INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FUNORTE/SOEBRAS ROBERTA CORREIA MONTE EFICÁCIA DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA E SEU USO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL MANAUS 2014 ROBERTA CORREIA MONTE EFICÁCIA DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA E SEU USO COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL Monografia apresentada ao Programa de Especialização em Endodontia do ICS FUNORTE SOEBRÁS NÚCLEO MANAUS, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof. Felipe Negrão da Silva MANAUS 2014 MONTE, Roberta Correia Eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso como medicação intracanal/Roberta Correia Monte – Manaus: Instituto de Ciências da Saúde - FUNORTE SOEBRÁS. Ano de conclusão. 36p. : il. Color. Orientador: Felipe Negrão da Silva 1. Clorexidina. 2. Medicação Intracanal. 3. Solução Irrigadora. I. Da Silva, Felipe Negrão. II. Instituto de Ciências da Saúde – FUNORTE SOEBRÁS. Especialização em Endodontia, 2014. III. Eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso como medicação intracanal. Dedico este trabalho a minha mãe, que sempre manteve o meu incentivo ao estudo e nunca me deixou desistir, mas sempre persistir em tudo na vida. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pela chama do Espírito Santo que nunca se apagou dentro de mim, e que me faz acreditar que nada é impossível se realmente acreditamos. Agradeço a meus pais, pelo dom da vida e pelas grandes oportunidades que me foram oferecidas, apesar das dificuldades passadas pela vida. Também agradeço ao meu namorado, Stenislaw D’avila, e meus irmãos Rommel e Roosevelt Monte, pelo carinho e apoio dado em toda a jornada. Também a um amigo muito especial que, em um grande momento de estresse e ansiedade que a monografia proporcionou, me ajudou com o seu dom da música, muito obrigada, Vinícius Massolar. Gostaria de agradecer também aos colegas da turma, pela troca de experiência e pelos bons momentos que passamos juntos, seja em peixaria, no shopping ou mesmo no barco. Finalmente, agradecer aos professores, grandes mestres do saber, por terem dedicado seus tempos a nos ensinar a cuidar da saúde de tantas pessoas que necessitam. ―O segredo de qualquer conquista é a coisa mais simples do mundo: saber o que fazer com ela.‖ Desconhecido RESUMO Atualmente, muitas substâncias têm sido utilizadas durante e após o preparo químicomecânico dos canais radiculares, afim de que se obtenha a melhor sanificação, ou melhor resultado antimicrobiano. Dentre essas substâncias, a clorexidina apresenta propriedades satisfatórias, e alta substantividade, proporcionando bons resultados quando utilizada como solução auxiliar no tratamento ou como medicação intracanal entre sessões. Uma das principais características da clorexidina é sua ação contra a bactéria Enterococcus faecalis e também o S. mutans, mostrando-se uma solução bastante viável nos casos de recidiva. E ainda, alguns autores acreditam que ela não seja a solução irrigadora ideal para o tratamento endodôntico. Outros ainda enfatizam seu uso somente como irrigante final devido a sua melhor propriedade, a substantividade, tornando-a assim uma solução auxiliar no tratamento. Em frente a estes questionamentos, este trabalho de conclusão de curso visa analisar, baseado em uma revisão de literatura, a eficácia da clorexidina como solução irrigadora auxiliar e seu uso como medicação intracanal no tratamento endodôntico. Conclusão: devido a sua propriedade de substantividade, a clorexidina pode ser utilizada como solução irrigadora, além de ser considerado um bom irrigante final; além disso, a forma em gel parece ser mais eficaz que a forma líquida. Pode ser usada também como medicação intracanal devido a sua propriedade antimicrobiana, porém outros estudos serão necessários para se ter uma conclusão plausível; e quando associada ao hidróxido de cálcio, permanece com suas propriedades inalteradas. Palavras-chave: Clorexidina. Solução irrigadora. Medicação intracanal. Tratamento endodôntico. ABSTRACT Currently, many substances have been used during and after chemo-mechanical preparation of root canals, so that to obtain the best sanitizing or antimicrobial better result. Among these substances, chlorhexidine has satisfactory properties, and high substantivity, providing good results when used as an adjunct treatment or as intracanal medication between sessions solution. One of the main characteristics of chlorhexidine is its action against Enterococcus faecalis also the S. mutans bacteria, being a very viable solution in cases of relapse. And yet, some authors believe that it is not the ideal irrigation solution for endodontic treatment. Still others emphasize its use only as a final irrigant due to its best property, substantivity, thus making it an auxiliary in the treatment solution. Opposite these questions, this course conclusion work aims to analyze, based on a literature review, the effectiveness of chlorhexidine as an auxiliary and its use as an intracanal medication in endodontic treatment irrigating solution. Conclusions: because of its property of substantivity, chlorhexidine can be used as irrigating solution, besides being a good end irrigant; Furthermore, the gel form to be more effective than the liquid form. Can also be used as intracanal medication due to its antimicrobial property, but other studies will be necessary to have a plausible conclusion; when combined with calcium hydroxide, remains unchanged with their properties. Keywords: Chlorexidine. Irrigator solution. Intracanal medicament. Endodontic tratament. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Estrutura molecular do digluconato de clorexidina.................................................16 Figura 2 – Clorexidina em gel a 2%.........................................................................................17 Figura 3 – Clorexidina líquida a 2%.........................................................................................17 LISTA DE ABREVIATURAS Et al. – e outros; ATPase. – Adenosina Trifosfatase; BHI. – Brain Heart Infusion; NY – Nova York; Sclx - Solução de gluconato de clorexidina a 2,0%; Gclx – gel de gluconato de clrexidina a 2,0%; SclzEDTA – solução de gluconato de clorexidina 2,0% associado à EDTA a 17%; GclxEDTA – gel de gluconato de clorexidina a 2,0% associado a EDTA a 17% EDTA. – Ácido etilenodiaminotetracético; CHX. – Clorexidina; MCLV - Microscopia confocal a laser de varredura; PMCC. – Paramonoclorofenol canforado; CIM. – Concentrações inibitórias mínimas; CBM. – Concentrações bactericidas mínimas; MRC. – Média reforçada clostridiana; MTAD. – uma mistura de tetraciclina isomérica, ácido e detergente; SAB. – Sérum de albumina bovina; RCP. – Reação em cadeia da polimerase; PD. – Penetração desinfetante; MEV. – Microscopia eletrônica de varredura; UFC’s. –Unidades formadoras de colônias; LISTA DE SÍMBOLOS % - porcentagem; h – horas; mL. – mililitro; ºC – graus Celsius; < - menor; mm² - milímetros quadrados; NaCl – Cloreto de Sódio; s – segundos; min – minutos; mm – milímetros; Kgf – quilograma-força; NaOCl. – Hipoclorito de Sódio; = - igual; Ca(OH)². – Hidróxido de Cálcio; μM – micrometro; SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 12 2 PROPOSIÇÃO ................................................................................................................................. 14 3 REVISÃO DE LITERATURA: ...................................................................................................... 