CONCORRÊNCIA DE MERCADO: uma análise da bicicletaria Chico Bike’rs em Ilhabela - SP LUIZ MARCEL DOS ANJOS GERMANO ALVES RICARDO RIBEIRO DE LIMA São Sebastião 2013 LUIZ MARCEL DOS ANJOS GERMANO ALVES CONCORRÊNCIA DE MERCADO: uma análise da bicicletaria Chico Bike’rs em Ilhabela - SP Trabalho de Graduação do Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Sebastião – FATEC, para obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Empresarial, sob orientação do Professor Especialista Ricardo de Lima Ribeiro. São Sebastião 2013 LUIZ MARCEL DOS ANJOS GERMANO ALVES CONCORRÊNCIA DE MERCADO: uma análise da bicicletaria Chico Bike’rs em Ilhabela - SP Apresentação de Trabalho de Graduação à Faculdade de Tecnologia de São Sebastião, como condição parcial para a conclusão do curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. São Sebastião, 25 de junho de 2013 BANCA EXAMINADORA _________________________________________________________ ESP. RICARDO RIBEIRO DE LIMA _________________________________________________________ DR. MARIA DO CARMO CATALDI MUTERLE _________________________________________________________ ME. MARLETTE CASSIA OLIVEIRA FERREIRA MÉDIA FINAL: ___________________ Dedico este trabalho á minha família, em especial aos meus pais. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus em primeiro lugar, pois, se não fosse pela graça e misericórdia dele, nada seria possível. Agradeço á minha família, em especial aos meus pais, que sempre me incentivaram de alguma forma, e me ensinaram a sempre fazer o melhor, mesmo que pareça impossível. Meu eterno agradecimento a eles. Agradeço ao professor Ricardo, por ter aceitado o desafio de ser meu orientador. Agradeço a todos os professores que contribuírem de alguma forma no meu aprendizado. Agradeço a empresa Chico Bike’rs por ter aberto suas portas, permitindo o desenvolvimento desse trabalho. Agradeço aos meus velhos e novos amigos que fiz nos últimos anos, que sempre me ajudaram e que entenderam minha ausência nos últimos meses, em especial: José Marcos, Thiago Santos e Tatiane Crivelaro. Agradeço aos meus colegas de curso, pelos bons momentos nesses últimos anos. Agradeço a equipe da ABRADIBI pela atenção e pelo material enviado. Agradeço ao mantenedor do site Pedal Floripa pela atenção. Agradeço a equipe do site Escola da Bicicleta pela gentileza e atenção. “Impossível é governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia.” George Washington RESUMO Este trabalho procura demonstrar a importância da análise de concorrentes no mercado de bicicletarias, na cidade de Ilhabela, estado de São Paulo. As empresas se encontram pressionadas por vários fatores, principalmente pela crescente globalização, que tem forçado muitas empresas a se adequarem a essa nova realidade, sobretudo, devido ao aumento dos concorrentes. Quando ocorre uma mudança em seu ambiente, as empresas que não estão em sintonia com o mesmo, não conseguem se adaptar, deixam de existir. O presente trabalho tem por objetivo geral diagnosticar os concorrentes no ambiente da empresa estudada. A metodologia desse trabalho foi desenvolvida com base na pesquisa qualitativa, através da pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Foi utilizada pesquisa exploratória para proporcionar melhor entendimento do tema escolhido, classificando dessa forma, como um estudo de caso. As informações sobre a empresa estudada foram coletadas, através de entrevista não estruturada, em conversação face a face. A empresa estudada ocupa uma boa posição em relação aos seus concorrentes locais, oferecendo como diferencial de suas atividades, qualidade e rapidez nos serviços. A análise dos concorrentes tem a finalidade de proporcionar conhecimento em relação aos mesmos, que possa se transformar em benéficos estratégicos, com valor agregado alto. Palavras chave: análise de concorrentes, conhecimento, estratégia. ABSTRACT This work seeks to demonstrate the importance of the analysis of competitors in the market of Bicycle repair shop, in the city of Ilhabela, state of São Paulo. The companies are pressed by a number of factors, mainly by increasing globalisation, which has forced many companies to suit this new reality, in particular, due to the increase of the competitors. When there is a change in your environment, companies that are not in harmony with the same, can't adapt, they will cease to exist. The purpose of this study is general, diagnose the competitors in the business environment studied The methodology of this study has been developed on the basis of qualitative research, through, the bibliographical research, and field research. Was used exploratory research, to provide better understanding of the theme chosen, sorting this way, as a case study. The information about the company studied were collected through unstructured interviews, talk face to face. The company studied occupies a good position in relation to their local competitors, offering as a differential diagnosis of their activities, quality and speed of services. The analysis of the competitors has the purpose of providing knowledge in relation to the same, which can be transformed into beneficial strategic, high added value. Key Words: analysis of competitors, knowledge, strategy. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1. Celerífero .................................................................................................................11 Figura 2. Componentes de uma Bicicleta full suspesion ........................................................14 Figura 3. Esquema típico de estrutura de canal para bens de consumo ..................................25 Figura 4. Critérios de classificação dos varejistas ..................................................................27 Figura 5. Ciclo de vida no varejo ............................................................................................31 Figura 6. Ciclo de vida dos concorrentes e os lucros ..............................................................33 Figura 7. Ambiente de uma empresa e seus fatores ................................................................43 Figura 8. As cinco forças de Porter .........................................................................................44 Figura 9. Estrutura de canal para bens de consumo da Chico Bike’rs ....................................59 Figura 10. Classificação da Chico Bike’rs ...............................................................................59 Figura 11. As cinco forças de Porter na empresa estudada .....................................................64 Figura 12. Ciclo de vida dos concorrentes da Chico Bike’rs ..................................................66 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1. Maiores produtores mundiais .................................................................................15 Gráfico 2. Maiores mercados consumidores ...........................................................................16 Gráfico 3. Oscilação da produção brasileira entre 2006 a 2011 .............................................18 Gráfico 4. Queda nas exportações entre 2006 a 2011 .............................................................19 Gráfico 5. Crescimento das vendas entre 2006 a 2011 ...........................................................20 Gráfico 6. Tipos de uso das bicicletas .....................................................................................35 Gráfico 7. Visão geográfica da frota de bicicletas por região .................................................36 Gráfico 8. Consumo de acordo com as regiões .......................................................................36 Gráfico 9. Divisão por fornecedores .......................................................................................37 Gráfico 10. Canais de distribuição ..........................................................................................37 Gráfico 11. Produto Interno Bruto (PIB) - Ilhabela ................................................................54 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Consumo brasileiro em unidades ............................................................................17 Tabela 2. Produção brasileira em unidades .............................................................................18 SUMÁRIO Introdução ......................................................................................................9 1 Histórico da evolução das bicicletas .......................................................11 1.1 Componentes de uma bicicleta .............................................................................12 1.2 Mercado de bicicletas no mundo ..........................................................................14 1.3 A localização do Brasil no mercado de bicicletas mundial ..................................17 1.4 Tendências do mercado de bicicletas no Brasil ....................................................20 1.5 Os tipos de bicicletarias .......................................................................................21 2 Varejo ......................................................................................................23 2.1 Função do varejo ..................................................................................................24 2.2 Tipos de varejistas ................................................................................................26 2.3 Ciclo de vida do varejo ........................................................................................30 2.4 Segmentação ........................................................................................................34 2.5 Segmentação do varejo de bicicletas no Brasil ....................................................35 2.6 Serviços ................................................................................................................38 2.7 Caracterização dos serviços .................................................................................38 3 Análise da concorrência ..........................................................................42 3.1 Os concorrentes ....................................................................................................42 3.2 Coleta de informações ..........................................................................................46 3.3 Estratégias futuras da concorrência .....................................................................48 3.4 A importância de monitorar o ambiente dos concorrentes ...................................50 4 Metodologia ............................................................................................52 4.1 Divisão do trabalho ..............................................................................................52 4.2 A cidade de Ilhabela .............................................................................................54 4.3 A empresa estudada .............................................................................................55 4.4 Os concorrentes da Chico Bike’rs ........................................................................55 5 Resultados e Discussão ...........................................................................57 5.1 As cinco forças de Porter empregadas na empresa Chico Bike’rs .......................60 5.2 Análise dos concorrentes da Chico Bike'rs ..........................................................65 5 Conclusões ..............................................................................................71 7 Referências ..............................................................................................73 Apêndice 1: Fluxograma da cadeia de negócios da empresa Chico Bike’rs ...................................................................................................................76 Apêndices 2: Comparação da empresa Chico Bike’rs com seus concorrentes locais ..................................................................................77 Apêndice 3: Entrevista ............................................................................78 9 Introdução Em um mundo que a cada dia se torna mais globalizado com ambientes instáveis, as empresas se deparam com novos desafios, ficando muitas vezes, desatentas em relação aos seus concorrentes, não sabendo classificá-los, quais impactos podem causar no médio ou longo prazo, o que fazem, ou, como fazem. Essa desatenção pode causar problemas futuros, pois, os concorrentes procuram de alguma maneira expandir seus negócios e, nesse processo, podem desestabilizar os ambientes para alcançar seus objetivos. As empresas, que não estão atentas nesse cenário, ou seja, que não se preocupam, apresentam certa miopia em relação aos seus concorrentes. Podem sofrer impactos negativos quando as mudanças ocorrerem, minando suas bases, podendo apresentar diversos problemas para se adaptar, ou mesmo nunca conseguirem, forçando estas a encerrarem suas atividades. Nos mercados onde há livre concorrência, se faz necessário utilizar a análise concorrencial para melhorar a percepção da empresa em relação ao seu mercado de concorrentes. É saber diagnosticá-los, mapeando os mesmos no ambiente, descobrindo o seu comportamento e como pensam. Demonstrar a importância da análise de concorrentes, atualizando a percepção que a empresa tem em relação ao seu ambiente ampliando sua visão, e como pode obter vantagem competitiva. Somente com o uso da análise do mercado de concorrentes, é possível beneficiar as empresas de alguma maneira, na busca de respostas nos ambientes concorrenciais. Esse trabalho objetiva analisar os concorrentes no ambiente da empresa estuda. Procurando mapear estes dentro do ambiente, analisá-los em relação aos seus movimentos, gerando conhecimento destes, como por exemplo, sua localização, tipo de público-alvo, entre outras questões, e demonstrar a importância estratégica de monitorar e conhecer os concorrentes. O presente trabalho foi elaborado através da pesquisa qualitativa, sendo complementado pela pesquisa exploratória. As informações para desenvolver a parte teórica foram coletadas através de pesquisa bibliográfica, através de materiais publicados. A pesquisa exploratória foi utilizada com a finalidade de obter maior familiaridade com tema e problema proposto, caracterizando, assim, um estudo de caso. No estudo de caso, a técnica utilizada para coletar informações na empresa estudada foi à entrevista não estruturada. Para coletar as informações sobre as empresas concorrentes, foi utilizada a pesquisa de campo. 10 O capítulo 1 explica a história da evolução das bicicletas, quais os componentes que são utilizados para montar uma bicicleta. Descreve a realidade do mercado de bicicletas no mundo, os maiores produtores e consumidores, e qual a posição ocupada pelo Brasil. Procura descrever as tendências desse mercado no país. Explica os tipos de bicicletarias que existem no país. O capítulo 2 trata da conceituação do varejo a função do varejo, e os tipos de varejistas. Descreve o ciclo de vida de uma empresa varejista. Explica os conceitos da segmentação e como é a segmentação do varejo de bicicletas no Brasil. Conceitua os serviços e suas características. O capítulo 3 trabalha a análise da concorrência, quais os tipos de concorrentes com base nas cinco forças de Porter. Trata da coleta de informações sobre os concorrentes e quais as estratégias futuras que a concorrência busca utilizar. O capítulo 4 descreve a metodologia utilizada e como esta é dividida neste trabalho. Procura descrever a empresa estudada, a cidade no qual a empresa estudada se localiza e os seus concorrentes. O capítulo 5 trata do resultado e discussão, com base na teoria utilizada. Descreve a classificação da empresa estudada no mercado nacional. Como as cinco forças de Porter atuam na empresa estudada. Foi realizada a análise dos concorrentes da empresa estudada, com a finalidade de demonstrar a importância de monitorar o ambiente dos concorrentes. O capítulo 6 se refere às conclusões do trabalho, e sugerindo algumas melhorias na empresa estudada. 11 1. Histórico da evolução das bicicletas Os primeiros modelos de bicicletas que surgiram, eram muito simples, como o Celerífero que foi desenvolvido pelo conde francês J.H De Sivrac, no ano de 1791. Construído de forma rudimentar todo em madeira, seu corpo central lembra a forma dos atuais quadros de bicicletas. As rodas eram fixadas em uma armação de traves cavilhadas, sendo necessário duas destas para cada roda. Esse sistema de fixar as rodas no quadro não permitia nenhum tipo de mobilidade, por não existir nenhum tipo de sistema de direção. Para realizar a locomoção, era necessário que seu condutor sentasse nesse quadro e realizasse movimentos de passadas, para a direita e para a esquerda, buscando obter a velocidade que pretendia (BUSTOS, 2013). Figura 1. Celerífero Fonte: museudabicicleta (2013) A revolução industrial foi importante para o aperfeiçoamento das bicicletas, auxiliando-lhes a adquirir uma aparência muito semelhante ao que se conhece nos dias de hoje (ALCORTA, 2013). Foi no século XIX que surgiram inovações significativas como o sistema de transmissão por corrente, o aparecimento do pneu com câmara de ar, o pneu que não necessitava de câmara de ar, a criação dos pneus tubulares, surgimento do primeiro câmbio, o conceito do quadro trapezoidal e a fabricação de tubos laminados. Cada uma dessas inovações proporcionou um papel importante, pois melhoraram e facilitaram a condução das bicicletas, garantindo mais segurança e conforto. Consequentemente auxiliaram na expansão 12 desse bem de consumo, que logo teve grande aceitação, praticamente em todo o mundo. Os países de origem europeia dominavam a produção até meados do século XX (FIESP, 2009). Com o passar dos anos as evoluções continuaram, com o desenvolvimento e aprimoramento do câmbio. A utilização de materiais mais leves, resistentes a torções e a impactos, como as ligas de alumínio e cromo. O uso da fibra de carbono para fabricação de quadros, peças e acessórios, começou devido à percepção da exigência das necessidades dos consumidores por produtos mais leves e resistentes, o que se mostrou um segmento muito atraente no ponto de vista econômico nos dias atuais (FIESP, 2009). Segundo o estudo da ABRADIBI (2013b) na década de 70 e no início da década 80, grande parte das empresas que fabricavam bicicletas acabou migrando para países asiáticos, principalmente Japão e Taiwan, buscando reduzir seus custos de produção. Faz-se necessário ressaltar, que do ano de 1980 em diante, o Japão ficou conhecido mundialmente por ofertar peças com grande qualidade e durabilidade (FIESP, 2009). Com o passar dos anos a produção no Japão e em Taiwan, começou a se tornar pouco vantajosa no ponto de vista econômico, sobretudo, devido ao aumento dos custos de produção. No final da década de 80 e início da década de 90, a China oferecia o que as empresas estavam procurando, migrando suas fábricas para esse país (ABRADIBI, 2013b). 