Título: A RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE METÁSTASES HEPÁTICAS COM O ENVOLVIMENTO NODAL NO ADENOCARCINOMA ESPORÁDICO DE INTESTINO GROSSO Temário: Cirurgia Autores: Eduardo Cambruzzi; Larissa Riva Roman; Luana Roberta Gassen; Fernanda Brandão Pacheco; Luciana Hoffmann Miranda; Andressa Noshang; Karla Lais Pêgas; Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE Resumo: Introdução: O adenocarcinoma de intestino grosso (AIG) é o tumor maligno mais frequente do trato digestivo. Corresponde à quinta neoplasia maligna mais comum no Brasil, sendo a terceira causa de óbito em mulheres e a quinta em homens. Os principais fatores prognósticos do AIG são a profundidade de invasão neoplásica e o status dos linfonodos periviscerais. Objetivo: Estimar a relação entre o grau de diferenciação, tamanho tumoral, profundidade de invasão e status dos linfonodos com a presença de metástases hepáticas em casos de AIG. Método: Foram avaliados 51 casos distintos de AIG, previamente submetidos à ressecção cirúrgica, e determinados os seguintes achados anatomopatológicos: topografia, tamanho tumoral, conformação macroscópica, grau de diferenciação, profundidade de invasão, status nodal e presença de metástases hepáticas. Resultados: A média de idade correspondeu a 64,8 anos, com predomínio do sexo masculino (n=26 / 51,0%) e de lesões do cólon sigmoide (n=18 / 35,3%). A conformação úlcero-vegetante (n=20 / 39,2%), tumor não anelar (n=3 / 64,7%), neoplasia moderadamente diferenciada (n=44 / 86,3%), ausência de áreas neoplásicas mucoprodutoras (n=40 / 78,4%) e invasão tumoral do tecido mesocólico (n=29 / 56,9%) foram as principais características gerais da amostra. Foram encontrados 14 casos (27,5 %) de metástase hepática, a qual esteve associada ao número de metástases em linfonodos (p=0,005) e ao percentual de metástase em linfonodos (p=0,004). O tamanho tumoral (p=0,72), configuração macroscópica (p=0,362), grau de diferenciação (p=0,147) e profundidade de invasão (0,195) não apresentaram associação significativa com a presença de metástases hepáticas. Conclusão: O AIG apresenta uma heterogeneidade anatomopatológica ampla, e a profundidade de invasão e o status dos linfonodos são considerados importantes fatores prognósticos. No presente estudo, a presença de metástases hepáticas determinadas pelo AIG esteve associada ao status dos linfonodos periviscerais, não havendo relação com tamanho tumoral, grau de diferenciação e profundidade de invasão, o que sugere que a identificação de invasão neoplásica angiolinfática ao exame microscópico é um possível fator preditivo do envolvimento hepático. Título: ABSCESSO DE MÚSCULO ILIOPSOAS – RELATO DE CASO COM DRENAGEM CIRÚRGICA RETROPERITONEAL GUIADA POR DRENO DE PIGTAIL Temário: Cirurgia Autores: Felipe Bilhar Fasolin; Luiza Brum Borges; Rodrigo Paese Capra; Luis Fernando Castro; Faberson Mocelin Oliveira; Lucas Ernani; Gilda Guerra; Andre Vicente Bigolin; Eduardo Barcelos Fumegalli; Antonio Carlos Weston; Instituição: IRMANDADE DE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE Resumo: Objetivo: O abscesso do músculo iliopsoas caracteriza-se por uma coleção de pus no compartimento deste, que frequentemente tem seu diagnóstico postergado devido a inespecificidade dos sinais e sintomas. Em 99% dos casos, provém de disseminação hematogênica ou linfática de foco infeccioso. Tem como fatores de risco diabetes, insuficiência renal, imunodepressão. O diagnóstico se dá através de Tomografia Computadorizada (TC) e a etiologia confirma-se pela cultura de sangue ou de aspirado de pus, sendo 88% dos casos S. Aureus. O tratamento baseia-se em drenagem do abscesso e antibioticoterapia adequada. A raridade da patologia em questão e as várias opções de drenagem nos estimularam a relatar o caso. Métodos: Paciente V. F. C., masculino, 50 anos, hipertenso, diabético, ex-tabagista, com história de internação há dois meses por espondilodiscite infecciosa em L4-L5, com tratamento conservador. Referia dor lombar à direita, com evolução progressiva há um mês, associada a abaulamento da região e episódios febris. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, sinais vitais estáveis, abdome plano, depressível, indolor à palpação, sem visceromegalias ou sinais de peritonismo. Região lombar simétrica, sem abaulamento visível, levemente entumecida e dolorosa à direita, sem demais alterações. Na chegada, as hemoculturas foram negativas, os laboratoriais sem particularidades, com exceção de marcadores inflamatórios elevados. A TC de abdome superior mostrou coleção heterogênea extraperitoneal da região subhepática até a pequena pelve e raiz da coxa, medindo cerca de 18x8,8cm, compatível com informação clínica de abscesso. Resultados: Foi iniciada antibioticoterapia com ampicilinasulbactam e realizada punção com colocação de dreno em fossa ilíaca direita. A TC de controle feita 9 dias após verificou diminuição da coleção, medindo cerca de 10,4x4,1cm e, após 5 dias desta, nova TC não evidenciou demais alterações. Optou-se pela drenagem cirúrgica da coleção via retroperitoneal guiada pelo dreno de Pigtail, com lavagem e colocação de dreno de Sump, e lavagem diária do dreno com SF. Oito dias após, nova TC demonstrou que ocorreu importante redução da coleção localizada no retroperitônio lombar à direta. Paciente recebeu alta hospitalar após a retirada do dreno. Conclusão: A drenagem cirúrgica de coleções retroperitoneais volumosas guiada por dreno previamente colocado por procedimento percutâneo é uma conduta segura e eficaz. Título: ABSCESSO TUBO-OVARIANO CAUSANDO OBSTRUÇÃO DE INTESTINO DELGADO Temário: Cirurgia Autores: Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Filipe Geannichini Rodrigues; Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Filipe Geannichini Rodrigues; Instituição: FURG Resumo: Introdução: A obstrução de intestino delgado em pacientes sem antecedentes cirúrgicos é incomum e quando é secundária a abcesso tubo-ovariano raramente cursa com ausência de sinais de infecção pélvica e peritoneal. Objetivo: Ressaltar caso de uma mulher sem antecedentes cirúrgicos que foi admitida por suboclusão intestinal e massa em intestino delgado à tomografia computadorizada, cuja laparotomia exploradora revelou abscesso tubo-ovariano acometendo segmento de intestino delgado. Método: Paciente G.O.A, 48 anos, sexo feminino, casada, 2 filhos, residente em Rio Grande – RS, em acompanhamento ambulatorial devido à dor abdominal difusa há um mês, em cólica, de intensidade forte, acompanhada de náuseas e vômitos. A paciente relatava hematoquezia há 20 anos, esporádica, com duração de 3 dias e sangramento em grande quantidade, com dificuldade cada vez maior para evacuar. Negava emagrecimento, astenia e anorexia. Tabagista há 30 anos, sem demais comorbidades. Ao exame físico abdominal, ruídos hidroaéreos presentes, timpânico, abdômen depressível, distendido, sem visceromegalias e doloroso à palpação em região suprapúbica e fossa ilíaca direita, sem sinais de peritonite. À TC apresentava massa sugestiva de neoplasia de intestino delgado. Resultado: A paciente foi então submetida à laparotomia exploradora, sendo realizada histerectomia total, anexectomia bilateral, omentectomia e biópsia intestinal. O laudo anatomopatológico concluiu endometriose proliferativa e leiomiomas uterinos, ovário e trompa direita sem alterações e ovário e trompa esquerda com processo inflamatório misto inespecífico compatível com abscesso tubo-ovariano. Intestino com congestão vascular e ausência de neoplasia. Paciente teve boa evolução, recebendo alta hospitalar no quarto dia pós-operatório. Conclusão: O diagnóstico preciso de obstrução intestinal pode se tornar tarefa difícil mesmo nas mãos de cirurgiões experientes e com exames laboratoriais e de imagem adequados. A laparoscopia exploratória é de grande importância para diagnóstico e tratamento em tais situações. A paciente em questão negava história prévia de doença inflamatória pélvica, os exames radiológicos indicavam imagem sugestiva de neoplasia de intestino delgado e a mesma não apresentava evidência clínica de infecção ativa, consequentemente o achado de abscesso tubo-ovariano foi inesperado. Título: ANÁLISE DE DADOS LABORATORIAIS PRÉ-OPERATÓRIOS QUE POSSAM INFLUENCIAR AS COMPLICAÇÕES DAS COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS Temário: Cirurgia Autores: Yuri Thomé Machado; Bruna Latronico; Ismael Kirst Dornelles; Raphael Sales Cerqueira; Iuri Nunes Kist; Gunther Pereira Ayala; Carla Bruxel; Gustavo Andreazza Laporte; EDUARDO DIPP DE BARROS; Instituição: UFCSPA Resumo: Introdução: Determinados fatores preditores para complicações de colecistectomias continuamente pela literatura, como idade avançada, cirurgia em contexto de colecistite aguda, entre outros. Entretanto, novos estudos mostraram que o índice de massa corporal (IMC) elevado não representa mais taxa significante de risco para o procedimento com as novas técnicas utilizadas. A partir disso, o presente estudo busca analisar dados que antigamente era considerados determinantes no sucesso cirúrgico. Objetivo: Analisar o exame laboratorial préoperatório em relação à incidência de complicações em pacientes que realizaram colecistectomia videolaparoscópica (CCT VLP). Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, através de revisão de prontuários, registros dos procedimentos realizados e busca ativa de dados laboratoriais de paciente que realizaram CCT VLP no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, de 1 de abril de 2013 e 31 de dezembro de 2014. Os dados analisados para possíveis complicações foram sexo, IMC, ASA, indicação cirúrgica, dados laboratoriais (fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e bilirrubinas), achados da ecografia pré-operatórios, abordagem cirúrgica utilizada e resultado do anatomopatológico da vesícula biliar retirada em cirurgia. Os dados foram analisados através do Microsoft Excel e SPSS versão 8.0.0. Resultados: Foram executadas 163 colecistectomias videolaparoscópicas em pacientes com media de idade de 50,99 anos (DP=14,13, min=21, max=78), 81% do sexo feminino e 19% do sexo masculino. Houve 25,3% de complicações, sendo 19% Clavien-Dindo I, 1,8% ClavienDindo II e 4,3% Clavien-Dindo III. Por meio de regressão linear multivariada, não foram identificado fatores que possam influenciar a ocorrência de complicação no período pósoperatório. Conclusão: Apesar da seleção de pacientes desse serviço ser criteriosa, observou-se cerca de 5,1% de complicações Clavien-Dindo II e III pelo fato dos pacientes advirem do sistema publico de saúde, onde a evolução da doença é mais prolongada até a chegada no serviço cirúrgico. Analisando fatores pré-operatórios laboratoriais que possam predizer o resultado cirúrgico não identificou-se fator de risco específico neste estudo. Título: ANÁLISE DE DIFERENTES FORMAS DE ESTADIAMENTO LINFONODAL NO CÂNCER DE ESÔFAGO EM PACIENTES OPERADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO SUL DO BRASIL. Temário: Cirurgia Autores: Roberto Vinã Coral; André Vicente Bigolin; Renan Trevisan Jost; Pedro Marchiori Cacilhas; Rodolfo Wermann; Rafaela Muller Franceschi; Rodrigo dos Santos Falcão; Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é uma neoplasia que possui maior prevalência na região sul do Brasil. Acomete mais homens do que mulheres, surge com maior frequência depois dos 50 anos de idade e parece estar associado a níveis sócio-econômicos. A American Joint Committee on Cancer descreve o desenvolvimento de um sistema de estadiamento do câncer de esôfago que, por sua vez, é frequentemente atualizada. OBJETIVO: Comparar o estadiamento linfonodal do câncer de esôfago através da 6a e da 7a Edição do American Joint Committee on Cancer assim como o Índice de Metástase Linfonodal. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes operados entre 2000 e 2011 na Santa Casa de Porto Alegre. Coorte-histórica, onde os dados foram obtidos através de análise de arquivos médicos e contato telefônico com os pacientes. Aprovado pelo Comite de Ética. Cálculo de amostra evidenciou um mínimo de 446 pacientes. Análise estatística com software SPSS, utilizando teste t para médias, Kaplan-Meier para as curvas de sobrevida e regressão multivariada de Cox para controle dos fatores de confusão. RESULTADOS: Foram avaliados quatrocentos e oitenta pacientes. A média de amostra linfonodal foi de oito por procedimento. Considerando a sobrevida, não houve diferença significativa entre os pacientes quando foram classificados pela 7a Edição do American Joint Committee on Cancer. Analisando o Índice de Metástase linfonodal, apenas o grupo de pacientes com 0 – 25% mostrou diferença significativa (p=0,01). Observou-se diferença significativa entre os grupos quando classificados pela 6a Edição do American Joint Committee on Cancer (p<0.001). CONCLUSÃO: Considerando as características da amostra, a nova classificação do American Joint Committee on Cancer não foi capaz de evidenciar diferenças significativas na sobrevida dos pacientes quando apenas o estadiamento linfonodal foi avaliado. Título: ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER DE ESÔFAGO EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO SUL DO BRASIL Temário: Cirurgia Autores: Roberto Vinã Coral; André Vicente Bigolin; Pedro Marchiori Cacilhas; Renan Trevisan Jost; Rafaela Muller Franceschi; Rodrigo dos Santos Falcão; Rodolfo Wermann; Instituição: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é uma neoplasia letal que possui maior prevalência na região sul do Brasil. No mundo ocidental, a doença tem maior frequência em homens, negros, com mais de 50 anos de idade e de nível sócio-econômico baixo. OBJETIVO: Comparar o estadiamento linfonodal do câncer de esôfago através da 6a e da 7a Edição do American Joint Committee on Cancer assim como o Índice de Metástase Linfonodal. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes operados entre 2000 e 2011 na Santa Casa de Porto Alegre. Coortehistórica, onde os dados foram obtidos através de análise de arquivos médicos e contato telefônico com os pacientes. Aprovado pelo Comite de Ética. Cálculo de amostra evidenciou um mínimo de 446 pacientes. Análise estatística com softwear SPSS, utilizando teste t para médias, Kaplan-Meier para as curvas de sobrevida e regressão multivariada de Cox para controle dos fatores de confusão. RESULTADOS: Foram avaliados quatrocentos e oitenta pacientes. A média de amostra linfonodal foi de oito por procedimento. Considerando a sobrevida, não houve diferença significativa entre os pacientes quando foram classificados pela 7a Edição do American Joint Committee on Cancer. Analisando o Índice de Metástase linfonodal, apenas o grupo de pacientes com 0 – 25% mostrou diferença significativa (p=0,01). Observou-se diferença significativa entre os grupos quando classificados pela 6a Edição do American Joint Committee on Cancer (p<0.001). CONCLUSÃO: Considerando as características da amostra, a nova classificação do American Joint Committee on Cancer não foi capaz de evidenciar diferenças significativas na sobrevida dos pacientes quando apenas o estadiamento linfonodal foi avaliado. Título: AVALIAÇÃO DA LESÃO HEPÁTICA E DA CAPACIDADE ENERGÉTICA DO FÍGADO EM RATOS ISQUEMIADOS PARCIALMENTE COM APLICAÇÃO OU NÃO DE LUZ LASER Temário: Cirurgia Autores: Karen Donaire Consolo; Luiz Fernando Prado Garcia; Marina Rodrigues Silveira; Renan da Silva Lederer; Orlando Castro e Silva; Lourenço Sbragia Neto; Rebeca Lopes Figueira; Instituição: FMRP-USP Resumo: Introdução: O processo de isquemia/reperfusão hepática apresenta repercussões sistêmicas e locais graves, sendo causa de altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente de pacientes cirúrgicos. FABP-L (Fatty acid binding protein – Liver) ou proteína hepática de ligação de ácidos graxos tem sido relatada como um marcador eficaz na detecção de lesões hepáticas e investigada como um potencial candidato na detecção de morte ou ruptura de hepatócitos. Objetivo: Avaliar o efeito protetor do laser à lesão hepática em ratos submetidos à isquemia parcial usando a L-FABP como marcador. Método: Ratos adultos foram divididos em quatro grupos (n=5): 1) Controle (C), 2) Controle + Laser (CL), 3) Isquemia Parcial (IP) e 4) Isquemia Parcial + Laser (IPL). A IP foi realizada por pinçamento do pedículo hepático dos lobos médio e lateral esquerdo do fígado por 60 minutos. Luz laser foi aplicada no fígado antes da indução da IP na dose de 22,5 J/cm@. Os animais foram sacrificados após 30 minutos de reperfusão. Foram coletados sangue e tecido hepático para dosagem sérica das aminotranferases (ALT e AST), análise da função mitocondrial, dosagens do malondialdeído (MDA) e análise da expressão de L-FABP (Fatty acid binding protein liver) por Western Blotting. Resultado: Observou-se diminuição da função mitocondrial no grupo IP, sobretudo na respiração ativada por ADP, estado 3, (IPvs C p< 0,05), e diminuição da expressão de L-FABP (p<0,05). No grupo IPL a aplicação da luz laser impediu esta diminuição (p>0,05), como também na expressão de L-FABP (p<0,05). Houve aumento semelhante do MDA em IP e IPL. Conclusão: A aplicação profilática da luz laser no fígado de ratos submetidos à isquemia parcial demonstrou ser eficaz como fator protetor hepático. Título: CAUSA RARA DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL A NÍVEL DE SIGMÓIDE Temário: Cirurgia Autores: Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabriela Bohn Spies; João Bosco Paes Andrade; Tarek Mohd Daod Sheikha; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer; Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabriela Bohn Spies; João Bosco Paes Andrade; Tarek Mohd Daod Sheikha; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Resumo: Introdução: A obstrução intestinal pode ser definida como a incapacidade de o intestino promover o trânsito do seu conteúdo luminar no sentido aboral. Aderências ou bridas são a principal causa em todas os grupos etários, seguida por hérnia inguinal estrangulada e neoplasia intestinal. Esses três agentes etiológicos respondem por mais de 80% de todas as obstruções. Dentre as obstruções intestinais apenas 10% correspondem a diagnósticos diferenciais mais raros, dentre eles, a endometriose. A endometriose é definida pela presença de glândula e/ou estroma endometriais fora do útero, afeta 10 a 15% das mulheres em idade fértil. Dentre estas, 9,5% apresenta endometriose intestinal. Os principais locais acometidos são o reto (79%), sigmoide (24%), apêndice (19%), íleo terminal (2%), cólon descendente (1%) e ceco (1%), menos de 10% evoluem com abdômen agudo. Objetivo: Destacar a endometriose como diagnóstico diferencial nos casos de obstrução intestinal em pacientes femininas jovens. Método: Paciente feminina, 35 anos, branca, 2 filhos, chega ao Pronto Atendimento do Hospital Universitário com dor abdominal em cólica, com parada de eliminação de gases e fezes. Ao exame físico, abdome distendido, com dor à palpação em região periumbelical, com ruídos hidroaéreos aumentados, toque retal com ausência de fezes. Negava comorbidades. Foi realizado RX de abdome agudo que demonstrou importante distensão de cólon, com grande quantidade de fezes e nível hidroaéreo em cólon descendente. Com o quadro de obstrução intestinal definido, procedeu-se a laparotomia de emergência, porém apresentava pelve congelada, impossibilitando a cirurgia definitiva neste momento, sendo assim foi confeccionada colostomia em alça. Resultado - Deuse continuidade a investigação diagnóstica com exames de ecografia transvaginal, colonoscopia, tomografia e ressonância magnética, todos unânimes ao colocarem hipóteses diagnósticas neoplásicas. Procedeu-se à cirurgia, sigmoidectomia com reconstrução de trânsito e ooforectomia esquerda, histerctomia parcial. Ao anatomopatológico foi evidenciado endometriose intestinal extensa, comprometendo sigmóide. Conclusão: A endometriose é causa rara de obstrução intestinal, especialmente quando ocorre acometimento de sigmóide. Embora seja diagnóstico diferencial infrequente, deve ser investigada mesmo que os exames complementares e a clínica não sejam condizentes com a história natural da doença. Título: CISTOADENOCARCINOMA MUCINOSO DE APÊNDICE CECAL MIMETIZANDO ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO - RELATO DE CASO EM GESTANTE Temário: Cirurgia Autores: LUIS FERNNADO DE CESARO CASTRO; LUCAS ERNANI; FABERSON JOÃO MOCELIN DE OLIVEIRA; RODRIGO PAESE CAPRA; GILDA GUERRA; FELIPE BILHAR FASOLIN; MARCELA PASE CASASOLA; RODRIGO KOPROSKI MENGUER; EDUARDO BARCELOS FUMEGALLI; ANDRE VICENTE BIGOLIN; Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PORTO ALEGRE Resumo: Neoplasias de apêndice cecal são raras, encontradas em aproximadamente 1% das peças resultantes de apendicectomia. Dentro das neoplasias epiteliais são encontradas desde mucoceles benignas até adenocarcinomas agressivos. Entre as malignidades, os adenocarcinomas mucinosos são mais comuns, seguidos pelo adenocarcinoma tipo intestinal. Relatamos o caso de uma paciente de 38 anos, G4P3, com 18 semanas de gestação, com dor abdominal em fossa ilíaca direita, ao exame físico apresentava distensão abdominal moderada e sinal de Blumberg positivo. À ecografia abdominal evidenciada estrutura anecóica alongada de 3,7x1,4x1,9cm em quadrante inferior direito, com pequena quantidade de líquido adjacente. Submetida a videolaparoscopia foi evidenciado presença de matéria mucoide em região de apêndice cecal e perfuração em extremidade distal, sendo realizada a apendicectomia. O exame anatomopatológico evidenciou neoplasia mucinosa de alto grau, com invasão de toda a espessura da parede do apêndice - cistoadenocarcinoma mucinoso, com limites cirúrgicos livres. Paciente optou por dar seguimento na gestação e não realizar tratamento complementar neste momento. Os adenocarcinomas do apêndice cecal, em geral, são tratados com hemicolectomia direita. Entretanto alguns autores sugerem que lesões confinadas a mucosa ou lesões bem diferenciadas com invasão até a submucosa, podem ser tratadas apenas com apendicectomia. Devido a raridade da doença, não existem evidências que demonstrem benefício de quimioterapia adjuvante no tratamento desta doença. O prognóstico depende, basicamente, do tipo histológico, grau de invasão e acometimento de órgãos adjacentes no momento do diagnóstico. Título: CORRELAÇÃO DA MELHORA DA DISLIPIDEMIA E DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM PACIENTES OBESOS MÓRBIDOS SUBMETIDOS AO BYPASS GÁSTRICO Temário: Cirurgia Autores: Felipe Ferreira Laranjeira; Luiza Marsiaj Lubianca; Rafael Jaques Ramos; Letícia Biscaino Alves; Aline Grimaldi Lerias; Daniele dos Santos Rossi; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel Padoin; Instituição: PUCRS - HSL Resumo: INTRODUÇAO: O IMC, apesar de suas facilidades, apresenta limitações na avaliação da obesidade. OBJETIVO: Avaliar a correlação da melhora da dislipidemia com alterações do percentual de gordura corporal medida através da bioimpedância. MÉTODOS: Realizamos uma coorte observacional e retrospectiva em pacientes submetidos ao bypass gástrico. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos foram selecionados pacientes que realizaram bioimpedância, exames laboratoriais e mediadas antropométricas antes da cirurgia e nos meses 3, 6 e 12 de pós-operatório totalizando 228 pacientes com média de idade de 37,4±11,7 anos e predominância do sexo feminino (76,3%). RESULTADOS: Inicialmente 143 pacientes (66,2%) apresentavam critérios para dislipidemia e após 6 mês de cirurgia este número caiu para 83 pacientes (50,6%) e continuou reduzindo até um ano pós-cirúrgico chegando a apenas 45 pacientes (28,5%) após 12 meses de cirurgia. Na avaliação da associação das variáveis com a redução do percentual de gordura corporal aos 12 meses, as que se associaram significativamente foram a redução do peso (r=0,258; p=0,009), IMC (r=0,272; p=0,005) e circunferência abdominal (r=0,357; p<0,001). No entanto, com os parâmetros bioquímicos a associação foi significativa apenas com os níveis de HDL (r=-0,267; p=0,009). Pacientes com maior redução do percentual de gordura corporal foram os que mais reduziram o peso, IMC e circunferência abdominal e também foram os que mais aumentaram os níveis de HDL. CONCLUSÕES: O trabalho evidenciou a associação da redução do percentual de gordura corporal com o aumento do HDL, independente do sexo e da idade. A mesma associação também foi observada quando utilizados os parâmetros IMC, redução de peso e medida da circunferência abdominal. Título: DIVERTÍCULO DE MECKEL HERNIADO ATRAVÉS DO LIGAMENTO LARGO Temário: Cirurgia Autores: ANDRÉ VICENTE BIGOLIN; RODOLFO WERMANN; JOHANNA JOHAN; RODRIGO DOS SANTOS FALCÃO; NATALINO RINALDI; RAFAELA MÜLLER FRANCESCHI; RENAN TREVISAN JOST; PEDRO MARCHIORI CACILHAS; Instituição: PUC-RS Resumo: INTRODUÇÃO:: A hérnia interna através do ligamento largo é uma rara causa de obstrução mecânica do intestino delgado. A presença do divertículo de Meckel herniado por esse defeito não havia sido relatada na literatura e pode configurar como um fator complicante para a ocorrência da obstrução. OBJETIVO: Relatar um caso de divertículo de Meckel com hérnia interna através do ligamento largo e a abordagem por videolaparoscopia. MÉTODOS: Paciente feminina de 42 anos, branca, casada. Relatou dor em fossa ilíaca esquerda, vômitos e parada de eliminação de fezes. Ao exame, abdome distendido, timpânico, sem peritonismo, apenas com leve defesa em fossa ilíaca esquerda. Referia ser hígida, sem cirurgias, apenas uma gestação e um parto normal há 20 anos. Apresentava leucocitose moderada. Realizou tomografia computadorizada com contraste que sugeriu hérnia interna através do ligamento largo com sinais de obstrução. A paciente foi submetida à videolaparoscopia. RESULTADOS: Com o uso de um trocater de 10mm e outros dois de 5mm pode-se confirmar o diagnóstico da imagem e evidenciar que a alça herniada continha divertículo de Meckel de aproximadamente 3cm, sem sinais inflamatórios ou nodulações. O segmento intestinal apresentava-se congesto mas sem sinais de necrose. Realizou-se redução da hérnia, fechamento do orifício e diverticulectomia. A paciente teve alta no quarto dia pós-operatório e teve boa evolução. CONCLUSÃO: Apresentouse o primeiro caso da literatura de divertículo de Meckel associado a hérnia interna pelo ligamento largo. Este quadro determinou obstrução intestinal a qual pode ser manejada de forma segura por videolaparoscopia. Título: DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA E SUA PREVALÊNCIA EM 750 PACIENTES COM OBESIDADE MÓRBIDA Temário: Cirurgia Autores: Daniele dos Santos Rossi; Aline Grimaldi Lerias; Felipe Ferreira Laranjeira; Letícia Biscaino Alves; Rafael Jacques Ramos; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel Padoin; Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é a doença hepática mais frequente no mundo ocidental, e está altamente relacionada à obesidade. A DHGNA não está correlacionada com aumento da morbidade ou mortalidade, mas a sua progressão para esteatohepatite não alcoólica aumenta os riscos de cirrose, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular. Dessa forma, torna-se importante conhecer a prevalência de DHGNA em pacientes obesos mórbidos. OBJETIVO: Avaliar a prevalência da doença hepática gordurosa não alcoólica em pacientes obesos mórbidos. MÉTODOS: Foram analisados os dados de 750 pacientes que foram submetidos à cirurgia de obesidade mórbida no Centro da Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS, Brasil. Foram analisadas 750 biópsias hepáticas de pacientes obesos mórbidos durante o período 2011-2013. Biópsias hepáticas foram feitas por aspiração com agulha fina no início da cirurgia. Foram avaliados sexo, índice de massa corporal (IMC), cintura, idade e comorbidades. Consentimentos informados pelos pacientes foram obtidos no pré-operatório. RESULTADOS: A maioria dos pacientes eram mulheres (74,4%); IMC médio de 48,6 ± 7,4 kg /m2; cintura de 134,7 ± 14,5 centímetros; a média de idade foi de 37,9 ± 10,4 anos de idade. 419 (55,9%) tinham hipertensão arterial sistêmica, 355 (47,3%) dislipidemia, 165 (22%) DM2. Todas as biópsias hepáticas tinham 6 ou mais espaços portais. A prevalência de DHGNA foi de 100% nos pacientes analisados. 31,1% tinham apenas esteatose; 12,9% leve, 9,3% moderada e 8,8% grave. 68,9% tinham esteatohepatite; 10,8%, com esteatose leve, 22,4%, com esteatose moderada e 35,6% com esteatose severa. Apenas um paciente (0,1%) tinha cirrose. CONCLUSÃO: O estudo mostra uma alta prevalência de DHGNA entre pacientes com obesidade mórbida, especialmente na sua forma mais grave. Título: DUODENOPANCREATECTOMIA COM RESSECÇÃO VASCULAR Temário: Cirurgia Autores: Felipe Bilhar Fasolin; Andre Vicente Bigolin; Natalino Rinaldi; Luis Fernando Castro; Fáberson Mocelin Oliveira; Rodrigo Paese Capra; Lucas Ernani; Gilda Guerra; Eduardo Barcelos Fumegalli; Instituição: IRMANDADE DE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE Resumo: Introdução: O prognóstico dos tumores da cabeça do pâncreas é reservado. Uma sobrevida maior só é atingida naqueles casos onde a ressecção é realizada. A invasão do complexo venoso mesentérico-portal é considerada por muitos um critério de irressecabilidade. Objetivo: Relatar os casos de ressecção vascular em duodenopancreatectomia realizados entre maio de 2014 a maio de 2015 por um serviço de residência médica. Método: Os pacientes com tumores periampulares seguem um protocolo de avaliação perioperatório e padronização da técnica da Equipe de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo. Pacientes com suspeita de invasão vascular na tomografia pré-operatória, são submetidos a Ressonância nuclear para confirmação dos achados. O critério maior de irressecabilidade é invasão arterial comprovada no transoperatório. Resultados: Durante o ano de avaliação foram realizados 15 duodenopancreatectomias. Em 2 casos houve ressecção vascular. Paciente 1: feminina, 66 anos, com tumor de 2,7cm na cabeça do pâncreas, com diagnóstico pré-operatório de infiltração de 180º da veia mesentérica superior. Foi realizada DPT com ressecção segmentar em bloco da junção mesentérico-portal e anastomose primária das veias mesentérica superior e esplênica na veia porta, com tempo de clampeamento de 50 minutos. Paciente 2: masculino, 58 anos, com tumor de 2,9cm na cabeça do pâncreas, com diagnóstico pré-operatório de compressão da parede lateral da veia porta. Foi realizada DPT com ressecção segmentar bloco de segmento da veia porta e anastomose primária, com tempo de clampeamento de 25 minutos. O ecodoppler portal no 1º pós-operatório evidenciou patência da anastomose vascular, sem sinais de trombose em ambos os casos. A paciente 1 evoluiu bem, sem complicações, tendo alta no 13º dia (estadiamento: pT3pN1M0). A paciente apresentou recidiva da lesão com cerca de 3 meses após a cirurgia e foi a óbito após 5 meses e 4 dias. O paciente 2 evoluiu com um abscesso no 7º PO, o qual drenou espontaneamente pelo dreno utilizado na cirurgia, alta no 18º dia. (estadiamento pT3N0M0). O paciente se mantém-se em bom estado geral com 6 meses de acompanhamento, sem evidências de recidiva da doença. Conclusão: A ressecção cirúrgica completa é a única alternativa curativa para adenocarcinomas pancreáticos. A reconstrução da veia ressecada mediante anastomose primária é possível na maioria dos casos, sendo uma técnica factível e reproduzível. Título: EMBOLIZAÇÃO ARTERIAL SELETIVA DE ANGIODISPLASIA COLÔNICA Temário: Cirurgia Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Marcos Poletto; Marcelo Corrales; Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: A hemorragia digestiva baixa é definida como o sangramento originado abaixo do ligamento de Treitz, o qual inclui jejuno, íleo, cólon e reto. É responsável por 20% de todos os casos de hemorragia digestiva. RELATO DO CASO: Paciente de 37 anos, feminina, interna no Hospital Geral de Caxias do Sul por náuseas, vômitos, astenia e sangramento vaginal. Há um mês estava em investigação de massa pélvica, tendo o diagnóstico de carcinoma epidermóide invasor de colo de útero há uma semana. Paciente apresentou melena quinze dias após a internação. Realizada endoscopia digestiva alta que observou duodenite erosiva rasa intensa responsiva a inibidor de bomba de prótons. Três dias após, teve episódios de enterorragia volumosa. Realizada colonoscopia com grande quantidade de sangue na luz do órgão impossibilitando a progressão do aparelho além do sigmóide, devido a instabilidade hemodinâmica da paciente. Após estabilização, paciente permanecia com enterorragia volumosa, sendo realizada angiografia com embolização de ramo da artéria mesentérica por angiodisplasia colônica em nível de ângulo esplênico. Doze horas após embolização com microesferas, paciente evoluiu com quadro de anafilaxia ao contraste, respondendo bem com manejo clínico. Teve boa evolução pós-operatória e recebeu alta sem novos episódios de sangramento intestinal. DISCUSSÃO: As opções terapêuticas na hemorragia digestiva baixa incluem a colonoscopia, a infusão de vasopressores, embolização arterial e a cirurgia. O exame de eleição para diagnóstico e tratamento é a colonoscopia, caso o paciente se apresente hemodinamicamente estável e com preparo colônico adequado. A falha endoscópica é superior a 32%, principalmente em hemorragias maciças. Pacientes com hemorragia refratária ao tratamento clínico e endoscópico, deverá ser submetidos a intervenção cirúrgica ou embolização arterial por angiografia. A embolização intra-arterial foi introduzida no tratamento da hemorragia digestiva baixa em 1974. O avanço da tecnologia nos permite realizar cateterismo super-seletivo arterial e embolização de vasos menores que 1 mm, minimizando as complicações do procedimento. O sucesso da terapêutica é de 69 a 100% dos casos. A taxa de re-sangramento após embolização ocorre em 10 a 30% dos casos no primeiro mês. A taxa de isquemia intestinal após embolização é de 5 a 22%. Título: HEMATOMA HEPÁTICO VOLUMOSO APÓS SINDROME DE HELLP: RELATO DE CASO. Temário: Cirurgia Autores: ANDREZA MARIANE DE AZEREDO; CAROLINA DA SILVA MENGUE; EDUARDO HUBNER DE SOUZA; ISADORA ZANOTELLI BOMBASSARO; LEDWYNG DAVID GONZALEZ PATINO; MARILIA KAPPEL PAES; Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Resumo: INTRODUÇÃO: A síndrome de HELLP, responsável por acometer 0,2 a 0,6% das gestações, é caracterizada por um quadro de hemólise, aumento das enzimas hepáticas e plaquetopenia. As complicações ocorrem em torno de 24-38% dos casos – como hematomas subcapsulares, que são responsáveis por menos de 2% dessas complicações. OBJETIVO: Relatar um caso de hematoma hepático volumoso após Síndrome de HELLP, ressaltando seus principais aspectos clínicos, laboratoriais e de imagem. MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso. RELATO DE CASO: Paciente feminino, 29 anos, primigesta, idade gestacional 35 semanas e 1 dia, foi submetida à cesárea de urgência por Síndrome de HELLP, recém-nascido vivo. Na internação, apresentava TGO 400U/L; DHL 608U/L; creatinina(Cr) 0,7mg/dL; Plaquetas(Pl) 61.000/mm³; IP/C:1,5. Paciente hipertensa, tratada durante a gestação com Metildopa. Realizou terapia com sulfato de magnésio pós-parto. Cerca de 6 horas após o parto, os laboratoriais exibiam: TGO 285U/L; DHL 528U/L; Cr 1,16mg/dL; ácido úrico 7,1mg/dL; Pl 71.000/mm³; hemoglobina(Hb) 9,3g/dL. No pós-parto, estava com controle pressórico satisfatório, com leve desconforto à palpação abdominal difusa, sem sinais de irritação peritoneal, os laboratoriais mostravam: TGP 1140U/L; TGO 986U/L; Pl 88.000/mm³; Hb 7,5g/dL. Iniciou com dor intensa em hipocôndrio direito(HD), sendo solicitada Tomografia computadorizada(TC) de Abdômen que evidenciou volumoso hematoma hepático subcapsular(19,7 cm) em lobo direito(LD) e segmento medial do lobo esquerdo(LE), com áreas hipodensas no parênquima hepático – sugere rupturas e algumas áreas com alterações perfusionais. No outro dia, os exames exibiam: TGP 3010U/L; TGO 2285U/L; DHL 947U/L; Pl 101.000/mm³. Paciente foi transferida para CTI, por instabilidade hemodinâmica. Com boa evolução clínica, estável hemodinamicamente e melhora laboratorial das enzimas hepáticas, recebendo alta da CTI. A equipe cirúrgica optou por tratamento conservador, mantendo monitorização contínua e repouso absoluto. Realizada nova TC de Abdômen que demonstrou redução do hematoma subcapsular(19 cm) e das áreas hipodensas do LD e segmentos mediais do LE. Permaneceu estável hemodinamicamente, apresentando melhora das enzimas hepáticas e redução do hematoma subcapsular. CONCLUSÃO: A síndrome de HELLP é considerada uma grave condição ao feto e à mãe, principalmente associada a complicações hepáticas, tendo uma mortalidade de 50%. Título: HEPATOCARCINOMA - RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Bruno Mariano da Silva Schmidt; João Bosco Paes Andrade; Luciano Zogbi; Instituição: FURG Resumo: Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor maligno primário mais freqüente do fígado e uma das neoplasias mais comuns em todo o mundo, respondendo por mais de 1 milhão de mortes anualmente. Tal fenômeno pode ser atribuído a infecção pelo por vírus da hepatite C (HCV) e processos migratórios específicos. Além das hepatites virais, certas exposições ambientais, consumo de álcool, fumo, doenças metabólicas genéticas, adenoma hepatocelular e cirrose estão implicadas na etiologia. Anamnese e exame físico compatíveis; exames laboratoriaIs, como a alfa-fetoproteína; e exames de imagem levantam a suspeita, enquanto o diagnóstico é comprovado pelo exame anátomo-patológico. Objetivo: relatar um caso de CHC, propondo uma breve revisão sobre o tema, somado ao alerta para o controle dos fatores de risco para a doença. Método: Paciente de 64 anos, sexo masculino, pardo, portador do vírus da Hepatite C há 20 anos, com acompanhamento clínico irregular, apresentando náuseas, anorexia, astenia, desconforto epigástrico e icterícia. História pregressa de laparotomia de urgência há um ano por hemorragia oriunda de suposto adenoma hepatocelular, sem ter sido ressecado na ocasião. Observada elevação de transaminases, gama GT, fosfatase alcalina, e com alfa feto proteína de 51.000 ng/ml. Resultados: Foi submetido a hepatectomia esquerda, com ressecção do tumor íntegro e margens cirúrgicas de 2 cm. Exame anatomopatológico constatou hepatocarcinoma, moderadamente diferenciado (Grau II de Edmondson-Steiner), padrão pseudoglandular, com esteatose em 20%, medindo aproximadamente 6 cm, parcialmente encapsulado, ausência de invasão da cápsula de Glisson, vascular ou perineural. Margens cirúrgicas livres (1,8cm), tecido não neoplásico com hepatite crônica em atividade moderada e com cirrose, sugestivas de etiologia por HCV (Metavir A2-F4). O paciente apresentou favorável evolução pós operatória recebendo alta hospitalar sete dias após o procedimento cirúrgico. Conclusão: O caso relatado corrobora com a literatura na relação estabelecida entre a incidência de CHC em pacientes portadores do HCV. O CHC é de difícil detecção em estágios iniciais, está intimamente associado aos vírus da hepatite B e C, portanto pode ser prevenido, e o seu tratamento principal consiste na ressecção cirúrgica. Título: HÉRNIA DE AMYAND SIMULANDO HÉRNIA INGUINAL RECIDIVADA ENCARCERADA Temário: Cirurgia Autores: Paula Netto Jaccottet; Katia Garbini Gonçalves; Renata Cavalli Cavichioli; Lucio Flavio de Oliveira; Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES Resumo: INTRODUÇÃO: As hérnias inguinofemorais representam 75% da doença herniária do adulto. Devem ser incluídas no diagnóstico diferencial as hérnias incomuns, como a que se caracteriza pelo apêndice cecal dentro do saco herniário inguinal (hérnia de Amyand) ou femoral (hérnia de Garengeot). OBJETIVO: Relatar um caso de hérnia de Amyand que simulou hérnia inguinal recidivada encarcerada, ocorrido em hospital terciário de Porto Alegre. MÉTODOS: Relato de caso. RESULTADO: Paciente C.B.P., branco, 65 anos, com história prévia de herniorrafia inguinal direita convencional há um ano, chega à emergência com queixa de febre, dor em fossa ilíaca direita (FID) e abaulamento em local da incisão cirúrgica após realizar esforço físico, sintomas iniciados há um dia. Ao exame, apresentava dor com defesa em FID, extenso edema e abaulamento, não redutível, tendo como principal hipótese diagnóstica a presença de hérnia inguinoescrotal recidivada encarcerada. Programada hernioplastia inguinal direita para mesma data. Realizou-se inguinotomia direita com exploração do cordão, que estava demasiadamente espessado, sendo impossível sua exploração e isolamento. Optou-se por uma videolaparoscopia diagnóstica no mesmo tempo cirúrgico para esclarecimento do caso. Identificado sinais inflamatórios e bloqueio em pelve, visualizado sítio cirúrgico em FID com hérnia inguinal direita recidivada contendo o apêndice cecal inserido no saco herniário. Durante a exploração local e lise de aderências, identificou-se extenso processo inflamatório, recebendo diagnóstico de Hérnia de Amyand. Ralizada apendicectomia videolaparoscópica imediatamente. CONCLUSÃO: Descrevemos um caso de hérnia de Amyand, que representa menos de 1% dos casos de hérnia inguinal, em que o apêndice cecal está contido no interior do saco herniário. A ocorrência concomitante de apendicite aguda simulando hérnia inguinal recidivada é ainda menor, sendo de 0,15%. No entanto, apesar da raridade, o cirurgião deve ter familiaridade com este diagnóstico diferencial para o manejo adequado, tendo a videolaparoscopia como técnica aliada na presença de dúvida diagnóstica em um quadro de abdome agudo Título: HÉRNIA INTERSTICIAL COMO FORMA DE RECORRÊNCIA EM HERNIOPLASTIA INCISIONAL APÓS DE FECHAMENTO DE COLOSTOMIA Temário: Cirurgia Autores: Pedro Henrique Cardoso Borges; Aline Gularte Teixeira da Silva; Lucas Augusto Camillo de Souza; Bruno Tisher Jung; Luiz Roberto Wendt; Oly Campos Corleta; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE Resumo: Hérnia intersticial, primeiramente descrita por Bartholini em 1661, é um raro tipo de hérnia, em que o saco herniário aloja-se entre as camadas musculares que compõem a parede abdominal. Este é um relato de caso de uma paciente portadora de hérnia intersticial em sítio de colostomia após cirurgia de herniorrafia incisional em ferida operatória (FO) infra-umbilical e fechamento de colostomia. A paciente apresentou-se com massa palpável e dolorosa à esquerda da FO mediana, sob cicatriz de hernioplastia incisional realizada sete meses antes. A hipótese diagnóstica de recorrência da hérnia incisional foi aventada. À tomografia computadorizada verificou-se formação de hérnia intersticial no antigo sítio de colostomia. O tratamento foi realizado por meio da colocação de tela intraperitoneal com sutura dos planos musculares superficiais e manutenção da tela de polipropileno sobre o músculo oblíquo externo. A paciente teve boa recuperação pós-operatória e não apresentou recorrência da hérnia no período de acompanhamento ambulatorial. Título: HERNIAÇÃO DO ESTÔMAGO E EPÍPLON PARA CAVIDADE TORÁCICA COM ESTRANGULAMENTO EM DOIS PONTOS. Temário: Cirurgia Autores: Renato Antonio Sommer; Mateus Ceresoli Baptistella; Laura Graciolli Ribeiro; Édina Regina Saggin Weschter; Alessandro Delgado Louzada; Vitor Antonio Alves; Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Resumo: Introdução: As hérnias hiatais são as mais frequentes, representando de 70% à 95% das hérnias diafragmáticas. Já, as hérnias diafragmáticas traumáticas são relativamente raras, ocorrendo em aproximadamente 5% dos traumas contusos ou penetrantes do tórax e abdômen1-2-3. Descrevemos um relato de caso em que o paciente apresentava hérnia paraesofágica e hérnia diafragmática esquerda, ocorrida por trauma automobilístico há 10 meses, com migração do estômago para cavidade torácica em ambas as hérnias, com estrangulamento entre os dois pontos. Relato: Paciente masculino 28 anos, procurou a emergência do HNSG de Canoas-RS, referindo dor epigástrica com irradiação para o tórax, vômito alimentar e dispneia. História prévia de acidente automobilístico com fratura de sete costelas esquerdas e duas direitas, e pneumotórax há 10 meses. Raio-X de tórax com aumento de bolha gástrica estendendo-se ao tórax e tomografia computadorizada de tórax e abdômen com sinais de rotação do estômago superior, desvio do esôfago para a esquerda com níveis hidroaéreos podendo estar relacionada a volvo gástrico. Foi submetido à laparotomia exploradora e identificou-se herniação do estômago e epíplon com sofrimento vascular e estrangulamento em 2 ponto do estômago, entre orifícios herniários hiatal e diafragmático esquerdo. Realizou-se herniorrafia hiatal, diafragmática e frenorrafia já com o estômago na cavidade abdominal, observando-se retorno da perfusão gástrica e viabilidade do órgão, lavagem da cavidade e fechamento. Discussão: As lesões diafragmáticas por trauma fechado é de difícil diagnóstico no pré-operatório3-4, já que seus sinais e sintomas não são específicos4. O diagnóstico só foi conclusivo na cirurgia, visualizando o diafragma com 2 pontos de herniação, mostrando uma lesão diafragmática à esquerda e outra com característica de hérnia hiatal paraesofagica, podendo também estar relacionada ao trauma, pois o paciente negou sintomas associados ao longo da vida. Portanto, o tratamento da lesão é cirúrgico, deve ser indicado assim que for feito o diagnóstico ou possuir suspeita. Nesse caso, não foi usado tela no reparo, porém a literatura demonstra benefícios com o uso de telas compostas de polipropileno e PTFE no reparo de hérnias volumosas, devido à tela possuir interface visceral e manter à resistência. Assim, o objetivo do presente trabalho é alertar sobre a necessidade de autorização de telas compostas pelo SUS, a fim de reduzir complicações à longo prazo5. Título: INFARTO ESPLÊNICO COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: RELATO DE CASO. Temário: Cirurgia Autores: ANDREZA MARIANE DE AZEREDO; CAROLINA DA SILVA MENGUE; EDUARDO HUBNER DE SOUZA; ISADORA ZANOTELLI BOMBASSARO; LEDWYNG DAVID GONZALEZ PATINO; MARILIA KAPPEL PAES; Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Resumo: INTRODUÇÃO: O infarto esplênico é, geralmente, silencioso, muitas vezes o diagnóstico passa despercebido, sendo um achado ocasional da tomografia computadorizada. Raramente, é a primeira manifestação de câncer gástrico. Da mesma forma, o câncer gástrico como etiologia do infarto esplênico é bastante infrequente. As causas mais comuns de infarto esplênico trata-se de doenças hematológicas infiltrativas, seguida pelas doenças embólicas, vasculares e trauma. OBJETIVO: Este trabalho visa relatar um caso de infarto esplênico como manifestação inicial de adenocarcinoma gástrico, ressaltando seus principais aspectos clínicos e achados nos exames de imagem. MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 58 anos, procurou atendimento médico por desconforto em hemitórax esquerdo e dorsalgia associado a tonturas, náuseas e vômitos que iniciaram há 2 dias. De antecedentes mórbidos apresentava diabetes melitus tipo 2. Negava tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, história de infarto agudo do miocárdio ou outra cardiopatia. Ao exame físico, exibia sudorese e palidez cutânea; ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações; à palpação abdominal exibia discreta dor à palpação de hipocôndrio esquerdo, sem outras alterações relevantes. Foi submetido à tomografia computadorizada de abdômen que revelou baço com intensa área focal hipodensa, sem impregnação por contraste, localizada na sua metade superior, correspondendo a infarto esplênico; com área focal de espessamento parietal irregular junto à cárdia. Paciente iniciou com melena. Foi, então, submetido à colonoscopia, que não exibiu alterações. À endoscopia digestiva alta apresentava uma lesão sugestiva de neoplasia em cárdia. Foram realizadas biópsias, que demonstraram adenocarcinoma gástrico pouco diferenciado, Helicobacter pylori negativo. Os exames laboratoriais exibiram anemia normocítica e normocrômica (hemoglobina 7,6 g/dL). A tomografia computadorizada de tórax não exibia alterações. Foi realizado a transfusão de 2 unidades de concentrado de hemácias. Realizou as vacinas antimeningocócica e antipneumocócica. O paciente foi encaminhado à gastrectomia com linfadenectomia D2 e esplenectomia. CONCLUSÃO: O infarto esplênico como primeira manifestação de câncer gástrico é bastante incomum. Esporadicamente, o infarto esplênico é um achado ocasional da tomografia computadorizada. Título: LINFOMA DUODENAL DE CÉLULAS T - RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: LUIS FERNANDO DE CESARO CASTRO; FELIPE BILHAR FASOLIN; FABERSON JOÃO MOCELIN DE OLIVEIRA; LUCAS ERNANI; GILDA GUERRA; RODRIGO PAESE CAPRA; ANDRE VICENTE BIGOLIN; EDUARDO BARCELOS FUMEGALLI; NATALINO RINALDI; Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PORTO ALEGRE Resumo: Linfomas do trato gastrointestinal contribuem com cerca de 4% das malignidades dessa região, sendo que a maioria deles localizam-se no estômago (50-60%) e menos de 30% no intestino delgado. O linfoma de células T do aparelho digestivo é uma doença de apresentação muito rara e com um prognóstico ruim, sendo o duodeno o local menos comum de aparecimento. Relatamos o caso de paciente de 60 anos com quadro de um mês de evolução com dor abdominal, adinamia, inapetência e perda ponderal de 15 quilos no período, sem relato de febre ou sudorese noturna. Submetido a investigação apresentava hemograma dentro dos parâmetros da normalidade, a tomografia computadorizada de abdome evidenciou espessamento parietal irregular da porção mais distal da segunda porção do duodeno e realce das paredes do colédoco intrapancreático e tecido pancreático circunjacente. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou lesão exofítica com características estenosantes na segunda porção duodenal e mucosa com atrofia e com aspecto em mosaico na quarta porção, submetido a inúmeras biópsias negativas para neoplasia. Submetido a duodenopancreatectomia pela forte suspeita de lesão maligna, cujo exame anatomopatológico evidenciou processo linfoproliferativo atípico comprometendo papila duodenal, duodeno e jejuno compatível com linfoma não-Hodgkin, à imunoistoquímica revelou tratar-se de linfoma de células T. No estadiamento da doença não foi detectado doença a distância e nem infiltração da medula óssea. Paciente encaminhado para quimioterapia sendo indicado protocolo CHOP, tendo apresentado quatro meses de sobrevida após início do tratamento. Linfoma primário do trato gastrointestinal é uma malignidade agressiva com taxa de sobrevida em 05 anos de 47%, sobrevida livre de doença em 5 anos de 40% e com 79% dos óbitos ocorrendo no primeiro ano do diagnóstico. Fatores prognósticos importantes incluem estágio da doença, extensão da ressecção cirúrgica, resposta ao tratamento, envolvimento da serosa, tratamento multimodal e performance status do paciente. Portanto, o desfecho para o paciente depende do diagnóstico e tratamento precoce da doença. Título: MEGAESÔFAGO SIMULANDO LESÃO EXPANSIVA DE MEDIASTINO Temário: Cirurgia Autores: Renata Cavalli Cavichioli; Katia Garbini Gonçalves; Paula Netto Jaccottet; Rubem Gerd Weiss; Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES Resumo: INTRODUÇÃO: O megaesôfago é uma patologia causada pela perda de células ganglionares do plexo de Auerbach, determinando déficit de relaxamento do esfíncter esofágico inferior (EEI). Apresenta graus variados de hipertonia com substituição da peristalse normal por contrações anormais durante a deglutição. Pode ser de origem idiopática (Acalásia) ou associada à doença de Chagas. O quadro clínico é compatível com a tríade clássica de disfagia, regurgitação e perda ponderal. OBJETIVO: Descrever caso de megaesôfago que levou ao alargamento do mediastino superior com compressão extrínseca da traquéia simulando lesão expansiva. MATERIAL E MÉTODOS: Relato de Caso. RESULTADO: L.T.G, 80 anos, feminina, branca, tabagista, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Paciente com queixa de disfagia, perda ponderal insidiosa e vômitos pós alimentares, interna para investigação em hospital terciário de Porto Alegre. Ao exame, hipocorada, desnutrida e descompensada da função cardiopulmonar. Submetida a radiografia de tórax que evidenciou alargamento mediastinal, com redução do calibre da traquéia, deslocando-a anteriormente, tendo como principal hipótese diagnóstica os tumores mediastinais. Demais exames como esofagografia baritada e endoscopia digestiva alta (EDA) mostraram dilatação do esôfago até o seu terço distal, obstrução da luz com grande volume de resíduos alimentares no esôfago e acentuado desvio das estruturas mediastinais para direita em seu terço superior. Realizada tomografia de tórax e abdome com evidência de dilatação do esôfago torácico até a transição esôfago-gástrica que continha grande quantidade de conteúdo de estase em seu interior e opacidades pulmonares parenquimatosas em "vidro fosco" de natureza inflamatória aguda, provavelmente de etiologia aspirativa. Sorologia para Chagas e colagenases não reagentes. Firmou-se o diagnóstico de megaesôfago grau IV segundo classificação de Resende , porém, devido condições clínicas da paciente e risco cirúrgico elevado, optou-se manejo conservador por ora, com jejunostomia e aspiração esofágica. CONCLUSÃO: Descrevemos um caso de megaesôfago avançado de etiologia idiopática, manejado conservadoramente devido contra-indicação cirúrgica. Houve melhora do quadro respiratório, sem novos episódios de pneumonia aspirativa ou exarcebação da DPOC, bem como melhora do perfil nutricional e qualidade de vida da paciente, já que medidas invasivas teriam alta morbimortalidade. Título: OBSTRUÇÃO COLÔNICA POR ZIGOMICOSE: RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi; Guilerme Lang Motta; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: Obstrução intestinal por infecção fúngica é uma condição rara. A infecção colônica por Zigomicetos está associada principalmente a estados de imunodeficiência, diabetes mellitus, internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e antibioticoterapia de amplo espectro. Os autores relatam o caso de um paciente que se apresentou com obstrução intestinal devido a infecção por zigomicetos. Relato de Caso: Homem, 69 anos, diabético e hipertenso, submetido a laparotomia por colecistite aguda, com sepse peritoneal. Seguiu internado em UTI por 10 dias, sob antibioticoterapia de amplo espectro. Evoluindo satisfatoriamente, recebeu alta hospitalar. Sete dias após a alta, apresentou episódio de hemorragia digestiva baixa. A colonoscopia revelou alterações inespecíficas da mucosa colônica na flexura esplênica, sendo efetuadas biópsias. Os fragmentos revelaram presença de hifas não septadas com ramificações em ângulo reto, padrão típico de Zigomicose. Utilizou-se Anfotericina B por 10 dias, a qual foi suspensa por toxicidade renal. O quadro evoluiu para suboclusão intestinal por massa estenosante em região de biópsia, sendo corrigido com dilatação endoscópica. Após uma semana, iniciou quadro de obstrução intestinal completa, adotando-se, então, abordagem cirúrgica. Foi visualizada tumoração no ângulo esplênico do cólon, com 5 cm no maior diâmetro, firmemente aderida ao pólo superior do rim esquerdo, à borda inferior da cauda do pâncreas e à parede posterior do abdome. Realizou-se ressecção parcial do cólon esquerdo, seguindo-se de anastomose látero-lateral com grampeador linear cortante. À microscopia, foi visto processo inflamatório transmural nãogranulomatoso e pesquisa de elementos fúngicos negativa. Assim, concluiu-se que, em função do tratamento prévio, as alterações fossem de natureza residual. Apesar do tratamento cirúrgico, o paciente evoluiu com sepse respiratória não responsiva aos cuidados intensivos, progredindo para óbito 13 dias após a cirurgia. Conclusão: Zigomicose gastrointestinal, apesar de extremamente rara, mostra-se um importante diagnóstico diferencial de quadros obstrutivos e inflamatórios intestinais, sobretudo em pacientes imunocomprometidos, diabéticos ou de UTIs. O sucesso terapêutico depende de um reconhecimento precoce da doença, visto que o manejo deve ser realizado o mais breve possível, com terapia antifúngica agressiva e desbridamento cirúrgico da lesão. Título: OBSTRUÇÃO INTESTINAL ALTA POR BALÃO INTRAGÁSTRICO Temário: Cirurgia Autores: Katia Garbini Gonçalves; Paula Netto Jaccottet; Renata Cavalli Cavichioli; Márcio Fernando Lopes de Oliveira; Rubem Gerd Weiss; Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES Resumo: INTRODUÇÃO: O balão intragástrico (BIG), inserido endoscopicamente, promove sensação de saciedade em pacientes obesos. É um procedimento puramente restritivo e considerado mais eficiente do que o manejo conservador da obesidade e mais seguro do que a cirurgia. Contudo, não é isento de riscos, sendo possíveis complicações: esofagite, úlcera, migração ou obstrução intestinal, perfuração gástrica e até mesmo o óbito. OBJETIVO: Descrever um caso de oclusão intestinal alta por migração de balão intragástrico, atendido em um hospital terciário de Porto Alegre. MÉTODO: Relato de caso. RESULTADO: Z.B.O., 47 anos, feminino, branca. Paciente busca a emergência com queixa de náuseas, vômitos alimentares e dor abdominal em cólica. Parada de eliminação de fezes e flatos há cerca de 48 horas. Relatava colocação endoscópica de BIG há 6 meses e tentativa de remoção do mesmo há 3 meses sem sucesso – segundo laudo, o BIG encontrava-se envolto por resíduos alimentares e grande quantidade de estase alimentar. Ao exame, hemodinamicamente estável, lúcida, abdome depressível, com dor à palpação de região epigástrica e hipocôndrio direito, sem peritonismo. Na chegada, raio-X de abdome identificou imagem radiodensa no flanco esquerdo (BIG desinflado), hiperdistensão da câmara gástrica com nível e elevação da hemicúpula, bem como distensão segmentar de alças intestinais delgadas. Posteriormente, tomografia abdominal evidenciou BIG desinflado e deslocado, localizado em segmento jejunal distal no flanco esquerdo, determinando distensão das alças à montante e hiperdistensão da câmara gástrica. Paciente submetida a laparotomia exploradora na mesma data, cujo transoperatório confirmou os achados de distensão difusa de estômago, jejuno e íleo proximal. Identificado o BIG em topografia de íleo distal, o qual não apresentava sinais de sofrimento isquêmico ou perfuração. Realizada enterotomia longitudinal com retirada do BIG e, em seguida, enterorrafia com reforço seroso. Apresentou boa evolução pós-operatória, com aceitação progressiva da dieta e reestabelecimento do trânsito intestinal, tendo recebido alta hospitalar no 6º dia pós-operatório. CONCLUSÃO: Atualmente, a cirurgia bariátrica é um campo de constantes inovações visando a aumentar a segurança, minimizar a invasão e oferecer melhores resultados. O uso do BIG tem avançado rapidamente e um controle estrito das indicações, complicações e resultados a curto e longo prazo é fundamental para o sucesso terapêutico. Título: OCLUSÃO INTESTINAL POR ÍLEO BILIAR Temário: Cirurgia Autores: Leonardo de Lima Mazini; Cynthia Neves Vasconcelos; Angelo Yassushi Hayashi; Instituição: UNOESTE Resumo: O presente artigo tem como objetivo relatar um caso de uma paciente de media idade portadora de colecistopatia calculosa apresentando dor abdominal difusa, náusea e vomito. Com auxilia de exames de imagem e evolução clinica da paciente foi diagnosticada oclusão intestinal por calculo biliar. Paciente submetida a laparotomia exploradora e optando por ordenha e retirada de calculo pelo reto, realizado colecistectomia com fechamento de fistula em segundo tempo. Concluímos que a oclusão intestinal pode vir a ocorrer por cálculos biliares. Pacientes portadores de litíase biliar apresentando a tríade deve ser pensado em íleo biliar. Título: PERFURAÇÃO INTESTINAL DEVIDO A ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDAL – RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabirela Bohn Spies; João Bosco Paes Andrade; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Resumo: Introdução – Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são drogas eficazes para o controle do processo infamatório e por conseguinte da dor, entretanto a inibição das prostaglandinas aumenta a susceptibilidade de lesões gastroentéricas. Objetivo – Ressaltar efeito adverso de AINES pouco caracterizado na comunidade acadêmica. Método – Relato de caso de paciente feminina, 63 anos, diabética, hipertensa, natural e procedente de Rio Grande-RS, chega ao Pronto Atendimento do Hospital Universitário com vômitos e dor abdominal há 4 dias. À tomografia computadorizada apresentava distensão intestinal sem massas anexiais. Apresentou piora do quadro geral 8 dias após a internação, com pressão arterial de 87/60 mmHg e taquicardia, ao exame físico ruídos hidroaéreos ausentes e sinais de irritação peritoneal. Foi submetida a laparotomia de urgência. Apresentava grande quantidade de liquido livre na cavidade abdominal, de aspecto entérico, identificou-se porção necrótica em íleo terminal, a qual foi ressecada, não sendo possível a reconstrução do transito intestinal, optou-se por ileostomia. A paciente teve complicações hemodinâmicas e foi transferida à Unidade de Terapia Intensiva, evoluindo a óbito. Ao anatomopatológico foi descrito segmento de intestino delgado com área de necrose hemorrágica, solução de continuidade de 8cm e intensa congestão vascular que comprometia todo o espécime. Intenso processo inflamatório em toda a espessura da parede, mais evidente na área de solução de continuidade. Serosa com exsudato fibrinoleucocitário, ausência de atipias e dilatação intestinal à montante e adelgaçamento. Resultado - A paciente fazia automedicação com ibuprofeno há um período aproximado de 2 anos devido a dores osteomusculares crônicas e evoluiu para quadro de perfuração intestinal de delgado. A investigação subsequente foi incapaz de apontar outras etiologias com anatomopatológico compatível senão o uso abusivo de AINES. Paciente não tinha história clínica nem laboratorial de outras afecções como doença inflamatória intestinal, tuberculose, trauma, amebíase ou tifo. Conclusão - Os efeitos adversos de AINES no trato gastrointestinal superior já são bem caracterizados, porém estes efeitos ainda não estão claros no trato gastrointestinal inferior. Assim, o relato de perfuração de intestino delgado devido a automedicação de forma abusiva de anti-inflamatórios é de extrema importância para a comunidade científica, com o objetivo de evitar futuros riscos aos pacientes. Título: PERITONITE EOSINOFÍLICA: UM RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Jana Lucia Borges; Letícia Bastos Schroder; Carlos Daniel Hernandez Antonello; Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL Resumo: INTRODUÇÃO Peritonite eosinofílica é entendida como uma complicação que ocorre em pacientes submetidos a diálise peritoneal, geralmente dentro dos três primeiros meses de início do procedimento e afeta crianças e adultos. É definida através de exames do líquido peritoneal com contagem de glóbulos brancos>100 células/ml e com ≥10% de eosinófilos. Possui fisiopatologia pouco compreendida, onde acredita-se que esteja relacionada com reação de hipersensibilidade aos materiais e fluidos usados durante o processo de diálise, e correlação com bactérias ou fungos 1, 2,3 . RELATO DE CASO: Paciente apresenta quadro de distensão abdominal, náuseas e êmese, acompanhados de dor. Apresenta também parada de flatos. Realizado tratamento conservador para caso de suboclusão intestinal, evolui com piora do leucograma e importante distensão do intestino delgado em exame tomográfico. Realizado procedimento cirúrgico de laparotomia, é identificado quadro de peritonite com ausência de local definido de obstrução intestinal e ausência de foco infeccioso. Evolui após quinto e sétimo dia pós operatório com alta, sendo confirmado através de exame anatomopatológico o diagnóstico de peritonite eosinofílica. CONCLUSÃO: É importante estar atento aos possíveis diagnósticos diferenciais dessa patologia, tais como abdome agudo inflamatório, neoplasias e aderências para o manejo adequado do paciente. REFERÊNCIAS: 1. WANG, H-H; et al. Eosinophilic peritonitis: An unusual manifestation of tuberculous peritonitis in peritoneal dialysis patient. Journal of the Chinese Medical Association, v.74, n.7, p.322-24, 2011. 2. FORBES, T. A.; LUNN, A. J. Montelukast: a novel therapeutic option in eosinophilic peritonitis. Pediatr Nephrol., v.29, n.7, p.1279-82, 2014. 3. ROSNER, M. H.; CHHATKULI, B. Vancomycin-Related Eosinophilic Peritonitis. Peritoneal Dialysis International, v.30, n.36, p.650-52, 2010. Título: PODER DIAGNÓSTICO DA ULTRASSONOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA EM PACIENTES IMC ≥40 KG/M2 Temário: Cirurgia Autores: Aline Grimaldi Lerias; Daniele dos Santos Rossi; Felipe Ferreira Laranjeira; Letícia Biscaino Alves; Rafael Jacques Ramos; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel Padoin; Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: Introdução: A biópsia hepática é o padrão ouro no diagnóstico da doença hepática gordurosa não alcoólica, contudo trata-se de um exame invasivo. Já foi visto que ressonância magnética e tomografia computadorizada apresentam excelente acurácia nesse diagnóstico, no entanto são exames de imagem de alto custo. Objetivo: Avaliar os resultados da ultrassonografia obtidos em exames rotineiros de ultrassonografia em pacientes com índice de massa corporal (IMC) ≥40 Kg/m2 e compará-los aos laudos patológicos das biópsias hepáticas. Métodos: Foram analisados exames de 750 pacientes com IMC ≥40 Kg/m2 que foram submetidos à cirurgia bariátrica no Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica (COM) do Hospital São Lucas da PUCRS, Brasil. Todos os pacientes realizaram ultrassonografia antes da cirurgia e biópsia hepática por agulha no início do procedimento cirúrgico. Os dados referentes ao grau de esteatose no laudo patológico foram comparados a presença ou não de esteatose no exame de ultrassonografia. Resultados: Todas as amostras avaliadas apresentaram esteatose hepática: 178 (23,7%) pacientes apresentavam esteatose leve; 238 (31,7%) moderada; 333 (44,4%) severa; e um (0,1%) cirrose. Já, pelo exame de ultrassonografia, apenas 526 (70,1%) dos pacientes apresentavam esteatose hepática: 97 (54,4%) casos de esteatose leve; 161 (67,6%) de esteatose moderada; e 268 (80,4%) de esteatose severa, qui-square = 38.573, P<0,001. Conclusão: O estudo confirma a alta prevalência de doença hepática gordurosa em obesos mórbidos. Foi observado um aumento da sensibilidade da ultrassonografia a medida que aumenta o grau de esteatose hepática neste grupo de pacientes. Título: PRIMITIVE NEUROECTODERMAL TUMOR OF THE LIVER: A REPORT OF TWO CASES. Temário: Cirurgia Autores: Eduardo Cambruzzi; Karla Lais Pêgas; Enilde E. Guerra; Lucas F. Torelly; Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE Resumo: Introduction: Malignant mesenchymal tumors account for 1%-2% of all liver malignant neoplasms. Among these tumors, angiosarcoma in adults and undifferentiated sarcoma in children are found most frequently. Primitive neuroectodermal tumor (PNET) represents a high grade malignant neoplasia that usually affects the central nervous system and soft tissues, and rarely compromises internal organs. Objectives: The authors report two cases of liver PNET and review pathologic findings of this tumor. Material/Results: Case 1: An 18-year male patient, with clinical complaint of abdominal pain, showed, on physical examination, a large mass in the right hypochondrium. Computed tomography scan showed a solid mass in the right hepatic lobe. The patient underwent surgical resection. On gross examination, the liver was replaced by a yellowish-gray, multilobulated, soft tumor, measuring 21 cm in its largest diameter. Case 2: A 15-year male patient with clinical complain of abdominal pain was submitted to partial hepatectomy due to tumoral mass on the left lobe. On gross examination, a brown-red, soft tumor was identified, measuring 27.0x22.0x15.5 cm. At microscopy, a high grade malignant neoplasm composed of small round blue cells was identified in both cases. The lesions showed areas of necrosis and a high mitotic index, and revealed positive expression for vimentin and CD99, and negative staining for desmin, LCA, AE1/AE3 and NB84. The diagnosis of liver PNET was then established. One month after surgery, the patient 1 had sudden death due to massive pulmonary thromboembolism. Patient 2 is free of disease after a clinical follow-up of five months. Discussion: PNETs are malignant neoplasms that belong to the Ewing’s sarcoma family of tumors and rarely arise in liver. In general, it is a multilobulated, soft, gray-tan tumor that unusually exceeds 10 cm in its largest dimension. Large areas of necrosis and hemorrhage are frequent. At microscopy, classic PNETs are composed by poorly differentiated small round blue cells containing round/oval nuclei, that are disposed in a lobular growth pattern with little stroma. PNETs show positive immunoexpression for CD99, NSE, S-100 and synaptophysin, and negative expression for desmin and Myogenin. Differential diagnosis includes neuroblastoma, desmoplastic small round cell tumor, rhabdomyosarcoma and non-Hodgkin’s lymphoma. Patients with type 1 EWS/FLI fusion transcripts appear to have longer disease-free survival. Título: PSEUDOMIXOMA PERITONEAL: RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Rodrigo Paese Capra; Antonio Carlos Weston; Luis Fernando Castro; Faberson Mocelin; Felipe Bilhar Fasolin; Gilda Guerra; Lucas Ernani; Juliana Rigue; Andre Vicente Bigolin; Eduardo Fumegalli; Instituição: SANTA CASA Resumo: Pseudomixoma peritoneal (PMP) é uma doença rara, com incidência de aproximadamente 1:1000.000, de diagnóstico desafiador. Caracteriza-se por apresentar coleções líquidas em abdome e pelve, com implantes mucinosos na superfície peritoneal, a maioria dos casos é associada a neoplasias apendiculares e possui curso clínico prolongado com múltiplas recorrências apesar da cirurgia e/ou quimioterapia. A apresentação clínica é tardia. Quando sintomáticos, apresentam aumento do volume e dor abdominal, emagrecimento e sintomas mimetizando apendicite aguda. Paciente J.N.O., masculino, 57 anos, portador de cálculos coraliformes, história de tratamento urológico através de nefrolitotomias anatróficas e litotripsia extracorpórea há 15 anos, atualmente em acompanhamento ambulatorial. Interna devido a dor lombar bilateral com irradiação para fossas ilíacas, caracterizada como de forte intensidade, associado a hematúria macroscópica há cerca de 5 meses. Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, sinais vitais estáveis, abdome plano, depressível, com desconforto a palpação de flancos e fossas ilíacas, sem sinais de irritação peritoneal, punho percussão lombar negativa. Restante do exame físico sem alterações. Laboratoriais inalterados, exame comum de urina com presença de piúria e leucocitúria maciça e nitrito negativo. A TC de abdome evidenciou cálculos coraliformes bilateralmente e na fossa ilíaca direita mucocele de apêndice cecal. Foi submetido a nefrolitotripsia à esquerda com colocação de duplo J bilateralmente e após, apendicectomia videolaparoscópica. O anatomopatológico identificou adenocarcinoma bem diferenciado mucinoso de baixo grau de apêndice cecal. Na TC com contraste para estadiamento, foi evidenciado lesões sugestivas de implantes secundários em segmentos VII e VII no fígado, ambas de 3cm. Diante disso, foi realizada ileocolectomia com margens cirúrgicas, duas ressecções hepáticas e colecistectomia. O paciente recebeu alta hospitalar com vistas a terapia adjuvante. O PMP é uma condição clínica incomum, que tipicamente se origina de uma neoplasia epitelial do apêndice. A apresentação clínica é variável, com sintomas inespecíficos. Esta condição é tradicionalmente caracterizada pelo desenvolvimento de uma ascite mucinosa. A tomografia de abdome é o principal método para investigação pré-operatória. O tratamento ótimo envolve a cirurgia citoredutora acompanhada de quimioterapia hipertérmica intraperitonial (HIPEC). Título: RARA DOENÇA CONGÊNITA DE DILATAÇÃO DOS DUCTOS BILIARES INTRA-HEPÁTICOS COM MANIFESTAÇÃO TARDIA NA VIDA ADULTA: RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Andreza Mariane de Azeredo; Carolina da Silva Mengue; Isadora Zanotelli Bombassaro; Natália Fehlauer Cappellari; Cláudio Galeano Zettler; Instituição: ULBRA Resumo: Introdução: A doença de Caroli é uma doença congênita autossômica recessiva rara. Consiste na dilatação dos ductos biliares intra-hepáticos devido à desorganização embriológica, causando colestase, conlagites bacterianas agudas recorrentes e formação de cálculos nos ductos. A doença pode acometer todos os ductos intra-hepáticos ou apenas uma parte do fígado. Quando isso ocorre, o local mais acometido é o lobo esquerdo do fígado. Mesmo presentes no nascimento, as anormalidades ductais podem não causar sintomas até a adolescência. Objetivo: Relatar um caso dessa patologia bastante infrequente, destacando seus principais achados clínicos e ecográficos. Método: Trata-se de um relato de caso. Relato de Caso: Paciente feminina, 40 anos, procura atendimento médico por dor em hipocôndrio direito(HD) sem irradiação, associada a vômitos e inapetência por uma semana; sem febre, colúria ou acolia. Exame físico: abdômen depressível com dor à palpação de HD, sem outras alterações. História prévia de colecistectomia videolaparoscópica e exploração da via biliar por colangiopancreatografia endoscópica retrógrada devido à coledocolitíase. A ecografia abdominal total mostrava colecistectomia prévia; dilatação das vias biliares intra-hepáticas e hepatocolédoco, com 1,02cm, com presença de imagens ecogênicas, sugestivas de cálculos; imagem alongada hipoecóica na confluência dos ductos intra-hepáticos, com ecos no seu interior, sugestivo de lama biliar e cálculos; imagem ecogênica na topografia da papila, com 0,5 cm, sugestiva de cálculo. O conjunto de aspectos ecográficos foi compatível com Doença de Caroli. A paciente seguiu com tratamento clínico até atenuar parcialmente os sintomas e após foi encaminhada à hepatectomia parcial. Conclusão: A doença de Caroli é uma patologia bastante incomum, caracterizada pelo acometimento de ductos de grande calibre, sendo que quando os de menor calibre são afetados ocorre o desenvolvimento de fibrose hepática congênita. Nos casos de doença de Caroli localizada, a hepatectomia parcial tem obtido bons resultados com alívio total dos sintomas. Porém, o tratamento definitivo na doença difusa é o transplante de fígado. Devido às complicações da doença como abscessos no fígado, sepse e formação de colangiocarcinoma muitos pacientes vão a óbito. Título: RELATO DE CASO: SEQUESTRO PULMONAR EXTRA PLEURAL EM UM PACIENTE COM HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA Temário: Cirurgia Autores: Patrícia Weiber Schettini Figueiredo; Alessandro Menezes de Oliveira; Bruna Borlani; Thiago Hernandes Costa; Milene Pinto Costa; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Resumo: Introdução: O sequestro pulmonar (SP) é uma rara anomalia congênita, caracterizada por um tecido pulmonar não funcionante, sem comunicação com a árvore brônquica e com irrigação arterial sistêmica. Perfaz 0,15% a 6,4% de todas as malformações pulmonares congênitas, sendo que apenas 25% destes são representados pelo sequestro pulmonar extra pleural. É mais frequente no sexo masculino (4:1) e na maioria das vezes é unilateral, predominando à esquerda (80% dos casos). Há associação entre sequestro pulmonar e hérnia diafragmática congênita, duplicação gástrica e de cólon. