UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
SUELI APARECIDA DE MELLO CAMPOS
AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DOS CURSOS
SUPERIORES DE TECNOLOGIA DE UMA IES PRIVADA SOBRE SUAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUA SAÚDE LABORAL
São Paulo – SP
2013
2
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO
SUELI APARECIDA DE MELLO CAMPOS
AS REPRESENTAÇÕES DOS PROFESSORES DOS CURSOS
SUPERIORES DE TECNOLOGIA DE UMA IES PRIVADA SOBRE SUAS
CONDIÇÕES DE TRABALHO E SUA SAÚDE LABORAL
Dissertação
apresentada
ao
Programa
de
Mestrado
em
Educação da Universidade Cidade
de São Paulo, como requisito exigido
para obtenção do título de Mestre
em Educação, sob orientação da
Professora Drª. Ecleide Cunico
Furlanetto.
São Paulo – SP
2013
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
CAMPOS, S. A. M.
As
Representações
dos
Professores dos
Cursos
Superiores de
Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições de Trabalho e Sua
Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação –
Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013.
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em
Educação da Universidade Cidade de São Paulo, como
requisito exigido pra obtenção do título de Mestre em
Educação.
Área de concentração: Educação.
Aprovado em:
Banca Examinadora
Profª. Dra. Ecleide Cunico Furlanetto – Orientadora
Instituição:_________________________Assinatura:_____________________
Profº Dr. Fernando Cesar de Souza
Instituição:_________________________Assinatura:_____________________
Profª Dra. Margarete May Berkenbrock Rosito
Instituição:_________________________Assinatura:_____________________
4
DEDICATÓRIA
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria.
Legião Urbana
5
Dedico este trabalho à minha família – Euclydes, Leonor, Marcelo, Jorge,
Carolina, Mariana e Luiza. Meus amores eternos.
AGRADECIMENTOS
É muito bom agradecer...
Obrigada a essa força divina e infinita que chamamos de Deus!
Obrigada aos meus amigos de luz do plano superior!
Obrigada ao meu mentor espiritual por seu acolhimento e paciência!
Agradeço pela vida!
Obrigada pela família, o meu porto seguro e fonte de amor incondicional!
Obrigada Jorge, meu marido e companheiro por sua colaboração, apoio,
paciência e incentivo nos momentos mais difíceis!
Obrigada Professora Drª Ecleide Cunico Furlanetto por sua boa vontade, por
seus conhecimentos e paciência na orientação.
Obrigada minhas filhas queridas – Carolina, Mariana e, em especial, a Luiza
por sua paciência, dedicação, colaboração e incentivo.
Obrigada minha amiga e irmã Terezinha (Cuca), por todo amor, carinho e
ensinamentos. Sei que de onde você estiver estará torcendo muito para sua
“comadrinha”!
Obrigada aos companheiros de profissão, professores e técnicos, da
Faculdade de Tecnologia e Negócios Carlos Drummond de Andrade.
Obrigada ao meu diretor e coordenador Carlos Dias Iema por sua
compreensão e colaboração.
Obrigada aos professores que participaram da pesquisa, pois sem vossa
contribuição não seria possível à realização deste trabalho.
Obrigada professora Mariucha por sua paciência, orientação e ajuda na
construção dos dados e gráficos estatísticos. Acabei ganhando uma grande
amiga!
Obrigada a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para que eu
chegasse ao fim de mais uma etapa de minha formação.
Obrigada senhor por estar sempre ao meu lado em qualquer momento!
6
Toda a pessoa — criança, adolescente ou adulto — deve poder beneficiar-se
de uma formação concebida para responder as suas necessidades educativas
fundamentais. Estas necessidades dizem respeito tanto aos instrumentos
essenciais de aprendizagem (leitura, escrita, expressão oral, cálculo, resolução
de problemas), como aos conteúdos educativos fundamentais (conhecimentos,
aptidões, valores e atitudes) de que o ser humano tem necessidade para
sobreviver, desenvolver todas as suas faculdades, viver e trabalhar com
dignidade, participar plenamente no desenvolvimento, melhorar a qualidade de
sua existência, tomar decisões esclarecidas e continuar a aprender.
(Artigo I — I) (Declaração Mundial sobre Educação para Todos e Quadro de
Ação para Responder às Necessidades Educativas Fundamentais, 1990).
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13
1.OS CURSOS TECNOLÓGICOS NO CENÁRIO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
18
1.1 O Surgimento dos Cursos
18
1.2 A Educação Tecnológica de Nível Superior
23
1.3 Expansão do Ensino Superior
29
2. O TRABALHO DOCENTE E A SAÚDE DO PROFESSOR
33
2.1 A Profissionalização do Docente
33
2.2 Docência Universitária
36
2.3 O Exercício de uma Profissão em Crise
38
2.4 As Condições de Trabalho dos Professores nas IES Particulares
41
2.5 Como se Estrutura o Exercício da Docência
44
2.6 Contrato de Trabalho Docente: Qualificação Jurídica e Subordinação
46
2.7 Afastamento dos Trabalhadores
47
2.8 A Saúde do Professor
48
2.9 A Insalubridade e o Trabalho Docente
49
3. TRAÇADO METODOLÓGICO
53
3.1 A Abordagem da pesquisa
53
3.1.2 Contexto de Pesquisa
54
3.1.3 Sujeitos da Pesquisa
55
3.1.4 Coleta de Dados
55
3.2 Amostra 1: Perfil dos Professores que Lecionam para o Curso de Tecnologia e
Participaram da Entrevista
55
3.2.1 Amostra 2: Perfil dos Professores que Responderam o Questionário
57
8
4. DISCUSSÃO DOS DADOS
60
4.1 Discussão dos Dados das Entrevistas
61
4.2 Condições de Trabalho- Física
61
4.3 Condições de Trabalho – Ambiente Administrativo
62
4.4 Discussão dos Dados dos Questionários
66
4.5 Condições de Trabalho – Ambiente Administrativo
67
4.6 Condições de Trabalho – Saúde
73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
84
ANEXOS
90
APÊNDICES
130
9
CAMPOS, S. A. M. As Representações dos Professores dos Cursos
Superiores de Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições
de Trabalho e Sua Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de
Pós-Graduação – Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013.
RESUMO
A pesquisa teve como propósito explorar as representações dos professores
que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES), localizada na
Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente aqueles que
lecionam em cursos tecnológicos, a respeito das condições de trabalho e a
das possíveis consequências sobre a sua saúde no exercício da sua
atividade laboral. Participaram da pesquisa trinta professores que lecionam
em vários cursos tecnológicos. Os dados foram coletados por meio de
entrevistas e questionários. As entrevistas tiveram o caráter exploratório e
serviram de base para a elaboração do questionário. Baseado nos dados
obtidos por meio da pesquisa observou-se que a maioria dos professores
entrevistados consideram satisfatórias as condições de trabalho no que se
refere às condições físicas, avaliam os benefícios oferecidos pela IES como
satisfatórios, bem como o ambiente de trabalho. No entanto consideram
insatisfatórios: o tempo de preparo das aulas, o despreparo dos alunos, a
correção de atividades extraclasse, o lançamento de notas e faltas, etc.
Além disso, relataram como insatisfatória a remuneração para esse trabalho
extraclasse. Por meio dos resultados obtidos foi observada a necessidade
de conhecer melhor as particularidades no exercício desta função
(principalmente os impactos na saúde do professor), dada à relevância do
assunto no que tange a formação das pessoas.
Palavras-Chave: Condições de Trabalho, Docência, Ensino Superior
Tecnológico.
10
CAMPOS, S. A. M. As Representações dos Professores dos Cursos
Superiores de Tecnologia de uma IES Privada Sobre Suas Condições
de Trabalho e Sua Saúde Laboral. Dissertação de Mestrado. Programa de
Pós-Graduação – Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo 2013.
ABSTRACT
This research aimed to explore the teachers representations that working in
private Higher Education Institution ( IES ) , located in the East Zone of São
Paulo - SP , specifically those who teach courses in technology , about the
working conditions and the possible consequences on your health in the
course of their work activities. Thirty teachers participated in the research
from various technological courses. Data were collected through interviews
and questionnaires .The interviews were exploratory character and served as
the basis for drawing up the questionnaire. Based on data obtained through
the survey it was observed that most of the teachers interviewed considered
satisfactory working conditions with regard to the physical conditions,
evaluate the benefits offered by IES as satisfactory, as well as enjoying the
satisfying work environment. However consider that the time to prepare
lessons, unprepared students, correction of other activities, reviews, release
of grades and absences, etc. is insufficient. Moreover, they claim to the
remuneration for this extra work unsatisfactory. Through the results it was
observed the need to better understand the specifics of performing this
function (mainly the health impacts of the teacher), given the importance of
the issue regarding the training of people.
Key-words:
Teaching
Working condition - Higher education technology -
11
LISTA DE SIGLAS
AVCI – Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
BNDS – Banco Nacional de Desenvolvimento Social
CEET – Centro Estadual de Educação Tecnológica
CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica
CES – Censo de Educação Superior
CES – Conselho de Ensino Superior
CF – Constituição Federal
CONTEE - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de
Ensino
CNE – Conselho Nacional de Educação
CNS – Conferência Nacional de Saúde
CNS – Conselho Nacional de Saúde
CID – Códigos Internacionais de Doenças
CLT – Consolidação das Leis do Trabalho
CST – Cursos Superiores de Tecnologia
DAU – Departamento de Assuntos Universitários
ENADE – Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ENEN – Exame Nacional do Ensino Médio
FATEC – Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo
FAT – Fundação de Apoio ao Trabalhador
FHC – Fernando Henrique Cardoso
12
IFET – Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
IES – Instituição de Ensino Superior
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
LDB – Leis de Diretrizes e Bases
LOS – Lei Orgânica de Saúde
MEC – Ministério da Educação e Cultura
MSB – Ministério da Saúde do Brasil
OIT - Organização Internacional do Trabalho
OMS – Organização Mundial de Saúde
PNE – Plano Nacional de Educação
PDE – Plano de Desenvolvimento da Educação
SEMESP – Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de
Ensino Superior no Estado de São Paulo
SUS – Sistema Único de Saúde
SINPRO – Sindicato dos Professores
UNESCO – Organização das Nações Unidas pra a Educação, a Ciência e a
Cultura.
13
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa teve como propósito identificar as representações
dos professores que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES),
localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente
aqueles que lecionam em cursos tecnológicos, a respeito das condições de
trabalho e sobre a sua saúde laboral.
Buscou-se ainda entender os mecanismos a que estão submetidos
durante o exercício do seu ofício, dada às exigências da IES, num movimento
de compreender o mundo corporativo do Ensino Superior. Por estar inserida
nesse ambiente, senti-me na condição de pesquisar e de narrar minha própria
história.
A forma “biográfica para si é aquela que implica o questionamento
das identidades atribuídas e um projeto de vida que se inscreve na
duração. É “aquela história que cada um conta de si mesmo sobre o
que ele é”, aquele Si narrativo que cada um tem necessidade de fazer
reconhecer não só por Outros significativos mas também por Outros
generalizados. É o início de uma busca de autenticidade, um
processo biográfico que se acompanha de crises. É a continuidade de
um Eu projetado em pertencimentos sucessivos, perturbado pelas
mudanças exteriores, sacudido por eventualidades da existência. A
continuidade é a de um ethos, ou melhor, um olhar ético que dá um
sentido à existência inteira. (DUBAR, 2009:73).
Como muitas mulheres da minha geração nascidas na década de 1960,
a vida familiar foi prioridade por muito tempo. Aos 19 anos eu me casei, tive
filhos, me dediquei por opção às crianças, marido e casa e, depois que as
crianças cresceram, comecei aos poucos a retomar a minha trajetória
profissional aos 26 anos de idade.
Voltei a estudar. Fiz um curso de auxiliar de enfermagem e
posteriormente um curso de especialização em enfermagem do trabalho. Aos
30 anos comecei a trabalhar na área ministrando treinamento em empresas.
Com o passar do tempo fui percebendo a necessidade de uma graduação, pois
14
o mercado estava cada vez mais competitivo e também por realização pessoal.
Escolhi o curso de Psicologia e aos 35 anos, ingressei na Universidade.
Acredito ter sido uma das melhores escolhas da minha vida. Durante o
curso, tive o privilégio de poder me dedicar só à faculdade sem precisar
trabalhar. Pude me engajar em vários projetos desenvolvidos na graduação e
isto me deu formação e vivências diferenciadas. Antes mesmo de me formar já
comecei a trabalhar, com a supervisão de alguns professores, e escolhi seguir
a área clínica.
Conclui a graduação aos 39 anos e trabalhei por 10 anos na área clínica.
Fiz vários cursos livres e participei de um grupo de estudos em psicanálise e
outros mais específicos desta área, entre eles a especialização em
Psicopedagogia e Didática do Ensino Superior, pensando em diversificar minha
atuação profissional, pois a área clínica apesar de ser muito gratificante é a que
menos remunerava, pelo menos na minha percepção. Isso começou a me
frustrar. Muita dedicação, investimento e pouco retorno financeiro. Mesmo
trabalhando na área clínica nunca deixei de atuar na área de treinamento e
desenvolvimento de pessoas em empresas. Mesmo porque era esta atividade
que acabava por manter meu investimento na área clínica.
Quando estava terminando minha especialização aos 44 anos, tive a
oportunidade de trabalhar num grande projeto desenvolvido pela FAT
(Fundação de Apoio ao Trabalhador) promovido pela Prefeitura de São Paulo.
O nome deste projeto era CAPACITA SAMPA, projeto este voltado para jovens
e adolescentes carentes na faixa etária de 16 a 21 anos.
Neste projeto, ministrei palestras sobre vários temas para mais de 400
participantes em cada palestra. Um colega do mesmo projeto assistiu a uma
delas me convidou para dar aula na instituição onde ele trabalhava. Nunca
havia aventado essa possibilidade, pois nem quis fazer licenciatura na
graduação justamente para não ceder à tentação de lecionar, porque também
remunerava mal. Mas mediante o convite para lecionar em uma Faculdade,
decidi aceitar o desafio. Desta forma, aos 44 anos iniciei minha trajetória na
profissão docente. Já estou atuando há aproximadamente sete anos e
15
atualmente é minha única atuação profissional. Estou me sentindo realizada,
por isso para continuar a exercer a docência, me aperfeiçoar e atender as
exigências do MEC e da própria Instituição em que trabalho, retornei à
Universidade e me matriculei no Programa de Mestrado em Educação. Nunca
imaginei que a minha trajetória profissional fosse me ajudar tanto no
desenvolvimento da docência. Apesar de me sentir realizada na profissão,
algumas coisas começaram a me preocupar, como o caminho que está
tomando a educação dos nossos jovens e adultos sem nenhum limite e sem
respeito ao próximo, segundo minha percepção no exercício da docência.
Segundo Oliveira (2006), a atividade docente abarca tanto os sujeitos
nas suas complexas dimensões, experiências e identidades quanto às
condições em que as atividades são realizadas no ambiente escolar. Modo
geral, a situação do professor compreende as atividades inerentes à sua
função (responsabilidades do seu cargo) e as atividades desenvolvidas na
escola que estão sujeitas aos novos mecanismos gerenciais, orientados para a
redução de custos considerando, ainda, o aumento da eficácia.
Pude perceber que meus colegas que estão na profissão há mais tempo,
estão muito desanimados e queixosos quanto às dificuldades e condições de
trabalho na qual vêm se deparando. Queixas estas, que há tempos eram bem
comuns a professores de ensino fundamental e médio. Atualmente elas podem
também serem ouvidas no ensino superior.
No convívio diário com os meus colegas professores observei inúmeras
reclamações, entre elas, o grande número de alunos em sala de aula, das
muitas horas trabalhadas, das horas dedicadas às atividades extra classe sem
remuneração, das exigências burocráticas, do pouco tempo dedicado à
pesquisa e do preparo de aulas e, principalmente, do despreparo dos alunos
ingressantes na graduação.
Estudos realizados no continente latino-americano (Birgin, 2000;
Tiramonti, 2001; Oliveira, 2004; 2006), têm demonstrado que a elevação da
oferta de vagas nas escolas resulta na incorporação de novos alunos nos
16
sistemas escolares, inseridos num cenário marcado pela rígida contenção de
despesas envolvendo o trabalho docente, colocando em risco a saúde do
professor e o contexto educacional.
Consoante a Gasparini (et.al., 2005), as condições de trabalho, ou seja,
as circunstâncias sob as quais os docentes mobilizam as suas capacidades
físicas, cognitivas e afetivas para atingir os objetivos da produção escolar,
podem
gerar
sobre
esforço
ou
hipersolicitação
de
suas
funções
psicofisiológicas. Se não há tempo para a recuperação, são desencadeados ou
precipitados os sintomas clínicos que explicariam os índices de afastamento do
trabalho por transtornos mentais.
Segundo Canguilhem (2000), a saúde de um organismo está na
capacidade que os indivíduos têm de instituir outras formas de vida e de
interação com o ambiente que o cerca. Entende-se, portanto, que não é
simplesmente ausência de doenças ou simplesmente alterações quantitativas e
qualitativas dos organismos; saúde (sentido lato) é a capacidade que o
organismo tem de movimento (em estando doente) de criar condições para a
sua cura. Um organismo sadio tem a capacidade de poder adoecer e se
restabelecer prontamente.
Sell (1994b), afirma que com vistas à melhoria das condições de
trabalho, tanto de forma corretiva (melhorias em sistemas já existentes) quanto
de maneira prospectiva (melhorias nos sistemas de trabalho em fase de
concepção e projeto), é necessário avaliar o trabalho humano existente por
critérios bem definidos, aceitos e que obedeçam a uma hierarquia de níveis de
valoração relacionados com o trabalhador.
Considera-se como premissa de um bom ambiente de trabalho o
conceito introduzido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em
1999, que visa garantir a todas as pessoas a oportunidade de emprego
produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade.
17
Segundo Amagi (1990), as condições de trabalho dos professores, como
a dimensão da turma, as horas ou dias de trabalho e os meios de que dispõem,
deveriam ser tidas em consideração.
As dificuldades enfrentadas pelos professores e as cobranças
institucionais pareceu refletir diretamente no desempenho e na própria saúde
física e mental dos Profissionais de Ensino Superior (dentre os quais me
incluo). Levando estas questões em consideração, propus-me a investigar as
condições de trabalho dos docentes de graduação em uma Instituição Privada
de Ensino Superior e as consequências sobre sua saúde.
Como subsídio para este trabalho, utilizou-se os apontamentos da
Instituição pesquisada quanto aos afastamentos, discussões, jornada de
trabalho e no número de alunos por sala de aula, visando identificar os fatores
principais destes afastamentos. A partir do levantamento destes dados, traçouse um perfil deste professor e as condições que contribuíram para o
adoecimento e/ou o afastamento do professor para tratamento médico, e, por
fim, mapeou-se a situação e divulgaram-se tais dados como uma colaboração
à saúde dos professores e a melhoria das condições de trabalho. Dessa
maneira, o objetivo desse trabalho foi investigar as percepções dos professores
sobre as condições de trabalho e a possível relação com a saúde do docente.
18
1. OS
CURSOS
TECNOLÓGICOS
NO
CENÁRIO
DA
EDUCAÇÃO
NACIONAL
Neste capítulo fez-se um histórico sobre os Cursos Superiores de
Tecnologia (CST), considerando a necessidade de formação de mão de obra
especializada de curto prazo no Brasil.
1.1 O Surgimento dos Cursos
Data-se do início do século XX as discussões a respeito da Educação
Profissional no Brasil. A partir de 1960, estas discussões foram cada vez mais
intensas por conta da mudança econômica (migração de um modelo
econômico agroexportador para o modelo industrial, que demandava um novo
modelo de trabalhador), além das significativas mudanças no ensino superior
brasileiro. No contexto de transformações, a Lei Federal 4.024, em 1961,
(primeira lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional), estabeleceu em
seu Art. 104: A organização de cursos ou escolas experimentais, com
currículos, métodos e períodos escolares próprios.
Com tal medida, instaurou-se a flexibilidade quanto à duração dos
cursos superiores. Após este marco da lei, por conta do crescente
desenvolvimento tecnológico e especificamente do crescimento da indústria
automobilística, foram criados os cursos de Engenharia de Operação (em seu
artigo 23, § 1º). A criação destes cursos foi sugerida pelo Departamento de
Assuntos Universitários– DAU/MEC, que procurava equilibrar a oferta de mão
de obra existente e a capacidade de absorção, objetivando atender em curto
prazo as necessidades provocadas pela dinâmica do desenvolvimento
nacional.
Os tradicionais cursos de engenharia tinham a duração de cinco anos e
seu currículo era considerado longo e de alto custo, fato que dificultava o
preenchimento das vagas nos setores produtivos que tinham carência de mão
de obra. A partir da aprovação da LEI 5.540/68, os cursos de curta duração
ganharam espaço. Ficou estabelecido então o seguinte: “serão organizados
19
cursos profissionais de curta duração, destinados a proporcionar habilitações
intermediárias de grau superior.
Os Cursos Superiores de Tecnologia no Brasil compuseram o cenário
educacional a partir do fim da década de 1960. Como o mercado de trabalho
estava se expandindo, era necessário haver qualificação da mão de obra
disponível, o mais rápido possível, para assumir os novos postos de trabalho.
Surgia, então, um novo polo da economia brasileira: a indústria. Nesta época, o
Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) contribuiu decisivamente para
que déssemos os primeiros passos para a transição de país agrário a potência
industrial, viabilizando a utilização da mão de obra disponível. (BNDES, 2012).
As décadas que antecederam o ano de 1960 foram marcadas por
sucessivas crises do capitalismo internacional, que determinaram a mudança
de um cenário econômico agroexportador para um cenário industrial. À medida
que esta nova ordem social se configurava, novas tecnologias precisavam ser
desenvolvidas, o que determinou a demanda por um novo tipo de trabalhador
com novas atribuições profissionais.
