UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS COORDENAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO SERVIÇO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM ADMINISTRAÇÃO PRISCILA MARIA MORORÓ MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS FINANCEIRAS EM REVENDAS DE AUTOMÓVEIS EM JOÃO PESSOA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ÁREA: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING João Pessoa – PB Abril-2008 PRISCILA MARIA MORORÓ MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS FINANCEIRAS EM REVENDAS DE AUTOMÓVEIS EM JOÃO PESSOA Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado à Coordenação do Serviço de Estágio Supervisionado em Administração, do Curso de Graduação em Administração, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em cumprimento às Exigências para a Obtenção do Grau de Bacharela em Administração. Orientador: Prof. Rosivaldo de Lima Lucena João Pessoa – PB Abril – 2008 Ao Professor Orientador ROSIVALDO DE LIMA LUCENA Solicitamos examinar e emitir parecer no Trabalho de Conclusão de Curso da aluna Priscila Maria Mororó. João Pessoa, 18 de abril de 2008. ___________________________ Prof. Rosivaldo de Lima Lucena Coordenador do SESA Parecer do Professor Orientador: ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ PRISCILA MARIA MORORÓ MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS FINANCEIRAS EM REVENDAS DE AUTOMÓVEIS EM JOÃO PESSOA Trabalho de Conclusão de Curso Aprovado em: 02 de maio de 2008. Banca Examinadora ___________________________ Prof. Dr.Rosivaldo de Lima Lucena Orientador __________________________ Profª. Rita de Cássia de Faria Pereira Examinadora ___________________________ Profª. Nádja Valéria Pinheiro Examinadora DEDICATÓRIA Dedico ao meu pai que me ama e que me consola. Um pai presente, um pai onipotente. O meu abrigo, meu melhor amigo. Um pai que me ajuda, que me conforta, que cuida de mim. Que me acolhe que está sempre a me olhar e comigo a caminhar. Obrigada Deus por me ajudar a prosseguir e estar sempre a sorrir. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por todas as bênçãos que me concedeu nas quais muitos acreditam ser sorte ou coincidência. A minha avó, Vitória de Albuquerque Mororó, que sempre me apoiou em cada etapa da minha vida, me ajudando e me incentivando. Aos meus pais, irmãos e familiares que estiveram sempre presentes com sua dedicação, apoio e amor. Ao meu orientador Professor Rosivaldo de Lima Lucena pela paciência, dedicação, companheirismo e incentivo que muito me ajudaram a prosseguir. A todos os professores e funcionários do curso de Administração da Universidade Federal da Paraíba pela contribuição na minha formação acadêmica. Aos amigos e amigas pelas horas de trabalho em grupo, pelas companhias em viagens, pelas reuniões semanais, pelos bate-papos e pelas festas nos fins de semana. Aos colegas da graduação pela convivência e amizade durante todo o curso. RESUMO Com a globalização e a abertura das fronteiras, o mercado consumidor ficou cada vez mais atrativo e acessível aos consumidores. O aumento da competição e os avanços tecnológicos geram mudanças radicais nas estruturas das empresas, que está cada vez mais horizontal e enxuta. A palavra de ordem tem sido flexibilidade. As empresas e seus funcionários tiveram que aprender a conviver com as mudanças e com a imprevisibilidade do amanhã, o que não tem sido fácil. Dentre esse aspecto, o desafio é estudar o Marketing de Relacionamento como diferencial competitivo no mercado de financiamento de veículos em revendas de automóveis em João Pessoa. De natureza descritiva, faz-se uso do método dedutivo como linha de raciocínio norteadora para análise e interpretação dos dados buscando entender como se dá a satisfação dos clientes-lojistas atendidos pelas financeiras no mercado local. A maneira pela qual as financeiras estão agindo para manter um relacionamento fiel e duradouro com as revendas de automóveis nem sempre são aceitas pelos proprietários. Dificuldades que vão desde o grau de instrução até a oscilação do mercado. Muito se tem a fazer, muito se tem a cobrar. Satisfazer os lojistas é a melhor maneira que as financeiras encontram para manter um relacionamento com troca de interesses visando o lucro. Palavras-chave: Marketing de Relacionamento. Revenda de Automóveis. Financeiras. Satisfação. LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE FIGURA Figura 1: Hierarquia das Necessidades – Pirâmide Motivacional ........................................... 18 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição por Gênero .......................................................................................... 44 Tabela 2: Distribuição por Idade ............................................................................................. 45 Tabela 3: Distribuição por Nível de Escolaridade ................................................................... 46 Tabela 4: Distribuição por Gênero II....................................................................................... 48 Tabela 5: Distribuição por Idade II.......................................................................................... 49 Tabela 6: Distribuição por Nível de Escolaridade II ............................................................... 50 Tabela 7: Distribuição por Tempo de Empresa ....................................................................... 51 Tabela 8: Distribuição por Grupo de Proprietário ................................................................... 52 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição por Gênero ......................................................................................... 44 Gráfico 2: Distribuição por Idade ............................................................................................ 45 Gráfico 3: Distribuição por Nível de Escolaridade ................................................................. 46 Gráfico 4: Distribuição por Gênero 2 ...................................................................................... 48 Gráfico 5: Distribuição por Idade 2 ......................................................................................... 49 Gráfico 6: Distribuição por Nível de Escolaridade 2 .............................................................. 50 Gráfico 7: Distribuição por Tempo de Empresa...................................................................... 51 Gráfico 8: Distribuição por Grupo de Proprietário .................................................................. 52 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................10 1.1 Delimitação do Tema e Problema de Pesquisa.........................................................11 1.2 Justificativa...............................................................................................................13 1.3 Objetivos....................................................................................................................15 1.3.1 Objetivo Geral........................................................................................................15 1.3.2 Objetivos Específicos.............................................................................................15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................16 2.1 Uma Visão do Marketing .........................................................................................16 2.2 Teoria da Motivação de Maslow...............................................................................17 2.3 Valor do Marketing para as Empresas......................................................................21 2.4 Marketing de Relacionamento .................................................................................22 2.5 Marketing de Relacionamento e Aliança Estratégica...............................................24 2.6 Compreendendo Clientes e Mercados.......................................................................26 2.7 A Estratégia da Lealdade...........................................................................................29 2.8 Conquistar e Reter Clientes ......................................................................................31 2.9 Valor e Satisfação .....................................................................................................33 2.10 Relacionamento Cliente-Funcionário .....................................................................35 2.11 O Marketing de Relacionamento em revendas de automóveis................................38 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................41 3.1 Natureza da Pesquisa.................................................................................................41 3.2 Método de Abordagem .............................................................................................41 3.3 Método de Procedimento...........................................................................................41 3.4 Técnicas de Pesquisa.................................................................................................42 3.5 Instrumento de Pesquisa............................................................................................42 3.6 Tratamento dos Dados...............................................................................................42 4 ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS..................................................44 4.1 Caracterizando o Perfil dos Funcionários das Revendas de Automóveis de João Pessoa..............................................................................................................................44 4.2 Caracterizando o Perfil dos Proprietários das Revendas de Automóveis de João Pessoa..............................................................................................................................47 4.3 Verificando a Utilização do Marketing de Relacionamento em Revendas de Automóveis em João Pessoa............................................................................................53 5 CONCLUSÃO.............................................................................................................56 REFERÊNCIAS.............................................................................................................58 APÊNDICE A ...............................................................................................................60 1 INTRODUÇÃO A peculiaridade deste estudo monográfico está em dar à Administração de Empresas, tendo como foco principal o Marketing de Relacionamento, um tratamento adequado aos propósitos da organização para manter relacionamento com os seus clientes. Em linhas gerais, uma organização não será capaz de manter um relacionamento duradouro com seus clientes se não adquirir práticas que sustentes de forma séria uma parceria leal e segura. Para isto, as organizações podem valer-se dos conhecimentos já existentes sobre o Marketing de Relacionamento e de sua própria capacidade em adaptar estes conhecimentos às suas características, produzindo uma política relacionamento adequada. A importância desse estudo está no fato de que é preciso esclarecer que o ato de relacionar-se com os clientes hoje é fundamental, pois o mercado está cada vez mais exigente e rigoroso com as organizações. Não há mais espaço para as empresas que seguem modelos de gestão antiquados. As mesmas precisam adequar-se às necessidades dos clientes, de certa forma integrada, sejam elas clientes, proprietários, fornecedores, colaboradores, dirigentes e entre outras. O equilíbrio dinâmico entre todas as áreas da empresa e do ambiente passa a ser fundamental, pois as mudanças estão mais rápidas, constantes e significativas. Contudo, visando uma melhor compreensão, esse trabalho monográfico ficou dividido em quatro capítulos, assim distribuídos: na parte introdutória, demonstram-se os procedimentos metodológicos que dão caráter ao estudo, através de uma visão geral sobre o tema, os caminhos que foram percorridos para a solução do problema apresentado, sua estrutura contextual e seus objetivos. No segundo capítulo demonstrou-se através de um levantamento teórico, as considerações sobre administração de marketing e Marketing de Relacionamento , amparando-se em estudiosos sobre os assuntos, tais como: Bretzke, Chiavenato, Kotler, Slongo, entre outros. Isso justificará a abordagem do tema. No terceiro capítulo apresentaram-se os procedimentos metodológicos deste estudo, que se demonstrou de caráter exploratório, bem como, a identificação do campo de pesquisa e os instrumentos de coleta de dados utilizados na pesquisa. No quarto capítulo demonstrou-se, através de uma análise de dados, a caracterização das revendas de automóveis de João Pessoa bem como a utilização do Marketing de Relacionamento pelas financeiras para fidelizar esses clientes. Especificando a pesquisa através tabelas e gráficos com o intuito de melhor apresentar aos dados colhidos pela coleta. Por fim, demonstra-se a que conclusão chegou este estudo, através de uma análise geral dos dados colhidos e pelas fundamentações teóricas demonstradas no interior deste estudo. 