15 3.1 Histórico ...................................................................................................................................... 15 3.2 Uso da clorexidina como solução irrigadora ............................................................................... 17 3.3 Uso da clorexidina como medicação intracanal .......................................................................... 22 4 DISCUSSÃO ................................................................................................................................ 29 5 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 32 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 33 12 1 INTRODUÇÃO O sucesso do tratamento endodôntico depende de etapas fundamentais, que se definem com técnicas de instrumentação, irrigação, e em alguns casos se faz necessário o uso de medicação intracanal. (Mohammadi, 2009). A instrumentação mecânica por si só não atinge o objetivo principal, devendo a irrigação (do sistema de canais radiculares) ser auxiliar, fazendo a sanificação e desinfecção de resíduos orgânicos e inorgânicos. Há uma grande diversidade na anatomia dos canais radiculares, o que dificulta o acesso de instrumentos de realizarem a ação mecânica esperada. Quando não há uma irrigação eficaz, as bactérias e outros resíduos orgânicos que ficam em região de istmo, podem proliferar-se nessas regiões e causar insucesso no tratamento. (FERRAZ, 2001) As soluções irrigadoras devem ter requisitos mínimos essenciais para que se adequem ao correto tratamento endodôntico; dentre as propriedades, destacam-se: tensão superficial, baixa toxicidade, substantividade e atividade antimicrobiana e solvente (Pretel, 2011). Atualmente, os materiais que mais se enquadram nessas propriedades são a clorexidina e o hipoclorito de sódio, além do EDTA (ácido etilenodiaminotetracético), que é capaz de remover o smear layer, atuando somente sobre tecidos inorgânicos. (QUEIROZ, 2007) Todavia, a eficácia desses produtos também depende da vulnerabilidade de envolver as espécies. Bactérias anaeróbicas, especialmente as gram-negativas pigmentadas, têm sido ligadas para os sinais e sintomas da doença endodôntica, mas as bactérias facultativas como o Enterococcus faecalis têm sido isoladas a partir da patologia do sistema de canais, sendo considerada uma das mais resistentes espécies, na cavidade oral, e uma possível causa de falha do tratamento do canal radicular. (Gomes, 2001) Segundo Maia Filho (2008), Nacif e Alves (2010), Enterococcus são cocos fermentativos, não esporulados, facultativamente anaeróbios, Gram-positivos, sendo assim, raramente encontrados nos casos de infecções primárias, mas em casos de retratamento é a espécie predominante, chegando a representar de 38% a 70% da microbiota nesses casos. Isto pode ser explicado pela sua capacidade de suportar prolongados períodos com limitação de nutrientes, permitindo que persista como um patógeno no interior do canal radicular. (SOUZA, 2001) 13 Estudos como os de Atila (2013) e Delgado (2010) indicam que a clorexidina tem emergido como uma medicação intracanal devido seu grande espectro antimicrobiano, sua habilidade de manter ação antibacteriana por uma duração prolongada quando aderido a substratos aniônicos, e sua liberação lenta enquanto sua concentração diminui. Logo, tendo em vista que o preparo biomecânico e as soluções irrigadoras não são suficientes para combater todos os microrganismos presentes no canal radicular infectado, a medicação intracanal tem sido utilizada como um recurso auxiliar no tratamento endodôntico (Maia Filho, 2008), além de favorecer o reparo tecidual periapical em casos de necrose pulpar, onde se observa elevada virulência. (SIQUEIRA JR. et al., 1997). 14 2 PROPOSIÇÃO Analisar eficácia da clorexidina como solução irrigadora e seu uso como medicação intracanal através de uma revisão de literatura. 15 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 HISTÓRICO A clorexidina foi sintetizada nos anos 40 e introduzida no mercado, em 1954, como um antisséptico para ferimentos na pele por Davies et al. (BAMBACE, 2003; SEGUNDO ET AL., 2007; ZANNATTA, 2007; ESTRELA, 2009; MOHAMMIDE, 2009). Seu uso na odontologia foi descrito como a solução alcóolica de clorexidina, que surgiu como desinfetante de campo cirúrgico e de canais radiculares por Cawson e Curson, em meados de 1959. Logo após, em meados de 1970, foi testada clinicamente por Löe e Schiott, onde foi observada a redução do número de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos na saliva em 80-90%. Segundo tais estudos, com uso prolongado da clorexidina, o número de microrganismos salivares, aeróbicos e anaeróbicos, diminuiu de 50 a 90% e nenhum crescimento de bactérias entéricas ou leveduras foi encontrado. (SEGUNDO et al. 2006; ESTRELA 2009; HORTENSE 2010; ZANATTA 2007.) Sua estrutura molecular é formada por um agente catiônico - grupo biguanida; 4clorofenil radical (Segundo et al. 2006; Estrela 2009; Mohammide 2009). Ela se caracteriza por ser um detergente catiônico, disponível nas formas de acetato, hidrocloreto e digluconato, sendo este último, o sal mais comumente empregado em fórmulas e produtos. Essa natureza catiônica do composto promove conexão com o grupo aniônico na superfície bacteriana (grupos fosfatos), presumivelmente por difusão passiva, sendo capaz de alterar sua integridade. Uma concentração apropriada de clorexidina altera a permeabilidade da membrana citoplasmática, promove precipitação de proteínas o que altera o balanço osmótico da célula, interfere no metabolismo, crescimento e divisão celular, inibe a enzima ATPase e o processo anaeróbio (Estrela 2009; Mohammide 2009), o que poderia inibir o crescimento de E. faecalis (FILHO 2011). Figura 1: Estrutura molecular do digluconato de clorexidina Fonte: http://www.esteriplas.net/images/clorexidina.png 16 Suas principais propriedades são a substantividade, isto é, seu tempo de permanência é prolongado, e a sua ação antimicrobiana. Isso se deve pela sua natureza dicatiônica. Assim, uma extremidade catiônica da molécula se prende à película, que apresenta carga negativa, e a outra extremidade catiônica fica livre para interagir com bactérias que buscam colonizar o dente. Desta forma, ela exercerá uma ação bactericida inicial imediatamente depois do bochecho, combinada com uma ação bacteriostática prolongada (ZANATTA, 2007). A clorexidina é encontrada em variadas formas, como em spray, líquida, em gel, até mesmo em goma de mascar; porém, seu uso na endodontia limita-se à forma líquida e gel, em variadas concentrações (HORTENSE 2010). Figura 2: Clorexidina em gel a 2% Fonte:http://www.biodinamica.com.br/uploads/produtos/clorexoral_gel.jpg Figura 3: Clorexidina líquida a 2% Fonte:http://www.dentalmaster.com.br/arquivos/ids/155277_10/clorhexidina-100ml-1.gif 17 3.2 USO DA CLOREXIDINA COMO SOLUÇÃO IRRIGADORA White et al. (1997) instrumentaram dentes humanos usando clorexidina a 2% ou 0,12% como irrigantes. Depois de instrumentados, os canais radiculares foram preenchidos com água esterilizada, e amostras dos fluidos dos canais radiculares foram absorvidos com pontas de papel em 6, 12, 24, 48 e 72 horas após tratamento. As pontas de papel foram ensaiadas para atividade antimicrobiana para colocação deles em placas com superfícies em ágar, inoculados com Streptococcus mutans e mensurando zonas de inibição. Atividades antimicrobianas estiveram presentes em todos os dentes tratados com clorexidina a 2% após as 72h do período teste e em mais dentes, em relativamente baixas concentrações, de 6 a 24h após irrigação com clorexidina a 0,12%. Esses resultados indicaram que