Como o Estado visava o desenvolvimento do país, colocou-se como
protagonista de projetos e programas de investimentos que sustentavam o
sistema industrial e empresarial. Vários projetos nacionais surgiram para
impulsionar tal crescimento, como a construção de polos petroquímicos, de
hidrelétricas, de polos agros minerais e agropecuários, dentre outros. Com
isso, novos postos precisavam ser preenchidos por mão de obra qualificada.
(BNDES, 2012).
A política econômica do país restringia a ascensão dos indivíduos das
camadas médias ao nível educacional, ou seja, o diploma de nível superior era
um requisito. Assim, a partir de 1964, o Estado aumentou as vagas nas
universidades públicas, mas tal medida não foi suficiente para atender a
enorme demanda, mesmo considerando a atuação do ensino privado que
cumpria o papel de compensar as diferenças.
20
O sistema educacional estava em transformação, acompanhando as
mudanças nos demais setores, houve a reforma de ensino médio, e outras
mudanças significativas no ensino superior. Com isso, surgiram novas formas
institucionalizadas de educação para o trabalho, ou seja, novas modalidades
no ensino profissional institucionalizado que visavam preencher as lacunas no
processo de reestruturação produtiva e da internacionalização da economia
brasileira.
A partir de 1970, as experiências pioneiras na implantação destes cursos
foram iniciadas no estado de São Paulo, por instituições não federais de
ensino, destacando-se, dentre elas, a Faculdade de Tecnologia de São Paulo,
do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (atual FATECSP/CEET).
No decorrer da década de 1970, o desenvolvimento dos CST ganhou
atenção especial do Ministério da Educação, que supervisionou suas condições
de funcionamento. Enquanto ocorria o movimento de expansão dos CST, O
MEC (em função do Decreto-Lei 547/69) deliberou a organização e o
funcionamento dos cursos de tecnologia em escolas técnicas federais,
isentando a supervisão das escolas de engenharia.
Já em 1978, várias escolas técnicas federais foram transformadas em
Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), a exemplo, as Escolas
Técnicas Federais do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Paraná. Estes
cursos passaram a ser muito procurado, o que se deve ao fato de oferecerem
uma formação técnica para o trabalho mais adequada às exigências da
economia e ao desenvolvimento tecnológico em curso.
Pretendia-se, com a criação desta modalidade no ensino superior, a
racionalização da formação de profissionais de nível superior para atender às
exigências impostas à educação pelo processo de desenvolvimento que batia à
porta do Brasil naquela época. A educação poderia, então, se enquadrar à
nova realidade socioeconômica brasileira com esses cursos.
21
Os cursos foram denominados inicialmente de “Cursos Superiores de
Curta Duração”, denominação essa que foi modificada, considerando que
passava a ideia de um curso que em função do tempo poderia também
apresentar uma qualidade inferior. Desta forma passaram a ser chamados de
“Cursos de Graduação em Tecnologia” (que atualmente são denominados
como Cursos Superiores em Tecnologia).
Em 1990, por meio de uma série de decretos federais e portarias do
Ministério da Educação, em conjunto com pareceres e resoluções do Conselho
Nacional de Educação (CNE), o sistema educacional começou a ser
reformulado. Neste contexto, o Decreto 2208, de 17 de abril de 1997,
determinou em seu artigo 3° que os níveis para a modalidade educação
profissionais seriam: básico, técnico e tecnológico.
O nível tecnológico passa a ser definido como correspondendo ao nível
superior da educação escolar, com independência em relação a este, e
especificamente na área tecnológica. Em seu artigo 10, o referido decreto
determina que tais cursos confiram Diploma de Tecnólogo.
É, portanto, a partir do Decreto 2208/97 que podemos observar
claramente a reiteração de um sistema de educação profissional paralelo ao
“sistema de educação escolar”; porém, desta vez, parece que se consolida a
expansão dos limites desta estrutura dual, em termos de níveis, até o superior.
Em 2004, (no governo Lula), o Decreto 5154, de 23 de julho, revogou o Decreto
2208/97, deixando de estabelecer explicitamente níveis para a Educação
Profissional e, portanto, o nível tecnológico.
No entanto, em seu artigo 1º, inciso III, refere-se a “[...] cursos e
programas de educação profissional tecnológica de graduação e de pósgraduação” que, segundo o artigo 5°, “organizar-se-ão, no que concerne aos
objetivos, características e duração, de acordo com as diretrizes curriculares
nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação” (CNE).
22
Não se explicita, mas parece assim indicar que toda regulamentação do
CNE anteriormente referente aos Cursos Superiores de Tecnologia deverá ser
aplicada a esta graduação da Educação Profissional.
É importante esclarecer que, ao mesmo tempo, na esteira da reforma,
da nova LDB, em seu artigo 44, alínea I, estabelece que a educação superior
(como nível da educação escolar) engloba, dentre cursos e programas, os
cursos sequenciais por campo de saber, de diferentes níveis de abrangência,
abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos pelas
instituições de ensino.
Posteriormente, o Conselho Nacional de Educação determinou que
estes cursos fossem de dois tipos, sendo que um deles “cursos superiores de
formação específica, com destinação coletiva, conduzindo a diploma” (Art. 3°,
alínea I). Após algumas discussões quanto ao status de nível superior deste
curso, a regulamentação legal acabou determinando que se trate de ensino
superior, porém não é uma graduação. Sendo assim, seus concluintes podem
matricular-se em cursos de pós-graduação lato sensu, mas não em stricto
sensu.
A argumentação legal básica é de que a LDB incluiu estes cursos no
nível superior da educação escolar (portanto, são de nível superior), mas
colocou-os separadamente dos cursos de graduação (portanto, não é
graduação). Ao mesmo tempo, os cursos de pós-graduação stricto sensu
exigem diploma em curso de graduação enquanto os de lato sensu apenas
exigem diploma de nível superior, o que reafirmaria a diferença entre ensino
superior e curso de graduação.
Além destes argumentos, o Parecer 968 do Conselho de Ensino
Superior (CES) procura distinguir os Cursos Sequenciais de Formação
Específica daqueles de graduação a partir das características internas,
esclarecendo que os de graduação requerem formação mais longa, acadêmica
ou profissionalmente mais densa do que os sequenciais.
23
E, de fato, estes acabaram sendo regulamentados com aceitação de
uma carga horária mínima de 1600 horas, que deve ser cumprida em, no
mínimo, 400 dias letivos, (em torno de 2 anos, considerando-se 2 semestres
letivos de 4 meses por ano).
1.2 A Educação Tecnológica de Nível Superior
Em 2006, segundo o ministro da educação – Dr. Fernando Haddad - em
declaração feita na l Confetec1 (2006), a educação profissional tem uma
particularidade em relação às demais modalidades, etapas e níveis por se
tratar de uma espécie de espinha dorsal do sistema, o qual perpassa por
inteiro, como uma espécie de correia de transmissão que cria estas conexões e
estabelece, em primeiro lugar, o vínculo da escola com o mundo do trabalho e
com o da produção.
No seu entendimento, o que ajudará o jovem a se inserir no mundo do
trabalho com muito mais dignidade será a formação específica com os ofícios,
com as habilidades e competências. O ministro Haddad ainda ressaltou que a
responsabilidade pelo resgate de uma parte da juventude brasileira que está
fora da escola está associada à educação profissional; cerca de 1,8 milhões de
jovens entre 15 a 17 anos não estão matriculados nas escolas públicas do
país, uma tarefa da educação profissional a ser desenvolvida pelas redes de
formação inicial, de nível médio e de nível superior.
Quanto à permanência desta juventude que está fora da escola, o
ministro Haddad sugeriu a elaboração de um programa de bolsas para custear
alimentação e transporte, mas não vincula “esse talvez” à demanda que já está
na educação profissional e que não apresenta condições de lá se manter.
Ao analisar o discurso de 2006, nota-se que é dúbio, uma vez que o
MEC não disponibilizou os devidos meios para manter os jovens que já estão
1
A I Conferência Nacional de Educação Profissional e Tecnológica (Confetec) foi desenvolvida
pelo MEC, em 2006, em Brasília teve como slogan: “Educação profissional como estratégia
para o desenvolvimento e a inclusão social”.
24
cursando a educação profissional e realiza uma retórica da inclusão social sem
poder garantir a qualificada permanência dos atuais educandos, nem de novos
ingressos com a garantia de uma formação no sentido emancipatório (ibidem).
Para o Diretor de avaliação e estatísticas da educação superior do
Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (INEP
– MEC), Dr. Dilvo Ristoff (citado por Jantsch e Azevedo, 2009), quando
confrontados com a preocupação genérica do governo pró-mercado, há
indícios de uma ambiguidade no processo de ampliação da educação superior.
Na ocasião Ristoff (2009), fez menção ao seguinte trecho da obra de
Alvin Toffler (2006), “(...) expõe que toda educação brota de alguma imagem de
futuro (...)”. Logo, se a imagem de futuro de uma sociedade estiver equivocada,
seguramente o sistema educacional acabará por trair os seus jovens.
Segundo Jantsch e Azevedo (2009), a imagem de futuro que trabalha a
sociedade brasileira está centrada em programas que estabelecem o
reconhecimento do papel estratégico das universidades, em especial as do
setor público. Para o desenvolvimento econômico e social do país, e ainda que
essa imagem esteja nitidamente expressa no Plano Nacional de Educação
(PNE), materializado na Lei nº 10.172 de 2001, tem como diretriz a expansão
com qualidade da educação superior.
Segundo PNE, correspondente ao decênio 2011-2020, prevista no
Projeto de Lei Ordinário (PLO) nº 8.035/2010, supondo que a maior expansão
de oferta de vagas no Ensino Superior para o cumprimento das metas ocorreria
nas IES privadas e levando-se em conta que o maior potencial de novos
estudantes de ensino superior encontra-se entre os indivíduos de renda mais
baixa e, portanto, pertencem a famílias com menor capacidade de
financiamento, haverá necessidade de expandir programas de concessão de
bolsas e financiamento, como o ProUni e FIES.
Notadamente, sabe-se bem que nenhum país pode aspirar a ser
desenvolvido e independente sem um forte sistema de Educação Superior. No
25
entanto, verifica-se que ainda faltam dados que possam convencer quanto à
expansão da educação superior (incluindo a tecnológica) com a anunciada
qualidade.
Os cursos de educação tecnológica de curta duração (nível superior),
não são expressão da anunciada qualidade. O Plano Nacional de Educação
(PNE) foi elaborado pelo governo Fernando Henrique Cardoso (FHC),
apreciado e votado pelo Congresso Nacional, tendo como objetivos prioritários
a elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da
qualidade do ensino em todos os níveis e a redução das desigualdades sociais
e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação
pública.
Estes objetivos não foram formalmente assumidos pelo governo Lula,
nem tiveram a corresponsabilidade de seu partido político, mas foram
apropriados de forma genérica e passaram a compor a imagem do futuro desse
governo. O governo FHC defendia que o maior problema, no que diz respeito
às escolas técnicas públicas de nível médio, é que a alta qualidade do ensino
que oferecem está associada a um custo extremamente alto para sua
instalação e manutenção, tornando inviável uma multiplicação capaz de
atender ao conjunto de jovens que procuram formação profissional.
Em razão da oferta restrita, criou-se um sistema de seleção que tende a
favorecer aos alunos de maior renda e melhor nível de escolarização,
afastando trabalhadores, que são os que dela mais necessitam (PDE, 2001,
p.126). O governo Lula, em contrapartida, engavetou o PNE e formalizou o
Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), oficializado a partir da segunda
quinzena de abril de 2007, que tem como meta a criação dos institutos federais
de educação profissional, científica e tecnológica.
Tais Institutos são destinados a funcionar como centros de excelência na
formação de profissionais para as mais diversas áreas da economia e de
professores para a escola pública. Os objetivos institucionais dos Institutos
Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET s), idealizadas a partir do
26
PDE, com institucionalidade legalizada a partir da publicação da Lei n. 11.892,
de 29 de dezembro de 2008.
Quanto à relação entre educação e trabalho, pode-se destacar a oferta
de educação profissional e tecnológica, como processo educativo e
investigativo, em todos os seus níveis e modalidades, sobretudo de nível
médio. Orientar a oferta de cursos em sintonia com a consolidação e o
fortalecimento dos arranjos produtivos locais; estimular a pesquisa aplicada, a
produção cultural, o empreendedorismo e o cooperativismo, apoiando
processos educativos que levem à geração de trabalho e renda, especialmente
a partir de processos de autogestão (PDE, 2007).
Quanto à relação entre educação e ciência, os IFETs devem constituirse em centro de excelência na oferta do ensino de ciências, voltado à
investigação empírica; qualificar-se como centro de referência no apoio à oferta
do ensino de ciências nas escolas públicas; oferecer programas especiais de
formação pedagógica inicial e continuada, com vistas à formação de
professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de física, química,
biologia e matemática, de acordo com as demandas de âmbito local e regional,
e oferecer programas de extensão, dando prioridade à divulgação científica
(PDE, 2007).
As Escolas Técnicas Federais, Escolas Técnicas vinculadas a
Universidades Federais, Escolas Agrotécnicas Federais e Centros Federais de
Educação Tecnológica, integraram-se voluntariamente, mediante a promessa
de futuro investimento para formar as IFETs. O foco dos Institutos Federais é a
justiça social, a equidade, a competitividade econômica e a geração de novas
tecnologias, de maneira que responderão, de forma ágil e eficaz, às demandas
crescentes por formação profissional, por difusão de conhecimentos científicos
e tecnológicos e de suporte aos arranjos produtivos locais.
Em face disto, eles atuarão em todos os níveis e modalidades da
educação profissional, com estreito compromisso com o desenvolvimento
integral do cidadão trabalhador, e articularão, em experiência institucional
27
inovadora, todos os princípios formuladores do PDE. (Concepções e Diretrizes
do IFET, 2008).
O IFET aponta para um novo tipo de instituição identificada e
comprometida com o projeto de sociedade em curso no país, que supera a
visão de instituição escolar enquanto mero aparelho ideológico do Estado,
funcionando todos predominantemente através da ideologia da classe
dominante que além de deter o poder do Estado para repressão, também
utiliza outros aparelhos ideológicos como as igrejas, a família, a escola.
Quanto à questão ideológica, destaca-se a visão e a ação do governo
Lula em relação à criação dos IFETs. Por um lado, revelam uma ideologia
partidária, por outro, indicam uma rendição ao mercado. Na fala do empresário
Antônio Ermírio de Moraes (2007), em sua coluna no jornal Folha de São Paulo
e no Jornal do Brasil, a respeito do lançamento do PDE (instrumento balizador
do IFET), diz: “chegou a hora de utilizar a noção de produtividade da mesma
maneira como se faz nas empresas privadas”. (MORAES, 2007).
O pensamento de Moraes (2007), indica que “o monitoramento e
avaliação assim como o de contingenciamento de recursos públicos deverão
funcionar, no setor público, como instigadores da produtividade”. De certa
forma, os indicadores de produtividade fortalecem o foco na formação de
profissionais em determinadas áreas da nossa economia.
A visão sistêmica da educação é a única compatível com o horizonte de
um sistema nacional de educação, não apenas porque organiza os eixos
norteadores como elos de uma cadeia que devem se reforçar mutuamente,
mas também porque fixa seus suportes institucionais: sistema nacional de
avaliação, sistema nacional de formação de professores e regime de
colaboração. É necessário ressaltar que, em 2004, os cursos tecnológicos
eram exclusividade do setor público federal e estadual. (INEP, 2004).
Com o processo de expansão do nível superior, nessa modalidade da
educação, o Censo da Educação Superior de 2004, explicita que o sistema
28
privado se insere como participante, com 30 cursos, em 2001. Já em 2003, o
setor privado respondia por 181 cursos e alcança 390 cursos em 2004, ou seja,
mais da metade do total destes cursos. Ainda fazendo menção às informações
do censo, para esclarecer, enquanto o setor privado ofereceu 56.397 vagas, o
setor público ofertou 18.649, o que representa 24,7% contra 75,3% oferecidos
pela iniciativa privada. (CES, 2007).
Verifica-se diante destes dados que é difícil conceber os projetos
pedagógicos dos CST na ótica vislumbrada pelo governo Lula e do Conselho
Nacional de Saúde (CNS), pois o que predomina é a lógica sustentada pelo
fluxo de capital. Com o intuito de ampliarmos a perspectiva analisada, optou-se
por utilizar as informações do Censo da Educação Superior (2007). Verificou-se
que houve uma evolução, quando foram comparados os dois censos
mencionados.
Pode-se constatar que nas Universidades em 2004 havia 688 cursos e,
em 2007, 1.423, ou seja, um crescimento de 735 cursos (46,94%). Nos Centros
Universitários a realidade não foi diferente, em 2004 havia 239 cursos e, em
2007, 570, perfazendo um crescimento de 331 (41,93%) cursos e nas
Faculdades, em 2004, havia 877 cursos e, em 2007, 1.709; um crescimento de
832 cursos (51,31%). (CES, 2007).
No Censo da Educação Superior (2007), página 9, verifica-se que foram
registrados cerca de 700 novos cursos no Brasil, a maior parte deles ofertados
pelas faculdades e universidades e, ainda, que as IES privadas são
responsáveis por mais de 90% dessa oferta (p.15-16). Ainda relata que a maior
parte do crescimento em oferta de vagas em educação tecnológica provém
destas Universidades. (CES, 2007).
Somaram-se, então, 42.000 novas vagas em 2007, um crescimento de
36% em comparação com o ano de 2006. Porém, as Faculdades ainda são
preponderantes (42,8% do total de vagas da Educação Tecnológica). Conforme
dados da última listagem do SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras
de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), tendo como
29
referência o ano de 2011, o número de Instituições Privadas que oferecem
cursos superiores presenciais ou à distância, no município de São Paulo, é em
torno de 175 instituições (SEMESP, 2011).
Destas Instituições, foram consideradas aquelas que oferecem cursos
superiores de tecnologia presenciais e que, ainda, estão localizadas na Zona
Leste da cidade de São Paulo. Foram encontradas 28 IES. Percebe-se
claramente que a expansão não ocorre pelas autarquias federais de educação
tecnológica (CFETs).
Notadamente, o que se questiona é se estas autarquias não estão
expandindo, qual seria o motivo da não expansão, pois, a princípio, elas é que
foram responsáveis por essa modalidade da educação (CES, 2007).
Verifica-se que no governo Lula foi desenvolvido um movimento
governamental a favor dessas autarquias que compunham a rede Federal de
Educação Tecnológica. Sob uma nova ótica, a concepção desta modalidade da
educação representaria uma nova institucionalidade. O fato é que estes
institutos apenas respondem à pressão mercadológica.
1.3 Expansão no Ensino Superior
Os Cursos Superiores de Tecnologia, mesmo sendo específicos da
educação profissional, estão relacionados a uma política educacional mais
ampla. Em abril de 2001, o CNE determinou que os cursos tecnológicos de
nível superior tratavam-se de Cursos de Graduação e dava, portanto, acesso a
qualquer curso de pós-graduação.
No mesmo parecer, o Conselho de Educação estabeleceu as cargas
horárias mínimas para as diferentes áreas, de 1600 a 2400 horas, dependendo
da área. Em 2002, um novo parecer discutiu as diretrizes curriculares nacionais
para a educação profissional de nível tecnológico, sendo seguido de uma
resolução que então “institui as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
30
organização e o funcionamento dos cursos superiores de tecnologia”,
mantendo aquela carga horária mínima”. (MEC, 2007).
Assim, os defensores desta política ao afirmarem a democratização da
educação apresentam como justificativa que a Igualdade de oportunidades e
maior democratização do ensino são comprovadas quando há mais pobres
estudando, em comparação com a quantidade anterior. Além disto, os mesmos
reconhecem que “profissionalizar” não é o mesmo que “educar” ao falarem de
um “[...] belo trabalho de profissionalizar alunos com base acadêmica fraca”.
(CASTRO, 2003).
Esta perspectiva nos remete ao início do século passado, quando um
importante personagem da educação profissional brasileira escreveu que “não
se deve de modo algum incutir no espírito de um proletário a veleidade de
querer ser um doutor”. (LÜDERITZ apud SOARES, 1982).
A discussão desta problemática não pode, por sua vez, estar descolada
de um contexto ainda mais amplo. São a partir da crise do capitalismo iniciada
em meados dos anos 1970, com sua reestruturação produtiva (tanto em termos
tecnológicos quanto em termos organizativos), que se inserem as atuais
políticas educacionais.
Se, por um lado, a introdução de novas tecnologias no processo
produtivo exige novas qualificações e, ao mesmo tempo, as classes populares
vão se organizando e reivindicando acesso aos níveis escolares, por outro lado
o capital necessita de novos campos e a educação, sem dúvida, tem se
tornado um destes campos.
Neste sentido, pode-se perceber que as políticas educacionais
brasileiras, nas quais se inserem os novos Cursos Superiores de Tecnologia,
têm tido um importante papel no processo crescente de privatização da
educação. (BRANDÃO, 2009).
31
Para contextualizar a problemática, é necessário ressaltar que o Brasil
não cria condições para assumir seu próprio caminho científico e tecnológico;
pelo contrário, continua assumindo o papel de aplicador da ciência e tecnologia
desenvolvida nos países centrais. Outra questão a ser observada, é o fato de
estas políticas estarem presentes, ao mesmo tempo, nos países de capitalismo
periférico e central, o que sugere a divisão entre trabalhadores excluídos e
incluídos, nas relações de trabalho estáveis e modernizadas, também no
interior dos países centrais.
Além disso, a fundamentação das políticas públicas caminha na direção
de um novo tipo de educação diante das transformações econômicas que vêm
ocorrendo nas últimas décadas. Isso interfere diretamente na diferença entre o
discurso e a prática, portanto, perpassa por diferentes significados desta
educação, por um lado, para o capital e, por outro, para o trabalho.
O discurso difundido em relação à educação declara que esta deve ser
estabelecida a partir da construção de uma base sólida, na qual, a teoria e a
prática estejam inter-relacionadas, de forma a dar condições para que o
estudante desenvolva uma perspectiva crítica e também criativa. No entanto, a
prática, no que tange a educação profissional de nível superior em nosso país,
tem sido a de uma educação voltada para postos de trabalho específicos. Não
esquecendo que, no Brasil, esta formação equivale a qualquer outra
graduação.
