1
UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Fisioterapia
Adriana Barbosa Silva
Adriana de Oliveira Pereira
Sabrina de Paula Silva
CORRELAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES
POSTURAIS E A DISMENORREIA PRIMÁRIA EM
MULHERES JOVENS NA FAIXA ETÁRIA DE 18 A
25 ANOS
Lins – SP
2012
2
ADRIANA BARBOSA SILVA
ADRIANA DE OLIVEIRA PEREIRA
SABRINA DE PAULA SILVA
CORRELAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES POSTURAIS E A
DISMENORREIA PRIMÁRIA EM MULHERES JOVENS NA FAIXA
ETÁRIA DE 18 A 25 ANOS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Banca Examinadora
do Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium, curso de
Fisioterapia, sob a orientação das
Professoras Esp. Cristiane Rissatto
Jettar Lima e Esp. Ana Bestriz Lima.
Lins – SP
2012
3
Silva, Adriana Barbosa; Pereira, Adriana de Oliveira; Silva, Sabrina
de Paula
Correlação entre as alterações posturais e a dismenorreia
primária entre mulheres jovens na faixa de 18 a 25 anos / Adriana
Barbosa Silva; Adriana de Oliveira Pereira; Sabrina de Paula Silva. –
– Lins, 2012.
79p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para obtenção do
título de graduação em Fisioterapia 2012.
Orientadores: Ana Beatriz Lima; Cristiane Rissato Jettar Lima
1. Dismenorreia primária 2. Avaliação Postural. 3. Disfunção.
I Título.
CDU 615.8
4
ADRIANA BARBOSA SILVA
ADRIANA DE OLIVEIRA PEREIRA
SABRINA DE PAULA SILVA
CORRELAÇÃO ENTRE AS ALTERAÇÕES POSTURAIS E A DISMENORREIA
PRIMÁRIA EM MULHERES JOVENS NA FAIXA ETÁRIA DE 18 A 25 ANOS
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção título de Bacharel em Fisioterapia.
Aprovada em: _____/_____/_____
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Cristiane Rissatto Jettar Lima
Titulação: Especialista em Bases Fisiológica e Biomecânica do Exercício Físico
Assinatura: _________________________________
1°Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: _________________________________
2°Prof(a): _______________________________________________________
Titulação: _______________________________________________________
Assinatura:_________________________________
Lins – SP
2012
DEDICATÓRIA
5
Agradeço primeiramente a DEUS que sempre me deu força e nunca me abandonou,
meu pai amado.
A minha mãe e ao meu pai que sempre lutou para me dar de tudo, que sempre me
apoiou, sempre que a vontade de desistir me cercava eles estavam sempre ali me dando
a mão e me dando força para seguirmos em frente e o resultado finalmente fechou e
juntos vencemos mais uma luta e conseguimos a vitória....dedico a vocês esta vitória e a
minha vida obrigada mãe e pai te amo muito.
Ao meu amor ADRIANO, meu companheiro de todas as horas agradeço pela paciência,
pois, sei que não sou fácil né amor... pelo companheirismo,carinho,respeito e tolerância;
e que esse nossa sintonia dure para sempre assim como meu amor por você.TE AMO
A melhor sogra do mundo Valdete pelo apoio; por sempre que o desanimo e a vontade
de desistir me tocava, você estava ali me puxando a orelha e me aconselhando a
continuar e nunca desistir.Muito obrigada
As minhas irmãs Keile e Cassiana,e a minha primona Elisangela pelo apoio;e conselhos,
por sempre me ajudar e me aconselhar a seguir em frente e nunca desistir.TE ADORO e
aos meus anjinhos Andrey e Gabriel.
A minha turma xxx pessoal conseguimos mais essa vitórias e outras que iram por
vir,agradeço pela diversão,pelas tristezas e alegrias que enfrentamos juntos, pois nada
foi em vão né galera....adorei ter a conhecido todos e espero que todos continuem
sempre assim alegres,sempre sorrindo,perseverante e guerreiros assim como eu os vejo e o
que são.AMO VOCES BJS
A minhas amigas Kathellen,Sabrina,Giseli e Adriana que desde o começo sempre
estivemos juntas nos divertindo muito, sofrendo juntas e vencemos juntas né
meninasss....BEIJOS ADORO VCS
A Taisa, Juliete e mirielli que apesar de descobrir que são pessoas maravilhosa só nos
estágios pude ter certeza que são pessoas que merecem minha admiração e
respeito...obrigada pela oportunidade meninas.
A Flávia e Camila minhas amigas pelas risadas, choros, e desabafos amo vocês
pocotozinhas.AMO VOCES
A todos do terceiro ano em especial Kertulem, Valesca, Carla, Guilherme, Jéssica pela
força e consideração, vocês fazem parte dessa caminhada que esta apenas começando.
Muito obrigada...AMO VOCESSS
A minhas parceiras Adriana e Sabrina conseguimos, agradeço pela paciência,e só nós
sabemos o que passamos, as tristezas,desesperos e risos meninas essa vitoria é nossa,
nós merecemos.
6
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Alcídio e Ângela. ...
Pai e Mãe, devo a vocês toda a minha vida. Muitas coisas aconteceram durante estes quatro anos, e o
meu amor por vocês permaneceu intacto. Desculpa por muitas vezes minha ausência em casa, mas foi
por um bom motivo e o que estou conquistando hoje é fruto do amor do Senhor e da Senhora por
mim... Obrigada por existirem na minha vida, fazer parte dos meus sonhos e da minha eterna
realidade e por não deixar que desistisse dos meus objetivos. A vocês todo meu amor, carinho, respeito,
sabedoria, dedicação, por serem os melhores pais do mundo e estrelas da minha vida. A minha vitória
é toda vossa!!!!!
EU VOS AMO MUITOOOOOOOOO!!!!!!!!!
Adriana O. Pereira
A minha irmã Alessandra ...
Mana... vários momentos passamos juntos e continuaremos a nos espelhar uma na outra. Obrigada
por me ajudar várias vezes que solicitei por você, e quando precisar de uma amiga/irmã pode contar
comigo sempre, pois pessoas especiais como você merecem o melhor na vida. Que Deus abençoe você
eternamente iluminando seus passos onde você for... Há e não se esqueça da sua irmã caçula viu?
LÊ....TE AMO DEMAIS!!!!!!!!
Adriana O. Pereira
Ao meu noivo Rudy Henrique ...
“Pra você guardei o amor que nunca soube dar, o amor que tive e vi sem me deixar, sentir sem
conseguir provar sem entregar e repartir”... Amore, Deus colocou você na minha vida quando eu mais
precisava!!! Agradeço também a minha sogra e ex paciente (Izabel) por ter feito nossos caminhos se
cruzarem, mostrando-me um homem maravilhoso que você é! Obrigada coração, por tudo o que fez e
faz para me ver feliz... E me desculpe por não poder estar contigo em todos os momentos em que você
queria estar ao meu lado, e por me dar força para continuar a minha caminhada....
VIDA EU TE AMO!!!!!!!!!
Adriana O. Pereira
Às minhas amigas e parceiras, Adriana Barbosa e Sabrina...
Entre todas as dificuldades que passamos, podemos soltar o grito de vitória!!!!!!!. Quando parecia
que não seríamos capazes, Deus nos mostrou o caminho a trilhar... Obrigada por todos os momentos
que valeram à pena!!!!! CONSEGUIMOS!!!!!!!!!!!!!
ADORO VOCÊS!!!!!!!!
Adriana O. Pereira
7
DEDICATÓRIA
Primeiramente venho agradecer meu querido e bom Deus por me conceder a realização desse trabalho, pois sem o
senhor no meu coração e na minha vida, jamais teria conseguido. Agradeço-te pelo teu amor, pela tua graça, pela
tua misericórdia e por colocar pessoas maravilhosas em minha vida que puderam estender a mão quando eu mais
precisei, obrigado por tudo de mais bonito que tem feito em minha vida, sempre te louvarei e te levarei em meu
coração!
Dedico esse trabalho a minha mamãe e ao meu papai que sempre acreditaram em mim, e mesmo enfrentando várias
dificuldades priorizaram a educação de seus filhos, agradeço pela força, incentivo, pelos conselhos quando
desacreditava, pelo alicerce aos meus desequilíbrios, pelas mãos estendidas aos meus tombos, por me acolher em
momentos que mais estava errada e por cada suor derramado por me fazer quem eu sou e por estar onde eu
estou!!!OBRIGADO DE CORAÇÃO, EU AMO INCONDICIONALMENTE VOCÊS!!!!
A Sabrina de Paula, opa...sou eu mesma!!!Claro né que jamais poderia esquecer de mim, pois foram meus esforço,
meus sacrifícios, meus sábados,meus domingo e feriados que foram pro beleleu,ta tudo bem,me deu vontade várias
vezes de matar um por um,por chegarem perto de mim e dizerem”hoje é sexta feira”,mais minha cara de “forever
alone” já dizia tudo hehehe,mais agora isso não vem ao caso,o importante é que consegui chegar a onde
queria,então vou contar um segredinho a vocês,sou FISIOTERAPEUTA uhuuuuu \o/\o/\o/
adoroooooooooo!!!!!!!!!
As minhas parceiras Dri pequena e Dri grande que são as melhores do mundooooo!!!
E apesar de vários momentos de tensão, rimos litros de montãoooo, foram cada uma que aprontamos, que só por
Deus heim,mais abafaaaaa,pois tudo deu certo,aprendi muito com vocês,formamos um trio perfeito
DSD...HUMM SHOWW DE BOLA!!!!!Beijo no popo!
A minha amada Bia, que perfeita é a palavra certa para descrever uma professora perfeita como você.Uiiuu até
rimo!
Com uma paciência inexplicável, uma vontade de ensinar e tão sempre carinhosa, PARABÉNS, continue sempre
assim, são profissionais assim que fazem a diferença, por que fazem com amor!!!!TE GOSTO MUITOOOOO!!!
E meu primeiro grupo de estágio, a Je(cocix), Jú( juca) e Mari(viola), vocês são muito especiais pra mim, apesar
dos tapas e socos de Jé,os biliscoes da Jú , mais tinha a Mari pra me defender!!!É incrível que então pouco tempo
de convivência, vocês ganharam um enorme espaço dentro do meu coração, pois nao fomos um grupo, fomos uma
família, e a cada minuto ao lado de vocês, foram extremamente espetacular, o carinho que sinto por vocês, não
existe palavra que possa explicar!!!AMO DEMAIS SUAS LINDAS!!!!
Jamais vou me esquecer da Coxis dizendo: Ei vamos comprar salgado com seu dinheiro!
Jamais vou me esquecer da Juca me pedindo: cadê meus adesivos de unha?Que ate hoje..
Jamais vou me esquecer da Viola e nossas altas fofocas, era cada coisa xiiiii!!!!
E são coisas assim pequenas que se tornam coisas inesquecíveis na minha vida.
E a nossa estrela formada desde o primeiro ano, formada por Gi,Ket,Dri p,Dri g e eu,mais pensa em uma turma
loka,isso não foi apenas um grupo, foi uma quadrilha!
A Gi e seus nervos a flor de pele, a Ket e as nossas falas de trás pra frente, a Dri p e seus olhares malignos, a Dri
g e suas falas com as mãos!AMO TODAS VOCÊS!!!!!
AGRADECIMENTOS
8
Tudo é do Pai... toda honra e toda glória, é Dele a Vitória alcançada em nossa vida!!!!!!! Deus
obrigada por ter nos abençoado desde o início do nosso curso. Por estar ao nosso lado nos momentos
bons e ruins, sendo o nosso rochedo, lugar forte e nosso libertador. Obrigada, Senhor, por nos fazer
seguir até o fim e concluir os nossos sonhos. Abençoe-nos sempre na nossa caminhada!!!!
A Jesus Cristo e Nossa Senhora de Aparecida por estender vossas mãos e abençoar as nossas, fazendo
de nós instrumentos de cura...
A concretização de um sonho vem sempre acompanhada de pessoas marcantes... obrigada à nossas
orientadoras Cristiane Jettar e Ana Beatriz, por serem dedicadas, competentes, pela paciência, pela
atenção, e acima de tudo por serem amigas e acolherem a nossa idéia, nos direcionando no caminho
certo!!!!! A vocês todo o nosso respeito e admiração...
Aos demais professores, mestres e doutores que contribuíram com os seus conhecimentos para a nossa
formação profissional, em especial aos supervisores de estágios, coordenadores e amigos: Ana Cláudia,
Junior, Márcia, Aninha.
Aos amigos e parceiros do terceiro ano que jamais serão esquecidos: Carlinha, Valesca, Jéssica Lays,
Kertulen, Aneleide, Guilherme, Carolláine, Paty, Adriano, Dhiego, Fabiana, Joyce, Jaque. Obrigada
por contribuir para o nosso crescimento não só profissional, mas pessoal também... foi muito bom
conviver com cada um de vocês!!!!!
Aos nossos amigos de 4 anos que levaremos por toda vida: Giseli, kathllen, Camila, Bianca, Mariana,
Jéssica, Juliete, Rafaela, Jonathan, Thaísa, Mirieli, Lisley,Flávia, Cínthia, Douglas, Roberto. E aos
demais que nos deixaram no meio de nossa caminha... Sucesso a todos vocês!!!!
A todos os Funcionários do Unisalesiano, em especial as amigas: Bruna Raphaela e a Carol Rossinoli
que sempre teve um respeito muito grande por todas nós.
As voluntárias que contribuíram para a realização deste estudo... A vocês meninas todo o nosso
carinho. Obrigada por confiarem no nosso trabalho!!!!!
Deus nos deu a oportunidade de conhecer todos vocês, e o significado que cada um tem para nós é
algo maravilhoso que só os bons amigos conseguem entender...
Bom amigos, estamos chegando ao final de mais uma etapa em nossas vidas, muito levaremos conosco
em nossos corações e a certeza que teremos é de que foram momentos marcantes e inesquecíveis que o
tempo não poderá apagar jamais da nossa memória e do nosso coração.... O elo de amizade criado com
todos vocês nos tornaram melhores a cada dia.... Hoje podemos derramar lágrimas de partida, mas
amanhã estaremos todos juntos novamente, talvez não só de corpo, mas de alma, contemplando o
nosso reencontro e escrevendo mais um capítulo de nossa história...
