UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONTRIBUIÇÃO A GESTÃO AMBIENTAL: A BIORREMEDIAÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM PETRÓLEO Por: Danielle Reichwald Orientador Profa Maria Esther Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONTRIBUIÇÃO BIORREMEDIAÇÃO A DE GESTÃO SOLO AMBIENTAL: CONTAMINADO A COM PETRÓLEO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Ambiental. Por: Danielle Reichwald 3 AGRADECIMENTOS Ø Á Deus, em primeiro lugar. Ø À minha orientadora Maria Esther por toda atenção. Ø Ao meu irmão, pelo grande incentivo ao recomeço dos estudos. Ø A Ronaldo dos Santos sem tamanho. Ø Ao CETEM. Ø Às pesquisadoras, Dra Andréa Rizzo Camardella e Claudia Duarte Cunha , Regina Carriso e Cristina Sissino. Ø À amiga Cristina Messias, pelas incansáveis palavras de incentivo. Ø À amiga Claudia Affonso, pela generosidade, carinho e amizade. Ø À amiga Bianca Manhães, minha primeira amiga no Cetem. Ø À amiga Natália Franco, por todo o incentivo e pelas valiosas “dicas”. Ø Aos amigos, Elton Santos, Maria Clara Telhado, Cristiane Olimpio, Priscila Casal, Carla Ferreira, Bianka dos Santos, Clenilson Junior e Isabelle Barros. Ø Ao meu amigo Junior por toda força. Ø Á amiga Daniele Leonel por tudo. Ø A todos os amigos que fiz no CETEM, pela convivência e auxílio durante o período que estive no laboratório: Grace, Jorginho, Ary, Diego Cara, Fábio dos Santos, dentre outros. 4 Ø Á minha comadre Rosane Maria e cunhada Gicelli Montuan. Ø A uma pessoa muito especial Tânia Varjão. Ø Ao meu namorado Albert Melandre, que sem dúvida tornou os meus dias de vida bem mais agradáveis. Por toda paciência em momentos “TPMICOS’’. Ø Ao meu lindo cachorro Pietro. 5 DEDICATÓRIA “Agradeço a Deus pela vida .. Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você aprende que realmente pode suportar que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida !“ William Shakespeare Dedico à minha mãe Ivone Faria Reichwald (in memorian) e ao meu filho Allan Fonseca Filho. 6 RESUMO Um dos grandes problemas ambientais atuais é a contaminação de solo por derramamento de petróleo e quando ocorre este tipo de contaminação, há uma necessidade de mitigar para minimizar os impactos no meio ambiente. Para reverter esses passivos existem várias técnicas, como as físicas, químicas e biológicas. Entretanto, as técnicas biológicas (Biorremediação) são consideradas de baixo custo e eficazes para redução do petróleo. Alguns tipos de atividades biológicas em biorreator merecem destaque por condicionamento a lei, o que será o contexto deste trabalho. Dessa forma, o objetivo principal foi identificar fatores que podem limitar o processo de biorremediação em biorreator de solo contaminado por petróleo, adicionalmente buscou-se descrever etapas com alto risco de infração às leis ambientais vigentes. Como contribuição a gestão ambiental, o principal objetivo foi fazer um guia prático para futuros trabalhos na área. Palavras chaves : impacto ambiental, biorremediação, biorreator, leis vigentes. 7 Metodologia A execução deste trabalho foi realizada a partir de pesquisas feitas por meio de uma revisão bibliográfica tendo como fonte de consulta, livros de séries ambientais, teses e dissertações acadêmicas, legislações, artigos científicos e bem como sites específicos como PETROBRAS, EMBRAPA, CETESB, ANP, DNPM. 8 Lista de Figuras Figura 1- Imagem do biorreator (a) e das pás agitadoras no seu interior (b) na unidade piloto no CETEM 25 9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I - O petróleo 13 CAPÍTULO II - Contaminação dos solos 17 CAPÍTULO III – Política Ambiental na Biorremediação 27 3.1 Biorremediação em Biorreatores 31 3.2 Aspectos gerais e legais que afetam o processo 32 CONCLUSÃO 36 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37 ÍNDICE 44 FOLHA DE AVALIAÇÃO 10 Introdução Os problemas Ambientais estão entre os mais graves de qualquer grande país. Contaminações em solos com óleo cru não é uma novidade; ao contrário, há registros desse tipo de poluição desde 1754. No entanto, foi a partir de década de 60 que as atenções se voltaram para essa realidade e várias técnicas de tratamento passaram a ser adotadas (RIZZO, 2008). A exploração do petróleo é uma atividade que pode ser considerada como uma fonte de riscos ambientais face aos impactos associados à sua atividade. Segundo FREITAS (2009), há crescente tendência mundial voltada para a questão ambiental, a qual foi fortalecida pela assinatura de várias nações, de diferentes tratados que pregam política ambiental na preservação dos recursos naturais da Terra. A disposição de resíduos no meio ambiente vem aumentando o interesse da sociedade, que busca através de mecanismos legais, o desenvolvimento sustentável com a menor geração possível de resíduos. A caracterização destes passivos e suas possíveis formas de reutilização é uma exigência legal, que traz consigo responsabilidades não só ambientais, mas também econômicas e sociais. Os métodos de tratamento mais utilizados na indústria do petróleo são divididos em tratamentos térmicos, físico-químicos ou biológicos. Sendo uma estratégia atraente para a remediação de ambientes contaminados, tem-se o tratamento biológico, ou a biorremediação. Esses tratamentos possuem vantagens, como: Ø A aplicação envolve o uso de equipamentos de fácil obtenção, instalação e operação. Ø A elevada potencialidade do uso de microrganismos, apontados na literatura como agentes degradadores das mais diversas substâncias, aliada ao cada vez mais frequente emprego da biotecnologia nas questões de caráter ambiental, indicam o tratamento biológico como um dos mais promissores 11 meios de reduzir os efeitos adversos dos hidrocarbonetos sobre o meioambiente (MELO, 2009). Ø Biorremediação é um processo de tratamento que utiliza a ocorrência natural de microrganismos para degradar substâncias toxicamente perigosas transformando-as em substâncias menos ou não tóxicas. A biorremediação é um