Tem-se então, de um lado, uma formação sólida, para poucos e, de
outro, para a grande maioria (dos que conseguem ir além do Ensino Médio),
uma formação de nível superior específica, pontual, voltada estreitamente ao
mercado de trabalho. Levantando-se esta questão, não se pretende deixar de
lado o fato de que há maior acesso à educação e que este componente é
importante para as classes trabalhadoras. No entanto, é relevante chamar
atenção
para
qualidade
da
educação
oferecida,
como
são
tratados
distintamente os interesses dos trabalhadores e os interesses da economia
capitalista.
32
Para o capital, esta expansão dos níveis educacionais significa, dentre
outros aspectos, o atendimento de suas necessidades quanto à qualificação
necessária no processo produtivo modernizado, a necessária conformação
política e cultural de indivíduos que aceitam o sistema e, portanto, o
reproduzem.
Além de ser mais um campo para a reprodução ampliada do capital, por
outro, para os trabalhadores, o acesso à educação pode significar maior
compreensão
da
realidade
e,
portanto,
de
suas
possibilidades
de
transformação, além da questão de possibilitar aumentos no valor de sua força
de trabalho. Como visto, a educação tecnológica tem sido importante para o
desenvolvimento do país, bem como para propiciar aos interessados uma
formação rápida e voltada para o mercado de trabalho.
33
2. O TRABALHO DOCENTE E A SAÚDE DO PROFESSOR
Este capítulo tem o propósito de caracterizar o trabalho em linhas gerais
e o trabalho docente nas Instituições de Ensino Superior (IES) particulares,
bem como as exigências impostas para se atualizarem profissionalmente; as
condições de trabalho; o papel dos representantes legais da categoria
profissional e, por fim, algumas consequências do ofício na saúde destes
professores.
2.1 A Profissionalização Docente
A primeira definição conhecida de trabalho está escrita nas Sagradas
Escrituras em Gênesis: "Disse, pois, o Senhor Deus ao ser humano: maldita é
a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Do
suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste
tomado; pois és pó, e ao pó tornarás"(GÊNESIS 3, 17b , 19).
Davies e Shackleton (1977, p.156) definem o trabalho como
uma "atividade instrumental executada por seres humanos, cujo
objetivo é preservar e manter a vida, e que é dirigida para uma
alteração planejada de certas características do meio-ambiente do
ser humano".
O Dicionário Larousse de Língua Portuguesa (1992), dá as seguintes
definições para trabalho: palavra derivada do latim tripaluim que significa
instrumento de tortura composto de três paus; sofrimento; esforço; luta;
No dia a dia da IES, percebe-se que as referências positivas sobre a
docência vêm se transformando. Comenta-se que em outros tempos o
professor tinha orgulho do seu trabalho por conta de uma maior valorização da
cultura e do saber. Para muitos, os tempos agora são outros. Seguir a carreira
docente era equivalente a um sonho cultivado por muitos que gozavam de
prestígio perante a sociedade que atribuía respeito, dignidade e status a esse
profissional.
34
Comparando as atividades docentes do tempo de outrora com os dias
atuais verificam-se muitas diferenças, principalmente quando se pensa no
espaço social que o docente ocupa atualmente. Ainda que se use do discurso
de que a sociedade e a educação passam por um momento de transformação,
que a educação cumpre papel importante nesse contexto, o trabalho docente,
ao mesmo tempo em que é considerado fundamental nesse processo de
transformação, por vezes é criticado e responsabilizado em parte pela falência
das instituições escolares.
Para nos aproximarmos do trabalho docente e das suas características
particulares é interessante comparar esse tipo de trabalho com o trabalho
industrial. Como diz Tardif & Lessard (2009): “No caso do trabalho industrial,
seu objeto concerne realidades tangíveis, materiais, que possuem uma
substância e uma forma determinadas, definidas, fixas.”
No âmbito do trabalho industrial, o empregado age diretamente com o
objeto, controlando-o e para isso o trabalho pode ser dividido em etapas,
reanalisado, refeito quantas vezes forem necessários, ao passo que o trabalho
docente precisa contar com a cooperação do objeto, interagindo com ele
diretamente todo o tempo.
Modo geral, o docente nunca possui comando total dos alunos,
considerando que estes interferem em seus processos de aprendizagem.
Imbernón (2010), faz referência à profissionalização docente com base em um
novo conceito de profissão e de desempenho prático que pretende distanciarse de um conceito neoliberal de profissão.
Enraizado na sociologia conservadora, tende a aproximar-se de um
conceito predominantemente social, multidimensional e complexo no qual a
profissionalização
fundamenta-se
em
valores
de
cooperação
e
de
desenvolvimento social. Para o autor, profissionalismo na docência implica uma
referência à organização do trabalho dentro do sistema educativo e à dinâmica
externa ao mercado de trabalho (IMBERMÓN, 2009).
35
Tardif e Lessard (2009), discorrem sobre o trabalho docente salientando
que tal atividade pressupõe interação entre teoria e experiência docente e que,
além de ensinar, é necessário que o docente tenha disponibilidade para
compartilhar os ensinamentos e, sobretudo, para aprender. Desta forma, os
autores ampliam concepções tradicionais de docência, elevando a função
docente a um novo patamar, ainda desconhecido e incerto.
Ferry (2004), também contribui para ampliar a compreensão do trabalho
docente e consequentemente da formação. O autor faz referência a diferentes
discursos que podem configurar modelos de exercício da docência. Alguns
deles destacam a importância dos conhecimentos, disciplinares e pedagógicos,
e valorizam o que o autor nomeia de modelo de aquisições, que se pautam no
acúmulo de conhecimentos.
Além deste discurso, outros podem ser pronunciados, considerando que
além da competência intelectual do professor, o exercício da docência requer
maturidade social e afetiva que permitam uma relação criativa entre
professores e alunos, de forma a estimular a vontade de conhecer.
Este outro modelo é denominado pelo autor de démarche, palavra de
origem francesa cujo sentido aproxima-se ao de caminhar. É importante que o
professor, para exercer a docência, além de saber os conteúdos de sua
disciplina, seja capaz de resolver os problemas do cotidiano profissional tendo
como suporte seus próprios recursos. Deste modo, é interessante e valioso
viver experiências que permitam ampliar a percepção sobre a realidade do
meio social.
Ferry (2004), por sua vez, destaca outro modelo: o de análise, que
integra discursos que enfatizam que o ofício do professor integra o saber, o
saber fazer e viver experiências. No entanto, para que isto se viabilize e sirva
de elemento transformador, é necessário aprender a analisar o que foi vivido.
Este discurso pressupõe que o professor está inserido numa realidade
complexa que demanda a elaboração de situações que permitam interagir com
a sua realidade de forma eficiente e aprender.
36
Uma quantidade enorme de eventos ocorre em cada classe e, para lidar
com eles, os docentes necessitam de estratégias à mão, imediatamente. Uma
mão levantada, um cochicho, um questionamento, um gesto, uma troca de
olhares, uma insinuação, etc., necessitam ser compreendidos e decodificados,
para que uma reposta seja elaborada e dada à altura rapidamente.
A velocidade e o desdobramento de tais eventos se desencadeiam
durante o período em que a aula ocorre, impondo uma nova dinâmica ao
processo diferente da planejada. As imprevisibilidades corriqueiras do cotidiano
das salas de aula favorecem o aparecimento do inusitado e do novo em tempo
real.
Tudo pode acontecer de forma inesperada, podendo trazer consigo
surpresas que nem sempre são desejadas, contribuindo para que a situação
saia de controle. A sociedade como um todo destaca a importância do trabalho
docente; o que se verifica, no entanto, é que na contramão desta valorização
as condições de trabalho estão cada vez mais precárias. Grande parte dos
professores se vê obrigada, para garantir o emprego, a se submeter às regras
do mercado que nem sempre valorizam a profissão docente.
2.2 Docência Universitária
Para Zabalza (2004), existem três dimensões que estruturam a profissão
docente universitária na atualidade: a dimensão profissional, a pessoal e a
administrativa. Embora elas se articulem, é importante observá-las em
separado para melhor compreender as particularidades desta profissão.
A primeira delas, a profissional, permite identificar os componentes que
definem a profissão em torno do quais cada professor constrói sua identidade
profissional. A seguinte diz respeito à dimensão pessoal que permite localizar
alguns aspectos também importantes para o exercício da docência como
envolvimento, compromisso com o desenvolvimento, ciclos de vida, fontes de
37
motivação ou de desmotivação, problemas de ordem pessoal que atravessam
a docência como o estresse, a desmotivação e o adoecimento.
Por último, o autor faz menção à dimensão administrativa, relacionada
às condições contratuais, sistemas de avaliação e de promoção, que somados
às condições de trabalho, como carga horária e obrigações novas vinculadas à
docência (diário eletrônico, respostas por e-mail aos alunos, atualização
constante do plano de aula no site da escola, etc.), contribuem para o
complexo modo de ser da função docente.
Nessa perspectiva ainda, para o autor, a docência universitária é
profundamente contraditória no que diz respeito aos parâmetros de construção
de identidade sócio profissional. Muitos professores universitários se definem
com base na sua formação de origem, tais como engenheiros, médicos,
biólogos, dentre outros profissionais, e não a partir de suas atividades
docentes.
Isto significa que suas identidades repousam sobre sua especialidade, o
que provoca uma indefinição profissional apoiada em uma formação que quase
sempre privilegia os conhecimentos científicos e/ou o exercício das atividades
vinculadas a eles. Ao se referir à docência como profissão, é importante
considerar que seu exercício requer, além dos conhecimentos científicos,
conhecimentos específicos que possibilitam executá-la de forma adequada.
Como em qualquer outro tipo de atividade profissional, os professores
devem ter os conhecimentos e as habilidades exigidas a fim de poder
desempenhar adequadamente suas funções. (ZABALZA, 2004).
Cumpre destacar que estamos vivendo grandes transformações no que
se refere ao exercício da docência universitária, mesmo considerando que para
alguns, seu exercício ainda se apoie nas funções tradicionais. Modo geral é
preciso saber a matéria e como explicá-la. Estas transformações se referem às
formas de dedicação dos professores como também às exigências que são
feitas a eles.
38
Nas considerações de Zabalza (2004), são atribuídas aos professores
universitários, costumeiramente, as funções referentes ao ensino, à pesquisa e
à administração. Atualmente, novas funções estão sendo atreladas a estas, tais
como a inserção acadêmica e social por meio de manutenção de redes de
relações acadêmicas, publicação qualificada, busca de financiamentos para
projetos de pesquisa e extensão, dentre outras.
O conhecimento do professor não é meramente acadêmico, racional,
feito de fatos, noções e teorias, como também não é um conhecimento feito só
de experiência. É um saber que consiste em gerir a informação disponível e
adequá-la estrategicamente ao contexto da situação formativa, em que, em
cada instante, se situa sem perder de vista os objetivos traçados. É um saber
agir em situação. Mas não se fique com uma ideia pragmático-funcionalista do
papel do professor na sociedade, porque o professor tem que ser um homem
ou uma mulher, ser pensante e crítico, com responsabilidades sociais no nível
da construção e do desenvolvimento da sociedade. (ALARCÃO, 1998).
Desta forma, isto torna mais complexo o trabalho docente. Neste
contexto, as instituições e os próprios docentes universitários estão deixando
de considerar a docência uma prioridade em suas vidas.
2.3 O Exercício de uma Profissão em Crise
Nas sociedades contemporâneas o professor já não é mais considerado
um detentor do conhecimento, o único capaz de disponibilizá-lo para seus
alunos. As novas tecnologias vêm contribuindo para tirar o professor deste
patamar. Os sites de busca da internet, cada vez mais aperfeiçoados e
interessantes, apresentam-se como alternativas mais práticas e velozes para
obtenção de informações que, anteriormente, ficavam armazenadas nas
bibliotecas e eram disponibilizadas costumeiramente nas instituições dedicadas
ao ensino somente pelos professores.
Neste novo cenário, o exercício tradicional da docência referendado por
um diploma e anos de estudo está sendo posto em xeque. O saber, outrora
39
detido pelos mestres, está socializado na Internet e cada vez mais alunos
universitários assistem às aulas com computadores conectados na rede,
complementando o assunto em tela e, por vezes, discordando do que o
professor diz. Desta forma, os professores que pretendem transmitir
conhecimentos abstratos distantes da realidade em que vivem e testemunham,
passam a ser questionado cotidianamente de forma voraz.
Cumpre destacar que em muitos casos nos deparamos com um Ensino
Superior
em
descompasso
com
as
reais
necessidades
sociais.
Consequentemente, aqueles alunos que pretendem uma inserção social
pautada nos conhecimentos adquiridos no Ensino Superior, acabam buscando
tais conceitos em outros canais, como por exemplo, a internet.
A relação do trabalho docente com a tecnologia passa a ser de vital
importância nos dias atuais. Porém, o que se verifica é que uma parte
considerável dos professores não domina o seu uso e aplicação, ao contrário
dos alunos, nascidos em meio à era da informatização. Neste sentido, existe a
possibilidade do questionamento das informações, dado ao universo de
referência.
Logo, numa sala de aula nas mesmas condições daquela que serviu de
referência para esse trabalho, pode haver confronto de informações criando um
ambiente propício ao questionamento do papel do professor, considerado pelos
alunos, em muitas situações, ultrapassado e aquém das inovações.
A Escola funciona através de um poder polimorfo que envolve
operações de classificação, avaliação, recompensa, punição,
estabelecimento de normas, produção de saberes, vigilância e
registro de saberes e de geração de outros saberes, inclusive
extração de saberes de indivíduos e de elaboração de saberes sobre
esses indivíduos (CARVALHO, 2004, p. 285).
A infraestrutura tecnológica disponível em muitas instituições privadas é
utilizada como um chamariz para atrair novos alunos e não para que o
professor possa fazer uso delas em sala de aula. Isto provoca uma distância
cada vez maior entre o conteúdo disponível para o aluno que ele pode ter
40
acesso pela web, e aquele que consta na ementa da disciplina. De certa forma,
isto leva a uma situação desagradável e acirra seus ânimos.
A mídia cumpre um papel significativo enquanto fonte informal de
educação, e também colabora não intencionalmente para a situação de
desprestígio em que a escola se encontra. Ela é um canal cada vez mais
importante no que se refere ao acesso da informação. Tais informações no diaa-dia de um aluno, de modo geral, podem promover uma espécie de vivência
virtual e desvincular os desavisados da realidade. Cumpre destacar que
antigamente apenas os privilegiados financeiramente poderiam ter acesso às
informações.
Atualmente graças ao acesso facilitado da internet, o cenário mudou de
forma a democratizar a acessibilidade por meio desta nova ferramenta,
provocando novos questionamentos a respeito da função social da escola, das
políticas e das alternativas do saber, porque as respostas estão à mão,
bastando ao interessado acessar os buscadores disponíveis na internet.
Segundo Freire (1998), a leitura do mundo precede a leitura da palavra.
As instituições privadas, em sua imensa maioria, estão interessadas em
manter seus alunos, custe o que custar, porque eles representam receita para
a escola. Verifica-se então, nessa nova relação, que muitas vezes a direção da
escola se vê sem forças para enfrentar os estudantes, que assumem o
comando simbólico do processo ensino-aprendizagem. Em outras palavras,
eles, os alunos, é que mantêm a estrutura da escola pelo pagamento da
mensalidade.
A zona de conforto do professor tem sido estreitada abruptamente, o que
faz com que ele se sinta cada vez mais deslocado e até excluído, em algumas
situações, ao tentar exercer com dignidade a sua profissão. Parece que agora,
mais do que nunca, o professor está só. Neste cenário, surge um componente
cada vez mais presente, o estresse, que vem provocando cada vez mais
alterações no comportamento dos docentes.
41
De acordo com Ballone (2002), o corpo de uma pessoa que passa por
um processo de desgaste, logo emite sinais alertando sobre o perigo que se
aproxima. Tais sinais representam, simbolicamente, uma maneira que o corpo
encontra para demonstrar alguma alteração, principalmente quando esse
indivíduo está com o estado emocional alterado, quando se encontra
pressionado por algum problema ou situação.
Modo geral, o estresse se apresenta ao indivíduo sob a forma de uma
alteração, que se dá quando é preciso superar situações difíceis e o corpo
procura uma maneira para se defender. Assim, verifica-se de certa forma, que
a saúde é um fator cada vez mais frágil na vida do professor. São inúmeros os
fatores que provocam essa situação; por exemplo, a carga excessiva de
trabalho, a baixa remuneração, o confronto com os alunos, a pressão dos
dirigentes das escolas cada vez maior para que se apresentem resultados,
dentre outros fatores, segundo dados coletados nesse presente estudo.
Nas duas últimas décadas, no Brasil, a exigência de apresentar
resultados está presente em todos os níveis e modalidades de
ensino; no ensino fundamental, médio, profissional e superior. Estão
sendo implantadas políticas de melhoria de resultados articuladas a
políticas de descentralização, novas formas de gestão escolar,
políticas de avaliação e novas formas de regulação do professor
(BRITO, 2009, p. 81).
2.4 - As Condições de Trabalho do Professor nas IES Particulares
O desenvolvimento das Instituições de Educação Superior (IES)
particulares no país tem acontecido de maneira meticulosa e com
empreendimento por parte dos grandes empresários do ensino, que
engendram a educação como produto do qual o valor agregado é o de
mercado. Segundo dados da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), a respeito dos elementos do Censo da
Educação Superior de 2005, efetuado pelo INEP, uma quantidade superior a
73% de estudantes pertenciam ao sistema privado.
42
Tais pesquisas abordam o fato de que há uma crise no setor, pois os
superiores da educação privada aproveitam da data base dos docentes para
explicar o desprezo às reivindicações efetuadas pela categoria por condições
mais dignas de salário e trabalho. A falta de respeito com os professores tem
crescido cada vez mais, de uma maneira que, por conta de reivindicações
constantes pelos SINPROS (Sindicatos de Professores), que constituem a
SEMESP (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de
Ensino Superior no Estado de São Paulo), nenhuma medida tem sido tomada
para mudar a situação de penúria que vive o Professor, não proporcionando
segurança e nem direitos trabalhistas aos professores.
Ao mesmo tempo em que se reivindica um esclarecimento do acordo
coletivo para os professores, representantes das IES privadas, dispostos em
torno da Semesp, impeliram uma agenda de reivindicações para a mudança na
educação superior privada com a intenção de mostrá-la para o governo,
expondo o fato de que o excedente de regulamentações já presentes impede o
funcionamento harmônico entre as IES privadas.
Quando se expõe tal fato, referem-se aos mínimos direitos contidos na
LDB para IES privadas, como a execução de um plano de carreira registrado,
1/3 dos profissionais de ensino devem ser mestres ou doutores a serviço das
universidades, abordagem de planos para o crescimento institucional e um
programa de avaliação para o mesmo, como sendo barreiras para o comércio
livre da educação brasileira. Neste intervalo de tempo, avistam-se os
professores padecendo, frente às precárias condições de trabalho.
O cenário enquadra remuneração baixa, precariedade em contratos de
trabalho que muitas das vezes são temporários e até sem registro. Passando
por tudo isto, ainda temos as classes com números elevados de alunos, a
ausência de incentivo acadêmico e a falta de planos de carreira com estrutura.
Nesta perspectiva, as condições de trabalho em algumas instituições
privadas, são incompatíveis com uma concepção de docência que prevê a
interação e a mediação entre os alunos e o conhecimento. Estas condições
43
acarretam, muitas vezes, o esgotamento moral ou em um sentimento de
trabalho não cumprido ao docente que executa esta difícil tarefa. Segundo
Leplat e Cury (1977), a definição de condição de trabalho é dada com base em
um conjunto de fatores que influenciam no desempenho e na forma de agir do
trabalhador.
Montmollin (1990), por sua vez, caracteriza as condições de trabalho
como tudo aquilo que configura um cenário profissional que possibilita ou
dificulta a execução do proletariado. As condições de trabalho podem ser
consideradas físicas, temporais e organizacionais. As físicas referem-se ás
características instrumentais, maquinarias e ambientais do posto de trabalho
(ruído, calor, perigos diversos); as temporais dizem respeito à carga horária de
trabalho e as organizacionais são de conduta determinante como os ritmos
impostos e, generalizando, o conteúdo do trabalho.
Em qualquer situação, o trabalho docente está essencialmente ligado à
dignidade humana. Sendo assim, o direito ao trabalho decente está relacionado
com o direito às condições remuneradas adequadas, executadas em posições
liberais e constituições igualitárias, bem como a proporção da segurança, que é
apta de garantir uma vida decente ao trabalhador. Alinhados com essa ideia,
Blanch et al. (2003), esclarecem que as condições de trabalho, consideradas
um conjunto de situações onde se desenvolvem uma atividade laboral,
influenciam o meio social tanto na experiência do trabalho como na dinâmica
das relações decorrentes do exercício das atividades laborais.
Segundo os apontamentos de Boff (1999), o ser humano é um ser cujas
necessidades precisam ser atendidas. É um ser que participa socialmente, vive
em comunidade, um ator social, um sujeito pensante, pessoal e coletivo que
trabalha em função de relações sociais mais justas, livres e fraternas.
Considera fundamental o direito a um trabalho satisfatório que atenda às
necessidades básicas do indivíduo e de sua família, tais como: alimentação,
segurança, saúde, moradia e educação.
44
Também a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, na
seção dos direitos fundamentais, no seu artigo 7º item XXIII, define claramente
o direito dos trabalhadores rurais e urbanos, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social, no que se refere aos riscos inerentes ao
trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança. Este direito é
também a garantia de que há proteção social caso ocorram imprevistos que
impeçam a prática de seu exercício (como doenças, desemprego, acidente,
entre outros) e a segurança de que a renda chega quando chegar a hora da
aposentadoria. (CF 1988, art. 7º, item XXIV).
2.5 Como se Estrutura o Exercício da Docência?
O exercício da docência realizado em instituições de caráter privado e
instituições pertencentes ao poder público, apesar de diferentes, devem
coincidir com as leis previstas na Constituição Federal porque a Lei é para
todos, indistintamente. Porém, para quem atua em IES privadas valem as leis
previstas na Constituição Federal e, ainda, na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT, art. 317 a 323).
