Considerações sobre o uso de B7 em veículos PETROBRAS Março/2014 Cenário Internacional • Europa – 2009 - Autorizado uso de misturas B0 a B7 – 2010 - Todos veículos novos vendidos na UE compatíveis com B7 • Europa e EUA – Diferenças em relação ao Brasil: • Especificação do B100 • Forma de aquisição do B100 • Local de formulação da mistura • Certificação da mistura Situação EUA • A U.S. Environmental Protection Agency (EPA) possui um conjunto de normas e procedimentos para verificação de validade e autenticidade dos Renewable Identification Numbers (RIN) gerados dentro de regras desta agência. • A RFS exige que toda parte obrigada emita relatórios trimestrais à EPA de sua atividade, seja esta a atividade de produção, importação, mistura, dentre outras. • Toda certificação de qualidade de produto carregado em caminhões em terminais públicos é feita por companhias inspetoras, que emitem um certificado de qualidade atestando que o produto contém biocombustível, bem como o percentual deste contido naquele embarque. • Todo relatório emitido pela parte obrigada precisa ser atestado por auditor independente, que verifica a sua autenticidade. Situação França • Controles e levantamentos da qualidade são realizados regularmente nas refinarias, terminais, bases e estações de serviços, garantindo as especificações dos produtos disponibilizados ao consumo e sendo o distribuidor responsável pela qualidade do combustível. • Biodiesel incorporado ao óleo diesel possui o certificado de sustentabilidade. Cada elo da cadeia é responsável para com os critérios de sustentabilidade do produto que ele entrega ao operador seguinte. Situação Alemanha Verificação da qualidade do B100 é feita por autoridades alfandegárias, sendo a violação da especificação tratada administrativamente e também como crime fiscal. AGQM - Arbeitsgemeinschaft Qualitätsmanagement Biodiesel e.V. • Associação fundada em 1999 na Alemanha com o objetivo de prover gestão da qualidade para os principais produtores e traders de biodiesel • Sistema de gestão da qualidade oferecido pela AGQM engloba: – Definição de requisitos adicionais de qualidade, em relação à especificação européia vigente para o B100; – Verificações independentes da qualidade por prestadores de serviço externos; – Diretrizes para verificações internas da qualidade e documentação; – Suporte técnico e consultoria; – Testes interlaboratoriais. • Realiza campanhas de verificação da qualidade e estudos • Possui lista de No-Harm de aditivos antioxidantes http://www.agqm-biodiesel.de/en Campanha de amostragem AGQM 2012 Estabilidade à Oxidação *revisão em nov/2012 Grande maioria dos resultados > 8,0h, mesmo para campanhas anteriores à aplicação da EN 14214:2012 (C1 a C5) Campanha de amostragem AGQM 2012 Teor de Água Apesar do limite da EN 14214 de 500 mg/kg, grande maioria dos resultados < 220 mg/kg Campanha de amostragem 2012 Contaminação total Grande maioria dos resultados < 20 mg/kg Avaliação de alterações da qualidade do B100 ao longo da cadeia logística Referência: http://www.agqm-biodiesel.de/files/9513/2999/1436/20120130_Lifespan_english_fin.pdf Avaliação de alterações da qualidade do B100 ao longo da cadeia logística • Objetivo do estudo Inspecionar potenciais mudanças no B100 ao longo de todo o seu tempo de vida e os impactos prováveis sobre a qualidade da mistura final. • Avaliadas mostras de B100, óleo diesel e B7. • 9 amostras de B100 avaliadas quanto estabilidade à oxidação e teor de água apresentavam boa qualidade quanto a esses parâmetros: – – • • Estabilidades entre 8,7 e 10,4 Teores de água entre 123 e 223 Níveis de esteril glicosídeos e esteril glicosídeos acilados no B100 se mostraram compatíveis com valores observados em teste de campo. Identificada grande variabilidade da filtrabilidade dos B100. • Resultados não permitiram estabelecer correlação entre a filtrabilidade do B100 e a da mistura. Mesmo os casos de B100s de filtrabilidades deficientes, a filtrabilidade do diesel aparentou ser decisiva para a da mistura final. • No caso desse estudo, da produção do B100 à estocagem e distribuição, até a mistura com o óleo diesel, não foram detectadas alterações críticas nos teores de contaminantes (água, esteril glicosídeos e esteril glicosídeos acilados), na distribuição de tamanhos de partículas ou na filtrabilidade. Cenário Nacional • 2004 – Início da incorporação de 2% de biodiesel. • 2008 - Início da incorporação de 5% de biodiesel. • 2010 – Início da discussão da elevação do teor de biodiesel. Considerado de implantação mais viável Ponto de convergência para aceitação pelos diversos atores envolvidos no setor Trabalhos realizados pela Petrobras Uma grande quantidade de estudos envolvendo o biodiesel e suas misturas com o óleo diesel foram realizados pela PETROBRAS desde o início do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). Considerando as mudanças ocorridas nos últimos anos na especificação brasileira do óleo diesel e, de modo