A ÁFRICA1·: O fluxo e o Refluxo do Aprendizado, a interação de saberes na diáspora. “O que o tempo não nos contemporizou aprender com os nossos antecipados migrados à sorte, mas que hoje vivemos aprendendo cá fora”. Prof. Doutor Mamadu Lamarana Bari Apesar de sugestivo o tema a sua complexidade recomenda um estudo mais aprofundado por se tratar de um assunto que ainda há para ser divulgado por ter a insegurança da vivência passada sido encarregada de apagar erradamente todo o registro dessa convivência com o receio do ranço que essa mistura da dor, da esperança e da luta pela sobrevivência possa permanecer como vestígios pesados na consciência de elites herdeiras desse passado e, tenebrosamente, marcadas nas memórias dos herdeiros daqueles que com suas mãos calejadas dos trabalhos braçais ajudaram a 1 Artigo adaptado da Conferência proferida na Universidade Federal de Mato Grosso por ocasião do 46º aniversário da criação da Organização da Unidade Africana – OUA, hoje denominada União Africana, pelo Professor Dr. Mamadu Lamarana Bari. erguer este país rico em culturas afro-ameríndios e européia. Portanto, como pesquisadores, temos sobre os nossos ombros grandes responsabilidades de buscar o elo histórico que liga a África e o Brasil, não só pelos legados culturais que os nossos ancestrais africanos deixaram nas Américas, mas também pela forma como se processou o fluxo dos ensinamentos do passado e de sua retransmissão nos dias atuais pelos afro-descendentes. Os primórdios dos séculos passados trouxeram recordações tristes para ambos os povos que formam a nação brasileira. Primeiro, os africanos por terem sidos arrancados a força de seus lares, levados para longe de seus entes queridos e deixados a sorte em terras distantes; segundo, os índios apesar de se encontrarem em seus habitat foram também perseguidos e abandonados a sorte quando as ações dos bandeirantes foram superadas pelas resistências de todas as ordens apresentadas por este povo nas florestas – resistência passiva. Terceiro e o último Os europeus apesar de terem sido deixados também a sorte para amargarem para sempre os seus desterros em terras desconhecidas conseguiram se tornar senhores e donos das atividades de negócios no Brasil colonial. Como pode ser constatada a história no Brasil retrata-nos as diferentes formas do sofrimento dos povos que formam a base desta nação. Cada um a sua maneira teve sofrimento. Os africanos tiveram o sofrimento de escravização, os índios, sofreram por terem sido invadidos e isolados em seus próprios habitat e os europeus também sofreram o degredo imposto pela coroa portuguesa. Portanto, todos eles revoltados em suas essências poderiam fazer do Brasil um país de convivência mais difícil do planeta por congregar povos marcados pelo sofrimento no passado, todavia Deus quis que este país tropical se tornasse o mais dócil do mundo com o povo mais generoso e dócil do planeta. Jorge Benjor músico e compositor brasileiro tem 2 razão e eu endosso as letras musicais dele que fala do Brasil ser “um pais tropical abençoado por Deus e bonito por natureza....” Apesar de revoltas que imperavam entre índios e africanos ainda que guardadas as dimensões e proporcionalidades, a sorte reservara para o Brasil os legados que fizeram deste país o mais rico na face da terra sob o ponto de vista da arte e da cultura. Por isso quero pedir a atenção de todos que aqui em volta deste grande “Bantabá”2 estão reunidos para afirmar que o Brasil é a vanguarda da cultura universal por congregar em sua nação descendências culturais provindas de povos de sabedorias milenares consolidadas no mediterrâneo a partir de culturas helênicas, africanas e asiáticas. Com base nestas constatações urge dizer que a história da formação do Brasil precisa também ser lida de trás para frente. É nesta base, por se tratar de comemoração do dia da África e por se tratar de contar a história de forma não convencional que pretendo falar dos legados culturais entre a África e o Brasil, visivelmente marcados na dança, na musicalidade, na culinária e no modo de ser e de sentir a brasilidade. Mas antes é preciso falar da dimensão do continente africano na sua presença física e cultural e o que representou e ainda representa para a humanidade. O continente africano tem cerca de 780 milhões de habitantes, dos quais 500 milhões vivem na África subsaariana. Essa população tem um crescimento populacional da ordem dos 2,5% ao ano. A África Subsaariana (ASS) atualmente é formada de cerca de 47 países, dentro estes, cerca de 35 têm menos de 10 milhões de habitantes e cerca de 15 países são enclaves. Esta região da África representa, cerca de, 10% da 2 Significa Terreiro no idioma Mandinga, os Malés que nas terras brasileiras portaram no passado tenebroso. 