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo descrever o caso de um recém-nascido diagnosticado com hérnia diafragmática congênita (HDC) à esquerda que apresentava sequestro pulmonar extra pleural. Metodologia: Este relato foi elaborado através de dados do prontuário e imagens (autorizadas pelo responsável) associados com revisão bibliográfica de artigos e capítulos do Lilacs e PubMed e livros de referência. Resultados: Recémnascido, masculino, apgar 04/06, apresentou insuficiência respiratória, anóxia, hipotonia e má perfusão periférica em sala de parto. Evoluiu com necessidade de intubação orotraqueal. Ao exame físico observou-se hemitórax esquerdo abaulado e ausculta respiratória rude e diminuição de murmúrio vesicular à direita. Na ausculta cardíaca os focos estavam desviados à direita. Foi encaminhado para a UTI neonatal, sendo colocado em ventilação mecânica e solicitado raio-X de tórax que evidenciou HDC esquerda. O paciente permaneceu na UTI neonatal até ser estabilizado, sendo necessário duas semanas até a condição clínica adequada para cirurgia. Durante o ato operatório observou-se junto ao broto diafragmático posterior uma massa sólida de aspecto hepático com pedículo ligado diretamente à artéria aorta abdominal. Suspeitando-se de SP, fez-se sua ressecção com ligadura do pedículo. O exame anatomopatológico evidenciou um seguimento de pulmão com parênquima exibindo congestão intensa com hemorragia intralveolar, confirmando-se a o sequestro pulmonar extra pleural. Conclusão: Paciente apresentou boa evolução pós operatória, permanecendo duas semanas na UTI após a operação e com cinco semanas de cirurgia recebeu alta hospitalar. Diante de um quadro de hérnia diafragmática congênita deve-se estar atento aos achados que podem acompanha-la, como o sequestro pulmonar, o que pode ser de difícil diagnóstico devido a sua raridade. Título: RELATO DE DOIS CASOS: OBSTRUÇÃO DE DRENO TUBULAR POR HELMINTOS Temário: Cirurgia Autores: PATRICIA DUTRA HAMILTON; LUCIANO ZOGBI; BRUNO SCHMIDT; JOAO BOSCO PAES ANDRADE; GABRIELA BOHN SPIES; MARIANA ANGÉLICA BERARDI CIOFFI; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Resumo: Introdução: A ascaridíase é a helmintíase com maior incidência e prevalência mundial. As condições sanitárias precárias contribuem para sua perpetuação. O ascaris adulto pode apresentar migração errática, que pode ser desencadeada por manipulação de vias biliares. Objetivo: Relatar 2 casos de anastomose biliodigestiva complicada por obstrução biliar pósoperatória por Ascaris lumbricoides. Método: Descrição de 2 casos operados no H.U. da FURG. Caso 1: J.M.S., 66 anos, masculino, pescador, internou com dor em hipocôndrio direito e fossa ilíaca direita. Antecedente de colecistectomia e exploração de vias biliares com retirada de cálculo do colédoco há 6 meses. Ao exame físico, icterícia acentuada, hepatomegalia e dor à palpação em epigástrio. TC e RNM evidenciaram estenose com 5 mm de extensão no terço proximal do ducto hepático comum, com dilatação de vias biliares a montante. Foi procedida à cirurgia de Hepp Cuineaud com boa evolução pós-operatória nos primeiros dias. A partir do terceiro dia, observou-se manutenção da colestase, seguindo-se de exteriorização de cerca de cinco A. lumbricoides pelo dreno tubular a vácuo, cursando com sepse e falência hepática, resultando em óbito. Exame anatomopatológico da via biliar ressecada revelou neoplasia maligna tipo colangiocarcinoma infiltrativo periductal moderadamente diferenciado. Caso 2: C.V. F., 62 anos, masculino, internou com queixa de icterícia, colúria, acolia e prurido intenso com duração de 30 dias. Ao exame físico, icterícia acentuada, hepatomegalia e vesícula biliar indolor e palpável. Realizadas TC e RNM de abdômen que evidenciaram massa tumoral na cabeça de pâncreas e dilatação biliar vias biliares intra e extra-hepáticas. Verificada invasão de artéria mesentérica superior e do tronco celíaco. Encaminhado para tratamento paliativo com colecistectomia e hepaticojejunostomia em Y de Roux. No pós-operatório observou-se manutenção da colestase, seguindo-se de exteriorização de exemplares desse parasita pelo dreno tubular a vácuo. O paciente foi tratado com albendazol e teve boa evolução. Resultados: Ambos pacientes tiveram obstrução do dreno tubular por A. lumbricoides como complicação de derivação biliodigestiva, com desfecho pós-operatório desfavorável. Conclusão: Em regiões de prevalência endêmica de A. lumbricoides, a inclusão do EPF ou a administração empírica de antihelmínticos na rotina pré-operatória de vias biliares poderia ser adotada, evitando esta incomum e grave complicação. Título: RUPTURA DE DUODENO: RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: JULIANA GALVAN; Instituição: ULBRA Resumo: RUPTURA DE DUODENO Angélica Smiderle; Juliana Chies Galvan;Carlen Luz. - Universidade Luterana do Brasil- Canoas -RS Introdução: O duodeno é uma estrutura principalmente retroperitoneal, localizada profundamente na cavidade abdominal¹ e se encontra razoavelmente bem protegido dos traumatismos abdominais mais superficiais, por isso as rupturas duodenais são condições raras². Apesar de infrequentes, as lesões duodenais tem alta taxa de morbi-mortalidade, sendo essencial seu reconhecimento e tratamento precoce.³ .4. Neste trabalho discutiremos sobre um caso de ruptura duodenal pós acidente automobilístico.Relato: Paciente D.M.M, masculino, 25 anos, após acidente “ gaiola X caminhão” em 30/12/13 é encaminhado ao Hospital Tacchini em Bento Gonçalves com traumatismo crânio encefálico , fraturas de face, afundamento frontal e ruptura de duodeno. Após o resultado da TC, foi realizada ligadura de vasos do mesocolon e duodenorrafia, com necessidade de politransfusão.Evolução com instabilidade hemodinâmica, sangramento abdominal e edema cerebral difuso com pressão intracraniana elevada. Dia 02/12/13 paciente realizou correção cirúrgica de hematoma extradural e ressutura de parede abdominal e permaneceu hemodinamicamente instável, com quadro gravíssimo de poliúria e hipernatremia, acidose metabólica e alcalose respiratória, evoluindo para óbito devido à toxemia por peritonite purulenta secundária a fístula duodenal decorrente de deiscência de sutura dos ferimentos duodenais.Discussão: Perfuração duodenal após um trauma abdominal fechado é uma situação de emergência rara que pode resultar em complicações com risco de vida. O tratamento cirúrgico depende da gravidade do trauma e devem ser escolhidas de forma individual. No paciente relatado foi realizada duodenorrafia após ter sido submetido à tomografia computadorizada, porém evoluiu para óbito por complicações no pós operatório.Referências:1Moore L. Keith,Dalley II F. Arthur, Anatomia orientada para clínica.Rio de Janeiro: Guanabara Koodhan. 2001 2- Gonçalves L.Ernesto. Cirurgia: Diagnóstico+ Terapêutica. São Paulo: Sarvier.1979 3- Souza Petry Hamilton, Breigeiron Ricardo, Gabiatti Gémerson. Cirurgia do Trauma: Condutas diagnósticas e terapêuticas. São Paulo: Atheneu,2003. Título: RUPTURA ESOFÁGICA ESPONTÂNEA: RELATO DE CASO Temário: Cirurgia Autores: Jessica Mariana Venites; Andreza Mariane de Azeredo; Daniele Figueiró; Alexia Reis; Airton Schneider; Instituição: ULBRA Resumo: Introdução: A ruptura esofágica espontânea ou Síndrome de Boerhaave é uma situação rara que apresenta elevada mortalidade. Geralmente evolui para mediastinite e sepse devido à invasão de conteúdo gástrico na cavidade mediastinal. Objetivo: O objetivo desse relato é apresentar um caso de fístula esôfago-pleural, que após toracotomia foi revelada Síndrome de Boerhaave. Método: Trata-se de um relato de caso. Relato de caso: Paciente J.R, 66 anos, foi transferido ao Hospital Universitário Ulbra/Mãe de Deus (HUUMD), visando à correção de uma fístula esôfagopleural, tratamento para pneumotórax e empiema pleural bilateral. Paciente tabagista, hipertenso, com DPOC e histórico de pneumotórax espontâneo durante internação. Foi submetido a uma endoscopia digestiva alta (EDA) que revelou que a fístula se comunicava com o espaço pleural, sendo o alimento exportado pelo dreno de tórax e extravasamento das secreções gástricas na cavidade mediastinal. Os exames de imagem apresentavam pneumotórax, sinais de DPOC e empiema pleural bilateral. Foram propostas pelo serviço de Cirurgia Torácica, as seguintes medidas: toracotomia bilateral exploratória, visando a descorticação e drenagem do empiema; liberação do esôfago com a colocação de dois drenos torácicos; laparotomia; gastrostomia e jejunostomia para que, posteriormente, fosse feita a correção da fístula precedente. No pós-operatório, apresentou choque séptico e insuficiência renal aguda. Paciente permaneceu na UTI com esquema antimicrobianos: piperacilina/tazobactam; vancomicina; meropenem, polimixina B e bactrim por 20 dias, mesmo assim não resistiu e foi a óbito. Dessa forma, confirmou-se o diagnóstico de Síndrome de Boerhaave, após submeter o mesmo à EDA e posteriormente à toracotomia. Conclusão: A perfuração do esôfago torácico é um quadro grave, causando frequentemente sepse ou mediastinite, de alta mortalidade - aproximadamente 60% em quadros tratados. Quadro de difícil diagnóstico, principalmente por ser facilmente confundido com casos frequentes como infarto agudo do miocárdio, pancreatite aguda e úlcera péptica. Título: TÉCNICA CIRÚRGICA PARA CORREÇÃO DE HÉRNIA LOMBAR DE PETIT Temário: Cirurgia Autores: André Vicente Bigolin; Renan Trevisan Jost; Rafaela Muller Franceschi; Rodolfo Wermann; Pedro Marchiori Cacilhas; Rodrigo dos Santos Falcão; Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: Hérnias dorsais ou lombares são encontradas na parede abdominal posterior ao nível da região lombar. Esta condição é incomum, e não há grandes séries de casos notificados na literatura. O local mais comum para a ocorrência de hérnias lombares é no triângulo lombar superior, (Grynfeltt) e, menos comumente no triângulo lombar inferior (Petit). OBJETIVO: Descrever o emprego de uma técnica cirúrgica para o reparo livre de tensão da hérnia de Petit. MÉTODOS: Paciente feminino de 65 anos, aposentada, branca, com índice de massa corporal de 42 kg / m2, foi submetida à histerectomia sete anos antes para retirada de miomas, cistectomia e úteroenterostomia cinco anos antes para retirada de câncer de bexiga, sendo realizada duas incisões diferentes para realização do procedimento. A paciente apresentava queixa de dor nas costas relacionada com um abaulamento na região lombar direita. Ela relatou ter notado esta protuberância como resultado de esforço físico há cerca de 6 anos. Primeiramente era assintomática, mas a dor surgiu e aumentava progressivamente, causando dificuldade para deambular e prejuízo as atividades de vida diária. Ao exame físico, uma protuberância de aproximadamente 10 cm saliente na região dorsal direita acima da crista ilíaca foi notada durante a manobra de Valsalva. A ultrassonografia mostrou um defeito na parede abdominal na região lombar póstero-lateral direita medindo cerca de 6,4 x 5,5 cm, com hérnia do intestino delgado e do tecido adiposo. Com um diagnóstico de hérnia dorsal de Petit, o tratamento cirúrgico foi recomendado. RESULTADOS: Após dissecção e redução do saco herniário foi criado um espaço pré-peritoneal fixado uma tela de polipropileno nesta posição. Devido ao grande defeito evidenciando, as bordas foram aproximadas parcialmente. Outra prótese foi colocada sobre os músculos, com um bordo apropriado além dos limites do defeito. A paciente teve boa evolução e não apresentou complicações. Não houve recidiva em 3 anos de seguimento. CONCLUSÃO: Foi apresentado uma técnica cirúrgica livre de tensão para correção da hérnia de Petit, sendo considerado importante a colocação de uma segunda prótese em defeitos herniários maiores. Título: TRATAMENTO CIRÚRGICO DA LESÃO DA VIA BILIAR PÓS-COLECISTECTOMIA: RELATO DE CASO. Temário: Cirurgia Autores: Anna Carolina Franco; Wilson Vilela Medeiros Filho; Ágata Valentina Shimuzu Frutuoso; Renan Vicente Sohn; Paulo Victor Bezerra; Alexandre Resende Veloso; Luigi Rodrigues Brianez; Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER Resumo: Introdução: As lesões iatrogênicas das vias biliares revelam um desafio para os cirurgiões e estão associadas ao nível de especialização dos hospitais e ao treinamento do cirurgião. Objetivo: Relatar um caso de lesão de via biliar em colecistectomia, ocasionando processo oclusivo do hepato-colédoco, resolvido com derivação bilio-digestiva, com intuito de alertar e reforçar a prevenção desta potencial complicação diretamente relacionada ao treinamento dos cirurgiões e especialização do hospital. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 44 anos, proveniente do interior do estado do Mato Grosso, onde realizou uma colecistectomia por laparotomia. No 4º dia de pós-operatório (PO), evoluiu com icterícia progressiva, colúria, acolia fecal, náuseas, vômitos e dor em hipocôndrio direito. Exames laboratoriais: bilirrubinas totais (BT) 15,38mg/dl, bilirrubina direta (BD) 12,25mg/dl, amilase 269 mg/dl, aspartato aminotransferase (AST) 90 mg/dl, alanino aminotransferase (ALT) 137 mg/dl, fosfatase alcalina (FA) 663 mg/dl. No 10º PO realizou USG de abdome total evidenciando dilatação de hepatocolédoco, sugerindo processo obstrutivo do colédoco. CPRE evidenciou obstrução no terço médio do colédoco e fístula biliar no local da obstrução. Colangiorressonância apresentando ausência de sinal de transição entre o ducto hepático comum e o colédoco, interpretado como oclusão, além de moderada dilatação das vias biliares intra-hepáticas e do segmento proximal do ducto hepático comum, medindo 1,5 cm em seu maior diâmetro. Após 10 dias foi transferida para o nosso serviço, onde realizou uma derivação bilio-digestiva. Ao inventário da cavidade constatou-se ligadura do ducto hepático comum ao nível da confluência dos ductos hepáticos (tipo E3 da classificação de Strasberg e tipo III da classificação de Bismuth), colédoco estenosado e aderido. Realizado anastomose término-lateral hepático-jejunal em Y de Roux. Paciente apresentou melhora clinica e laboratorial (BT 3,41mg/dl; BD 2,61 mg/dl; ASL 153 mg/dl; ALT 176 mg/dl; FA 341 mg/dl), recebendo alta no 4º PO e seguimento ambulatorial. Conclusão: A prevenção representa a principal medida a ser empregada. Caso haja lesão, o tratamento deve ser realizado preferencialmente em hospitais com equipe cirúrgica treinada e especializada. O objetivo da intervenção cirúrgica é permitir a reconstituição do trajeto da bile no trato alimentar. A hepático-jejuno anastomose em Y de Roux é a melhor opção terapêutica e a mais realizada. Título: UMA RARA NEOPLASIA NA BIFURCAÇÃO DO DUCTO HEPÁTICO PRINCIPAL Temário: Cirurgia Autores: Andreza Mariane de Azeredo; Carolina da Silva Mengue; Natália Fehlauer Cappellari; Isadora Zanotelli Bombassaro; Cláudio Galeano Zettler; Instituição: ULBRA Resumo: Introdução: O Tumor de Klatskin é uma neoplasia rara que apresenta manifestações clínicas inespecíficas. Corresponde a colangiocarcinoma hilar na bifurcação do ducto hepático principal, cujo crescimento é agressivo e prognóstico reservado. A etiologia permanece, na maioria dos casos, desconhecida. Esses pacientes apresentam icterícia obstrutiva, dor abdominal em hipocôndrio direito e perda de peso. Objetivo: Ressaltar os achados clínicos, laboratoriais e radiológicos mais importantes na supeita de Tumor de Klatskin. Método: Trata-se de um relato de caso. Relato de caso: Paciente masculino, 56 anos, procurou atendimento médico por icterícia associada a emagrecimento de 8Kg em 2 meses, sem outras queixas. Paciente com história de tabagismo(30 anos/maço). Os exames laboratoriais apresentavam: alanina aminotransferase 233U/L; gama glutamil transferase(GGT) 792,9U/L; fosfatase alcalina(FA) 3682U/L; bilirrubina total 2,12mg/dL; bilirrubina direta(BD) 1,56mg/dL; bilirrubina indireta 0,56mg/dL. A colangiorressonância magnética de abdômen apresentava: massa medindo 7x6,4cm localizada no parênquima hepático na transição entre os lobos esquerdo e direito, a qual apresentava hipossinal em T1 e leve hiperssinal em T2, sugestivo de neoplasia; tal massa determina compressão das vias biliares intra-hepáticas proximais com consequente dilatação das vias biliares intra-hepáticas distais no lobo esquerdo do fígado; fígado com dimensões normais e contornos regulares; vesícula biliar, parcialmente, distendida, com duas imagens no seu interior com hipossinal em T1 e T2, a maior medindo 0,8cm. As características clínicas, laboratoriais e radiológicas apontam para tumor de Klatskin. O paciente foi encaminhado à terapia paliativa pela irressecabilidade curativa. Conclusão: O tumor de Klatskin origina-se nas células epiteliais biliares, resultando em dilatação das vias biliares intra-hepáticas. A clínica consiste na obstrução da drenagem biliar, resultando em icterícia, acolia e colúria. Perda de peso significativa, diminuição do apetite e prurido são relatados. Achados laboratoriais sugerem alterações de padrão colestático: hiperbilirrubinemia às custas de BD, aumento da FA e GGT. O diagnóstico do Tumor de Klatskin é, muitas vezes, tardio, impossibilitando a ressecção cirúrgica, tratamento este considerado de escolha. Diante a irressecabilidade, a medicina paliativa tornase a terapêutica possível. Título: DIVERTÍCULOS DE ESÔFAGO MÉDIO: RELATO DE CASO Temário: Endoscopia Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: Os divertículos esofágicos são lesões incomuns geralmente classificadas de acordo com a sua localização (cervical, torácico e epifrênico), ou sua patogênese (pulsão ou tração), ou sua morfologia (verdadeiro ou falso). RELATO DO CASO: Paciente feminina, de 85 anos, vem encaminhada de outro serviço, onde estava em tratamento de pneumonia, para investigação de disfagia. História prévia de cirrose hepática por NASH, diabetes mellitus e hipertensão arterial. Refere disfagia para sólidos há 1 ano, com piora há 3 meses. Relata emagrecimento não quantificado neste período. Realizou radiografia de esôfago que identificou dois divertículos de médio a grande porte em terço médio esofágico. À endoscopia digestiva alta confirmou-se a presença dos dois divertículos associado a candidose esofágica e hérnia hiatal. Devido às condições clínicas da paciente e comorbidades, optou-se por tratamento conservador. DISCUSSÃO: Os divertículos esofágicos são localizados com maior frequencia no terço proximal e inferior do esôfago. Ambos são considerados falsos ou de pulsão, geralmente causados por aumento do pressão intra-esofagiana e comumente estão associados a distúrbios motores do esôfago. Os divertículos de terço médio ou verdadeiros, são de tração, pequenos e geralmente assintomáticos. Quando sintomáticos, os divertículos podem causar disfagia, dor torácica, regurgitação, halitose, rouquidão e pneumopatias. O diagnóstico é realizado pela história clínica, radiografia contrastada e endoscopia digestiva alta. O tratamento geralmente é cirúrgico, porém irá depender da etiologia, da sintomatologia e das condições clínicas do paciente. Título: EPIDEMIOLOGIA DOS ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA BAIXA NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA Temário: Endoscopia Autores: Luana Carolina Fontana; Ewerton Morais; Jamir Rissardo; Rosana Parizotto; Claudia Annes; Humberto Ferreira; Natalia Boufleuer; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Resumo: Para diagnóstico e tratamento de doenças e distúrbios gastrointestinais os procedimentos endoscópicos cirúrgicos mostram-se imprescindíveis. O serviço de endoscopia cirúrgica no Hospital Universitário de Santa Maria, objetiva à obtenção de conhecimentos, diagnóstico e tratamentos do método endoscópico na formação dos médicos residentes. Esse trabalho apresenta resultados preliminares de tal serviço. Serão tratados nesse trabalho os principais achados histopatológicos encontrados nas colonoscopias. Objetiva-se identificar os casos de lesões malignas e fatores associados, delineando-se o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à colonoscopia realizadas neste incipiente serviço, além de quantificar os tipos de lesões encontradas através do método. O delineamento é um estudo descritivo, transversal e observacional que tem como população-alvo pacientes encaminhados ao serviço no período de 01 de setembro de 2011 até 31 de setembro de 2014. Pacientes submetidos à colangiopancreatografia endoscópica retrógrada e endoscopia digestiva alta foram excluídos do estudo. Analisou-se 86 prontuários. Não realizaram a colonoscopia por preparo inadequado do cólon 11,63% pacientes. Observou-se que uma taxa de 48,84% dos pacientes fez biópsias. Dos 86 pacientes 67,44% eram do gênero feminino. Em relação à idade, a média foi 50,7. A maior parte dos pacientes estudados era caucasiana (82,56%). De todas as biópsias realizadas nos 42 pacientes, em apenas cinco delas constatou-se um padrão normal. Dos achados histopatológicos, 40,48% apresentavam-se com adenoma tubular, seguidos de 28,57% por pólipo hiperplásico, colite em 19,04%, 7,14% dos pacientes apresentaram hiperplasia e dois pacientes adenocarcinoma (4,76%). Tais achados corroboram com a literatura estudada. A colonoscopia, desde que bem indicada, mostra-se um método confiável, tanto para terapêutica quanto para diagnóstico de doenças colorretais, Esse trabalho possibilita a construção de um banco de dados, visando auxiliar o profissional da saúde, tendo em vista o perfil epidemiológico do doente atendido. Ademais, detecta dificuldades no atendimento desses pacientes no preparo intestinal para realização dos exames. Dessa forma, busca-se minimizar esse óbice nos pacientes atendidos mediante um controle de qualidade e a normatização do serviço prestado. Título: ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: UMA CAUSA RARA DE DISFAGIA EM PACIENTE PORTADOR DE HIV Temário: Endoscopia Autores: Gustavo Gonzales Real; Daiana Regina Scheid; Andreia Gonçalves Meireles; Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS Resumo: A infecção pelo HIV e a imunossupressão grave aumentam o risco de esofagites infecciosas. Patologia esofágica ocorre em até 30% dos pacientes em algum momento da evolução da infecção pelo HIV. As possíveis etiologias incluem candidíase esofágica, citomegalovírus, úlcera aftóide idiopática, esofagite herpética, tuberculose entre outras. A terapia antiretroviral de alta potência reduziu drasticamente a incidência de infecções oportunistas nos pacientes infectados pelo HIV. Mais raramente, doenças não-infecciosas podem ser causas