1.1 Delimitação do Tema e Formulação do Problema de Pesquisa Com a globalização e a abertura das fronteiras, o mercado consumidor ficou cada vez mais atrativo e acessível aos consumidores. O aumento da competição e os avanços tecnológicos geram mudanças radicais nas estruturas das empresas, que está cada vez mais horizontal e enxuta. A palavra de ordem tem sido flexibilidade. As empresas e seus funcionários tiveram que aprender a conviver com as mudanças e com a imprevisibilidade do amanhã, o que não tem sido fácil. Porém, para trazer os clientes para dentro da organização, é necessário possuir meios de comunicação dinâmicos e eficazes, que sejam capazes de estimular a interatividade entre o cliente e a empresa e permitir o profundo conhecimento do cliente. É fundamental, portanto, que sejam despendidos muita atenção e recursos nas interações com os clientes. Dentre essa mudança, surge o Marketing de Relacionamento que permite que a empresa desenvolva uma habilidade no que se refere a compreender o mercado e a saber aprender com o mercado. A partir disso, a organização precisa disseminar esses conhecimentos para toda a sua extensão e planejar, criar, inovar e atuar em sintonia com o mercado que é cada vez mais dinâmico e competitivo. Esse tipo de marketing pode ser interpretado como um investimento feito pela empresa em seus clientes, visando como retorno atingir a satisfação e a fidelidade destes e, por conseqüência, prosperidade e lucros altos para a organização. Consideravelmente, o consumo em todos os níveis e classes sociais aumentou, entre eles, mercado financeiro, onde as pessoas negociam dinheiro. O mercado financeiro faz a ligação entre as pessoas ou empresas que têm dinheiro e as pessoas ou empresas que precisam de dinheiro. Para que isto ocorra é preciso um intermediário - os bancos. O mercado financeiro leva o dinheiro de quem tem para quem não tem, cobrando uma taxa que chamamos juros. No mercado financeiro as pessoas também vão buscar serviços como seguro de vida, planos de previdência, cobrança bancária, etc. Todos esses processos são fiscalizados e controlados por entidades como o Banco Central, a Bovespa (Bolsa de valores de São Paulo), CMV (Comissão de Valores Mobiliários) entre outras, sendo que todas estas estão subordinadas ao Conselho Monetário Nacional - CMN, que é presidido pelo Ministro da Fazenda. Através do mercado de credito (cuida dos empréstimos bancários) as pessoas pagam juros para um banco que as emprestou dinheiro, ou seja, que investiu nelas. Isto pode ocorrer quando usa o cheque especial, desconta duplicatas, desconta cheques, faz um financiamento, etc. Um mercado que vem crescendo muito nos últimos tempos é o de financiamento de veículos que bateu recorde no primeiro semestre de 2007 no Brasil, impulsionada pelo crescimento do crédito bancário brasileiro. Nos primeiros seis meses do ano, o crédito chegou a R$ 71 bilhões, segundo dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef). O valor corresponde a uma alta de 24,3% em relação ao mesmo período de 2006 e de 11,9% na comparação com o semestre anterior. Segundo dados da própria Anef, o Saldo de Crédito Bancário Brasileiro alcançou em 2007 o valor de R$932,3 bilhões e elevação de 27,3% em doze meses, comparativamente ao crescimento de 20,7% em 2006. Em decorrência, o estoque total de empréstimos passou a representar 34,7% do PIB em 2007, tendo registrado um crescimento de 4 pontos percentuais frente 2006, quando a relação do crédito no Sistema Financeiro frente o PIB foi de 30,7%. Nestes últimos quatro anos esta relação do crédito com o PIB teve um crescimento de 10 pontos percentuais, pois em 2004 era de apenas 24,5%. Com bases nesses dados pode-se verificar que o mercado de financiamento de veículos é promissor e competitivo. Porém, resta-se saber se há por parte dos bancos financiadores um trabalho voltado para o Marketing de Relacionamento com a finalidade de fidelizar e satisfazer as necessidades de seus clientes-lojistas que são os seus parceiros. Segundo Evans e Laskin (apud BRETZKE, 2000), o Marketing de Relacionamento é “um processo onde a firma constrói alianças de longo prazo tanto com clientes atuais e em perspectiva de forma que comprador e vendedor trabalham em direção de um conjunto comum de objetivos específicos”. Através disso, deseja-se “Identificar as estratégias de Marketing de Relacionamento utilizadas pelas financeiras em revendas de automóveis em João Pessoa”. 1.2 Justificativa Ao longo do tempo, as empresas bem sucedidas foram deslocando o seu foco da visão interna de melhorias de seus processos para a abordagem voltada para o mercado, objetivando atender as necessidades e desejos de consumidores e entregar valor superior a seus clientes, descobrindo que efetivamente é o cliente quem determina o valor do produto ou serviço. Participação, integração e conectividade tornam-se palavras-chave na criação e manutenção de um relacionamento de longo prazo entre empresas e clientes, constituindo a base do determinado Marketing de Relacionamento. Frente à crescente concorrência global, o Marketing de Relacionamento, tem sido uma alternativa para diversos segmentos. Especificamente, o Marketing de Relacionamento mostra-se adequado ao setor de serviços, já que há possibilidade maior de interação direta com os clientes. Também por esse motivo, e ainda mais pela inerente troca de informações com os clientes, várias instituições bancárias e têm usado estratégias de relacionamento. O presente trabalho visa explorar as oportunidades na prática do Marketing de Relacionamento no mercado de financiamento de veículos em revendas de automóveis. Com o crescimento do financiamento de veículos, o relacionamento entre os clientes e os bancos aumentou também. Mas não se sabe ao certo se esse relacionamento está sendo feito de forma correta e se está trazendo benefícios para ambas as partes. O mercado de financiamento é competitivo e muitas vezes desleal utilizando de taxas de juros exorbitantes. Porém, os bancos precisam estar cientes de que os seus verdadeiros clientes são os lojistas que se tornam seus verdadeiros parceiros se o relacionamento entre os dois for tratado de forma correta. Não basta apenas “boicotar” as taxas de juros, mas oferecer privilégios e comissões, além de ter um relacionamento pessoal e não apenas mecânico e exploratório. E é nessa preocupação que o projeto visa explorar as estratégias de Marketing de Relacionamento adotadas pelas financeiras e saber de qual forma isso pode torná-las com um diferencial competitivo entre as revendas. É importante destacar que o Marketing de Relacionamento exige, justamente, interações freqüentes com os clientes, sendo, portanto, essencial que os bancos planejem essas interações, que se traduzem em serviços aos clientes. Ferreira e Sganzerlla (2000) destacam que, por trás dos serviços prestados aos clientes, está a interação com os mesmos, e o Marketing de Relacionamento apóia-se nessa interação. Relacionamentos produtivos poderiam resultar em um impacto ainda maior no faturamento da empresa. Segundo Bretzke (2004), a empresa percebe que é necessário melhorar a qualidade do atendimento, para evitar que seja mais um fator de atrito com o cliente. Um dos fatores de eficiência é a rapidez no processo de atendimento. Com a fidelização surge a consciência que se pode explorar na construção do relacionamento para assumir um papel estratégico no processo. A autora ainda afirma que o Marketing de Relacionamento é uma filosofia de administração empresarial, baseada na aceitação da orientação para o cliente e para o lucro por parte de toda a empresa e do reconhecimento de que se deve buscar novas formas de comunicação para estabelecer um relacionamento profundo e duradouro com os clientes, prospects, fornecedores e todos os intermediários, como forma de obter uma vantagem competitiva sustentável. Como a maioria dos processos empresariais – vendas, marketing, atendimento ao consumidor e ate mesmo recursos humanos e finanças – tem relação direta com o cliente, as empresas costumam centrar grande parte de seus esforços em favor deles. Nos dias atuais, o mercado está cada vez mais competitivo e globalizado, e logo, as empresas que não se manifestarem no diferencial de atendimento, encontrarão sérias dificuldades para viabilizar seus negócios. Para o Instituto das Concessionárias do Brasil, não basta apenas prospectar, é necessário conquistar, definitivamente, a lealdade dos clientes através de processos legais e éticos. “Hoje em dia, é quase impossível uma empresa sobreviver sem um atendimento de excelência e uma prestação de serviços otimizada. Os clientes exigem sempre o melhor, tanto no atendimento quanto no serviço oferecido”, afirma a diretora de Marketing de Relacionamento, do ICBR, Isabele Moreira. No seu relacionamento com clientes, as empresas líderes passam a focar o valor percebido, acreditando ser ele, ao invés da satisfação dos consumidores, o impulsionador da lealdade dos clientes, conduzindo-os à escolha e à recompensa. A gestão de valor percebido permite à empresa conhecer melhor os clientes e o mercado e adequar a abordagem de marketing junto ao consumidor, centrando os argumentos de venda no valor em lugar do preço. Kotler (1998) indica que uma oferta de marketing para o mercado tem um valor agregado entre o consumidor, resultado da diferença entre o valor total esperado (conjunto de benefícios) e o custo total para o consumidor, e que pode ser interpretado como o lucro do consumidor na transação da troca. Assim, o valor percebido é o valor atribuído pelos clientes ao produto ou serviço, baseado na relação entre os benefícios que este trará, segundo a ótica do consumidor, e os custos percebidos para a sua aquisição, comparativamente a concorrência. Entre os principais benefícios trazidos pelo projeto está a agilidade no atendimento ao cliente. Ao melhorar a performance dos procedimentos administrativos, ganha-se tempo para atender melhor os clientes. Marketing de Relacionamento permite idealizar e concretizar o atendimento personalizado, através de feedback contínuo identificando os clientes, segundo os graus de fidelidade e de necessidade, buscando a satisfação por eles desejada, e desta forma gerando a qualidade de serviços. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivos Gerais Analisar e identificar as estratégias de Marketing de Relacionamento como diferencial competitivo no mercado de financiamento de veículos em revendas de automóveis em João Pessoa. 1.3.2 Objetivos específicos 1.3.2.1 Caracterizar as revendas de automóveis de João Pessoa 1.3.2.2 Analisar como as financeiras têm usado o Marketing de Relacionamento com os seus clientes-lojistas em João Pessoa 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A ciência da administração é a expressão do conhecimento de um grupo de indivíduos que se reúnem, em um ciclo contínuo que envolve a prática e formação teórica , para transformar em ação todos os conjuntos de idéias, na busca de alternativas para colocar a organização no caminho do crescimento. Segundo Chiavenato (1999) é importante saber que a tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e transformá-los, em ação empresarial através de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e níveis da empresa. Portanto pode-se dizer que administrar requer o envolvimento de todas as partes da organização. Cada parte contribui com alguma coisa do todo, com a finalidade de minimizar as disfunções e aumentar a eficácia da organização com o intuito de atingir os objetivos planejados. Neste capítulo demonstra-se que o Marketing de Relacionamento tem merecido a atenção de muitos estudiosos, tentando compreender os fatores que influenciam o relacionamento e parceria entre empresa e cliente. Portanto, abordou-se neste capítulo o contexto teórico sobre a visão histórica da administração de marketing, o novo panorama do mercado de trabalho, as políticas e objetivos da área de Marketing de Relacionamento. 2.1 Uma Visão do Marketing Com o aumento acelerado de produtos e de concorrentes, as empresas de destaque no mercado viram o marketing como uma saída para satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. Porem, o que ira diferenciar essas empresas será a estratégia de marketing desenvolvida por elas. Segundo Lamb (2004), as empresas que adotam e implementam o conceito de marketing são orientadas para o mercado, o qual exige liderança, foco no cliente, inteligência competitiva e coordenação interfuncional para atender aos desejos e necessidades dos clientes e entregar mais valor. Exige também a manutenção e o estabelecimento de relacionamentos mutuamente recompensadores com os clientes. Para Lamb (2004), o marketing realça que a justificativa econômica e social para a existência de uma empresa é a satisfação dos desejos e necessidades do cliente, ao mesmo tempo em que atende aos objetivos da organização. O conceito de marketing inclui: Enfocar desejos e necessidades dos clientes de forma que a organização possa diferenciar suas ofertas das da concorrência Integrar todas as atividades da organização, incluindo a produção, para satisfazer seus desejos. Atingir os objetivos de longo prazo da organização satisfazendo os desejos e necessidades dos clientes de maneira legal e responsável. “O conceito de marketing reconhece que não há razoes para que os clientes devam comprar as ofertas da organização, a menos que sejam de alguma forma melhor no atendimento às necessidades e desejos dos clientes do que oferecidos pelos concorrentes.” (LAMB, 2004). Em suma, a orientação para marketing enfatiza a importância de desenvolver e comercializar produtos e serviços com base no que os clientes precisam e desejam. 