A todos vocês...
Obrigada por fazerem parte de nossas vidas!!!!!!!
9
RESUMO
A dismenorreia ou menstruação dolorosa é caracterizada como
uma dor pré – menstrual presente em oitenta por cento das mulheres jovens
prevalecendo na adolescência. A dor cíclica é classificada em primária e
secundária de acordo com suas manifestações e etiopatologia destacando – se
a causa endócrina, psicológica e mecânica, sendo acompanhada por sinais e
sintomas específicos como dor de cabeça, náuseas, vômitos, diarreia,
irradiação dolorosa para membros inferiores e região lombar. As manifestações
da cólica menstrual tornam as mulheres temporariamente limitadas a um
quadro sintomatológico, fazendo com que muitas portadoras desta síndrome
dolorosa procurem orientação médica e possíveis tratamentos, entre eles o
fisioterapêutico. A postura é a posição do corpo no espaço possuindo relações
diretas de suas partes e sistemas, e sendo passivo de modificações de acordo
com os movimentos, atitudes, reações e posicionamento dos indivíduos. Assim
qualquer desequilíbrio em algum órgão ou sistema pode afetar outras regiões
do corpo humano, e estas sofrerão disfunções em relação ao que foi alterado.
No entanto as disfunções uterinas podem ter como precursoras as alterações
da postura devido à trama ligamentar e faciais, já que o sacro é considerado
osso chave nas disfunções de vísceras localizadas na pelve menor. Este
trabalho se propôs a avaliar a correlação existente entre a dismenorreia
primária e as disfunções posturais, com o objetivo de indentificar as alterações
posturais existentes em mulheres jovens portadoras da menstruação dolorosa
de forma primária. O estudo envolveu 15 mulheres jovens na faixa etária de 18
a 25 anos, sendo submetidas a uma avaliação postural na Clínica de
Reabilitação Ortopédica localizada no Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium de Lins – SP. A avaliação postural foi necessária para diagnosticar os
desequilíbrios e as assimetrias existentes entre os segmentos corporais,
observando os desvios de um alinhamento corporal ideal. Verificou-se com as
avaliações que as principais alterações posturais encontradas foram escoliose,
hiperlordose lombar e anteversão pélvica.
Palavras – Chaves: Dismenorreia primária. Avaliação postural. Disfunções.
10
ABSTRACT
The dysmenorrhea or painful menstruation is characterized as a
premenstrual pain present in 85% of young women with its most incidences
during adolescence. The cyclical pain is classified as primary or secondary,
according to its manifestations and etiopathology, especially the endocrine,
psychological and mechanical cause and being followed by specific symptoms
like headache, nauseas, vomit, diarrhea and radiating pain to the legs and lower
back. The manifestations of the menstrual cramps temporarily limit women to a
symptomatological state making many of them, who suffer from this painful
syndrome, seek for medical orientation and possible treatments, among them,
physiotherapy. Posture is the body’s position in space having direct relations of
its parts and systems and being passive of manifestations according to one’s
movements, attitudes, reactions, and positioning. Therefore, any unbalance in
an organ or system can affect other parts of the human body and these parts
might present dysfunctions concerning what was altered. However, the uterine
disorders can have its origin in the postural alterations, due to the ligaments and
fascia, since the sacrum is considered the main bone in the visceral
dysfunctions located in the lower pelvis. The aim of this study was to assess the
correlation existent between primary dysmenorrhea and postural disorders and
identify the postural alterations in young women who suffer from primary painful
menstruation. The study involved 15 young women between 18 and 25 years
old, who were subjected to a postural assessment in the Reabilitação
Ortopédica
Clinic,
located
in
Centro
Universitário
Católico
Salesiano Auxilium de Lins – SP. The postural assessment was necessary to
diagnose the unbalances and asymmetries existent between the body
segments, observing the deviations of an ideal body alignment. With the
assessment, it was verified that the main postural alterations found were
scoliosis, lumbar hyperlordosis and pelvic anteversion.
Key Words: Primary Dysmenorrhea. Postural Assessment. Dysfunctions.
11
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Genitália feminina interna e externa................................................. 16
Figura 2: Ciclo menstrual normal..................................................................... 20
Figura 3: Simetrógrafo...................................................................................... 68
Figura 4: Podoscópio....................................................................................... 69
Figura 5: Fita métrica e goniômetro................................................................. 70
Figura 6: Avaliação dos pés..............................................................................72
Figura 7: Vista anterior......................................................................................73
Figura 8: Vista posterior....................................................................................73
Figura 9: Vista lateral esquerda........................................................................74
Figura 10: Vista lateral direita............................................................................74
Figura 11: Teste de Adams ( Gibosidade).........................................................75
Figura 12: Discrepância aparente......................................................................76
Figura 13: Discrepância real..............................................................................76
Figura 14: Medição do ângulo Q........................................................................77
TABELA DE QUADRO
Quadro 1: Resumo dos comprometimentos comuns associados a disfunções
posturais............................................................................................................32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Dismenorreia primária: tipos de tratamento......................................27
Tabela 2: Vista anterior.....................................................................................45
Tabela 3: Vista posterior...................................................................................46
Tabela 4: Vista lateral direita e esquerda......................................................... 46
Tabela 5: Outras posições avaliadas................................................................47
Tabela 6: Anamnese.........................................................................................48
Tabela 7: Sinais e sintomas específicos I.........................................................48
Tabela 8: Sinais e sintomas específicos II........................................................48
Tabela 9: Ciclo menstrual.................................................................................49
12
Tabela 10: Qualidade de vida......................................................................... 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AINES: Antiinflamatórios não esteroidais
FSH: Hormônios Folículos Estimulantes
GnRH: Gonadotropina
LH: Hormônio Luteinizante
mmHg: milímetros de mercúrio
OMS: Organização Mundial da Saúde
QV: Qualidade de Vida
MMIIs: Membros inferiores
13
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 13
CAPÍTULO I – DISMENORREIA
1
ANATOMIA FEMININA......................................................................... 15
1.1
Anatomia e fisiologia uterina.................................................................. 17
1.2
Fisiologia da dor.................................................................................... 18
1.3
Ciclo menstrual normal.......................................................................... 20
1.3.1 Fases do ciclo menstrual........................................................................ 21
1.4
Dismenorreia.......................................................................................... 23
1.4.1 Classificação...........................................................................................23
1.4.2 Etiopatogenia da dismenorreia primária................................................. 24
1.4.3 Diagnóstico............................................................................................. 25
1.4.4 Tratamento............................................................................................. 26
1.5
Dismenorreia primária e qualidade de vida das mulheres..................... 28
CAPÍTULO II – ALTERAÇÕES POSTURAIS
2
POSTURA CORPORAL........................................................................ 29
2.1
Definição................................................................................................ 29
2.1.1 Evolução e desenvolvimento da postura ereta...................................... 29
2.2
Estrutura e função corporal................................................................... 29
2.2.1 Desequilíbrios e alterações posturais mais frequentes......................... 31
2.3
Avaliação postural................................................................................. 33
2.3.1 Recursos utilizados para avaliação postural......................................... 33
2.3.2 Planos analisados.................................................................................. 34
2.3.2.1 Plano sagital......................................................................................... 34
2.3.2.2 Vista anterior........................................................................................ 34
2.3.2.3 Vista posterior........................................................................................35
2.3.2.4 Vista lateral............................................................................................35
2.3.3 Teste complementares............................................................................35
14
2.3.3.1 Sinal de Adams......................................................................................35
2.3.3.2 Ângulo Q................................................................................................36
2.3.3.3 Discrepância real e aparente.................................................................36
2.4
Alterações posturais e sua relação com órgãos internos....................... 37
2.4.1 Disfunções uterinas através de desordens mecânicas posturais.......... 38
2.4.2 Alteração na estrutura corporal como precursora da dismenorreia
primária............................................................................................................. 39
CAPÍTULO III – A PESQUISA
3
INTRODUÇÃO........................................................................................41
3.1
Técnicas utilizadas..................................................................................41
3.2
Recursos utilizados.................................................................................42
3.3
Procedimentos........................................................................................42
3.4
Opiniões dos profissionais......................................................................43
3.4.1 A opinião do médico ginecologista..........................................................43
3.4.2 A opinião da fisioterapeuta......................................................................43
3.4.3 A opinião do enfermeiro..........................................................................44
3.4.4 A opinião da psicóloga............................................................................44
3.5
Apresentação dos resultados..................................................................45
3.6
Discussão................................................................................................49
3.7
Parecer final............................................................................................51
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................52
CONCLUSÃO....................................................................................................53
REFERÊNCIAS.................................................................................................54
APÊNDICES......................................................................................................57
ANEXOS............................................................................................................77
15 13
INTRODUÇÃO
A dismenorreia é caracterizada como uma dor pré-menstrual presente
em oitenta por cento das mulheres com prevalência na adolescência.
Segundo Freitas et al (2006), a dismenorreia ou menstruação dolorosa
corresponde a uma síndrome caracterizada por dor em cólica no abdome
inferior associada ao fluxo menstrual.
A
dor cíclica
menstrual é
classificada de
acordo
com suas
manifestações, em primária e secundária, na primária há ausência de doenças
ginecológicas relacionadas com o aparecimento da dor, diferentemente da
dismenorreia secundária. (FREITAS et al, 2006).
A cólica menstrual apresenta-se segundo suas etiopatogenias, entre as
quais se destacam as causas endócrinas, psicológicas, mecânicas e podem
ser acompanhadas de sintomas sistêmicos, como náuseas, vômitos, síncopes,
dor irradiada para coxa e região lombar, levando a uma diminuição na
qualidade de vida das mulheres portadoras dessa síndrome dolorosa.
A cólica menstrual advinda das desordens mecânicas sacrais é
explicada pelo fato de que as alterações posturais podem ser precursoras da
dismenorreia primária, evidenciando as disfunções na postura como um agente
desencadeador dos desconfortos viscerais. (SIQUEIRA, COSTA, 2012).
Nesse contexto, a utilização da avaliação postural para o diagnóstico da
dismenorreia primária tem como referência estudos que comprovam essa
correlação.
As correlações entre as disfunções sacrais e a dor pélvica pode ser
explicada a partir da afirmação de que o sacro é considerado osso
chave em disfunções de vísceras localizadas na pelve menor, como
útero, próstata, bexiga e reto por sua relação fascial e neurológica.
(SIQUEIRA, COSTA, 2012, P.01).
A manifestação da cólica menstrual torna as mulheres temporariamente
limitadas a um quadro sintomatológico relevante necessitando de tratamentos
medicamentosos e alternativos, incluindo a fisioterapia.
A escolha da faixa etária para realização do presente estudo tem um
embasamento teórico de grande relevância, sendo explicada a relação
anatômica e fisiológica de acordo com a idade pretendida.
16 14
Quintana et al (2010) diz que quanto menor for o útero, maior a
produção e concentração de prostaglandina, consequentemente mais intensa a
dor.
Isso explica por que a dismenorreia é comum em adolescentes, por
possuírem um menor volume uterino. Com o crescimento, amadurecimento e a
gestação, o útero e o colo uterino distendem-se, diminuindo definitivamente a
dismenorreia.
O presente estudo proporcionará de forma positiva a obtenção de
técnicas e conhecimentos no diagnóstico físico-funcional, seguido de um
tratamento adequado e específico pelos profissionais da área da saúde, caso
fique comprovado que as alterações posturais são desencadeadoras da
dismenorreia primária.
A realização do presente estudo tem por objetivo analisar mulheres
jovens na faixa etária escolhida para detectar possíveis alterações posturais
que podem ser desencadeadoras da cólica menstrual. Esses resultados serão
obtidos através de avaliação postural. O presente estudo foi desenvolvido no
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins – São Paulo. Após a
coleta dos dados será realizada uma avaliação estatística dos mesmos.
A pesquisa será norteada pelo seguinte problema:
As alterações posturais podem ser precursoras da dismenorreia
primária?
O trabalho procurou demonstrar essa hipótese por meio das avaliações
posturais e testes que estão descritas no capítulo III.
Dessa forma, diante do apresentado, o trabalho fica segmentado em:
O capítulo I – descreve o ciclo menstrual, a fisiologia da dor e a
dismenorreia sob sua forma de classificação, diagnóstico e tratamentos.
O capítulo II – descreve alterações posturais e sua relação com os
órgãos internos.
O capítulo III – descreve e avalia a pesquisa realizada.
Encerrando o trabalho, prossegue a proposta de intervenção e as
considerações finais.
17 15
CAPÍTULO I
DISMENORREIA
1
ANATOMIA FEMININA
De acordo com Marieb;Hoehn (2009), o sistema genital feminino é muito
complexo, pois não apresenta somente a função de produzir gametas, mas
também de preparar e nutrir um embrião em desenvolvimento.
O sistema genital feminino é constituído por um conjunto de órgãos
responsáveis pela reprodução da mulher, localizados na cavidade pélvica e
recoberto pela fáscia visceral da pelve, que mantém a função de sustentação
das vísceras pélvicas. (LIBERATO, 2002).
Os órgãos genitais femininos são divididos especificamente em genitália
interna e genitália externa.
A genitália interna é composta pelas tubas uterinas, dois ovários, útero e
orifício vaginal. Já a genitália externa é formada pelo monte do púbis, lábios
maiores, lábios menores e estruturas eréteis. (LIBERATO, 2002).
Segundo Liberato (2002), as mamas são anexadas a esse sistema
devido à sua função de lactação para nutrir o lactente.
Os órgãos que formam a genitália feminina desempenham funções
especificas a eles designadas.
Os ovários são glândulas responsáveis pela gênese dos óvulos e pela
secreção dos hormônios sexuais femininos. Mensalmente uma mulher adulta
ejeta um ovócito do útero, caracterizando um período compreendido por
ovulação. Depois de repetidas ovulações, a superfície lisa do ovário torna - se
fibrosada.
Liberato (2002) afirma que os hormônios sexuais secretados pelos
ovários são: estrogênio, progesterona e relaxina. O estrogênio tem como
função inicial o crescimento do endométrio no ciclo menstrual, além de
controlar a dilatação da pelve; também proporciona o crescimento dos seios,
surgimento de pelos, presença de acne e tecido gorduroso. O hormônio
progesterona está relacionado com o desenvolvimento embrionário. O
16
18
hormônio relaxina provoca inibição prematura das contrações do útero durante
a gestação.
