ISOLAMENTO E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PATOGÊNICO DAS CEPAS DE ESCHERICHIA COLI DE PSITACÍDEOS PROVENIENTES DO TRÁFICO ILEGAL DO CEARÁ Elisângela de Souza Lopes, Débora Nishi Machado, Régis Siqueira de Castro Teixeira, Átilla Holanda de Albuquerque, Bruno Pessoa Lima, William Cardoso Maciel Universidade Estadual do Ceará-UECE [email protected] comércio ilegal, Escherichia coli, saúde pública Introdução: O tráfico de animais silvestres corresponde a uma prática antrópica de caráter predatório, no Brasil a atuação desta prática se remete historicamente ao período de colonização do país, através do contato interiorizado dos colonizadores europeus com a rica biodiversidade brasileira(1). Dentre os animais apreendidos, destacam-se os psitacídeos, principalmente os papagaios e as araras, por possuírem uma grande diversidade de cores e capacidade de imitar sons(2). O trabalho teve por objetivo o isolamento de cepas de Escherichia coli isoladas de psitacídeos, provenientes do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS/CE) e avaliar o potencial patogênico e resistência a antimicrobianos. Metodologia: As amostras de fezes foram coletadas através de suabes cloacais individuais de 30 psitacídeos apreendidos pelo CETAS/CE em Fortaleza durante o período de Novembro de 2012 a Fevereiro de 2013. Os suabes foram acondicionados em tubos individuais contendo de água Peptonada e foram imediatamente encaminhados ao LABEO/UECE. Sendo submetidos ao processo de enriquecimento seletivo com o cultivo em caldo Brain Heart Infusion e plaqueamento em ágar MacConkey(3). Sequencialmente, as bactérias isoladas foram identificadas através de bateria bioquímica e a confirmação para a espécie Escherichia coli foi realizada mediante a associação do resultado bioquímico com o plaqueamento em ágar Eosina Azul de Metileno. Todas as bactérias isoladas foram submetidas ao teste de sensibilidade a antimicrobianos. As amostras foram dispostas em estufa bacteriológica por 18-24 h a 37°C. Para avaliação do potencial de patogenicidade das amostras de E. coli foram empregados os testes de Vermelho-congo (AVG) e o de atividade hemolítica em ágar Sangue. Resultados e discussão: Das amostras analisadas, sete (7/30) foram identificadas como E. coli (23,3%). No tocante o potencial patogênico das amostras isoladas, cinco (71,42%) apresentaram-se positivas no AVG e no Ágar Sangue nenhuma amostra foi considerada positiva. Em relação a avaliação de sensibilidade antimicrobiana, constatou-se a presença de resistência a um ou mais antibióticos em três amostras das sete avaliadas, representando 42,8% (3/7). Todas as três apresentaram resistência a ampicilina e duas mostraram multirresistência, sendo sensíveis somente a ceftiofur e polimixina B. A multirresistência observadas nas duas amostras ocorreram em relação aos seguintes antibióticos: ampicilina, gentamicina enrofloxacina, tetraciclina, sulfametoxazol-trimetropim, ciprofloxacina, sulfonamida, estreptomicina e ácido nalidíxico. Conclusão: Foi possível averiguar que os psitacídeos apreendidos do tráfico ilegal albergam cepas de Escherichia coli potencialmente patogênicas a outros animais, inclusive o homem. Sendo de suma importância a realização de um monitoramento sanitário das aves aprendidas, principalmente daquelas destinadas à soltura. 1. 2. RENCTAS. 1° Relatório nacional sobre o tráfico da fauna silvestre. Brasília: Rede Nacional Contra o Tráfico de Animais Silvestres, 2001. 108p Harcourt-Brown, N.H. Aves Psitaciformes. In: Tully T. Dorrestein, G. M.; Jones A. K. Clínica de aves. 323p. Rio de Janeiro, Elsevier, 2010. p. 122 149. 3. Saidenberg, A.B.; Guedes, N. M.R.; Seixas, G. H. F.; Allgayer, M. C.; Assis, E. P.; Silveira, L. F.;Melville, P. A.; Benites, N. R. A. 2012. Survey for Escherichia coli Virulence Factors in Asymptomatic Free-Ranging Parrots. ISRN veterinary Science, vol 2012.