Ano XX - Nº 297 – MAIO/2011
Campo Grande-MS
Homenagem ao Dia das Mães
Laci Barbosa
Maria Aparecida Moraes D’ávila
• MEIO AMBIENTE •
Câmara adia a
votação do novo
Código Florestal
Marilia Silveira Lemos Monteiro
Após um dia inteiro de tentativas de acordos,
a votação do relatório do Código Florestal foi adiada para o dia 10 de maio. O movimento sindical
compareceu à Brasília para acompanhar a votação.
No dia 5 de abril cerca de 25 mil produtores rurais
fizeram um manifesto na capital federal, pedindo
urgência na votação, uma vez que o futuro do
agronegócio brasileiro depende das regras regras
ambientais que serão definidas. Página 12
• PECUÁRIA LEITEIRA •
Priscilla Arantes
Renata Cortada Dupas
Seila Correa
Encontro Técnico
do Leite debate
mercado dia 16
Na segunda-feira, dia 16, o Sindicato Rural de Campo Grande promove o 14º Encontro Técnico do Leite, em sua sede. O evento
conta com a participação de pesquisadores
consagrados na produção leiteira do país de
renome internacional e marca uma nova fase
dentro da pecuária leiteira de Mato Grosso
do Sul. Página 15
Tereza Cristina
Maria Lucia Ferreira Iggi
Telu Thedim
Kátia Abreu
Mari Dirce Barbosa Fachini
Bernadete Vaz de Carvalho
EDITORIAL | “DISCURSO DE ABERTURA DO 24º ENCONTRO DE TECNOLOGIAS”, de Ruy Fachini Filho. PÁGINA 3
ÍNDICE
OPINIÃO
EDITORIAL
MEIO AMBIENTE
EVENTOS DO SINDICATO
RURALISMO
24º ENCONTRO
NOTÍCIAS
IN MEMORIAN
EVENTOS
PORTEIRA ABERTA
COLUNA JURÍDICA
SANIDADE
PECUÁRIA LEITEIRA
EVENTOS
PÁG. 2
PÁG. 3
PÁG. 4
PÁGS. 5, 6
PÁG. 7
PÁGS. 8, 9, 10 e 11
PÁG. 12
PÁG. 13
PÁGS. 14 e 15
PÁG. 16
PÁG. 17
PÁG. 18
PÁG. 19
PÁG. 20
2
OPINIÃO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Sujismundos de nossa História
VALFRIDO M. CHAVES
A História do povo de Mato Grosso
do Sul é digna, bonita. Lutando para vencer na vida, viemos de todos os lugares, de
muitos países. Quando as palavras “sertão
do Mato-Grosso”, “fronteira do Paraguai”,
Pantanal, levavam medo a muitos corações,
nossos antepassados, pioneiros fixadores de
fronteira, enfrentaram a distância, desafiaram o isolamento, disseram adeus às suas
querências, familiares e para aqui vieram
cumprir a bíblica sina: “com o suor de teu rosto, comerás o teu
pão”! Brasileiros e imigrantes de todas as atividades acreditaram,
aqui fundando fazendas, vilarejos, cidades, abrindo estradas, comércio, escolas.
Tanto o Império quanto a República, desde antes da Guerra do Paraguai franqueavam as “terras devolutas” para os mais
ousados e destemidos, para que nestes sertões fixassem raízes e
povoassem fronteiras, longínquas da corte e dos grandes centros.
É a História de todas as Nações que mantiveram sua soberania
territorial. Aqueles que assim não agiram, perderam territórios.
Portanto, a História de MS e de nosso povo é a História de nossa
Nação, sendo digna, dela merecedora de respeito por todo o
sempre. Temos História, temos dignidade, sim!
Depois de dificuldades e isolamento seculares, quando
apenas a erva mate, a pata do cavalo e do boi faziam estradas
e produziam riquezas suficientes para manterem os nossos
pioneiros em fazendas, sitios e vilarejos, outros tempos chegaram com novas migrações, soja, aveia, trigo, cana, usinas,
milho, em fim, uma agro-pecuária de fazer inveja em outras
economias. Mais emprego, estradas, produção de riquezas
tiradas da terra, escolas, indústrias, melhoria das condições
de vida trazendo otimismo, esperança. Lamentavelmente,
nem tudo são flores e o progresso não chegou para todos.
Nossa população indígena, sob uma tutela estatal incompetente e mal orientada, viu a caravana do progresso passar sem
dela participar. Aí estão até hoje sem uma escola agrícola sequer,
sem investimento em moradia, saúde, sem treinamento que lhes
desse melhores condições de trabalho para, com dignidade e sem
tutela, conquistarem os benefícios da civilização. Nessas condições, suas aldeias tornaram-se míseras favelas onde a mortalidade infantil, o álcool, a droga, o tráfico, suicídios, suicidamentos, e
manipulações político-ideológicas encontraram condições ótimas
para prosperarem. Um verdadeiro genocídio físico e cultural se
estabeleceu contra esses nossos irmãos, tutelados pelo Estado
brasileiro, através da FUNAI. Ironicamente, com poucas terras,
testemunha-se que maior parte delas é mal aproveitada, ociosa.
A mendicância cresceu no lugar do trabalho. Um povo que podia
ser próspero, integrado, recebendo a melhor educação, bolsas
de estudo, pede pão velho nos arredores de Dourados. Nesse
quadro, a miséria e o conflito indígenas tornaram-se meio de
vida para interesses e entidades espúrias, verdadeiros gigolôs
da desgraça indígena.
Diante desse quadro infeliz, seus responsáveis encontraram
uma saída tão fácil quanto imoral: a criminalização da História de
nosso povo. Caluniosamente, tentando tapar sua responsabilidade sobre a degradação indígena: ela resultaria sempre e apenas
da “falta de terras”, em conseqüência do hipotético roubo dessas
terras pelos pioneiros aqui trazidos ora pelo Império, ora pela República. Ou seja, pelo Estado brasileiro e suas políticas públicas.
Pouco importa a miserabilidade dos Cadiwéus, com milhares de
hectares. Pouco importa o fato de que, quando da criação das
aldeias, estas se constituíssem de pequenos agrupamentos e que
tiveram sua população multiplicada. O que importa é colocar
a responsabilidade pela miséria indígena sobre as costas dos
nossos pioneiros e pretender que estes paguem por esse crime,
como se responsáveis por ele o fossem.
Em poucas palavras: a política indigenista oficial, após roubar
o presente e o futuro de nossos índios, para encobrir seu crime
de lesa-humanidade, pretende agora roubar nossa dignidade,
a honra da História do povo de MS. Teríamos pirateado nossos
índios e, por isso, deveremos pagar, com nossas propriedades
legítimas, com o futuro de nossas vidas, por uma injustiça histórica que, se existente, pertence a toda nossa sociedade, de
Norte a Sul do Brasil.
Por isso uns já foram e outros serão citados como réus “ocupantes de terras indígenas”, mediante uma nebulosa “identificação de terra indígena” que passa por cima de todo e qualquer
Direito Constitucional de quem acreditou no Estado, na Constituição, nas Leis e, baseados nessas crenças, comprou, pagou,
recolheu impostos e produziu até secularmente. Para um governo
que dispões de milhões de dólares para fazer doações a africanos,
índio boliviano e paraguaio, fácil seria adquirir legitimamente
áreas particulares para realizar a tão almejada “expansão das
aldeias”, onde o indígena pudesse viver dentro de seu “tradicional modo de vida”. Mas tal solução não interessa, leitor, pois ela
estancaria o conflito e as verbas para suas entidades parasitas.
O que acima está posto, leitor, não é preciso ser historiador ou antropólogo para saber. Portanto, o que se passa, não é
resultado de equívocos ou erros. É uma prática ideológica, de
inspiração óbvia, com objetivo de conflitar comunidades, isolar
nossos indígenas, criar grandes “áreas contínuas” nas fronteiras,
criminalizar a História das fronteiras de nosso Mato Grosso do
Sul e impactar o estatuto da propriedade privada. Como se não
bastasse, esse projeto anti-Nação é sustentado com dinheiro público e internacional, casamento esse sacramentado em sacristias
por uma ideologia imoral, mestra em denegrir e fracassada em
construir. São os sujismundos de nossa História.
Quem desmente
VALFRIDO M. CHAVES É PANTANEIRO E PSICANALISTA
Difícil solução
LUIZ ORCIRIO FIALHO DE OLIVEIRA
A mídia tem escrito e noticiado sobre os riscos da inflação
descontrolada, a sociedade está preocupada e o governo está em
alerta. Este é um mal que atinge a todos sem piedade, corrói o
poder de compra do trabalhador e prejudica os resultados das
empresas, ou seja, não tem dó de ninguém.
No final da década de 70, assume a presidência o General
João Baptista de Oliveira Figueiredo, último general da ditadura
militar, prometendo continuar a abertura política iniciada pelo
Presidente Geisel e dando grande passo com a Lei da Anistia e
restauração do pluripartidarismo.
Entretanto deixou-nos marca indelével ao nomear como seu
Ministro do Planejamento Antonio Delfim Netto que para controlar a inflação defendeu uma política monetária com mecanismos
de controle e de retroalimentação negativa dos índices por meio
da famosa correção monetária.
Foi esta correção, o pivô do ciclo vicioso e cruel da inflação
descontrolada do final dos anos 80 e início dos anos 90 até a
implantação do Plano Real em 1994, que devolveu a estabilidade
à economia.
Voltando aos dias de hoje, observamos o governo num impasse terrível, pois como manter o equilíbrio entre crescimento
e inflação em um momento de crise mundial. Neste contexto pipocam reportagens sobre os rearranjos das economias dos países
ricos e desenvolvidos como prevenção ou superação de crises.
Em março de 2010 o congresso americano aprovou a reforma do sistema de saúde proposta pelo governo de Barack
Obama, em outubro passado o senado francês aprovou a medida
do governo que aumentou a idade mínima de aposentadoria de
60 para 62 anos. Há pouco a chanceler alemã Angela Merkel
e o presidente francês Nicolas Sarkozy pediram aos países da
União Européia que decidissem em caráter de urgência o “pacto
de competividade”, que sugeriu limitações nas dívidas públicas,
elevação da idade de aposentadoria e fim dos reajustes salariais
vinculados à inflação.
A novela tem outro cenário, porém o texto e os personagens
são os mesmos. Não há dúvida de que as condições de vida da
sociedade brasileira precisam melhorar, em especial quanto aos
sistemas de saúde e de educação, às condições de moradia, de
transporte e de segurança, assim como preservar a capacidade
equilibrada e segura de compra de bens de consumo.
Do ponto de vista político decidir pelo crescimento ou pelo
arrocho das contas associado a um controle administrativo, cortes
de despesas, redução dos cargos comissionados, rigor sobre as
empresas estatais, etc. são sempre desgastantes. É um remédio
amargo para um mal muito bem conhecido, porém necessário
e muito oportuno.
Manchete do Jornal Folha de São Paulo de Domingo (1º.
de maio), diz “Pico da inflação vai coincidir com disputas salariais”, ou seja, segundo estimativas oficiais a inflação atingirá seu
maior patamar em setembro, coincidindo com a data-base de
metalúrgicos, bancários e petroleiros. No mesmo sentido, artigo
no respeitado periódico britânico Financial Times alerta que a
maioria de investidores internacionais deve continuar evitando
comprar ações de companhias brasileiras até saber se as medidas
adotadas para controlar a inflação trarão resultados.
Vale lembrar o que diz o conceituado professor de História
da Universidade de Yale, Paul Kennedy, sobre os erros que se
repetem, salientando que a riqueza de um povo deve ser avaliada pelo seu nível educacional, sua capacidade de poupança e
organização política.
Solucionar esta equação não será fácil, mas com certeza
será um teste de fogo para o governo Dilma. Para nós aqui da
arquibancada resta torcer: “que vença o bom senso”.
