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PUBLISHER RAMIRO ALVES
EDITOR-CHEFE (RJ) OCTÁVIO COSTA
EDITORA-CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA
QUARTA-FEIRA, 24 DE ABRIL, 2013
O
ANO 5 | N 916 | R$ 3,00
Seminário Futuros Fornecedores
Petróleo e petroquímica
têm peso de cerca de
60%no PIB da Bahia. ➥ P5
Secretário James Correia
quer aquecer produção
de óleo no estado. ➥ P5
Tiago Melo
Pequenas empresas
planejam fornecer
mais à Petrobras. ➥ P4
Incentivo ao etanol equivale a
renúncia fiscal de R$ 1 bi ao ano
Governo reduziu em R$ 0,12 por litro carga tributária do combustível, zerando o pagamento de PIS/Cofins. O setor de químicos
também foi beneficiado, com redução de 5,6% para 1% do mesmo encargo para produtos de primeira e segunda geração. ➥ P8
Ricardo Marques/Folhapress
Lego Zoom
abre capital
ainda este ano
Elizabeth Farina, presidente da
Unica, comemora o incentivo,
mas diz que não resolve os
problemas dos usineiros
A representante da Lego
Education no Brasil deve também
vender um pequeno percentual
da companhia para expandir sua
atuação na América Latina. ➥ P12
Receita da
Apple cresce,
mas lucro cai
Faturamento no trimestre cresceu
11%, para US$ 43,6 bilhões,
enquanto o lucro recuou para
US$ 9,5 bilhões no período contra
US$ 11,6 bilhões há um ano. ➥ P16
MWM vê sinal
verde para
seus motores
Empresa projeta produzir 140 mil
unidades este ano, com avanço de
25% sobre 2012, em razão do bom
momento vivido pelo mercado
de caminhões no país. ➥ P12
Dívida das empresas abertas sobe 17%
Boa parte dos recursos veio de financiamentos bancários, emissão de debêntures e bônus no exterior,
que estavam com custos atraentes no ano passado. Cielo, Brazil Pharma, Oi e Arezzo aproveitaram. ➥ P18
Vai e vem na ponte
aérea ensina a
encarar imprevisto
Comissão deve
aprovar hoje
o novo ICMS
AL vai crescer
3,5% em 2013,
prevê Cepal
Acostumados a contratempos
como atrasos e cancelamentos
de voos, trânsito e filas no
check in, executivos também
treinam a tolerância. ➥ P27
Previsão é que mudanças das
alíquotas vão ser aceitas, apesar
da insatisfação dos senadores
do Sudeste e Sul, cujas emendas
foram rejeitadas pelo relator. ➥ P9
Expansão será garantida
pela maior produção agrícola
e retomada dos investimentos
no Brasil e Argentina, segundo
o organismo da ONU. ➥ P29
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
Avanço
CARTAS
CLAUDIO CONZ
Presidente da Associação Nacional
dos Comerciantes de Material
de Construção (Anamaco)
Marcello Casal Jr./ABr
Contrabando de tomate, contrabando de cebolas,
e... contrabando de cigarros. Quando foi que o
contrabando de produtos tão básicos do cotidiano
da população, todos com similar oferta lícita
no mercado, passou a ser tão mais lucrativo do
que o (tradicional) contrabando de produtos
‘proibidos’? Quando notícias como essa começam
a se repetir, e a causar prejuízos mensuráveis
para a indústria e congêneres, não é hora de
rever a política econômica, tributária e fiscal?
Penso que interessa a todos a oferta lícita
dos produtos necessários, a preço compatível
ao consumo. E que, de fato, o contrabando
não poderia ser “vantajoso”, pelo menos para
quem está apenas tentando fazer um molho
de macarrão, ou fumar um simples cigarro...
(“Vendas de cigarro da Souza Cruz recuam 23,4%
no 1˚ trimestre” — publicada em 19/4/2013).
Elaine Falco
Curitiba (PR)
Alexandre Padilha
Ministro da Saúde
O ministério liberou R$ 50 milhões para a
construção de centros de Atenção Psicossocial
(Caps) em todo o país. Terão prioridade os
serviços de atendimento 24 horas a dependentes
de álcool e drogas e as unidades de Acolhimento.
Os acionistas das indústrias, plantadores e
comerciantes de fumo podem ficar tranquilos
se depender de mim, porque eu não vou deixar
de fumar. Não reconheço essa histeria
paranoica antitabagista que tomou conta do
país, e proponho uma rejeição sistemática de
todos os políticos antitabagistas, independente
do partido a que sejam filiados. Assim, com um
boicote de todos os locais onde não se pode
mais fumar. Quero ver a cara dos políticos
quando derem conta da queda na arrecadação
de ICMS e perda de votos. (“Vendas de cigarro
da Souza Cruz recuam 23,4% no 1˚ trimestre”.
Claudio D’Amato
Rio de Janeiro (RJ)
Retrocesso
Ismail Zitouny/Reuters
Quanto ao artigo de Murillo de Aragão “O fácil
e o complicado”, publicado em 23/4/2013, para
o governo mudar seria preciso que a detentora
do poder — a presidente — mudasse. Uma pessoa
de idade avançada que pensa exatamente como
pensava quando adolescente pode mudar?
Só quando nascerem dentes nas galinhas. Os
incomodados com as bobagens extemporâneas
feitas pela presidente devem aguardar janeiro
de 2019. Até lá, o monopólio da idiotice é dela.
Ermes Lucas
Niterói (RJ)
Embaixada da França na Líbia
Explosão de carro-bomba deixa dois feridos
Trata-se do primeiro ataque a uma missão
diplomática em Trípoli, local considerado
mais seguro do que o restante do país do
norte africano, desde o fim da guerra que
derrubou o líder Muammar Gaddafi em 2011.
CONECTADO
Sem inflação para
materiais de construção
Recentemente estive avaliando alguns números e acredito que uma
análise criteriosa aponta diversos resultados positivos para o comércio de materiais de construção, especialmente no que diz respeito à
dicotomia crescimento versus inflação. O setor de varejo de materiais de construção, mesmo com os benefícios do governo, como a
redução do IPI, não gerou inflação, pois soube repassar a redução
dos preços e, com isso, aumentamos as vendas de material de construção. Conseguimos contribuir para o combate à subida dos preços, em vez de gerá-la, como diversos outros setores da economia.
Para a inflação anual do setor de 2,5%, segundo o IBGE (metade da
inflação geral), nosso segmento teve um crescimento de 7,4%.
Ainda de acordo com o instituto, no mesmo período, as vendas
gerais no varejo, considerando os diversos setores da economia, caíram 0,4% e receita nominal subiu 0,6%. Para o volume de vendas,
tal resultado representa a primeira variação negativa do ano. Já para
a receita nominal, trata-se do nono mês consecutivo de crescimento. Em termos de variação da média móvel, para o volume de vendas a variação foi de -0,12%, enquanto a receita apresentou taxa de
0,73%. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem
ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas,
variação de -0,2% sobre fevereiro do ano anterior, 2,9% no acumulado do bimestre e 7,4% no acumulado dos últimos 12 meses. Para
os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 7,6%, 10,1% e de 11,8%, respectivamente.
A atividade de material de construção foi justamente uma das
que colaboraram para que o desempenho do varejo não fosse tão
ruim, pois apresentou variação positiva de 0,7% para o volume de
vendas em relação a janeiro, sendo uma das quatro — entre as dez
atividades pesquisadas — que apresentou crescimento. Quando
comparado com fevereiro de 2012, o volume de vendas variou
4,4%. No ano, a variação foi de 7,8%.
Estamos crescendo e nossos preços
estão aumentando abaixo da inflação.
Trata-se de uma oportunidade para o setor
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Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas.
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Outros dados importantes são os do Sinapi (Índice Nacional da
Construção Civil), calculado pelo IBGE em parceria com a Caixa,
revelaram uma variação de 0,18% no mês de março, ficando
0,55% abaixo da taxa de fevereiro (0,73%). Este ano, considerando os meses de janeiro a março, a alta está em 1,10%, contra
1,21% no mesmo período de 2012. Em março do ano passado, o índice ficou em 0,31%. O custo nacional da construção, por metro
quadrado, que em fevereiro fechou em R$ 863,46, passou para R$
865,03 no mês de março. Deste valor, R$ 457,60 são relativos aos
materiais e R$ 407,43 à mão de obra.
Avaliando este cenário de números como um todo, constatamos que, mais uma vez, o setor de material de construção está
conseguindo se organizar de maneira positiva para ajudar o país a
crescer. Estamos crescendo e nossos preços estão aumentando
abaixo da inflação. Trata-se de uma oportunidade para nosso setor e para o Brasil. Como membro do CDES, esta é uma questão
que pretendemos estudar para que outros segmentos também
consigam atingir nosso desempenho. ■
NESTA EDIÇÃO
Suspensa a tramitação da MP dos Royalties
O relator do projeto de destinação dos royalties do petróleo,
deputado Carlos Zarrattini (PT-SP), disse que “a MP foi sobrestada,
quer dizer que suspenderam a tramitação e ela vai caducar”. ➥ P10
Texas Instruments lucra US$ 362 mi
O lucro líquido do primeiro trimestre subiu na comparação com
os US$ 265 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita
caiu para US$ 2,88 bilhões, ante US$ 3,12 bilhões de 2012. ➥ P17
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
RODRIGO SIAS
Economista pelo Instituto
de Economia da Universidade
Federal do Rio de Janeiro — UFRJ
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Murillo Constantino
O legado de Thatcher
e o conservadorismo
Na semana passada, falei um pouco da importância de Margaret
Thatcher para o Reino Unido. Mas seu legado ultrapassa as fronteiras de seu país. Thatcher mostrou que a doutrina conservadora —
cujo cerne é a defesa do indivíduo, do livre-arbítrio, das tradições e
do liberalismo na economia — é universal, atual, forte e pode revitalizar um país. Seu conservadorismo provinha de seus valores familiares. Thatcher foi formada com sólidas raízes cristãs — primeiro
metodistas e depois anglicanas —, nas quais se valoriza a ética do
trabalho duro, da poupança e do aprimoramento pessoal via sacrifício diários. Nesse arcabouço, enriquecer era apenas a consequência
de uma moral rígida, na qual a frugalidade era uma virtude a ser perseguida, ao contrário do consumismo desenfreado.
Maggie também observava que o bom samaritano da parábola só
pôde praticar o bem porque tinha dinheiro, conquistado com seu
trabalho. E acreditava que a bondade humana se manifestava espontaneamente, com o exercício do livre-arbítrio e nunca via coerção
estatal, que no fundo, é a essência da “caridade” governamental.
Por isso, combateu o ‘Estado do bem estar social’ menos pelos problemas fiscais e desperdícios que causava e mais por defender uma
sociedade livre da ingerência de burocratas e grupos de pressão.
A redução do Estado deveria ocorrer não só para aumentar a eficiência da economia em si, mas como algo essencial para a autonomia do indivíduo. Na concepção de Thatcher, países só seriam ricos
e grandes se os indivíduos fossem livres. Durante o processo de privatizações, envolveu a população, incentivando a compra de
ações. Era o seu “capitalismo popular”: a sociedade, e não o Estado,
deveria controlar a economia. Seu sistema econômico, portanto,
era antes um sistema moral, cuja base seria uma sociedade construída sob a égide da responsabilidade individual. O comunismo era
um mal em si mesmo e deveria ser combatido em toda parte porque limitava a capacidade de trabalho, sufocava o livre-arbítrio e relativizava as responsabilidades. O liberalismo, mais do que eficiente economicamente, era moralmente superior, portanto. Sua visão
conservadora refletiu-se em sua política externa, marcada por um
anticomunismo ferrenho, semelhante ao de sua “alma gêmea política”, Ronald Reagan. Ambos eram devotos de Friedrich Hayek e Milton Friedman no campo econômico e conservadores no campo político. A Dama de Ferro era, por isso, odiada por comunistas, pela esquerda em geral, por sindicatos, por adeptos da União Européia e
de governos globais e até por feministas. Todos os seus adversários
tinham como denominador comum, ideias de cunho coletivista
nas quais a individualidade encontra-se sempre em segundo plano. Na semana passada, citei o atual premiê britânico, para quem
Thatcher salvou o Reino Unido. É verdade. Ela salvou o país defendendo a supremacia do indivíduo contra ideais coletivistas.