2.2 Teoria da Motivação de Maslow Maslow (apud CHIAVENATO, 1999) procurou compreender e explicar o que energiza, dirige e sustenta o comportamento humano. Para ele, o comportamento é motivado por necessidades a que ele deu o nome de necessidades fundamentais. Tais necessidades são baseadas em dois agrupamentos: deficiência e crescimento. As necessidades de deficiência são as fisiológicas, as de segurança, de afeto e as de estima, enquanto que as necessidades de crescimento são aquelas relacionadas ao autodesenvolvimento e auto-realização dos seres humanos. Para ele tais necessidades apresentam-se numa hierarquia de importância e premência, conforme ilustrado na FIGURA 1. Figura 1: Hierarquia das Necessidades – Pirâmide Motivacional Fonte: Chiavenato (1999) É certo que, em um mundo capitalista, os indivíduos além de satisfazer suas necessidades fisiológicas, buscam também outras formas de motivação, que de acordo com o comportamento humano se estimulam, através de reconhecimento, poder, status dentre outros. O direito ao transporte, para o ser humano está incluso dentro do conceito da teoria de motivação humana de Maslow, que baseia sua informação nas seguintes pressuposições: Toda necessidade esta intimamente relacionada com o estado de satisfação ou insatisfação de outras necessidades. Uma vez satisfeita suas necessidades básicas de alimento,vestuário e abrigo, o homem deseja amigos e torna-se sociável e grupal. Uma vês satisfeitas essas necessidades aquisitivas, deseja reconhecimento e respeito de seus concidadãos e realizar sua independência e competência (CHIAVENATO, 1999). As necessidades fisiológicas se referem às necessidades biológicas dos indivíduos, como a fome, a sede, o sono. São as mais prementes e dominam fortemente a direção do comportamento caso não estejam satisfeitas: Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo é dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras poderão tornar-se inexistentes ou latentes. Podemos então caracterizar o organismo como simplesmente faminto, pois a consciência fica quase inteiramente dominada pela fome. Todas as capacidades do organismo servirão para satisfazer a fome [...] (CHIAVENATO, 1994, p. 509). Assim, uma pessoa dominada por esta necessidade tende a perceber apenas estímulos que visam satisfazê-la, sua visão de presente e futuro fica limitada e determinada por tal necessidade. Maslow (1975) citado por Chiavenato (1999) ressalta que é impossível a uma pessoa faminta pensar em liberdade, amor, sentimentos humanitários e respeito, pois tais conceitos e sentimentos “não enchem o estômago”. As necessidades de segurança surgem na medida em que as necessidades fisiológicas estejam razoavelmente satisfeitas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo, sejam eles reais ou imaginários, físicos ou abstratos. Chiavenato (1999) enfatiza que todo ser humano necessita de abrigo e proteção para o corpo e de manutenção de uma vida confortável. Assim, como na necessidade fisiológica, o organismo pode ser fortemente dominado por tal necessidade, que passa a dirigir e a determinar a direção do comportamento. Tendo satisfeitas as necessidades acima, surgem as necessidades de amor, afeição e participação. Segundo Maslow (apud CHIAVENATO, 1999) esta se refere à necessidade de afeto das pessoas que consideramos (namorado, filhos, amigos). São necessidades sociais presentes em todo ser humano: “... a pessoa passa a sentir, mais intensamente do que nunca, a falta de amigos, de um namorado, de um cônjuge ou de filhos (...) seu desejo de atingir tal situação será mais forte do que qualquer coisa no mundo” (MASLOW apud CHIAVENATO, 1999). Para ele a frustração dessas necessidades leva à falta de adaptação e a psicopatologias graves. As necessidades de estima se referem às necessidades ou desejos das pessoas de uma auto-avaliação estável, bem como, uma auto-estima firme. A satisfação desta necessidade gera sentimentos de autoconfiança, de valor, de capacidade e sentimento de utilidade. Sua frustração leva os sentimentos de inferioridade, fraqueza e desamparo (MASLOW, apud CHIAVENATO, 1999). As necessidades de auto-realização são necessidades de crescimento e revela uma tendência de todo ser humano em realizar plenamente o seu potencial. “Essa tendência pode ser expressa como o desejo de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser” (MASLOW, apud CHIAVENATO, 1999). O aparecimento desta necessidade supõe que as anteriores estejam satisfeitas. Diferentemente das necessidades anteriores, a necessidade de auto-realização não se extingue pela plena saciação. Quanto maior for a satisfação experimentada por umas pessoas, tanto maior e mais importante parecerá à necessidade (CHIAVENATO, 1999). Além da auto-realização, posteriormente, Maslow acrescentou à sua teoria, o desejo de todo ser humano de saber e conhecer e de ajudar os outros a realizar seu potencial. Há assim, uma necessidade natural do ser humano de buscar o sentido das coisas de forma a organizar o mundo em que vive. São necessidades denominadas cognitivas e inclui os desejos de saber e de compreender, sistematizar, organizar, analisar e procurar relações e sentidos. Tal necessidade viria antes da auto-realização, enquanto que a necessidade de ajudar os outros a se auto-desenvolver e a realizar seu potencial – a que ele deu o nome de transcendente – viria posteriormente à auto-realização (CHIAVENATO, 1999). Chiavenato (1999) ressalta que existem certas condições para que as necessidades fundamentais possam ser satisfeitas: A liberdade de falar e agir como se deseja desde que não se fira o direito alheio, liberdade de auto-expressar, de investigar e procurar informações, de se defender e buscar justiça, equidade e ordem dentro do grupo são exemplos de condições prévias para que sejam satisfeitas as necessidades fundamentais. Para Maslow, sem essas precondições seria impossível a satisfação das necessidades. Para Caravantes et al (2005), “Se usarmos a hierarquia de necessidades de Maslow, todas as proposições, sem exceção, estimulam e conduzem os indivíduos para o ápice da pirâmide, seu último nível, o de auto-realização”. Maslow, entretanto, conclui que sua teoria motivacional não é a única a explicar o comportamento humano, pois nem todo comportamento é determinado pelas necessidades. Afirma ainda que as necessidades fundamentais sejam em grande parte inconscientes. Para ele fatores sócio-culturais influenciam na forma ou objetos com que os homens buscam satisfazer suas necessidades, mas não modifica substancialmente à hierarquia motivacional proposta. Assim, os indivíduos naturalmente buscam na compra, na aquisição de bens e serviços, suprir uma realização pessoal ou até mesmo social, como caracterização de status ou ajustamento a classe pertencente. Na escala designada por Maslow a maneira de agir de um indivíduo está relacionada com uma hierarquia de necessidades, embora haja uma variação de satisfação que vai diferenciar de individuo para indivíduo. 2.3 Valor do Marketing para as Empresas É bastante evidente que o atual panorama econômico está sendo moldado por duas forças poderosas: tecnologia e globalização. Considerando esses dois aspectos, o que se vê hoje no mercado são produtos inimagináveis há algumas décadas. Telefones celulares, câmeras digitais, computadores portáteis, Internet... Tudo isso era inconcebível. A tecnologia, em última análise, configura não apenas a infra-estrutura material da sociedade, mas também os padrões conceituais humanos. A tecnologia impulsiona uma outra grande força, a globalização. A visão da "aldeia global" é hoje uma realidade. Além da tecnologia e globalização, outras forças estão configurando a economia, entre elas, pode-se citar a privatização, onde empresas antes estatais passam a constituir propriedade privada, na esperança de serem melhores geridas e mais eficientes. Assim como o mercado dos anos 1980 caracterizou-se pela fenomenal quantidade de informações em nível agregado (macromercado), o mercado a partir dos anos 1990 para frente vem sendo caracterizado pelas informações ao nível do consumidor individual (micromercado). Essa progressão ocorrerá largamente como resultado da evolução dos computadores pessoais. Linhas aéreas e hotéis, por exemplo, já começaram a conhecer vasta quantidade de informações que estavam a sua disposição sobre compras e padrões de compras de seus clientes. Mesmo os supermercados estão, hoje, coletando informações de seus clientes habituais quando e que o que eles compram (KOTLER, 1999). Os consumidores também estão mudando. O consumo hoje é mais complexo porque envolve atitudes, percepções e estímulos bastante diferenciados. Percebe-se que o consumidor hoje compra mais para ser aceito socialmente do que por necessidades básicas. Eles esperam demandar maior variedade de produtos e serviços. Com o esforço de marketing nas necessidades do mercado, os tipos e espécies de produtos e serviços expandiram-se para melhor satisfazer essas necessidades mais especializadas (KOTLER, 1999). Martins e Blecher (apud BRETZKE, 2000) afirmam que poucos são aqueles que percebem o marketing como um investimento, deixando de compreender adequadamente uma função muitas vezes confundidas com vendas, o que é uma visão parcialmente correta. Enquanto as vendas se concretizam individualmente, o marketing se faz coletivamente. Muito pouco do sucesso de vendas de uma empresa depende de uma linha de frente que não esteja adequadamente amparada por um marketing de qualidade. Os autores destacam ainda que o marketing pode contribuir de duas formas para a formação de valor para as empresas. A primeira é executando melhor o seu trabalho de criação e manutenção dos valores para os consumidores dos quais se ocupa. A segunda é traduzindo a somatória desses valores em valor para suas empresas, vinculando os resultados já obtidos somados aos que podem ser alcançados no futuro. A falta de recursos estratégicos para o marketing deriva da seqüência de má percepção dos valores das empresas em relação ao seu sentimento de valor. O marketing, limitado ao seu “ciclo operacional de vida”, difere muito pouco de outras áreas que devem também justificar a sua existência perante a estrutura de custos das empresas. A transição sofrida pelas empresas nos últimos anos, provocou diretamente uma maior orientação para o marketing. Algumas empresas acreditam que a chave para atingir bons resultados nos negócios consiste em determinar as necessidades e os desejos do mercado e satisfazê-las de modo mais efetivo do que os competidores. Essa orientação passou a ganhar mais força a partir da década de 1990, em resposta ao imperativo posto às companhias de criar e manter clientes cada vez mais exigentes num mercado mais aquecido pela globalização (BRETZKE, 2000). Entende-se, portanto, que o marketing pode atrelar os lucros da empresa à satisfação das necessidades do consumidor, e não à mera produção e venda de bens. 2.4 Marketing de Relacionamento O sucesso de uma organização depende em larga escala de sua habilidade em obter vantagens competitivas, tornando-as as mais duradouras possíveis. Dentro dessa mudança e contexto do marketing surge a estratégia de Marketing de Relacionamento, que enfatiza principalmente a necessidade de um relacionamento em longo prazo com o mercado, buscando a fidelização dos clientes como forma de alcançar maior competitividade das empresas e maior satisfação dos clientes. De acordo com Berry (apud BRETZKE, 2000), solidificar relacionamentos, transformar clientes indiferentes em leais e servi-los é que deveria ser considerado marketing. Gronroos (apud ALMEIDA, PEREIRA E LARÁN, 2004) argumenta que o estabelecimento de relacionamento com um consumidor pode ser dividido em duas partes: atrair o consumidor e construir um relacionamento em que os objetivos econômicos possam ser atingidos. Dessa forma, uma empresa preocupada apenas em fazer promessas pode atrair novos consumidores. No entanto, se as promessas não forem cumpridas, o relacionamento não poderá ser mantido, pois isso comprometeria a satisfação, a retenção e a conseqüente rentabilidade em longo prazo e a confiança no relacionamento. De acordo com Crosby e Stephens (apud ALMEIDA, PEREIRA E LARÁN, 2004), quando o Marketing de Relacionamento é a estratégia predominante em uma indústria, a competição por preços tende a ser reduzida. Nesta mesma linha de raciocínio, Matilla (apud ALMEIDA, PEREIRA E LARÁN, 2004) conclui que consumidores freqüentes podem ser menos sensíveis a preço do que aqueles transacionais. Baseado nesse mesmo pressuposto do relacionamento aparece a possibilidade de redução do risco inerente a qualquer transação quando nesta é feita com um pressuposto relacional. Para Evans e Laskin (apud BRETZKE, 2000), Marketing de Relacionamento está sendo utilizado pelas empresas que reconhecem que essa estratégia constrói alianças de longo prazo tanto com clientes atuais e em perspectiva de forma que comprador e vendedor (produtos ou serviços) trabalham em direção de um conjunto comum de objetivos especifico. Para que esses objetivos sejam alcançados, deve-se: compreender as necessidades dos clientes tratar os clientes como parceiros assegurar que os empregados satisfaçam as necessidades dos consumidores prover os consumidores com a melhor qualidade possível relativa às necessidades individuais. O Marketing de Relacionamento surge, portanto, como uma nova abordagem de Marketing para a nova era competitiva. Seu conceito está ligado à idéia de que irão prosperar, no novo ambiente empresarial, as empresas que tiverem capacidade de satisfazer seus clientes e conquistar a fidelidade deles. Mas, para tanto, é necessário que as empresas conheçam e estejam profundamente conectadas com o mercado e com seus clientes. Na abordagem do Marketing de Relacionamento, os clientes deixam de ser apenas números ou marketshare e passam a ser parte integrante da organização. Seu conceito está ligado à idéia de “trazer o cliente” para dentro da organização, de maneira que ele participe do desenvolvimento de novos produtos e/ou serviços e crie vínculos com a organização. Dessa forma, com o suporte da tecnologia da informação, é possível testar idéias de novos produtos e/ou serviços diretamente com os clientes e em tempo real. Buscar a fidelidade dos clientes está na disposição das empresas em aprenderem, de forma contínua, de seus clientes e realçarem o relacionamento com a oferta crescente de valor com base nesse conhecimento (DAY apud BRETZKE, 2000). O feedback dos clientes desenvolve a capacidade dos administradores de terem intimidade com o mercado, a ponto de poderem prever as reações destes diante das mudanças ambientais. O Marketing de Relacionamento toma forma por meio das parcerias que são estabelecidas com clientes e com todos os agentes que influenciam em sua satisfação. Segundo Rapp e Collins (1996), algumas regras básicas devem ser respeitadas: desenvolver um ciclo de comunicação com o cliente; fazer junto com cliente; ouvir cuidadosamente; pesquisar respeitosamente; descobrir a força da propaganda de resposta direta; transformar compradores em adeptos. Morgan e Hunt (apud BRETZKE, 2000) teorizam que a confiança e o comprometimento são essenciais pra o sucesso do Marketing de Relacionamento, pois induzem ao comportamento cooperativo. Segundo os autores, os conceitos são centrais devido a: trabalharem para preservar os investimentos nos relacionamentos através da cooperação com parceiros de troca; serem responsáveis pela resistência a alternativas de curto prazo em favor dos benefícios de longo prazo; passarem a visão de que ações de alto risco potencial são prudentes devido à crença de que os parceiros não irão agir de forma oportunista. Um estudo realizado por Gwinner (apud ALMEIDA, PEREIRA E LARÁN, 2004) mostrou que os consumidores em relacionamentos de longo prazo com empresas de serviços experienciam três tipos de benefícios: benefícios de confiança, benefícios sociais e tratamento especial. Isso sugeria, segundo o autor, que estratégias de satisfação e lealdade podem ser construídas ao redor de benefícios relacionais e que estes podem servir como barreiras à saída. 