de disfagia e odinofagia nesses pacientes, como a doença do refluxo gastroesofágico e suas complicações, as esofagites induzidas por pílula e as neoplasias. Causas mais raras de disfagia, como a esofagite eosinofílica, tem sua prevalência incerta nos pacientes HIV-positivos. A esofagite eosinofílica é uma é uma doença crônica imunomediada na qual ocorre infiltração por eosinófilos na mucosa esofágica levando a sintomas de disfunção esofagiana. Tal patologia tem ganhado destaque na litetura como uma importante causa de morbidade em pacientes com sintomas esofágicos que se submetem a endoscopia digestiva alta. Para o diagnóstico de esofagite eosinofílica são necessários: (1) presença de sintomas de disfunção esofagiana (2) contagem maior ou igual a 15 eosinófilos/cga e (3) eosinofilia limitada ao esôfago com exclusão de outras causas de eosinofilia. A literatura referente a esofagite eosinofílica em pacientes HIV-positivos é extremamente escassa, sendo encontrado apenas um relato de caso correlacionando essas duas patologias. Nos relatamos um caso de uma paciente do sexo feminino de 28 anos, natural e residente de Pelotas-RS, com diagnóstico de HIV há 3 anos, em uso de terapia anti-retroviral (tenofovir, lamivudina e lopinavir/ritonavir), com contagem de CD4+ 890/mm3 e carga viral indetectável, apresentando queixa de disfagia para sólidos e dois episódios de impactação alimentar. Não houve melhora após uso empírico de inibidor de bomba de prótons. Realizou endoscopia digestiva alta evidenciando presença de mucosa espessada em toda extensão do esôfago, com finos grumos brancacentos aderidos e ausência de estenose. Foram realizadas biópsias em esôfago proximal, médio e distal, observando-se fragmentos de epitélio escamoso com marcada exocitose de eosinófilos, sendo observados mais de 20 eosinófilos por campo de grande aumento nos segmentos médio e distal, estabelecendo-se o diagnóstico de esofagite eosinofílica. Título: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR GIST Temário: Endoscopia Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Rafael Fontana; Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL Resumo: INTRODUÇÃO: Os tumores estromais do trato gastrointestinal (GIST, sigla em inglês para gastrointestinal stromal tumors), embora relativamente raros, compreendem a 80% dos tumores mesenquimais do trato digestivo e constituem 5% de todos os sarcomas. RELATO DO CASO: Paciente masculino de 50 anos procurou atendimento no pronto-socorro do Hospital Geral da Universidade de Caxias do Sul por dor epigástrica, um episódio de hematêmese e cinco episódios de melena. Notou perda ponderal de 8 kg em 15 dias associado à inapetência. Previamente hipertenso e diabético. Procedeu-se uma endoscopia digestiva alta que identificou uma lesão de submucosa de aproximadamente 50 mm recoberta por mucosa ulcerada com camada espessa de fibrina e alguns pontos de hematina. Lesão esta localizada na pequena curvatura gástrica, na transição de corpo e incisura angularis. Realizou-se biópsia que identificou lesão fusocelular gástrica, podendo corresponder a GIST. À tomografia computadorizada havia uma lesão em antro/corpo gástrico, heterogênea, com impregnação pelo meio de contraste medindo cerca de 6 cm. Paciente foi submetido à gastrectomia que confirmou o diagnóstico de GIST com imuno-histoquímica positiva para CD117, CD 34 e Caldesmon. DISCUSSÃO: Os GISTs podem se originar em qualquer local do trato gastrointestinal, do esôfago ao ânus. Em relação à distribuição, 50% a 60% das lesões são provenientes do estômago, 20% a 30% do intestino delgado, 10% do intestino grosso, 5% do esôfago e 5% de outros locais da cavidade abdominal. O risco de malignidade do tumor dependente principalmente do tamanho e do índice mitótico do mesmo. O tratamento padrão para pacientes com GIST não metastático é a ressecção cirúrgica completa da lesão, pois oferece a maior chance de cura. É necessária uma técnica cirúrgica meticulosa visando a prevenção da rotura tumoral, pois a cápsula do tumor se rompe com facilidade, podendo resultar em disseminação neoplásica e pior prognóstico. O tratamento com Imatinib (STI571) é utilizado para doença metastática ou não ressecável. Título: HEMORRAGIA DIGESTIVA OBSCURA EM PACIENTE COM DOENÇA CELÍACA Temário: Endoscopia Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Raul Angelo Balbinot; Silvana Sartori Balbinot; Rafael Sartori Balbinot; Instituição: UCS Resumo: Introdução: A deficiência de ferro é frequente em pacientes com doença celíaca. Apenas raramente a hemorragia digestiva tem sido mencionada como um possível fator de deficiência de ferro em pacientes com doença celíaca. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino de 78 anos em vigência de anticoagulação com rivaroxabana por história de tromboembolismo pulmonar crônico, é admitida no hospital por enterorragia, sendo suspensa e revertida a anticoagulação prontamente. Submetida a primeira endoscopia digestiva alta e colonoscopia normais. Por novo episódio de enterorragia, é submetida a nova endoscopia digestiva alta que demonstra apagamento do pregueamento mucoso da segunda porção duodenal e colonoscopia com grande quantidade de sangue vivo de origem proximal ao íleo terminal, sem lesão em cólon. Submetida neste mesmo dia à arteriografia mesentérica, que não identificou sangramento digestivo. Após, foi submetida à cápsula endoscópica que demonstrou apenas atrofia duodenal. O anatomopatológico da segunda porção duodenal demonstrou Marsh IIIa e sorologia antitransglutaminase reagente. Foi iniciada dieta isenta de glúten, sem novos episódios de sangramento, sendo optado pelo risco a implantação de filtro de veia cava inferior e suspensão provisória do anticoagulante. Após 6 meses de dieta sem glúten, foi repetida a EDA com novas biópsias, MARSH 0. Reiniciada rivaroxabana, sem novo sangramento. Conclusão: Apesar de Fine KD em 1996 em um artigo publicado no NEJM ter sugerido que hemorragia digestiva obscura possa ocorrer na doença celíaca por alterações histopatológicas intestinais próprias da doença, Mant MJ em 2006 em artigo publicado na Clin Gastroenterol Hepatol sugere que na verdade este não é um evento frequente. Talvez o fato da paciente estar anticoagulada sem diagnóstico e com glúten na dieta possa ter contribuído para o evento da hemorragia digestiva. Título: HISTOPLASMOSE DISSEMINADA COM ACOMETIMENTO INTESTINAL Temário: Endoscopia Autores: Bruna Berno Motke; Ismael Maguilnik; Helenice Pankowski Breyer; Roberta Perin Lunkes; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: Histoplasmose é a infecção pelo fungo Histoplasma Capsulatum que comumente acomete indivíduos imunocomprometidos. Costuma se manifestar com doença pulmonar, contudo, em casos severos, pode disseminar para outros orgãos. O diagnostico é feito através da detecção do microorganismo em fluido corporal ou órgão infectado. O padrão-ouro é através de cultura ou isolamento do esporo na biópsia de pele. Objetivo: Relato de caso de paciente que se apresentou em hospital terciário com queixas de lesões cutâneas associadas a dor abdominal, tosse e emagrecimento. Método: Revisão bibliográfica da literatura atual e vigente sobre Histoplasmose Disseminada (HD). Resultado: Paciente masculino, 45 anos, com diagnóstico de HIV/SIDA há 20 anos, em uso de Biovir e Kaletra, má aderente ao tratamento devido o etilismo, com carga viral de 15 mil cópias e CD4 de 8, inicia com lesões cutâneas em braços, face e lábio, associadas à dor abdominal em hipocôndrio direito, tosse pouco produtiva, emagrecimento e diarreia. História prévia de tratamento de HD confirmada por cultura em 2004. Na avaliação inicial, suspeitou-se de recidiva da HD, solicitado tomografia computadorizada (TC) de tórax com micronódulos esparsos pulmonares com densidade de partes moles e linfonodos mediastinais proeminentes. Realizado também TC de abdomem para estadiamento da doença, com espessamento parietal e realce mucoso do ceco e parte do cólon ascendente associada a infiltração dos planos adiposos circunjacentes e linfonodomegalias heterogêneas, algumas necróticas. Assim, procedeu-se a colonoscopia que demonstrou grande lesão vegetante com nodulações e ulceração envolvendo a circunferência do ceco, realizado biópsia. Concomitante, a dermatologia realizou biópsia de pele. Anatomopatológico da biópsia cutânea e do ceco com pesquisa de fungos positiva sugestiva de histoplasmose, novamente foi diagnosticado HD. O tratamento foi realizado com anfotericina B, seguida de itraconazol, conforme recomendado pela literatura, com boa resposta. Conclusão: Na HD o envolvimento gastrointestinal ocorre em até 90% dos casos. Na maioria das vezes os sintomas são inespecíficos, como apresentado pelo paciente. Quando sintomáticos (10% dos casos) aparecem com lesões ulceradas, pólipos, sangramento ou obstrução intestinal. Costuma ter mortalidade de até 80% se não realizado tratamento adequado. A importância em relatar esse caso é para justificar a necessidade de suspeição de HD em pacientes imunocomprometidos. Título: INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO EM PACIENTE COM DESORDEM PSIQUIÁTRICA Temário: Endoscopia Autores: Marcelo Campos Appel-da-Silva; Luciana dos Santos Harlacher; Patrícia dos Santos Marcon; Bruno Galperim; Instituição: UFCSPA - HOSPITAL MÃE DE DEUS Resumo: Paciente masculino, 37 anos, procurou atendimento no serviço de gastroenterologia do Hospital Universitário Ulbra – Mãe de Deus de Canoas/RS para consulta eletiva com queixa de disfagia progressiva no decorrer dos últimos 6 meses, associada a perda de peso e alguns episódios de vômitos pós-alimentares. Relatava, juntamente com seu responsável, história de doença psiquiátrica grave – esquizofrenia -, sem acompanhamento médico especializado regular, porém com uso crônico de haloperidol, clorpromazina e biperideno. Referia ingestão prévia de corpo estranho, com depósito esofágico e remoção por endoscopias digestivas altas, tendo iniciado investigação por suspeita de acalasia, sem continuidade do acompanhamento. <br> Indicada realização de endoscopia digestiva alta, a qual foi realizada no mesmo hospital, eletivamente. Após sedação e intubação esofágica, grande quantidade de material recoberto por muco foi encontrado já no esôfago. Após lavagem do muco e aspiração, objetos inesperados foram revelados: uma colher metálica, uma lente de óculos, uma figura plástica da Betty Boop, um tubo de cola e grande quantidade de fios metálicos enovelados. Na progressão do exame para o estômago, observou-se presença de uma faca de grande porte, em repouso na grande curvatura. Procedeu-se a remoção parcial dos objetos, tendo o paciente permanecido internado para remoção cirúrgica dos objetos mais complexos. <br> Nós apresentamos um exemplo típico de pica, uma desordem caracterizada pela ação patológica de ingestão não nutritiva. Este comportamento é visto frequentemente em pessoas mentalmente alteradas ou portadoras de deficiência mental e pode representar um sinal vegetativo de psicose, uma perversão do apetite. O reconhecimento precoce dessa síndrome pode salvar vidas, uma vez que os pacientes podem apresentar complicações desta prática tão graves quanto ulcerações, perfurações, hemorragia e obstrução intestinal. Título: OBSTRUÇÃO INTESTINAL POR POLIESTIRENOSSULFONATO DE CÁLCIO: RELATO DE CASO. Temário: Endoscopia Autores: Wilson Vilela Medeiros Filho; Anna Carolina Franco; Fernanda Breder Assis de Oliveira; Lívia Valério Sanches; Alexandre Resende Veloso; Ubirajarbas Miranda Vinagre; Graciana Soares da Silva; Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER Resumo: Introdução: O poliestirenossulfonato de cálcio (CPS) é uma resina de troca utilizada para reduzir os níveis de potássio. Raros casos são descritos na literatura de obstrução intestinal devido ao uso de CPS. Os CPS podem também ser associados com a motilidade do cólon alterada e função intestinal anormal. Objetivo: Relatar um caso raro de bezoar associado a CPS. Relato de Caso: Homem, 74 anos, admitido em Unidade de Terapia Intensiva com DPOC agudizada por infecção respiratória baixa, evoluindo com insuficiência respiratória aguda e choque séptico. Em ventilação mecânica, instável, em uso de noradrenalina em alta dose. Ao exame físico: em mal estado geral, hipocorado 1+/4+, pupilas mióticas, ausculta cardíaca sem alterações, murmúrios vesiculares diminuídos em bases com estertores crepitantes bilateralmente, abdome sem alterações. Após a admissão, foi feito diagnóstico de insuficiência renal aguda, e presunção de necrose tubular aguda oligúrica. Análise laboratorial revelou: ureia 114 mg/dl, creatinina 3,21 mg/dl e potássio 6,5 mEq/l. Iniciou hemodiálise após 2 dias de internação, assim como administração de CPS 30g de 8/8 horas. Após 9 dias, o paciente evoluiu com dificuldade de progressão da dieta pela sonda nasoenteral, com drenagem de grande quantidade de secreção pela sonda, ausência de evacuações e distensão abdominal. TC de abdome, evidenciando grande quantidade de material radio-denso em estômago e em cólon direito. Foi aventada a hipótese de bezoar por CPS, realizadou-se endoscopia digestiva alta que visualizou grande quantidade de concreção amarelada, organizada e pastosa do estômago e após lavagem exaustiva com soro fisiológico, foi aspirado todo o seu conteúdo. Depois disso, tentou-se uso de fleet enema e de laxantes para progressão do material do cólon, sem sucesso. Paciente clinicamente instável, sendo descartada a hipótese de abordagem cirúrgica, drenagem por colonoscopia sem sucesso Paciente apresentou falência de múltiplos órgãos e veio a óbito. Conclusão: Poucos casos de bezoares associados com CPS foram relatados. Tais bezoares são mais frequentes em crianças criticamente doentes ou em pacientes idosos debilitados com diminuição da mobilidade intestinal e uso prolongado do agente. O tratamento da obstrução intestinal por CPS é a cirurgia, mas há relatado um caso de tratamento endoscópico. O tratamento com CPS pode induzir obstrução intestinal em pacientes uremicos idosos. Sendo aconselhável limitar a duração da terapia nestes pacientes. Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM COMPLICAÇÕES PÓS-CPER NA RETIRADA DE CÁLCULOS NO COLÉDOCO: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 2500 PROCEDIMENTOS REALIZADOS POR UM MESMO ENDOSCOPISTA Temário: Endoscopia Autores: Bruna Latronico; Eloisa Bartmeyer; Yuri Machado Strey; Julio Pereira Lima; Instituição: UFCSPA Resumo: Introdução: A Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) tem ampla utilização em terapia e diagnóstico das obstruções de via biliar, através de canulação da papila e ductos pancreáticos com fluoroscopia, sendo especialmente útil no tratamento da coledocolitíase. A incidência de coledocolitíase ainda é variável na literatura, de 5 a 20% em pacientes com diagnóstico de colelitíase. Isso se dá porque a presença do cálculo no colédoco, geralmente oriundo da vesícula biliar, pode causar variados sintomas, desde obstrução total ou parcial das vias biliares (com ou sem icterícia), dilatação à montante, colangite, pancreatite e icterícia. Por ser um procedimento de intensa manipulação e uso de contraste, é preciso que o endoscopista esteja seguro de sua indicação e das possíveis complicações, pois os fatores de risco para ainda são pouco documentados na literatura. Objetivo: Descrever as características epidemiológicas dos pacientes encaminhados para CPRE por suspeita de cálculos no colédoco e verificar as taxas de desfecho isoladamente. Método: Estudo retrospectivo por revisão de prontuários dos pacientes submetidos a CPRE com suspeita de coledocolitíase entre dezembro de 1995 e abril de 2012 na ISCMPA, feitas pelo mesmo endoscopista. Os pacientes foram acompanhados pela equipe nas primeiras 24 e 48h após o exame. Coletaram-se dados demográficos dos casos selecionados (sexo, idade), presença de icterícia, colangite e pancreatite prévia, colelitíase concomitante, colecistectomia prévia, sucesso na retirada do cálculo, e por fim, desfechos de complicações (definidas no nosso estudo como pancreatite pós-CPRE, sangramento e perfuração) e óbitos. Resultados: Em um total de 2500 pacientes, houve distribuição de 1,713 pacientes do sexo feminino (68,5%) e 787 do sexo masculino (29,6%). 220 tiveram episódio prévio de pancreatite. 329 pacientes tinham icterícia e 148 cursavam com colangite antes da CPRE. Foi observada uma taxa de complicações de 7,95% (199 casos). 170 cursavam com colelitíase no momento da CPRE, enquanto 426 tinham colecistectomia prévia. 2,369 pacientes tiveram sucesso na retirada de cálculo. 15 óbitos decorrentes do procedimento foram registrados. A análise multivariada possibilita correlacionar os desfechos. Conclusão: A CPRE é um procedimento eficaz no tratamento da coledocolitiase e apesar da complexidade, poucos óbitos são constatados. O procedimento tem uma taxa considerável de complicações, sendo a mais importante a pancreatite. Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM GASTRITE NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA Temário: Endoscopia Autores: Natália Diel Boufleuer; Rosana Elisa Parizotto; Claudia Scortegagna Annes; Luana Carolina Fontana; Humberto Francisco Ferreira; Jamir Pitton Rissardo; Dr. Ewerton Nunes Morais; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Resumo: A endoscopia digestiva é um dos campos mais relevantes e em expansão na Medicina. Na atualidade, vem sendo empregada cada vez mais, tanto no diagnóstico quanto no tratamento dos distúrbios e doenças gastrointestinais. O domínio das técnicas e a correta interpretação das imagens endoscópicas é um desafio para o médico que está aprendendo a realizar o exame. Sendo assim, a organização dos dados epidemiológicos da população assistida e a quantificação dos achados nos exames podem facilitar e tornar mais preciso o diagnóstico pela imagem endoscópica. Uma das doenças gastrointestinais diagnosticada pela endoscopia é a gastrite, que consiste na inflamação da mucosa gástrica. Essa patologia pode ser reconhecida durante a endoscopia através de sinais de edema e vermelhidão da mucosa, porém, uma avaliação microscópica de biópsias de amostras obtidas durante o exame endoscópico é necessária para o diagnóstico definitivo de gastrite. As manifestações clínicas da gastrite dependem da gravidade das alterações na mucosa gástrica, podendo ser assintomática ou causar dor epigástrica, náuseas, vômitos e até hemorragia. Este estudo tem como objetivo quantificar os tipos de lesões encontradas no serviço de endoscopia cirúrgica do Hospital Universitário de Santa Maria, no período entre 2011 e 2014. Além disso, visa construir um banco de dados, incluindo idade, sexo e principais queixas, a partir dos dados presentes nos prontuários dos pacientes submetidos ao exame endoscópico no serviço supracitado. Especificamente, será tratado aqui o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com gastrite. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e observacional, no qual foram incluídos todos os pacientes registrados no Serviço de Atendimento Médico e Estatística que durante esse período se submeteram à endoscopia alta. Foram excluídos do estudo pacientes cujos prontuários estavam inacessíveis, além dos submetidos à colangiopancreatografia endoscópica retrógrada, e pacientes pediátricos. No presente estudo foram encontrados 218 casos de gastrite, sendo mais frequentes em pacientes do sexo masculino (n=148). Em relação à idade, a média foi 51 anos e a moda 54 anos. As principais queixas dos pacientes foram epigastralgia (n=83), pirose (n=31) e dispepsia (n=30). Ao possibilitar a construção de um banco de dados em um serviço de endoscopia cirúrgica, este estudo auxilia os profissionais da saúde, uma vez que permite conhecer o perfil epidemiológico do doente atendido. Título: PREVALÊNCIA DE ACHADOS COLONOSCÓPICOS NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA Temário: Endoscopia Autores: Claudia Scortegagna Annes; Humberto Francisco Ferreira; Luana Carolina Fontana; Jamir Pitton Rissardo; Rosana Elisa Parizotto; Ewerton Nunes Morais; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Resumo: Introdução: A colonoscopia é um método diagnóstico que permite a visibilização do intestino grosso e detecta tanto pólipos quanto câncer colorretal, entre outras patologias. Algumas indicações para a realização do exame incluem suspeita de neoplasias, diverticulose, hemorragia digestiva baixa, entre outros. Considerando a crescente demanda do exame, estudos objetivando o controle e melhora do procedimento são fundamentais. Objetivo: Neste trabalho, analisaremos os dados epidemiológicos do serviço de endoscopia cirúrgica presente no Hospital Universitário de Santa Maria. Especificamente, trataremos da estatística apresentada no exame colonoscópico. Método: O projeto é um estudo descritivo, transversal e observacional que tem como população-alvo pacientes encaminhados ao serviço de endoscopia cirúrgica do Hospital Universitário de Santa Maria no período de 01 de setembro de 2011 até 31 de setembro de 2014. Foram examinados 86 pacientes durante esse período. Como critério de exclusão destacase pacientes submetidos à colangiopancreatografia endoscópica retrógrada e endoscopias digestivas alta. Resultados: Foram analisados os exames de 86 pacientes, 67,44% sendo mulheres. Em conjunto com o procedimento, 48,84% dos examinados fizeram biópsia. Observou-se que, devido a um preparo inadequado, 11,63% dos exames não foram realizados. A média de idade foi de 50,7 anos. Em relação às queixas que justificaram a realização do exame, a prevalência é de hematoquezia (20,93%), seguida por diarréia e constipação (12,79% cada), dor anal (10,47%), sangramento anal (5,81%), distensão abdominal e rastreamento de câncer (4,65%), perda ponderal e anemia (2,33% cada), dor em flanco direito, dor em flanco esquerdo e cólica (1,16% cada). Quanto aos achados endoscópicos, 37,21% são pólipos e 30,23% dos exames evidenciaram resultado normal. Doença diverticular apresentou a terceira maior frequência (23,26%) entre os achados patológicos. Após, encontrou-se doença inflamatória intestinal, que representa 8,14% dos diagnósticos. Hemorróidas e exantema representaram 2,33% dos achados cada um. Colo e/ou reto operado, estenose, erosão e hiperplasia nodular representam 1,16% cada. Conclusão: A colonoscopia é um importante exame para a detecção de doenças colorretais, apresentando uma variedade de possibilidades diagnósticas, constituindo-se no padrão-ouro para detecção precoce do carcinoma. O levantamento de dados colabora para a análise do serviço e seu contínuo aprimoramento. Título: PREVALÊNCIA DE ACHADOS PATOLÓGICOS EM PACIENTES SUBMETIDOS À ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA Temário: Endoscopia Autores: Rosana Elisa Parizotto; Claudia Scortegagna Annes; Luana Carolina Fontana; Humberto Francisco Ferreira; Jamir Pitton Rissardo; Natália Diel Boufleuer; Dr. Ewerton Nunes Morais; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Resumo: A endoscopia digestiva alta (EDA) é um método de investigação de doenças gastrointestinais, tendo propósitos diagnósticos e terapêuticos. O procedimento objetiva a busca de achados patológicos que confirmem hipóteses clínicas e esclareçam sinais e sintomas apresentados pelo paciente, possibilitando uma melhor conduta médica quanto ao tratamento. O estudo visa identificar lesões malignas e fatores a elas relacionados, constituindo-se um banco de dados dos pacientes que realizaram endoscopia digestiva alta. A listagem das informações de forma organizada e acessível visa possibilitar maior conhecimento da população que usa os serviços de saúde da região. A quantificação dos achados tem por objetivo permitir o conhecimento das principais causas de distúrbios gastrointestinais. Através destes dados relacionados à endoscopia digestiva alta, pode-se buscar técnicas, materiais e métodos mais adequados, melhorando a eficácia diagnóstica e reduzindo custos. O estudo é transversal, observacional e descritivo. Foi realizado no Hospital Universitário de Santa Maria e teve como método a observação de 360 prontuários de pacientes encaminhados ao serviço de endoscopia cirúrgica do Hospital Universitário de Santa Maria no período de 01 de setembro de 2011 até 31 de setembro de 2014. Foram listados os dados coletados quanto aos achados patológicos da endoscopia digestiva alta. Dos pacientes que realizaram o procedimento, houve prevalência do sexo feminino (63,3%) e da cor branca (81,9%). Após coleta e organização dos dados, observouse que as patologias mais prevalentes foram gastrite, com ocorrência em 60,56% dos pacientes, seguida de esofagite em 25,00%, hérnia de hiato em 19,17%, pólipo em 12,50%, lesões ulceradas em 8,89% e hiato alargado em 5,83%. Não foram encontrados achados em 15,28% dos pacientes, estes classificados como normais. Foram excluídos 1,67% dos pacientes porque estes recusaram-se na hora a submeter-se ao exame endoscópico. Os resultados deste estudo são importantes para a criação de bancos de dados que possibilitem a identificação do perfil epidemiológico da população que procura o serviço em questão. O propósito dessa quantificação é auxiliar os profissionais da saúde, melhorar o atendimento dos pacientes e buscar investimentos nessa área. Título: PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLINICOPATOLÓGICAS DOS LATERALLY SPREADING TUMORS COLORRETAIS Temário: Endoscopia Autores: Michele De Lemos Bonotto; Daniele Malaman; Carlos Eduardo Oliveira dos Santos; Instituição: SANTA CASA DE CARIDADE DE BAGÉ Resumo: Introdução: As neoplasias colorretais com crescimento superficial e lateral são denominadas LSTs(laterally spreading tumors). Essas lesões podem ser classificadas endoscopicamente e correlacionadas com o tipo histológico. Objetivo: Avaliar a prevalência e as características clinicopatológicas dos laterally spreading tumors(LSTs) colorretais.Métodos: Entre 2067 neoplasias superficiais diagnosticadas em 1135 pacientes, avaliamos 91 pacientes com 96 LSTs, que foram classificados em granular (homogêneo e nodular-mixed) e não-granular (flat elevated e pseudodeprimido), e estudados de acordo com suas características. LSTs ≤ 20mm foram ressecados em bloco e lesões > 20mm por piecemeal. A recorrência foi analisada. Resultados: A prevalência global dos LSTs foi de 2.5% de todas as colonoscopias e corresponderam a 4.6% das neoplasias superficiais, e 10% das neoplasias não-polipóides. Houve predomínio entre as mulheres (69.2%) e a idade média foi de 67 anos (+/- 13 anos). Dentre os 96 LSTs, 68 (70.8%) eram granulares (42 homogêneos e 26 nodular-mixed). Entre os LSTs não-granulares, 21 eram flat elevated e 7 pseudodeprimidos. O subtipo nodular-mixed foi significativamente maior que o subtipo homogêneo (p<0.01), não havendo diferença de tamanho entre os subtipos nãogranulares. 