dos "Top 10 de biotecnologias para melhorar a saúde global”. Grandes quantidades de produtos químicos tóxicos são liberados no ambiente, ou deliberadamente como na aplicação de agrotóxicos, ou acidentalmente como no caso de derramamentos de óleo (EZEZIKA & SINGER, 2010). Dentre as principais tecnologias empregadas na biorremediação podem ser citadas os biorreatores, unidades onde ocorre a remoção da matéria orgânica pela ação de microrganismos aeróbios submetidos à agitação e aeração (KHAN et al., 2004). Ultimamente, cresce o número de trabalhos envolvendo o uso de biorreatores para tratamento de solos contaminados e de resíduos sólidos. Esta pode estar associada a técnica específica visando o aumento da atividade microbiana como, por exemplo, o bioestímulo, o bioaumento, a adição de biossurfactantes e a incorporação de materiais estruturantes ( RIZZO, 2008). O presente trabalho propor-se investigar às leis vigentes relacionadas à remediação de solo contaminado com petróleo e identificar etapas criticas relacionadas ao processo de biorremediação em biorreator com solo contaminado com petróleo que possa infligir às leis vigentes. Elaborar um manual prático como guia para o gestor da área. Do ponto de vista ambiental, citar novos potenciais que tragam benefícios e fortaleçam os anseios de uma sociedade cada vez mais preocupada com o meio ambiente e com a geração de passivos ambientais, é adotar o que está preconizado na Agenda 21. E não é de outra forma, se não a 12 investigação científica, a causa e precursora de novas tecnologias de uso destes resíduos que visam maior produtividade no campo, com mais economia e sustentabilidade (Freitas, 2009). 13 Capítulo I O Petróleo O petróleo é um óleo de origem fóssil, que leva milhões de anos para ser formado nas rochas sedimentares (PETROBRAS, 2012). Sua larga importância na sociedade atual está baseada na sua utilização como matériaprima básica para mais de 6.000 produtos (RIZZO, 2008). Por meio do processo de destilação fracionada do petróleo, obtêm-se os produtos utilizados na fabricação de plásticos, tintas, querosene, produtos cosméticos e em muitas outras aplicações (DNPM, 2009). Segundo TELHADO (2009), o petróleo é composto por processos biogeoquímicos, é uma mistura complexa de hidrocarbonetos. Possui, em termos de abundância, entre 10000 e 100000 constituintes quimicamente isolados e sua composição modifica em função de sua localização geográfica e das condições físico – químicas e biológicas que o originaram. O óleo cru, fração líquida do petróleo, é quimicamente, fisicamente e biologicamente perigoso porque ele sobrepuja muitos compostos tóxicos, entre eles os HPA´s em concentrações relativamente altas. Os HPA´s são avaliados a classe de carcinógenos humanos mais largamente distribuída no ambiente, e uma das suas fontes é por meio da contaminação por petróleo. Seu metabolismo origina compostos epóxidos com propriedades mutagênicas, tendo sido relatados inúmeros casos de câncer no intestino, pulmão, fígado, pâncreas e na pele (TELHADO, 2009). O petróleo no estado bruto tem raríssimas aplicações, servindo quase que somente como óleo combustível. Para que o potencial energético do petróleo seja aproveitado ao máximo, ele deve ser submetido a uma série de processos, a fim de se desdobrar nos seus diversos derivados (MARIANO, 2001). No ano de 1847 em Pitsbourg (Pensilvânia, EUA) se tornou mais intensa a utilização do petróleo quando um comerciante resolveu engarrafar e 14 vender petróleo nativo de vazamentos naturais, para ser empregado como lubrificante e cinco anos mais tarde (1852), um químico canadense expôs que o aquecimento e a destilação do petróleo produzia um líquido que podia ser utilizado em lâmpadas, o querosene (RIZZO,2008). Em 1858 na Bahia (Brasil) foi concedido o primeiro direito de exploração de mineral betuminoso (DNPM, 2012). Segundo a DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral, 2012) no século XIX, o óleo de baleia passou a ser substituído pelo querosene na iluminação pública, com isso, teve início o uso comercial do petróleo – mais exatamente em 1859, quando trouxe a produção por um poço de 21 metros de profundidade perfurado pelo Coronel Edwin Drake em Tittusville (Pensilvânia, EUA). Atualmente o Brasil ocupa o 17º lugar no ranking mundial de reservas de petróleo, e aparece na 11º posição entre os maiores produtores do planeta. A Petrobras é a terceira maior companhia de energia do mundo, com produção média diária de 2,6 milhões de barris de óleo equivalente. Fundada em 1953 e presente em 30 países e em todos os continentes, a companhia é uma sociedade anônima de capital aberto e de econômia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do Ministério de Minas e Energia (PETROBRAS, 2012). Atualmente 80% da energia consumida no mundo vêm de combustíveis fósseis, sendo (DNPM, 2012): Ø 33% do petróleo; Ø 25% do carvão; Ø 21% do gás natural. De acordo com ANP (Agência Nacional de Petróleo, 2012), a produção de petróleo no Brasil em fevereiro 2012 foi perto 2,205 milhões de barris/dia 15 (bbl/d), ficando, pelo terceiro mês consecutivo, acima de 2,2 milhões de bbl/d. Teve aumento de quase 6,9% na produção de petróleo em comparação com o mesmo mês em 2011 e redução em torno de 1,1% em relação ao mês anterior. Mais de 90% (91,7%) da produção de petróleo é originário de campos operados pela Petrobras. O campo de Marlim Sul foi o de maior produção de petróleo, com uma média de 352,8 mil barris de óleo equivalente/dia (boe/d). Entre os 20 produtores de petróleo, três são operados por empresas estrangeiras: Frade/Chevron (11º lugar), Peregrino/Statoil (12º), e Ostra/Shell (15º). Os três campos terrestres com maior produção de petróleo, em barris de óleo equivalente, foram Leste do Urucu (Amazônia) , Rio Urucu (Amazônia) e Carmópolis, respectivamente. A exploração de petróleo na região amazônica tem uma longa história. O início das atividades ocorreram por mediação do Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB), fundado em 1907, seguindo após com o Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), criado em 1933, e, mais adiante, com o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), instituído em 1938. Porém, só a partir da criação da Petrobras, em 1953, a região começou a ser mais intensamente explorada (ANP, 2012). De acordo com as informações na base de dados da ANP, as atividades típicas do ciclo de exploração (sísmica, perfuração), de produção e de transporte de petróleo na Amazônia envolvem adulterações ambientais nas áreas afetadas, porém desde que executadas de acordo com as melhores práticas da indústria e a experiência acumulada na operação em ambientes de florestas tropicais, podem ter seu impacto bastante atenuado. A indústria do petróleo depara-se dividida em quatro grandes grupos: Upstream (exploração e produção de petróleo e gás), o Midstream (transportes, processamento e armazenamento de petróleo e gás), o Downstream (refinação, comercialização e marketing) e os Petroquímicos (ALVAREZ, 2009). 16 Segundo RIZZO (2008), pode-se afirmar que de todas as etapas que compõem a cadeia produtiva do petróleo, o transporte, a exploração, a produção em terra e a comercialização são as que potencialmente podem vir a poluir os solos. 17 Capítulo II Contaminação de solos Poluentes ambientais são determinados como compostos químicos de origem sintética ou natural, que são lançados no ambiente, por meio de atividades antropogênicas, e acarretando efeitos desagradáveis aos seres humanos podendo, ainda, comprometer a biota, virando inviável a utilização dos recursos para, fins comerciais, industriais e recreativos. Na maioria das vezes, o efeito pode ser tóxico. São relevantes não só o aspecto ambiental e a saúde pública, mas o acontecimento de episódios críticos de poluente de âmbito mundial, tais como a questão de áreas contaminadas (Barros et al, 2010). De acordo com TELHADO et al 2010, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB, uma área contaminada pode ser definida como área, local ou terreno onde há comprovadamente poluição ou contaminação, originada pela introdução de algumas substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma planejada, acidental ou até mesmo natural. A elevação dos níveis de contaminação de solos por hidrocarbonetos derivados de petróleo têm sido destaque nas últimas décadas, especialmente em função da frequência com que as ocorrências são apuradas e da gravidade com que o meio ambiente é afetado. Os principais grupos de poluentes encontrados nas áreas contaminadas foram: solventes aromáticos, combustíveis líquidos, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), metais e solventes halogenados. Entre os combustíveis líquidos, destacam-se os derivados de petróleo: óleo diesel e gasolina (BAPTISTA, 2007; CETESB, 2010). No Brasil, raros Estados têm legislação catalogada à contaminação do solo e das águas subterrâneas por petróleo, tais qual São Paulo e Rio de Janeiro. Entretanto, o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), órgão ambiental 18 estadual do Rio de Janeiro (RJ), segue os valores orientadores constantes da “Lista Holandesa”, como base para estabelecer valores de qualidade do solo (TELHADO, 2008). A poluição do solo ocorre pela introdução de elementos ou substâncias que possam prejudicar a atividade dos componentes bióticos desse ecossistema, e, por conseguinte, afetam sua funcionalidade e sustentabilidade (BARROS et aL 2010). O solo possui uma grande variedade de funções vitais de caráter ambiental, ecológico, social e econômico (BARROS et al 2010). Sua qualidade está resguardada pela Política Nacional do Meio Ambiente. (TELHADO, 2008). O solo contaminado com petróleo não é uma novidade, existem notas com esse tipo de poluição desde 1754. Após a década de 60, que as precauções se voltaram para esse fato e várias técnicas de tratamento passaram a ser adotadas. Essas técnicas baseiam em processos físicos (lavagem, extração à vapor), químicos (extração por solvente, processos oxidativos avançados – POAs, desalogenação química, correções superficiais), térmicos (dessorção térmica, incineração) e biológicos (landfarming”, air sparging, biosparging, bioventilação, biopilhas, biorreatores e fitorremediação). Contudo, o tipo de tratamento a ser adotado deve ser avaliado individualmente, estimando as particularidades de cada contaminante e os custos envolvidos (RIZZO, 2008). Segundo FRANCO 2008, a gravidade da elucidação dos processos de multicontaminações deriva na necessidade de monitoramento e remediação de áreas contaminadas, para a remoção do óleo, o tratamento mais apropriado é a biorremediacão. Todavia o impacto no solo pela contaminação por petróleo pode derivar em grandes perdas de sua qualidade. A perda, em grande parte, e consequência da toxidez desses poluentes aos processos biológicos catalisados pelos microrganismos do solo. 19 A biorremediação é um bioprocesso que emprega microrganismos para remediar contaminantes, por meio de mecanismos de biodegradação naturais (biorremediação intrínseca ou atenuação natural) ou pelo aumento da biodegradação natural por adição de microrganismos (bioaumento), nutrientes, água, doadores e aceptores de elétrons (bioestímulo) (TELHADO, 2009). “Além disso, é um dos “Tops 10” de biotecnologias para melhorar a saúde global”, podendo tratar grandes quantidades de produtos químicos tóxicos que são liberados no ambiente, deliberadamente como na aplicação de agrotóxicos, ou acidentalmente como no caso de derramamentos de óleo (EZEZIKA & SINGER, 2010). A biorremediação engloba uma série de tecnologias e técnicas distintas para tratamento não só de solos, como também de águas contaminadas e outros resíduos, e que podem ser classificadas como processos de tratamento ex-situ ou in-situ. Os processos de tratamento exsitu são aqueles que envolvem a remoção física do material contaminado do local original e o encaminhamento do