Países como o Brasil, durante um breve período, seguiram a cartilha da baronesa no campo econômico, mas nunca sua cartilha no
campo político, filosófico e cultural. Por isso, estamos de novo voltando ao estatismo sem limites. Sem uma doutrina conservadora
completa, não há como sustentar as ideias e as consequências puramente econômicas do liberalismo. ■
Campanha “Kassab 2014” está em campo
Uma rotina se estabeleceu nos últimos meses na sede do PSD, localizada no antológico edifício Joelma, no centro de São Paulo. Toda segunda-feira na hora do almoço um grupo formado por dezenas
de pessoas se encontra para articular a pré-campanha de Gilberto Kassab ao governo paulista em
2014. À coluna, um dirigente do partido que foi em todos os encontros revelou que o movimento é
comandado por três cardeais “kassabistas”: a ex vice - prefeita Alda Marco Antonio (que foi do
PMDB e tornou-se a principal herdeira do espólio político do ex-governador Orestes Quércia), o ex
- secretário de relações governamentais da prefeitura Antonio Rizeque Malufe (o “Malufinho”, que
foi do PSDB), e Ronaldo Camargo, ex-secretário das subprefeituras e homem forte de Andrea Matarazzo. O grupo também tem rodado o interior do estado para consolidar o nome do ex-prefeito na
disputa do ano que vem contra o ex - aliado Geraldo Alckmin. ■
Ex-subprefeitos foram
convidados para café sem pauta
Ex-prefeito diz que base do
PSD defende candidatura
Todos os ex-subprefeitos que passaram pela
gestão de Gilberto Kassab (inclusive os que ainda
são tucanos) receberam, por email, um convite
do ex-chefe Ronaldo Camargo para um “café
da manhã” no Joelma. A coluna apurou que as
mensagens não especificaram a pauta do encontro.
Procurada pela coluna, a assessoria do
ex-prefeito Gilberto Kassab afirma que ele
desconhece a iniciativa, mas que de fato existe
um movimento da militância do partido para
que o líder seja candidato ao Palácio dos
Bandeirantes na eleição do ano que vem.
CURTAS
➤
●
Depois de ser chamado
de “hegemonista” nessa
coluna pelo colega tucano José
Aníbal, o vereador paulistano
Andrea Matarazzo, que foi
derrotado na disputa pelo
comando da sigla na capital, faz
a tréplica e encerra o assunto.
➤
●
Depois de dois meses de impasse, o presidente da Itália, Giorgio
Napolitano voltou a mesa de discussões para obter consenso
quanto ao nome do novo primeiro-ministro do país. ➥ P28
“Eu nunca quis hegemonia.
Na casa do Aníbal, com
quem sempre me dei, sugeri
nomes para minhas vagas (no
comando do PSDB paulistano).
Nunca recebi resposta”.
Matarazzo, que ainda não
decidiu se fica ou sai do partido,
apoia o deputado federal Duarte
Nogueira na disputa para o
comando do tucanato estadual.
Mais agilidade nos licenciamentos
➤
●
A escolha de primeiro-ministro da Itália
O CEO da Ferrous Resources do Brasil, Jayme Nicolato, defende que
a agilidade nos processos de licenciamento resultará no aumento da
competitividade das empresas e no desenvolvimento social. ➥ P30
Interlocutores do
governador Geraldo
Alckmin garantem que
ele se arrependeu de ter
deixado a disputa pelo comando
do PSDB paulistano correr solta.
Deu no que deu...
➤
●
A temporada de cruzeiros
marítimos em 2013 no
Brasil será bem mais modesta
que nos anos anteriores.
PRONTO, FALEI
“O governador
Eduardo
Campos, com
a responsabilidade
que lhe é peculiar,
tem dito que
precisamos
vencer 2013 e nos
concentrarem2013”
➤
●
Principal operadora
no país, a italiana Costa
Cruzeiros diminuiu de sete para
quatro o número de navios
que irão operar na temporada,
que começa em novembro.
➤
●
A empresa foi procurada
recentemente para fazer
um cruzeiro temático com
a dupla Zezé Di Camargo &
Luciano. Mas declinou.
Rodrigo Rollemberg
Senador do PSB sobre
a antecipação da
campanha presidencial
➤
●
Geraldo Magela/Ag. Senado
Margaret Thatcher salvou o país
defendendo a supremacia do indivíduo
A motivo da recusa foi
uma mudança de
estratégia. A Costa Cruzeiros
desistiu de alugar seus navios
para cruzeiros temáticos — que
foram coqueluche nos verões
passados. A empresa passou
a concentrar a operação em
rotas mais longas para o sul do
Brasil, Argentina e Uruguai.
4 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
SEMINÁRIO
FUTUROS FORNECEDORES
Editado por Ivone Portes [email protected]
“
Nós somos o quarto destino de
investimentos estrangeiros do país,
atrás apenas de MG, SP e RS
Paulo Roberto Guimarães
Superintendente de Desenvolvimento Econômico da
Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia
“
“
A tendência é reaquecer o setor
e por isso estamos otimistas.
A Bahia tem um caminho promissor
A atividade onshore garante a
melhor distribuição de renda e o
desenvolvimento de tecnologias
James Correia
Geraldo Queiroz
Secretário da Indústria, Comércio
e Mineração do governo da Bahia
Superintendente da RedePetro Bahia
Pequenas e médias empresas
querem mais espaço no setor
Fornecedores buscam qualificação para atender rigor da Petrobras e almejam mais liberdade de atuação
André Pires, de Salvador (BA)
[email protected]
Como aumentar a atuação
de pequenas
empresas no
setor petrolífero é uma questão que gera muita discussão
no Brasil. Em busca do fortalecimento da participação dos
fornecedores no setor foi realizado ontem, em Salvador (BA),
o seminário “Futuros Fornecedores — A preparação para
2020”, organizado pelo grupo
Ejesa, por meio dos jornais BRASIL ECONÔMICO e O Dia. Os principais mecanismos apontados no
evento foram a qualificação
destas companhias, o apoio fiscal do governo e a participação
em programas de incentivos,
como a rede de fornecedores
da empresa Petrobras.
“A Petrobras tem um projeto em parceria com o Sebrae
há oito anos. Quando precisa-
mos de um pequeno fornecedor para desenvolver um material específico nós incentivamos”, comentou Aimberê Flores, gerente de suporte operacional da Petrobras.
A estatal tem em seu plano
de metas para o período de
2013 a 2017 a previsão de investir US$ 236,7 bilhões. Além de
investir em plataformas, sondas, recuperação de reservas
maduras, a companhia sabe
que para alcançar os resultados
almejados na produção é preciso incrementar sua parceria
com fornecedores. “Trabalhamos na otimização de custos
operacionais e na redução de
custos na exploração dos poços”, destacou Ernani Torazzi,
gerente de desenvolvimento
de mercado da Petrobras.
Atualmente, a estatal possui
20 mil empresas cadastradas para fornecimento de bens e serviços de forma regional, sendo
seis mil delas habilitadas para
atuação nacional.
Uma das maneiras de
fomentar a atividade
destas companhias
é por meio de auxílio
do governo, como
a isenção fiscal
Para fazer parte do programa
da companhia, é preciso uma série de requisitos técnicos, econômicos, legais, gerenciais e de
segurança, meio ambiente e saúde. “Precisamos de fornecedores de vários setores, desde produtos específicos para construção de navios como de logística.
No entanto, é preciso demanda
para desenvolver este fornecedor”, completou Torazzi.
A atuação direta das pequenas e médias empresas na exploração de petróleo é mais
complicada, pois esbarra na legislação brasileira. “Se existem
áreas que a grande empresa
não tem interesse, as PMEs pre-
cisam estudar a legislação, se
organizar e procurar o governo
para tentar estender o mercado
de exploração. Temos que fazer
a lição de casa”, afirmou Geraldo Queiroz, superintendente
da RedePetro Bahia.
Defensor de mais espaço para
as PMEs, Queiroz destacou a
grande quantidade de empresas
deste tamanho em atuação na
Bahia. Atualmente 46,4% das
companhias que atuam na área
de petróleo e gás possuem apenas 20 empregados, sendo que
28,8% estão com no máximo
50. “Isso demonstra que precisamos olhar com atenção para
elas”, ressaltou.
Uma das maneiras de fomentar a atividade destas companhias é o auxílio do governo, como a isenção fiscal. Vigora na Bahia um incentivo de redução do
Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS)
de 12% a 17%.
“Aproveitem enquanto tem
esta guerra fiscal de isenção.
O que percebo é que as grandes empresas sabem os caminhos exatos para conseguir estes incentivos, enquanto as pequenas sequer sabem das possibilidades. E os benefícios são
para todos”, enfatizou Paulo
Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento
Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia.
Além do ICMS, as PMEs podem buscar a redução ou isenção dos impostos municipais.
A Petrobras, por sua vez, possui um programa que auxilia
seus fornecedores com financiamentos vantajosos, chamado Progredir. O auxílio pode
ser estendido para outras empresas na cadeia produtiva, até
o quarto fornecedor da empresa que se relaciona com a Petrobras. “Queremos aumentar o
número destes fornecedores
âncoras, e eles vão aumentar
os fornecedores deles também”, concluiu Torazzi. ■
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 5
Rich Press/Bloomberg
MERCADO LOCAL
Regionalização de fornecedores é o caminho
Tanto Petrobras como o governo baiano trabalham na busca pela
qualificação de fornecedores regionais para atender a demanda da
indústria local. Isso porque diminui os custos e incentiva a economia
local. Segundo dados apresentados pela estatal na Bahia, 62% dos
grandes serviços contratados são realizados por fornecedores locais,
subindo para 64% quando se trata de pequenos serviços. A.P.
Fotos: José Carlos
“
Para ser um fornecedor os
requisitos são elevados, pelo
nível de qualidade da produção
Ernani Turazzi
Onshore
representa
10,7% da
produção
Gerente de Desenvolvimento do Mercado da Petrobras
Revitalização de campos
maduros desenvolve técnicas
para todo o setor produtivo
“
Se a indústria em geral retrai,
o consumo de gás cai como consequência
Aimberê Flores
Gerente de Engenharia da Petrobras
Petróleo e petroquímica são
mais de 60% do PIB da Bahia
Estado aguarda o leilão para
intensificar atividade econômica
com crescimento da indústria
André Pires, de Salvador (BA)
[email protected]
Com a previsão de investimentos em curso de R$ 90 bilhões, a
economia baiana está se preparando para continuar crescendo. Além da mineração e da
energia eólica, que ganharam
destaque nos últimos meses, o
estado está atento ao mercado
de petróleo e gás, que deve ganhar uma nova perspectiva
com a 11ª rodada de licitação de
blocos da ANP. Isso porque estão incluídas reservas do Recôncavo e do Tucano Sul, que devem ampliar a produção.
“Conseguimos colocar tudo
da produção onshore que estava retida no leilão. A tendência
é reaquecer o setor e estamos
otimistas. A Bahia tem um caminho promissor”, destacou James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração
do governo da Bahia.
A Petrobras vê com bons
olhos a retomada da produção
baiana, uma vez que o petróleo
local tem alto valor agregado,
sendo excelente para o refino.
