MINISIMPÓSIO SISBIOTA-PELD Perfis de contaminação por organoclorados e isótopos estáveis como indicadores da ecologia trófica e o uso do hábitat de pequenos cetáceos da Bahia de Guanabara (RJ) e do estuário da Lagoa dos Patos (RS) Silvina Botta, José Lailson-Brito, Pedro Fruet, Rodrigo Genoves, Cláudio E. Azevedo e Silva, Tatiana L. Bisi, Alexandre de F. Azevedo e Eduardo Secchi Espécies residentes…. Boto-cinza (Sotalia guianensis) Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) Mercurypolicy.scripts.mit.edu Grande longevidade Alta posição trófica Grandes reservas de gordura Bons indicadores de bioacumulação de organoclorados nos ecossistemas aquáticos Estudar e comparar a ecologia trófica e o uso do habitat destes cetáceos por meio da caracterização dos perfis de acumulação por compostos organoclorados (PCB, DDT, HCH, HCB e Mirex) e da análise de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio. Organoclorados: entender os padrões de contaminação ambiental local, mas também a ecologia trófica dos organismos. Isótopos estáveis de carbono e nitrogênio: rastrear o fluxo de energia a partir da fonte fixadora (C) e identificar o nível trófico (N) Golfinho-nariz-de-garrafa (ELP) pele e gordura biopsias no ELP e áreas costeiras adjacentes n=25 Boto-cinza (BG) músculo e gordura encalhados ou incidentalmente capturados n=20 isótopos estáveis (IE – pele/músculo) 13C & 15N Marcos César de Oliveira Santos organoclorados (OC - gordura) (Ng g-1 lip) Perfis de organoclorados ΣPCB > ΣDDT > Mirex > ΣHCH = HCB PCBs: predominaram nas duas regiões os congêneres 153>138>180 (resistência diferencial dos congêneres ao metabolismo dos cetáceos) Concentrações nos botos-cinza foram significativamente maiores do que nos golfinhos-nariz-degarrafa (p<0,05) BG grande pressão antropogenica BG: devido à possível influência das altas taxas de material particulado em suspensão, especialmente da matéria orgânica, que diminui a disponibilidade de compostos mais clorados em relação ao menos clorados, as contribuições relativas dos compostos de até três cloros foi significativamente mais alta (p<0,05) do que no golfinho-nariz-de-garrafa do ELP. Os perfis de contaminação dos DDTs foram similares entre as regiões. Assim, a razão p,p’-DDE/ΣDDT foi similar entre as diferentes áreas (aprox. 80%), corroborando que o aporte de DDT na costa Sul e Sudeste do Brasil pode ser considerado antigo. Os compostos leves como os HCHs e HCB foram significativamente mais altos nos botos-cinza do que nos golfinhos-nariz-de-garrafa (p<0,05). Tal fato pode ser explicado da mesma forma que o maior percentual de PCBs leves encontrados nas amostras da BG, onde a disponibilidade pode ser influenciada pelas características do corpo d’água. 13 C botos-cinza -13,8 (±0,7‰ ) (teste t, p<0,05) golfinhos-nariz-de-garrafa -14,4 (±0,6‰) Esperar-se-ia valores mais enriquecidos no ELP à presença de marismas, cujas plantas C4 aportam carbono altamente enriquecido em 13C para o sistema. Diferentes tecidos analisados 15N Botos-cinza 14,2±0,9‰ Golfinhos-nariz-de-garrafa 16,9±0,6‰, teste t, p<0,001 Forrageio em níveis tróficos mais baixos pelos botos-cinza? Diferença na estrutura trófica entre os locais, faz-se estritamente necessária uma avaliação do restante dos componentes da rede trófica. ELP três unidades sociais de golfinhos-nariz-de-garrafa foram identificadas, estando associadas a áreas específicas: uma ao estuário, outras duas à área costeira adjacente ao sul e ao norte do ELP Unidades Sociais Botos do Sul Laguna Botos do Norte Botos do Estuário Índice de associação > 0,1 13C ESTUARIO -14.2‰ 15N ESTUARIO 16,6‰ = < SUL -14,6‰ SUL 17,5‰ = = NORTE -14,2‰ NORTE 17,6‰ Partição de nicho trófico minimizar a competição entre os indivíduos, permitindo sua coexistência Modelos de mistura utilizando os valores isotópicos das presas potenciais, assim como a análise de conteúdo estomacal de indivíduos pertencentes às diferentes unidades sociais poderão corroborar e explicar a diferenciação na dieta entre as unidades sociais, e permitirão uma análise mais refinada sobre a possível partição de nicho entre sexos e classes etárias. Os perfis de OC destes indivíduos estão sendo analisados na UERJ Ações futuras Estabelecer uma padronização nos tecidos utilizados para a análise de isótopos estáveis Avaliação detalhada quanto aos perfis de OC e a composição de IE das redes tróficas que sustentam estes predadores em ambos os estuários Analisar compostos organobromados de origem natural e antrópica. As atividades futuras, além de dar continuidade à aproximação entre os grupos envolvidos, poderão ser objetivos de estudos de alunos de diferentes níveis acadêmicos para promover a formação de recursos humanos especializados em analises de relações tróficas com uso de isótopos estaveis e contaminantes nestes dois sistemas estuariais. AGRADECIMENTOS Obrigada