As tubas uterinas são estruturas receptivas do óvulo e inicialmente é o
local onde ocorre a fertilização. Depois de ocorrida a fertilização, as tubas
uterinas transportam o óvulo para a cavidade uterina onde se inicia o
desenvolvimento embrionário.
O orifício vaginal é considerado o órgão sexual feminino da copulação,
também chamado de canal do parto. Em mulheres virgens, o óstio da vagina é
parcialmente fechado por uma estrutura conhecida como hímen. (MARIEB;
HOEHN, 2009).
Os órgãos genitais externos femininos são constituídos pelo monte do
púbis, que é uma área de tecido adiposo, situada anteriormente à sínfise
púbica, e após a puberdade é recoberto por pêlos pubianos. (MARIEB;
HOEHN, 2002).
Dispostos sagitalmente em relação à vagina, encontram-se os lábios
maiores e os lábios menores da vagina, bloqueando a entrada de substâncias
estranhas no aparelho reprodutor feminino.
Lateralmente
ao
óstio
vaginal,
estão
presentes
as
glândulas
vestibulares, secretando muco lubrificante durante a relação sexual. O clitóris é
considerado uma estrutura erétil localizada na junção dos lábios menores,
contribuindo para excitação sexual feminina.
Figura 1: Genitália feminina interna e externa
Fonte: Ferreira et al, 2010, p.60 e 61.
17
19
1.1
Anatomia e fisiologia uterina
O útero é um dos órgãos que compõe o aparelho reprodutor feminino,
participando da genitália interna da mulher. É localizado na pelve,
anteriormente ao reto e póstero-superior à bexiga urinária. (HALBE, 2000).
É um órgão muscular oco, possuindo paredes grossas e contráteis. Na
mulher nulípara suas dimensões são variáveis, entre 6,5 a 7,5 cm de
comprimento e 3 a 4 cm de largura. (HALBE, 2000).
Constituído de um corpo e um colo uterino, a região superior do útero
comunica-se com as trompas uterinas, e a região mais delgada do útero está
situada entre o corpo e o colo uterino, denominando-se istmo do útero. A região
inferior cujo canal comunica-se com a vagina através do óstio externo é
conhecida como canal do colo uterino.
De acordo com Liberato (2002), o útero é um orgão móvel e sua posição
varia com a idade da mulher, atitude, fase funcional, estado de repouso,
gravidez, o grau de vacuidade ou de repleção da bexiga urinária e do intestino.
Para manter-se situado fisiologicamente a sustentação uterina é
realizada pelos ligamentos mesométrio, ligamento transverso do colo,
ligamento retouterinos, ligamentos redondos.
O mesométrio ou mesentério do útero é originado do ligamento largo do
útero, sustentando-o lateralmente. Já o ligamento transverso do colo ou
cardinal está situado em ambos os lados do colo e da vagina. Os ligamentos
retouterinos estendem-se do útero até o sacro, fixando-o posteriormente. Existe
ainda o ligamento redondo do útero, que liga o útero à parede anterior do
corpo. (HALBE,2000).
Seguindo anatomicamente a composição visceral uterina, encontram-se
presentes artérias e vasos sanguíneos necessários para irrigação do útero. O
suprimento sanguíneo uterino é originado da artéria uterina, que atinge o útero
percorrendo o ligamento largo e posteriormente termina por anastomosar-se
com a artéria ovárica que participa ativamente da vascularização do útero.
O útero é constituído em sua formação anatômica por paredes uterinas,
divididas em camadas. A camada que reveste o útero externamente é serosa
tendo em sua formação o peritôneo, denominada perímetro. No entanto, o
músculo do útero é chamado de miométrio ou camada intermediária,
18
20
compondo-se de fibras e feixes musculares lisas que se entrelaçam e contraem
ritmicamente na hora do parto. É no miométrio que estão localizados os
principais nervos e vasos sanguíneos do útero. A terceira e última camada que
reveste internamente a cavidade uterina é chamada de endométrio, e quando
ocorre a fertilização, é nessa terceira camada em que o embrião se implanta e
permanece desenvolvendo-se até o nascimento. (HALBE, 2000).
O endométrio possui duas camadas principais: a camada funcional e a
camada basal.
Conforme Marieb;Hoehn (2009), a camada funcional sofre alterações
cíclicas em consequência dos níveis sanguíneos de hormônios ovarianos,
descamando-se durante a menstruação. A camada basal e mais profunda é
responsiva a esses hormônios formando uma nova camada funcional após a
menstruação.
No endométrio também se localizam em grandes quantidades as
glândulas uterinas, que secretam uma substância rica em glicogênio.
Para
que
todas
essas
funções
uterinas
estejam
trabalhando
corretamente são necessários comandos motores viscerais. Esses comandos
são realizados através da inervação uterina, sendo feita pelos plexos
uterovaginais e hipogástrico superior, mediada por fibras aferentes viscerais
gerais ou sensitivas e as aferentes viscerais gerais ou motoras viscerais.
1.2
Fisiologia da dor
A dor manifesta-se como uma auto proteção do corpo humano.
De acordo com Guyton; Hall (2006), a maioria das enfermidades do
corpo causa dor. A sensação somática dolorosa pode ser classificada em tipos
de dor, apresentando uma dor rápida ou uma dor lenta.
Uma dor pontual é considerada dor rápida, entretanto uma dor que
provoca um sofrimento prolongado e dificilmente suportável é conhecida como
dor lenta, causada principalmente por lesões teciduais.(GUYTON;HALL,2006).
Para obter a percepção dolorosa, no organismo são encontradas
terminações nervosas livres que funcionam como receptores para dor. Essas
terminações nervosas livres são excitadas através de estímulos dolorosos,
como por exemplo, estímulos mecânicos, térmicos e químicos.
19
21
Geralmente, a dor rápida ocorre em resposta aos estímulos mecânicos e
térmicos, mas a dor lenta ou crônica pode ser desencadeada em consequência
dos três estímulos.
Segundo Guyton; Hall (2006), as substâncias químicas que provocam
dor são as bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos,
acetilcolina, enzimas proteolíticas, as prostaglandinas e a substância P.
Além dessas substâncias químicas, existem outras causas da dor que
são descritas para a manifestação dolorosa, como a isquemia tecidual e o
espasmo muscular.
No espasmo muscular a dor é provocada pelo efeito do espasmo que
estimula os receptores para dor, os mecanossensíveis, contudo o espasmo
leva a uma compressão de vasos sanguíneos proporcionando isquemia, e
liberando substâncias químicas que produzem dor. (GUYTON; HALL, 2006).
Quando ocorre a dor ela é transmitida dos nervos periféricos em direção
à medula espinhal utilizando como vias as fibras do tipo A beta para a dor
rápida e as fibras do tipo C para dores lentas.
Ao entrar na medula espinhal a sensação dolorosa é encaminhada para
o encéfalo, através do trato noespinotalâmico e do trato paleoespinotalâmico.
O trato noespinotalâmico corresponde às fibras do tipo A beta e a maioria
dessas fibras segue em direção ao tálamo, onde os sinais dolorosos são
direcionados a outras áreas do encéfalo. Já o trato paleoespinotalâmico
transmite a dor advinda das fibras do tipo C, caracterizada como dor crônica ou
lenta, terminando na medula espinhal nos cornos dorsais e são conduzidas em
direção ao encéfalo. A dor pode ser classificada como dor referida e dor
visceral. Quando uma pessoa sente dor em uma área do corpo que se situa
longe do tecido causador da dor, essa dor é considerada como referida. No
momento em que a dor é originada das vísceras, é nomeada por dor visceral.
As causas da dor visceral incluem isquemia do tecido visceral, espasmo
da musculatura lisa de uma víscera oca que geralmente se manifesta em forma
de cólica intensa decorrida da contração da musculatura. A dor também pode
ocorrer pela distensão do tecido conjuntivo presente nas vísceras. Isso ocorre
devido o preenchimento anormal e excessivo de uma víscera.
A dor visceral é transmitida através das vias viscerais e via parietal. Para
transmissão da dor visceral são recrutadas as fibras sensoriais específicas
20
22
para dor, dos feixes nervosos autônomos. A via parietal é levada diretamente
para os nervos espinais, localizando a sensação dolorosa correspondente à
área da dor. (GUYTON;HALL,2006).
1.3
Ciclo menstrual normal
O ciclo menstrual normal é decorrente das ações exercidas mutuamente
no sistema hormonal feminino, constituído por hormônios de liberação
hipotalâmica definido como hormônio liberador de gonadotropina (GnRH), os
hormônios sexuais hipofisários anteriores sendo eles o hormônio folículoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH) secretados em resposta ao
GnRH do hipotálamo. Outros hormônios que interagem com o FSH e LH são
conhecidos como estrogênio e progesterona.(GUYTON;HALL,2006).
Figura 2: Ciclo menstrual normal
Fonte : Stephenson; O’Connor , 2004, p.78.
Durante o ciclo menstrual normal esses hormônios são secretados em
quantidades variáveis. O ciclo menstrual normal torna-se presente na vida da
mulher entre 11 e 15 anos de idade, com a ocorrência da primeira menstruação
denominando-se menarca.
21
23
Após a menarca, a mulher começa a ser preparada para sua vida
reprodutiva
durante
os
anos
vindouros.
Essa
preparação
acontece
mensalmente no organismo feminino, mediada por hormônios contidos no
próprio corpo, ocasionando dessa forma, o ciclo sexual mensal feminino ou
ciclo menstrual.(GUYTON;HALL,2006).
Cada ciclo tem uma duração média de 28 dias, e apenas um único óvulo
é dispensado do ovário a cada mês.
Durante o ciclo menstrual, ocorrem intensas transformações no ovário
em resposta aos hormônios FSH e LH. A secreção desses hormônios pela
hipófise é extremamente necessária para dar início ao ciclo mensal. No
decorrer do ciclo há um aumento e uma diminuição cíclicas de FSH e LH.
Os hormônios FSH e LH proporcionam o crescimento e a reprodução
das células foliculares nos ovários. Guyton; Hall (2006) descreve que os
hormônios da hipófise anterior, em especial o FSH, causam o crescimento
acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês.
O folículo em desenvolvimento continua se proliferando e após alguns
dias encontra-se repleto de líquido folicular, mantendo uma quantidade elevada
de
estrogênio,
hormônio
feminino
importante
para
conservação
das
particularidades femininas. O crescimento do folículo é contínuo e de forma
acelerada, motivando a sua explosão ou rompimento folicular.
Algumas horas após a explosão do folículo, é constituído o corpo lúteo,
sob a ação do LH. O corpo lúteo passa a produzir os hormônios essenciais
femininos, sendo eles o estrogênio e progesterona proporcionando denso
crescimento endometrial e diligenciando sua vascularização. Quando há uma
redução nos níveis desses hormônios ocorre nesse momento a menstruação
uterina. Em seguida inicia-se um novo ciclo ovariano.(GUYTON;HALL,2006).
1.3.1 Fases do ciclo menstrual
De acordo com os acontecimentos cíclicos mensais, é estabelecido um
ciclo endometrial ou uterino. O ciclo endometrial ou uterino sucede-se em três
fases.
A primeira fase corresponde à proliferação do endométrio uterino, a
segunda fase está relacionada ao desenvolvimento de mudanças secretoras no
22
24
endométrio, e a terceira fase ocorre devido à descamação endometrial,
denominada fase menstrual.
Na fase proliferativa ou pré-ovulatória o endométrio é reorganizado,
construído novamente devido à influência de estrogênio, processado em
quantidades elevadas no ovário na primeira fase do ciclo ovariano mensal
resultando na formação de uma nova camada endometrial acompanhada das
glândulas endometriais, das artérias e vasos que compõem o endométrio. As
glândulas endometriais produzem um muco espesso e viscoso, mas o efeito do
estrogênio torna-o límpido e fino disponibilizando o acesso do espermatozóide
para o interior do útero.(MARIEB;HOEHN,2009).
A ovulação, a qual demora menos de cinco minutos, ocorre no ovário no
final do estágio proliferativo (dia 14), em resposta à liberação súbita de LH pela
hipófise anterior. O LH também converte o folículo rompido em um corpo lúteo.
(MARIEB; HOEHN, 2009).
A fase secretora ou fase pro gestacional do endométrio ocorre após a
ovulação, com duração média de 14 dias. É nessa fase que o endométrio põese em condições de receber um óvulo fertilizado vindo da trompa de Falópio. A
secreção uterina oferece nutrição para o óvulo. Após o óvulo introduzir-se no
endométrio, já no estágio de blastocistos, retira substâncias necessárias para
seu desenvolvimento intra-uterino.
Na ocasião da não fertilização, o corpo lúteo deterioriza-se no final da
fase secretora proporcionalmente à decadência de LH no sangue.
Segundo Marieb; Hoehn (2009) , os níveis de progesterona também
diminuem, privando o endométrio do suporte hormonal, resultando em torção e
espasmos das artérias espiraladas. Em consequência da falta de oxigênio e
nutriente, as células do endométrio morrem, seguindo-se da menstruação no
dia 28.
A descamação uterina está presente na terceira fase ou fase menstrual.
Para que aconteça a descamação da superfície funcional uterina, o
estrogênio e a progesterona devem ser encontrados em níveis reduzidos no
organismo, proporcionando a desintegração do endométrio seguida por uma
hemorragia durante 4 a 7 dias.
Essa hemorragia é liberada pelo útero em direção à vagina,
caracterizando a menstruação.
23
25
1.4
Dismenorreia
Dismenorreia é um termo utilizado para caracterizar uma síndrome
menstrual dolorosa que se manifesta aproximadamente em 80% das
adolescentes ou mulheres jovens em fase escolar, acompanhando o período
pré ou intra-menstrual.
Halbe (2000) definiu a dismenorreia como um termo derivado do grego
significando fluxo menstrual difícil.
A dor apresenta – se com mais intensidade no primeiro e segundo dia do
ciclo menstrual geralmente com sensações desagradáveis como náuseas,
vômitos, palidez, cefaleia, vertigem, diarreia e desmaio. A cólica menstrual
geralmente afasta a mulher de seus afazeres habituais.