ENG. AGRÔNOMO, MÉD. VETERINÁRIO, DSC CIÊNCIA ANIMAL.
EDITORIAL
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
3
Discurso de abertura do 24º Encontro de Tecnologias
Senhoras, senhores, autoridades o qual compõem a mesa e
demais autoridades já nominadas
pelo protocolo.
Bom dia!
tabilidade (socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente
correto);
2 - Oferta de alimentos de qualidade para a população com aumento no consumo de carne. Temos que
investir na imagem do produtor rural
através de ações de marketing , enfatizando–o como um dos principais elos
da cadeia produtiva do nosso País;
Este é o 24º Encontro de Tecnologia para a Pecuária de Corte promovido por este sindicato.
E temos a satisfação de receber
e agradecer aos nossos palestrantes:
Eduardo Riedel, João Pedro Cuthi Dias,
Rodrigo Spengler, Cláudio Haddad,
Ocimar Vilela, Alberto Soares, todos
os funcionários deste sindicato e nossos patrocinadores.
O primeiro Encontro de Tecnologia
foi de iniciativa do Dr. Hélio Coelho, na
época presidente do sindicato, a quem
temos muito a agradecer.
Evoluimos. Estamos no 24º Encontro, que tem como objetivo apresentar informações e conhecimentos
de novas tecnologias, fortalecendo a
imagem do produtor rural e o nosso
estado, como um dos maiores produtores de alimentos do brasil.
Visamos:
1 - Aumento de produtividade e
hoje mais do que nunca com susten-
3 - Melhor remuneração para os
produtores e seus empregados;
O mercado esta cada vez mais exigente, e com toda a tecnologia que
utilizamos no campo, precisamos de
empregados mais qualificados e para
isso é importante o incentivo à educação e saúde, principalmente para os
filhos, motivando as famílias a permanecerem no campo;
todos nesse Congresso.
É o momento ideal para mostrarmos ao mundo, que produzimos ali6 - Quero aproveitar para convidámentos de qualidade com seriedade.
los para o Congresso Internacional da
Carne, que acontecerá nos dias 08 e 09 Como diz a nossa presidente da CNA
de junho de 2011 em Campo Grande, Kátia Abreu: a mão que planta é a mesno Centro de Convenções Rubens Gil ma que protege.
de Camilo.
Com certeza sediaremos o maior RUY FACHINI FILHO
evento de agronegócio do brasil.
PRESIDENTE DO SINDICATO RURAL DE CAMPO
Solicito o apoio e participação de GRANDE
a importância de atualizar o código
para os dias de hoje;
4 - E a atenção com o meio ambiente, preservando cada vez mais os
recursos naturais;
5 - Estamos vivendo momentos difíceis e um deles é a expectativa para a
votação do novo Código Florestal. Nos
mobilizamos e reunimos 800 produtores de MS junto com os 24.200 produtores de outros estados, em Brasília,
mostrando aos nossos parlamentares
I N F O R M E
gropecuário
i n f o r m e a g r o p e c u a r i o @ t e r r a . c o m . b r
|
Conselho Fiscal
Laucídio Coelho Neto
Abílio Leite Barros
Antônio de Moraes Ribeiro Neto
O Sindicato Rural de Campo Grande agradece a colaboração das seguintes
pessoas e instituições, na elaboração desta edição do Informe Agropecuário: Embrapa-Gado de Corte, Dr. Eduardo Leal Jardim, Embrapa-Centro de Pesquisa Agropecuária do Oeste (Dourados), Eduardo Riedel, presidente da Famasul (Federação
da Agricultura e Pecuária de MS), Embrapa-Pantanal, Senar-MS, Kátia Abreu (CNA),
João Pedro Cuthi Dias, Cláudio Haddad, Ocimar Vilela, Secretária Tereza Cristina
(Seprotur), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Milton Folino,
Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite de MS (Conseleite), Valdrido M.
Chaves, Luiz Orcírio Fialho de Oliveira, Lucas Abes Xavier (OAB-MS), Flávio Corrêa,
Gladys Moreira Espíndola Rachel, José Lemos Monteiro, Otávio Splengler, Alberto
Ribeiro de Almeida Cunha Soares, Marcela Lemos Monteiro e Wilson Iggi.
COLABORE VOCÊ TAMBÉM
Participe você também enviando críticas, sugestões, análises do conteúdo divulgado, artigos, crônicas e comentários. Fale com a produção: (67) 3042-7587 ou pelo
email: [email protected] | Nosso site: www.srcg.com.br
MALA DIRETA POSTAL
CONTRATO ECT/DR/MS
E SINDICATO RURAL DE CG
CONTRATO Nº 2204060234
Informativo oficial do Sindicato
Rural de Campo Grande-MS
w w w. r u r a l c a m p o g r a n d e . c o m . b r
SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE - TRIÊNIO 2010/2013
Presidente
RUY FACHINI FILHO
Oscar A. Vianna Stuhrk - 1º Vice-Presidente
Carlos Eduardo F. Dupas - 2º Vice-Presidente
Maria Eduarda C. da Costa Thedim - 1ª Secretaria
Bernhard Bunning - 2º Secretário
Rodolfo Vaz de Carvalho - 1º Tesoureiro
Thiago Arantes - 2º Tesoureiro
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO
Delegados Representantes:
José Lemos Monteiro
Ruy Fachini Filho
Fone: (67) 3341-2696 - 3341-2151
RUA RAUL PIRES BARBOSA, 116
B. MIGUEL COUTO – CAMPO GRANDE – MS
EDITOR:
JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS
[email protected]
Departamento Comercial
ANA RITA BORTOLIN - 9604-6364
(67) 3026-5014 | 3042-7587
Produção:
VIA LIVRE COM. E AGROMARKETING
(67) 3042-7587
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Jd. América – Parque Laucídio Coelho
Campo Grande - MS
TIRAGEM:
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Jornalística Ltda
Envie artigos, textos, comentário e sugestões
para o Informe Agropecuário, para o e-mail
Data de entrega de matérias:
30 de cada mês.
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Circulação:
Dia 5
4
MEIO AMBIENTE
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Pico da cheia de 2011 vai inundar cerca de 23% do Pantanal
Q
uando a cheia de 2011 chegar ao máximo previsto pela régua de Ladário, a
área inundada no Pantanal pode atingir
mais de 35 mil km², ou seja, uma área maior que
o Estado de Alagoas. A informação foi gerada
pelo Sismonpan (Sistema de Monitoramento do
Pantanal), tecnologia recém-disponibilizada pela
Embrapa Pantanal. Trata-se de um sistema de alerta para cheias e secas no Pantanal, que poderá
auxiliar produtores rurais na tomada de decisões
e minimizar prejuízos.
Para quem não sabe, o Pantanal convive
todos os anos com os chamados pulsos de inundação. Em determinada época do ano a planície
fica inundada e, em outra, seca. Em função desse
ciclo, a pecuária (principal atividade econômica da
região) teve que se adaptar à natureza. Na época de enchente, às vezes é necessário deslocar o
gado das áreas mais baixas para as regiões mais
altas. É uma decisão difícil para o pecuarista, pois
envolve gastos e riscos para o rebanho.
Para amenizar este problema, o pesquisador
Carlos Roberto Padovani obteve como produto de
sua tese de doutorado o Sismonpan. Ele explica
que as informações já estão disponíveis, mas o
acesso será facilitado a partir de sua informatiza-
ção, que já está sendo planejada.
Padovani concluiu o doutorado na Esalq/USP
(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
da Universidade de São Paulo) no final do ano
passado. O título do trabalho é “Dinâmica espaço-temporal das inundações no Pantanal” e a
orientação foi do professor doutor Carlos Alberto
Vettorazzi.
O planície pantaneira tem aproximadamente
150 mil km² e o cenário traçado para a cheia atual
indica que pelo menos 23% dessa área estará debaixo d’água quando for registrado o nível máximo
do rio Paraguai em Ladário. Para chegar a esses
resultados, os cálculos levaram em conta dados de
geotecnologia, climáticos e hidrológicos, considerando um conjunto maior de informações além da
régua de Ladário. Essa régua, mantida pela Marinha do Brasil, é utilizada desde 1900 para acompanhar o nível do rio Paraguai no município.
Padovani utiliza outras estações que medem
o nível do rio distribuídas por todo o Pantanal,
além de dados de mapas e chuva, também espacialmente distribuídos por toda a bacia. O sistema
vai “aprendendo” com cada cheia e seca.
O nível de cheia do rio Paraguai previsto para
esse ano pela Embrapa Pantanal (Corumbá-MS),
Cursos de MAIO - Senar
Curso: Inventário, poda e desbaste em
cultivo florestal.
Data: 02/05 a 04/05/2011
Local: Rochedo
Educador: Marcondes
Vagas: 15
C.H. : 24 h
Curso: Adestramento (Rédeas)
Data: 03/05 a 07/05/2011
Local: Rancho WF
Educador: Antônio Carlos
Vagas: 15
C.H.: 40h
Data: 23/05 a 25/05/2011
Local: Três Barras
Educador: Brasilina
Vagas: 12
C.H.: 24h
Curso: Beneficiamento e transformação
da mandioca
Data: 26/05 a 28/05/2011
Local: SRCG
Educador: Brasilina
Vagas: 15
C.H.: 24h
Curso: Beneficiamento e transformação
da mandioca
Data: 09/05 a 10/05/2011
Local: Corguinho
Educador: Brasilina
Vagas: 15
C.H.: 24 h
Curso: Implantação e manejo básico de
horta
Data: 30/05 a 01/06/2011
Local: Escola Agrícola Barão
do Rio Branco
Educador: Paulo
Vagas: 15
C.H.: 24h
Curso: Como Produzir leite de qualidade
Data: 19/05 a 20/05/2011
Local: Núcleo Girolando
Educador: Carmem
Vagas: 15
C.H.: 16h
Curso: Fabricação caseira dos derivados
do leite
Curso: Aplicação de medicamentos em
bovinos
Data: 31/05 a 02/06/2011
Local: Rochedo
Educador: Manoel
Vagas: 12
C.H.: 24h
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é de 5,53
metros. Mas este índice não está contemplado no
banco de dados de 2000 a 2009, utilizado pelo Sismonpan. Ou seja, não aconteceu esse nível, nesse
período. Então o nível mais próximo foi o de 5,37
metros, registrado em 10 de junho de 2006. Com
base nesse histórico, o pesquisador traçou o cenário mais próximo de inundação para 2011.
DIVULGAÇÃO
O Sismonpan já foi concebido, segundo Padovani. Agora ele tem se reunido com representantes
da Embrapa Informática Agropecuária, de Campinas (SP), e da Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas), para desenvolver a informatização do
sistema que permitirá aos interessados e afetados
pelas inundações acesso a essas informações por
meio da internet.
“As informações podem ser veiculadas por
diversos meios de comunicação para informar entidades de classe (sindicato rurais, comunidades
de pescadores), o poder público e outros públicos
de interesse. É interessante que essa informação
circule também em programas de rádio, muito po-
pulares e de grande alcance no Pantanal”, disse o
pesquisador.
ETAPAS
Na prática, o sistema de monitoramento
funciona em etapas. Começa com a aquisição
dos dados, passa pelo processamento, análises e
atualização do banco de dados. Em seguida essas
informações vão para um sistema computacional,
onde vai ocorrer a interação com o usuário. O Sismonpan prevê ainda as comunicações e alertas e
um retorno dos usuários para que a tecnologia
possa ser constantemente melhorada.
Padovani explica ainda que o sistema também será bastante útil ao traçar cenários de seca.
Assim como a cheia, uma estiagem prolongada ou
drástica pode afetar a pecuária pantaneira. Por
meio do estudo de imagens e de dados da chuva,
o pesquisador consegue levantar as áreas com
maiores riscos de incêndio.
“O sistema é aberto para incluir outras informações, como outras imagens de satélite, dados
de vazão, etc, podendo ser aperfeiçoado mais
e mais à medida que novas tecnologias possam
ser empregadas para gerar novos dados”, explica
Padovani.