Outro mercado que deve voltar a ganhar fôlego é a produção de gás. Isso porque a redução da atividade industrial, no
último ano, provocou a queda
do setor, uma vez que não existe um sistema de estocagem.
Com a previsão de chegada de
quase 550 empresas na Bahia, a
tendência é que a demanda volte a subir, exigindo carga máxima de produção. “Hoje produzimos mais do que o consumo”,
destaca Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio
e Mineração da Bahia.
Se o desenvolvimento do parque industrial beneficiará o setor de petróleo e gás, uma nova
licitação pode auxiliar ainda
mais a produção. Em outubro, o
governo realiza o primeiro leilão específico para exploração
de gás e óleo não convencional.
O mesmo que fez os Estados
Unidos se tornarem independentes do gás estrangeiro. “Estamos na expectativa pelo leilão
do fim do ano, que deve liberar
reservas que prometem uma
grande produção de gás não
convencional, uma fonte de
energia e de matéria-prima promissora”, salientou Guimarães.
Simultaneamente, o setor receberá no fim do ano o estaleiro
da Enseada do Paraguaçu, que
já tem US$ 6 bilhões de encomendas e tem atraído uma série
de empresas para o seu entorno. Já estão sendo desenvolvidos dois distritos industriais na
região. O espaço, além de trabalhar para a indústria petrolífera
baiana, também poderá atender demandas nacionais. O estaleiro deve receber máquinas de
exploração do pré-sal para manutenção. Hoje, o petróleo e a
petroquímica representam dois
terço do PIB da Bahia.
Além da recuperação do setor de petróleo e gás, a Bahia
tem procurado atrair uma série de empresas de outros ramos. O secretário James Correia chegou no seminário logo
Petrobras vê com
bons olhos a retomada
da produção baiana,
uma vez que o
petróleo local tem
alto valor agregado
após participar de um evento
do setor automobilístico em
São Paulo. “Vamos sair da produção de 250 mil veículos para
600 mil veículos até 2015. A indústria automobilística deve
representar 12% a 14% do PIB
baiano”, comentou.
Com um misto de rivalidade
regional e também político, o secretário fez questão de comparar o desempenho da Bahia com
Pernambuco. “Saem da Bahia 24
milhões de toneladas de carga,
que é o dobro de Pernambuco.
Em 2015, devemos liberar 110 milhões de toneladas”, enfatizou.
Para acompanhar este crescimento da economia, o governo
promete melhorar a infraestrutura regional. Ampliação das
rodovias, melhoria das ferrovias por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC),
ampliação e modernização dos
portos e aeroportos também estão em pauta.
Além disso, uma melhoria
na mobilidade de cargas dentro
de Salvador, com a criação da
Via Expressa e da ponte que liga a capital a Itaparica. “Vamos
investir cerca de US$ 10 bilhões em infraestrutura”, afirmou Guimarães. ■
A exploração de petróleo no Brasil está muito identificada com
as plataformas marítimas, que
são o símbolo da atuação offshore. Os investimentos são praticamente todos voltados para este
segmento, por conta da sua
maior produtividade. No entanto, ainda existem muitas reservas em terra, que resultam na
exploração onshore. No momento, apenas 10,7% da produção
de petróleo brasileiro é proveniente desta atividade, sendo
89,3% oriundo do offshore.
Por representar ainda
fatia pequena da
produção, é uma boa
oportunidade para
pequenas e médias
empresas atuarem
“A atuação na exploração
offshore só é possível para as
grandes empresas, por seu custo. Mas a atividade onshore,
muito forte na Bahia, é a melhor na distribuição de renda
e no desenvolvimento de tecnologia. É, por este motivo,
uma boa oportunidade para pequenas e médias empresas
atuarem”, destacou Geraldo
Queiroz, superintendente da
RedePetro Bahia.
Por possuir boa parte de suas
reservas ativas em terra, a Bahia sofre com a redução da produção nos últimos anos. No entanto, essa curva tem sido amenizada pelo desenvolvimento
de técnicas de revitalização de
campos maduros. Uma fonte
que gerava cerca de 200 barris
diários voltou a produzir 2.400
barris após um projeto desenvolvido pela Petrobras.
“São técnicas que estão recuperando campos marginais na
Bahia, mas que serão úteis para
reservas marítimas também”,
destacou Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio
e Mineração da Bahia.
A Petrobras, aliás, trabalha
também na revitalização dos
poços da Bacia de Campos (UOBC) e Rio de Janeiro (UO-Rio),
além da pesquisa de novas fontes. ■ A.P.
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
SEMINÁRIO FUTUROS FORNECEDORES
Empresários mostram interesse em
aquecer os negócios com a Petrobras
Público de várias cidades participa de seminário em Salvador em busca de detalhes sobre oportunidades
Fotos: Jose Carlos
André Pires, de Salvador (BA)
[email protected]
Representantes políticos,
fornecedores
e até estudantes marcaram
presença no
seminário “Futuros Fornecedores - A preparação para 2020”,
ontem, em Salvador (BA). A força da área de petróleo e gás na
Bahia e a proximidade da 11ª rodada de licitação de blocos para
exploração da Agência Nacional de Petróleo (ANP) atraiu empresários baianos e até de outros estados para descobrir as
oportunidades que estão por
vir. Como a Petrobras é a principal responsável pelo setor, a
atenção da plateia foi total durante as apresentações dos executivos da companhia.
“Eu sou fornecedor no Rio de
Janeiro e estou aqui porque pretendo ampliar minha atuação para a Bahia. Este seminário, além
de esclarecer algumas questões,
me permite ter relacionamento
com outras empresas”, afirmou
José Plínio Mapurunja, sócio da
Jomatex Soluções.
O interesse de empresas de
outros estados em colocar um
pé na economia baiana era perceptível. Em busca de uma brecha para atuar no setor, um re-
presentante da BDP South America, empresa multinacional,
acompanhou os painéis para encontrar um espaço para firmar
convênios com a Petrobras na
região. No entanto, uma fraqueza baiana foi apontada.
“Infelizmente boa parte da
mão de obra na Bahia precisa
ser ‘importada’ de outros lugares, pois a população muitas vezes não tem qualificação suficiente”, salientou Carlos Eduardo Bianchi, gerente comercial
da BDP South America.
Enquanto alguns empresários procuraram detalhes para
iniciar uma relação de negócios
com a estatal, outras aproveitaram o seminário para revisar a
sua atuação como fornecedora.
Por conta das constantes avaliações feitas pelo sistema da Petrobras, a qualificação precisa ser
contínua. “O cadastro é fácil, o
mais difícil é se manter. Quem
atende a Petrobras tem um status muito bom no mercado”,
afirmou Lara Barreto, coordenadora de negócios do Grupo GPS.
Além do empresariado, o
evento também contou com a
presença de representantes políticos da região, como assessores da Prefeitura de Pedrão. O
debate chegou a ter até um tom
político em determinados momentos, discutindo a questão
da distribuição igualitária dos
Seminário reúne interessados em iniciar negócios ou revisar atuações como fornecedores da Petrobras
royalties do petróleo e até do
programa de desenvolvimento
da nação. “Vivemos um momento rico para o setor petrolífero na Bahia, que é um mercado tradicional. Tudo começou
em 1941 e estamos vendo uma
série de investimentos. É uma
retomada que abre espaço para
estes vários fornecedores. É um
debate que aquece o setor”, disse Antônio José Pinheiro Rivas,
assessor especial da Secretaria
do Planejamento da Bahia. Citado inúmeras vezes pelos palestrantes, Rivas fez questão de sa-
lientar o boom previsto para o
petróleo e gás no estado. “Vamos ter três bacias sedimentares
para entrar em atividade após os
próximos leilões. Algumas áreas
no Recôncavo, o Tucano sul e a
região oeste, na Bacia do São
Francisco”, completou. ■
LARA
BARRETO
JOSÉ PLÍNIO
MAPURUNJA
LUCIANA
SAID
ANTÔNIO JOSÉ
PINHEIRO RIVAS
CARLOSEDUARDO
BIANCHI
Coordenadora de
negócios do Grupo GPS
Sócio da
Jomatex Soluções
Bancária
Assessor especial da Secretaria
doPlanejamento da Bahia
Gerente comercial
da BDP South America
“A Petrobras é muito
exigente, existem
muitos detalhes
específicos como nível
técnico e gerencial
para ser fornecedora”
“Eu sou fornecedor no
Rio de Janeiro e estou
aqui (no seminário)
porque pretendo
ampliar minha
atuação para a Bahia”
“Eu estou aqui porque
o mercado financeiro
precisa acompanhar
o movimento que
está sendo feito por
essa indústria”
“É uma retomada
que abre espaço
para estes vários
fornecedores.
É um debate que
aquece o setor”
“Atuo na área de
logística e quero saber
sobre credenciamento,
que é bem difícil pelos
prazos estabelecidos
pela Petrobras”
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 7
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
BRASIL
Editora: Ivone Portes [email protected]
Governo reduz impostos
do etanol e do setor químico
Medidas anunciadas ontem pela Fazenda vão gerar renúncia fiscal superior a R$ 2 bilhões este ano
Marcello Casal Jr / ABr
Edla Lula, de Brasília
[email protected]
Para incentivar o setor sucroalcooleiro, o governo reduziu em
R$ 0,12 por litro a carga tributária do etanol, com a criação de
mecanismos de compensação
no pagamento de PIS/Cofins.
Outro setor beneficiado foi o de
químicos, com a redução de
5,6% para 1% do PIS/Cofins incidentes sobre produtos de primeira e de segunda geração.
A renuncia fiscal estimada pelo governo para este ano é de R$
970 milhões, no caso do etanol
e de R$ 1,1 bilhão no caso dos
químicos.
Ao divulgar ontem as desonerações, o ministro da Fazenda
Guido Mantega, anunciou ainda
a ampliação de 20% para 25%
no percentual permitido para a
mistura do álcool à gasolina. Outra medida foi a liberação de R$
4 bilhões para a linha de crédito
Prorenova, do BNDES, para renovação das plantações de cana de
açúcar já existentes e expansão
da área plantada. Os juros são de
5,5% ao ano. Outra linha de crédito, no valor de R$ 2 bilhões, é
destinada à estocagem de etanol, com juros de 7,7% ao ano.
As medidas destinadas ao álcool não terão impacto imediato sobre o preço do combustível
Mantega: mistura do etanol na gasolina sobe de 20% para 25%
para o consumidor. O próprio
ministro da Fazenda adiantou
que o que o governo está condicionando ao setor “é que aumente os investimentos, ampliando a produção e a oferta”.
Mantega lembrou que a partir
do aumento da oferta, a tendência é que o preço do etanol caia.
A presidente da União da Indústria da Cana de Açúcar (Única), Elizabeth Farina, comemorou as medidas, que fazem parte
de uma série de reivindicações
da entidade para dar competitividade ao setor. Mas ponderou
que elas não são suficientes para
tirar os usineiros da atual crise.
“Essa medida não vai resolver
os problemas do setor, claramente não”, salientou.
“As empresas estão em muitas dificuldades, espera-se este
ano o fechamento de 12 usinas,
além das 40 que já tinham sido
fechadas nas últimas cinco safras”, disse a executiva, que
aguarda políticas públicas de
longo prazo para o etanol.
Especialistas também comentam que medidas pontuais não
resolvem a falta de competitividade. “Objetivos macro se resolvem com medidas macro”, disse o economista José Kobori, do
Ibmec. Para o pesquisador, uma
ampla reforma tributária e investimentos em infraestrutura
seriam a solução porque reduziria o Custo Brasil.
“O mercado como um todo
está celebrando estas medidas”, comentou João Victor
Guedes, tributarista da equipe
sucroalcooleiro do L.O.Baptista Schmidt.Valois.Miranda.Ferreira.Agel Advogados, “mas a
carga tributária precisaria sofrer uma redução definitiva”,
completou.