Cabe às escolas elaborar um Regimento Interno que contemplem as leis
educacionais e cabe ao professor tomar conhecimento deste documento, para
que o ajude a seguir o projeto da própria instituição na elaboração do Plano de
Trabalho Docente.
Frente a isto, surge uma questão polêmica em jurisprudência quando o
assunto colocado, pois se trata da jornada de trabalho dos educadores.
Segundo o art. 318 da legislação trabalhista (CLT), o professor não pode
ministrar mais de 4 (quatro) aulas consecutivas e diárias, nem mais de 6
interpoladas, fato justificado pelo esforço mental que o docente realiza para o
preparo e para a execução de suas aulas. Em instituições que aprovisionam
grau médio ou superior, vale ressaltar que a carga horária das aulas diurnas
devem atingir 50 minutos, e em aulas noturnas, 40 minutos.
45
Nas demais instituições, a duração deve ser de 1 hora (condições
estabelecidas pelo Ministério de Educação e Cultura). Quando a jornada de
trabalho do professor ultrapassa as condições citadas no parágrafo anterior, é
considerada jornada extra, e a remuneração deve ser de no mínimo 50% da
normal (art. 321 da CLT).
Para aprofundar a discussão desta questão polêmica, não se deve
esquecer que a jornada do docente não se limita apenas ao ambiente em que
trabalha, pois seus estudos, preparos de aula e correção de determinadas
tarefas, são levadas para a sua própria residência e outros ambientes, o que
não acarreta remuneração por parte da legislação.
Para solucionar parte desta situação relacionada à remuneração, surgiu
um pagamento complementar nomeado “hora-atividade”, que compensa a
preparação de aulas do professor. Outra questão que merece destaque diz
respeito à instabilidade da profissão, considerando que o número de aulas
atribuído ao docente pode variar de semestre para semestre. Para solucionar
essa problemática, o art. 7º, item VI da CF/88, convencionou que não é
aceitável a redução da remuneração do empregado, quando se trata de um
profissional da educação.
De acordo com o item XV do art. 7º da Constituição Federal2, para os
empregados em geral dá-se o domingo como dia de descanso semanal. Já
para professores atuantes em redes particulares de ensino, de acordo com o
art. 319 da CLT, o repouso semanal é dado aos domingos e aos sábados
considera-se um dia útil para dar aulas, podendo ser demandado trabalho
neste dia, 1/6 das horas-aula recebidas durante o mês (quatro semanas e
meia) equivale ao repouso semanal remunerado do professor.
Sintetizando, a jornada de trabalho do docente é condizente à sua
quantidade de aulas semanais. Sua remuneração total é apurada pelo produto
2
De acordo com o art. 3º da CLT, empregado é uma pessoa que se subordina a prestar serviço à outra, seja ela física
ou jurídica, e com isso, aufere remuneração ou salário. Isto se deve à categoria profissional diferenciada, que consiste
em um profissional que não atua em atividades econômicas de determinada empresa, mas sim em uma atividade
profissional exercida. (CLT, 1943).
46
entre o valor da aula e pela quantidade de aulas semanais, e depois, por quatro
semanas e meio mensais. Segundo o art. 322 da CLT, as férias dos
profissionais
de
ensino
acumulam
pagamento
condizente
à
mesma
periodicidade estabelecida no contrato, seja no período de exames ou no
período de férias escolares.
É oportuno ressaltar que no período de férias não se pode demandar
dos professores serviços que vão além da realização de exames, e que as
férias escolares não devem ser confundidas com as férias dos professores.
Uma equivale pela interrupção da atividade da empresa e a outra consiste no
descanso atribuído pela Carta Magna, respectivamente. Outro ponto a ser
ressaltado é a anulação de um contrato sem justa causa.
De acordo com o art. 477 da CLT, a indenização do professor deve ser
calculada na maior remuneração que este teve, adequando-se à sua jornada
de trabalho. Apenas a CLT não é suficiente para garantir a justiça entre os
profissionais da educação. Além dela, há sindicatos de professores e também
de estabelecimentos educacionais. Neste contexto, com tantas nuances, é
inegável a importância de convenções coletivas, pois estas servem de
acréscimo para garantir a eficácia das leis.
2.6 Contrato de Trabalho Docente: Qualificação Jurídica e a Subordinação
A categoria docente é diferenciada, como foi visto anteriormente, e não
há unicidade jurisprudencial quando se refere a ela. Comunga-se uma ideia de
que, pelo fato da categoria ser diferenciada, dever-se-ia assegurar as normas
celetistas presentes nos artigos 317 a 323 da CLT a todo profissional que
exerce o magistério. A subordinação que é envolvida entre o empregado e o
empregador é objetiva e direta; ou seja, o empregado deve prestar um
determinado serviço ao empregador, obedecendo às regras estabelecidas pela
IES.
Com relação aos docentes, a profissão é de natureza intelectual e
especializada. A subordinação envolvida é mais administrativa do que técnica,
47
pois não condiz exclusivamente com própria execução do trabalho, mas sim ao
estilo implantado internamente no estabelecimento. O professor possui o poder
da direção de suas aulas, os métodos didáticos e as técnicas que forem
necessárias para os alunos.
Como se pode notar, no inciso II do art. 206 da Constituição Federal de
1988 (CF/88), os princípios fundamentais para o ensino partem da liberdade
para ensinar e aprender, pesquisa e divulgar o pensamento. Desta forma,
apesar da subordinação, sempre haverá autonomia do professor para ensinar.
É importante destacar que em algumas IES privadas, esta liberdade vem
sendo cada vez mais estreitada, com vistas a garantir a “qualidade”. Ao invés
de se criar condições de trabalho satisfatórias que atraiam profissionais
melhores preparados, procura-se controlar o trabalho de docentes que, por
diferentes motivos, se sujeitam a trabalhar nestas instituições. Deve-se
destacar que não cabe aqui, neste trabalho, indicar este ou aquele caminho a
ser adotado pelas IES para melhora da qualidade de ensino.
2.7 Afastamento dos Trabalhadores
De acordo com o artigo 200 da Constituição Federal de 1988 e segundo
a regulamentação dada pela LOS (Lei Orgânica da Saúde), o SUS é o
responsável pela atribuição de qualquer ação voltada para a preservação da
saúde do trabalhador. Segundo a LOS a saúde do trabalhador pode ser
compreendida como:
Um conjunto de atividades que se destina, por meio de vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da
saúde do trabalhador, assim como visa à recuperação e reabilitação
dos trabalhadores submetidos aos riscos de agravos advindos das
condições de trabalho. (parágrafo 2º do artigo 6º da LOS).
Nos incisos de I a VII do parágrafo referido, detalha-se este conjunto de
atividade e suas demais atribuições. Neles, são citados a assistência ao
trabalhador que é portador de doenças profissionais – bem como aquele que
também é vítima de algum acidente ocorrido no trabalho; a participação em
48
algum campo que coloque em risco sua saúde; a avaliação que diz respeito às
tecnologias e equipamentos que podem causar impacto laboral; a informação
ao trabalhador sobre os riscos a que está exposto e aos exames de saúde,
admissão, periódicos e de demissão (todos respeitando os preceitos de ética
profissional).
Além destes itens, cita-se também a participação na normatização,
controle dos serviços de saúde e na fiscalização – seja a instituição pública ou
privada; a revisão periódica das doenças que se originam no processo de
trabalho através de uma listagem; e o direito do sindicato dos trabalhadores a
ter garantia sobre o requerimento ao órgão competente, que deve intervir
quando houver exposição de algum risco para a vida ou saúde do trabalhador.
Acima de tudo, é importante analisar as doenças e saber os motivos
pelos quais os trabalhadores brasileiros se afastam. Para tanto, é considerado
o Código Internacional de Doenças (CID), que age como fonte para firmar
conferências relacionadas aos afastamentos.
2.8 A Saúde do Professor
Para refletir a respeito da saúde do professor, inicialmente é importante
compreender o que significa estar saudável. Segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), o conceito de saúde é considerado como o estado de
completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de
doença. Na área da Saúde Pública, a saúde do trabalhador é parte integrada.
O propósito é a proteção do indivíduo através da prática de vigilância
que assegurem as boas condições de trabalho e, se necessário, o impedimento
de ocorrer riscos desnecessários, presentes nos diversos ambientes de
trabalho. Tudo isso é efetivado com a organização da assistência aos
trabalhadores, que recebem seus devidos tratamentos, diagnósticos e
reabilitação através do SUS (Sistema Único de Saúde), do Ministério da Saúde
no Brasil. (MSB, 2001).
49
Segundo o MSB (2001), trabalhador é todo aquele que executa atividade
para se auto sustentar e/ou as pessoas que também são seus dependentes.
Não é especificado o cargo no mercado de trabalho, sendo que qualquer forma
de inserção é considerada. Para o MSB, os responsáveis pelas condições de
vida e de outros fatores secundários da organização do trabalho são os
condicionantes econômicos, tecnológicos, sociais e organizacionais, sendo que
estes, pela sua importância e impacto direto na saúde do trabalhador,
determinam também os fatores presentes em todo o processo laboral.
Desta forma, a segurança da saúde do trabalhador é dada pelas
preservações que promovem mudanças em fatores considerados danosos,
incentivando também a harmonia entre saúde e trabalho, por mais que haja
complexidade envolvida na atividade. Tais iniciativas podem ser viáveis perante
trabalhos interdisciplinares, multiprofissionais e inter setoriais. O estresse já é
conhecido perante a OIT (Organização Internacional do Trabalho), que vê
consequências à saúde do professor no cenário envolvendo as Instituições do
Ensino Superior (IES), propósito deste trabalho.
Tal doença ocasiona instantaneamente a enfermidade do profissional,
gerando efeitos no próprio ambiente escolar. É considerado um fenômeno
isolado e, além de tudo, um fator que aglomera também sérios riscos
ocupacionais. Como foi visto anteriormente os professores na atualidade estão
tendo suas funções ampliadas sem que as condições de trabalho estejam
sendo repensadas.
2.9 A Insalubridade e o Trabalho Docente
O termo insalubridade, conforme suas variadas definições chegam ao
mesmo significado: é um vocábulo utilizado para indicar algo que não é bom
para a saúde, que agride o organismo do trabalhador, possuindo como
consequência o avanço dos limites impostos por normas técnicas. Em outras
palavras, é danoso à saúde do trabalhador.
50
Na área da prestação de serviço, a salubridade, que é o oposto do
conceito citado acima, relaciona-se às condições específicas ambientais que
não afetam o desempenho das atividades exercidas pelos funcionários,
garantindo-lhes o que é proposto pela constituição. Quando o assunto se
relaciona às atividades insalubres, relativas à segurança e à medicina do
trabalho, a fiscalização para que as leis sejam cumpridas cabe às empresas
privadas, órgãos públicos relacionados, bem como órgãos do Poder Judiciário
e Legislativo, que possuam empregados pela Consolidação das Leis do
Trabalho. (CLT, 1943).
Quando há infrações destas normas, pode acarretar punições
proporcionadas pelo cumprimento da legislação pertinente ao empregador. De
acordo com o art. 192 da CLT, a execução de atividades insalubres acima dos
padrões estabelecidos pelo Ministério do Trabalho acarreta um adicional
máximo, médio e mínimo do salário mínimo, que gira em torno de 40%, 20% e
10%, respectivamente, conforme o grau de insalubridade.
Muitas profissões são consideradas insalubres e dentre elas está à
atividade docente de quem leciona em universidades públicas e, ainda, que
exercem suas atividades em condições insalubres (laboratórios, em oficinas,
pesquisas em céu aberto, etc.) e também aqueles professores que trabalham
com o segundo grau técnico nas escolas estaduais e no Centro Federal de
Educação Tecnológica (CEFET).
Os demais docentes principalmente aqueles que desenvolvem o seu
trabalho nas IES particulares, devem, por força de Lei, trabalhar trinta e cinco
anos, exceto para quem comprovar a insalubridade no exercício do seu
trabalho. (LEI 8.213/91).
Sabe-se
que
alguns
docentes
exercem
atividades
altamente
desgastantes e que, com o passar dos anos, isto pode acarretar vários
prejuízos à saúde. Estes profissionais, responsáveis pela formação das novas
gerações, infelizmente são desvalorizados pela sociedade e pelo próprio poder
51
público que trata de forma diferente os iguais (funcionário público do magistério
e docente das escolas particulares).
Levando-se em consideração o conjunto de normas constituídas pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e pelas Leis de Diretrizes e Bases
(LDB)*3,
suas
contribuições
vagam
nos
interstícios
dos
tamanhos
questionamentos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) na hora
de conceder a aposentadoria por tempo de serviço. Modo geral, o que se
verifica na prática do dia a dia é um quadro diferente da finalidade de bem estar
e valorização do professor em ambas as esferas: pública e privada.
De certa forma, há muitas variáveis que corroboram para a precariedade
do ensino em qualquer nível; segundo Paro (1996), a precariedade das
condições objetivas de trabalho na escola, a desqualificação do trabalho do
professor e o aviltamento do salário, dentre outros vetores, só contribuem para
o baixo rendimento dos alunos.
Barreto (1991), por sua vez, afirma que esta situação de descaso com a
educação é indicada como um dos principais fatores da ineficiência do ensino
no Brasil. Finalizando, cumpre destacar que o exercício da docência nas
Instituições privadas de Ensino se pauta cada vez mais em modelos de
3*
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação,
assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério
público:
I – ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (no caso de instituições
públicas);
II – aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico
remunerado para esse fim;
III – piso salarial profissional;
IV – progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação do desempenho;
V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;
VI – condições adequadas de trabalho
4*Art.
323. Não será permitido o funcionamento do estabelecimento particular de ensino que
não remunere condignamente os seus professores, ou não lhes pague pontualmente a
remuneração de cada mês.
§ único - Compete ao Ministério da Educação fixar os critérios para a determinação da
condigna remuneração devida aos professores, bem como assegurar a execução do preceito
estabelecido no presente artigo. Decreto-lei nº 368, de 19/12/68 (débitos salariais)
52
trabalho alinhados com o conceito de alta produção, vide o ”inchaço” de alunos
nas salas de aula, cujo resultado imediato é a receita financeira que propiciam.
O papel de ensinar e preparar os alunos para o mercado de trabalho,
certamente, fica comprometido, pois, o que se busca com este modelo é
diminuir os custos, desconsiderando para isto, as condições de trabalho do
professor. Zabalza (2004), destaca:
A figura do professor universitário como pessoa dedicada à
especulação, ao cultivo do saber pelo saber à margem de sua
projeção instrumental, à pesquisa sobre questões de interesse mais
científico ou doutrinal do que prático, à manutenção de longas
conversas ou trocas com seus alunos sobre temática diversa, entre
outros, acabou sucumbindo à pressa e as pressões dos dias de hoje.
(ZABALZA, 2004, p. 125).
As pressões do dia a dia, o exercício individualizado e burocratizado da
docência nas IES particulares, vivem afastadas de concepções e valores que
mobilizaram antigas gerações a procurar o ofício de professor; ao contrário,
atualmente estão provocando uma sensação de solidão e isolamento que
levam cada vez mais os professores a adoecer e a pedir licença médica para
se proteger do exercício de uma profissão que pouco a pouco está se tornando
insalubre.
Como visto, a atividade docente está envolvida com uma série de regras
que exigem dedicação, comprometimento e, sobre tudo, vontade do Professor
em aprender e transmitir o conhecimento. Desnecessário destacar a
necessidade de atualização, dada à clientela, que é muito exigente e atualizada
com o que há de mais moderno e democrático na atualidade: a internet.
53
3.
TRAÇADO METODOLÓGICO
O presente capítulo teve como propósito identificar as condições em que
os professores atuam no dia a dia, numa dada Instituição privada. No decorrer
deste capítulo foram investigados, por meio de pesquisa semiestruturada, os
possíveis impactos e consequências da atividade laboral sobre a sua saúde.
Buscou-se ainda entender os mecanismos a que estão submetidos durante o
exercício do seu ofício, dada às exigências da IES.
3.1 Abordagem de Pesquisa
A pesquisa apresentada a seguir pauta-se nas abordagens Qualitativa e
Quantitativa. Deve-se destacar que a pesquisa qualitativa visa explorar as
possibilidades dentro da proposta do objeto e ainda, estimular os entrevistados
e criar um ambiente propício para que se expressem livremente sobre alg u m
tema, cois a ou conceito.
Normalmente, a pesquis a Qualitat iva é utilizada quando se
busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma
questão, abrindo espaço para uma interpretação pessoal. Via de regra é
uma pesquisa indutiva, isto é, o pesquisador desenvolve conceitos, ideias e
entendimentos a partir de padrões encontrados. (OLIVEIRA, 2007).
Quanto à Pesquisa Quantitativa, é importante destacar que para este
caso é considerada a mais indicada por expor maneiras de apurar e medir as
opiniões, as atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados. Ao se propor a
apurar as opiniões, esta metodologia de pesquisa lança mão de um
instrumento semi-estruturado, denominado questionário dirigido. (ALVESMAZZOTTI E GEWANDSZNAJDER , 2001).
54
3.1.2 Contexto da Pesquisa
A pesquisa foi realizada com professores que atuam em uma Faculdade
de Tecnologia e Negócios com sede na Zona Leste da capital Paulista no
bairro da Penha. Trata-se de uma Instituição de Ensino Superior Privada,
pessoa jurídica de direito privado, com fins lucrativos, com sede e foro na
cidade de São Paulo, Estado de São Paulo.
Esta instituição iniciou suas atividades há mais de 40 anos oferecendo
inicialmente cursos de Educação Infantil, Fundamental, Médio e Técnico
Profissionalizante, totalizando na ocasião 1.370 alunos. Agregou em 2001 a
educação superior ofertando cursos tecnológicos e transformando-se em
Centro Superior de Educação Tecnológica.
Em 2004, por determinação Legal, os Centros Superiores de Educação
Tecnológica passaram a ser denominadas Faculdades de Tecnologia. Tal
denominação se deu com base no Decreto 5.225 de 1º de Outubro de 2004. A
partir deste Decreto, o Centro Superior de Educação Tecnológica, objeto desse
estudo, passou a denominar-se Faculdade de Tecnologia.
Em 2010, passou a ser FACULDADE DE TECNOLOGIA E NEGÓCIOS
sendo recrendenciada em 2011.
A Unidade Penha, campus no qual foi
realizada a pesquisa, possui aproximadamente 9.000m2 de área construída e
oferece os cursos de Licenciatura em Pedagogia e de Bacharelado em
Engenharia da Produção e Administração de Empresas. Oferece também
dezesseis cursos de pós-graduação (lato-sensu).
De acordo com seu Regimento Institucional, a estrutura organizacional é
composta pelos seguintes órgãos: Conselho Superior, Diretoria, Gestão
Acadêmica, Coordenações de Cursos, Colegiados de Cursos, Núcleos Docente
Estruturante, Comissão Própria de Avaliação (CPA) e Órgãos de Apoio às
Atividades Acadêmicas.
Por ocasião da pesquisa, a IES possuía 800 alunos, sendo que a grande
maioria destes era proveniente da região leste da cidade de São Paulo. A IES
que acolheu a pesquisa tem como principal objetivo: formar profissionais aptos
55
a ingressar no mercado de trabalho com atitude humanística, visão permanente
de qualidade e detentores do uso de novas tecnologias.
Essa pesquisa foi realizada com a permissão do Diretor do Campus
Penha da IES após apresentação do projeto, o qual já havia sido submetido e
aprovado pela Comissão.
3.1.3 Sujeitos da Pesquisa
Os sujeitos da pesquisa são professores da Instituição que lecionam nos
cursos de tecnologia. Participaram da pesquisa 30 professores que equivalem
a população4 total de docentes que leciona nos vários cursos tecnológicos.
Cumpre destacar que, coincidentemente, dos 30 professores que participaram
da pesquisa 15 eram do sexo masculino e 15 do feminino. Estabeleceu-se
contato com eles em conversa individual, sendo que todos concordaram em
participar da pesquisa. O Projeto de pesquisa foi enviado ao comitê de ética e
aprovado pelo processo de número 13667045, em 16 de maio de 2012.
3.1.4 Coleta de dados
Os dados foram coletados por meio de entrevistas e questionários. As
entrevistas tiveram o caráter exploratório e serviram de base para a elaboração
do questionário, dessa forma a pesquisa contou com duas amostras.
3.2 Amostra 1: Perfil dos Professores que Lecionam para o Curso de
Tecnólogo e Participaram da Entrevista
Inicialmente foram realizadas entrevistas (roteiro anexo 1) com 5
professoras e 5 professores de diferentes cursos de Tecnologia da IES,
sendo considerado esses dados a amostra5 1, como foi dito anteriormente base
para o preparo do questionário.
5 População: o conjunto que contém a totalidade dos objetos, pessoas, itens, etc., que se quer estudar, dos
quais se quer observar a presença ou ausência da variável estatística em questão.
6
Amostra: é um subconjunto finito da população.
56
75%
50%
25%
de 30 até 40 anos
25%
25%
de 40 até 50 anos
Masculino
de 50 até 60 anos
Feminino
Gráfico 1: Idade dos Professores Entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
Ao observar o gráfico envidenciamos que 50% dos professores possuem
idade entre 30 e 40 anos, 25% possuem de 40 a 50 anos e outros 25%, de 50
a 60 anos. Quanto ao gênero feminino, 25% possuem idade entre 30 e 40
anos e 75% possuem idade entre 40 e 50 anos. Também destacamos que na
faixa etária entre 50 e 60 anos temos apenas professores do gênero masculino
(25%).