a clorexidina infunde atividade antimicrobiana substantiva quando usada como um irrigante endodôntico. Gomes et al. (2001) avaliaram, in vitro, a eficácia de várias concentrações de hipoclorito de sódio (NaOCl) (0,5%, 1%, 2.5%, 4% e 5.25%) e duas formas de gluconato de clorexidina (gel e líquida) em três concentrações (0.2%, 1% e 2%) na eliminação de E. faecalis. Eles realizaram um teste de diluição em caldo utilizando placas de 24 cavidades de cultura celular, e o tempo necessário para as soluções irrigadoras, para eliminar as células bacterianas, foi gravado. Isoladas por 24horas, as colônias puras de E. faecalis cresceram em 10% em sangue de ovelha com adição do Brain Heart Infusion (BHI), em placas de ágar, que foram suspensos na solução de NaCl a 0.85%. As células suspensas foram ajustadas espectrofotometricamente para calcular a turbidez na escala de McFarland a 0.5. Um mililitro de cada substância testada foi colocado no fundo dos poços de 24 células-poço de placas de cultura (Corning, NY), incluindo o grupo de controle (com solução salina estéril). Seis poços foram usados para cada período e irrigante de concentração. Dois mL de suspensão bacteriana foram ultrassonicamente misturadas por 10s com irrigantes e colocadas no contato com eles por 10, 30 e 45s; 1, 3, 5, 10, 20 e 30min; e 1 e 2 horas. Depois, a cada período de tempo, 1mL de cada poço foi transferido para tubos contendo 2mL de preparado BHI + neutralizantes na ordem de prevenir uma ação residual para os irrigantes. Todos os tubos foram incubados a 37°C por 7 dias. Os tubos considerados com crescimento positivo foram os que apresentaram média turbidez durante o período de incubação. Os dados foram analisados estatisticamente pelo método Kruskal-Wallis, com o nível de significância sendo P<0.05. Todos os irrigantes foram efetivos contra E. faecalis, mas em tempos diferentes. A clorexidina na forma líquida, em todas as concentrações testadas (0.2%, 1% e 2%) e NaOCl (5,25%) foram os irrigantes 18 mais efetivos. Porém, o tempo requerido pela clorexidina líquida a 0.2% e clorexidina gel para promover culturas negativas foi somente de 30s e 1min, respectivamente. Ferraz et al. (2001) avaliaram o gluconato de clorexidina gel como irrigante endodôntico, comparando-o com gluconato de CHX líquida a 2% e NaOCl a 5,25%. Primeiro, a capacidade de clorexidina gel para desinfetar canais radiculares contaminados in vitro com Enterococcus faecalis foi investigada. A digitalização microscópica eletrônica também foi usada para avaliar a sua capacidade de limpeza em comparação com irrigantes vulgarmente utilizados, tais como o hipoclorito de sódio e gluconato de clorexidina líquida. Os resultados indicaram que o gel de clorexidina produziu uma superfície no canal radicular mais limpa e tinha capacidade antimicrobiana comparável como a obtida com a outras soluções testadas. Concluiu-se que gluconato de clorexidina na forma de gel tem potencial para ser usado como irrigante endodôntico. Bevilacaqua et al. (2006) retrataram a importância do uso da clorexidina associada a procedimentos mecânicos, no tratamento de infecções dos canais radiculares, através de revisão de literatura. Concluíram que a clorexidina 2,0 %, tanto gel quanto líquida, é capaz de criar maior inibição de microrganismos que o hipoclorito em concentrações equivalentes, sendo mais eficaz e atóxica. A clorexidina possui substantividade elevada e baixa tensão superficial, que são vantagens em relação ao hipoclorito de sódio. A clorexidina pode ser uma alternativa no tratamento de infecções endodônticas. Queiroz (2007) avaliou a influência de diferentes irrigantes endodônticos na resistência coesiva e flexural da dentina radicular. Cem raízes de incisivos bovinos foram selecionadas, instrumentadas e divididas aleatoriamente em 10 grupos experimentais (n=10), de acordo com a substância irrigadora utilizada: Controle – solução fisiológica, N1 – hipoclorito de sódio a 1,0%; N5 – hipoclorito de sódio a 5,25%; N1 EDTA – hipoclorito de sódio a 1,0% associado à EDTA a 17%; N5 EDTA – hipoclorito de sódio a 5,25% associado à EDTA a 17%; Sclx – solução de gluconato de clorexidina a 2,0%; Gclx – gel de gluconato de clrexidina a 2,0%; Sclz EDTA – solução de gluconato de clorexidina 2,0% associado à EDTA a 17%; Gclx EDTA – gel de gluconato de clorexidina a 2,0% associado a EDTA a 17% e EDTA – EDTA a 17%. As raízes foram axialmente seccionadas em duas metades. Uma metade foi utilizada para ensaio de microtração, da qual foram obtidas seis fatias de 1,0mm de espessura que receberam constrições na face externa, determinando área de teste de 1mm². A outra metade foi utilizada no ensaio de flexão de 3-pontos, da qual foi extraída uma barra de dentina com dimensões de 1x1x12mm. Cada amostra permaneceu duas horas em contato com a substância irrigante endodôntica com exceção do EDTA, que atuou por cinco minutos. Após 19 o tratamento com os irrigantes, procedeu-se a lavagem com água destilada, e em seguida executados os ensaios mecânicos. Foram utilizados dispositivos específicos para cada ensaio, acoplados à máquina de ensaio mecânico, utilizando célula de carga de 20Kgf, com velocidade de 0,5mm/minuto até a fratura da amostra. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey. Verificou-se redução significativa na resistência máxima coesiva e flexural apenas para os grupos que empregaram o hipoclorito de sódio independente da concentração e associação com outra substância, diferindo estatisticamente do grupo controle. O uso de clorexidina e EDTA isoladamente não alterou as propriedades mecânicas da dentina radicular. Monteiro et al. (2009) realizaram uma revisão de literatura comparando a ação do gluconato de clorexidina com a do hipoclorito de sódio como substâncias químicas nos tratamentos de canais. Eles concluíram que o hipoclorito de sódio continua sendo a substância mais utilizada em endodontia; ambas as soluções apresentam efeito antibacteriano, porém com mecanismos de ação diferentes; a dissolução tecidual da solução de hipoclorito de sódio a 5,25% é muito maior do que a 0,5%,sendo que a clorexidina não apresenta esta propriedade em nenhuma concentração; a concentração de hipoclorito de sódio a 5,25% é muito tóxica e irritante tecidual, quando comparada à solução de hipoclorito de sódio a 0,5% e as clorexidinas; as concentrações baixas de hipoclorito de sódio, como 0,5% apesar de biocompatíveis são instáveis, perdendo rapidamente o teor de cloro ativo, fato que não ocorre com as clorexidinas; as soluções de hipoclorito de sódio independentemente da concentração não removem a camada residual de magma; as clorexidinas têm potencial para serem utilizadas como substâncias químicas auxiliares, devido a sua baixa toxicidade e grande efeito antibacteriano. Mohammadi (2009) relatou que microrganismos e seus produtos são considerados por ser a maior causa de patologia pulpar e perirradicular. Por isso, o maior objetivo em um tratamento de canal é desinfetar o sistema de canais radiculares, o qual requer que todos os conteúdos do sistema de canais radiculares sejam eliminados como possíveis fontes de infecção. Este objetivo pode ser acompanhado usando instrumentação mecânica e irrigação química, em conjunto com medicação do sistema de canais radiculares entre sessões de tratamento. Para reduzir ou eliminar bactérias, várias soluções irrigadoras tem sido testadas. O propósito desde artigo foi revisar a estrutura e mecanismo de ação de CHX, sua atividade antibacteriana e antifúngica, seu efeito no biofilme, sua substantividade (atividade residual antibacteriana), sua habilidade de