3 população mundial. Entretanto, apesar de ser uma potencialidade em termos de recursos humanos e materiais, apenas contribui mundialmente com 1%. A África é de uma riqueza de miscigenação de raças e de culturas tão grande que faz dela uma convergência de tradições e de saberes sem igual no mundo, portanto, ela é um grande celeiro de cultura. Não é por acaso que a Europa e a América abrigam, na atualidade, os grandes talentos culturais da áfrica na diáspora, sejam eles músicos, poetas, escritores etc. A composição étnica na África é patente na diversidade de formas de cultura, música, arquitetura, religião, culinária e indumentárias usadas pelos diferentes povos do continente. A imensa maioria da sua população pertence à raça negra, mas são reconhecidos nesta região mais de 1.500 línguas e dialetos. Eis o mosaico lingüístico que opõe ainda hoje a formação da nação africana no sentido estrito do termo. Todavia essa limitação lingüística e cultural fez dos africanos uma aproximação por necessidade da interação entre os povos e não um afastamento pela dificuldade de fala. Dois grandes marcos culturais foram responsáveis por essa aproximação – a musicalidade e a dança. A musicalidade africana toca a alma e a dança faz renascer a esperança de que o corpo obedece ao ritmo e, portanto o eu sente a existência, o singular caminha para a pluralidade. Eis a razão porque o cantor congolês Ray Lema define a dança na África como um compasso social. “É na toada que me embalo na multidão e é na cadência do ritmo dos passos que me identifico como um ser social em comunhão com os meus pares da comunidade”. Esse renascer do dia a dia, do nascer ao repouso do sol, faz do africano um ser pensador, não apenas em reverência aos Orixás, mas também um tenaz lutador contra predestinação quotidiana, ou seja, o que faço para que o dia não venha me culpar do descaso ao anoitecer. Então, o renascer do homem 4 africano é um marco libertador das velhas idéias em favor de novas, sem, contudo, esquecer que o novo nasce do velho. Portanto, é nessa base que devemos entender o Renascimento na África. O renascimento africano, podemos assim dizer deu o seu marco a partir dos ideais Panafricanista de N´Krumah e de Jomo Kenyatta, para estes e, sobretudo na visão de N´Krumah o PANAFRICANISMO é um movimento cultural que visa à igualdade de direitos e a melhoria das condições morais e intelectuais das populações submetidas ao colonialismo. Como diz o Presidente do Senegal Abdulaye Wade, que se intitula discípulo de N’Krumah, apesar do Pan-africanismo se caracterizar como união de todas as nações africanas, o principal obstáculo que o levou a não se concretizar foi a diversidade étnica nesse continente, em outras palavras, este movimento esbarrou na existência de várias "Áfricas", resultantes de sua própria história e de séculos de dominação. Sobre esse problema o ex-Presidente Nkrumah já justificava o fracasso, "Alguns de nós são muçulmanos, outros cristãos; muitos adoram deuses tradicionais, que variam de tribo para tribo. Uns falam francês, outros inglês, outros português, além dos milhões que apenas conhecem uma língua africana das centenas que existem. Diferenciamos culturalmente, o que afetam a nossa maneira de ver as coisas e condiciona o nosso desenvolvimento político." E também na mesma seqüência do tempo, o renascimento africano se fez presente a partir das mais vivas expressões do existencialismo africano nas vozes e mãos de Léon Damas, Aimé Cesaire e Leopoldo Sedar Senghor a partir do estudo e tema – A Negritude. Segundo Senghor a negritude é um conjunto de valores-econômicos