Tabela 1: Descrição dos Cursos Graduação Professores Entrevistados – Anexo 1
Masculino
Feminino
- Administração (75%)
- Administração
- Direito (25%)
- Processamento de Dados
- Economia
- Logística
- Gestão Industrial
- Artes
Fonte: elaboração própria (2013)
Tabela 2: Descrição dos Cursos de Pós Graduação (lato-sensu) dos Professores
Entrevistados – Anexo 1
Masculino
Feminino
- Gestão Empresarial
- Docência no Ensino Superior
- Direito Institucional
- Gestão Empresarial
- Administração para o mercado
- Projeto/Análise de Sistemas
- Docência no Ensino Superior
Fonte: elaboração própria (2013).
Quanto ao nível de Pós Graduação (stricto-sensu), temos duas
professoras entrevistadas com formação em Engenharia de Produção e
Administração e destacamos também a presença de uma Doutora na área de
Comunicação e Artes.
57
75%
60%
40%
25%
0 até 5 anos
de 5 até 10 anos de 10 até 15 anos de 15 até 20 anos
Masculino
Feminino
Gráfico 2: Tempo de trabalho na instituição pesquisada dos professores
entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
Quanto a tempo de trabalho na IES percebe-se que os docentes do
gênero feminino possuem até 5 anos (75%), enquanto os docentes do gênero
masculino possuem de 6 até 10 anos (60%). Destaca-se a presença de 25%
dos docentes do gênero feminino com maior tempo de trabalho na IES.
3.2.1
Amostra
2:
Perfil
dos
Professores
que
Responderam
ao
Questionário.
Com base nos dados coletados nas entrevistas foi elaborado um
questionário (anexo 2) respondido por 20 sujeitos de pesquisa, sendo que 10
eram indivíduos do gênero masculino e 10 do gênero feminino. Os
questionários foram aplicados pela pesquisadora nos intervalos de aula em um
local privativo, sendo considerados como amostra 2. Os dados coletados serão
apresentados de acordo com as seguintes partes: Perfil; Condições de
Trabalho/ Ambiente Administrativo; Condições de Trabalho/ Saúde.
58
40%
30%
20%
20%
20%
20%
20%
20%
10%
de 30 até 40
anos
de 40 até 50
anos
de 50 até 60
anos
Masculino
de 60 até 70
anos
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 1: - Idade dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria, 2013.
Com base nas respostas obtidas no questionário foi possível verificar
que a faixa etária dos sujeitos de pesquisa encontra-se no intervalo entre 30 e
70 anos de idade, conforme o gráfico 1. Cumpre destacar que, considerando a
faixa etária, os indivíduos do gênero masculino estão igualmente distribuídos,
com 20% em cada faixa etária. No que se refere aos professores do gênero
feminino, 40% encontra-se na faixa etária de 30 a 40 anos.
70%
40%
30%
30%
20%
10%
Solteiro (a)
Casado (a)
Masculino
Companheiro (a)
Viúvo (a)
Feminino
Gráfico 2: – Estado civil dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria, 2013.
Considerando o estado civil dos sujeitos de pesquisa descrito no gráfico
2, observou-se que a porcentagem de homens e mulheres solteiros se
equivalem,
30%.
Quanto
ao
percentual
de
indivíduos
predominância de indivíduos do sexo masculino, 70%.
casados,
há
59
90%
10%
90%
10%
Pardo (a)
Branco (a)
Masculino
Feminino
Gráfico 3: - Raça dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Foi possível observar, com base nas repostas do gráfico 3, que 90% dos
indivíduos entrevistados consideram-se da raça branca, enquanto 10% dizem
ser pardos. Evidencia-se que não foi observado a presença de nenhum
professor da amostra 2 que se declarasse da raça negra.
70%
50%
50%
30%
Não
Sim
Masculino
Feminino
Gráfico 4: – Professores que têm filhos (são pais) – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Nesta pesquisa, foi estabelecida a importância de saber se os
professores tinham filhos ou não. As respostas, indicadas no gráfico 4,
mostram que a maioria dos professores que têm filhos pertence ao gênero
masculino (70%).
60
60%
58%
40%
14%
1
2
14%
3
Masculino
14%
4
5
Feminino
Gráfico 5: – Número de filhos por professor que declarou ser pai/mãe – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Buscou-se saber a quantidade de filhos de cada um dos professores
pesquisados da amostra 2 que declaram ser pais. Desta amostra, verificou-se
que os docentes que tem apenas um filho são do gênero feminino (60%),
enquanto que os docentes do gênero masculino possuem um número maior de
filhos.
61
4. DISCUSSÃO DOS DADOS
Considerando que a coleta dos dados foi realizada por meio de
entrevistas e questionários, optou-se por discuti-los em separado.
4.1 Discussão dos Dados das Entrevistas
Com base nas entrevistas iniciais, foi possível elencar alguns eixos que
deram suporte à discussão inicial.
4.2 - Condições de Trabalho/ Física
É oportuno destacar que 100% dos professores apontam como
satisfatória as condições de trabalho no que se refere às instalações físicas.
Entretanto, no que se refere aos recursos pedagógicos, 50% dos professores
do gênero masculino julgaram como insatisfatório os recursos disponibilizados
pela IES. Em relação aos professores do gênero feminino, a satisfação
permaneceu em 100%.
100%
50%
50%
Satisfatória
Insatisfatória
Masculino
Feminino
Gráfico 3: Condições dos recursos e das instalações físicas segundo os
professores entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
No que se refere às condições de trabalho, 100% dos professores
concordam que os recursos e instalações da Instituição estão adequados,
porém destacam a importância de uma necessidade constante de renovação.
62
O trecho a seguir foi retirado de uma das entrevistas que explicita essa
questão:
(...) É questão de equipamentos, é renovação de equipamentos. São
equipamentos que poderiam ser renovados, acho que as escolas em
geral não têm muita disposição para renovar (....) (PESQUISA, 2013)
4.3 Condições de Trabalho/ Ambiente Administrativo (1).
50%
25%
50%
25%
25%
25%
de 1 até 5 de 5 até 10 de 10 até de 15 até de 20 até de 25 até de 30 até de 35 até
aulas
aulas
15 aulas 20 aulas 25 aulas 30 aulas 35 aulas 40 aulas
Masculino
Feminino
Gráfico 4: Carga horária semanal da instituição pesquisada dos professores
entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
Nota-se que 50% dos professores do gênero masculino possuem carga
horária semanal que variam entre 15 e 20 aulas, enquanto que os professores
do gênero feminino possuem uma variação entre 5 e 10 aulas. É oportuno
observar que 25% dos professores do gênero feminino possuem entre 35 e 40
aulas.
100%
75%
25%
Sim
Não
Masculino
Feminino
Gráfico 5: Tem outra função remunerada – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
63
Há de se destacar que 100% dos docentes do gênero masculino tem
outra função remunerada, enquanto que no gênero feminino, esse número é de
75%.
Tabela 6: Descrição das outras atividades remuneradas exercidas pelos Professores
Entrevistados – Anexo 1
Masculino
Feminino
- Processos Gerenciais
- Treinamento
- Advogado
- Encarregada Administrativa
- Consultoria
- Assessoria e consultoria
Fonte: elaboração própria (2013)
Convém destacar a satisfação plena dos professores da amostra 1,
quanto as exigências da IES:
(...) eu avalio como bom. Acho que é bastante exigente. Acho que
num padrão de boa qualidade para ser um professor não se aceita
qualquer um. Analisa também a capacidade de lecionar. Dentro do
comum para um profissional, são solicitados como de um profissional
normal administrativo qualquer, nada de excepcional dentro do
trabalho (...). (PESQUISA, 2013).
100%
75%
25%
Satisfatório
Insatisfatória
Masculino
Feminino
Gráfico 6: Análise dos benefícios ofericidos pela empresa segundo os
professores entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
Destacamos que a maioria dos professores consideram os benefícios
oferecidos pela IES como satisfatórios, sendo 100% dos docentes de genêro
feminino e 75% dos docentes do gênero masculino. Apenas 25% dos docentes
de gênero masculino consideram insatisfatório.
Registrou-se que na totalidade da amostra 1, ou seja 100% dos
entrevistados, avaliam como satisfatório o ambiente de trabalho, de acordo
com o trecho da entrevista:
64
(...) eu gosto do ambiente de trabalho, eu gosto dos colegas de
trabalho e isso eu acho que está super bom, super ótimo.
Principalmente nesta instituição. Aqui que as pessoas são bem
humanas então, isso eu gosto (...). (PESQUISA, 2013).
100%
75%
25%
Satisfatória
Insatisfatória
Masculino
Feminino
Gráfico 7: Condições para o preparo das aulas segundo os professores
entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
Conforme apresentado pelo gráfico 7, observamos
que
100%
dos
docentes do gênero masculino e 75% dos docentes do gênero feminino
consideram que o tempo para o preparo das aulas, correção de outras
atividades, de avaliações, lançamento de notas e faltas, etc. é insuficiente.
Além disso, consideram a falta de remuneração para esse trabalho
insatisfatório, conforme excerto a seguir:
(...) o tempo que a gente conseguir, não é? Insuficiente, porque a
gente não é remunerado para esse tempo, o tempo que a gente tem
e é remunerado a gente está em sala ou em outra atividade, não tem
uma remuneração suficiente para o preparo das aulas (...).
(PESQUISA, 2013).
50%
50%
50%
Satisfatório
50%
Insatisfatório
Masculino
Feminino
Gráfico 8: Apoio pedagógico segundo os professores entrevistados – Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
65
Outro fato a se destacar é o apoio pedagógico. Observou-se que 50%
dos professores do gênero masculino e 50% dos professores do gênero
feminino consideram falhos, considerando que esse apoio é insuficiente,
conforme o trecho a seguir relatado por um dos professores entrevistado:
(...) normalmente o coordenador procura direcionar os conteúdos, as
metas. Isso sim, isso tem. Agora um suporte, além disso, acho mais
difícil (...). (PESQUISA, 2013).
Observa-se que a totalidade da amostra 1 (100%) consideram
satisfatório o apoio da direção.
Registra-se que 100% dos professores da amostra 1 sentem-se seguros
no ambiente de trabalho e que os professores utilizaram sentidos diferentes
para a palavra “segurança”. Alguns comentaram da segurança em relação ao
espaço físico, outros comentaram em relação aos alunos e outros ainda, sobre
a instabilidade de atribuições de aulas para o semestre seguinte. Destacamos
alguns relatos:
(...) a segurança no sentido de? Nunca tive nenhum receio, né? Por
mais que uns sejam bagunceiros, falam demais, enfim, nunca me
desrespeitaram, nunca fizeram ameaça nenhuma (...). (...) Graças a
Deus não tenho medo quanto à segurança (...), ....considero também
adequada, não vejo riscos de algum tipo risco de acidente, algum
outro tipo de risco...”. Nas outras unidades da instituição eu vejo
assim que eles se preocupam em não deixar o professor sem aula
então, eu acho que isso ai é uma coisa se, é óbvio, se o professor
merecer, também tem que se ter esta avaliação, então me sinto
segura. “Eu nunca me senti insegura aqui (...). (PESQUISA, 2013).
75%
50%
50%
25%
Satisfatória
Insatisfatória
Masculino
Feminino
Gráfico 9: Quantidade de alunos por sala segundo os professores entrevistados –
Amostra 1
Fonte: elaboração própria (2013).
66
Constatou-se que as maiorias dos professores consideraram a
quantidade de alunos satisfatória, sendo 75% dos docentes do gênero
masculino e 50% dos docentes do gênero feminino. Destacamos o relato da
dificuldade de alguns professores em relação a grande quantidade de alunos e
em relação ao espaço físico das salas de aula.
(...) evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a
própria aula... tem uma dificuldade maior de atuação do professor.
Não digo que se perca o controle, mas a situação... quando tem um
número maior naturalmente o burburinho, a fala, a agitação acaba
sendo maior. Mas é relativo. Eu cheguei já ter classe com uma turma
maior, mas não sei, o pessoal tinha uma forma mais apaziguada. Eu
acho o número de alunos um pouco elevado(...). (...) cerca de
quarenta e cinquenta alunos. O problema é de estar numa sala
apertada, então você manter cinquenta alunos numa sala apertada
com duas carteiras juntas eu acredito que é um pouco complicado.
Então você não tem espaço para transitar entre os alunos e os
próprios alunos se acostumam a ficar em duplas, porque o espaço é
pequeno e as carteiras ficam muito juntas e isso cria uma certa
dificuldade. O número é grande não em função do número de alunos
e sim pela dimensão da sala que não comporta estes cinquenta
alunos (...).(PESQUISA, 2013).
Convém observar que 100% dos professores da amostra 1 apontam que
os alunos não estão aptos para cursar o ensino superior, destacando dois
fatos: a falta de comprometimento e a defasagem escolar do Ensino Médio.
Segue o trecho de um professor:
(...) é um grupo, devido à região em que a instituição fica, é um
grupo bastante carente, carente de recursos, carente de ensino
básico, ensino médio e temos que nós... como é que eu diria?!
Esforçar muito para tentar passar aquilo que a gente tem de
conhecimento, de pesquisa para que eles aprendam a fazer o
mesmo, a se desenvolver e a se desenvolver sozinhos. Então a gente
tem dificuldade por causa do ensino precário que eles tiveram (...)
(PESQUISA, 2013).
4.4 Discussão dos Dados dos Questionários
Os dados coletados por meio do questionariam permitiram elencar alguns
eixos que deram sustentação a continuidade da discussão.
67
4.5 Condições de Trabalho/ Ambiente Administrativo (2)
Cumpre destacar que todos os profissionais que participaram da
pesquisa estão contratados como professor e sua atividade atual está de
acordo com o cargo/função para o qual foi contratado (a).
50%
20% 20%
1 até 5
20%
20% 20%
5 até 10
10 até 15
Masculino
20%
15 até 20
10%
10% 10%
20 até 25
25 até 30
Feminino
Gráfico 6: Tempo de Trabalho na Função de Professor – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
É oportuno destacar com relação ao tempo de trabalho dos professores
na profissão docente, que 50% dos docentes do gênero feminino trabalham
entre 5 e 10 anos, enquanto que do gênero masculino temos uma distribuição
equivalente, que variou entre 20% e 10%.
60%
50%
50%
40%
Não
Sim
Masculino
Feminino
Gráfico 7: Participou de Cursos nos últimos 2 anos
Fonte: elaboração própria (2013).
Observou-se que em relação à atualização e/ou aperfeiçoamento
profissional, 60% dos professores do gênero masculino participaram de algum
curso, enquanto que os professores do gênero feminino esse número foi de
68
50%. Foi possível analisar que grande parte dos cursos realizados relaciona-se
com o exercício da profissão de docente. Complementando o gráfico 8, a
tabela 7 destaca os cursos realizados pelos professores:
Tabela 7: Descrição dos Cursos realizados pelos professores nos últimos 2 anos
Masculino
- Mestrado
- Pós Graduação em Educação Matemática
- Redação Instrumental
- Profissão Professor
- Dinâmica das Aulas Inovadoras
- Não descreveu o curso
Feminino
- Plataforma Moodle
- Pós Graduação em Gestão Empresarial
- Mestrado em Educação
- Unifesp (não descreveu o título do curso)
- Ensino à Distância
- Mestrado em Ensino de Matemática
Fonte: elaboração própria (2013).
Há de se destacar que 80% dos professores do gênero feminino e 70%
dos professores do gênero masculino, trabalham em apenas na IES. Os dados
seguem no gráfico 8.
80%
70%
30%
20%
1 Instiuição
2 Instituições
Masculino
Feminino
Gráfico 8: Quantidade de Instituições de Ensino que Trabalham os Professores –
Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
No gráfico 9, observa-se um retrato oposto. Temos 70% dos docentes
do gênero masculino exercendo outra função remunerada, enquanto que dos
docentes do gênero feminino, 70% não exerce outra atividade remunerada.
69
70%
70%
30%
30%
Sim
Não
Masculino
Feminino
Gráfico 9: Tem outra Atividade Remunerada – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
No gráfico 10, registra-se que 90% dos professores do gênero feminino
e 60% dos professores do gênero masculino não possuem aposentadoria,
porém destacamos que 40% dos professores do gênero masculino encontramse aposentados e ainda exercendo função remunerada. A tabela 8 descreve as
carreiras nas quais esses professores se aposentaram.
90%
60%
40%
10%
Não
Sim
Masculino
Feminino
Gráfico 10: Você já possui alguma aposentadoria? – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Tabela 8: Descrição das áreas que alguns professores possuem aposentadoria –
Amostra 2
Masculino
Feminino
- Corporativa (25%)
- Gestão de Pessoas
- Funcionário Público (25%)
- Administrativa (50%)
Fonte: elaboração própria (2013).
70
80%
30%
10%
1 até 4
4 até 7
30%
20%
10%
10%
10%
7 até 10 10 até 13 13 até 16 16 até 19 19 até 21 21 até 24 mais de 24
Masculino
Feminino
Gráfico 11: Tempo Total de Trabalho (em anos) dos Professores Pesquisados – Amostra
2
Fonte: elaboração própria (2013).
É oportuno comentar sobre o tempo total de trabalho dos professores.
Observou-se que 80% dos docentes do gênero masculino possuem mais de 24
anos de experiência, enquanto que os docentes do gênero feminino esse valor
variou entre as faixas de 10 até 24 anos.
Os gráficos 12 e 13 demonstram as áreas de formação dos professores
do gênero masculino e feminino entrevistados, respectivamente.
Tecnólogo Gestão Financeira
10%
Ciências da Computação
10%
Matemática
Economia
20%
10%
Administração
30%
Ciências Juridicas
20%
Ciências Econômicas
20%
Gráfico 126: Graduação dos Professores Pesquisados do Gênero Masculino – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
7
*Nestes gráficos foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 30% foi considerado
que 3 professores do total de 10 possuem essa formação.
71
Pedagogia
Psicologia
Turismo
Matemática
História
Letras
Ciências Juridicas
Comunicação Social
10%
30%
10%
10%
20%
20%
10%
10%
Gráfico 133: Graduação dos Professores Pesquisados do Gênero Feminino – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
No gráfico 13, observou-se que a maioria dos professores do gênero
feminino possui formação na área de ciências humanas. Este fato também se
repete na pós- graduação, conforme tabela 9 e 10.
Tabela 9: Cursos de Pós Graduação (lato-sensu) dos Professores Pesquisados –
Amostra 2
Masculino
Feminino
- Administração
- Administração Pessoal (RH)
- Ética e Cidadania
- Treinamento e Desenvolvimento Pessoal
- Marketing em vendas
- Docência no Ensino Superior
- Marketing Internacional
- Gestão Empresarial
- Docência no Ensino Superior
- Literatura
- Analise de Sistemas
- Comunicação e Mercado
- Gestão Financeira
- Mercado de Capitais
- Administração Pessoal (RH)
- Design Instrucional para EAD Virtual
- Novas Tecnologias no Ensino de Matemática
- Planejamento, Implementação e Gestão da
EAD
Fonte: elaboração própria (2013).
Tabela 10: Cursos de Mestrado (stricto-sensu) dos Professores Pesquisados – Amostra
2
Masculino
Feminino
- Educação Matemática
- Administração, Educação e Comunicação
- Administração de Empresas
- Ensino de Matemática
- Administração da Inovação
- História da Cultura
- Semiótica, Tecnologias da Informação e - Educação
Educação
- História Social e Documento
- Direitos Fundamentais e Colisão de Direitos
- Literatura
- Comunicação
- Cursando: Psicologia da Educação
Fonte: elaboração própria (2013).
72
90%
60%
30%
10%
de 4 até 10 salários
de 10 até 20
mínimos
salários mínimos
Masculino
10%
acima de 20
salários mínimos
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 14: Faixa Salarial dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Registra-se que no gráfico 14 a maioria dos docentes recebem entre 4 e
10 salários mínimos, sendo 60% do gênero masculino e 90% do gênero
feminino.
50%
50%
40%
30%
10%
de 4 até 10 salários
de 10 até 20
mínimos
salários mínimos
Masculino
acima de 20
salários mínimos
10%
10%
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 15: Renda Familiar dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Observou-se no gráfico 15 que 40% dos professores do gênero feminino
possuem renda familiar entre 4 até 10 salários mínimos, 50% entre 10 até 20
salários mínimos e 10% não responderam. Em relação aos professores do
gênero masculino, 30% possuem renda entre 4 até 10 salários mínimos, 50%
entre 10 até 20 salários mínimos, 10% acima de 20 salários mínimos e 10%
não responderam. Na faixa entre 10 até 20 salários mínimos ambos os gêneros
se equipararam, porém acima de 20 salários mínimos, encontram-se apenas
professores do gênero masculino.
73
4.6
Condições de Trabalho/ Saúde
80%
70%
30%
20%
Não
Sim
Masculino
Feminino
Gráfico 16: Esteve afastado do trabalho nos últimos dois anos – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Registra-se que 20% dos docentes do gênero masculino e 30% do
gênero feminino estiveram afastados do trabalho últimos dois anos, o motivo
desse afastamento é apresentado na tabela 11:
Tabela 11: Descreve o motivo dos afastamentos dos professores – Amostra 2
Masculino
Feminino
- Não respondeu
- AVCI (Acidente Vascular Cerebral Isquêmico)
- Lombalgia e Obstrução do Intestino
- Pneumonia
Fonte: elaboração própria (2013).
100%
67%
33%
Não
Sim
Masculino
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 17: Teve apoio da Empresa durante o Afastamento – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Ao observar o gráfico 17, notou-se que a maioria dos professores teve
apoio da empresa durante o afastamento, sendo 67% do gênero feminino e
100% do gênero masculino.
74
100%
67%
33%
Não
Sim
Masculino
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 18: Alguém da sua empresa te procurou para saber o seu estado de saúde –
Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Há de se destacar que 67% dos professores do gênero feminino foram
procurados por alguém da empresa durante o período de afastamento do
trabalho, enquanto que 100% dos professores do gênero masculino não
responderam sobre essa informação.
80%
60%
20%
Não
30%
10%
Sim
Masculino
Não Respondeu
Feminino
Gráfico 19: Faltou ao trabalho em 2011 – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Convém destacar que temos uma situação divergente entre os gêneros.
Enquanto 60% dos professores do gênero masculino não faltaram ao trabalho
em 2011, cerca de 80% dos professores do gênero feminino faltaram ao
trabalho. A tabela 12 descreve os motivos das faltas dos professores no ano de
2011.