a se ter representatividade dos resultados frente aos combustíveis atualmente comercializados no Brasil, serão apresentados a seguir trabalhos conduzidos com misturas de óleos diesel S10 e S500 com biodiesel. Trabalhos realizados pela Petrobras • Teste de campo com S500 B5 em veículos (biodiesel de soja e de mamona) – Programa nacional de testes. – 100.000 km em veículos Ford Ranger dotados de sistema tipo Common Rail (PROCONVE P5). – Desempenho do B5 de soja e de mamona equivalente ao do óleo diesel (potência, consumo, emissões e durabilidade). Trabalhos realizados pela Petrobras • Desempenho a frio de S50 e S500 - B5, B7 e B10 (biodiesel de soja e de sebo-soja 85:15) – Ponto de Névoa (ASTM D5771) e Ponto de Entupimento de Filtro a Frio (ASTM D6371): Sem alterações significativas ou efeitos negativos – Ponto de Fluidez biodiesel (ASTM D5950): Tendência de queda com teores crescentes de – Temperatura Inicial de Aparecimento de Cristais – TIAC: Tendência de aumento com teores crescentes de biodiesel Referência: Faller, M. C. K., Rocha M. I. e da Cruz, I. O. Propriedades de Desempenho a Frio de Misturas B5, B7 e B10 - Cold Flow Properties of B5, B7 and B10 Blends. SAE International 2012-36-0468, 2012. Trabalhos realizados pela Petrobras • Desempenho a frio de S10 e S500 - B5, B10 e B20 (biodiesel base soja – duas amostras distintas) – Ponto de Névoa (ASTM D5771) – Ponto de Entupimento de Filtro a Frio (ASTM D6371) – Ponto de Fluidez (ASTM D5950) Sem alterações significativas Trabalhos realizados pela Petrobras • Estabilidade à estocagem, oxidação e térmica de S50 e S500 - B5, B7 e B10 (soja e sebo-soja 85:15) - B5 e B7: sem alteração significativa – B10: maior degradação após envelhecimento Obs: B100 e óleo diesel utilizados apresentavam elevadas estabilidades à oxidação (B100 com Período de Indução > 9h; óleo diesel com Insolúveis Totais < 0,5 mg/100mL) Referência: Faller, M. C. K., Rocha M. I. e da Cruz, I. O. Estabilidades à Estocagem, à Oxidação e Térmica de Misturas BX. XX Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, 2012. Trabalhos realizados pela Petrobras • Biodeterioração de S500 B5 (soja e sebo-soja 85:15) – Simulação de tancagem (30 0C, 42 dias, água (1% v/v), sem e com inóculo). – Biodeterioração ocorreu em pequena magnitude, mesmo para inoculados. – Constatada diferenciação no grau biodeterioração: • Maior biodeterioração para B5 que para o óleo diesel. – Fungos predominaram sobre as bactérias. Referência: Soriano, A. U. et Al. O. Biodeterioração de Misturas B5 – Biodeterioration of B5 Blends. SAE International 2012-36-0485, 2012. Trabalhos realizados pela Petrobras • Emissões em Veículos com Diesel S10 (PROCONVE L6) e S500 (PROCONVE L3 e L4) – B7 x B5 - Ensaios de emissões em Dinamômetro de Chassis (ABNT NBR 6601) - VEÍCULOS : 1 PROCONVE L3, 1 PROCONVE L4 e 2 PROCONVE L6. A comparação de B7 em relação ao B5 indicou que: - Não houve diferença significativa para os poluentes CO, Material Particulado e THC para todos os veículos testados - Observou-se uma tendência de redução de NOx para dois veículos. - Observou-se um aumento pontual de NMHC em um dos veículos L6. Trabalhos realizados pela Petrobras • Emissões de motores Diesel com uso de S500 B7 x B5 - Ensaios de emissões em Banco de Provas - Motores CONAMA P4 (ABNT NBR 14489) Motores CONAMA P5 (ABNT NBR 15634) - Para os motores P4 e P5 não foram encontradas diferenças significativas de emissões entre o B5 e o B7 Comentários Finais • Misturas de óleo diesel e biodiesel até B7 em condições controladas (laboratório e frotas cativas) tendem a não apresentar problemas operacionais nos motores e alterações significativas de emissões e consumo. (Considerando, B100 e óleo diesel especificados) • Condições não controladas, tais como no uso real do combustível em campo, podem potencializar a ocorrência de problemas, mesmo para B5 e, particularmente, em usos específicos mais críticos em relação a estabilidade a oxidação das misturas, que impliquem em maiores tempos de estocagem. • Assim sendo, os problemas de campo ainda não solucionados para o B5 poderão se intensificar com a introdução de B7 Comentários Finais • Práticas de monitoramento da qualidade vêm sendo adotadas internacionalmente e, através das informações geradas, garantem maior robustez na decisão pela elevação dos teores de biodiesel. • No Brasil há a necessidade de se avaliar a qualidade atual real das misturas B5 no formulador final, principalmente quanto a estabilidade a oxidação, teor de água, contaminação total e contagem e distribuição de partículas • Avaliar a necessidade de revisão das especificações: – – B100: limite de estabilidade à oxidação de 6 para 8h B7: limite de estabilidade à oxidação de 20h (rancimat mod.) • Não seria adequada a adoção de especificação de mistura com percentuais variáveis de biodiesel, por exemplo B7 a B10, devido à variabilidade das características do B100 (ex.Número de Cetano, Estabilidade à Oxidação)