Químicos
No caso da indústria química, a
avaliação é de que toda a indústria será beneficiada, pois a química está presente em praticamente todas as cadeias industriais do Brasil. Fátima Ferreira,
diretora da Associação Brasileira de Química comentou que o
setor hoje opera a 80% da capacidade e sofre com as consequências da políticas de incentivo dos Estados Unidos, a “shale
gás”. O déficit na balança comercial, que em 2012 foi de US$
27 bilhões, aumentou para US$
29 bilhões nos 12 meses terminados em março. “Essa é uma
medida que vem num excelente momento. Dá um certo alívio e, aliada a outras medidas
que estamos pleiteando, serão
um passo importante na direção da competitividade”, disse
a diretora. ■
Dilma afirma que térmicas vão aumentar
participação na geração de energia do país
“O meio ambiente diz que não se
pode mais fazer grandes
reservatórios, por causa da área
de alagamento”, disse ontem a
presidente após evento
As usinas termelétricas devem
aumentar sua participação na
geração de energia no país, porque elas terão que fazer o papel
de reservatórios, disse ontem a
presidente Dilma Rousseff.
“O meio ambiente diz que
não se pode mais fazer grandes
reservatórios, por causa da área
de alagamento”, afirmou Dilma
a jornalistas após inaugurar
uma exposição do cantor Carlinhos Brown no Palácio do Planalto.
“Quando faz pequenos reservatórios ou usinas a fio d'água,
necessariamente há uma consequência, qual? Térmicas terão
de entrar para fazer papel de reservatório”, argumentou.
Para a presidente, a participação das termelétricas seguirá a
mesma apenas se conseguirmos
“fazer mais hidrelétricas”.
“Porque não tem milagre, o
regime do Brasil vai ser sempre
um regime que vai olhar as duas
coisas”, explicou Dilma.
A presidente voltou a dizer
que há muitos pessimistas torcendo contra o país e exemplificou com as notícias sobre ameaça de racionamento de energia.
“Tem muita gente que torce
para o Brasil dar errado”, disse.
“Quando vocês falam que pessimismo, eu dou um exemplo que
é esse (da ameaça de racionamento de energia)”, disse.
Inflação
Dilma voltou a dizer que o país
tem o controle sobre a inflação
e que tem evitado comentar a
política de juros para que suas
palavras não sejam distorcidas.
“O Brasil não flerta com a inflação, temos histórico de combate à inflação e de controle da
inflação. Agora, eu não vou em
hipótese alguma, porque tenho
responsabilidade presidencial,
dar base para qualquer especulação que se faz”, disse Dilma ao
ser questionada sobre o aumento de juros.
No final do mês passado, a
presidente reclamou do que cha-
mou de “manipulação inadmissível” de suas palavras, quando
disse não concordar com políticas de combate à inflação que visem um crescimento menor, no
que foi interpretado pelos mercados como uma rejeição a uma
elevação dos juros.
Na semana passada, o Comitê
de Política Monetária (Copom)
do Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 7,5%, apesar
da alta, ela foi menor do que
apostava o mercado futuro de juros. ■ Reuters
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 9
Valter Campanato/ABr
NEW YORK TIMES
Lula terá coluna mensal publicada pelo jornal
O Instituto Lula comunicou ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva foi contratado pelo jornal americano “The New York Times” e
escreverá uma coluna mensal, que será distribuída pela agência de
notícias da organização. Segundo o instituto, os textos assinados por
Lula podem não ser publicados na versão impressa do jornal. “A coluna
tratará de política e economia internacional, e de iniciativas para o
combate à fome e à miséria no mundo”, diz o comunicado. Redação
Antonio Cruz/ABr
Relator indica que
pontos polêmicos
da MP dos Portos
serão aprovados
Eduardo Braga (PMDB-AM) diz
que artigo que trata da extensão
de contratos não será vetado
Delcídio Amaral rejeitou emendas assinadas por senadores paulistas, gaúchos e paranaenses
Reforma do ICMS
deverá passar
hoje na CAE
Texto deve ser aprovado na Comissão, apesar da insatisfação
de alguns estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná
Ruy Barata Neto, de Brasília
[email protected]
A reforma das alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) deverá passar hoje pela
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, apesar da
insatisfação de estados do Sul e
do Sudeste com o texto final, relatado pelo senador Delcídio
Amaral (PT-MT). O senador rejeitou emendas assinadas por
senadores paulistas, gaúchos e
paranaenses, que formam o
principal grupo contrário ao relatório apresentado.
O grupo não aceita o tratamento diferenciado dado aos estados
do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, que terão alíquota de 7%, a partir de 2018, para produtos industrializados e
agropecuários produzidos nestas regiões e destinados para os
estados do Sul e do Sudeste. Trata-se de uma exceção à regra geral que unificará paulatinamente
as alíquotas de ICMS para um patamar de 4% até 2021. No caso
os bens produzidos nas regiões
Sul e Sudeste destinados ao Nor-
te, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, o valor do ICMS em
4% já é atingido a partir de 1º de
janeiro de 2016.
Segundo o líder do governo
no Senado, Eduardo Braga
(PMDB-AM), apesar das discordâncias, a redação final do texto
permitirá votos suficientes para
a aprovação do projeto. “Haverá
votos suficientes para que o texto passe pela Comissão”, afirma
ao ressaltar que avanços em alguns pontos decisivos foram fundamentais para a adesão de senadores da maioria dos estados à
proposta. Caso aprovado na
CAE, o texto segue para a votação em plenário do Senado.
O mais importante deles foi a
confirmação de um artigo que
condiciona os efeitos da Resolução do Senado à aprovação de
lei complementar que garante
prestação de auxílio financeiro
pela União a estados, municípios e ao Distrito Federal pela
perda de arrecadação decorrente da redução das alíquotas de
ICMS. Assim como também
obriga transferências de recursos de um fundo de desenvolvimento regional.
Outro item decisivo foi a regra que define quorum de três
quintos do Conselho Nacional
de Política Fazendária (Confaz)
para fins de aprovação dos incentivos fiscais já concedidos
pelos estados sem a aprovação
do colegiado.
Neste caso há uma dúvida de
que se poderia ser competência do legislativo legislar sobre
a questão da aprovação do Confaz, mas segundo o relator Delcídio Amaral, há uma tendência do governo em aceitar que
esta disposição seja feita pelo legislativo. Com isso, fica valendo o projeto de lei do senador
Paulo Bauer (PSDB/SC) que deverá ser lido.
Uma outra proposta que agradou principalmente os estados
do Norte é a manutenção de taxa
de 12% das operações de gás natural. Para o Norte, Nordeste,
Centro-Oeste e Espírito Santo, a
alíquota para gás natural também terá cobrança diferenciada,
de 7%. Além disso, as operações
interestaduais de produtos com
origem na Zona Franca de Manaus também contarão com alíquota em 12%. ■
O relator da Medida Provisória
595, a MP dos Portos, senador
Eduardo Braga (PMDB-AM), disse ontem que o governo se comprometeu a não vetar os pontos
do relatório que tratam dos direitos dos trabalhadores do setor e os artigos sobre a renovação dos contratos de arrendamento, se o texto for aprovado
como está pelos parlamentares.
O relatório final da MP será votado amanhã na comissão mista
que estuda a matéria.
Em reunião para debater o relatório, Braga disse que a capacidade de negociação para a construção de um entendimento
“chegou ao limite” e alertou
que a aprovação de pontos sem
consenso pode resultar em vetos do governo. “O que nós
construímos aqui é melhor que
o status anterior da medida provisória. Se um passo à frente for
fruto de enfrentamento, há o direito constitucional do veto,
que significará um retrocesso.”
O relator também alertou
que qualquer destaque ou obstrução ao relatório pode resultar no atraso da votação da matéria, que deve ser analisada até
o dia 16 de maio. “Se ficarmos
em um enfrentamento, vamos
obstruir a comissão e todos os
ganhos que estão no projeto de
lei em função de uma expectativa de direitos adicionais que podem prejudicar o avanço do
marco regulatório de algo que
todos nós no país queremos acabar, que é a vergonha da eficiência dos portos brasileiros”, ressaltou.
O senador rebateu as críticas
de que a MP prevê a quebra de
contratos de arrendamento do
setor. Segundo o relatório, os
contratos de arrendamento celebrados antes de 1993, ano em
que foi estabelecida a atual lei
do setor, poderão ser renovados uma única vez por até cinco
anos.
Os contratos em vigor firmados depois dessa data poderão
ser prorrogados antecipadamente desde que houvesse, no acordo inicial, a previsão de prorrogação e que o arrendatário assuma a obrigação de investimentos em até 60 dias. “Estamos assegurando dois direitos fundamentais: o equilíbrio econômico-financeiro e a competitividade, mas estamos abrindo a vontade do legislador de fazer a antecipação de prorrogação”, explicou, Braga. ■ ABr
Henrique Manrezaa
Eduardo Braga: capacidade de negociação “chegou ao limite”
10 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
Clarice Castro/Ag. O Dia
BRASIL
TERRAS INDÍGENAS
Funai aprova estudos para criar três áreas
A Fundação Nacional do Índio (Funai) aprovou três estudos que
identificam e delimitam como terras tradicionalmente indígenas áreas
localizadas nos estados de São Paulo, da Bahia e do Amazonas. Os
documentos foram publicados no Diário Oficial da União. O relatório
feito no município de Ubatuba (SP) foi coordenado pela antropóloga
Celeste Ciccarone e trata da Terra Indígena Boa Vista do Sertão do
Promirim, com área de 5.420 hectares, onde vivem 156 pessoas. ABr
“Gerenciar legados da Copa e
das Olimpíadas será desafio”
Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a preocupação é como manter as estruturas
Marcelo Camargo/ABr
O ministro do Turismo, Gastão
Vieira, disse ontem que administrar o legado deixado pelos grandes eventos esportivos que serão sediados pelo Brasil — a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio (2016) — será o
grande desafio a ser enfrentado
pela pasta.
O ministro informou que a
grande preocupação do ministério será manter as estruturas
criadas para a Copa e as Olimpíadas, a exemplo do que ocorreu
em outros países, como a Espanha. Para Gastão Vieira, após receber os eventos mundiais, a Espanha soube aproveitar bem os
investimentos feitos. “Até hoje
(países como a Espanha) dão saltos extraordinários em termos
de turismo”, disse o ministro,
que participava da abertura da
World Travel Market Latin America, feira internacional de viagens que começou ontem na capital paulista.
Gastão Vieira ressaltou ainda
que o retorno dos investimentos feitos em grandes eventos esportivos não ocorreu no curto
prazo. “Ele veio no médio e longo prazos.” O ministro citou como exemplo os investimentos
feitos nos aeroportos brasileiros, que estão sendo preparados
para receber um grande volume
de turistas. “Compete ao Ministério do Turismo manter esses
aeroportos cheios, com uma
quantidade enorme de passageiros quando esses eventos acabarem”, declarou. Ele comentou
também o último balanço de turistas estrangeiros que visitaram o país. No ano passado, o
Brasil recebeu 5,6 milhões de visitantes, crescimento de 4,5%
em relação a 2011.
Senado quer
melhorar
ambiente de
negócios
Segundo Renan Calheiros,
projetos que ajudem na
economia são prioridades
“O Senado vai priorizar, a partir de agora, tudo que ajude a
melhorar esse ambiente de negócios no Brasil”. A afirmação
do presidente da casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL), foi dada
ontem, ao participar do lançamento da Agenda Legislativa da
Indústria para o ano de 2013,
evento realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), em Brasília.
Em entrevista antes da solenidade, Renan Calheiros observou que o apoio a projetos de lei
que estimulem o crescimento
do país é um dos compromissos
assumidos em fevereiro durante sua campanha para a presidência do Senado.