1.1 Componentes de uma bicicleta Existem dois tipos de bicicletas, as que possuem marcha e as que não possuem marcha, chamadas de single speed (uma única marcha, ou velocidade) como evidencia a ABRACICLO (apud FIESP, 2009, p. 3) “[...] a bicicleta tem seu mercado segmentado em produtos fabricados com câmbio e sem câmbio”. As modalidades de bicicletas podem ser classificadas em seis tipos de segmentos (FIESP, 2009), que são: Mountain Bike (MTB): de maneira geral, são bicicletas utilizadas para trilhas de diversos níveis técnicos. Todos seus componentes são mais reforçados, podendo ser usadas para competições ou não. Podem ser divididas em dois modelos: Hard Tail: são bicicleta classificadas como rígida, não apresentam um sistema de amortecimento no quadro; e Full Suspesion: apresentam um sistema de amortecimento no próprio quadro. 13 Road Bike ou Speed (estradeira): utilizadas em asfalto, como ruas e rodovias, ou velódromos, são utilizadas em competições ou não; Bicicleta Urbana: são mais simples, caracterizada pelo conforto e estabilidade, podem apresentar marchas ou serem single speed; Cross e afins: voltada para o público infanto-juvenil, não apresentam marchas, seu tamanho é reduzido; Infantil: são bicicletas para crianças, apresentam qualidade, segurança e facilidade de uso; Bicicletas Profissionais: voltadas para competições esportivas, são divididas em diversas subcategorias, tanto de MTB, Speed e Cross. Ainda referenciando o mesmo autor, existem outros tipos de bicicletas que são separados por submodalidades, dentro dos segmentos expostos. O desenvolvimento de produtos para diferentes segmentos ganhou força a partir dos anos 1970. Em 1973. Desde então, surgiram melhorias e adaptações que fizeram com que o produto comercializado ficasse mais semelhante às bicicletas profissionais, cuja utilização se dá, primordialmente, em competições esportivas. (FIESP, 2009, p. 15) As diferenças entre bicicletas com ou sem marcha, está em relação aos componentes que cada uma utiliza, conforme explica a FIESP (2009), onde temos: Bicicleta sem marcha: possui quadro, garfo rígido ou suspensão, movimento de direção, guidão, suporte para o guidão, aros, cubos (para freio a disco ou não), raios, pneus, câmaras de ar, catraca, coroa única, freios (a disco ou não), conduítes e cabos (para o sistema de freio), movimento central, pedivela para uma marcha, corrente para uma marcha, pedal, canote, abraçadeira do canote e selim. Bicicletas com marcha: possui quadro, garfo rígido ou suspensão, movimento de direção, guidão, suporte para o guidão, aros, cubos (para freio a disco ou não), raios, pneus, câmaras de ar, cassete (conjunto de catracas agrupadas, formando uma única peça), freios (a disco ou não), alavancas para mudanças de marchas (traseira e dianteira), cabos e conduítes (para o sistema de freio e/ou para o sistema de marchas), câmbio dianteiro, câmbio traseiro, movimento central, pedivela com duas ou três coroas, corrente para mais de 5 marchas, pedal e canote. O sistema de freios de uma bicicleta pode ser divido basicamente em dois tipos, com cabos ou hidráulicos: Sistema com cabos: pode ser a disco ou não, os cabos acionam o sistema. 14 Sistema hidráulico: usa exclusivamente fluído de freio, como em carros e em motos. Possibilita um alto poder de frenagem. A figura 2 ilustra os componentes de uma bicicleta de Mountain Bike do tipo full suspesion, com seu sistema de transmissão, que utiliza marchas tanto dianteira, quanto traseira. Figura 2. Componentes de uma bicicleta full suspesion Fonte: pedalafloripa (2013) 1.2 Mercado de bicicletas no mundo Devido à globalização e seus efeitos, como a abertura de diversos mercados e consequentemente o aumento da concorrência, empresas de diversos segmentos buscaram maneiras de continuar sua existência e ao mesmo tempo, manterem-se competitivas com preços atraentes em relação aos seus concorrentes. Não foi diferente com o mercado de bicicletas no mundo. A China tem obtido destaque nos últimos anos no cenário internacional, ofertando produtos em todos os segmentos de bicicletas com preços extremamente competitivos, tornando-se o maior fabricante mundial de bicicletas de diversos segmentos, com uma produção de 70 milhões de unidades por ano. É considerada um dos maiores fornecedores do mundo em relação aos componentes de bicicletas (ABRADIBI, 2013b). O 15 gráfico 1 mostra os maiores produtores mundiais no ano de 2009, e suas respectivas parcelas de participações no mercado de bicicletas, com a China na liderança, com um total de 67%, Índia com 8%, Brasil e Taiwan 4%. Os demais países produtores juntos representam 17%. Gráfico 1. Maiores produtores mundiais Outros 17% Taiwan 4% Brasil 4% Índia 8% China 67% Fonte: ABRACICLO (2013) A produção chinesa de peças, partes e acessórios é superior a 150 milhões de unidades anuais. É necessário considerar que os volumes de produção que a China atinge reduzem de forma impactante seus custos operacionais, o que torna um desafio à entrada de concorrentes nesse cenário. Países como Brasil e Índia, por exemplo, tem sua fabricação focada no mercado interno (de baixo valor agregado) apresentando elevados volumes de produção, mas as empresas não têm poder de competir no cenário mundial (ABRADIBI, 2013b). Países como China, Japão e Taiwan detém grande parte da produção de bicicletas, peças e acessórios, mas ainda é possível encontrar bens de alto valor agregado tecnológico, que são produzidos de maneira significativa em países da Europa e Estados Unidos, onde seus custos não são muito impactantes em relação ao preço do produto final (ABRADIBI, 2013b). Embora lidere a produção mundial, a China é considerada como um país que está em desenvolvimento. Para classificar um país em fase de desenvolvimento industrial, se busca uma base, que é seu setor de bicicletas e peças, pois em países em desenvolvimento mais da metade é de baixo valor agregado, devido a dois fatores simples, tanto o valor dos investimentos quanto de tecnologia são baixos, sendo considerados como de nível primário no desenvolvimento industrial. Mas existe a produção de médio e alto valor agregado, nesse caso, acaba sendo em uma parcela menor que não reflete a totalidade desse setor, porque se faz necessário grandes investimentos e alta tecnologia e não são todas as empresas dispostas a realizar esse tipo de investimento (ABRADIBI, 2013b). 16 O consumo de bicicletas e peças mais populares se concentra nos países em desenvolvimento, cuja principal finalidade é proporcionar transporte diário para realização de diversas atividades econômicas. Fica caracterizado como uma importante ferramenta de subsistência, e não apenas um item com pouca importância que possa ser utilizado somente com o objetivo de propiciar o lazer (ABRADIBI, 2013b). Em países desenvolvidos o consumo de bicicletas e peças de médio e alto valor agregado apresenta índices superiores em comparação com produtos populares. Nesses países sua mão de obra apresenta custos elevados, as bicicletas populares são exportadas já montadas. Porém bicicletas que possuam médio ou alto valor, como as bicicletas de competição, são exportadas montadas para diversos países. Nesses países os principais meios de transporte são veículos motorizados (sendo coletivos ou não) o papel da bicicleta é principalmente o lazer (ABRADIBI, 2013b). No gráfico 2 é possível obter uma melhor compreensão do consumo de bicicletas no mundo no ano de 2009. A China ocupa a segunda posição, com um consumo de 21%, Estados Unidos apresenta 15%, Japão e Índia ficam com 8%, Brasil e Alemanha tem um consumo de 4% cada, a França aparece com 3%, e os demais países quando somadas suas taxas de consumo, aparecem com 37%. Gráfico 2. Maiores mercados consumidores mundiais Outros 37% França 3% Alemanha 4% Brasil 4% China 21% Índia 8% Japão 8% Estados Unidos 15% Fonte: ABRACICLO (2013) Em alguns países europeus o aumento do uso das bicicletas como meio de transporte tem crescido nos últimos anos, principalmente pelos incentivos propostos por seus governos (ABRADIBI, 2013b). 17 1.3 A localização do Brasil no mercado de bicicletas mundial O mercado de bicicletas no Brasil tem apresentado um crescimento consistente nos últimos anos, conseguindo-se manter na frente de países como Alemanha e França. O Brasil no ano de 2009 era o 5° maior mercado consumidor de bicicletas no mundo, com um consumo de 5,3 milhões de unidades, totalizando uma parcela de 4% da produção mundial. A Alemanha estava em 6°, com um consumo de 4,4 milhões, conseguindo um percentual de 4%. A França se localizava em 7°, obtendo um consumo de 3,6 milhões, com um percentual de 3% (ABRACICLO, 2013). Na tabela 1 é possível perceber a participação do Brasil em relação ao consumo mundial de bicicletas no ano de 2009, em valores unitários, no qual ocupa a quinta posição. Tabela 1. Consumo brasileiro em unidades Consumo Mundial 2009 China 25,0 Estados Unidos 18,3 Japão 10,0 Índia 9,0 Brasil 5,3 Alemanha 4,4 França 3,4 Outros 44,6 TOTAL 120 Fonte: ABRACICLO (2013) Em termos de produção, o Brasil se encontra como o 3° maior produtor de bicicletas no mundo. No ano de 2009 o país produziu por volta de 5 milhões de bicicletas, totalizando um percentual 4% de toda produção mundial (ABRACICLO, 2013). Na tabela 2 pode ser visto o ranking mundial de produção de bicicletas, onde o Brasil só fica atrás da China e Índia. 18 Tabela 2. Produção brasileira em unidades Produtor Mundial 2009 China 80,0 Índia 10,0 Brasil 5,0 Taiwan 5,0 Outros 20,0 TOTAL 120,0 Fonte: ABRACICLO (2013) Embora o Brasil seja um dos três maiores produtores de bicicletas do mundo, sua taxa de produção tem apresentado oscilações nos últimos 5 anos. No período entre os anos de 2006 a 2011 houve uma variação negativa em 7,03%. O período entre os anos de 2007 e 2008 apresentou o seu auge, após esse período ocorre uma queda gradual ano a ano, como pode ser analisado no gráfico 3 (ABRACICLO, 2013). Gráfico 3. Oscilação da produção brasileira entre 2006 a 2011 5.330 5.325 5.120 4.950 Valores em milhares de unidades 4.980 2006 2007 2008 2009 2010 4.630 2011 Fonte: ABRACICLO (2013) Percebe-se que a produção de bens no país tem sentido os efeitos das políticas tributárias do governo em relação à indústria, e outros fatores, como a entrada em massa de produtos asiáticos de baixo valor agregado (afetando tanto de forma direta quanto indireta seu desempenho) (ABRADIBI, 2013b). Embora o Brasil seja um dos três maiores produtores de bicicletas do mundo, suas taxas de exportação tem apresentado uma queda acentuada. No ano de 2006 o país exportou 33.580 mil unidades. No ano de 2011 exportou somente 2.405 unidades. Essa diferença 19 totaliza uma queda nas exportações em torno de 93% (ABRACICLO, 2013) que pode ser observada no gráfico 4. Gráfico 4. Queda nas exportações entre 2006 a 2011 33.580 -93% 19.680 15.769 10.343 7.114 2.405 2006 2007 2008 2009 Fonte: ABRACICLO (2013) 2010 2011 De acordo com exposto pela ABRACICLO (2013) em relação às exportações, é possível reforçar que a maior parte da produção de bicicletas no país tem sido absorvida pelo mercado interno. O terceiro lugar na produção não caracteriza o Brasil como um pólo de exportação, pelo fato de grande parte da produção ser consumida internamente (ABRADIBI, 2013b). Em relação ao exposto pela ABRACICLO (2013) e ABRADIBI (2013b) é possível concluir que dois fatores podem ter contribuído para essa redução. Em primeiro lugar está a valorização da moeda brasileira em relação a outras moedas, por exemplo, o dólar. Essa valorização beneficia a importação de produtos dos grandes fabricantes asiáticos, devido aos baixos preços por estes praticados, dessa maneira, acaba sendo mais viável importar do que adquirir bens semelhantes de produtores nacionais. Em segundo lugar o aumento das taxas de tributação realizadas pelo governo, o que, acaba afetando de certa maneira todo o setor industrial, encarecendo seus custos de fabricação. Um dos problemas nesse caso está na questão dos altos custos de produção e transporte, tornando a relação custo-benefício pouco atraente diante da sua competitividade em relação aos bens importados. Embora o cenário para exportações tenha se mostrado negativo, o de importações tem obtidos resultados positivos. Também sofre oscilações, sendo uma das causas principais o protecionismo ao produto brasileiro que o governo alega realizar. Esse protecionismo ocorre principalmente com o aumento barreiras para a importação de diversos bens, entre eles bicicletas e componentes (PARAGUASSU, 2013; ABRADIBI, 2013). 20 O governo brasileiro respondeu [...] sobre sua política tributária do País no Comitê de Medidas de Investimento Relacionadas ao Comércio (TRIMS, na sigla em inglês), da Organização Mundial do Comércio (OMC), e negou que qualquer uma das medidas tomadas recentemente tenham cunho protecionista. Durante o debate, os diplomatas brasileiros resaltam que as medidas simplificaram a questão tributária, incentivam o desenvolvimento de tecnologia e inovação e são aplicadas de forma não discriminatória, seguindo as normas internacionais. (PARAGUASSU, 2013, s.p.) O mercado brasileiro de bicicletas teve 7 milhões de unidades vendidas no ano de 2011. No período entre o ano de 2006 a 2011 houve um aumento em média de aproximadamente 1 milhão de bicicletas customizadas, que foram montadas sob encomenda em bicicletarias e lojas especializadas. O gráfico 5 demonstra a expansão no período entre 2006 a 2011, que foi de 33,33% (ABRADIBI, 2013a). Gráfico 5. Crescimento das vendas entre 2006 a 2011 5,5 5,8 5,0 5,3 6,0 4,5 2006 2007 2009 2008 Fonte: ABRADIBI (2013a) 2010 2011 É esperado que ocorra um aumento em relação ao número de bicicletas, indo para 8 milhões de unidades ao ano (ABRADIBI, 2013a). 1.4 Tendências do mercado de bicicletas no Brasil Conforme explica a ABRADIBI (2013b) o aumento do poder aquisitivo devido à elevação da renda da população nas últimas décadas, tem auxiliado no desenvolvimento significativo no mercado de bicicletas e peças de médio valor agregado. Percebe-se um aumento claro de requisitos de melhoria na qualidade das peças, componentes e acessórios que são ofertados a preços mais reduzidos. Durante esta década e início da próxima, a migração da população nacional que hoje está abaixo da linha da miséria para as classes D e E ainda sustentarão o mercado de bicicletas de baixo valor agregado em volumes elevados. A partir disto, os volumes de bicicletas de baixo valor agregado para transporte diário tenderão a diminuir, com 21 aumento das bicicletas de médio valor agregado, mas não nos mesmos patamares atuais. (ABRADIBI, 2013b, p. 13) Outra característica é um movimento de migração de uma determinada parcela de usuários de bicicletas para outros tipos de transporte, especialmente motos e ultimamente bicicletas elétricas. A busca crescente por esse tipo de bem é em razão do desenvolvimento do país que afeta diretamente na escolha desses itens. Embora o país tenha aumentado seus níveis de desenvolvimento nos últimos anos, faz-se necessário reforçar que as empresas fabricantes de peças nacionais (com exceção de raros casos) atualmente não apresentam tecnologia para competir com produtos importados (ABRADIBI, 2013b). Relata ABRADIBI (2013b) que o governo precisa incentivar o uso de bicicletas como matriz de transporte, reforçando as políticas públicas, tanto nos grandes centros urbanos, como nas pequenas e medidas cidades. É necessário a criação de mais vias públicas para o uso de bicicletas, pois apresentam baixo investimento em comparação a outros meios de transporte. É essencial buscar ofertar ao consumidor brasileiro produtos superiores em relação à tecnologia, qualidade e segurança, com uma melhor definição de regras e normas que estejam bem definidas e que procurem atender as novas necessidades. Existem dois aspectos que necessitam ser considerados para o setor de bicicletas. Primeiro demonstrar que a relação do uso diário de bicicletas é um hábito saudável, proporcionando melhor qualidade de vida e que pode auxiliar na redução dos gastos com saúde pública. Em segundo é um meio de transporte que não dissemina nenhum tipo de poluição. É importante ressaltar que a redução do preço final ao consumidor de bens de médio e alto valor agregado é de extrema importância, tornando-se como uma das condições essenciais para auxiliar na alavancagem do consumo e consequentemente, transformando-se em um bem mais acessível para a população em geral (ABRADIBI, 2013b). 1.5 Os tipos de bicicletarias Evidencia a ABRADIBI (2013b) que as bicicletarias são empresas com a finalidade de atuar no mercado de serviços, tanto da montagem quanto na reposição de peças de bicicletas customizadas ou padronizadas. Os componentes podem ser de fabricação nacional ou importados. Procuram atender a dois tipos de segmentos de bicicletas, as customizadas e as padronizadas. 22 Bicicletas customizadas são aquelas montadas com peças e componentes escolhidos de acordo com o gosto do consumidor. Este paga por cada peça e acessório de forma individual. Essa liberdade de escolha cria maior flexibilidade na configuração desse tipo de bicicletas, sendo um diferencial em relação às bicicletas padronizadas. Geralmente o preço da montagem dessas bicicletas já está incluído no preço das peças e acessórios (ABRADIBI, 2013b). Esta significativa representatividade se dá devido à grande diversidade quanto aos modelos e tipos de peças no mercado, e que possibilitam ao consumidor o direito de adquirir um produto dentro de suas expectativas, considerando sempre a relação custo-benefício, que retrata a qualidade de um produto qualquer. (ABRADIBI 2013b, p. 20) As bicicletas padronizadas são aquelas fabricadas em escala ou linha de produção, fornecidas por grandes fabricantes e montadoras. São consideradas padronizadas, pelo fato, de terem a mesma configuração, tanto na relação de suas peças e componentes, quanto nas cores e tamanhos, sem muita opção de escolha para o consumidor, que adquire a que mais lhe agrada dentro das configurações estabelecidas. Geralmente são encontradas em grandes redes de lojas, magazines e supermercado, com a finalidade de atender uma aplicação específica ou gosto específico (ABRADIBI, 2013b). Em relação às bicicletarias existem dois tipos. As bicicletarias simples que possuem um mix de produtos e serviços reduzidos, ofertando principalmente serviços básicos como montagem e manutenção de bicicletas de baixo valor agregado, em alguns casos, porém, realizam serviços simples em bicicletas de médio valor agregado. Ofertam também peças e acessórios básicos, como cestas e para-lamas (ABRADIBI, 2013b). As bicicletarias especializadas têm por objetivo superar os serviços das bicicletarias simples, que são restritos a um segmento ou dois. Objetivam a venda de serviços que atendam a todos os segmentos do mercado, como por exemplo, trabalho, lazer e competição. Seus serviços tem um alto nível de especialização, o que lhes permitem ampliar seu mix de serviços, como a realização de manutenção em freios a disco hidráulicos. Ofertam bens de alto valor agregado, como peças de reposição, equipamentos de segurança, acessórios e ferramentas (ABRADIBI, 2013b). 