Para Quintana et al (2010), quanto menor o volume uterino maior a
produção de prostaglandinas provocando dores intensas, por isso que a
dismenorreia atinge mais as mulheres adolescentes e nulíparas. A dor pode
exacerbar se a mulher for tabagista, tiver má alimentação e for sedentária.
1.4.1
Classificação
A dismenorreia pode ser classificada quanto à sua intensidade e a sua
etiologia. Quanto à sua intensidade existem formas leves, moderadas e graves.
As formas moderadas e graves podem interferir no bem-estar das
pacientes, chegando a ser umas das causas de faltas às escolas e ao trabalho.
Quanto a sua etiologia, a dismenorreia pode ser classificada como primária ou
funcional e em secundária ou orgânica. (SCHMIDT; HERTER, 2012).
A dismenorreia primária ou funcional inicia-se juntamente com o fluxo
menstrual ou após este, manifestando - se na ausência de lesões pélvicas, a
dor tem característica espasmódica com duração de dois dias ou até o término
da menstruação. Algumas adolescentes apresentam desconfortos meses ou
anos após a menarca, e a partir dos primeiros episódios de cólicas a freqüência
eleva-se continuamente alcançando um pico máximo por volta de 20 anos,
diminuindo após essa idade. .(SCHMIDT; HERTER, 2012).
A dismenorreia secundária compreende 5% das dismenorreias cuja
origem é explicada por causas orgânicas. Nesses casos, a dor pode se
24
26
apresentar de modo atípico imediatamente a partir da menarca ou em uma
idade mais avançada. A dor associada à dismenorreia secundária depende da
causa básica. Dentre as causas da dismenorreia secundária com origem
ginecológica, as mais comuns são: inflamações pélvicas, varizes pélvicas,
tumores pélvicos, adenomiose, endometriose, pólipos, miomas, uso de DIU,
cistos ovarianos, estenose cervical, malformações congênitas do trato urinário.
1.4.2 Etiopatogenia da dismenorreia primária
A cólica menstrual classificada por dismenorreia primária é causada por
fatores endócrinos, psíquicos e mecânicos. Os fatores endócrinos estão
relacionados ao aumento de substâncias que provocam dor.
Essas substâncias são denominadas leucotrienos, isoprostanos e
prostaglandinas, causando a hipercontratilidade miometral, vasoconstrição e
dor. A dor menstrual diminui proporcionalmente ao aumento do fluxo
sanguíneo. Além desses fatores, a dor cíclica menstrual é originada em
consequência do espasmo muscular e do espasmo vascular.
O espasmo vascular das arteríolas do endométrio provoca uma isquemia
seguida de dor. Já o espasmo muscular definido como uma contração anormal
e exagerada do útero é considerado como uma precursora da cólica menstrual.
A associação dos dois tipos de espasmo caracteriza a formação da dor.
De acordo com Halbe (2000), a vasoconstrição leva à anóxia, a qual
levaria à contração incoordenada do músculo uterino, pois o músculo que se
contrai em estado anoxêmico não se contrai normalmente. As contrações
incoordenadas agravam a anóxia e a dor.
Os fatores psicogênicos e emocionais, principalmente quando a mulher
apresenta um estado depressivo, podem ser consequência do sofrimento
imposto pela dismenorreia.
Schmidt; Herter (2002) descrevem que os desajustes psicossomáticos,
como rejeição da feminilidade e uma visão negativa da menstruação, também
já foram propostas para tentar explicar a origem do quadro álgico.
No
entanto
a
principal
teoria
explicativa
do
aparecimento
da
dismenorreia primária é a da prostaglandinas. A cólica menstrual acompanha o
ciclo ovulatório. Quando o endométrio se desintegra do útero ocorre a
25
27
menstruação, diminuindo os níveis de progesterona ao final desses ciclos,
existindo maior produção de prostaglandinas provocando a contração da
musculatura uterina comprimindo o plexo vascular e nervoso do útero
evidenciando a formação da cólica menstrual.
As elevações dos níveis de protaglandinas favorecem a exacerbação
das contrações uterinas. Essas contrações exageradas promovem a redução
do fluxo vascular uterino causando hipóxia e isquemia aumentando ainda mais
o quadro doloroso. Além disso, a ação das prostaglandinas estimula
contrações na musculatura lisa do estômago, intestino, e vasos sanguíneos,
resultando nos sintomas associados como náuseas, vômitos, diarreia,
irritabilidade e cefaleia.
Na etiopatogenia da dismenorreia primária, é descrita sua relação com
as desordens mecânicas sacrais.
Num estudo realizado por Siqueira; Costa (2012) foi comprovado que a
gênese da dismenorreia primária está relacionada com as disfunções
ligamentares do útero, com origem mecânica na torção sacral.
1.4.3 Diagnóstico
A menstruação dolorosa inicia-se entre 6 a 12 meses após a menarca e
está presente durante o ciclo ovulatório.
A dor espasmódica sentida pelas mulheres é diagnosticada através de
uma anamnese bem realizada associada com o exame físico ginecológico.
Sintomas sistêmicos ocorrem em cerca de 50% dos casos tais como dor
lombar irradiada para parte interna da coxa, náuseas e vômitos, diarreia,
cefaleia, alteração da pressão arterial, alterações do humor e até síncopes.
Alguns fatores de risco podem contribuir na severidade da dor como
etilismo, tabagismo, distúrbios emocionais, sendo as mais comuns depressão e
ansiedade.(GALVÃO ,2012).
O diagnóstico da cólica menstrual é caracterizado como clínico. A dor
apresenta-se poucas horas antecedendo a menstruação ou durante o
sangramento uterino, ocorrendo de forma leve, moderada ou intensa
acompanhada dos sintomas sistêmicos.
26
28
É utilizada, como meio de diagnóstico, a palpação uterina avaliando o
volume, tamanho, forma e mobilidade que devem estar normais na
dismenorreia primária, entretanto se manifestada alguma alteração a
dismenorreia passa a ser classificada como secundária.
O único teste para avaliar a severidade da dismenorréia primária é a
medida da pressão intra-uterina, que por ser um método invasivo não
é utilizado. No entanto, alguns estudos demonstram que na
menstruação normal a pressão de repouso intra – uterina que varia
de 5 a 15 mmHg(milímetros de mercúrio) passa para cerca de 80
mmHg, ocorrendo uma contração que varia de 5 a 10 minutos de
duração. Na dismenorréia ocorre a cada 15 segundos e a pressão
sobe até 400 mmHg. (DMITROVIC apud GIRALDO, ELEUTÉRIO
JUNIOR, J; LINHARES, 2008, P.164-168)
De acordo com Halbe, (2000), podem ser utilizados para identificação da
dismenorreia os exames complementares consistindo em ultra-sonografia,
histeroscopia, laparoscopia e dosagem do CA-125.
1.4.4 Tratamento
As mulheres podem utilizar-se das terapias medicamentosas, recursos e
técnicas fisioterapêuticas, de forma curativa e preventiva, medicina integrativa,
tratamento cirúrgico.
Na terapia medicamentosa os fármacos são administrados para reduzir
ou eliminar temporariamente o quadro álgico menstrual, dispondo-se de
medicamentos antiinflamatórios não esteroidais (AINES) e contraceptivos orais.
O efeito do antiinflamatório no combate à dor explica-se através da
redução da dor, pois ocorre uma diminuição de prostaglandinas e leucotrienos
no organismo. Os contraceptivos orais são o método medicamentoso mais
utilizado por mulheres, pois seu uso não permite a ovulação, diminuindo assim
a produção de prostaglandinas e provocando uma dessensibilização nas fibras
musculares que constituem o miométrio.(GALVÃO,2012).
Os recursos e técnicas fisioterapêuticas variam de acordo com a
intensidade da dor. A fisioterapia possibilita uma cessação do quadro álgico
através da analgesia provocada por recursos elétricos fóton terápicos,
cinesioterapêuticos, manuais, aquáticos. Além de todos esses métodos
propõem-se também recursos preventivos sob forma de profilaxia.
27
29
A teoria de Halbe (2000) sugere como profilaxia um preparo psicológico
da adolescente antes da menarca incentivando-lhe a prática de exercícios
físicos e uma dieta balanceada.
Existem também mulheres que buscam tratamentos não convencionais
através da medicina alternativa, onde são encontrados tratamentos com base
na acupuntura, plantas medicinais, como por exemplo gengibre, além de
vitaminas, óleo de peixe conhecido como ômega 3.(GALVÃO,2012).
As vitaminas, principalmente a vitamina B, têm seu poder ativo na
correção do metabolismo hormonal anormal.
O tratamento cirúrgico é utilizado quando o tratamento clínico não surtir
efeito. Na dismenorreia primária é realizado um procedimento cirúrgico
denominado por recessão laparoscópica dos ligamentos uterossacros. Esses
procedimentos apresentam um resultado satisfatório, entretanto podem ser
causa futura de um prolapso uterino.(HALBE,2000).
Tabela 1: Dismenorréia primária: tipos de tratamento.
Medidas gerais
Repouso adequado
Dieta
Terapia de apoio
Exercícios físicos
Vitaminas
Esteroides sexuais
Estrógenos
Contraceptivos orais
Agente tocolíticos
Orciprenalina
Isoxsuprina
Antiinflamatórios
Agentes locais (supositórios)
Indometacina
Fentiazaco
Cirúrgico
Operação de Cotte
Operação de Castaño
Ressecção endoscópica dos ligamentos uterossacros
Fonte: Halbe, 2000, p.751
28
30
1.5
Dismenorreia primária e qualidade de vida das mulheres
A Organização Mundial da Saúde definiu a qualidade de vida (QV) como
“a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”.(BARCELOS et al, 2010).
Conforme foi referida pela OMS, a percepção interfere na qualidade de
vida. Seguindo esse contexto a dismenorreia provoca uma diminuição de QV
de mulheres portadoras, já que a dor é caracterizada como uma percepção
subjetiva.
A mulher sofre uma redução nas tarefas executadas diariamente e
transtornos emocionais em consequência da menstruação dolorosa.
Barcelos et al (2010) esclarece que a dismenorreia associa-se à redução
da produtividade no trabalho, alterações emocionais, distúrbios do sono,
disfunções sexuais e restrições sociais.
No estudo realizado por Barcelos et al (2010) observou-se que a mulher
com dismenorreia ou dor pélvica crônica apresenta pior QV em relação àquelas
que não possuem quadro álgico.
Dessa forma evidencia-se a necessidade de um bom diagnóstico e um
tratamento preciso para esse grupo da população feminina.
29
31
CAPÍTULO II
POSTURA
2
POSTURA CORPORAL
2.1
DEFINIÇÃO
Segundo Verderi (2003), postura é definida como a posição que o nosso
corpo adota no espaço, bem como a relação direta de suas partes e a linha do
centro de gravidade. A boa postura é aquela em que um mínimo de esforço é
sobreposto às articulações do corpo, ou seja, para obtenção da postura correta
é necessária uma disposição bem ordenada entre as partes que compõem o
corpo humano como um todo, evidenciando o centro de massa, de gravidade e
um bom equilíbrio do sistema neuromusculoesquelético.
A postura corporal modifica-se de acordo com os movimentos, atitudes,
reações e posicionamento dos indivíduos.
2.1.1 Evolução e desenvolvimento da postura ereta
Há milhões de anos o homem procurou adaptar-se de acordo com as
necessidades advindas do desenvolvimento, buscando a melhor forma para
sobreviver. Conforme a evolução do Homo Erectus, e segundo a teoria de
Darwin, o atual ser humano passou por várias etapas de sua evolução para
adquirir a postura ereta, embora o ser humano viva ainda em constante
processo de adaptação da postura.
Para Amado (2006), a posição ereta bípede aumenta o trabalho
cardíaco, os estresses na coluna vertebral, pelve e membros inferiores,
reduzindo a estabilidade, com maior distribuição de peso nas extremidades
inferiores.
2.2
Estrutura e função corporal
30
32
O corpo humano é composto por estruturas, sistemas e funções,
interagindo entre si permitindo um perfeito equilíbrio.
O esqueleto dispõe-se com certa ordem ou arranjo sendo dividido em
porções axial e apendicular. A porção axial é constituída pelo crânio, vértebras,
costelas e esterno, já o esqueleto apendicular é formado pela cintura
escapular, cintura pélvica, membros superiores e membros inferiores.
O principal eixo de sustentação do corpo humano é a coluna vertebral. A
coluna vertebral é ordenada por 33 vértebras, sendo 24 flexíveis, classificadas
em cervicais (C1 – C7), torácicas (T1 – T12), lombares (L1 – L5), sacrais (S1 –
S5) e quatro coccígenas. A coluna vertebral também é responsável pela
proteção da medula espinhal, de onde emergem os ramos nervosos inervando
os tecidos, os músculos e as vísceras.(MADEIRA;RIZZOLO,2009).
A coluna vertebral apresenta quatro curvaturas fisiológicas ou primárias,
adquiridas desde o nascimento: a curvatura cervical, torácica, lombar e a
sacral. As curvaturas cervicais e lombares são convexas, curvadas em direção
ao lado anterior do corpo. As curvaturas torácicas e sacrais são côncavas,
curvadas em direção ao lado posterior do corpo. Essas curvaturas ajudam a
centralizar a cabeça sobre o corpo, proporcionando um equilíbrio para andar na
posição ereta.
A coluna vertebral provém de estruturas ligamentares para manter
sua sustentação, sendo elas: ligamento longitudinal anterior e posterior,
ligamentos amarelos, ligamento supra-espinhal, ligamento da nuca, ligamento
interespinhal, e ligamento intertransversário.
Os músculos da coluna vertebral desempenham uma importante função,
eles são responsáveis pela estabilização, equilíbrio e movimentação dos
membros e participam dos mecanismos de absorção dos impactos e
sobrecargas, protegendo assim a coluna vertebral. Podemos dividir a
musculatura do nosso corpo como anteriores e posteriores. Os músculos
anteriores ou dinâmicos são os responsáveis pelo movimento do tronco e
abrangem a musculatura do pescoço e da parede abdominal. Os posteriores ou
estáticos são os responsáveis pela manutenção da postura. No tronco dividi-se
a musculatura em camadas: camada superficial compondo-se do trapézio,
grande dorsal e eretores da espinha; a camada profunda com os músculos
elevador da escápula, serráteis e romboides; e a camada mais profunda tendo
31
33
os músculos intermédios, multífido, semi-espinhal do tórax e semi-espinhal do
pescoço e da cabeça. Uma vez que todos esses músculos atuam
conjuntamente, a fraqueza de um grupo muscular pode forçar e prejudicar o
equilíbrio da coluna.