mesmo para o processo de tratamento em si, que ocorre em outro local. Por outro lado, os processos de tratamento in-situ são baseados no estímulo à biodegradação de contaminantes no solo e da água, sem a escavação da camada contaminada do solo, através da adição de nutrientes (principalmente nitrogênio, fósforo e potássio), oxigênio e, em alguns casos, microrganismos. Normalmente os processos de tratamento in-situ são associados a sistemas de bombeamento e recirculação de água, de forma a transportar/suprir nutrientes e oxigênio aos aqüíferos contaminados e solos associados (RIZZO,2008). As principais tecnologias empregadas na biorremediação são: ü “Bioventing” (ou bioventilação) - In situ - que consiste na introdução de ar na zona insaturada do solo, a fim de estimular o processo microbiano aeróbico de degradação( RAIMUNDO, 2004). ü “Air Sparging” - In situ - utiliza o insuflamento de ar ou oxigênio na zona saturada do solo com o objetivo de promover uma espécie de 20 "stripping" na água subterrânea e desprendendo os compostos orgânicos voláteis a serem captados em superfície geralmente por sistema de extração de Vapor. A injeção de ar no solo também promove a biodegradação dos contaminates Biorremediação pela atividade bacteriana aeróbica; ü "Biosparging” - In situ - que objetiva estimular a degradação de compostos voláteis, transferindo estes da zona saturada para a zona insaturada, pela injeção de ar enriquecido com O2; ü “Bioslurping” ou extração multifásica - In situ - consiste na instalação de um tubo de sorção, conectado a uma bomba de vácuo, o qual remove o produto livre (vapor) junto com um pouco da água subterrânea. Associa elementos contaminantes livres de bioventing e bombeamento para recuperar de águas e solos subterrâneos promovendo a biorremediação aeróbia de hidrocarbonetos. (RIZZO, 2008); ü Pump-and-treat” ou bombeamento e tratamento - In situ - a remediação de contaminantes em solo ou água subterrânea, pelo o uso de barreira hidráulica, é chamada em inglês de 'pump-and-treat' que significa bombeamento e tratamento. É um processo físico ex situ de extração de águas contaminadas da zona saturada. Nesse método, a água contaminada por poluentes orgânicos é retirada por bombeamento, submetida a um processo de remoção de poluentes e descarregada, às vezes, de volta ao reservatório natural. Apesar de ser eficaz no controle da migração de plumas de contaminação, o pump-and-treat possui várias restrições físicas e químicas que limitam a sua eficácia quanto à remediação em longo prazo, principalmente se utilizado de forma isolada, ou no caso de aquíferos contaminados com líquidos não miscíveis com a água (NAPLs - Non Aqueous Phase Liquids). Técnicas adicionais e associadas a sistemas de controle de migração de plumas são muitas vezes recomendadas, tendo em vista o lento processo de dissolução natural desses líquidos em águas subterrâneas (NOBRE & NOBRE, 2003); 21 ü Fitorremediação - In situ - dentre os processos biológicos, a fitorremediação, que submerge o emprego de plantas empregadas como agentes despoluidores de solo. Sua utilização tem sido avaliada, especialmente, em solos contaminados com metais pesados (ACICIOLY & SIQUEIRA, 2000) mais adiante dos tratamentos em solos contaminados por petróleo e derivados de petróleo e outros compostos orgânicos (ANDERSON & WALTON, 1995; CUNNINGHAM et al., 1996; CORSEUIL & MORENO, 2001); ü “Landfarming” - Ex situ - consiste na degradação biológica de resíduos em uma camada superior de solo, que é periodicamente revolvida para haver aeração ( RIZZO,2008); ü Atenuação Natural Monitorada - In situ - o processo ocorre sem intervenção humana e a redução da contaminação ocorre pela biodegradação do contaminante, sua diluição simples, dispersão, volatilização ou ainda pela adsorção (TELHADO, 2009); ü Biopilhas - Ex situ - consiste na construção de células ou pilhas de solo contaminado de forma a estimular a atividade microbiana aeróbica dentro da pilha através de uma aeração (RIZZO, 2008); ü Biorreatores - Ex situ - são sistemas inteiramente fechados que permitem o controle de emissões, e oferecem benefícios, tais como: monitoramento efetivo do processo, maior controle das variáveis do processo (temperatura, umidade, valor de pH etc.), melhor incorporação de aditivos, redução do tempo de processo, etc.(Alef & Nannipieri,1995). ü Biorremediação Eletrocinética - In situ - método apropriado para o tratamento de solos que dominem alto teor de material fino (silte, argila) que se fundamenta na introdução de uma corrente elétrica no solo. A corrente direta (CD) promove o transporte de espécies químicas solúveis (nutrientes e aceptores de elétrons) por meio de solos com baixa permeabilidade, indiretamente contribuindo para o aumenta a disponibilização dessas espécies 22 para os microrganismos e, por conseguinte, aumentando a eficiência do processo de biodegradação do contaminante. Diversas táticas de biorremediação envolvendo o aumento da atividade microbiana podem ser utilizadas em ambientes contaminados, a fim de apressar o processo natural de biodegradação desses compostos. A biodegradação é o acontecimento pelo qual os compostos orgânicos são degradados biologicamente, pelo meio de reações em cadeia do tipo oxidação, redução, hidrólise, desahalogenação, desalquilação, ruptura de anéis e condensação. Por mediação dessas reações, essas substâncias críticas podem ser mineralizadas a CO2 e H2O, transformadas em outros compostos menos tóxicos ou, às vezes, com maior toxicidade do que o inicial (ZAGATTO et al., 2006). Providenti et al. (1993), afirmam que os fatores catalogados ao contaminante e ao lugar contaminado podem limitar biodegradação. As normas de condições ambientais os processos de adequadas são fundamentais para que o processo de biorremediação seja eficaz. O não segmento das normas faz com que o crescimento e a sobrevivência dos microrganismos envolvidos no processo sejam severamente afetados e, por conseguinte, a biodegradação dos compostos poluidores será comprometida. Dentre as técnicas de tratamentos de solo, as mais usadas para ultrapassar as limitações da atividade microbiana e, por conseguinte, acelerar a degradação dos hidrocarbonetos poluentes é: adição de microrganismos geneticamente modificados (OGM´s) e a adição de material estruturante; adição de fontes de nutrientes e oxigênio (“Bioestimulo”); aumento da microbiota do solo através da adição de microrganismos endógenos ou exógenos (“Bioaumento” e/ou “Bioenriquecimento”); aumento da disponibilidade dos hidrocarbonetos ao ataque dos microrganismos através da adição de surfactantes ou de microrganismos com habilidade de produzir biosurfactantes (RIZZO, 2008). 