e políticos, intelectuais, morais artísticos e sociais. Ela não diz respeito apenas aos povos da áfrica negra, mas também 5 aos da diáspora. Ela é e pode ser definido também como “maneira de se exprimir do negro, características negras, o mundo negro, a civilização negra, etc”. Prezados senhores a partir dessas referências conceituais da existência do homem negro e da sua relação com o mundo é que devemos entender que o renascimento africano não aconteceu da mesma forma que o do europeu, mas guardam entre si alguns princípios tais como o respeito pela dignidade do ser humano e o ideal humanista. Por isso, guardadas as dividas proporções deve-se ter cuidados de associar os ideais renascentistas europeus com o modo de ser africano, sobretudo no que respeita os valores característicos do homem negro africano. O homem negro é essencialmente religioso e cultural, ritual e celebrante, porque para ele existe um ente supremo, o "sagrado", que é o verdadeiro real; O homem negro é simbólico, porque o seu mundo é o mundo das imagens e do concreto; todas as realidades materiais, visíveis e imediatas são anunciadoras e portadoras de outras realidades; O homem negro é o homem de coração, porque, para além do corpo, da força vital, da habilidade, do entendimento e de todas as outras qualidades humanas, é ainda pelo coração que o homem se define que o homem vale e é julgado; para usar a categoria de um provérbio africano: "o coração do homem é o seu rei". Nesta base, para Senghor, o existencialismo africano está ligado ao movimento cultural de resgate/construção da identidade negra, buscando desvelar a alma negra cuja característica essencial é a emoção, conforme sublinha, "A emoção é negra, assim como a razão é helênica“ 6 A emoção, como Senghor a define, é o que possibilita o elevar-se a um estágio superior de consciência. A emotividade é o elemento essencial e constitutivo do negro. a razão negra se distingue da razão branca por que ela percorre as artérias das coisas para se 'alojar no coração vivo do real'. Por isso afirma que a razão européia é analítica por utilização e a razão negra, intuitiva por participação' A partir dela Senghor constrói uma metafísica entre o eu e o outro. Trata a religião e demais elementos da cultura negra e particularmente o estilo negro-africano como fatos ligados a imagem e o ritmo. Com relação o pensar e o existir de Descartes que simboliza o homem em comunhão com a sua idéia (razão), Senghor pensando no campo sensorial do homem negro-africano afirma que o negro não vê o objeto, mas o sente, ele precisamente quer fazer entender que a partir do outro ele se identifica, ele se conhece. “Eu sinto o Outro, eu danço o Outro, então eu sou.” É unânime nos pensadores africanos o sentimento de que a dança é expressão do homem com relação ao seu existir no ambiente que o cerca, portanto ela é um ato da cultura. Dançar é recriar, e ela nasce do compasso social. É por isso que ela é o melhor modo de conhecimento." Quanto à razão negra e à branca, Senghor destaca que o negro é um homem da natureza, vivendo tradicionalmente da terra e pela terra, no cosmos e pelo cosmos. O Prof. Ocuni Cá ( 2008) na sua abordagem sobre a prática cultural e o processo de ensino-aprendizagem (educação pré-colonial 1471) fala do desse existir negro a partir da sua memória muscular, ou seja, a dança. Através desta memória que os dançarinos trasmutam séculos, anos luz que separam a situação vigente da respectiva origem. Segundo Ocuni Cá, esta 7 memória exercida nas festas provocam a mobilização geral do grupo que segue as regras prescritas. “ Os ritos e as regras que regem uma esta que nem sempe é sagrado, mas há aqueles que são sagrados, estes não permitem a realização inescrupolosa dos ritos, pois neles os homens atingem o mundo ser”. (Ocuni Cá, 2008) Portanto, a ponte cultural e étnica entre a África e as Américas, mais precisamente o Brasil, já há muito que estava construída, mas precisava ser posta ao serviço do intercâmbio cultural, religioso, e lingüístico. Este marco, no meu entendimento está sendo evidenciado no governo do Presidente Lula. E ele foi registrado no dia 25 de maio, o dia da África, com o lançamento do selo