Sindicato promove encontro com a
comissão de assuntos agrários da OAB
O Sindicato Rural de Campo Grande promoveu mais uma edição de seu já tradicional café
da manhã com entidades e, desta vez, reuniu a
diretoria com membros da Comissão de Assuntos
Agrários e Agronegócios da OAB-MS (Ordem dos
Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul). Segundo o presidente do SRCG, Ruy Fachini Filho, a
intenção de colocar as duas instituições na mesma
mesa é por a comissão da OAB a par de preocupações que afligem o setor rural e, com isso envolver
os advogados na busca por soluções. A comissão
de Assuntos Agrários é presidida pelo advogado
Lucas Abes Xavier.
De pronto, a diretoria do sindicato rural já
expôs a preocupado da entidade com a questão
dos ônus gerados pelas enchentes no Pantanal,
aquelas perdas em que o produtor rural está
tendo dificuldades para conseguir reparação
ou ressarcimento. Além disso, como é época
de vacinação contra aftosa, a entidade também
manifestou sua preocupação a partir de matéria
veiculada na revista DBO, em que especialista
alerta para risco de manipulação de vírus exótico
ao continente americano para produzir vacinas
contra febre aftosa na Argentina, o que estaria
colocando em risco a sanidade animal em toda a
América do Sul. Este mês o MS vacinará todo seu
rebanho com um custo mais alto.
O diretor do Sindicato Rural de Campo Grande José Lemos Monteiro, produtor rural pantaneiro, explicou aos presentes os mecanismos de
cheia e seca do Pantanal, o que obriga os pecuaristas da região a enfrentar sérias dificuldades para
sobreviver naquele ecossistema, que possui um
rebanho bovino estimado entre 17 e 18 milhões
de cabeças, com um desfrute de 4 milhões/ano.
Corumbá tem o título de município brasileiro com
maior rebanho de bovinos de corte do País.
A cheia deste ano, que acabou trazendo também enchentes de proporções históricas para o
Pantanal provocou um prejuízo incalculável para
os produtores rurais. Serão necessários vários meses para se chegar a um cálculo que determine
a dimensão do dano causado pela cheia e pelas
enchentes. Além da dificuldades enfrentadas para
retirar o gado das áreas alagadas, os pecuaristas
estão tendo dificuldades para captar recursos para
reinvestir na atividade. Os bancos não financiam
demandas como construção de estradas, cercas,
e outras necessárias.
O presidente da comissão da OAB, Lucas
Abes Xavier, colocou a seccional da Ordem dos
Advogados à disposição do Sindicato Rural de
Campo Grande, assim como sugeriu que a entidade promova uma assembléia e discuta com os
associados as dificuldades enfrentadas, por ordem de prioridades, para que sejam encaminhada
uma discussão com a Ordem e assim se busque
soluções no âmbito extra-judicial ou, se for caso,
no âmbito judicial. Lucas lembrou que a OAB tem
comissões como a do Meio Ambiente, que podem
agasalhar discussões mais específicas.
EVENTOS DO SINDICATO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
5
Treinamento ensina a
trabalhar alimentos
O
VIA LIVRE
Sindicato Rural de
Campo Grande sediou entre os dias
12 e 14 de abril um importante treinamento para produção de frutas e hortaliças
em alimentos cristalizados,
geléias e molhos, entre outros produtos.
Segundo a instrutora
do curso, Roseleine Carlotto Portalete, o treinamento
atende uma grande demanda de mulheres que estão
no campo e podem agregar
Cursou ensinou as boas práticas na manipulação dos alimentos
valor a diversos tipos de
produtos. “Envolvemos as
cidadania. Também são tratados temas como
pessoas para que elas consigam agregar valor
higiene e limpeza, boas práticas na fabricação
ao produto, aproveitando melhor sua própria
e normas de segurança no trabalho.
produção agrícola, com abordagem em higiene e
Outros assuntos interessantes e ligados à
manipulação de alimentos e foco na conservação
produção de alimentos são trabalhados como a
do produto”, contou.
alimentação saudável, seus nutrientes, planejaO conteúdo programático do treinamento
mento de refeições, conservação dos alimentos
aborda medidas de segurança no trabalho, meio
através de refrigeração e congelamento, higieambiente, novas exigências profissionais e de
nização de hortaliças e frutas,medidas caseiras
SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE
EDITAL DE CONVOCACÃO
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
O Presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, no uso de suas atribuições legais,
convoca os associados quites e em pleno gozo de seus direitos sindicais a comparecerem
à Assembléia Geral Extraordinária no próximo dia 15 de Agosto de 2011, às 16:00 horas
em primeira convocação, com maioria absoluta dos associados e, se não houver quorum, às 17:00 horas em segunda e última convocação, com necessidade de garantia de
maioria absoluta dos associados quites para aprovação do item “a” da pauta, a ocorrer
na sede da Entidade – av. Raul Pires Barbosa nº 116, bairro Miguel Couto, nesta cidade,
para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia.
a) Transferência de um imóvel urbano na cidade de JARAGUARI- MS, para o Sindicato
Rural de Jaraguari.
Campo Grande-MS , 02 de MAIO de 2011.
RUY FACHINI FILHO
Presidente
6
EVENTOS DO SINDICATO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Declaração de estoques vai substituir a DAP
Na última semana do mês de abril, o
Sindicato Rural de Campo Grande promoveu
uma palestra sobre a declaração de estoques
efetivos dos animais vivos e bubalinos, em
substituição à Declaração Anual do Produtor,
que deve ser feita entre 1º de maio e 15 de
junho. A palestra foi ministrada pela diretorapresidente do Iagro, Maria Cristina Carrijo.
A nova declaração vai fazer com que
uma única declaração sirva de documentação tanto para a Secretaria de Fazenda- Sefaz,
quanto para a Iagro. “Os produtores rurais
deverão declarar, no período de 1º de maio
a 15 de junho de 2011, os estoques efetivos
dos animais bovinos e bubalinos existentes
em cada um de seus estabelecimentos pecuários, será feito normalmente com especificações por espécie, sexo e idade de cada
rês. As informações servirão para controle
fiscal da Sefaz e controle sanitário da Iagro”,
explicou Carrijo.
Publicada no último dia 17 de abril no
Diário Oficial do Estado, a lei faz parte de um
conjunto de medidas de apoio e modernização
do setor produtivo. “O processo vai fazer com
que haja uma troca do cartão do produtor por
um cartão magnético que vai conter todos os
dados da propriedade rural. Com o dispositivo
eletrônico o pecuarista poderá emitir a Guia
de Trânsito Animal Eletrônica”, disse Carrijo,
lembrando que o sistema eletrônico é inteligente e só dá seqüência aos procedimentos
quando não há erro no preenchimento.
“A grande novidade este ano é que para
facilitar a contagem dos animais, a vacinação
de todo o rebanho contra a febre aftosa foi
fixada para o mês de maio de 2011 e em novembro acontece a imunização dos animais
de 0 a 24 meses, ao contrário do que ocorre
normalmente”, explicou.
Após o período concedido à entrega
das declarações, a Iagro vai realizar o registro de movimentação de animais bovinos e
bubalinos na ficha sanitária ou emitir a GTA
somente para o produtor rural que tenha en-
tregue a declaração, exceto quando se tratar
de animais gordos para abate.
A Declaração de Estoque Efetivo de Bo-
vinos e Bubalinos vai substituir a Declaração
Anual do Produtor - DAP, entregue pela última
vez em fevereiro de 2011.
Seprotur fala de avanços na pecuária no Sindicato
VIA LIVRE
O Sindicato Rural realizou no mês de abril importantes palestras, no qual apresentou dois importantes instrumentos para o setor produtivo de Mato
Grosso do Sul, o Proape – Programa de Avanços da
Pecuária e o Programa Novilho Precoce.
Quem ministrou a palestra sobre o Proape foi
o médico veterinário Flávio Corrêa, coordenador
de Agronegócios da Pecuária da Seprotur, ele explicou que o programa foi criado pelo Governo do
Estado de Mato Grosso do Sul, para promover o
desenvolvimento da pecuária sul-mato-grossense,
com produtos de qualidade, resultantes de cadeias
produtivas competitivas, socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis.
“É importante que os produtores rurais conheçam e participem do Proape, que apoia vários
programas que foram criados a partir de sua atuação. Neste contexto, apoiamos muitos programas,
como Novilho Precoce, Leitão Vida, Cordeiro de
Qualidade e Peixe Vida”, disse Flávio Corrêa, lembrando que para participar das ações o produtor
rural precisa procurar a Seprotur.
Posteriormente a coordenadora do programa
Novilho Precoce da Seprotur, a médica veterinária Gladys Moreira Espíndola Rachel,falou sobre
os incentivos oferecidos dentro do programa que
começou em 2011 com uma meta de avançar na
qualidade dos bovinos abatidos e na renda do produtor, que chegou a receber em média R$ 36,00 a
mais por cada um dos 321,97 mil animais abatidos
e classificados no Novilho Precoce MS em 2010.
“Os números são bastante expressivos e mostram a qualidade técnica do programa que apoia a
criação de bovinos de qualidade e conformidade.
Além disso, aumenta a taxa desfrute, desenvolve e
conquista mercado e promove o desenvolvimento
da cadeia produtiva”, explicou Gladys, ao falar a
respeito da padronização dos animais e os benefícios alcançados pelo programa.
A palestrante explicou também que o trabalho no programa também credencia os frigoríficos
para o abate do Novilho Precoce. “No trabalho,
também credenciamos as plantas frigoríficas
e fazemos a inserção de tecnológicas de boas
práticas”, disse, lembrando que a classificação e
tipificação de carcaças é feita por médicos veterinários da Seprotur e da Superintendência Federal
da Agricultura.
Segundo a Seprotur, nos últimos quatro anos
o incentivo concedido aos pecuaristas credenciados foi de R$ 33,5 milhões. Neste mesmo período o volume de animais abatidos e classificados
somou cerca de 1,2 milhões de cabeças. A média
de incentivo pago ao produtor entre os anos de
2007/2010 foi de R$ 31,20 por animal.
Ainda no intervalo entre 2007 a 2010 foram
abatidos nos 27 frigoríficos credenciados no Estado, aproximadamente 1,5 milhão de animais.
Desses, foram classificados como precoce 77,6%,
um volume de 1,2 milhões de bovinos que somaram um incentivo de R$ 33.507.336 milhões
repassados aos pecuaristas credenciados (atualmente estão cadastradas no programa 4.366
propriedades).
A avaliação mostra também que no período
pesquisado que dos animais abatidos e classificados como precoce o maior índice é de machos,
em torno de 927 mil cabeças, enquanto o abate
de fêmeas somou pouco mais de 254 mil. A média
de incentivo pago por animal (macho) entre os
Flávio Corrêa explica aos produtores rurais as vantagens dos incentivos concedidos pelo Proape
últimos quatro anos foi de R$ 31,20, enquanto o
peso médio dos animais (macho) foi de 17,77@
(arrobas). Só em 2010 o incentivo pago foi de R$
10,8 milhões, período em que a média de incentivo
por animal (macho) foi de R$ 36,12 com um peso
médio (macho) de 18,20@ (arrobas).
“A diminuição na idade de abate nos últimos
anos foi um importante avanço, assim como os critérios para remuneração”, afirmou Gladys durante
a palestra ao mostrar os dados correspondentes,
“animais com dente de leite – não castrado, o
prêmio foi de R$ 47,00 em 2010, com dente de
leite e castrado, R$ 38,86, com dois dentes – não
castrado, R$ 35,02, com dois dentes – castrado e
R$ 23,28 para os animais que possuíam quatro
dentes”, explicou.
