info editorial índice 2 9 13 16 20 25 28 Artigos de Opinião Notícias Gerardo Saraiva de Menezes Presidente do Conselho Directivo Inserida no projecto de renovação em curso da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, iniciamos hoje a publicação de uma nova revista. Peça-chave da relação forte que pretendemos desenvolver entre a Ordem e os seus membros e entre a Ordem e a Sociedade, queremos que esta revista, que será dirigida pelo Colega Luís Ramos, VicePresidente do Conselho Directivo Regional e principal obreiro deste projecto, seja: – um factor de aproximação entre os engenheiros do Norte, não tanto por dar a conhecer o que de mais relevante se está ou venha a fazer na Ordem, mas especialmente por vir a ser o fórum de debate de ideias e projectos sobre os temas que interessam à Engenharia, aos Engenheiros e aos seus públicos; – o palco de promoção da boa Engenharia que se ensina, desenvolve e implementa na nossa Região. Contrariando a teimosa tendência para a sobrevalorização e elogio da imagem e da forma em detrimento do conteúdo, realçaremos com orgulho o decisivo e constante contributo dos Engenheiros e da Engenharia para o progresso do Homem e da Sociedade. – um espaço de memória, capaz de identificar, expor, louvar e agradecer a intervenção de tantos e tão bons Mestres, que com grande brilhantismo, colocaram a Engenharia portuguesa no patamar de qualidade que todos justamente reconhecem; – um espaço de promoção do nosso código de ética e deontologia, conjunto de regras que nos comprometemos a cumprir, assegurando à Sociedade um desempenho qualificado e responsável; O sucesso deste projecto será directamente proporcional ao empenhamento que todos tenhamos no seu desenvolvimento. Por isso, aqui deixo um forte apelo à participação dos Colegas, dando-nos conta das suas ideias e sugestões. Entretanto, nesta hora de arranque, falta-nos um Amigo de sempre: o Sr Vilarinho. Empenhado como estava no processo de reorganização da “sua” Ordem, oferecendo-nos um importante apoio sustentado em muitos anos de experiência, estamos convencidos de que hoje também estaria a rejubilar com mais este sinal de revitalização da Ordem. Com ânimo redobrado, vamos prosseguir esta caminhada de renovação, na certeza de que é do interesse de todos – Engenheiros e Sociedade em geral – que a Ordem dos Engenheiros seja cada vez mais forte e interventiva, sempre centrada no interesse comum. XV Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros Entrevista a Simões Cortez Tema em debate o decreto-lei 73/73 Vida associativa Agenda 9 13 16 Ficha Técnica Propriedade: Ordem dos Engenheiros – Região Norte Director: Luís Ramos ([email protected].), Conselho Editorial: Gerardo Saraiva de Menezes, Luís Leite Ramos, Fernando Almeida Santos, Maria Teresa Ponce Leão, António Machado e Moura, Joaquim Ferreira Guedes, José Alberto Gonçalves, Aristides Guedes Coelho, Hipólito Campos de Sousa, José Ribeiro Pinto, Francisco Antunes Malcata, António Fontainhas Fernandes, João da Gama Amaral, Carlos Vaz Ribeiro, Fernando Junqueira Martins, Luís Martins Marinheiro, Eduardo Paiva Rodrigues, Paulo Pinto Rodrigues, António Rodrigues da Cruz, Maria da Conceição Baixinho. Redacção: Ana Ferreira (edição), Liliana Marques e redacção QuidNovi. Paginação: Paulo Raimundo. Grafismo, Pré-impressão e Impressão: QuidNovi. Praceta D. Nuno Álvares Pereira, 20 4º DQ – 4450-218 Matosinhos. Tel.229388155. www.quidnovi.pt. [email protected] Publicação trimestral: Julho/Agosto/Setembro – n.º 1/2004. Preço: 2,00 euros. Tiragem: 15 000 exemplares. ICS: 113324. Depósito legal: 29 299/89. Contactos Ordem dos Engenheiros – Região Norte Jorge Basílio, secretário-geral da Ordem dos Engenheiros – Região Norte Sede: Rua Rodrigues Sampaio, 123 – 4000-425 Porto. Tel. 222054102/ 222087661. Fax.222002876. www.ordemdosengenheiros.pt Delegação de Braga: Largo de S. Paulo, 13 – 4700-042 Braga. Tel. 253269080. Fax. 253269114. Delegação de Bragança: Av. Sá Carneiro, 155/1º/Fracção AL. Edifício Celas – 5300-252 Bragança. Tel. 273333808. Delegação de Viana do Castelo: Av. Luís de Camões, 28/1º/sala 1 – 4900-473 Viana do Castelo. Tel. 258823522. Delegação de Vila Real: Av. 1º de Maio, 74/1º dir. – 5000-651 Vila Real. Tel. 259378473. Página 2 OPINIÃO info info OPINIÃO Página 3 Alfredo Soeiro, director da Licenciatura em Engenharia Civil da FEUP e presidente da SEFI A Declaração de Bolonha e a Engenharia Portuguesa Escrevo estas reflexões com a vontade sincera de ser útil a experiência que tenho tido sobre este tema. A declaração de Bolonha foi assinada por Portugal em 1999 e tem motivado muita discussão e trabalho devido às consequências que poderá ter no ensino superior, universitário e politécnico. Foi uma declaração, na verdadeira acepção da palavra, de intenções que pretendia perspectivar um futuro melhor para o ensino superior na Europa. Nestes cinco anos, constatei, pessoalmente e pela leitura de vários artigos e relatórios, que houve participações de interesse para o futuro do ensino superior mas a maioria foi realizada com falta de rigor e conhecimento que se está a passar no resto da Europa. Por isso delineei os meus pensamentos com essa preocupação e, por outro lado, pensando no ensino e na formação da Engenharia. A primeira conclusão frequente e errada acerca desta declaração era a de haver a intenção de diminuir as durações dos cursos superiores. De modo a perceber-se melhor as razões desta falácia é conveniente recordar alguns factos. É importante sublinhar que esta declaração seguiu-se à da Sorbonne de Maio de 1998. Esta foi assinada durante o fim-de-semana de celebração do 800º aniversário desta prestigiosa universidade pelos ministros da educação da França, Reino Unido, Alemanha e Itália. Esta declaração foi proclamada depois da leitura das conclusões de quatro mesas redondas que a precederam e que versaram o futuro das universidades. Foi também distribuído e publicado nesse fim-de-semana o relatório Tabatoni que fazia a análise do ensino superior em França. A declaração assinada pelos ministros dos quatro países mais populosos da UE continha as conclusões desse relatório e das mesas redondas. A recomendação com maior impacto era a limitação a três graus no espaço Europeu do ensino superior: um curto, um médio e um longo. Posso afirmar, por conhecimento pessoal, que esta intenção apanhou de surpresa muitas organizações como a Comissão Europeia e a European University Association (ex-CRE). Segundo a minha análise, esta criação dum ciclo curto visava sobretudo criar este tipo de cursos em algumas das universidades de Itália, da França e da Alemanha aonde não existiam. As consequências importantes seriam o alívio para os governos da pressão orçamental criado pelas universidades, que tinham somente ciclos médios e longos, e aumentar a diversidade de oferta para os alunos que queriam obter qualificações resultantes de cursos curtos. Aliás deve-se sublinhar que não há nenhuma referência nas duas declarações e no relatório Tabatoni ao encurtamento dos cursos existentes. Existe, por outro lado, a afirmação que alguns jovens queriam a independência profissional mais cedo e o mercado tinha necessidade de mais profissionais com cursos curtos. A segunda conclusão corrente e incorrecta baseia-se na convicção que se pretende uniformizar os cursos superiores na União Europeia. O que se passou a seguir à declaração da Sorbonne foi que os outros países europeus pretenderam aderir aos mesmos princípios. Algumas organizações como a Comissão Europeia e a EUA intervieram no processo que pretendia discutir a declaração da Sorbonne. Este debate levou à redacção e assinatura da declaração de Bolonha por vinte e nove países, incluindo os quatro signatários da declaração da Sorbonne. Este debate levou precisamente a que ficasse claro que a diversidade dos cursos iria continuar e que, em vez de falar de harmonização, se iria estudar a comparabilidade e a harmonização dos cursos nestes vinte e nove países. Outra dedução frequente e errada é que a Europa tentava imitar o modelo norte-americano criando o mesmo número de ciclos. É necessário realçar que existe um quarto ciclo no sistema de ensino superior norte-americano que é de dois anos e é conferido pelos chamados Community Colleges. Esta ideia de copiar o sistema norte-americano é aceite também do outro lado do Atlântico sobretudo nos meios relacionados com a educação dos engenheiros. No entanto, não há nos documentos oficiais, ou nos resultantes das discussões posteriores, qualquer referência a uma imitação de outro sistema de ensino superior. De facto seria impossível fazê-lo sem a reconversão fundamental do sistema de ensino superior na Europa dadas as diferenças estruturais que existem. Estas diferenças que impediriam uma cópia vão desde a gestão das instituições do ensino superior até à cultura estudantil. “A declaração de Bolonha foi assinada por Portugal em 1999 e tem motivado muita discussão e trabalho devido às consequências que poderá ter no ensino superior, universitário e politécnico” Feitas estas considerações, o que gostaria de dizer era que, em Portugal se considerasse seriamente o futuro da educação dos engenheiros tendo em conta o espaço da União Europeia. Está em causa a qualidade da Engenharia e a integração da mesma num contexto que extravasa a dimensão do país. Foram feitos vários estu- dos sobre a implantação do processo de Bolonha e o que refiro foi organizado pela Société Européenne pour la Formation des Ingénieurs (SEFI – www.sefi.be). Neste estudo, que engloba os países da declaração de Bolonha, as transformações tiveram formas e amplitudes diversas. Constata-se que houve países que introduziram os cursos curtos de forma obrigatória ou opcional, outros países que modificaram as durações dos cursos e outros aonde não houve quaisquer consequências. Existe uma grande diversidade de reacções mas a tendência geral é a de aplicação dos três ciclos de aprendizagem na área da Engenharia. A questão fundamental que tem preocupado as escolas de engenharia em Portugal tem sido o de escolher as durações apropriadas para os dois primeiros ciclos. Existem quatro ciclos (bacharel, licenciado, mestre e doutor) e tem-se discutido como compactar os três primeiros em dois com duração de três mais dois ou quatro mais um anos. Do estudo feito pela SEFI a duração predominante na Europa dos dois primeiros ciclos tem sido a de três mais dois anos. Em Portugal existem cursos curtos há muito tempo quer nas universidades quer nos politécnicos. Para a redução para os três ciclos de engenharia de acordo com a declaração de Bolonha bastava, por exemplo, compactar os dois ciclos de duração intermédia. No entanto, é preciso referir que a duração dos ciclos não é a questão essencial da aplicação da declaração uma vez que a discussão tem levado a esquecer o que talvez seja essencial. O que é importante, nessa perspectiva, é saber o que se espera, em termos de competências, que cada um dos três ciclos venha a conferir a quem os obter. Por exemplo, a rede temática Enhancing Engineering Education in Europe E4 (www.unifi.it/tne4) fez esta análise e apresentou as competências essenciais para cada um dos dois primeiros ciclos. Trata-se dum estudo de âmbito limitado mas é um exemplo do que poderá ser feito em Portugal. Aliás, esta definição de competências adquiridas é a que tem sido adoptada como critério de avaliação de cursos de engenharia no estrangeiro. Este é um assunto que tem a ver com a acreditação dos cursos e que interessa às associações profissionais como a Ordem dos Engenheiros. Esta questão das competências está ligada à aprendizagem ao longo da vida que está referenciada nas declarações como a forma de colmatar as necessidades de conhecimentos. Esta discussão sobre a duração dos ciclos não faz sentido sem a definição das competências esperadas em cada um e sem o diálogo com as associações profissionais e com outros parceiros sociais como os empregadores públicos e privados. Página 4 OPINIÃO info info OPINIÃO Página 5 Luís Braga da Cruz, Presidente da Assembleia Regional Norte O papel da Ordem no reforço do debate sobre as questões da Região Norte No sexto Relatório Periódico sobre a situação sócio-económica das Regiões da União Europeia, faz-se uma análise da evolução da economia dos países europeus e um balanço sobre a situação relativa das suas regiões. É um bom ponto de partida para falarmos um pouco da Região do Norte de Portugal. Após a adesão em 1986, Portugal encontrou as condições objectivas para concretizar a sua ambição de um progresso económico tranquilo e consolidar a opção feita a favor da democracia e das liberdades conquistadas 12 anos antes. A análise da evolução na década de 1986-1996 vem revelar que, após o alargamento da EU aos países ibéricos, experimentou-se uma convergência objectiva, podendo referir-se que no ranking das regiões europeias, o PIB/capita (corrigido em paridade de poder de compra) em relação à média Europeia: passou de 41% para 50%, nas 10 regiões inferiores; passou de 52% para 59%, nas 25 regiões inferiores; passou de 65% para 76,5% nos quatro países da Coesão; passou de 55,1% para 70,5% em de Portugal. Trata-se de uma convergência muito rápida, sem precedentes, que se deve à progressiva política de integração europeia e à ajuda dos Fundos Estruturais. Por outro lado, o comércio externo entre os quatro países da Coesão (Espanha, Portugal, Grécia e Irlanda) e a EU duplicou, em termos reais, numa década. No entanto, o referido relatório também reconhece a persistência de disparidades significativas dentro de cada estado membro, permitindo concluir que as regiões capitais dos países mais desfavorecidos (caso de Portugal) continuam a concentrar uma boa parte do crescimento e das oportunidades, recomendando que futuramente os recursos se devem concentrar nas regiões que mais precisam de apoio. Como exemplo refira-se que, para o indicador antes referido e na mesma década: o Norte passou de 51,1% para 62,4%; e Lisboa e Vale do Tejo de 79,2% para 88,5%. Se isto era assim na data de publicação deste documento, em 1999, hoje sabemos que a situação não melhorou e reclama de cada um de nós uma reflexão muito especial. Com mais agudeza o problema se coloca quando sabemos que o Norte de Portugal se confronta hoje com uma das mais agudas crises de oferta de emprego qualificado, que preocupa os jovens, mas que também é sintoma da necessidade de revermos o nosso perfil de especialização regional. Parece-me muito positivo interpretar a situação em que nos encontramos a partir de alguma reflexão e do estado de espírito regional, com a preocupação de esclarecer o papel que podemos desempenhar numa Europa que definiu em Lisboa pretender ser a economia mais competitiva do Mundo no espaço de uma geração. Trata-se de uma preocupação legítima e urgente que reclama a mobilização geral dos