23 2. Varejo Varejo é toda a atividade principal geradora de receita, que seja caracterizada como venda de um bem ou serviço, cuja a finalidade é atender em um determinado momento, uma necessidade pessoal do consumidor final. As instituições do varejo ofertam bens ou serviços, podendo ser entendidas também como varejistas, com a finalidade de atender as necessidades do consumidor final (PARENTE, 2007). De acordo com Cobra (2009) o varejo representa a venda de grandes quantidades de produtos de um ou mais fornecedores. É feita a aquisição de bens desses fornecedores criando um estoque. Os bens são organizados e postos a venda em linhas de produtos, como roupas, sapatos entre outros, dentro de um comércio ou uma rede. Além de ofertar diversos bens de fabricantes diferentes, entre outras atividades. O varejo engloba todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente a consumidores finais pra o seu uso pessoal, e não organizacional. Muitas instituições – fabricantes, atacadistas e varejistas – praticam o varejo. Mas a maior parte do varejo é praticada por varejistas: empresas cujas vendas vêm primordialmente do varejo. [...] nos últimos anos, o varejo sem lojas tem crescido muito mais rápido do que o varejo com lojas. [...] engloba a venda a consumidores finais por mala direta, catálogos, telefone, Internet, TV, reuniões em casa e no trabalho, contato de porta em porta, máquinas de venda automática e outras abordagens de varejo direto. (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 330, grifo do autor) De acordo com Parente (2007) as definições de varejo vão muito além de uma simples mentalização estática de um comércio, que geralmente é caracterizado por uma loja com endereço fixo. Pode ser entendido, no entanto, como algo dinâmico que pode utilizar diversos meios como: Telefone: como empresas que ofertam bens e serviços diversos através de ligações; Correios: com seus serviços de postagem de modo geral; Internet: através de sua ampla variedade de ofertas; A casa do próprio consumidor: nesse caso, um bom exemplo são os vendedores de porta a porta. 24 2.1 Função do varejo O varejo se encontra dentro do sistema de distribuição de bens e serviços como um intermediário entre produtores e os consumidores. Caracterizado como um elo que liga cada um desses participantes envolvidos na oferta de bens e serviços, aos seus respectivos níveis dentro do canal da cadeia de distribuição (PARENTE, 2007). Os bens quando fabricados, ou serviços disponibilizados, precisam chegar de alguma forma aos seus consumidores finais, em muitos casos passando por diversos sistemas de distribuição (canais). Porém de acordo com o tipo de bem, serviço ou de seu mercado-alvo, é necessário o uso de mais de um sistema de distribuição (COBRA, 2009). Para Kotler e Armstrong (2007) um sistema de distribuição é a união de empresas independentes (são os intermediários) que procuram levar um produto ou serviço para o consumidor final. Estes intermediários possuem maior capacidade em disponibilizar tanto produtos quanto serviços para os mercados de consumidores (mercados-alvos). De acordo com Parente (2007) são criadas estruturas de acordo com níveis de intermediação, com a quantidade de intermediários que são necessários para que um determinado bem ou serviço seja encaminhado da produção e chegue até o consumidor final. Existem quatro tipos de estruturas de níveis de intermediários, que são representadas em uma escala que vai de dois até cinco, a serem apresentadas a seguir: A primeira estrutura apresenta dois níveis, não tem nenhum tipo de intermediário. É caracterizada por bens e serviços que são ofertados diretamente do produtor ao consumidor final. É um fluxo de produtos e serviços. Em alguns casos, pode ou não utilizar os serviços de empresas de transporte especializadas; A segunda estrutura tem três níveis, apresenta um intermediário que geralmente é o varejista, além do produtor e do consumidor final; Já na terceira estrutura de nível quatro, são considerados dois intermediários, sendo um atacadista e o outro, um varejista; e Na quarta estrutura de nível cinco, existem três intermediários, sendo um agente, um atacadista e um varejista. Produtores de bens de consumo buscam usar de maneira simultânea mais de um nível do canal. Essa situação ocorre por causa de fatores como a região em que se encontra ou tamanho do intermediário com o qual trabalha (PARENTE, 2007). 25 Um fabricante de bens de consumo normalmente utiliza simultaneamente vários níveis de canal, dependendo da região e do porte do intermediário. A relação entre fabricantes e grandes redes varejistas costuma ser direta, sem atacadistas. A distribuição para varejistas menores é feita por atacadistas, e em regiões mais remotas, poderá existir mais de um nível atacadista. (PARENTE, 2007, p. 23) A figura 3 demonstra os tipos de canais existentes, seus níveis e as estruturas que o formam, de acordo com Parente (2007). Figura 3. Esquema típico de estrutura de canal para bens de consumo Nível Dois Nível Três Nível Quatro Nível Cinco Fabricante Fabricante Fabricante Fabricante Agente Atacadista Varejista Atacadista Varejista Varejista Consumidor Consumidor Consumidor Consumidor Fonte: Rosenbloom (1999, p. 23 apud PARENTE, 2007, p. 22) Para Cobra (2009) o participante considerado como um agente exposto por Parente (2007) na figura 3 (na quarta estrutura de nível cinco) pode ser entendido como um distribuidor. Podendo ser representante de um fabricante de forma exclusiva, ou de vários, em uma ou mais linhas de produtos. Conforme Parente (2007) explica, além de servir como um elo que proporciona ligação entre uma ou mais partes de uma cadeia de distribuição, os varejistas adquirem diversos tipos de produtos de fabricantes e de fornecedores. A finalidade é ofertar para os consumidores, uma ampla variedade de opções em um único lugar. Como se encontram muito próximos dos mercados consumidores finais, o varejo consegue identificar as necessidades mais rapidamente, auxiliando na produção de bens e serviços que atendam essas necessidades. Os membros desse canal exercem um determinado grau de interação entre si de maneira direta ou indireta. Cada varejista ocupa uma posição importante dentro do canal de distribuição, estes não são independentes, pois a totalidade de seus processos não preenche todos os elos do canal, que se inicia no processo de fabricação ou criação, indo até a disponibilização de bens e serviços para o consumidor final. É necessária a participação de outros membros que são responsáveis por cada um desses elos de maneira especializada. Os 26 varejistas acabam dependendo da participação, interação e integração desses outros membros dentro do canal no qual se encontram. Trabalham juntos na obtenção de resultados satisfatórios, buscando deixar as atividades de transação e distribuição eficientes e efetivas, auxiliando na maximização dos lucros do canal como um todo, não de forma isolada, e ampliando sua visão para períodos de médio a longo prazo (PARENTE, 2007). De acordo com Kotler e Armstrong (2007) um sistema de distribuição é criado por empresas que procuram obter o mesmo benefício e um depende do outro. Um exemplo na busca de bons resultados está na relação dos produtores com seus distribuidores em geral. Os Produtores tentam incentivar a aquisição de seus bens pelos seus distribuidores em épocas de baixa procura, oferecendo condições especiais como formas de pagamento ou tamanho dos lotes, entre outros, e esperam que os mesmos repassem essas condições até seus consumidores de alguma maneira (COBRA, 2009). Porém de acordo com Parente (2007) não são todas as empresas que buscam interagir com os membros de seu canal de distribuição. Isso ocorre pelo fato de que existem canais de distribuição convencionais formados por empresas que são independentes, cada qual desempenhando suas funções de produtor, atacadista e varejista, buscando maximizar somente seus próprios lucros, não de todo o canal. Nesse caso, ocorre um alto grau de desalinhamento com os outros membros desse canal, sua visão está voltada para a concretização de objetivos de curto prazo. Membros de canais com um alto nível de interação são afetados pelo comportamento dos outros membros desse canal. Em canais onde os membros tem pouca interação, ocorre o inverso. 2.2 Tipos de varejistas As instituições varejistas como explica Parente (2007) podem ser classificadas de acordo com uma série de características. Estas formam um conjunto de especializações que as moldam, tendo por objetivo, apresentar as características estruturais básicas de tais instituições. A figura 4 procura mostrar essas especializações, seus conjuntos e as estruturas que formam. 27 Figura 4. Critérios de classificação dos varejistas Instituições Varejistas Classificação de acordo com a propriedade Independentes Redes Franquias Departamentos alugados Sistemas Verticais de Marketing Instituições com Lojas Alimentícias Não Alimentícias Serviços Instituições sem Lojas Marketing Direto Vendas Diretas Máquinas de Venda VarejoVirtual Fonte: Berman e Evans (1998, p. 103 apud PARENTE, 2007, p. 25) Como explica Parente (2007) as instituições varejistas podem ser classificadas da seguinte maneira: Instituições varejistas: seu objetivo principal é atuar no varejo, está é sua atividade principal (geradora de receita). Oferta tanto produtos quanto serviços para o consumidor final, sendo subdivididas em; Classificação de acordo com o tipo de propriedade: são formadas com base em algum tipo de propriedade, podendo ser ou não própria de quem administra determinado formato varejista (independente). Pode ser um tipo de franquia (que faz parte de uma rede maior) entre outros. São divididas em: Propriedades independentes: é a existência de uma loja, geralmente de pequeno porte, sua administração em formato familiar. Possui baixo nível tecnológico. Apresenta um gerenciamento centralizado, facilitando o controle. Presta mais atenção as necessidades dos clientes. Seus recursos e poder de negociação são limitados; Propriedade de redes: podem ser entendidas como um gerenciamento de duas ou mais lojas com um mesmo objetivo. Conforme vai se desenvolvendo seu poder de negociação com fornecedores também aumenta. Enfrenta problemas para controlar operações com flexibilidade e alinhar as características das lojas nos mercados no qual atua; 28 Propriedades de franquias: tipo de sistema contínuo que integra o franqueador com o franqueado. Tem a finalidade de gerenciar um empreendimento de acordo com as normas estabelecidas pelo franqueador. As franquias podem ser divididas em dois tipos: Franquias que ofertam produto ou marca: representam produtos ou o nome de um fornecedor específico. Não impõem regras muito rígidas, possibilitando maior autonomia para o franqueado, como a escolha da infra-estrutura, políticas de recursos humanos entre outros aspectos. Empreendimentos nesse formato são diferentes uns dos outros, mas todos tem um conjunto de diretrizes a cumprir; Franquias que são baseadas em formato de negócios: suas regras são mais rígidas, pois tem um determinado padrão a ser seguido. O franqueado não tem muita autonomia. Recebe assistência do franqueador para escolher desde o local do empreendimento, até na realização de procedimentos operacionais. Todos os empreendimentos nesse modelo apresentam grandes semelhanças entre si. Possibilita obter níveis de coordenação altos. Ocorre maior interação entre franqueador e franqueado; Propriedades de departamentos alugados: basicamente é o aluguel de uma loja em uma galeria, prédio, entre outros. É necessário seguir normas estabelecidas por quem aluga; Propriedade de sistemas de marketing vertical: objetiva alinhar todos os membros de um canal visando o benefício coletivo, reduzindo custos e desperdícios. Instituições com lojas: são todos os empreendimentos que tenham um local físico, que tenham um prédio, ou uma loja em uma galeria. Apresentar algum tipo de endereço fixo. Podem ser divididas em: Ofertam alimentos: padarias, mercearias, supermercados entre outros, por exemplo. O varejo de alimentos supera o varejo de não alimentos. Um dos motivos é a baixa renda da população que gasta grande parte de seus recursos financeiros com alimentação; Não ofertam alimentos: são lojas especializadas, que podem fazer parte de uma rede ou não. Ofertam produtos como ferramentas, materiais de construção, roupas, automóveis, entre outros tipos de bens não perecíveis. Pode ter uma ampla gama de linhas de produtos para satisfazer a determinados tipos de segmentos, ou trabalhar apenas com uma linha específica, como lojas que ofertam somente camisetas; Ofertam serviços: procuram demonstrar os benefícios que os serviços proporcionam, como clínicas médicas e salões de beleza. O serviço pode estar atrelado com 29 algum bem tangível como os serviços ofertados por restaurantes. Os serviços apresentam basicamente características intangíveis, não são perecíveis, são inseparáveis e apresentam heterogeneidade (variação do tipo do serviço prestado), ou seja, um serviço prestado, nunca é igual ao outro. Instituições sem loja: ofertam produtos ou serviços sem que os consumidores deixem suas casas. O telefone e internet vêm auxiliando em sua expansão. Geralmente, não apresentam endereço físico, nem fixo. As instituições sem loja pode ser assim divididas: Marketing direto: formado por um sistema que interage consumidores e vendedores que ofertam seus produtos por meio de catálogos. Os consumidores usam os computadores, telefones ou serviços dos correios para fazerem seus pedidos; Venda direta: ocorre contato pessoal podendo ser feito na casa do consumidor, no trabalho ou usando o telefone. Tem a finalidade de explicar pessoalmente e demonstrar determinado produto. Oferecem além da conveniência de adquirir produtos em sua casa, menos opções de escolha e aconselhamento pessoal do vendedor; Máquinas automáticas de venda: é um sistema no qual o consumidor pode adquirir produtos efetuando o pagamento por fichas ou usando cartão de crédito. O consumidor escolhe o que vai consumir dentro das opções disponibilizadas pelo fornecedor ou fabricante. A vantagem é de trabalhar 24 horas por dia e não utilizar vendedores. Exige manutenção de seu estoque e do sistema da máquina para operar corretamente; Varejo virtual: se baseia na internet e suas ferramentas. Vem apresentando alto crescimento. As empresas têm procurado utilizá-lo para expandir seus negócios ao redor do mundo, buscando maximização de seus lucros. Usam principalmente sites para divulgar e ofertar bens ou serviços para seu público-alvo. Os sites contém uma grande quantidade de produtos, variedades, serviços, informações, comentários de usuários em relação a determinado produto ou serviço, e formas de pagamento. A tecnologia da informação está derrubando os limites de tempo e de espaço. Por meio da Internet, o consumidor vem ampliando as alternativas de escolha e o nível de controle em suas decisões de compra. Poderá acessar lojas em qualquer parte do planeta, na hora que desejar, e tomar sua decisão de compra na velocidade (lenta ou rápida) que mais lhe convier. (PARENTE, 2007, p. 18) A internet como relata Porto (apud PARENTE, 2007) vem sendo considerada como uma ferramenta de expansão, auxiliando na quebrar de paradigmas na comunicação e distribuição de bens e serviços. Auxilia produtores na oferta de seus produtos ou serviços de maneira direta com os clientes finais. Esse tipo de situação é chamado de desintermediação. Teoricamente os intermediários são excluídos do processo da cadeia de distribuição, gerando 30 uma redução dos custos em toda a cadeia de distribuição, e consequentemente uma redução no preço para os consumidores finais. O formato de varejo online (virtual) vem crescendo a cada ano, principalmente com os sites (que são de fácil uso) serviços de busca que facilitam a procura de bens e serviços e a expansão da tecnologia que procura facilitar a vida do consumidor no seu processo de aquisição (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 2.3 Ciclo de vida do varejo Embora o conceito de ciclo de vida esteja mais atrelado às definições de marketing, ele pode ser aplicado perfeitamente no varejo (PARENTE, 2007). Para cada novo formato varejista existe um ciclo de vida, podendo ser curto em alguns casos, ou longo em outros. Independente do tempo que levam para completar seus ciclos, cada formato varejista possui desafios estratégicos que devem ser analisados e trabalhados para garantirem o sucesso desse formato. Assim como os produtos que demoram em serem aceitos ou que estão estagnados por longos períodos (em algum estágio do ciclo) o mesmo pode ocorrer com os novos formatos varejistas. Alguns podem demorar em serem aceitos, tendo um crescimento mais lento, ou nunca serão aceitos. Outros podem ter aceitação e podem estagnar em algum dos estágios do ciclo (COBRA, 2009). Definindo os quatro estágios da vida de um empreendimento varejista (introdução, crescimento, maturidade e declínio) pode-se desenvolver ou auxiliar em um melhor direcionamento das estratégias. Esses estágios são divididos em duas linhas. A linha principal (vendas) representa o ciclo de vida de uma empresa varejista, podendo ser tanto um formato antigo, quanto um novo formato de varejo. Para melhor entendimento, deve-se tomar como exemplo, um novo formato varejista, descoberto por uma empresa do próprio segmento do varejo. Essa linha principal demonstra o desenvolvimento da empresa através do tempo, o seu processo de crescimento, consequentemente seu aumento de lucros, passando pelos estágios de crescimento, maturidade e declínio, que é o final do ciclo. Nesse ponto é necessário reorganizar objetivos e estratégias para acompanhar as mudanças do mercado, buscando reinventar a empresa, e procurar adequá-la as novas tendências do ambiente. A segunda linha (concorrentes) demonstra o ambiente dos concorrentes, evidenciando que à medida que um empreendimento com um novo formato é iniciado, este tem poucos ou nenhum concorrente. Conforme vai crescendo, acaba por chamar a atenção de novos concorrentes. No final do 31 ciclo, por ser um formato muito explorado, deixa de ser atraente e começa o seu declínio (junto com o ambiente concorrencial). A figura 5 demonstra o ciclo de vida adaptado ao varejo, com ênfase no concorrente (PARENTE, 2007). Resultado do tamanho varejista em ( $ ) Figura 5. Ciclo de vida no varejo Maturidade Introdução Declínio Crescimento Vendas Introdução 0 Concorrentes Fonte: Adaptado de Parente (2007, p. 37) tempo O estágio inicial ou período de introdução é entendido como a entrada no mercado. Se for um novo formato que explore uma necessidade descoberta, haverá muito poucos ou nenhum concorrente direto. Por outro lado se for à entrada em um mercado que tenha um formato já explorado, terá muitos concorrentes diretos. Os lucros