“Foi um compromisso que assumimos e vamos materializálo a partir de agora. Tenho conversado muito com o presidente da Câmara para que na prática façamos isso”, diz Calheiros.
Gastão Vieira: retornos de investimentos feitos em grandes eventos não ocorreu no curto prazo
O resultado, para o ministro,
foi positivo para o país. “Dentro
das circunstâncias da economia
mundial, dessa crise que veio
em 2008 e que está demorando
a passar, podemos dizer que foi
um bom crescimento. Mas estamos muito longe de atingirmos
aquilo que potencialmente podemos atingir para o nosso
país”, disse.
Segurança
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que uma grande opera-
ção militar será feita em maio
ao longo dos 16 mil quilômetros
de fronteira terrestre do país. Segundo Dilma, a operação tem
como objetivo reforçar a segurança para a Copa das Confederações, que ocorrerá entre 15 e
30 de junho. “A segurança pública é uma responsabilidade constitucional dos estados, mas o governo federal tem o dever de
participar na sua área de atuação, e é o que estamos fazendo”, destacou a presidente, em
sua coluna semanal.
Dilma disse que as Forças Armadas e as polícias federais e estaduais trabalham de forma
coordenada para combater os
crimes (principalmente o tráfico de drogas) nas fronteiras do
país desde 2011, quando foi lançado o Plano Estratégico de
Fronteiras. A presidente explicou que a ação integrada é feita
periodicamente por meio da
Operação Ágata, liderada pelo
Ministério da Defesa, e pela Operação Sentinela, do Ministério
da Justiça. ■ ABr
Apoio a projetos
que estimulem o
crescimento foi
compromisso
assumido em
campanha
Durante a cerimônia, o presidente do Senado voltou a ressaltar o empenho do Congresso para contribuir com o desenvolvimento da indústria nacional.
“O Congresso reúne as condições de ajudar o país a ser mais
atrativo aos investimentos industriais. Estamos trabalhando
para o que chamamos de Brasil
Mais Fácil. Leis que combatam o
excesso de burocracia”, afirma.
Agenda
Congresso suspende tramitação da MP dos Royalties
Segundo relator, insegurança
jurídica que envolve a matéria
causou a interrupção
O Congresso Nacional decidiu
ontem suspender a tramitação
da medida provisória que trata
da destinação dos recursos dos
royalties do petróleo, diante de
insegurança jurídica que paira
sobre o tema.
“A MP foi sobrestada, quer dizer que suspenderam a tramitação e ela vai caducar”, disse o
relator do projeto, deputado
Carlos Zarrattini (PT-SP).
Segundo o deputado, a decisão reflete a posição da maioria
dos parlamentares da base aliada e do próprio governo, para
evitar insegurança jurídica. Os
royalties são questionados judicialmente no Supremo Tribunal
Federal (STF). “A maioria da base e até mesmo o governo consideraram que haveria um risco
jurídico nesta MP no STF”, afirmou Zarrattini.
A destinação dos recursos
dos royalties para o financiamento da educação é pessoalmente defendida pela presidente Dilma Rousseff, mas tem causado embates no Congresso.
No fim do ano passado, o Congresso aprovou uma lei retirando parte dos recursos dos Estados produtores (Rio de Janeiro,
Espírito Santo e São Paulo) e da
União para dividi-los com todos os estados.
A lei sofreu vetos da presiden-
te, posteriormente derrubados
pelo Parlamento. Sob o argumento de que seriam prejudicados ao ter um corte abrupto em
suas receitas, estados produtores recorreram ao STF para reverter a nova lei.
Em março, a ministra do STF
Cármen Lúcia decidiu, em caráter provisório, suspender as
aplicações da lei resultante da
derrubada dos vetos, até que o
assunto seja discutido pelo plenário da Corte. ■ Reuters
A CNI lança sua Agenda Legislativa com 130 propostas de interesse do setor em tramitação no
Congresso Nacional. Entre os
projetos, a confederação destacou a Medida Provisória 595, a
MP dos Portos.
Outro projeto de lei considerado prioritário é o que acaba
com o adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Segundo a CNI, desde 2001,
as empresas pagam a contribuição extra e que a dívida, de R$
42 bilhões, já foi paga em 2012.
■ Agências
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 11
Divulgação
JUSTIÇA
Lewandowski defende investigação pelo MP
O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo
Lewandowski, é favorável ao trabalho de investigação pelo Ministério
Público (MP) nas ações penais, mas ressalta que isso deve ser feito
“dentro de circunstâncias concretas e através de procedimento
regulamentado formalmente”. O ministro lembrou que a Constituição
de 1988 tem como um de seus grandes avanços a ampliação da
competência do Ministério Público. ABr
“Transporte individual tem que
financiar o coletivo”, diz Haddad
Antonio Cruz/ABr
res foram presos.” Para Haddad, também é necessário melhorar a legislação porque a falta de punição para pequenas
transgressões acaba facilitando
a corrupção. “Estou certo de
que não é a maioria dos servidores que é ruim, mas contamina
a máquina pública e passa uma
sensação de total descontrole".
Prefeito defendeu ontem a
municipalização do Cide como
forma de baratear o transporte
Pedro Venceslau
[email protected]
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu ontem, durante um café da manhã
com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais),
que a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico
dos combustíveis (Cide) seja
municipalizada. Esse seria, segundo ele, um caminho para baratear as tarifas do transporte
público. Essa ideia já faz parte
da pauta de reivindicações da
Frente Nacional de Prefeitos. A
ideia é criar um fundo que unifique todos os tributos que incidem sobre a gasolina e dessa forma diminuir o valor das passagens de ônibus.
Apesar do prestígio que tem
no Palácio do Planalto, o prefeito, que foi ministro de Dilma e
contou com ela em seu palanque no ano passado, disse ainda
não tratou do assunto com a
equipe econômica. “O transporte individual tem que financiar
o coletivo”, disse Haddad aos
empresários. Apesar de prever
uma onda de protestos, a prefei-
Fogo amigo
Prefeito de São Paulo criticou o antecessor durante um café da manhã do Lide ontem na capital
tura deve reajustar o preço das
tarifas de ônibus a partir do dia
1˚ de junho.
O valor só será anunciado no
fim de maio, mas não irá superar a inflação. O prefeito também prometeu segregar 1/3 das
faixas para ônibus. Dessa forma, a velocidade dos coletivas
aumentaria para níveis mundiais. “Temos um sistema de se-
máforos sucateado. O investimento atual de R$ 20 milhões
não é suficiente. Devemos direcionar R$ 100 milhões ao ano,
nos próximos quatro anos, apenas para a implementação de semáforos inteligentes, que funcionam de acordo com o tráfego.” Questionado pelos empresários sobre medidas adotadas
para combater a corrupção, es-
pecialmente no alvará de imóveis e concessões de documentos, o prefeito afirmou que a medida mais importante foi tomada em janeiro com a criação da
Controladoria Geral do Município, nos moldes da União. “É
uma estrutura técnica, livre de
partidarismo e com carta branca para agir. Já estamos recebendo denúncias e quatro servido-
O prefeito deixou claro durante
o evento do Lide que a lua de
mel com o ex-prefeito Gilberto
Kassab (PSD) definitivamente
acabou. Ele atribuiu ao antecessor o risco da cidade perder a
Fórmula 1 para Santa Catarina e
Rio de Janeiro por falta de orçamento para a reforma dos boxes. “A pista é uma das melhores do mundo e penso que já superamos esse risco, pois a assinatura do contrato deve acontecer ainda em abril.” O prefeito
disse ainda que ele e sua equipe
passaram os primeiros meses
tentando equacionar os problemas de orçamento.
Em relação à segurança pública, Haddad afirmou que a prefeitura pode ajudar a promovê-la,
no entanto, a prevenção e a repressão são responsabilidade do
estado, que possui as polícias Civil e Militar. ■
Rio terá reajuste de passagens de ônibus em junho
André Mourão/Ag. O Dia
Prefeito da cidade, Eduardo
Paes, confirmou o aumento após
reunião com Guido Mantega
O prefeito do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes, confirmou ontem que as passagens de ônibus
do município subirão em junho. Ele disse que o índice não
está definido e só será anunciado no fim de maio, mas descartou qualquer possibilidade de
adiar novamente o aumento,
inicialmente previsto para o início do ano.
“Tenho uma obrigação contratual. Nosso bilhete único é o
mais barato do Brasil e a prefeitura não subsidia (o preço das
passagens). Era para eu ter feito
em janeiro, mas decidi adiar. Se
tiver algum reajuste para dar,
vou conceder o aumento”, declarou o prefeito após reunião
com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Eduardo Paes, no entanto, admitiu que o reajuste pode ser
menor que o previsto ou até não
ocorrer se o Congresso aprovar
a desoneração do Programa de
Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (Cofins) para as passagens de ônibus, trem
e metrô. A prefeitura também levará em conta a desoneração da
folha de pagamento para as empresas de transporte público na
hora de calcular o índice.
“Redução de tarifa acho difícil, mas é óbvio que essas desonerações impactam na tarifa.
Quanto mais desonera o custo
das empresas, mais ajuda a planilha tarifária delas”, disse. O
prefeito negou ter tratado do assunto no encontro de hoje com
o ministro. Segundo ele, os dois
trataram apenas da possibilidade de ampliação do limite de endividamento do município.
Eduardo Paes: “O reajuste era para ser feito em janeiro, mas adiei”
Na reunião, o prefeito pediu a
retirada de uma resolução do Senado que, na prática, congela a
dívida das prefeituras. De acordo com o prefeito, o fim da exi-
gência poderá fazer o município contratar mais R$ 9 bilhões
em operações de crédito sem estourar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
“A dívida do município está
em 40% (da receita líquida),
um nível baixíssimo. Hoje teríamos espaço para nos endividar,
mas não podemos”, disse. Paes
disse que os limites de endividamento estabelecidos pela resolução do Senado são mais severos
que os da própria LRF e afetam
apenas as prefeituras. “Os estados estão livres para fazer o ajuste anual das dívidas, mas os municípios tiveram de congelar o
nível de endividamento desde o
fim dos anos 1990”.
Pela Lei de Responsabilidade
Fiscal, a dívida das prefeituras
não pode superar 120% da receita corrente líquida. Para os estados, o teto é de 200%. No entanto, a resolução do Senado, aprovada em 2001, estabelece que o
estoque da dívida bruta das prefeituras não podem ser maiores
que a receita corrente líquida
do ano. ■ ABr
12 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
EMPRESAS
Editora: Flavia Galembeck [email protected]
Subeditora: Rachel Cardoso [email protected]
Lego Zoom abre capital para
conquistar mercado externo
Representante da Lego Education no país venderá parte da empresa para fundo e lançará ações este ano
Divulgação
Flavia Galembeck
[email protected]
Presente na mochila de 1,5 milhão de alunos no Brasil, a Lego
Zoom, empresa fundada pelo
empresário Marcos Wesley e
que representa no país os kits
educacionais da Lego, anunciará em julho a venda de um percentual da empresa a um fundo
de private equity, cujo nome
ainda não foi divulgado.
A empresa produz material
didático para escolas do ensino
médio e fundamental e busca
com essa capitalização a saída
para financiar sua expansão no
mercado nacional, onde atua
por meio de franquias. “Esse é o
quarto ano em que nosso balanço é auditado. Estamos nos preparando e as negociações estão
bem avançadas, mas ainda não
posso revelar o nome do comprador”, afirma Wesley.
Com 1,5 milhão
de alunos,
Lego Zoom
busca
investidores
para expandir
A iniciativa prepara a companhia para um provável IPO, que
tem como objetivo impulsionar
a internacionalização da empresa, que começou a atuar há três
anos em países como o México e
a Argentina. “Hoje, nosso faturamento no Brasil representa
quase 70% do que o Lego Education, braço educacional da corporação dinamarquesa, movimenta nos Estados Unidos.”
