UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO SUELI APARECIDA DE MELLO CAMPOS AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DOS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA DE UMA IES PRIVADA SOBRE SUAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUA SAÚDE LABORAL São Paulo – SP 2013 2 UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO SUELI APARECIDA DE MELLO CAMPOS AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DOS CURSOS SUPERIORES DE TECNOLOGIA DE UMA IES PRIVADA SOBRE SUAS CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUA SAÚDE LABORAL Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido para obtenção do título de Mestre em Educação, sob orientação da Professora Drª. Ecleide Cunico Furlanetto. São Paulo – SP 2013 3 FOLHA DE APROVAÇÃO CAMPOS, S. A. M. As Representações dos Professores dos Cursos Superiores de Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições de Trabalho e Sua Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação – Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013. Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como requisito exigido pra obtenção do título de Mestre em Educação. Área de concentração: Educação. Aprovado em: Banca Examinadora Profª. Dra. Ecleide Cunico Furlanetto – Orientadora Instituição:_________________________Assinatura:_____________________ Profº Dr. Fernando Cesar de Souza Instituição:_________________________Assinatura:_____________________ Profª Dra. Margarete May Berkenbrock Rosito Instituição:_________________________Assinatura:_____________________ 4 DEDICATÓRIA Ainda que eu falasse A língua dos homens E falasse a língua dos anjos Sem amor eu nada seria. Legião Urbana 5 Dedico este trabalho à minha família – Euclydes, Leonor, Marcelo, Jorge, Carolina, Mariana e Luiza. Meus amores eternos. AGRADECIMENTOS É muito bom agradecer... Obrigada a essa força divina e infinita que chamamos de Deus! Obrigada aos meus amigos de luz do plano superior! Obrigada ao meu mentor espiritual por seu acolhimento e paciência! Agradeço pela vida! Obrigada pela família, o meu porto seguro e fonte de amor incondicional! Obrigada Jorge, meu marido e companheiro por sua colaboração, apoio, paciência e incentivo nos momentos mais difíceis! Obrigada Professora Drª Ecleide Cunico Furlanetto por sua boa vontade, por seus conhecimentos e paciência na orientação. Obrigada minhas filhas queridas – Carolina, Mariana e, em especial, a Luiza por sua paciência, dedicação, colaboração e incentivo. Obrigada minha amiga e irmã Terezinha (Cuca), por todo amor, carinho e ensinamentos. Sei que de onde você estiver estará torcendo muito para sua “comadrinha”! Obrigada aos companheiros de profissão, professores e técnicos, da Faculdade de Tecnologia e Negócios Carlos Drummond de Andrade. Obrigada ao meu diretor e coordenador Carlos Dias Iema por sua compreensão e colaboração. Obrigada aos professores que participaram da pesquisa, pois sem vossa contribuição não seria possível à realização deste trabalho. Obrigada professora Mariucha por sua paciência, orientação e ajuda na construção dos dados e gráficos estatísticos. Acabei ganhando uma grande amiga! Obrigada a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para que eu chegasse ao fim de mais uma etapa de minha formação. Obrigada senhor por estar sempre ao meu lado em qualquer momento! 6 Toda a pessoa — criança, adolescente ou adulto — deve poder beneficiar-se de uma formação concebida para responder as suas necessidades educativas fundamentais. Estas necessidades dizem respeito tanto aos instrumentos essenciais de aprendizagem (leitura, escrita, expressão oral, cálculo, resolução de problemas), como aos conteúdos educativos fundamentais (conhecimentos, aptidões, valores e atitudes) de que o ser humano tem necessidade para sobreviver, desenvolver todas as suas faculdades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente no desenvolvimento, melhorar a qualidade de sua existência, tomar decisões esclarecidas e continuar a aprender. (Artigo I — I) (Declaração Mundial sobre Educação para Todos e Quadro de Ação para Responder às Necessidades Educativas Fundamentais, 1990). 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13 1.OS CURSOS TECNOLÓGICOS NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL 18 1.1 O Surgimento dos Cursos 18 1.2 A Educação Tecnológica de Nível Superior 23 1.3 Expansão do Ensino Superior 29 2. O TRABALHO DOCENTE E A SAÚDE DO PROFESSOR 33 2.1 A Profissionalização do Docente 33 2.2 Docência Universitária 36 2.3 O Exercício de uma Profissão em Crise 38 2.4 As Condições de Trabalho dos Professores nas IES Particulares 41 2.5 Como se Estrutura o Exercício da Docência 44 2.6 Contrato de Trabalho Docente: Qualificação Jurídica e Subordinação 46 2.7 Afastamento dos Trabalhadores 47 2.8 A Saúde do Professor 48 2.9 A Insalubridade e o Trabalho Docente 49 3. TRAÇADO METODOLÓGICO 53 3.1 A Abordagem da pesquisa 53 3.1.2 Contexto de Pesquisa 54 3.1.3 Sujeitos da Pesquisa 55 3.1.4 Coleta de Dados 55 3.2 Amostra 1: Perfil dos Professores que Lecionam para o Curso de Tecnologia e Participaram da Entrevista 55 3.2.1 Amostra 2: Perfil dos Professores que Responderam o Questionário 57 8 4. DISCUSSÃO DOS DADOS 60 4.1 Discussão dos Dados das Entrevistas 61 4.2 Condições de Trabalho- Física 61 4.3 Condições de Trabalho – Ambiente Administrativo 62 4.4 Discussão dos Dados dos Questionários 66 4.5 Condições de Trabalho – Ambiente Administrativo 67 4.6 Condições de Trabalho – Saúde 73 CONSIDERAÇÕES FINAIS 80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 84 ANEXOS 90 APÊNDICES 130 9 CAMPOS, S. A. M. As Representações dos Professores dos Cursos Superiores de Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições de Trabalho e Sua Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação – Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013. RESUMO A pesquisa teve como propósito explorar as representações dos professores que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES), localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente aqueles que lecionam em cursos tecnológicos, a respeito das condições de trabalho e a das possíveis consequências sobre a sua saúde no exercício da sua atividade laboral. Participaram da pesquisa trinta professores que lecionam em vários cursos tecnológicos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e questionários. As entrevistas tiveram o caráter exploratório e serviram de base para a elaboração do questionário. Baseado nos dados obtidos por meio da pesquisa observou-se que a maioria dos professores entrevistados consideram satisfatórias as condições de trabalho no que se refere às condições físicas, avaliam os benefícios oferecidos pela IES como satisfatórios, bem como o ambiente de trabalho. No entanto consideram insatisfatórios: o tempo de preparo das aulas, o despreparo dos alunos, a correção de atividades extraclasse, o lançamento de notas e faltas, etc. Além disso, relataram como insatisfatória a remuneração para esse trabalho extraclasse. Por meio dos resultados obtidos foi observada a necessidade de conhecer melhor as particularidades no exercício desta função (principalmente os impactos na saúde do professor), dada à relevância do assunto no que tange a formação das pessoas. Palavras-Chave: Condições de Trabalho, Docência, Ensino Superior Tecnológico. 10 CAMPOS, S. A. M. As Representações dos Professores dos Cursos Superiores de Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições de Trabalho e Sua Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação – Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013. ABSTRACT This research aimed to explore the teachers representations that working in private Higher Education Institution ( IES ) , located in the East Zone of São Paulo - SP , specifically those who teach courses in technology , about the working conditions and the possible consequences on your health in the course of their work activities. Thirty teachers participated in the research from various technological courses. Data were collected through interviews and questionnaires .The interviews were exploratory character and served as the basis for drawing up the questionnaire. Based on data obtained through the survey it was observed that most of the teachers interviewed considered satisfactory working conditions with regard to the physical conditions, evaluate the benefits offered by IES as satisfactory, as well as enjoying the satisfying work environment. However consider that the time to prepare lessons, unprepared students, correction of other activities, reviews, release of grades and absences, etc. is insufficient. Moreover, they claim to the remuneration for this extra work unsatisfactory. Through the results it was observed the need to better understand the specifics of performing this function (mainly the health impacts of the teacher), given the importance of the issue regarding the training of people. Key-words: Teaching Working condition - Higher education technology - 11 LISTA DE SIGLAS AVCI – Acidente Vascular Cerebral Isquêmico BNDS – Banco Nacional de Desenvolvimento Social CEET – Centro Estadual de Educação Tecnológica CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica CES – Censo de Educação Superior CES – Conselho de Ensino Superior CF – Constituição Federal CONTEE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino CNE – Conselho Nacional de Educação CNS – Conferência Nacional de Saúde CNS – Conselho Nacional de Saúde CID – Códigos Internacionais de Doenças CLT – Consolidação das Leis do Trabalho CST – Cursos Superiores de Tecnologia DAU – Departamento de Assuntos Universitários ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes ENEN – Exame Nacional do Ensino Médio FATEC – Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo FAT – Fundação de Apoio ao Trabalhador FHC – Fernando Henrique Cardoso 12 IFET – Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia IES – Instituição de Ensino Superior INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira LDB – Leis de Diretrizes e Bases LOS – Lei Orgânica de Saúde MEC – Ministério da Educação e Cultura MSB – Ministério da Saúde do Brasil OIT - Organização Internacional do Trabalho OMS – Organização Mundial de Saúde PNE – Plano Nacional de Educação PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação SEMESP – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo SUS – Sistema Único de Saúde SINPRO – Sindicato dos Professores UNESCO – Organização das Nações Unidas pra a Educação, a Ciência e a Cultura. 13 INTRODUÇÃO A presente pesquisa teve como propósito identificar as representações dos professores que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES), localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente aqueles que lecionam em cursos tecnológicos, a respeito das condições de trabalho e sobre a sua saúde laboral. Buscou-se ainda entender os mecanismos a que estão submetidos durante o exercício do seu ofício, dada às exigências da IES, num movimento de compreender o mundo corporativo do Ensino Superior. Por estar inserida nesse ambiente, senti-me na condição de pesquisar e de narrar minha própria história. A forma “biográfica para si é aquela que implica o questionamento das identidades atribuídas e um projeto de vida que se inscreve na duração. É “aquela história que cada um conta de si mesmo sobre o que ele é”, aquele Si narrativo que cada um tem necessidade de fazer reconhecer não só por Outros significativos mas também por Outros generalizados. É o início de uma busca de autenticidade, um processo biográfico que se acompanha de crises. É a continuidade de um Eu projetado em pertencimentos sucessivos, perturbado pelas mudanças exteriores, sacudido por eventualidades da existência. A continuidade é a de um ethos, ou melhor, um olhar ético que dá um sentido à existência inteira. (DUBAR, 2009:73). Como muitas mulheres da minha geração nascidas na década de 1960, a vida familiar foi prioridade por muito tempo. Aos 19 anos eu me casei, tive filhos, me dediquei por opção às crianças, marido e casa e, depois que as crianças cresceram, comecei aos poucos a retomar a minha trajetória profissional aos 26 anos de idade. Voltei a estudar. Fiz um curso de auxiliar de enfermagem e posteriormente um curso de especialização em enfermagem do trabalho. Aos 30 anos comecei a trabalhar na área ministrando treinamento em empresas. Com o passar do tempo fui percebendo a necessidade de uma graduação, pois 14 o mercado estava cada vez mais competitivo e também por realização pessoal. Escolhi o curso de Psicologia e aos 35 anos, ingressei na Universidade. Acredito ter sido uma das melhores escolhas da minha vida. Durante o curso, tive o privilégio de poder me dedicar só à faculdade sem precisar trabalhar. Pude me engajar em vários projetos desenvolvidos na graduação e isto me deu formação e vivências diferenciadas. Antes mesmo de me formar já comecei a trabalhar, com a supervisão de alguns professores, e escolhi seguir a área clínica. Conclui a graduação aos 39 anos e trabalhei por 10 anos na área clínica. Fiz vários cursos livres e participei de um grupo de estudos em psicanálise e outros mais específicos desta área, entre eles a especialização em Psicopedagogia e Didática do Ensino Superior, pensando em diversificar minha atuação profissional, pois a área clínica apesar de ser muito gratificante é a que menos remunerava, pelo menos na minha percepção. Isso começou a me frustrar. Muita dedicação, investimento e pouco retorno financeiro. Mesmo trabalhando na área clínica nunca deixei de atuar na área de treinamento e desenvolvimento de pessoas em empresas. Mesmo porque era esta atividade que acabava por manter meu investimento na área clínica. Quando estava terminando minha especialização aos 44 anos, tive a oportunidade de trabalhar num grande projeto desenvolvido pela FAT (Fundação de Apoio ao Trabalhador) promovido pela Prefeitura de São Paulo. O nome deste projeto era CAPACITA SAMPA, projeto este voltado para jovens e adolescentes carentes na faixa etária de 16 a 21 anos. Neste projeto, ministrei palestras sobre vários temas para mais de 400 participantes em cada palestra. Um colega do mesmo projeto assistiu a uma delas me convidou para dar aula na instituição onde ele trabalhava. Nunca havia aventado essa possibilidade, pois nem quis fazer licenciatura na graduação justamente para não ceder à tentação de lecionar, porque também remunerava mal. Mas mediante o convite para lecionar em uma Faculdade, decidi aceitar o desafio. Desta forma, aos 44 anos iniciei minha trajetória na profissão docente. Já estou atuando há aproximadamente sete anos e 15 atualmente é minha única atuação profissional. Estou me sentindo realizada, por isso para continuar a exercer a docência, me aperfeiçoar e atender as exigências do MEC e da própria Instituição em que trabalho, retornei à Universidade e me matriculei no Programa de Mestrado em Educação. Nunca imaginei que a minha trajetória profissional fosse me ajudar tanto no desenvolvimento da docência. Apesar de me sentir realizada na profissão, algumas coisas começaram a me preocupar, como o caminho que está tomando a educação dos nossos jovens e adultos sem nenhum limite e sem respeito ao próximo, segundo minha percepção no exercício da docência. Segundo Oliveira (2006), a atividade docente abarca tanto os sujeitos nas suas complexas dimensões, experiências e identidades quanto às condições em que as atividades são realizadas no ambiente escolar. Modo geral, a situação do professor compreende as atividades inerentes à sua função (responsabilidades do seu cargo) e as atividades desenvolvidas na escola que estão sujeitas aos novos mecanismos gerenciais, orientados para a redução de custos considerando, ainda, o aumento da eficácia. Pude perceber que meus colegas que estão na profissão há mais tempo, estão muito desanimados e queixosos quanto às dificuldades e condições de trabalho na qual vêm se deparando. Queixas estas, que há tempos eram bem comuns a professores de ensino fundamental e médio. Atualmente elas podem também serem ouvidas no ensino superior. No convívio diário com os meus colegas professores observei inúmeras reclamações, entre elas, o grande número de alunos em sala de aula, das muitas horas trabalhadas, das horas dedicadas às atividades extra classe sem remuneração, das exigências burocráticas, do pouco tempo dedicado à pesquisa e do preparo de aulas e, principalmente, do despreparo dos alunos ingressantes na graduação. Estudos realizados no continente latino-americano (Birgin, 2000; Tiramonti, 2001; Oliveira, 2004; 2006), têm demonstrado que a elevação da oferta de vagas nas escolas resulta na incorporação de novos alunos nos 16 sistemas escolares, inseridos num cenário marcado pela rígida contenção de despesas envolvendo o trabalho docente, colocando em risco a saúde do professor e o contexto educacional. Consoante a Gasparini (et.al., 2005), as condições de trabalho, ou seja, as circunstâncias sob as quais os docentes mobilizam as suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas para atingir os objetivos da produção escolar, podem gerar sobre esforço ou hipersolicitação de suas funções psicofisiológicas. Se não há tempo para a recuperação, são desencadeados ou precipitados os sintomas clínicos que explicariam os índices de afastamento do trabalho por transtornos mentais. Segundo Canguilhem (2000), a saúde de um organismo está na capacidade que os indivíduos têm de instituir outras formas de vida e de interação com o ambiente que o cerca. Entende-se, portanto, que não é simplesmente ausência de doenças ou simplesmente alterações quantitativas e qualitativas dos organismos; saúde (sentido lato) é a capacidade que o organismo tem de movimento (em estando doente) de criar condições para a sua cura. Um organismo sadio tem a capacidade de poder adoecer e se restabelecer prontamente. Sell (1994b), afirma que com vistas à melhoria das condições de trabalho, tanto de forma corretiva (melhorias em sistemas já existentes) quanto de maneira prospectiva (melhorias nos sistemas de trabalho em fase de concepção e projeto), é necessário avaliar o trabalho humano existente por critérios bem definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de valoração relacionados com o trabalhador. Considera-se como premissa de um bom ambiente de trabalho o conceito introduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 1999, que visa garantir a todas as pessoas a oportunidade de emprego produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade. 17 Segundo Amagi (1990), as condições de trabalho dos professores, como a dimensão da turma, as horas ou dias de trabalho e os meios de que dispõem, deveriam ser tidas em consideração. As dificuldades enfrentadas pelos professores e as cobranças institucionais pareceu refletir diretamente no desempenho e na própria saúde física e mental dos Profissionais de Ensino Superior (dentre os quais me incluo). Levando estas questões em consideração, propus-me a investigar as condições de trabalho dos docentes de graduação em uma Instituição Privada de Ensino Superior e as consequências sobre sua saúde. Como subsídio para este trabalho, utilizou-se os apontamentos da Instituição pesquisada quanto aos afastamentos, discussões, jornada de trabalho e no número de alunos por sala de aula, visando identificar os fatores principais destes afastamentos. A partir do levantamento destes dados, traçouse um perfil deste professor e as condições que contribuíram para o adoecimento e/ou o afastamento do professor para tratamento médico, e, por fim, mapeou-se a situação e divulgaram-se tais dados como uma colaboração à saúde dos professores e a melhoria das condições de trabalho. Dessa maneira, o objetivo desse trabalho foi investigar as percepções dos professores sobre as condições de trabalho e a possível relação com a saúde do docente. 18 1. OS CURSOS TECNOLÓGICOS NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL Neste capítulo fez-se um histórico sobre os Cursos Superiores de Tecnologia (CST), considerando a necessidade de formação de mão de obra especializada de curto prazo no Brasil. 1.1 O Surgimento dos Cursos Data-se do início do século XX as discussões a respeito da Educação Profissional no Brasil. A partir de 1960, estas discussões foram cada vez mais intensas por conta da mudança econômica (migração de um modelo econômico agroexportador para o modelo industrial, que demandava um novo modelo de trabalhador), além das significativas mudanças no ensino superior brasileiro. No contexto de transformações, a Lei Federal 4.024, em 1961, (primeira lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional), estabeleceu em seu Art. 104: A organização de cursos ou escolas experimentais, com currículos, métodos e períodos escolares próprios. Com tal medida, instaurou-se a flexibilidade quanto à duração dos cursos superiores. Após este marco da lei, por conta do crescente desenvolvimento tecnológico e especificamente do crescimento da indústria automobilística, foram criados os cursos de Engenharia de Operação (em seu artigo 23, § 1º). A criação destes cursos foi sugerida pelo Departamento de Assuntos Universitários– DAU/MEC, que procurava equilibrar a oferta de mão de obra existente e a capacidade de absorção, objetivando atender em curto prazo as necessidades provocadas pela dinâmica do desenvolvimento nacional. Os tradicionais cursos de engenharia tinham a duração de cinco anos e seu currículo era considerado longo e de alto custo, fato que dificultava o preenchimento das vagas nos setores produtivos que tinham carência de mão de obra. A partir da aprovação da LEI 5.540/68, os cursos de curta duração ganharam espaço. Ficou estabelecido então o seguinte: “serão organizados 19 cursos profissionais de curta duração, destinados a proporcionar habilitações intermediárias de grau superior. Os Cursos Superiores de Tecnologia no Brasil compuseram o cenário educacional a partir do fim da década de 1960. Como o mercado de trabalho estava se expandindo, era necessário haver qualificação da mão de obra disponível, o mais rápido possível, para assumir os novos postos de trabalho. Surgia, então, um novo polo da economia brasileira: a indústria. Nesta época, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) contribuiu decisivamente para que déssemos os primeiros passos para a transição de país agrário a potência industrial, viabilizando a utilização da mão de obra disponível. (BNDES, 2012). As décadas que antecederam o ano de 1960 foram marcadas por sucessivas crises do capitalismo internacional, que determinaram a mudança de um cenário econômico agroexportador para um cenário industrial. À medida que esta nova ordem social se configurava, novas tecnologias precisavam ser desenvolvidas, o que determinou a demanda por um novo tipo de trabalhador com novas atribuições profissionais. Como o Estado visava o desenvolvimento do país, colocou-se como protagonista de projetos e programas de investimentos que sustentavam o sistema industrial e empresarial. Vários projetos nacionais surgiram para impulsionar tal crescimento, como a construção de polos petroquímicos, de hidrelétricas, de polos agros minerais e agropecuários, dentre outros. Com isso, novos postos precisavam ser preenchidos por mão de obra qualificada. (BNDES, 2012). A política econômica do país restringia a ascensão dos indivíduos das camadas médias ao nível educacional, ou seja, o diploma de nível superior era um requisito. Assim, a partir de 1964, o Estado aumentou as vagas nas universidades públicas, mas tal medida não foi suficiente para atender a enorme demanda, mesmo considerando a atuação do ensino privado que cumpria o papel de compensar as diferenças. 