Secção portuguesa da IVª INTERNACIONAL
5 de Dezembro: Uma Jornada da acção e debate em vários países do mundo
“Nem um cêntimo, nem uma arma para a guerra no Afeganistão”
No passado dia 5 de Dezembro, teve lugar, em vários países, uma Jornada
Internacional contra a Guerra, por iniciativa de jovens dos EUA. Houve países em
que se realizaram manifestações ou concentrações (nomeadamente nos EUA, no
Brasil, em França e em Espanha) e noutros reuniões públicas.
Na Argélia, a 4 e 5 de Dezembro, teve lugar o segundo Congresso da organização
de juventude do Partido dos Trabalhadores, a Organização Revolucionária da
Juventude da (ORJ), com mais de 500 delegados vindos de todo o país e no qual
participaram também delegações de jovens de outros países (Bangladesh, Espanha,
França, Marrocos, Palestina e Turquia).
Este congresso aprovou um Apelo no qual estão contidas:
- a recusa da ocupação da Palestina pelas tropas sionistas – que nas suas prisões
têm mais de 10 mil palestinianos – com o apoio da Administração dos EUA, das
grandes potências e a cumplicidade da ONU;
- a retirada de todas as tropas do Afeganistão, do Iraque, do Haiti e de todas as
outras nações ocupadas;
- a necessidade da criação e desenvolvimento de organizações revolucionárias da
juventude, em todos os países;
- a proposta de que essas organizações discutam e se associem à preparação da 8ª
Conferência mundial aberta contra a guerra e a exploração – cuja iniciativa foi do
Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos, e que o Partido dos
Trabalhadores da Argélia acolherá em Argel, no final de 2010;
- a decisão de retomar o Apelo dos 50 jovens dos EUA, fazendo do próximo dia 20
de Março – sétimo aniversário da invasão americana do Iraque – uma Jornada
internacional de luta e de manifestação contra a guerra e a exploração, contra a
opressão dos povos, contra a ocupação e pela retirada imediatas de todas as tropas
que ocupam outros países em todo o mundo.
Em Portugal, no passado dia 5, também se realizou uma reunião pública – por
iniciativa do POUS – na qual foi discutida esta situação sobre a base de um dossiê
sobre a guerra no Afeganistão (ver em http://pous4.no.sapo.pt).
O Governo português já tem uma centena de militares no Afeganistão, no quadro
da NATO. E, após o pedido de Obama, decidiu enviar 150 soldados suplementares
durante o mês de Janeiro. Nesta reunião foi decidido prosseguir a campanha pela
retirada das tropas portuguesas do Afeganistão.
DOSSIER SOBRE A GUERRA NO AFEGANISTÃO
O estado do mundo e as despesas com a guerra
É sobre a base de um fantástico crescimento da despesa de armamento que a economia
capitalista pode continuar o seu curso, um curso que se traduz numa concentração cada
vez maior da riqueza nas mãos de uma pequena minoria e numa pobreza cada vez mais
extrema no outro pólo da sociedade humana.
Há mil milhões de pessoas com fome e 50 mil a morrer em cada dia, por falta de
comida, de água ou de uma simples vacina!
Os 20% mais pobres têm 1,6% da riqueza mundial, enquanto os 20% mais ricos têm
80%.
44 mil milhões de dólares por ano é o investimento que a FAO (Food and Agriculture
Organization of the United Nations – Organização para a Alimentação e a Agricultura
da ONU) considera necessário para erradicar a pobreza até 2025 (Público – 16 de
Novembro).
Em contrapartida, a nível mundial há 1464 mil milhões de dólares para a despesa com a
guerra (30 vezes superior ao valor apontado pela FAO), correspondendo a um aumento
de 45% em dez anos!
Já dizia o socialista francês Jean-Jaurès, na véspera da 1ª Guerra Mundial: “O
capitalismo traz a guerra, tal como a nuvem traz a tempestade!”.
Há actualmente 68 mil soldados dos Estados Unidos no Afeganistão, a que se vão juntar
mais trinta mil. Já houve mais de 900 militares dos EUA mortos nesta região. Por outro
lado, ao contrário da promessa de Obama antes da sua eleição, os EUA continuam a ter
ainda no Iraque 115 mil militares.