Em termos de incentivos fiscais passados aos
produtores, os valores incidem sobre a dedução
no valor do ICMS, respeitando a maturidade, é
concedida redução de 67% do ICMS para animais
com apenas dentes de leite, redução de 50% em
animais com no máximo dois dentes permanentes,
sem a queda dos primeiros médios, e redução de
33% para animais com no máximo quatro dentes
permanentes e castrados, sem a queda dos segundos médios.
RURALISMO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
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Zeito é candidato à presidência da Acrissul
C
om uma larga experiência de vida dedicada à causa ruralista, o produtor rural
José Lemos Monteiro – o Zeito como é
mais conhecido – é oficialmente candidato à
presidência da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), onde já foi diretor
e conselheiro em vários gestões, desde 1980.
A eleição ocorre no início de junho em Campo
Grande e o candidato traz em sua chapa, na
condição de candidato na vaga de vice-presidente o pecuarista e empresário Oswaldo
Possari, proprietário da empresa Sete Estrela
Embriões. O anúncio da candidatura oficial foi
feita na manhã de terça-feira, 3, em entrevista ao Informe Agropecuário, quando também
anunciou os principais pontos de seu programa
de gestão junto à entidade, caso seja eleito.
Segundo Zeito, os produtores rurais de
Mato Grosso do Sul passam por um momento
delicado, com um alto índice de pastagens degradadas e ainda enfrentam sérias dificuldades
no mercado, dificuldades essas causadas pela
alta concentração das indústrias frigoríficas,
que ditam as regras na hora de comprar gado.
A degradação de pastagens traz prejuízo duplo
para a pecuária: além do alto custo para recuperação, o problema compromete a produtividade
na engorda. Atualmente ele é coordenador da
Comissão de Pecuária de Corte e também 3º
secretário da Famasul.
“As entidades de defesa dos interesses do
agronegócio precisam trabalhar harmonicamente no sentido de apoiar as reivindicações
da classe e também na busca por melhores
condições na hora de produzir”, ressalta Zeito.
Para ele, o sistema sindical e as entidades ruralistas precisam estar alinhadas para recompor
suas forças e investir num esforço conjunto na
luta por objetivos comuns – principalmente
ARQUIVO
As propostas do candidato
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Zeito: “Vamos unir a tradição ao futuro”
apostando na diversidade econômica do setor
primário de Mato Grosso do Sul. José Lemos
Monteiro, que é engenheiro agrônomo por formação cria, recria e engorda em propriedades
nas regiões do Pantanal e também no Planalto,
onde realiza inclusive trabalhos de cruzamento
industrial, melhoramento genético e confinamento. “É nas exposições que o gado ganha
sua expressão máxima na hora de mostrar um
trabalho de melhoramento genético. Foi nas
pistas da Expogrande que consolidou-se a inquestionável qualidade do rebanho sul-matogrossense”, ressalta.
São 60 membros na chapa encabeçada por
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Manter e conservar o patrimônio
existente;
Incrementar políticas de interesse
à classe produtora;
Trabalhar harmonicamente com
as entidades locais;
Incentivar jovens a participar do
quadro associativo;
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Preservar a cultura e as tradições
sul-mato-grossenses;
Organizar viagens para conhecer
exposições e organizações rurais
de outros países (cada um
pagando seus custos);
Organizar cursos técnicos
voltados para a melhoria da mãode-obra rural;
Organizar programas visando a
degradação zero de pastagens;
Ampliação da Expo MS
(outubro), transformando-a
em exposição de gado criado
no sistema rústico;
Zeito. Além do vice-presidente Oswaldo Possari,
o convite para os outros componentes partiu
com base em critérios como a valorização da
tradição e a inserção de jovens e novos pro-
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Preços diferenciados para
sócios na locação de argolas
e estandes durante as
exposições;
Incentivo aos esportes rurais
como hipismo e laço, com
vantagens nos preços
para associados;
Projeto e possível construção
de um mega-pavilhão, nos
moldes do Centro de
Convenções Albano Franco, que
serviria para a realização de
shows (com isolamento
acústico) e para feira de gado
(in door);
Continuar os bons projetos
de diretorias anteriores;
Atrair as famílias dos associa
dos em diversos eventos;
Construir parcerias público/
privadas visando trazer para
o produtor rural a responsabilidade da fiscalização da
produção;
Readequação do manejo
do Parque.
dutores rurais. “Estamos investindo para aliar
pessoas ligadas às raízes da agropecuária e com
um olhar para o futuro. Mas os objetivos são
comuns”, finaliza o candidato à Acrissul.
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24º ENCONTRO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Eduardo Riedel fala de sucessão familiar no 24º Encontro
“N
ão há um modelo único. Cada família é uma família”. Esse foi o tom da
palestra Sucessão Familiar, proferida
pelo presidente da Federação da Agricultura e
Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel, na
manhã de segunda-feira (18), na sede do Sindicato Rural de Campo Grande. A palestra abriu
o 24º Encontro de Tecnologias para Pecuária de
Corte, promovido pelo Sindicato.
Na palestra, Riedel destacou a aplicação
dos preceitos da governança corporativa nos
empreendimentos rurais, a partir da adaptação
do conceito de que ela garante alinhamento de
interesses entre todos os elementos responsáveis pelo negócio. “A governança corporativa envolve comunicação e transparência de maneira
formalizada. Mas não existem modelos prontos”,
ressaltou. Determinante no futuro dos negócios
rurais, a divisão ou não da propriedade entre os
herdeiros é um dos aspectos que requer mais
consideração entre os sócios. “O grande ativo da
agropecuária é seu patrimônio. A idéia de divisão
nem sempre é o melhor caminho”, afirmou.
O presidente da Famasul enfatizou que o
perfil de empreendimento rural de cada família
e dos sócios são dois dos principais fatores que
devem ser considerados na hora de pensar a
propriedade como um negócio. Por isso muitas
vezes há necessidade do buscar apoio de profissionais da área, inclusive para observação dos
aspectos legais. “Não adianta ser muito criativo
e inventar grandes fórmulas se não se observa a
questão legal. Direito adquirido é direito adquirido”, destacou.
Além de contextualizar o tema, Riedel trouxe
a experiência pessoal na Fazenda Sapé e da empresa da família, a Sapéagro, situadas em Maracaju. Durante o debate que se seguiu à palestra,
o dirigente enfatizou a necessidade de convergir
os esforços de Famasul, Sebrae e Serviço Nacional da Aprendizagem Rural (Senar/MS) para levar
aos produtores informações e orientações sobre
o tema.
A palestra está inserida nos objetivos do curso “Governança e sucessão familiar: transformando herdeiros em sócios”, formação oferecida pela
Famasul em módulos A 24ª edição do Encontro de
Tecnologias para Pecuária de Corte aborda temas
que envolvem a produção e a tecnologia voltada
para a carne bovina. O evento foi realizado pelo
Sindicato Rural de Campo Grande com o apoio
Famasul e do Senar/MS.
FOTOS VIA LIVRE
Eduardo Riedel, presidente da Famasul: “O grande ativo da agropecuária éseu patrimônio”
Auditório lotado acompanha com atenção temas discorridos durante o Encontro de Tecnologias
24º ENCONTRO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Encontro aborda mercados de commodities
O
24º Encontro de Tecnologia da Pecuária
de Corte reunião centenas de produtores, acadêmicos de cursos voltados para
o agronegócio e representantes do setor, que tiveram acesso há informações e debateram com
especialistas temas do setor.
Entre os participantes do Encontro, João
Pedro Cuthi Dias, consultor da BM&F/Bovespa,
tratou de um assunto no qual os produtores rurais podem encontrar um norteamento para aumentar a rentabilidade e ter garantia dos preços
a serem negociados. “É importante frisar que a
bolsa é uma maneira segura de se negociar as
commodities, a produção. Possui diversos atores e o produtor rural precisa se utilizar desta
ferramenta para melhorar os seus negócios e
ter maiores certezas em relação aos valores que
negocia, partindo de um simples travamento de
preço”, garantiu.
O palestrante apontou alguns argumentos
para sustentar os indícios de que a tendência de
consumo de carnes não vai parar de aumentar.
“Podemos apontar alguns produtos que desde
1990 tiveram um grande aumento de demanda
e, consequentemente, de produção: a soja, por
exemplo, aumentou 120% o milho, 70%. Estes dois
produtos são utilizados para produção de proteína
animal, outros produtos como arroz, feijão e trigo,
tiveram aumento menos consistentes”, contou.
Entre os fatores levantados, também se destacaram o crescimento de grandes áreas urbanas,
como na China e na Índia, que a população deixa
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VIA LIVRE
Para o palestrante João Pedro Cuthi Dias é preciso que o Brasil exporte carne de melhor qualidade para mercados mais expressivos
de ser rural e procura as cidades para ganhar mais
e, automaticamente, se alimentar melhor. “A China
principalmente só vai aumentar sua necessidade
de consumo, por outro lado, no caso da proteína
animal, Austrália, Estados Unidos e Europa, não
conseguem aumentar seu padrão de produção,
por isso o mundo aponta para a América do Sul,
principalmente Brasil e Argentina”, explicou, lembrando que a situação do país vizinho se complicou nos últimos anos por conta do abastecimento
interno.
Para o consultor o Brasil tem que exportar
carne de melhor qualidade para mercados mais
expressivos. “Temos exportado muita carne de
dianteiro, miúdos bovinos, precisamos exportar
carne de traseiro, com melhor valor agregado e
com isso, ganhar mercados mais sofisticados e com
isso, maior rendimento”, explicou João Pedro.
Encontro contou com palestra sobre confinamento
São muitas as vantagens ao se utilizar o
confinamento para bovinos de corte. Este foi
um dos temas tratados durante o 24º Encontro para Pecuária de Corte, promovido pelo
Sindicato Rural de Campo Grande. Quem
explicou para o público como estruturar a
iniciativa de maneira sustentável foi Otávio
Spengler, médico veterinário.
Spengler explicou que um confinamento
possui atribuições relevantes para diminuir os
custos e os impactos da pecuária de corte. “A
atividade diminui os o ciclo da pecuária, reduz a necessária de área, além de causar um
efeito de redução dos gases de efeito estufa,
em torno de 30%”, disse.
Para o veterinário um dos fatores competitivos que tornam o confinamento mais
interessante, também pelo efeito de impacto
ambiental, é que o mesmo permite encurtar ou extinguir etapas pouco eficientes da
pecuária de corte. “Entre as vantagens que
podemos citar, está o encurtamento de etapas que tornam o processo mais eficiente
energética, melhor acabamento de carcaça,
além da possibilidade de entrar em progra-
Spengler: Confinamento possui atribuições relevantes para diminuir custos da pecuária de corte
mas que visam a excelência na produção de
carne bovina, como os programas do Novilho
Precoce e do frigorífico Marfrig”, explicou, ao
ressaltar os mercados mais diferenciados.
Um dos argumentos utilizados por Spengler, está relacionado taxas de abate nos prin-
cipais países produtores do mundo. “Entre os
países relacionados, se destacam os Estados
Unidos – 37%, União Européia – 34%, Austrália – 32%, Canadá - 29%, Argentina – 26% e o
Brasil com 22%. O Brasil é o único que pode
crescer com o mesmo rebanho, sem precisar
para isso aumentar o número de animais,
apenas empregando mais tecnologia”, disse,
defendendo o confinamento como uma das
mais eficazes ferramentas de trabalho para
atuar com a questão.
Para estruturar um confinamento o palestrante disse que para se iniciar é necessário ter um alto controle e gestão sobre o
trabalho e saber exatamente o que a propriedade dispõe de recursos. “É ideal que a
propriedade a ser selecionada para abrigar
um confinamento esteja em uma região entre
áreas produtoras de grãos e de gado magro.
Também são necessários currais de manejo,
de engorda, armazenagem e processamento
de matéria prima, produção de volumosos,
mão-de-obra, canais de drenagem para dejetos, controles gerenciais e licenciamento
ambiental”, disse.