20 O sistema educacional estava em transformação, acompanhando as mudanças nos demais setores, houve a reforma de ensino médio, e outras mudanças significativas no ensino superior. Com isso, surgiram novas formas institucionalizadas de educação para o trabalho, ou seja, novas modalidades no ensino profissional institucionalizado que visavam preencher as lacunas no processo de reestruturação produtiva e da internacionalização da economia brasileira. A partir de 1970, as experiências pioneiras na implantação destes cursos foram iniciadas no estado de São Paulo, por instituições não federais de ensino, destacando-se, dentre elas, a Faculdade de Tecnologia de São Paulo, do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (atual FATECSP/CEET). No decorrer da década de 1970, o desenvolvimento dos CST ganhou atenção especial do Ministério da Educação, que supervisionou suas condições de funcionamento. Enquanto ocorria o movimento de expansão dos CST, O MEC (em função do Decreto-Lei 547/69) deliberou a organização e o funcionamento dos cursos de tecnologia em escolas técnicas federais, isentando a supervisão das escolas de engenharia. Já em 1978, várias escolas técnicas federais foram transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), a exemplo, as Escolas Técnicas Federais do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná. Estes cursos passaram a ser muito procurado, o que se deve ao fato de oferecerem uma formação técnica para o trabalho mais adequada às exigências da economia e ao desenvolvimento tecnológico em curso. Pretendia-se, com a criação desta modalidade no ensino superior, a racionalização da formação de profissionais de nível superior para atender às exigências impostas à educação pelo processo de desenvolvimento que batia à porta do Brasil naquela época. A educação poderia, então, se enquadrar à nova realidade socioeconômica brasileira com esses cursos. 21 Os cursos foram denominados inicialmente de “Cursos Superiores de Curta Duração”, denominação essa que foi modificada, considerando que passava a ideia de um curso que em função do tempo poderia também apresentar uma qualidade inferior. Desta forma passaram a ser chamados de “Cursos de Graduação em Tecnologia” (que atualmente são denominados como Cursos Superiores em Tecnologia). Em 1990, por meio de uma série de decretos federais e portarias do Ministério da Educação, em conjunto com pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE), o sistema educacional começou a ser reformulado. Neste contexto, o Decreto 2208, de 17 de abril de 1997, determinou em seu artigo 3° que os níveis para a modalidade educação profissionais seriam: básico, técnico e tecnológico. O nível tecnológico passa a ser definido como correspondendo ao nível superior da educação escolar, com independência em relação a este, e especificamente na área tecnológica. Em seu artigo 10, o referido decreto determina que tais cursos confiram Diploma de Tecnólogo. É, portanto, a partir do Decreto 2208/97 que podemos observar claramente a reiteração de um sistema de educação profissional paralelo ao “sistema de educação escolar”; porém, desta vez, parece que se consolida a expansão dos limites desta estrutura dual, em termos de níveis, até o superior. Em 2004, (no governo Lula), o Decreto 5154, de 23 de julho, revogou o Decreto 2208/97, deixando de estabelecer explicitamente níveis para a Educação Profissional e, portanto, o nível tecnológico. No entanto, em seu artigo 1º, inciso III, refere-se a “[...] cursos e programas de educação profissional tecnológica de graduação e de pósgraduação” que, segundo o artigo 5°, “organizar-se-ão, no que concerne aos objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação” (CNE). 22 Não se explicita, mas parece assim indicar que toda regulamentação do CNE anteriormente referente aos Cursos Superiores de Tecnologia deverá ser aplicada a esta graduação da Educação Profissional. É importante esclarecer que, ao mesmo tempo, na esteira da reforma, da nova LDB, em seu artigo 44, alínea I, estabelece que a educação superior (como nível da educação escolar) engloba, dentre cursos e programas, os cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas instituições de ensino. Posteriormente, o Conselho Nacional de Educação determinou que estes cursos fossem de dois tipos, sendo que um deles “cursos superiores de formação específica, com destinação coletiva, conduzindo a diploma” (Art. 3°, alínea I). Após algumas discussões quanto ao status de nível superior deste curso, a regulamentação legal acabou determinando que se trate de ensino superior, porém não é uma graduação. Sendo assim, seus concluintes podem matricular-se em cursos de pós-graduação lato sensu, mas não em stricto sensu. A argumentação legal básica é de que a LDB incluiu estes cursos no nível superior da educação escolar (portanto, são de nível superior), mas colocou-os separadamente dos cursos de graduação (portanto, não é graduação). Ao mesmo tempo, os cursos de pós-graduação stricto sensu exigem diploma em curso de graduação enquanto os de lato sensu apenas exigem diploma de nível superior, o que reafirmaria a diferença entre ensino superior e curso de graduação. Além destes argumentos, o Parecer 968 do Conselho de Ensino Superior (CES) procura distinguir os Cursos Sequenciais de Formação Específica daqueles de graduação a partir das características internas, esclarecendo que os de graduação requerem formação mais longa, acadêmica ou profissionalmente mais densa do que os sequenciais. 23 E, de fato, estes acabaram sendo regulamentados com aceitação de uma carga horária mínima de 1600 horas, que deve ser cumprida em, no mínimo, 400 dias letivos, (em torno de 2 anos, considerando-se 2 semestres letivos de 4 meses por ano). 1.2 A Educação Tecnológica de Nível Superior Em 2006, segundo o ministro da educação – Dr. Fernando Haddad - em declaração feita na l Confetec1 (2006), a educação profissional tem uma particularidade em relação às demais modalidades, etapas e níveis por se tratar de uma espécie de espinha dorsal do sistema, o qual perpassa por inteiro, como uma espécie de correia de transmissão que cria estas conexões e estabelece, em primeiro lugar, o vínculo da escola com o mundo do trabalho e com o da produção. No seu entendimento, o que ajudará o jovem a se inserir no mundo do trabalho com muito mais dignidade será a formação específica com os ofícios, com as habilidades e competências. O ministro Haddad ainda ressaltou que a responsabilidade pelo resgate de uma parte da juventude brasileira que está fora da escola está associada à educação profissional; cerca de 1,8 milhões de jovens entre 15 a 17 anos não estão matriculados nas escolas públicas do país, uma tarefa da educação profissional a ser desenvolvida pelas redes de formação inicial, de nível médio e de nível superior. Quanto à permanência desta juventude que está fora da escola, o ministro Haddad sugeriu a elaboração de um programa de bolsas para custear alimentação e transporte, mas não vincula “esse talvez” à demanda que já está na educação profissional e que não apresenta condições de lá se manter. Ao analisar o discurso de 2006, nota-se que é dúbio, uma vez que o MEC não disponibilizou os devidos meios para manter os jovens que já estão 1 A I Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (Confetec) foi desenvolvida pelo MEC, em 2006, em Brasília teve como slogan: “Educação profissional como estratégia para o desenvolvimento e a inclusão social”. 24 cursando a educação profissional e realiza uma retórica da inclusão social sem poder garantir a qualificada permanência dos atuais educandos, nem de novos ingressos com a garantia de uma formação no sentido emancipatório (ibidem). Para o Diretor de avaliação e estatísticas da educação superior do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (INEP – MEC), Dr. Dilvo Ristoff (citado por Jantsch e Azevedo, 2009), quando confrontados com a preocupação genérica do governo pró-mercado, há indícios de uma ambiguidade no processo de ampliação da educação superior. Na ocasião Ristoff (2009), fez menção ao seguinte trecho da obra de Alvin Toffler (2006), “(...) expõe que toda educação brota de alguma imagem de futuro (...)”. Logo, se a imagem de futuro de uma sociedade estiver equivocada, seguramente o sistema educacional acabará por trair os seus jovens. Segundo Jantsch e Azevedo (2009), a imagem de futuro que trabalha a sociedade brasileira está centrada em programas que estabelecem o reconhecimento do papel estratégico das universidades, em especial as do setor público. Para o desenvolvimento econômico e social do país, e ainda que essa imagem esteja nitidamente expressa no Plano Nacional de Educação (PNE), materializado na Lei nº 10.172 de 2001, tem como diretriz a expansão com qualidade da educação superior. Segundo PNE, correspondente ao decênio 2011-2020, prevista no Projeto de Lei Ordinário (PLO) nº 8.035/2010, supondo que a maior expansão de oferta de vagas no Ensino Superior para o cumprimento das metas ocorreria nas IES privadas e levando-se em conta que o maior potencial de novos estudantes de ensino superior encontra-se entre os indivíduos de renda mais baixa e, portanto, pertencem a famílias com menor capacidade de financiamento, haverá necessidade de expandir programas de concessão de bolsas e financiamento, como o ProUni e FIES. Notadamente, sabe-se bem que nenhum país pode aspirar a ser desenvolvido e independente sem um forte sistema de Educação Superior. No 25 entanto, verifica-se que ainda faltam dados que possam convencer quanto à expansão da educação superior (incluindo a tecnológica) com a anunciada qualidade. Os cursos de educação tecnológica de curta duração (nível superior), não são expressão da anunciada qualidade. O Plano Nacional de Educação (PNE) foi elaborado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), apreciado e votado pelo Congresso Nacional, tendo como objetivos prioritários a elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis e a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública. Estes objetivos não foram formalmente assumidos pelo governo Lula, nem tiveram a corresponsabilidade de seu partido político, mas foram apropriados de forma genérica e passaram a compor a imagem do futuro desse governo. O governo FHC defendia que o maior problema, no que diz respeito às escolas técnicas públicas de nível médio, é que a alta qualidade do ensino que oferecem está associada a um custo extremamente alto para sua instalação e manutenção, tornando inviável uma multiplicação capaz de atender ao conjunto de jovens que procuram formação profissional. Em razão da oferta restrita, criou-se um sistema de seleção que tende a favorecer aos alunos de maior renda e melhor nível de escolarização, afastando trabalhadores, que são os que dela mais necessitam (PDE, 2001, p.126). O governo Lula, em contrapartida, engavetou o PNE e formalizou o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), oficializado a partir da segunda quinzena de abril de 2007, que tem como meta a criação dos institutos federais de educação profissional, científica e tecnológica. Tais Institutos são destinados a funcionar como centros de excelência na formação de profissionais para as mais diversas áreas da economia e de professores para a escola pública. Os objetivos institucionais dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET s), idealizadas a partir do 26 PDE, com institucionalidade legalizada a partir da publicação da Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Quanto à relação entre educação e trabalho, pode-se destacar a oferta de educação profissional e tecnológica, como processo educativo e investigativo, em todos os seus níveis e modalidades, sobretudo de nível médio. Orientar a oferta de cursos em sintonia com a consolidação e o fortalecimento dos arranjos produtivos locais; estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo e o cooperativismo, apoiando processos educativos que levem à geração de trabalho e renda, especialmente a partir de processos de autogestão (PDE, 2007). Quanto à relação entre educação e ciência, os IFETs devem constituirse em centro de excelência na oferta do ensino de ciências, voltado à investigação empírica; qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas escolas públicas; oferecer programas especiais de formação pedagógica inicial e continuada, com vistas à formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de física, química, biologia e matemática, de acordo com as demandas de âmbito local e regional, e oferecer programas de extensão, dando prioridade à divulgação científica (PDE, 2007). As Escolas Técnicas Federais, Escolas Técnicas vinculadas a Universidades Federais, Escolas Agrotécnicas Federais e Centros Federais de Educação Tecnológica, integraram-se voluntariamente, mediante a promessa de futuro investimento para formar as IFETs. O foco dos Institutos Federais é a justiça social, a equidade, a competitividade econômica e a geração de novas tecnologias, de maneira que responderão, de forma ágil e eficaz, às demandas crescentes por formação profissional, por difusão de conhecimentos científicos e tecnológicos e de suporte aos arranjos produtivos locais. Em face disto, eles atuarão em todos os níveis e modalidades da educação profissional, com estreito compromisso com o desenvolvimento integral do cidadão trabalhador, e articularão, em experiência institucional 27 inovadora, todos os princípios formuladores do PDE. (Concepções e Diretrizes do IFET, 2008). O IFET aponta para um novo tipo de instituição identificada e comprometida com o projeto de sociedade em curso no país, que supera a visão de instituição escolar enquanto mero aparelho ideológico do Estado, funcionando todos predominantemente através da ideologia da classe dominante que além de deter o poder do Estado para repressão, também utiliza outros aparelhos ideológicos como as igrejas, a família, a escola. Quanto à questão ideológica, destaca-se a visão e a ação do governo Lula em relação à criação dos IFETs. Por um lado, revelam uma ideologia partidária, por outro, indicam uma rendição ao mercado. Na fala do empresário Antônio Ermírio de Moraes (2007), em sua coluna no jornal Folha de São Paulo e no Jornal do Brasil, a respeito do lançamento do PDE (instrumento balizador do IFET), diz: “chegou a hora de utilizar a noção de produtividade da mesma maneira como se faz nas empresas privadas”. (MORAES, 2007). O pensamento de Moraes (2007), indica que “o monitoramento e avaliação assim como o de contingenciamento de recursos públicos deverão funcionar, no setor público, como instigadores da produtividade”. De certa forma, os indicadores de produtividade fortalecem o foco na formação de profissionais em determinadas áreas da nossa economia. A visão sistêmica da educação é a única compatível com o horizonte de um sistema nacional de educação, não apenas porque organiza os eixos norteadores como elos de uma cadeia que devem se reforçar mutuamente, mas também porque fixa seus suportes institucionais: sistema nacional de avaliação, sistema nacional de formação de professores e regime de colaboração. É necessário ressaltar que, em 2004, os cursos tecnológicos eram exclusividade do setor público federal e estadual. (INEP, 2004). Com o processo de expansão do nível superior, nessa modalidade da educação, o Censo da Educação Superior de 2004, explicita que o sistema 28 privado se insere como participante, com 30 cursos, em 2001. Já em 2003, o setor privado respondia por 181 cursos e alcança 390 cursos em 2004, ou seja, mais da metade do total destes cursos. Ainda fazendo menção às informações do censo, para esclarecer, enquanto o setor privado ofereceu 56.397 vagas, o setor público ofertou 18.649, o que representa 24,7% contra 75,3% oferecidos pela iniciativa privada. (CES, 2007). Verifica-se diante destes dados que é difícil conceber os projetos pedagógicos dos CST na ótica vislumbrada pelo governo Lula e do Conselho Nacional de Saúde (CNS), pois o que predomina é a lógica sustentada pelo fluxo de capital. Com o intuito de ampliarmos a perspectiva analisada, optou-se por utilizar as informações do Censo da Educação Superior (2007). Verificou-se que houve uma evolução, quando foram comparados os dois censos mencionados. Pode-se constatar que nas Universidades em 2004 havia 688 cursos e, em 2007, 1.423, ou seja, um crescimento de 735 cursos (46,94%). Nos Centros Universitários a realidade não foi diferente, em 2004 havia 239 cursos e, em 2007, 570, perfazendo um crescimento de 331 (41,93%) cursos e nas Faculdades, em 2004, havia 877 cursos e, em 2007, 1.709; um crescimento de 832 cursos (51,31%). (CES, 2007). No Censo da Educação Superior (2007), página 9, verifica-se que foram registrados cerca de 700 novos cursos no Brasil, a maior parte deles ofertados pelas faculdades e universidades e, ainda, que as IES privadas são responsáveis por mais de 90% dessa oferta (p.15-16). Ainda relata que a maior parte do crescimento em oferta de vagas em educação tecnológica provém destas Universidades. (CES, 2007). Somaram-se, então, 42.000 novas vagas em 2007, um crescimento de 36% em comparação com o ano de 2006. Porém, as Faculdades ainda são preponderantes (42,8% do total de vagas da Educação Tecnológica). Conforme dados da última listagem do SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), tendo como 29 referência o ano de 2011, o número de Instituições Privadas que oferecem cursos superiores presenciais ou à distância, no município de São Paulo, é em torno de 175 instituições (SEMESP, 2011). Destas Instituições, foram consideradas aquelas que oferecem cursos superiores de tecnologia presenciais e que, ainda, estão localizadas na Zona Leste da cidade de São Paulo. Foram encontradas 28 IES. Percebe-se claramente que a expansão não ocorre pelas autarquias federais de educação tecnológica (CFETs). Notadamente, o que se questiona é se estas autarquias não estão expandindo, qual seria o motivo da não expansão, pois, a princípio, elas é que foram responsáveis por essa modalidade da educação (CES, 2007). Verifica-se que no governo Lula foi desenvolvido um movimento governamental a favor dessas autarquias que compunham a rede Federal de Educação Tecnológica. Sob uma nova ótica, a concepção desta modalidade da educação representaria uma nova institucionalidade. O fato é que estes institutos apenas respondem à pressão mercadológica. 1.3 Expansão no Ensino Superior Os Cursos Superiores de Tecnologia, mesmo sendo específicos da educação profissional, estão relacionados a uma política educacional mais ampla. Em abril de 2001, o CNE determinou que os cursos tecnológicos de nível superior tratavam-se de Cursos de Graduação e dava, portanto, acesso a qualquer curso de pós-graduação. No mesmo parecer, o Conselho de Educação estabeleceu as cargas horárias mínimas para as diferentes áreas, de 1600 a 2400 horas, dependendo da área. Em 2002, um novo parecer discutiu as diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional de nível tecnológico, sendo seguido de uma resolução que então “institui as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a 30 organização e o funcionamento dos cursos superiores de tecnologia”, mantendo aquela carga horária mínima”. (MEC, 2007). Assim, os defensores desta política ao afirmarem a democratização da educação apresentam como justificativa que a Igualdade de oportunidades e maior democratização do ensino são comprovadas quando há mais pobres estudando, em comparação com a quantidade anterior. Além disto, os mesmos reconhecem que “profissionalizar” não é o mesmo que “educar” ao falarem de um “[...] belo trabalho de profissionalizar alunos com base acadêmica fraca”. (CASTRO, 2003). Esta perspectiva nos remete ao início do século passado, quando um importante personagem da educação profissional brasileira escreveu que “não se deve de modo algum incutir no espírito de um proletário a veleidade de querer ser um doutor”. (LÜDERITZ apud SOARES, 1982). A discussão desta problemática não pode, por sua vez, estar descolada de um contexto ainda mais amplo. São a partir da crise do capitalismo iniciada em meados dos anos 1970, com sua reestruturação produtiva (tanto em termos tecnológicos quanto em termos organizativos), que se inserem as atuais políticas educacionais. Se, por um lado, a introdução de novas tecnologias no processo produtivo exige novas qualificações e, ao mesmo tempo, as classes populares vão se organizando e reivindicando acesso aos níveis escolares, por outro lado o capital necessita de novos campos e a educação, sem dúvida, tem se tornado um destes campos. Neste sentido, pode-se perceber que as políticas educacionais brasileiras, nas quais se inserem os novos Cursos Superiores de Tecnologia, têm tido um importante papel no processo crescente de privatização da educação. (BRANDÃO, 2009). 31 Para contextualizar a problemática, é necessário ressaltar que o Brasil não cria condições para assumir seu próprio caminho científico e tecnológico; pelo contrário, continua assumindo o papel de aplicador da ciência e tecnologia desenvolvida nos países centrais. Outra questão a ser observada, é o fato de estas políticas estarem presentes, ao mesmo tempo, nos países de capitalismo periférico e central, o que sugere a divisão entre trabalhadores excluídos e incluídos, nas relações de trabalho estáveis e modernizadas, também no interior dos países centrais. Além disso, a fundamentação das políticas públicas caminha na direção de um novo tipo de educação diante das transformações econômicas que vêm ocorrendo nas últimas décadas. Isso interfere diretamente na diferença entre o discurso e a prática, portanto, perpassa por diferentes significados desta educação, por um lado, para o capital e, por outro, para o trabalho. O discurso difundido em relação à educação declara que esta deve ser estabelecida a partir da construção de uma base sólida, na qual, a teoria e a prática estejam inter-relacionadas, de forma a dar condições para que o estudante desenvolva uma perspectiva crítica e também criativa. No entanto, a prática, no que tange a educação profissional de nível superior em nosso país, tem sido a de uma educação voltada para postos de trabalho específicos. Não esquecendo que, no Brasil, esta formação equivale a qualquer outra graduação. Tem-se então, de um lado, uma formação sólida, para poucos e, de outro, para a grande maioria (dos que conseguem ir além do Ensino Médio), uma formação de nível superior específica, pontual, voltada estreitamente ao mercado de trabalho. Levantando-se esta questão, não se pretende deixar de lado o fato de que há maior acesso à educação e que este componente é importante para as classes trabalhadoras. No entanto, é relevante chamar atenção para qualidade da educação oferecida, como são tratados distintamente os interesses dos trabalhadores e os interesses da economia capitalista. 