portugueses, independentemente donde vivam, bem como o contributo organizado de todas as parcelas do território nacional, e para qual os engenheiros podem e devem ter uma posição clara sobre o papel que lhes cabe desempenhar. Nunca é demais reafirmar que, quando em Portugal avaliamos o impacto de qualquer efeito social relevante é indispensável não esquecer que o nosso País não é um todo homogéneo e que é porventura no potencial da sua diversidade que reside a maior expectativa de salvaguarda dos nossos valores identitários e da nossa capacidade de afirmação futura. Isto vale apesar do grande desequilíbrio na distribuição dos factores de competência e de conhecimento que é necessário e possível reunir para mudar Portugal e para reduzir este atraso que no Norte parece ser ainda mais persistente. Quando procuramos acertar ideias sobre o que é preciso fazer, é fácil pormo-nos de acordo sobre parâmetros óbvios: maior produtividade e competitividade face aos parceiros, desburocratização da Administração, reformas nos sectores educativos e tecnológicos, maior celeridade na Justiça, menos Estado onde houver ineficiência, etc. Alguns chegam a propor reformas prioritárias, reclamando consensos mínimos sobre mudanças a efectuar e identificando as deficiências na actuação do lado das Autoridades. Que faltará então fazer para passar de sugestões, mais ou menos óbvias, para um ambiente favorável à mudança? Apontarei três caminhos: responsabilização do cidadão como agente da mudança; identificar entre os problemas principais quais os mais críticos por onde se deva começar; pugnar pela construção de soluções acertivas de política pública, como medidas de reparação das situações onde acusamos maior atraso relativo. Numa perspectiva de desenvolvimento económico, o objectivo tem de ser sempre o mesmo: tornar Portugal um País respeitado e atractivo, aos olhos dos nossos parceiros internacionais, sejam eles investidores, portadores de tecnologia mais avançada, de inovação ou de conhecimento. Isto é assim porque acreditamos que tal nos aproxima mais rapi- “Caberá à Delegação Regional do Norte assumir um papel activo na sua região, tanto na promoção de um debate elevado e esclarecido, como procurar dele extrair orientações” damente de padrões de comportamento mais avançados e exigentes, e que são geradores de emprego qualificado e de desempenho qualitativo. Mas não pode ser só isso, porque é necessário que Portugal seja também atractivo aos nossos próprios olhos, que saibamos reforçar o nível da nossa autoestima nacional e regional, que sejamos mais solidários em termos morais perante os nossos compatriotas em situação menos favorecida. De tudo isto resulta a vantagem em privilegiar um debate que permita a construção de um amplo consenso sobre o que é comum a todos, aquilo que não depende da divergência ideológica e que pode contribuir para a construção de uma visão estratégica sobre o futuro. Depois, a partir daí, tornar-se-á mais fácil estabelecer um compromisso colectivo, não só sobre o que é preciso fazer, mas sobretudo sobre o que queremos e podemos ser. Responsabilizar o cidadão como agente de mudança, não se alcança senão através do reforço da participação, porque as liberdades só valem se puderem ser associadas ao pleno exercício da cidadania. Ora esta convicção não terá sido ainda apreendida por algumas camadas da nossa sociedade, com particular incidência aqui no Norte e nas regiões mais interiores do País. Sobre algumas poucas matérias conseguimos facilmente identificar uma generalizada sensibilidade favorável a tomadas de consciência cívica, que facilitam a criação de movimentos de opinião e a organização sectorial de cidadãos. Porém, para outras ainda estamos muito distantes. A questão que se põe, relevante para a actuação da Ordem dos Engenheiros, é esta: como organizar as pessoas para poderem reagir de forma mais adulta e tomarem consciência do seu papel na formação da opinião, na busca de soluções, de uma sociedade que se deseja mais participativa e empenhada? Torna-se necessário reter uma orientação prática importante: para que esta valorização do debate tenha pernas para andar temos de assumir que é indispensável que o Poder Político veja estas iniciativas de participação com bons olhos, que acredite nos seus méritos, que as estimule e, principalmente, que dê sinais inequívocos de que está disposto a criar o hábito de escutar e respeitar os resultados deste esforço. Saber ouvir é uma virtude humana e um bom atributo democrático, não bastando anunciar que uma questão vai ser posta a debate, mas que há abertura para colher o ensinamento do seu resultado. Pelo País e especialmente nos espaços regionais, há um sentimento de descrença sobre a utilidade da participação cívica e da vantagem de mobilizar a capacidade de pensar existente. Por outro lado, há matérias que deviam ser objecto de debate mas que não estão suficientemente estruturadas para que da participação resulte um efeito útil. É isto que é necessário alterar. Caberá à Delegação Regional do Norte assumir um papel activo na sua região, tanto na promoção de um debate elevado e esclarecido, como procurar dele extrair orientações e para que, desta forma, os engenheiros possam contribuir para um maior nível de responsabilidade social dos agentes da região, neste período de mudança sem precedentes. Perante um quadro de progressiva integração na economia europeia, de sujeição a directivas comunitárias, de dependência do mercado ibérico, de limitação da nossa capacidade de decidir autonomamente, perante toda esta evolução de sentido único, o que nos resta? Onde devemos pôr as nossas ambições, não esquecendo as nossas actuais limitações? A resposta a esta questão basilar não nos pode deixar indiferentes. Onde a Europa tiver as suas metas em 2020 é aí que devemos estar também. O que significa que só nos resta tomar como base da nossa decisão as variáveis cuja gestão só de nós depende: os portugueses e o território nacional. Ou seja: por um lado, capacitar os nossos recursos humanos ao nível dos padrões de maior exigência educativa, técnica e profissional e por outro organizar de forma optimizada a administração territorial do Estado, com especial incidência a nível regional. Eis dois bons temas para voltar ao assunto e para a Ordem debater a partir do Norte. Página 6 info OPINIÃO info OPINIÃO Página 7 Gerardo Saraiva de Menezes, Presidente do Conselho Directivo Regional Norte Ficha Técnica da Habitação Em defesa de uma boa ideia Com a publicação do Decreto-Lei n.º 698/2004 de 25 de Março e da Portaria nº 817/2004 de 16 de Julho, foi definida e formatada a informação mínima a prestar pelo vendedor de habitação, consagrando-se assim neste mercado o incontestável direito do consumidor à informação. Sendo consensual a necessidade de intervir num negócio em que todos os dias aumentam as queixas contra operadores que, intencional ou inadvertidamente, defraudam as expectativas presumidamente por si geradas aos Clientes, o regime agora posto em vigor, apesar de resultar de uma muito louvável ideia e conter algumas boas disposições até para além da estrita caracterização da fracção, enferma de erros e insuficiências que lamentavelmente inviabilizam a sua correcta implementação. Dos méritos Para além do mérito maior da consagração do direito à informação, o regime agora em vigor acrescenta algumas disposições que, extravasando a caracterização do produto, contribuem para a necessária clarificação da relação contratual entre vendedor e comprador, ou potenciam a formação esclarecida da vontade que precede essa relação. São exemplos do que dizemos: – a imposição de um referencial único – neste caso a Área útil da Habitação1 - para definir um parâmetro unitário de preço, elemento essencial para coerentes comparações de preço. O referencial escolhido pode ser contestado, porém a vantagem da sua criação, com opção por um conceito já existente, sobreleva claramente eventuais críticas à sua composição; – a obrigação de disponibilizar no local de venda uma cópia integral do projecto aprovado devidamente autenticada, embora omitindo a obrigação de disponibilizar, como se impunha, as condições de licenciamento, é uma medida que facilita o acesso à informação certificada até pelo Director Técnico de Obra (DTO)2; – a obrigatoriedade de anunciar no local de venda a existência da FTH, ainda que tenha faltado impor também a identificação da sua versão mais actual; – a obrigatoriedade de identificar o alvará de licença de construção e a sua validade em toda a informação que diga respeito a edifícios em construção. Erros graves Infelizmente, talvez pela precipitação que parece ter existido na publicação destes diplomas, foram cometidos erros que, por impedirem a correcta implementação do novo regime, são graves. A génese e credibilidade da FTH, tal como está definida, assenta na intervenção de três pessoas ou grupos de pes- soas: o promotor imobiliário, os projectistas e o que designa por “Técnico Responsável pela Obra” (TRO). Conhecendo-se os dois primeiros, ignora-se quem deve ser o terceiro. Estranhamente, o Legislador, ao optar por uma figura inexistente até aqui, esqueceu-se de a caracterizar e atribuir, fazendo deste lapso a maior e mais importante debilidade deste novo regime. Na verdade, se a FTH carece, para ser válida, da assinatura deste técnico e não se diz quem ele é, quem deve validar as FTH que são já hoje necessárias para as transacções de habitação? Acresce a infelicidade da designação adoptada. Anunciar este técnico como “responsável pela obra” é induzir em erro o consumidor. Como bem sabemos, numa obra intervém vários Técnicos e outros agentes, sendo cada um responsável pelos actos que pratica ou, devendo pratica-los e não o fazendo, pela sua omissão. Não sendo nenhum deles responsável pelo que os outros fazem, não é aceitável que se dê a entender ao consumidor que um deles e só um é (o) “responsável pela Obra” (seja qual for o significado desta expressão). Por outro lado, sabendo-se que a habitação sofre frequentemente alterações, não foi previsto nem regulamentado nenhum mecanismo de actualização da FTH, capaz de assegurar que esta ficha acompanhe, com verdade, a evolução da fracção que descreve. 1 Área Útil da Habitação é a soma das áreas de todos os compartimentos da habitação, incluindo vestíbulos, circulações interiores, instalações sanitárias, arrumos, outros compartimentos de função similar e armários nas paredes, e mede-se pelo perímetro interior das paredes que limitam o fogo, descontando encalços até 30cm, paredes interiores, divisórias e condutas. – cf alínea b) do nº 2 do artº 67º do RGEU, com a redacção dada pelo artº 1º do DL nº 650/75 de 18 de Novembro. 2 Designação atribuída pelo Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, Dec-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro, ao Técnico a quem compete atestar que o que está construído é o que foi licenciado. “A importância do sector da construção na nossa vida, bem patente na gravidade das consequências para o indivíduo, a família e a sociedade quando alguma das suas componentes não funciona regularmente, há muito que reclama do gestor da coisa pública uma visão integrada sobre a globalidade do problema” Por fim, mas não menos importante, refira-se a incompreensível confusão com a atribuição de responsabilidades a cada um dos intervenientes. Atribuindo-se expressamente ao TRO, ainda que solidariamente com o promotor, a responsabilidade pelo preenchimento e pela garantia de que as características descritas na FTH são as que existem na realidade, está a confundir-se e a baralhar-se responsabilidades tão distintas como a de promover a construção, a de projectar, a de definir as condições de licenciamento, a de executar o objecto projectado, a de verificar que a coisa construída é a que foi licenciada e a da acção comercial pura e simples. A relevância destes erros impõe que o Legislador intervenha rapidamente, de forma a assegurar a aplicabilidade sem distorções deste regime. Insuficiências Para além destes erros, a FTH enferma ainda, de algumas insuficiências ou imprecisões que, não sendo impeditivas da implementação do regime, deveriam ser colmatadas quanto antes para lhe aumentar a eficiência. Exemplificando: A FTH, mesmo na sua fase provisória, deve indicar quem é o construtor geral e quem é o designado Director Técnico de Obra (DTO), figuras obrigatórias do regime de licenciamento; Não é aceitável que se destaque a arquitectura das outras componentes do projecto. O projecto é um todo uno e como tal deve ser referenciado e identificado. As designações das componentes de especialidade do projecto devem ser as que resultam da legislação específica, abandonando-se expressões aproximadas que só confundem; A breve descrição da solução estrutural deve ser complementada com a apresentação da planta simplificada da estrutura directamente relacionada com a habitação (fogo + dependências), localizando e indicando as dimensões reais dos elementos estruturais que a atravessam ou enformam. A caracterização das soluções construtivas deveria poder ser feita através de esquemas construtivos simplificados relativos a paredes, pisos, tectos e coberturas e a orientação das paredes poderia resultar de indicação expressa na planta, opções muito mais perceptíveis para o consumidor do que a descrição textual solicitada. Devia indicar-se o pé-direito livre do fogo e das suas dependências. A elaboração das instruções sobre o uso e manutenção da construção é matéria que deve competir aos projectistas e não ao TRO, seja este quem for, devendo por isso ser integrada na definição do conceito de projecto. Apesar de algumas destas e de outras insuficiências dificultarem a percepção pelo consumidor da informação relevante sobre a habitação, são os erros graves identificados que condicionam fortemente a aplicabilidade deste regime. Que propomos? A importância do sector da construção na nossa vida, bem patente na gravidade das consequências para o indivíduo, a família e a sociedade quando alguma das suas componentes não funciona regularmente, há muito que reclama do gestor da coisa pública uma visão integrada sobre a globalidade do problema. Na verdade, não é possível encontrar uma solução simples para um problema tão complexo. Neste sentido, a FTH tem de ser vista também como uma das peças de um extenso puzzle que integra ainda: – a revisão do regime de acesso e permanência na actividade de construção, já consumada no início deste ano3; Página 8 OPINIÃO – a regulamentação e controlo da actividade da mediação imobiliária, recentemente publicada4; – o desenvolvimento do projecto de regulamentação do exercício da actividade de promotor; – os projectos de regulamentação e controlo do acesso ao exercício da actividade da gestão de condomínios; – o apoio à qualidade e eficiência crescentes da intervenção do