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24º ENCONTRO
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Paulo Haddad aborda sustentabilidade na pecuária
FOTOS: VIA LIVRE
T
ambém durante o Encontro de Tecnologias
para Pecuária de Corte o assunto sustentabilidade foi tratado dentro do contexto da
atividade rural, com o professor Cláudio Haddad,
Cláudio Maluf Haddad, engenheiro Agrônomo,
doutor em Solo e Nutrição de Plantas pela Esalq.
Haddad começou sua palestra conceituando
o que é a sustentabilidade: “Forma de desenvolvimento que atende às necessidades do presente,
sem comprometer o futuro”, explicou, lembrando
que é necessário ter equilíbrio ao falar de preservação e desenvolvimento. “Apenas o fator econômico gera radicalismo, só o ambiental retrocessos”,
afirmou.
O palestrante explicou que muitas práticas
evitam grandes impactos e não detêm o avanço
da produção. “Há diversas ações que não possuem
custo ou necessidade de investimento e que melhoram de forma efetiva a relação do homem com
o campo. É apenas uma questão de rompimento
com o que se fazia, culturalmente e, às vezes, por
desconhecimento”, disse Haddad.
Haddad explicou também como é mensurado o choque do homem em relação ao meio ambiente. “Chamamos de pegada ecológica, quanto
maior o uso de recursos naturais, maior a pegada.
A média mundial, por exemplo, é de 2,7 hectares,
fator que poderia sustentar 5 bilhões de pessoas.
Se o consumo fosse como nos Estados Unidos, que
têm pegada de 7,9 hectares, só poderíamos ter 1,7
Para Cláudio Haddad, sustentabilidade é a forma de desenvolvimento que atende o presente sem comprometer o futuro
bilhão de pessoas no planeta. Quanto mais rico,
maior o consumo”, afirmou.
Ao final, o professor apresentou exemplos.“
Sustentabilidade é um bom negócio, há diversas
iniciativas que conseguem ganhar repercussão e
grande lucratividade exatamente por conta deste
fator”, contou Haddad, explicando que o conceito
é o processo de conhecimento de que existe uma
alternativa interessante, em resposta ao que vem
sendo praticado há muito tempo, “simplesmente
são alternativas que melhoram o procedimento
sem perder a rentabilidade”.
“Sustentabilidade do Brasil é a melhor
do mundo”, afirma palestrante
Outra palestra que causou grande repercussão no Encontro de Tecnologias de 2011
foi a do zootecnista Ocimar Vilela, que falou
sobre o tema sustentabilidade na pecuária e
trouxe dados importantes para a economia
nacional.
Uma das defesas feitas pelo palestrante é
que cada bioma brasileiro deve ter isonomia
para julgar e avaliar as melhores formas de se
produzir e preservar. “Somos o país que melhor trabalha com sustentabilidade no mundo.
O primeiro passo é nos conscientizarmos do
fato e, posteriormente, ter o reconhecimento
fora, pois a defesa dessas conquistas e características precisa acontecer em todas as frentes
que representam o Brasil”, disse Ocimar.
O palestrante explicou ainda a evolução
do rebanho bovino brasileiro. “Em 1970 o rebanho do país era de 76 milhões de cabeças,
com 9,5 milhões de abates inspecionados e
exportava 124 mil toneladas. Em 2009/10 havia 198 milhões de cabeças, com 28 milhões
de abates com inspeção”, explicou.
Ocimar destacou também a situação das
Ocimar Vilela, zootecnista: “Somos o País que melhor trabalha com sustentabilidade no mundo”
pastagens brasileiras. “Hoje nossa área de pastagem se encontra com 38% avaliada como
positiva, 20% com degradação moderada, 20%
leve e 20% com degradação severa. Precisamos
atuar na recuperação, fator que vai trazer mais
sustentabilidade e resultado”, explicou.
Outros fatores ligados ao tema sustentabilidade foram abordados pelo palestrante, entre
eles os elementos ligados ao desmatamento.
“Há muitos atores neste contexto. Para se ter
uma idéia, 15% do desmatamento é feito em
fazendas de 50 a 500 hectares, enquanto 80%
de todo o desmatamento em propriedades com
menos de 50 hectares”, explicou.
“Temos que nos unir em torno da causa
que o país trabalha com a melhor sustentabilidade do mundo, nossas taxas de desmatamento caem de forma muito forte, mas o resto
do mundo, principalmente, União Européia e
Estados Unidos, não reconhecem, por conta
das ONG’s estrangeiras que recebem recursos
financeiros para fazer denúncias infundadas em
relação ao Brasil”, declarou Ocimar.
O palestrante afirmou ainda que as mudanças climáticas possuem diversos atores.
“Precisamos de sistemas de desenvolvimento
que contemplem as necessidades dos brasileiros, conservando a floresta amazônica e outros
biomas importantes para o Brasil, sem que isso,
pare o País”, disse.
24º ENCONTRO 11
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Palestra esclarece obrigações da NR 31
O
engenheiro agrônomo e engenheiro
de Segurança do Trabalho, Alberto
Ribeiro de Almeida Cunha Soares, ministrou a palestra “Aspectos e exigências do
trabalho no campo”, abordando a aplicação
da Norma Regulamentadora 31. Esta Norma
Regulamentadora tem como objetivo estabelecer os preceitos a serem observados na
organização e no ambiente do trabalho, de
forma a tornar compatível o planejamento e
desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal
e aqüicultura com a segurança e saúde necessárias no ambiente do trabalho, e também se
aplica a atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários, e se
VIA LIVRE
encontra disponível no site www.mte.gov.br.
Esta norma regulamentadora tem obrigações
com diversos prazos para a obrigatoriedade,
desde imediatas como a 31.12.2 de manter os
manuais das máquinas, equipamentos e implementos no estabelecimento, disponibilizá-los
e dar conhecimento aos operadores, até 02
(dois) anos como a 31.12.14 – Só devem ser
utilizadas roçadeiras que possuam dispositivos
de proteção que impossibilitem o arremesso de
materiais sólidos.
Na prática, o que temos são garantias mínimas de segurança, conforto e higiene aos
trabalhadores rurais, muitas dessas inclusive
já existentes nas NRRs (Normas Regulamentadoras Rurais) mas ainda não aplicadas.
Palestra de Alberto Soares alerta para os riscos de fiscalizações e sanções por descumprir a NR 31
Entre algumas das obrigações dos empregadores da NR 31 temos:
„ Ações de melhoria das condições do meio ambiente de trabalho;
„ Campanhas educativas de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do traba-
habilitado e identificado e possuir compartimento resistente e fixo para a guarda de
ferramentas e materiais;
lho;
„ Adotar medidas de proteção pessoal e coletiva para controlar os riscos na fonte.
„ Ações de melhoria do ambiente de trabalho quanto à exposição a riscos Químicos
Obrigações do Trabalhador:
(pulverização, preparo da calda, etc.), Físicos (ruído elevado, etc. ), Mecânicos (lesões,
cortes, perfurações, etc.) e Biológicos (vacinações, limpeza de sanitários, etc. );
„ Cumprir as determinações sobre as formas seguras de desenvolver suas atividades,
especialmente quanto às Ordens de Serviço para esse fim;
„ Exames médicos – Admissionais, Periódicos, Complementares, de Mudança de Função,
„ Adotar as medidas de proteção determinadas pelo empregador, em conformidade com
de Retorno ao Trabalho (quando existe afastamento) e Demissional;
esta Norma Regulamentadora, sob pena de constituir ato faltoso a recusa injustificada;
„ Afastar gestantes das atividades com exposição direta ou indireta a agrotóxico imedia-
„ Submeter-se aos exames médicos previstos nesta Norma Regulamentadora;
tamente após ser informado da gestação;
„ Colaborar com a empresa na aplicação desta Norma Regulamentadora. Poderíamos
„ Proibir a manipulação de agrotóxicos, adjuvantes e produtos afins por menores de
escrever ou copiar toda a legislação, mas após anos de contato com as pessoas da roça
e conhecendo suas necessidades podemos afirmar que o homem do campo finalmente
começou a ser reconhecido como brasileiro.
dezoito anos e maiores de sessenta;
„ Proporcionar a capacitação sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos a todos os
trabalhadores mediante programa, com carga horária mínima de vinte horas;
„ Disponibilizar instalações sanitárias, locais para refeições, alojamentos (quando houver
permanência de trabalhadores nos locais de trabalho entre jornadas de trabalho) e local
adequado para o preparo de alimentos com lavanderias (quando houver trabalhadores
alojados);
„ Transportar trabalhadores com autorização emitida pela autoridade de trânsito competente, com todos os trabalhadores sentados, conduzido por motorista devidamente
Os produtores rurais devem procurar o quanto antes tomar conhecimento desta Norma
Regulamentadora e procurar se adequar, pois poderá sofrer Fiscalizações e Penalidades.
As NRRs (Normas Regulamentadoras Rurais) não existem de hoje, “PORTARIA 3.067, DE
2 DE ABRIL DE 1988 APROVA NORMAS REGULAMENTADORAS RURAIS DO ARTIGO 13
DA LEI 5.889 DE 05 DE JUNHO DE 1973, relativas a Segurança e Higiene do trabalhador”
mas percebe- se pela regulamentação da NR 31 que é crescente a preocupação com a
segurança e a saúde do homem do campo. Além da NR-31 o setor rural deverá estar em
conformidade com as determinações das NRs 7, 15 e 16, que respectivamente do PCMSO
– Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, Atividades e Operações Insalubres
e Atividades e Operações Perigosas.
O que o produtor rural deve fazer para se adequar
às exigências da NR-31 e evitar multas em sua propriedade?
1
2
3
º passo: procurar conhecer melhor a legislação;
(http://www.mte.gov.br /legislacao/normas-regulamentadoras.htm)
º passo: organizar toda a documentação dos funcionários da propriedade
(registros, horas extras, férias, 13º salário, etc);
º passo: submeter os funcionários aos exames médicos, obtendo assim o ASO
(Atestado de Saúde Ocupacional); (admissional; demissional; periódico; mudança
de função; retorno ao trabalho)
4
5
6
º passo: buscar a ajuda de uma empresa ou profissional da área que possa lhe
orientar com relação à NR-31;
º passo: proporcionar treinamentos de segurança e boas práticas aos funcionários
visando prevenir acidentes e doenças no trabalho;
º passo: realizar as modificações necessárias nas instalações e nas máquinas e
equipamentos.
12
NOTÍCIAS
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Luta pela aprovação do Código Florestal
mobiliza 25 mil produtores em Brasília
M
obilização nacional no dia 5 de abril
reuniu na esplanada dos ministérios
em Brasília 25 mil produtores – somente
do Mato Grosso do Sul o número chegou a quase
mil manifestantes – somando esforços em prol da
aprovação do texto de Aldo Rebelo que atualiza o
Código Florestal Brasileiro. O ato pacífico e ordeiro
comprovou a força política e coesão da agropecuária nacional, que a partir de agora, aguarda a votação do texto na Câmara dos Deputados no mês
de abril, como já foi anunciado pelo presidente da
casa, deputado Marco Maia (PT-RS), no último dia
22 de março, diante de ofício encaminhado em
mãos por representantes do Conselho Nacional de
Secretários de Estado de Agricultura (Conseagri) e
da Frente Parlamentar do Agronegócio.
Além das lideranças reunidas em Brasília demonstrarem total sintonia na defesa do desenvolvimento econômico e social do País, o manifesto,
que contou com um abraço simbólico ao Congresso Nacional, deixou plantado no solo da Capital
Federal, as sementes de um novo momento da
luta no campo. Indiferente ao debate ideológico
do grande contra o pequeno, ou da agricultura familiar versus a agro-empresa, o setor demonstrou
maturidade e apego sincero na busca do bem comum para a produção de alimentos no Brasil.
A senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)
– entidade que liderou a mobilização - revela que o
órgão está trabalhando há dois anos sobre o tema,
junto as suas bases e diretamente em Brasília com
os deputados e toda a classe política. “Precisamos
demonstrar a necessidade de se legalizar as áreas
de produção desse país, o alimento brasileiro não
pode ficar criminalizado”, explica, lembrando que
o os produtores estavam focados em mostrar aos
congressistas, “em viva voz”, o quanto precisam
deles nesse momento.