dissolver tecidos, sua interação com hidróxido de cálcio e hipoclorito de sódio, sua atividade anticolagenolítica, seu efeito em vazamento de bactéria 20 coronal e apical, sua toxicidade e alergenicidade e a modulação de efeito nos componentes de dentina e canal radicular em sua atividade antimicrobiana. Bonan et al. (2011) avaliaram as propriedades da clorexidina como irrigante endodôntico, em comparação ao hipoclorito de sódio quanto à atividade antimicrobiana, biocompatibilidade, substantividade, dissolução do tecido pulpar, eliminação de lipopolissacarídeos, remoção de smear layer e uso combinado de ambas as soluções, através de um levantamento da literatura específica sobre o tema. A pesquisa foi realizada nas bases de dados: PUBMED, Portal de Periódicos CAPES, SCIELO, BBO, BIREME e LILACS. Como palavras-chaves utilizaram-se os termos: chlorhexidine/clorexidina, root canal irrigant/irrigantes de canal radicular e sodium hypochlorite/ hipoclorito de sódio e como intervalo de tempo, os artigos publicados de 1981 a 2011. Inicialmente obtiveram-se 200 artigos, os quais foram selecionados, utilizando-se 45 artigos. Tanto o hipoclorito de sódio quanto a clorexidina apresentam efeitos antimicrobianos. A clorexidina, ao contrário do hipoclorito de sódio, apresenta biocompatibilidade, não sendo irritante aos tecidos periapicais, além de possuir substantividade, isto é, tem efeito antimicrobiano residual. O hipoclorito de sódio é capaz de dissolver tecidos orgânicos, talvez sua principal vantagem sobre a clorexidina. Ambos não são capazes de inativar os lipopolissacarídeos nem de remover totalmente a smear layer. O uso combinado dos dois irrigantes gera a formação de um precipitado, cujos efeitos biológicos não são completamente conhecidos. Pretel et al. (2011) relataram uma visão geral e descritiva a respeito das propriedades de duas soluções irrigadoras, a solução de hipoclorito de sódio e de clorexidina com diferentes concentrações, utilizadas no tratamento de canais radiculares. Uma solução irrigadora considerada ideal deve apresentar ação antimicrobiana, dissolver resíduos teciduais, promover molhamento com finalidade de facilitar a instrumentação, e apresentar biocompatibilidade com os tecidos adjacentes. O hipoclorito de sódio utilizado em diferentes concentrações para limpeza de canais radiculares tem sido a solução de escolha entre os profissionais por apresentar ação antimicrobiana e atuar como solvente tecidual. Porém, atualmente, a clorexidina vem sendo muito utilizada como solução irrigadora devido a propriedades específicas que viabilizam sua utilização, tais como substantividade, efetividade antimicrobiana, e baixa toxicidade. Enfatizando os dados da literatura pode-se concluir que, ainda hoje, o hipoclorito de sódio nas diferentes concentrações é a solução irrigadora de escolha na Endodontia devido principalmente sua alta capacidade de dissolver material orgânico. A concentração de hipoclorito mais indicada nas necroses foi de 2,5% a 5,25%, pois apresentou o melhor efeito antimicrobiano frente a microrganismos resistentes como o 21 Enterococcus faecalis e Candida albicans, e menores concentrações como 0,5% e 1% podem ser usadas nas biopulpectomias. Entretanto, pode-se concluir também, que a clorexidina 2% apresentou-se como uma solução irrigadora viável, devido suas características específicas de substantividade e seu alto efeito antibacteriano. Porém, mais estudos deverão ser realizados para comprovar seus efeitos na endodontia. Wang et al. (2012) introduziram bactérias dentro dos túbulos dentinários por centrifugação. Depois de 1 dia e semanas de incubação, 40 espécimes de dentina infectadas foram submetidos de 1 a 3 minutos em exposição para soluções desinfetantes, que incluíram hipoclorito de sódio a 2% (NaOCl), 6% de NaOCl, clorexidina a 2% e QMiX. As proporções de bactérias vivas e mortas dentro de túbulos dentinários, após exposição para esses desinfetantes, foram associadas pelo MCLV usando a VIVO/MORTO mancha viabilidade bacteriana. Os resultados mostraram que significantes números de bactérias mortas foram encontrados quando deixadas por 3 semanas no antigo biofilme de dentina, do que em apenas 1 dia. Três minutos de exposição resultaram em mais mortes bacterianas do que um minuto de exposição para ambos biofilmes em todos os grupos de experimentos (P<05). Seis porcento de NaOCl e QMiX foram as mais efetivas soluções desinfetantes contra o biofilme novo, enquanto que contra o biofilme com 3 semanas, 6% NaOCl a foi o mais efetivo, seguido pelo QMiX. Dois porcento de NaOCl foi igualmente efetivo como clorexidina a 2%. Todos os agentes desinfetantes mataram, significativamente, mais bactérias do que a água estéril usada como um controle negativo (P<05). Dentro de canais dentinários, bactérias em biofilmes estabilizados foram menos facilmente mortos pelos medicamentos endodônticos do que bactérias em jovens biofilmes. Shetty et al. (2013) avaliaram, in vitro, os efeitos bactericidas da irrigação com Laser Diode, hipoclorito de sódio a 3% e gluconato de clorexidina a 2% nos canais radiculares infectados com Enterococcus faecalis. Setenta incisivos centrais foram preparados e sessenta foram contaminados com Enterococcus faecalis. Após 48 horas de incubação, as amostras foram divididas em 7 grupos – Grupo 1 – controle estéril (canais não contaminados com Enterococcus faecalis); Group 2 – Controle positivo de canais sem tratamento; Grupo 3 – canais que foram tratados com NaOCl a 3% durante preparo biomecânico; Grupo 4 – canais que foram tratados com CHX a 2%; Grupo 5 – canais que foram tratados com 980nm laser diode; Grupo 6 – foi tratado com combinação de laser e NaOCl a 3%; Grupo 7- foram tratados com laser e CHX a 2%, as UFC’s de todos os grupos foram checadas. Os resultados mostraram que os grupos 3 e 6 foram significativamente eficaz, pois não houve crescimento de E. faecalis (p=<0.001), grupo 7 foi significativamente mais efetivas do que o grupo 2 (p=< 22 0.001). Não houve significância estatística entre o grupo 7 e o grupo 3 e 6 (p=0.474), a quantidade máxima de crescimento foi observada do grupo 4. Eles concluíram que NaOCl a 3% foi mais irritante comparativamente e a combinação de CHX a 2% e o laser foi tão efetivo como o NaOCl a 3% e, portanto, pode ser usado como uma alternativa para NaOCl a 3%. Ferrer-Luque et al. (2014) compararam a atividade antimicrobiana residual de cetramida a 0.2%, clorexidina a 0.2% e 2% nos canais radiculares infectados com Enterococcus faecalis. Biofilmes de E. faecalis cresceram em canais unirradiculares por 4 semanas. Após o preparo do canal, os canais radiculares foram irrigados com ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) a 17% para remover a smear layer. Os canais foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais (n=26), de acordo com a solução irrigadora final. Grupo I, 5ml de cetramida a 0.2%; Grupo II, 5ml de clorexidina a 0.2%; e Grupo III, 5ml de clorexidina a 2%. Amostras foram coletadas 50 dias para indicar a presença de crescimento bacteriano. A proporção de redução de espécies em 50 dias foi avaliada usando o método analítico de sobrevivência não paramétrico Kaplan-Meier. Diferenças entre grupos foram testadas usando teste de classificação-cálculo e o nível de significância estatística foi de P<0.05. O maior índice de sobrevivência avaliado foi encontrado com clorexidina a 2%, mostrando significantes diferenças estatísticas para os outros dois grupos. Após 50 dias, o crescimento de espécimes de E. faecalis foi detectado em 69.23% nos Grupos I e II, e em 34,61% de espécimes do grupo III. Não existem diferenças significantes entre cetramida a 0.2% e clorexidina a 0.2%. A irrigação final com clorexidina a 2% mostrou melhor atividade residual do que clorexidina a 02% e cetramida a 0.2% nos canais radiculares infectados com E. faecalis. 