23 A utilização de surfactantes é uma técnica promissora de disponibilização dos contaminantes à atividade microbiana, especialmente quando empregado em associação com tecnologias de tratamento ex-situ de solos contaminados. Entretanto, o seu uso adjunto a tecnologias de tratamento in-situ pode acarretar a lixiviação dos poluentes hidrofóbicos para o lençol freático devido ao acréscimo da mobilidade dos mesmos (PROVIDENTI et al., 1993). Em particular, os surfactantes podem interatuar com os compostos presentes nos hidrocarbonetos de petróleo e aumentar a solubilidade dos mesmos em água (BANERJI et al., 1995). A presença de surfactantes, sintéticos ou naturais, torna estes compostos disponíveis aos microrganismos e, por conseguinte à biorremediação. O uso de surfactantes sintéticos aumenta a solubilidade dos hidrocarbonetos, mas a maioria desses compostos é avaliada como tóxica aos microrganismos e ao meio ambiente (LEAHY e COLWELL, 1990; PROVIDENTI et al., 1993). Em relação à técnica de bioestímulo, fósforo e o nitrogênio são os nutrientes fundamentais ao processo. O nitrogênio pode ser utilizado para a síntese de material celular (NH4) e como aceptor final de elétrons (NO3_), podendo ser acrescentado na forma de uréia, cloreto de amônio ou outro sal de amônio. O fósforo pode ser empregado como fosfato de sódio, fosfato de potássio, sais orto fosfóricos e polifosfatos. Essas fontes são facilmente assimiladas pelos microrganismos e quando em concentrações apropriado vão instigar a biodegradação dos contaminantes (MILLIOLI, 2009). A técnica de bioaumento que consiste na adição de população microbiana nativa ou não do solo envolve especialmente a aplicação de bactérias e fungos que usam os contaminantes orgânicos como fonte de 24 alimento. Uma vez provada à capacidade oxidativa de uma determinada cepa, ou ainda da combinação de várias cepas, necessita adotar modelo de estudo em microcosmo para a verificação do potencial de adaptação/competição com a microbiota nativa do solo. Os organismos mais comuns isolados em áreas contaminadas por hidrocarbonetos são bactérias heterotróficas dos gêneros: Achromobacter, Pseudomonas Artrobacter, Micrococcus ,Brevibacterium Vibrio, Acinetobacter, Corynebacterium, Flavobacterium, Mycobacterium e Nocardia (RISER-ROBERTS, 1998). Na biorremediação de solos contaminados, tanto a aplicação de técnicas de tratamentos in-situ, quanto de tratamentos ex-situ em fase sólida, tais como “Landfarming” e Biopilhas muitas vezes tornam-se inviáveis sob o ponto de vista técnico (limitações geológicas da área contaminada, fortes influências climáticas, problemas operacionais, dentre outros) e/ou econômico (custo elevado). Sendo assim, a utilização de biorreatores brota como uma escolha interessante, expondo como básicas vantagens a possibilidade de monitoramento contínuo do desempenho do sistema, o controle das condições ideais de processo, imprescindíveis à manutenção da atividade microbiana, e o reduzido tempo de remediação (RIZZO, 2008). A opção da configuração mais sugerida de biorreator a ser adotada, bem como da técnica de biorremediação associada (bioestímulo, bioaumento, incorporação de material estruturante, dosagem de biossurfactantes, etc.) devem ser realizadas levando-se em consideração as características do solo a ser tratado (percentual de material argiloso, etc.), a natureza do contaminante (viscosidade, recalcitrância, etc.), a composição da mistura a ser tratada (sólido, água e contaminante), os microrganismos envolvidos, o grau de importância da aeração, o nível de necessidade de agitação, dentre outros (RIZZO,2008). A necessidade de remover o solo para o tratamento por tecnologias ex situ, encarece muito o processo. No entanto, nos reatores o maior custo é 25 compensado pelo menor tempo de tratamento requerido, de um mês a vários meses (RIZZO, 2008). Na figura 1, observamos ilustrações do biorreator: Figura 1 – Imagem do biorreator (a) e das pás agitadoras no seu interior (b) na unidade piloto no CETEM Face ao exposto, conclui-se que a biorremediação é uma técnica de descontaminação que vêm obtendo importância mundial devido à desenfreada degradação do meio ambiente. Essa biotecnologia é bastante promissora, pois visa à minimização dos impactos antrópicos. No Brasil sua utilização ainda é pequena, mas várias pesquisas já têm sido ampliadas para a sua aplicação em locais contaminados com petróleo e seus derivados. Como foi visto, essa tecnologia possui grande aplicabilidade e tem sua eficiência comprovada na remoção dos diversos tipos de contaminantes. Contudo, é importante ressaltar que a otimização do processo de 26 biorremediação depende de estudos meticulosos quanto às condições ambientais, o tipo de contaminante e a técnica empregada. 