75
Tabela 12: Motivo da falta do professor em 2011 – Amostra 2
Masculino
Feminino
- Doença
- Acompanhar o pai ao médico
- Problemas Mecânicos no Carro
- Ida ao médico
- Não colocou o motivo
- AVCI (acidente vascular cerebral isquêmico)
- Problemas Particulares
- Pneumonia
- Tendinite e Labirintite
- Trânsito
- Dor de Cabeça
- Dor na Coluna
- Gripes
- Doença do Cônjuge
Fonte: elaboração própria (2013).
Tabela 137: Sinais e sintomas apresentados pelos professores no último mês – Amostra 2
Nº
Sinais
Masculino
Feminino
1
Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor na nuca, etc.
20%
70%
2
Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente
10%
40%
3
Esquecimento de coisas corriqueiras como: onde colocou a chave do
30%
80%
carro, etc.
4
Irritabilidade excessiva
10%
50%
Vontade de sumir
20%
40%
5
6
Sensação de que não vai conseguir lidar com o que está acontecendo
10%
40%
7
Pensar em um só assunto
10%
20%
8
Repetir o mesmo assunto em pensamento
30%
30%
9
Ansiedade
60%
60%
10 Distúrbio do sono (dormir demais ou muito pouco)
50%
50%
11 Cansaço ao levantar
40%
70%
12 Trabalhar com um nível de exigência profissional abaixo do normal
0%
20%
13 Sentir que nada mais vale a pena
0%
20%
14 Fica tenso quando espera em fila
30%
50%
15 Fica impaciente quando pega um engarrafamento
50%
60%
16 É intolerante com as limitações dos outros
20%
40%
17 Quando se sente pressionado pensa que vai explodir
10%
20%
18 Quando espera alguém que está atrasado fica chateado e deixa
10%
40%
transparecer
19 Perde o controle quando as coisas não vão como espera
10%
10%
20 Torna-se agressivo quando discordam de você
0%
20%
21 Aceita novos desafios mesmo quando se sente sobrecarregado
50%
60%
22 Deixa os outros influenciarem a sua vida
10%
10%
23 Só vai ao supermercado se puder entrar na fila “só para dez itens”
0%
20%
Fonte: elaboração própria (2013).
Os principais sintomas destacados pelos professores apresentam-se nos
gráficos 20 e 21:
8
Nessa tabela foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 70% foi
considerado que 7 professores do total de 10 assinalaram esse item.
76
Ansiedade
60%
Fica impaciente quando pega um engarrafamento
50%
Distúrbio do sono
50%
Aceita novos desafios mesmo quando se sentes
sobrecarregado
50%
Gráfico 20: Principais Sinais apresentado pelos professores do gênero Masculino no
último mês – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Ao observar o gráfico 20, registra-se que a maioria dos docentes do
gênero masculino sente-se ansiosos (60%) e impacientes quando enfrentam
um engarrafamento (50%).
Esquecimento de coisas corriqueiras como onde
colocou a chave do carro, etc.
80%
Cansaço ao levantar
70%
Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor
na nuca, etc.
70%
Aceita novos desafios mesmo quando se sentes
sobrecarregado
60%
Ansiedade
60%
Gráfico 21: Principais Sinais apresentado pelas professoras do gênero Feminino no
último mês – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
No gráfico 21, registrou-se que a maioria dos docentes do gênero
feminino apresentaram esquecimentos de coisas corriqueiras (80%), cansaço
ao levantar (70%) e tensão muscular, aperto de mandíbula, dor na nuca, etc.
(70%).
77
Descreveram-se na tabela 14 as principais dificuldades que os
professores apontaram no exercício pleno de suas atividades.
Tabela 14: Principais dificuldades apontadas pelos professores no exercício pleno de
sua função – Amostra 2
Masculino
Feminino
- Falta de Tempo
- Falta de estrutura
- Despertar o interesse e a disciplina do aluno
- Tripla jornada
- Falta de organização dos superiores
- Aluno desmotivado
- Falta de estrutura em sala
- Relação aluno X professor confundida com
cliente X comerciante
- Pouco salário
- Professores desmotivados
- 50% não identificou nada
- Burocracia excessiva
- Defasagem dos alunos
- Salário baixo
- Falta de Reconhecimento
- Trânsito
- 20% salas cheias
- 30% falta de organização dos superiores
- 30% carga horária e a incerteza todo
semestre
- 50% o excessivo trabalho em casa sem
remuneração
Fonte: elaboração própria (2013).
Excesso de trabalho em casa sem remuneração
50%
Falta de organização dos superiores
30%
Carga Horário e incerteza todo semestre
30%
Salas Cheias
20%
Gráfico 228: Principais Dificuldades apresentada pelas professoras do gênero Feminino
no exercício pleno da sua atividade – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
A fim de justificar as principais dificuldades apresentadas pelos
professores que responderam ao questionário, destacam-se trechos das
entrevistas dos mesmos. O excesso de trabalho em casa sem remuneração
9 Nessa tabela foi considerado para cada item de 0% até 100%, ou seja, caso o item tenha 50% foi
considerado que 5 professores do total de 10 relataram esse fato.
78
apresentou-se como a maior dificuldade dos professores, corroborada pelo
excerto a seguir:
(...) quantas horas eu não sei, mas que são bastante são. A gente
prepara aula, a gente corrige prova, a gente corrige trabalho então
assim, são bastantes horas fora da sala de aula que eu ainda não fiz
os cálculos, mas é bastante tempo para isso (...). (PESQUISA, 2013).
Outro trecho também deixar claro esse excesso de trabalho:
(...) Não fiz, porque se eu fizer eu vou me decepcionar. Um excesso
foi aquilo que eu falei antes, eu estou excedendo demais, excedendo
e muito. Hoje, por exemplo, eu daria as duas últimas aulas após o
intervalo e eu cheguei aqui às dezenove horas. A minha aula era das
vinte e uma horas e eu estou aqui desde as dezenove horas (...).
(PESQUISA, 2013).
Também encontramos trechos no qual são descritas a dificuldade da
carga horária excessiva e a incerteza da quantidade de aula em cada
semestre:
(...) eu vejo assim, que eles se preocupam em não deixar o professor
sem aula. Então eu acho que isso aí é uma coisa se, é obvio, se o
professor merecer, também tem que se ter esta avaliação (...).
(PESQUISA, 2013).
Destacamos agora a quantidade de alunos em sala, algo que para
muitos professores é uma dificuldade para desenvolver um bom trabalho:
(...) evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a
própria ... tem uma dificuldade maior de atuação do professor, não
digo que se perca o controle, mas a situação (...). (PESQUISA, 2013).
(...) eu acho que é excedente, são sessenta alunos, para mim eu
acho excedente. Eu acho que no máximo trinta. Essa é a minha
opinião (...). (PESQUISA, 2013).
(...) O problema é de estar numa sala apertada, então você manter
cinquenta alunos numa sala apertada com duas carteiras juntas eu
acredito que é um pouco complicado, então você não tem espaço
para transitar entre os alunos e os próprios alunos se acostumam a
ficar em duplas porque o espaço é pequeno e as carteiras ficam
muito juntas e isso cria uma certa dificuldade. O número é grande não
em função do número de alunos e sim pela dimensão da sala não
comportar estes cinquenta alunos. Eu acho complicado em função do
espaço porque se você for numa sala de cursinho tem mais de cem
alunos, mas a sala é muito mais que o dobro destas, é uma
79
adequação em função da quantidade de alunos (...). (PESQUISA,
2013).
Observou-se que o último relato de alguns professores também
apresentou outro problema, nesse caso relacionado ao espaço físico da sala
de aula, que não comporta a quantidade de alunos.
60%
30%
20%
20% 20% 20%
10%
1 até 5
5 até 10
10%
10%
10 até 15 15 até 20 20 até 25 25 até 30 30 até 35 35 até 40 mais de 40
Masculino
Feminino
Gráfico 23: Horas Semanais de Docência dos Professores Pesquisados – Amostra 2
Fonte: elaboração própria (2013).
Constatou-se que a maioria dos professores do gênero masculino (60%),
possui entre 15 e 20 horas de trabalho na função de docente, enquanto no
gênero feminino temos uma distribuição, variando entre 5 e mais de 40 horas
semanais.
80
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa teve como propósito explorar as representações dos
professores que atuam numa Instituição privada de Ensino Superior (IES),
localizada na Zona Leste da cidade de São Paulo – SP, especificamente
aqueles que lecionam em cursos tecnológicos a respeito das condições de
trabalho e a respeito das possíveis consequências sobre a sua saúde no
exercício da sua atividade laboral.
Participaram da pesquisa 30 professores que lecionam em vários cursos
tecnológicos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas e
questionários. As entrevistas tiveram o caráter exploratório e serviram de base
para a elaboração do questionário.
Baseado nos dados obtidos por meio da pesquisa observou-se que a
maioria dos professores entrevistados consideram satisfatórias as condições
de trabalho no que se refere aos meios físicos. Cumpre destacar, também, que
a maioria dos professores avaliam os benefícios oferecidos pela IES como
satisfatórios, bem como apreciam como satisfatóriamente o ambiente de
trabalho. No entanto
consideram que o tempo para o preparo das aulas,
correção de outras atividades, de avaliações, lançamento de notas e faltas, etc.
é insuficiente. Além disso, dizem ser a remuneração para esse trabalho
insatisfatória.
Observou-se que 50% dos professores consideram o apoio pedagógico
que recebem para o exercício da docência insuficiente, apesar de se sentirem
amparados pela direção da instituição. Constatou-se que a totalidade dos
professores sente-se segura no ambiente de trabalho e que utilizaram sentidos
diferentes para a palavra “segurança”. Alguns se referem à segurança em
relação ao espaço físico, outros em relação aos alunos e outros ainda, à
instabilidade de atribuições de aulas para o semestre seguinte.
Foi possível perceber que a maioria dos professores entrevistados
considera a quantidade de alunos por classe satisfatória, no entanto relatam
81
que as salas de aulas são pequenas para acomodar o número de alunos
existentes. A totalidade dos professores consideram os alunos inaptos para
cursar o ensino superior, destacando: a falta de comprometimento e a
defasagem escolar.
No depoimento desses professores, as condições de trabalho oferecidas
pela instituição são consideradas satisfatórias, os problemas enfrentados são
localizados nos alunos que, segundo eles, não estão aptos para cursar o
Ensino Superior.
Ao responderem os questionários, os professores informaram que 20%
dos docentes do gênero masculino e 30% do gênero feminino estiveram
afastados do trabalho nos últimos dois anos. Segundo os sujeitos de pesquisa,
a maioria teve apoio da empresa durante o afastamento.
No que se refere às faltas ao trabalho, foi possível perceber que 60%
dos professores do gênero masculino, não se ausentaram do trabalho em
2011, em contrapartida cerca de 80% dos professores do gênero feminino
faltaram ao trabalho. Os docentes do gênero masculino queixam-se de
ansiedade e distúrbio de sono, enquanto as professoras queixam-se de
esquecimentos, cansaço ao se levantar, tensão muscular e ansiedade. Ambos
os sexos dizem assumir mais encargos na instituição, mesmo sentindo-se
sobrecarregados.
Os professores ao relatarem as dificuldades encontradas no exercício da
docência explicitam que executam muito trabalho em casa sem remuneração,
deparam-se com falta de organização institucional, incerteza quanto a carga
horária todo o semestre, salas cheias de aluno, o que se contrapõem aos
dados obtidos por meio da entrevista.
Os resultados dessa pesquisa se aproximam de um estudo recente
(Lima, 2013). Segundo o autor, os dados desse estudo que utilizou 29
professores como sujeitos de pesquisa, apontam que 50% dos professores
entrevistados que possuem entre 5 e 10 anos de tempo de profissão,
82
apresentam sintomas como: stress (88%); vida privada invadida pelo trabalho
(76%); algum tipo de adoecimento (52%) e medo de perder o emprego (52%).
O autor ainda afirma que os impactos na subjetividade destes professores são
galopantes em um tempo de profissão relativamente curto e que o capitalismo
global e a precarização do trabalho atinge as mentes e os corações dos
trabalhadores, além de atingir a objetividade e a subjetividade (mente e corpo)
da classe trabalhadora. O autor concluiu também que as condições de trabalho
vivenciadas
pelos
professores
impactam
negativamente
as
suas
subjetividades, tornando-as subjetividades precarizadas.
Além das questões acima citadas, uma das principais queixas dos
professores está relacionada com a falta de preparo dos alunos ao ingressarem
no Ensino Superior. Consoante a Dominguez e Morelli (1984), ao realizarem
um levantamento das dificuldades de aprendizagem em universitários,
observaram que a maioria não está devidamente orientada para alcançar um
desempenho ideal e isso pode estar relacionado ao fato de não possuírem as
habilidades básicas requeridas para desenvolver os trabalhos acadêmicos e a
falta de preparo no ensino básico, que foi considerada a principal causa. Os
autores ainda ressaltam que a interação aluno-professor, se for inadequada,
causa efeitos negativos no desenvolvimento da aprendizagem.
Campos (2010), relata ainda que as dificuldades no processo ensinoaprendizagem estão relacionadas principalmente com o despreparo, a falta de
atenção e da motivação dos alunos. O autor ainda menciona que a falta de
clareza da docência entre professores e alunos podem tanto estimular,
promover, gerar avanço e crescimento discente, quanto podem desestimular,
frustrar, impedir o avanço e crescimento do sujeito que aprende.
As organizações de classe (sindicatos, associações, organizações, etc.)
tentam esclarecer e sensibilizar as autoridades quanto às dificuldades do dia-adia encontradas pelos docentes, independente do gênero (masculino ou
feminino). Segundo Lima (2013), a existência de sindicatos classistas
comprometidos com a defesa da classe trabalhadora, é fundamental para o
enfrentamento necessário às políticas patronais. Ainda, segundo o autor, a luta
83
é no campo econômico, político e ideológico e uma concepção classista
disputa todas estas dimensões junto aos trabalhadores.
Tais dificuldades se mostram claramente com o passar dos anos e é
preciso conhecer melhor as particularidades do exercício desta função
(principalmente os impactos na saúde do professor), dada à relevância do
assunto no que tange à formação das pessoas. O exercício da docência é, sem
dúvida, um ato fraterno, de cidadania e imprescindível à nação.
84
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90
ANEXO 1
Modelo do Roteiro de entrevista que foi aplicado aos professores
convidados da IES
Dados Pessoais:
Nome:________________________________________________
______
Sexo: Feminino (
)
Masculino (
Idade
)
Formação:
-Graduação___________________ Pós-graduação_____________________
-Especialização______________________
________________________
Mestrado
-Doutorado________________________________
doutorado______________
Pós-
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição?
Qual a sua carga horária semanal?
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Tem alguma doença?
Faz algum tipo de tratamento?
Fez alguma cirurgia? Qual?
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( ) Insatisfatória ( )
91
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Benefícios?
Ambiente de trabalho?
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula?
Você já fez esta sugestão?
Como foi aceito?
Tempo para a preparação das aulas?
Apoio pedagógico?
O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico?
Apoio da direção?
Segurança?
Corpo discente?
Número de alunos por sala de aula?
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
92
ANEXO 2
TRANSCRIÇÕES DAS ENTREVISTAS
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(1)
Dados Pessoais:
Nome:___________________________________________________Idade 48
anos
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( x )
Formação:
- Graduação Administração de Empresas
- Pós-graduação Docência do Ensino Superior
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Há nove
anos
Qual a sua carga horária semanal? 20horas/semanais
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Sim, gerente de processos. Nove horas por dia 45 horas semanais.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Sim tive, cirurgia de apendicite. Quinze dias.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Sim. Cirurgia de apendicite.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( )
São boas.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
93
Instalações físicas são boas, recursos e equipamentos existem deficiências,
aparelhos projetores, as lousas que muitas vezes não funcionam, e as
acomodações de carteiras, cadeiras que muitas vezes estão quebradas, com
defeitos, biblioteca sem livros, sem recursos audiovisuais e poucos recursos
para a utilização dos professores.
Quanto às exigências da IES? Comente.
É uma exigência, vamos dizer moderada quanto às planilhas para
preenchimento. Acredito que no mundo hoje informatizado a gente tem
preenchido muita papelada em duplicidade porque preenchemos papéis e
ainda alimentamos o sistema com os mesmos dados, um trabalho duplicado
que toma o nosso tempo.
Benefícios?
Estou satisfeito com os benefícios, assistência médica e cesta básica e só.
Ambiente de trabalho?
É muito bom.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
É, nesse sentido tem uma deficiência grande, quanto a incentivo a bolsa de
estudo, incentivo a aprimoramento, cursos e pesquisas, tudo isso é uma
deficiência na instituição.
Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula? Sim,
poderia que melhoraria.
Você já fez esta sugestão? Sim.
Como foi aceito? É, foi negado.
Tempo para a preparação das aulas?
É, há uma dedicação do tempo, geralmente fora do horário de trabalho que não
é apontado como aula e que poderia ser apontado ser apontado como aula,
pois a gente dispensa muito tempo preparando as aulas, nos atualizando pra
passar isso aos alunos. Deveríamos ser remunerados.
Apoio pedagógico?
É, não vejo assim de fato um apoio pedagógico né.
O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico?
Um acompanhamento, uma orientação da instituição em relação a todo o
programa de ensino tanto o resultado do aluno como o desenvolvimento dos
professores.
Apoio da direção?
Há uma total liberdade da direção no desenvolvimento da estratégia e dos
programas de ensino.
Quando precisa do apoio da direção como você se sente?
94
Me sinto seguro, apoiado e sempre tenho uma resposta desde que ela seja na
maioria um não, mas, recebo uma resposta.
Segurança?
É, sinto assim uma segurança em relação ao trabalho, em relação ao emprego
tem uma certa segurança. Em relação à segurança no trabalho em relação aos
alunos, ser um professor protegido pela instituição, acho que aí tem uma
deficiência, na verdade nós acabamos nos defendendo de uma certa forma em
relação à sala, ao aluno, então acho que a instituição não nos apoia nesse
sentido, né.
Corpo discente?
É um grupo, devido à região em que a instituição fica, é um grupo bastante
carente, carente de recursos, carente do ensino básico, ensino médio e temos
que nos, como é que eu diria esforçar muito pra tentar passar aquilo que a
gente tem de conhecimento, de pesquisa pra que eles aprendam a fazer o
mesmo, a se desenvolver e a se desenvolver sozinhos, então a gente tem
dificuldade por causa do ensino precário que eles tiveram.
Número de alunos por sala de aula?
O número de alunos por sala de aula em média quarenta e cinco alunos. Eu
não acho um número, não é muito alto não.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Sim, né. Dos nove anos que eu trabalho na instituição deve ter por volta de
umas duas mil horas de trabalhos fora da instituição, mas eu não fiz os cálculos
não. É muito tempo dispensado fora da instituição.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações
95
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(2)
Dados Pessoais:
Nome: (facultativo)________________________________________Idade: 36
anos
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( x )
Formação: - Graduação: Direito
- Pós-graduação: MBA Gestão Empresarial/Direito Empresarial/ Direito do
Estado/
Direito Público
- Especialização Direito Institucional
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Nove meses.
Qual a sua carga horária semanal? Dezoito horas
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Sim. Advocacia e a gestão empresarial. Deixa eu me ver, acho que umas
dezesseis horas.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Nunca.
Tem alguma doença?
Também não.
Faz algum tipo de tratamento?
Também não. (Refere que não, porém, na realidade, faz).
Fez alguma cirurgia? Qual?
Sim, nariz, garganta, ouvido e também fiz transplante capilar.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Sim, carbolítio (estabilizador do humor).
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Nunca.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( )
96
Porque o ambiente é, tem pessoas extremamente idôneas, pessoas ... Todas
as condições de trabalho, os benefícios enfim, o pagamento, tudo feito de
acordo com o contratado, não tenho reclamações, fiz muitos amigos, pessoas
boas que me fazem feliz por trabalhar dessa forma.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Olha, a única coisa que eu vejo que necessita mais seria um data show e
também as máquinas, CPU’s. Porque, se você tiver seu próprio lap top você
teria uma data show, agora se você não trouxesse o seu, obviamente você tem
um obstáculo que seria a falta de CPU’s
para adequar aos próprios data
show’s. Então, por óbvio, você fica na disputa de conseguir as máquinas para
poder lecionar.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Olha, as exigências dela, para mim são todas satisfatórias, não tem nada assim
que tenha sido pedido assim que fosse absurdamente impossível. Para mim
está de acordo assim como na outra instituição que trabalhei que também
lecionei durante dois anos. Para mim, acho que assim, quanto à exigência em
si, elas estão semelhantes. Eu considero razoável.
Benefícios?
Quanto aos benefícios, olha, por eu estar começando, ter pouco tempo de
casa, não estou a par de todos os benefícios, mas eu já estou a par que quem
tem filho pode conseguir bolsa, também tem a cesta básica. A cesta básica eu
achei muito, muito, muito, muito simples. Extremamente simples. Eu até, foi há
dois meses atrás recebi com produto estourado dentro da cesta, mas em fim,
né...
Ambiente de trabalho?
Ambiente de trabalho, olha, são dois tipos assim bem distintos, né. Você dá
aula para técnico e para a faculdade. O pessoal do técnico é extremamente
carente, um pessoal que tem muita dificuldade de acompanhar e, por outro
lado, vejo que a faculdade também tem um pessoal que tem uma certa
dificuldade, mas é um ambiente totalmente diferente, é um ambiente mais
97
assim, é mais respeitoso, respeitam mais os professores, mas, eu não tenho
reclamações, eu gosto, me realizo tanto dando aula para técnico quanto pra
faculdade.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
Até o momento, se a instituição me der esta oportunidade... mas até agora eu
desconheço.
Tempo para a preparação das aulas?
Olha, eu gasto muito tempo, normalmente aos finais de semana que sobra
algum tempo. Além da dedicação a família eu me dedico para fazer minhas
aulas. Então, na verdade eu dedico os finais de semana em si para poder
fazer isso. De razoável para mais. Pouquinho além do razoável porque eu tive
que ir do zero não são aulas que estão prontas, alguma coisa eu acabo
utilizando, mas, eu tive que começar do zero.