3.3 USO DA CLOREXIDINA COMO MEDICAÇÃO INTRACANAL Ferreira et al. (2002) avaliaram a atividade antimicrobiana de substâncias usadas como agentes antibacterianos (soluções de hidróxido de cálcio a 10% - Ca(OH)², paramonoclorofenol canforado – PMCC, digluconato de clorexidina a 2% e detergente do óleo de mamona a 10%) em bactérias anaeróbicas (Fusobacterium nucleatum ATCC 25586, Prevotella nigrescens ATCC 33563, Clostridium perfringens ATCC 13124 e Bacteroides fragilis ATCC 25285), usando uma técnica de diluição de crescimento, o qual foram avaliadas in vitro. Para a determinação de concentrações inibitórias mínimas e bactericidas mínimas 23 (CIM e CBM), dois caldos de culturas, Média Reforçada Clostridiana (MRC) e suplementado Brucella, foram utilizados inóculos padronizados e diluições seriadas. Todos os agentes antibacterianos apresentaram atividade antimicrobiana, o qual variou por bactéria diferente. Não houve diferença entre a performance de ambas as culturas. O digluconato de clorexidina foi o mais efetivo, com menor número de CIM’s, seguido pelo detergente do óleo de mamona, PMCC e hidróxido de cálcio. C. perfringens e B. fragilis foram as bactérias mais resistentes para todos os agentes. Gomes et al. (2003) prepararam 180 tubos de dentina de incivivos centrais maxilares bovinos recém extraídos, que foram infectados in vitro, por 7 dias, com E. faecalis. Os espécimes foram divididos em 4 grupos, de acordo com o medicamento intrarradicular empregado, como segue: Grupo 1: gluconato de clorexidina em gel a 2%; Grupo 2: hidróxido de cálcio em um veículo viscoso (polietilenoglicol 400); Grupo 3: gluconato de clorexidina em gel a 2% mais hidróxido de cálcio, e Grupo 4: líquido de Brain Heart Infusion (BHI) (grupo de controle). Os medicamentos foram colocados até a luz do canal e foram deixados lá por tempos experimentais de 1, 2, 7, 15 e 30 dias. Após cada período, irrigação com solução estéril salina para remover medicamento foi usada e os canais foram secos com cones de papéis esterilizados. Rapas de dentina foram removidas dos canais com a caneta de baixa rotação. As amostras coletadas em cada broca foram imediatamente coletadas em tubos separados contendo líquido de BHI. Os tubos foram incubados a 37°C e diariamente observados para crescimento biológico, visualizado pelo meio de turbidez. Os resultados mostram que a clorexidina em gel sozinha inibiu completamente o crescimento de E. faecalis após 1, 2, 7 e 15 dias. Hidróxido de cálcio mostrou crescimento microbiano em todas as fases de experimento. A combinação de hidróxido de cálcio e clorexidina foi efetiva após 1 e 2 dias, demonstrando ação antimicrobiana em 100%, porém, essa ação antimicrobiana reduz entre 7 a 15 dias. Sobre as condições deste estudo, pode ser concluído que a clorexidina em gel a 2% foi mais efetiva contra E. faecalis do que o hidróxido de cálcio (P<0.05). Porém, a atividade antimicrobiana depende em quanto tempo será remanejada dentro do canal. Portenier et al. (2006) investigaram a atividade antimicrobiana de MTDA e clorexidina contra duas cepas de Enterococcus faecalis e o efeito inibitório da dentina e o sérum de albumina bovina na atividade antibacteriana. Bactérias que sobreviveram à exposição de medicamentos na presença ou ausência de inibidores foram monitoradas em um modelo in vitro. Altas concentrações (100%) MTDA e 0.2% de rapidamente clorexidina eliminaram ambas as cepas. Combinando clorexidina com cetramida promoveu reduzir o tempo requerido para eliminação. A presença de dentina ou SAB causou um atraso na 24 eliminação de ambos os medicamentos. As duas cepas de E. faecalis testadas mostraram poucas diferenças em suas susceptibilidades para os desinfetantes. Michelotto (2008) buscou realizar uma revisão de literatura sobre o emprego da clorexidina no tratamento endodôntico. Foram estudadas as propriedades antimicrobianas, de substantividade, biocompatibilidade, capacidade de limpeza e de dissolução tecidual da clorexidina. Em virtude de sua eficácia antimicrobiana, essa droga pode ser empregada como substância irrigadora durante o preparo químico-mecânico, assim como na fase medicamentosa, em casos de polpa morta. Por não possuir capacidade de dissolução tecidual, sua indicação torna-se limitada. Quando comparada às demais concentrações, a clorexidina na concentração de 2% tem apresentado maior efetividade bactericida, com baixa toxicidade. Pareceu claro que sua efetividade é muito maior como irrigante do que como substância auxiliar na forma de gel. Entretanto recentes estudos sobre a sua genotoxicidade conduzem a um alerta sobre sua indicação segura na terapia endodôntica. Estrela et al. (2009) avaliaram em estudos longitudinais a eficácia da clorexidina em infecções endodônticas detectadas por cultura ou Reação em Cadeia da Polimerase (RCP), por meio de revisão sistemática. As estratégias de busca incluíram buscas eletrônicas (Medline, Embase, Central) e manuais, utilizando-se várias palavras-chave: chlorhexidine e (endodontic* ou endodontic* infection* ou root canal infection*). A busca apresentou 196 artigos, sendo que dos 48 estudos in vivo, sete satisfizeram os critérios de inclusão. A combinação de resultados com vistas à estruturação de uma meta-análise não foi possível em função da heterogeneidade dos estudos. O emprego da clorexidina como irrigante durante o preparo de canais radiculares infectados mostrou reduzir a microbiota endodôntica remanescente. Considerando os estudos que satisfizeram os critérios de inclusão sobre a eficácia da clorexidina em infecções endodônticas e a discussão pertinente, pode-se concluir que: a combinação de resultados com vistas à estruturação de uma meta-análise não foi possível em função da heterogeneidade dos estudos. O emprego da clorexidina como irrigante durante o preparo de canais radiculares infectados mostrou reduzir a microbiota endodôntica. Nacif e Alves (2010) propuseram a revisar a literatura científica a respeito do Enterococcus faecalis, apontando e discutindo suas características estruturais, fatores de virulência e sua resistência a antimicrobianos, buscando justificativas para sua alta prevalência nos casos de fracasso do tratamento endodôntico e sua ampla utilização em pesquisa na Endodontia. Pode-se constatar que as principais características que explicam a prevalência desta espécie em casos de fracasso endodôntico são a sua capacidade de formar biofilme e sua elevada resistência ao hidróxido de cálcio. Diante de sua importância, E. 25 faecalis tem sido utilizado como padrão em estudos na Endodontia. Embora o tratamento endodôntico não seja seletivo, até o presente momento, um maior entendimento da microbiota que infecta os canais, principalmente aquela relacionada ao fracasso da terapia endodôntica, permitirá, com toda a certeza, a elaboração de estratégias futuras que permitam controlar e/ou eliminar seletivamente a infecção endodôntica. Neste contexto, a espécie Enterococcus faecalis destaca-se por sua elevada prevalência nos casos de fracasso de tratamento endodôntico. Com base nesta revisão de literatura ficou evidenciado que a alta prevalência se deve aos seguintes fatores: resistência a agentes antimicrobianos como hidróxido de cálcio e à grande variedade de antibióticos; capacidade de sobrevivência e rápida recuperação quando submetido a condições de estresse ambiental, privação