E além de marcar posição, em um momento
estratégico, onde o setor precisa dessa mudança na
Legislação para continuar crescendo, o presidente
da Federação de Agricultura e Pecuária do Mato
Grosso do Sul (Famasul), Eduardo Riedel, acredita
que é preciso mostrar também a sociedade que
os produtores não abrem mão da preservação
ambiental. “Precisamos rever essa situação, mas
isso, não será em prejuízo a preservação ambiental, aliás, que o setor prega e tem discutido com
muita maturidade”, e acrescenta, afirmando que é
possível produzir e preservar. “Este é um momento
histórico para a produção rural e crescimento do
Brasil, e tenho certeza que iremos sair com conquistas efetivas desse movimento”.
O presidente do Sindicato Rural de Campo
Grande, Ruy Faccini Filho, afirmou que a mobilização foi importantíssima. Ele aponta que além
de cobrar do governo uma postura positiva e favorável ao tema, conduzindo sua base de apóio
para a aprovação do projeto, também serviu
TEXTO E FOTOS: ALEXSSANDRO LOYOLA
No Plenário da Câmara Federal Rodolfo Vaz de Carvalho, Eduardo Corrêa Riedel, Ruy Fachini
Filho e Thiago Arantes (Sindicato Rural de Campo Grande e Famasul) acompanham os
preparativos para a votação do Código Florestal, em Brasília. A votação foi adiada
para mostrar que o produtor não quer prejudicar
o meio ambiente, nem causar prejuízos a economia do país. “Quem alimenta a nação é o produ-
tor rural”, e acrescentou, “geramos aproximadamente 18 milhões empregos, e se não mudarmos
essa legislação, teremos seis milhões de pessoas
sem emprego, e não é possível que os governantes não vejam essa situação”, desabafou, lamentando que o tema esteja sendo manipulado
por organizações não governamentais, mantidas por interesses e recursos de fora do País.
Segundo o produtor Mario Salte, que veio na
caravana de Três Lagoas, para que o congresso veja
de forma mais consciente as condições do campo,
realmente é preciso que o produtor mostre sua
força. “Sem nossa presença no congresso, não vamos conseguir votar esse projeto”, reconhece.
E para marcar posição, o governador André
Puccinelli, assegurou aos produtores que toda a
bancada federal do Estado – onze parlamentares,
destes, oito deputados e três senadores – votarão favoravelmente ao projeto. Além de chamar
os parlamentares contrários ao texto de “traidores”, Puccinelli também propôs que o debate
fosse pautado pelos seus aspectos científicos, e
não ideológicos.
Para isso, o governador apontou como instrumento a discussão, os estudos de zoneamento
agro-ecológico e econômico pelos demais estados.
“No Mato Grosso do Sul somos conscientes que
devemos preservar, mas, não a custa da negação
da ciência e da produção, e podemos caminhar
paralelamente com produção e preservação ambiental, basta que sigam o zoneamento que fizemos no estado”, justificou.
Para os sindicalistas algumas pequenas questões podem ser cedidas, mas no geral, o relatório
é uma peça bem elaborada. O movimento não é
contra o meio-ambiente, não é contra ninguém, é
a favor do homem do campo e do Brasil. Pela Lei
não se poderá criar gado no pantanal, bioma que
há mais de duzentos anos vem tendo na pecuária
uma fonte de sua preservação.
O representante do MNP, Oliveira N. P. Coelho, espera que o texto de Aldo Rebelo seja aproveitado em sua integralidade. “Sua aprovação será
fundamental para a pecuária pantaneira, que é o
maior berço da pecuária do Nosso Estado e talvez
do Brasil, e esperamos que a nova Lei nos dê condições de continuar trabalhando e produzindo a
preços acessíveis à população”, declarou.
Porém, o presidente do Sindicado Rural de
Campo Grande, reconhece que o governo federal, ao aprovar a construção “a toque de caixa”
do trem bala - em demérito a investimentos estratégicos a infra-estrutura logística nacional, e a
letargia da Câmara em aprovar o texto, joga água
fria nas expectativas dos produtores. Porém, para
Faccini, o cenário obscuro também demonstra o
quanto essa lógica contrária a produção agropecuária precisa ser revista. “Precisamos mostrar para
a sociedade que estamos aqui para mudar, então,
se ficarmos na passividade, isso com certeza vai
acontecer, mas, se realmente trabalharmos e mostrarmos para que estamos aqui, essas coisas vão
mudar, e acho que o momento é agora”.
IN MEMORIAN 13
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Agronegócio perde Antônio Barbosa de Souza
U
m grande produtor rural, amigo, companheiro, um homem de família. Assim é descrito
Antônio Barbosa de Souza, pecuarista, empreendedor, amigo, um homem que deixou saudades, tendo falecido no último dia 13 de abril, recebe
deste Informe Agropecuário uma justa homenagem
de amigos e familiares.
Segundo o pecuarista José Pereira, Antônio
Barbosa foi um grande líder e representante da
classe produtora. “Era um exemplo de caráter e de
homem focado na família e no trabalho”, lembrou
Pereira. Para o produtor Sylvio Amado a ligação familiar de Barbosa era uma de suas características
mais marcantes. “Ele era muito gentil, discreto,
estava sempre atento aos amigos e familiares, um
grande amigo que prezava pela família e por valores
religiosos, era também católico fervoroso”, disse.
Opinião comum entre seus amigos, em torno
de Antônio Barbosa, era o fato de ser muito ativo e
ligado à família. “Ele era muito discreto e assumiu
a Associação (Acrissul) em um momento delicado,
logo após a morte de Tavares do Couto e exerceu
seu trabalho com a habitual simplicidade e alegria
de sempre. Era uma pessoa afável, amiga e de um
convívio muito fácil”, contou o também ex-presidente da Acrissul, Laucídio Coelho Neto.
E se era na família que Antônio Barbosa bus-
cava refúgio e apoio, seu filho, Joaquim, foi quem
melhor descreveu esta importante relação. “Para
meu pai a relação e estrutura familiar eram os fatores mais relevantes. Talvez, porque ele ficou órfão
muito cedo, aos 13 anos, mas, após se casar com
minha mãe, encontrou em meu avô, Laucídio Coelho, a figura paterna e sempre trabalharam juntos
e meu pai se espelhava muito nele. Ele não gostava
de aparecer, era um homem discreto e modesto”,
contou.
A identificação com o sogro era tão grande
que em 2007, Antônio Barbosa de Souza, lançou
um livro, Laucídio Coelho – um homem à frente de
seu tempo, no qual narra as conquistas de Laucídio
Coelho e sua saga pessoal, com histórias contadas
por Antônio que fizeram parte de Mato Grosso e da
formação do Estado de Mato Grosso do Sul.
Joaquim destaca ainda o empreendedorismo
do pai. “Meu pai foi empreender no Estado Pará.
Há muito tempo ele enxergava a proximidade com
a Europa e Estados Unidos um fator importante para
desenvolvimento, acreditava que lá seria uma nova
fronteira agrícola, com portos mais próximos. Ele
sempre se antecipava”, disse, lembrando que hoje
a região se tornou uma nova fronteira agrícola, fato
que Antônio já vislumbrava antes de sua concretização. Admirado por todos os amigos ou com quem
VIA LIVRE
conheceu seu trabalho, assim era Antônio Barbosa, focado em seus compromissos, na família e nos
amigos.
Quem divide desta opinião é o produtor rural
Roque Fachini. “Era um homem admirável, muito
honesto e cumpridor de seus deveres”, afirmou.
Nascido em 31 de dezembro de 1928, Antônio
Barbosa faleceu no último dia 13 de abril, por conta
de um enfisema pulmonar, que causou uma forte
parada respiratória.
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14
EVENTOS
Oficio 016/2011 – RM Campo Grande-MS., 03 de maio de 2011.
ASSUNTO: CONGRESSO INTERNACIONAL DA CARNE- JUNHO/2011
Prezados Senhores,
Face a realização do Congresso Internacional da Carne 2011, nos dias 08 e 09 de junho
e 2011e uma vez que se torna imprescindível a presença do setor agropecuário sul-matogrossense nesse evento, este Sindicato está oferecendo algumas condições para apoiar
os associados na mobilização de seus associados, a fim de oportunizar a participação dos
produtores rurais do Estado, abaixo:
1. O Produtor Rural associado que efetivar sua inscrição pelo Sindicato Rural de Campo
Grande obterá um desconto de 50%(cinqüenta por cento), mediante o preenchimento
das informações incluídas na Ficha de Inscrição em anexo.
2. Valores oferecidos por inscrição realizada no Sindicato Rural e Campo
Grande(associado):
VALORES COM DESCONTO(50%)
A- ATÉ 31/05/2011-R$225,00(DUZENTOS E VINTE E CINCO REAIS)
B- ATÉ 08/06/2011-R$247,50(DUZENTOS E QUARENTA E SETE REAIS E CINQUENTA
CENTAVOS)
VALOR CHEIO
A- ATÉ 31/05/2011-R$450,00(QUATROCENTOS E CINQUENTA REAIS)
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
B-ATÉ 08/06/2011-R$495,00(QUATROCENTOS E NOVENTA E CINCO REAIS)
3. Inscrições serão válidas somente com a confirmação do pagamento, que poderão
ser efetuadas das seguintes formas:
a- Solicitação de Boleto Bancário, informando o número total de inscrições, para
emissão do título a ser pago;
b- Envio de comprovante de depósito ou transferência bancária: BANCO DO BRASIL,
CONTA CORRENTE Nº37.388-5- AG.2936-X;
c- Envio de cheque ou dinheiro no valor total das inscrições;
d- Cartão de débito com repasse da autorização assinada, contendo o número (16
dígitos) e o número verificador segurança;
É importante destacar que essas condições são válidas somente para as inscrições
que forem efetivadas pelo SINDICATO RURAL DE CAMPO GRANDE.
Destacamos que este Sindicato estará recebendo as confirmações, impreterivelmente
até o dia 26/05/2011, para validação e controle das inscrições, junto à Organizadora do
Evento.
Atenciosamente
Ruy Fachini Filho
Presidente
EVENTOS
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
15
Encontro do Leite vai debater assuntos de mercado
VIA LIVRE
Na segunda-feira, dia 16, o Sindicato Rural de
Campo Grande promove o 14º Encontro Técnico do
Leite, em sua sede. O evento conta com a participação de pesquisadores consagrados na produção
leiteira do país de renome internacional e marca
uma nova fase dentro da pecuária leiteira de Mato
Grosso do Sul.
Voltado para produtores rurais e profissionais
da extensão rural, o 14º Encontro Técnico do Leite,
vai receber Gustavo Beduschi, da Organização Brasileira de Cooperativas de Leite. Engenheiro agrônomo formado na Esalq/USP, é assessor técnico e atua
na coordenação do Sistema de Monitoramento do
Mercado Lácteo – Simleite e vai ministrar a palestra
de abertura, com o tema, Cenários do mercado de
lácteos.
“Durante a palestra vamos falar sobre do mercado internacional até o mercado interno, sobre a
produção no Brasil, que é cada vez mais dinâmica.
Outros fatores importantes estão ligados à oferta,
preço pago ao produtor e como interagir com o
mercado”, explicou Beduschi.