Os discos intervertebrais são compostos por duas estruturas principais,
o núcleo pulposo e o anel fibroso, que juntos são responsáveis por amortecer e
separar as vértebras. Sua função é de absorver os impactos, permitir e limitar
os movimentos. Os discos são flexíveis permitindo o movimento.
2.2.1 Desequilíbrios e alterações posturais mais frequentes
Para Kisner; Colby (2005), há uma inter-relação entre cabeça, pescoço,
tórax, coluna lombar e pelve, e desvios em uma região afetarão as outras
áreas. De acordo com o estudo realizado por Malagoni; Cavalcante (2007), os
desvios
posturais mais encontrados em
adolescentes são
escoliose,
hiperlordose lombar, retroversão pélvica, genu recurvatum, genu valgo e pé
plano.
A
escoliose
é
definida
como
curvaturas
anormais
localizadas
lateralmente no plano frontal. Manifesta-se frequentemente em adolescentes
devido à fase de crescimento, má postura, disfunções neuromusculares,
traumatismo. Também pode ser caracterizada como congênita, resultando em
disfunções ligamentares, musculares e ósseas. Entre as disfunções ósseas
evidencia-se a rotação pélvica. A escoliose recebe várias classificações de
acordo com o lado para o qual se dirige a convexidade da curvatura, definindose vários padrões escolióticos.(AMADO;2006).
A hipercifose é uma acentuação anormal da convexidade posterior da
coluna torácica devido à contratura do músculo peitoral e o mau
condicionamento físico da musculatura dorsal.
A hiperlordose lombar é caracterizada pela demasia da curvatura da
convexidade anterior da curvatura lombar. Pode apresentar-se em resposta a
uma hipercifose ou em consequência da flacidez muscular abdominal seguida
da contratura dos flexores do quadril.(AMADO;2006).
As disfunções na coluna lombar levam a uma alteração na pelve e da
articulação do quadril.
32
34
Quando ocorre uma anteversão pélvica, ou seja, a pelve encontra-se
inclinada para frente, em resposta a essa inclinação anterior a coluna lombar
acompanha o mesmo movimento arqueando-se anteriormente favorecendo o
acentuamento da lordose lombar, denominada hiperlordose. Já a retroversão é
determinada por uma inclinação pélvica posterior, ou seja, a pelve encontra-se
posicionada posteriormente e a coluna lombar é retificada, caracterizando uma
hipolordose. Existem, pois, relações entre a coluna lombar e o posicionamento
pélvico em posturas defeituosas. (AMADO;2006).
O genu recurvatum é observado pela hiperextensão dos joelhos.
O joelho valgo ou joelho em X e o joelho varo ou arqueado são
deformidades encontradas na formação dos joelhos, podendo apresentar-se
unilateral ou bilateralmente. Se os côndilos se tocam e os maléolos não, o
joelho é considerado valgo, entretanto se os maléolos tocam-se e os côndilos
permanecem afastados o joelho é denominado varo.
Um minucioso exame dos pés pode desvendar desequilíbrios e
alterações na postura corporal. As alterações mais frequentes encontradas nos
pés são: pé cavo e pé plano.
O pé cavo é resultado do encurtamento dos músculos fíbular longo, tibial
posterior e flexor longo do hálux; e a fraqueza dos mesmos músculos
caracteriza o pé plano.
Quadro 1 – Resumo dos Comprometimentos Comuns Associados a Disfunções
Posturais.
 Dor decorrente da sobrecarga biomecânica em estruturas sensíveis e da tensão
muscular
 Comprometimento da mobilidade devido à restrição de músculos, articulações ou
fáscias
 Comprometimento muscular associado à fraqueza e pouca resistência muscular à
fadiga, devido às mas posturas sustentadas ou desuso.
 Controle postural insuficiente dos músculos estabilizadores
 Senso cinestésico de postura alterado, associado a mau controle neuromuscular e
maus hábitos posturais prolongados.
 Falta de conhecimento do controle e da biomecânica vertebral saudável
Fonte: Kisner; Colby, 2005, p.600.
33
35
2.3
Avaliação postural
De acordo com Verderi (2003), a avaliação postural se faz necessária
para que possamos mensurar os desequilíbrios e as assimetrias existentes
entre os segmentos corporais ou articulações, observando os desvios de um
alinhamento postural ideal e adequarmos a melhor postura para cada indivíduo
possibilitando a prevenção e posteriormente a reestruturação completa das
cadeias musculares situando-se de forma estática e dinâmica.
Após uma detalhada avaliação postural o fisioterapeuta encontra-se
condicionado para promover a prevenção e a reeducação postural dos males
causados pela má postura.
2.3.1 Recursos utilizados para avaliação postural
Para a realização de uma boa avaliação postural são utilizados alguns
materiais para melhor avaliar os indivíduos submetidos à avaliação: o
simetógrafo, a radiografia, o podoscópio, o goniômetro e a fita métrica.
O simetrógrafo, também chamado de fundo quadriculado, consiste em
um retângulo de aproximadamente dois metros de altura por um metro de
largura, composto por uma placa de acrílico transparente possuindo linhas
horizontais e verticais que, ao se cruzarem, formam quadrados de cinco em
cinco
centímetros
ou
dez
em
dez
centímetros.
(MALAGONI;CAVALCANTE,2007).
A radiografia convencional, também conhecida como raio x, é um exame
utilizado para verificar as alterações nas estruturas ósseas, confirmando desta
forma um dado clínico. Para a avaliação postural são necessários na
identificação das anormalidades estruturais, pois os raios x são parte de um
espectro eletromagnético e possuem a habilidade de penetrar nos tecidos em
vários graus. (AMADO, 2006).
O podoscópio é um aparelho utilizado para o exame dos pés,
possibilitando melhor visualização do arco plantar e a descarga de peso sobre
as partes anatômicas dos pés. O podoscópio é constituído de uma placa de
acrílico em sua parte superior; na parte inferior e lateral há espelhos; na parte
lateral interna há lâmpadas que, ao serem ligadas na corrente elétrica,
34
36
acendem, permitindo melhor visualização dos pés para a realização do exame.
Em seu acabamento é utilizado aço para revestimento dando o aspecto
quadrado ao aparelho.(MALAGONI;CAVALCANTE,2007).
O goniômetro é utilizado para medir os ângulos articulares do corpo
humano. É formado por um braço fixo e o outro móvel permitindo quantificar a
limitação dos ângulos articulares para que o fisioterapeuta intervenha de forma
adequada na eficácia de seus tratamentos. A expressão numérica da amplitude
de movimento articular na goniometria utiliza o sistema de mensuração
baseado em 0° a 180°, permitindo que a avaliação ocorra em todos os planos
do corpo humano. (AMADO, 2006).
A fita métrica é utilizada para realizar as medições necessárias, obtendose informações perimétricas e das discrepâncias presentes no corpo humano.
2.3.2 Planos analisados
2.3.2.1
Plano sagital
Malagoni; Cavalcante (2007) descrevem que o plano sagital vai da face
anterior à face posterior, passando anteriormente ao ouvido externo, face
anterior da coluna cervical, anterior à coluna dorsal, cruzando a coluna
vertebral em lombar 1, lombar 2 e lombar 3, porção média do osso sacro,
posteriormente à articulação coxofemoral, posterior ao longo do eixo femural,
nível médio da articulação do joelho, cruzando a tíbia em quase toda a
extensão, anterior à articulação do tornozelo em calcâneo-cubóide e
talonavicular atingindo o solo. Nesse plano o corpo é dividido em duas metades
simétricas, sendo possível analisar as acentuações das curvaturas fisiológicas
ou primárias, a hiperextensão e semiflexão dos joelhos, protusão dos ombros,
anteriorização da cabeça, proeminência abdominal, se há ocorrência de
anteversão ou retroversão pélvica, se o corpo apresenta-se em rotação voltada
para a direita ou para a esquerda.
2.3.2.2
Vista anterior
35
37
Observa-se há assimetria da cabeça em seu alinhamento horizontal,
alinhamento dos acrômios, prega mamária, cicatriz umbilical desviada para a
direita ou para a esquerda, rotação das espinhas ilíacas ântero-superiores,
altura da crista ilíaca, arco longitudinal medial das articulações calcâneocubóide, rotação da patela.(MALAGONI; CAVALCANTE,2007).
2.3.2.3
Vista posterior
Na vista posterior devem ser observadas inclinação da cabeça à direita
ou esquerda, as assimetrias horizontais da escápula (um ombro mais elevado
que o outro), ângulos inferiores das escápulas (demonstram desnivelamento
escapular) e básculas lateral e medial, desvios da coluna, ângulos
perna/retropé, cintura pélvica. Deve-se verificar também o basculamento lateral
e alinhamento das pregas glúteas.
Observar as pregas glúteas, alinhamento das fossas poplíteas, se o
tendão do calcâneo estará valgo ou varo, aproximação medial dos joelhos ou
afastamento lateral dos joelhos, articulação dos tornozelos em varo e valgo.
(MALAGONI; CAVALCANTE, 2007).
2.3.2.4
Vista lateral
Quando se observa em vista lateral, a linha de referência vertical
coincidindo com a linha mediana do corpo, divide-o em secções anterior e
posterior de igual peso. Os pontos de referência fixam localiza-se
imediatamente á frente do maléolo lateral apresentando o alinhamento ideal
postural visto lateralmente.(MALAGONI;CAVALCANTE,2007).
Os segmentos avaliados são alinhamentos verticais da cabeça,
alinhamento vertical do tronco, coluna lombar, torácica e cervical, protusão ou
retração dos ombros, articulações do quadril, a pelve, articulação dos joelhos
(genu flexo ou genu recurvatum).
2.3.3 Testes complementares
2.3.3.1
Sinal de Adams
36
38
O teste de Adams consiste na avaliação da assimetria das regiões
paravertebrais, detectando saliências das costelas, escoliose, cifoescoliose e
cifose torácica. O paciente é posicionado em ortostatismo, mantendo posição
de passo, com a pelve equilibrada no plano frontal.
O terapeuta coloca-se atrás do paciente, observando-o. Deve-se pedir
ao paciente que mantenha os pés unidos e realize uma flexão de tronco cerca
de 90°, demonstrando dessa maneira as assimetrias da região torácica e
lombar.
2.3.3.2
Ângulo Q
A avaliação do ângulo Q é realizada para diagnosticar desalinhamento
dos membros inferiores (MMII).
O ângulo Q consiste no cruzamento de duas linhas imaginarias. A
primeira linha imaginaria é formada pela espinha ilíaca ântero-superior até o
ponto médio da patela, já a segunda linha imaginária estende-se da
tuberosidade anterior da tíbia até o ponto médio patelar. Os valores obtidos por
essa medição trazem referências os valores normais de 13° para homens e 18°
para mulheres.
A mensuração pode ser realizada através da goniometria e radiografias.
Os pacientes são posicionados em decúbito dorsal ou em posição ortostática.
Em decúbito dorsal o paciente é orientado a posicionar o segundo dedo do pé
apontado para cima e perpendicular à maca, no entanto, quando se realiza a
medição em ortostatismo, o paciente é instruído a manter o segundo dedo do
pé em uma marca vertical traçada no chão, evitando a rotação do fêmur.
O aumento do ângulo Q caracteriza joelho valgo.
2.3.3.3
Discrepância real e aparente
A medição da discrepância real e aparente é o método frequentemente
empregado na avaliação das dismetrias dos MMII. Para realizar a medição usase a fita métrica, sendo mensuradas as regiões anatômicas. A discrepância é
subdividida em dois tipos: a real e aparente.(AKKARI et al, 2012).
37
39
A discrepância real mensura-se da espinha ilíaca anterior e inferior até o
maléolo medial ou superfície plantar.
Na discrepância aparente mensura-se da cicatriz umbilical ao maléolo
medial ou superfície plantar.
2.4
Alterações posturais e sua relação com órgãos internos
O corpo humano resume-se em um conjunto de elementos e sistemas
que são interligados e dependentes um do outro, considerando a relação
fisiológica, psicológica e emocional.
De acordo com Souza (2012), qualquer alteração do funcionamento de
uma parte ou sistema corporal poderá, potencialmente, ser transmitida e gerar
influências em outros sistemas orgânicos proximais ou até mesmo a distância
do foco primário do desequilíbrio.
Devido às relações anátomo-funcionais, as disfunções mecânicas ou
congênitas tencionam as vísceras estabelecendo as cadeias lesionais.
Os nervos originados da região lombar são responsáveis pela
sensibilidade na região do quadril, inervam a musculatura da região pélvica.
Em consequência dessa funcionalidade nervosa os problemas ou disfunções
existentes nas vértebras lombares, como rotações vertebrais, hérnias discais,
protusões ou fatores causadores da irritação nervosa refletem em dores na
região pélvica.
No término da coluna lombar situa-se o osso sacro constituindo a
articulação sacroilíaca. As disfunções sacrais acometem as vísceras porque os
nervos responsáveis por toda inervação das vísceras baixas emergem da
região sacral, referindo dores localizadas em MMII. Existe o agravante de
apresentar sintomatologias viscerais, dores fortes no período pré-menstrual,
incontinência urinária, constipação intestinal, dores na relação sexual, ciatalgia
(dores em MMII).
O osso ilíaco ou bacia (quadril) articula-se com o sacro e o fêmur, e os
problemas apresentados sobre essa região contribuem para as manifestações
dos problemas viscerais.
A região coxo-femural está associada à região sacro-ilíaca, sendo que o
movimento do fêmur acompanha a pelve e o contrário também é verdadeiro, no
38
40
entanto as alterações apresentadas nessa articulação também refletem em
dores lombares e pélvicas.
As cápsulas articulares são umas tramas ligamentares responsáveis por
estabilizar a articulação coxo-femural e podem causar dores em caso de serem
lesionadas por traumas. Os músculos também podem ser lesionados de
diversas formas: traumas, postura, problemas viscerais e vertebrais.