2.5 Marketing de Relacionamento e Aliança Estratégica Como se vem discutido, o Marketing de Relacionamento visa ao estabelecimento de parcerias continuas com os clientes. Um cliente satisfeito é uma das melhores fontes de novos negócios (LAMB, 2004). Segundo o mesmo auto, atender as expectativas dos clientes e cumprir o que prometeu é a base da maioria das iniciativas bem-sucedidas de Marketing de Relacionamento. Conversar com os clientes, aprender sobre suas necessidades e descobrir como satisfazê-las é a noção mais básica de se obter sucesso. Em mercados altamente competitivos, com produtos ou serviços que possuem um maior valor para o consumidor, fazer uso de alianças estratégicas é uma saída muito interessante, possibilita que duas ou mais organizações tenham benefícios. Uma aliança estratégica, algumas vezes denominada parceria estratégica, é um acordo de cooperação entre empresas comerciais. As alianças estratégicas podem tomar a forma de acordos de licenciamento ou distribuição, consorcio de pesquisa e desenvolvimento e parcerias (LAMB, 2004). O autor ainda relata que parcerias estratégicas são mais do que importantes para as empresas, são vitais. Relata que as empresas formam alianças estratégicas para aproveitar o que elas fazem bem, criando parcerias para obterem sucesso. Diante das inúmeras possibilidades de escolha, a comunicação é um fator determinante para o sucesso da aliança, mesmo que em um primeiro momento pareça um investimento maior. Atualmente é muito comum perceber que as empresas optam por fazer alianças quando, em suas pesquisas, encontram uma similaridade entre o público-alvo, região ou os produtos acabam complementando-se. Webster (apud PEREIRA, 2004) afirma que, com ênfase na maximização do lucro, baseada no paradigma microeconômico, a disciplina de marketing tem concentrado sua unidade de análise nas transações em mercados competitivos e em empresas integradas que controlam virtualmente os fatores de produção, focando produtos, preços, empresas. Contrapondo a essa visão, o autor cita o paradigma políticoeconômico difundido por Arndt (mestre em Administração) na década de 80 como o mais adequado aos relacionamentos entre empresas, visualizando a organização de marketing como sistemas sociais, dinâmicos, adaptativos e internamente diferenciados. O foco abrange, também, dimensões do comportamento de marketing como autoridade, poder, conflito e gestão de conflitos, mudando de relações transacionais para relações altamente colaborativas (DOYLER, apud PEREIRA, 2004). Considerar o paradigma político-econômico nas questões relacionadas ao Marketing de Relacionamento e às redes de organizações favorece uma perspectiva que transpõe os objetivos de maximização de valor e diminuição de custos de transação, incluindo, alem dos objetivos econômicos, os objetivos sociais, as motivações e o comportamento dos vários atores sociais envolvidos na rede. Nesse sentido, observa-se um enfoque cada vez mais presente de aspectos relacionados a redes, dentro do marketing e, mais especificamente, dentro do próprio Marketing de Relacionamento (PEREIRA, 2004). Gummensson (apud PEREIRA, 2004), aliando esses dois conceitos, introduz o conceito de Marketing de Relacionamento total, enfatizando a tríade relacionamentos, redes e interação e levando em conta que essas variáveis recorrentemente emergem nas novas teorias de marketing têm desafiando o paradigma de marketing vigente há 25 anos. O autor destaca, adicionalmente, que sua definição é mais ampla e abrangente por ver o relacionamento dentro da perspectiva da administração e de contexto social. O autor insere, dessa forma, alem dos clientes, os parceiros da rede, os concorrentes e os intermediários, entre outros. Quando executada de maneira correta e ética, a aliança estratégica só traz benefícios, para o consumidor e para as organizações, comprovando que buscar diferenciais é mais um passo no rumo do sucesso no mercado. Cabe salientar, que, toda e qualquer parceria deverá passar por etapas evolutivas de acordo com os trabalhos realizados e objetivos alcançados, podendo se estender dentro de um cronograma de trabalhos direcionados. Assim, as parcerias firmadas tendem a produzir ótimos resultados que serão diretamente focados nas atividades daquilo em questão, aperfeiçoando suas atividades e divulgação para alcançar um crescimento não só financeiro como também na sua organização e no seu mercado. 2.6 Compreendendo Clientes e Mercados Em tempos de intensa competitividade o conhecimento dos fatores que influenciam o comportamento do consumidor nas decisões de compra é fundamental para a sobrevivência das organizações. De acordo com Crocco (2006), marketing sem informação é como dar um tiro no escuro. Pode-se fazer um grande esforço, investir milhões, mas sem atingir os objetivos. Na era da informação, o conhecimento passa a ser o grande diferencial das organizações. As empresas precisam de informações, não apenas dados, que são fatos e estatísticas. A informação é composta por dados organizados de modo que respondam às questões em aberto. Para o autor, de modo geral, o gestor tem duas fontes de informação disponíveis: fontes internas de informação e fontes externas de informação. Fontes internas de informação – é possível encontrar grande riqueza de dados dentro da própria empresa. Por exemplo, faturamento por produto, por região, margem de lucro, quantidade de produtos em estoque, e ate dados dos clientes armazenados em banco de dados de clientes. Para utilizar esses dados, só é necessário checar sua consistência e verificar sua manutenção. Não é incomum haver dados distintos em departamentos diferentes, como financeiro e comercial; assim, antes de usá-los, é necessário verificar quais são os dados oficiais. Fontes externas de informação – são dados relacionados ao ambiente externo. Normalmente, envolvem o macroambiente, como dados sobre economia, política, tecnologia e socioculturais, e dados sobre o mercado, relacionados aos consumidores, concorrentes, fornecedores e intermediários. Para ganhar uma vantagem competitiva, as empresas precisam estar familiarizadas com seus clientes e com que eles desejam e necessitam. Segundo Churchill Júnior e Peter (2005) não apenas os vendedores, mas também outros funcionários de toda a empresa direcionada para o valor podem visitar compradores atuais ou potenciais. Essas visitas podem ajudar as empresas a descobrirem o que seus clientes precisam e encontrar maneira de satisfazê-los, ou seja, solucionar os seus problemas. A demanda de bens e serviços é o que irá ajudar as empresas a obterem lucro e satisfazer a necessidade de seus próprios clientes. Os concorrentes existentes e potenciais são uma parte importante para o ambiente competitivo no Marketing de Relacionamento. De acordo com Churchill Júnior e Peter (2005), a perda de um cliente para concorrente pode custar muito dinheiro a uma empresa. No setor de negócios, uma fonte importante de demanda por serviços é a onda de reestruturação, reengenharia e outros esforços para melhorar a eficiência, diz o autor. Muitas organizações contratam consultores para ajudá-los a planejar e implementar essas mudanças. A perspectiva de marketing como filosofia de gestão presume uma busca incessante da satisfação das necessidades e dos desejos dos consumidores, ou seja, da criação de produtos e serviços que venham ao encontro das expectativas do consumidor ou as superem. Para conhecer o consumidor, geralmente inicia-se pela obtenção de informações em quatro áreas principais: Características demográficas do consumidor, como número e localização geográfica, distribuição em termos de renda, sexo, idade, nível de instrução; Comportamentos de consumo (quem, o que, quando e como consome), comportamentos de compra (quem, quando, como e onde compra) e de utilização de mídias (onde procura informação, hábitos de leitura, radio e televisão, freqüência a congressos, exposições); Atitudes, como o conhecimento que o consumidor tem de uma marca ou imagem que lhe atribui ou, ainda, medidas de satisfação; Processo de compra, como motivações, envolvimento, critérios de escolha de uma marca. (CROCCO, 2006) O processo de decisão de compra é influenciado por muitos fatores, como motivações internas, pressões sociais e mesmo pela atividade de marketing. Para Crocco (2006), três elementos interagem entre si e influenciam a tomada de decisão do consumidor. O primeiro refere-se às características próprias do individuo, chamadas de diferenças individuais, tais como conhecimento, atitude, motivação, valores e estilos de vida. Outro elemento é composto pelas influencias ambientais, que se encontram no contexto que os indivíduos vivem, tais como cultura, família e classe social. Por fim, os processos psicológicos do individuo, como aprendizagem, mudança de atitude e comportamento, também influenciam sua tomada de decisão. Na mente de cada consumidor, todas as influencias interagem entre si, culminando em uma decisão que ele julga ser a mais adequada. As pessoas podem vir a consumir em diferentes locais e momentos, e isso altera, muitas vezes, o seu comportamento de compra. O produto pode ser consumido em casa ou em público, no trabalho, em restaurantes, na paria ou em qualquer outro lugar. O reconhecimento da necessidade ocorre quando o consumidor sente falta de alguma coisa; é a percepção de que existe um estado de desconforto que pode ser amenizado para se voltar a um estado normal. Uma vez reconhecida a necessidade, as pessoas vão buscar informações sobre as possibilidades de resolução do problema. Três perguntas compõem essa fase de busca. São elas: quais as fontes de informação? Quais as estratégias de busca? E, por fim, quanto tempo será dedicado à busca? O consumidor vai buscar a informação que julga necessária. (CROCCO, 2006) 2.7 A Estratégia da Lealdade Muitos especialistas proclamam que a lealdade dos clientes morreu e muitas estatísticas parecem confirmar isto: empresas norte-americanas perdem em média metade de seus clientes em cinco, desenhando um cenário futuro no qual as únicas relações comerciais serão transações oportunistas entres possíveis estranhos. Reichheld (apud SLONGO, 2004) desenvolveu uma importante contribuição para a administração estratégica, estudando a análise de retenção de clientes, objetivando uma estratégia para obter a lealdade (ou fidelidade) dos clientes. O autor argumenta que a lealdade definitivamente não morreu e que continua a ser um dos principais motores do sucesso empresarial. Uma estratégia de negócios baseada na lealdade dos clientes, objetivando um índice consistentemente alto de retenção de cliente selecionados, confere vantagem competitiva, propiciando alta lucratividade e expansão de participação no mercado. Por outro lado, um índice de deserção persistente significa que o numero de ex-clientes acabará sendo maior que o de leais defensores da empresa, situação que pode atingir um ponto em que nenhum esforço de marketing poderá reverter a imagem do produto, marca ou empresa. Uma estratégia de lealdade para a obtenção do sucesso da empresa em longo prazo, apoiada em três dimensões interdependentes – a lealdade do cliente, a lealdado do funcionário e a lealdade do investidor – é a preposição de Reichheld (apud SLONGO, 2004), sendo a criação de valor para os clientes o alicerce dessa estratégia. Lembrando os conceitos de Shapiro e Sviokla (1994), o custo da conquista dos clientes é superior o da manutenção, o que sugere a busca da rentabilidade apoiada na lealdade do cliente. Um cliente leal consome menos recursos de marketing, vendas e suporte e compra mais da empresa que conquistou sua lealdade. Alem do esforço extra para realizar a venda inicial, os custos com o treinamento dos novos clientes e com o estabelecimento de novos relacionamentos e intenções fazem com que o lucro por cliente aumente de acordo com o número de anos que o cliente utiliza o produto ou serviço. Clientes leais também são mais propensos a testar oferta de novos produtos de sua marca preferida, são mais dispostos a relevar se sua marca preferida cometer algum erro e suportam aumento de preços se a sua empresa continuar a fornecer alta performance. Ainda assim, algumas empresas esforçam-se mais em conquistas novos clientes do que em aprender a manter novos clientes. Reichheld (apud SLONGO, 2004) demonstra que clientes leais são mais rentáveis do que novos clientes, analisando o comportamento dos componentes do fluxo de caixa gerado por clientes ao longo do tempo. A lealdade pode ser definida como o grau em que o cliente possui uma atitude positiva, apresenta comprometimento e pretende continuar comprando no futuro, ou seja, é a resposta comportamental resultante de um processo psicológico em relação a uma ou mais opções alternativas. Essa situação implica compras repetidas baseadas em fatores cognitivos, afetivos, avaliativos e disposicionais, que são os componentes clássicos de uma atitude (CROCCO,2006). Em definição mais ampla, concebida sob o contexto do Marketing de Relacionamento, a lealdade é conceituada como um conjunto de interações que sinalizam motivação para manter um relacionamento com a empresa (SINDERSHMUKH apud ESPINOZA e LARÁN, 2004). No que se refere ao processo de decisão do consumidor relacionado à intenção ou comportamento de recompra, pode-se afirmar que os componentes atitudiais e comportamentais nem sempre são considerados com a mesma intensidade. De acordo com Crocco (2006), a combinação desses fatores leva a quatro situações diferentes. São elas: Lealdade verdadeira: a atitude favorável e a recompra, determina pelo forte comprometimento, é consistente. Considera, além do comportamento de recompra, os antecedentes que levam ao comprometimento do consumidor. Lealdade falsa: também chamada espúria, esse tipo de lealdade indica que o cliente compra, mas possui baixo comprometimento atitudial. Isso significa que outros fatores estão influenciando a compra desse cliente, como, por exemplo, preço mais baixo. Esses clientes estão mais propensos a trocar de fornecedores frente melhores alternativas. A existência da falsa lealdade mostra que nem sempre o índice de recompra indica lealdade, o que pode mascarar a compra por impulso, por conveniência, ou a lealdade a mais de uma marca. Lealdade latente: neste caso, apesar de possuir forte atitude, o cliente demonstra baixo nível de recompra, possivelmente devido a barreiras de acesso, como preço ou conveniência de compra. Sem lealdade: refere-se a indivíduos que demonstram baixa atitude e baixo comportamento. O autor ressalta que a lealdade verdadeira é q a que deve ser buscada pelas empresas, pois o comprometimento, aliado ao fator comportamental de recompra, vai determinar uma situação favorável para a empresa, onde a ação de recompra partiria de uma iniciativa do próprio cliente. 