iniciais são baixos, pois o empreendimento está se adaptando a realidade do mercado (se ajustando) apresentando lucros pequenos e baixa aceitação (PARENTE, 2007). De acordo com Cobra (2009) nesse estágio busca-se criar um aumento na demanda desse mercado, contudo, ocorrem perdas de recursos financeiros, pelo fato de ser um formato novo e sua demanda não conseguir amortizar os gastos para desenvolver esse novo formato. Nesse período o crescimento das vendas é lento (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). No período de crescimento ou estágio secundário é quando as vendas começam a alcanças um desenvolvimento significativo, cobrindo os custos iniciais de criação e começam a gerar os primeiros lucros. O empreendimento começa a ter uma aceitação crescente do seu público-alvo. Nesse ponto começam a surgir concorrentes que perceberam que esse novo formato poderá lhes garantir uma maximização de lucros atraente. Mesmo com a entrada de concorrentes o mercado consumidor ainda se mantém atraente (PARENTE, 2007). Para Kotler e Armstrong (2007) esse é um período no qual ocorre rápida aceitação por parte dos mercados consumidores. Quando entra no período de maturidade ou terceiro estágio as vendas começam a estabilizar. É nesse ponto que se inicia a redução nos lucros. Isso ocorre devido a esse formato 32 de empreendimento chegar ao ápice de aceitação nos seus mercados alvos. Devido a grande concorrência que agora existe nesse segmento, uma empresa só conseguirá aumentar seus lucros, caso consiga captar consumidores dos seus concorrentes (PARENTE, 2007). Nesse ponto em diante, seus níveis de aceitação são elevados, mas pode acontecer que esse formato fique estagnado dentro de um médio ou mesmo longo período, ou mesmo, que comece a declinar (COBRA, 2009). A última fase é o declínio ou quarto período. É caracterizada pela diminuição acentuada das vendas, e consequentemente a diminuição de seus lucros. Essa situação pode impactar de maneira negativa na existência da empresa. É nessa fase que surgem novos modelos de formatos de empreendimento, que começam a ocupar o espaço deixado pelos seus sucessores que erraram em algum ponto. Esses novos modelos costumam ser mais competentes e com ajustes melhores em relação aos modelos anteriores, objetivando satisfazer da melhora maneira (tomando como base, o formato anterior, que se encontra em declínio) o mercado do público-alvo no qual está atuando (PARENTE, 2007). Para Kotler e Armstrong (2007) o declínio pode ser causa por mudanças do gosto dos consumidores ou aumento da concorrência. Pode ocorrer ainda, uma reformulação do formato com a finalidade de aumentar sua vida útil, buscando de alguma maneira reiniciar o ciclo. Pode ocorrer que com a saída de muitos concorrentes nesse estágio, algumas empresas que ficaram poderão estabilizar-se, pois seus ganhos podem aumentar consideravelmente, compensando estenderem suas atividades por mais algum tempo (COBRA, 2009). O mesmo modelo do ciclo de vida varejista exposto por Parente (2007) na figura 5, também pode ser utilizado para explicar à relação direta que existe entre o aumento do número de concorrentes com a queda das vendas, e consequentemente a queda nos lucros. Utilizando como base o ciclo de vida do produto, descrito por Kolter e Keller (2006) para poder explicar da melhor maneira a relação proposta entre os concorrentes e o lucro ilustrado na figura 6, temos: 33 Resultado do tamanho varejista em ( $ ) Figura 6. Ciclo de vida dos concorrentes e os lucros Maturidade Introdução Declínio Crescimento Linha 1 Vendas Introdução Linha 2 Lucros Linha 3 Concorrentes 0 tempo Fonte: Adaptado de Parente (2007, p. 37) No estágio de introdução sua característica é a empresa (principal, pioneira nesse novo formato) não ter concorrentes, ou estes são muito poucos, não afetando sua receita. Nesse estágio a demanda pelos seus bens ofertados é pequena (está se desenvolvendo) e consequentemente seus lucros também são pequenos. Os lucros ainda podendo ser nulos (cobrindo somente os gastos) ou mesmo não apresentar nenhum lucro (obtendo, resultados negativos, não conseguindo cobrindo os gastos) nos primeiros momentos de existência da empresa. Resumidamente, existe poucos ou nenhum concorrente, poucas demanda (vendas), e pouco ou nenhum lucro (KOTLER; KELLER, 2006; PARENTE, 2007; COBRA, 2009). O estágio de crescimento apresenta a característica do aumento do número de concorrentes em seu ambiente, com a entrada de concorrentes (caso não existissem) ou a entrada de novos concorrentes (caso já existissem alguns). Começa a existir uma demanda crescente por seus bens ofertados e consequente aumento de lucros. De maneira resumida, apresenta grande crescimento do número dos concorrentes, aumento crescente da demanda (vendas) e consequentemente, crecimento dos lucros, e aumento crescente da oferta de bens (KOTLER; KELLER, 2006; PARENTE, 2007; COBRA, 2009). Em relação ao estágio de maturidade, sua característica é a âpice do aumento dos concorrentes nesse ambiente. É um ponto onde ocorre grande concorrência entre as empresas existentes, o mercado em si se encontra saturado. O crescimento quando ocorre é pela diminuição da carteira (número de clientes) de um ou mais concorrentes. A demanda pelos bens ofertados começa a declinar, existindo excesso de bens ofertados e os lucros também declinam. Nesse estágio muitas empresas concorrentes por não obterem mais lucros (que compensem ficar nesse ambiente muito concorrido) acabam por abandoná-lo. Ocorre um 34 fenômeno interessante, pois com a saída de muitos concorrentes as empresas que ficaram conseguem se estabilizar e obtêm lucros que, acabam por compensar sua permanência por longos períodos. Resumindo ocorre um âpice no número dos concorrentes e posterior queda no número dos mesmos. A demanda por bens é baixa, a oferta dos mesmos é alta, os lucros se estabilizam ou começam a declinar (KOTLER; KELLER, 2006; PARENTE, 2007; COBRA, 2009). No estágio de declínio o número dos concorrentes se encontra bem reduzido. A demanda não é mais tão atraente. Existe ainda muitos bens sendo ofertados em relação a demanda decrescente, gerando resultados nulos ou obtenção de receitas negativas. Todavia pode ocorrer o mesmo fenômeno citado no estágio anterior, que acaba criando uma situação favorável para as empresas que ficaram, compensando sua permanência com lucros razoáveis (KOTLER; KELLER, 2006; PARENTE, 2007; COBRA, 2009). 2.4 Segmentação A segmentação é o processo de identificação e posterior classificação de grupos de consumidores diferentes dentro de um determinado mercado com a finalidade de dividir este em grupos menores. É importante que tenham alguma semelhança em relação à aquisição de bens e serviços, como um comportamento de aquisição considerado homogêneo entre diferentes grupos de consumidores. Embora os consumidores não apresentem os mesmos tipos de preferências e gostos (são únicos em cada indivíduo) esses apresentam um padrão de aquisição semelhante, com base em suas necessidades. Conhecendo as necessidades desses é possível separá-los em grupos de consumidores homogêneos e realizar a segmentação dos mesmos (COBRA, 2009). De maneira resumida a segmentação de um mercado consiste na divisão de um mercado em partes menores, tomando como base suas necessidades, comportamentos diferentes ou características, para aquisição de bens ou serviços. Com base na segmentação é possível criar perfis de segmentos que auxiliam as empresas na busca de perfis que mais lhe agradam (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). [...] para segmentar, ou seja, dividir um mercado maior em partes menores, é preciso conhecer as necessidades dos consumidores-alvos, bem como suas atitudes e comportamentos mais frequentes na decisão de compra. [...] identificar e medir um 35 segmento de mercado através de dados demográficos, sociais e culturais e identificar o potencial desse segmento de mercado. Em resumo, a segmentação de mercado é a ação de identificar e classificar grupos distintos de compradores que apresentem comportamentos de compra relativamente homogêneos. (COBRA, 2009, p. 123) Conforme explica Cobra (2009) para segmentar um mercado faz-se necessário saber qual o tipo de categoria de segmentação a utilizar, podendo ser: Demográfica: considera diferentes aspectos da população em si, como ocupação, renda, idade, educação e sexo; Geográfica: utilizam variáveis consideradas globais, como estágio de desenvolvimento de um país, tamanho da cidade e densidade populacional, clima, altitude, entre outros, por exemplo. Cultural: essa abrange um conjunto de aspectos diferentes, como a religião, educação e língua. Esses são de fácil mensuração, embora variáveis como masculinidade e feminilidade sejam usadas, porém são mais difíceis de agrupar; Ambiental: procura utilizar variáveis políticas, legais, de negócios, indicadores econômicos como produto interno bruto, inflação, entre outros; De acordo com Kotler e Armstrong (2007), pode-se usar a segmentação psicográfica, que tem a finalidade de separar consumidores por classe social, estilo de vida, ou características de personalidade. 2.5 Segmentação do varejo de bicicletas no Brasil A frota ativa de bicicletas no país está por volta de 80 milhões de unidades. O mercado de bicicletas no Brasil pode ser entendido através de uma divisão de categorias de uso. Direcionadas para o transporte a parcela é de 50%, para o público infantil fica 32%, para o lazer 17%, para competições, apenas 1%, como pode ser observado no gráfico 6, que mostra como as bicicletas são utilizadas no país ABRADIBI (2013a). Gráfico 6. Tipos de uso das bicicletas 1% 17% 32% 50% Fonte: ABRADIBI (2013a) Transporte Infantil Lazer Competição 36 Embora a frota de bicicletas no país seja basicamente dividida nas quatro categorias de uso citadas, faz-se necessário saber, que a quantidade de bicicletas no mercado nacional pode ser dividida por região, criando assim um mapa da frota de bicicletas que seja de fácil entendimento. A região Sudeste detém 35,2 da frota de bicicletas do país, a região nordeste 20,8, a região Sul 11,2, as regiões Centro-Oeste e Norte 6,4 cada uma respectivamente, como podem ser evidenciados no gráfico 7. Dessa forma é possível ter uma visão ampla do mercado de bicicletas por cada região (ABRADIBI, 2013a). Gráfico 7. Visão geográfica da frota de bicicletas por região 35,2 20,8 11,2 6,4 6,4 Fonte: ABRADIBI (2013a) Em relação ao consumo de bicicletas e peças no Brasil é possível demonstrar o consumo nas cinco regiões do país, demonstrando a quantidade que cada uma consome. A região Sudeste apresenta um consumo de 45% de peças e 47% de bicicletas. A região Nordeste aparece com um consumo de 20% tanto de peças quanto de bicicletas. A região Sul detém um consumo de 18% de peças e 15% de bicicletas. A região Centro-Oeste apresenta um consumo de 10% de peças e 13% de bicicletas. A região Nordeste aparece com um consumo de 7% de peças e 5% de bicicletas, como pode ser observado no gráfico 8 ABRADIBI (2013a). Gráfico 8. Consumo de acordo com as regiões 45%47% 20%20% 7% 5% 18% 13% 10% Fonte: ABRADIBI (2013a) 15% Peças Bicicletas 37 De acordo com Cobra (2009) produtos que necessitem de conhecimento ou suporte técnico em sua distribuição, precisam ser distribuídos de forma especializada. Conforme evidencia a ABRADIBI (2013a) a distribuição de todas as vendas de bicicletas realizadas no país podem ser divididas de acordo com a categoria de fornecedores. Estes são os grandes fabricantes que detém 50% de toda a distribuição, as lojas especializadas-bicicletarias detêm 25%, pequenas e médias montadoras detém 20% e as importadoras detém 5%, conforme evidencia o gráfico 9. Gráfico 9. Divisão por fornecedores 50% Grandes Fabricantes 25% Lojas EspecializadasBicicletarias Pequenas e Médias Montadoras Importadas 20% 5% Fonte: ABRADIBI (2013a) O fornecimento de bicicletas e peças realizado no país deve-se principalmente as bicicletarias regionais, detentoras de uma parcela de 40%, grandes magazines apresentam uma parcela de 35% e as lojas especializadas detém 25%, como pode ser analisado no gráfico 10 (ABRADIBI, 2013a). Gráfico 10. Canais de distribuição Bicicletarias Regionais 40% Grandes Magazines Lojas Especializadas 35% 25% Fonte: ABRADIBI (2013a) Estes canais de distribuição precisam ser constantemente realinhados com seus objetivos, junto com a demanda existente (ABRADIBI, 2013a). 38 2.6 Serviços As empresas estão sendo forçadas a expandirem suas fronteiras a cada dia, muitas estão recorrendo à internet e suas ferramentas para lhes auxiliar nesse processo. Buscando obter um diferencial, muitas empresas que oferecem serviços procuram cada vez mais aproximar-se de seus consumidores seja de maneira independente ou realizando parcerias com outras empresas, procuram oferecer vantagens perceptíveis aos seus consumidores (KOTLER; KELLER, 2010). Os serviços podem ser considerados como um bem intangível, mas perceptível, com a finalidade de suprir uma necessidade, podendo ser tanto no complemento de outro bem intangível como em um bem tangível, oferecido por uma parte que é a prestadora do serviço e recebido por outra parte que é a cliente (KOTLER; KELLER, 2010). Definimos um serviço da seguinte maneira: serviço é qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto. (KOTLER; KELLER, 2010, p. 397) Segundo Cobra (2009) os serviços podem ser separados por tipo de uso, assim como produtos tangíveis independente de serem voltados para os negócios ou ao consumidor final. Ocorre uma divisão básica onde os serviços podem ser individuais ou voltados para as empresas e terem o mesmo prestador de serviço, como os serviços de telefonia, que disponibiliza planos mais básicos para consumidores individuais, ou planos mais específicos para empresas. 2.7 Caracterização dos serviços Segundo afirmam Kotler e Keller (2010, p. 399) em relação ao serviço ser intangível “[...] intangibilidade ao contrário dos produtos físicos, os serviços não podem ser vistos, sentidos, ouvidos, cheirados ou provados antes de adquiridos.” Pelo fato dos serviços não serem perceptíveis aos cinco sentidos humanos, é com base na sua percepção que os prestadores de serviços procuram lhes ofertar. Os consumidores buscam reduzir as incertezas sobre os serviços, procurando de alguma forma por sinais ou evidências sobre a qualidade do 39 serviço que desejam, tentando deduzir algo sobre os mesmos, por exemplo, com base nas instalações, pessoas, equipamentos, material de comunicação, símbolos e preços, ou tudo mais que puderem perceber para sanar suas incertezas sobre o serviço. Dessa maneira o prestador de serviços precisa saber administrar as evidências, procurar de alguma forma, agregar valor, ou seja, procurar demonstrar a qualidade dos seus serviços por meio de algo concreto que o consumidor possa perceber e sentir (KOTLER; KELLER, 2010). Reforçando que os serviços são intangíveis, Cobra (2009) afirma que serviços apresentam uma natureza intrínseca com a intangibilidade, não sendo possível serem armazenados, restando após sua execução à percepção de que o mesmo foi realizado. Em relação ao exposto sobre deixar o intangível o mais tangível possível, Carbone e Haeckel (apud KOTLER; KELLER, 2010) propõem um conjunto de conceitos que chamam de engenharia do cliente, afirmando que as empresas precisam criar primeiramente uma imagem clara, que demonstre aos consumidores como ela quer que sejam as percepções destes em relação a certas experiências. Após essa primeira parte faz-se necessário o planejamento de um conjunto de sinais de contexto e desempenho, algo que possa sustentar essas experiências. Os serviços tem uma característica de inseparabilidade pelo fato de serem produzidos e consumidos de forma simultânea. O que não ocorre com os bens materiais que são fabricados, depois estocados, distribuídos para diversos revendedores e por último, chegando ao consumidor final. A pessoa que está encarregada de realizar o serviço acaba sendo considerada parte dele de certa maneira (a parte tangível) (KOTLER; KELLER, 2010). O prestador de serviços acaba sendo confundido com o próprio serviço que realiza se tornando mesmo que involuntariamente, parte do mesmo (COBRA, 2009). Embora o serviço possa ser inseparável pode ocorrer um aspecto de forte preferência por um determinado serviço em si, ou prestador de serviço. Nesse caso é aplicada a lei da oferta e da demanda que rege os princípios econômicos. Quanto mais procurado um determinado bem, mais alto fica seu preço. Mas no lugar de um bem tangível está um bem intangível que é o serviço. Quanto menos tempo tiver para realizar o serviço, mais alto o preço deste se torna (KOTLER; KELLER, 2010). Há diversas estratégias para superar essa limitação de tempo. O prestador de serviços pode aprender a trabalhar com grupos maiores. Alguns psicoterapeutas transformaram suas sessões de terapia individual em terapia de pequenos grupos e, mais tarde, em terapia de grupo com mais de 300 pessoas reunidas em um grande salão de hotel. O prestador de serviços pode aprender a trabalhar mais rapidamente: os psicoterapeutas, por exemplo, podem diminuir a duração de suas sessões de 50 40 para 30 minutos e assim atender mais pacientes. [...] (KOTLER; KELLER, 2010, p. 400) Os serviços podem ser realizados por empresas ou por profissionais autônomos com elevado grau de variação. Por diversos motivos o serviço pode variar, como em relação ao fornecer de determinado serviço que pode mudar, até mesmo, onde e quando, são aspectos que podem variar. Pelo fato de possuírem grande variabilidade, os consumidores procuram obter o máximo de informações possíveis sobre determinado serviço e seu prestador antes de realizar sua escolha, buscando obter respostas sobre suas dúvidas nesse caso, consultando outros consumidores que optam ou optaram sobre um tipo de serviço especificado (KOTLER; KELLER, 2010). Outro ponto que caracteriza os serviços é em relação a sua perecibilidade. Os serviços não estragam, por isso, não necessita ser estocado. Porém, podem sofrer com o fator tempo, perdendo valor quando ocorrem atrasos em sua prestação, por que, o tempo perdido da prestação de um serviço não pode ser recuperado (KOTLER; KELLER, 2010). Essa perda de valor em relação aos atrasos que os serviços podem sofrer de certa maneira torna o mesmo em algo perecível em relação ao fator tempo, pois o tempo não pode ser recuperado nesse caso (COBRA, 2009). Segundo afirmação de Kotler e Keller (2010) as empresas tanto de serviços quanto de produtos têm procurado obter vantagem competitiva por diversas maneiras e métodos, uma delas é a diferenciação através da qualidade sobre os bens que ofertam, sendo necessário, no entanto, que as mesmas controlem a qualidade de seus serviços. É necessário reforçar que os consumidores procuram antes de adquirirem um serviço, levantar informações em relação a esse serviço e do seu prestador. São informações como a confiabilidade que esse pode transmitir em prestar o serviço, a segurança transmitida pelo mesmo, sua empatia em relação ao cliente e a parte tangível do serviço, que pode ser desde a estrutura física, funcionários, até material de comunicação. Os consumidores acabam desenvolvendo um mapa de expectativa em relação ao serviço que pretender adquirir, com base nas informações que vão coletando e comparam o que pode ser recebido, e o que realmente podem receber. Caso o serviço que esperem, não for capaz de satisfazer suas necessidades dificilmente procuraram esse fornecedor novamente, por outro lado, se o serviço atender as suas necessidades as chances de voltarem a optar por determinado prestador de serviços é muito alta (KOTLER; KELLER, 2010). A qualidade do serviço de uma empresa é testada sempre que o serviço é prestado. Se os vendedores se mostram entediados, não conseguem responder a perguntas 41 simples ou ficam conversando e deixam os clientes esperando, os clientes pensarão duas vezes antes de fazer negócios novamente com essa empresa. (KOTLER; KELLER, 2010, p. 406) De acordo com Kotler e Keller (2010) os serviços podem ser divididos em três níveis, conforme sua dificuldade de avaliação: Qualidades pesquisáveis: apresenta alto nível. Suas características são avaliadas pelo possível comprador antes da aquisição; Qualidades experimentáveis: apresenta alto nível. Só poderá ser avaliado depois de sua compra; Qualidades credenciáveis: nesse caso, se estiver com alto nível, o comprador tem dificuldades de avaliá-lo, mesmo depois de adquirido e utilizado. Segundo Kotler e Keller (2010) os serviços apresentam um alto nível de qualidades experimentáveis e credenciáveis geralmente a classificação em relação a sua aquisição se torna de alto risco. Sendo de alto risco gera algumas consequências, estás podem ser: A confiança que o consumidor do serviço tem nas informações coletadas com outros consumidores ou ex-consumidores. Em muitos casos sendo muito mais importantes do que as propagandas oficiais; A qualidade, onde os clientes se importam mais com o preço, funcionários e fatores visíveis. A alta fidelidade que os consumidores têm a determinados prestadores de serviços, quando estes satisfazem de forma plena suas necessidades. O fato de existirem um ou mais custos variáveis envolvidos na troca de fornecedores de serviços. Os consumidores ficam em um estado de inércia, o que dificulta atrair esses clientes para os concorrentes. A qualidade nos serviços tem sido utilizada para demonstrar que determinado prestador de serviço é superior a seus concorrentes. Um indicador que demonstre a qualidade de um serviço é a capacidade de reter clientes (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). 