IMOPPI nos diferentes segmentos da actividade da construção e do imobiliário; – a revisão em curso das regras da qualificação exigida aos técnicos para elaborar e coordenar projectos, coordenar e dirigir a execução, a fiscalização e a segurança das obras de construção civil5; – a revisão em curso das instruções para a elaboração de projectos; – a revisão em curso do RGEU – regime Geral das Edificações Urbanas; – a revisão em curso das disposições relativas à Coordenação de Segurança em Obras de Edifícios e de Engenharia Civil6; – o regime jurídico da urbanização e da edificação (licenciamento); – o enquadramento, regulamentação e implementação efectiva e generalizada dos seguros associados às diferentes intervenções e intervenientes; – a promoção, agilização e qualificação da arbitragem voluntária de conflitos e deve ainda ter como premissas, o estímulo permanente ao incremento da qualidade da intervenção dos técnicos seja qual for a qualidade e o momento em que o fazem; – o reforço da eficiência da intervenção das autoridades licenciadoras; – a consciencialização do consumidor de que a sua natural dificuldade em avaliar um produto tão complexo como é a info habitação, não se vence pela via administrativa, mas sim pelo recurso à intervenção de técnicos habilitados à sua correcta ponderação. Assim sendo, a FTH será tanto mais uma excelente ideia quanto se integre e relacione coerentemente com as demais intervenções legislativas e regulamentares em estudo, em vias de implementação ou já em vigor. Se a tanto não chegar, transformar-se-á em mais um obstáculo à normalização e transparência das relações entre compradores e vendedores. É, pois, neste contexto que propomos seja feita de imediato uma revisão deste regime, corrigindo pelo menos os erros graves que apontamos atrás, aproveitando para sanar algumas das insuficiências detectadas, mas também integrando-o coerentemente no edifício legislativo do sector. Especial atenção deverá ser dada à definição clara de quem é quem e o que preenche e quando na FTH, garantindo-se o respeito pelas responsabilidades típicas de cada interveniente à luz da restante legislação do sector e a correc- info ção da informação registada na FTH. Em conclusão, diremos que a Ficha Técnica da Habitação é uma excelente ideia que não terá sido bem interpretada pelo Legislador e por isso foi deficientemente reflectida no respectivo regime legal. Com a preocupação de não deixar morrer a ideia, ou de a ver arremessada para um pântano de abusos e habilidades que comprometerão irremediavelmente a sua credibilidade, reclama-se a correcção urgente destes diplomas, revisão para a qual a Ordem dos Engenheiros deverá contribuir com a eficiência e equilíbrio que o conhecimento de causa e o distanciamento que tem relativamente às partes interessadas, lhe permitem. APELO A COMUNICAÇÕES Com o objectivo de promover a divulgação de estudos e projectos de carácter técnico e científico, a “Info – Magazine” vai editar, a partir do próximo número, uma separata onde todos os colegas interessados poderão publicar trabalhos relacionados com os diferentes ramos da Engenharia. As comunicações propostas serão avaliadas com a colaboração da Comissão Regional do Colégio relevante que as seleccionará com base na sua actualidade, originalidade, generalidade, inovação e apresentação. A avaliação das comunicações será feita com base nos textos completos com um máximo de 4 páginas (5000 caracteres por página), incluindo figuras e fotografias (p/b). As comunicações deverão ser enviadas em formato electrónico Microsoft (Word), acompanhado de uma versão integral impressa em papel, para o Colégio Regional da Especialidade ou para o Eng. Jorge Basílio ([email protected].), Ordem dos Engenheiros – Região Norte. Rua Rodrigues Sampaio,123. 4000-425 Porto. 3 Decreto-Lei n.º 12/2004 de 9 de Janeiro, complementado por diversas portarias da mesma altura 4 Decreto-Lei n.º 211/2004 de 20 de Agosto 5 Vulgo revisão do Decreto-Lei n.º 73/73 de 28 de Fevereiro, com uma proposta da OE já em fase final de preparação 6 Com proposta alternativa já apresentada pela OE há cerca de três meses. Governo quer nova lei para as obras públicas O Governo tem em estudo uma nova legislação para as Obras Públicas, com a qual visa punir os responsáveis pelos atrasos e desperdícios de dinheiros públicos. A Ponte Rainha Santa Isabel, em Coimbra, inaugurada em Maio do presente ano, é um dos exemplos mais recentes desta problemática. A ponte custou mais de 40 milhões de euros do que o estimado e só ficou concluída dois anos e meio após o previsto. O objectivo desta legislação, que deverá estar concluída antes do final do ano, é punir todos os intervenientes, admitindo mesmo que o esquema de penalizações poderá originar que certos projectistas ou empreiteiros não possam ser seleccionados para realizar uma obra. Segundo Jorge Costa, secretário de Estado das Obras Públicas, o observatório a criar no âmbito do Conselho Superior irá registar em ficheiro os proprietários da obra, empreiteiros, projectistas sub-empreiteiros e fiscais que estejam relacionados com obras públicas. A nova lei deverá impedir que o preço de adjudicação seja superior ao valor base de concurso, contribuindo para uma maior moralização desta área e impedir que o dono da obra altere o projecto durante a execução. Embora, o caso da ponte Rainha Santa Isabel tenha alertado novamente o Governo para os casos de desperdício de dinheiros públicos, o facto é que há quem acuse os poderes públicos de nada fazerem. 2004, o ano da retoma na construção O ano de 2004 pode ser de mudança na construção civil. A reabilitação urbana e as obras públicas são as grandes oportunidades, mas quem não apostar nos projectos de qualidade mesmo assim pode ficar de fora. O ano passado foi negro para a construção, a produção diminuiu 12 por cento, o que fez de 2003 um dos períodos mais negativos de há pelo menos 15 anos. Este ano as duas principais associações do sector da construção apontam números menos pessimistas: a AECOPS estima uma quebra de cinco por cento e ANEOP de seis por cento. No entanto, mesmo sendo estes valores negativos, há indicadores que apontam que a retoma da construção vai começar em 2004. Um mercado onde há muito para fazer é o da reabilitação. A AECOPS aponta para 1291 mil edifícios a necessitarem de reparações e o preço médio da reparação por edifício, segundo dados do programa RECRIA, é de 68,4 mil euros. A atenção está voltada para as Sociedades de Reabilitação Urbana, cujo diploma foi publicado em Maio, que segundo a explicação de José Teixeira Monteiro, presidente do Instituto Nacional de Habitação (INH), “são estruturas empresariais dos municípios que terão como objecto exclusivo a reabilitação urbana. Para isso dispõe de pode- NOTÍCIAS Página 9 res de expropriação que só serão utilizados em última instância”. Este processo também contará com a participação do Estado, prevendo-se financiamentos a fundo perdido e empréstimos bonificados, a atribuir segundo os casos. Passando da reabilitação às obras públicas, verifica-se um aumento do investimento neste sector. Alguns dos exemplos recaem sobre o TGV que irá avançar em 2006 e representa um investimento de 11 mil milhões de euros; o metro do Porto que ainda conta este ano com um investimento de 403 milhões de euros; o sector aeroportuário que contará com 118 milhões de euros e o sector portuário com 262 milhões de euros. Outros indicadores de retoma para 2004 dizem respeito à tendência do aumento de empréstimos para a compra de casa e para a construção, bem como da aprovação e financiamento de grandes projectos, sobretudo na área do turismo. Contudo, o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santos, faz um alerta para esta situação: “as melhorias no sector não vão ser sentidas por todos da mesma maneira. Aqueles que melhor conseguirem identificar as necessidades do consumidor vão garantir a sua evolução”. E segundo o bastonário da Ordem dos Engenheiros destas melhorias dependem dois factores: a localização e a qualidade do produto. Por último, é necessário realçar a importância da construção na economia nacional. A construção, segundo o Ministério das Finanças, representa 7,4 por cento do VAB (Valor Acrescentado Bruto) da nossa economia, quase metade da importância de toda a indústria e este sector também é responsável por cerca de sete por cento do PIB(Produto Interno Bruto) e emprega mais de 11% da população activa em Portugal. Na Europa prevê-se um aumento mode- Página 10 NOTÍCIAS rado do sector para este ano (0.8 por cento segundo a FIEC, European Construction Industry Federation). Projecto de decreto-lei sobre Coordenação de Segurança A Ordem dos Engenheiros apresentou ao Governo, a 12 de Maio, uma proposta de decreto-lei sobre o “Exercício da Coordenação em Matéria de Segurança e Saúde na actividade de Construção de Edifícios e Engenharia Civil, bem como o Reconhecimento dos Respectivos Cursos”, em alternativa ao projecto de diploma submetido à apreciação pública a 13 de Abril de 2004. Esta iniciativa surge da necessidade de se criar um enquadramento legal harmonioso dos diferentes processos envolvidos na concretização duma obra. Além disso, é preciso coordenar o poder legislativo com as instituições de ensino no ajustamento dos cursos que ministram, sobretudo no que refere à obrigatoriedade de acreditação pelas Ordens e Associações Profissionais. Até agora, só se tem assistido ao remendo avulso da lei por parte dos responsáveis, o que é insuficiente para a realidade da actividade profissional. É neste contexto que, sem ouvir as Ordens e as Associações Profissionais, às quais o Estado atribuiu, entre outras competências de controlo profissional, o reconhecimento da qualificação dos técnicos, a Ordem dos Engenheiros tomou conhecimento do projecto de diploma. Este documento apresenta um conjunto vasto de deficiências, que merecem a oposição frontal da Ordem dos Engenheiros: info Repete conceitos já expressos noutros diplomas de forma não coincidente, contribuindo para a confusão resultante da falta de uniformização do léxico do sector; Não exige a certificação dos Engenheiros, Arquitectos e Engenheiros Técnicos pelas respectivas Ordens e Associação Profissional, permitindo o acesso a portadores de cursos não acreditados; Alarga o exercício a agentes com qualificação muito baixa, no pressuposto de que a experiência (qualquer que tenha sido…) lhes confere a formação complementar necessária, que não tiveram de base; Permite o exercício por profissionais que, embora possam ter boa formação específica em matéria de segurança e higiene no trabalho, não têm qualquer formação de base na área da construção, insuficiência que não oferece qualquer expectativa de capacidade crítica no debate técnico a que ficam associados; Equipara formações escolares de nível secundário com licenciaturas e bacharelatos, pressupondo que o fosso das diferenças de capacidade técnico-científicas resultantes da formação de base é ultrapassado pela experiência profissional (com pequeníssima diferença, por sinal) Não especifica o conceito de experiência profissional, nem define critérios para a certificar, aceitando qualquer uma que ocorra no sector; Reserva ao Ministério do Trabalho o reconhecimento dos cursos de formação, ignorando as competências de acreditação da qualificação profissional atribuídas pelo Estado às Ordens e Associações Profissionais; Constitui matéria que não é exclusiva do Ministério do Trabalho e deveria ser tutelada em conjunto com o Ministério das Obras Públicas; Permite que se instalem definitivamente na actividade todos os agentes que info actualmente a exercem, qualquer que seja a sua formação; É preciso não confundir, as exigências próprias das funções dos Técnicos de Segurança com as dos Coordenadores de Segurança. Para estes executarem de forma competente a missão que lhes é atribuída são exigidas, entre outras, competências técnicas e científicas no âmbito da construção. No sistema de ensino português, ao nível superior estas competências só são adquiridas nos cursos de Engenharia (licenciatura e bacharelato) e no curso de Arquitectura; ao nível secundário, naturalmente orientado para missões de menor exigência técnica e científica, no curso de Construtor Civil. No entender da Ordem dos Engenheiros, o objectivo de redução drástica da sinistralidade constitui um imperativo que não é compatível com o caminho legislativo pouco exigente que foi oferecido e que desmotiva o interesse pela função . Face a esta situação a Ordem dos Engenheiros apresentou uma proposta, que assenta nos seguintes princípios: A função só pode ser desempenhada por profissionais com formação de base em construção: Engenheiros, Arquitectos, Engenheiros Técnicos e Construtores Civis Diplomados, acreditados pelas respectivas Ordens ou Associações Profissionais; A definição de competências para o exercício é determinada em função do nível de formação profissional, da experiência, da complexidade da obra e do seu valor económico; O diploma deve ser harmonizado com a legislação do sector. Porto/Vigo em alta velocidade Quatro traçados possíveis para a ligação em comboio de alta velocidade Porto/Vigo estão a ser analisados pelo Governo, enquanto que cada um dos percursos Aveiro/Salamanca e Lisboa/Madrid três alternativas de traçados, segundo indicações da RAVE. A viagem Porto/Vigo apresenta alternativas como a partir do Aeroporto Sá Carneiro rumo a Valença pelos corredores Atlântico (via Póvoa de Varzim, Viana do Castelo), Central (Barcelos) e Este (via Vila Nova de Famalicão, Braga). Segundo os técnicos, estes traçados vão permitir a instalação de uma estação em Braga, em Barcelos, ou num local intermédio a estas duas localidades, ou ainda em Viana do Castelo. Estas propostas partiram de um estudo de viabilidade técnica executado pela Idom&Cised que apurou as melhores alternativas para velocidades de 250 e 300 Km/h. O principal objectivo é que a ligação Porto/Vigo se realize em menos de uma hora, Porto/ Pontevedra em menos de 80 segundos, Porto/Santiago em menos de 120 segundos e Porto/Corunha em menos de 150. Para a ligação Porto/Vigo serão investidos no total 1,320 milhões de euros para uma procura estimada de 2,1 milhões. Quanto às ligações Lisboa/Madrid e Aveiro/Salamanca foram ambas estudadas pela Coba&Euroestudios. Esta instituição perante o trajecto Aveiro/Salamanca entende que a ligação pelo Centro privilegia o Norte de Portugal com uma rota de mercadorias/passageiros para a Europa, aliviando os congestionamentos na IP5. Processo de Bolonha em discussão Ordens e associações profissionais foram recebidas, em Junho do corrente ano, pela ministra da Ciência e do Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho, para apresentar o Processo de Bolonha, que visa uniformizar o ensino superior no espaço europeu. A nova Lei de Bases da Educação já prevê alterações na estrutura e duração dos cursos superiores, mas mesmo assim foram constituídos grupos de coordenadores para cada área de conhecimento para reunir com as ordens, escolas e sociedade e conjuntamente decidir a estrutura dos cursos. O Processo de Bolonha prevê formações com menos anos e divididas em dois ciclos, um primeiro que dá acesso à licenciatura e dois de mestrado; ou quatro anos de licenciatura e um de mestrado. Contudo, esta estrutura não agrada a todos, como é o caso da Ordem dos Advogados. Licenciaturas como as de Arquitectura ou Medicina não vão adequar-se à proposta de Bolonha. A primeira manterá os cinco anos mais um de mestrado e a segunda continuará a ter seis anos. Estas durações não prejudicarão os alunos já que existem directivas europeias específicas para estes cursos. 