2.8 Conquistar e Reter Clientes Em um ambiente de negócios cada vez mais complexo e competitivo, ter um novo e extraordinário produto ou serviço não é mais suficiente para assegurar a obtenção de sucesso. O diferencial está no relacionamento existente para conseguir e manter clientes. A comunicação nos dois sentidos entre vendedor e cliente possibilita que os vendedores possam compreender as necessidades dos clientes e permite que o cliente venha, a saber, de que modo o vendedor poderá satisfazer as suas necessidades (SHAPIRO e SVIOKLA, 1994). Aumentar com eficácia o valor de produtos e serviços tem geração de valor que requer persistência e criatividade. O processo de geração de valor tem inicio com a compreensão das necessidades e metas de cada cliente em potencial e com a demonstração da forma pela qual a empresa é qualificada para satisfazer tais demandas. É importante observar a maneira pela qual o cliente percebe os benefícios oferecidos pela empresa e optar por ela e não por um de seus concorrentes. Saber o que o cliente realmente deseja evita perdas no resultado final. O mercado oferece inúmeras opções aos clientes. Muitos clientes em potencial já foram conquistados. Os clientes estão cada vez mais exigentes e a diferenciação estará cada vez mais focada no relacionamento para reter e atrair clientes. Alguns clientes proporcionam um ganho maior para a empresa do que outros; alguns clientes são tipicamente mais fieis, enquanto outros não vacilam em passar a comprar serviços de outra empresa devido apenas a uma pequena vantagem. O Marketing de Relacionamento deve agir no sentido de atrair, manter e solidificar o relacionamento com os clientes. Isso exige investimento, então passa a ser fundamental a questão dos clientes certos para investir. Para descobrir os clientes certos, ou seja, os mais aptos a criarem laços fortes com a empresa, devem ser feitas pesquisas para descobrir as características dos clientes mais fieis que a empresa possui, para poder saber em que tipo de cliente ela deve investir. A confiança é um fator importante que vem sendo apontada em diversos estudos como uma das ferramentas mais poderosas do Marketing de Relacionamento que as empresas possuem a seu dispor. A empresa deve se mostrar confiável para os clientes. Depois de certo período de tempo, os consumidores sentem-se mais confortáveis, no que diz respeito ao relacionamento com a empresa provedora, e mais confiantes na empresa. Isso é um grande beneficio, já que simplifica a vida dos clientes, diminuindo o número de decisões importantes a serem tomadas e, por conseguinte, diminuindo a possibilidade de arrependimento e de frustração. A retenção é caracterizada por índices de recompra de clientes, o que nem sempre indica que o cliente é verdadeiramente leal. Além disso, a retenção é vista como uma conseqüência dos esforços da empresa em estimular a compra repetida, enquanto a lealdade parte do próprio cliente. Na pratica, as empresas devem buscar a lealdade, pois o vinculo emocional que levará ao comprometimento será o fator determinante na retenção do cliente (CROCCO, 2006). Para Drucker (1998), o objetivo do marketing é tornar a venda supérfula. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou serviço disponível. De acordo com Bretzke (2000), os programas de fidelização são importantes aliados, pois diferenciam a empresa na mente dos clientes, desbloqueando os mecanismos da percepção seletiva e da retenção seletiva, agregando um componente emocional ao relacionamento. Os programas de fidelização são processos que utiliza a comunicação integrada para estabelecer um relacionamento continuado, duradouro e gratificante com os clientes, visando aumentar a lealdade e a rentabilidade pelo mecanismo de reconhecimento e recompensa dos mais leais. Quanto mais tempo um cliente permanece fiel a uma empresa, maior seu valor (BRETZKE, 2000). De acordo com Corrêa e Caon (2006), clientes fiéis e retidos, portanto, aumentam substancialmente o potencial de lucro ao longo do tempo futuro, pois, cada cliente perdido, perde-se um fluxo de negócios com este cliente e não apenas a próxima transação. Clientes fieis trazem mais lucratividade ao longo do tempo (CORRÊA e CAON,2006). Segundo os mesmo autores, necessidades e desejos influenciam a expectativa do cliente, pois ele, ao procurar o prestador de serviço, espera, antes de qualquer coisa, que sua necessidade seja satisfeita ou que seu desejo seja atendido. O Marketing de Relacionamento vem, portando, fazer essa ligação entre cliente e empresa buscando manter o relacionamento entre eles satisfazendo ambas as partes. Para construir a fidelização é essencial entender as necessidades, desejos e valores dos clientes, para depois traçar uma estratégia adequada de fidelização de clientes. As regras básicas, segundo Rapp e Collins (1996), para a fidelização de clientes são: Desenvolver um ciclo de comunicação com o cliente Fazer coisas juntos (por exemplo, clube de afinidades) Ouvir cuidadosamente Pesquisar respeitosamente Descobrir a força da propaganda de resposta direta Segundo Crocco (2006) as empresas que seguem a orientação para marketing sabem que seu público-alvo é exigente e procura por produtos ou serviços que possuam maior valor que os concorrentes. Por meio dessa orientação as empresas têm procurado a busca continua da satisfação de seus clientes, isso lhes tem rendido maior participação de mercado. 2.9 Valor e Satisfação A teoria de marketing é desenvolvida partindo-se de duas perspectivas básicas: a empresa e o consumidor. Ambas são essenciais para que uma relação de troca com satisfação aconteça. O que determina a satisfação do cliente é, por um lado, sua expectativa quanto ao produto e/ou serviço adquirido e, por outro, o desempenho desse produto e/ou serviço. De acordo com Crocco (2006) o grau de expectativa dos clientes obviamente vai variar de acordo com cada pessoa, pos está ligado à estrutura de referência de cada indivíduo: há os que já tiveram contato anterior com o produto, e há os que não tiveram tal contato. Como conseqüência três situações são possíveis: 1. O produto e/ou serviço entregue (realidade) foi inferior à expectativa do cliente. Ele ficou desapontado ou insatisfeito com a escolha, portanto, houve uma confirmação negativa. 2. O produto e/ou serviço entregue foi igual à expectativa do cliente. Ele ficou insatisfeito com a sua opção. Nota-se que, mesmo que a expectativa tenha sido baixa, esse principio é válido, pois o cliente, ao adquirir o produto, já não possuía uma boa expectativa em relação à compra, mas mesmo assim o fez, talvez por absoluta falta de opção ou condição financeira; messe caso, ocorreu uma confirmação positiva. 3. O produto e/ou serviço entregue foi superior è expectativa do cliente. Pode-se dizer que esse cliente está com suas expectativas superadas, ou seja, o cliente ficou encantado. Nesse caso, ocorreu igualmente uma confirmação positiva, com intensidade superior à situação anterior. Portanto, a confirmação positiva ou negativa é o maior indicador de satisfação ou insatisfação. Quanto maior o nível de expectativa, mais difícil se torna sua realização. Por sua vez, o nível de expectativa do cliente depende em grande parte da própria empresa, por meio de sua comunicação. Logo, a empresa que destacar a qualidade e a sofisticação de seu produto deve ter todo o cuidado em cumprir o que promete, já que o cliente terá uma grande decepção caso verifique algum defeito ou problema no produto e/ou serviço (CROCCO, 2006). Segundo Slongo (2004), quando indagados com relação a sua satisfação pra com os serviços da empresa, os clientes relacionam opiniões favoráveis, principalmente, devido à credibilidade e à confiabilidade que a empresa em questão possui no mercado. Relata ainda que levando em consideração os motivos relacionados de satisfação e insatisfação, pode-se perceber que, nos pontos mais difíceis de ser conquistados e percebidos, como a confiabilidade e a credibilidade, há uma percepção positiva por parte da clientela. Por outro lado, ainda que mais fáceis de ser solucionadas, questões de organização e tecnologia podem ser diferencial de outras empresas que buscam esses clientes. A percepção do atendimento em tempo real às necessidades do cliente é a questão mais grave a ser corrigida. De forma geral, quando a imagem de uma empresa é bastante positiva na percepção dos clientes, fato que advém da confiança depositada na empresa, torna-se também um grande diferencial no negocio. Variáveis de satisfação e confiança são consideradas como variáveis complementares, sendo que a confiança é uma variável-chave quando as decisões são relacionadas ao aumento do escopo do relacionamento, enquanto satisfação é uma variável-chave quando a questão é a continuidade do relacionamento (SELNES apud PEREIRA, 2004). “Pode-se dizer que, atualmente, a arena do marketing, em que as diferentes empresas buscam oferecer seus serviços, bens e marcas aos consumidores – o mercado-, está amplamente disseminada geográfica e socialmente. Isto é, à medida que o tempo passa, mais e mais cada necessidade humana encontra sua possível solução ou satisfação por meio de diferentes empresas, que ofertam distintas soluções” (CROCCO, 2006). De maneira geral, satisfação é o julgamento formado durante ou depois do uso ou consumo de um produto ou serviço de determinado fornecedor, sendo, portanto, uma reação ou sentimento em relação a uma expectativa (SOLOMON apud SLONGO, 2004). Essa definição ressalta tanto aspectos cognitivos quanto emocionais dos julgamentos de satisfação. 2.10 Relacionamento Cliente-Funcionário Embora inicialmente concebido como aplicável apenas em mercados interorganizacionais e no ramo de serviços, o Marketing de Relacionamento vem estendendo sua abrangência e incorporando conceitos e práticas que permitem adaptalos a diversos setores (CROCCO, 2006). As práticas de Marketing de Relacionamento estão fortemente baseadas na interação de funcionários da empresa com consumidores. Todo funcionário em contato direto como o consumidor é, em algum nível, um potencial construtor ou destruidor de relacionamentos (DUBOFF apud D’ANGELO, 2004). A ênfase no papel do funcionário esteve historicamente associada aos prestadores de serviço, visto que sua atuação sempre foi considerada decisiva para a satisfação e criação de vínculos com consumidores, devido, especialmente, à interação social existente no momento da prestação de um serviço. A amizade decorrente do contato entre prestadores de serviços e seus clientes é defendida, inclusive, como uma modalidade de Marketing de Relacionamento, dada sua importância (PRITCHARD e HOWARD apud D’ANGELO, 2004). Mesmo em circunstâncias em que o envolvimento pessoal entre profissional e cliente pode não adquirir contornos tão fortes, outros componentes típicos de qualquer interação social aparecem como determinantes para o sucesso do relacionamento, reafirmando a importância do contato pessoal (CROCCO, 2006). Do ponto de vista da empresa, a relação consumidor-funcionário é portadora de um paradoxo. Ao mesmo tempo em que constitui fonte de vantagem competitiva, por fortalecer o relacionamento e conduzir à lealdade, pode, também, reservar problemas para o gerenciamento da base de consumidores e dos recursos humanos da empresa (FINNIE e RANDALL apud D’ANGELO, 2004). O estabelecimento de vínculos fortes entre funcionário e consumidor abre a possibilidade de que o relacionamento fique restrito ao consumidor e ao funcionário, não se estendendo a empresa. A confiança funciona como elemento tanto fundamental do relacionamento, quanto alavancador de seu desenvolvimento. O estabelecimento de confiança mútua fornece as bases necessárias para que sobressaiam componentes sociais e afetivos na ligação entre consumidor e empregado, permitindo ao relacionamento progredir em outro patamar. Sentimentos de afeto e apreço pessoal estão ligados à confiança e contribuem para o seu fortalecimento, assim como a amizade entre as partes (DONEY e CANNON apud D’ANGELO, 2004). Com a evolução do relacionamento, inclusive, há a tendência de que esses sentimentos tornem-se fatores determinantes da confiança, desempenhado papel fundamental para manutenção da relação (NICHOLSON apud D’ANGELO, 2004). Em comum a todos os níveis de relacionamento está a participação decisiva do profissional da empresa como seu estimulador e mantedor junto ao consumidor. Do funcionário deve partir a iniciativa para a construção de um relacionamento. Dele espera-se a demonstração de conhecimento técnico e seriedade capaz de despertar a confiança do cliente, assim como são suas as manifestações de afeto e proximidade que fortalecem os vínculos emocionais com os clientes, contribuindo para a sua lealdade (CROCCO, 2006). Geralmente, gerentes e diretores estão muito distantes do que ocorre na linha de frente das empresas, mantendo pouco ou nenhum contato com o consumidor. Recai sobre os profissionais que mantêm contato direto com os consumidores, então, a responsabilidade de alcançar objetivos referentes a relacionamento e fidelização. Assim como o relacionamento fincionário-consumidor pode conduzir ao relacionamento empresa-consumidor, pode, também, ficar