42 3. Análise da concorrência 3.1 Os concorrentes As empresas se encontram inseridas em ambientes instáveis, onde realizam suas atividades. Existe um conjunto de fatores externos que atuam sobre as mesmas, que as influenciam na maioria dos casos, são esses fatores que geram instabilidade de forma constante no ambiente (OLIVEIRA, 2009). De acordo com Oliveira (2009) as alterações em um conjunto de fatores que auxiliam a moldar o ambiente de uma empresa, podem criar instabilidade nesse ambiente e consequentemente na empresa. As variações no ambiente afetam a empresa de tal forma que se está não estiver bem estruturada, pode ocorrer um processo de desgaste e desordem chamado de entropia positiva1, que pode colocar um fim nas atividades da empresa. Embora a entropia apresente uma forma negativa, que possibilita as empresas frear as ações de sua forma positiva, objetivando um equilíbrio em seu ambiente e consequentemente, estendendo seu tempo de vida. O processo de entropia negativa ocorre em empresas que estão bem estruturadas e atentas a seus ambientes de atuação. O processo entrópico decorre de uma lei da natureza, na qual todas as formas de organização se movem para a desorganização e a morte. Entretanto, os sistemas abertos – como as empresas – podem gerar entropia negativa, por intermédio da maximização da energia importada, o que pode ser obtido via maximização da eficiência com que o sistema processa essa energia. Assim, os sistemas sociais – como as empresas – podem deter, quase indefinidamente, o processo entrópico. Apesar dessa possibilidade, é grande o número de empresas que, ao longo da história, deixaram de existir. [...] normalmente se considera esse processo em sua forma negativa. A entropia, entretanto, também pode estar em sua forma positiva, ou seja, na afirmação da desorganização e do desgaste. (OLIVEIRA, 2009, p. 11, 12) A figura 7 mostra os fatores externos no qual uma empresa está sujeita. Esses fatores podem desestabilizar seu ambiente, possibilitando o surgimento da entropia positiva. 1 Esse processo para melhor entendimento pode ser comparado a ação da ferrugem em uma estrutura de metal. Começa com um simples ponto, mas conforme vai sendo adiada uma solução, (fazendo vista grossa), esse pequeno pontinho, tratado como algo de pouca importância, com o passar do tempo, se desenvolve. Quando seus efeitos são percebidos, a estrutura está com elevado grau de comprometimento, sendo a única solução, o descarte da mesma (Do próprio autor). 43 Figura 7. Ambiente de uma empresa e seus fatores Ciclo de vida no varejo Mercado de mão-de-obra Governo Concorrência Consumidores Fornecedores Empresa Sistema financeiro Comunidade Sindicato Tecnologia Fonte: Oliveira (2009, p. 9) Segundo relata Hooley, Piercy, Nicoulaud (2010) é necessário estar em constante monitoramento do ambiente, mas não de maneira focada só nos concorrentes já instalados, mas sim, nos possíveis e até mesmos prováveis concorrentes indiretos. Mesmo que as barreiras de entrada sejam altas, possíveis novos entrantes poderão se sentir atraídos caso esse segmento demonstre grande expansão e lucros altos, sendo necessário um cuidado redobrado. As empresas estão sujeitas a um conjunto de fatores, contudo, cinco desses fatores são caracterizados como cinco forças externas básicas. Essas cinco forças determinam o nível de concorrência dentro dos ambientes de cada empresa, procurando demonstrar se determinados ambientes apresentam níveis baixos ou altos de concorrência. As empresas por serem de alguma maneira diferente uma das outras mesmo que competindo nos mesmos segmentos, buscam de alguma forma meios para lidarem com cada uma dessas forças ou com um conjunto dessas que estejam atuando na empresa em um determinado momento, com a finalidade de reduzirem os impactos que essas causam. O conjunto dessas cinco forças desenvolve-se e moldam os ambientes de cada empresa, gerando impactos em várias partes destas com diferentes níveis de percepção. O grau com que cada força afeta uma empresa varia entre cada uma. Determinada força ou um conjunto delas, podem ser uma restrição para uma empresa, mas pode ser a oportunidade para outra (PORTER, 2004). É necessário ressaltar que as empresas procuram se distinguir de seus concorrentes por algum diferencial, algo que lhes garanta uma posição de conforto dentro de seus ambientes, principalmente em relação aos seus concorrentes, como a adoção de processos que maximizem sua receita (PORTER, 2004). 44 Na figura 8 é apresentado o modelo das cinco forças proposto por Porter. Figura 8. As cinco forças de Porter ENTRANTES POTENCIAIS Ameaça de novos entrantes Poder de negociação dos fornecedores CONCORRENTES NA INDÙSTRIA FORNECEDORES Poder de negociação dos compradores COMPRADORES Rivalidade entre as Empresas Existentes Ameaça de produtos ou serviços substitutos SUBSTITUTOS Fonte: Porter, (2004, p. 4) Porter (2004) explica que as cinco forças podem ser entendidas como: Entrantes potenciais (ameaça de novos entrantes): quando chegam a um novo ambiente levam novas características, recursos e capacidades. Procuram logo se estabelecer e ganhar espaço, o que geralmente ocasiona uma queda nos preços dos consumidores finais, gerando problemas com os lucros das empresas já localizadas, pois inflacionam o mercado com bens de grande semelhança entre si. Todavia, isso só ocorrer quando os novos entrantes conseguem passar pelas barreiras de entrada. Essas barreiras são um mecanismo de defesa, que as empresas já localizadas procuram utilizar para desestimular a vinda de novos concorrentes, reduzindo suas chances de sucesso. Compradores (poder de negociação dos compradores): tem poder para barganhar o preço de bens ou conseguir benefícios. Focam na redução de preços, realizam orçamentos com diversos concorrentes com a finalidade de deixar evidente que determinado concorrente oferece um preço menor do que a média de todos os concorrentes nesse segmento, ou ainda, oferece determinados benefícios que seus concorrentes não o fazem, como a facilidade de pagamento em prazos mais longos, ou a diminuição dos preços caso adquiram grandes quantidades, o que acaba por criar uma disputa entre esses concorrentes. Não são todos os compradores que detém esse tipo de poder, é necessário um conjunto de características distintas que demonstre a importância desse comprador para o segmento. São feitas 45 comparações em relação ao volume das aquisições que este realiza o que define seu poder econômico e respectivamente sua importância. São grandes empresas que concentram altas somas de capital e que representam a liderança de seus segmentos. Fornecedores (poder de barganha dos fornecedores): apresentam uma posição favorável na negociação com compradores. Buscam obter vantagens em seus acordos. Procuram demonstrar que caso não obtenham algumas vantagens nas negociações, podem ofertar bens com qualidade inferior e até mesmo, aumentar os preços dos mesmos. Esse tipo de negociação acaba forçando os compradores a entrarem em mercados que seus concorrentes tenham capacidade de autofabricar bens semelhantes, onde os compradores acabam perdendo grande parte de suas receitas, pelo fato, de não poderem repassar esse aumento de custos. São forçados a arcarem com tais custos, correndo o risco (caso repassem tais custos aos seus clientes) de concorrer com bens que seus clientes podem produzir, complicando sua situação. Esse tipo de fornecedor são empresas que detém tipos específicos de produtos com um diferencial que só estás possuem, além de possuírem grandes somas de capital e uma ampla carteira de clientes. Substitutos (ameaças de produtos ou serviços): produtos que possuem praticamente os mesmos benefícios que os produtos das linhas principais de um segmento. Porém seus custos de produção são menores que os produtos das linhas principais, consequentemente seus preços são menores, forçando os itens da linha principal a trabalharem com margens de lucro reduzidas. Para conseguirem lucros maiores, tentam agregar valor em seus produtos para obterem certo diferencial em relação a esses bens substitutos. Concorrentes na indústria (rivalidade entre as empresas existentes): empresas que já se encontram estabelecidas em determinado ambiente e competem pelos recursos que este lhes oferece. Seja captando novos consumidores (que não são leais a uma determinada empresa) lançando novos produtos ou serviços, ou atraindo clientes de outras empresas concorrentes para si. Os concorrentes acabam se sentindo pressionados e também podem perceber uma oportunidade de crescimento. Se determinado concorrente está demonstrando crescimento superior em relação aos outros concorrentes, estes podem começar um movimento para tentar frear esse crescimento. É importante salientar que segundo Porter (2004) algumas empresas tentam realizar movimentos de expansão sem serem percebidas e consequentemente quando isso acontece em ambientes que estejam em equilíbrio, essa tentativa de expansão desestabiliza esse ambiente gerando represálias. Esse equilíbrio no ambiente pode ser em relação à concorrência. 46 Empresas que tentam realizar expansão nesses ambientes que tenham elevado grau de concorrência, o fazem captando consumidores de seus concorrentes, criando um desequilíbrio e abrindo caminho para represálias por parte das empresas que se sentem afetadas. De acordo com (PORTER, 2004) para as empresas conseguirem se desenvolver dentro de seus ambientes que apresentam determinado grau de instabilidade, é necessário o uso de um conjunto de estratégias competitivas que tenham por objetivo, achar uma posição de conforto em relação às mudanças que ocorrem no ambiente no qual atuam. As cinco forças não afetam uma ou outra empresa, mas sim todas as empresas sem exceções, mas em níveis diferentes para cada uma. Ocorre que uma ou mais forças acabam agindo de forma mais acentuada em uma empresa, ou em um segmento. Dessa maneira para obter sucesso na busca das melhores estratégias para superar a pressão que essas forças exercem, é preciso que se conheça muito bem cada uma, após essa análise é possível saber como essas forças agem, possibilitando delinear o rumo da empresa de acordo com seus objetivos. “Todas as cinco forças competitivas em conjunto determinam a intensidade da concorrência na indústria, bem como a rentabilidade, sendo que a força ou as forças mais acentuadas predominam e tornamse cruciais do ponto de vista da formulação de estratégias” (PORTER, 2004, p. 6). 3.2 Coleta de informações Muitas empresas não coletam as informações sobre seus concorrentes de maneira sistemática, acabam realizando a coleta de alguns dados, que são muito fragmentados, contendo muito pouco ou praticamente nada de útil. Acaba sendo semelhante a um jogo de quebra-cabeça, que só fará sentido quando apresentar a união da grande maioria das peças. A união de dados fragmentados pode ser entendido como a criação de uma informação. As informações podem ser de dois tipos: que tenham qualidade (que sejam uteis) ou as que não têm nenhuma qualidade (não tem nada a oferecer) para a empresa em um determinado momento (PORTER, 2004). Esse conjunto de dados muito fragmentados, ou informações inconsistentes são considerados de baixa qualidade, podendo criar resultados genéricos com grandes incertezas, dificultando uma boa leitura da situação atual, podendo em muitos casos ser passível de distorção da realidade (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2007). Conseguir dados de boa 47 qualidade que se transformem em informações, de onde seja possível extrair bons indicadores, acaba sendo muito difícil (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010). Segundo Swain (1993 apud HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010) as boas fontes de dados são: Pública: é constituída por relatórios das empresas, estudos do setor, pesquisas patrocinadas pelo governo e órgãos comercais; Compartilhamento de dados: podem ser coletados em conferências, contatos diretos, contatos formais ou informais; Entrevistas diretas: realizadas com clientes, distribuidores, especialistas do setor, ex-funcionários, entre outros. Para Hooley, Piercy, Nicoulaud (2010) as fontes de dados também pode ser: Informações estatísticas públicas: é a coleta no nível mais básico. Contém informações tanto do mercado em si quanto dos concorrentes. Apresenta um problema, pois em muitos casos são divergentes, pelo fato de serem geradas por estudos do governo que utiliza técnicas diferentes para tratar os dados coletados, isso, comparando com as empresas de pesquisa privadas que utilizam suas técnicas para analisar os mesmos. Assim, acaba divergindo também no tamanho da amostra estudada, entre outros fatores; Revistas, folhetos, banners e internet: é possível encontrar desde a lista de produtos ou serviços, seus objetivos, preços e filosofia. Sua propaganda pode demonstrar qual o tipo de consumidor que almeja, como pretende chegar até os mesmos, entre outras informações; Vazamentos de informações: podem ser acidentais, geralmente causado por um erro interno ou provocado por empresas concorrentes, por exemplo, com a finalidade de descobrir no que seu concorrente está trabalhando, ou quais serão seus próximos passos; Intermediários que estão dentro da cadeia de valor: podem ser uma fonte valiosa para conseguir obter dados e informações a respeito de seus concorrentes; Ex-funcionários dos concorrentes: constituem uma fonte valiosa de informações, pelo fato de saberem como determinado concorrente trabalha, quais são seus pontos fortes e fracos. Podem ter conhecimento sobre informações vitais; Agentes duplos: estes podem ser implantados dentro de um ou mais concorrentes para captar diversas informações vitais. A coleta de informações de acordo com Wright, Kroll, Parnell (2007) pode ser entendida como um scanning ambiental, que considera todo o ambiente de atuação da empresa incluindo seus concorrentes. Pode ser explicado de maneira simples, como uma 48 coleta e análise de informações que tem por objetivo, procurar evidenciar uma ou mais tendências ambientais que apresentem algum tipo de relevância. Seus benefícios podem ser: Melhora significativa na compreensão dentro de seu ambiente, em relação às mudanças. Aperfeiçoamento do planejamento estratégico e consequentemente melhor tomada nas decisões. Melhor eficácia em relação às questões governamentais. Maior aumento na segurança no investimento de recursos. A análise de cada concorrente principal ou potencial que existe no mercado pode ser considerada como o ponto de partida que possibilitará no desenvolvimento de previsões futuras em relação à indústria e o rumo que está tomará. Alguns dos concorrentes podem inovar no período de curto ou longo prazo, por exemplo, tentando prever os movimentos de cada concorrente e do ambiente no qual se encontram através de suas reações (PORTER, 2004). 