60 anos dos Estaleiros Navais de Viana NOTÍCIAS Página 11 do Castelo Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) comemoraram, em Junho deste ano, 60 anos de existência numa indústria de construção e reparação naval. Dos mais de 200 navios construídos ao longo da sua existência, cerca de metade destinou-se ao mercado português. Porém, nestes últimos 20 anos, a esmagadora maioria da produção foi para armadores estrangeiros. Nos últimos anos, a ENVC, tal como no resto da Europa, tem sentido a concorrência especialmente de países asiáticos, o que a obrigou a alterar o mercado-alvo para navios mais sofisticados, nomeadamente de passageiros, de investigação científica e militares. A ENVC tem novas expectativas no mercado russo, sul-americano e PALOP’s, e já assinou um contrato com a Marinha Portuguesa para a construção de navios de patrulha oceânica. Português vence “óscar” da Engenharia António Segadães Tavares foi premiado com o IABSE OStrA da edição de 2004 – o mais importante prémio do mundo de Engenharia de Estruturas – pela ampliação da pista do Aeroporto Internacional da Madeira, no Funchal. Esta obra demonstra o carácter inovador e criativo do seu autor. A pista funchalense suspensa sobre o mar foi inaugurada em 2000, tendo sido também distinguida com o Prémio Secil em 2003 e eleita como uma das “Cem obras do Século XX” pela Ordem dos Engenheiros. Em ex-aequo, o IABSE OStrA distingiu a obra do Museu de Arte de Milwaukee, projecto da autoria de Santiago Calatrava, no estado norte-americano de Página 12 NOTÍCIAS Wisconsin. A entrega daquele que é considerado o “óscar” da Engenharia, e que já distinguiu a Biblioteca de Alexandria, no Egipto, ou o Guggenheim de Bilbau, decorrerá no próximo Congresso da IABSE que se realiza em Setembro, em Xangai. O engenheiro Segadães Tavares, com 60 anos e natural de Angola, é autor de obras como a “pala” do Pavilhão de Portugal na Expo98 e o Estádio da Cidadela em Luanda. A desertificação em estudo As zonas de Portugal sujeitas a processos de desertificação são geralmente locais marcados pelo desinvestimento, que consequentemente provoca outros problemas, agravando assim o processo de abandono físico e humano. Esta foi uma das conclusões apresentadas pelo relatório “Desertificação em Portugal – incidência no ordenamento do território e no desenvolvimento urbano”, editado pela Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano, elaborado por uma equipa coordenada por info Francisco Nunes Correia, professor do Instituto Superior Técnico. Nunes Correia é também presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e no passado foi o responsável pelo programa Polis no governo PS e preparou, durante o executivo de Cavaco Silva, o Plano Nacional de Política do Ambiente. “Economias deprimidas conduzem a um abandono dos agentes económicos que, por sua vez, conduzem a uma diminuição das possibilidades de emprego e, consequentemente, a um progressivo despovoamento”, lê-se no relatório, que apresentando a cadeia de resultados deste processo ainda explica que “este processo é habitualmente acompanhado de uma crise dos valores identitários da região que vê assim diminuída a sua auto-estima. E, ao reduzir-se esta auto-estima, perde-se o sentimento de identidade”. A solução para travar este processo passa sobretudo pelo apoio às cidades de média dimensão, na opinião de Nunes Correia: “hoje, só se pode contrariar a desertificação através do fortalecimento das cidades de média dimensão nas regiões afectadas. É usando as cidades como alavancas de desenvolvimento que se consegue chegar às populações do interior”. CYPE anuncia novo programa para projecto de acústica A Top – Informática, distribuidor português dos programas CYPE, prepara-se para lançar a nova versão do Cypevac – Verificação da acústica nas construções, desenhado agora para edifícios habitacionais e mistos, edifícios comerciais, industriais ou de serviços, edifícios escolares e de investigação, edifícios hospitalares, edifícios desportivos e estações de transporte de passageiros (inclui trans- info missões marginais). O novo Cypevac realiza a verificação do índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea e de percussão, do nível de avaliação sonora (LAr) proveniente do ruído particular de equipamentos colectivos, da área de absorção equivalente e do tempo de reverberação. Passa também a efectuar o cálculo das transmissões marginais. O preço de tabela do programa é € 745,00 e pode ser adquirido, durante o período de lançamento, por € 695,00 + IVA, incluindo já os € 100,00 de licenciamento do CYPE. O upgrade para a nova versão custará € 400,00 podendo ser adquirido durante o período de lançamento por € 245,00 + IVA. O Cypevac é um programa desenvolvido pela CYPE exclusivamente para Portugal, tendo sido iniciada a sua comercialização em Dezembro de 2001. Actualmente conta com mais de 2.000 utilizadores, prevendo os responsáveis da Top Informática que a nova versão venha a alargar consideravelmente a base instalada. O novo Cypevac estará em destaque na próxima edição da Concreta que ocorrerá em Matosinhos de 27 a 31 de Outubro. Poderá solicitar os seus convites em www.cype.pt com recurso a esta referência personalizada. Página 13 CONGRESSO NACIONAL XV CONGRESSO DA ORDEM DOS ENGENHEIROS “A importância da engenharia na competitividade” Com o alto patrocínio de Sua Excelência o Senhor Presidente da República A Ordem dos Engenheiros irá realizar o XV Congresso Nacional, em Lisboa, nos dias 21 e 22 de Outubro, subordinado ao tema “A importância da Engenharia na Competitividade”. Num período de acentuadas mudanças no contexto interno e internacional, Portugal tem que encontrar novos modelos de desenvolvimento para responder à necessidade de competir em mercados mais exigentes, em que a competitividade é ditada por factores como a qualidade, o preço, a diferenciação e a especialização, para os quais a engenharia constitui um valor indispensável. As assimetrias que o nosso país ainda conhece, justificam uma profunda reflexão por parte de uma classe profissional que sempre desempenhou um papel indispensável para o desenvolvimento da sociedade, contribuindo de forma evidente para a melhoria das condições de vida das populações e deixando a sua marca em todas as actividades económicas. É nesta perspectiva, de participação dos engenheiros nos desafios nacionais, que escolhemos a competitividade como tema principal do nosso Congresso, envolvendo os engenheiros, a universidade e as empresas, como parceiros indispensáveis para o desenvolvimento. Estamos certos que a qualidade das intervenções e a sua divulgação permitirá uma reflexão sobre os problemas do presente e do futuro, acentuando a importância da engenharia e dos engenheiros para resposta aos desafios nacionais e o seu reconhecimento pela Sociedade. A divulgação do Congresso e a expressiva participação dos engenheiros nas sessões programadas serão importantes contributos para a dignificação, valorização e afirmação da nossa classe profissional, pelo que esperamos contar com a sua presença. O Bastonário PROGRAMA Página 14 CONGRESSO NACIONAL Local: Centro de Congressos de Lisboa (Junqueira) 21 de Outubro (5ª feira) 9h15 – 10h45 Sessão de abertura com a presença do Senhor Primeiro-Ministro (a confirmar) Conferência – A competitividade da economia portuguesa. Enquadramento global da competitividade. Factores condicionantes. Produtividade. Sectores mais competitivos. A criação de valor. Orientações estratégicas. Eng. Luís Mira Amaral (Presidente da Comissão Executiva da CGD) 10h45 – 11h15 – Intervalo 11h15 – 13h Sessão 1 – Contributos para a competitividade. Conferência – Como é que a engenharia pode contribuir para a competitividade da economia. Intervenção do Eng. Ângelo Ludgero Marques (Presidente da AEP) Moderador: Eng. Luís Braga da Cruz (Presidente da Enernova – Novas Energias) Intervenções: Inovação e desenvolvimento Eng. Paulo Nordeste (Presidente da PT Inovação) A sinergia Indústria / Universidades Eng.ª Teresa Mendes (Presidente do Instituto Pedro Nunes) A gestão da informação e o seu contributo para a competitividade Eng. João Matias (Director-Geral da Oracle) Estratégia e desenvolvimento Eng. Luís Tadeu (Coordenador da Especialização em Engenharia e Gestão Industrial) info A engenharia inovadora – a perspectiva da Siemens Communications Portugal Eng. João Picoito (CEO Siemens Communications Portugal) A engenharia no desenvolvimento do produto Eng. Pedro Ramalho (Simoldes Plásticos) O valor da marca nos produtos e serviços Eng. Adolfo Roque (Presidente da Revigrés) 16h – 16h30 – Intervalo 16h30 – 18h Sessão 3 – Os actos de engenharia, a qualificação profissional e a legislação aplicável. O contributo da Ordem para a revisão da legislação sobre a qualificação profissional. Intervenção do Bastonário, Eng. Fernando Santo Moderador: Eng. Gerardo Saraiva (Presidente do Conselho Directivo da Região Norte) Intervenções: A definição dos actos de engenharia. A qualificação profissional nas diferentes especialidades de engenharia. Eng. Pedro Sena da Silva (Vice-Presidente da Ordem dos Engenheiros) O exercício de actos de engenharia por técnicos da Administração Pública e Autárquica, não inscritos na Ordem dos Engenheiros. A complexa produção legislativa como factor de ineficiência. Dr. Júlio Castro Caldas (ex-Bastonário da Ordem dos Advogados) 18h – 19h Uma visão política sobre o enquadramento legal da profissão. Comentários aos temas debatidos na sessão, com a intervenção de representantes dos partidos políticos com assento parlamentar (a confirmar) 13h – 14h30 – Almoço Livre 22 de Outubro (6ª feira) 14h30 – 16h Sessão 2 – A engenharia na indústria e nos serviços. Casos de aplicação da engenharia para melhoria da competitividade e criação de valor. Moderador: Eng. Francisco Sousa Soares (Gestor do POCTI – Programa Operacional para a Ciência, Tecnologia e Inovação) Intervenções: A engenharia na indústria automóvel Eng. Emílio Sáenz (Director-Geral Volkswagen Autoeuropa) (a confirmar) 9h15 – 10h45 Sessão 4 – A reforma do ensino da engenharia no âmbito da Declaração de Bolonha Intervenção da Senhora Ministra da Ciência, Inovação e Ensino Superior Eng.ª Maria da Graça Carvalho (a confirmar) Moderador: Eng.ª Teresa Correia de Barros (Presidente do Colégio de Engenharia Electrotécnica) info Intervenções: A posição da Ordem na perspectiva da Declaração de Bolonha Eng. Sebastião Feyo de Azevedo (Vice-Presidente da Ordem dos Engenheiros) A acreditação dos cursos de engenharia pela Ordem Eng. Salgado de Barros (Director do Gabinete de Qualificação da Ordem dos Engenheiros) A formação contínua dos engenheiros na Europa Eng. Alfredo Soeiro (Prof. da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) 10h45 – 11h15 – Intervalo 11h15 – 13h15 Sessão 5 – A internacionalização da engenharia. Oportunidades e dificuldades. Conferência – Os factores competitivos e as estratégias para a internacionalização. Eng. António Bernardo (Vice-Presidente da Roland Berger Strategy Consultants) Sessões paralelas sobre a experiência de empresas na internacionalização, utilizando a engenharia como factor competitivo. 11h45 – 13h15 Tema I Moderador: Eng. Paulo Reis (Presidente do Conselho Directivo da Região Sul) Construção, Obras Públicas e Ambiente Mota – Engil, SGPS (a confirmar) Somague SGPS Dr. Diogo Vaz Guedes (Presidente da Somague) Lena Engenharia e Construções Dr. Joaquim Paulo Conceição (Administrador) Grupo Visabeira 11h45 – 13h15 Tema II Moderador: Eng. Valter Lúcio (Coordenador do Colégio de Engenharia Civil da Região Sul) Telecomunicações, Energia e Vias de Comunicação PT Investimentos Internacionais Dr. Álvaro Roquete (Administrador da PT Investimentos Internacionais) EFACEC Eng. António Cardoso Pinto (Presidente da EFACEC) EDP Eng. António Martins da Costa (Presidente Executivo da EDP Brasil) Brisa Auto – Estradas de Portugal Dr. João Azevedo Coutinho (Administrador da Brisa para a área internacional) 13h15 – 14h45 – Almoço livre 14h45 – 16h30 Sessão 6 – Sessões paralelas sobre áreas de especialidade e regulamentação técnica Temas I Moderador: Eng. Celestino Quaresma (Presidente do Conselho Directivo da Região Centro) Intervenções: Eurocódigos Eng. Cansado Carvalho (Membro da Comissão Técnica 115 – Eurocódigos Estruturais) Certificação Energética de Edifícios Eng. Eduardo Maldonado (Presidente do Colégio de Eng.