nutricional e a seus fatores de virulência. Delgado (2010), em sua pesquisa, usou dentes humanos unirradiculares contaminados com E. faecalis, que foram tratados com Ca(OH)² em associação à clorexidina em gel a 2%, ou salina (0.9% NaCl) como um controle negativo. Amostras obtidas numa escala de 0 a 100mm e 100 para 200mm a partir desses canais radiculares preparados, foram analisadas as cargas bacterianas para contagem do número de unidades formadoras de colônias (UFCs) e viabilidade bacteriana usando microscopia com fluorescência. Os resultados mostraram uma significante diminuição no número de UFC e a porcentagem de E. faecalis viáveis foram observadas depois do tratamento com Ca(OH)² ou clorexidina quando comparados com o grupo de controle. Adicionalmente, clorexidina em gel teve uma eficácia significativamente maior quando mensurada pelo número de UFCs e a porcentagem de células viáveis do que Ca(OH)². Nenhuma diferença foi observada entre as propriedades antimicrobianas de clorexidina gel com ou sem adição de Ca(OH)². Pode-se concluir que ambos Ca(OH)² e clorexidina tem efeitos antimicrobianos contra E. faecalis. Clorexidina tem uma atividade antimicrobiana relevante quando comparada com Ca(OH)², e que este, quando combinado com clorexidina, mostrou atividade antimicrobiana similar a clorexidina sozinha. Martins e Machado (2011) realizaram uma revisão bibliográfica, compilando trabalhos da última década em que apresentavam grupos de clorexidina isolada sem associação com outras substâncias, e tiveram como proposta avaliar a eficiência antimicrobiana quando do seu uso como irrigante durante o preparo do canal radicular e como medicação intracanal. As investigações foram realizadas tanto in vivo como in vitro. Puderam concluir que a clorexidina a 2% empregada como irrigante e medicação intracanal se apresentou mais eficiente quanto à atividade antimicrobiana; além disso, os estudos realizados da clorexidina 26 como irrigante e como medicação intracanal tanto in vivo como in vitro se apresentaram com desempenhos semelhantes. Atila-Pektas (2013), compararam a atividade antimicrobiana de Active Point, (Roeko, Langenau, Alemnha), hidróxido de calico Plus Point (Roeko, Langenau, Germany), Ca(OH)², CHX em gel a 1% e bioactive glass (S53P4) contra Enterococcus faecalis e Streptococcus mutans. Em seu estudo, utilizou 120 dentes humanos unirradiculares extraídos. Depois de remover as coroas, os canais foram preparados pelo sistema rotatório Protaper. Após a esterilização por autoclave, os canais radiculares foram incubados a 37°C com Enterococcus faecalis ATCC 29212 e Streptococcus mutans RSHM 676 por uma semana. Os espécimes, o qual foram divididos em 5 grupos de tratamento de acordo com cada microrganismo para o medicamento intracanal usado, foram testados em 10 fases experimentais. Em cada prazo de experimentação, 10 raízes foram incluídas como tratamento, uma raiz como controle positivo e uma raiz como controle estéril. Cones de papéis esterilizados foram utilizados para recolher amostras dos canais radiculares após a incubação do dente no meio de tioglicolato a 37°C por uma semana. Amostras recolhidas dos dentes por cones de papéis esterilizados foram inoculados em ágar sangue de ovelha, e seguindo uma incubação de um dia para o outro, as colônias crescidas no ágar sangue de ovelha foram contadas e interpretadas como UFC’s. Os resultados foram testados estatisticamente usando Kruskal-Wallis e Conover's sem múltiplos testes paramétricos de comparação. Os resultados mostraram que a clorexidina gel (P<0.001 e P<0.001), Ponta ativa (P=0.003 e P=0.002) e Ca(OH)² (P=0.0'0 e P=0.05) foram significativamente mais efetivos contra E. faecalis do que de Ca(OH)² Plus Point e bioactive glass, respectivamente. Por outro lado, comparando Ca(OH)², CHX gel (P<0.001), e Point Active (P<0.001), bioactive glass(P=0.014) produziram significativamente menores colônias de S. mutans. Quando comparados com o controle positivo, o tratamento com Ca(OH)² Plus Point (P=0.085 P=0.066) não produziram significativamente contagem baixas de colônias de E. faecalis e S. mutans, respectivamente. Comparados com os medicamentos, tendo um efeito antimicrobiano devido ao pH alcalino, os medicamentos contendo clorexidina foram mais efetivos contra ambos E. faecalis e S. mutans. Souza (2013) analisou in vitro a ação antimicrobiana e a substantividade de diferentes formulações de clorexidina comumente utilizadas durante o tratamento endodôntico. Para este estudo foram utilizados 88 dentes bovinos e 45 dentes humanos extraídos para o experimento de ação antimicrobiana e substantividade respectivamente. Os 88 dentes bovinos foram inoculados com Enterococcus faecalis, permanecendo em cultura por 30 dias para a formação do biofilme. Os dentes foram divididos em dez grupos de acordo com a presença de 27 penetração desinfetante (PD), medicação intracanal utilizada e o local de colocação desta medicação. G1: CHX em gel – CHX em gel a 2% (terço cervical), G2: (CHX líquida) – CHX a líquida a 2% (terço cervial), G3 – tricresol formalina (entrada do canal). Nesses grupos (n=10) a PD não foi realizada. G4 (PD + CHX gel) – 2% CHX gel (todos os terços), G5: (PD + CHX líquida a 2%) – 2% CHX líquida (todos os terços), G6 (PD+TC) – tricresol formalina (entrada do canal), G7 (PD + Ca(OH)²) – pasta de Ca(OH)² (todos os terços). Nesses grupos (n=10) a PD foi realizada com NaOCl a 2%. Grupos G8 (PD NaOCl) – PD com NaOCl a 2%, G9 (PD H2O) – PD com água destilada, e G10 – (sem tratamento) foram considerados controles (n=6).Teste microbiológico (contagem de UFCs) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) foram realizados para avaliar e ilustrar respectivamente a eficácia dos tratamentos propostos. Os 45 dentes humanos foram divididos em três grupos de acordo com a substância química auxiliar utilizada no preparo do canal radicular: G1 – CHX líquida a 2%; G2 – CHX em gel a 2%; e G3 – água destilada (controle). Os canais radiculares foram preparados apicalmente até o instrumento #45. Sulcos longitudinais foram confeccionados na superfície das raízes, proporcionando duas metades de cada raiz e resultando em 30 amostras por grupo. As amostras de cada grupo foram aleatoriamente divididas em três subgrupos e a substantividade foi avaliada após 24 horas, 30 dias e 90 dias de incubação. A quantidade de clorexidina (em μM) foi mensurada através de cromatografia de fase-reversa de alta performance. A análise estatística foi realizada através de ANOVA, seguido pelo post-hoc de Tukey (α = 0.05) em ambos os experimentos. Diante da limitação dos estudos desta tese, foi possível concluir que as formulações de clorexidina, líquida e gel, foram efetivas medicações intracanais no que diz respeito ao combate ao Enterococcus faecalis, quando associadas à prévia penetração desinfetante com hipoclorito de sódio 2%. Além disso, foi possível concluir que as formulações de clorexidina, líquida e gel, permaneceram retidas no interior do canal radicular por até 90 dias após a realização do preparo químico-mecânico com estas substâncias. Ronald et al. (2013) avaliaram a atividade antimicrobiana de hidróxido de cálcio, clorexidina gel a 2% e pasta triantibiótica (metronidazol, minociclina e ciprofloxacino), usando um modelo de dentina infectado intraoral. Foram utilizados quarenta espécimes de dentina bovina, que foram infectados intraoralmente usando um aparelho removível ortodôntico a fim de induzir a colonização de dentina. Depois, as amostras foram tratadas com as medicações por 7 dias. Solução salina foi usada como o controle. Duas avaliações foram realizadas: imediatamente após a eliminação de medicação e após a incubação no BHI médio por 24 horas. A técnica vivo/morto (Invitrogen, Eugene, OR) e o microscópio confocal foram 28 usados para obter a porcentagem de células vivas. Testes estatísticos não paramétricos foram realizados para mostras as diferenças na porcentagem de células vivas entre os grupos (P<05). Os resultados mostraram que o hidróxido de cálcio e a clorexidina em gel a 2% não mostraram diferenças estatísticas na avaliação imediata. Porém, após a aplicação de BHI médio por 24 horas, clorexidina em gel a 2% mostrou uma porcentagem estatisticamente menor de células vivas em comparação com hidróxido de cálcio. A pasta triantibiótica mostrou uma porcentagem significativamente menor de células vivas em comparação com os grupos de clorexidina em gel a 2% e hidróxido de cálcio nas avaliações imediata e secundária (após 24 horas). Foi concluído que a pasta triantibiótica foi mais efetiva na eliminação de bactéria nos biofilmes infectados com o modelo de dentina intraoral em comparação com clorexidina em gel a 2% e hidróxido de cálcio. 