A despesa dos EUA com as guerras no Iraque e no Afeganistão deverá atingir este ano
1000 biliões de dólares.
O dinheiro para a guerra é retirado aos orçamentos da educação, da saúde, das despesas
sociais em todos os países que colaboram nas guerras travadas pelo imperialismo (com
os EUA à cabeça).
As populações das potências ocupantes estão cada vez mais contra a guerra
Mais de 50% dos cidadãos dos EUA opõem-se ao prosseguimento e à extensão da
guerra no Afeganistão.
Dados da rejeição da guerra por parte das populações da Grã-Bretanha e da Espanha:
63% e 68%, respectivamente, dizem que as tropas desses países devem voltar de
imediato do Afeganistão.
As divergências nas mais altas instâncias e a rejeição popular são as duas faces da
mesma medalha da crise de dominação imperialista dos Estados Unidos. Crise que
obriga Obama a exigir ainda mais disciplina aos seus “aliados” (imperialismos
subordinados).
“O Presidente Obama deve preparar os Estados Unidos e o mundo para o facto de que
o número de vítimas americanas – mas também dos seus aliados, afegãos e
paquistaneses – vai certamente dobrar ou triplicar” (Declaração de um especialista
britânico em negócios militares, face ao envio de novas tropas dos EUA e dos restantes
países da NATO para o Afeganistão).
Os argumentos para justificar a ocupação do Afeganistão
A aprovação da ONU. Mas a ONU, ao longo de 60 anos, já aprovou muitas guerras
criminosas (a partição da Palestina, a intervenção no Congo), e embargos que
dizimaram as populações civis (como no Iraque)… A ONU é controlada pelas grandes
potências e a sua chancela não legitima nada.
As tropas da NATO e dos EUA que ocupam o Afeganistão foram enviadas, segundo
dizem os governos respectivos, para “combater o terrorismo, apoiar a democracia e os
direitos das mulheres espezinhados pelos talibãs, e para combater o tráfico de drogas”.
Quem fabrica o “terrorismo”?
Um Relatório de antigos responsáveis da CIA chama à guerra no Afeganistão “o
abismo afegão”. Nesse Relatório é dito: “O que nossos políticos não conseguem
entender é que a presença das nossas forças armadas nas áreas dos pashtunes (1) é que
constitui o problema. Quanto mais tropas enviarmos, mais forte será a oposição. Nós
não vamos enfraquecer a oposição aumentando o número dos nossos soldados; pelo
contrário, assim nós estamos a fortalecê-la e a dar à população a prova de que os
talibãs têm razão. A ignorância de nossos líderes levará à morte de muitos soldados
norte-americanos sem levar a um resultado positivo.” O jornalista Nicolas Kristof, do
New York Times, que dá esta informação, comentou-a da seguinte forma: “Sejamos
francos: se um bando de soldados muçulmanos ocupasse a minha região natal, no
Oregon, entrando nas nossas casas sem nos dar nada em troca, seríamos, sem dúvida,
muitos a subir para as colinas com nossas espingardas.”
(1) Os pashtunes são o maior grupo étnico da população afegã. Eles estão instalados na
região de fronteira com o Paquistão, dos dois lados da mesma.
Uma gigantesca fraude eleitoral
Nas recentes eleições presidenciais, realizadas sob a ocupação de 100.000 soldados
estrangeiros, a "Comunidade Internacional" (sobretudo a União Europeia) investiu 160
milhões de euros. Só houve 40% de participação e 1 milhão de votos fraudulentos.
Apesar disso, os observadores da UE afirmou que a organização das eleições foi
satisfatória e descreveram o processo como uma "vitória para o povo afegão", enquanto
a NATO - convertida em garante-se das eleições, proclamou que elas foram "um
sucesso eleitoral".
A situação das mulheres
8 de cada 10 mulheres sofrem de violência doméstica, uma situação semelhante à época
do domínio dos talibãs. 85% das mulheres são analfabetas.