ª Mecânica) Segurança contra Incêndios em Edifícios Eng. Carlos Ferreira de Castro (Coordenador do grupo de trabalho do projecto de regulamento) Revisão do Regulamento Geral de Edificações Urbanas Eng. Vítor Abrantes (Prof. da Faculdade de Engenharia da Universidade CONGRESSO NACIONAL do Porto) Temas II Moderador: Eng. Carlos Salema (Membro do Conselho de Admissão e Qualificação da Ordem dos Engenheiros) Estudos de Impacte Ambiental Eng. António Brito (Presidente do Colégio de Engenharia do Ambiente) Energias Renováveis Eng. António Sá da Costa (Presidente Associação Portuguesa de Energias Renováveis) Telecomunicações Eng. Vasco Lagarto (Vogal do Colégio de Engenharia Electrotécnica) A reestruturação do sector das águas em Portugal Eng. Poças Martins (Presidente da Águas de Portugal) 16h30 – 17h – Intervalo 17h – 18h30 Sessão 7 – Os desafios da engenharia portuguesa para os próximos anos. Moderador: Nicolau Santos (Jornalista) Painel debate com a intervenção dos convidados: Eng. Belmiro de Azevedo (Presidente da Sonae) Eng. Diogo Lucena (Administrador Página 15 da Fundação Calouste Gulbenkian) Eng. João Talone (Presidente da Comissão Executiva da EDP) Eng. Joaquim Fortunato (Presidente da AECOPS) Eng. Manuel Ferreira de Oliveira (Presidente da Unicer) 18h30 Conclusões e sessão de encerramento com a presença do Senhor Ministro das Obras Públicas Transportes e Comunicações. INSCRIÇÕES Até 8 de Outubro: Membros Efectivos* – 120,00 € Membros Estagiários e Estudantes – 60,00 € Não Membros – 180,00 € Depois de 8 de Outubro: Membros Efectivos* – 140,00 € *Membros eleitos com 50% de desconto. Página 16 ENTREVISTA info José António Simões Cortez, Engenheiro de Minas “A Engenharia é uma profissão feita para o bem-estar das pessoas” info ENTREVISTA Página 17 Texto de Ana Ferreira • Fotos de Alfredo Pinto perito nas áreas de exploração de minas (principalmente de céu aberto) de hidrogeologia e de avaliação de jazigos. Admitindo, porém, ter um gosto especial por hidrogeologia, sobretudo de aquíferos minerais, e geologia de engenharia. Apesar de estar afastado da docência – não integralmente, visto colaborar actualmente com o Instituto Superior de Ciências da Informação e Administração de Aveiro, na disciplina de Gestão –, confessa que continua a trabalhar tanto como fazia enquanto docente. Mesmo muito ocupado, Simões Cortez ainda tem tempo para o que mais gosta. O engenheiro considera “que as pessoas ocupadas são as que sabem gerir melhor o tempo”, por isso arranja alguns momentos para se dedicar às porcelanas, aos cristais e aos quatro livros que lê em simultâneo: um está em casa, outro no automóvel e um em cada escritório. Além disso, gosta de viajar pelo nosso país e apreciar a boa comida dos restaurantes que constam do seu “auxiliar de campo”, que enumera mais de 1000 locais. “Tenho gosto em viver”, assim sintetiza o engenheiro de Minas, reforçando mais uma vez a importância que atribui a todos os momentos vividos, ideia também transmitida na sua última aula na Faculdade de Engenharia ao citar o actor James Dean: “Sonha como se vivesses para sempre. Vive como se fosses morrer hoje”. De Civil para as Minas José António Simões Cortez fez da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) a sua segunda casa, que carinhosamente apelida apenas de “Faculdade” de Engenharia, já que é a única no país. Aí licenciou-se em Engenharia de Minas, no ano de 1958, e doutorou-se sete anos mais tarde. Foi professor auxiliar – durante oito anos o único da Faculdade de Engenharia – tendo-se submetido de seguida aos concursos para professor extraordinário e para professor catedrático. O docente jubilou-se, em 2002, com 44 anos de serviço, momento assinalado por uma aula realizada a 4 de Junho que contou com a presença de mais de 400 convidados. Tal como as provas académicas, a retirada de um professor, na opinião do engenheiro, deve ser assinalada. Confessa ser um “marco da vida, da vida académica” ver os colegas, alu- Já passaram 45 anos desde que Simões Cortez iniciou o seu percurso em Engenharia de Minas, e como testemunho ainda guarda o gasómetro, um “velho” utensílio da profissão. nos, amigos e a extensa família a assistir à sua última aula, cujo tema foi “A Engenharia de Minas no Século XXI – um Novo Desafio”. E todo este caminho, Simões Cortez percorreu na Faculdade de Engenharia. Porém, não passou apenas pelos corredores desta instituição, pois durante dez anos (de 1990 a 2000) também leccionou na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. A par da vida académica, a qual considera que “corresponde sempre a uma vocação”, Simões Cortez, desde 1958, é um profissional liberal como director técnico, consultor e Ser engenheiro de Minas não era o sonho de Simões Cortez. O seu percurso profissional nesta especialidade de Engenharia ocorreu por acaso, pois a sua “verdadeira vocação era Civil”, confessa o engenheiro, que em pequeno “formava casas com castanhas e fazia a distribuição das salas e dos espaços”. A reprovação a duas disciplinas dos Preparatórios de Engenharia, em Coimbra, e o pedido de engenheiros de Minas – para se iniciar a exploração de urânio em Portugal, por parte da então Junta de Energia Nuclear – fez com que Simões Cortez terminasse os preparatórios de Minas e deixasse a Engenharia Civil. Nunca se arrependeu desta opção e olhando para trás recorda os estágios nas Minas da Panasqueira, na Empresa das Lousas de Valongo e nas Minas de Carvão de S. Pedro da Cova. Porém, o primeiro estágio deixou uma recordação especial, afirma o engenheiro: “Onde eu gostei mais de estar foi manifestamente nas Minas da Panasqueira, porque era a primeira mina onde eu entrava, que estava a desenvolver um segundo piso e dois outros colegas e eu fomos encarregados de fazer as medições de ventilação desse segundo piso”. Outro marco importante na carreira de Simões Cortez foi a experiência, entre 1985 e 1992, como presidente do Conselho Directivo Nacional e bastonário da Ordem dos Engenheiros. No primeiro mandato, como vice-presidente em exercício, da Ordem, substituiu João Maria de Oliveira Martins, que abandonou o cargo para assumir a pasta das Obras Públicas. Pretendendo dar continuidade ao trabalho iniciado, Simões Cortez submeteu-se às eleições seguintes e ganhou um segundo mandato. “Os meus anos como presidente e bastonário da Ordem dos Engenheiros foram extremamente trabalhosos e gratificantes”, reconhece justificando: “Porque foi durante o meu período de trabalho que foi discutido, analisado e aprovado o actual Estatuto da Ordem dos Engenheiros, que confere à Ordem a capacidade de dar o título de Engenheiro, ficando definida a diferença entre licenciado em Engenharia e Engenheiro”. Foi ainda durante o seu mandato que se iniciou a acreditação dos cursos de Engenharia. Aliás, “a Ordem dos Engenheiros foi a primeira ordem a fazer acreditações de cursos”. Trabalho que foi feito através de um diálogo notável entre este organismo e as escolas de Engenharia do país e que também está a ser levado a cabo pelos seus sucessores. Outro aspecto a salientar desse período, foi a participação de Simões Cortez em várias instituições de Engenharia da Página 18 ENTREVISTA info info ENTREVISTA Página 19 José António Simões Cortez, Engenheiro de Minas Europa, como, por exemplo, na Federação Europeia das Associações Nacionais dos Engenheiros. Desafios à Engenharia Simões Cortez está sempre atento às preocupações e aos desafios que hoje se colocam à Engenharia, em particular à de Minas. Prosseguindo o tema da sua última aula, dada no Auditório da Faculdade, ainda se mantêm esses desafios, isto é, a qualidade dos produtos finais que produz, os constrangimentos ambientais e o futuo da Engenharia de Minas em portugal e a formação dos Engenheiros em geral. “Vivemos uma fase de exploração de georecursos em que as preocupações ambientais não eram muito grandes e isso gerou, na década de 60, o aparecimento de um ambientalismo fundamentalista, talvez como contraponto de um certo desleixo que havia antes”, explica. Actualmente, no que se refere às questões ambientais, Simões Cortez considera que se tende para um equilíbrio, necessário para que sem prejudicar o ambiente seja possível aproveitar os recursos naturais para o bem-estar e melhor qualidade de vida das populações. Acrescenta ainda: “As características ambientais de um determinado local até podem ser melhoradas com a exploração dos georecursos. Um recurso pode ser explorado e no fim pode ficar ainda melhor” e aponta como exemplos as explorações de uma pedreira na Póvoa de Varzim, que deu lugar a um lago artificial com fins lúdicos, dos caulinos da Senhora da Hora, que hoje em dia são uma urbanização, e de uma pedreira de quartzo em Viseu que foi tratada e preservada para lazer visual, sendo considerada agora geomonumento. Simões Cortez refere ainda o caso das Minas de Barqueiros, das quais é director técnico. Na lagoa de decantação da água industrial destas minas, além de plantas, existem gansos, enguias e peixes, o que prova que as vidas vegetal e animal são compatíveis com a exploração cuidada dos georecursos. De uma forma mais generalizada, indica que os desafios que a Engenharia enfrenta neste século estão relacionados com os transportes de energia eléctrica, mecanização e automação, alimentação da população mundial, domínio dos rios, aproveitamentos dos recursos marinhos e a desertificação. São estes os problemas que têm de ser resolvidos, mas “a Engenharia não resolve nada sem dinheiro”, alerta Simões Cortez, que de entre todas as dificuldades destaca a falta de água potável, tendo “os engenheiros que encontrar maneiras de repurificar a água que utilizámos nas nossas actividades humanas”. Sempre que se fala dos novos desafios da Engenharia, outro aspecto a considerar é o desenvolvimento dos cursos nesta área, que segundo Simões Cortez “parece excessivo”. Engenharia Civil, de Minas, Mecânica, Electrotecnia, Química, Agronómica, Silvícola, Naval e Geográfica são hoje apelidados de cursos ‘clássicos’ e novos surgiram a par do aparecimento de outros sectores profissionais. Contudo, nem todos os cursos de Engenharia são acreditados pela Ordem. Ora, esta diversificação dos cursos, segundo Simões Cortez, pode estar sujeita a uma restrição muito grande, ou seja, os cursos incidirem apenas em áreas de actividade limitadas. O engenheiro ressalva, porém, que não é “contra a criação de novos cursos de Engenharia, desde que estes correspondam a necessidades e a áreas de actividade reais”. Definir o acto de ‘engendrar’ Face a estes desafios que a Engenharia enfrenta no século XXI, Simões Cortez considera que a Ordem dos Engenheiros deve desempenhar um papel activo, apontando quatro focos fundamentais de acção. Um deles recaí na importância em definir-se o acto de Engenharia face ao leque variado de actividades profissionais, reconhecendo, porém, que esta é uma tarefa muito difícil. “O engenheiro perante um problema que é chamado a resolver, primeiro inventa – por isso é que se diz ‘engendra’ – uma solução para o problema, depois projecta-a, calcula-a, orçamenta-a e realiza-a dentro de um prazo fixado e dentro do orçamento aprovado. Isto é que é fazer Engenharia”, define, assim, Simões Cortez a sua área de trabalho de uma forma abrangente e simples. A Ordem dos Engenheiros deve também continuar o esforço de acreditação dos cursos, isto é, “estar sempre atenta ao diálogo permanente com as Escolas de Engenharia, ao nível e à quantidade dos cursos que vão sendo ministrados em Portugal”. Ainda inserido no âmbito da formação, está o papel que este organismo deve ter na colocação de jovens recém-formados no mercado de trabalho. O terceiro ponto a salientar diz respeito “ao diálogo permanente com o poder, com o legislador, insistindo, exigindo, pedindo que toda a legislação relacionada com a actividade de Engenharia tenha o parecer da Ordem”. Por último, a Ordem dos Engenheiros deve velar pela qualidade da Engenharia praticada. “Não devemos esquecer que há desastres que podem provir de erros de projecto, de erros de metodologia de construção ou de falha de materiais”, sublinha Simões Cortez, que acrescenta que esta problemática passa pela certificação dos materiais e dos métodos e pelo projecto e fiscalização da obra. No que se refere aos projectos, considera que estes “devem demorar o tempo suficiente para ficar bem e depois a execução é rápida”, o que nem sempre acontece. Na prática muitas obras começam com ante-projectos, o que é, manifestamente, errado. Para apoiar as suas afirmações, o engenheiro dá como exemplo o elevado custo e o atraso da construção da Casa da Música, no Porto, situação que na sua opinião se deve principalmente às alterações ao projecto inicial: “Penso que houve um mau reconhecimento do terreno na Casa da Música e por isso houve necessidade de recorrer a processos construtivos mais demorados e mais caros”. A qualidade da prática de Engenharia, segundo Simões Cortez, passa ainda pela competência dos engenheiros. Por isso, fazia sempre questão de passar aos seus alunos a mensagem de que “a profissão de engenheiro não é compatível com actos menos dignos. Nada se consegue sem trabalho, sem esforço, sem sacrifício”, o que é necessário é enaltecer sempre a nobreza de fazer Engenharia, que “é uma profissão feita para o bem-estar das pessoas”. Página 20 TEMA EM DEBATE info O decreto-lei n.º 73/73 está desajustado da realidade actual info TEMA EM DEBATE Página 21 Texto de Hipólito Sousa Revisão do 73/73 O decreto-lei n.º 73/73 é o documento que estabelece a qualificação oficial a exigir aos técnicos responsáveis pelos projectos de obras sujeitas a licenciamento municipal. Este documento, bastante conciso e limitado a alguns tipos de obras, está claramente desajustado por razões que são bem conhecidas do meio técnico: – o processo construtivo desenvolve-se hoje num enquadramento muito mais abrangente no que respeita aos diferentes tipos de obras, às exigências aplicáveis e às expectativas dos utentes; – os actos praticados pelos profissionais correlacionados com a construção são em maior número e o quadro de responsabilidades tendencialmente mais exigente; – o espectro de formações escolares disponibilizadas no nosso país não tem nada a ver coma realidade de há 30 anos atrás. O número de profissionais nas áreas da arquitectura e engenharia com formação universitária é muito elevado nos dias de hoje. O quadro legislativo que regula a construção é hoje muito mais completo e complexo do que há três décadas, embora em diversas situações com deficiências importantes de coordenação, resultado da existência de inúmeros secto- “O Colégio de Engenharia Civil da Região Norte da Ordem dos Engenheiros elegeu esta questão como uma das prioridades da sua acção, tendo dinamizado sessões de discussão com os colegas da região” res que concorrem para a construção e da dificuldade por parte do Estado em harmonizar toda esta profusão legislativa. Para além disso, continuando o processo de licenciamento de projectos de edificações a ser importante, a intervenção técnica estende-se hoje por outros actos para além desse que interessam regular. Neste contexto é reconhecido e aceite pela generalidade do meio técnico que urge rever profundamente o decretolei n.