Comentário a “Mercado Farmacêutico em Portugal, Situação Actual e Evolução Possível”, por Carlos Gouveia Pinto Pedro Pita Barros Faculdade de Economia, U Nova Lisboa HTTP:\\ppbarros.fe.unl.pt\textos-saude.html 1 Contexto Global (comum aos outros países europeus) Crescimento acelerado (volume, novos produtos) Preocupação com contenção de custos I&D muito arriscada: biotecnologia; efeitos marginais decrescentes Condições de aprovação mais restritivas CONSEQUÊNCIA: dimensão mínima para I&D aumenta-> concentrações 2 Estratégias diversas de intervenção-Procura Doentes copagamentos; programas de educação; Profissionais sistemas de pagamento; orçamentos; prescrição mais efectiva - “guidelines”, custo-efectividade, auditorias, genéricos) 3 Do lado da oferta: Controles de preços Controle de lucros da indústria (?!) Controle da entrada no mercado (listas preferenciais, número de produtos) Limites à propaganda médica Genéricos e concorrência via preços Conflito com política industrial que procure incentivar uma indústria europeia (mais importante para outros países) 4 Resultados? Não há informação sobre efeitos de longo prazo Os efeitos parecem ser momentâneos, rapidamente se desvanecem As experiências sucedem-se a um ritmo alucinante 5 Não temos uma teoria económica de regulação de preços dos medicamentos que seja geralmente aceite; A diversidade das experiências existentes reflecte este aspecto; os resultados são por vezes inesperados. 6 E para o futuro? Nova abordagem, comum a vários países: Maior concorrência em preços Redução da taxa de reembolso Listas preferenciais Maior conscencialização dos médicos da relação custo-efectividade das suas opções 7 Genéricos: “almoço grátis” para Portugal; exemplo de como os famosos “interesses instalados” têm capacidade de bloquear boas ideias; Controle de preços: efeito volume tem dominado; estratégias de contenção de custos não poderão basear-se unicamente no preço; Orçamentos globais: credibilidade? Incentivos perversos? O que acontece se forem excedidos? 8 Medida mais ousada: (e que tem forte oposição) Substituição de genéricos terá que ser associada com métodos de remuneração das farmácias que incentive a isso; Por exemplo: pagamento fixo em vez de pagamento em % do preço produção deve porém ser independente destas; 9 Em geral A aplicação prática de boas ideias tem-se revelado desastrada; Qualquer medida tem sempre a oposição de pelo menos um dos “grupos de pressão” do sector; Dá pouca esperança para que algo mude: a manutenção do “status quo” é sempre melhor para um dos grupos com capacidade de bloqueio 10 Cenário mais provável: Estar-se-á a discutir o mesmo daqui a um ano Falando uma vez mais do aumento dos custos com medicamentos Sem que nada se tenha alterado ESPERO ESTAR ERRADO! 11