A corrupção sobe
O Afeganistão é considerado o 2º país mais corrupto do mundo, a seguir à Somália onde
o Estado foi destruído com a ajuda da “Comunidade Internacional”. E o índice de
corrupção tem subido nos últimos anos.
No seu discurso de tomada de posse, o presidente afegão, Hamid Karzai, comprometeuse a "erradicar a corrupção" e acabar com a "cultura da impunidade".
A Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, elogiou o discurso dizendo que
"constitui um novo ponto de partida importante e temos a intenção de construir com
base nele".
Mas os vice-presidentes, Karim Khalili e Qasim Fahim, dois senhores da guerra, são
considerados como exemplos notáveis dessa corrupção. Também Walid Karzai, irmão
do presidente Karzai, revelou que papel da “ajuda internacional” sobre a corrupção:
“Ela também significa um tipo diferente de corrupção, que é muito mais grave, e nova
no Afeganistão, aquela que ocorre com a chegada montes de dinheiro ao Afeganistão.”
Algumas ONGs têm argumentado que uma grande proporção do total da ajuda para o
Afeganistão, mais de 15.000 milhões de dólares nos últimos seis anos, “é absorvida
pelos benefícios recebidos por empresas e subcontratadas estrangeiras”, cujos
executivos no país auferem até 25.000 ou 30.000 dólares por mês.
Um mar de ópio
Este país produz 93% do ópio comercializado a nível mundial. As tropas estrangeiras
diziam ter como objectivo eliminar a produção desta droga. E afinal só são apreendidos
2% da produção total, sendo estas apreensões “recicladas” pelas máfias ligadas ao
poder.
Um último argumento de peso de Gordon Brown
Ele disse que se os EUA e a NATO retirassem as suas tropas do Afeganistão, o exército
e a polícia afegãs não poderiam resistir e que o Governo afegão iria cair em poucas
horas! Assim, se após oito anos de ocupação, não podem ajudar o Governo do
Afeganistão a defender-se contra a resistência popular, quanto tempo vai ser necessário
ao Governo afegão e quanto tempo o povo americano e os povos da Europa vão ter que
esperar até que a estratégia de invasão possa alcançar o seu objectivo? Pomos em causa
que o Reino Unido anuncie que a sua missão militar no Afeganistão vá durar 40 anos e
os EUA um tempo indeterminado, uma vez que cada soldado lhes custa mais de 5 mil
dólares em cada mês.
Gás e petróleo: um manancial e uma via estratégica para a sua vinda para “o
Ocidente”
A “luta contra o terrorismo” no Afeganistão permitiu que os EUA, actuando em nome
das companhias petrolíferas, tenham entrincheirado as suas tropas nas repúblicas da
Ásia Central da antiga União Soviética e na região da Transcaucásia, onde se encontram
as segundas maiores reservas mundiais de petróleo. As reservas de petróleo e de gás da
Ásia Central e da bacia do Mar Cáspio representam um valor superior a 60.000 milhões
de barris de petróleo, e há mesmo algumas estimativas que falam de 200.000 milhões.
Entrevista de Malalai Joya: Guerra contra o terrorismo ou contra a
população civil?
Numa entrevista ao diário basco Gara, Malalai Joya, parlamentar e activista afegã de 31
anos, critica a continuação da política belicista da administração Bush pelo actual
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
«Quando Barack Obama tomou o poder, a sua primeira decisão a respeito do
Afeganistão foi de mais conflito, mais guerra. A sua política externa para o país e o
Paquistão é similar à da Administração Bush. É impossível conseguir uma democracia
com bombardeios, com bombas de fragmentação, com armas, com tropas estrangeiras.
Depois do 11 de Setembro, o governo dos Estados Unidos e a NATO substituíram os
talibãs pelos fundamentalistas. Só mudou o aspecto físico. Falavam de democracia, de
direitos das mulheres… mas ninguém acreditava neles. Dia após dia, demonstraram
quão próximo estão ideologicamente dos talibãs.