Aqui no Brasil, a empresa
atua de duas formas: com a a
venda de apostilas que servem
de material de apoio para a grade curricular, e também com
conteúdo para a formação de
empreendedores, por meio de
parcerias com Sesi e Senai, e
também com a venda de kits e
de apostilas de robótica, usadas
pelas escolas como atividade extracurricular.
Presente em mais de quatro
mil escolas, distribuídas por
cem municípios brasileiros, a
Lego Zoom vende as apostilas
para os alunos – os preços variam entre R$ 180 e R$ 240 -,
que usam o material durante todo o ano letivo. As escolas que
aderam ao programa oferecem
esse material de apoio durante
os 12 anos do ensino básico e
fundamental. Além disso, os
professores dessas escolas, particulares e públicas, fazem 64
horas de treinamento para
aprender a usar o kit de brinquedos e outras peças da Lego, de
forma multidisciplinar.
Desde 2003, quando a empresa criou esses materiais paradidáticos, a Lego Zoom já investiu
R$ 20 milhões na elaboração
das apostilas.
O modelo de franquia que
Wesley usou para expandir o negócio foi criado em 2009. A rede reúne 26 franqueados. Cada
um deles pagou entre R$ 200
mil a R$ 800 mil para se associar à rede. Do ano passado para
cá, a Lego Zoom vem repassando aos franqueados alguns contratos que administrava para se
concentrar nos planos de expansão. A capital de São Paulo, por
exemplo, onde a rede concentra cerca de um milhão de alunos, está à venda.
A Lego Zoom pretende se interiorizar nos próximos anos.
Além do interior do sudeste e
Bahia, a empresa pretende reforçar sua presença em mercados do norte, nordeste e centrooeste, onde sua atuação é pequena ou inexistente.
O segmento que mais cresce
em termos de rentabilidade, no
entanto, é o de conteúdo extracurricular, que não segue as diretrizes do Ministério da Educação (MEC), e que se dedica à formação de empreendedores.
Com dez mil alunos, esses cursos abordam noções de empregabilidade, tomada de decisões,
planejamento, ministrados ao
longo de um ano. Voltado para
crianças a partir de 10 anos de
idade, o Lego Líder foi adotado
em 283 escolas de ensino médio
e técnico de Pernambuco.
Criada a partir dos kits de robótica que Marcos Wesley começou a desenvolver e a vender
em meados dos anos 90, o Lego
Genius é um prograna extracurricular, com módulos semestrais, para despertar as crianças
de entre 7 e 9 anos de idade para
os fundamentos básico da ciência e da tecnologia.■
Marcos Wesley, da Lego Zoom, está se capitalizando para crescer dentro e fora do Brasil
PERFIL
BRASIL QUER DE VOLTA MERCADO DE BRINQUEDOS
Ex-engraxate,
Wesley começou a
trabalhar aos 13
Nascido em Anápolis, em Goiás,
Marcos Wesley mudou com a
família para Brasília, no Distrito
Federal, aos 11 anos de idade.
Aos 13 anos, ao ver a
movimentação dos adultos que
iam ao trabalho, teve a ideia de
seu primeiro negócio e comprou
uma caixa de engraxate para
deixar mais reluzentes o sapato
dos moradores de Sobradinho,
cidade-satélite da capital
federal. Dois anos depois ele
conseguiu seu primeiro emprego
como vendedor de rações da
Purina. Nos anos 90, enquanto
cursava o antigo segundo grau
técnico ele se preparou para o
curso de Administração de
empresas. Já morando em São
Paulo, abriu a Zoom em 1996,
com R$ 15 mil.
Começou ontem no Expo Center Norte, em São Paulo, a
Abrin, feira de brinquedos que reúne 180 fabricantes
nacionais, deve contar com 1.500 lançamentos e
movimentar R$ 1 bilhão. Em 2012, cerca de 60% dos
brinquedos comprados no Brasil foram fabricados na
China. No entanto, a Associação Brasileira dos
Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) prevê que a
indústria brasileira recupere mercado em 2013, e
chegue a uma fatia de 50%, se igualando aos chineses.
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 13
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AVIAÇÃO
A Boeing e seu Dreamliner
A equipe de engenharia da Boeing não acreditava que um simples curto
circuito na bateria de íon-lítio da aeronave 787 Dreamliner levaria a um
incêndio, como ocorreu em alguns aviões da companhia e que provocou
a suspensão de vôos. Em audiência investigativa no Conselho Nacional
de Segurança nos Transportes, em Washington, o engenheiro-chefe,
Mike Sinnett, afirmou que, em testes, a única vez que uma célula liberou
fogo foi com uma significativa sobrecarga. Reuters
Venda maior de caminhões neste ano
impulsiona produção de motores da MWM
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Empresa estima fabricar 140 mil
propulsores a diesel para
abastecer mercado interno
Ana Paula Machado
[email protected]
O ano de 2013 está sendo de
grandes comemorações para a
fabricante de motores diesel
MWM, que completa 60 anos
no país. A empresa vai retomar
a produção em sua fábrica na Argentina e no Brasil vai produzir
140 mil propulsores, aumento
de 25% em relação ao ano passado. Em 2012, a companhia já havia montado 112 mil unidades,
considerado um volume “fora
da curva”.
“O mercado no ano passado
foi muito ruim. Tivemos uma
produção de caminhões em torno de 133 mil unidades, a queda
foi de cerca de 40% no comparativo com 2011. Agora, com a
aceitação dos novos motores e a
resolução dos problemas para
abastecimento dos caminhões,
acreditamos que vá ocorrer
uma reação. As montadoras devem produzir cerca de 170 mil
unidades”, disse o presidente
da MWM International, Luiz
Eduardo Luzzi. “Isso vai puxar
nosso mercado também”.
Hoje, o segmento de motores
diesel para a indústria automobilística responde por cerca de
40% da produção da MWM no
Brasil. Os outros 60% do negócio é divido em motores para
outras aplicações, como máquinas agrícolas. A estratégia da
companhia é estar mais próximo do cliente e para isso mantém uma política de parceria
com grandes montadoras para
Luiz Eduardo Luzzi: novo ciclo de investimento será destinado ao aumento da capacidade e tecnologia
Empresa investiu,
no ano passado,
US$ 80 milhões
para atender
demanda da GM e
da MAN
montagem de motores com
suas marcas. Ela fez isso com a
MAN Latin America, em 2011,
para a fabricação do motor Man
que equipa o caminhão extrapesado TGX. E no ano passado, a
MWM firmou parceria similar
com a General Motors.
No caso da GM, a MWM fornece o motor diesel para a picape
Nova S10, produzida na fábrica
de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Para essa empreitada, a companhia investiu
US$ 80 milhões. Os recursos, segundo Luzzi, foram utilizados
no desenvolvimento do motor e
na adaptação da linha de montagem dedicada para a montadora
americana.
“Nosso plano de investimentos termina em 2013 e já esta-
Na Argentina,
MWM vai
produzir motores
para ônibus da
unidade da
brasileira Agrale
mos analisando o novo ciclo. Como há muitas empresas que desejam produzir no Brasil, temos
um potencial enorme que poderá ser explorado. Por isso, não
definimos ainda quanto vamos
aplicar no país. O que posso
adiantar é que investiremos em
capacidade em algumas linhas
de produção”, ressaltou Luzzi.
Segundo ele, dentro dessa estratégia de melhorar a capacidade, a companhia está ampliando em 15% a usinagem de blocos de motor Euro V. A linha poderá usinar 35 mil unidades por
ano. “Foi um investimento planejado em função da perspectiva do aumento da demanda por
esse tipo de motor no país. Mas
se trata de uma linha flexível.
Nossa capacidade vai variar de
acordo com a demanda”, acrescentou o executivo.
Outro investimento programado é a reativação da unidade
na Argentina. A MWM vai voltar a produzir motores na cidade de Jesus Maria, a partir do
mês de maio. Luzzi disse que a
companhia mantém naquele
país somente os serviços de usinagem de peças do motor e os
investimentos na reabertura da
unidade fabril serão de cerca de
US$ 4 milhões.
A fábrica da Argentina terá
capacidade instalada de 5 mil
motores anuais. No primeiro
ano de operação, serão produzidos cerca de 1 mil propulsores.
“Não são recursos expressivos. É uma fábrica com cerca de
20 anos de operação, mas nos últimos 10 toda a produção de motor foi transferida para as unidades brasileiras. Agora temos
clientes que vão sustentar a reativação da montagem dos propulsores na Argentina”, disse
Luzzi.O foco da MWM é o segmento de ônibus e máquinas
agrícolas, em especial tratores
de roda e pulverizadores. ■
Fibria ainda está otimista com demanda chinesa
Vendas da empresa caíram 10%
no primeiro trimestre do ano por
paradas de manutenção
A fabricante de celulose Fibria
ainda vê uma boa demanda da
China e de outros mercados
compradores, e atribui a paradas para manutenção em algumas fábricas o motivo de ter registrado queda de produção e
das vendas no primeiro trimestre do ano.
A empresa teve lucro líquido
de R$ 24 milhões no primeiro
trimestre deste ano, revertendo
prejuízo de 10 milhões registrado um ano antes. De qualquer
forma, o resultado foi metade
do apresentado no último trimestre de 2012. Os números ficaram bem abaixo da média de
previsões de analistas compiladas pela Reuters, que apontava
lucro de R$ 106 milhões para a
empresa no período.
"Os embarques diminuíram
em função da falta de celulose.
A demanda (da China) continua
muito boa, a implementação de
novas fábricas nos ramos de tissue (sanitários) continuam
acontecendo, tem outras que
vão acontecer em 2013. O ramo
de embalagem também está
crescendo na Ásia", disse o dire-
tor Comercial e Logística Internacional da empresa, Henri Philippe van Keer, em teleconferência com jornalistas.
Em relação aos demais mercados, van Keer afirmou que a demanda dos Estados Unidos se
O ramo de
embalagens está
crescendo na
Ásia, segundo
Henri Philippe
van Keer
mantém "regular", assim como
a da Europa, que apesar da crise
não diminui as encomendas já
que os estoques estão baixos.
No primeiro trimestre, a companhia viu a produção de celulose diminuir em 8% na comparação com os três meses até dezembro, somando 1,3 milhão de
toneladas, resultado de paradas
programadas para manutenção
na unidade Veracel e em uma fábrica da unidade Aracruz.
As vendas caíram 21% em relação ao quarto trimestre, para
1,2 milhão de toneladas, "efeito
da sazonalidade daquele trimestre", segundo a empresa. Em re-
lação ao primeiro trimestre de
2012, a queda foi de 10%.
"Os embarques diminuíram
em função da falta de celulose e
em certos casos da falta de disponibilidade de navios. Começamos o ano com estoques muito
apertados e antecipação de paradas, isso fez com que tivéssemos demanda reprimida da China e embarques menores".
A Fibria informou que a
previsão de investimento de
R$ 1,244 bilhão ao longo de
2013 está mantida, sendo que
R$ 249 milhões foram desembolsados no primeiro trimestre. ■ Reuters
14 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
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EMPRESAS
ENTRETENIMENTO
Rio ganha novo Espaço Itaú de Cinema
O Espaço Itaú de Cinema do Rio de Janeiro será inaugurado amanhã,
25 de abril. Localizado em Botafogo, zona Sul do Rio de Janeiro, o
espaço foi planejado pela Metro Arquitetos. Uma das propostas é trazer
de volta o cinema como lugar de convívio, com grandes foyers e
acomodações fora das salas de projeção. Os antigos Espaços Unibanco
Arteplex estão sendo remodelados. Já foram reabertas sete unidades:
Brasília, três em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Salvador.