3.3 Estratégias futuras da concorrência O objetivo principal segundo Hooley, Piercy, Nicoulaud (2010) é tentar descobrir como os concorrentes se comportariam, caso o ambiente atual sofra algum tipo de mudança e como sua concorrência irá responder a esses eventos. É necessário que sejam levantados alguns pontos considerados importantes, como: Descobrir a satisfação atual dos concorrentes em relação a sua posição atual. Se estiverem satisfeitos, focaram seus recursos para manter essa satisfação, deixando seus concorrentes indiretos explorarem novos segmentos. Caso estejam insatisfeitos focaram em melhorar sua posição no segmento que está atuando, deixando de lado a exploração de novos segmentos, ou ainda, não buscaram realizar inovações. Procurar evidenciar quais os tipos de movimentos estratégicos ou mudanças que os concorrentes farão. Poderá ser verificado o histórico dos mesmos, buscando um padrão de movimento que estes utilizam para localizarem-se dentro das novas mudanças. Essas mudanças podem ser iniciadas pelo próprio ambiente em si, quanto por algum concorrente. Podem ser analisados seus objetivos, capacidades, que auxiliarão na composição de um 49 quadro que demonstre qual o conjunto de estratégias que podem ser utilizadas e qual será a reação deles, podendo ser favorável ou não as mudanças. Encontrar qual o ponto no qual o concorrente tem mais vulnerabilidades. De acordo com Clausewitz (1908 apud HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010) afirma que como em uma guerra o sucesso virá na exploração da fraqueza dos adversários. De maneira resumida, analisando as forças e fraquezas de um concorrente percebe-se onde é possível competir com o mesmo de forma inicial (entrando em seu ambiente) competindo aonde este é mais fraco. O que provocará a maior e mais efetiva retaliação pelos concorrentes? Empresas que procuram trabalhar em segmentos considerados secundários pelas empresas líderes, mesmo que estás não denotam muita atenção para tais segmentos poderão sofrer algum tipo de retaliação, caso sua expansão chegue até os segmentos onde esses líderes atuam. Outro exemplo é se um concorrente que domina determinado segmento resolver atender a outros segmentos que são seus concorrentes. As empresas líderes que atuam há mais tempo, podem iniciar uma série de retaliações. Deve ser levando em conta como este responderá e o grau de sua retaliação, ou seja, as mudanças que essa determinada empresa quer realizar, mesmo sendo de pouca importância para o seu ponto de vista, para seus concorrentes poderá ser uma ameaça. O objetivo é forçar a empresa a olhar além de seus próprios movimentos e em direção aos movimentos de seus concorrentes e, como um grande jogador de xadrez, pensar vários movimentos adiante. Trata-se de um pensamento sólido sobre seus movimentos de uma perspectiva ampla e estratégica, em vez da maneira incremental como as estratégias costumam emergir. (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010, p. 96) O objetivo principal da análise da concorrência segundo Porter (2004) é tentar descobrir como os ambientes e os concorrentes se comportam. É buscar respostas para questões que possam auxiliar no desenvolvimento de um mapeamento dos concorrentes e do ambiente, delineando um perfil para cada um deles. Descobrir como os concorrentes funcionam, como pensam, quais são as intenções futuras, como reagem a mudanças no ambiente como um todo, qual é o rumo que estão tomando. É basicamente tentar entendê-los, trabalhando as informações captadas dentro do ambiente e transformando-as em indicadores que sejam os mais confiáveis possíveis para poder delinear um conjunto de estratégias mais adequado possível. 50 3.4 A importância de monitorar o ambiente dos concorrentes As empresas que estão atentas aos movimentos dos seus concorrentes como relatado por Hooley, Piercy, Nicoulaud (2010) percebendo qualquer movimento dos mesmos, procuram adotar medidas para entender os movimentos destes e preparar um conjunto de estratégias que lhes permita estar um passo a frente de seus concorrentes de alguma maneira, propiciando que antecipem-se as mudanças que o concorrente estava prevendo ou tentando realizar. Outras empresas procuram neutralizar os movimentos de seus concorrentes. Existem aquelas que tentam copiar as estratégias de seus concorrente, entre outros casos. Mas todas buscam de alguma maneira adequar-se no novo cenário que está sendo criado, com o objetivo de continuar sua existência e balancear as forças que as pressionam (PORTER, 2004). Contudo não são todas as empresas que estão atentas a sua volta, que procuram entender os movimentos dos concorrentes. Muitas empresas não realizam nenhum tipo de monitoramento, tanto do ambiente, quanto dos concorrentes. São empresas acomodados e quando percebem algum tipo de mudança, não conseguem reagir a tempo. Elas acabam sofrendo o processo de entropia positiva, o que pode custar sua existência (OLIVEIRA, 2009). A análise do ambiente dos concorrentes pode ser comparada a um jogo de xadrez, no qual busca-se prever o próximo passo do oponente, ao mesmo tempo, que se tenta esconder seus próprios passos (HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010). Monitorar o ambiente dos concorrentes é uma tarefa que precisa ser realizada de foma perfeita. É um processo que começa com a coleta dos melhores dados, nas melhores fontes, criando boas insformações, contendo bons indicadores, que auxiliaram em previsões mais precisas, podendo demonstrar o rumo que seus concorrentes buscam ou qual será a próxima mudança mo ambiente. Empresas que acabam errando em vários pontos no processo de análise do ambiente dos concorrentes ou não dão muita importancia desnvolvem previsões erradas. Essas empresas quando a mudança está para acontecer são as que mais sofrem para se adequar a nova realidade, gastando diversos recursos para realizarem essa adequação. Em muitos casos estas se encontram em um nível muito elevado de falta de sintonia com o ambiente a sua volta, não conseguindo ajustar-se as mudanças, encerrando suas atividades (WRIGHT; KROLL. PARNELL, 2007). Para Porter (2004) é descobrir como os concorrentes se comportam? Quem são seus concorrentes (concorrentes diretos)? E seus possíveis concorrentes (concorrentes indiretos)? Onde estão localizados? Qual é o tipo de produtos que utilizam? Qual é o tipo de serviço que 51 procuram ofertar? Como realizam seus serviços? Entre outras questões. É tentar conhecer seus concorrentes o máximo possível, e entender como realizam suas atividades. E ser capaz de perceber quando esses realizam algum movimento (ou vários) podendo distinguir entre um movimento que afetará muito ou pouco a empresa. Este forçará a empresa à realizar quais tipos de movimentos, com qual velocidade para não ficar obsoleta diante de seus concorrentes, o que poderá a forçar a encerrar suas atividades. 52 4. Metodologia 4.1 Divisão do trabalho Este trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa qualitativa. A pesquisa qualitativa não utiliza métodos e técnicas estatísticas. É desenvolvida através do processo descritivo dentro de um ambiente que é a fonte de dados para o pesquisador. Difere da pesquisa quantitativa, pelo fato, dessa ser expressa em números, em outras palavras, procura utilizar os números como opiniões e informações, que são classificados e analisados (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010). Para complementar a pesquisa qualitativa, foi utilizada a pesquisa exploratória nesse trabalho. Esta tem a finalidade de obter uma maior familiarização com o problema proposto e desenvolver hipóteses para esse problema, utilizando a pesquisa bibliográfica e entrevistas, sendo classificado como estudo de caso. Difere da pesquisa descritiva que procura evidenciar as características da população, fenômeno estudado, ou estabelecendo relações entre suas variáveis e por ser considerado um levantamento. Em relação à pesquisa explicativa, difere, pois procura conhecer os fatores que ajudam na ocorrência dos fenômenos, com o objetivo de explicar o porquê de tais acontecimentos (KAUARK; MANHÃES; MEDEIROS, 2010). Para Yin (2001) o estudo de caso procura explanar um assunto, podendo ser complementado com outros dois tipos de estudos, sendo o exploratório e o descritivo. A finalidade do estudo de caso é realizar uma busca para conservar aspectos e características integrais que apresentam qualquer tipo de significado com relação ao evento real estudado. Procura-se utilizar o estudo de caso quando há necessidade de examinar acontecimentos contemporâneos, que não seja possível manipular os comportamentos que tenham alguma importância, ou seja, os comportamentos chaves. Para Kaurark, Manhães, Medeiros (2010) o estudo de caso procura se aprofundar em um ou poucos objetivos para se conseguir um amplo e maior conhecimento do assunto estudado. A técnica utilizada foi à pesquisa bibliográfica. O objetivo é a obtenção de informações através da bibliografia, podendo ser entendido, como o uso de material que já foi publicado, sendo livros, artigos, e material advindo da internet conforme salienta Gil (1991 apud KAUARK, MANHÃES, MEDEIROS, 2010). 53 Para coletar as informações da empresa estudada foi utilizado como instrumento de pesquisa à entrevista não estruturada. Para Marconi e Lakatos (2011) está permite uma maior flexibilidade nas respostas, com a finalidade, de obter maiores informações. Para Yin (2001) a entrevista tem a finalidade de manter o pesquisador no melhor caminho em relação aos objetivos do trabalho, enquanto a coleta de informações vai sendo realizada. Para coletar as informações sobre os concorrentes da empresa estudada, foi utilizada a pesquisa de campo. Esta tem a finalidade de auxiliar na obtenção de informações, ou gerar entendimento sobre um determinado problema, podendo ser utilizada a coleta de dados para proporcionar informações através da observação direta (MARCONI; LAKATOS, 2003). Pode ser considerada como uma fonte de evidências, que auxilia na composição de um estudo de caso (YIN, 2001). Nesse trabalho foi utilizada a observação não participativa, que tem por finalidade fazer com que o espectador não interfira no ambiente estudado (KAUARK, MANHÃES, MEDEIROS, 2010). Este trabalho é dividido em duas partes, em todas a internet foi utilizada com a finalidade de obter informações complementares. A primeira parte buscou utilizar a pesquisa bibliografia, explanando a teoria fornecendo a base para descrever a empresa estudada em seu mercado de atuação e auxiliar na análise de seu ambiente de concorrentes, procurando evidenciar a importância de analisar os mesmos. Segundo Rampazzo (2005) a pesquisa bibliográfica tem a função de esclarecer um determinado problema utilizando como fontes de referências teóricas, materiais publicados, como livros, revistas, artigos, entre outros. A segunda parte foi desenvolvida o estudo de caso. Rampazzo (2005) salienta que o estudo de caso é uma pesquisa que tem por finalidade analisar os variados aspectos da existência de um indivíduo em geral, por exemplo, uma empresa ou indústria. As informações sobre a empresa escolhida para o estudo de caso conforme explica Marconi e Lakatos (2011) foram obtidas através de entrevista não estruturada junto ao proprietário da empresa em conversação face a face, com a finalidade de obter um melhor entendimento do ponto de vista do mesmo e com o objetivo de conseguir as informações necessárias para compor o estudo de caso. 54 4.2 A cidade de Ilhabela A cidade de Ilhabela, ou Estância Balneária da cidade de Ilhabela é um arquipélago sendo considerada como a maior ilha do território brasileiro. Está localizada no litoral norte do estado de São Paulo. Sua extensão territorial é de 347, 537 km2, sua população é de 28.196 habitantes. A base de sua economia é voltada para o setor de serviços, principalmente o turismo (IBGE, 2013). O gráfico 11 demonstra as três principais fontes de renda que formam o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade. Pode-se observar que a agropecuária gera uma receita de R$ 6.352, enquanto a indústria apresenta uma receita de R$ 44.638, e os serviços tem uma receita de R$ 268.650 (IBGE, 2010). Gráfico 11. Produto Interno Bruto (PIB) - Ilhabela R$ 268.650 Agropecuária Indústria Serviço R$ 44.638 R$ 6.352 Agropecuária Indústria Serviço Fonte: IBGE (2010) Grande parte do seu território está dentro do Parque Estadual de Ilhabela, formado por 27.025 há de Mata Atlântica, o que corresponde 85% de todo o território do arquipélago, formado pela ilha principal e outras 11 ilhas e 2 lajes. É conhecida como a capital da vela por suas condições geográficas que favorecem a prática de esportes náuticos. (ILHABELA, 2013). 55 4.3 A empresa estudada A empresa Chico Bike’rs se encontra na cidade de Ilhabela no litoral norte do estado de SP, no bairro da Barra-Velha e foi fundada no ano de 2010. Optou em desenvolver suas atividades no ramo da prestação de serviços de bicicletas como montagem, manutenção e reparos. Procura atender a todos os segmentos, desde trabalho, lazer, infantil e competição, tanto de baixo, médio e alto valor agregado. (ABRADIBI, 2013a). Também realiza a atividade varejista ofertando peças de reposição e acessórios. A maior parte dos serviços realizados é voltada a manutenção e consertos (troca de peças e componentes, regulagens, entre outros) voltados para bicicletas de trabalho e lazer. Não é representante de nenhuma marca de bicicletas por opção do proprietário. Procura ofertar bicicletas customizadas. Não realiza nenhum tipo de comércio virtual, estando de fora dos canais de oferta desses bens (por opção do próprio proprietário). Atualmente não tem funcionários, sendo o próprio proprietário responsável por realizar todos os processos da empresa, desde atendimento à realização dos serviços. 4.4 Os concorrentes da Chico Bike’rs Os dados para compor a análise dos concorrentes foram coletados através da pesquisa de campo, utilizando a observação não participativa. A empresa Chico Bike’rs apresenta três tipos de concorrentes. Os concorrentes locais dentro da cidade de Ilhabela. Os concorrentes locais da cidade vizinha de São Sebastião. E por último os concorrentes virtuais. Os concorrentes da cidade de Ilhabela são sete no total e estão representados no grupo 1. O grupo 2 são os concorrentes na cidade de São Sebastião, e o grupo 3 são os concorrentes virtuais, temos então: Grupo 1: Bairro da Barra-Velha: Dida Bike: seu público-alvo é o segmento de baixo valor agregado, sendo bicicletas de transporte, lazer e infantil. Possui um funcionário. É uma empresa de característica de familiar com sua administração centralizada. 56 Henrique Bike Shop: atende o segmento de bicicletas de baixo a médio valor agregado (iniciante) 2. Possui um funcionário que realiza o atendimento na loja. Sua administração é familiar. Paulo Bikes: seu objetivo é atender o segmento de bicicletas de baixo e médio valor agregado (iniciante). Não possuí funcionário e sua administração é familiar. Bairro da Água Branca: Bicicletaria 3 irmãos: seu público-alvo é o segmento de baixo e médio valor agregado (iniciante). Possuí um funcionário. Sua administração é familiar. Bicicletaria 2 irmãos: atende o segmento de baixo valor agregado. Não tem funcionários. Sua administração é familiar. Ilha Ecobike: seu objetivo é atender o segmento de baixo e médio valor agregado (iniciante). Sua administração é familiar. Tem um funcionário. Bairro do Perequê: Juninho Bike Shop: busca atender os segmentos de lazer, competição, transporte e infantil de baixo, médio e alto valor agregado. Sua administração é familiar. Conta com dois funcionários. A esposa e a filha do proprietário auxiliam no atendimento e administração da empresa. Os concorrentes que se encontram na cidade vizinha de São Sebastião são: Grupo 2: São Sebastião: Jbike (de São Sebastião): objetiva atender os segmentos de lazer, competição, transporte e infantil, de baixo, médio e alto valor agregado. Possuí por volta de 5 funcionários. Sua administração é de uma rede, pois tem mais outras duas empresas na cidade de Caraguatatuba e Ubatuba voltadas para o mesmo segmento. Radical Bike: atende os segmentos de transporte, lazer e infantil, de baixo e médio valor agregado. Sua administração é familiar. Possuí por volta de 2 funcionários. Grupo 3: Concorrentes virtuais: caracterizado pelas empresas virtuais. Geralmente são globalizados, pois podem atender a qualquer região. 2 O termo iniciante procura demonstrar, o grau de especialização de cada concorrente em relação a sua oferta de mão de obra, sendo, está com certas limitações. 57 5. Resultados e Discussão Dentro dos segmentos exposto nesse trabalho em relação ao tipo de uso das bicicletas no país como mostra a ABRADIBI (2013a) evidenciado no gráfico 6, foi percebido que é praticamente a mesma realidade da empresa estudada. Como foi relatado na entrevista a empresa Chico Bike’rs disponibiliza seus serviços, peças e acessórios, atendendo principalmente no segmento de transporte e lazer, confirmando que grande parte desse segmento é caracterizado por bens de baixo e médio valor agregado no país. Respectivamente atende bicicletas do segmento infantil e de competição. Este último, no entanto, envolve bens de valor agregado alto, sendo necessário encomendar itens de reposição junto a fornecedor, ou enviar algumas partes (como suspensões) para as empresas representantes, pois não é sua atividade principal. Por estar localizado na região Sudeste a Chico Bike’rs se encontra na parcela de empresas que ofertam tanto peças quanto bicicletas montadas. São responsáveis por disponibilizarem seus produtos e serviços, produzindo um consumo de 45% e 47% de acordo com os dados da ABRADIBI (2013a) que estão no gráfico 8. Em relação às peças seu foco principal está no segmento de baixo e médio valor agregado, buscando atender principalmente bicicletas de trabalho, passeio e infantil. Contudo atende no segmento de competição que é de alto valor agregado. Já em relação às bicicletas, procura oferta às personalizadas, ou customizadas. Porém realiza o serviço de montagem de bicicletas padronizadas. De acordo com o próprio proprietário, a atividade de manutenção gera um giro mais rápido e maior das mercadorias, contribuindo para o aumento de sua receita. Já a montagem de bicicletas é mais demorada (por volta de 3 horas) não é tão rentável, se comparada ao processo de manutenção. Em relação a sua classificação ao tipo de fornecedor como mostra o gráfico 9, onde a ABRADIBI (2013a) relata quatro tipos de fornecedores no mercado nacional. A empresa Chico Bike’rs tem sua parcela de participação em dois grupos importantes. O grupo das lojas especializadas-bicicletarias e pequenas e médias montadoras que detém uma participação de 25% e 20% respectivamente desse segmento no país. A Chico Bike’rs é uma bicicletaria especializada que atende tanto bicicletas simples, quanto bicicletas de competição, independente de ser padronizada ou customizada. Além de ofertar bicicletas customizadas, realiza serviços de manutenção e reparos tanto em peças (como freios hidráulicos a disco, e em suspensões de médio valor agregado) quanto em 58 bicicletas de modo geral, como a troca de rolamentos e buchas de quadros full suspesion, lubrificação de componentes, regulagens e trocas de peças danificadas, entre outros serviços do tipo. Não vende equipamentos de proteção. Procura somente realizar serviços em bicicletas e ofertar peças e acessórios de forma avulsa para bicicletas, expandindo suas atividades para o setor varejista. Está no grupo das pequenas e médias montadoras, pelo fato, de realizar montagem e venda de bicicletas customizadas, quanto bicicletas padronizadas (ABRADIBI, 2013b). A Chico Bike’rs em relação ao gráfico 10 como relatado pela ABRADIBI (2013a) está inserida como participante do canal de distribuição de bens em dois segmentos distintos. O de lojas especializadas (como exposto anteriormente) que detém uma parcela de 25% no mercado nacional. Também faz parte da amostragem de 40% que está relacionado à bicicletarias regionais. Como participante do canal de distribuição, se encontra mais próximo do consumidor final e por adquirir pequenas quantidades de vários itens para comercializar, pode ser considerado como uma empresa do setor varejista. Como a empresa Chico Bike’rs é considerada uma empresa varejista, apresenta dois tipos de canais de distribuição de bens, como relata Parente (2007), sendo os canais com quatro e cinco níveis respectivamente. O primeiro tipo de canal de distribuição apresenta quatro níveis. Representa o canal de distribuição de fabricantes nacionais, que conta somente com um intermediário, geralmente são seus fornecedores que tem contato direto com o fabricante. O canal de distribuição com cinco níveis apresenta dois intermediários ou mais. Caracterizado pela distância entre produtores e consumidores finais. Geralmente esse canal é o constituído por bens importadas, e seus fabricantes são de origem estrangeira, em sua maior parte de origem asiática. É necessário um ou mais intermediários, para que sejam disponibilizados tais bens ao consumidor final. Na figura 9 pode ser visto ambos os canais caracterizados para a realidade da empresa estudada. 