REFERÊNCIA: TOLEDO, L. M.; PARANHOS da COSTA, M. J. R. Uma breve descrição sobre observações de sítios de parição em bovinos de corte. In: XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ETOLOGIA, 18, 2000, Florianópolis. Anais... Florianópolis. 2000. p. 188. UMA BREVE DESCRIÇÃO SOBRE OBSERVAÇÕES DE SÍTIOS DE PARIÇÃO EM BOVINOS DE CORTE LUCIANDRA M. de TOLEDO1,2, MATEUS J. R. PARANHOS da COSTA 2,3 1 Pós-graduação, FZEA/USP, Bolsista FAPESP, e-mail: [email protected] ETCO- Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal 3 Departamento de Zootecnia, FCAV/UNESP 2 Durante a execução de alguns estudos materno-filiais estivemos frente a situações distintas de locais de parição de criações semi-intensiva de bovinos de corte e isso nos mostrou que esse ambiente (local e práticas de manejo) pode interferir no comportamento materno-filial de diversas maneiras. O uso de piquetes maternidade facilita o manejo pós-parto, o controle zootécnico e sanitário e também podem esconder as verdadeiras razões de alguns insucessos na criação de bezerros. Quando áreas extensas são oferecidas a vacas prenhas, as dificuldades são rapidamente percebidas na simples troca de piquetes ou mesmo na rotina diária nesta época de parição. Quando esses piquetes se encontram próximos a currais de manejo, invariavelmente ocorre uma série de estímulos, característicos da rotina das fazendas, que podem interferir no tempo da vaca cuidando de seu bezerro ou mesmo levá-la a abandoná-lo. Em nossas observações pudemos notar que o movimento de caminhões e tratores, além de outras práticas, levam as vacas a interromper os cuidados normais para olhar o que está ocorrendo; tais comportamentos das vacas servem para estimular o bezerro a se levantar e procurar as tetas para mamar. Também encontramos diferenças quanto ao tipo de pastagens. Quando estas eram fartas e representavam a alimentação principal, as vacas geralmente se afastavam do rebanho e desses movimentos de pessoas ou veículos, diferentemente de animais que receberam alimentação no cocho em horários regulares, que diminuíram a tendência das vacas se deslocarem no periparto. Neste caso, encontramos no cocho muitas vacas que já iniciaram o trabalho de parto, desde soltando envoltórios fetais até com a cabeça do bezerro exteriorizada, enfrentando disputas por espaço no cocho, tão comuns neste momento. Quando estas pastagens apresentavam formação de moitas ou porte alto, era muito comum encontrarmos bezerros escondidos, ou seja, deitado nessas moitas quase que imóveis, enquanto a vaca se encontrava “tranquilamente” em suas atividades de mantença como indo até um bebedouro ou mesmo pastejando. Em pastagens de baixo porte, as vacas realizavam tais atividades de maneira mais rápida, permanecendo maior tempo junto de suas crias. Mesmo que preliminares, nossas observações mostram uma necessidade de reestruturação nesses sítios de parição ao se diagnosticar qualquer problema dessa ordem. Continuamos nossas pesquisas para identificarmos estímulos ambientais que podem prejudicar o desempenho do bezerro. Acreditamos ainda que cada raça tenha sua peculiaridade quanto ao local de parição. Sendo assim através de medidas de manejo específico poderemos minimizar possíveis efeitos prejudiciais.