restrito ao profissional e ao consumidor, privando a empresa de todos os seus benefícios. Segundo Bendapudi e Leone (apud D’ANGELO, 2004), os consumidores desenvolvem relacionamentos com os funcionários e com o as empresas que estes representam. Muitas vezes, o relacionamento com o funcionário é mais forte do que o relacionamento com a empresa, o que pode tornar vulnerável a posição da organização no momento em que o empregado deixa seus quadros. Nessas circunstancias, toda perda de um funcionário pode significar redução do novel de satisfação do consumidor ou sua eventual migração para outro fornecedor. Sob a ótica da empresa, assim, estabelece-se um paradoxo: ao mesmo tempo em que se impõe a necessidade de estimular o relacionamento funcionário-consumidor, com vistas a colher mais tarde os benefícios dessa interação, há o temor, também, de tornar-se refém do profissional, dependendo excessivamente da sua capacidade para garantir a satisfação e a lealdade de determinados consumidores (CROCCO, 2006). Depositar diferenciais e vantagens competitivas sobre os empregados podem significar, no entanto, conferir-lhes mais poder e independência. Essa condição toma forma no momento em que, como resultado do relacionamento, o consumidor torna-se mais leal ao funcionário do que à empresa, garantindo ao profissional mobilidade suficiente para que deixe a empresa e mantenha consigo base de clientes construída ao longo do tempo (CROCCO, 2006). Essa possibilidade torna-se concreta especialmente quando o nível de relacionamento desenvolvido entre empregado e consumidor é elevado o suficiente para que o consumidor perceba custos superiores ao trocar de profissional de contato do que os custos ao trocar de empresa. Situações assim, segundo Crocco (2006), colocam o funcionário na posição de “proprietário” dos consumidores, tal a força do relacionamento desenvolvido. Bendapudi e Leone (apud D’ANGELO, 2004), a partir de estudo realizado no mercado business to business, reconhecem que a saída de um profissional de contato direto com o cliente coloca a empresa numa situação vulnerável. Segundo eles, a maior parte das ações adotadas pelas organizações para resguardarem de eventuais prejuízos nessas circunstâncias não são orientadas para o cliente, sendo concedidas do poento de vista da empresa tão-somente. São, por isso, parcialmente eficazes. Há a necessidade de verificar como o desligamento do profissional é percebido pelos clientes, de modo a tomar medidas mais direcionadas e efetivas. 2.11 O Marketing de Relacionamento em Revendas de Automóveis Em todo o mundo, o mercado de veículos novos é altamente competitivo. Além disso, tem uma característica peculiar: o alto valor envolvido faz com que a participação dos serviços financeiros na aquisição seja historicamente alta e, em alguns mercados, crescente. O financiamento de valores para a aquisição de automóveis vem crescendo junto com esse mercado fazendo com que haja crescimento também no número de bancos e financeiras que ofertam esse serviço. Nos tempos atuais, o crédito tornou-se elemento essencial na vida das empresas, não importando o seu tamanho, uma vez que elas necessitam de capitais para alavancar o seu giro. Por outro lado, as instituições financeiras igualmente dependem de emprestar para continuar operando no mercado. Quando o consumidor está diante do vendedor numa concessionária, o tempo de resposta menor ou maior da aplicação que analisa a concessão de crédito poderá determinar com qual banco ele assinará o contrato. Segundo divulgação da Associação Nacional das Empresas Financeiras (ANEF, 2006), a carteira de financiamento de veículos apresentou um aumento de 19% nos oito primeiros meses do ano de 2006, atingindo o valor de R$ 60,3 bilhões. Além disso, a carteira teve uma elevação de 33,9% no período de agosto do ano passado até o mesmo mês deste ano. "Esse crescimento foi estimulado pelos R$ 33,1 bilhões liberados pelo Sistema Financeiro Nacional, montante 27,4% superior aos R$ 25,9 bilhões disponibilizados entre janeiro e agosto de 2005", afirma Luiz Montenegro, presidente da ANEF, em uma entrevista ao site da Associação Brasileira dos Concessionários Mitsubishi (ASSOMIT, 2006). A estabilidade econômica é outro fator que contribui para o crescimento no setor de financiamento de veículos. "As taxas de juros praticadas pelos bancos das montadoras vem apresentando leve declínio, refletindo o mesmo trend da taxa Selic, que em agosto de 2006 apresentou uma redução de 0,5%, passando para 14,25% ao ano", acrescenta Montenegro (2006). As operações de crédito oferecidas pelo sistema financeiro cresceram em media 1,7 por mês no ano de 2006, e atingiram um volume correspondente a 32,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, informou o porta voz do Banco Central em entrevista concedida a gazeta mercantil em 27.02.2007. Já a taxa média de juro e o spread bancário diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro cobrado dos clientes recuaram. De acordo com o levantamento do Departamento Econômico do BC (Banco Central), o estoque total de empréstimos concedidos pelo sistema financeiro atingiu 668,7 bilhões de reais no mês de dezembro de 2006, o volume era equivalente a 32,4 por cento do PIB. Os spreads bancários alvo de medidas em estudo pelo governo também recuaram, mas em menor intensidade, em média, o spread caiu de 28 pontos percentuais em junho para 27,5 pontos percentuais em dezembro. Para a pessoa física, o recuo foi de 40,6 para 39,7 pontos percentuais. No caso da pessoa jurídica, o spread cedeu de 13,6 para 13,4 pontos percentuais. O governo estuda ações para incentivar a queda do spread bancário segundo o ministro da fazenda Guido Mantega (ASSOMIT, 2006). Dentro desse contexto, existe uma preocupação dos bancos em aumentar cada vez mais sua carteira de financiamento e esse aumento depende do relacionamento existente com os proprietários e vendedores de revendas, que são os seus verdadeiros clientes. São eles que irão vender os produtos oferecidos pelos diversos bancos, porem, isso só acontecerá se houver comunhão entre lojistas e banco. As taxas de juros oferecidas acabam ficando em segundo plano, não importa qual banco tem a taxa menor, o lojista irá vender o financiamento do banco o qual ele tem o melhor relacionamento. Os lojistas estão cada vez mais exigentes ao se tornarem parceiros de determinado banco, pois, em troca, proporcionam financiamentos e rentabilidade. O relacionamento vai desde aumentar os serviços centrais de benefícios extras que vão de comissões, ofertas, feirões, bônus, premiações, ate o mais importante, ouvir o que o cliente tem a dizer. Ser ouvido e ter suas exigências atendidas é a melhor forma de fidelizar e manter o lojista como parceiro. O Marketing de Relacionamento é uma grande estratégia que bancos e financeiras devem utilizar em concessionárias e revendas de automóveis a fim de conquistar os clientes-lojistas e aumentar sua carteira de financiamento. Tudo é válido e cabe ao banco aumentar constantemente o conjunto de benefícios, aproveitando todo o seu potencial de diferenciação. Ouvir e satisfazer o lojista é a arma principal e utilizada pelo marketing de relacionamento no mercado de financiamento de automóveis. Sabe-se que clientes têm expectativas sobre a qualidade básica de um produto ou serviço que compraram, além de ter expectativas do grau de serviço que desejam (e merecem) receber. Qualidade e serviço devem acompanhar cada produto e serviço colocado no mercado. Além disso, embora os clientes diferem de alguma forma em suas definições específicas desses elementos, a comunidade de marketing está começando a aprender sobre qualidade e serviço em termos gerais. O relacionamento, portanto, é um fator chave de sucesso para a diferenciação da oferta no mercado, uma vez que a oferta de valor só é possível por meio do conhecimento adquirido. A estratégia de Marketing de Relacionamento, dessa forma, possibilita a oferta contínua de valor superior, trazendo um grande potencial de benefícios tanto para os bancos quanto para o cliente-lojista. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Segundo Ruiz (1996), reserva-se a palavra método para significar o traçado das etapas fundamentais da pesquisa, enquanto a palavra técnica significa os diversos procedimentos ou a utilização de diversos recursos peculiares a cada objeto de pesquisa, dentro das diversas etapas do método. 3.1 Natureza da Pesquisa O presente trabalho é de natureza descritiva, não tendo a intenção de defender alguma tese ou modelo teórico. A pesquisa descritiva, segundo Rudio (2002), “está interessada em descobrir e observar fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los, interpretá-los, de modo que possamos conhecer sua natureza, composição e os processos que nele se constituem ou se realizam”. Portanto, este projeto é baseado na pesquisa de fontes bibliográficas sobre o tema, coleta de registros materiais da época e depoimentos que possam resgatar o período do objeto de estudo, formando uma vasta e múltipla fonte de evidências. 3.2 Método de Abordagem A fim de se atingir os objetivos específicos deste trabalho, fez-se uso do método dedutivo como linha de raciocínio norteadora para análise e interpretação dos dados, onde o raciocínio parte de princípios considerados verdadeiros (geral) para chegar a conclusões de maneira formal (particular). 3.3 Método de Procedimento Relaciona-se à maneira específica pela qual o objeto será trabalhado durante o processo de pesquisa. Neste projeto, o método de procedimento adotado foi o comparativo, onde considera que o estudo das semelhanças e diferenças entre diversos tipos de grupos, sociedade ou povos contribui para uma melhor compreensão do comportamento humano, este método realiza comparações, com a finalidade de verificar similitudes e explicar divergências. O método comparativo é usado tanto para comparações de grupos no presente, no passado, ou entre os existentes e os do passado, quanto entre sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento. O projeto busca fazer uma avaliação comparativa entre o relacionamento abordado pelas principais instituições financeiras, tais como FINASA, ABN, ITAÚ, HSBC, PANAMERICANO e BV, e a satisfação dos clientes-lojistas atendidos por elas. 3.4 Técnicas de Pesquisa Aliadas aos métodos estão às técnicas de pesquisa, que são os instrumentos específicos que ajudam no alcance dos objetivos almejados. A técnica de pesquisa utilizada no projeto é o da entrevista, onde a mesma é utilizada “sempre que tem necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem ser fornecidos por certas pessoas”(RUIZ,1996). 3.5 Instrumento de Pesquisa No trabalho em questão, o questionário é o instrumento de pesquisa utilizado para coletar os dados. Forma mais usada para coletar dados, o questionário possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja (RUIZ, 1996). O questionário foi elaborado de maneira simples baseando-se no dia a dia das revendas de automóveis bem como nos serviços prestados e oferecidos pelas financeiras com o intuito de facilitar o tratamento dos dados. 3.6 Tratamento dos Dados Neste trabalho o modo como a investigação foi construída, principalmente no que se refere à pesquisa de campo, descrevendo as discussões acerca da seleção dos métodos e técnicas e da aplicação de questionários entrevistas, bem como refletindo sobre a eficácia dos métodos quantitativo e qualitativo que, nessa pesquisa são apresentados como complementares para atingir o objetivo proposto: estudar o Marketing de Relacionamento como diferencial competitivo no mercado de financiamento de veículos em revendas de automóveis em João Pessoa. Dentre as 165 revendas de veículos existentes na cidade, foram entrevistados funcionários e proprietários de 20 revendas. A escolha das mesmas se deu por motivo de acessibilidade, pois são revendas que fazem parte do contexto profissional. Assim, o método quantitativo e qualitativo é usado da seguinte forma: Método quantitativo: aplicar um questionário simples com perguntas de múltipla escolha, sendo o resultado medido através de freqüência e porcentagem, com o objetivo de coletar dados sobre relacionamento dos clientes-lojistas com as instituições financeiras e, a partir dos resultados, traçar um mapa do relacionamento e dos desejos atendidos. Método qualitativo: a partir das respostas obtidas pelo questionário, efetuar a seleção de uma amostra dos sujeitos para entrevista em profundidade. 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Os dados apresentados nesta pesquisa foram colhidos a partir da aplicação de questionários aplicados em 20 revendas de veículos na cidade de João Pessoa, que representaram a amostra definida para a coleta, já apresentados anteriormente na metodologia deste trabalho. Dentre as revendas, foram entrevistados 27 proprietários e 36 funcionários que não se obtiveram em responder as questões. O modelo do instrumento de coleta pode ser visto no Apêndice A em sua forma original. Para uma melhor estruturação do presente trabalho monográfico os dados foram aqui apresentados conforme os objetivos específicos propostos por este estudo. 