A política de Obama não é a correcta; o Afeganistão é um crime de guerra. Mas,
quanto mais tempo passa, mais se incrementa a resistência da minha gente; estão a
matar a inocentes, a lançar bombas do céu. Em Maio, com Obama no poder, mais de
150 civis morreram num bombardeio na província de Farah, a maioria mulheres e
crianças. Em 9 de Setembro, mataram mais de 200 em Cunduz. Bombardeiam-nos
inclusive quando celebramos casamentos. A Casa Branca desculpa-se e Karzai diz-lhe
“obrigado”. Mas o meu povo está cansado de perdões, quer o fim de tanto drama.
Estão
a
jogar
com
o
destino
do
povo.
É risível e insultuoso para a paz que tenham outorgado o Prémio Nobel da Paz a uma
pessoa como Obama, que quer iniciar outra guerra no Paquistão, que já mantém uma
no Iraque e que guarda silêncio em relação ao criminoso regime de Israel. O que fez
nestes nove meses? Enganar.»
Os talibãs foram expulsos, mas aqueles que ocupam agora o poder não são
melhores. Como definiria a situação actual?
«É catastrófica. Em contraste com a época talibã, os crimes de agora cometem-se em
nome da democracia, dos direitos humanos e dos direitos da mulher. É a única
diferença.
Ainda que os EUA tenham mandado dezenas de milhar de soldados, o principal
problema é a segurança. Se não a temos, como podemos falar de democracia, de
direitos humanos? A violência contra as mulheres aumenta a cada dia. Matar uma
mulher é tão fácil como matar um pássaro. Cortam-lhes o nariz, as orelhas, em pedaços
ou atiram-lhes água a ferver. É como se não tivessem vida. A vida da mulher hoje em
dia é um verdadeiro inferno. Há três dias, raptaram e mataram uma menina de cinco
anos quando ia para a escola. Outra de catorze foi violada por três homens, um deles
filho de um deputado, que mudou a idade do seu filho para o livrar. Como vão mandar
os seus filhos para a escola nessas condições?»
Tudo indica que Karzai continuará no poder depois de eleições nas quais a própria
ONU reconheceu que houve "uma fraude generalizada".
«As eleições foram simplesmente uma vitrine. Estiveram comandadas pela droga, pelas
armas e pelas forças de ocupação. Milhões de pessoas não foram votar porque não
tinham um candidato. Era claro para elas que o vencedor ia ser o escolhido pela Casa
Branca. Como dizemos, não importa quem vota, mas quem conta os votos. A população
não tem o que comer. Como ir votar com fome? Tudo está nas mãos da máfia. Nestes
oito anos, aumentou o consumo e a produção de droga. Até o irmão de Karzai é um
reconhecido narcotraficante, mas o seu nome não sai na imprensa. O presidente
nomeou dois criminosos de guerra, Karim Khalili e Mohamad Qasim Fahim, como
vice-presidentes. E se o mulá Omar for incorporado no Governo como quer Obama, a
situação ainda será mais sangrenta.»
É possível sair desta espiral de violência?
«Nenhuma nação pode libertar outra nação. É nossa responsabilidade dotar a nação
de valores como os direitos humanos e a democracia. Precisamos de apoio à educação,
que é fundamental para a emancipação. A primeira vítima no Afeganistão é a verdade.
Todo aquele que a diz sofre represálias, é executado ou tem que ir embora do país. Os
EUA e os países da NATO estão a gastar sangue e dinheiro para apoiar uma máfia. O
Governo recebe mais de 18 biliões de dólares e grande parte desse dinheiro acaba nos
bolsos dos senhores da guerra, traficantes e funcionários. Ao mesmo tempo, 18 milhões
de afegãos vivem com menos de dois dólares por dia.»
O que significa a burca?
«É o símbolo da opressão, mas não é o problema principal das mulheres. Ainda que
seja um insulto, também dá vida. Muitas mulheres, incluída eu, usámo-la para estarmos
vivas. O problema não é a burca, mas o regime não democrático de Karzai e a falta de
democracia.»
Mensagem da organização Esquerda radical do Afeganistão (LRA) aos
jovens e organizações juvenis que se manifestam e reúnem a 5 de
Dezembro de 2009 pela retirada das tropas da NATO
A vinda de destacamentos suplementares de soldados para o Afeganistão vai
causar ainda maiores baixas para os afegãos e americanos.