32 Para o capital, esta expansão dos níveis educacionais significa, dentre outros aspectos, o atendimento de suas necessidades quanto à qualificação necessária no processo produtivo modernizado, a necessária conformação política e cultural de indivíduos que aceitam o sistema e, portanto, o reproduzem. Além de ser mais um campo para a reprodução ampliada do capital, por outro, para os trabalhadores, o acesso à educação pode significar maior compreensão da realidade e, portanto, de suas possibilidades de transformação, além da questão de possibilitar aumentos no valor de sua força de trabalho. Como visto, a educação tecnológica tem sido importante para o desenvolvimento do país, bem como para propiciar aos interessados uma formação rápida e voltada para o mercado de trabalho. 33 2. O TRABALHO DOCENTE E A SAÚDE DO PROFESSOR Este capítulo tem o propósito de caracterizar o trabalho em linhas gerais e o trabalho docente nas Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, bem como as exigências impostas para se atualizarem profissionalmente; as condições de trabalho; o papel dos representantes legais da categoria profissional e, por fim, algumas consequências do ofício na saúde destes professores. 2.1 A Profissionalização Docente A primeira definição conhecida de trabalho está escrita nas Sagradas Escrituras em Gênesis: "Disse, pois, o Senhor Deus ao ser humano: maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; pois és pó, e ao pó tornarás"(GÊNESIS 3, 17b , 19). Davies e Shackleton (1977, p.156) definem o trabalho como uma "atividade instrumental executada por seres humanos, cujo objetivo é preservar e manter a vida, e que é dirigida para uma alteração planejada de certas características do meio-ambiente do ser humano". O Dicionário Larousse de Língua Portuguesa (1992), dá as seguintes definições para trabalho: palavra derivada do latim tripaluim que significa instrumento de tortura composto de três paus; sofrimento; esforço; luta; No dia a dia da IES, percebe-se que as referências positivas sobre a docência vêm se transformando. Comenta-se que em outros tempos o professor tinha orgulho do seu trabalho por conta de uma maior valorização da cultura e do saber. Para muitos, os tempos agora são outros. Seguir a carreira docente era equivalente a um sonho cultivado por muitos que gozavam de prestígio perante a sociedade que atribuía respeito, dignidade e status a esse profissional. 34 Comparando as atividades docentes do tempo de outrora com os dias atuais verificam-se muitas diferenças, principalmente quando se pensa no espaço social que o docente ocupa atualmente. Ainda que se use do discurso de que a sociedade e a educação passam por um momento de transformação, que a educação cumpre papel importante nesse contexto, o trabalho docente, ao mesmo tempo em que é considerado fundamental nesse processo de transformação, por vezes é criticado e responsabilizado em parte pela falência das instituições escolares. Para nos aproximarmos do trabalho docente e das suas características particulares é interessante comparar esse tipo de trabalho com o trabalho industrial. Como diz Tardif & Lessard (2009): “No caso do trabalho industrial, seu objeto concerne realidades tangíveis, materiais, que possuem uma substância e uma forma determinadas, definidas, fixas.” No âmbito do trabalho industrial, o empregado age diretamente com o objeto, controlando-o e para isso o trabalho pode ser dividido em etapas, reanalisado, refeito quantas vezes forem necessários, ao passo que o trabalho docente precisa contar com a cooperação do objeto, interagindo com ele diretamente todo o tempo. Modo geral, o docente nunca possui comando total dos alunos, considerando que estes interferem em seus processos de aprendizagem. Imbernón (2010), faz referência à profissionalização docente com base em um novo conceito de profissão e de desempenho prático que pretende distanciarse de um conceito neoliberal de profissão. Enraizado na sociologia conservadora, tende a aproximar-se de um conceito predominantemente social, multidimensional e complexo no qual a profissionalização fundamenta-se em valores de cooperação e de desenvolvimento social. Para o autor, profissionalismo na docência implica uma referência à organização do trabalho dentro do sistema educativo e à dinâmica externa ao mercado de trabalho (IMBERMÓN, 2009). 35 Tardif e Lessard (2009), discorrem sobre o trabalho docente salientando que tal atividade pressupõe interação entre teoria e experiência docente e que, além de ensinar, é necessário que o docente tenha disponibilidade para compartilhar os ensinamentos e, sobretudo, para aprender. Desta forma, os autores ampliam concepções tradicionais de docência, elevando a função docente a um novo patamar, ainda desconhecido e incerto. Ferry (2004), também contribui para ampliar a compreensão do trabalho docente e consequentemente da formação. O autor faz referência a diferentes discursos que podem configurar modelos de exercício da docência. Alguns deles destacam a importância dos conhecimentos, disciplinares e pedagógicos, e valorizam o que o autor nomeia de modelo de aquisições, que se pautam no acúmulo de conhecimentos. Além deste discurso, outros podem ser pronunciados, considerando que além da competência intelectual do professor, o exercício da docência requer maturidade social e afetiva que permitam uma relação criativa entre professores e alunos, de forma a estimular a vontade de conhecer. Este outro modelo é denominado pelo autor de démarche, palavra de origem francesa cujo sentido aproxima-se ao de caminhar. É importante que o professor, para exercer a docência, além de saber os conteúdos de sua disciplina, seja capaz de resolver os problemas do cotidiano profissional tendo como suporte seus próprios recursos. Deste modo, é interessante e valioso viver experiências que permitam ampliar a percepção sobre a realidade do meio social. Ferry (2004), por sua vez, destaca outro modelo: o de análise, que integra discursos que enfatizam que o ofício do professor integra o saber, o saber fazer e viver experiências. No entanto, para que isto se viabilize e sirva de elemento transformador, é necessário aprender a analisar o que foi vivido. Este discurso pressupõe que o professor está inserido numa realidade complexa que demanda a elaboração de situações que permitam interagir com a sua realidade de forma eficiente e aprender. 36 Uma quantidade enorme de eventos ocorre em cada classe e, para lidar com eles, os docentes necessitam de estratégias à mão, imediatamente. Uma mão levantada, um cochicho, um questionamento, um gesto, uma troca de olhares, uma insinuação, etc., necessitam ser compreendidos e decodificados, para que uma reposta seja elaborada e dada à altura rapidamente. A velocidade e o desdobramento de tais eventos se desencadeiam durante o período em que a aula ocorre, impondo uma nova dinâmica ao processo diferente da planejada. As imprevisibilidades corriqueiras do cotidiano das salas de aula favorecem o aparecimento do inusitado e do novo em tempo real. Tudo pode acontecer de forma inesperada, podendo trazer consigo surpresas que nem sempre são desejadas, contribuindo para que a situação saia de controle. A sociedade como um todo destaca a importância do trabalho docente; o que se verifica, no entanto, é que na contramão desta valorização as condições de trabalho estão cada vez mais precárias. Grande parte dos professores se vê obrigada, para garantir o emprego, a se submeter às regras do mercado que nem sempre valorizam a profissão docente. 2.2 Docência Universitária Para Zabalza (2004), existem três dimensões que estruturam a profissão docente universitária na atualidade: a dimensão profissional, a pessoal e a administrativa. Embora elas se articulem, é importante observá-las em separado para melhor compreender as particularidades desta profissão. A primeira delas, a profissional, permite identificar os componentes que definem a profissão em torno do quais cada professor constrói sua identidade profissional. A seguinte diz respeito à dimensão pessoal que permite localizar alguns aspectos também importantes para o exercício da docência como envolvimento, compromisso com o desenvolvimento, ciclos de vida, fontes de 37 motivação ou de desmotivação, problemas de ordem pessoal que atravessam a docência como o estresse, a desmotivação e o adoecimento. Por último, o autor faz menção à dimensão administrativa, relacionada às condições contratuais, sistemas de avaliação e de promoção, que somados às condições de trabalho, como carga horária e obrigações novas vinculadas à docência (diário eletrônico, respostas por e-mail aos alunos, atualização constante do plano de aula no site da escola, etc.), contribuem para o complexo modo de ser da função docente. Nessa perspectiva ainda, para o autor, a docência universitária é profundamente contraditória no que diz respeito aos parâmetros de construção de identidade sócio profissional. Muitos professores universitários se definem com base na sua formação de origem, tais como engenheiros, médicos, biólogos, dentre outros profissionais, e não a partir de suas atividades docentes. Isto significa que suas identidades repousam sobre sua especialidade, o que provoca uma indefinição profissional apoiada em uma formação que quase sempre privilegia os conhecimentos científicos e/ou o exercício das atividades vinculadas a eles. Ao se referir à docência como profissão, é importante considerar que seu exercício requer, além dos conhecimentos científicos, conhecimentos específicos que possibilitam executá-la de forma adequada. Como em qualquer outro tipo de atividade profissional, os professores devem ter os conhecimentos e as habilidades exigidas a fim de poder desempenhar adequadamente suas funções. (ZABALZA, 2004). Cumpre destacar que estamos vivendo grandes transformações no que se refere ao exercício da docência universitária, mesmo considerando que para alguns, seu exercício ainda se apoie nas funções tradicionais. Modo geral é preciso saber a matéria e como explicá-la. Estas transformações se referem às formas de dedicação dos professores como também às exigências que são feitas a eles. 38 Nas considerações de Zabalza (2004), são atribuídas aos professores universitários, costumeiramente, as funções referentes ao ensino, à pesquisa e à administração. Atualmente, novas funções estão sendo atreladas a estas, tais como a inserção acadêmica e social por meio de manutenção de redes de relações acadêmicas, publicação qualificada, busca de financiamentos para projetos de pesquisa e extensão, dentre outras. O conhecimento do professor não é meramente acadêmico, racional, feito de fatos, noções e teorias, como também não é um conhecimento feito só de experiência. É um saber que consiste em gerir a informação disponível e adequá-la estrategicamente ao contexto da situação formativa, em que, em cada instante, se situa sem perder de vista os objetivos traçados. É um saber agir em situação. Mas não se fique com uma ideia pragmático-funcionalista do papel do professor na sociedade, porque o professor tem que ser um homem ou uma mulher, ser pensante e crítico, com responsabilidades sociais no nível da construção e do desenvolvimento da sociedade. (ALARCÃO, 1998). Desta forma, isto torna mais complexo o trabalho docente. Neste contexto, as instituições e os próprios docentes universitários estão deixando de considerar a docência uma prioridade em suas vidas. 2.3 O Exercício de uma Profissão em Crise Nas sociedades contemporâneas o professor já não é mais considerado um detentor do conhecimento, o único capaz de disponibilizá-lo para seus alunos. As novas tecnologias vêm contribuindo para tirar o professor deste patamar. Os sites de busca da internet, cada vez mais aperfeiçoados e interessantes, apresentam-se como alternativas mais práticas e velozes para obtenção de informações que, anteriormente, ficavam armazenadas nas bibliotecas e eram disponibilizadas costumeiramente nas instituições dedicadas ao ensino somente pelos professores. Neste novo cenário, o exercício tradicional da docência referendado por um diploma e anos de estudo está sendo posto em xeque. O saber, outrora 39 detido pelos mestres, está socializado na Internet e cada vez mais alunos universitários assistem às aulas com computadores conectados na rede, complementando o assunto em tela e, por vezes, discordando do que o professor diz. Desta forma, os professores que pretendem transmitir conhecimentos abstratos distantes da realidade em que vivem e testemunham, passam a ser questionado cotidianamente de forma voraz. Cumpre destacar que em muitos casos nos deparamos com um Ensino Superior em descompasso com as reais necessidades sociais. Consequentemente, aqueles alunos que pretendem uma inserção social pautada nos conhecimentos adquiridos no Ensino Superior, acabam buscando tais conceitos em outros canais, como por exemplo, a internet. A relação do trabalho docente com a tecnologia passa a ser de vital importância nos dias atuais. Porém, o que se verifica é que uma parte considerável dos professores não domina o seu uso e aplicação, ao contrário dos alunos, nascidos em meio à era da informatização. Neste sentido, existe a possibilidade do questionamento das informações, dado ao universo de referência. Logo, numa sala de aula nas mesmas condições daquela que serviu de referência para esse trabalho, pode haver confronto de informações criando um ambiente propício ao questionamento do papel do professor, considerado pelos alunos, em muitas situações, ultrapassado e aquém das inovações. A Escola funciona através de um poder polimorfo que envolve operações de classificação, avaliação, recompensa, punição, estabelecimento de normas, produção de saberes, vigilância e registro de saberes e de geração de outros saberes, inclusive extração de saberes de indivíduos e de elaboração de saberes sobre esses indivíduos (CARVALHO, 2004, p. 285). A infraestrutura tecnológica disponível em muitas instituições privadas é utilizada como um chamariz para atrair novos alunos e não para que o professor possa fazer uso delas em sala de aula. Isto provoca uma distância cada vez maior entre o conteúdo disponível para o aluno que ele pode ter 40 acesso pela web, e aquele que consta na ementa da disciplina. De certa forma, isto leva a uma situação desagradável e acirra seus ânimos. A mídia cumpre um papel significativo enquanto fonte informal de educação, e também colabora não intencionalmente para a situação de desprestígio em que a escola se encontra. Ela é um canal cada vez mais importante no que se refere ao acesso da informação. Tais informações no diaa-dia de um aluno, de modo geral, podem promover uma espécie de vivência virtual e desvincular os desavisados da realidade. Cumpre destacar que antigamente apenas os privilegiados financeiramente poderiam ter acesso às informações. Atualmente graças ao acesso facilitado da internet, o cenário mudou de forma a democratizar a acessibilidade por meio desta nova ferramenta, provocando novos questionamentos a respeito da função social da escola, das políticas e das alternativas do saber, porque as respostas estão à mão, bastando ao interessado acessar os buscadores disponíveis na internet. Segundo Freire (1998), a leitura do mundo precede a leitura da palavra. As instituições privadas, em sua imensa maioria, estão interessadas em manter seus alunos, custe o que custar, porque eles representam receita para a escola. Verifica-se então, nessa nova relação, que muitas vezes a direção da escola se vê sem forças para enfrentar os estudantes, que assumem o comando simbólico do processo ensino-aprendizagem. Em outras palavras, eles, os alunos, é que mantêm a estrutura da escola pelo pagamento da mensalidade. A zona de conforto do professor tem sido estreitada abruptamente, o que faz com que ele se sinta cada vez mais deslocado e até excluído, em algumas situações, ao tentar exercer com dignidade a sua profissão. Parece que agora, mais do que nunca, o professor está só. Neste cenário, surge um componente cada vez mais presente, o estresse, que vem provocando cada vez mais alterações no comportamento dos docentes. 41 De acordo com Ballone (2002), o corpo de uma pessoa que passa por um processo de desgaste, logo emite sinais alertando sobre o perigo que se aproxima. Tais sinais representam, simbolicamente, uma maneira que o corpo encontra para demonstrar alguma alteração, principalmente quando esse indivíduo está com o estado emocional alterado, quando se encontra pressionado por algum problema ou situação. Modo geral, o estresse se apresenta ao indivíduo sob a forma de uma alteração, que se dá quando é preciso superar situações difíceis e o corpo procura uma maneira para se defender. Assim, verifica-se de certa forma, que a saúde é um fator cada vez mais frágil na vida do professor. São inúmeros os fatores que provocam essa situação; por exemplo, a carga excessiva de trabalho, a baixa remuneração, o confronto com os alunos, a pressão dos dirigentes das escolas cada vez maior para que se apresentem resultados, dentre outros fatores, segundo dados coletados nesse presente estudo. Nas duas últimas décadas, no Brasil, a exigência de apresentar resultados está presente em todos os níveis e modalidades de ensino; no ensino fundamental, médio, profissional e superior. Estão sendo implantadas políticas de melhoria de resultados articuladas a políticas de descentralização, novas formas de gestão escolar, políticas de avaliação e novas formas de regulação do professor (BRITO, 2009, p. 81). 2.4 - As Condições de Trabalho do Professor nas IES Particulares O desenvolvimento das Instituições de Educação Superior (IES) particulares no país tem acontecido de maneira meticulosa e com empreendimento por parte dos grandes empresários do ensino, que engendram a educação como produto do qual o valor agregado é o de mercado. Segundo dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), a respeito dos elementos do Censo da Educação Superior de 2005, efetuado pelo INEP, uma quantidade superior a 73% de estudantes pertenciam ao sistema privado. 42 Tais pesquisas abordam o fato de que há uma crise no setor, pois os superiores da educação privada aproveitam da data base dos docentes para explicar o desprezo às reivindicações efetuadas pela categoria por condições mais dignas de salário e trabalho. A falta de respeito com os professores tem crescido cada vez mais, de uma maneira que, por conta de reivindicações constantes pelos SINPROS (Sindicatos de Professores), que constituem a SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), nenhuma medida tem sido tomada para mudar a situação de penúria que vive o Professor, não proporcionando segurança e nem direitos trabalhistas aos professores. Ao mesmo tempo em que se reivindica um esclarecimento do acordo coletivo para os professores, representantes das IES privadas, dispostos em torno da Semesp, impeliram uma agenda de reivindicações para a mudança na educação superior privada com a intenção de mostrá-la para o governo, expondo o fato de que o excedente de regulamentações já presentes impede o funcionamento harmônico entre as IES privadas. Quando se expõe tal fato, referem-se aos mínimos direitos contidos na LDB para IES privadas, como a execução de um plano de carreira registrado, 1/3 dos profissionais de ensino devem ser mestres ou doutores a serviço das universidades, abordagem de planos para o crescimento institucional e um programa de avaliação para o mesmo, como sendo barreiras para o comércio livre da educação brasileira. Neste intervalo de tempo, avistam-se os professores padecendo, frente às precárias condições de trabalho. O cenário enquadra remuneração baixa, precariedade em contratos de trabalho que muitas das vezes são temporários e até sem registro. Passando por tudo isto, ainda temos as classes com números elevados de alunos, a ausência de incentivo acadêmico e a falta de planos de carreira com estrutura. Nesta perspectiva, as condições de trabalho em algumas instituições privadas, são incompatíveis com uma concepção de docência que prevê a interação e a mediação entre os alunos e o conhecimento. Estas condições 43 acarretam, muitas vezes, o esgotamento moral ou em um sentimento de trabalho não cumprido ao docente que executa esta difícil tarefa. Segundo Leplat e Cury (1977), a definição de condição de trabalho é dada com base em um conjunto de fatores que influenciam no desempenho e na forma de agir do trabalhador. Montmollin (1990), por sua vez, caracteriza as condições de trabalho como tudo aquilo que configura um cenário profissional que possibilita ou dificulta a execução do proletariado. As condições de trabalho podem ser consideradas físicas, temporais e organizacionais. As físicas referem-se ás características instrumentais, maquinarias e ambientais do posto de trabalho (ruído, calor, perigos diversos); as temporais dizem respeito à carga horária de trabalho e as organizacionais são de conduta determinante como os ritmos impostos e, generalizando, o conteúdo do trabalho. Em qualquer situação, o trabalho docente está essencialmente ligado à dignidade humana. Sendo assim, o direito ao trabalho decente está relacionado com o direito às condições remuneradas adequadas, executadas em posições liberais e constituições igualitárias, bem como a proporção da segurança, que é apta de garantir uma vida decente ao trabalhador. Alinhados com essa ideia, Blanch et al. (2003), esclarecem que as condições de trabalho, consideradas um conjunto de situações onde se desenvolvem uma atividade laboral, influenciam o meio social tanto na experiência do trabalho como na dinâmica das relações decorrentes do exercício das atividades laborais. Segundo os apontamentos de Boff (1999), o ser humano é um ser cujas necessidades precisam ser atendidas. É um ser que participa socialmente, vive em comunidade, um ator social, um sujeito pensante, pessoal e coletivo que trabalha em função de relações sociais mais justas, livres e fraternas. Considera fundamental o direito a um trabalho satisfatório que atenda às necessidades básicas do indivíduo e de sua família, tais como: alimentação, segurança, saúde, moradia e educação. 44 Também a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, na seção dos direitos fundamentais, no seu artigo 7º item XXIII, define claramente o direito dos trabalhadores rurais e urbanos, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, no que se refere aos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Este direito é também a garantia de que há proteção social caso ocorram imprevistos que impeçam a prática de seu exercício (como doenças, desemprego, acidente, entre outros) e a segurança de que a renda chega quando chegar a hora da aposentadoria. (CF 1988, art. 7º, item XXIV). 