ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 1 • As leis do electromagnetismo são invariantes em relação ao sistema de coordenadas utilizado. Muitas vezes a solução de um problema específico requer a utilização de um sistema de coordenadas apropriado à resolução do problema. • Num sistema tridimensional um ponto pode ser localizado pela intersecção de três superfícies. • Se assumirmos que as três superfícies são descritas por u1, u2 e u3 (os u’s podem não ser comprimentos) e se estas superfícies forem perpendiculares entre si, temos um sistema de coordenadas ortogonal. • Algumas das superfícies representadas por ui podem ser superfícies curvas. • Vamos considerar que au1, au2 e au3 são os vectores unitários das três direcções coordenadas. Estes vectores são chamados de vectores de base. aˆu1 × aˆu 2 = aˆu 3 aˆu 2 × aˆu 3 = aˆu1 aˆu 3 × aˆu 2 = aˆu 2 aˆu 1 .aˆu 2 = aˆu 2 aˆu 3 = aˆu 3 .aˆu1 = 0 aˆu 1 .aˆu1 = aˆu 2 aˆu 2 = aˆu 3 .aˆu 3 = 1 ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 2 • Qualquer vector A pode ser descrito como a soma das suas componentes nas três direcções ortogonais: A = aˆu 1 Au 1 + aˆu 2 Au 2 + aˆu 3 Au 3 • Em cálculo vectorial frequentemente é necessário calcular integrais de linha, superfície e de volume. Em qualquer um dos casos necessitamos de exprimir a variação diferencial do comprimento na correspondente variação diferencial numa das coordenadas. • No entanto, alguma das coordenadas poderão não ser um comprimento (u1, u2, e/ou u3) e é necessário um factor que converta a variação diferencial dui numa variação de comprimento dli dli = hi du i • Onde hi é denominado de coeficiente métrico. Para uma direcção arbitrária temos: d l = aˆu 1dl1 + aˆu 2 dl2 + aˆu 3 dl3 d l = aˆu 1 (h1d u1 ) + aˆu 2 (h2 d u 2 ) + aˆu 3 (h3 d u 3 ) ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 3 • O volume diferencial dv formado pelas variações infinitesimais du1, du2 e du3 nas direcções au1, au2 e au3 é dl1dl2dl3 ou dv = h1 h2 h3 du 1 du 2 du 3 • Área diferencial ds1 normal (perpendicular) ao vector de base au1 é au3 ds1 = h2 h3 du2 du3 au2 dl1 ds1 dl2 au1 ds2 = h1 h3 du1 du3 ds3 = h1 h2 du1 du2 ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 4 o Coordenadas Cartesianas (u1, u2, u3) = (x, y, z) • Um ponto P( x1, y1, z1) em coordenadas cartesianas resulta da intersecção de três planos definidos por x = x1, y = y1 e z = z1. • É um sistema que tem como vectores de base ax, ay e az aˆ x × aˆ y = aˆ z aˆ y × aˆ z = aˆ x aˆ z × aˆ x = aˆ y • Vector A em coordenadas cartesianas: A = aˆ x Ax + aˆ y Ay + aˆ z Az • Produto interno de dois vectores em coordenadas cartesianas: A.B = AxBx + AyBy + AzBz A.B = Ax Bx + Ay By + Az Bz ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 5 o Coordenadas Cartesianas • Produto externo de dois vectores em coordenadas cartesianas: A × B = aˆ x ( Ay Bz − Az By ) + aˆ y ( Az Bx − Ax Bz ) + aˆ z ( Ax By − Ay Bx ) aˆ x aˆ y aˆ z A × B = Ax Ay Az Bx By Bz • Como x, y e z são comprimentos, todos os coeficientes métricos são unitários h1 = h2 = h3 = 1 • Das expressões anteriores podemos concluir que: ds x = dy dz d l = aˆ x dx + aˆ y dy + aˆ z dz ds y = dx dz ds z = dx dy dv = dx dy dz ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 6 o Coordenadas Cartesianas • Na figura está representado um volume diferencial no ponto (x, y, z) que resulta das variações dx, dy e dz. As superfícies dsx, dsy e dsz normais às direcções ax, ay e az estão também indicadas. ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 7 o Coordenadas Cilíndricas (u1, u2, u3) = (r, φ, z) • Em coordenadas cilíndricas um ponto P(r1, φ1, z1) resulta da intersecção de: o uma superfície cilíndrica de raio r1 com eixo em zz; o um meio plano que contém o eixo zz e que faz um ângulo φ1 com o plano xz; o um plano paralelo a xy com z=z1. aˆ r × aˆφ = aˆ z aˆφ × aˆ z = aˆ r aˆ z × aˆ r = aˆφ • Vector A em coordenadas cilíndricas: A = aˆ r Ar + aˆφ Aφ + aˆ z Az ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 8 o Coordenadas Cilíndricas • Duas das três coordenadas são comprimentos (r e z) e portanto h1 = h2 = 1. No entanto, φ é um ângulo que requer o coeficiente métrico h2 = r de modo a converter dl2 em dr2. • Na figura está representado um elemento de volume no ponto (r, φ, z) que resulta das variações infinitesimais dr, dφ φ e dz. • A expressão para o comprimento diferencial em coordenadas cilíndricas é então: d l = aˆ r dr + aˆφ rdφ + aˆ z dz ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 9 o Coordenadas Cilíndricas • As expressões para as áreas diferenciais e para o volume diferencial são: ds r = rdφ dz dv = rdr dφ dz ds φ = dr dz ds z = rdr dφ • Transformação de coordenadas cilíndricas em coordenadas cartesianas: x = r cos φ y = r sin φ z=z • Transformação de coordenadas cartesianas em coordenadas cilíndricas: r = x2 + y2 y y = tan − 1 x z=z ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 10 o Coordenadas Esféricas (u1, u2, u3) = (r, θ, φ) • Em coordenadas esféricas um ponto P(r1, θ1, φ1) resulta da intersecção de: o uma superfície esférica com centro na origem e raio igual a r1; o um cone circular com o vértice na origem, eixo coincidente com zz e que faz um ângulo θ1 com zz; o um meio plano que contém o eixo zz e que faz um ângulo φ1 com o plano xz. aˆ r × aˆθ = aˆφ aˆθ × aˆφ = aˆ r aˆφ × aˆ r = aˆθ • Vector A em coordenadas esféricas: A = aˆ r Ar + aˆθ Aθ + aˆφ Aφ ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 11 o Coordenadas Esféricas • Em coordenadas esféricas r (u1) é um comprimento, θ e φ (u2 e u3) são ângulos. São necessários os coeficientes métricos h2 e h3 para converter dθ θ e dφ φ em comprimentos. h2 = r h3 = r sin θ d l = aˆ r dr + aˆθ rdθ + aˆφ r sin φdφ â ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 12 o Coordenadas Esféricas • As expressões para as áreas diferenciais e volume diferencial que resultam das variações diferenciais dr, dθ θ e dφ φ são: ds r = r 2 sin θdφ dφ dsθ = r sin θdr dφ dv = r 2 sin θdr dθdφ dsφ = rdr dθ • Transformação de coordenadas esféricas em coordenadas cartesianas: x = r sin θ cos φ y = r sin θ sin φ z = r cosθ • Transformação de coordenadas cartesianas em coordenadas esféricas: r = x2 + y2 + z2 x2 + y2 −1 θ = tan z y φ = tan −1 x ELECTROMAGNETISMO Ä Sistemas de coordenadas ortogonais - 13 Coordenadas cartesianas (x, y, z) Coordenadas cilíndricas (r, φ, z) Coordenadas esféricas (r, θ, φ) aˆu 1 âx âr âr aˆu 2 âx âθ âφ aˆu 3 âx â z âθ h1 1 1 1 h2 1 r r h3 1 1 rsinθ θ dv dxdydz rdrdφ φdz r2sinθ θdrdθ θdφ φ Relações entre os sistemas de coordenadas Vectores de base Coeficientes métricos Volume diferencial