29 4 DISCUSSÃO O emprego da clorexidina como solução irrigadora e como medicação intracanal é assunto que é levado em consideração entre diversos autores. É indiscutível que a principal característica da clorexidina seja a sua substantividade, como afirma Zanatta (2007), Mohammadi (2009) e Hortense (2010), que relata sobre a importância de se ter o conhecimento das propriedades e o uso da clorexidina. Quando relacionado à solução irrigadora, Shetty (2013) afirma que o gluconato de clorexidina tem um maior potencial de desinfecção dos canais em relação ao NaOCl quando usado como irrigante endodôntico. Além disso, a forma em gel é mais eficaz que a clorexidina líquida. É o que diz Ferraz (2001), que concluiu que clorexidina em gel pode superar a incapacidade de clorexidina para dissolver tecidos orgânicos por sua ação mecânica. E Bevilacqua (2006), Estrela (2009) e Martins (2011), afirmaram que a clorexidina a 2% empregada como irrigante e medicação intracanal se apresentou mais eficiente quanto à atividade antimicrobiana devido à substantividade. Monteiro (2009) considerou a clorexidina uma solução irrigadora auxiliar, já que o hipoclorito em várias concentrações não foi eficaz na remoção do magma dentinários. É o que confirmam os autores Portenier (2006) e Michelotto (2008) e Ferrer-Luque (2014), que acreditam que a clorexidina pode ser utilizada como irrigante final. Por outro lado, para Monteiro (2009) e Mohammadi (2009), o hipoclorito de sódio revelou ser mais importante; ambas soluções apresentam efeito antibacteriano, apresentando, porém, mecanismos de ação diferentes; o hipoclorito é a substância que dissolve tecidos orgânicos. Assim também é relatado nos estudos de Pretel (2011), Wang (2012), Borin (2007), e White (1997) que acreditam que o hipoclorito de sódio, que é a solução irrigadora mais utilizada, apresenta um efeito melhor que a clorexidina devido à propriedade solvente de tecidos. O Enterococcus faecalis mostrou-se um agente infeccioso de extrema importância para a Endodontia, já que ele é o mais encontrado em casos de insucesso do tratamento endodôntico. Nacif e Alves (2010) evidenciaram que a alta prevalência se deve aos seguintes fatores: resistência a agentes antimicrobianos como hidróxido de cálcio e à grande variedade de antibióticos; capacidade de sobrevivência e rápida recuperação quando submetido a condições de estresse ambiental, privação nutricional e a seus fatores de virulência. Delgado et al. (2010), testaram a clorexidina associada ao Ca(OH)² para medicação intracanal e concluíram que ambos Ca(OH)² e CHX tem efeitos antimicrobianos contra E. 30 faecalis. A CHX tem uma atividade antimicrobiana relevante quando comparada com Ca(OH)²; já quando associada a este, mostrou atividade antimicrobiana à CHX sozinha. Para Atila (2013), os medicamentos contendo somente a clorexidina foram mais efetivos contra ambos E. faecalis e S. mutans. Para Mohammadi (2009), a adição de Ca(OH)² melhora a atividade antimicrobiana da CHX. Gomes (2001) testou em seu estudo, soluções irrigadoras (gluconato de clorexidina e hipoclorito de sódio em diversas concentrações) que foram efetivos contra E. faecalis, porém em tempos diferentes. A clorexidina na forma líquida, em todas as concentrações testadas (0.2%, 1% e 2%) e NaOCl (5,25%) foram os irrigantes mais efetivos. Porém, o tempo requerido pela clorexidina líquida a 0.2% e clorexidina gel a 2% para promover culturas negativas foi somente de 30s e 1min, respectivamente. Para Ferraz et al. (2001) a menor concentração de clorexidina(0,2%), apresentou atividade antimicrobiana in vitro equivalente ao hipoclorito a 5,25%, independente do tempo em que permaneceu dentro do canal. Filho (2011) pode concluir que as soluções irrigadoras podem reduzir a atividade de E. faecalis. Siqueira Jr. (1997) também testou vários medicamentos como medicação intracanal e seus resultados revelaram que a pasta de hidróxido de cálcio/PMCC foi eficaz contra todas as cepas bacterianas testadas. Clorexidina também foi inibidor de todas as cepas. Foi tão eficaz quanto a pasta de hidróxido de cálcio/PMCC contra a maioria das cepas. O Metronidazol também causou inibição de crescimento de todos os anaeróbios obrigatórios testados, sendo mais eficaz do que hidróxido de cálcio/PMCC contra duas cepas. Outros medicamentos estão sendo testados, como a pasta triantibiótica. Ronald (2013) concluiu que a mistura triantibiótica apresentou a maior reincubação com ou sem adição de BHI em 24 horas. No entanto, após a aplicação de BHI durante 24 horas, clorexidina em gel a 2% mostrou uma percentagem estatisticamente menor de células vivas em comparação com o hidróxido de cálcio. Para Fachin (2006) e Ferreira (2002), todos os agentes apresentaram atividade antimicrobiana, porém o digluconato de clorexidina foi o mais eficaz, com os menores CIMs, (concentrações mínimas inibitórias) seguido de detergente de óleo de rícino, PMCC e hidróxido de cálcio. Contraditório aos estudos de Maia Filho (2008) e Gomes (2003), que em seu estudo in vitro concluiu que a clorexidina em gel sozinha inibiu completamente o crescimento de E. faecalis. Para Souza (2013) as formulações de clorexidina, líquida e gel, são efetivas medicações intracanais no que diz respeito ao combate ao Enterococcus faecalis, quando 31 utilizadas durante preparo químico-mecânico com hipoclorito de sódio 2%. Além disso, concluíram também, que as formulações de clorexidina, líquida e gel, permanecem retidas no interior do canal radicular por até 90 dias após a realização do preparo químico-mecânico com estas substâncias. Com relação às alterações que a clorexidina possa causar à dentina, Queiroz (2007) e Mohammadi (2009) constataram que o uso de clorexidina isoladamente não altera as propriedades mecânicas da dentina radicular. 