2.5 Como se Estrutura o Exercício da Docência? O exercício da docência realizado em instituições de caráter privado e instituições pertencentes ao poder público, apesar de diferentes, devem coincidir com as leis previstas na Constituição Federal porque a Lei é para todos, indistintamente. Porém, para quem atua em IES privadas valem as leis previstas na Constituição Federal e, ainda, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, art. 317 a 323). Cabe às escolas elaborar um Regimento Interno que contemplem as leis educacionais e cabe ao professor tomar conhecimento deste documento, para que o ajude a seguir o projeto da própria instituição na elaboração do Plano de Trabalho Docente. Frente a isto, surge uma questão polêmica em jurisprudência quando o assunto colocado, pois se trata da jornada de trabalho dos educadores. Segundo o art. 318 da legislação trabalhista (CLT), o professor não pode ministrar mais de 4 (quatro) aulas consecutivas e diárias, nem mais de 6 interpoladas, fato justificado pelo esforço mental que o docente realiza para o preparo e para a execução de suas aulas. Em instituições que aprovisionam grau médio ou superior, vale ressaltar que a carga horária das aulas diurnas devem atingir 50 minutos, e em aulas noturnas, 40 minutos. 45 Nas demais instituições, a duração deve ser de 1 hora (condições estabelecidas pelo Ministério de Educação e Cultura). Quando a jornada de trabalho do professor ultrapassa as condições citadas no parágrafo anterior, é considerada jornada extra, e a remuneração deve ser de no mínimo 50% da normal (art. 321 da CLT). Para aprofundar a discussão desta questão polêmica, não se deve esquecer que a jornada do docente não se limita apenas ao ambiente em que trabalha, pois seus estudos, preparos de aula e correção de determinadas tarefas, são levadas para a sua própria residência e outros ambientes, o que não acarreta remuneração por parte da legislação. Para solucionar parte desta situação relacionada à remuneração, surgiu um pagamento complementar nomeado “hora-atividade”, que compensa a preparação de aulas do professor. Outra questão que merece destaque diz respeito à instabilidade da profissão, considerando que o número de aulas atribuído ao docente pode variar de semestre para semestre. Para solucionar essa problemática, o art. 7º, item VI da CF/88, convencionou que não é aceitável a redução da remuneração do empregado, quando se trata de um profissional da educação. De acordo com o item XV do art. 7º da Constituição Federal2, para os empregados em geral dá-se o domingo como dia de descanso semanal. Já para professores atuantes em redes particulares de ensino, de acordo com o art. 319 da CLT, o repouso semanal é dado aos domingos e aos sábados considera-se um dia útil para dar aulas, podendo ser demandado trabalho neste dia, 1/6 das horas-aula recebidas durante o mês (quatro semanas e meia) equivale ao repouso semanal remunerado do professor. Sintetizando, a jornada de trabalho do docente é condizente à sua quantidade de aulas semanais. Sua remuneração total é apurada pelo produto 2 De acordo com o art. 3º da CLT, empregado é uma pessoa que se subordina a prestar serviço à outra, seja ela física ou jurídica, e com isso, aufere remuneração ou salário. Isto se deve à categoria profissional diferenciada, que consiste em um profissional que não atua em atividades econômicas de determinada empresa, mas sim em uma atividade profissional exercida. (CLT, 1943). 46 entre o valor da aula e pela quantidade de aulas semanais, e depois, por quatro semanas e meio mensais. Segundo o art. 322 da CLT, as férias dos profissionais de ensino acumulam pagamento condizente à mesma periodicidade estabelecida no contrato, seja no período de exames ou no período de férias escolares. É oportuno ressaltar que no período de férias não se pode demandar dos professores serviços que vão além da realização de exames, e que as férias escolares não devem ser confundidas com as férias dos professores. Uma equivale pela interrupção da atividade da empresa e a outra consiste no descanso atribuído pela Carta Magna, respectivamente. Outro ponto a ser ressaltado é a anulação de um contrato sem justa causa. De acordo com o art. 477 da CLT, a indenização do professor deve ser calculada na maior remuneração que este teve, adequando-se à sua jornada de trabalho. Apenas a CLT não é suficiente para garantir a justiça entre os profissionais da educação. Além dela, há sindicatos de professores e também de estabelecimentos educacionais. Neste contexto, com tantas nuances, é inegável a importância de convenções coletivas, pois estas servem de acréscimo para garantir a eficácia das leis. 2.6 Contrato de Trabalho Docente: Qualificação Jurídica e a Subordinação A categoria docente é diferenciada, como foi visto anteriormente, e não há unicidade jurisprudencial quando se refere a ela. Comunga-se uma ideia de que, pelo fato da categoria ser diferenciada, dever-se-ia assegurar as normas celetistas presentes nos artigos 317 a 323 da CLT a todo profissional que exerce o magistério. A subordinação que é envolvida entre o empregado e o empregador é objetiva e direta; ou seja, o empregado deve prestar um determinado serviço ao empregador, obedecendo às regras estabelecidas pela IES. Com relação aos docentes, a profissão é de natureza intelectual e especializada. A subordinação envolvida é mais administrativa do que técnica, 47 pois não condiz exclusivamente com própria execução do trabalho, mas sim ao estilo implantado internamente no estabelecimento. O professor possui o poder da direção de suas aulas, os métodos didáticos e as técnicas que forem necessárias para os alunos. Como se pode notar, no inciso II do art. 206 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), os princípios fundamentais para o ensino partem da liberdade para ensinar e aprender, pesquisa e divulgar o pensamento. Desta forma, apesar da subordinação, sempre haverá autonomia do professor para ensinar. É importante destacar que em algumas IES privadas, esta liberdade vem sendo cada vez mais estreitada, com vistas a garantir a “qualidade”. Ao invés de se criar condições de trabalho satisfatórias que atraiam profissionais melhores preparados, procura-se controlar o trabalho de docentes que, por diferentes motivos, se sujeitam a trabalhar nestas instituições. Deve-se destacar que não cabe aqui, neste trabalho, indicar este ou aquele caminho a ser adotado pelas IES para melhora da qualidade de ensino. 2.7 Afastamento dos Trabalhadores De acordo com o artigo 200 da Constituição Federal de 1988 e segundo a regulamentação dada pela LOS (Lei Orgânica da Saúde), o SUS é o responsável pela atribuição de qualquer ação voltada para a preservação da saúde do trabalhador. Segundo a LOS a saúde do trabalhador pode ser compreendida como: Um conjunto de atividades que se destina, por meio de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde do trabalhador, assim como visa à recuperação e reabilitação dos trabalhadores submetidos aos riscos de agravos advindos das condições de trabalho. (parágrafo 2º do artigo 6º da LOS). Nos incisos de I a VII do parágrafo referido, detalha-se este conjunto de atividade e suas demais atribuições. Neles, são citados a assistência ao trabalhador que é portador de doenças profissionais – bem como aquele que também é vítima de algum acidente ocorrido no trabalho; a participação em 48 algum campo que coloque em risco sua saúde; a avaliação que diz respeito às tecnologias e equipamentos que podem causar impacto laboral; a informação ao trabalhador sobre os riscos a que está exposto e aos exames de saúde, admissão, periódicos e de demissão (todos respeitando os preceitos de ética profissional). Além destes itens, cita-se também a participação na normatização, controle dos serviços de saúde e na fiscalização – seja a instituição pública ou privada; a revisão periódica das doenças que se originam no processo de trabalho através de uma listagem; e o direito do sindicato dos trabalhadores a ter garantia sobre o requerimento ao órgão competente, que deve intervir quando houver exposição de algum risco para a vida ou saúde do trabalhador. Acima de tudo, é importante analisar as doenças e saber os motivos pelos quais os trabalhadores brasileiros se afastam. Para tanto, é considerado o Código Internacional de Doenças (CID), que age como fonte para firmar conferências relacionadas aos afastamentos. 2.8 A Saúde do Professor Para refletir a respeito da saúde do professor, inicialmente é importante compreender o que significa estar saudável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde é considerado como o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doença. Na área da Saúde Pública, a saúde do trabalhador é parte integrada. O propósito é a proteção do indivíduo através da prática de vigilância que assegurem as boas condições de trabalho e, se necessário, o impedimento de ocorrer riscos desnecessários, presentes nos diversos ambientes de trabalho. Tudo isso é efetivado com a organização da assistência aos trabalhadores, que recebem seus devidos tratamentos, diagnósticos e reabilitação através do SUS (Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde no Brasil. (MSB, 2001). 49 Segundo o MSB (2001), trabalhador é todo aquele que executa atividade para se auto sustentar e/ou as pessoas que também são seus dependentes. Não é especificado o cargo no mercado de trabalho, sendo que qualquer forma de inserção é considerada. Para o MSB, os responsáveis pelas condições de vida e de outros fatores secundários da organização do trabalho são os condicionantes econômicos, tecnológicos, sociais e organizacionais, sendo que estes, pela sua importância e impacto direto na saúde do trabalhador, determinam também os fatores presentes em todo o processo laboral. Desta forma, a segurança da saúde do trabalhador é dada pelas preservações que promovem mudanças em fatores considerados danosos, incentivando também a harmonia entre saúde e trabalho, por mais que haja complexidade envolvida na atividade. Tais iniciativas podem ser viáveis perante trabalhos interdisciplinares, multiprofissionais e inter setoriais. O estresse já é conhecido perante a OIT (Organização Internacional do Trabalho), que vê consequências à saúde do professor no cenário envolvendo as Instituições do Ensino Superior (IES), propósito deste trabalho. Tal doença ocasiona instantaneamente a enfermidade do profissional, gerando efeitos no próprio ambiente escolar. É considerado um fenômeno isolado e, além de tudo, um fator que aglomera também sérios riscos ocupacionais. Como foi visto anteriormente os professores na atualidade estão tendo suas funções ampliadas sem que as condições de trabalho estejam sendo repensadas. 2.9 A Insalubridade e o Trabalho Docente O termo insalubridade, conforme suas variadas definições chegam ao mesmo significado: é um vocábulo utilizado para indicar algo que não é bom para a saúde, que agride o organismo do trabalhador, possuindo como consequência o avanço dos limites impostos por normas técnicas. Em outras palavras, é danoso à saúde do trabalhador. 50 Na área da prestação de serviço, a salubridade, que é o oposto do conceito citado acima, relaciona-se às condições específicas ambientais que não afetam o desempenho das atividades exercidas pelos funcionários, garantindo-lhes o que é proposto pela constituição. Quando o assunto se relaciona às atividades insalubres, relativas à segurança e à medicina do trabalho, a fiscalização para que as leis sejam cumpridas cabe às empresas privadas, órgãos públicos relacionados, bem como órgãos do Poder Judiciário e Legislativo, que possuam empregados pela Consolidação das Leis do Trabalho. (CLT, 1943). Quando há infrações destas normas, pode acarretar punições proporcionadas pelo cumprimento da legislação pertinente ao empregador. De acordo com o art. 192 da CLT, a execução de atividades insalubres acima dos padrões estabelecidos pelo Ministério do Trabalho acarreta um adicional máximo, médio e mínimo do salário mínimo, que gira em torno de 40%, 20% e 10%, respectivamente, conforme o grau de insalubridade. Muitas profissões são consideradas insalubres e dentre elas está à atividade docente de quem leciona em universidades públicas e, ainda, que exercem suas atividades em condições insalubres (laboratórios, em oficinas, pesquisas em céu aberto, etc.) e também aqueles professores que trabalham com o segundo grau técnico nas escolas estaduais e no Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET). Os demais docentes principalmente aqueles que desenvolvem o seu trabalho nas IES particulares, devem, por força de Lei, trabalhar trinta e cinco anos, exceto para quem comprovar a insalubridade no exercício do seu trabalho. (LEI 8.213/91). Sabe-se que alguns docentes exercem atividades altamente desgastantes e que, com o passar dos anos, isto pode acarretar vários prejuízos à saúde. Estes profissionais, responsáveis pela formação das novas gerações, infelizmente são desvalorizados pela sociedade e pelo próprio poder 51 público que trata de forma diferente os iguais (funcionário público do magistério e docente das escolas particulares). Levando-se em consideração o conjunto de normas constituídas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelas Leis de Diretrizes e Bases (LDB)*3, suas contribuições vagam nos interstícios dos tamanhos questionamentos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na hora de conceder a aposentadoria por tempo de serviço. Modo geral, o que se verifica na prática do dia a dia é um quadro diferente da finalidade de bem estar e valorização do professor em ambas as esferas: pública e privada. De certa forma, há muitas variáveis que corroboram para a precariedade do ensino em qualquer nível; segundo Paro (1996), a precariedade das condições objetivas de trabalho na escola, a desqualificação do trabalho do professor e o aviltamento do salário, dentre outros vetores, só contribuem para o baixo rendimento dos alunos. Barreto (1991), por sua vez, afirma que esta situação de descaso com a educação é indicada como um dos principais fatores da ineficiência do ensino no Brasil. Finalizando, cumpre destacar que o exercício da docência nas Instituições privadas de Ensino se pauta cada vez mais em modelos de 3* Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: I – ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (no caso de instituições públicas); II – aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim; III – piso salarial profissional; IV – progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho; V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho; VI – condições adequadas de trabalho 4*Art. 323. Não será permitido o funcionamento do estabelecimento particular de ensino que não remunere condignamente os seus professores, ou não lhes pague pontualmente a remuneração de cada mês. § único - Compete ao Ministério da Educação fixar os critérios para a determinação da condigna remuneração devida aos professores, bem como assegurar a execução do preceito estabelecido no presente artigo. Decreto-lei nº 368, de 19/12/68 (débitos salariais) 52 trabalho alinhados com o conceito de alta produção, vide o ”inchaço” de alunos nas salas de aula, cujo resultado imediato é a receita financeira que propiciam. O papel de ensinar e preparar os alunos para o mercado de trabalho, certamente, fica comprometido, pois, o que se busca com este modelo é diminuir os custos, desconsiderando para isto, as condições de trabalho do professor. Zabalza (2004), destaca: A figura do professor universitário como pessoa dedicada à especulação, ao cultivo do saber pelo saber à margem de sua projeção instrumental, à pesquisa sobre questões de interesse mais científico ou doutrinal do que prático, à manutenção de longas conversas ou trocas com seus alunos sobre temática diversa, entre outros, acabou sucumbindo à pressa e as pressões dos dias de hoje. (ZABALZA, 2004, p. 125). As pressões do dia a dia, o exercício individualizado e burocratizado da docência nas IES particulares, vivem afastadas de concepções e valores que mobilizaram antigas gerações a procurar o ofício de professor; ao contrário, atualmente estão provocando uma sensação de solidão e isolamento que levam cada vez mais os professores a adoecer e a pedir licença médica para se proteger do exercício de uma profissão que pouco a pouco está se tornando insalubre. Como visto, a atividade docente está envolvida com uma série de regras que exigem dedicação, comprometimento e, sobre tudo, vontade do Professor em aprender e transmitir o conhecimento. Desnecessário destacar a necessidade de atualização, dada à clientela, que é muito exigente e atualizada com o que há de mais moderno e democrático na atualidade: a internet. 53 3. TRAÇADO METODOLÓGICO O presente capítulo teve como propósito identificar as condições em que os professores atuam no dia a dia, numa dada Instituição privada. No decorrer deste capítulo foram investigados, por meio de pesquisa semiestruturada, os possíveis impactos e consequências da atividade laboral sobre a sua saúde. Buscou-se ainda entender os mecanismos a que estão submetidos durante o exercício do seu ofício, dada às exigências da IES. 3.1 Abordagem de Pesquisa A pesquisa apresentada a seguir pauta-se nas abordagens Qualitativa e Quantitativa. Deve-se destacar que a pesquisa qualitativa visa explorar as possibilidades dentro da proposta do objeto e ainda, estimular os entrevistados e criar um ambiente propício para que se expressem livremente sobre alg u m tema, cois a ou conceito. Normalmente, a pesquis a Qualitat iva é utilizada quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para uma interpretação pessoal. Via de regra é uma pesquisa indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve conceitos, ideias e entendimentos a partir de padrões encontrados. (OLIVEIRA, 2007). Quanto à Pesquisa Quantitativa, é importante destacar que para este caso é considerada a mais indicada por expor maneiras de apurar e medir as opiniões, as atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados. Ao se propor a apurar as opiniões, esta metodologia de pesquisa lança mão de um instrumento semi-estruturado, denominado questionário dirigido. (ALVESMAZZOTTI E GEWANDSZNAJDER , 2001). 54 3.1.2 Contexto da Pesquisa A pesquisa foi realizada com professores que atuam em uma Faculdade de Tecnologia e Negócios com sede na Zona Leste da capital Paulista no bairro da Penha. Trata-se de uma Instituição de Ensino Superior Privada, pessoa jurídica de direito privado, com fins lucrativos, com sede e foro na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo. Esta instituição iniciou suas atividades há mais de 40 anos oferecendo inicialmente cursos de Educação Infantil, Fundamental, Médio e Técnico Profissionalizante, totalizando na ocasião 1.370 alunos. Agregou em 2001 a educação superior ofertando cursos tecnológicos e transformando-se em Centro Superior de Educação Tecnológica. Em 2004, por determinação Legal, os Centros Superiores de Educação Tecnológica passaram a ser denominadas Faculdades de Tecnologia. Tal denominação se deu com base no Decreto 5.225 de 1º de Outubro de 2004. A partir deste Decreto, o Centro Superior de Educação Tecnológica, objeto desse estudo, passou a denominar-se Faculdade de Tecnologia. Em 2010, passou a ser FACULDADE DE TECNOLOGIA E NEGÓCIOS sendo recrendenciada em 2011. A Unidade Penha, campus no qual foi realizada a pesquisa, possui aproximadamente 9.000m2 de área construída e oferece os cursos de Licenciatura em Pedagogia e de Bacharelado em Engenharia da Produção e Administração de Empresas. Oferece também dezesseis cursos de pós-graduação (lato-sensu). De acordo com seu Regimento Institucional, a estrutura organizacional é composta pelos seguintes órgãos: Conselho Superior, Diretoria, Gestão Acadêmica, Coordenações de Cursos, Colegiados de Cursos, Núcleos Docente Estruturante, Comissão Própria de Avaliação (CPA) e Órgãos de Apoio às Atividades Acadêmicas. Por ocasião da pesquisa, a IES possuía 800 alunos, sendo que a grande maioria destes era proveniente da região leste da cidade de São Paulo. A IES que acolheu a pesquisa tem como principal objetivo: formar profissionais aptos 55 a ingressar no mercado de trabalho com atitude humanística, visão permanente de qualidade e detentores do uso de novas tecnologias. Essa pesquisa foi realizada com a permissão do Diretor do Campus Penha da IES após apresentação do projeto, o qual já havia sido submetido e aprovado pela Comissão. 3.1.3 Sujeitos da Pesquisa Os sujeitos da pesquisa são professores da Instituição que lecionam nos cursos de tecnologia. Participaram da pesquisa 30 professores que equivalem a população4 total de docentes que leciona nos vários cursos tecnológicos. Cumpre destacar que, coincidentemente, dos 30 professores que participaram da pesquisa 15 eram do sexo masculino e 15 do feminino. Estabeleceu-se contato com eles em conversa individual, sendo que todos concordaram em participar da pesquisa. O Projeto de pesquisa foi enviado ao comitê de ética e aprovado pelo processo de número 13667045, em 16 de maio de 2012. 3.1.4 Coleta de dados Os dados foram coletados por meio de entrevistas e questionários. As entrevistas tiveram o caráter exploratório e serviram de base para a elaboração do questionário, dessa forma a pesquisa contou com duas amostras. 3.2 Amostra 1: Perfil dos Professores que Lecionam para o Curso de Tecnólogo e Participaram da Entrevista Inicialmente foram realizadas entrevistas (roteiro anexo 1) com 5 professoras e 5 professores de diferentes cursos de Tecnologia da IES, sendo considerado esses dados a amostra5 1, como foi dito anteriormente base para o preparo do questionário. 5 População: o conjunto que contém a totalidade dos objetos, pessoas, itens, etc., que se quer estudar, dos quais se quer observar a presença ou ausência da variável estatística em questão. 6 Amostra: é um subconjunto finito da população. 56 75% 50% 25% de 30 até 40 anos 25% 25% de 40 até 50 anos Masculino de 50 até 60 anos Feminino Gráfico 1: Idade dos Professores Entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). Ao observar o gráfico envidenciamos que 50% dos professores possuem idade entre 30 e 40 anos, 25% possuem de 40 a 50 anos e outros 25%, de 50 a 60 anos. Quanto ao gênero feminino, 25% possuem idade entre 30 e 40 anos e 75% possuem idade entre 40 e 50 anos. Também destacamos que na faixa etária entre 50 e 60 anos temos apenas professores do gênero masculino (25%). Tabela 1: Descrição dos Cursos Graduação Professores Entrevistados – Anexo 1 Masculino Feminino - Administração (75%) - Administração - Direito (25%) - Processamento de Dados - Economia - Logística - Gestão Industrial - Artes Fonte: elaboração própria (2013) Tabela 2: Descrição dos Cursos de Pós Graduação (lato-sensu) dos Professores Entrevistados – Anexo 1 Masculino Feminino - Gestão Empresarial - Docência no Ensino Superior - Direito Institucional - Gestão Empresarial - Administração para o mercado - Projeto/Análise de Sistemas - Docência no Ensino Superior Fonte: elaboração própria (2013). Quanto ao nível de Pós Graduação (stricto-sensu), temos duas professoras entrevistadas com formação em Engenharia de Produção e Administração e destacamos também a presença de uma Doutora na área de Comunicação e Artes. 