O avanço nos preços, que segundo o Cepea
subiu na média nacional em todos os meses do
ano de 2011 também será abordado durante a
sua palestra. “Vamos destacar também a evolução dos últimos anos, temos hoje uma demanda
aquecida, há o crescimento da economia – quando
falamos de mercado interno e temos registrado declínio na oferta. É preciso analisar”, contou Bedushi.
forragem.Também
vamos falar sobre
a adubação química, produção de
forragem, taxas de
lotação, custos de
volumosos”, explicou o pesquisador
da Embrapa Gado
de Leite, lembrando que a palestra
também abordaria
o custo real de alimentação, custos
e viabilidade nas
propriedades brasileiras. “Com dois
Demanda e as modalidades de produção leiteira também serão abordados
quilos e meio de
Outro assunto abordado durante o encontro
leite, se consegue pagar o custo de alimentação
é a produção de leite a pasto, que vai ter Fermino
dos animais”. Qualidade do leite e manejo de orDeresz, pesquisador da Embrapa Gado de Leite,
denha é outro tema abordado no evento por Paulo
PhD em Nutrição de ruminantes, pela University
Fernando Machado, agrônomo, doutor em Ciências
of Arizona, EUA, 1987. Em sua palestra o Derez
dos Alimentos pela USP e pós-doutor em Bioquímica
vai falar sobre a influência das composições quído Rúmen pela Michigan State University, 1986. Mamicas das gramíneas. “Vamos falar sobre a prochado é professor titular em Bovinocultura de Leite
dução de leite a pasto, discutindo a composição
na USP, coordenador da Clínica do Leite da Esalq, um
química das gramíneas e manejadas em sistema
centro de estudos avançados em gestão da produrotativo”, disse.
ção e da qualidade do leite. “O professor Machado
“A produção de leite a pasto depende muivai trazer e utilizar como exemplo os resultados da
to das composições químicas e seu controle na
qualidade do leite de Mato Grosso do Sul, uma vez
INFORME PUBLICITÁRIO
ARMAZENAMENTO DE GRÃOS EM BOLSA PLÁSTICA DE POLIETILENO
Devido as variáveis que vem encarecer o armazenamento de grãos em silos estáticos convencionais junto com a necessidade do produtor em reter sua produção em sua propriedade para vender em
melhores momentos de comercialização, vem se fazendo cada vez mais presente o uso deste tipo de
equipamento que tem inúmeras vantagens.
Entre outras podemos citar:
•
A diminuição efetiva do custo operacional de armazenamento.
•
Melhora da logística da colheita e da capacidade de armazenamento.
•
Permite manejos mais flexíveis no armazenamento dos grãos podendo ser armazenados variedades e tipos de produtos diferentes separadamente.
•
Conserva a qualidade dos grãos evitando quebra técnica.
•
Também da ao produtor a alternativa de mudar seu perfil de utilização dos grãos de maneira
rápida de acordo com a demanda específica ditada pelo mercado consumidor.
Os investimentos iniciais são além de uma máquina embutidora e um trator comum que encontramos em todas as propriedades rurais, a compra do próprio silo-bolsa que podem facilmente ser
encontrados em revendas especializadas no mercado.
Por esta o outras acreditamos que o silo-bolsa é uma necessidade real para o armazenamento de
grãos nos dias de hoje e que muito vai facilitar aos produtores e arrendatários quanto ao local e hora de
armazenamento fazendo que flexibilize a comercialização agregando assim mais valor econômico para
o bolso de todos os produtores.
Milton Folino, médico veterinário.
que algumas indústrias utilizam a Clínica para avaliar”, informou Ige. [email protected]
Outro palestrante de destaque é Bruno Campos de Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de
Leite, médico veterinário, doutor com concentração
na área de Reprodução, vai ministrar uma palestra
sobre o Manejo reprodutivo de vacas em pastejo.
A Homeopatia populacional na produção leiteira,
será o tema da médica veterinária e especialista em
bovinocultura leiteira pela Universidade Federal de
lavras, Denise Telles. As inscrições para o evento podem ser feitas através do portal do Sindicato Rural de
Campo Grande/MS, no endereço, www.srcg.com.br.
“O Encontro possui palestras que foram selecionadas pelos próprios produtores, durante o evento do
ano passado, além das necessidades que apontadas
pela situação atual. Vamos abordar os Cenários para
o mercado do leite, produção a pasto, qualidade do
produto e manejo de ordenha e manejo reprodutivo
de vacas de pastejo”, disse Wilson Igi, responsável
pela organização do evento.
Igi explica também que a cadeia produtiva do
leite mudou no Mato Grosso do Sul, por conta do
Conseleite, que aponta a qualidade do produto e
instalações de novas indústrias. “Estamos acompanhando um mercado que cresce e, com isso, a
necessidade de melhorar a criação, muitas fazendas
estão se adequando ou reestruturando para produzir leite”, contou.
Mais informações: (67) 3341-2151
16
PORTEIRA ABERTA
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Águas de março...
As chuvas pré-outono não são novidade como canta o autor Tom Jobim: É o vento .
“É a chuva chovendo, é conversa ribeira,
Das águas de março, é o fim da canseira.”
MARCELA LEMOS MONTEIRO
LEMOSMONTEIRO UOL.COM.BR
Janeiro e fevereiro não deram sinal de qualquer exagero à vista, enchente até então
normal (mais de 400mm de
chuva). Manejo de sempre por precaução a retirada da
bezerrada do brejo (delta dos
rios Correntoso e Negro) e para não perder o capim
mimoso, ainda aparecendo acima do nível da água,
a transferência das vacas solteiras para lá.
A alegria destas, por ironia, findou-se no sábado de carnaval. Chovendo sem parar, a comitiva
a cavalo tirou boa parte das vacas do brejo. Já no
dia seguinte, as derradeiras foram tocadas de barco
e canoa. Longos trechos nadando! Resumo: todos
sãos e salvos! Dois peões rodaram com seus cavalos
(o colete salva-vidas mostrou-se imprescindível) e a
vacada recém acomodada nas cordilheiras, disputando o pouco pasto disponível.
Março e abril as chuvas não deram trégua (mais de 600mm) e, do outro lado da terra terremotos e tsunami! Neste nosso Pantanal as baias e
vazantes bufando, jogando água e cortando estradas, rompendo cabeceiras de pontes, amolecendo
as pistas de pouso e o Pantaneiro correndo atrás
do prejuízo.
O gado adulto emagrecendo a olhos vistos – a
bezerrada começando a sentir, sugando a reserva
das mães. A torcida é grande para o frio não judiar
mais ainda.
Vim conhecer o Pantanal, ainda noiva, a pedido da D. Elvira Moraes Silveira, avó materna do
Zeito. Assim em julho de 1975, na madrugada da
geada negra, atravessamos o estado de São Paulo a
caminho da Fazenda Olhos d’Água - sede da família
desde janeiro de 1945. Cena triste ver o dia amanhecendo e os cafezais escurecendo e ao fim do
dia já na fazenda as folhas das bananeiras também
queimadas pela geada.
Seguindo a seca, veio a enchente no final
daquele ano - tão intensa, relataram, quanto a de
1974. Impressionante o contraste entre as minhas
primeiras duas visitas. Ao mesmo tempo a beleza e
o desafio em cada uma destas estações.
A MÃE NATUREZA preparou a flora e a fauna
Pantaneira para qualquer intempérie.
Não é a toa que os aguapés brotam da poeira
após as primeiras chuvas
Não é a toa que o Cambará resiste meses com
o tronco dentro d’água
Não é a toa que o cavalo pantaneiro sobrevive
nas enchentes pastando dentro d’água.
Não é a toa que as piúvas e os ipês florescem
ofuscando a terra na seca.
Fazenda são joão margem esquerda do rio Negro, a 150 quilômetros de
Aquidauana e 100 km de Rio Negro
Estrada interna pantaneira cortada pela força d’água
Delta dos rios Correntoso e Negro- até os cochos de sal foram carregados
pela água
Condição das estradas internas
TUDO FAZ PARTE DESTE GRANDE CICLO DAS ÁGUAS PANTANEIRAS e, afinal, só nos resta adaptar a esta REALIDADE.
“ São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração”
COLUNA JURÍDICA 17
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Edificações e instalações rurais
Em prosseguimento ao
artigo do mês anterior
desta Coluna Jurídica
que tem por objetivo
informar o produtor
rural quanto à obrigatoriedade de cumprir a NR
n. 31 e evitar autos de infrações, passamos
doravante a informar as exigências acerca
das edificações e instalações rurais.
31.21 Edificações Rurais
31.21.1 As estruturas das edificações
rurais tais como armazéns, silos e depósitos
devem ser projetadas, executadas e mantidas
para suportar as cargas permanentes e móveis a que se destinam. (C = 131.318-5/I3)
31.21.2 Os pisos dos locais de trabalho
internos às edificações não devem apresentar defeitos que prejudiquem a circulação de
trabalhadores ou a movimentação de materiais. (C = 131.319-3/I2)
31.21.3 As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que
impeçam a queda de trabalhadores ou de
materiais. (C = 131.320-7/I4)
31.21.4 Nas escadas, rampas, corredores
e outras áreas destinadas à circulação de trabalhadores e à movimentação de materiais,
que ofereçam risco de escorregamento, devem ser empregados materiais ou processos
antiderrapantes. (C = 131.321-5/I3)
31.21.5 As escadas, rampas, corredores e outras áreas destinadas à circulação
de trabalhadores e à movimentação de
materiais, devem dispor de proteção con-
MAIO 2011
tra o risco de queda. (C = 131.322-3/I4)
31.21.6 As escadas ou rampas fixas, que
sejam dotadas de paredes laterais, devem
dispor de corrimão em toda a extensão. (C
= 131.323-1/I3)
31.21.7 As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra as
intempéries. (C = 131.324-0/I2)
31.21.8 As edificações rurais devem:
a) proporcionar proteção contra a umidade; (C = 131.325-8/I3)
b) ser projetadas e construídas de modo
a evitar insolação excessiva ou falta de insolação; (C = 131.326-6/I2)
c) possuir ventilação e iluminação adequadas às atividades laborais a que se destinam.
(C = 131.327-4/I3)
d) ser submetidas a processo constante
de limpeza e desinfecção, para que se neutralize a ação nociva de agentes patogênicos;
(C = 131.329-0/I3)
e) ser dotadas de sistema de saneamento básico, destinado à coleta das águas servidas na limpeza e na desinfecção, para que
se evite a contaminação do meio ambiente.
(C = 131.330-4/I3)
31.21.9 Os galpões e demais edificações
destinados ao beneficiamento, ao armazenamento de grãos e à criação de animais
devem possuir sistema de ventilação. (C =
131.331-2/I3)
31.21.10 As edificações rurais devem
garantir permanentemente segurança e
saúde dos que nela trabalham ou residem.
(C = 131.332-0/I3)
31.22 Instalações Elétricas
31.22.1 Todas as partes
das instalações elétricas deMERCADO AGROPECUÁRIO
vem ser projetadas, executadas e mantidas de modo
MERCADO BOVINO | BOI
que seja possível prevenir,
Praça
Arroba Kg carcaça
por meios seguros, os periCampo Grande
R$ 96,00 R$ 6,40
gos de choque elétrico e outros tipos de acidentes. (C =
MERCADO BOVINO | VACA
131.333-9/I4)
Praça
Arroba Kg carcaça
31.22.2 Os componentes
Campo Grande
R$ 86,00 R$ 5,73
das instalações elétricas devem ser protegidos por maObs: Cotações de 05/05, para pagamento à vista,
terial isolante. (C = 131.334livre de Funrural. Fonte: Agrolink
7/I4)
31.22.3 Toda instalação
MERCADO FUTURO (BM&F) - DIA 05/05
ou peça condutora que esteja
em local acessível a contatos
Venc.