Apoio pedagógico?
Apoio pedagógico olha, até o presente momento eu caminhei bem mesmo não
procurando apoio pedagógico, em fim, mas eu sei que está sempre presente.
Apoio da direção?
A direção olha da direção no caso do técnico tem que está sempre aos olhos
da coordenadora e aqui eu tenho o apoio da coordenadora da administração e
do coordenador de processo gerenciais. Então são eles que eu conheço e que
na verdade eu me reporto e que estão sempre presentes. Considero
satisfatório.
Segurança?
A segurança no sentido de? Nunca tive nenhum receio, né. Por mais que uns
sejam bagunceiros, falam demais, em fim, nunca me desrespeitaram, nunca
fizeram ameaça nenhuma, também na faculdade nunca tive, mesmo com
esses problemas, os toques de recolher também, graças a Deus não tenho
medo quanto à segurança.
Corpo discente?
Então, os alunos eles são alunos diferenciados, nós temos um, eu vejo que
existem muitos alunos que chegam à faculdade seja em nível de bacharel ou
98
tecnólogo, chegam com uma deficiência muito grande além de nosso vocábulo
aqui eles acabam apresentando algumas palavras escritas incorretamente,
esse cabedal delas é muito assim, limitados tendo que explicar coisas óbvias,
determinadas palavras, mas num contesto geral é bom não digo satisfatório,
mas, o pessoal é bom.
Número de alunos por sala de aula?
É satisfatório, em torno de vinte, vinte e cinco alunos.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.Pois é, eu vejo que quando é um curso que eu ainda não tenha dado,
como é o caso nesta instituição, eu tenho que preparar o material inteiro, eu
acabo, de certa maneira, usando todo o meu final de semana. Quanto à
correção de prova eu até consigo fazer em sala, mas preparar as aulas eu
acredito que do final de semana eu aplico em torno de dez horas entre sábado
e domingo.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
99
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(3)
Dados Pessoais:
Nome:__________________________________________________Idade: 58
anos
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( x )
Formação:
- Graduação: Administração de Empresas
- Pós-graduação: Administração Orientada para o Mercado
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Oito anos
Qual a sua carga horária semanal? 6 horas, duas vezes que eu venho aqui por
semana.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal? Quarenta horas, quando não, até mais, geralmente em cliente.
Sim, eu atuo numa consultoria de gestão organizacional onde que eu
desenvolvo projetos de remuneração, plano de carreiras, avaliação de
desempenho por competências para os clientes que contratam a consultoria.
Eu sou um dos consultores desta empresa.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não.
Tem alguma doença?
Nenhuma.
Faz algum tipo de tratamento?
Não, também não. Tomo alguns remédios para controle de pressão, mas, em
termos de tratamento especificamente, não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Já, revascularização do miocárdio. Angina de alto risco poderia partir para o
infarto, mas, graças a Deus, eu fui agraciado pelo alto.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Sim, para pressão, controle do colesterol e um vaso dilatador de artérias.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não, nenhuma.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Também não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
100
Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( )
Eu considero as condições de trabalho satisfatórias e principalmente a
autonomia que é dada a nós os professores quanto ao exercer as nossas
atividades, eu entendo também um relacionamento assim muito salutar, um
relacionamento bom entre nós e a coordenação, os responsáveis pela
instituição.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
A necessidade que eu tenho normalmente é o que eu utilizo é o data show e
tem matéria que é praticamente é todo o semestre, e toda vez que eu peço
raramente eu deixo de ser atendido. Peço com alguma antecedência, mas não
em termos de ministrar aula com esse equipamento, não inviabiliza.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Eu também considero estas exigências dentro duma normalidade da parte
administrativa que nós professores temos, então aquela questão de diário de
classe, de controle de faltas, lançamento de notas é isso que nos é pedido e eu
entendo isso como fazendo parte da nossa responsabilidade.
Benefícios?
São bons.
Ambiente de trabalho?
O ambiente de trabalho também até a integração com os professores muito
boa é um ambiente, digamos assim, é um ambiente alegre, não é truncado
sabe, não é pessoal ranzinza, em fim, eu acredito que a nossa própria
formação das disciplinas que ministramos dá essa conotação dessa integração,
dá essa facilidade de relacionamento, pelo menos eu vejo dessa forma.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
É, cursos, aprimoramentos não são assim tão frequentes, que são oferecidos a
nós, de quando em quando surgem, mas, não são assim com uma frequência
maior.
Tempo para a preparação das aulas?
É, o tempo de preparação de uma aula poderá ser um maior quando surge
para você atribuir uma disciplina nova, no entanto, aquelas matérias, aquelas
disciplinas que você já ministra há algum tempo, na verdade o tempo se reduz
porque o conteúdo você tem, você pode até aprimorar o conteúdo não resta a
menor dúvida mas, o tempo acaba sendo reduzido, porque você já tem uma
101
base de informação. O tempo é razoável. E também vai da organização, eu
penso assim, de cada professor.
Apoio pedagógico?
Apoio pedagógico... também não é tão frequente, né.
Apoio da direção?
Quando há alguma necessidade de algum fato de ser resolvido, algum aluno,
alguma necessidade eu tenho um atendimento adequado, com uma facilidade
no relacionamento e também da resolução de problemas. Embora eu tenha o
seguinte pensamento, eu quando tenho algum problema eu procuro sempre
resolver em classe ao invés de dar essa obrigação ou levar essa situação a
coordenação ou a direção talvez até por causa da própria autonomia como
consultor, porque quando eu estou no cliente deve-se resolver o problema e
aqui eu tenho esta mesma atitude.
Segurança?
Considero também adequada, não vejo riscos de algum risco de acidente,
algum outro tipo de risco.
Corpo discente?
Varia, muitas vezes de uma classe para outra, mas, o que eu percebo de uma
forma geral, hoje o alunado, eles são assim mais irrequieto, não tem muitas
vezes assim um interesse maior e tem situações que parece que a conversas
paralelas e outros assuntos acabam tendo uma prioridade maior em relação à
aula. Isso é complicado porque eles estão estudando, um mercado cada vez
mais competitivo, eles deveriam, muitos devem acordar para terem uma
condição melhor no mercado, aqui nós temos o controle, mas no mercado a
cobrança é bem maior é uma questão que vai determinar se vai ter ou não
sucesso na empresa.
Número de alunos por sala de aula?
Evidentemente um número de alunos mais elevado dificulta a própria ... tem
uma dificuldade maior de atuação do professor, não digo que se perca o
controle, mas, a situação ... quando tem um número maior naturalmente o
burburinho, a fala, a agitação acaba sendo maior. Mas é relativo eu cheguei já
ter classe com uma turma maior, mas não sei, o pessoal tinha uma forma mais
apaziguada. Eu acho o número de aluno um pouco elevado.
102
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Não, cálculo especificamente não. Mas, poderia dizer o que por semana, como
eu falei é relativo, dependendo do semestre se é matéria que você tem ... Mas,
em média poderíamos dizer que por semana de duas a três horas. Para mim é
razoável, assim, numa média. Falo de duas a três horas por semana, então se
você pegar o período, evidentemente quando chega no final do semestre,
dependendo da quantidade de alunos você pode ficar o dia inteiro ou o final de
semana com essa atividade, mas, ao longo do semestre se fizer uma média de
duas a três horas por semana, pode ter semana que, você ainda não está
corrigindo algum trabalho ou algum seminário que você atribuiu o tempo fica
até menor, é só questão de entrar no arquivo e ver a matéria que você já
preparou ou a matéria que você vai dar na semana seguinte, deixa lá no pen
drive.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
103
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(4)
Dados Pessoais:
Nome:___________________________________________________Idade 48
anos
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( x )
Formação:
- Graduação Administração de Empresas
- Pós-graduação Docência do Ensino Superior
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Há 8 anos
Qual a sua carga horária semanal? 20horas/semanais
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Sim, consultoria. Oito horas por dia 40 horas semanais.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Sim.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( x ) Insatisfatória ( )
Boas.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Instalações físicas são boas, recursos e equipamentos nem tanto, aparelhos
projetores, e as acomodações de carteiras, muitas cadeira quebradas, a
biblioteca tem acervo limitado, defasado, número restrito de recursos
audiovisuais. Nem sempre os professores conseguem utilizar determinados
recursos é preciso reservar com antecedência. E nem sempre consegue.
Quanto às exigências da IES? Comente.
104
Acho que é como a maioria. O problema está na falta de atualização
tecnológica. Anda tem muito trabalho feito a mão e que poderia ser
informatizado o que facilitaria bastante o nosso trabalho.
Benefícios?
Bons. Assistência médica e cesta básica e só.
Ambiente de trabalho?
É muito bom.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
Bem deficiente. Deixa a desejar.
Você acha que isso poderia melhorar o seu desempenho na sala de aula? Sim,
poderia.
Você já fez esta sugestão? Sim.
Como foi aceito? Não foi aceito.
Tempo para a preparação das aulas?
Sobra pouco tempo para todas as atividades fora da sala de aula. Temos que
nos desdobrar para conciliar tudo e ainda a remuneração é mínima. O que eles
pagam pelas horas/atividades é irrisório.
Apoio pedagógico?
Não tem um apoio pedagógico efetivo, que realmente funcione.
O que você apontaria de fato como um apoio pedagógico?
Acho que um acompanhamento efetivo, que funcione com relação ao projeto
pedagógico, o desenvolvimento dos professores, dificuldades dos alunos, etc.
Apoio da direção?
Razoável.
Quando precisa do apoio da direção como você se sente?
Da direção? Coordenadores? Dos coordenadores até podemos contar, mas da
direção geral é mais difícil.
Até o contato é difícil acontecer.
Segurança?
Eu me sinto seguro dentro da instituição. Com relação às atribuições de aula
para o semestre seguinte nem tanto seguro. Não sabemos se receberemos o
mesmo número de aulas do semestre anterior. Isso não é bom.
Corpo discente?
É uma demanda bastante carente. Carente de formação e até mesmo
financeira. É muito difícil. Eles tem uma dificuldade enorme para assimilar
qualquer conteúdo mais elaborado. A gente tem que se desdobrar pra
conseguir despertar o interesse deles.
105
Número de alunos por sala de aula?
Acho um pouco grande, mas não é muito diferente de outras instituições.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Não, mas eu tenho a noção que é muita. É bastante tempo dispensado para
preparar tudo o que é necessário para fazer um bom trabalho.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
106
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(5)
Dados Pessoais:
Nome:__________________________________________________Idade: 36
anos
Sexo: Feminino ( )
Masculino ( X )
Formação:
- Graduação: Administração com ênfase em Marketing
Pós-graduação:
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição?
Nem um ano, seis meses.
Qual a sua carga horária semanal?
Doze horas.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Exerço sim, eu sou consultor de Marketing e representante comercial.
Quarenta horas por semana.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Nenhum grave, só por ter machucado o pé jogando bola, coisa simples,
corriqueira coisa de um dia ou dois. Coisa corriqueira, pegar uma gripe, coisa
simples nada mais sério. No máximo três dias. E isso já faz tempo.
Tem alguma doença?
Não. Assim, doença crônica não.
Faz algum tipo de tratamento?
Não, nenhum.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Não. Cirurgia não.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Nenhum.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
107
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Nunca.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória (x) Insatisfatória ( )
Para mim são boas, para não dizer excelentes.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Também avalio como muito bons.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Eu avalio como bom. Acho que é bastante exigente. Acho que num padrão de
boa qualidade para ser um professor não se aceita qualquer um. Analisa
também a capacidade de lecionar. Dentro do comum para um profissional, são
solicitadas como de um profissional normal administrativo qualquer, nada de
excepcional dentro do trabalho.
Benefícios?
Avalio bons os benefícios. Plano de saúde, cesta básica a disposição, meu filho
pode estudar na instituição gratuitamente depois de um certo período, eu
também posso me especializar mais dentro do que a instituição fornece, se eu
quiser
me aprimorar mais está especialização. Mas eu tenho que ter um
determinado tempo na instituição. Para mim são bons benefícios, não são ruins
não.
Ambiente de trabalho?
Excelente.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
Nunca ouvi falar deste tipo de incentivo, por exemplo, vamos fazer uma
pesquisa, vamos juntos. É que eu estou há pouquíssimo tempo aqui, não tive
muito tempo para dizer sobre isso.
Tempo para a preparação das aulas?
108
Eu sempre preparo minhas aulas com bastante antecedência, eu não consigo
preparar para o dia, eu sempre reviso na véspera da aula, dou uma revisada no
plano de aula, cada aula para mim é totalmente individual eu não consigo tê-la
cem por cento planejadas enrijecidas no gesso, cada aula vai muito de acordo
com a dinâmica da classe então é, eu tento ver a parte de aprendizado da
matéria e a adaptação da sala em relação à matéria se não está tendo uma
evolução, tento achar uma outra maneira de adaptar outra forma de ensino
para chegar neste aluno e poder passar para ele a matéria do plano de aula,
uma avaliação contínua e diária por assim dizer. Quanto ao tempo,
ultimamente, tem sido muito, muito em excesso. Eu acredito que está em
excesso, eu preciso me regrar mais, não sei se essa é a palavra correta, eu
preciso me adaptar a um tempo mais saudável porque está em excesso.
Apoio pedagógico?
Eu recebi sim. Não sei se na quantidade necessária, porém, mas recebi sim,
até por estar a pouco tempo na instituição e ter passado por outra instituição
que não tinha, era zero, zero, zero muito a esquerda então pelo o que eu
recebi, eu creio que seja satisfatório. Eu avalio como satisfatório. Todas as
dúvidas, todas as, não só dúvidas como as necessidades que eu tive me foram
sanadas se não na hora, no dia seguinte me auxiliaram em relação ao
planejamento, etc. Foi bem satisfatório para mim, bem satisfatório.
Apoio da direção?
A direção, aí eu tenho que entender que parte da direção é essa. O meu chefe
direto? Meu coordenador? Eu sinto apoio total dos dois coordenadores que eu
tenho aqui, total, apoio total em relação a qualquer assunto, me ajudam me
auxiliam, me apoiam e estão sempre ao meu lado, acho excelente isso
inclusive.
Segurança?
Sim, me sinto seguro sim. Em relação à segurança física minha sim. Minha
integridade física, sim. Me sinto seguro sim. A instituição me passa essa
segurança.
109
Corpo discente?
O corpo discente daqui em relação ao curso superior, pessoas, como eu posso
dizer, pessoas totalmente despreparadas a qualquer tipo de entendimento do
que seja o ensino superior, não sei se eu estou passando o que eu acho a
pessoa acha que está na escolinha ainda e que o professor tem que fazer tudo
para ele, que ele tem que ter tudo de “mão beijada”, que é assim, eu estou aqui
só para tirar “notinha”, não estou aqui para mais nada. Isso não é a totalidade,
mas é uma grande parte.
Número de alunos por sala de aula?
Por eu dar aula só para uma turma na faculdade eu acho que é excedente, são
sessenta alunos, para mim eu acho excedente. Eu acho que no máximo trinta.
Essa é a minha opinião.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Não fiz, porque se eu fizer eu vou me decepcionar. Um excesso foi aquilo que
eu falei antes, eu estou excedendo demais, excedendo e muito. Hoje, por
exemplo, eu daria as duas últimas aulas após o intervalo e eu cheguei achei
aqui às dezenove horas. A minha aula era das vinte e uma horas e eu estou
aqui desde as dezenove horas.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
110
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(6)
Dados Pessoais:
Nome:__________________________________________________Idade: 39
anos
Sexo: Feminino ( x )
Masculino ( )
Formação:
- Graduação: Tecnologia em Processamento de Dados
- Pós-graduação: Análise/Projeto de Sistemas – MBA Business Intelligence
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Dezesseis
anos.
Qual a sua carga horária semanal? Hoje eu tenho oito horas de carga horária
semanal.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Sim, ministro treinamento em informática nos finais de semana. São dezesseis
horas por semana.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Tive, no passado devido a um acidente, passado que eu falo há dezessete
anos, e recentemente devido à gravidez ser delicada, aí eu me afastei. A
gravidez não foi de risco, mas eu precisei fazer repouso, eu tive uma
inflamação no intestino e isso causava contração antes do tempo então, eu
precisei fazer repouso e tomar remédio também para “segurar” o bebê.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Hoje não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Já, eu sou portadora de metal na perna direita e braço esquerdo. Então eu
operei o fêmur direito e o braço esquerdo. Colocando parafusos no braço
esquerdo e uma haste na perna direita devido ao acidente.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Também não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho? Não.
111
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória (x ) Insatisfatória ( )
Nesta instituição? Hoje eu acredito que existem algumas defasagens, a gente
precisa melhorar um pouco a parte de laboratórios, máquinas com maior
potencial de memória porque eu sou professora de informática então eu acho
que na informática precisa dar uma melhorada nisso para a gente ter um curso
com maior capacitação, maior qualidade.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Eu acho que atende, para o curso de informática hoje o que eles têm, atende.
Tá dentro.
Quanto às exigências da IES? Comente.
As exigências da instituição? Eu avalio que está de acordo. Eu considero que
as exigências elas são necessárias, mas que nós tínhamos que ter um
pouquinho mais de apoio para que a gente conseguisse atendê-los de forma
mais estruturada. Quando você coloca uma regra para o aluno tem ser clara
para o aluno, para a coordenação e para os professores, aí chegar em sala de
aula e o aluno te contar a regra sem você estar sabendo então, isso é
delicado...
Benefícios?
Acho que estão bons os benefícios que a instituição dá. São poucos os
benefícios, mas acho que é o que atende aos professores.
Ambiente de trabalho?
A, eu gosto do ambiente de trabalho, eu gosto dos colegas de trabalho isso eu
acho que está super bom, super ótimo. Principalmente nesta instituição, aqui
que as pessoas são bem humanas então, isso eu gosto.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
No passado nós tivemos muito mais incentivos do que agora, atualmente tá
faltando um pouquinho, mas eu não sei se isso é devido ao crescimento da
faculdade que pode ter dispersado um pouco.
Tempo para a preparação das aulas?
Avalio como um tempo bom, procuro deixar um tempo para que eu tenha uma
qualidade no conteúdo que eu vou aplicar para o meu aluno. Hoje eu acho que
é adequado, até pela experiência que eu tenho o tempo que eu paro, às vezes
112
eu paro umas três horas no dia para preparar aula, para deixar tudo da semana
ok. Acredito que está adequado.
Apoio pedagógico?
Quanto ao apoio pedagógico... eu acho difícil falar em apoio pedagógico
quando nós estamos numa instituição que é faculdade, para mim eu acho
difícil falar do apoio pedagógico porque eu nem sei quem é o/a coordenador (a)
pedagógico (a), no caso meu curso que é informática, acho que eu estou sem
apoio pedagógico.
Apoio da direção?
Olha, dentre todas as mudanças que nós já passamos aqui acho que eles
estão fazendo, tentando fazer o adequado. Eles estão tentando ajudar a gente
da forma que eles podem, porque eles também parecem que estão se
acertando com tantas mudanças que houve.
Segurança?
Me sinto segura. Quanto a isso me sinto segura.
Corpo discente?
Acho que os nossos alunos estão um pouco fracos para o curso, eles vem um
pouco fraco para estudar. Quando eles escolhem no meu curso que é
informática, eles vêm despreparados para este curso. Eles se surpreendem
durante o curso. Acho que falta na entrevista deixar muito claro os prérequisitos que precisam para cursar esse tipo de curso de informática porque
aí, fica até mais difícil para o professor trabalhar em sala porque precisa
adequar este aluno aquela realidade. A falta de lógica que ele não tem a gente
tem que adequar e depois voltar e continuar o curso.
Número de alunos por sala de aula?
Hoje eu tenho poucos alunos por sala, quarenta alunos por sala está bom,
acho que esse número está de bom tamanho, eu consigo dar conta, mais que
isso seria difícil.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Quantas horas eu não sei, mas que são bastante são. A gente prepara aula, a
gente corrige prova, a gente corrige trabalho então assim, são bastantes horas
113
fora da sala de aula que eu ainda não fiz os cálculos, mas é bastante tempo
para isso.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
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Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(7)
Dados Pessoais:
Nome:_________________________________________________Idade:
anos
Sexo: Feminino ( x )
Masculino ( )
Formação:
- Graduação: Economia e Logística
- Pós-graduação: Especialização: Gestão Empresarial
- Mestrando: Engenharia de Produção
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição?
48
Seis meses
Qual a sua carga horária semanal?
Dez horas.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Eu sou a encarregada do administrativo numa indústria de confecções. São em
média quarenta horas por semana.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Também não.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
115
Também não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória (X) Insatisfatória ( )
As condições são boas, para mim é uma experiência nova como eu estou só
há seis meses, mas eu consegui levar isso normal. Então assim, problemas
com condições de trabalho, nenhum.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
As condições também são satisfatórias. Eu acho que estão adequadas.
Eu acho que deveria ter um recurso de multimídia disponível nas salas para
todos os professores por exemplo. Já tive dificuldade porque a gente só
consegue marcar pra caso de seminário, pra alguma apresentação especial de
algum convidado, mas assim contínuo nas aulas não.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Olha como são seis meses apenas, pra mim as exigências foram normais,
acredito que elas estejam sendo adequadas para a finalidade dos cursos, de
cada curso.
Benefícios?
Benefícios, acho que eles também estão adequados é que eu não tenho
experiência e não sei quais são os benefícios que as outras instituições
oferecem, é a primeira que eu trabalho. É a primeira que eu trabalho como
professora fixa, eu já trabalhei como monitora, mas não como professora.
Ambiente de trabalho?
Eu gostei do ambiente aqui pelo menos na instituição é bastante bom, um bom
relacionamento com os colegas e também com o pessoal da área
administrativa acho que esta bem a contento facilitando o trabalho da gente.
116
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.)
Como eu sou mestranda, pra mim ficaria difícil pelo o pouco tempo que eu
tenho disponível, não sei se isso é extensivo aos outros professores com
cursos ou outras atividades oferecidas.
Tempo para a preparação das aulas?