China dá aval
a negócio
bilionário
de tradings
Marquise diversifica e passa
atuar na gestão de shoppings
Grupo cearense, com forte atuação no Nordeste, planeja segundo empreendimento
Divulgação
Gabriela Murno
Reguladores exigem segregação
de operações das tradings
Gavilon e Marubeni
[email protected]
O Grupo Marquise, com forte
atuação no Nordeste em setores
como construção e serviços ambientais, resolveu diversificar
ainda mais seu portfólio e passa
a atuar também na gestão de
shoppings centers. Além do
Shopping Parangaba, em Fortaleza, no Ceará, já em construção e com previsão de entrega
em outubro deste ano, a empresa planeja mais um empreendimento, desta vez em João Pessoa, na Paraíba.
“Investimos cerca de R$ 180
milhões em Fortaleza e estamos
avaliando o investimento em
João Pessoa”, adianta Carla Pontes, diretora do grupo. Segundo
ela, o foco continuará sendo a
região Nordeste. “Esta é a região com o menor número de
shoppings do país, mas estamos
abertos a opções no Sul, Sudeste e Centro-Oeste também”,
completa.
Não por acaso, o primeiro empreendimento será no Ceará.
No estado está localizada a sede
do grupo. “A localização é estratégica. Está próximo ao maior
terminal de ônibus de Fortaleza, além de contar com metrô e
VLT”, acrescenta Carla. O Parangaba será o primeiro shopping
interligado ao transporte público na cidade.
A expectativa é que os lojistas
invistam cerca de R$ 20 milhões. De acordo com a executiva, cerca de 87% das lojas já foram comercializadas. “Teremos
grandes âncoras como C&A, Riachuelo, Marisa, Centauro e Renner. O cinema será da UCI”,
conta Carla.
Recentemente, a empresa
anunciou a venda, por R$ 118
milhões, de 40% do Shopping
Parangaba à Aliansce, uma das
maiores companhias do setor
no país. “Eles entram como gestores e sócios. Queremos entregar ao lojista a melhor opção de
investimento, por isso, escolhemos uma empresa com experiência no setor”, explica Carla.
O Grupo
Em 2012, o Grupo Marquise
faturou R$ 782 milhões, destes
R$ 380 milhões vieram da área
ambiental. Para este ano, o grupo espera um crescimento de
15%. Em 2014, a meta é chegar
a R$ 1 bilhão em faturamento. ■
Os reguladores chineses deram
o sinal verde para a operação de
compra por US$ 5,6 bilhões da
comerciante de grãos norteamericana Gavilon pela trading
japonesa Marubeni, mas com
duras condições, ressaltando a
preocupação de Pequim quanto
à segurança alimentar.
O acordo foi fechado quase um
ano atrás mas foi mantido em suspenso por meses enquanto Pequim examinava a operação combinada do grupo, que terá um papel de liderança no abastecimento de soja e outros grãos ao mercado chinês, país onde mais cresce
a importação de alimentos.
Em comunicado, o Escritório
Anti-monopólio, parte do Ministério do Comércio (MofCom), disse que será determinado que a Gavilon e a Marubeni mantenham unidades de tradings separadas e independentes quando venderem soja para
a China, com compromisso de
segregar as operações para prevenir qualquer troca de informações de mercado. ■ Reuters
Rubens Augusto, dono da rede, anuncia três lojas no Rio e aumento do investimento em marketing
Patroni Pizza expande rede e
espera faturar R$ 295 milhões
A meta é ter 500 lojas até 2017
e depois chegar a outros países,
como Argentina e Portugal
Gabriela Murno
[email protected]
A Patroni Pizza, considerada a
maior rede de pizzarias do Brasil, espera faturar R$ 295 milhões em 2013, mantendo o crescimento na casa dos 30%, como
nos últimos anos. A empresa fechou 2012 com faturamento de
R$ 281 milhões.
Segundo Rubens Augusto Junior, dono da rede, para este
ano já estão confirmadas três
novas lojas no Rio de Janeiro,
sendo duas na capital e uma em
Cabo Frio, Região dos Lagos.
Atualmente, o estado conta
com 19, só perdendo para São
Paulo, com 57. “Estamos focados no Rio de Janeiro. Já temos
outros pontos adquiridos no estado”, diz. Em todo o país, já
são 115 unidades em operação e
39 com inauguração marcada.
“A média de público circulante
nos shoppings do Rio é maior
do que em São Paulo”, completa Rubens Augusto.
Entretanto, os planos de crescimento da rede não param por
aí. O empresário adianta que
até 2017 a meta é ter 500 lojas
em todo o país. “Depois temos
planos de chegar a outros países
como Portugal, Espanha, Itália,
Costa Rica e Argentina”, completa Rubens Augusto.
Os investimentos em marketing também cresceram. Somen-
te para este ano estão previstos
R$ 2 milhões e inserções já podem ser vistas nos intervalos da
programação dos canais Globo
e Bandeirantes.
Henrique Quintaes, dono da
franquia que mais vende no
país, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, Zona
Oeste do Rio, conta que teve retorno de seu investimento de
R$ 400 mil em apenas 2,5 anos.
“Não esperava um retorno tão
rápido. A loja tem apenas seis
anos. Hoje, vendo cerca de duas
mil pizzas por mês. O grande sucesso é o tamanho família”, comemora.
Para Quintaes, um dos diferenciais da rede é oferecer opções para os três horários: almoço, Happy Hour e jantar. ■
Vendas de
rede européia
de baixo custo
crescem 81%
A Primark, cadeia de lojas de
ves tuário de baixo custo, fechou o primeiro semestre do
ano fiscal de 2012/13 com lucro
operacional de €279 milhões,
um crescimento de 81% em relação a mesmo período anterior.
De acordo com o comunicado
da marca irlandesa, a queda dos
preços do algodão, a desvalorização do dólar e baixa do preço
de venda como resultado de melhores negociações foram os fatores que incentivaram o crescimento. As vendas da Primark
atingiram €2,3 bilhões no período, aumento de 23,6%. A receita cresceu 7%.
A rede, que pertence ao grupo Associated British Foods,
possui 257 lojas espalhadas em
oito países europeus, sendo que
15 delas foram abertas neste
ano. ■ Diário Económico
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 15
Gianne Carvalho/Ag. O Dia
TURISMO
Brasil bate recorde em número de visitantes
O turismo internacional no Brasil bateu novo recorde em 2012. Dados
do Ministério do Turismo apontam que, no ano passado, o país recebeu
5,7 milhões de estrangeiros, um crescimento de 4,5% em relação a
2011. O resultado superou em 20% a média mundial divulgada pela OMT
(Organização Mundial de Turismo), de 3,8%. O objetivo do Ministério é
chegar aos seis milhões de turistas estrangeiros este ano, com melhoria
nos serviços e inovações na promoção internacional do país.
Portal democratiza ofertas de design,
e cliente decide o quanto quer pagar
Divulgação
No Logovia, pequenos comércios
têm a seu alcance designers
de todos os cantos do país
Lucas Bombana
[email protected]
Ficou mais fácil às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ter a própria identidade visual. No ar desde agosto de 2011, a plataforma
virtual Logovia já reúne cerca de
oito mil designers e 135 mil artes
enviadas, com o foco no pequeno
empresário em busca de uma personalidade para o seu negócio.
A recente inserção ocorrida
no país das classes menos favorecidas economicamente, que entraram em um novo patamar de
consumo e oportunidades nos últimos anos, têm gerado um número crescente de potenciais empreendedores, que sonham em
tocar com sucesso um negócio
próprio.
Pesquisa elaborada pela consultoria Endeavor mostra que,
de cada quatro brasileiros, três
desejam começar uma empresa,
o que corresponde a 76% do total da população do país. Com a
expressiva taxa, o Brasil fica
atrás apenas da Turquia, que tem
percentual na casa dos 82%, mas
à frente de regiões como Estados
Unidos, com 51%, China, com
56%, e União Europeia, com apenas 37%. Essa intenção de ser do-
Pedro Assis, 23 (sentado) e Carmelo Queiroz, 25, do Logovia
Devolução do dinheiro aos
insatisfeitos atrai clientela
Com um tíquete médio de cerca
de R$ 300,00, o prazo desejado
também aparece como atrativo
Preços e prazos atraentes são
apontados pelos que já utilizaram o Logovia como vantagens
frente ao modelo tradicional.
“Achei muito interessante
porque, se você não gosta do
projeto, eles devolvem o dinheiro. Estava decepcionada porque
tinha tentado dois ou três designers em Belo Horizonte, que
não me satisfizeram, que já tinha pago, e perdi o dinheiro”,
fala Amanda Filippini, sóciaproprietária da Florear, empresa que organiza eventos.
Por cerca de R$ 300,00, que é
o tíquete médio dos logos feitos
pelos designers cadastrados no
Logovia, e em pouco mais de
duas semanas, Amanda obteve
o resultado almejado. “Outro
designers me cobraram muito
mais”. Na plataforma, o usuário
também escolhe o prazo de recebimento das propostas.
“Em conversas com amigos,
tinha ouvido falar de uma espécie de cooperativa de designers
que se reuniam através de um site. Entrei em contato, passei o
pedido, e houve uma dificuldade inicial na compreensão, mas
prontamente me atenderam e fizeram as alterações”, diz Milton
Kravaski, do restaurante de pastéis gourmet A Pastella, que
tem em seu quadro Sandro Aires, ex-subchefe do Fasano.
No restaurante, que tem sua
primeira unidade há quatro me-
ses localizada na Chácara Santo
Antônio, zona sul da capital paulista, o cliente escolhe o recheio
do pastel, dentre opções pouco
usuais, como salmão, funghi e
queijo brie.
O sucesso do empreendimento já rendeu uma segunda unidade no interior paulista, em São
João da Boa Vista, prevista para
ser inaugurada nas próximas semanas, e dezenas de pedidos para aberturas de franquias.
“O prazo estipulado estourou, e propuseram dilatá-lo
até que eu ficasse satisfeito”,
comenta Kravaski, que, assim
como a dona do Florear, também esperou cerca de duas semanas para ter o logo desejado, com um gasto similar, entre R$ 250,00 e R$ 300,00. ■
no do próprio nariz em termos
com seus interesses. “Procuraprofissionais, por sua vez, leva a
mos diversos locais atrás de uma
um consequente ambiente onde
identidade visual para a empresa
novos negócios surgem a cada
em Fortaleza, achamos três lugadia.
res diferentes, que não conseguiPara diferenciar-se da seara
ram atender nossa expectativa.
de ofertas que inundam o setor
Começamos a pesquisar sobre o
brasileiro de serviços, os aspiranassunto, e descobrimos que não
tes a empresários, além de natuera uma dificuldade só nossa”, reralmente irem em busca de um
corda Queiroz, CEO da Logovia.
produto de destaque, vão tamNo endereço virtual, aqueles
bém, por meio de uma identidaatrás de uma imagem para seu
de visual de impacto, lutar pela
negócio colocam a proposta no
atenção de um público exigente
ar, e o quanto estão dispostas a
e disputadíssimo.
pagar pelo trabalho, e ela fica disNo olho desse furacão apareponível para uma base de aproxicem os designers, prontos para
madamente oito mil designers.
transformar ideias em fachadas
Lançado em agosto de 2011, o Locurvilíneas e colorigovia já alcançou
das. No entanto, di- O faturamento uma média de 200 loferentemente de oucomercializados
esperado para gos
tras profissões abunpor mês, e a marca
dantes, como advo- 2013 é 10 vezes de 135 mil propostas
gados ou engenheienviadas. Os trabasuperior ao
ros, que podem ser
realizados são
alcançado no lho
encontrados com
quase 1,5 mil, e cada
ano passado
mais facilidade, esse
projeto recebe, em
não é o caso dos que
média, 90 sugestões
vivem de criar uma personalidade arte. A movimentação finande a um ponto comercial.
ceira por meio do marketplace
Justamente para abocanhar eschega aos R$ 378 mil. Com um
se nicho de micros e pequenos
aporte inicial de R$ 30 mil, o Loempresários, carentes de mão de
govia rendeu um faturamento de
obra especializada, que os jovens
R$ 400 mil no ano passado a seus
fortalezenses Carmelo Queiroz,
fundadores, e a expectativa é
de 25 anos, e Pedro Assis, de 23,
que os ganhos saltem para R$ 3,5
resolveram criar o Logovia, após
milhões neste ano. A companhia
sentirem na pele o problema de
retém de 20% a 30% do valor
encontrar um logo de acordo
dos projetos sacramentados. ■
Copa já rendeu R$ 100 mi a
micro e pequenas empresas
Até 2014, Sebrae vai promover
encontros de negócios em todas
as cidades-sede do evento
lhões. A expectativa é de vender ainda mais. .