Ajuste
e que não faça parte dos cir(R$/@)
Var. (R$)
C. A.
cuitos elétricos deve ser aterMai/11
99,76
0,957.022
rada. (C = 131.335-5/I3)
Jun/11
100,20
0,80474
Jul/11
101,94
0,81112
31.22.4 As instalações
elétricas que estejam em conEsalq/BM&F - Boi gordo
tato com a água devem ser
blindadas, estanques e aterData
Vista
Prazo
03/05
102,54
105,74
radas. (C = 131.336-3/I4)
02/05
102,22
105,45
31.22.5 As ferramentas
29/04
103,95
105,37
utilizadas em trabalhos em
redes energizadas devem ser
Fonte: BeefPoint, IEA, CentroBoi, Faeg, Deral/Seab/PR,
isoladas. (C = 131.337-1/I4)
Minas Bolsa, Banco Central e BM&F
31.22.6 As edificações
devem ser protegidas contra
LEITE PAGO AO PRODUTOR: Confira tabela
descargas elétricas atmosférido Conseleite na página 18 ou no site www.srcg.com.br
cas. (C = 131.338-0/I2)
GRÃOS
31.22.7 As cercas elétricas devem ser instaladas
Preço pago ao produtor
de acordo com as instruções
Soja - saca de 60 kg R$ 39,00 (médio)
Milho - saca de 60 kg R$ 24,00 (médio)
fornecidas pelo fabricante. (C
= 131.339-8/I2)
SUÍNOS
Preço pago ao produtor
Arroba
R$ 36,00 Kg vivo
R$ 2,40
Fonte: Ceasa MS - 02/05 - www.ceasa.ms.gov.br
Eduardo C. Leal Jardim
Assessor Jurídico do SRCG
30.04.2011
18
SANIDADE
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
MS deve vacinar todo rebanho contra aftosa em maio
DIVULGAÇÃO
A
vacinação do rebanho de bovinos e bubalinos contra febre aftosa vai abranger de “mamando a caducando” na
etapa de maio em Mato Grosso do Sul. No
Planalto e na Zona de Alta Vigilância (ZAV) a
imunização acontece de 2 a 31 de maio. Já
no Pantanal – para as propriedades optantes
por esta etapa – a vacinação acontece de 2
de maio a 15 de junho. O prazo para declaração no Planalto, ZAV e Pantanal vai até 15
junho. Agora, além de declarar a vacinação,
o produtor vai também declarar o estoque
efetivo do rebanho.
Trabalhando por uma pecuária moderna
e em desenvolvimento, o ajuste do rebanho
bovino e bubalino vai unificar e atualizar as informações da Secretaria de Fazenda do Estado
(SEFAZ) e da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (IAGRO) possibilitando
a criação de um único cadastro com todos os
Para as propriedades pantaneiras optantes pela etapa
de novembro, a vacinação de
todo o rebanho e declaração
do estoque acontece a partir
de 1º de novembro de 2011.
Este procedimento vai substituir a Declaração Anual do
Produtor (DAP) no que diz
respeito a bovino e bubalino.
Mato Grosso do Sul é o primeiro Estado do País a implantar
o modelo.
ATENÇAO PECUARISTA
dados das propriedades rurais. É uma grande
conquista para classe, que com a declaração
efetiva do rebanho vem unificar e modernizar
o banco de dados do Estado, gerando maior
credibilidade para o setor ruralista.
Todo o procedimento de declaração da
vacina e do estoque efetivo do rebanho será
feito através do site da Secretaria de Fazenda
do Estado – www.sefaz.ms.gov.br. Em todo
Estado os escritórios da IAGRO, da Agencia
de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER) e dos Sindicatos Rurais estarão
orientando e esclarecendo as dúvidas dos
produtores. Para outras informações um
“Disque Ajuda” estará a disposição pelo telefone 67 3318-3600.
CARTILHA DO PRODUTOR
Visando esclarecer possíveis dúvidas o
Governo do Estado irá distribuir, já na próxima
semana, cartilhas de orientação ao produtor.
No material será disponibilizado o “Calendário de vacinação contra febre aftosa 2011”
e também o “passo-a-passo” para realizar
a declaração da vacinação e do estoque do
rebanho. O material estará a disposição nos
escritórios da IAGRO, AGRAER, Sindicatos Rurais e revendas de vacinas contra febre aftosa
– credenciadas pela IAGRO. Confira a seguir
um breve resumo.
General explica riscos à soberania nacional nas fronteiras
Em uma palestra que sensibilizou e provocou
o público, o General do Exército Brasileiro, Augusto
Heleno Ribeiro Pereira, falou das questões ligadas à
política indigenista, ocupação de terras no país, organização e proteção nas regiões de fronteira, entre
outros temas. O militar esteve em Campo Grande
para o lançamento do site da ONG Recovê.
Heleno começou sua palestra afirmando que a
política indigenista praticada atualmente no país é
“lamentável, para não dizer caótica, não atende às
necessidades básicas destas populações, às vezes
inviabilizam municípios e até estado e, em regiões
de fronteira, podem colocar até a soberania de nosso território em risco”, afirmou o General, lembrando de casos como o da reserva Raposa/Serra do
Sol, no norte de Roraima, que inviabilizou o Estado,
das áreas chamadas de “terra indígena” por antropólogos em regiões de fronteira e as necessidades
de alimentação adequada, tratamento médico e
odontológico e educação, necessária para os povos
indígenas e que não são oferecidas.
“A política indigenista brasileira está completamente dissociada do processo histórico de colonização do nosso país. Precisa ser revista com urgência.
É só ir lá ver as comunidades indígenas para ver que
essa política é lamentável, para não dizer caótica”,
disse Heleno durante sua palestra.
O General criticou também a divisão entre
índios e não-índios e, afirmou que, com raras
exceções na região amazônica, existem poucos
povos que não passaram por algum processo de
aculturamento e isso faz com que essas populações tenham as mesmas necessidades e anseios
do segmento urbano ou branco. “Pela primeira
vez estamos escutando coisas que nunca escutamos na história do Brasil. Negócio de índio e não
índio? Como um brasileiro não pode entrar numa
VIA LIVRE
General Augusto Heleno Ribeiro Ferreira: “A política indigenista atual é lamentável e caótica”
terra porque é uma terra indígena?”, afirmou.
Heleno também fez duras críticas a atuação
de organizações não governamentais estrangeiras na região amazônica. “ONGs estrangeiras na
reserva podem ameaçar a soberania nacional, estão lá para explorar e patentear o que é do Brasil.
Para ser ter uma idéia, apenas 25% de todas as
pesquisas realizadas na Amazônia Legal envolvem
brasileiros, hoje temos um número de 100 mil
ONGs atuando lá”.
O General Heleno destacou também sua
preocupação com as áreas de fronteira no Brasil.
“Na florestal temos pouco contingente para uma
grande área, temos também situações absurdas de
terra indígena na fronteira. O Estado precisa execu-
tar o seu papel, com instrumento legal, que é o de
normatizar, fiscalizar, reprimir e educar”, afirmou.
“A fronteira brasileira não é algo fácil de ser
fiscalizada, temos 15.700 quilômetros de fronteira
terrestre, sendo 11.000 em área de selva. A fronteira entre Estados Unidos e México, por exemplo,
tem apenas 3.200 km e, mesmo assim, existe passagem de pessoas de ambos os lados”, disse ao
explicar porque o controle na entrada de ilícitos
no país é tão grande.
SOBERANIA NACIONAL
E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
“Não existe lugar no mundo no qual se retroage lei para punir”. A afirmação referente às
constantes modificações feitas no código florestal
ao longo dos anos é do vice-presidente executivo
da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fábio de Salles Meirelles Filho, durante
o evento “Pensa e Age Brasil”, realizado pela Organização Não-Governamental (ONG) Recovê na
quarta-feira (27.04), na Acrissul.
O evento teve o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) e foi realizado com o objetivo de estimular os
debates sobre o direito territorial indígena com as
palestras do deputado federal e produtor rural,
Paulo César Quartiero, sobre “Raposa Serra do Sol:
O conflito e suas consequências” e do general de
Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira sobre a “A
Segurança das Fronteiras e a Soberania Nacional”.
Meirelles fez um pronunciamento inicial e
afirmou que alguns direcionamentos dados à discussão sobre o código florestal servem para “tapar
o sol com a peneira”, pois o maior problema de
poluição ambiental está nas grandes cidades. O dirigente criticou as penalidades impostas pelas modificações graduais da atual legislação ambiental.
“Estamos tendo que inverter nossos valores para
defender a democracia plena que nós deveríamos
ter naturalmente. O Código Florestal é uma colcha
de retalhos que nos foi imposta por outros países.
É uma inversão de valores”, afirmou.
O evento oficializou o lançamento do site da
Recovê. A ONG foi criada por produtores rurais
com o objetivo de promover o direito territorial
indígena. “Na luta pelo direito de propriedade, pela
defesa da soberania do Brasil e pela integridade
dos povos tradicionais, hoje podemos afirmar que
a união, a informação e o conhecimento fazem a
diferença, são nossos mais fortes aliados”, salienta
o presidente da Recovê, Pio Silva.
PECUÁRIA LEITEIRA
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
Conseleite realiza
seminários por todo o MS
No último dia 12 de abril aconteceu na sede
do Sindicato Rural de Campo Grande, o primeiro
seminário realizado pelo Conseleite para mobilizar e sensibilizar produtores rurais das principais
bacias leiteiras do Estado. A primeira edição contou com as palestras dos professores da Universidade Federal Paraná José Roberto Guimarães
e Vânia Canziani.
Os seminários vão acontecer em diversos
municípios de Mato Grosso do Sul, Nioaque,
Glória de Dourados, Nova Andradina, Paranaíba e Rio Verde. Durante o evento do Sindicato
Rural de Campo Grande foi abordado a estrutura
metodológica com apresentação de informações
para o desenvolvimento da cadeia produtiva e
modelo de formação do Conselho Paritário.
Um fator importante sobre o trabalho do
Conseleite é que o mesmo elabora um valor de
referência, divulgado na primeira quinzena do
mês, com os valores encontrados no último mês
e também os valores praticados nos primeiros
quinze dias do mês vigente. “Os preços de referência não são um valor mínimo, nem máximo.
É uma referência para livre negociação entre os
envolvidos, considerando a qualidade do leite e
também o mix de produtos do laticínio”, afirmou
a professora da Universidade Federal do Paraná,
Vania Di Addario Guimarães.
“Para se entender como é elaborado os o
valores de referência é necessário entender que
para isso, soma-se o custo de produção com o
custo industrial, para se chegar ao custo derivado. Também se deve observar a participação
da matéria prima, que é o custo de derivados
dividido pelo custo de produção”, explicou a
professora.
Quem palestrou também foi o professor
José Roberto Canziani, da UFPR, ele explicou que
uma das principais vantagens é a facilidade nas
negociações cotidianas da indústria, com seus
diversos produtores fornecedores. “O valor de
referência da matéria-prima é aprovado por um
conselho paritário, tendo sido calculado tecnicamente, além de favorecer a gestão da indústria”,
citou.
“O Conseleite de Mato Grosso do Sul segue
o modelo dos outros Conseleites, formados no
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “Há
também aplicativos de uso individual, software
de cálculo do custo do leite e programa para
obter pontuação do leite e o valor de cada produto”, declarou.
FOTOS VIA LIVRE
Professores Vânia Guimarães e José Roberto Canziani (UFPR) explicam a formação do Conseleite
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CONSELEITE MATO GROSSO DO SUL
CONSELHO PARITÁRIO PRODUTORES/INDÚSTRIAS DE LEITE
DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.
RESOLUÇÃO Nº 03/2011
A diretoria do Conseleite Mato Grosso do Sul reunida no dia 12 de Abril de 2011 na cidade de
Campo Grande, na sede da Famasul, atendendo os dispositivos do seu Estatuto, aprova e divulga
os valores de referência para a matéria-prima, referente ao leite entregue no mês de Março de
2011 e a projeção dos valores de referência para leite a ser entregue no mês de Abril de 2011.
Os valores divulgados compreendem os preços de referência para o leite padrão, acima
do padrão e abaixo do padrão, de acordo com os parâmetros de ágio e deságio, que levam em
conta a qualidade e o volume médio mensal de leite entregue pelo produtor. Todos os valores
são calculados segundo metodologia definida pelo Conseleite - Mato Grosso do Sul
20
EVENTOS
CAMPO GRANDE-MS, MAIO DE 2011
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