59 Figura 9. Estrutura de canal para bens de consumo da Chico Bike’rs Nível Quatro Nível Cinco Fabricantes Nacionais Fabricantes Estrangeiros Agente Atacadista Atacadista Chico Biker’s Chico Biker’s Consumidor Final Consumidor Final Fonte: Adaptado de Rosenbloom (1999, p. 23 apud PARENTE, 2007, p. 22) Em relação ao tipo de varejista a empresa Chico Bike’rs pode ser classificada segundo o modelo utilizado por Parente (2007). De acordo com a classificação proposta nesse modelo, é uma empresa independente, administrada somente pelo dono, ou seja, considerada familiar. Apresenta baixo uso de tecnologia, e seu poder de negociação é limitado. Não possui loja própria, mas sim alugada, que pode ser considerado como um departamento independente. Por ser uma loja física de bicicletas seu segmento é o de não alimentícios, ofertando serviços e bens de consumo com alta durabilidade, não perecíveis, no caso peças, acessórios e serviços para bicicletas. A figura 10 mostra a classificação da Chico Bike’rs. Figura 10. Classificação da Chico Biker’s como varejista Classificação de acordo com a propriedade Independentes Departamentos alugados Instituições Varejistas Instituições com Lojas Não Alimentícias Serviços Fonte: Berman e Evans (1998 apud PARENTE, 2007, p. 25) No apêndice 1 é demonstrado o fluxograma da cadeia de negócios da empresa estudada, demonstrando os fluxos de serviços e atividade varejista. 60 5.1 As cinco forças de Porter empregadas na empresa Chico Bike’rs As cinco forças do modelo proposto por Porter (2004) são um conjunto de forças que analisam o ambiente, demonstrando, o estado atual de como se encontra. Podem auxiliar no entendimento e na composição do ambiente dos concorrentes. No caso da Chico Bike’rs com base no modelo das cinco forças, foi realizado uma classificação e definição do poder de cada uma dessas forças. Foi necessário desenvolver uma escala simples de acordo com a pressão que essas forças exercem na empresa estudada, contendo três variáveis sendo baixa, média e alta. Dessa maneira, temos a seguinte descrição: Entrantes potenciais (ameaça de novos entrantes): quando entram em um novo ambiente, acabam levando um ou mais tipos de novas características, recursos e capacidades, objetivando, o estabelecimento e a conquista de seu espaço, o que acaba gerando o desequilíbrio desse ambiente. Lembrando que é necessário primeiro passar pelas barreiras de entrada criadas pelas empresas já localizadas (PORTER, 2004). No caso da empresa estudada, um novo entrante teria que quebrar as barreiras de entrada, tais como a qualidade dos serviços ofertados, rapidez na entrega dos mesmos, conseguir um bom local com preço atraente para ofertar seus serviços e produtos, entre outros. A empresa estudada se destaca de seus concorrentes por apresentar um determinado tempo de existência na cidade, e alta qualidade e rapidez na entrega na execução de seus serviços. Qualidade e rapidez são dois diferenciais estratégicos difíceis de conciliar e copiar. Por isso o proprietário da Chico Bike’rs não teme a entrada de um novo entrante. Embora apresente um conjunto de diferenciais que sejam difíceis de copiar, não quer dizer que seja impossível. Pelo fato de ser um mercado que está em expansão, acaba chamando a atenção de novos entrantes que procuram superar as barreiras de entrada, obter seu espaço e participar dos ganhos que este proporciona. A classificação desse item na escala proposta para a empresa estudada está entre médio e alto. Compradores (poder de negociação dos compradores - clientes): é o poder de negociação que os consumidores têm com as empresas. Como a realização de orçamentos com vários concorrentes procurando obter o menor preço, conseguir facilidades no pagamento, maiores prazos, maiores descontos na aquisição de grandes quantidades. É necessário ressaltar que não são todos os consumidores que tem esse poder, é preciso ter um conjunto de características que demonstre que determinado consumidor faz a diferença para a empresa com suas aquisições (PORTER, 2004). Em relação a Chico Bike’rs seus 61 compradores apresentam alto poder de negociação em relação a barganhar os preços dos produtos e serviços, conseguindo flexibilidade no pagamento através do uso de cartões de crédito, e em relação ao tempo de execução dos serviços. Existe também a garantia na execução dos serviços e venda de produtos, podendo ser entendido como uma assistência de pós-venda, que acaba criando maior segurança para os consumidores. Caso a empresa estudada não fosse flexível nesses pontos, seus consumidores poderiam se sentir insatisfeitos e procurariam um de seus concorrentes. Como os consumidores apresentam um conjunto de características que lhes dá poder suficiente para negociar com a empresa estudada, dentro da escala proposta seu poder de negociação é alto. Fornecedores (poder de barganha dos fornecedores): procuram obter vantagens em suas negociações. Caso não consigam obter a vantagem que estipularam, procuram demonstrar sua força ofertando produtos de qualidade inferior, ou mesmo realizando aumento de preços, o que acaba complicando seus compradores que em muitos casos, arcam com tais aumentos para não repassarem aos seus consumidores. São empresas que fornecem tipos específicos de produtos e detém uma grande carteira de clientes (PORTER, 2004). De acordo com o proprietário da empresa estudada, sua relação com seus fornecedores é boa, pois, um depende do outro, e, ambos sabem disso. Alguns poucos fornecedores, lhe dão certas vantagens, como, aquisição de bens, abaixo da cota estipulada, por exemplo. A Chico Bike’rs apresenta algumas restrições na negociação com seus fornecedores, principalmente com os grandes fornecedores, que são pouco maleáveis em relação às datas, criando uma posição pouco favorável. Pelo fato de muitos produtos serem importados, as empresas importadoras procuram manter exclusividade sobre a maior quantidade de itens. Na escala proposta seus fornecedores apresentam alto poder de negociação. Substitutos (ameaças de produtos ou serviços): são produtos que apresentam praticamente os mesmos benefícios dos produtos de uma linha principal, todavia são mais baratos devido aos baixos custos de produção. Basicamente forçam os produtos da linha principal a agregarem mais valor e a reduzirem suas margens de lucro (PORTER, 2004). Na empresa estudada, por não trabalhar com qualquer tipo de produto, procurando os que apresentem melhor qualidade, uma relação de custo x benefício. A ampla variedade que o mercado oferece acaba lhe beneficiando. Devido à escolha do seu público-alvo principal que precisa de produtos que apresentam qualidade e durabilidade com preços razoáveis. Em relação aos seus serviços (como mencionado anteriormente) tem base na qualidade e rapidez. É bem reduzido o número de seus concorrentes locais que possuem essas características. São 62 duas características difíceis de copiar. Em relação à escala proposta esse item se divide em dois. O primeiro diz respeito aos produtos substitutos em si, que no caso da empresa estudada, não são uma ameaça, mas sim uma vantagem. Na escala proposta seu valor é baixo. O segundo é em relação aos serviços substitutos, que no caso apresentam um valor entre baixo e médio. Concorrentes na indústria (rivalidade entre as empresas existentes): são empresas que competem dentro do mesmo ambiente atrás de recursos. Para obterem aumento em suas receitas, lançam novos produtos ou serviços, procurando captar os consumidores de outros de seus concorrentes para si, entre outras ações. Em ambientes onde a concorrência é muito alta, qualquer tentativa de crescimento por parte de alguma empresa acaba por desestabilizar esse ambiente, gerando represália por parte de seus concorrentes (PORTER, 2004). No caso da empresa estudada, seu segmento apresenta no ponto de vista do proprietário muitos concorrentes na cidade de Ilhabela. De maneira resumida de acordo com o proprietário da Chico Bike’rs, ele não teme seus concorrentes, pois procura ofertar serviços de qualidade com rapidez em todos os segmentos e nos tipos de uso. Embora como o mesmo relatou na entrevista, existe rivalidade entre essas empresas, mas não soube estipula o grau da mesma. Não considera os concorrentes da cidade vizinha de São Sebastião como possível ameaça atualmente. Quando questionado em relação aos concorrentes virtuais, não os considera como ameaça para o seu empreendimento. Com base no apêndice 2 (que compara as atividades que a empresa estudada realiza em relação aos seus concorrentes locais) é possível dividir a rivalidade entre as empresas concorrentes em dois grupos que são formados por quatro tipos de atividades (ofertantes de serviços, ofertantes de bens, tipo de segmento e tipo de uso), onde temos: Grupo 1: essa amostra é composta por sete empresas que se encontram na cidade de Ilhabela: Ofertantes de serviços: todas ofertam os mesmos serviços que a empresa estudada (embora ocorram diferenças em relação aos segmentos e tipos de uso, como será explicado mais a frente). Dentro da escala proposta apresenta um valor alto. Ofertantes de bens (venda de produtos): somente três empresas não ofertam os mesmos tipos de bens que a empresa estudada. Nesse caso, seu valor na escala proposta está entre médio a alto. 63 Tipo de segmento3: ocorre que somente uma empresa concorre com a empresa estudada em todos os segmentos (baixo, médio e alto). Quatro empresas atendem apenas em dois segmentos (baixo e médio). Duas empresas atendem basicamente um segmento (baixo). Como todas as empresas atendem em pelo menos em um dos segmentos que a empresa estudada presta seus serviços (a maior parte delas atendem nos segmentos de baixo e médio valor, os mesmos segmentos considerados principais pela empresa estudada, no qual procura focar, embora atenda no segmento de alto valor, mas que não é o foco principal) seu valor na escala proposta nesse trabalho é alto. Tipo de uso: apenas uma empresa atende em todos os tipos de uso que a empresa estudada (transporte, lazer, infantil e competição). Quatro atendem a três tipos de uso (transporte, lazer e infantil). Duas procuram atender somente em dois tipos de uso (transporte e lazer). Dessa maneira, como visto anteriormente, por realizarem suas atividades em pelo menos um tipo de uso (principalmente nos tipos de uso de trabalho, lazer e infantil, que são o foco principal da empresa estudada) seu valor na escala proposta nesse trabalho é alto. Grupo 2: esse grupo é formado por duas empresas da cidade vizinha de São Sebastião: Ofertantes de serviços: ambas ofertam os mesmos serviços que a empresa estudada. Na escala proposta, apresenta um valor alto. Ofertantes de bens (venda de produtos): oferta os mesmos tipos de bens que a empresa estudada. Sendo assim, seu valor na escala proposta é alto. Tipo de segmento: apenas uma empresa atende em todos os segmentos que a empresa estudada (baixo, médio e alto). A outra procura atender os segmentos de baixo e médio valor agregado. O valor na escala proposta é entre médio a alto. Tipo de uso: o mesmo ocorre com o tipo de uso. Somente uma empresa atende em todos os tipos de uso que a empresa estudada procura trabalhar (transporte, lazer, infantil e competição). A outra empresa foca em apenas três tipos de uso (transporte, lazer e infantil). Pelos mesmos motivos apresentados anteriormente (no grupo 1) seu valor na escala proposta é alto. Um terceiro grupo poderá ser criado, contendo os concorrentes virtuais: Grupo 3: Por tratar-se de empresas que atendem de maneira globalizada, em qualquer segmento ou tipo de uso, seu valor na escala é alto. 3 É referente ao tipo de classificação do segmento, sendo baixo valor agregado, médio valor agregado e alto valor agregado. 64 O grupo dos concorrentes locais formados pelos grupos 1 e 2, na escala de classificação proposta, apresentam um valor alto para ambos respectivamentea. Esse valor se deve ao fato de que foi levado em conta os segmentos e tipos de uso que a empresa estudada procura atender principalmente, que no caso, são os segmentos de baixo e médio valor, e os tipos de uso de trabalho, lazer e infantil. Contudo se for considerado o segmento de alto valor, e o tipo de uso de competição, a empresa estudada apresenta um cenário onde apenas duas empresas competem também nessas áreas, no qual a concorrência fica com um valor alto. Deve ser levado em conta o grupo 3, que nesse caso, também apresenta um valor alto. Portanto considerando os três grupos de concorrentes, o valor da rivalidade no mercado de concorrentes na empresa estudada tem um valor alto. É necessário ressaltar que embora apresente um valor alto, não quer dizer necessariamente que o mercado esteja saturado (no seu âpice) mas demonstra que é um mercado que vem passando por grande expansão, e atraindo muitos concorrentes. No próximo subcapítulo será feita uma análise de cada um dos concorrentes de cada grupo. A figura 11 apresenta o modelo das cinco forças de Porter, com base na empresa Chico Bike’rs. Figura 11. As cinco forças de Porter na empresa estudada ENTRANTES POTENCIAIS Ameaça de novos entrantes Média/Alta Poder de negociação dos fornecedores Alto CONCORRENTES DA CHICO BIKE’RS FORNECEDORES Poder de negociação dos compradores Alto COMPRADORES Rivalidade entre as Empresas Existentes Ameaça de produtos substitutos Baixa ou Serviços substitutos Baixa/Média Alto SUBSTITUTOS Fonte: Adaptado de Porter (2004, p. 4) É importante ressaltar que caso as variáveis propostas por Oliveira (2009) na figura 6 desse trabalho sofram algum tipo de alteração, essas poderão influenciar diretamente o resultado das cinco forças (PORTER, 2004) na empresa estuda. 65 5.2 Análise dos concorrentes da Chico Bike’rs A empresa Chico Bike’rs não realiza análise formal (uma pesquisa mais profunda em várias fontes de informações) com a finalidade de se informar sobre seus concorrentes. Todavia realiza uma análise informal, que de certa maneira é um tanto superficial. Sua finalidade é auxiliar a entender quem são seus concorrentes e como atuam. Por realizar todos os processos na empresa, o proprietário não consegue realizar uma análise mais detalhada de seus concorrentes, mas não o impedem de cuidar das estratégias da empresa. Com foi explicado por Wright, Kroll, Parnell (2007) ele busca criar um scanner do seu ambiente de concorrentes com as informações que obtém, mesmo que essas sejam um tanto simplórias. A empresa estudada procura obter suas informações para realizar seu scanning ambiental de acordo com o modelo exposto por Swain (1993 apud HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2010), temos: Entrevistas diretas: são realizadas com seus clientes ou amigos de forma informal. Procura obter um feedback de seus concorrentes; Jornais4 e internet: são os jornais de circulação da cidade. Sempre apresentam algum tipo de informação útil, como uma promoção de um concorrente, ou a propaganda de outro. A internet, através de sites e páginas em redes sociais. Ex-funcionários dos concorrentes: não é sempre que consegue obter esse tipo de informação. Só conseguindo quando se trata de uma pessoa conhecida. Essas informações são importantes para ele, pelo fato, que lhe auxiliam a mostrar como está à situação de algum de seus concorrentes e dessa maneira, poder analisá-los de maneira superficial melhorando sua percepção do ambiente, auxiliando na escolha das estratégias que possa utilizar, de acordo com seus recursos. Esse tipo de análise informal acaba sendo realizada em muitos casos de maneira natural, para suprir alguma necessidade percebida (WRIGHT; KROLL. PARNELL, 2010). Acaba sendo uma realidade em muitas empresas de micro e pequeno porte, pois têm seus recursos muito limitados. Não são muito completas (apresentam falhas), mas, podem auxiliar as empresas em um primeiro momento, em um período de curto prazo (PORTER, 2004). O processo de introdução no segmento de bicicletas na cidade de Ilhabela já foi superado, eliminando as barreiras de entrada e estabelecendo-se nesse ambiente. Já possuí 4 Acrescentado pelo autor, para compor a realidade da empresa estudada, já que é um dos meios de comunicação e consequentemente fonte de informação que as empresas presentes nesse trabalho procuram utilizar. 66 uma base estável de consumidores de seus produtos e serviços e que se encontra em expansão. Atualmente se encontra no estágio de crescimento. Utilizando o ciclo do varejo exposto por Parente (2007) na figura 5, pode-se demonstrar a evolução da empresa estudada e ao mesmo tempo, a evolução do ambiente dos seus concorrentes. A empresa estudada se encontra em processo de crescimento dentro do seu ciclo de vida, pois já tem grande aceitação de seu público-alvo e sua receita começa a ter valores significativos, gerando lucros mais consistentes. Na figura 12 pode ser visto a evolução natural que ocorre em todos os tipos de negócios em relação aos concorrentes. Resultado do tamanho varejista em ( $ ) Figura 12. Ciclo de vida dos concorrentes da Chico Bike’rs Maturidade Introdução Declínio Crecimento Vendas Introdução Chico Bike’rs 0 C o n c o r r e n t e s Concorrentes tempo Fonte: Adaptado de Parente (2007, p. 37) Os concorrentes da empresa estudada podem ser segmentados pela característica geográfica, formando dois grupos. O primeiro grupo são os concorrentes na própria cidade de Ilhabela, que são sete no total. O segundo grupo é formado por concorrentes da cidade vizinha de São Sebastião, que são apenas dois (como citado anteriormente) por questões geográficas. Esses dois grupos podem ser considerados como concorrentes locais ou regionais. Utilizando a segmentação pelo ambiente, pode-se criar um terceiro grupo. Esse último grupo é formado pelos concorrentes virtuais (PORTO apud PARENTE, 2007; COBRA, 2009). Dessa maneira, de acordo com Porter (2004), é possível criar um perfil dos concorrentes. No apêndice 2 é possível comparar as atividades da empresa Chico Bike’rs e a de cada um dos seus concorrentes (locais). Abaixo é realizada a descrição dos concorrentes da empresa estudada. 