27 Capítulo 3 A Política Ambiental na Biorremediação A política ambiental estabelece um conjunto de metas e instrumentos que propendem reduzir os impactos negativos da ação humana sobre o meio ambiente. Na década de trinta o Brasil começou um período de solidificação de investimentos públicos e privados em grandes obras de infra estrutura. Nesse período não se falava em desenvolvimento sustentável, contudo, já havia uma vertente de política ambiental orientada apenas para preservação. Existia um movimento de políticos, jornalistas e cientistas que se organizavam para discutir políticas de proteção ao patrimônio natural. Em 1973, a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior, foi designada para a orientação da conservação do meio ambiente e uso racional dos recursos naturais, passando a dividir funções com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). Nessa década recebia força a visão de eco desenvolvimento que protegia a conciliação dos aspectos econômicos, sociais e ambientais no desenvolvimento. Essa visão começa a ser internalizada na política ambiental brasileira com a promulgação da lei Nº 6938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente (VIEIRA & CADER,2012). A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Federal nº 6.938, de 31/08/81), pode ser considerada como o marco na legislação ambiental brasileira, pois foi à primeira lei a se atentar quanto às questões atinentes ao ambiente. Essa lei tem por objetivo preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental propícia à vida. Dispor-se assegurar condições ao desenvolvimento sócio econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Do mesmo modo, a Lei nº 6.938 consentiu formar importantes instrumentos de política ambiental, dentre eles, alguns merecem destaque pela sua importância como: o zoneamento ambiental, a avaliação de impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 28 potencialmente poluidoras e o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. (FONTENELLE, 2004). No que diz respeito a impactos ambientais e os problemas gerados no meio ambiente devido à quantidade de tipos de fontes potenciais de contaminação, devemos ressaltar que na maioria das atividades humanas, são geradas substâncias, resíduos e/ou efluentes com potencial para contaminar os diferentes compartimentos do meio ambiente, destacando-se, neste estudo, o solo impactado com petróleo. A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 01/86, de 23/01/86 (artigo 1º), define impacto ambiental como: (...) qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente (...) resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente afete: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições sanitárias e estéticas do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais. Para atuar nas questões ambientais relacionadas à indústria do petróleo e gás natural, a ANP tem acordos de cooperação com o Ministério do Meio Ambiente, com o Comando da Marinha e com representantes da indústria petrolífera, universidades e órgãos ambientais. Para a seleção das áreas incluídas nas rodadas de licitação são observadas as restrições ambientais, sustentadas em estudos conjuntos da ANP com o IBAMA e órgãos ambientais estaduais (ANP, 2012). A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), inserida em 1998 pelo Decreto nº 2.455, de 14 de janeiro daquele ano, é o órgão regulador das atividades que integram a indústria do petróleo e gás natural e a dos biocombustíveis no Brasil (ANP, 2012). É uma autarquia federal, conectada ao Ministério das Minas e Energia, responsável pela execução da política nacional para o setor energético do petróleo, gás natural e biocombustíveis, de acordo com a Lei do Petróleo (Lei nº 9.478/1997). 29 Com a arte de industrialização e o desenvolvimento de tecnologias e produtos cada vez mais progredidos, não só o progresso e o bem-estar foram gerados. Problemas vinculados à poluição ambiental se exacerbaram e acarretaram como consequência a necessidade da conscientização quanto à gravidade da restrição de lançamentos indiscriminados de poluentes nos solos, rios, lagos, oceanos e na atmosfera, bem como de investimentos no desenvolvimento e implementação de metodologias de remediação. A indústria petroleira brasileira, como exemplo, refinarias e áreas de produção de petróleo, eventualmente se apresenta com vazamentos de óleo cru e/ou seus derivados, que abrangem tanto os recursos hídricos quanto os solos. A metodologia para tratamento de águas contaminadas com hidrocarbonetos encontra-se em um exercício de desenvolvimento bem mais avançado em comparação com as tecnologias para o tratamento de solos impactados. Em efeito desta realidade torna-se cada vez mais urgente a necessidade de se desenvolver e aplicar tecnologias eficientes de tratamento dos solos contaminados por hidrocarbonetos de petróleo, que apresentem grande contaminação orgânica, mas tempo e custo de processo reduzido (RIZZO, 2008). Desta forma, a aplicação de técnicas de biorremediação vem se destacando como uma das estratégias a serem adotadas no tratamento de solos contaminados por petróleo. A Biorremediação vem se apresentando, consequentemente, como um processo bastante promissor, especialmente pela maior aceitação por parte das Agências Reguladoras e da Opinião Pública, por ser considerada uma forma natural de tratamento (CUNHA et al.,2008). Na Biorremediação o que se tem pra legislar ambientalmente a fim de minimizar o que está afetado ou impactado na natureza está inserido na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 314, de 29/10/02 e posteriormente, regulamentada pela Instrução Normativa nº 5, de 17 30 de maio de 2010, e esta, teve sua retificação em 14 de junho de 2010, Seção1, página 124, do Diário Oficial da União (IBAMA, 2012). Dispõe sobre o registro de produtos destinados à remediação e dá outras providências. Avaliando que os acidentes com vazamentos de substâncias potencialmente poluidoras, incluindo petróleo e seus derivados, constituem uma das principais fontes de poluição do meio ambiente e que o uso de remediadores é uma opção viável nas ações específicas de recuperação. Considerando os benefícios que podem advir da utilização adequada de remediadores na recuperação de ecossistemas contaminados, no tratamento de resíduos e efluentes, na desobstrução e limpeza de dutos e equipamentos; Considerando que, em função de suas peculiaridades ou de um