2.4.1 Disfunções uterinas através de desordens mecânicas posturais
Os sistemas do corpo humano relacionam-se entre si para que o
organismo mantenha-se em homeostásia.
Esse perfeito equilíbrio homeostático é obtido através das inter-relações
existentes entre as estruturas e funções do corpo. Entretanto, quando há
desequilíbrio em algum órgão ou sistema, outras regiões podem sofrer uma
disfunção em relação ao que foi alterado.
Nesse contexto, as disfunções uterinas podem se apresentar devido às
alterações da postura.
Miranda, Schor, Girão (2009) esclarecem que há um envolvimento do
sistema musculoesquelético na gênese e na perpetuação da dor pélvica
crônica (DPC) sendo demonstrada de forma crescente.
As disfunções uterinas e a DPC podem manifestar-se através das
causas ginecológicas e não ginecológicas. Entre as causas ginecológicas são
descritos fatores desencadeantes por doenças que acometem o útero, sendo
elas endometriose, a adenomiose, os miomas uterinos, as varizes pélvicas e as
aderências. Já as não ginecológicas são evidenciadas pelas alterações
prevalentes como a síndrome do cólon irritável, as desordens psicológicas e as
alterações musculoesqueléticas.
Fazem parte das alterações musculoesqueléticas o alinhamento da
cabeça, a simetria dos ombros, curvatura da coluna, a rotação vertebral,
protusões, desequilíbrio pélvico, posicionamento dos membros inferiores,
compondo o diagnóstico para a DPC. Devido à trama ligamentar e à relação
muscular existente entre os segmentos corporais, os problemas estruturais
encontrados na coluna lombar, articulação sacroilíaca, região coxo-femoral,
membros inferiores e cápsulas articulares podem acometer futuramente a
39
41
região pélvica, expondo alguns órgãos pélvicos como o útero a sofrerem
agravantes sintomatológicos, manifestando dores fortes no período prémenstrual ou durante a menstruação.
2.4.2 Alteração na estrutura corporal como precursora da dismenorreia
primária
A estrutura corporal sofre alterações mecânicas e congênitas resultando
na presença de síndromes dolorosas em varias áreas corporais. A DPC pode
ser considerada como um reflexo dessas alterações destacando-se a
dismenorreia presente em grande parte da população feminina.
Muitos
dos
casos
de
DPC
têm
nas
disfunções
musculoesqueléticas uma de suas causas básicas. Admite-se que
mais de 85% das pacientes com DPC apresentam disfunções do
sistema musculoesquléticos, incluindo hiperlordose lombar,
hiperextensão de joelhos e anteriorização pélvica, assim como
espasmo do músculo levantador do ânus e síndrome do piriforme.
(MIRANDA, SCHOR, GIRÃO, 2009, p.345).
As sintomatologias dolorosas que acometem diretamente a região
uterina têm como desencadeador as disfunções nos ossos que compõem a
cintura pélvica, prevalecendo as alterações de ordem mecânica sacral.
Siqueira, Costa (2012) relatam que o osso sacro é considerado osso
chave nas disfunções de vísceras localizadas na pelve menor, sendo uma
delas o útero, que mantém relações fascial e neurológicas com a estrutura
óssea.
A relação neurológica é explicada através das fibras parassimpáticas e
gânglios do sistema simpático que emergem do plexo sacral inervando o útero,
vagina, assoalho pélvico e músculos. No entanto a sustentação ligamentar se
dá através das fáscias, lamina, aponeuroses, ligamentos que são inseridos nas
vértebras sacrais, especificamente em S2, S3 e S4. Sendo assim, quaisquer
alterações ou disfunções nas vértebras sacrais resultam em perturbações
neurológicas, sensitivas, motoras e funcionais viscerais. Em um estudo
realizado por Siqueira, Costa (2012) utilizando 10 pacientes do gênero
feminino, foram identificadas alterações sacrais com presença de tensão nos
ligamentos uterinos durante uma avaliação propedêutica osteopática.
40
42
Contudo, a dismenorreia primária pode ter como precursoras as
alterações na postura, resultando das desordens na estrutura corporal
musculoesqueléticas.
41
43
CAPÍTULO III
ESTUDO DE CASO
3
INTRODUÇÃO
Realizou-se uma pesquisa com o intuito de demonstrar as possíveis
assimetrias corporais encontradas em mulheres jovens, na faixa etária de 18 a
25 anos, e determinar as correlações existentes entre as alterações
encontradas na postura como um fator desencadeante para a dismenorreia
primária.
Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes métodos:
Métodos de estudo de caso: O estudo de caso foi desenvolvido na
clínica de Reabilitação Física Dom Bosco, pertencente ao Centro Universitário
Católico Unisalesiano Auxilium, localizado na cidade de Lins, no período de
Julho a Setembro do ano corrente. Completaram este trabalho as opiniões
destes profissionais da área da saúde sendo estes, um médico ginecologista,
uma fisioterapeuta, um enfermeiro e uma psicóloga.
Método de observação sistemática: Foram observadas e analisadas as
avaliações posturais aplicadas a um grupo de 15 mulheres jovens portadoras
da dismenorreia primária como suporte para o desenvolvimento do estudo de
caso.
Métodos estatísticos: Para a realização da análise estatística foi utilizado
o Microsoft Office Excel 2007, juntamente com o método de estatística
descritiva. Os resultados foram demonstrados em tabelas.
3.1
Técnicas utilizadas
Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A);
Roteiro de Observação Sistemática (APÊNDICE B);
Roteiro de entrevista com o médico ginecologista (APÊNDICE C);
Roteiro de entrevista com o fisioterapeuta (APÊNDICE D);
Roteiro de entrevista com o enfer
42
44
meiro (APÊNDICE E);
Roteiro de entrevista com a psicóloga (APÊNDICE F);
Roteiro de entrevista com as voluntárias (APÊNDICE G)
3.2
Recursos utilizados
Ficha de avaliação postural (ANEXO A)
3.3
Procedimentos
O estudo de caso iniciou-se com a orientação para as voluntárias do
objeto da pesquisa, do termo de consentimento e de que forma seria realizada.
As mulheres jovens foram escolhidas aleatoriamente e digiriram-se à clínica
para serem avaliadas. Utilizou-se para critérios de inclusão mulheres
portadoras crônicas de cólica menstrual/dismenorreia primária, nulíparas, com
idade entre 18 e 25 anos. Foram excluídas mulheres acometidas por doenças
uterinas, as que fazem uso de contraceptivos hormonais, portadoras de
distúrbios neurológicos. A avaliação postural ocorreu com as voluntárias
devidamente trajadas com roupa de banho.
Em seguida as voluntárias foram avaliadas mediante uma ficha de
avaliação postural clássica. Essa ficha incluía dados de identificação, idade e
telefone. As participantes também foram submetidas ao preenchimento de uma
ficha que descrevia a história de saúde, sinais e sintomas específicos,
intensidade do quadro álgico.
A inspeção postural foi realizada individualmente com as voluntárias
trajando roupas de banho. Elas foram posicionadas à frente, cerca de 0,5 metro
de uma parede lisa. Foi realizada a inspeção das vistas anterior, posterior,
lateral direita e esquerda, das participantes, confrontando com o alinhamento
do tronco e membros através da linha central do simetrógrafo, equivalente aos
eixos coronal (anterior e posterior) e sagital (perfil). A classificação das
inspeções consiste na presença ou ausência de alterações.
Em seguida realizou-se o teste de Adams: a voluntária posicionou-se em
ortostatismo e foi feita a inspeção e palpação dos processos espinhosos da
43
45
coluna vertebral; após a palpação a voluntária flexionou anteriormente o tronco,
e a fisioterapeuta, que estava posicionada posteriormente, palpou novamente
os processos espinhosos da coluna vertebral para observar se encontrava
alguma alteração. Logo após a voluntária foi colocada no podoscópio onde
observou - se havia ou não alterações nos arcos plantares.
Concluindo a avaliação foram realizados os testes complementares
iniciando pelo ângulo Q, com a participante posicionada em decúbito dorsal
sobre o divâ, e posteriormente, mantendo essa mesma posição, foi avaliada a
discrepância real e aparente. O diagnóstico foi construído de acordo com as
alterações detectadas durante a avaliação. Para a análise estatística foi
utilizado o Microsoft Office Excel 2007.
3.4
Opiniões dos profissionais
3.4.1 A opinião do médico ginecologista
Médico Ginecologista – Obstetra, 57 anos, gênero masculino,
atualmente médico no Hospital Geral de Promissão – SP e médico no Hospital
Espírita João Marchesi em Penápolis – SP.
Sim, a dismenorreia primária pode ter como etiologia as
alterações na postura, mas acredito que a causa principal
oriunda é a endometriose. As mulheres procuram muito as
consultas ginecológicas em razão da dismenorreia , as
mulheres possuem a faixa etária em torno dos 20 anos. Os
medicamentos mais utilizados são os atiinflamatórios não
esteroidais
(AINH).
ANOS).
3.4.2 A palavra da Fisioterapeuta
(MÉDICO
GINECOLOGISTA,
57
44
46
Fisioterapeuta, 37 anos, gênero feminino, atualmente mestre em
fisioterapia, professora e supervisora de estágio da Clínica de Reabilitação
Física Dom Bosco, na cidade de Lins – SP.
A fisioterapia dispõe de excelentes recursos que podem
contribuir para a melhora desse quadro.Acredito que o
fator estrutural seja um dos fatores desencadeantes, mas
não sozinho e nem o principal. A avaliação postural deve
estar presente em todas as avaliações, pois, unido às
outras disfunções a postura pode ser causadora de vários
quadros
encontrados
na
clínica.
Se
realmente
for
comprovado que a alteração postural é a grande
causadora deste quadro doloroso, acredito que exercícios
para correção postural e orientação, seja um grande
começo
com
especialista
manipulativas
podem
que
dispõe
intervir
de
técnicas
diretamente
no
quadro.(FISIOTERAPEUTA, 37 ANOS).
3.4.3 A palavra do Enfermeiro
Enfermeiro, 31 anos, gênero masculino, atualmente trabalha na Santa
Casa e no Hospital Espírita João Marchesi, na cidade de Penápolis.
A cólica menstrual é provocada pela liberação de
prostaglandina, substância que faz o útero contrair para
liberar o endométrio. Os medicamentos mais utilizados
são os antiinflamatórios não esteroidais que agem
bloqueando a prostaglandina, e também utiliza-se as
pílulas
anticoncepcionais.
No
parto
não
existe
intercorrência que pode afetar a região pélvica e
futuramente
visceral,
ser
pois
precursora
os
partos
da
síndrome
normais
são
dolorosa
melhores
acompanhados e quando a criança ou a mãe corre risco
opta-se por cesariana. (ENFERMEIRO, 31 ANOS).
45
47
3.4.4 A palavra da Psicóloga
Psicóloga, 48 anos, gênero feminino,trabalha em clínica, Hospital
Espírita João Machesi e na Associação de Pais e Alunos Excepcionais de
Penápolis – SP.
A dor interfere na qualidade de vida, porque em certos
momentos ela impossibilita o indivíduo de usufruir de
toda sua potencialidade e na realização de suas
atividades cotidianas. Atualmente há um certo exagero
na compreensão do sofrimento psicológico no período
menstrual. A experiência que deveria ser natural, acaba
muito valorizada, a dor ocorre em alguns casos,
entretanto o sofrimento emocional não deve ser apenas
em função da dor. (PSICÓLOGA, 48 ANOS).
3.5
Apresentação dos resultados
Descrição clínica fisioterapêutica das voluntárias avaliadas de acordo
com o número de participantes e porcentagem (%).
Tabela 2: Vista anterior
Simetrias avaliadas
Total avaliadas
N = 15
Porcentagem
100%
Inclinação lateral da cabeça à D
5
33
Inclinação lateral da cabeça à E
-
-
Inclinação normal da cabeça
10
67
Ombro desnível
15
100
Mama desnível
3
20
Cicatriz umbilical desnível
-
-
Pelve desnível
8
53
Rotação de pelve
11
74
46
48
Joelho valgo
3
20
Joelho varo
2
13
Joelhos normais
10
67
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Quanto aos desvios posturais encontrados na vista anterior (tabela 2),
observam-se que 33% das jovens avaliadas possuem inclinação lateral da
cabeça à direita(D). Os ombros encontram – se 100% em desníveis. O mamilo
apresenta – se em desnível em 20% das voluntárias. Quanto à cicatriz
umbilical 100% apresentam sem desvios para qualquer um dos lados. A pelve
encontra - se em desnível em 53% das adolescentes. Ao avaliar a pelve
observamos que 74% possuem rotação pélvica, joelhos valgo e varo foram
detectados com pouca frequência.
Tabela 3: Vista posterior
Simetrias avaliadas
Total avaliadas
Porcentagem
N = 15
100%
Escoliose convexa à E
5
33
Escoliose convexa à D
10
67
Escápulas desalinhadas
14
94
Prega glútea E mais elevada
3
20
Prega glútea D mais elevada
4
27
Prega glútea alinhada
8
53
Fossa poplítea desalinhada
4
23
Maléolo E mais elevado
2
13
Maléolo D mais elevado
1
7
Maléolos alinhados
12
80
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Através da análise da vista posterior (tabela 3), foi observada incidência
para escoliose convexa à esquerda tanto quanto a convexa à direita, e 80%
dos maléolos estão alinhados.
Tabela 4: Vista lateral direita e esquerda
Simetrias avaliadas
Hiperlordose cervical
Hipolordose cervical
Lordose cervical normal
Hipercifose torácica
Total avaliadas
N = 15
2
13
2
(continua)
Porcentagem
100%
13
87
13
47
49
Hipocifose torácica
Cifose torácica normal
Hiperlordose lombar
Hipolordose lombar
Lordose lombar normal
1
12
10
2
3
7
80
67
13
20
(conclusão)
Anteroversão de pelve
Retroversão de pelve
Pelve normal
Geno recurvatum
Geno flexo
Joelhos normais
Pés normais
Pés cavo
Pés plano
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
10
3
2
3
1
11
10
3
2
67
20
13
20
7
73
67
20
13
Na vista lateral direita e esquerda (tabela 4) diagnosticou - se 67% de
hiperlordose lombar acompanhada de anteversão pélvica. Joelhos e pés
normais foram observados na maioria das avaliações.