4.1 Caracterizando o Perfil dos Funcionários das Revendas de Automóveis de João Pessoa Dados coletados através do questionário revelam que as revendas de automóveis de João Pessoa não mantêm em seu quadro um número considerável de funcionários. Dois são suficientes para suprir as necessidades da revenda. Nota-se que os funcionários não têm nenhum poder de opinião ou satisfação garantida. Geralmente, as revendas de automóveis são formadas por famílias onde são responsáveis por todas as decisões tomadas na revenda. Contudo, de acordo com as tabelas e os gráficos a seguir, pode-se traçar um perfil para esses funcionários. Tabela 01 – DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO I VARIÁVEL GÊNERO MASCULINO FEMININO TOTAL FREQÜÊNCIA 32 04 36 PERCENTUAL 89% 11% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) 11% MASCULINO FEMININO 89% Gráfico 01 – DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO I Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Verificou-se uma grande diferença entre as porcentagens de freqüência dos funcionários das revendas de automóveis de João Pessoa entre homens e mulheres. A Tabela 01, juntamente com o Gráfico 01, mostra que a freqüência dos homens é maior que a das mulheres em 78%. Isso mostra que a predominância masculina nesse mercado é notória acentuando a visão de que o mercado automobilístico atrai mais pessoas desse gênero. Essa predominância masculina é um aspecto para o qual as financeiras deveriam atentar ao elaborar seu Marketing de Relacionamento. Produtos e serviços voltados para esse gênero fariam com que a satisfação entre eles viesse de encontro aos desejos da financeira, construindo assim um elo entre loja e banco. De acordo com o observado nas revendas, os brindes são os que mais satisfazem os funcionários, já que nesse mercado eles não fazem parte da tomada de decisão da revenda. Porém, agradar a esse universo acaba gerando uma empatia atraindo novos negócios através de indicações dos mesmos. Tabela 02 – DISTRIBUIÇÃO POR IDADE I VARIÁVEL IDADE MENOS DE 20 ANOS DE 20 A 30 ANOS DE 31 A 40 ANOS MAIS DE 40 ANOS TOTAL FREQÜÊNCIA 02 21 10 03 36 PERCENTUAL 6% 58% 28% 8% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) 8% MENOS DE 20 ANOS 6% DE 20 A 30 ANOS 28% DE 31 A 40 ANOS 58% MAIS DE 40 ANOS Gráfico 02 – DISTRIBUIÇÃO POR IDADE I Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Sobre a variável idade, a Tabela 02 e o Gráfico 02, evidenciam que a maioria dos entrevistados está na faixa etária entre 20 a 30 anos (58%). Todavia, recebe um pouco de credibilidade o item: de 31 a 40 anos (28%). Verificou-se também que a quantidade de funcionários com menos de 20 anos e com mais de 40 anos de idade é bastante irrelevante (6% e 8% respectivamente). Os dados mostram que os funcionários das revendas são adultos. Criar estratégias de marketing para essa faixa etária é diferencial bastante promissor para a financeira. Descobrir os desejos e necessidades relacionadas a esse grupo faz com que a financeira não perca tempo em produtos ou serviços que agradem a faixa etária que não está dentro do mercado. Com os dados apresentados, a financeira que souber usá-los a seu favor, com certeza conseguirá de forma mais rápida construir um relacionamento entre os funcionários da revenda. Tabela 03 – DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE I VARIÁVEL NÍVEL ESCOLAR FUNDAMENTAL MÉDIO INCOMPLETO MÉDIO COMPLETO SUPERIOR INCOMPLETO SUPERIOR COMPLETO PÓS-GRADUAÇÃO TOTAL FREQÜÊNCIA PERCENTUAL 16 02 11 05 44,5% 5,5% 30,5% 14% 02 00 36 5,5% 0% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) FUNDAMENTAL MÉDIO INCOMPLETO 5,5% 14,0% 0,0% MÉDIO COMPLETO 44,5% 30,5% SUPERIOR INCOMPLETO 5,5% SUPERIOR COMPLETO PÓS-GRADUAÇÃO Gráfico 03 – DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE I Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Esse resultado, apresentado na Tabela 02 e no Gráfico 02, constata que a maioria dos funcionários das revendas (44,5%) possui escolaridade com nível fundamental. Pode-se dizer também que a quantidade de funcionários com escolaridade em nível médio é um pouco notória (30,5%). Os funcionários com nível de escolaridade superior incompleto e completo somam 19,5% dos funcionários. Um resultado alarmante levando em consideração o desenvolvimento da sociedade. Em um universo competitivo e globalizado, onde o conhecimento é a porta para o mercado, o baixo nível de escolaridade encontrado no estudo é alarmante. Porém, não é interesse dos lojistas contratarem funcionários qualificados e experientes. Os proprietários acreditam que quanto menos instrução o funcionário possui, menor será o seu interesse por remuneração e pelos resultados financeiros da revenda. Ou seja, o lucro deve ficar integralmente com os proprietários. Uma maior qualificação pode ser vista como uma maneira de ajudar a aumentar a produtividade da loja e consequentemente a parceria com as financeiras. Realizar e promover cursos voltados para o mercado atuante bem como a alfabetização dos funcionários seria uma forma prepará-los para melhor atender as necessidades dos lojistas e das financeiras. Porém, a grande barreira seria a concordância com os proprietários de revendas, já que grande parte delas é de caráter familiar, destruindo assim a expectativa de crescimento do funcionário. 4.2 Caracterizando o Perfil dos Proprietários das Revendas de Automóveis de João Pessoa Estudando os dados coletados através do questionário, pode-se constatar que as revendas de automóveis de João Pessoa são consideradas de pequeno e médio porte, contendo em seu estoque em média 20 veículos. Nota-se ainda que os proprietários das lojas, em sua maioria, possuem grau de parentesco. Pai, filho e cônjuges trabalham na empresa como forma de expandir o capital familiar e se firmar no mercado. Dentre os funcionários citados no questionário, apenas foram incluídos aqueles que não fazem parte desse grupo familiar. Com isso, todos se consideram donos ou gerentes. Quando não há grau de parentesco, os proprietários são apenas sócios ou a firma é individual. Outra característica desse grupo seria a criação recente da maioria dessas revendas impulsionada pelo crescimento no mercado dessa atividade, mostrando também, o bom nível de instrução apresentada pelos proprietários. Alguns ainda possuem outras fontes de renda, seja com outro tipo de negócio, tais como construção, artigos de materiais escolares, ou até mesmo exercendo a função de advogado e de político. Constata-se então que muitos derivam da classe média e possuem uma renda familiar satisfatória. O perfil traçado através de percentuais encontra-se a seguir: Tabela 04 – DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO II VARIÁVEL IDADE MASCULINO FEMININO TOTAL FREQÜÊNCIA 25 02 27 PERCENTUAL 92,5% 7,5% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) 7,5% MASCULINO FEMININO 92,5% Gráfico 04 – DISTRIBUIÇÃO POR GÊNERO II Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Nota-se uma grande diferença entre as porcentagens de freqüência dos proprietários das revendas de automóveis de João Pessoa entre homens e mulheres. É um mercado com predominância masculina, como se já havia observado na distribuição por gênero entre os funcionários. Porém, essa diferença acaba sendo maior quando comparada aos proprietários das revendas. E vale salientar que as duas pessoas citadas pertencentes ao sexo feminino referem-se a esposas dos proprietários. O que nenhuma financeira percebeu até hoje foi que explorar essa predominância masculina pode ser uma chave para firmar um relacionamento com as lojas. Investir em produtos e serviços que agradem a esse gênero é um diferencial competitivo neste mercado. A participação feminina nesse ramo ainda é insignificante mostrando que há pouco interesse desse gênero pelo setor. Investir em produtos ou serviços femininos como maneira de firmar parceria é extremamente desnecessária e que não trará nenhum resultado para a financeira. Tabela 05 – DISTRIBUIÇÃO POR IDADE II VARIÁVEL IDADE DE 20 A 30 ANOS DE 31 A 40 ANOS DE 41 A 50 ANOS MAIS DE 50 ANOS TOTAL FREQÜÊNCIA 04 13 05 05 27 PERCENTUAL 15% 48% 18,5% 18,5% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) DE 20 A 30 ANOS 19% 15% DE 31 A 40 ANOS DE 41 A 50 ANOS 19% 47% MAIS DE 50 ANOS Gráfico 05 – DISTRIBUIÇÃO POR IDADE II Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Sobre a variável idade, destaca-se que a maioria dos proprietários das revendas estão na faixa etária entre 31 a 40 anos (47%). Todavia, recebe um pouco de credibilidade o item: de 20 a 30 anos (15%), onde notamos que a presença de jovens neste mercado está começando a ser detectada. Os verdadeiros clientes das financeiras são os proprietários das revendas. Os dados mostram que a faixa etária entre eles predomina na faixa adulta. Nisso podemos destacar que o relacionamento e a linguagem a ser utilizada devem ser formais e sérios. Além de ser uma troca de interesses, o respeito deve ser mantido de ambas as partes. Linguagem coloquial não é adequada para o tratamento como os lojistas. Como veremos a seguir, além de os proprietários serem considerados adultos, eles também possuem um bom nível de instrução, ao contrário do que pudemos constatar nos dados relacionados aos funcionários. Tabela 06 – DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE II VARIÁVEL NÍVEL ESCOLAR FUNDAMENTAL MÉDIO INCOMPLETO MÉDIO COMPLETO SUPERIOR INCOMPLETO SUPERIOR COMPLETO PÓS-GRADUAÇÃO TOTAL FREQÜÊNCIA PERCENTUAL 05 00 10 03 18,5% 0% 37% 11% 09 33,5% 00 27 0% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) FUNDAMENTAL MÉDIO INCOMPLETO 0,0% 18,5% 33,5% 0,0% MÉDIO COMPLETO SUPERIOR INCOMPLETO 11,0% 37,0% SUPERIOR COMPLETO PÓS-GRADUAÇÃO Gráfico 06 – DISTRIBUIÇÃO POR NÍVEL DE ESCOLARIDADE II Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Esse resultado demonstra que a maioria dos proprietários das revendas (37%) possui escolaridade com nível médio completo. Destaque-se também o percentual referente ao nível superior completo com 33,5%. Pode-se dizer também que a grande maioria dos lojistas possui qualificação. Contudo, nota-se também que o baixo nível de escolaridade é encontrado nesse ramo de atividade, onde 18,5% dos proprietários têm apenas o nível de escolaridade fundamental. Maioria dos proprietários advém da classe média e possuem uma estrutura formada. O nível de instrução acaba facilitando o entendimento bem como o poder de decisão e solicitação. Cursos, confraternizações, viagens e empréstimos são os incentivos mais comentados e desejados pelos lojistas. Satisfazer de maneira profissional e pessoal ajuda a manter um relacionamento estreito e fiel com os lojistas que são exigentes em suas decisões, além de que possuem uma visão de mercado avançada, inovadora e ambiciosa. Tabela 07 – DISTRIBUIÇÃO POR TEMPO DE EMPRESA VARIÁVEL TEMPO EMPRESA MENOS DE 5 ANOS DE 5 A 10 ANOS DE 11 A 15 ANOS MAIS DE 15 ANOS TOTAL NA FREQÜÊNCIA PERCENTUAL 09 09 00 02 20 45% 45% 0% 10% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) 10,0% 0,0% 45,0% MENOS DE 5 ANOS DE 5 A 10 ANOS DE 11 A 15 ANOS 45,0% MAIS DE 15 ANOS Gráfico 07 – DISTRIBUIÇÃO POR TEMPO DE EMPRESA Fonte: Dados da Pesquisa (2008) A Tabela 07 e o Gráfico 07 acima mostram que, quanto ao tempo de empresa, verificou-se que a maior parte das revendas possui menos de 10 anos de atuação no mercado. Pode-se constatar que o tempo de atuação na empresa com menos de 5 anos foi devido ao fato de o mercado de automóveis ter crescido nos últimos anos se tornando um atrativo para o investimento de empresários na região. Por serem revendas que estão começando a explorar o mercado, elas precisam de incentivos financeiros e morais. Uma maneira de usar o Marketing de Relacionamento seria investir nessas revendas para que elas alcancem o sucesso e o lucro. Verbas de relacionamento a fim de aumentar o capital de giro, investimento em propagandas e em reformas na estrutura física da revenda são maneiras de cativar os lojistas. Satisfeitos com a dedicação e o comprometimento, a fidelidade seria de forma simples e natural, pois a satisfação do lojista resultaria em segurança para a financeira em saber que aquela revenda é sua parceira fiel. Tabela 08 – DISTRIBUIÇÃO POR GRUPO DE PROPRIETÁRIO VARIÁVEL TIPO DE EMPRESA FAMILIAR SOCIEDADE FIRMA INDIVIDUAL TOTAL FREQÜÊNCIA PERCENTUAL 07 06 07 20 35% 30% 35% 100% Fonte: Dados da Pesquisa (2008) 35,0% 35,0% FAMILIAR SOCIEDADE FIRMA INDIVIDUAL 30,0% Gráfico 08 - DISTRIBUIÇÃO POR GRUPO DE PROPRIETÁRIO Fonte: Dados da Pesquisa (2008) Esse resultado mostra que as revendas de automóveis de João Pessoa possuem de forma bem distribuída o perfil relacionada ao tipo de controle e gerenciamento a empresa. Em empresas familiares, os resultados obtidos devem agradar a todos os membros da família que compõem a administração. Elas buscam aumentar o capital familiar e expandir os negócios. No geral, possuem apenas um funcionário que não faz parte do grupo familiar. Para a financeira é fácil agradar a esse grupo de proprietários que buscam ser reconhecidos no mercado e serem motivos de referência. O bem estar da família é o mais importante. Revendas administradas por sócio-proprietários também se destacam no mercado de João Pessoa. Agradá-los se torna um desafio para as financeiras que querem manter um relacionamento de parceria. Divergência de interesses é o maior dos problemas, onde na maioria das vezes os desejos e satisfações são encarados de maneiras diferentes por eles. Com isso, as financeiras devem buscar maneiras satisfazer ambas as partes, pois no fim, a decisão de aceitar a parceria vai depender de como os desejos desses proprietários estão sendo atendidos. O terceiro grupo de proprietários observados na pesquisa é o mais simples de se trabalhar, porém, as financeiras não estão fazendo um bom trabalho com isso. Quando uma única pessoa administra uma revenda, ela é a responsável por todas as decisões e também a única que deve ter os seus desejos e satisfações atendidas. Neste grupo, tudo é válido, desde brindes e incentivos financeiros até confraternizações e viagens. Estar presente de forma inter-pessoal acaba sendo a melhor maneira de obter a fidelidade e se tornar parceiro dessa revenda, pois, esse grupo de proprietários necessita de atenção. Então, conhecer de perto o dia-a-dia do lojista como empresário e como pessoa é uma ferramenta que deve ser usada pelo Marketing de Relacionamento visando a parceria com essas revendas. 