uso inadequado, os remediadores podem acarretar desequilíbrio no ecossistema e danos ao meio ambiente, resolve: Art.1º Os remediadores deverão ser registrados junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA para fins de produção, importação, comercialização e utilização. Segundo IBAMA (2012), remediadores são produtos, formados ou não por microrganismos, designados à recuperação de ambientes e ecossistemas contaminados, tratamento de efluentes e resíduos, à desobstrução de dutos e equipamentos agindo como agente de processo físico, químico ou biológico ou combinado entre si. Os remediadores podem ser caracterizados como: a) Biorremediador: remediador que apresenta como ingrediente ativo microrganismos capazes de se reproduzir e de degradar bioquimicamente compostos e substâncias contaminantes. b) Remediador químico ou físicoquímico: remediador que apresenta como ingrediente ativo substância ou composto químico oxidante, surfactante ou dispersante, ou, ainda, polímeros, enzimas, entre outros, capaz de degradar, adsorver ou absorver compostos e 31 substâncias contaminantes. c) Bioestimulador: Remediador que contém nutrientes em sua composição que favorecem o crescimento de microrganismos naturalmente presentes no ambiente em que vier a ser aplicado o produto, acelerando o processo de biorremediação. 3.1 Biorremediação em biorreatores É possível notar um aumento no número de trabalhos envolvendo o uso de biorreatores para tratamento de solos contaminados. Em meio a outros fatores que fortalecem esta tendência, chama-se atenção para o fato, de que o movimento restrito dos microrganismos no solo, em muito afeta a biodegradação dos contaminantes, uma vez que se torna pequeno o acesso dos mesmos aos nutrientes e aos próprios contaminantes a serem degradados. Nas técnicas clássicas de tratamento biológico de solos contaminados, o problema relacionado à manutenção da adequada homogeneização do solo durante o tratamento é sempre encontrado. As principais dificuldades incluem a introdução de aditivos (nutrientes, surfactantes, biossurfactantes, etc.) e a concentração situada de poluentes em algumas regiões do sistema. Estes problemas podem ser expressivamente reduzidos através do uso de biorreatores, onde o material é misturado de forma mais efetiva. Isto tolera uma amostragem mais significativa e uma medida mais realista do sucesso do processo de descontaminação (RIZZO, 2008). Para a utilização de biorreatores, deve ser feito um planejamento do material a ser utilizado, como também avaliar qual o solo será tratado, lugar onde o biorreator será inserido e verificar previamente o que pode infligir as leis vigentes. Como esse bioprocesso está associado a outras técnicas, abaixo será mencionado o que pode interditar o processo de biorremediação. 32 3.2 Aspectos gerais e legais que afetam o processo de biorremediação Para que o processo de biorremediação ocorra de forma eficaz é correto o estabelecimento de condições ambientais adequadas, caso isto não ocorra, poderá comprometer o processo e, consequentemente, a biorremediação dos compostos poluentes serão comprometidos (RIZZO, 2008). Baseados na descoberta de que os microrganismos endógenos podem degradar os hidrocarbonetos de petróleo, inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas em biorremediação de solos impactados com petróleo que, entre as técnicas desenvolvidas, sobressai por ser um processo atrativo e economicamente viável. Os baixos custos requeridos pelas transformações bioquímicas, capazes de reduzir e até mesmo acabar com os contaminantes, associados à possibilidade do tratamento no próprio local de contaminação são fatores que colaboram para que a técnica de biorremediação seja cada vez mais atrativa dentre as tecnologias de tratamento do solo (MILLIOLI, 2009). Para tratamento de solo contaminado com petróleo em biorreator, o solo quando adicionado microrganismos endógenos (extraídos do próprio solo contaminado, crescidos in vitro e re-introduzidos no ambiente em maior concentração), exógenos ou realizado isolamento de espécie passa a ser de acesso ao patrimônio genético. Até a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) entrar em vigência, os recursos genéticos eram avaliados como patrimônio da humanidade, podendo ser acessados livremente (AZEVEDO & SILVA, 2009). Segundo LAVRATTI (2005), mesmo antes do surgimento da CDB, a Constituição Federal já adotava a importância do patrimônio genético, tanto que lhe dedicou previsão específica no capítulo sobre meio ambiente. O art. 225, §1º, inciso II, estabelece que incumbe ao Poder Público: 33 “preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético”. No século 21, se inicia assim com a política ambiental mais participativa e apresentando o crescente aumento dos conselhos deliberativos e consultivos. Em Agosto de 2001 foi criado o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN) (VIEIRA & CADER,2012). A Medida Provisória (MP) previu como autoridade competente para autorizar as atividades de acesso, o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético - CGEN, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. O Conselho é composto unicamente por representantes da Administração Pública Federal, mas em 2002, por decisão da Ministra Marina Silva, o CGEN passou a contar com a figura dos convidados permanentes, representando os mais diversos setores da sociedade civil, muito embora apenas com direito a voz. As atividades de Secretaria Executiva do CGEN são exercidas pelo Departamento do Patrimônio Genético, integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente. Em 2003, o IBAMA foi credenciado pelo CGEN para autorizar as atividades de acesso ao patrimônio genético com a finalidade de pesquisa científica. Dessa maneira, pretendeu-se agilizar esse procedimento, buscando facilitar a realização da pesquisa científica, em virtude de se concentrar num único órgão as autorizações de acesso ao patrimônio genético e de coleta de material biológico. Qualquer atividade que vise à obtenção de amostra de componente do patrimônio genético, isto é, atividades que objetivem isolar, identificar ou utilizar informação de origem genética, em moléculas ou substâncias provenientes do metabolismo dos seres vivos, extratos obtidos destes organismos, com a finalidade de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico ou bioprospecção, visando sua aplicação industrial ou de outra natureza (LAVRATTI, 2005). Todas as técnicas apresentadas abaixo podem ser utilizadas no solo em biorreator e para uso será condicionada a autorização do IBAMA, como patrimônio genético (CGEN). 