32 5 CONCLUSÃO Com o presente estudo, pode-se concluir que: Em relação às substâncias irrigadoras, devido à propriedade de substantividade da clorexidina, esta pode ser utilizada como solução irrigadora, além de ser considerado um bom irrigante final; A forma em gel da clorexidina parece ser mais eficaz que a forma líquida; Em relação a sua utilização como medicação intracanal, pode ser usada como medicação intracanal devido às suas propriedades antimicrobianas e a substantividade, porém outros estudos serão necessários para se ter uma conclusão plausível. Quando utilizada como medicação intracanal, a clorexidina, quando associada ao Ca(OH)², permanece com suas propriedades inalteradas; 33 REFERÊNCIAS B. ATILA-PEKTAS¸ P. Yurdakul2, D. Gu¨ lmez&O¨; Go¨ rduysus. Antimicrobial effects of root canal medicaments against Enterococcus faecalis and Streptococcus mutans. International Endodontic Journal, 46, 413–418, 2013; BAMBACE, Andrea Moreira Jacobucci; BARROS, Érica Joseline de Almeida; SANTOS, Silvana Soléo Ferreira dos; JORGE,Antonio Olavo Cardoso. Eficácia de soluções aquosas de clorexidina para desinfecção de superfícies. Rev. biociênc.,Taubaté, v.9, n.2, p.73-81, abr-jun 2003. BEVILACQUA,Isabela Medeiros;HABITANTE, Sandra Márcia; CRUZ, Cíntia Wacho da.A clorexidina como alternativa no tratamentode infecções endodônticas: revisão da literatura. Rev. biociên., Taubaté, v.10, n. 3, p. 139-145, jul./set. 2004. BONAN, Roberta Ferreti; BATISTA, André Ulisses Dantas; HUSSNE, Renata Pardini. Comparação do Uso do Hipoclorito de Sódio e da Clorexidina como Solução Irrigadora no Tratamento Endodôntico: Revisão de Literatura. Revista Brasileira de Ciências da Saúde. V. 15, n. 2, p. 237-244; 2011; BORIN, Graziele; BECKERB, Alex Niederauer; DE OLIVEIRA, Elias PandonorMotcy. A história do hipoclorito de sódio e a sua importância como substância auxiliar no preparo químico mecânico de canais radiculares. Revista de Endodontia Pesquisa e Ensino OnLine - Ano 3, Número 5, Janeiro Junho, 2007. DELGADO, et al. Antimicrobial Effects of Calcium Hydroxide and Chlorhexidine on Enterococcus faecalis.JOE — Volume 36, Number 8, August 2010. ESTRELA, Cyntia Rodrigues de Araújo; DE ÁVILA, Gilberto Eustáquio Guimarães; DECURCIO, Daniel de Almeida; SILVA, Julio Almeida; ESTRELA, Carlos. Eficácia da clorexidina em infecções endodônticas – revisão sistemática. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro, v. 66, n. 1, p.133-141, jan./jun. 2009. FACHIN, Elaine Vianna Freitas; NUNES, Leandro Soeiro de Souza; MENDES, AndreyFelipe. Alternativas de medicação intracanal em casos de necrose pulpar com lesão periapical. Revista Odonto Ciência – Fac. Odonto/PUCRS, v. 21, n. 54, out./dez. 2006; FERRAZ CCR, GOMES BPFA, ZAIA AA, TEIXEIRA FB, SOUZA-FILHO FJ. In vitro assessment of the antimicrobial action and the mechanical ability of chlorhexidine gel as an endodontic irrigant. J Endod.;27:452-455; 2001. FERREIRA; Cláudio Maniglia; ROSA, Odila Pereira da Silva; TORRES, Sérgio Aparecido; FERREIRA, Flaviana Bombarda de Andrade; BERNARDINELLI, Norberti. Braz Dent J, 13(2): 118-122,2002. FERRER-LUQUE, Carmem Maria; ARIAS-MOLIZ,María Teresa; RUÍZ-LINARES, Matilde; GARCÍA,María Elena Martínez ; BACA, Pilar. Residual activity of cetrimide and 34 chlorexidine on Enterococcus faecalis - infected root canals..Int J Oral Sci. ; 6(1): 46–49. Mar 2014. FILHO, Sebastião Diniz; Avaliação “in vitro” da viabilidade de Enterococcus faecalis nos túbulos dentinários após a aplicação de Hipoclorito de sódio 5.25% e Bio-Pure MTAD Pure MTAD® e Clorexidina 2%. 2001. Monografia (Especialização em microbiologia). Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Ciências Biológicas. Belo Horizonte, 2001. GOMES, B.P.F.A. et al. - Atividade antimicrobiana in vitro de elevadas concentrações de hipoclorito de sódio e gluconato de clorexidina na eliminação de Enterococcus faecalis. – International Endodontic Journal,34, 424–428, 2001. HORTENSE, Sandra Regina, et al. Uso da clorexidina como agente preventivo e terapêutico na odontologia - Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo v.22, n.2 (mai/ago 2010); 2007. MAIA FILHO et al. Efeito antimicrobiano in vitro de diferentes medicações endodônticas e própolis sobre Enterococcus faecalis. RGO, Porto Alegre, v. 56, n.1, p. 21-25, jan./mar. 2008; MARTINS, Guilherme Henrique Rosa; MACHADO, Manoel Eduardo de Lima. Clorexidina: estudo críticos de modelos metodológicos. Eletronic Journal of Endodontics.; Ano 2010; v 01; abril 2011; MICHELOTTO, André Luiz da Costa; ANDRADE, Bruna Martins de; SILVA JÚNIOR, Joel Alves da; SYDNEY, Gilson Blitzkow. Clorexidina na terapia endodôntica. Revista SulBrasileira de Odontologia, Universidade da Região de Joinville, Brasil, vol. 5, núm. 1, , pp. 77-89.; 2008. MOHAMMADI, Z. & P. V. ABBOTT. The properties and applications of chlorhexidine in endodontics. International Endodontic Journal, 2009. MONTEIRO, Fábio Henrique Lozano; PROKOPOWITSCH, Igor; MOURA-NETTO, Cacio de; MOURA, Abílio Albuquerque Maranhão de. Ação do gluconato de clorexidina e do hipoclorito de sódio como substâncias químicas de uso intra-canal. Revista Espelho Clínico. Ano XII, nº 74, Junho; 2009. NACIF, Marcia Christina André Moreira; ALVES, Flávio Rodrigues Ferreira; Enterococcus faecali sna Endodontia: um desafio ao sucesso. Rev. bras. odontol., Rio de Janeiro v. 67, n. 2, p.209-14, jul./dez., 2010; ORDINOLA-ZAPATA, Ronald; BRAMANTE, Clovis M.; MINOTTI, Paloma Gagliardi; CAVENAGO, Bruno Cavalini; GARCIA, Roberto Brandao; BERNARDINELI, Norberti; JARAMILLO, David E.; DUARTE, Marco A. Hungaro. Antimicrobial Activity of Triantibiotic Paste, 2% Chlorhexidine Gel, and Calcium Hydroxide on an Intraoral-infected Dentin Biofilm Model. JOE — v. 39, n. 1, Janeiro, 2013. PORTENIER, Isabelle; WALTIMO, Tuomas; ØRSTAVIK, Dag; HAAPASALO, Markus. Killing of Enterococcus faecalisby MTAD and Chlorhexidine Digluconate with or without 35 Cetrimide in the Presence or Absence of Dentine Powder or BSA. JOE—Volume 32, n. 2, Fevereiro, 2006. PRETEL, Hermes; BEZZON, Fernando; FALEIROS, Frederico Bordini Chaves; DAMETTO, Fábio Roberto; VAZ, Luís Geraldo. - Comparação entre soluções irrigadoras na endodontia: clorexidina x hipoclorito de sódio. RGO - Rev Gaúcha Odontol., Porto Alegre, v.59, suplemento 0, p. 127-132, jan./jun., 2011; QUEIROZ, Elleyne Cavalcanti. Influência de substâncias irrigadoras endodônticas nas propriedades mecânicas da dentina radicular. Dissertação (Mestrado em reabilitação oral). Universidade Federal de Uberlândia. Faculdade de Odontologia. Uberlândia, 2007; SEGUNDO, Alex Semenoff; BOSCO, Álvaro Francisco; SEMENOFF, Tereza Aparecida DelleVedove; ROCATTO, Grace Emanuelle Guerreiro Dias; CIRILO, Dhayane Macagnan; BUZELLE, Samyra Lopes; NUNES, Suzana de Oliveira. Efetividade do gluconato de clorexidina a 0,12% e do gluconato de clorexidina a 2% adquiridos em diferentes dentais e farmárcias na cidade de Cuiabá, sobre Candida Albicans. Revista Periodontia, v.17, nº 1; março, 2007. SHETTY, Krishna R; HEGDE,Mithra N; SHETTY, Shishir; SHETTY, Veenna A. Comparative Evaluation of Bactericidal Effects on Enterococcus faecalis Using Diode Laser Irradiation, Sodium Hypochlorite and Chlorhexidine Gluconate Irrigation‖- an In vitro Study. OHDM - Vol. 12 - No. 3 - September, 2013 SIQUEIRA Jr. JF; UZEDA M. Intracanal medicaments: evaluation of the antibacterial effects of chlorhexidine, metronidazole, and calcium hydroxide associated with three vehicles. J Endodon.; 23(3):167-9. 1997; SOUZA, Matheus Albino. Análise da ação antimicrobiana e da substantividade de diferentes formulações de clorexidina comumente utilizadas durante o tratamento endodôntico. Tese (Doutorado em Endodontia). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013. WANG, Zhejun; SHEN,Ya; HAAPASALO, Markus; Effectiveness Of Endodontic Disinfecting Solutions Against Young And Old Enterococcus faecalis Biofilms In Dentin Canals; JOE — v 38, n. 10, Outubro, 2012. WHITE, R.R; HAYS, G.L.; JANER,L.R. Residual Antimicrobial Activity After Canal Irrigation with Chlorhexidine. Journal of Endodontics. v.23, no. 4, abril, 1997; ZANATTA, Fabrício Batistin; RÖSING, Cassiano Kuchenbecker. Clorexidina: mecanismo de ação eEvidências atuais de sua eficácia no Contexto do biofilme supragengival. ScientificA 1(2):35-43, 2007;