º 73/73. Naturalmente, a Ordem do Engenheiros concorda com esta posição, tendo relativamente ao assunto uma posição ambiciosa, na medida em que considera que, tendo este decreto uma função estruturante, deve ser a oportunidade para dar um sinal positivo e corajoso das mudanças que urge encetar no sector, no sentido duma clarificação de competências e responsabilidades. Com efeito, nas várias tentativas que se conhecem de revisão do diploma predominou a tentativa de gerir a qual- quer preço o mínimo denominador comum que assegurasse o equilíbrio entre as classes profissionais, com claro prejuízo do resultado, que se limitava em geral a uma reescrita pouco inovadora do diploma em vigor. Neste cenário, da posição do Colégio de Engenharia Civil da Ordem dos Engenheiros sobre esta matéria destacamse os seguintes aspectos: – instituir que o novo decreto sobre a qualificação dos técnicos deve estender-se a mais actos para além da elaboração de projectos, designadamente à direcção de obras, à fiscalização de obras e à coordenação de segurança; – incluir no diploma um conjunto mais alargado de projectos do que os constantes do decreto em vigor, em articulação com a iniciativa legislativa em curso sobre instruções para a elaboração de projectos; – estender as exigências de qualificação dos técnicos não só às obras sujeitas a licenciamento, mas a todas as obras, particularmente às obras promovidas por organismos públicos; – defender que as associações profissionais desenvolvam sistemas dinâmicos de qualificação dos seus técnicos, levando em conta as suas formações académicas, a expe- “No que respeita mais especificamente à elaboração de projectos, pretende-se instituir um conjunto de princípios que venham a ter um efeito dinamizador de boas práticas no sector” riência profissional efectiva e a formação contínua, permitindo a prazo qualificar de forma graduada os profissionais, valorizando no mercado o uso rigoroso dos títulos profissionais; – iInstituir a obrigatoriedade da inscrição dos técnicos, exercendo actividade como Agentes da Administração Pública e empresas concessionárias de serviços públicos nas associações profissionais respectivas, sujeitando-os às mesmas obrigações e deveres dos restantes técnicos nos actos profissionais que praticarem; – obrigar a que a qualificação dos técnicos que apreciam projectos seja no mínimo igual à requerida para a prática do mesmo acto; – instituir para todos os actos praticados por profissionais um acesso graduado que pondere as qualificações escolares e a experiência efectiva dos profissionais, em articulação com a complexidade e valor económico das obras. No que respeita mais especificamente à elaboração de pro- Página 22 TEMA EM DEBATE info info TEMA EM DEBATE Página 23 Para o Colégio de Engenharia Civil da Região Norte a revisão é uma prioridade responsabilidades que lhe estão associadas; – fixar os níveis de qualificação exigidos aos autores de projectos dos vários tipos de obras; – sem prejuízo dos princípios já enunciados, procurar que os mecanismos que os materializam sejam suficientemente flexíveis para que não se traduzam em exigências desmesuradas ou exigindo recursos que poderão ser incompatíveis com alguns tipos de obras, nomeadamente as pequenas. No que respeita mais especificamente à Direcção de Obra: – reforçar a capacidade técnica do Director de Obra e dos seus adjuntos, impedindo-o de delegar funções técnicas em quem não possua qualificação técnica para os actos delegados; – relativamente aos trabalhos de especialidade, para os quais o Director de Obra não tenha habilitação, obrigar à existência de um Adjunto, que deverá ser um técnico habilitado para a parte da obra em questão; – o Director de Obra e os eventuais adjuntos deverão subscrever um termo de responsabilidade relativamente ao cumprimento do projecto que aceitaram executar; – fixar os níveis de qualificação exigidos aos Directores de Obra. “O quadro legislativo que regula a construção é hoje muito mais completo e complexo do que há três décadas, embora em diversas situações com deficiências importantes de coordenação” jectos, pretende-se instituir um conjunto de princípios que venham a ter um efeito dinamizador de boas práticas no sector garantindo aos Donos de Obra uma maior qualidade do resultado final, e ao público em geral uma redução de avarias e dos custos da não qualidade, designadamente: – privilegiar a visão do projecto de um empreendimento como um todo coordenado, levado a cabo por uma equipa multidisciplinar definida no início do processo dos empreendimentos; – instituir a obrigatoriedade da figura de coordenador de projecto, com funções e responsabilidades formais bem definidas; – instituir a revisão de projecto em empreendimentos de dimensão e/ou complexidade, fixando objectivos e o tipo de No que respeita mais especificamente à Fiscalização, definir as competências e responsabilidades do Coordenador da Fiscalização, designadamente: – validar os desenhos de execução comparativamente aos de licenciamento; – confirmar que o projecto executado corresponde ao projecto licenciado; – aprovar os desenhos finais “como construido”; – fixar os níveis de qualificação exigidos aos Coordenadores de Fiscalização. – elaborar um léxico com as definições associadas ao processo construtivo, tendo em conta principalmente os intervenientes, as funções, os actos e as outras definições técnicas, que neste momento se encontram dispersos, descoordenados e muitas vezes com definições incoerentes. O Colégio de Engenharia Civil da Região Norte da Ordem dos Engenheiros elegeu esta questão como uma das prioridades da sua acção, tendo dinamizado sessões de discussão com os colegas da região, que tiveram lugar no Porto, Braga, Vila Real e Viana do Castelo. Estes debates possibilitaram a percepção de muitas dificuldades nesta matéria sentidas pelos colegas no seu quotidiano. Para além disso, o Colégio de Engenharia Civil da Região Norte elaborou e coordenou a produção do documento-base com as orientações e posições da Ordem sobre esta matéria. A insatisfação dos técnicos com o processo de licenciamento de obras O licenciamento de obras tem sofrido múltiplas mutações e processa-se hoje num enquadramento teoricamente mais exigente que deveria conduzir no final a obras de melhor qualidade e em cuja tramitação os requerentes estariam mais defendidos. Com efeito, o quadro regulamentar e normativo tem vindo a alargar-se e a modernizar-se e a legislação confere aos interessados muito mais direitos. No entanto, na prática os frutos não são muito animadores em termos de resultados finais das nossas obras, designadamente das sujeitas a licenciamento. Para este facto contribuem múltiplas causas e nenhum dos intervenientes no processo – Donos de Obras, Projectistas e Entidades Licenciadoras – está isento de culpa. No que concerne às entidades licenciadoras não é legitimo exigir-lhes que sejam muito melhores que os outros intervenientes, mas o poder que detêm permite-lhes em muitos casos ser discricionárias e dessa forma influenciarem de modo muito negativo o processo. À Ordem dos Engenheiros chegam com frequência, de forma mais ou menos formal, queixas sobre diversas actuações tecnicamente incorrectas por parte de Agentes “Parece-nos existir uma contradição entre os orientações nacionais, que procuram regular as apreciações municipais e estabelecer regulamentos técnicos nacionais, e a estratégia de muitos municípios” de Entidades Licenciadoras. Acresce a este aspecto a dificuldade dos técnicos ligados aos projectos e obras encontrarem do lado de muitos técnicos municipais a disponibilidade e a abertura para discutirem num plano técnico aberto as questões, particularmente nos grandes municípios. E o aumento do quadro regulamentar tem contribuído para agravar este estado de coisas. Com frequência, as especificidades e dimensões das obras não são levadas em conta na apreciação e formulam-se exigências que não fazem sentido em determinados tipos de obras. Confrontados com estas situações, há técnicos municipais que são irredutíveis, compelindo os autores dos projectos para subscreverem projectos que de facto sabem que não irão ser cumpridos. Citam-se, apenas com carácter ilustrativo, alguns exemplos: – exigência de verificação do RCCTE por edifícios aos quais o referido regulamento não é de todo aplicável, como arma- Página 24 TEMA EM DEBATE info info VIDA ASSOCIATIVA Página 25 Os engenheiros civis devem divulgar queixas sobre o licenciamento de obras orientações nacionais, que procuram regular as apreciações municipais e estabelecer regulamentos técnicos nacionais, e a estratégia de muitos municípios que procuram a qualquer preço manter um poder excessivo e às vezes discricionário, relativamente à apreciação dos processos sujeitos a licenciamento. “À Ordem dos Engenheiros chegam com frequência, de forma mais ou menos formal, queixas sobre diversas actuações tecnicamente incorrectas por parte de Agentes de Entidades Licenciadoras” zéns sem ocupação humana ou armazenamento de produtos relativamente aos quais não faz sentido levantar a questão da poupança de energia; – exigência de apresentação de projectos objectivamente não aplicáveis às pretensões a construir; – em trabalhos de reabilitação ou de legalização, exigência de apresentação técnica e formal das pretensões em moldes claramente desajustados nesse tipo de obras, por se tratar de obras em que a garantia do cumprimento da legalidade não se pode fazer nos mesmos termos. Por outro lado e inexplicavelmente, à medida que o corpo regulamentar se vai completando e modernizando, assiste-se à profusão de regulamentos municipais avulsos, em muitos casos sobre matérias relativamente às quais há regulamentação nacional recente, o que dificulta o exercício da actividade dos técnicos e não trás qualquer vantagem final às construções. Neste domínio, parece-nos existir uma contradição entre os No contexto atrás referido, parece-nos legítimo formular um conjunto de reflexões/sugestões: – o que pensam os responsáveis pelos municípios e a sua Associação Nacional dos aspectos processuais ligados ao licenciamento e porque não incentivam a sua harmonização a nível nacional? – justifica-se a existência de tantos regulamentos municipais específicos diferentes, alterando alguns aspectos dos regulamentos nacionais, às vezes com grandes diferenças em concelhos vizinhos? – porque não há um esforço de coordenação intermunicipal dos aspectos técnicos, sendo as sugestões positivas remetidas e vertidas para as revisões dos regulamentos nacionais? – sendo expectável que os municípios estejam interessados na qualidade final da construção e na redução do número de avarias, porque não sujeitam por amostragem alguns projectos a verificação integral, comprovando a adequação e qualidade dos projectos licenciados? – não será de incentivar a criação de uma provedoria tecnicamente habilitada à qual os técnicos pudessem recorrer para relatar hipotéticos desmandos das autarquias ou dos seus agentes? A Ordem dos Engenheiros defende um exercício profissional competente e responsabilizado dos profissionais que representa, numa atitude proactiva de melhoria do sector da construção, nos vários planos em que essas iniciativas possam ser consequentes. No Colégio Regional de Engenharia Civil temos consciência de que o processo de licenciamento constitui um dos aspectos de que os técnicos ligados à construção têm mais queixas, constatando-se que este processo pouco contribui para a qualidade final das construções, servindo com frequência para uma discriminação negativa entre os técnicos que mais facilmente conseguem ultrapassar esses falsos obstáculos e os que não o conseguem. Elegemos este tema como um dos assuntos em que é necessário actuar. Os colegas que tenham experiências e contribuições sobre esta matéria são chamados a fazê-las chegar ao Colégio Regional de Engenharia Civil, de forma a que se possam lançar acções em que todos os interessados se revejam. Rotary Clube de Viana do Castelo “Hidrogénio como força motriz” foi o tema da reunião, do dia 12 de Março, do Rotary Clube de Viana do Castelo, iniciativa que contou com a colaboração da Ordem dos Engenheiros e da ESTG-IPVC (Departamento do Ambiente). O moderador Bouça Morais, dos Serviços Profissionais, fez uma breve abordagem dos estudos e progressos desta técnica. Henrique Correia, da BP, enalteceu o uso do hidrogénio e referiu o projecto CUTE (Clean Urban Transport of Europe) e os seus parceiros portugueses IST e STCP. Das intervenções resulta a expectativa de que num futuro próximo (cerca de 10 anos) o hidrogénio virá a ocupar uma percentagem significativa nas fontes de energia utilizadas pela Humanidade. O recém eleito Coordenador do Colégio Regional do Ambiente da OE e docente da ESTG-IPVC, Luís Marinheiro, completou todos os discursos na óptica do ambiente. Esta palestra também serviu de pretexto para que os engenheiros do distrito de Viana do Castelo exprimissem o seu voto de confiança no programa e na equipa de delegados da Lista B eleita para os próximos três anos. II Encontro Galiza – Norte de Portugal de Engenharia Civil, Transportes e Comunicações Nos passados dias 20 e 21 de Maio realizou-se, no Clube Financeiro da cidade galega de Vigo, o II Encontro Norte de Portugal – Galiza de Engenharia Civil, Transportes e Comunicações. Especialistas desta Euroregião, bem como representantes de empresas e instituições portuguesas e espanholas debateram estes temas, marcando presença neste evento promovido conjuntamente entre a Ordem dos Engenheiros – Região Norte e o Colégio de Engenheiros de Caminhos, Canais e Portos da Galiza. Passada a cerimónia de abertura, presidida pela autarca de Vigo, por representantes regionais (galegos) e nacionais (espanhóis), bem como pelo decano do Colégio de Engenheiros de Caminhos, Canais e Portos da Galiza, Eng. Manuel Paramo Neyra, e do presidente do Conselho Directivo da Região Norte da Ordem dos Engenheiros, Eng. Gerardo Saraiva de Menezes, seguiram-se intervenções de altíssimo nível. Destacam-se neste encontro a presença de vários engenheiros portugueses, especialistas nas diversas áreas de actuação, tais como: Eng. Castanho Ribeiro (REFER) e Eng. José Pires da Fonseca (CP), no Transporte Ferroviário; Eng. Álvaro Costa (FEUP) e Eng. Leonel Horta Ribeiro (ANA), nos Aeroportos; Dr. João Pedro Araújo (CPL) e Eng. Brogueira Dias (APDL), nos Portos; Eng. Matos de Almeida (OE), Eng. Paulo Pereira (UM), Eng. Jorge Spraley Ferreira (BRISA) e Eng. Luís Roda (VIA VERDE), na Rede Viária. Durante a celebração deste encontro, analisou-se a situação actual das infraestruturas, transportes e comunicações no Norte de Portugal e na Galiza, pois que sendo estas questões de grande actualidade para o desenvolvimento dos dois países e da Euroregião em causa, são também de grande interesse dos engenheiros de ambos os lados da fronteira. Acresce ainda a importância do comboio de alta velocidade que ligará ambas as regiões, bem como as ligará ao resto da Península Ibérica e Europa central. Este II Encontro, cuja comissão executiva foi presidida pelo Eng. Juan Página 26 VIDA ASSOCIATIVA Luís Rios, deu continuidade ao celebrado em Junho de 2002 no Porto, Portugal. A conferência de encerramento foi assegurada pelo Eng. Luís Valente de Oliveira que reforçou a importância da inter-comunicabilidade a todos os níveis desta Euroregião. Dada a diversidade de temas, as conclusões do Encontro foram dividas pelas seguintes áreas: Transporte Ferroviário – Imprescindível a prioridade de linha férrea de alta velocidade entre Vigo e Porto, com paragem no Baixo Minho como elemento vertebrador da Euroregião. Com este fim, é necessário acelerar os estudos informativos e os projectos para haver acesso a fundos estruturantes provenientes da União Europeia. – No mesmo sentido, seria conveniente alcançar acordos que incrementem e facilitem o transporte de mercadorias na Euroregião em condições de interoperabilidade do material de tracção. – A rede férrea de mercadorias na zona de Vigo e Porto deveriam melhorar a sua conectividade com os porto marítimos, as zonas francas e as distintas zonas industriais. Aeroportos – A existência de quatro aeroportos na Euroregião torna importante uma planificação conjunta, que dentro de uma estratégia de competitividade e de colaboração se estudem os seguintes aspectos: Especialização dos aeroportos; Localização dos voos de longa distância; Captação de companhias de “baixo custo”; Melhoria das comunicações terrestres com os aeroportos; e Estudo de transporte de mercadorias de alto valor e de produção local (peixe, marisco, etc.) Portos de mar info – Os previsíveis condicionalismos progressivos de navegação pelo Canal da Mancha, fazem possibilitar o estudo da existência de um único grande Porto de mar no corredor Atlântico para a Europa. – Os Portos de mar da Euroregião devem coordenar-se no sentido de serem competitivos com a actual pujança comercial dos Portos do Mediterrâneo. – Um problema detectado é a escassez de superfície de alguns Portos da Euroregião para manipular e conseguir valor acrescentado das cargas e mercadorias em geral. Este problema carece de soluções urgentes para o futuro e viabilidade dos respectivos Portos de Mar. Rede Viária – Actualmente está alcançado o objectivo da comunicação nos eixos principais mediante a rede existente de auto-estradas e vias rápidas. Tornase então necessário completar a rede viária secundária, fundamentalmente, nas margens do Rio Minho e suas conexões – Compatibilizar, entre outros, os sistemas de pagamento nas auto-estradas com portagem. – Necessário definir actuações concretas nos pontos viários onde possam ocorrer saturações de tráfego, principalmente nos grandes núcleos urbanos. – Nas grandes cidades (Corunha, Grande Porto, Vigo e Rias Baixas, Braga e Baixo Minho) definir novos itinerários e potenciar o transporte público. Ficou definido que o III Encontro Norte de Portugal – Galiza de Engenharia Civil se realizará em Maio de 2006, em Braga, Portugal. Actividades cartográficas info em debate Realizou-se no dia 30 de Abril de 2004, na sede regional da Ordem, um debate entre os membros do colégio de Engenharia Geográfica, sobre as propostas de legislação apresentadas pelo Instituto Geográfico Português, relativas ao exercício de Actividades Cartográficas. O debate contou com a presença do presidente do colégio, tendo participado cerca de 20 membros do colégio regional (efectivos e estagiários). Foram debatidos os diferentes aspectos relativos à proposta, assim como a interacção com outras especialidades de Engenharia directamente interessadas nas actividades de produção de cartografia e topografia. Homenagem a Manuel Corrêa de Barros Júnior No próximo dia 7 de Outubro realiza-se uma homenagem ao Professor Manuel Corrêa de Barros Júnior (7/10/190428/4/1991). Este evento, que marca simbolicamente a celebração do seu centésimo aniversário, vai servir de pretexto para recordar alguns elementos da biografia de um engenheiro que marcou a sua época e que influenciou com o seu ensino e com o seu exemplo a carreira de muitos dos seus alunos na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Manuel Corrêa de Barros Júnior possuía duas licenciaturas em engenharia – Civil (1928) e Electrotécnica (1929) – e ao longo da sua vida desenvolveu uma vasta carreira profissional e académica que o levou a desempenhar os mais altos cargos docentes e administrativos na Universidade do Porto. Para além do seu longo percurso dedi- e um funcionário exemplar cado ao ensino e à vivência da engenharia como profissão, traduzida em muitas publicações, há que evidenciar outros interesses intelectuais do Professor Manuel Corrêa de Barros, que o levaram a publicar um curso de Filosofia Tomista ministrado aos membros da Juventude Universitária Católica em 1942, e a publicar em 1982 um último livro – “Reflexões de um Estudioso de S. Tomás de Aquino” –, análise racional de algumas situações científicas, técnicas e sociais do seu tempo e síntese das suas reflexões pessoais influenciadas pela filosofia de S. Tomás de Aquino. De facto, o trabalho do Professor Manuel Corrêa de Barros pode ser caracterizado por mulifacetado. Como docente dedicou-se a diversos campos da Engenharia Civil e da Engenharia Electrotécnica; a sua actividade profissional ocorreu fundamentalmente na época pioneira da electrificação nacional, deparando-se com muitos desafios técnicos que tiveram fortes implicações industriais; e na sua actividade intelectual actuou nos domínios da Filosofia e das Belas-Letras. Joaquim Vilarinho Soares Santos (1949-2004) Perdemos um amigo O mês de Agosto foi marcado por uma notícia inesperada e chocante: o falecimento do Senhor Joaquim Vilarinho Soares Santos, Chefe de Serviços da Região Norte da Ordem dos Engenheiros e figura incontornável da nossa instituição. Nascido a 26 de Maio de 1949, na freguesia de Ramalde (Porto), o Senhor Vilarinho, nome pelo qual era conhecido entre nós, iniciou a sua actividade profissional na Ordem dos Engenheiros – Região Norte no dia 1 de Julho de 1967. Ao longo dos 35 anos em que esteve connosco demonstrou sempre um conjunto de qualidades pessoais e profissionais ímpares: uma grande simpatia e afabilidade no trato, uma disponibilidade permanente, uma seriedade inabalável, um rigor e um profissionalismo sem falhas. Era não só o fiel depositário da “memória” da Ordem dos Engenheiros no Norte, que procurava manter viva com esmero e paixão, mas também um profundo conhecedor das leis, dos regulamentos e dos procedimentos administrativos internos, a quem recorríamos, inevitavelmente, para esclarecer dúvidas ou encontrar as soluções para os problemas VIDA ASSOCIATIVA Página 27 mais diversos. Todos nós beneficiamos, de forma directa ou indirecta, das suas qualidades pessoais, das suas competências profissionais e da sua longa experiência, que colocou empenhadamente ao serviço da nossa associação e dos seus membros. Tendo convivido com mais de uma dezena de corpos dirigentes, sempre foi capaz de se adaptar aos diferentes estilos e modelos de gestão que a Ordem dos Engenheiros – Região Norte conheceu ao longo das três últimas décadas e de aderir aos projectos associativos que cada um deles tentou desenvolver. Nos últimos 6 meses, confrontado com as ideias e as propostas de mudança e de reforma institucional veiculadas pelo actual Conselho Directivo, o Senhor Vilarinho demonstrou, mais uma vez, a sua grande abertura e disponibilidade, identificando-se e associando-se com entusiasmo ao nosso objectivo de tornar a Ordem dos Engenheiros numa instituição cada vez mais prestigiada, mais eficaz e mais próxima dos seus membros e mais activa na defesa dos interesses e na dignificação dos Engenheiros e da Engenharia da região e do País. A sua perda prematura é, pois, para nós, um motivo de grande tristeza e de profundo pesar. Perdemos um amigo e um funcionário exemplar, um homem bom a quem muito ficamos a dever. Obrigado Senhor Vilarinho. Luís Ramos Vice-Presidente do Conselho Directivo da Região Norte Página 28 AGENDA info HOMENAGEM 7 OUTUBRO. SEDE DA ORDEM DOS ENGENHEIROS REGIÃO NORTE. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA Homenagem ao Prof. Corrêa de Barros (7/10/1904-28/4/1991) Terá lugar pelas 18h do dia 7 de Outubro, no Auditório da Sede da Ordem dos Engenheiros – Delegação Norte, uma sessão de homenagem ao Professor Manuel Corrêa de Barros Júnior por ocasião do seu centenário de nascimento. Um conjunto de personalidades ligadas à vida académica, profissional, cultural e familiar do homenageado produzirá intervenções a destacar os factos mais marcantes e as principais qualidades do Professor. No final da sessão será oferecido um Porto de Honra. CONGRESSOS E SEMINÁRIOS 21 E 22 OUTUBRO. CENTRO DE CONGRESSOS DE LISBOA. ORDEM DOS ENGENHEIROS Congresso Nacional da Ordem dos Engenheiros 7 E 8 DE OUTUBRO. UTAD. COMISSÃO DE DINAMIZAÇÃO E O NÚCLEO DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS (EARN) DA UTAD Seminário “Desenvolvimento e Ambiente: Novos Desafios para o Século XXI” Em torno do tema “Desenvolvimento e Ambiente: Novos Desafios para o Século XXI”, a Comissão de Dinamização e o Núcleo de Estudantes de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais (EARN) da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD), promovem um seminário, que decorre nos dias 7 e 8 de Outubro. As sessões científicas, a cargo de individualidades de qualidade científica reconhecida, serão dedicadas a assuntos como a Preservação de Recursos Naturais, Avaliação Ambiental, Tratamento de Efluentes Líquidos e Gestão de Resíduos. Durante o seminário também serão apresentados projectos realizados por alunos finalistas do curso de Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais. De uma forma complementar, e com a colaboração da Associação dos Antigos Alunos da UTAD, decorrem as comemorações do 10º aniversário da licenciatura em Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais, no dia 9 de Outubro, em que se realiza uma Mesa Redonda, intitulada “Formação em EARN: expectativas profissionais”, com a presença de actuais e antigos alunos de EARN, oportunidade para intercâmbio de experiências e vivências profissionais e pessoais. Mais informações em: home.utad.pt/~neamb 7 A 9 OUTUBRO. ANGRA DO HEROÍSMO. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ENGENHEIROS ZOOTÉCNICOS XIV Congresso de Zootecnia A Associação Portuguesa de Engenheiros Zootécnicos (APEZ), contando mais uma vez com o apoio da Ordem dos Engenheiros, vai realizar na Universidade dos Açores, em Angra do Heroísmo, o XIV Congresso de Zootecnia, sob o tema “A Zootecnia – O Futuro”, de 7 a 9 de Outubro. Especialistas de renome nacional e internacional abordarão diversos temas: Nutrição e Alimentação, Reprodução Animal, Grandes Ruminantes, Pequenos Ruminantes, Bemestar Animal, Economia Agrária, Aquacultura, Produção Animal e Ambiente e Genética e Melhoramento Animal. Os trabalhos apresentados durante o congresso poderão ser publicados na “Revista Portuguesa de Zootecnia”, que é da responsabilidade editorial da APEZ. 18 E 19 OUTUBRO. FEUP. FEUP Fórum sobre a cultura científica A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) vai realizar, a 18 e 19 de Outubro, um Fórum de reflexão sobre a cultura científica. Neste primeiro Fórum Ciência propõe-se uma reflexão sobre o estado preocupante da cultura científica em Portugal, a qualidade e solidez da formação científica ministrada no ensino, a defesa do espírito científico e do espírito crítico, o rigor na transmissão e análise da informação e a consciência social de que, sem ciência e espírito de rigor, não há progresso. 20 A 23 OUTUBRO. FORTE DE S. FRANCISCO (CHAVES) DEPARTAMENTO DE PLANTAS DA UTAD 3rd International Chestnut Congress Organizado pelo Departamento de Plantas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), juntamente com um comité organizador que integra outras universidades de Portugal, Espanha, Itália e Grécia, decorre nos dias 20, 21, 22 e 23 de Outubro, no Forte de S. Francisco, em Chaves, o 3rd International Chestnut Congress. Este congresso reúne dezenas de investigadores ligados à produção e às doenças do castanheiro de diversos países e integra palestras, posters, debates e visitas guiadas a locais da região transmontana associados ao cultivo do castanheiro, entre outras actividades. Mais informação em: www.utad.pt/eventos/chestnutcongress/index.html info 28 E 29 OUTUBRO. LEÇA DA PALMEIRA. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA DO AMBIENTE E COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA CIVIL I Congresso sobre Construção Sustentável Nos dias 28 e 29 de Outubro, na EXPONOR, em Leça da Palmeira (Matosinhos) tem lugar o I Congresso sobre Construção Sustentável, estando a organização a cargo do Conselho Regional Norte do Colégio de Engenharia do Ambiente (CRNCEA) da Ordem dos Engenheiros, da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC) e do Núcleo Regional Norte (NRN) da Associação Portuguesa de Engenheiros do Ambiente (APEA). Pretendendo constituir um fórum de reflexão sobre a temática da Construção Sustentável, a realização do evento tem como principais objectivos abordar o estado da arte sobre a Construção Sustentável em Portugal e na Europa; potenciar o conhecimento do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável; debater aspectos de regulamentação, regime jurídico e certificação associados às actividades de construção e obras públicas; discutir a problemática da construção bioclimática; constitui um espaço de reflexão sobre estratégias de gestão integrada de resíduos da construção e demolição; apresentar conhecimentos e desenvolvimentos científicos, inovações, tecnologias e recursos disponíveis no âmbito da Construção Sustentável e promover o intercâmbio de experiências entre profissionais do sector. Durante o I Congresso vão ser abordados temas gerais e especiais, obedecendo sempre à temática de enquadramento que é o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável e Construção Sustentável. 12 E 13 NOVEMBRO. UTAD. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESTUDANTES DE AGRICULTURA I Jornadas de Etnobotânica A Associação Portuguesa de Estudantes de Agricultura (APEA) vai realizar, nos dias 12 e 13 de Novembro, Aula Magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), as I Jornadas de Etnobotânica, subordinadas ao tema Perspectivas Interdisciplinares para o Uso Sustentável dos Recursos Vegetais. A realização deste evento pretende divulgar os recursos vegetais com boas perspectivas de exploração económica e de valorização patrimonial quer no presente quer no futuro. Conjuga-se a riqueza dos conhecimentos da população rural portuguesa sobre a flora e o fraco desenvolvimento da área disciplinar da Etnobotânica. Este evento ocorre no seguimento de várias iniciativas levadas a cabo por esta associação nos domínios técnico e científico, algumas das quais em estreita ligação com o Colégio de Engenharia Agronómica. É neste quadro de aproximação da Ordem aos alunos das AGENDA Página 29 licenciaturas acreditadas, que o referido Colégio da Região Norte vai estabelecer um programa conjunto de iniciativas para o próximo triénio. 