Tabela 5: Outras assimetrias avaliadas
Simetrias avaliadas
Total avaliadas
N = 15
Porcentagem
100%
Sinal de Adams ausente
11
73
Sinal de Adams presente
4
27
Ângulo Q D maior que 15°
8
53
Ângulo Q D menor que 15°
7
47
Ângulo Q E maior que 15 °
9
60
Ângulo Q E menor que 15
6
40
Discrepância real alterada
2
13
Discrepância real normal
13
87
Discrepância aparente alterada
6
40
Discrepância aparente normal
9
60
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
O Sinal de Adams (tabela 5) foi visualizado em 27% das jovens
avaliadas. Já a mensuração do ângulo Q comprovou que quase todas as
avaliadas apresentam uma rotação do fêmur sobre a tíbia.
48
50
O comprimento real dos MMIIs encontra – se normal em 87% das
voluntárias, entretanto o comprimento aparente normal foi presenciado em 60%
das mulheres jovens.
Após a aplicação da ficha de anamnese e avaliação da dor foram
obtidos os seguintes dados demonstrados nas tabelas abaixo:
Tabela 6: Anamnese
Sim
100%
Não
100%
-
-
15
100
14
93
1
7
Pratica atividades físicas
7
47
8
53
realizaram tratamentos para cólica
4
27
11
73
História de traumatismo
Faz uso de medicamento para alívio da
dor
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Tabela 7: Sinais e Sintomas específicos I
Escala de dor
Total avaliadas
Porcentagem
N = 15
100%
0 – 2 dor leve
-
-
3 – 7 dor moderada
7
47
8 – 10 dor intensa
8
53
Irradiação para MMIIs
6
40
Irradiação para região lombar
13
87
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Tabela 8: Sinais e Sintomas específicos II
Presente
100%
Ausente
100%
Às vezes
100%
Dor de cabeça
12
80
3
20
-
-
Náuseas
3
20
10
67
2
13
Vômito
-
-
14
93
1
7
Vertigem
3
20
11
73
1
7
49
51
Desmaio
-
-
15
100
-
-
Diarréia
10
67
4
26
1
7
Palidez
2
13
12
80
1
7
Irritabilidade
12
80
1
7
2
13
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Tabela 9: Ciclo mesntrual
Dias
Total avaliadas
N = 15
Porcentagem
100%
3 dias
1
7
4 dias
5 dias
7 dias
3
5
6
20
33
40
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
Tabela 10: Qualidade de vida
Impossibilidade das realizações das AVDS
por causa da dor
Fonte: elaborada pelas autoras.2012.
3.6
sim
N = 15
100%
Não
N = 15
100%
8
53
7
47
Discussão
Segundo Freitas et al (2008), a dismenorreia ou a menstruação dolorosa
corresponde a uma síndrome caracterizada por dor em cólica no abdome
inferior associada ao fluxo menstrual. A dor cíclica é classificada de acordo
com suas manifestações clínicas, sendo subdividida em primária e secundária.
De acordo com Verderi (2003), a postura é a posição que o corpo adota
no espaço. A boa postura é aquela em que o mínimo de esforço é sobreposto
às articulações do corpo, sendo necessário uma disposição bem ordenada das
partes que compõem o corpo humano, mantendo um perfeito equilíbrio do
sistema neuromusculoesquelético.
Para Quintana et al (2010), quanto menor o volume uterino maior a
produção de prostaglandina provocando dores intensas, em consequência
disso a dismenorreia atinge mais as mulheres adolescentes e nulíparas. A dor
pode exacerbar se a mulher for tabagista, tiver má alimentação e for
50
52
sedentária. O presente estudo recrutou mulheres jovens e sem antecedentes
obstétricos para a realização da avaliação postural.
Quintana et al (2010) afirma que quanto menor for o útero, maior a
produção e concentração de prostaglandinas intensificando o quadro álgico.
Este fato foi relevante no presente estudo, portanto, foram avaliadas mulheres
nulíparas em conseqüência do volume uterino. As jovens que não possuem
filhos apresentam um volume uterino menor, resultando em cólica de moderada
á intensa.
De acordo com Verderi (2003) a avaliação postural se faz necessária
para mensurar os desequilíbrios e as assimetrias existentes entre os
segmentos corporais.
Miranda, Schor, Girão (2009) admitem que mais de 85% das pacientes
com
dor
pélvica
crônica
apresentam
disfunções
do
sistema
musculoesqueléticos, incluindo hiperlordose lombar, hiperextensão de joelhos e
anteriorização pélvica. No presente estudo, foram encontradas alterações
posturais em 100% das participantes, evidenciando como principais alterações
a escoliose convexa voltada para a direita ou para a esquerda, hiperlordose
lombar acompanhada da anteversão pélvica.
Para Siqueira Costa (2012), as correlações existentes entre as
disfunções sacrais e a dor pélvica pode ser explicada a partir da afirmação de
que o sacro é considerado osso chave em disfunções de vísceras localizadas
na pelve menor. As alterações encontradas no presente estudo são
semelhantes às citadas pelo autor, por observar-se que a rotação pélvica e o
desequilíbrio pélvico foram diagnosticados na maioria das jovens avaliadas que
apresentavam dismenorréia, com quadro álgico quantificativo.
Contudo Halbe (2000) diz que a cólica menstrual é acompanhada de
sensações desagradáveis como náuseas, vômitos, palidez, cefaleia, vertigem,
diarréia e desmaio. Ao realizar a avaliação de anamnese e dor, observou-se
estatisticamente neste estudo que mais da metade das voluntárias relatam dor
de cabeça, diarréia, irritabilidade, além de irradiação dolorosa para ambos os
membros inferiores e região lombar.
Para Halbe (2000), os tipos de tratamentos administrados para a
cessação ou diminuição do quadro álgico são repouso adequado, exercícios
físicos, dieta, terapia de apoio, vitaminas, contraceptivos orais, antiinflamatórios
51
53
e cirúrgias. No presente estudo, quase todas as voluntárias realizam terapias
medicamentosas para alivio da dor como analgésico e antiinflamatório; a menor
parte das jovens realizam atividades físicas, relatando também que ao
repousar posicionando-se em decúbito dorsal e ventral sentem diminuição da
cólica em abdômen inferior. Muitas das avaliadas alegaram nunca terem
tentado outro tipo de tratamento para a dismenorréia primária.
Barcelos et al (2010) esclarece que a dismenorreia associa-se à
redução da produtividade no trabalho, alterações emocionais, distúrbios do
sono, disfunções sexuais e restrições sociais, diminuindo assim a qualidade de
vida durante esse período. Os resultados desta pesquisa evidenciaram que as
jovens portadoras da dismenorreia primária têm uma diminuição significativa na
qualidade de vida durante a fase cíclica demonstrando uma restrição
psicológica e social quando na presença da dor.
3.7
Parecer final sobre a pesquisa
Durante o presente estudo evidenciamos que todas as participantes
(100%) apresentaram alguma alteração postural. No entanto, todas elas
também relataram cólica menstrual de moderada a intensa quantificada pela
escala visual analógica para dor. Observou-se que na maioria das voluntárias
foram
diagnosticadas
assimetrias
posturais
como
escoliose
convexa,
hiperlordose lombar, anteversão pélvica e rotação da pelve.
Percebeu-se que é de fundamental importância que o diagnóstico das
disfunções posturais correlacione-se com a cólica menstrual primária, iniciando
desta forma um tratamento adequado de acordo com a necessidade de cada
voluntária, agindo também na prevenção da instalação de desvios posturais
que consequentemente afetarão as vísceras, gerando um desconforto visceral.
52
54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
O estudo realizado mostra e importância da avaliação postural em
detecção de simetrias e desequilíbrios posturais, em relação ao diagnóstico
das disfunções em órgãos internos. Para que seja realizado um bom
tratamento é necessário conhecer a causa da dor e não somente visar à
sintomatologia.
Propomos, como forma de intervenção, a orientação através de
palestras com fisioterapeutas na comunidade para que todas as pessoas
possam ter acesso a esse tipo de informação, conscientizando as mulheres da
importância do tratamento correto
para
cada disfunção apresentada,
principalmente na saúde da mulher. Seria interessante a utilização de uma
equipe multidisciplinar voltada para o tratamento e a prevenção dessa
síndrome dolorosa presente em grande parte da população jovem feminina.
Nos casos em que as disfunções encontram-se instaladas, sugerimos o
tratamento através de métodos terapêuticos levando em consideração todas as
relações existentes entre os sistemas neuromusculoesqueléticos de forma
integrada,
realizando
atividades
com
indicações
precisas
como
uma
reeducação postural global (RPG), técnicas manipulativas, pilates, medicina
alternativa entre elas a acupuntura, aderidos aos tratamentos da correção
postural diminuindo desta forma o quadro álgico presente em mulheres
portadoras da dismenorreia primária.
53
55
CONCLUSÃO
Os
resultados
mostram
indícios
que
as
disfunções
posturais
correlacionam-se com a presença da dismenorreia primária, principalmente
com as alterações diagnosticadas na pelve sendo precursoras das álgias
pélvicas.
As disfunções da pelve interligam-se com as cólicas menstruais,
explicando o fato de que as alterações na composição óssea e articular da
pelve colaboram através de ligamentos, fascias e inervação para a gênese das
cólicas menstruais de forma primária.
54
56
REFERÊNCIAS
AMADO, J.S.M. Fisioterapia: Teoria e Prática Clínica. Métodos de avaliação
clínica e funcional em fisioterapia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
AKKARI, M. et al. Avaliação das discrepâncias de comprimentos dos membros
inferiores. Revista de Ortopedia. São Paulo, v.33, n.1, p.41-44, Jan. 1998.
Disponível em < www.ortopediatrica.com.br/.../douglas_4112009_154625.pdf >
Acesso em: 27 ago. 2012.
BARBOSA, L. M. P. et al. Escoliose: triagem em escolares de 10 a 15 anos.
Revista Saúde. Com. Bahia, v.1, p. 134- 143, out.2005. Disponível em: <
www.uesb.br/revista/rsc/v1/v1n2r7.pdf. > Acesso em 27 de ago. 2012.
BARCELOS, P.R; et al. Mulheres com dor pélvica crônica: um estudo de corte
transversal analítico. Revista Brasileira Ginecologia e Obstetrícia, 2010,
p.247 – 253.
CARNEIRO,J.A.O.; HECTOR,L.M.S.;MULARO,L.R.P.. Predominância de
desvios posturais em estudantes de educação física da universidade estadual
do sudeste da Bahia. Revista Saúde.com. Bahia, v.1, n.2,p.118 – 123,
ago.2005. Disponível em: < www.uesb.br/revista/rsc/v1/v1n2.htm > Acesso em
27 ago. 2012.
COLBY, L.A. KISNER, C. Exercícios Terapêuticos. Fundamentos e técnicas.
4 ed. São Paulo: Manole, 2005.
FERREIRA, E.J; AZANKI,N.C. Atuação da fisioterapia na dismenorreia
primária. Vita et Sanitas. Trindade – GO, n.4, jan./dez.2010, p. 57- 72.
Disponível em: < fug.edu.br/revista_4/pdf/artigo6_pdf > . Acesso em 16 jan.
2012.
FILHO, B.J.R. Biomecânica Global. [s.l.], 2001. Disponível em: <
www.wgate.com.br/contudo/medicinaesaude/.../biomecanica.htm > Acesso
em: 22 ago. 2012.
FREITAS,F; et al.Ginecologia infanto-puberal:puberdade e menarca,distúrbios
menstrual e dismenorreia .Rotinas em Ginecologia.5.ed.Porto Alegre,2006.
GALVÃO, A.A. Dismenorreia
Medicinaintegrativa
[s.l,
primária,
s.d].
diagnóstico
Disponível
e
tratamento.
em:
<
55
57
www.medicinaintegrativa.com.pt/artigos520originais/ > . Acesso em 11 junh.
2012.
GIRALDO, P.C; ELEUTÉRIO JUNIOR, J; LINHARES, I.M . Como diagnosticar
e tratar Dismenorreia. Revista Asp, 2008, p.164 – 168. Disponível em: <
www.moreirajr.com.br/revista.asp?=r003&id_materia=3857 > Acesso em 11
junh.2012.
GUYTON; HALL. Sensações somáticas: II. Dor, cefaleia, sensações térmicas.
Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elserver, 2006.
______________.Fisiologia feminina da gravidez e hormônios femininos.
Tratado de fisiologia médica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elserver, 2006.
HALBE. Tratado de ginecologia. V1, 3.ed. São Paulo: Roca, 2000.
LIBERATO, J.A Di Dio. Sistema genital feminino. Tratado de anatomia
aplicada. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 2002.
MACHADO, M. J. M. Postura Corporal. Curitiba, 2008. Disponível em: <
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pdf/arquivos/1696-6pdf > Acesso em:
22 ago. 2012.
MADEIRA, M. C.; RIZZOLO, R.J.G. Anatomia Facial com Fundamentos de
Anatomia Geral. 3 ed. São Paulo: Sarvier, 2009.
MALAGONI,A.C;CAVALCANTE,T.C.Avaliação postural em adolescentes
obesos e eutroficos da faixa etária entre 10 a 15 anos(Estudo
Comparativo).2007. Monografia (Graduação em Fisioterapia). Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium,Lins.
MARIEB, E.N.; HOEN. Sistema genital. Anatomia e fisiologia. 3.ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.
MINGHELLI, B.;MESTRE, J.J. Métodos de detecção precoce de alterações
posturais em alunos da escola básica de Silves, região do Algarve. Revista
Postural. Portugal, n.108, p.16 – 25, maio/jun 2012.
56
58
MIRANDA, R.: SCHOR, E.; GIRÃO, M.J.B.C. Avaliação postural em mulheres
com dor pélvica crônica. Revista Brasileira Ginecologia e Obstetrícia. 2009,
p.353-360. Disponível em :< www.scielo.br/pdf/rbgo/v31n7/v31n7a06_pdf>
Acesso em : 10 de Julho de 2012.
QUINTANA,L.M. et al. Influência do nível de atividade física na dismenorreia.
Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde. São Paulo. 8 de Março de
2010. Disponível em < http://www.sbafs.org.br/-.artigos1388.pdf > Acesso em
30 nov. 2011.