4.3 Verificando a Utilização do Marketing de Relacionamento em Revendas de Automóveis em João Pessoa A partir deste tópico analisam-se os dados obtidos na pesquisa de campo em relação aos estilos de aplicados e praticados pelas financeiras para criar e fidelizar um relacionamento com as revendas de automóveis em João Pessoa. No que concerne à análise dos dados foram considerados todos os questionários recebidos, inclusive os sem respostas, ou com preenchimento parcial. Dos 20 (vinte) questionários entregues todos foram devidamente respondidos, sendo solicitado aos entrevistados que dessem suas opiniões verdadeiras sobre o gerenciamento da loja e maneira pela qual o relacionamento entre elas e as financeiras estão proporcionando um bom resultado se baseando nas práticas de Marketing de Relacionamento. No mercado de automóveis existem muitas financeiras, de diversos bancos, que tentam manter uma parceria com os lojistas buscando satisfazer suas vontades para que os resultados sejam comemorados. Financeiras de grupos tais como FINASA, ABN, HSBC, ITAÚ, BV (BANCO VOTORANTIM) E PANAMERICANO são as que têm se destacado no mercado e conseguido atender grande parte das expectativas dos lojistas. Dentre elas, a que melhor souber usar o relacionamento a seu favor, conseguir manter acordo de parceria com diversas lojas. E é exatamente isso que vem ocorrendo. As lojas vêm criando um elo com a financeira que mais lhe satisfaça. Em troca, a revenda vende créditos de financiamentos com resultados para a financeira. As financeiras buscam de várias maneiras de firmar parceria com as revendas oferecendo serviços diferenciados onde se tornam atrativos para os lojistas. Na pesquisa pode-se constatar que os proprietários necessitam de um contato direto com as financeiras, seja através dos funcionários que os atendem, denominados Operadores, ou até mesmo com o gerente. O operador acaba sendo o maior elo entre lojista e financeira quando o trabalho desempenhado por ele é feito de maneira correta. Todos concordam que um bom operador deve estar constantemente presente, ter capacidade para resolver problemas e encontrar soluções, bem como se empenhar para facilitar os negócios firmados entre as lojas e seus clientes. Outro ponto destacado pelos proprietários é de que os operadores devem manter o comprometimento para defender os interesses dos lojistas e nunca perder o estímulo pelo seu trabalho. A proximidade com os gerentes também é vista como um fator de extrema importância para a concretização de negócios entre lojistas e financeiras. Os proprietários concordam que essa ligação facilita os negócios pelo fato de que, o gerente, pessoa de autonomia dentro da financeira, conhecendo a política e a forma de trabalhar da revenda, adquirindo confiança e satisfazendo os desejos da loja. Isso se torna então um fator determinante para fidelizar e manter um relacionamento estreito entre revenda e financeira. Na análise da pesquisa podemos observar que há uma unanimidade com relação a maneira pela qual as financeiras tentam fidelizar as revendas. Muitas oferecem bonificações em espécie, outras em brindes tais como camisetas, bonés, canetas, etc. Porém bonificações em espécie são mais atrativos para os proprietários que preferem utilizá-las para pagamento de despesas ou até mesmo em reforma da loja. Os brindes agradam, mas satisfazem os funcionários que ficam lisonjeados em receber uma atenção por parte das financeiras. Hoje, uma maneira muito usada pelas financeiras para gerar lucro a revenda e colocar seu nome no mercado é o Feirão de Automóveis. Patrocinado por alguma financeira, os feirões são uma maneira que a revenda tem de ampliar suas vendas. Por outro lado, a financeira encontra uma oportunidade de conquistar o lojista e de se tornar parceira dele. Contudo, a pesquisa mostra uma divisão quase que igual na preferência das revendas com relação à feirões. Metade delas, apesar de acharem cansativo e dispendioso, acreditam que é uma oportunidade de negócios comprovada. Que o investimento feito retorna em forma de venda de veículos e de venda de créditos. A outra parte concorda que ao invés de se investir em feirões, as financeiras usarem outra maneira para fidelizar as revendas, tais como disponibilizando taxas de juros diferenciadas facilitando a concretização de vendas; oferecendo capital de giro a baixos juros; investindo em propaganda e incentivando o cliente procurar pelas revendas parceiras; e até mesmo investindo em melhorias físicas da loja. O relacionamento direto com o lojista e o investimento na própria revenda é visto por uma parte dos proprietários como a melhor forma de parceria. De acordo com os dados apresentados, os depoimentos dos colaboradores desse estudo, afirmaram que as expectativas deles estão em como as financeiras irão agir para que os negócios aumentem e o lucro seja satisfatório através do relacionamento, visto como o fator principal para esse resultado. As financeiras estão tentando, mas ainda não encontraram a forma como fazer de maneira correta. Dentre as 20 lojas entrevistadas, apenas 6 mantêm acordos com financeiras, acordos estes baseados em bonificações em espécie para cada venda de crédito intermediada pelas revendas. Os proprietários concordam que é uma maneira de satisfazer, mas não é a única. Se não houver relacionamento firmado, a financeira pode ser trocada por outra que além de valores em espécie, também ofereçam conforto e segurança para satisfazer as necessidades dos lojistas. É certamente improvável que os profissionais de marketing já tenham competido anteriormente em mercados como o de hoje, este é mais agressivo e composto de muitos concorrentes, cada um deles oferecendo produtos ou serviços relativamente equivalentes. Sabe-se que oportunidades não faltam, e profissionais de marketing alertas conseguem percebê-los. Existe uma oportunidade de marketing quando o profissional de marketing identifica um grupo de tamanho significativo, cujas necessidades não estão sendo atendidas. As atividades visando ao bom relacionamento entre uma empresa e seus consumidores exigem um programa de longo prazo. Não se pode pretender estabelecer uma política de relacionamento utilizando-se a técnica do canguru, - aos saltos. A imagem da empresa não se constrói com espaços vazios entre a empresa e o consumidor. A crença de que inspirar e passar confiança durante todo o processo de negociação é conduta irrevogável antes mesmo de ser estratégica, é determinante para o desfecho da venda, além de tornar duradouro o relacionamento. Cabe então, a cada profissional de Marketing de Relacionamento das financeiras, perceberem as necessidades expostas pelas revendas e seus proprietários. Aquela que perceber de forma precisa como barganhar essa fatia crescente do mercado sairá na frente e terá oportunidades de negócios contínuas e constantes. 5. CONCLUSÃO O trabalho apresentado teve como objetivo verificar que o mercado de financiamento de veículos é promissor, competitivo e está em crescimento. Porém, resta-se saber se há por parte dos bancos financiadores um trabalho voltado para o Marketing de Relacionamento com a finalidade de fidelizar e satisfazer as necessidades de seus clientes-lojistas que são os seus parceiros. Segundo Evans e Laskin (apud BRETZKE, 2000), o Marketing de Relacionamento é “um processo onde a firma constrói alianças de longo prazo tanto com clientes atuais e em perspectiva de forma que comprador e vendedor trabalham em direção de um conjunto comum de objetivos específicos”. Feita a pesquisa, constatou-se que detectar as necessidades e desejos dos proprietários das revendas é o maior desafio para a financeira que almeja manter uma parceria com a revenda. Pouco se tem feito para atender suas necessidades, tanto que apenas 30% das revendas entrevistadas mantêm acordo com financeiras, porém esses acordos não são baseados em relacionamento e sim em bonificação em espécie, onde acaba sendo algo mecânico e a revenda pode optar por outra financeira a qualquer momento. Manter um relacionamento direto com as revendas, satisfazer seus desejos e necessidades, estar presente no seu universo profissional e familiar fazendo com que não seja apenas uma troca de interesses, mas um relacionamento afetivo é uma maneira ímpar de a financeira explorar o Marketing de Relacionamento fidelizando seus parceiros e obtendo resultados no mercado. Diante do pesquisado, as financeiras vêem falhando na maneira de se relacionar com seus lojistas. Taxas, prazos e sistemas e programas avançados de negociação são produtos que as financeiras obtêm e que não deixam a desejar. Porém, falham por não enxergar as necessidades das revendas e acharem que o relacionamento está uma simples comissão financeira ao efetivar uma transação. Existem oportunidades para as financeiras fortalecerem sua imagem no mercado, pois por meio dos resultados apresentados, podem corrigir falhas que estejam prejudicando as operações dos negócios, proporcionando assim uma maior transparência nas negociações com as revendas de automóveis. Sendo que mediante as rápidas mudanças, crescente transformações, avanços na tecnologia e competitividade, é necessário que ao mesmo tempo a financeira busque reter todos as suas revendas parceiras e procure conquistar novas. A crença de que inspirar e passar confiança durante todo o processo de negociação é conduta irrevogável antes mesmo de ser estratégica, é determinante para o desfecho da venda, além de tornar duradouro o relacionamento. Fazendo uso de recursos pessoais, tais como empatia, paciência, audição atenciosa, persuasão e determinação, os financeiras trabalham como assistente de seus clientes-lojistas, ajudando-os a encontrar soluções para problemas e atender necessidades. Dessa forma, para estar atento aos novos valores do mercado, o profissional de marketing precisa desenvolver um novo perfil. No novo cenário, aprender a vender passa a ser uma exigência não só para alcançar melhores resultados, uma vez que a cada dia o mercado torna mais competitivo, a habilidade para vender passa a ser encarada como uma alternativa capaz de promover maior pessoalidade nas relações com os clientes. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Stefânia Ordovás; PEREIRA, Rita de Cássia Faria; LARÁN, Juliano Aita. Satisfação, confiança e comprometimento em trocas relacionais. In: SLONGO, Luiz Antonio. Marketing de relacionamento: estudos, cases e proposições de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2004. BRETZKE, Miriam. 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Quando o relacionamento consumidorfuncionário sobrepõe o relacionamento consumidor-empresa. In: SLONGO, Luiz Antonio. Marketing de relacionamento: estudos, cases e proposições de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2004. DRUCKER, Peter F. Administrando para obter resultados. São Paulo: Thomson Pioneira, 1998. ESPINOZA, Francine da Silveira; LARÁN, Juliano Aita. Investigando as relações entre satisfação, retenção e lealdade do consumidor. In: SLONGO, Luiz Antonio. Marketing de relacionamento: estudos, cases e proposições de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2004. FERREIRA, Sérgio; SGANZERLLA, Silvana. Conquistando o consumidor: O marketing de relacionamento como vantagem competitiva das empresas. São Paulo: Gente, 2000. FURLONG, Carla B. Marketing para reter clientes: crescimento organizacional através da retenção de clientes. Rio de Janeiro: Campus, 1994. KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. 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Acesso em 15 fev. 2008. Disponível em: APÊNDICE A QUESTIONÁRIO DE PESQUISA Relacionamento Através desse questionário estaremos coletando dados para a elaboração de uma monografia, trabalho final do curso de Administração de Empresas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Solicitamos que marque a alternativa que melhor expresse sua opinião sobre cada afirmação, podendo ser marcada mais de uma se necessário. A sinceridade de sua opinião refletirá na correta análise sobre a percepção do relacionamento entre revendas de automóveis e financeiros no mercado de João Pessoa. Informamos que as informações obtidas serão estritamente confidenciais, tendo acesso a elas apenas os pesquisadores envolvidos. Nome da loja: _______________________________________ 1.Há quanto tempo a loja está em funcionamento? O – Menos de 5 anos O - De 5 a 10 anos O - De 11 a 15 anos O – Mais de 15 anos 2.Quantos funcionários há na loja? ________ 3.Quantos funcionários homens? _________ 4.Quantas funcionárias mulheres? _________ 5.Qual a faixa etária dos proprietários da loja? O - De 20 a 30 anos O - De 31 a 40 anos O – De 41 a 50 anos O - Acima de 50 anos 6.Qual a faixa etária dos funcionários da loja? O - Menos de 20 anos O - De 20 a 30 anos O - De 31 a 40 anos O - Acima de 40 anos 7.Qual o nível de escolaridade dos proprietários da loja? O - Ensino fundamental O - Ensino médio incompleto O - Ensino médio completo O - Curso superior incompleto O - Curso superior completo O - Pós-graduação 8.Qual o nível de escolaridade dos funcionários da loja? O - Ensino fundamental O - Ensino médio incompleto O - Ensino médio completo O - Curso superior incompleto O - Curso superior completo O - Pós-graduação 9.Quais os bancos e financeiras que a loja é cadastrada? O - FINASA O - ABN O - HSBC O - BV FINANCEIRA O - PAULISTA O - PANAMERICANO O - ITAU O - OUTROS. QUAIS?______________________________________________ 10.Possui acordo com algum desses bancos?Quais?____________ 11.Em média quantos veículos há no estoque da loja? O – De 10 a 15 O - De 16 a 20 O - De 21 a 25 O – Mais de 25 12.Qual a quantidade média de financiamentos por mês? O – Menos de 5 O - De 5 a 10 O - De 11 a 15 O – Mais de 15 13.Gosta de participar de Feirões?Por qual motivo? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 14.Prefere Feirões em lugares diferenciados ou na própria loja? Em que podem ser diferentes? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 15.Feirão é uma maneira de aproximar loja e Banco ou prefere que o banco invista em outras atividades? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 16.Qual o tipo de bonificação que mais agrada a loja? Prefere em espécie ou em brindes? Justifique o motivo. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 17.Com que freqüência os funcionários dos bancos comparecem a loja? Prefere um funcionário que esteja sempre presente? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 18.Os funcionários dos bancos atendem as expectativas ou deixam a desejar? Quais são as atitudes que desagradam?Como eles deveriam agir para satisfazer os lojistas? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 19.Conhece os gerentes dos bancos?A proximidade com os gerentes é essencial para o bom relacionamento? ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 20.O que está faltando na loja que os bancos ainda não estão fazendo para que o relacionamento seja melhor? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________