23 (24%) LSTs apresentaram histologia avançada (displasia de alto grau ou câncer precoce). A análise de regressão logística considerou como fatores de risco para histologia avançada o tamanho > 20mm (OR 12.2), e os subtipos morfológicos pseudodeprimido (OR 8.0) e, especialmente, o subtipo nodular-mixed (OR 23.3). Todas as lesões foram submetidas a mucosectomia, sendo complementada com tratamento cirúrgico em um caso, devido à invasão maciça da submucosa. A recorrência aconteceu em 6.4% (5/78) dos casos e foi associada com lesões > 20mm tratadas por piecemeal (p=0.003) e com histologia avançada (0.009).Conclusões: LSTs > 20mm e os subtipos pseudodeprimido e nodular-mixed foram considerados fatores de risco para histologia avançada. A mucosectomia, mesmo por piecemeal é uma boa opção para o tratamento dos LSTs. Título: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DII) são identificadas principalmente por duas patologias: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU). Sabe-se que a prevalência dessas doenças é maior na faixa etária dos 15 aos 40 anos com um segundo pico entre 50 e 80 anos de idade. Objetivo: Correlacionar o perfil dos pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) com DII aos dados já evidenciados na literatura médica. Materiais e Métodos: Trata-se de uma estudo observacional retrospectivo. Realizou-se coleta de dados, por sexo e faixa etária, referentes a pacientes que internaram no HCPA no período de 2002 a 2014, cujo diagnóstico principal foi DC e RCU. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Indicadores para gestão do HCPA. Resultados: Foram registrados durante o período relatado 589 casos cuja internação foi devida a DII. Demonstrou-se maior predomínio destas doenças nas mulheres, respondendo por 64,1% do total, enquanto os homens representaram 35,9%. Quanto às faixas etárias mais acometidas, notou-se maior prevalência entre 25 a 29 anos com 91 casos relatados (15,44%). Em segundo lugar ficaram os jovens de 20 a 24 com 78 indivíduos (13,24%), e em seguida vieram os adultos de 40 a 44, 58 (10,01%). Nos pacientes avaliados, as faixas menos acometidas foram crianças menores de 15 anos e idosos maiores de 60 anos (5,94% e 7,97%, respectivamente). Conclusão: Tendo em vista os dados apresentados, pode-se inferir que os pacientes observados no HCPA condizem com aspectos relatados na literatura, pois na amostra analisada as mulheres predominaram quanto ao gênero. Este achado sugere que fatores hormonais tenham algum papel no desenvolvimento da doença. Além disso, as faixas de idade mais prevalentes foram entre 20 e 29 anos, o que vai ao encontro do primeiro pico destas doenças. Contudo, não se pode correlacionar os pacientes da amostra com o segundo pico de idade, visto que acima dos 60 anos a prevalência foi menor do que o esperado. Título: DETECÇAO DE CD3 E CELULAS MAIT EM ILEO HUMANO Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Maria Fernanda Pontes Tesser; Faas van Dooren; Anne te Velde; Instituição: ULBRA Resumo: As células MAIT (mucosal associated invariant T lymphocytes) são linfócitos T abundantes no sangue, linfonodos mesentéricos e na mucosa gastrointestinal. Elas são ativadas por células infectadas por bactérias. Descobertas recentes indicam que elas podem ter um papel importante na defesa e homeostase intestinal, pois produzem interferon gama e IL-17 quando ativadas. Sabe-se que elas são células T com grande capacidade de interagir com bactérias, incluindo a flora comensal, e sua frequência está modificada na flora de pacientes com Doença Inflamatória Intestinal. Por isso, é crucial determinar seu papel fisiológico e patológico no intestino. A manipulação dessas células pode ter efeito considerável no desenvolvimento de novas estratégias de tratamento para essas doenças. Nosso objetivo é determinar a presença e quantidade das células MAIT no intestino de pacientes com DII, e comparar com os resultados no intestino normal. Para esta pesquisa, foi usada Imuno-histoquímica e Imuno-fluorescência para corar as células. Os tecidos são de íleo humano, obtidos em cirurgias de pacientes com Carcinoma Colo retal. Eles foram retirados de áreas o mais distante possível do tumor. Para a Imunohistoquímica, utilizamos anticorpos específicos para reconhecer a proteína alvo em questão, e envolveu fixação dos tecidos, inclusão em parafina, secção, desparafinização e reidratação, para posterior observação no microscópio. Para a imunofluorescência, que permite identificar múltiplos antígenos em uma mesma amostra, foi feita fixação, permeabilização, bloqueio, incubação com dois diferentes anticorpos e montagem, para posterior observação no Microscópio Confocal. Os resultados estão apresentados no pôster, em forma de imagens das amostras nas diferentes colorações. As células MAIT são abundantes na mucosa intestinal humana, e por serem ativadas por ampla gama de bactérias, provavelmente têm função importante na defesa imunológica intestinal. Uma alteração dessas células pode influenciar a inflamação que ocorre nas Doenças Inflamatórias Intestinais. Nós fizemos essas colorações para determinar a presença dessas células no íleo humano, comparando íleos acometidos por DII com amostras saudáveis. Para atingir plenamente este objetivo, a coloração dos receptores deve ser otimizada, e mais amostras são necessárias para determinar a quantidade das células MAIT em ambos os casos. Título: DOENÇA DE CROHN VULVAR SEM MANIFESTAÇÃO GASTROINTESTINAL Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Graciela Konsgen Krolow; Fernando Sehbe Fichtner; Leticia Bernardon; Marta Brenner Machado; Fernanda Karlinski Fernandes Sacco; Instituição: PUC-RS Resumo: Úlcera vulvar é uma apresentação rara da doença de Crohn, havendo apenas 124 casos relatados desde 1965. A doença pode afetar a vulva, períneo e região perianal através da extensão direta do trato gastrointestinal ou pode estar separada por áreas normais (doença de Crohn metastática). O acometimento genital pode ocorrer de forma isolada, sem nenhuma evidência da doença no trato gastrointestinal, com sintomas clínicos como eritema, edema e ulceração, que costuma impactar significativamente na qualidade de vida do paciente. Paciente feminina, 33 anos, branca, empresária, relata história de febrícula, artralgias, mal-estar e dor súbita em região vulvar direita com evolução de 20 dias na data da consulta. Apresentava edema e dois hematomas na vulva, próximos ao introito vaginal à direita, havendo progressão nas doze horas seguintes para uma lesão ulcerada única com fibrina. Procurou atendimento ginecológico por diversas vezes, sendo realizados tratamentos empíricos com azitromicina, ciprofloxacino, doxiciclina, fluconazol, aciclovir, fanciclovir e diclofenaco. Concomitantemente, realizou testes sorológicos para HIV, sífilis, clamídia, herpes, citomegalovirus, todos não reagentes. Citopatológico vulvar negativo. Apresentou alteração de provas de atividade inflamatória: VSG=27 (VR até 10), proteína C reativa= 1,3. Análise de auto anticorpos: ASCA IgA e IgG reagentes, p-ANCA não reagente, FAN não reagente. História familiar positiva, com irmão com diagnóstico de doença de Crohn grave, em uso de terapia biológica. Realizada colonoscopia, que evidenciou plicoma anal, sem alterações em íleo e cólon. Análise anatomopatológica da biópsia realizada em lesão vulvar com esboço de granuloma. A úlcera vulvar pode ser a primeira manifestação da doença de Crohn, precedendo os sintomas gastrointestinais ou como apresentação isolada. O diagnóstico baseia-se em achados patológicos especiais como úlceras com granuloma não caseoso de células epitelióides. Deve-se, todavia, fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças ulcerosas, dermatites, traumas ou neoplasias vulvares. As opções de tratamento vão desde uso de corticoide a metronidazol, sulfassalazina, mesalazina, azatioprina, biológico, talidomida quanto vulvectomia. Título: DOENÇA DE CROHN: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÚLTIMOS 13 ANOS Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: A Doença de Crohn (DC) trata-se de uma doença inflamatória crônica que se estende por todas as camadas intestinais, acometendo todo o trato gastrointestinal de forma segmentar e assimétrica. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) recebe diversos casos de DC, seja para diagnostico, seja para tratamento. A patologia costuma afetar ambos os sexos, havendo divergências na literatura quanto ao gênero mais acometido, porém a maioria das evidencias sugere maior prevalência em mulheres. Embora a doença possa comprometer qualquer faixa de idade, há predomínio entre a segunda e terceira década de vida. Objetivo: Traçar um paralelo entre os pacientes internados no HCPA e as informações contidas em análises epidemiológicas da literatura. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, que tem como base o Sistema de Indicadores para gestão do HCPA. Foram selecionados dados de pacientes internados no período de janeiro de 2002 a abril de 2015 com diagnóstico principal envolvendo DC, após isso, realizou-se uma correlação entre estes dados e informações colhidas em estudos médicos. Resultados: A amostra estudada compõe-se de 375 pacientes internados no período supracitado. Destes, 215 eram mulheres (57,33% do total) e 160 homens (42,66%). Quanto às faixas de idade observados, a doença predomina majoritariamente dos 20 aos 34 anos representando 163 indivíduos ou 43,46% da amostra. Abaixo dos 20 anos o diagnóstico foi encontrado em 59 pacientes (15,73%) e acima dos 50 anos em 56 (14,93%). Conclusão: Observando o perfil dos pacientes do estudo, conclui-se que o gênero mais afetado é o feminino, representando mais da metade do total, o que é esperado tanto pelo padrão da doença quanto pelo maior número de atendimento a mulheres, pois estas mantém melhor seguimento. A fração de pacientes mais acometidos pela DC segue na faixa de adultos jovens com predileção pela segunda e terceira década de vida. Dessa maneira, o perfil dos indivíduos internados no HCPA condiz com o perfil epidemiológico da doença. Como a etiologia desta patologia ainda não foi esclarecida, não se pode apontar uma causa para tal situação. Título: INFECÇÃO OPORTUNISTA EM VIGÊNCIA DE TERAPIA BIOLÓGICA Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Marta Brenner Machado; Graciela Konsgen Krolow; Fernando Sehbe Fichtner; Ana Paula Marranghello Claro; Instituição: PUC-RS Resumo: De acordo com o Consenso Brasileiro sobre doença inflamatória intestinal casos de doença severa ou na identificação precoce de índices de mau-prognóstico ( idade menor que 40 anos, tabagismo, doença perianal fistulizante, acometimento de trato gastrointestinal alto, necessidade de corticoterapia na primeira crise ou diante de refratariedade ao tratamento convencional) o uso de terapia biológica, com inibidores de TNF-α, parece ser uma boa opção. Paciente feminina, 43 anos, com Doença de Crohn, em uso de Adalimumabe, há 3 anos, procura a emergência devido ascite, emagrecimento e febre. Informa PPD e raio X de tórax prévios ao início da terapia, ambos negativos. Ascite evidenciou predomínio de linfócitos e GASA <1,1, resultado negativo para células malignas, culturas para fungos e tuberculose. CT abdominal com vários nódulos peritoneais e espessamento parietal das alças de intestino delgado e de tórax sugerindo doença granulomatosa crônica infecciosa em atividade e derrame pleural. Biópsia peritoneal com doença granulomatosa e necrose caseosa central, bacterioscopia direta sem evidência de Mycobacterium e cultura para fungos negativa. Líquido pleural ADA<40 e culturas negativas. Diante da suspeita clínica de tuberculose disseminada, foi procedida à indução e coleta de escarro com bacterioscopia positiva para M. tuberculosis. Iniciou-se terapia com RHZE, com boa evolução clínica. A tuberculose foi considerada a infecção oportunista mais frequente em usuários de inibidores de TNF- α, sendo adalimumabe de risco intermediário. Na maioria dos casos descritos, os pacientes desenvolveram tuberculose entre 6 e 8 meses após o início da terapia, sugerindo a reativação de TB latente. Sabemos, que pacientes candidatos a uso de terapia imunossupressora como inibidores de TNF- α deverá ser rastreado com raio X de tórax e Teste Tuberculínico (TT). Em pacientes que já estão imunossuprimidos, pelo uso de corticóide e imunomuduladores, por exemplo, o TT é considerado positivo se houver enduração >5mm e nesses casos está indicado o tratamento com Isoniazida por 6 meses, sendo pelo menos 1 mês antes do início da terapia biológica. A repetição periódica do TT nos indivíduos com exame prévio negativo deve ser feita. Na vigência de TB extra-pulmonar diagnosticada, durante a terapia imunossupressora, esta deverá ser suspensa e o paciente deverá utilizar o esquema de tratamento anti-tuberculose prolongado. Título: PANCREATITE AUTOIMUNE (PAI): UM DESAFIO CLÍNICO. Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: João Gabriel Schmitt; Cíntia Scherer; Leonardo Zimmermann de Souza; Gabriela Riva Mehringer; Lysandro Alsina Nader; Elza Cristina da Cunha Bueno; Carolina Ziebel Carpena; Raul Jablonski Júnior; Instituição: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - FAU/PELOTAS Resumo: Introdução: PAI é uma doença rara caracterizada por processo inflamatório crônico e proeminente infiltrado linfocitário associado à fibrose do pâncreas. A prevalência está estimada em cerca de 5-11% sendo 2 vezes mais frequente em homens após os 50 anos. Objetivos: Relatar caso de PAI e atentar para o diagnóstico diferencial das patologias pancreáticas. Método: Homem, 68 anos, branco, interna em 18/4/14 com prurido, icterícia, acolia, colúria e esteatorreia associados a dor abdominal e emagrecimento de 20 kg em 3 meses. Exames da internação: 1)US abdominal(2/5/14): moderada dilatação de vias biliares intra e extra-hepáticas, pâncreas espesso e hipoecogênico com área hipogênica de 4X3,4cm na cabeça pancreática, presença de dois cálculos não obstrutivos medindo 0,6 e 0,5 cm. Conclusão: pancreatite aguda e lesão na cabeça pancreática de provável natureza expansiva. 3)Colangioressonância(29/4/14): estenose da papila, dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas e microcálculos no colédoco. 3)TC abdominal(12/5/14): espessamento e irregularidade do corpo e cauda do pâncreas, infiltrado peripancreático adjacente a cauda. Conclusão: pancreatite Balthazar B. 5)anti HCV e HbsAg negativos, CA 19.9: 68 (N<35), BT 11,25 (18/4) 2,02 (12/5), FA 997 (27/4), GGT 2320 (1/5), lipase 104 (12/5). Após 26 dias, paciente recebe alta hospitalar para seguimento com equipe cirúrgica devido melhora clínica e laboratorial, com diagnóstico presuntivo de pancreatite biliar/lesão pancreática à esclarecer. No acompanhamento, retornou com o quadro clínico inicial, sendo submetido a procedimento cirúrgico e, devido significativa fibrose pancreática e retroperitoneal, optou-se por derivação das vias biliares e biópsia intra-operatória do colédoco e pâncreas. Anatomopatológico: inflamação crônica e extensa fibrose, sem evidências de neoplasia. Resultados: Em 24/9/14, paciente procura o serviço de gastroenterologia da UFPEL assintomático e sem diagnóstico, em uso de dexametasona prescrita pela equipe cirúrgica. Foi levantada a hipótese de PAI, solicitado IgG4 e ajustado dose de corticosteroide (prednisona 10mg /dia). Paciente retorna com IgG4 elevada (906) e assintomático. Conclusão: A PAI é uma entidade nosológica pouco comum, subdiagnosticada e que mimetiza o câncer de pâncreas. Em pacientes com quadro de dor abdominal, icterícia, tumoração na cabeça do pâncreas e ausência de outros fatores etiológicos deve-se investigar PAI. Título: PANCREATITES AGUDAS SUBCLÍNICAS RECORRENTES POR PÂNCREAS DIVISUM Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Instituição: UCS Resumo: Introdução: Pâncreas divisum é uma anormalidade anatômica não rara na população geral, e por uma razão não ainda completamente compreendida, pode estar associada em alguns indivíduos à pancreatite aguda. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 36 anos, procura atendimento por dor epigástrica em faixa intensa, com massa epigástrica palpável. Submetido à laboratoriais, que demonstrou importante aumento da amilase e lipase; e bilirrubina total de 2,4 às custas de direta. Submetido a RM abdome superior com colangio-RM no primeiro dia da pancreatite por suspeita de pancreatite aguda biliar, que demonstrou dilatação do Wirsung, vesícula biliar e colédoco sem cálculos, e massa pancreática inflamatória entre estômago e corpo pancreático de 8 cm. Teve melhora clínica importante da dor com jejum, sendo então submetido à ecoendoscopia com punção, que sugeriu pancreatite auto-imune pseudotumoral, com AP com fibrose e inflamação inespecífica. IgG4, cálcio e triglicerídos normais. Teve alta, e por persistência dos sintomas, foi submetido à teste terapêutico com prednisona 40 mg/dia por 14 dias, sem melhora nenhuma à imagem da massa pancreática. Após dois meses de seguimento com imagem da lesão, iniciou com sitofobia, com perda de 20% do peso corporal total, sendo submetido à pancreatografia por CPRE com diagnóstico de pâncreas divisum e posterior papilotomia da minor, com melhora importante da sintomatologia e ganho de peso, sugerindo tratar-se de pancreatites agudas subclínicas recorrentes com formação de massa inflamatória secundária. Reiniciou com quadro de sitofobia e icterícia importante, sendo planejada derivação bileo-digestiva. Durante a intervenção, constatou-se lesões neoplásicas em cavidade abdominal. Conclusão: O pâncreas divisum é uma causa incomum e de difícil diagnóstico de pancreatite aguda, e deve ser suspeitado em pacientes cujas etiologias mais comuns tenham sido excluídas. Título: RELATO DE CASO – VOLVO GÁSTRICO ASSOCIADO À HÉRNIA PARAESOFÁGICA Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Ana Paula Zabott; Jarbas Joel Hendges; Isabelle Carolina Gaião da Costa; Lázaro Júnior Silva Teixeira; Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE Resumo: Introdução : O volvo gástrico consiste em uma rotação do estômago superior a 180˚ sendo esta uma condição rara de sintomatologia inespecífica o qual pode se apresentar de uma forma aguda ou crônica. A apresentação aguda se caracteriza pela presença da tríade de Borchardt (dor e distensão epigástrica, incapacidade de vomitar e impossibilidade de introdução da sonda nasogástrica). De acordo com o eixo de rotação pode ser classificado em organoaxial, mesenteroaxial ou mista. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo relatar um caso raro de volvo gástrico associado a hérnia paraesofágica em uma paciente de 87 anos submetida a tratamento cirúrgico na cidade de Cascavel-PR. Método: Trata-se de um estudo descritivo, cujas informações foram obtidas através de revisão do prontuário, registro fotográfico dos métodos aos quais a paciente foi submetida, da própria informação colhida junto a paciente e revisão bibliográfica. Resultados: N.C.B, feminino,87 anos, refere história prévia de regurgitação e epigastralgia com intensificação nos dois dias anteriores a consulta concomitantes ao aparecimento de distensão abdominal associado a náuseas e vômitos. A endoscopia digestiva alta revelou esôfago com deslocamento de 7 cm da transição esôfago-gástrica em relação ao pinçamento diafragmático, além de possível torção gástrica junto ao local do pinçamento o qual dificultou a passagem do aparelho até o corpo e antro gástrico, não permitindo progressão para o duodeno devido à angulação criada. A tomografia computadorizada de abdome demonstrou volumosa hérnia hiatal com protusão superior supradiafragmática de todo estômago associada a volvo gástrico. A paciente foi encaminhada a cirurgia na qual a passagem da sonda nasogástrica não foi possibilitada. Realizou-se distorção do volvo seguida de reposicionamento do estômago na cavidade abdominal não sendo criada válvula anti-refluxo devido ao risco de agravamento de um possível presbiesôfago, visto que, devido ao caráter emergencial da cirurgia, não foi realizada manometria. Foram realizadas gastrostomia e jejunostomia. A paciente segue internada por Pneumonia Hospitalar. Conclusão: A paciente apresentava um caso de volvo gástrico organoaxial, de apresentação aguda, com etiologia secundária à hérnia paraesofágica comprovadas pela presença de tríade característica na história clínica e pelos achados em exames de imagem. Título: SÍFILIS: DIAGNÓSTICO EM PACIENTE COM DISFAGIA Temário: Gastroenterologia Clínica Autores: Marcelo Campos Appel da Silva; Janaína Elsing; Maritza Bleil de Souza; Gabriel Azambuja Narvaez; Instituição: HOSPITAL MÃE DE DEUS Resumo: Introdução: A sífilis ainda é doença comum e cerca de 10% dos casos são acompanhados por coinfecção por DST’s, principalmente o HIV. Lesões cutâneas e genitais são as principais manifestações da sífilis secundária, enquanto que o cancro em cavidade oral é achado infrequente. Objetivo: relatar o caso de paciente cuja investigação de disfagia culminou em diagnóstico de sífilis e HIV associado. Relato do Caso: feminino, 27 anos, veio à emergência por disfagia progressiva, associada pico febril isolado de 38º. Oroscopia com lesão enantematosa erosada no palato duro, cerca de 3cm de diâmetro, dolorosa. Tinha com rash cutâneo generalizado e descamação plantar. Laboratoriais iniciais com leucograma absoluto no limite inferior da normalidade, com linfocitose relativa (49,6%) e plaquetopenia (92.000/mm³). Demais laboratoriais normais. Endoscopia digestiva alta com a lesão no palato, biópsia sem achados decisivos. Sorologias com VDRL reagente 1:2000 e anticorpos totais específicos anti-T.pallidum “positivos”, confirmando diagnóstico de sífilis secundária. Apresentou anti-HIV reagente e antiHIV Western Blot confirmatório. Carga viral: 13.273 cópias/ml e CD4+: 28,9%; 317,7/mm³. Iniciado tratamento com Penicilina G benzatina 1.200.000 UI, IM profundo, em total de 6 doses, sendo evidenciada progressiva melhora clínica. Discussão: A sífilis secundária reflete a disseminação hematogênica da infecção pelo Treponema pallidum, quatro a seis semanas após a infecção primária. Há o aparecimento de sintomas sistêmicos como mal-estar, cefaléia, faringite, mialgia, e linfadenopatia generalizada. O cancro é reconhecidamente mais comum em órgão genitais, sendo que cerca de 30% dos pacientes apresentam lesões orais, com apresentação variáveis e alta infectividade. De forma geral, apresenta como manifestações orofaciais placas e úlceras na mucosa, condiloma plano, linfoadenopatia cervical, rash cutâneo acastanhado, despigmentação da pele, alopécia, lesões ulceronodulares e lesões papulosas em comissuras. O diagnóstico pode ser dado por microscopia de campo escuro, sorologias ou histopatologia. A taxa de sucesso de tratamento para sífilis é alta e tem como terapia de escolha a Penicilina Benzatina. Título: A MELATONINA ATENUA O DANO OXIDATIVE NA CARCINOGÊNESE HEPÁTICA INDUZIDA POR DIETILNITROSAMINA EM RATOS Temário: Hepatologia Autores: Andrea Janz Moreira; Silvia Bona; Graziella Rodrigues; Carlos Thadeu Cerski; Jaqueline Nascimento Picada; Claudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: Este estudo desenvolveu carcinoma hepatocellular (CHC) usando dietilnitrosamina (DEN) em ratos e propôs o tratamento com melatonina (MLT). Nós avaliamos o estresse oxidativo em lipídios, proteínas e DNA, além das análises bioquímicas e histológicas dos fígados dos animais. Materiais e Método: 28 ratos Wistar, 145g divididos em (I) Controle; (II) CHC+DEN 50mg/Kg i.p. (III) CHC+DEN 50mg/Kg i.p.