SCHIMIDT, E.; HERTER,L.D. Dismenorréia em adolescentes escolares.
Adolescência Latino Americana.adolesc.bvs/scielo. Porto Alegre, v.3., n.1,
ago.
2002.
Disponível
em:
<
ral.adolesc.bvs/scielo.php?script=sciarttex&pid...Ing.> Acesso em 13 de mar. de 2012.
SANTOS,A.Diagnóstico clínico postural. Um guia prático.São Paulo:
Summus, 2001.
SIQUEIRA,M.R ;COSTA,L.Prevalência de disfunções uterinas através de
desordens mecânicas sacrais.regianemonteiro.com[s.l,s.d].Disponível em : <
regianemonteiro.com.br/artigos/Artigos_CBES.pdf.> Acesso em : 28 de
Fevereiro de 2012.
SOUZA,M.Z. A manipulação visceral. Barralbrasil [s.l., s.d]. Disponível em:
www.barralbrasil.com.br/A%20MANIPULACAO%20VISCERAL-marcial.pdf
Acesso em: 25 ago. 2012.
STEPHENSON,R.G.;O’
CONNOR.,J.
Sistema
reprodutor
feminino.
Fisioterapia aplicada a ginecologia e obstetrícia. 2.ed.São Paulo: Manole,
2004.
VERDERI, E. Programa de Educação Postural. São Paulo: Phorte Editora,
2001.
___________. A importância da avaliação postural. Revista Digital. Buenos
Aires,
n.57,
p.
01,
fev.
2003.
Disponível
em:
<
www.efdeportes.com/efd57/postura.htm > Acesso em 25 ago. 2012.
57
59
APÊNDICES
58
60
APÊNDICE A – Roteiro de Estudo de Caso
1
INTRODUÇÃO
Serão observadas , analisadas e acompanhadas as avaliações posturais
aplicadas em mulheres jovens portadoras da dismenorréia primária.
1.1
Relato de trabalho referente ao assunto estudado
a) Serão utilizadas técnicas de avaliação postural para obtenção de
diagnóstico clínico.
b) Depoimentos de fisioterapeutas.
1.2
Discussão
Confronto entre teoria ( referencial teórico dos primeiros capítulos ) e a
prática utilizada pela empresa ou entidade.
1.3
Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou
modificações de procedimentos.
Será apresentado o parecer final e à proposta de intervenção.
59
61
APÊNDICE B – Roteiro de Observação Sistemática
1
IDENTIFICAÇÃO
Local: Clínica de Reabilitação Física Dom Bosco
Setor: Ortopedia
2
ASPECTOS A SEREM OBERVADOS
Como suporte para desenvolvimento do estudo de caso será observadas
e analisadas as avaliações posturais aplicadas a um grupo de 15 mulheres
jovens portadoras da dismenorreia primária com o seguinte objetivo:
a) verificar as assimetrias presente no corpo das voluntárias;
b) correlacionar com a presença da dismenorreia primária.
60
62
APÊNDICE C – Roteiro de entrevista com o médico ginecologista
Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium – LINS
Curso de Fisioterapia
Estudo : “Correlação entre as alterações posturais e a dismenorreia primária
em mulheres jovens na faixa etária de 18 a 25 anos”
Responsáveis pelo estudo : Adriana Barbosa Silva Tel.(14) 91129230
Adriana de Oliveira Pereira -Tel.(18) 91141757
Sabrina de Paula Silva - Tel.(14) 91175899
Orientadora: Prof°e Fisioterapeuta Esp.Cristiane Rissato Jettar Lima
Roteiro de entrevista com Médico Ginecologista
1.
Identificação:
Cargo/função/profissão:____________________________________________
Gênero:_________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________
Experiências profissionais:__________________________________________
Outras experiências:_______________________________________________
Residência/local(cidade):___________________________________________
1. Você concorda que o sacro é considerado osso chave nas disfunções
uterinas? Por quê?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Há muita procura para consultas ginecológicas em relação à dismenorreia
primária? Qual a faixa etária mais acometida? E quais são os tratamentos
disponíveis?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. Na sua opinião a dismenorreia primária pode ter como etiologia as
alterações na postura, devido às relações fasciais e neurológicas uterinas ?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
61
63
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
62
64
APÊNDICE D – Roteiro de entrevista com a fisioterapeuta
Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium – LINS
Curso de Fisioterapia
Estudo : “Correlação entre as alterações posturais e a dismenorreia primária
em mulheres jovens na faixa etária de 18 a 25 anos”
Responsáveis pelo estudo : Adriana Barbosa Silva Tel.(14) 91129230
Adriana de Oliveira Pereira -Tel.(18) 91141757
Sabrina de Paula Silva - Tel.(14) 91175899
Orientadora: Prof°e Fisioterapeuta Esp.Cristiane Rissato Jettar Lima
Roteiro de entrevista com Fisioterapeuta
1.
Identificação:
Cargo/função/profissão:____________________________________________
Gênero:_________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________
Experiências profissionais:__________________________________________
Outras experiências:_______________________________________________
Residência/local(cidade):___________________________________________
1. A dismenorreia primária vem sendo considerada como um problema de
saúde pública. A fisioterapia desde a sua avaliação até a aplicabilidade pode
contribuir para o bem-estar e melhora da qualidade de vida da mulher que sofre
desse mal?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Você concorda que as alterações posturais podem ser fator desencadeante
na dismenorreia primária , já que o sacro é considerado osso chave em
disfunções uterinas?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. O que você acha do método da avaliação postural?
63
65
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4. Quais os métodos e técnicas sugeridos por você para o tratamento desta
síndrome dolorosa, a dismenorreia, tendo como percussora as disfunções
posturais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
64
66
APÊNDICE E – Roteiro de entrevista com o enfermeiro
Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium – LINS
Curso de Fisioterapia
Estudo : “Correlação entre as alterações posturais e a dismenorreia primária
em mulheres jovens na faixa etária de 18 a 25 anos”
Responsáveis pelo estudo : Adriana Barbosa Silva Tel.(14) 91129230
Adriana de Oliveira Pereira -Tel.(18) 91141757
Sabrina de Paula Silva - Tel.(14) 91175899
Orientadora: Prof°e Fisioterapeuta Esp.Cristiane Rissato Jettar Lima
Roteiro de entrevista com Enfermeiro
1.
Identificação:
Cargo/função/profissão:____________________________________________
Gênero:_________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________
Experiências profissionais:__________________________________________
Outras experiências:_______________________________________________
Residência/local(cidade):___________________________________________
1. Você concorda que a cólica mentrual de origem primária pode estar
intimamente relacionada com as desordens mecânicas e congênitas sacrais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Qual a terapia medicamentosa administrada , segundo receituário médico,
para a diminuição ou a cessação do quadro álgico mentrual?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. No parto existem muitas intercorrências relacionadas ao posicionamento que
podem afetar a região pélvica da criança e futuramente serem precursoras de
síndromes dolorosas viscerais?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
65
67
APÊNDICE F – Roteiro de entrevista com a psicóloga
Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium – LINS
Curso de Fisioterapia
Estudo : “Correlação entre as alterações posturais e a dismenorreia primária
em mulheres jovens na faixa etária de 18 a 25 anos”
Responsáveis pelo estudo : Adriana Barbosa Silva Tel.(14) 91129230
Adriana de Oliveira Pereira -Tel.(18) 91141757
Sabrina de Paula Silva - Tel.(14) 91175899
Orientadora: Prof°e Fisioterapeuta Esp.Cristiane Rissato Jettar Lima
Roteiro de entrevista com Psicólogo
1.
Identificação:
Cargo/função/profissão:____________________________________________
Gênero:_________________________________________________________
Idade:__________________________________________________________
Escolaridade:____________________________________________________
Experiências profissionais:__________________________________________
Outras experiências:_______________________________________________
Residência/local(cidade):___________________________________________
1. A dor, por ser subjetiva, pode interferir na qualidade de vida de um
indivíduo?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2. Você concorda que a mulher portadora da cólica menstrual ou dismenorreia
primária apresenta pior qualidade de vida em relação às não portadoras?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3. As mulheres podem sofrer transtornos emocionais em consequência da
menstruação dolorosa? E que quadro clínico elas apresentam?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
66
68
APÊNDICE G – Entrevista com as voluntárias
Ficha de anamnese e avaliação da dor
Data da avaliação: ____/____/_____
I-
Dados Pessoais
Nome:_____________________________________________________
Data de Nascimento:_____/_____/_____
Idade:________
Telefone: ( ) ________________
II-
História de Saúde
1. Antecedentes pessoais e doenças associadas
História de traumatismo ( ) sim
( ) não Onde?__________________
Toma medicamentos
( ) sim
( ) não
Qual?__________________
Pratica atividade física ( ) sim
( ) não
Qual?__________________
Já realizou tratamento para cólica menstrual? ( ) sim ( ) não
Qual?_____________________________________________________
III-
Sinais e Sintomas específicos
Irradiação da dor
( ) nega
( ) MID
( ) MIE
( ) região lombar
67
69
Sinais e Sintomas Presente
Ausente
Às vezes
Dor de cabeça
Náuseas
Vômitos
Vertigem
Desmaio
Diarréia
Palidez
Irritabilidade
IV-
Ciclo menstrual
De quantos dias é seu ciclo menstrual?_______________________________
Qual método utilizado para alivio da dor?_______________________________
A dor impossibilita a realização das suas atividades diárias normais?________
68
70
APÊNDICE H - Simetrógrafo
Figura 3- Simetrógrafo.
69
71
APÊNDICE I – Podoscópio
Figura 4 – Podoscópio.
70
72
APÊNDICE J – Fita métrica e Goniômetro
Figura 5: Fita métrica e Goniômetro
71
73
APÊNDICE K – Termo de consentimento livre e esclarecido
Estudo: “Correlação das alterações posturais em mulheres jovens portadoras
de dismenorreia primária na faixa etária de 18 a 25 anos”.
Você está convidada a participar do projeto de pesquisa acima citado.
No documento abaixo estão todas as informações necessárias sobre a
pesquisa que estamos fazendo.
Sua colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas,
se desistir a qualquer momento, isso não lhe causará nenhum tipo de prejuízo.
Eu, ____________________________________________, residente e
domiciliado na ___________________________________________________,
Portador do RG: __________________e nascido em ___/___/___, abaixo
assinado, concordo de livre e espontânea vontade em participar como
voluntario do estudo “Correlação das alterações posturais em mulheres jovens
portadoras de dismenorreia primaria na faixa etária de 18 a 25 anos”. Declaro
que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às duvidas por mim apresentadas.
Estou ciente que:
I
O estudo se faz necessário para que se possa verificar a importância da
avaliação postural em mulheres portadoras de dismenorreia primaria na faixa
etária de 18 a 25 anos
II
A participação neste projeto tem o objetivo de avaliar as alterações
posturais em mulheres portadoras de dismenorreia primaria.
III
Tenho a liberdade de desistir da colaboração neste estudo no
momento em que desejar;
IV
A desistência não causará nenhum dano a minha saúde ou bem-estar
físico.
V
Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo,
mas concordo que sejam divulgados em publicações, desde que meus dados
pessoais não sejam mencionados;
VI Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados,
ao final da pesquisa;
( )
Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.
( )
Não desejo conhecer os resultados dessa pesquisa.
Paciente/Responsavel: __________________________________________
Nome/telefone
Responsáveis pelo projeto:
_____________________________
Adriana Barbosa Silva
(14)91129230
______________________________
Sabrina de Paula Silva
(14)91175899
_____________________________
Adriana de Oliveira Pereira
(18)91141757
______________________________
Cristiane Rissatto Jettar Lima
Orientadora
72
74
APÊNDICE L – Memorial fotográfico
Figura 6-Avaliação dos pés.
73
75
Figura 7- Vista anterior.
Figura 8- Vista posterior.
74
76
Figura 9- Vista lateral esquerda.
Figura 10- Vista lateral direita.
75
77
Figura 11- Teste de Adams (Gibosidade).
76
78
Figura 12- discrepância aparente.
Figura 13 – discrepância real.
77
79
Figura 14 – medição do ângulo Q.
78
80
ANEXOS
79
81
ANEXO A – Ficha de avaliação postural
Nome:
Idade:
Telefone:
Simetria:
Vista anterior
Cabeça:
normal ( )
inclinada à esquerda ( ) inclinada à direita ( )
Ombro:
normal ( )
esquerdo mais alto ( )
direito mais alto ( )
Mama:
normal ( )
esquerda mais alta ( )
direita mais alta ( )
Cicatriz umbilical: normal ( ) inclinada à esquerda ( ) inclinada à direita ( )
Crista ilíaca:
normal ( )
Rotação de pelve:
Joelhos:
esquerda mais alta ( )
ausente ( )
direita mais alta ( )
à esquerda ( )
normal ( )
à direita ( )
valgo ( )
varo ( )
Vista posterior
Escápulas:
normal ( )
Prega glútea: normal ( )
esquerda mais alta ( )
esquerda mais alta ( )
direita mais alta ( )
direita mais alta ( )
Fossa poplítea : normal ( ) esquerda mais alta ( )
direita mais alta ( )
Maléolos:
direito mais alto ( )
normal ( )
esquerdo mais alto ( )
Vista lateral
Lordose cervical:
normal ( )
hiperlordose ( )
hipolordose ( )
Cifose torácica:
normal ( )
hipercifose ( )
hipocifose ( )
Lordose lombar:
normal ( )
hiperlordose ( )
hipolordose ( )
antrovertido ( )
retrovertido ( )
Quadril:
Joelhos:
normal ( )
normal ( )
geno flexo ( )
geno recurvato ( )
Outros
Pés:
normal ( )
cavo ( )
Sinal de Adams (gibosidade):
plano ( )
aduto ( )
ausente ( )
abduto ( )
presente ( )
Ângulo Q: joelho direito igual a 15o ( ) menor ( ) maior ( ) Quanto?___o
joelho esquerdo igual a 15o ( ) menor ( ) maior ( ) Quanto?___o
Discrepância real:
direita:____cm
esquerda:____cm
Discrepância aparente:
direita:___cm
esquerda:____cm
Fonte: Malagoni; Cavalcante. 51, 2007.
82
Download

correlação entre as alterações posturais e a