comemorativo da Capoeira do Brasil, uma das vivas expressões culturais que mostra o Brasil e a África se interagindo constantemente, na dança e no gingado, ou seja, o jeito de ser brasileiro contaminado por esta expressão cultural originariamente africana. Na abertura dos preparativos do Festival Mundial de Artes Negras 2009 (FESMAN) em Salvador, a maior cidade africana na diáspora, cuja égide terá lugar em Dakar-Senegal, a cidade cultural da África Ocidental de 1 a 14 de dezembro de 2009, foram apresentadas manifestações culturais que sem sombra de dúvida deixaram bem visíveis esses encontros e reencontros marcados no canto, na dança reverenciando os ancestrais e pedindo caminho (passagem) para a luta e sobrevivência do dia a dia. Estes são os legados que o Presidente Luiz Inácio da Silva fez questão de salientar no seu discurso de saudação a esse reencontro em Salvador anunciando o refluxo do aprendizado do Brasil para as terras africanas. Em certa altura o Presidente Lula salientou que o jeito do ser Brasileiro (alegre, expansivo, lutador, e esperançoso na vitória mesmo em momentos da dor e do sofrimento) deve-se a herança recebida dos ancestrais africanos que um dia 8 partiram da porta de “nunca mais”3, rumo ao desconhecido. Mas mesmo assim levando com eles a esperança de que um dia haverá o retorno. Portanto, estas manifestações culturais de África passada nas Américas é o fluxo dos ensinamentos levados as terras brasileiras e, o retorno desses ensinamentos através das manifestações culturais genuinamente afrobrasileiras que presenciamos nos meios de comunicações televisionadas e transmitidas através de rádio é o refluxo de aprendizados que se vivencia nas terras brasileiras que hoje a África orgulha-se de se sentir também presente na América e no Brasil. Do Oiapoque ao Chuí onde quer que se encontre nas terras brasileiras sentir-se-á a presença africana nos repiques do tambor, no jeito de dançar e nas entoações dos cantos. Ainda que o ritmo seja distante, mas a melodia levará ao auscultador atento a identificação dos laços que deram origem a este grande país das Américas. Foram nas noites tenebrosas que os africanos, como o poeta, escritor e ensaísta angolano, Mário Pinto de Andrade, frisa no seu livro de Antologia Temática dos Poetas da Língua Portuguesa “A Noite Grávida de Punhais”, partiram de suas terras levados a força para o desconhecido. Mesmo com todas as dores na alma entoaram cânticos de esperança e de coragem para resistirem todas as temeridades que hoje faz a África se sentir presente nas Américas. Cânticos esses, entoados nas plantações de algodão na América do Norte que hoje faz parte dos repertórios das músicas clássicas dos Estados Unidos - o Jazz e o Blues. De igual forma esses cânticos foram entoados nas plantações de canas de açúcar no nordeste brasileiro, nas minerações do centro sul e no oeste do país, nas plantações de cafés de Minas Gerais e do vale de Paraíba em São Paulo e, também, nas boiadas 3 A porta de nunca mais refere-se à porta da fortaleza da Ilha do Gore no Senegal que servia de embarque dos escravos africanos. 9 das regiões do semi árido baiano, do serrado e do pantanal mato-grossense. Enfim, não se pode sentir o Brasil sem a presença africana. O Brasil é o país que tem quase 47% da sua população de origem afrodescendentes que cultivam as suas manifestações culturais e afro-religiosas na forma que receberam e aprenderam de seus ancestrais africanos. Esses legados estão marcadamente representados na musicalidade, na culinária e no jeito de ser. Por isso posso reafirmar que entre o Brasil e a África não se trata de refazer as relações culturais, mas de consolidar o que já foi construído entre os povos destas duas nações para o fortalecimento das nossas raízes em comum e o resgate da nossa história. O convergir de aprendizados está no contato entre o Brasil e a África marcado pelas migrações culturais, econômicas e financeiras. Quantos africanos hoje vivem, ainda que temporariamente, no Brasil como estudantes e pesquisadores universitários. Quantos brasileiros vivem na áfrica colaborando na área da educação (ensino e pesquisa), em missões diplomáticas e empresariais ou em viagens