12 E 13 NOVEMBRO. UTAD. DIVISÃO DE QUÍMICA ORGÂNICA DA SOCIEDADE PORTUGUESA DE QUÍMICA Simpósio sobre “Corantes e Pigmentos Orgânicos” A Divisão de Química Orgânica da Sociedade Portuguesa de Química promove na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a 12 e 13 de Novembro, um simpósio subordinado ao tema “Corantes e Pigmentos Orgânicos”. O encontro tem duas lições plenárias, várias lições convidadas e comunicações em painel. Duas das lições convidadas serão escolhidas entre os resumos apresentados para comunicação. Pretende-se abranger um leque alargado de tópicos de grande interesse nesta área: fenómenos crómicos, corantes naturais e sintéticos, corantes funcionais, compostos fotocrómicos, corantes para aplicações médicas, etc. Além do carácter informativo, esta iniciativa é também um local privilegiado de encontro e de debate de temas de interesse comum para a comunidade desta área científica. No dia último dia do simpósio, estão previstas duas Sessões Experimentais, especialmente destinadas a professores do Ensino Secundário, que decorrem em simultâneo para um número limitado de participantes. Os interessados serão informados com antecedência sobre a sua inscrição na Sessão Experimental. Mais informação em: www.utad.pt/pt/eventos/simposio_corantes/index.html 17 A 19 NOVEMBRO. FEUP. GRUPO PORTUGUÊS DO BETÃO ESTRUTURAL Encontro Nacional Betão Estrutural 2004 Durante os dias 17, 18 e 19 de Novembro realiza-se o Encontro Nacional Betão Estrutural, que terá por palco as instalações da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), dando assim seguimento aos encontros bianuais que o Grupo Português do Betão Estrutural (GPBE) promove há duas décadas. Este evento, organizado pelo GPBE e pela FEUP, servirá de pretexto para que investigadores, projectistas, construtores, fabricantes e fornecedores de materiais ligados à área das estruturas de betão discutam os enormes desafios que actualmente se colocam ao sector da construção, os mecanismos de inovação técnica das empresas, e o apoio das Instituições de I & D ao sector da construção. Apresentação de trabalhos, exposições técnicas, visitas a obras, sessões temáticas e um concurso para jovens engenheiros e alunos finalistas complementam o programa do BE2004. 19 E 20 NOVEMBRO. UTAD. ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES Página 30 AGENDA info DE AGRICULTURA II Jornadas de Bovinicultura Organizadas pela Associação Internacional de Estudantes de Agricultura (IAAS), as II Jornadas de Bovinicultura decorrem na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), nos dias 19 e 20 de Novembro. A realização desta segunda edição, novamente nesta instituição de ensino, pretende, na opinião dos organizadores, perpetuar e reforçar o estatuto que estas jornadas adquiriram não só em Portugal, mas no estrangeiro, privilegiando também o IAAS e a UTAD. Mais informações em: www.utad.pt/~iaas 13 A 15 DEZEMBRO. FEUP. SECÇÃO DE CONSTRUÇÕES CIVIS DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA FEUP 2º Congresso Nacional de Construção A Secção de Construções Civis do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, apoiada pelo Instituto da Construção, realiza, de 13 a 15 de Dezembro, o 2º Congresso Nacional de Construção – Construção 2004, sob a temática “Repensar a Construção”. Urbanismo e Arquitectura; Regulamentação e Normalização; Gestão, Informação e Qualidade; Materiais e Reciclagem; Física das Construções; Tecnologias Construtivas e Patologia e Reabilitação são os temas do Congresso. No decorrer do evento está patente uma exposição de materiais, tecnologias e realizações recentes na área da construção. ENCONTROS DE DEBATE 4 NOVEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA CIVIL Tansferência de Riscos de Responsabilidade Profissional da Actividade de Engenharia. O Papel dos Seguros. O Colégio Regional de Engenharia Civil vai promover, no dia 4 de Novembro, uma acção aberta a todas as especialidades de Engenharia, com o objectivo de esclarecer as responsabilidade pendentes a cada uma delas e dar a conhecer as soluções actualmente disponíveis no mercado segurador. O evento, que tem como tema: Tansferência de Riscos de Responsabilidade Profissional da Actividade de Engenharia. O Papel dos Seguros, tem lugar no Auditório da sede regional, e conta com a presença do Engenheiro Carlos Rhodes. A organização desta iniciativa tem como reflexo a preocupação da Ordem dos Engenheiros – Região Norte face à importância que esta matéria tem para o exercício da profissão e às escassas informações que existem. O aumento das responsabilidades cometidas aos engenheiros no exercício da sua actividade profissional, e a necessida- de cada vez mais exigente de prestação de garantias eficazes junto dos consumidores, tornou indispensável a contratação de apólices de seguro adequadas. Contudo, a conjugação de diversos factores com destaque para a incompreensível passividade do Estado de quem se aguarda há 13 anos a publicação da portaria regulamentar do seguro de projecto, têm contribuído para o fraco desenvolvimento do mercado segurador nacional nesta área. 10 NOVEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA CIVIL Coordenação de Segurança na Construção – a perspectiva da Ordem dos Engenheiros 17 NOVEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA CIVIL A Revisão do 73/73 – a perspectiva da Ordem dos Engenheiros 18 NOVEMBRO. BRAGA. DELEGAÇÃO DISTRITAL DE BRAGA O Diploma 12/2004 – Alvarás – Implicações profissionais para os Engenheiros FORMAÇÃO 11 A 15 OUTUBRO. UTAD. ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES DE AGRICULTURA Curso de Formação sobre Projectos Florestais A Associação Internacional de Estudantes de Agricultura (IAAS), com o apoio do Departamento Florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), realiza nesta universidade, de 11 a 15 de Outubro, um curso de formação sobre Projectos Florestais, na especialidade de Cartografia e Elaboração. Este curso terá como sub-temas: Levantamentos perimetrais; Cartografia detalhada e Apresentação de candidaturas. As inscrições decorrem até 4 de Outubro. Mais informações em: www.utad.pt/~iaas 3 E 13 NOVEMBRO E 11 E 18 DEZEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Cursos de Ética e Deontologia Profissional A Ordem dos Engenheiros – Região Norte tem vindo a promover cursos de Formação Ética e Deontologia Profissional, tendo como objectivo a transmissão de valores e princípios inerentes ao exercício da profissão de engenheiro e a divulgação de casos relacionados com essa mesma actividade. O programa dos cursos englobam temas como a Ética, info Moral e Direito; Deontologia Profissional; Ordem dos Engenheiros – sua natureza jurídica, razão de ser, finalidade e organização; Direito Disciplinar dos Engenheiros; Estudo das Normas do Estatuto e do Regulamento Disciplinar. Desde Janeiro de 2002 que os cursos são uma componente obrigatória dos estágios de admissão à Ordem dos Engenheiros. Deste modo, qualquer membro estagiário que se tenha inscrito depois de 1 de Janeiro só será admitido como membro efectivo após a frequência, com aproveitamento, do curso. Os próximos cursos realizam-se nos dias 6 e 13 de Novembro e 11 e 18 de Dezembro e têm a duração de 10 horas. O número de vagas é limitado, sendo as inscrições consideradas pela data de recepção na Ordem dos Engenheiros – Região Norte. 5 NOVEMBRO 2004 A 5FEVEREIRO 2005. FEUP. FEUP Curso de Especialização em Segurança no Trabalho da Construção – Gestão e Coordenação A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) promove um curso de Especialização em Segurança no Trabalho da Construção – Gestão e Coordenação, de 5 de Novembro de 2004 a 5 de Fevereiro de 2005, equivalendo a uma duração total de 120 horas de aulas e a 80 horas para elaboração de um Projecto Individual a desenvolver fora das aulas, que deverá ser apresentado até 6 de Maio de 2005. O curso realiza-se à sexta-feira, das 9h-13h e 14h-18h, e aos sábados, 9h-13h, e em alguns casos também no período da tarde. O objectivo é formar técnicos superiores especializados para qualificação no domínio da gestão e coordenação da segurança e saúde no trabalho da construção e destina-se preferencialmente a licenciados em Engenharia e Arquitectura e bacharéis em Engenharia. O curso está estruturado de acordo com o “Projecto de Decreto-Lei sobre o exercício da coordenação em matéria de segurança e saúde na actividade de construção de edifícios e engenharia civil, prevista no Decreto-Lei n.º 273/2003, de 29 de Outubro”, publicado em separata do Boletim de Trabalho e Emprego, de 13 de Abril, do MSST. As candidaturas devem dar entrada no Secretariado do curso na FEUP até 22 de Outubro, e deve constar de uma ficha de inscrição (disponível em www.fe.up.pt/formacao), acompanhada de certificado de habilitações com data de conclusão e média final, CV resumido (2-3 págs), fotocópia do B.I. e foto pessoal. 2004-2005. ESCOLA SUPERIOR DE BIOTECNOLOGIA. ESCOLA SUPERIOR DE BIOTECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA Formação Avançada A Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica AGENDA Página 31 Portuguesa vai promover, ainda este ano ou no início de 2005, mestrados e pós-graduações. Gestão de Qualidade (pós-graduação), Segurança Alimentar (mestrado/pós-graduação), Enologia (mestrado/pós-graduação), Inovação e Indústria Agro-Alimentar (mestrado/pós-graduação), Microbiologia Aplicada (mestrado/pós-graduação) e Master in Business and Engineering serão os cursos ministrados. Mais informações contactar a Escola Superior de Biotecnologia: 225580076 ou [email protected] ATÉ MAIO DE 2006. UTAD. INSTITUTO DE TRÁS-OS-MONTES PARA A INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO AGRO-INDUSTRIAL Formação Profissional na Região Demarcada do Douro Até Maio de 2006 decorre no Douro Vinhateiro Património Mundial o projecto Plano de Formação para o Desenvolvimento da Região do Douro, no âmbito das Acções Integradas de Base Territorial – Empregabilidade (AIBTs) – Medida 2.5 do Programa Operacional da Região Norte. Trata-se de um projecto financiado pelo Fundo Social Europeu e Estado Português, promovido pelo Instituto de Trás-osMontes para a Investigação e Desenvolvimento AgroIndustrial (ITIDAI), sendo a entidade formadora a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e com pontual parceria a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). O plano de formação é composto por um total de 19 cursos de formação, que tem como objectivo a melhor valorização profissional em diferentes áreas de actuação, entre as quais a agricultura, a empresarial, o turismo, a saúde e de todo o património natural, cultural e paisagístico, para o desenvolvimento da Região do Douro. Os cursos decorrem no Campus Universitário da UTAD, com conteúdos teóricos e práticos estrategicamente definidos, com uma rigorosa selecção de formadores especializados e com todas as condições necessárias para proporcionar a todos os participantes uma formação de qualidade e por conseguinte um plano de formação único e de sucesso. Mais informações em: www.utad.pt/pfdrdouro/index.html VISITAS TÉCNICAS 12 OUTUBRO. PORTO. ESPECIALIZAÇÃO EM TRANSPORTES E VIAS DE COMUNICAÇÃO Visita ao Metro do Porto A Especialização em Transportes e Vias de Comunicação, contando com o apoio da Empresa do Metro do Porto, realiza no dia 12 de Outubro, uma visita ao Metro Ligeiro do Porto. Os interessados em participar nesta iniciativa devem dirigir-se à Ordem dos Engenheiros para efectuar a inscrição, estando estas limitadas a 30 participantes. Página 32 AGENDA info O local de concentração para a visita é a estação intermodal de Campanhã, do Metro do Porto, às 10 horas da manhã, estando os horários conjugados com os dos comboios Alfa da CP: Lisboa/ Porto/ Lisboa. Quinze minutos mais tarde iniciase o trajecto em túnel Campanhã/Trindade, com visita às estações do Campo 24 de Agosto e Trindade (arquitectura e instalações electromecânicas), seguido do trajecto à superfície Trindade/Senhora da Hora/Matosinhos. Os participantes seguem para a cantina do PMO de Guifões, onde será servido o almoço. À tarde decorre a apresentação do projecto do Metro do Porto e a visita do PMO e PCC. O regresso à estação intermodal de Campanhã está marcado para as 18 horas. 15 OUTUBRO. EL FERROL. ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Visita de estudo ao Porto de Mar em ampliação de Ferrol (Galiza) A Ordem dos Engenheiros – Região Norte promove a 15 de Outubro uma visita de estudo ao Porto de Mar em ampliação de Ferrol, na Galiza. A saída do autocarro do Porto, mais precisamente da Praça Francisco Sá Carneiro, junto ao Café Bom Dia, é às 8 horas, devendo chegar a Braga, à Praça Conde de Agrolongo, junto à Igreja do Pópulo, uma hora mais tarde. Depois de uma paragem em Valença, o autocarro parte às 10 horas em direcção a El Ferrol. Ao meio-dia os visitantes são recebidos pelo Colegio de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos - Galiza e uma hora depois é servido o almoço. Da parte da tarde, dá-se a visita ao Porto Marítimo de El Ferrol, orientada pelo Exmo. Presidente do Porto Marítimo e acompanhada pelo Exmo. Presidente do Colegio de Ingenieros de Caminos, Canales y Puertos – Galiza, Sr. Ing. Manuel Paramo Neyra). A saída de El Ferrol, em autocarro, de regresso a Valença, Braga e Porto, é às 17 horas. O prazo das inscrições é até 6 de Outubro, sendo estas limitadas a 50 participantes e com o custo de 25 euros. Mais informações contactar: [email protected] CULTURA E LAZER 14 OUTUBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Inauguração da exposição de pintura de Isabel Leite 16 OUTUBRO. AMARANTE GOLF CLUB. COLÉGIO REGIONAL DE ENGENHARIA CIVIL Clínica de Golfe O Colégio Regional de Engenharia Civil promove no dia 16 de Outubro a Clínica de Golfe, a decorrer no campo do Amarante Golf Club. O programa do evento é composto por um almoço no restaurante do Club House. Logo após a apresentação do profissional de ensino aos participantes com distribuição de grupos pelo Driving Range e Putting Green, inicia-se a introdução prática ao golfe, com o ensino dos pontos básicos deste desporto: pontaria, pega, postura, stance, alinhamento e posição de bola. Ao meio da tarde é realizada uma competição de Putting entre os participantes e, por fim, a entrega de um livro com as regras de golfe aos vencedores da competição. O número máximo de participantes é de 25 e os primeiros inscritos terão condições preferenciais. A data limite das inscrições é 30 de Setembro e deverão ser feitas por correio electrónico [email protected], indicando o assunto Clínica de Golfe. 11 E 25 NOVEMBRO. FEUP. COMISSARIADO CULTURAL DA FEUP Instrumentos no Jazz Os dois concertos de encerramento do Ciclo de Concertos Comentados, intitulado “Instrumentos no Jazz”, que teve início a 12 de Maio e que foi organizado pelo Comissariado Cultural da FEUP, decorrem nos dias 11 e 25 de Novembro. Fátima Serro, Kiko, Susana Baldaque nas vozes, Paulo Gomes no piano, José Lima no contrabaixo e Mário Teixeira na bateria preenchem o cartaz “A Voz no Jazz”, do dia 11 de Novembro. O último concerto, “A Bateria no Jazz”, conta com a presença de Bruno Pedroso na bateria, Jorge Reis no saxofone, Paulo Gomes no piano e Nelson Cascais no contrabaixo. Os encontros têm lugar no Auditório da FEUP, às 18 horas, e a entrada é livre. 12 NOVEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Inauguração da exposição de pintura de Natália Santos 2 DEZEMBRO. SEDE ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE. ORDEM DOS ENGENHEIROS – REGIÃO NORTE Inauguração da exposição de pintura de Julieta Aguiar