67 O grupo 1 é formado por sete empresas que estão relativamente muito próximas entre si. Por ser uma ilha, a cidade de Ilhabela tem seu espaço geográfico reduzido, propiciando que as empresas se localizem muito próximas uma das outras. Atualmente, algumas empresas desse grupo utilizam exclusivamente meios de divulgação dentro da cidade, como anúncios em jornais, cartões de visita e divulgação boca a boca. Outras, no entanto, somente realizam a divulgação boca a boca. Procuram usar a internet somente para divulgação de suas atividades ficando restrito a redes sociais e sites de terceiros que realizam o serviço de apontar sua localização na cidade, onde consta somente o endereço e algum meio de contato, geralmente um número de telefone. Resumindo, as empresas concorrentes desse grupo não apresentam um site próprio no qual possam ofertar seus produtos ou serviços. Essas empresas no contexto de expansão que a internet proporciona, procuram somente a utilizar para realizar propaganda de seus estabelecimentos ou atividades que organizam. Bairro da Barra-Velha: Dida Bike: atende o segmento de bicicletas de baixo valor agregado, principalmente transporte, lazer e infantil. Realiza serviços de consertos (troca e manutenção de peças, ou acessórios) venda de bicicletas customizadas, ou padronizadas (não representa nenhuma marca, só adquire para poder revender) e acessórios. Trabalha com o aluguel de bicicletas de passeio (são mais simples, ou seja, de baixo valor agregado). Sua linha de produtos é básica. Utiliza cartão de visita como uma das formas de divulgação de sua empresa e sites de apontamento. Henrique Bike Shop: atende o segmento de bicicletas de lazer, transporte e infantil, de baixo a médio valor agregado (iniciante). Oferta manutenção e venda de bicicletas customizadas ou padronizadas (não representa nenhuma marca, adquirindo essas apenas para poder revender) peças e acessórios. Sua linha de produtos vai do básico ao intermediário (iniciante). Também utiliza cartão de visita e sites que apontam sua localização na cidade. Paulo Bikes: atende os segmentos de bicicletas de transporte, lazer e infantil de baixo e médio valor agregado (iniciante). Realizando serviços de manutenção e venda de bicicletas customizadas ou padronizadas (não representa nenhuma marca, adquirindo apenas para revenda) peças e acessórios. Sua linha de produtos é básica à intermediária (iniciante). Divulga sua empresa através de um “banner” colado em seu carro e sites de apontamento. Bairro da Água Branca: Bicicletaria 3 irmãos: atende no segmento de bicicletas de transporte e lazer, de baixo e médio valor agregado (iniciante). Realizando serviços de manutenção e venda de peça 68 e acessórios. Não realiza a venda de bicicletas montadas de nenhuma marca. Sua linha de produtos é básica à intermediária (iniciante). Não divulga suas atividades além do boca a boca. Bicicletaria 2 irmãos: atende no segmento de transporte e lazer, de baixo valor agregado. Realizando a manutenção e venda de peças e acessórios. Não realiza a venda de bicicletas montadas. Trabalha com uma linha básica de produtos (baixo valor agregado). Suas atividades são divulgadas boca a boca. Ilha Ecobike: atende no segmento de transporte, lazer e infantil, de baixo a médio valor agregado (iniciante). Realiza a venda de bicicletas elétricas. Vende bicicletas convencionais (sistema de locomoção mecânico) customizadas ou padronizadas (não representando nenhuma marca nesse caso). Trabalha com o aluguel de bicicletas de passeio convencionais (mais simples). Realiza serviços de manutenção e venda de acessórios e peças. Tem uma linha básica e intermediária (iniciante) de produtos. Tem suas atividades divulgadas através de cartão de visita, anúncio em um jornal de circulação dentro da cidade. Bairro do Perequê: Juninho Bike Shop: atende os segmentos de lazer, competição, transporte e infantil. Realiza venda e manutenção. Trabalha com aluguel de bicicletas de passeio (mais simples). Realiza o financiamento de bicicletas pelo CRESSEM5. Oferta tanto bicicletas customizadas quanto padronizadas, tanto de baixo valor agregado, quanto de médio valor agregado. Trabalha com uma linha de produtos de baixo, médio e alto valor agregado sendo peças, acessórios e equipamentos de segurança. Divulga suas atividades através de anúncio em jornal de circulação dentro da cidade e cartão de visita. Utiliza alguns sites de apontamento de localização na cidade. O grupo 2 é formado pelas empresas concorrentes da cidade vizinha de São Sebastião (que são somente duas nesse caso). Ambas estão relativamente próximas uma da outra. Por motivos geográficos são consideradas concorrentes, pelo fato dos moradores de Ilhabela dependem exclusivamente da travessia das balsas para chegarem ao continente, onde a cidade de São Sebastião fica localizada. Essas duas empresas se encontram próximas à travessia da balsa, sendo as únicas empresas desse segmento localizadas nessa região da cidade. Por estarem próximas ao sistema de travessias da balsa, são consideradas concorrentes diretos da empresa Chico Bike’rs. 5 Empresa cooperativa de crédito. Sua sigla significa: Crédito Servidores Municipais. Disponível em: http://www.cressem.com.br/cressem/. Acesso em: 01 jun. 2013 69 São Sebastião: Jbike: atende os segmentos de lazer, competição, transporte e infantil. Realiza venda de bicicletas customizadas e padronizadas (é representante de uma determinada marca nacional), tanto de baixo, quanto médio e alto valor agregado. Trabalha com a manutenção das mesmas. Sua linha de produtos é de baixo, médio e alto valor agregado. Utiliza propagandas no rádio e em jornais de circulação local da cidade. É a única que possui um site, onde disponibiliza seus produtos para venda, disponibilizando o número de telefone e contato por e-mail. Divulga suas atividades através de cartão de visitas e internet, através de seu site e redes sociais. Pode ser considerada também, com um concorrente do grupo 3. Radical Bike: atende os segmentos de transporte, lazer e infantil. Realiza a venda de bicicletas, peças e acessórios de baixo e médio valor agregado. Oferta bicicletas padronizadas e customizadas, realizando manutenção das mesmas. Sua linha de produtos é de baixo a médio valor agregado. Não possui nenhum tipo de contato digital, somente alguns sites que realizam o serviço de apontar sua localização na cidade, com informações como endereço e contato por telefone. O grupo 3 é formado por empresas que utilizam a internet para ofertar bens e serviços. Diversas bicicletarias especializadas no Brasil e no exterior. Atendem de maneira virtual ofertando produtos. Outras têm loja física e site ofertando além de produtos, ofertam serviços. Essas empresas virtuais são concorrentes diretos da Chico Bike’rs, pois atendem em todos os segmentos. São empresas que procuram expandir suas atividades através da internet, pois podem atender consumidores em qualquer parte do globo, sendo consideradas, empresas globalizadas. Estas ofertam bens a preços menores possibilitam uma maior flexibilidade em negociações, estão sempre procurando incentivar a aquisição de seus bens, através de promoções, entre outros. Grupo 3: Concorrentes virtuais: a concorrência virtual que deve ser levada em conta, pelo fato de ofertar os mesmos produtos para os mesmos tipos de consumidores. Embora o proprietário da empresa estudada não considere a internet como uma ameaça para o seu empreendimento, a mesma dever ser considerada como uma. Pelo fato de ofertar bens em qualquer lugar do mundo, proporcionando condições especiais que incentivem a aquisição de bens, como promoções ou frete grátis na compra de um ou mais itens, e a flexibilidade que pode oferecer em relação à pesquisa de preços, consultar opiniões de usuários em relação a determinado item, entre outros (PORTO apud PARENTE, 2007). 70 No caso da empresa estudada, pelo fato do proprietário não ter funcionários e ainda está no estágio de crescimento no ciclo de vida (PARENTE, 2007) ainda consegue administrar a demanda de serviços na empresa, e não ficar desatento as estratégias da empresa. Embora tenha uma noção da realidade do ambiente que o cerca, faz-se necessário entender, o por que determinado concorrente procurou utilizar determinada estratégia. Segundo Hooley, Piercy, Nicoulaud (2010) busca-se tentar entender as estratégias que os concorrentes estão procurando utilizar, como, o por que determinado concorrente está utilizando propaganda em um jornal, revista, internet ou rádio? Será que o seu estoque está alto? Por que um de meus concorrentes está realizando financiamento de bicicletas? Quais são as vantagens? Perderam algum contrato com algum fornecedor? Precisam de mais capital para ampliação? Se busca de alguma forma ver como essas estratégias que os concorrentes estão implementando podem afetar o negócio tanto no curto, médio ou longo prazo. Se estás podem causar uma mudança ou um conjunto delas que afetariam a empresa estudada de alguma forma negativa. 71 6. Conclusões Esse trabalho foi desenvolvido com a finalidade de analisar os concorrentes no ambiente da empresa estudada na cidade de Ilhabela. Procurando classificar a empresa estudada dentro do mercado de bicicletas do país, com o intuito de mapear esses concorrentes, analisá-los criando conhecimento em relação a estes, como por exemplo, descobrir que tipos de segmento atendem ou como divulgam suas atividades. Procurando mostrar a importância de analisar o ambiente dos concorrentes. A empresa estudada foi classificada de acordo com os dados do setor de bicicletas como sendo do tipo especializada, atendendo a todos os segmentos e faz parte dos canais de distribuição e de fornecimento de peças, acessórios e bicicletas (customizadas). É classificada como uma empresa varejista de administração independente, com departamento alugado. Oferta tanto bens tangíveis quanto bens intangíveis (serviços) e se encontra no estágio de crescimento do modelo do ciclo de vida. Além dos concorrentes que a empresa Chico Bike’rs considera (somente os concorrentes da cidade de Ilhabela, que formam o grupo 1 de acordo com esse trabalho) foram diagnosticados outros dois grupos, sendo os concorrentes da cidade vizinha de São Sebastião (grupo 2) e o grupo dos concorrentes virtuais (grupo 3) que tem uma abrangência globalizada. Com base no modelo das cinco forças, foi observado que o poder dos novos entrantes tem um nível de força médio a alto, o poder dos seus consumidores é alto. Em relação à força dos bens substitutos, esses se dividem em dois, sendo produtos substitutos com um nível baixo, e os serviços com um nível entre médio e alto. Foi descoberto que seus fornecedores têm um nível alto, e o grau da rivalidade de seu ambiente concorrencial é médio. Foi demonstrado que a empresa estudada não realiza uma análise formal, algo mais detalhado em relação aos seus concorrentes, mas sim, uma análise informal, algo superficial em relação aos mesmos. Para a empresa estudada continuar obtendo resultados positivos é necessário realizar algumas mudanças. É necessário que busque novas parcerias em relação ao fornecimento de bens e melhore as que já existem. Dessa maneira poderá amenizar as pressões exercidas por estes, como o aumento de preços de bens importados. Trabalhando com mais de um fornecedor pode melhorar seu poder de barganha, reduzindo essa pressão. Contratar mão de obra qualificada para auxiliar no atendimento e execução dos serviços. Como está no estágio de crescimento, a demanda está aumentando, chegará a um 72 ponto, que ficará saturado e poderá de certa maneira, deixar brechas para a entrada de novos concorrentes ou ter sua carteira de clientes reduzida. Utilizar as ferramentas virtuais de divulgação e posteriormente, caso tenha conseguido novos fornecedores, ofertar determinados bens por meio desses canais. Melhorar o material de divulgação atual, no caso o cartão de visita, que é uma ferramenta importante para estabelecer um primeiro contato com possíveis clientes e parceiros. Melhorar a análise informal que realizada dos concorrentes e também suas fontes de informações. Quando possível, procurar realizar uma análise mais detalhada de seus concorrentes (contratar algum tipo de consultoria). Manter-se atualizado em relação aos seus concorrentes, para saber se foi descoberta uma nova tendência ou um possível problema em algum segmento do setor que compartilham preparando a empresa para aproveitar as oportunidades ou precaver-se respectivamente. Futuramente, realizar um levantamento da missão, visão e valores iniciais da empresa, para ver qual o rumo que a empresa está tomando e concluir, se compensa realinhar a empresa ou tomar um novo rumo. 73 Referências ALCORTA, Arturo. A História da Bicicleta no Mundo. Escola da Bicicleta. São Paulo. Disponível em: <http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html>. Acesso em: 08 mar. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE MOTOCICLETAS, CICLOMOTORES, MOTONETAS, BICICLETAS E SIMILARES. (ABRACICLO). Dados do Setor de Bicicletas. São Paulo. Disponível em: <http://www.abraciclo.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=56:bicicleta &catid=21:dados-do-setor-introducao&Itemid=37>. Acesso em: 28 fev. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BICICLETAS, PEÇAS E ACESSÓRIOS (ABRADIBI). O Mercado Brasileiro de bicicletas. São Paulo. Disponível em: <http://www.abradibi.com.br/mercado.html>. Acesso em: 25 fev. 2013a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE BICICLETAS, PEÇAS E ACESSÓRIOS (ABRADIBI). O Setor de Bicicletas no Brasil: Estudo Atualizado parcialmente em janeiro de 2013. São Paulo, jan. 2013. Acesso em: 06 mar. 2013b. BUSTOS, Valter F. História da Bicicleta. 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Fonte: Adaptado de ABRADIBI (2013b, p. 23) final Distribuidores Consumidor Serviço Reposição de peças, componentes e acessórios. Manutenção e consertos. 77 Apêndice 2: Comparação da empresa Chico Bike’rs com seus concorrentes locais Serviços Vendas Tipo de Segmento Tipo de Uso Manutenção Conserto Montagem Bicicleta Customizada Peças Chico Bike’rs X X X X X X X X X X X X X Dida Bike X X X X X X X O O X X X O Henrique Bike Shop X X X X X X X X O X X X O Paulo Bikes X X X X X X X X O X X X O Bicicletaria 3 irmãos X X X O X X X X O X X O O Bicicletaria 2 irmãos X X X O X X X O O X X O O Ilha Ecobike X X X X X X X X O X X X O Juninho Bike Shop X X X X X X X X X X X X X Jbike X X X X X X X X X X X X X Radical Bike X X X X X X X X O X X X O X = Oferta Acessórios Baixo Médio Alto Transporte Lazer Infantil Competição O = Não Oferta Fonte: Própria do autor (2013) 78 Apêndice 3: Entrevista 1. Quanto tempo trabalha no ramo de bicicletas? R: Trabalha com bicicletas há quase 20 anos. Realizando alguns cursos de aperfeiçoamento em mecânica de bicicletas e suspensões. Segundo o mesmo, a atividade de manutenção, é, melhor, do que a atividade de montagem. A atividade de manutenção, proporcionar um giro mais rápido, e maior das mercadorias, e, consequentemente, obtenção de lucros maiores e mais rápidos. A realização da montagem de bicicletas, além de ser mais demorado, (em média 3 horas) não possibilita o retorno gerado pelo processo de manutenção. 2. Antes de abrir a empresa, foi realizada alguma análise de mercado? R: Não realizou nenhum tipo de análise de mercado. Mas, utilizou o conhecimento que tem sobre o mercado de bicicletas na cidade, para definir seu segmento principal de trabalho. 3. Sente a necessidade de realizar alguma análise de mercado de concorrentes, após a abertura da empresa? R: No momento não. 4. Possuí algum funcionário? R: Atualmente não. Pelo fato, de prezar pela qualidade dos seus serviços. Na região, existe carência de mão de obra qualificada para esse segmento. O proprietário é responsável por todo o processo, desde atendimento; vendas; realização dos serviços; até as cobranças. Ainda não se sente sobrecarregado com a demanda dos serviços. 5. Representa alguma grande marca de peças ou de bicicletas? R: Não trabalha com a venda de bicicletas de grandes empresas, ou seja, as bicicletas que são ofertadas com algum tipo de configuração restrita. Realiza a venda de bicicletas customizadas, que são bicicletas que o cliente tem a liberdade de montar a configuração que melhor lhe agrade, com peças e acessórios que ele mesmo oferta ou de terceiros, e, realizando a montagem das mesmas. Caso um consumidor necessite de algum item, e ele não tenha no momento, realiza a encomenda do mesmo, para satisfazer a necessidade do consumidor. 6. No mercado de bicicletas de Ilhabela, como você classifica a quantidade de concorrentes? R: Bastante, levando em consideração que é uma ilha. Existe 3 concorrentes na bairro da Barra-Velha; 3 concorrentes no bairro da Água Branca, sendo um, que vende e realiza serviços em bicicletas elétricas; e 1 no bairro do Perequê. 7. O que você acha das empresas concorrentes localizada na cidade vizinha de São Sebastião? Afeta o seu público-alvo, e consequentemente sua empresa de alguma forma? 79 R: Não interferem. Por estar localizada na cidade vizinha, é necessário pegar balsa, e deixar a bicicleta nas duas bicicletarias próximas a balsa. Geralmente, leva 1 semana para ficarem prontas. A empresa, aqui, acaba sendo uma opção melhor e mais rápida. 8. O que você acha da concorrência virtual? Impacta de alguma forma na empresa? R: Acha interessante, mas não tem necessidade de participar. Não impacta. 9. Como você classifica a rivalidade no mercado de bicicletas em Ilhabela? R: Reconhece que existe rivalidade, mas desconhece o grau da mesma. 10. Sente algum tipo de receio em relação aos concorrentes, ou, algum movimento que os mesmos possam realizar? R: Não tem nenhum receio, tanto de concorrentes, quanto em relação aos movimentos dos mesmos. 11. Os movimentos que os concorrentes realizam, criam algum impacto na sua empresa? R: Não afetam em nada. 12. Como você reagiria a entrada de uma nova empresa que atuasse no mesmo segmento? R: Não esboçaria nenhuma reação, pois não iria interferir. Já possui uma clientela formada, e seu diferencial está na qualidade e na execução dos serviços mais rápidos. 13. Qual é o segmento que a empresa procura atender? R: Atende qualquer segmento, desde trabalho, lazer, infantil ao de competição. Optou por trabalhar com produtos de baixo e médio valor agregado, por existir maior demanda nesse segmento, que é uma realidade da região, porém, atende o segmento de alto valor agregado, mas nesse caso, constituí uma menor parcela na demanda de seus serviços 14. Em sua opinião, qual é o segmento que mais são realizados serviços? R: O de trabalho e lazer nessa ordem. 15. Como você procura diferenciar suas atividades? O que faz que o torne diferente dos seus concorrentes? R: Procura se diferenciar com qualidade e rapidez, sendo sua principal diferença em relação aos seus concorrentes. 16. Como classifica sua relação com seus clientes? R: Ótima. Necessita tratar bem os clientes, pois depende dos mesmos para manter a empresa funcionando. 17. Como classifica sua relação com seus fornecedores? R: Boa. Tem que manter uma relação amigável com os mesmos. 18. Como você classifica sua relação com seus concorrentes? 80 R: Estável. 19. Utiliza algum tipo de propaganda? Quais? R: Sim. Somente cartão de visita, desde que abriu a empresa (embora não tivesse nenhum no momento da entrevista), e, divulgação boca-a boca.