34 Bioaumento - quando os microrganismos inoculados são endógenos (extraídos do próprio solo contaminado, crescidos in vitro e re-introduzidos no ambiente em maior concentração), ou de bioenriquecimento, quando os microrganismos inoculados são exógenos. Contudo, alguns autores adotam o termo bioaumento para ambos os casos (MOREIRA & SIQUEIRA, 2002; VOGEL, 1996). Destaca-se que para que a inoculação de microrganismos exógenos (bioenriquecimento) tenha sucesso, é necessário que os mesmos tenham habilidade de degradar a maior parte dos contaminantes, possuam estabilidade genética e alto nível de atividade enzimática, capacidade de competir com a população intrínseca do solo, não seja patogênica e não produzam substâncias tóxicas durante o processo de biodegradação (RIZZO et al., 2006). Biossurfactante - é definido como uma molécula superficial ativa produzida por células vivas, na maioria das vezes microrganismos, a partir de uma grande variedade de substratos que contêm açúcares, óleos e n-alcanos (PACHECO, 2008). Os biossurfactantes são degradáveis com facilidade no solo e na água, o que os torna adequados para aplicações como biorremediação e tratamento de resíduos (RIZZO et al.,2006; Engenharia Genética - a troca de material genético tem sido exposta como um dos fatores que comprometem a obtenção da capacidade de biodegradação de hidrocarbonetos pelos microrganismos, durante o tempo de adaptação dos mesmos nas áreas contaminadas (SÁ, 2002). Essa troca de material genético pode advir de forma natural, através da transferência de plasmídeos, ou através de modificações genéticas alcançadas em laboratório. A transferência de plasmídeos pode acontecer naturalmente em solos não estéreis e a frequência deste episódio depende do tamanho e da razão de células doadoras e receptoras (PROVIDENTI et al., 1993). Por outro lado, bactérias podem ser geneticamente modificadas em laboratório para múltiplos propósitos, dentre eles para degradar uma ampla faixa de hidrocarbonetos e/ou produzir biosurfactantes (PIEPER e REINEKE, 2000). Harvey et al. apud Providenti et 35 al. (1993) descreveram aumento da biodegradação de óleo, posteriormente a inoculação do solo com Pseudomonas aeruginosa SB30, bactéria engenheirada produtora de biosurfactante. Conforme Watanabe (2001), em alguns casos, onde microrganismos geneticamente modificados são colocados em ambientes contaminados, a taxa de degradação do poluente é acrescida devido a transconjugações capazes de proporcionar a degradação do poluente, e não pela ajuda direta do organismo inoculado. Contudo, o conhecimento sobre os impactos da utilização de microrganismos geneticamente modificados em áreas contaminadas ainda é muito problemático, precisando da realização de pesquisas complementares para elucidar esses efeitos. Particularmente, no que se menciona à técnica de bioenriquecimento, a mesma pode ainda englobar o emprego de organismos geneticamente modificados (OGM´s). A troca de material genético tem sido exposta como um dos fatores que afetam a obtenção da capacidade de biodegradação de hidrocarbonetos pelos microrganismos, durante o tempo de adaptação dos mesmos nas áreas contaminadas (SÁ, 2002). Essa troca de material genético pode ocorrer de forma natural, através da transferência de plasmídeos, ou por meio de modificações genéticas concretizadas em laboratório. A política ambiental na biorremediação, atreladas a instituições governamentais, visa em ordenar as atividades humanas para que estas originem o menor impacto e o cumprimento da legislação no meio ambiente. 36 Conclusão Verificou-se através desta pesquisa: Ø Que o petróleo é uma matéria-prima de grande importância na economia do país e traz inúmeros benefícios, mas também podendo causar alguns impactos no ambiente como contaminação de solo. Ø A biorremediação vem se destacando como uma alternativa viável e promissora para o tratamento de solos. Ø A biorremediação utilizando biorreator é uma forma de remediar áreas contaminadas com petróleo, sendo eficaz e de fácil monitoramento. O estabelecimento de condições ambientais adequadas é primordial ao processo. Ø A estratégia de biorremediação em biorreatores está associada a técnicas e requer atenção para não infligir ás leis vigentes. Ø As técnicas de bioaumento quando os microrganismos inoculados são endógenos (extraídos do próprio solo contaminado, crescidos in vitro e reintroduzidos no ambiente em maior concentração), bioenriquecimento, biossurfactante, engenharia genética são condicionadas a autorização do IBAMA, como patrimônio genético (CGEN). Ø Mediante a todas as informações mostradas neste trabalho, conclui-se que a biorremediação de solo contaminado com petróleo, é uma alternativa viável, ecologicamente sustentável, e facilmente operada, merecendo devida atenção ás leis que confrontam o processo. Ø Há certa carência de trabalhos em biorremediação citando leis. 37 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ACCIOLY, A. M. A.; SIQUEIRA, J. O. Contaminação química e biorremediação do solo. In: NOVAIS, R. F. et al. (Eds.) Tópicos em ciência do solo. Viçosa-MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, v. 1. pp. 299-352. 2000. A. KASSEM; N. Paolo. In: Methods in Applied Soil Microbiology and Biochemistry. 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