As promessas radiosas e o sonho de fazer do Afeganistão um paraíso mostraram,
rapidamente, que eram uma mentira. As pessoas não acreditam mais em slogans bonitos
de “Democracia, Paz, Direitos Humanos e Reconstrução”. Durante os últimos oito anos,
em vez da democracia elogiada pelos EUA e pela NATO, o povo do Afeganistão foi
conhecendo apenas a barbárie. Em vez de “paz”, a insegurança e a guerra, os massacres
de crianças e de mulheres inocentes; a prisão e a tortura, em vez dos “direitos
humanos”. Em vez de “reconstrução” foram-lhe dados bombardeamentos e a destruição
de aldeias e de casas.
(…) As novas tropas dos EUA e da NATO serão estacionadas ou enviadas para as
fronteiras do Afeganistão e do Paquistão, do Irão e da Ásia Central. Na verdade, esses
45 000 soldados estão a ser preparados para a guerra com o Paquistão e não com o
Afeganistão.
As tropas de ocupação, o exército e a polícia afegãs.
Desde a ocupação do Afeganistão e do estabelecimento do regime fantoche de Karzai,
o imperialismo dos EUA e os seus aliados europeus decidiram criar o “Exército
Nacional Afegão” e a “Polícia Nacional Afegã” para reforçar a posição do seu governo
militar mercenário no Afeganistão. Inicialmente, os EUA despediram todos os
profissionais e os oficiais superiores da polícia e do exército que tinham sido treinado
pelas forças soviéticas, nos anos 80 e, para o seu lugar contrataram para o exército e a
polícia novos recrutas, economicamente dependente, treinando-os à pressa.
Os formadores dos EUA/NATO comportam-se como senhores de escravos em relação
aos afegãos que eles formam. Eles não mostram nenhum respeito pelas tradições e pela
dignidade daqueles que treinam. Enviam-nos sempre para a primeira linha para servirem
como escudos humanos durante os combates, sem lhes darem as armas e equipamentos
adequados de que dispõem os soldados estrangeiros. O número de mortos e de feridos
do exército e da polícia afegãs é 90% maior que o dos soldados EUA/NATO.
Por outro lado, não há nenhuma coordenação nem confiança entre a polícia e Exército
afegãos e as forças estrangeiras. Tem havido muitos conflitos das forças policiais e do
Exército afegãos com as forças estrangeiras. A polícia e o exército afegãos foram
vítimas de bombardeamentos aéreos das tropas EUA/NATO. Desde 2002, tem sido feita
pressão para treinar e equipar o Exército Nacional Afegão e a Polícia Nacional afegã,
mas de facto a “comunidade internacional” não cumpre os seus compromissos em
relação ao Afeganistão. O financiamento concedido à polícia e ao exército afegãos é
inferior ao custo de 50 soldados dos EUA em guerra no Afeganistão.
CONCLUSÃO
Os EUA, com o apoio directo ou tácito dos imperialismos que lhe estão subordinados,
utilizaram – e continuam a utilizar – a guerra do Afeganistão, tanto para controlar
aquela zona estratégica do mundo, como para fazer dela uma via de transporte “para o
Ocidente” das enormes reservas de petróleo e de gás que ela contém.
A mobilização das populações dos outros países (e, muito especialmente, dos EUA) são
essenciais para acabar com aquela guerra de ocupação, tal como na década de 70
levaram ao fim da guerra no Vietname.
A palavra de ordem central, em cada dos nossos países, é a retirada das respectivas
tropas que participam em missões imperialistas.
O movimento operário deve estar ao lado do povo do Afeganistão, com as suas
organizações operárias e populares, contra a ocupação por tropas estrangeiras, no
mesmo processo em que intervém contra o desemprego, a perda de direitos sociais e a
exploração provocados pelo sistema capitalista.
Sede: Rua de Santo António da Glória, nº 52 B, cave C, 1250 – 217 Lisboa
Fax: 21 325 78 11
Tel :213225931
http://pous4.no.sapo.pt
email: [email protected]
Download

Secção portuguesa da IVª INTERNACIONAL 5 de Dezembro: Uma