+ MLT a partir da 5ª semana e (IV) CHC+DEN 50mg/Kg i.p.+ MLT a partir da 12ª semana. A MLT foi administrada na água na concentração de 20mg/L. Na 19ª os animais foram anestesiados, sangue coletado para avaliar as transaminases (AST e ALT) e canaliculares (GGT e FA). Os fígados foram removidos para realizar as demais análises. O teste estatístico foi Tuckey com p<0.05. Resultados: MLT prolongou a sobrevida nos animais dos grupos III e IV vs II (p=.0001). MLT reduziu o índice de dano (DI) e frequência de dano (DF) no DNA (DI:I=95+27; II=339+56; III=259+42; IV=119+17; DF: I=74+17; II=99+2; III=92+5; IV=60+5). Houve melhora nas enzimas hepática após o uso da MLT (AST(I)107+7 (II)236+69 (III)165+59 (IV)143+27; ALT(I)54±15 (II)144+36 (III)102+36; (IV)=95+18 GGT (I)1+0.9 (II)85+45 (III)43+33 (IV)25+14; AP(I)111+50 (II)279+91 (III)215+98 (IV)212+46). O aspecto histológicos dos fígados do grupo II foi característico para CHC (padrão pseudocinar e trabecular). Nós concluímos que a exposição crônica e intermitente de DEN desenvolve CHC agressivo e avançado em 19 semanas. A melatonina melhora a função hepática, reduz o dano oxidativo em DNA e assim retarda o desenvolvimento do CHC no período avaliado. (Apoio: CNPQ, CAPES, FIPE/HCPA, FAPERGS, ULBRA e UFRGS) Título: A MELATONINA PROTEGE O FÍGADO EM UM MODELO EXPERIMENTAL DE CIRROSE HEPÁTICA Temário: Hepatologia Autores: Silvia Bona; Andrea Janz Moreira; Graziella Rodrigues; Mariana do Couto Soares; Thêmis Reverbel da Silveira; Claudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Resumo: Introdução: As doenças hepáticas são um importante problema de saúde pública, sendo responsáveis por um número significativo de internações hospitalares e uma crescente taxa de mortalidade. A melatonina (MLT), poderosa molécula antioxidante, tem se mostrado benéfica em várias condições, incluindo doenças hepáticas. Objetivo: Avaliar o efeito da MLT na cirrose hepática induzida por tetracloreto de carbono (CCl4) em ratos. Métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar machos (230-250 g) divididos em 4 grupos: I: Controle (CO); II: CO+MLT; III: CCl4; e IV: CCl4+MLT. Foram administradas 27 doses i.p. de CCl4: 10 doses com intervalo de 5 dias cada, 10 doses com intervalo de 4 dias, e 7 doses com intervalo de 3 dias. MLT foi administrada via i.p (20 mg/kg) a partir da 10ª semana, diariamente até o final do experimento (16ª semana). Resultados: No grupo CCl4+MLT, o uso da MLT diminuiu no fígado os niveis de F2-isoprostanos e a expressão da enzima NAD(P)H:quinona oxidoredutase 1 (NQO1) comparado ao grupo CCI4. A análise histológica do fígado com coloração HE mostrou que os animais do grupo CCl4 tiveram alterações histológicas, como presença de infiltrado inflamatório. No grupo CCl4+MLT, a presença de infiltrado inflamatório foi menor comparado ao grupo CCI4. Os animais do grupo CCl4, também aumentaram significativamente a expressão do NF-kB/p65 e da iNOS comparado aos grupos controle. O uso de MLT diminui significativamente a expressão destas proteínas do grupo CCl4+MLT, comparado ao grupo CCl4. CCl4 aumentou significativamente a expressão de TGF-β1 e α-SMA. Em contraste, o grupo que recebeu MLT, reduziu significativamente a expressão destas proteinas comparando ao grupo CCl4, sugerindo, um efeito inibitório na ativação de células estreladas hepáticas e na deposição de MEC pela MLT. No grupo CCl4+MLT, a coloração por picrossírius, mostrou redução significativa da fibrose, com septos e nódulos fibróticos incompletos. A fibrose hepática muda a arquitetura vascular, criando um ambiente hipóxico, estimulo importante para a produção de fatores angiogênicos tais como o VEGF. No grupo CCl4+MLT, a expressão do VEGF foi significativamente reduzida comparada com o grupo CCl4. Conclusões: Nossos resultados sugerem que a MLT possui potente efeito antifibrogênico, modulando parâmetros de estresse oxidativo, angiogênese e inflamação. Título: A SINVASTATINA PROTEGE O TECIDO HEPÁTICO DE CAMUNDONGOS COM ESTEATOHEPATITE NÃO ALCOÓLICA. Temário: Hepatologia Autores: Graziella Rodrigues; Andrea Janz Moreira; Silvia Bona; Claudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni; Instituição: HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE Resumo: Os conhecimentos atuais têm mostrado que a Esteato-Hepatite não alcoólica (EHNA), é a mais importante forma epidemiológica e clínica da Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Até o momento não existe terapia comprovada e conclusiva para o tratamento da EHNA. As estatinas são uma importante classe de agentes para tratar dislipidemia, mas ainda há relutância de usar esse medicamento em pacientes com doenças crônicas estabelecidas ou suspeita de doença hepática, EHNA inclusive. Objetivo: Avaliar o efeito da sinvastatina (SIN) sobre o tecido hepático em camundongos C57BL6 com EHNA, induzida por ração deficiente em metionina e colina (MCD), na tentativa de elucidar a ação desse fármaco sobre as complicações desse modelo experimental. Métodos: Foram utilizados camundongos machos C57BL/6 com 8 semanas. Os animais foram divididos em 4 grupos (n=): CO+V (I – ração controle + veículo de carboximetilcelulose), SIN 4 (II- ração controle + 4mg/Kg de SIN), EHNA+V (III- dieta MCD mais veículo), EHNA+SIN 4 (IV- ração MCD mais sinvastatina). As rações foram administradas por 4 semanas e a SIN (na dose de 200 μL, intragastricamente) durante as 2 últimas semanas. Foram realizadas análises de parâmetros moleculares de dano celular, inflamação, disfunção endotelial e fibrose através da expressão proteica de HSF1, HSP70, iNOS, IL-12, eNOS e TGF- β, por Western blotting. Resultados: A SIN diminuiu o dano celular, inflamação, melhorou a função endotelial e reduziu a fibrose nos animais doentes. Conclusão: A atenuação dos parâmetros analisados contribuem para os efeitos benéficos da SIN em camundongos com EHNA; Título: ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TRANSPLANTES HEPÁTICOS (TXH) POR CARCINOMA HEPATOCELULAR (CHC). Temário: Hepatologia Autores: PAULO ROBERTO REICHERT; LISIA HOPPE; GUSTAVO CASTRO; RINALDO SOSSELA; Instituição: Resumo: Introdução: A partir de 2006, com a mudança no sistema de alocação de fígados que estabelece padrões de priorização na alocação de enxertos para transplantes de fígado para receptores portadores de CHC, o número de transplantes por esta patologia aumentou significativamente. Objetivo: avaliar os resultados dos TxH por CHC desde a priorização desta patologia na alocação de órgãos há 7 anos, em um único centro. Pacientes e métodos: foram revisados os dados relativos aos TxH por CHC em um serviço de TxH. Resultados: antes de 2006, somente um de 78 transplantes ocorreu por carcinoma hepatocelular. Ao todo, 62 pacientes foram transplantados por esta patologia desde 2006, destes, 47 eram homens e 15 eram mulheres, com média de idade de 59,6 anos. A etiologia da cirrose foi relacionada ás hepatites virais na maioria dos casos (71% dos casos), 27 casos relacionados ao VHC (43,6%) e 17 casos ao VHB (27,4%). A quimioembolização foi utilizada para evitar a progressão do tumor no pré-tranplante em aproximadamente a metade dos casos. Dos 62 pacientes, 47 estão vivos. Em 5 pacientes, o óbito ocorreu durante a internação do TxH, 2 por complicações técnicas, 2 por pneumonia e 1 por não funcionamento primário do enxerto. Em 6 pacientes o óbito ocorreu no primeiro ano pós TxH, 2 por recidiva do tumor, 3 por pneumonia e 1 por infecção por citomegalovírus. Após o primeiro ano, foram computados 4 óbitos, por causas variadas. Em 14 casos, a análise do explante revelou doença além dos critérios de Milão. A recidiva tumoral ocorreu em 6 paciente, em todos estes casos o explantes demonstravam CHC além dos critérios de Milão e 3 evoluiram para óbito, nos demais todos exceto um, apresentam boa qualidade de vida. Conclusão: o resultado do TxH nos receptores de fígado foi razoável. A infecção pulmonar foi a principal causa de óbito neste grupo. Todos os pacientes que apresentaram recidiva tumoral pós-TxH apresentavam doença avançada. Título: ATIVIDADE FÍSICA EXTENUANTE E ALTERAÇÃO DE FUNÇÃO HEPÁTICA Temário: Hepatologia Autores: Rafael Bergesch D‘Incao; Marcelo Campos Appel da Silva; Instituição: HOSPITAL MÃE DE DEUS Resumo: Introdução: rabdomiólise é patologia incomum em serviços de emergência, mas cujas implicações clínicas são de reconhecida importância diagnóstica. Além do dano muscular e lesão renal, lesão hepática é achado raro. Objetivo: relatar o caso de paciente com hepatite aguda secundária a rabdomiólise. Relato do Caso: paciente masculino, 29 anos, admitido em emergência por síncope durante corrida de rua. Após investigação cardiológica e neurológica sem alterações, fora liberado com orientações. Nos três dias que se seguiram, seguiu com quadro de astenia e mialgias, associado a náuseas, diarréia e febre, levando a novo atendimento médico. Ao exame físico, prostrado, desidratado e ictérico. Abdome plano, flácido, mas doloroso. Laboratorialmente, leucograma com 5.960 leucócitos/campo; creatinina 2,5mg/dL; AST 4360mg/dL; AST 5090mg/dL; BT 6,27mg/dL (BD 3,6mg/dL); CK total 6300mg/dL. Ecografia abdominal sem anormalidades. Recebeu tratamento de suporte, com hidratação intravenosa e investigação complementar. Hipótese inicial de leptospirose, descartada após exame e epidemiologia negativas. Questionário aprofundado revelou tratar-se de atleta amador, praticante de atividade física intensa em academia de musculação, sem uso de anabolizantes, suplementos nutricionais, drogas ilícitas ou outras medicações. Demais sorologias para hepatites agudas negativa. Recebeu diagnóstico de rabdomiólise por atividade física extenuante, com boa evolução após 10 dias de internação, com progressiva melhora de exames: leucócitos 6350/campo; creatinina 1,12mg/dL; ALT 71mg/dL; AST 38mg/dL; BT 0,97 (BD 0,27) e CK total 116mg/dL). Discussão: distúrbios hidroeletrolíticos, mialgias e injúria renal aguda são complicações comuns em pacientes com rabdomiólise. Embora seja associação citada nesta patologia, disfunção hepática raramente é diagnosticada. Título: AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS PACIENTES COM CARCINOMA HEPATOCELULAR EM USO DE SORAFENIBE EM DOIS CENTROS DO BRASIL Temário: Hepatologia Autores: Giovana Dal Pozzo Sartori; Fernanda Schild Branco de Araújo; Luciana Oba Onishi Kikuchi; Flair José Carrilho; Angelo Alves de Mattos; Instituição: UFCSPA Resumo: Introdução: Para pacientes com carcinoma hepatocelular avançados classificados como BCLC-C (Barcelona Clinic Liver Cancer) e boa condição clínica, o tratamento standard segundo as principais guias internacionais é a terapia sistêmica com Sorafenibe, um inibidor multiquinase, com propriedades antiangiogênicas e antiproliferativas. Nessa análise retrospectiva, relatamos a aplicabilidade da classificação BCLC em uma população de pacientes com CHC avançado, bem como a eficácia e o perfil de segurança do tratamento com Sorafenibe em dois centros de referência do Brasil. Materiais e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 111 pacientes com CHC avançado tratados nos serviços de gastroenterologia da Santa Casa de Porto Alegre e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, durante o período de março de 2010 a julho de 2014. Os pacientes foram classificados de acordo com o algoritmo do BCLC. Resultados: 93% dos pacientes apresentavam cirrose e o fator etiológico principal foi VHC associado ou não ao álcool (70.3%). Mais da metade dos pacientes realizaram algum tipo de tratamento prévio e TACE foi o mais comum. Ao início do tratamento com sorafenibe, 61,3% apresentava invasão vascular e 39,6% metástase à distância. O Performance Status (PS) foi 0 em 64,9% da amostra, PS 1 em 30,6% e PS 2 em 4,5%. 91% dos pacientes eram Child –Pugh A e 9,1% eram B. 79,3% da casuística foi classificada como BCLC-C,19,8% BCLC-B e 0,9% BCLC-A. Quase a metade dos doentes reduziram a dose do Sorafenibe durante o tratamento. Efeitos adversos mais comuns: diarréia (63,1%), síndrome mão-pé (38,7%) e lesões cutâneas (15,3%). O tempo médio de tratamento foi de 10,17 meses. A interrupção do tratamento se deu por progressão tumoral (53,2%), piora da função hepática (19,8%) e efeitos adversos ao medicamento (9%). A causa do óbito foi: progressão Tumoral (35,1%), insuficiência hepática (27,9%), infecção (11,7%), hemorragia digestiva alta (5,4%) e ruptura tumoral (1,8%). A sobrevida após o início do tratamento em 1 ano de 66,3% e em 3 anos foi de 27,9%. Mediana de tempo de sobrevivência de 1,68 anos. Conclusões: Cerca de 80% da amostra pertencia ao estágio BCLC-C e, apesar da doença tumoral avançada, mais de 90% tinha função hepática Child A e PS O-1. O tempo médio de tratamento e os eventos adversos foram os mesmos encontrados na literatura mundial. Os resultados confirmam que a seleção dos candidatos ideais ao tratamento com sorafenibe é fator decisivo na sua eficácia. Título: CIRROSE BILIAR PRIMÁRIA EM PACIENTE DO SEXO MASCULINO: UM RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA Temário: Hepatologia Autores: Rafaela de la Rosa Bouchacourt; Imman Fuad Khattab Hassan; José Francisco Pereira da Silva; Juliane Bucco Gomes; Roberta de Oliveira Boabaid; Vagner Vencato Kopereck; Gustavo Gonzales Real; Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS Resumo: Cirrose biliar primária (CBP) é uma doença colestática de caráter crônico e progressivo que evolui com destruição dos ductos biliares intra-hepáticos por um ataque de linfócitos T às pequenas vias biliares intralobulares de pequeno e médio calibre. A prevalência compreende a faixa etária de 40 a 60 anos e a relação mulher/homem é de 9:1-4. A etiologia da CBP é constituída por componentes multifatoriais e criptogênicos, mediada por processo autoimune. Os sintomas mais prevalentes compreendem fadiga e prurido predominantemente à noite. Icterícia e colúria surgem quando a doença já está em fase avançada. O diagnóstico baseia-se na presença de quadro clínico de colestase, detecção do anticorpo antimitocôndria (AMA) e biópsia hepática. Fundamentalmente, o tratamento compreende o uso do ácido ursodesoxicólico (UDCA) e encaminhamento para transplante hepático. O caso relatado refere-se a um paciente do sexo masculino, 48 anos, branco, internado por prurido, hematêmese e melena. A endoscopia digestiva alta revelou varizes esofágicas de grande calibre com estigmas de sangramento recente, sendo realizada ligadura elástica. O exame clínico, laboratorial e os exames de imagem foram compatíveis com hepatopatia crônica. Na investigação etiológica, demonstrou-se anticorpo antimitocôndria positivo e biópsia hepática compatível com CBP. Título: CORRELAÇÃO ENTRE NIVEIS PLAQUETARIOS E FATORES ASSOCIADOS DURANTE O TRATAMENTO DA HEPATITE C CRONICA Temário: Hepatologia Autores: Elza Cristina Miranda da Cunha; Gabriele Cordenonzi Ghisleni; Bruna Brandão de Farias; Kattiuce Bataglin Goncalved; Gabriela Riva Mehringer; William Bigliardi Zibetti; Leonardo Zimmermann de Souza; Natália Xavier Carvalho; Mozar Augusto Bernin; Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS Resumo: Introdução: A hepatite C é um importante problema de saúde pública, afetando 170 milhões de indivíduos no mundo todo. Estudos crescentes tem avaliado o papel das plaquetas e sua correlação com o grau de fibrose, idade avançada, carga viral, estágio de fibrose e níveis de alanina transaminase. Objetivo: Este estudo visa avaliar a correlação entre os níveis plaquetários e fatores associados na avaliação hepática em pacientes com hepatite C durante o tratamento com terapia viral combinada. Metodologia: Coorte de conveniência com 50 pacientes portadores do vírus da hepatite C (HCV) submetidos ao tratamento com terapia antiviral no Hospital Universitário da UFPel. Os pacientes foram avaliados no pré-tratamento e acompanhados na 4ª e 12ª semana de tratamento, onde foram realizadas as entrevistas e coletas de dados laboratoriais através de prontuários. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UCPel e todos os pacientes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Resultados: Nossos resultados demonstram uma correlação negativa entre os níveis de plaquetas e da transaminase glutâmica oxalacética (TGO) no pré tratamento (r=- 0,294; p=0,036), 4ª semana (r=- 0,383; p=0,006) e 12ª (r=- 0,318; p=0,026), e uma tendência na correlação com a transaminase glutâmica pirúvica (TGP) na 4ª semana de tratamento (r=- 0,269; p=0,059). Conclusão: Há evidências da relação entre o número de plaquetas e a atividade das transaminases, sendo um possível marcador para a avaliação hepática nos pacientes com HCV. Entretanto, nossos dados ainda estão sendo coletados para verificação a associação desta relação com o genótipo do vírus e carga viral. Título: EFEITO HEPATOPROTETOR DA GLUTAMINA EM RATOS SUBMETIDOS A UM MODELO EXPERIMENTAL DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE Temário: Hepatologia Autores: Elizângela Gonçalves Schemitt; Josieli Raskopf Colares; Renata Minuzzo Hartmann; Francielli Licks; Fabiano Moraes Miguel; Cláudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: A Insuficiência Hepática Aguda Grave (IHAG) é uma síndrome que leva ao comprometimento funcional do fígado. A tioacetamida (TAA) é um xenobiótico que causa dano hepático. A Glutamina (L) é um aminoácido envolvido na síntese de glutationa. Objetivo: Avaliar o efeito hepatotóxico da tioacetamida e a utilização de glutamina como um antioxidante. Métodos: Projeto CEUA/HCPA: 12-0116. Foram utilizados 28 ratos wistar (±250g) divididos em 4 grupos: controle (CO), glutamina (G), tioacetamida (TAA), Glutamina + tioacetamida (TAA+G). Foram administradas duas doses de 400 mg/kg de TAA (ip) com um intervalo de oito horas. A glutamina foi administrada na dose de 25 mg/kg (ip) 30 minutos após a última dose de TAA, 24h e 36h após o início do experimento. Após 48 horas, os animais foram anestesiados e mortos, o fígado foi removido para análise de lipoperoxidação (TBARS), atividade das enzimas antioxidantes GST, SOD, CAT e GPx e histologia (HE). A análise estatística foi ANOVA + StudentNewman-Keuls (média±SE) sendo significante P<0,05. Resultados: Houve um aumento nos níveis de TBARS no grupo TAA (0,74±0,04 nmol/mgProt) em relação aos grupos CO (0,33±0,07 nmol/mgProt) e G (0,34±0,06 nmol/mgProt) e uma diminuição no grupo TAA+G (0,43±0,08 nmol/mgProt) (P<0,001). A GST aumentou no grupo TAA (805,63±13,56 nmol/min/mgProt) em relação aos grupos CO (321,48±4,25 nmol/min/mgProt) e G (298,31±5,21 nmol/min/mgProt) e diminuiu no grupo TAA+G (412,68±11,35 nmol/min/mgProt) (P<0,001). A SOD aumentou no grupo TAA (135,80±9,65 USOD/mgProt) em relação aos grupos CO (29,46±6,95 USOD/mgProt) e G (22,36±5,63 USOD/mgProt) e diminuiu no grupo TAA+G (45,99±2,56 USOD/mgProt ) (P<0,01). Uma diminuição de CAT foi observada no grupo TAA (0,13±0,01 pmol/mgProt) em relação ao grupo CO (0,46±0,02 pmol/mgProt) e G (0,43±0,02 pmol/mgProt) e um aumento no grupo TAA+G (0,40±0,01 pmol/mgProt) (P<0,01). A GPx aumentou no grupo TAA (1,52± 0,05 nmol/mgProt) em comparação com os grupos CO (0,59±0,03 nmol/mgProt) e G (0,54±0,04 nmol/mgProt) e diminuiu no grupo TAA+G (0,65±0,03 nmol/mgProt) (P<0,001). A análise histológica do grupo TAA mostrou um desarranjo na arquitetura hepática, necrose e infiltrado inflamatório em relação aos grupos CO e G e redução nestes parâmetros no grupo tratado com glutamina. Conclusão: A TAA provoca alterações nos parâmetros bioquímicos e histológicos. A glutamina demonstrou ter efeitos protetores contra danos no fígado em modelo de IHAG induzida por TAA em ratos. Título: GENOTIPO 1 DA HEPATITE C E DEPRESSÃO MAIOR DURANTE O TRATAMENTO. Temário: Hepatologia Autores: Elza Cristina Miranda da Cunha Bueno; Gabriela Riva Mehringer; Leonardo Zimmermann de Souza; Kattiuce Bataglin Gonçalves; Bruna Brandão de Farias; Aline Solé; Natalia Xavier Carvalho; Mozar Bernin; William Zibetti; Gabriele Cordenonzi Ghisleni; Instituição: UFPEL Resumo: Introdução: Os sintomas depressivos são observados frequentemente em pacientes por ativação dos sistema imune, podendo ser induzido por vários fatores. Pacientes com hepatite C Crônica apresentam frequentemente distúrbios psiquiátricos durante o tratamento e este trabalho tem como objetivo avaliar prospectivamente estes pacientes. <br>Métodos: 50 pacientes foram acompanhados durante 1 ano, foi realizado um questionário estruturado - Mini International Neuropsychiatric Interview,que foi usado para avaliar desordens psiquiatricas no inicio do tratamento , na 4a semana e na 12a semana . Analise estatística: generalized estimating equations e pairwise comparisons with Bonferroni adjustment. <br>Resultados: a prevalência do genótipo 1 foi 42% e a combinação de interferon peguilado e ribavirina foi o tratamento mais prevalente usado (86%). Foi encontrado aumento do risco para depressão na 4a semana (34%), porém não na 12a semana (24%) comparando com os valores no pré tratamento (20%) (p=0.040). Também foi visto diferenças entre a prevalência de depressão e os genótipos da hepatite C com higher odds na 4a semana comparada com o pré tratamento e na 12a semana [OR: 2.1(1.15-2.9); p=0.040]. Pacientes com genótipo 2 e 3 tem significativamente lower odds de depressão comparada com genotipo 1 [OR: 0.3 (0.1-0.9); p=0.030]. <br>Conclusão: Este estudo mostra evidências de associação de maior depressão com o genótipo 1 da hepatite C durante o tratamento . Título: HEPATITE AGUDA MEDICAMENTOSA SUPERPOSTA A HEMOCROMATOSE NÃO-HFE Temário: Hepatologia Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Rafael Sartori Balbinot; Instituição: UCS Resumo: Introdução: A hemocromatose hereditária é uma doença genética que cursa com depósito hepático aumentado de ferro e evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular se não adequadamente tratada. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 39 anos, é admitido no hospital por icterícia de início recente, sem quadro de encefalopatia hepática, com história de uso por curto tempo de mieloxicam, sem uso de álcool. Submetido à laboratoriais, que demonstraram transaminases elevadas ao redor de 40x LSN, fosfatase alcalina e GGT normais, bilirrubinas de 13,2 e TP 67%. Submetido à ecografia abdominal, que demonstrou fígado aumentado de volume. Feitas sorologias virais, negativas. Iniciada investigação para outras etiologias de doença hepática aguda com anti-músculo liso, anti-mitocôndria, FAN e PCR para HCV não reagente, proteinograma, ceruloplasmina e cobre urinário de 24 hs normais. O perfil de ferro mostrou ferritina 14467, ferro sérico de 353 e saturação de transferrina de 75%. Submetido à RM para avaliar depósito hepático, pancreático e cardíaco de ferro, demonstrando somente depósito moderado de ferro hepático. Mutação do gene HFe homozigoto selvagem para C282Y e hetrozigoto para H63D. Mantendo sempre TP acima de 50%, foi submetido à biópsia hepática guiada por ecografia, que demonstrou hepatite aguda ativa com infiltração eosinofílica, depósitos de ferro compatíveis com hemocromatose hereditária e fibrose grau 2 de METAVIR, tendo o diagnóstico de hepatite medicamentosa aguda por mieloxicam sobreposta a hemocromatose hereditária não-HFe. Teve importante melhora clínica com tratamento conservador, iniciado flebotomias com melhora da sobrecarga de ferro. Conclusão: Embora a hemocromatose hereditária não esteja associado a quadro de hepatite aguda, ela pode aumentar o risco de hepatite aguda medicamentosa, e seu tratamento e diagnóstico precoces podem evitar a progressão para cirrose e carcinoma hepatocelular. Título: HEPATOBLASTOMA DE TIPO EPITELIAL-MESENQUIMAL MISTO: RELATO DE CASO E ACHADOS CLÍNICOS E ANATOMOPATOLÓGICOS. Temário: Hepatologia Autores: Eduardo Cambruzzi; Karla Lais Pêgas; Gabriela Perdomo Coral; Geraldo Resin Geyer; Roque Domingos Furian; Suzana Elizabete Lamonatto; Renata Fragomeni; Cristine S Trein; Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE Resumo: Introdução: O Hepatoblastoma (HB) é um raro tumor maligno hepático caracterizado por diferentes padrões celulares. Apresenta uma incidência de 1,5 casos/milhão de indivíduos, e cerca de 85% dos casos são encontrados na infância sob a forma de massa tumoral única no lobo direito. O tipo epitelial-mesenquimal representa aproximadamente 45% dos tipos de HB, e consiste de elementos epiteliais fetais/embrionários em meio a componente mesenquimal. Objetivo: Os autores relatam um caso de hepatoblastoma de tipo epitelial-mesenquimal (HBEM), e discutem os principais achados anatomopatológicos desta neoplasia. Relato de Caso: Paciente masculino, 15 anos, procurou o serviço hospitalar apresentando icterícia, acolia, colúria, emagrecimento e prurido há 30 dias. O paciente não apresentava história patológica pregressa relevante. Ao exame físico, foi identificada uma massa tumoral no hipocôndrio direito. A ressonância magnética de abdome mostrou tumor expansivo acometendo a subtotalidade do lobo direito e os lobos caudado e IVa do lobo esquerdo, com possível invasão da veia hepática esquerda. Os exames laboratoriais mostraram elevação das transaminases, gama-glutamil transferase e bilirrubina total, e alteração das provas de coagulação sanguínea. A biopsia do processo identificou uma neoplasia maligna indiferenciada pleomórfica, com estroma mixóide imaturo. O paciente foi submetido a quimioterapia, hepatectomia total e transplante hepático. O espécime cirúrgico consistiu de fígado pesando 1.542,0g e medindo 20,6x15,3x11,0cm. Aos cortes, predominantemente no lobo direito, estava comprometido por tumor amareloesverdeado, mal delimitado, firme, medindo 12,0cm no maior eixo. À microscopia, foi identificada uma neoplasia maligna indiferenciada de células epitelioides dispostas em ninhos sólidos, de alto índice mitótico, com áreas de necrose, formação de osteóide e zonas mixoides. As células epitelioides revelaram imunoexpressão positiva para CK8, EMA, CD56 e S100, e negatividade para HSA e arginase. As células estromais exibiram positividade para vimentina e actina de músculo liso. O diagnóstico de HBEM foi então estabelecido. O paciente evoluiu com choque hipovolêmico e óbito. Conclusão: HBEM é um raro tumor blastematoso primário do fígado, e seu diagnóstico diferencial inclui o sarcoma embrionário indiferenciado. O tratamento do HBEM consiste em quimioterapia e cirurgia, sendo o estadiamento clínico e o nível sérico de alfa-fetoproteína importantes fatores prognósticos. Título: HIDROTÓRAX HEPÁTICO SEM ASCITE: UMA APRESENTAÇÃO RARA DE UMA COMPLICAÇÃO COMUM. Temário: Hepatologia Autores: Leonardo Zimmermann de Souza; Gabriela Riva Mehringer; Cíntia Scherer; João Gabriel Schmitt; Lysandro Alsina Nader; Elza Cristina da Cunha Bueno; Carolina Ziebel Carpena; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UFPEL Resumo: Introdução: O hidrotórax hepático é definido como uma efusão pleural (geralmente > 500 ml) que se desenvolve em paciente com cirrose hepática e hipertensão portal na ausência de doença cardiopulmonar associada. O derrame pleural costuma aparecer em cerca de 6-10% dos pacientes cirróticos, no entanto esse evento é raro na ausência de ascite. Objetivo: Relatar o caso de um paciente cirrótico por hepatite C com derrame pleural unilateral e sem evidências clínicas ou radiológicas de ascite. Método: Relato de caso Resultados: G.O.S., branco, masculino, 61 anos, cirrótico por hepatite C crônica, CHILD B, internou no Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas com queixa de dor abdominal e hérnia inguinal à esquerda. O paciente não apresentava queixas de dispneia, tosse ou cansaço. Ao exame físico, não apresentava ascite, sem edema de membros inferiores, porém na ausculta respiratória apresentava ausência de murmúrio vesicular à direita. O raio X de tórax evidenciou derrame pleural à direita. Realizou tomografia com volumoso derrame pleural à direita, área cardíaca normal, sem imagem de derrame pericárdico. Foi realizada toracocentese diagnóstica que confirmou transudato, com a relação de proteína pleural/soro: 0,47 (proteína pleural: 3,29 / proteína do soro: 6,92) e de DHL pleural/soro: 0,57 (DHL pleural: 168 / DHL soro: 294). No procedimento foi realizado drenagem de 470 ml de líquido pleural. O paciente realizou ultrassonografia abdominal que não evidenciou líquido ascítico. Foi abordada como terapêutica a otimização do tratamento com medicação diurética, Furosemida 40 mg uma vez ao dia, Espironolactona 100 mg uma vez ao dia e o controle rígido da dieta hipossódica. Durante o acompanhamento radiológico, via ambulatorial, não houve nova formação de líquido pleural. Conclusão: O hidrotórax hepático é uma manifestação de descompensação da hepatopatia crônica, assim como a ascite, a encefalopatia e as varizes de esôfago. Contudo, o mecanismo de seu desenvolvimento ainda não é muito bem explicado. A causa mais provável parece ser a passagem de líquido ascítico da cavidade peritoneal para a cavidade pleural, através de defeitos diafragmáticos. No caso apresentado, o paciente desenvolveu um derrame pleural volumoso, mesmo sem ascite, demonstrando uma rara apresentação de uma complicação comum em hepatite C crônica com cirrose. Título: O PAPEL DA GLUTAMINA NAS LESÕES HEPÁTICAS NO MODELO DE ISQUEMIA E REPERFUSÃO INTESTINAL EM RATOS Temário: Hepatologia Autores: Renata Minuzzo Hartmann; Francielli Licks; Elizângela Gonçalves Schemitt; Josieli Raskopf Colares; Rosa Maria Braga Moura; Juliana da Silva; Gilmara Zabot; Henrique Surubbi Fillmann; Norma Possa Marroni; Instituição: UFRGS Resumo: Introdução: A isquemia e reperfusão intestinal (I/R,) pode causar danos celulares e teciduais ao intestino e em órgãos distantes como o fígado. Alguns agentes agressores estão envolvidos nestes processos, tais como: a geração de radicais livres, o óxido nítrico e a liberação de mediadores inflamatórios. Devido ao envolvimento de radicais livres nas lesões de I/R intestinal, algumas opções terapêuticas antioxidantes estão sendo estudadas e testadas para prevenir ou reduzir as lesões locais e sistêmicas decorrentes da I/R. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos da glutamina na lesão hepática decorrente do modelo experimental de I/R intestinal em ratos. Material e métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar machos, ± 300 g, divididos em quatro grupos: Sham operated (SO), Glutamina + Shamo perated (G+SO), isquemia e reperfusão intestinal (I/R), Glutamina+isquemia e reperfusão intestinal (G+I/R). Os animais foram submetidos à oclusão da artéria mesentérica superior durante 30 minutos seguido por 15 minutos de reperfusão. A glutamina (25 mg/kg/dia) foi administrada 24 e 48 h antes da I/R (projeto aprovado pelo CEP HCPA nº 120241). As lesões hepáticas foram determinadas através da avaliação da lipoperoxidação (LPO) pela técnica das substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), do dano ao DNA (ensaio cometa), dos metabólitos do óxido nítrico (nitritos e nitratos) e da expressão da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) por análise de Western blot. A análise estatística foi utilizado ANOVA seguida por Student-Newman-Keuls (média ± SEM) significativas para p <0,05. Resultados: Os animais do grupo pré-tratado com glutamina mostraram uma redução significativa nos níveis de LPO (SO: 0,16±0,01; G+SO: 0,20±0,02; I/R: 0,45±0,03; G+I/R: 0,24±0,02) e diminuição no índice e frequência de dano ao DNA quando comparados ao grupo I/R. Quanto aos níveis de NO o grupo que recebeu glutamina como pré-tratamento demonstrou uma diminuição significativa dos níveis em comparação ao grupos I/R (SO: 5,4±0,8; G+SO: 6,9±0,8; I/R: 15,6±2,7; G+I/R: 6,1±1,1) da mesma forma ocorreu uma redução na expressão da iNOS (SO: 1,17±0,33; G+SO: 0,86±0,30; I/R: 2,51±0,10; G+I/R: 1,86±0,13) .Conclusão: Estes resultados sugerem que o pré-tratamento com a glutamina reduz as lesões hepáticas induzidas após I/R intestinal em ratos. Título: PERFIL DOS PACIENTES COM HEPATITE CRÔNICA C TRATADOS COM TERAPIA TRIPLA COM TELAPREVIR OU BOCEPREVIR EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO EM HEPATITES NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE Temário: Hepatologia Autores: ADRIANA GONÇALVES DA SILVA MACHADO; ALEXANDRO VAESKEN ALVES; CAROLINE POSSA MARRONI; DAVI ARTHUR STORCK KUHN; EDUARDO EMERIM; KATIA SIMONE CESARIO DE BARROS; MARCUS VINICIUS SILVEIRA OSORIO; MARIA DO CARMO APPEL ZIM; RAFAEL DE OLIVEIRA NOGUEIRA; ROSANI TESSER; DENISE GIRARDI; ANGELA RUSCHEL; ALEXANDRE AULER; Instituição: Resumo: Introdução: O tratamento da hepatite C crônica (HCV) com boceprevir (BOC) ou telaprevir (TVR) associados a interferon peguilado e ribavirina (PR) tem mostrado taxas mais altas de resposta virológica sustentada (RVS) quando comparadas ao uso de PR. Objetivo: Avaliar o perfil dos pacientes com HCV submetidos à terapia tripla. Métodos: O estudo analisou 92 pacientes atendidos no Serviço de Atendimento Especializado em Hepatites Virais da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, os quais iniciaram tratamento com terapia tripla. Foram incluídos pacientes com HCV genótipo 1, monoinfectados, com fibrose hepática F3 e F4 (Child A), F2 em biópsia realizada há mais de 3 anos ou com manifestações extra-hepáticas do vírus C. Resultados: Dos 92 pacientes, 53% eram homens. A média de idade foi 55 anos. Os graus de fibrose encontrados foram 46,7% F4, 48,9% F3 e 4,3% F2. Pacientes naives foram 65,6%. Dos pacientes experimentados, 51,6% eram não respondedores, 38,7% recidivantes e 9,7% respondedores parciais. A carga viral pré-tratamento foi maior que 600.000UI/mL em 72,8% dos pacientes. Foi verificada a genotipagem da IL28B em 45 pacientes, com a seguinte distribuição: 20,0% CC, 64,4% CT e 15,6% TT. O TVR foi prescrito em 63% dos casos. Terapia de suporte foi utilizada em 62,0% dos pacientes (eritropoetina: 59,8%; filgrastima: 7,6%; ambos: 5,4%); houve redução de dose de RBV em 50,0% e PEG-IFN em 7,6%; HTF foi necessária em 10,9%, e em 50% dos pacientes houve associação de 2 ou mais dessas estratégias. O tratamento foi interrompido por efeitos adversos graves em 14,1% dos pacientes; desses, 30,8% por anemia; 23,1% por rash cutâneo; 7,7% por pneumonia associada à insuficiência cardíaca; 7,7% por anemia associada à insuficiência renal aguda; 7,7% por descompensação da cirrose; 7,7% por plaquetopenia; 7,7% por encefalopatia, e houve 1 óbito por infarto agudo do miocárdio. Ocorreram 2 abandonos de tratamento (2,2%) e 11 falhas virológicas (12%). Observou-se RVS em 66,7% dos pacientes até o presente momento do estudo. Conclusão: O perfil dos pacientes foi predominantemente F4, com carga viral alta, IL28B CT, naives, sendo prescrito mais comumente telaprevir. Os efeitos adversos com terapia tripla foram frequentes e de intensidade moderada a grave. A taxa de RVS obtida nos pacientes foi semelhante à observada em estudos de coorte e menor do que as observadas em estudos de registro. Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE A NO RIO GRANDE DO SUL Temário: Hepatologia Autores: Danielle Pinheiro Müller; Ivone Castro Soares; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra Ramos; Henrique Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição; Instituição: Resumo: A hepatite A é uma doença causada por vírus de mesmo nome e que geralmente é de resolução espontânea e cuja transmissão é fecal-oral. A mortalidade, causada pela hepatite A fulminante, é rara. Esse agravo está relacionado às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Os casos notificados de hepatite A no RS em uma série histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em 2007 foram notificados 292 casos, coeficiente de detecção (casos por 100.00 habitantes) de 2,64; em 2008 foram notificados 358 casos, coeficiente de detecção de 3,3; em 2009 foram notificados 566 casos, coeficiente de detecção de 5,19; em 2010 foram notificados 861 casos, coeficiente de detecção de 8,05; em 2011 foram notificados 380 casos, coeficiente de detecção de 3,55; em 2012 foram notificados 260 casos, coeficiente de detecção de 2,41; em 2013 foram notificados 165 casos, coeficiente de detecção de 1,53 e em 2014 foram notificados 100 casos, coeficiente de detecção de 0,92 (dados de 2014 ainda parciais). As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2014 foram de 5 a 14 anos, o que pode ser explicado pelo modo de transmissão relacionado à higiene pessoal não eficaz. De 2007 a 2012 houve preponderância do sexo masculino, variando de 51 a 59%; em 2013 houve um leve predomínio do sexo feminino (51%) e em 2014 ambos os sexos apresentaram a mesma representatividade. A imunidade é duradoura e específica e pode ser adquirida pela infecção com o vírus ou pela vacina, sendo indistinguíveis ao perfil sorológico. A vacina de hepatite A passou a fazer parte do calendário básico de vacinação infantil do Brasil em julho de 2014, sendo recomendada dose única para crianças de 1 ano a 2 anos incompletos. A cobertura vacinal de 2014 foi de 127,80%, o que demonstra uma excelente adesão, com a vacinação de 88.780 crianças. Acreditamos que com a melhoria do saneamento e a instituição da vacinação para crianças ocorrerá um decréscimo importante da incidência de hepatite A no RS nos próximos anos. A conscientização de adequados hábitos de cuidados pessoais e de higiene constituem as melhores maneiras de controle desse agravo. Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE B NO RIO GRANDE DO SUL Temário: Hepatologia Autores: Danielle Pinheiro Müller; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra Ramos; Henrique Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição; Instituição: Resumo: É estimado que 2 bilhões de pessoas no mundo estejam infectadas pelo vírus da hepatite B (VHB) e que mais de 350 milhões de pessoas tenham infecções crônicas por toda a vida. Sua transmissão pode ocorrer pelo sangue (via parenteral, percutânea e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual). Todos os serviços de saúde são orientados a notificar os casos de hepatites virais (notificação compulsória) no banco de dados do MS chamado SINAN. Os casos notificados de hepatite B no RS em uma série histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em 2007 foram notificados 1.119 casos, coeficiente de detecção (casos por 100.00 habitantes) de 10,10; em 2008 foram notificados 1.292 casos, coeficiente de detecção de 11,90; em 2009 foram notificados 1.241 casos, coeficiente de detecção de 11,37; em 2010 foram notificados 1.249 casos, coeficiente de detecção de 11,68; em 2011 foram notificados 1.380 casos, coeficiente de detecção de 12,90; em 2012 foram notificados 1.483 casos, coeficiente de detecção de 13,77; em 2013 foram notificados 1.630 casos, coeficiente de detecção de 15,13 e em 2014 foram notificados 1.763 casos, coeficiente de detecção de 16,37 (dados de 2014 ainda parciais). Casos de coinfecções com HIV/Aids: em 2007-63 casos, em 2008- 66 casos, em 2009-96 casos, em 2010-78 casos, em 2011-72 casos, em 2012-94 casos, em 2013-90 casos e em 2014-129 casos. As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2010 foram de 20 a 49 anos e entre 2011 e 2014 foram de 30 a 59 anos. Em todos os anos houve preponderância do sexo masculino, variando de 54 a 57%. Quanto às fontes de infecção, em todos os anos a mais relevante foi a sexual. A 2ª fonte de infecção mais referida foi a vertical nos anos de 2008, 2010, 2011, 2012 e 2014, a dentária em 2007 e 2009 e a cirúrgica em 2013. Infelizmente muitos casos notificados têm essa informação ignorada. Observamos um acréscimo no número de casos de hepatite B no RS nos últimos anos. As faixas etárias mais acometidas também se deslocaram (de 20 a 49 anos para 30 a 59 anos). A via sexual permanece a mais relevante, seguida da vertical, apesar das medidas de vacinação para hepatite B e imunoglobulina para os recém-nascidos conferirem proteção contra essa transmissão. Isso nos leva a crer que a detecção no pré-natal não está adequada. A preponderância do sexo masculino é leve, mas consistente. E a coinfecção com HIV provavelmente deve ser bem maior do que a notificada, pois os modos de transmissão dos dois agravos são os mesmos. Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE C NO RIO GRANDE DO SUL Temário: Hepatologia Autores: Danielle Pinheiro Müller; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra Ramos; Henrique Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição; Instituição: Resumo: A hepatite C é uma doença causada pelo vírus com mesmo nome, que se transmite principalmente por contato parenteral, mas também por exposição sexual. A transmissão vertical também é uma possibilidade, geralmente no momento do parto. A hepatite C pode ser considerada aguda se ocorrer até 6 meses após a exposição ao vírus. Para muitas pessoas a infecção aguda evolui para crônica, podendo levar a complicações severas e até fatais. Os casos notificados de hepatite C no RS em uma série histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em 2007 foram notificados 1.248 casos, coeficiente de detecção (casos por 100.00 habitantes) de 11,26; em 2008 foram notificados 1.429 casos, coeficiente de detecção de 13,16; em 2009 foram notificados 1.297 casos, coeficiente de detecção de 11,88; em 2010 foram notificados 1.546 casos, coeficiente de detecção de 14,46; em 2011 foram notificados 1.309 casos, coeficiente de detecção de 12,24; em 2012 foram notificados 1.427 casos, coeficiente de detecção de 13,24; em 2013 foram notificados 2.141 casos, coeficiente de detecção de 19,87 e em 2014 foram notificados 2.344 casos, coeficiente de detecção de 21,76 (dados de 2014 ainda parciais). Casos de coinfecções com HIV/Aids: em 2007-223 casos, em 2008-198 casos, em 2009-183 casos, em 2010-219 casos, em 2011-201 casos, em 2012-195 casos, em 2013-264 casos e em 2014-302 casos. As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2013 foram de 30 a 59 anos e em 2014 foi de 40 a 69 anos. Em todos os anos houve preponderância do sexo masculino, variando de 52 a 57%. Quanto às fontes de infecção, em todos os anos as mais referidas foram a transmissão por transfusão sanguínea e a transmissão por uso de drogas. Infelizmente muitos casos notificados têm essa informação ignorada. Observamos um acréscimo do número de casos de hepatite C no RS e no número de pacientes coinfectados com HIV também. A via de transmissão transfusional foi a mais referida; só em 1993 se iniciou a triagem para hepatite C nos bancos de sangue e ainda hoje portadores crônicos de hepatite C são diagnosticados. A segunda via de transmissão mais notificada foi por uso de drogas, o que se relaciona diretamente com a transmissão do HIV. A preponderância do sexo masculino é leve, mas consistente. Título: PERFIL MICROBIOLÓGICO E DE RESISTÊNCIA BACTERIANA DAS PERITONITES BACTERIANAS ESPONTÂNEAS DO HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL Temário: Hepatologia Autores: Jonathan Soldera; Fernanda Knob Caldieraro; Laís Bender Luz; Stela Scaglioni Marini; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Andreza Gautério Cavalcanti; Instituição: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL Resumo: A peritonite bacteriana espontânea é uma das infecções mais freqüentes nos pacientes cirróticos. A pronta instituição de tratamento, na suspeita desta patologia, modifica drasticamente a sobrevida destes pacientes. O estudo objetiva traçar o perfil microbiológico e de resistência bacteriana das PBEs dos pacientes cirróticos do Hospital Geral, analisando a incidência de germes multirresistentes. Estudo transversal, retrospectivo, descritivo, feito no Hospital Geral de Caxias do Sul, através da análise de prontuários de pacientes submetidos à paracentese. Foram coletadas 521 amostras de LA entre dezembro de 2010 a dezembro de 2013 e realizada revisão dos prontuários dos pacientes arrolados para posterior análise. Incluiram-se amostras de pacientes maiores de 18 anos e com diagnóstico de cirrose prévio ou feito na internação. Excluíram-se portadores de ascite por outra patologia, com análises compatíveis com peritonite bacteriana secundária e aquelas com contagem diferencial de células prejudicada ou sem cultura coletada. O diagnóstico de cirrose foi estabelecido pela presença de alterações sugestivas em exames de imagem, endoscopia digestiva alta, alterações laboratoriais ou anatomopatológico. Para cada amostra analisou-se a bactéria isolada, seu perfil de resistência e dados demográficos do paciente. Das 41 rotinas com PBE, 51,2 % apresentou cultura positiva. BGN perfiseram 57,1% das culturas positivas, E. coli em 28,5%, Klebsiela em 14,2%. Cocos gram positivos correspoderam a 38% e destes o mais incidente foi o enterococcus 23,8%, seguido do estreptococo 9,5%. Conclui-se que a incidência de culturas positivas nas PBEs do Hospital Geral fica acima da média encontrada em outros estudos (em torno de 20%), provavelmente por sempre utilizarmos material especial para inoculação do líquido que será posteriormente enviado para a cultura. O perfil microbiológico é parcialmente condizente com outros relatos, sendo a E. coli o germe mais incidente nas culturas, não apresentando um perfil de multirresistência. Porém, a instituição apresenta uma elevada percentagem de Enterococcus sp., uma bactéria com um perfil de sensibilidade mais restrito. Após a demonstração destes dados, o serviço do Hospital Geral de Caxias do Sul iniciou a adaptação do tratamento de PBE com o intuito de iniciar, no tratamento empírico destes pacientes, cobertura para germes Gram positivos. Título: QUIMIOEMBOLIZAÇÃO NO TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA SUSTENTADA ASSOCIADA AO CARCINOMA HEPATOCELULAR AVANÇADO Temário: Hepatologia Autores: Pedro Matheus Damiani Ferrarin; Bruno Galperim; Eduardo Ferreira Medronha; Pablo Thiago Rodrigues Gonçalves; Franciele Sabadin Bertol; Rafael da Veiga Chaves Picon; Instituição: GHC Resumo: Introdução: A hipoglicemia é uma manifestação paraneoplássica conhecida de hepatocarcinoma, entretanto, a apresentação clínica como primeira manifestação de doença é extremamente rara. Até o presente momento, não há tratamento definitivo estabelecido. Objetivo: Relatar o caso clínico de um paciente onde foi utilizada quimioembolização para tratamento da hipoglicemia relacionada ao hepatocarcinoma, com satisfatório e prolongado controle dos sintomas. Relato do caso: Homem de 55 anos de idade com episódios recorrentes de confusão mental, eventualmente com perda de consciência, com sudorese e mal-estar, revertidos com ingestão de alimentos ou administração endovenosa de glicose. Referia não ter doenças, não fazia uso de medicamentos e familiares relatam uso aproximado de 250 mg de etanol por semana. Ao exame físico, apresentava circulação colateral abdominal, hepatomegalia, esplenomegalia, edema periférico e ascite. Laboratoriais: AST 71, BT 0.97, BD 0.5, 55.000 plaquetas, albumina 3.2, glicemia de 34, insulina 0.41 (normal 2.6 – 24.9), e alfafetoproteína de 30.918. TC mostrava fígado com dimensões aumentadas, bordos rombos, contornos irregulares, densidade difusamente heterogênea, às custas de múltiplas lesões nodulares, a maioria com realce pelo contraste e wash-out nas fases tardias, formando um conglomerado que acometia quase totalmente o lobo direito. Havia lesões também no lobo esquerdo e sinais de trombose do segmento posterior do ramo direito da porta e da veia hepática direita. Após uso ineficaz de corticóide e infusão contínua de glicose via SNE durante o período noturno e compensação clínica, foi submetido a quimioembolização, com cateterização seletiva da artéria hepática direita e uso de partículas de PVA e 50 mg de doxorrubicina, até obstrução subtotal do fluxo arterial. TC 30 dias após evidenciou necrose no lobo direito e alfafetoproteína reduziu para 20.018. Paciente permanece sem sintomas de hipoglicemia, sem necessidade freqüente de atendimento médico e com substancial melhora na sua qualidade de vida, três meses após o procedimento. Conclusão: A quimioembolização, em casos selecionados, pode ser utilizada visando citorredução para tratamento de hipoglicemia severa associada ao hepatocarcinoma.