57 75% 60% 40% 25% 0 até 5 anos de 5 até 10 anos de 10 até 15 anos de 15 até 20 anos Masculino Feminino Gráfico 2: Tempo de trabalho na instituição pesquisada dos professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). Quanto a tempo de trabalho na IES percebe-se que os docentes do gênero feminino possuem até 5 anos (75%), enquanto os docentes do gênero masculino possuem de 6 até 10 anos (60%). Destaca-se a presença de 25% dos docentes do gênero feminino com maior tempo de trabalho na IES. 3.2.1 Amostra 2: Perfil dos Professores que Responderam ao Questionário. Com base nos dados coletados nas entrevistas foi elaborado um questionário (anexo 2) respondido por 20 sujeitos de pesquisa, sendo que 10 eram indivíduos do gênero masculino e 10 do gênero feminino. Os questionários foram aplicados pela pesquisadora nos intervalos de aula em um local privativo, sendo considerados como amostra 2. Os dados coletados serão apresentados de acordo com as seguintes partes: Perfil; Condições de Trabalho/ Ambiente Administrativo; Condições de Trabalho/ Saúde. 58 40% 30% 20% 20% 20% 20% 20% 20% 10% de 30 até 40 anos de 40 até 50 anos de 50 até 60 anos Masculino de 60 até 70 anos Não Respondeu Feminino Gráfico 1: - Idade dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria, 2013. Com base nas respostas obtidas no questionário foi possível verificar que a faixa etária dos sujeitos de pesquisa encontra-se no intervalo entre 30 e 70 anos de idade, conforme o gráfico 1. Cumpre destacar que, considerando a faixa etária, os indivíduos do gênero masculino estão igualmente distribuídos, com 20% em cada faixa etária. No que se refere aos professores do gênero feminino, 40% encontra-se na faixa etária de 30 a 40 anos. 70% 40% 30% 30% 20% 10% Solteiro (a) Casado (a) Masculino Companheiro (a) Viúvo (a) Feminino Gráfico 2: – Estado civil dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria, 2013. Considerando o estado civil dos sujeitos de pesquisa descrito no gráfico 2, observou-se que a porcentagem de homens e mulheres solteiros se equivalem, 30%. Quanto ao percentual de indivíduos predominância de indivíduos do sexo masculino, 70%. casados, há 59 90% 10% 90% 10% Pardo (a) Branco (a) Masculino Feminino Gráfico 3: - Raça dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Foi possível observar, com base nas repostas do gráfico 3, que 90% dos indivíduos entrevistados consideram-se da raça branca, enquanto 10% dizem ser pardos. Evidencia-se que não foi observado a presença de nenhum professor da amostra 2 que se declarasse da raça negra. 70% 50% 50% 30% Não Sim Masculino Feminino Gráfico 4: – Professores que têm filhos (são pais) – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Nesta pesquisa, foi estabelecida a importância de saber se os professores tinham filhos ou não. As respostas, indicadas no gráfico 4, mostram que a maioria dos professores que têm filhos pertence ao gênero masculino (70%). 60 60% 58% 40% 14% 1 2 14% 3 Masculino 14% 4 5 Feminino Gráfico 5: – Número de filhos por professor que declarou ser pai/mãe – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Buscou-se saber a quantidade de filhos de cada um dos professores pesquisados da amostra 2 que declaram ser pais. Desta amostra, verificou-se que os docentes que tem apenas um filho são do gênero feminino (60%), enquanto que os docentes do gênero masculino possuem um número maior de filhos. 61 4. DISCUSSÃO DOS DADOS Considerando que a coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas e questionários, optou-se por discuti-los em separado. 4.1 Discussão dos Dados das Entrevistas Com base nas entrevistas iniciais, foi possível elencar alguns eixos que deram suporte à discussão inicial. 4.2 - Condições de Trabalho/ Física É oportuno destacar que 100% dos professores apontam como satisfatória as condições de trabalho no que se refere às instalações físicas. Entretanto, no que se refere aos recursos pedagógicos, 50% dos professores do gênero masculino julgaram como insatisfatório os recursos disponibilizados pela IES. Em relação aos professores do gênero feminino, a satisfação permaneceu em 100%. 100% 50% 50% Satisfatória Insatisfatória Masculino Feminino Gráfico 3: Condições dos recursos e das instalações físicas segundo os professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). No que se refere às condições de trabalho, 100% dos professores concordam que os recursos e instalações da Instituição estão adequados, porém destacam a importância de uma necessidade constante de renovação. 62 O trecho a seguir foi retirado de uma das entrevistas que explicita essa questão: (...) É questão de equipamentos, é renovação de equipamentos. São equipamentos que poderiam ser renovados, acho que as escolas em geral não têm muita disposição para renovar (....) (PESQUISA, 2013) 4.3 Condições de Trabalho/ Ambiente Administrativo (1). 50% 25% 50% 25% 25% 25% de 1 até 5 de 5 até 10 de 10 até de 15 até de 20 até de 25 até de 30 até de 35 até aulas aulas 15 aulas 20 aulas 25 aulas 30 aulas 35 aulas 40 aulas Masculino Feminino Gráfico 4: Carga horária semanal da instituição pesquisada dos professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). Nota-se que 50% dos professores do gênero masculino possuem carga horária semanal que variam entre 15 e 20 aulas, enquanto que os professores do gênero feminino possuem uma variação entre 5 e 10 aulas. É oportuno observar que 25% dos professores do gênero feminino possuem entre 35 e 40 aulas. 100% 75% 25% Sim Não Masculino Feminino Gráfico 5: Tem outra função remunerada – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). 63 Há de se destacar que 100% dos docentes do gênero masculino tem outra função remunerada, enquanto que no gênero feminino, esse número é de 75%. Tabela 6: Descrição das outras atividades remuneradas exercidas pelos Professores Entrevistados – Anexo 1 Masculino Feminino - Processos Gerenciais - Treinamento - Advogado - Encarregada Administrativa - Consultoria - Assessoria e consultoria Fonte: elaboração própria (2013) Convém destacar a satisfação plena dos professores da amostra 1, quanto as exigências da IES: (...) eu avalio como bom. Acho que é bastante exigente. Acho que num padrão de boa qualidade para ser um professor não se aceita qualquer um. Analisa também a capacidade de lecionar. Dentro do comum para um profissional, são solicitados como de um profissional normal administrativo qualquer, nada de excepcional dentro do trabalho (...). (PESQUISA, 2013). 100% 75% 25% Satisfatório Insatisfatória Masculino Feminino Gráfico 6: Análise dos benefícios ofericidos pela empresa segundo os professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). Destacamos que a maioria dos professores consideram os benefícios oferecidos pela IES como satisfatórios, sendo 100% dos docentes de genêro feminino e 75% dos docentes do gênero masculino. Apenas 25% dos docentes de gênero masculino consideram insatisfatório. Registrou-se que na totalidade da amostra 1, ou seja 100% dos entrevistados, avaliam como satisfatório o ambiente de trabalho, de acordo com o trecho da entrevista: 64 (...) eu gosto do ambiente de trabalho, eu gosto dos colegas de trabalho e isso eu acho que está super bom, super ótimo. Principalmente nesta instituição. Aqui que as pessoas são bem humanas então, isso eu gosto (...). (PESQUISA, 2013). 100% 75% 25% Satisfatória Insatisfatória Masculino Feminino Gráfico 7: Condições para o preparo das aulas segundo os professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). Conforme apresentado pelo gráfico 7, observamos que 100% dos docentes do gênero masculino e 75% dos docentes do gênero feminino consideram que o tempo para o preparo das aulas, correção de outras atividades, de avaliações, lançamento de notas e faltas, etc. é insuficiente. Além disso, consideram a falta de remuneração para esse trabalho insatisfatório, conforme excerto a seguir: (...) o tempo que a gente conseguir, não é? Insuficiente, porque a gente não é remunerado para esse tempo, o tempo que a gente tem e é remunerado a gente está em sala ou em outra atividade, não tem uma remuneração suficiente para o preparo das aulas (...). (PESQUISA, 2013). 50% 50% 50% Satisfatório 50% Insatisfatório Masculino Feminino Gráfico 8: Apoio pedagógico segundo os professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). 65 Outro fato a se destacar é o apoio pedagógico. Observou-se que 50% dos professores do gênero masculino e 50% dos professores do gênero feminino consideram falhos, considerando que esse apoio é insuficiente, conforme o trecho a seguir relatado por um dos professores entrevistado: (...) normalmente o coordenador procura direcionar os conteúdos, as metas. Isso sim, isso tem. Agora um suporte, além disso, acho mais difícil (...). (PESQUISA, 2013). Observa-se que a totalidade da amostra 1 (100%) consideram satisfatório o apoio da direção. Registra-se que 100% dos professores da amostra 1 sentem-se seguros no ambiente de trabalho e que os professores utilizaram sentidos diferentes para a palavra “segurança”. Alguns comentaram da segurança em relação ao espaço físico, outros comentaram em relação aos alunos e outros ainda, sobre a instabilidade de atribuições de aulas para o semestre seguinte. Destacamos alguns relatos: (...) a segurança no sentido de? Nunca tive nenhum receio, né? Por mais que uns sejam bagunceiros, falam demais, enfim, nunca me desrespeitaram, nunca fizeram ameaça nenhuma (...). (...) Graças a Deus não tenho medo quanto à segurança (...), ....considero também adequada, não vejo riscos de algum tipo risco de acidente, algum outro tipo de risco...”. Nas outras unidades da instituição eu vejo assim que eles se preocupam em não deixar o professor sem aula então, eu acho que isso ai é uma coisa se, é óbvio, se o professor merecer, também tem que se ter esta avaliação, então me sinto segura. “Eu nunca me senti insegura aqui (...). (PESQUISA, 2013). 75% 50% 50% 25% Satisfatória Insatisfatória Masculino Feminino Gráfico 9: Quantidade de alunos por sala segundo os professores entrevistados – Amostra 1 Fonte: elaboração própria (2013). 66 Constatou-se que as maiorias dos professores consideraram a quantidade de alunos satisfatória, sendo 75% dos docentes do gênero masculino e 50% dos docentes do gênero feminino. Destacamos o relato da dificuldade de alguns professores em relação a grande quantidade de alunos e em relação ao espaço físico das salas de aula. (...) evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a própria aula... tem uma dificuldade maior de atuação do professor. Não digo que se perca o controle, mas a situação... quando tem um número maior naturalmente o burburinho, a fala, a agitação acaba sendo maior. Mas é relativo. Eu cheguei já ter classe com uma turma maior, mas não sei, o pessoal tinha uma forma mais apaziguada. Eu acho o número de alunos um pouco elevado(...). (...) cerca de quarenta e cinquenta alunos. O problema é de estar numa sala apertada, então você manter cinquenta alunos numa sala apertada com duas carteiras juntas eu acredito que é um pouco complicado. Então você não tem espaço para transitar entre os alunos e os próprios alunos se acostumam a ficar em duplas, porque o espaço é pequeno e as carteiras ficam muito juntas e isso cria uma certa dificuldade. O número é grande não em função do número de alunos e sim pela dimensão da sala que não comporta estes cinquenta alunos (...).(PESQUISA, 2013). Convém observar que 100% dos professores da amostra 1 apontam que os alunos não estão aptos para cursar o ensino superior, destacando dois fatos: a falta de comprometimento e a defasagem escolar do Ensino Médio. Segue o trecho de um professor: (...) é um grupo, devido à região em que a instituição fica, é um grupo bastante carente, carente de recursos, carente de ensino básico, ensino médio e temos que nós... como é que eu diria?! Esforçar muito para tentar passar aquilo que a gente tem de conhecimento, de pesquisa para que eles aprendam a fazer o mesmo, a se desenvolver e a se desenvolver sozinhos. Então a gente tem dificuldade por causa do ensino precário que eles tiveram (...) (PESQUISA, 2013). 4.4 Discussão dos Dados dos Questionários Os dados coletados por meio do questionariam permitiram elencar alguns eixos que deram sustentação a continuidade da discussão. 67 4.5 Condições de Trabalho/ Ambiente Administrativo (2) Cumpre destacar que todos os profissionais que participaram da pesquisa estão contratados como professor e sua atividade atual está de acordo com o cargo/função para o qual foi contratado (a). 50% 20% 20% 1 até 5 20% 20% 20% 5 até 10 10 até 15 Masculino 20% 15 até 20 10% 10% 10% 20 até 25 25 até 30 Feminino Gráfico 6: Tempo de Trabalho na Função de Professor – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). É oportuno destacar com relação ao tempo de trabalho dos professores na profissão docente, que 50% dos docentes do gênero feminino trabalham entre 5 e 10 anos, enquanto que do gênero masculino temos uma distribuição equivalente, que variou entre 20% e 10%. 60% 50% 50% 40% Não Sim Masculino Feminino Gráfico 7: Participou de Cursos nos últimos 2 anos Fonte: elaboração própria (2013). Observou-se que em relação à atualização e/ou aperfeiçoamento profissional, 60% dos professores do gênero masculino participaram de algum curso, enquanto que os professores do gênero feminino esse número foi de 68 50%. Foi possível analisar que grande parte dos cursos realizados relaciona-se com o exercício da profissão de docente. Complementando o gráfico 8, a tabela 7 destaca os cursos realizados pelos professores: Tabela 7: Descrição dos Cursos realizados pelos professores nos últimos 2 anos Masculino - Mestrado - Pós Graduação em Educação Matemática - Redação Instrumental - Profissão Professor - Dinâmica das Aulas Inovadoras - Não descreveu o curso Feminino - Plataforma Moodle - Pós Graduação em Gestão Empresarial - Mestrado em Educação - Unifesp (não descreveu o título do curso) - Ensino à Distância - Mestrado em Ensino de Matemática Fonte: elaboração própria (2013). Há de se destacar que 80% dos professores do gênero feminino e 70% dos professores do gênero masculino, trabalham em apenas na IES. Os dados seguem no gráfico 8. 80% 70% 30% 20% 1 Instiuição 2 Instituições Masculino Feminino Gráfico 8: Quantidade de Instituições de Ensino que Trabalham os Professores – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). No gráfico 9, observa-se um retrato oposto. Temos 70% dos docentes do gênero masculino exercendo outra função remunerada, enquanto que dos docentes do gênero feminino, 70% não exerce outra atividade remunerada. 69 70% 70% 30% 30% Sim Não Masculino Feminino Gráfico 9: Tem outra Atividade Remunerada – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). No gráfico 10, registra-se que 90% dos professores do gênero feminino e 60% dos professores do gênero masculino não possuem aposentadoria, porém destacamos que 40% dos professores do gênero masculino encontramse aposentados e ainda exercendo função remunerada. A tabela 8 descreve as carreiras nas quais esses professores se aposentaram. 90% 60% 40% 10% Não Sim Masculino Feminino Gráfico 10: Você já possui alguma aposentadoria? – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Tabela 8: Descrição das áreas que alguns professores possuem aposentadoria – Amostra 2 Masculino Feminino - Corporativa (25%) - Gestão de Pessoas - Funcionário Público (25%) - Administrativa (50%) Fonte: elaboração própria (2013). 70 80% 30% 10% 1 até 4 4 até 7 30% 20% 10% 10% 10% 7 até 10 10 até 13 13 até 16 16 até 19 19 até 21 21 até 24 mais de 24 Masculino Feminino Gráfico 11: Tempo Total de Trabalho (em anos) dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). É oportuno comentar sobre o tempo total de trabalho dos professores. Observou-se que 80% dos docentes do gênero masculino possuem mais de 24 anos de experiência, enquanto que os docentes do gênero feminino esse valor variou entre as faixas de 10 até 24 anos. Os gráficos 12 e 13 demonstram as áreas de formação dos professores do gênero masculino e feminino entrevistados, respectivamente. Tecnólogo Gestão Financeira 10% Ciências da Computação 10% Matemática Economia 20% 10% Administração 30% Ciências Juridicas 20% Ciências Econômicas 20% Gráfico 126: Graduação dos Professores Pesquisados do Gênero Masculino – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). 7 *Nestes gráficos foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 30% foi considerado que 3 professores do total de 10 possuem essa formação. 71 Pedagogia Psicologia Turismo Matemática História Letras Ciências Juridicas Comunicação Social 10% 30% 10% 10% 20% 20% 10% 10% Gráfico 133: Graduação dos Professores Pesquisados do Gênero Feminino – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). No gráfico 13, observou-se que a maioria dos professores do gênero feminino possui formação na área de ciências humanas. Este fato também se repete na pós- graduação, conforme tabela 9 e 10. Tabela 9: Cursos de Pós Graduação (lato-sensu) dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Masculino Feminino - Administração - Administração Pessoal (RH) - Ética e Cidadania - Treinamento e Desenvolvimento Pessoal - Marketing em vendas - Docência no Ensino Superior - Marketing Internacional - Gestão Empresarial - Docência no Ensino Superior - Literatura - Analise de Sistemas - Comunicação e Mercado - Gestão Financeira - Mercado de Capitais - Administração Pessoal (RH) - Design Instrucional para EAD Virtual - Novas Tecnologias no Ensino de Matemática - Planejamento, Implementação e Gestão da EAD Fonte: elaboração própria (2013). Tabela 10: Cursos de Mestrado (stricto-sensu) dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Masculino Feminino - Educação Matemática - Administração, Educação e Comunicação - Administração de Empresas - Ensino de Matemática - Administração da Inovação - História da Cultura - Semiótica, Tecnologias da Informação e - Educação Educação - História Social e Documento - Direitos Fundamentais e Colisão de Direitos - Literatura - Comunicação - Cursando: Psicologia da Educação Fonte: elaboração própria (2013). 72 90% 60% 30% 10% de 4 até 10 salários de 10 até 20 mínimos salários mínimos Masculino 10% acima de 20 salários mínimos Não Respondeu Feminino Gráfico 14: Faixa Salarial dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Registra-se que no gráfico 14 a maioria dos docentes recebem entre 4 e 10 salários mínimos, sendo 60% do gênero masculino e 90% do gênero feminino. 50% 50% 40% 30% 10% de 4 até 10 salários de 10 até 20 mínimos salários mínimos Masculino acima de 20 salários mínimos 10% 10% Não Respondeu Feminino Gráfico 15: Renda Familiar dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Observou-se no gráfico 15 que 40% dos professores do gênero feminino possuem renda familiar entre 4 até 10 salários mínimos, 50% entre 10 até 20 salários mínimos e 10% não responderam. Em relação aos professores do gênero masculino, 30% possuem renda entre 4 até 10 salários mínimos, 50% entre 10 até 20 salários mínimos, 10% acima de 20 salários mínimos e 10% não responderam. Na faixa entre 10 até 20 salários mínimos ambos os gêneros se equipararam, porém acima de 20 salários mínimos, encontram-se apenas professores do gênero masculino. 73 4.6 Condições de Trabalho/ Saúde 80% 70% 30% 20% Não Sim Masculino Feminino Gráfico 16: Esteve afastado do trabalho nos últimos dois anos – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Registra-se que 20% dos docentes do gênero masculino e 30% do gênero feminino estiveram afastados do trabalho últimos dois anos, o motivo desse afastamento é apresentado na tabela 11: Tabela 11: Descreve o motivo dos afastamentos dos professores – Amostra 2 Masculino Feminino - Não respondeu - AVCI (Acidente Vascular Cerebral Isquêmico) - Lombalgia e Obstrução do Intestino - Pneumonia Fonte: elaboração própria (2013). 100% 67% 33% Não Sim Masculino Não Respondeu Feminino Gráfico 17: Teve apoio da Empresa durante o Afastamento – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Ao observar o gráfico 17, notou-se que a maioria dos professores teve apoio da empresa durante o afastamento, sendo 67% do gênero feminino e 100% do gênero masculino. 74 100% 67% 33% Não Sim Masculino Não Respondeu Feminino Gráfico 18: Alguém da sua empresa te procurou para saber o seu estado de saúde – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Há de se destacar que 67% dos professores do gênero feminino foram procurados por alguém da empresa durante o período de afastamento do trabalho, enquanto que 100% dos professores do gênero masculino não responderam sobre essa informação. 80% 60% 20% Não 30% 10% Sim Masculino Não Respondeu Feminino Gráfico 19: Faltou ao trabalho em 2011 – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Convém destacar que temos uma situação divergente entre os gêneros. Enquanto 60% dos professores do gênero masculino não faltaram ao trabalho em 2011, cerca de 80% dos professores do gênero feminino faltaram ao trabalho. A tabela 12 descreve os motivos das faltas dos professores no ano de 2011. 