abril de 2011. Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, acima do padrão e abaixo do padrão, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio, que levam em conta a qualidade e o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. Todos os valores são calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite - Mato Grosso do Sul 20 EVENTOS CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011