de turismo em busca seus passados históricos. Quantos Centros de Estudos Africanos foram fundados no Brasil em diversos Estados da Federação, nomeadamente, na Bahia, no Rio de janeiro, em São Paulo etc. que tratam de reencontro de legados entre os dois povos. Ainda hoje na Nigéria e no Benin celebram-se em certos dias do ano as manifestações culturais afro-brasileiras levados pelos antigos escravos libertos e que tomaram destinos para a áfrica em busca de suas raízes e de seus parentes. A comemoração do dia da África é mais que justo por representar a data da consciência política sobre os destinos que impuseram este continente no passado e a luta para a reversão deste passado em prol da liberdade e da prosperidade do seu povo. 10 Após a independência das colônias africanas nos finais dos anos 50 e início dos anos 60, até a data presente os termos de tratamento político e institucional entre os países africanos e suas ex-metrópoles coloniais mudaram, mas os africanos continuavam e ainda continuam vendo suas riquezas naturais e humanas sendo espoliadas pela forma mais sutil e moderna da economia dominada pelos países mais desenvolvidos, ou seja, o Comércio Internacional. No dia 25 de maio de 1963, 32 chefes de Estado africanos em reunião na capital da Etiópia criaram a OUA (Organização da Unidade Africana), hoje transformada em União Africana. Os objetivos principais dessa reunião era fundar uma organização que congregasse as nações africanas para envidarem esforços pela descolonização completa do continente e também lutarem contra a mais nova forma de colonização que os países emancipados poderiam ser submetidos. Apesar de suas independências políticas estavam ainda muito distantes para a concretização da independência econômica, por isso exortava-se lutar pela descolonização completa do continente. Passados 46 anos da emancipação política, a África ainda luta para superar os obstáculos políticos e econômicos que a herança do passado a impôs. O problema que a África hoje enfrenta vem de desencontro de culturas do passado sabidamente explorado pelo colonialismo – a divisão do seu povo para melhor governar seus destinos e suas nações. Finalizando, resta-me apenas perante os fatos mencionados dizer que, assim como ontem jovens idealistas se transformaram em revolucionários para mudar o curso de história que até então era vista como impossível aos olhos dos colonizadores. Desta forma apela-se para a geração dos mais jovens 11 que representa a África onde quer que esteja que se transforme em desbravador de limites fazendo do impossível tornar-se possível, transformando-se em mensageiro de paz a fim de colher o que é do bom nas terras distantes e trazer consigo a fim de se tornar timoneiro que levará o barco do desenvolvimento deste continente para o porto seguro. Aos jovens conterrâneos, pioneiros de ontem e desbravadores do saber de hoje só resta à certeza de que a África é um assunto de todos nós, brasileiros e africanos, por isso temos que ter a coragem de pôr o dedo na ferida para podermos ter a noção de que alguma coisa precisa ser feita. Não é necessário recorrermos à força das armas para exigir mudanças. Não é necessário recorrermos ao passado para atribuir culpa a quem quer que seja. É necessário, sim, arregaçarmos as mangas para a reconstrução da África, física, ideológica e economicamente. Cada um ao seu modo, os ferreiros com seus alforjes, os camponeses com suas enxadas e arados, os carpinteiros com suas serras e plainas, os pedreiros com seus prumos e compassos e os intelectuais com as suas idéias. A África conta com cada um dos seus profissionais e quadros na sua edificação como potência cultural, social e econômica. BIBLIOGRAFIA BARI, M. Lamarana. A Política de Sustentabilidade e o Crescimento Econômico: caso dos países do sahel, uma análise crítica. IV Congresso. APDEA – FARO/AL –Pt, 2004. BARI, M. Lamarana. SISTEMAS ECONÔMICOS versus SISTEMAS POLÍTICOS: convergências ou divergências, uma discussão no contexto da África Contemporânea. Estados UNIDOS, 2005. BARROS, Marcelo. O Brasil reencontrado com sua negritude em Adital, 2008. CÁ, Lourenço Ocuni. 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