75 Tabela 12: Motivo da falta do professor em 2011 – Amostra 2 Masculino Feminino - Doença - Acompanhar o pai ao médico - Problemas Mecânicos no Carro - Ida ao médico - Não colocou o motivo - AVCI (acidente vascular cerebral isquêmico) - Problemas Particulares - Pneumonia - Tendinite e Labirintite - Trânsito - Dor de Cabeça - Dor na Coluna - Gripes - Doença do Cônjuge Fonte: elaboração própria (2013). Tabela 137: Sinais e sintomas apresentados pelos professores no último mês – Amostra 2 Nº Sinais Masculino Feminino 1 Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor na nuca, etc. 20% 70% 2 Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente 10% 40% 3 Esquecimento de coisas corriqueiras como: onde colocou a chave do 30% 80% carro, etc. 4 Irritabilidade excessiva 10% 50% Vontade de sumir 20% 40% 5 6 Sensação de que não vai conseguir lidar com o que está acontecendo 10% 40% 7 Pensar em um só assunto 10% 20% 8 Repetir o mesmo assunto em pensamento 30% 30% 9 Ansiedade 60% 60% 10 Distúrbio do sono (dormir demais ou muito pouco) 50% 50% 11 Cansaço ao levantar 40% 70% 12 Trabalhar com um nível de exigência profissional abaixo do normal 0% 20% 13 Sentir que nada mais vale a pena 0% 20% 14 Fica tenso quando espera em fila 30% 50% 15 Fica impaciente quando pega um engarrafamento 50% 60% 16 É intolerante com as limitações dos outros 20% 40% 17 Quando se sente pressionado pensa que vai explodir 10% 20% 18 Quando espera alguém que está atrasado fica chateado e deixa 10% 40% transparecer 19 Perde o controle quando as coisas não vão como espera 10% 10% 20 Torna-se agressivo quando discordam de você 0% 20% 21 Aceita novos desafios mesmo quando se sente sobrecarregado 50% 60% 22 Deixa os outros influenciarem a sua vida 10% 10% 23 Só vai ao supermercado se puder entrar na fila “só para dez itens” 0% 20% Fonte: elaboração própria (2013). Os principais sintomas destacados pelos professores apresentam-se nos gráficos 20 e 21: 8 Nessa tabela foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 70% foi considerado que 7 professores do total de 10 assinalaram esse item. 76 Ansiedade 60% Fica impaciente quando pega um engarrafamento 50% Distúrbio do sono 50% Aceita novos desafios mesmo quando se sentes sobrecarregado 50% Gráfico 20: Principais Sinais apresentado pelos professores do gênero Masculino no último mês – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Ao observar o gráfico 20, registra-se que a maioria dos docentes do gênero masculino sente-se ansiosos (60%) e impacientes quando enfrentam um engarrafamento (50%). Esquecimento de coisas corriqueiras como onde colocou a chave do carro, etc. 80% Cansaço ao levantar 70% Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor na nuca, etc. 70% Aceita novos desafios mesmo quando se sentes sobrecarregado 60% Ansiedade 60% Gráfico 21: Principais Sinais apresentado pelas professoras do gênero Feminino no último mês – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). No gráfico 21, registrou-se que a maioria dos docentes do gênero feminino apresentaram esquecimentos de coisas corriqueiras (80%), cansaço ao levantar (70%) e tensão muscular, aperto de mandíbula, dor na nuca, etc. (70%). 77 Descreveram-se na tabela 14 as principais dificuldades que os professores apontaram no exercício pleno de suas atividades. Tabela 14: Principais dificuldades apontadas pelos professores no exercício pleno de sua função – Amostra 2 Masculino Feminino - Falta de Tempo - Falta de estrutura - Despertar o interesse e a disciplina do aluno - Tripla jornada - Falta de organização dos superiores - Aluno desmotivado - Falta de estrutura em sala - Relação aluno X professor confundida com cliente X comerciante - Pouco salário - Professores desmotivados - 50% não identificou nada - Burocracia excessiva - Defasagem dos alunos - Salário baixo - Falta de Reconhecimento - Trânsito - 20% salas cheias - 30% falta de organização dos superiores - 30% carga horária e a incerteza todo semestre - 50% o excessivo trabalho em casa sem remuneração Fonte: elaboração própria (2013). Excesso de trabalho em casa sem remuneração 50% Falta de organização dos superiores 30% Carga Horário e incerteza todo semestre 30% Salas Cheias 20% Gráfico 228: Principais Dificuldades apresentada pelas professoras do gênero Feminino no exercício pleno da sua atividade – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). A fim de justificar as principais dificuldades apresentadas pelos professores que responderam ao questionário, destacam-se trechos das entrevistas dos mesmos. O excesso de trabalho em casa sem remuneração 9 Nessa tabela foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 50% foi considerado que 5 professores do total de 10 relataram esse fato. 78 apresentou-se como a maior dificuldade dos professores, corroborada pelo excerto a seguir: (...) quantas horas eu não sei, mas que são bastante são. A gente prepara aula, a gente corrige prova, a gente corrige trabalho então assim, são bastantes horas fora da sala de aula que eu ainda não fiz os cálculos, mas é bastante tempo para isso (...). (PESQUISA, 2013). Outro trecho também deixar claro esse excesso de trabalho: (...) Não fiz, porque se eu fizer eu vou me decepcionar. Um excesso foi aquilo que eu falei antes, eu estou excedendo demais, excedendo e muito. Hoje, por exemplo, eu daria as duas últimas aulas após o intervalo e eu cheguei aqui às dezenove horas. A minha aula era das vinte e uma horas e eu estou aqui desde as dezenove horas (...). (PESQUISA, 2013). Também encontramos trechos no qual são descritas a dificuldade da carga horária excessiva e a incerteza da quantidade de aula em cada semestre: (...) eu vejo assim, que eles se preocupam em não deixar o professor sem aula. Então eu acho que isso aí é uma coisa se, é obvio, se o professor merecer, também tem que se ter esta avaliação (...). (PESQUISA, 2013). Destacamos agora a quantidade de alunos em sala, algo que para muitos professores é uma dificuldade para desenvolver um bom trabalho: (...) evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a própria ... tem uma dificuldade maior de atuação do professor, não digo que se perca o controle, mas a situação (...). (PESQUISA, 2013). (...) eu acho que é excedente, são sessenta alunos, para mim eu acho excedente. Eu acho que no máximo trinta. Essa é a minha opinião (...). (PESQUISA, 2013). (...) O problema é de estar numa sala apertada, então você manter cinquenta alunos numa sala apertada com duas carteiras juntas eu acredito que é um pouco complicado, então você não tem espaço para transitar entre os alunos e os próprios alunos se acostumam a ficar em duplas porque o espaço é pequeno e as carteiras ficam muito juntas e isso cria uma certa dificuldade. O número é grande não em função do número de alunos e sim pela dimensão da sala não comportar estes cinquenta alunos. Eu acho complicado em função do espaço porque se você for numa sala de cursinho tem mais de cem alunos, mas a sala é muito mais que o dobro destas, é uma 79 adequação em função da quantidade de alunos (...). (PESQUISA, 2013). Observou-se que o último relato de alguns professores também apresentou outro problema, nesse caso relacionado ao espaço físico da sala de aula, que não comporta a quantidade de alunos. 60% 30% 20% 20% 20% 20% 10% 1 até 5 5 até 10 10% 10% 10 até 15 15 até 20 20 até 25 25 até 30 30 até 35 35 até 40 mais de 40 Masculino Feminino Gráfico 23: Horas Semanais de Docência dos Professores Pesquisados – Amostra 2 Fonte: elaboração própria (2013). Constatou-se que a maioria dos professores do gênero masculino (60%), possui entre 15 e 20 horas de trabalho na função de docente, enquanto no gênero feminino temos uma distribuição, variando entre 5 e mais de 40 horas semanais. 80 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa teve como propósito explorar as representações dos professores que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES), localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente aqueles que lecionam em cursos tecnológicos a respeito das condições de trabalho e a respeito das possíveis consequências sobre a sua saúde no exercício da sua atividade laboral. Participaram da pesquisa 30 professores que lecionam em vários cursos tecnológicos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e questionários. As entrevistas tiveram o caráter exploratório e serviram de base para a elaboração do questionário. Baseado nos dados obtidos por meio da pesquisa observou-se que a maioria dos professores entrevistados consideram satisfatórias as condições de trabalho no que se refere aos meios físicos. Cumpre destacar, também, que a maioria dos professores avaliam os benefícios oferecidos pela IES como satisfatórios, bem como apreciam como satisfatóriamente o ambiente de trabalho. No entanto consideram que o tempo para o preparo das aulas, correção de outras atividades, de avaliações, lançamento de notas e faltas, etc. é insuficiente. Além disso, dizem ser a remuneração para esse trabalho insatisfatória. Observou-se que 50% dos professores consideram o apoio pedagógico que recebem para o exercício da docência insuficiente, apesar de se sentirem amparados pela direção da instituição. Constatou-se que a totalidade dos professores sente-se segura no ambiente de trabalho e que utilizaram sentidos diferentes para a palavra “segurança”. Alguns se referem à segurança em relação ao espaço físico, outros em relação aos alunos e outros ainda, à instabilidade de atribuições de aulas para o semestre seguinte. Foi possível perceber que a maioria dos professores entrevistados considera a quantidade de alunos por classe satisfatória, no entanto relatam 81 que as salas de aulas são pequenas para acomodar o número de alunos existentes. A totalidade dos professores consideram os alunos inaptos para cursar o ensino superior, destacando: a falta de comprometimento e a defasagem escolar. No depoimento desses professores, as condições de trabalho oferecidas pela instituição são consideradas satisfatórias, os problemas enfrentados são localizados nos alunos que, segundo eles, não estão aptos para cursar o Ensino Superior. Ao responderem os questionários, os professores informaram que 20% dos docentes do gênero masculino e 30% do gênero feminino estiveram afastados do trabalho nos últimos dois anos. Segundo os sujeitos de pesquisa, a maioria teve apoio da empresa durante o afastamento. No que se refere às faltas ao trabalho, foi possível perceber que 60% dos professores do gênero masculino, não se ausentaram do trabalho em 2011, em contrapartida cerca de 80% dos professores do gênero feminino faltaram ao trabalho. Os docentes do gênero masculino queixam-se de ansiedade e distúrbio de sono, enquanto as professoras queixam-se de esquecimentos, cansaço ao se levantar, tensão muscular e ansiedade. Ambos os sexos dizem assumir mais encargos na instituição, mesmo sentindo-se sobrecarregados. Os professores ao relatarem as dificuldades encontradas no exercício da docência explicitam que executam muito trabalho em casa sem remuneração, deparam-se com falta de organização institucional, incerteza quanto a carga horária todo o semestre, salas cheias de aluno, o que se contrapõem aos dados obtidos por meio da entrevista. Os resultados dessa pesquisa se aproximam de um estudo recente (Lima, 2013). Segundo o autor, os dados desse estudo que utilizou 29 professores como sujeitos de pesquisa, apontam que 50% dos professores entrevistados que possuem entre 5 e 10 anos de tempo de profissão, 82 apresentam sintomas como: stress (88%); vida privada invadida pelo trabalho (76%); algum tipo de adoecimento (52%) e medo de perder o emprego (52%). O autor ainda afirma que os impactos na subjetividade destes professores são galopantes em um tempo de profissão relativamente curto e que o capitalismo global e a precarização do trabalho atinge as mentes e os corações dos trabalhadores, além de atingir a objetividade e a subjetividade (mente e corpo) da classe trabalhadora. O autor concluiu também que as condições de trabalho vivenciadas pelos professores impactam negativamente as suas subjetividades, tornando-as subjetividades precarizadas. Além das questões acima citadas, uma das principais queixas dos professores está relacionada com a falta de preparo dos alunos ao ingressarem no Ensino Superior. Consoante a Dominguez e Morelli (1984), ao realizarem um levantamento das dificuldades de aprendizagem em universitários, observaram que a maioria não está devidamente orientada para alcançar um desempenho ideal e isso pode estar relacionado ao fato de não possuírem as habilidades básicas requeridas para desenvolver os trabalhos acadêmicos e a falta de preparo no ensino básico, que foi considerada a principal causa. Os autores ainda ressaltam que a interação aluno-professor, se for inadequada, causa efeitos negativos no desenvolvimento da aprendizagem. Campos (2010), relata ainda que as dificuldades no processo ensinoaprendizagem estão relacionadas principalmente com o despreparo, a falta de atenção e da motivação dos alunos. O autor ainda menciona que a falta de clareza da docência entre professores e alunos podem tanto estimular, promover, gerar avanço e crescimento discente, quanto podem desestimular, frustrar, impedir o avanço e crescimento do sujeito que aprende. As organizações de classe (sindicatos, associações, organizações, etc.) tentam esclarecer e sensibilizar as autoridades quanto às dificuldades do dia-adia encontradas pelos docentes, independente do gênero (masculino ou feminino). Segundo Lima (2013), a existência de sindicatos classistas comprometidos com a defesa da classe trabalhadora, é fundamental para o enfrentamento necessário às políticas patronais. Ainda, segundo o autor, a luta 83 é no campo econômico, político e ideológico e uma concepção classista disputa todas estas dimensões junto aos trabalhadores. Tais dificuldades se mostram claramente com o passar dos anos e é preciso conhecer melhor as particularidades do exercício desta função (principalmente os impactos na saúde do professor), dada à relevância do assunto no que tange à formação das pessoas. O exercício da docência é, sem dúvida, um ato fraterno, de cidadania e imprescindível à nação. 84 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES-MAZZOTTI, A.J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo, Pioneira, 2001. ANDRADE, M.M. Introdução à metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003. ARAÚJO, T.M. et al. Saúde e trabalho docente: dando visibilidade aos processos de desgaste e adoecimento docente a partir da construção de uma rede de produção coletiva. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 37, p. 183-212, 2003. BARRETO, M. R. F. Professores do ensino de primeiro grau: quem são, onde estão e quanto ganham. Estudos em avaliação educacional. 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Porto Alegre, Artmed, 2004. 90 ANEXO 1 Modelo do Roteiro de entrevista que foi aplicado aos professores convidados da IES Dados Pessoais: Nome:________________________________________________ ______ Sexo: Feminino ( ) Masculino ( Idade ) Formação: -Graduação___________________ Pós-graduação_____________________ -Especialização______________________ ________________________ Mestrado -Doutorado________________________________ doutorado______________ Pós- Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Qual a sua carga horária semanal? Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Tem alguma doença? Faz algum tipo de tratamento? Fez alguma cirurgia? Qual? Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( ) Insatisfatória ( ) 91 Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Quanto às exigências da IES? Comente. Benefícios? Ambiente de trabalho? Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula? Você já fez esta sugestão? Como foi aceito? Tempo para a preparação das aulas? Apoio pedagógico? O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico? Apoio da direção? Segurança? Corpo discente? Número de alunos por sala de aula? Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 92 ANEXO 2 TRANSCRIÇÕES DAS ENTREVISTAS Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (1) Dados Pessoais: Nome:___________________________________________________Idade 48 anos Sexo: Feminino ( ) Masculino ( x ) Formação: - Graduação Administração de Empresas - Pós-graduação Docência do Ensino Superior Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Há nove anos Qual a sua carga horária semanal? 20horas/semanais Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Sim, gerente de processos. Nove horas por dia 45 horas semanais. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Sim tive, cirurgia de apendicite. Quinze dias. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Não. Fez alguma cirurgia? Qual? Sim. Cirurgia de apendicite. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( ) São boas. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. 93 Instalações físicas são boas, recursos e equipamentos existem deficiências, aparelhos projetores, as lousas que muitas vezes não funcionam, e as acomodações de carteiras, cadeiras que muitas vezes estão quebradas, com defeitos, biblioteca sem livros, sem recursos audiovisuais e poucos recursos para a utilização dos professores. Quanto às exigências da IES? Comente. É uma exigência, vamos dizer moderada quanto às planilhas para preenchimento. Acredito que no mundo hoje informatizado a gente tem preenchido muita papelada em duplicidade porque preenchemos papéis e ainda alimentamos o sistema com os mesmos dados, um trabalho duplicado que toma o nosso tempo. Benefícios? Estou satisfeito com os benefícios, assistência médica e cesta básica e só. Ambiente de trabalho? É muito bom. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) É, nesse sentido tem uma deficiência grande, quanto a incentivo a bolsa de estudo, incentivo a aprimoramento, cursos e pesquisas, tudo isso é uma deficiência na instituição. Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula? Sim, poderia que melhoraria. Você já fez esta sugestão? Sim. Como foi aceito? É, foi negado. Tempo para a preparação das aulas? É, há uma dedicação do tempo, geralmente fora do horário de trabalho que não é apontado como aula e que poderia ser apontado ser apontado como aula, pois a gente dispensa muito tempo preparando as aulas, nos atualizando pra passar isso aos alunos. Deveríamos ser remunerados. Apoio pedagógico? É, não vejo assim de fato um apoio pedagógico né. O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico? Um acompanhamento, uma orientação da instituição em relação a todo o programa de ensino tanto o resultado do aluno como o desenvolvimento dos professores. Apoio da direção? Há uma total liberdade da direção no desenvolvimento da estratégia e dos programas de ensino. Quando precisa do apoio da direção como você se sente? 94 Me sinto seguro, apoiado e sempre tenho uma resposta desde que ela seja na maioria um não, mas, recebo uma resposta. Segurança? É, sinto assim uma segurança em relação ao trabalho, em relação ao emprego tem uma certa segurança. Em relação à segurança no trabalho em relação aos alunos, ser um professor protegido pela instituição, acho que aí tem uma deficiência, na verdade nós acabamos nos defendendo de uma certa forma em relação à sala, ao aluno, então acho que a instituição não nos apoia nesse sentido, né. Corpo discente? É um grupo, devido à região em que a instituição fica, é um grupo bastante carente, carente de recursos, carente do ensino básico, ensino médio e temos que nos, como é que eu diria esforçar muito pra tentar passar aquilo que a gente tem de conhecimento, de pesquisa pra que eles aprendam a fazer o mesmo, a se desenvolver e a se desenvolver sozinhos, então a gente tem dificuldade por causa do ensino precário que eles tiveram. Número de alunos por sala de aula? O número de alunos por sala de aula em média quarenta e cinco alunos. Eu não acho um número, não é muito alto não. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Sim, né. Dos nove anos que eu trabalho na instituição deve ter por volta de umas duas mil horas de trabalhos fora da instituição, mas eu não fiz os cálculos não. É muito tempo dispensado fora da instituição. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações 95 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (2) Dados Pessoais: Nome: (facultativo)________________________________________Idade: 36 anos Sexo: Feminino ( ) Masculino ( x ) Formação: - Graduação: Direito - Pós-graduação: MBA Gestão Empresarial/Direito Empresarial/ Direito do Estado/ Direito Público - Especialização Direito Institucional Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Nove meses. Qual a sua carga horária semanal? Dezoito horas Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Sim. Advocacia e a gestão empresarial. Deixa eu me ver, acho que umas dezesseis horas. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Nunca. Tem alguma doença? Também não. Faz algum tipo de tratamento? Também não. (Refere que não, porém, na realidade, faz). Fez alguma cirurgia? Qual? Sim, nariz, garganta, ouvido e também fiz transplante capilar. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Sim, carbolítio (estabilizador do humor). Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Nunca. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( ) 96 Porque o ambiente é, tem pessoas extremamente idôneas, pessoas ... Todas as condições de trabalho, os benefícios enfim, o pagamento, tudo feito de acordo com o contratado, não tenho reclamações, fiz muitos amigos, pessoas boas que me fazem feliz por trabalhar dessa forma. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Olha, a única coisa que eu vejo que necessita mais seria um data show e também as máquinas, CPU’s. Porque, se você tiver seu próprio lap top você teria uma data show, agora se você não trouxesse o seu, obviamente você tem um obstáculo que seria a falta de CPU’s para adequar aos próprios data show’s. Então, por óbvio, você fica na disputa de conseguir as máquinas para poder lecionar. Quanto às exigências da IES? Comente. Olha, as exigências dela, para mim são todas satisfatórias, não tem nada assim que tenha sido pedido assim que fosse absurdamente impossível. Para mim está de acordo assim como na outra instituição que trabalhei que também lecionei durante dois anos. Para mim, acho que assim, quanto à exigência em si, elas estão semelhantes. Eu considero razoável. Benefícios? Quanto aos benefícios, olha, por eu estar começando, ter pouco tempo de casa, não estou a par de todos os benefícios, mas eu já estou a par que quem tem filho pode conseguir bolsa, também tem a cesta básica. A cesta básica eu achei muito, muito, muito, muito simples. Extremamente simples. Eu até, foi há dois meses atrás recebi com produto estourado dentro da cesta, mas em fim, né... Ambiente de trabalho? Ambiente de trabalho, olha, são dois tipos assim bem distintos, né. Você dá aula para técnico e para a faculdade. O pessoal do técnico é extremamente carente, um pessoal que tem muita dificuldade de acompanhar e, por outro lado, vejo que a faculdade também tem um pessoal que tem uma certa dificuldade, mas é um ambiente totalmente diferente, é um ambiente mais 97 assim, é mais respeitoso, respeitam mais os professores, mas, eu não tenho reclamações, eu gosto, me realizo tanto dando aula para técnico quanto pra faculdade. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) Até o momento, se a instituição me der esta oportunidade... mas até agora eu desconheço. Tempo para a preparação das aulas? Olha, eu gasto muito tempo, normalmente aos finais de semana que sobra algum tempo. Além da dedicação a família eu me dedico para fazer minhas aulas. Então, na verdade eu dedico os finais de semana em si para poder fazer isso. De razoável para mais. Pouquinho além do razoável porque eu tive que ir do zero não são aulas que estão prontas, alguma coisa eu acabo utilizando, mas, eu tive que começar do zero. Apoio pedagógico? Apoio pedagógico olha, até o presente momento eu caminhei bem mesmo não procurando apoio pedagógico, em fim, mas eu sei que está sempre presente. Apoio da direção? A direção olha da direção no caso do técnico tem que está sempre aos olhos da coordenadora e aqui eu tenho o apoio da coordenadora da administração e do coordenador de processo gerenciais. Então são eles que eu conheço e que na verdade eu me reporto e que estão sempre presentes. Considero satisfatório. Segurança? A segurança no sentido de? Nunca tive nenhum receio, né. Por mais que uns sejam bagunceiros, falam demais, em fim, nunca me desrespeitaram, nunca fizeram ameaça nenhuma, também na faculdade nunca tive, mesmo com esses problemas, os toques de recolher também, graças a Deus não tenho medo quanto à segurança. Corpo discente? Então, os alunos eles são alunos diferenciados, nós temos um, eu vejo que existem muitos alunos que chegam à faculdade seja em nível de bacharel ou 98 tecnólogo, chegam com uma deficiência muito grande além de nosso vocábulo aqui eles acabam apresentando algumas palavras escritas incorretamente, esse cabedal delas é muito assim, limitados tendo que explicar coisas óbvias, determinadas palavras, mas num contesto geral é bom não digo satisfatório, mas, o pessoal é bom. Número de alunos por sala de aula? É satisfatório, em torno de vinte, vinte e cinco alunos. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente.Pois é, eu vejo que quando é um curso que eu ainda não tenha dado, como é o caso nesta instituição, eu tenho que preparar o material inteiro, eu acabo, de certa maneira, usando todo o meu final de semana. Quanto à correção de prova eu até consigo fazer em sala, mas preparar as aulas eu acredito que do final de semana eu aplico em torno de dez horas entre sábado e domingo. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 99 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (3) Dados Pessoais: Nome:__________________________________________________Idade: 58 anos Sexo: Feminino ( ) Masculino ( x ) Formação: - Graduação: Administração de Empresas - Pós-graduação: Administração Orientada para o Mercado Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Oito anos Qual a sua carga horária semanal? 6 horas, duas vezes que eu venho aqui por semana. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Quarenta horas, quando não, até mais, geralmente em cliente. Sim, eu atuo numa consultoria de gestão organizacional onde que eu desenvolvo projetos de remuneração, plano de carreiras, avaliação de desempenho por competências para os clientes que contratam a consultoria. Eu sou um dos consultores desta empresa. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não. Tem alguma doença? Nenhuma. Faz algum tipo de tratamento? Não, também não. Tomo alguns remédios para controle de pressão, mas, em termos de tratamento especificamente, não. Fez alguma cirurgia? Qual? Já, revascularização do miocárdio. Angina de alto risco poderia partir para o infarto, mas, graças a Deus, eu fui agraciado pelo alto. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Sim, para pressão, controle do colesterol e um vaso dilatador de artérias. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não, nenhuma. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Também não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? 100 Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( ) Eu considero as condições de trabalho satisfatórias e principalmente a autonomia que é dada a nós os professores quanto ao exercer as nossas atividades, eu entendo também um relacionamento assim muito salutar, um relacionamento bom entre nós e a coordenação, os responsáveis pela instituição. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. A necessidade que eu tenho normalmente é o que eu utilizo é o data show e tem matéria que é praticamente é todo o semestre, e toda vez que eu peço raramente eu deixo de ser atendido. Peço com alguma antecedência, mas não em termos de ministrar aula com esse equipamento, não inviabiliza. Quanto às exigências da IES? Comente. Eu também considero estas exigências dentro duma normalidade da parte administrativa que nós professores temos, então aquela questão de diário de classe, de controle de faltas, lançamento de notas é isso que nos é pedido e eu entendo isso como fazendo parte da nossa responsabilidade. Benefícios? São bons. Ambiente de trabalho? O ambiente de trabalho também até a integração com os professores muito boa é um ambiente, digamos assim, é um ambiente alegre, não é truncado sabe, não é pessoal ranzinza, em fim, eu acredito que a nossa própria formação das disciplinas que ministramos dá essa conotação dessa integração, dá essa facilidade de relacionamento, pelo menos eu vejo dessa forma. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) É, cursos, aprimoramentos não são assim tão frequentes, que são oferecidos a nós, de quando em quando surgem, mas, não são assim com uma frequência maior. Tempo para a preparação das aulas? É, o tempo de preparação de uma aula poderá ser um maior quando surge para você atribuir uma disciplina nova, no entanto, aquelas matérias, aquelas disciplinas que você já ministra há algum tempo, na verdade o tempo se reduz porque o conteúdo você tem, você pode até aprimorar o conteúdo não resta a menor dúvida mas, o tempo acaba sendo reduzido, porque você já tem uma 101 base de informação. O tempo é razoável. E também vai da organização, eu penso assim, de cada professor. Apoio pedagógico? Apoio pedagógico... também não é tão frequente, né. Apoio da direção? Quando há alguma necessidade de algum fato de ser resolvido, algum aluno, alguma necessidade eu tenho um atendimento adequado, com uma facilidade no relacionamento e também da resolução de problemas. Embora eu tenha o seguinte pensamento, eu quando tenho algum problema eu procuro sempre resolver em classe ao invés de dar essa obrigação ou levar essa situação a coordenação ou a direção talvez até por causa da própria autonomia como consultor, porque quando eu estou no cliente deve-se resolver o problema e aqui eu tenho esta mesma atitude. Segurança? Considero também adequada, não vejo riscos de algum risco de acidente, algum outro tipo de risco. Corpo discente? Varia, muitas vezes de uma classe para outra, mas, o que eu percebo de uma forma geral, hoje o alunado, eles são assim mais irrequieto, não tem muitas vezes assim um interesse maior e tem situações que parece que a conversas paralelas e outros assuntos acabam tendo uma prioridade maior em relação à aula. Isso é complicado porque eles estão estudando, um mercado cada vez mais competitivo, eles deveriam, muitos devem acordar para terem uma condição melhor no mercado, aqui nós temos o controle, mas no mercado a cobrança é bem maior é uma questão que vai determinar se vai ter ou não sucesso na empresa. Número de alunos por sala de aula? Evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a própria ... tem uma dificuldade maior de atuação do professor, não digo que se perca o controle, mas, a situação ... quando tem um número maior naturalmente o burburinho, a fala, a agitação acaba sendo maior. Mas é relativo eu cheguei já ter classe com uma turma maior, mas não sei, o pessoal tinha uma forma mais apaziguada. Eu acho o número de aluno um pouco elevado. 102 Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Não, cálculo especificamente não. Mas, poderia dizer o que por semana, como eu falei é relativo, dependendo do semestre se é matéria que você tem ... Mas, em média poderíamos dizer que por semana de duas a três horas. Para mim é razoável, assim, numa média. Falo de duas a três horas por semana, então se você pegar o período, evidentemente quando chega no final do semestre, dependendo da quantidade de alunos você pode ficar o dia inteiro ou o final de semana com essa atividade, mas, ao longo do semestre se fizer uma média de duas a três horas por semana, pode ter semana que, você ainda não está corrigindo algum trabalho ou algum seminário que você atribuiu o tempo fica até menor, é só questão de entrar no arquivo e ver a matéria que você já preparou ou a matéria que você vai dar na semana seguinte, deixa lá no pen drive. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 103 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (4) Dados Pessoais: Nome:___________________________________________________Idade 48 anos Sexo: Feminino ( ) Masculino ( x ) Formação: - Graduação Administração de Empresas - Pós-graduação Docência do Ensino Superior Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Há 8 anos Qual a sua carga horária semanal? 20horas/semanais Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Sim, consultoria. Oito horas por dia 40 horas semanais. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Não. Fez alguma cirurgia? Qual? Sim. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( ) Boas. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Instalações físicas são boas, recursos e equipamentos nem tanto, aparelhos projetores, e as acomodações de carteiras, muitas cadeira quebradas, a biblioteca tem acervo limitado, defasado, número restrito de recursos audiovisuais. Nem sempre os professores conseguem utilizar determinados recursos é preciso reservar com antecedência. E nem sempre consegue. Quanto às exigências da IES? Comente. 104 Acho que é como a maioria. O problema está na falta de atualização tecnológica. Anda tem muito trabalho feito a mão e que poderia ser informatizado o que facilitaria bastante o nosso trabalho. Benefícios? Bons. Assistência médica e cesta básica e só. Ambiente de trabalho? É muito bom. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) Bem deficiente. Deixa a desejar. Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula? Sim, poderia. Você já fez esta sugestão? Sim. Como foi aceito? Não foi aceito. Tempo para a preparação das aulas? Sobra pouco tempo para todas as atividades fora da sala de aula. Temos que nos desdobrar para conciliar tudo e ainda a remuneração é mínima. O que eles pagam pelas horas/atividades é irrisório. Apoio pedagógico? Não tem um apoio pedagógico efetivo, que realmente funcione. O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico? Acho que um acompanhamento efetivo, que funcione com relação ao projeto pedagógico, o desenvolvimento dos professores, dificuldades dos alunos, etc. Apoio da direção? Razoável. Quando precisa do apoio da direção como você se sente? Da direção? Coordenadores? Dos coordenadores até podemos contar, mas da direção geral é mais difícil. Até o contato é difícil acontecer. Segurança? Eu me sinto seguro dentro da instituição. Com relação às atribuições de aula para o semestre seguinte nem tanto seguro. Não sabemos se receberemos o mesmo número de aulas do semestre anterior. Isso não é bom. Corpo discente? É uma demanda bastante carente. Carente de formação e até mesmo financeira. É muito difícil. Eles tem uma dificuldade enorme para assimilar qualquer conteúdo mais elaborado. A gente tem que se desdobrar pra conseguir despertar o interesse deles. 105 Número de alunos por sala de aula? Acho um pouco grande, mas não é muito diferente de outras instituições. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Não, mas eu tenho a noção que é muita. É bastante tempo dispensado para preparar tudo o que é necessário para fazer um bom trabalho. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 106 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (5) Dados Pessoais: Nome:__________________________________________________Idade: 36 anos Sexo: Feminino ( ) Masculino ( X ) Formação: - Graduação: Administração com ênfase em Marketing Pós-graduação: Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Nem um ano, seis meses. Qual a sua carga horária semanal? Doze horas. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Exerço sim, eu sou consultor de Marketing e representante comercial. Quarenta horas por semana. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Nenhum grave, só por ter machucado o pé jogando bola, coisa simples, corriqueira coisa de um dia ou dois. Coisa corriqueira, pegar uma gripe, coisa simples nada mais sério. No máximo três dias. E isso já faz tempo. Tem alguma doença? Não. Assim, doença crônica não. Faz algum tipo de tratamento? Não, nenhum. Fez alguma cirurgia? Qual? Não. Cirurgia não. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Nenhum. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. 107 Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Nunca. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória (x) Insatisfatória ( ) Para mim são boas, para não dizer excelentes. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Também avalio como muito bons. Quanto às exigências da IES? Comente. Eu avalio como bom. Acho que é bastante exigente. Acho que num padrão de boa qualidade para ser um professor não se aceita qualquer um. Analisa também a capacidade de lecionar. Dentro do comum para um profissional, são solicitadas como de um profissional normal administrativo qualquer, nada de excepcional dentro do trabalho. Benefícios? Avalio bons os benefícios. Plano de saúde, cesta básica a disposição, meu filho pode estudar na instituição gratuitamente depois de um certo período, eu também posso me especializar mais dentro do que a instituição fornece, se eu quiser me aprimorar mais está especialização. Mas eu tenho que ter um determinado tempo na instituição. Para mim são bons benefícios, não são ruins não. Ambiente de trabalho? Excelente. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) Nunca ouvi falar deste tipo de incentivo, por exemplo, vamos fazer uma pesquisa, vamos juntos. É que eu estou há pouquíssimo tempo aqui, não tive muito tempo para dizer sobre isso. Tempo para a preparação das aulas? 108 Eu sempre preparo minhas aulas com bastante antecedência, eu não consigo preparar para o dia, eu sempre reviso na véspera da aula, dou uma revisada no plano de aula, cada aula para mim é totalmente individual eu não consigo tê-la cem por cento planejadas enrijecidas no gesso, cada aula vai muito de acordo com a dinâmica da classe então é, eu tento ver a parte de aprendizado da matéria e a adaptação da sala em relação à matéria se não está tendo uma evolução, tento achar uma outra maneira de adaptar outra forma de ensino para chegar neste aluno e poder passar para ele a matéria do plano de aula, uma avaliação contínua e diária por assim dizer. Quanto ao tempo, ultimamente, tem sido muito, muito em excesso. Eu acredito que está em excesso, eu preciso me regrar mais, não sei se essa é a palavra correta, eu preciso me adaptar a um tempo mais saudável porque está em excesso. Apoio pedagógico? Eu recebi sim. Não sei se na quantidade necessária, porém, mas recebi sim, até por estar a pouco tempo na instituição e ter passado por outra instituição que não tinha, era zero, zero, zero muito a esquerda então pelo o que eu recebi, eu creio que seja satisfatório. Eu avalio como satisfatório. Todas as dúvidas, todas as, não só dúvidas como as necessidades que eu tive me foram sanadas se não na hora, no dia seguinte me auxiliaram em relação ao planejamento, etc. Foi bem satisfatório para mim, bem satisfatório. Apoio da direção? A direção, aí eu tenho que entender que parte da direção é essa. O meu chefe direto? Meu coordenador? Eu sinto apoio total dos dois coordenadores que eu tenho aqui, total, apoio total em relação a qualquer assunto, me ajudam me auxiliam, me apoiam e estão sempre ao meu lado, acho excelente isso inclusive. Segurança? Sim, me sinto seguro sim. Em relação à segurança física minha sim. Minha integridade física, sim. Me sinto seguro sim. A instituição me passa essa segurança. 109 Corpo discente? O corpo discente daqui em relação ao curso superior, pessoas, como eu posso dizer, pessoas totalmente despreparadas a qualquer tipo de entendimento do que seja o ensino superior, não sei se eu estou passando o que eu acho a pessoa acha que está na escolinha ainda e que o professor tem que fazer tudo para ele, que ele tem que ter tudo de “mão beijada”, que é assim, eu estou aqui só para tirar “notinha”, não estou aqui para mais nada. Isso não é a totalidade, mas é uma grande parte. Número de alunos por sala de aula? Por eu dar aula só para uma turma na faculdade eu acho que é excedente, são sessenta alunos, para mim eu acho excedente. Eu acho que no máximo trinta. Essa é a minha opinião. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Não fiz, porque se eu fizer eu vou me decepcionar. Um excesso foi aquilo que eu falei antes, eu estou excedendo demais, excedendo e muito. Hoje, por exemplo, eu daria as duas últimas aulas após o intervalo e eu cheguei achei aqui às dezenove horas. A minha aula era das vinte e uma horas e eu estou aqui desde as dezenove horas. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 110 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (6) Dados Pessoais: Nome:__________________________________________________Idade: 39 anos Sexo: Feminino ( x ) Masculino ( ) Formação: - Graduação: Tecnologia em Processamento de Dados - Pós-graduação: Análise/Projeto de Sistemas – MBA Business Intelligence Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Dezesseis anos. Qual a sua carga horária semanal? Hoje eu tenho oito horas de carga horária semanal. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Sim, ministro treinamento em informática nos finais de semana. São dezesseis horas por semana. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Tive, no passado devido a um acidente, passado que eu falo há dezessete anos, e recentemente devido à gravidez ser delicada, aí eu me afastei. A gravidez não foi de risco, mas eu precisei fazer repouso, eu tive uma inflamação no intestino e isso causava contração antes do tempo então, eu precisei fazer repouso e tomar remédio também para “segurar” o bebê. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Hoje não. Fez alguma cirurgia? Qual? Já, eu sou portadora de metal na perna direita e braço esquerdo. Então eu operei o fêmur direito e o braço esquerdo. Colocando parafusos no braço esquerdo e uma haste na perna direita devido ao acidente. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Também não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. 111 Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória (x ) Insatisfatória ( ) Nesta instituição? Hoje eu acredito que existem algumas defasagens, a gente precisa melhorar um pouco a parte de laboratórios, máquinas com maior potencial de memória porque eu sou professora de informática então eu acho que na informática precisa dar uma melhorada nisso para a gente ter um curso com maior capacitação, maior qualidade. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Eu acho que atende, para o curso de informática hoje o que eles têm, atende. Tá dentro. Quanto às exigências da IES? Comente. As exigências da instituição? Eu avalio que está de acordo. Eu considero que as exigências elas são necessárias, mas que nós tínhamos que ter um pouquinho mais de apoio para que a gente conseguisse atendê-los de forma mais estruturada. Quando você coloca uma regra para o aluno tem ser clara para o aluno, para a coordenação e para os professores, aí chegar em sala de aula e o aluno te contar a regra sem você estar sabendo então, isso é delicado... Benefícios? Acho que estão bons os benefícios que a instituição dá. São poucos os benefícios, mas acho que é o que atende aos professores. Ambiente de trabalho? A, eu gosto do ambiente de trabalho, eu gosto dos colegas de trabalho isso eu acho que está super bom, super ótimo. Principalmente nesta instituição, aqui que as pessoas são bem humanas então, isso eu gosto. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) No passado nós tivemos muito mais incentivos do que agora, atualmente tá faltando um pouquinho, mas eu não sei se isso é devido ao crescimento da faculdade que pode ter dispersado um pouco. Tempo para a preparação das aulas? Avalio como um tempo bom, procuro deixar um tempo para que eu tenha uma qualidade no conteúdo que eu vou aplicar para o meu aluno. Hoje eu acho que é adequado, até pela experiência que eu tenho o tempo que eu paro, às vezes 112 eu paro umas três horas no dia para preparar aula, para deixar tudo da semana ok. Acredito que está adequado. Apoio pedagógico? Quanto ao apoio pedagógico... eu acho difícil falar em apoio pedagógico quando nós estamos numa instituição que é faculdade, para mim eu acho difícil falar do apoio pedagógico porque eu nem sei quem é o/a coordenador (a) pedagógico (a), no caso meu curso que é informática, acho que eu estou sem apoio pedagógico. Apoio da direção? Olha, dentre todas as mudanças que nós já passamos aqui acho que eles estão fazendo, tentando fazer o adequado. Eles estão tentando ajudar a gente da forma que eles podem, porque eles também parecem que estão se acertando com tantas mudanças que houve. Segurança? Me sinto segura. Quanto a isso me sinto segura. Corpo discente? Acho que os nossos alunos estão um pouco fracos para o curso, eles vem um pouco fraco para estudar. Quando eles escolhem no meu curso que é informática, eles vêm despreparados para este curso. Eles se surpreendem durante o curso. Acho que falta na entrevista deixar muito claro os prérequisitos que precisam para cursar esse tipo de curso de informática porque aí, fica até mais difícil para o professor trabalhar em sala porque precisa adequar este aluno aquela realidade. A falta de lógica que ele não tem a gente tem que adequar e depois voltar e continuar o curso. Número de alunos por sala de aula? Hoje eu tenho poucos alunos por sala, quarenta alunos por sala está bom, acho que esse número está de bom tamanho, eu consigo dar conta, mais que isso seria difícil. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Quantas horas eu não sei, mas que são bastante são. A gente prepara aula, a gente corrige prova, a gente corrige trabalho então assim, são bastantes horas 113 fora da sala de aula que eu ainda não fiz os cálculos, mas é bastante tempo para isso. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 114 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (7) Dados Pessoais: Nome:_________________________________________________Idade: anos Sexo: Feminino ( x ) Masculino ( ) Formação: - Graduação: Economia e Logística - Pós-graduação: Especialização: Gestão Empresarial - Mestrando: Engenharia de Produção Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? 48 Seis meses Qual a sua carga horária semanal? Dez horas. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Eu sou a encarregada do administrativo numa indústria de confecções. São em média quarenta horas por semana. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Não. Fez alguma cirurgia? Qual? Também não. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? 115 Também não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória (X) Insatisfatória ( ) As condições são boas, para mim é uma experiência nova como eu estou só há seis meses, mas eu consegui levar isso normal. Então assim, problemas com condições de trabalho, nenhum. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. As condições também são satisfatórias. Eu acho que estão adequadas. Eu acho que deveria ter um recurso de multimídia disponível nas salas para todos os professores por exemplo. Já tive dificuldade porque a gente só consegue marcar pra caso de seminário, pra alguma apresentação especial de algum convidado, mas assim contínuo nas aulas não. Quanto às exigências da IES? Comente. Olha como são seis meses apenas, pra mim as exigências foram normais, acredito que elas estejam sendo adequadas para a finalidade dos cursos, de cada curso. Benefícios? Benefícios, acho que eles também estão adequados é que eu não tenho experiência e não sei quais são os benefícios que as outras instituições oferecem, é a primeira que eu trabalho. É a primeira que eu trabalho como professora fixa, eu já trabalhei como monitora, mas não como professora. Ambiente de trabalho? Eu gostei do ambiente aqui pelo menos na instituição é bastante bom, um bom relacionamento com os colegas e também com o pessoal da área administrativa acho que esta bem a contento facilitando o trabalho da gente. 116 Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.) Como eu sou mestranda, pra mim ficaria difícil pelo o pouco tempo que eu tenho disponível, não sei se isso é extensivo aos outros professores com cursos ou outras atividades oferecidas. Tempo para a preparação das aulas? Como para mim são as primeiras aulas eu não tinha nenhum material tive que partir do zero então pra mim a dificuldade foi maior talvez se fosse uma disciplina que eu viesse aplicando talvez fosse mais tranquila, então pra mim eu tive que buscar todo o material pra fazer a adequação da ementa que o curso necessitava então eu realmente eu tive que despender um tempo maior principalmente no início e depois foi diminuindo com o tempo. Isso inclui correção de provas e atividades que são muitas. Isso pra te trazer um certo conforto, pra fazer a avaliação de cada aluno eu acho que é necessário desenvolver várias atividades e isso realmente levou muito tempo. Apoio pedagógico? Eu não tive nenhum, bom também não foi atrás, não busquei, mas eu fiz por mim peguei as ementas, foi fazendo as adequações do material que eu tinha da FATEC quando eu fui monitora, então eu fui fazendo. Agora o preenchimento de atividades fora a aula também leva um tempo não é, lançar notas no portal e contabilizar as faltas. Apoio da direção? Eu não tive nenhum problema até mesmo pelo pouco tempo que eu tenho na instituição não tenho como avaliar de forma mais ampla. Segurança? Dentro da instituição não tem problema nenhum me sinto segura, só em função dos últimos acontecimentos eu fiquei conhecendo um pouco mais o bairro. (ocorreram alguns assaltos no entorno da faculdade e o período do toque de recolher que ocorreu em alguns bairros da zona leste de São Paulo). 117 Corpo discente? Olha, eu achei um pouco complicado logo no começo pra mim me adequar, talvez por eu vir de uma turma da FATEC, são perfis de alunos diferentes, então eu senti um pouco de dificuldade principalmente em relação à disciplina levei um pouquinho de tempo pra me adequar às necessidades. Com o tempo você acaba por impor a sua forma de administrar a sua aula, o jeito de lidar com eles. Eu senti um pouco que existe uma diferença entre estes dois tipos de alunos. Os alunos que a gente lidava lá na FATEC eles tinham um comprometimento maior em relação ao curso, eles eram um pouco mais preocupado com a questão do conhecimento, do aproveitamento da aula, eles exigiam mais do professor, o professor tinha que dar o respaldo na busca do conhecimento do aluno e aqui eu percebi que o aluno não se importa, deixa pra lá, ele não entende, mas pode passar pra frente que ele não se importa. Eu acho que este tipo de comportamento é um pouco diferente até mesmo em função do tempo, porque eu sou um pouco mais velha e no meu tempo havia um respeito maior pelo professor e hoje em dia perdeu-se um pouco desse parâmetro de respeito entre professor e aluno em sala de aula e a autoridade pedagógica. Número de alunos por sala de aula? Cerca de quarenta e cinquenta alunos. O problema é de estar numa sala apertada, então você manter cinquenta alunos numa sala apertada com duas carteiras juntas eu acredito que é um pouco complicado, então você não em espaço para transitar entre os alunos e os próprios alunos se acostumam a ficar em duplas porque o espaço é pequeno e as carteiras ficam muito juntas e isso cria uma certa dificuldade. O número é grande não em função do número de alunos e sim pela dimensão da sala não comportar estes cinquenta alunos. Eu acho complicado em função do espaço porque se você for numa sala de cursinho tem mais de cem alunos, mas a sala é muito mais que o dobro destas, é uma adequação em função da quantidade de alunos. 118 Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Eu estava pensando, será que sou eu que levo tanto tempo para preparar todas as atividades ou será que é normal? Eu acredito que como pra mim todos os dias da semana estão comprometidos então os meus finais de semana ficaram comprometidos eu avalio que pelo menos doze horas do meu final de semana eu me dediquei às atividades da instituição porque são quatro disciplinas diferentes. Quando eu falo quatro disciplinas diferentes, portanto quatro avaliações, quatro turmas, assim é um tempo maior. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 119 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (8) Dados Pessoais: Nome:__________________________________________________Idade: 46 anos Sexo: Feminino ( X ) Masculino ( ) Formação: - Graduação: Tecnologia de Gestão Industrial/Gestão de Negócios - Pós-graduação: Docência do Ensino Superior Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Três anos. Qual a sua carga horária semanal? Vinte e seis horas nesta instituição. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Sim. Assessoria e Consultoria industrial em empresas. Esporadicamente, geralmente uma ou duas visitas semanais. Oito horas. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Faço. Tive a remoção da Tireoide e tomo o hormônio para substituí-la. Fez alguma cirurgia? Qual? Fiz. Remoção da Glândula Tireoide. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Sim. Puran (reposição Hormonal da Glândula Tireoide). Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? 120 Satisfatória (X ) Insatisfatória ( ) Muito boas. Só fazendo uma observação, comparadas a outras instituições, eu considero boas. Isso também eu tenho o retorno dos alunos em sala de aula. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Eu acho satisfatória, dentro desta satisfação eu posso colocar como geral, satisfatório em todos os quesitos. Quanto aos equipamentos eu procuro não utilizar muito, como eu trabalho ligada a empresas, tenho que procurar trabalhar com o aluno, procurando focar outras condições não só ligadas a mídia ou equipamentos audiovisuais. Quanto às exigências da IES? Comente. Tranquilo eu não vejo nada além do que o normal dentro das regras e normas das instituições. Benefícios? Bons, eu vou dizer em relação a comparações, não sei se até eu posso usar isso, mas olhando assim com comparações, essa instituição, ela está muito a frente de outras que tem até muito mais nome do que ela própria, com os benefícios que ela procura passar para os professores, como por exemplo, auxílio da bolsa mestrado. Eu sei que ainda existe uma limitação de quantidade de bolsas que eu acredito que esteja melhorando, mas já existe. Sei de professores que já conseguiram e isso em relação a outras instituições não se cogita nem em sonho fazer isso. O convênio médico, mesmo isso ai fazendo parte pelo sindicato, até a cesta básica que é um direito adquirido através do sindicato, outras instituições de renome não contribuíram, não tem. Então, isso eu vejo assim trabalhando, mesmo os outros benefícios que são exigidos pelo sindicato as outras instituições não fazem. Então eu vejo como bom não vou dizer ótimo, pode ser melhorado principalmente no quesito do mestrado no auxílio ao professor e não só ao mestrado, mas também ao doutorado, ao pósdoutorado. Ambiente de trabalho? Não tenho problemas, para mim sem problemas. Eu avalio como bom. 121 Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.). É o que eu falei anteriormente acho que a única coisa que poderia já estar no caminho que já existe o auxílio ao mestrado, mas eu acho que ainda é pouco. Eu acho que também poderiam auxiliar mais os professores, os docentes que queiram partir para linha de pesquisa. Tá no caminho, já existe algo, já está fazendo algo que eu sei, seria até ruim da minha parte eu falar que não tem, porque tem então eu acho que tá no caminho e como instituição ela está fazendo alguma coisa para o docente. Tempo para a preparação das aulas? Bem, sabemos que o professor docente dificilmente faz, prepara suas aulas na própria sala de aula. Nós preparamos as aulas, pela minha própria experiência, no dia-a-dia que acho que é o mais fácil que eu tenho trinta anos de experiência dentro de empresas onde eu tiro o meu maior preparo, mas quanto à parte, as apostilas a serem seguidas, os caminhos a ser seguidos, isso aí eu faço na minha casa nos finais de semana como eu sempre fiz. Apoio pedagógico? Bem, meu apoio pedagógico, eu não tive nenhum problema que eu pudesse virar e dizer assim eu tive ou não tive, eu vejo falando em apoio pedagógico como coordenação, como as assistentes, eu nunca tive problemas também me responderam a altura pelo que eu procurei saber ou tirar dúvidas, eles sempre me atenderam. Apoio da direção? Também, acho que o contato, geralmente meu contato aqui, não só aqui, ele primeiro passa pela coordenação e depois se tiver alguma coisa muito mais grave vai pra direção. Também, não tive problema nenhum que eu possa virar e falar assim que foi bom ou ruim, eles chegaram, pararam e foram resolvidos na própria coordenação. Segurança? Boa, não tenho não me sinto insegura, não me passam essa insegurança, eu estou aqui há três anos e sempre vejo dentro da instituição não só com uma 122 coordenação, com várias coordenações nas outras instituições, nas outras unidades da instituição eu vejo assim que eles se preocupam em não deixar o professor sem aula então, eu acho que isso ai é uma coisa se, é obvio, se o professor merecer, também tem que se ter esta avaliação, então eu me sinto segura. Eu nunca me senti insegura aqui. Corpo discente? O corpo discente pra mim eu vejo assim, eu sinto uma pena muito grande em relação ao conhecimento adquirido por muitos deles no ensino fundamental e médio porque eles chegam para nós, abro um parêntese bem grade, não é só aqui como em todas as outras instituições um alunado assim, que a gente percebe que caiu o nível de aprendizado, de conhecimento, mas isso também eu não vejo somente como culpa do professor, da situação, de todo mundo, a culpa é da tecnologia que está muito presente no dia-a-dia porque, quanto mais se evolui tecnologicamente, vamos dizer assim, mais eu vejo que o jovem está deixando de adquirir conhecimentos como pegar num livro, ler do início ao fim, saber interpretá-lo, saber ler, entender, saber escrever, então eu vejo essas dificuldades não por culpa de chegar e dizer assim a culpa desse declive, eu vejo que é de uma situação tecnológica devido ao avanço tecnológico deveriam aprender mais, procurar mais, eles têm muito mais facilidades e, no entanto eu vejo como ao contrário. Número de alunos por sala de aula? Bom. Um bom número, uma média de quarenta e cinco alunos. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Olha, eu poderia colocar em média de uma hora a mais por dia, isso todos os dias que eu acho que daria um número razoável do que virar e falar assim, um final de semana, sábado, domingo, não, porque durante a semana, na segunda-feira eu tenho um tempo e estou na frente do computador, eu estou lendo ou tendo que preparar uma aula que eu quero discutir sobre um determinado assunto, no outro dia eu vou assistir a um filme porque eu quero 123 falar sobre um tem X, então todos os dias eu estou buscando algum conhecimento para discutir ou falar com o aluno, porque em sala, se o professor não souber dar a resposta para o aluno ele não serve. Uma coisa é o aluno perguntar uma coisa fora do conhecimento e eu não saber então amanhã eu vou pesquisar, procurar saber. Outra coisa é o aluno perguntar alguma coisa da minha área e eu não saber responder. Então eu vejo assim, uma hora a mais por dia dá pra fazer um bom plano. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 124 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (9) Dados Pessoais: Nome:_________________________________________________Idade: anos Sexo: Feminino (X) Masculino ( ) Formação: - Graduação: Artes e Administração de Empresas - Pós-graduação - Mestrado: Administração - Doutorado: Comunicação Artes/Administração Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? 54 Quatro anos. Qual a sua carga horária semanal? Quarenta horas. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Não. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não, nenhum. Tem alguma doença? Não, nunca. Faz algum tipo de tratamento? Não. Fez alguma cirurgia? Qual? Não, nunca. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não, nunca tive. Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Sim. Fui agredida por um aluno. 125 Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( X ) Insatisfatória ( ) Boas. Em algumas coisas satisfatórias e em outras a desejar como, por exemplo, falta de pessoal de suporte. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Boas. Quanto a recursos e equipamentos eu considero médio. É questão de equipamentos, é renovação de equipamentos. São equipamentos que poderiam ser renovados, acho que escolas em geral não têm muita disposição para renovar. Quanto às exigências da IES? Comente. São sempre muitas. São sempre acima e na maioria das vezes a gente não tem condições de atender não por falta de vontade, mas por falta de tempo, as atribuições são muitas. Benefícios? Eu acho que é o padrão, o normal, nada além nem aquém, normal. Ambiente de trabalho? Eu gosto muito. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.). Fraco. Tempo para a preparação das aulas? O tempo que a gente conseguir, não é? Insuficiente, porque a gente não é remunerado para esse tempo, o tempo que a gente tem e é remunerado a gente está em sala ou em outra atividade, não tem uma remuneração suficiente para o preparo de aulas. Apoio pedagógico? 126 Normalmente o coordenador procura direcionar os conteúdos, as metas, isso sim, isso tem, agora um suporte, além disso, acho mais difícil. Apoio da direção? Aqui dentro, por exemplo, com a coordenação tenho total apoio, eu acho que tudo bem, acima que seria com a direção administrativa já fica mais distante, mais difícil até o contato, assim, com quem diretamente eu me reporto total apoio. Segurança? Apesar de já ter tido um incidente eu acho tranquilo, sinto-me segura. Eu não sou do tipo de pessoa que se sente ameaçada por qualquer coisa. Corpo discente? Fraco. Eu acho que cada vez mais os alunos têm vindo mais difíceis, a minha comparação hoje é que o pessoal que entra, ingressa, principalmente no tecnólogo, no bacharel um pouco menos, eu não vejo honestamente muita diferença do ensino médio do passado para o ensino superior de hoje. Eles já chegam com uma formação deficiente e muitas vezes, uma grande parte deles não consegue desenvolver-se suficientemente para serem considerados alunos de nível superior mesmo ao término do curso. Número de alunos por sala de aula? Acho que atualmente as escolas em geral colocam um número muito grande de alunos por sala de aula. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Se você não tiver controle é em tempo integral, na verdade a gente tem que se policiar para dimensionar uma coisa mais adequada se não você volta pra casa e continua no mesmo regime de trabalho. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 127 Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES (10) Dados Pessoais: Nome:__________________________________________________Idade: 51 anos Sexo: Feminino (X) Masculino ( ) Formação: - Graduação: Administração de Empresas - Mestrado: Administração Exercício docente: Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Quatro anos. Qual a sua carga horária semanal? 22 horas. Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação semanal? Não. Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo? Não, nenhum. Tem alguma doença? Não. Faz algum tipo de tratamento? Não. Fez alguma cirurgia? Qual? Não, nunca. Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual? Não. Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho? Não. 128 Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não. Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê? Satisfatória ( X ) Insatisfatória ( ) Boas. Como em qualquer outra instituição. Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente. Boas. Quanto a recursos e equipamentos eu considero médio. Falta um cuidado com a manutenção e atualização dos equipamentos, principalmente os computadores, são antigos. Quanto às exigências da IES? Comente. Muitas. Muitas vezes precisamos deixar alguma coisa de lado e priorizar outras. É difícil dar conta de tudo. Benefícios? Eu acho que é o mesmo de outras IES. Ambiente de trabalho? Eu gosto muito. Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.). Deixa a desejar. Tempo para a preparação das aulas? Como eu já citei, é pouco para fazer muita coisa e ainda não é remunerado de forma satisfatória. Deixa a desejar. Apoio pedagógico? O mínimo necessário. Eles fornecem as ementas e ainda muitas vezes desatualizadas. Apoio da direção? A imediata? Acho que o mínimo necessário. Segurança? Dentro da instituição? Eu me sinto segura. 129 Corpo discente? Mal preparados. Eles ingressam no ensino superior com uma base muito deficiente. A maioria tiveram uma formação básica deficiente e um ensino médio muito fraco. É muito difícil despertar o interesse e comprometimento deles. Número de alunos por sala de aula? Acredito que, como a maioria das escolas, aqui não é muito diferente. Atualmente as faculdades colocam um número muito grande de alunos por sala de aula, difícil até ter espaço físico para comportar de forma adequada tantos alunos. Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência? Comente. Não, mas eu sei que é muito. Na verdade precisamos tomar cuidado se não você passa o final de semana inteiros dedicado a estas atividades como preparo das aulas, correção de provas e outras atividades, buscando atualizar bibliografias utilizadas, etc. É muito complicado. Fora o tempo que você gasta durante a semana nos intervalos de trabalho. Por exemplo, quando você dá aula à noite, durante o dia sempre acabamos fazendo alguma coisa referente às aulas, a escola. *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações. 130 APÊNDICE 1 Questionário aplicado aos Professores 1. Data do preenchimento do questionário: ___/___/___ Horário: ___:___ 1.1. Sexo: Masc. ( ) Fem. ( ) 1.2. Idade:__________ 1.3. Estado civil: Solteira/o ( ) Casada/o ( ) Companheira/o ( ) Separada/o ou Divorciada/o ( ) Viúva/o ( ) 1.4. Você se considera: Indígena ( ) Negro/a ( ) Pardo/a ( ) Amarela/o ( ) Mulata/o ( ) Branco/a ( ) 1.5. Tem filhos/as: Sim ( ) Não ( ) Quantos? ________Masculino ( ) Feminino ( ) 2. Profissão docente: 2.1. Função ou Cargo Atual que exerce nesta instituição? _________________________________________ 2.2. Quanto tempo você trabalha na sua função atual?____________________________________________ 2.3. Sua atividade atual está de acordo com o cargo/função para o qual você foi contratada? Sim ( ) Não ( ) 2.4. Se não, qual a função que exerce realmente ________________________________________________ 2.5. Participou de cursos ou treinamentos nos últimos 2 anos para atividade que exerce? Sim ( ) não ( ) 2.5.1 - Se sim quais e em que ano? __________________________________________________________ 2.5.2 – Em quantas Instituições de Ensino Superior você trabalha? _________________________________ 2.6. Tem outra atividade remunerada? Sim ( ) Não ( ) 2.7. Você já tem alguma aposentadoria: ( ) Sim ( ) Não. Em qual carreira? ___________________________ 2.8. Tempo de serviço total: ( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 4 anos ( ) Entre 4 e 7 anos ( ) Entre 7 e 10 anos ( ) Entre 10 e 13 anos ( ) Entre 13 e 16 anos ( ) Entre 16 e 19 anos ( ) Entre 19 e 21 anos ( ) Entre 21 e 24 anos ( ) Mais de 24 anos 3. Escolaridade: ( ) Pós Graduação (Especialização) ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Pós 131 Doutorado ( ) Livre Docente ( ) Graduação em _______________________________________________________ Pós-Graduação: _________________ Especialização em : _____________________ Mestrado________________________________________________________ ___ Doutorado_______________________________________________________ ________ Área de concentração:_________________________________________ Título do Trabalho mais importante que você publicou:___________________________ 4. Faixa Salarial: 04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários mínimos ( ) 4.1. Renda familiar: 04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários mínimos ( ) 5. Integridade Física e mental do docente: 5.1. Esteve afastado do trabalho nos últimos dois anos por motivo de doença? Sim ( ) Não ( ) Se sim qual o tipo de doença? __________________________________________________ 5.2. Durante o seu afastamento teve o apoio da sua empresa? Sim ( ) não ( ) 5.3. Alguém da sua empresa te procurou para saber o seu estado de saúde? Sim ( ) não ( ) 5.4. Neste último ano (2011) você faltou no seu trabalho? Sim ( ) Não ( ) Se sim qual o motivo? _______________________________________________________________ 5.5. Assinale se no último mês você apresentou os sinais abaixo: - Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor na nuca, etc. ( ) - Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente ( ) - Esquecimento de coisas corriqueiras como onde colocou a chave do carro, 132 etc. ( ) - Irritabilidade excessiva ( ) - Vontade de sumir ( ) - Sensação de que não vai conseguir lidar com o que está acontecendo ( ) - Pensar em um só assunto ( ) - Repetir o mesmo assunto em pensamento ( ) - Ansiedade ( ) - Distúrbio do sono (dormir demais ou muito pouco) ( ) - Cansaço ao levantar ( ) - Trabalhar com um nível de exigência profissional abaixo do normal ( ) - Sentir que nada mais vale a pena ( ) - Fica tenso quando espera em uma fila ( ) - Fica impaciente quando pega um engarrafamento ( ) - É intolerante com as limitações dos outros ( ) - Quando se sente pressionado pensa que vai explodir ( ) - Quando espera alguém que está atrasado fica chateado e deixa transparecer () - Perde o controle quando as coisas não vão como espera ( ) - Torna-se agressivo quando discordam de você ( ) - Aceita novos desafios mesmo quando se sente sobrecarregado ( ) - Deixa os outros influenciarem a sua vida ( ) - Só vai ao supermercado se puder entrar na fila “só para dez itens” ( ) 6. Exercício da função: 6. 1. Quais as principais dificuldades que você aponta no exercício pleno da sua atividade laboral? 6.2. Quantas horas semanais você dedica a docência? ____________________________________________ Nome: (Pode ser apenas o primeiro nome, apelido ou pseudônimo, se preferir): _______________________ Telefone para contato (caso queira): ________________________________ *De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.