Como para mim são as primeiras aulas eu não tinha nenhum material tive que
partir do zero então pra mim a dificuldade foi maior talvez se fosse uma
disciplina que eu viesse aplicando talvez fosse mais tranquila, então pra mim
eu tive que buscar todo o material pra fazer a adequação da ementa que o
curso necessitava então eu realmente eu tive que despender um tempo maior
principalmente no início e depois foi diminuindo com o tempo. Isso inclui
correção de provas e atividades que são muitas. Isso pra te trazer um certo
conforto, pra fazer a avaliação de cada aluno eu acho que é necessário
desenvolver várias atividades e isso realmente levou muito tempo.
Apoio pedagógico?
Eu não tive nenhum, bom também não foi atrás, não busquei, mas eu fiz por
mim peguei as ementas, foi fazendo as adequações do material que eu tinha
da FATEC quando eu fui monitora, então eu fui fazendo. Agora o
preenchimento de atividades fora a aula também leva um tempo não é, lançar
notas no portal e contabilizar as faltas.
Apoio da direção?
Eu não tive nenhum problema até mesmo pelo pouco tempo que eu tenho na
instituição não tenho como avaliar de forma mais ampla.
Segurança?
Dentro da instituição não tem problema nenhum me sinto segura, só em função
dos últimos acontecimentos eu fiquei conhecendo um pouco mais o bairro.
(ocorreram alguns assaltos no entorno da faculdade e o período do toque de
recolher que ocorreu em alguns bairros da zona leste de São Paulo).
117
Corpo discente?
Olha, eu achei um pouco complicado logo no começo pra mim me adequar,
talvez por eu vir de uma turma da FATEC, são perfis de alunos diferentes,
então eu senti um pouco de dificuldade principalmente em relação à disciplina
levei um pouquinho de tempo pra me adequar às necessidades. Com o tempo
você acaba por impor a sua forma de administrar a sua aula, o jeito de lidar
com eles. Eu senti um pouco que existe uma diferença entre estes dois tipos de
alunos. Os alunos que a gente lidava lá na FATEC eles tinham um
comprometimento maior em relação ao curso, eles eram um pouco mais
preocupado com a questão do conhecimento, do aproveitamento da aula, eles
exigiam mais do professor, o professor tinha que dar o respaldo na busca do
conhecimento do aluno e aqui eu percebi que o aluno não se importa, deixa pra
lá, ele não entende, mas pode passar pra frente que ele não se importa. Eu
acho que este tipo de comportamento é um pouco diferente até mesmo em
função do tempo, porque eu sou um pouco mais velha e no meu tempo havia
um respeito maior pelo professor e hoje em dia perdeu-se um pouco desse
parâmetro de respeito entre professor e aluno em sala de aula e a autoridade
pedagógica.
Número de alunos por sala de aula?
Cerca de quarenta e cinquenta alunos. O problema é de estar numa sala
apertada, então você manter cinquenta alunos numa sala apertada com duas
carteiras juntas eu acredito que é um pouco complicado, então você não em
espaço para transitar entre os alunos e os próprios alunos se acostumam a
ficar em duplas porque o espaço é pequeno e as carteiras ficam muito juntas e
isso cria uma certa dificuldade. O número é grande não em função do número
de alunos e sim pela dimensão da sala não comportar estes cinquenta alunos.
Eu acho complicado em função do espaço porque se você for numa sala de
cursinho tem mais de cem alunos, mas a sala é muito mais que o dobro destas,
é uma adequação em função da quantidade de alunos.
118
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Eu estava pensando, será que sou eu que levo tanto tempo para preparar
todas as atividades ou será que é normal?
Eu acredito que como pra mim
todos os dias da semana estão comprometidos então os meus finais de
semana ficaram comprometidos eu avalio que pelo menos doze horas do meu
final de semana eu me dediquei às atividades da instituição porque são quatro
disciplinas diferentes. Quando eu falo quatro disciplinas diferentes, portanto
quatro avaliações, quatro turmas, assim é um tempo maior.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
119
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(8)
Dados Pessoais:
Nome:__________________________________________________Idade: 46
anos
Sexo: Feminino ( X )
Masculino ( )
Formação:
- Graduação: Tecnologia de Gestão Industrial/Gestão de Negócios
- Pós-graduação: Docência do Ensino Superior
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição? Três anos.
Qual a sua carga horária semanal?
Vinte e seis horas nesta instituição.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Sim. Assessoria e Consultoria industrial em empresas. Esporadicamente,
geralmente uma ou duas visitas semanais. Oito horas.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Faço. Tive a remoção da Tireoide e tomo o hormônio para substituí-la.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Fiz. Remoção da Glândula Tireoide.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Sim. Puran (reposição Hormonal da Glândula Tireoide).
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
120
Satisfatória (X ) Insatisfatória ( )
Muito boas. Só fazendo uma observação, comparadas a outras instituições, eu
considero boas. Isso também eu tenho o retorno dos alunos em sala de aula.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Eu acho satisfatória, dentro desta satisfação eu posso colocar como geral,
satisfatório em todos os quesitos. Quanto aos equipamentos eu procuro não
utilizar muito, como eu trabalho ligada a empresas, tenho que procurar
trabalhar com o aluno, procurando focar outras condições não só ligadas a
mídia ou equipamentos audiovisuais.
Quanto às exigências da IES? Comente.
Tranquilo eu não vejo nada além do que o normal dentro das regras e normas
das instituições.
Benefícios?
Bons, eu vou dizer em relação a comparações, não sei se até eu posso usar
isso, mas olhando assim com comparações, essa instituição, ela está muito a
frente de outras que tem até muito mais nome do que ela própria, com os
benefícios que ela procura passar para os professores, como por exemplo,
auxílio da bolsa mestrado. Eu sei que ainda existe uma limitação de quantidade
de bolsas que eu acredito que esteja melhorando, mas já existe. Sei de
professores que já conseguiram e isso em relação a outras instituições não se
cogita nem em sonho fazer isso. O convênio médico, mesmo isso ai fazendo
parte pelo sindicato, até a cesta básica que é um direito adquirido através do
sindicato, outras instituições de renome não contribuíram, não tem. Então, isso
eu vejo assim trabalhando, mesmo os outros benefícios que são exigidos pelo
sindicato as outras instituições não fazem. Então eu vejo como bom não vou
dizer ótimo, pode ser melhorado principalmente no quesito do mestrado no
auxílio ao professor e não só ao mestrado, mas também ao doutorado, ao pósdoutorado.
Ambiente de trabalho?
Não tenho problemas, para mim sem problemas. Eu avalio como bom.
121
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.).
É o que eu falei anteriormente acho que a única coisa que poderia já estar no
caminho que já existe o auxílio ao mestrado, mas eu acho que ainda é pouco.
Eu acho que também poderiam auxiliar mais os professores, os docentes que
queiram partir para linha de pesquisa. Tá no caminho, já existe algo, já está
fazendo algo que eu sei, seria até ruim da minha parte eu falar que não tem,
porque tem então eu acho que tá no caminho e como instituição ela está
fazendo alguma coisa para o docente.
Tempo para a preparação das aulas?
Bem, sabemos que o professor docente dificilmente faz, prepara suas aulas na
própria sala de aula. Nós preparamos as aulas, pela minha própria experiência,
no dia-a-dia que acho que é o mais fácil que eu tenho trinta anos de
experiência dentro de empresas onde eu tiro o meu maior preparo, mas quanto
à parte, as apostilas a serem seguidas, os caminhos a ser seguidos, isso aí eu
faço na minha casa nos finais de semana como eu sempre fiz.
Apoio pedagógico?
Bem, meu apoio pedagógico, eu não tive nenhum problema que eu pudesse
virar e dizer assim eu tive ou não tive, eu vejo falando em apoio pedagógico
como coordenação, como as assistentes, eu nunca tive problemas também me
responderam a altura pelo que eu procurei saber ou tirar dúvidas, eles sempre
me atenderam.
Apoio da direção?
Também, acho que o contato, geralmente meu contato aqui, não só aqui, ele
primeiro passa pela coordenação e depois se tiver alguma coisa muito mais
grave vai pra direção. Também, não tive problema nenhum que eu possa virar
e falar assim que foi bom ou ruim, eles chegaram, pararam e foram resolvidos
na própria coordenação.
Segurança?
Boa, não tenho não me sinto insegura, não me passam essa insegurança, eu
estou aqui há três anos e sempre vejo dentro da instituição não só com uma
122
coordenação, com várias coordenações nas outras instituições, nas outras
unidades da instituição eu vejo assim que eles se preocupam em não deixar o
professor sem aula então, eu acho que isso ai é uma coisa se, é obvio, se o
professor merecer, também tem que se ter esta avaliação, então eu me sinto
segura. Eu nunca me senti insegura aqui.
Corpo discente?
O corpo discente pra mim eu vejo assim, eu sinto uma pena muito grande em
relação ao conhecimento adquirido por muitos deles no ensino fundamental e
médio porque eles chegam para nós, abro um parêntese bem grade, não é só
aqui como em todas as outras instituições um alunado assim, que a gente
percebe que caiu o nível de aprendizado, de conhecimento, mas isso também
eu não vejo somente como culpa do professor, da situação, de todo mundo, a
culpa é da tecnologia que está muito presente no dia-a-dia porque, quanto mais
se evolui tecnologicamente, vamos dizer assim, mais eu vejo que o jovem está
deixando de adquirir conhecimentos como pegar num livro, ler do início ao fim,
saber interpretá-lo, saber ler, entender, saber escrever, então eu vejo essas
dificuldades não por culpa de chegar e dizer assim a culpa desse declive, eu
vejo que é de uma situação tecnológica devido ao avanço tecnológico deveriam
aprender mais, procurar mais, eles têm muito mais facilidades e, no entanto eu
vejo como ao contrário.
Número de alunos por sala de aula?
Bom. Um bom número, uma média de quarenta e cinco alunos.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Olha, eu poderia colocar em média de uma hora a mais por dia, isso todos os
dias que eu acho que daria um número razoável do que virar e falar assim, um
final de semana, sábado, domingo, não, porque durante a semana, na
segunda-feira eu tenho um tempo e estou na frente do computador, eu estou
lendo ou tendo que preparar uma aula que eu quero discutir sobre um
determinado assunto, no outro dia eu vou assistir a um filme porque eu quero
123
falar sobre um tem X, então todos os dias eu estou buscando algum
conhecimento para discutir ou falar com o aluno, porque em sala, se o
professor não souber dar a resposta para o aluno ele não serve. Uma coisa é o
aluno perguntar uma coisa fora do conhecimento e eu não saber então amanhã
eu vou pesquisar, procurar saber. Outra coisa é o aluno perguntar alguma
coisa da minha área e eu não saber responder. Então eu vejo assim, uma hora
a mais por dia dá pra fazer um bom plano.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
124
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(9)
Dados Pessoais:
Nome:_________________________________________________Idade:
anos
Sexo: Feminino (X)
Masculino ( )
Formação:
- Graduação: Artes e Administração de Empresas
- Pós-graduação
- Mestrado: Administração
- Doutorado: Comunicação Artes/Administração
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição?
54
Quatro anos.
Qual a sua carga horária semanal?
Quarenta horas.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Não.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não, nenhum.
Tem alguma doença?
Não, nunca.
Faz algum tipo de tratamento?
Não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Não, nunca.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não, nunca tive.
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Sim. Fui agredida por um aluno.
125
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( X ) Insatisfatória ( )
Boas. Em algumas coisas satisfatórias e em outras a desejar como, por
exemplo, falta de pessoal de suporte.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Boas. Quanto a recursos e equipamentos eu considero médio. É questão de
equipamentos, é renovação de equipamentos. São equipamentos que
poderiam ser renovados, acho que escolas em geral não têm muita disposição
para renovar.
Quanto às exigências da IES? Comente.
São sempre muitas. São sempre acima e na maioria das vezes a gente não
tem condições de atender não por falta de vontade, mas por falta de tempo, as
atribuições são muitas.
Benefícios?
Eu acho que é o padrão, o normal, nada além nem aquém, normal.
Ambiente de trabalho?
Eu gosto muito.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.).
Fraco.
Tempo para a preparação das aulas?
O tempo que a gente conseguir, não é? Insuficiente, porque a gente não é
remunerado para esse tempo, o tempo que a gente tem e é remunerado a
gente está em sala ou em outra atividade, não tem uma remuneração suficiente
para o preparo de aulas.
Apoio pedagógico?
126
Normalmente o coordenador procura direcionar os conteúdos, as metas, isso
sim, isso tem, agora um suporte, além disso, acho mais difícil.
Apoio da direção?
Aqui dentro, por exemplo, com a coordenação tenho total apoio, eu acho que
tudo bem, acima que seria com a direção administrativa já fica mais distante,
mais difícil até o contato, assim, com quem diretamente eu me reporto total
apoio.
Segurança?
Apesar de já ter tido um incidente eu acho tranquilo, sinto-me segura. Eu não
sou do tipo de pessoa que se sente ameaçada por qualquer coisa.
Corpo discente?
Fraco. Eu acho que cada vez mais os alunos têm vindo mais difíceis, a minha
comparação hoje é que o pessoal que entra, ingressa, principalmente no
tecnólogo, no bacharel um pouco menos, eu não vejo honestamente muita
diferença do ensino médio do passado para o ensino superior de hoje. Eles já
chegam com uma formação deficiente e muitas vezes, uma grande parte deles
não consegue desenvolver-se suficientemente para serem considerados alunos
de nível superior mesmo ao término do curso.
Número de alunos por sala de aula?
Acho que atualmente as escolas em geral colocam um número muito grande
de alunos por sala de aula.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Se você não tiver controle é em tempo integral, na verdade a gente tem que se
policiar para dimensionar uma coisa mais adequada se não você volta pra casa
e continua no mesmo regime de trabalho.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
127
Roteiro de entrevista a ser aplicada aos professores convidados da IES
(10)
Dados Pessoais:
Nome:__________________________________________________Idade: 51
anos
Sexo: Feminino (X)
Masculino ( )
Formação:
- Graduação: Administração de Empresas
- Mestrado: Administração
Exercício docente:
Há quantos anos você trabalha como professor nesta instituição?
Quatro anos.
Qual a sua carga horária semanal?
22 horas.
Exerce outra atividade além da docência? Qual? Quantas horas de dedicação
semanal?
Não.
Teve algum tipo de afastamento do trabalho? Por quê? Por quanto tempo?
Não, nenhum.
Tem alguma doença?
Não.
Faz algum tipo de tratamento?
Não.
Fez alguma cirurgia? Qual?
Não, nunca.
Utiliza algum medicamento de uso contínuo? Qual?
Não.
Tem alguma doença ocupacional ou do trabalho?
Não.
128
Já sofreu algum acidente no exercício do seu trabalho?
Não.
Como você avalia suas condições de trabalho? Por quê?
Satisfatória ( X ) Insatisfatória ( )
Boas. Como em qualquer outra instituição.
Instalações físicas, recursos e equipamentos? Comente.
Boas. Quanto a recursos e equipamentos eu considero médio. Falta um
cuidado com a manutenção e atualização dos equipamentos, principalmente os
computadores, são antigos.
Quanto às exigências da IES? Comente. Muitas. Muitas vezes precisamos
deixar alguma coisa de lado e priorizar outras. É difícil dar conta de tudo.
Benefícios?
Eu acho que é o mesmo de outras IES.
Ambiente de trabalho?
Eu gosto muito.
Incentivos? (cursos, aprimoramento, pesquisa, etc.).
Deixa a desejar.
Tempo para a preparação das aulas?
Como eu já citei, é pouco para fazer muita coisa e ainda não é remunerado de
forma satisfatória.
Deixa a desejar.
Apoio pedagógico?
O mínimo necessário. Eles fornecem as ementas e ainda muitas vezes
desatualizadas.
Apoio da direção?
A imediata? Acho que o mínimo necessário.
Segurança?
Dentro da instituição? Eu me sinto segura.
129
Corpo discente?
Mal preparados. Eles ingressam no ensino superior com uma base muito
deficiente. A maioria tiveram uma formação básica deficiente e um ensino
médio muito fraco. É muito difícil despertar o interesse e comprometimento
deles.
Número de alunos por sala de aula?
Acredito que, como a maioria das escolas, aqui não é muito diferente.
Atualmente as faculdades colocam um número muito grande de alunos por
sala de aula, difícil até ter espaço físico para comportar de forma adequada
tantos alunos.
Você já fez os cálculos de quantas horas, fora das salas de aulas, você
dispensa as atividades ligadas diretamente ao exercício da docência?
Comente.
Não, mas eu sei que é muito. Na verdade precisamos tomar cuidado se não
você passa o final de semana inteiros dedicado a estas atividades como
preparo das aulas, correção de provas e outras atividades, buscando atualizar
bibliografias utilizadas, etc. É muito complicado. Fora o tempo que você gasta
durante a semana nos intervalos de trabalho. Por exemplo, quando você dá
aula à noite, durante o dia sempre acabamos fazendo alguma coisa referente
às aulas, a escola.
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas para
a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
130
APÊNDICE 1
Questionário aplicado aos Professores
1. Data do preenchimento do questionário: ___/___/___ Horário: ___:___
1.1. Sexo: Masc. ( ) Fem. ( ) 1.2. Idade:__________
1.3. Estado civil: Solteira/o ( ) Casada/o ( ) Companheira/o ( ) Separada/o ou
Divorciada/o ( ) Viúva/o ( )
1.4. Você se considera: Indígena ( ) Negro/a ( ) Pardo/a ( ) Amarela/o ( )
Mulata/o ( ) Branco/a ( )
1.5. Tem filhos/as: Sim ( ) Não ( ) Quantos? ________Masculino ( ) Feminino ( )
2. Profissão docente:
2.1. Função ou Cargo Atual que exerce nesta instituição?
_________________________________________
2.2. Quanto tempo você trabalha na sua função
atual?____________________________________________
2.3. Sua atividade atual está de acordo com o cargo/função para o qual você foi
contratada? Sim ( ) Não ( )
2.4. Se não, qual a função que exerce realmente
________________________________________________
2.5. Participou de cursos ou treinamentos nos últimos 2 anos para atividade
que exerce? Sim ( ) não ( )
2.5.1 - Se sim quais e em que ano?
__________________________________________________________
2.5.2 – Em quantas Instituições de Ensino Superior você trabalha?
_________________________________
2.6. Tem outra atividade remunerada? Sim ( ) Não ( )
2.7. Você já tem alguma aposentadoria: ( ) Sim ( ) Não. Em qual carreira?
___________________________
2.8. Tempo de serviço total:
( ) Menos de 1 ano ( ) Entre 1 e 4 anos ( ) Entre 4 e 7 anos ( ) Entre 7 e 10
anos
( ) Entre 10 e 13 anos ( ) Entre 13 e 16 anos ( ) Entre 16 e 19 anos
( ) Entre 19 e 21 anos ( ) Entre 21 e 24 anos ( ) Mais de 24 anos
3. Escolaridade:
( ) Pós Graduação (Especialização) ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Pós
131
Doutorado ( ) Livre Docente ( )
Graduação em
_______________________________________________________
Pós-Graduação: _________________ Especialização em :
_____________________
Mestrado________________________________________________________
___
Doutorado_______________________________________________________
________
Área de concentração:_________________________________________
Título do Trabalho mais importante que você
publicou:___________________________
4. Faixa Salarial:
04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários
mínimos ( )
4.1. Renda familiar:
04 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 20 salários mínimos ( ) acima de 20 salários
mínimos ( )
5. Integridade Física e mental do docente:
5.1. Esteve afastado do trabalho nos últimos dois anos por motivo de doença?
Sim ( ) Não ( ) Se sim qual o tipo de doença?
__________________________________________________
5.2. Durante o seu afastamento teve o apoio da sua empresa? Sim ( ) não (
)
5.3. Alguém da sua empresa te procurou para saber o seu estado de saúde?
Sim ( ) não ( )
5.4. Neste último ano (2011) você faltou no seu trabalho? Sim ( ) Não ( ) Se sim
qual o motivo?
_______________________________________________________________
5.5. Assinale se no último mês você apresentou os sinais abaixo:
- Tensão muscular, como aperto de mandíbula, dor na nuca, etc. ( )
- Hiperacidez estomacal (azia) sem causa aparente ( )
- Esquecimento de coisas corriqueiras como onde colocou a chave do carro,
132
etc. ( )
- Irritabilidade excessiva ( )
- Vontade de sumir ( )
- Sensação de que não vai conseguir lidar com o que está acontecendo ( )
- Pensar em um só assunto ( )
- Repetir o mesmo assunto em pensamento ( )
- Ansiedade ( )
- Distúrbio do sono (dormir demais ou muito pouco) ( )
- Cansaço ao levantar ( )
- Trabalhar com um nível de exigência profissional abaixo do normal ( )
- Sentir que nada mais vale a pena ( )
- Fica tenso quando espera em uma fila ( )
- Fica impaciente quando pega um engarrafamento ( )
- É intolerante com as limitações dos outros ( )
- Quando se sente pressionado pensa que vai explodir ( )
- Quando espera alguém que está atrasado fica chateado e deixa transparecer
()
- Perde o controle quando as coisas não vão como espera ( )
- Torna-se agressivo quando discordam de você ( )
- Aceita novos desafios mesmo quando se sente sobrecarregado ( )
- Deixa os outros influenciarem a sua vida ( )
- Só vai ao supermercado se puder entrar na fila “só para dez itens” ( )
6. Exercício da função:
6. 1. Quais as principais dificuldades que você aponta no exercício pleno da
sua atividade laboral?
6.2. Quantas horas semanais você dedica a docência?
____________________________________________
Nome: (Pode ser apenas o primeiro nome, apelido ou pseudônimo, se preferir):
_______________________
Telefone para contato (caso queira): ________________________________
*De acordo com o Decreto nº 93.933 de 14/01/87; resolução CNS nº 196/96, os dados dos participantes e das
Instituições citadas estarão em absoluto sigilo. Todas as informações obtidas na pesquisa serão utilizadas apenas
para a análise científica dos dados e em caso algum, os nomes dos participantes constarão de eventuais publicações.
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