Rodadas de negócios
Gabriela Murno
[email protected]
A Copa do Mundo de 2014 já rendeu mais de R$ 100 milhões em
vendas para micro e pequenas
empresas em todo país, divulgou ontem o Sebrae (Agência de
Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário).
Um exemplo é a Trelicon, pequena fábrica de material de
construção do Rio de Janeiro,
que forneceu lajes que dispensam escoramento para a obra de
quatro rampas de acesso ao Maracanã. O contrato com a contrutora Odebrecht, responsável
pela reforma do estádio no Rio
de Janeiro, rendeu R$ 2 mi-
Desde 2011, o Sebrae promove encontros de negócios que
buscam incentivar as micro e
pequenas empresas a aproveitarem as oportunidades da Copa.
As rodadas de negócio vão ser
realizadas em todas as cidadessede até 2014 e têm como objetivo auxiliar as empresas de micro e pequeno porte a se tornarem mais competitivas.
Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas mapeou 930
possibilidades de negócios em
dez setores: agronegócio, madeira e móveis, vestuário, serviços, comércio varejista, construção civil, turismo, economia
criativa, artesanato e tecnologia da informação. ■
16 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
Paulo Fridman/Bloomberg
EMPRESAS
TELECOMUNICAÇÕES
Oi oferece internet pré-paga no varejo
A Oi amplia o seu portfólio de serviços no varejo e passa a oferecer nas
grandes redes do país pacotes de internet móvel pré-paga para tablets,
notebooks e PCs. Além dos serviços de telefonia móvel pré-paga,
clientes do Ponto Frio, Casas Bahia, Carrefour, Extra, C&A, Magazine
Luiza, entre outros, poderão agora adquirir a internet pré-paga da Oi
para ser usada em qualquer lugar, por menos de R$ 1 por dia no pacote
mensal de 150 MB.
Andrew Dolph/Bloomberg
Lucro da Apple
cai pela primeira
vez numa década
Receita trimestral cresce acima do esperado, mas Tim Cook
admite desaceleração dos negócios e reafirma posição forte
A Apple anunciou ontem receita trimestral acima das expectativas de Wall Street, uma vez
que as vendas de iPhones e iPads superaram as reduzidas expectativas de investidores. Mas
o lucro caiu pela primeira vez
em uma década e, embora a receita tenha crescido 11%, representou uma forte desaceleração
frente a 2012 e em relação aos
anos anteriores.
O presidente-executivo, Tim
Cook, reconheceu em teleconferência com investidores que o
ritmo de crescimento da Apple
desacelerou, mas destacou que
a posição da companhia permanece forte.
A Apple lucrou US$ 9,5 bilhões, ou US$ 10,09 por ação,
no trimestre, frente a US$ 11,6
bilhões, ou US$ 12,30 por ação,
no ano anterior.
A companhia anunciou receita de US$ 43,6 bilhões no segundo trimestre, superando a estimativa média de Wall Street de
US$ 42,3 bilhões, de acordo
com a Thomson Reuters.
A Apple planeja compartilhar
mais de seu crescente caixa de
US$ 145 bilhões, parcialmente
por meio de emissão de dívida,
cedendo às exigências de investidores e impulsionando sua
ação a uma alta de 6%.
A companhia deve repassar
US$ 100 bilhões em recursos
sob um programa ampliado,
que inclui aumento na recompra de ações e elevação do dividendo até o fim de 2015. Isso
marcou um crescimento de US$
55 bilhões em relação ao programa apresentado há um ano. A
ação da empresa chegou a disparar 6%, para reduzir os ganhos
e passar a território negativo.
Gordos dividendos
Acionistas da Apple vão receber
dividendo anual de US$ 12,20
por ação, tornando-a uma das
companhias de dividendos
mais elevados. Com cerca de
US$ 940 milhões em ações em
circulação, a Apple vai reverter
US$ 11,5 bilhões a acionistas ao
longo de 12 meses, excedendo o
valor de mercado de 200 outras
empresas incluídas no S&P 500.
Em uma rara manobra, a companhia também disse que planeja emitir dívida com o programa expandido, mas não apresentou detalhes. Investidores
têm pedido que a companhia tome emprestado em vez de repatriar dinheiro do exterior, onde
boa parte de seu caixa está estacionado, para evitar impostos.
As margens brutas da Apple,
que a maior parte dos investidores acompanha atentamente,
vieram em 37,5% no segundo
trimestre, antes de expectativas
de 38,5%.
Embora a Apple ainda esteja
crescendo, seu ritmo de expansão desacelerou à medida que a
adoção de smartphones topo de
linha aproxima-se da saturação
em países desenvolvidos e a
companhia enfrenta de frente rivais cada vez mais agressivos
em países em desenvolvimento, como a China e a Índia, onde
modelos mais baratos são populares.■ Com Reuters
Facebook investe em seu quarto centro de
dados para aumentar suporte a usuários
O Facebook está construindo um
centro de dados perto de Des
Moines, no estado de Iowa, para
reforçar o poder de
processamento, conforme lança
novos serviços e o uso crescente
de smartphones aumenta a
pressão sobre a sua
infraestrutura. A unidade em
Altoona, Iowa, será a quarta
aberta pela empresa desde 2010 .
O Facebook não revelou o custo
do novo centro, mas disse que
estaria dentro dos US$ 1,8 bilhão
em despesas de capital que havia
projetado para 2013.
Autoridades de Iowa vêm
cortejando empresas de Internet
para construírem centros de
dados no Estado, atraindo-os com
incentivos fiscais. O novo centro
de dados será construído em um
antigo terreno de campos de trigo
e soja comprado pelo Facebook.
O vice-presidente de engenharia
do Facebook, Jay Parikh, disse
que os usuários normalmente
acessam o site durante todo o
dia, enviando mensagens e
fazendo upload de fotos. Para dar
suporte a este uso contínuo, ao
mesmo tempo em que mantém a
capacidade de oferecer novos
serviços, requer mais
infraestrutura, afirmou Parikh à
Reuters, na semana passada.
A empresa planeja iniciar a
construção em junho e espera
que o centro de dados esteja
funcionando até o final de 2014.
A investida está em linha com o
anúncio feito por Mark
Zuckerberg, presidente-executivo
do Facebook, no início deste ano,
quando apresentou um novo
sistema de buscas que mostra
resultados baseados em
conteúdos que o usuário curtiu
O Graph Search, “Busca Social”
em português, o novo sistema do
Facebook entra no ar primeiro
para quem usa a rede social em
inglês, independente do endereço
IP ou da localização do usuário.
Xerox iniciou reestruturação para se concentrar em serviços
Xerox divulga
resultado melhor
que o esperado,
mas ainda patina
Empresa, que já dominou setor
de impressoras e atravessa
reestruturação, avisou que o
resultado do segundo trimestre
não atenderá as expectativas
Reuters
[email protected]
A Xerox divulgou ontem lucro
para o primeiro trimestre acima
do esperado pelo mercado, mas
afirmou que o resultado dos
três meses seguintes não atenderá as expectativas em meio à
reestruturação que promove para se tornar uma companhia
mais ampla de tecnologia.
O lucro ajustado foi equivalente a US$ 0,27 por ação, ante
estimativa média de analistas
de US$ 0,24. A receita caiu 3%,
para US$ 5,4 bilhões, praticamente em linha com a previsão
média do mercado.
A Xerox informou que o lucro veio maior que o esperado
por ganhos gerados pela redução de provisões para litígios. A
empresa não deu mais detalhes.
Para o segundo trimestre, a
Xerox, que tem origem em copiadoras e impressoras mas agora se foca em serviços como operação de sistemas de pedágio e
programas de saúde, estima lucro recorrente entre US$ 0,23 e
US$ 0,25 por ação, abaixo da
previsão de analistas de US$
0,26. A companhia, que iniciou
um programa de reestruturação
no último trimestre de 2012 para se concentrar em serviços,
planeja acelerar o plano e, por isso, incluiu encargos de reformulação de atividades na previsão
de desempenho do segundo trimestre.
Mercado de chips
A Texas Instruments também teve no primeiro trimestre lucro e
receita pouco acima das expectativas de Wall Street e projetou
crescimento no atual trimestre,
em meio à melhora na demanda
por seus chips.
A empresa, que vende chips
usados em equipamentos como
computadores pessoais e máquinas industriais, anunciou lucro
líquido de US$ 362 milhões, ou
US$ 0,32 por ação, ante US$
265 milhões, ou US$ 0,22 por
ação, no mesmo período no ano
anterior. A receita da TI caiu para US$ 2,8 bi ante U$S 3,12 bi
no mesmo período no ano anterior. Analistas esperavam em
média receita de US$ 2,8 bi no
primeiro trimestre. A companhia projetou receita de entre
US$ 2,93 bi e US$ 3,17 bi no segundo trimestre. ■
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 17
Divulgação
LANÇAMENTO
ASUS Fonepad chega ao mercado brasileiro
Chegou ontem ao mercado brasileiro o ASUS Fonepad, o primeiro
tablet e smartphone Android com tecnologia Intel Inside. O aparelho
combina a versatilidade de um tablet de sete polegadas e os recursos
completos de telefonia e conexão 3G+. “Nosso estilo de vida digital e
altamente móvel, e esses recursos pedem por uma tela maior para
serem plenamente aproveitados”, disse Marcel Campos, Country
Product Manager, da ASUS no Brasil.
ENTREVISTA MARCELO ZUCCAS Vice-presidente de B2B da Samsung
Samsung entra na luta
corporativa para liderar
Executivo assume área recém-criada e diz considerar os negócios entre empresas como caça a elefantes,
que exige atuação radicalmente diferente daqueles feitos para os consumidores, comparados a caça a patos
Divulgação
Marcelo Zuccas é um experiente e conhecido executivo do mercado
de Tecnologia da Informação. Por 26 anos atuou na IBM em cargos
de liderança, inclusive fora do País.
Agora, assume na Samsung a missão de levar a empresa ao mercado corporativo de forma estruturada. Se por um lado a própria fabricante, ao longo dos anos, veio construindo uma imagem mais séria e
de credibilidade, e hoje lidera o mercado de uso pessoal de smartphones, por outro, Zuccas tem nas mãos a difícil tarefa de se tornar líder
no setor corporativo. Para a companhia sul-coreana nada menos que
a liderança interessa.
O executivo detalha na entrevista a seguir como será esta nova
empreitada. Uma missão nada fácil para quem precisa alcançar uma
meta bruta. “Temos de crescer nos primeiros anos dez vezes o que
cresce o mercado”, conta. “ É agressivo.”, reconhece.
Nesse caminho, Zuccas vislumbra entrar em muitos mercados, de
muitas maneiras. E, para isso, busca aumentar a cobertura nos estados. “A expansão geográfica é um fato, porque é natural, representa
um dos vetores de crescimento”, afirma. O segundo vetor de crescimento é sair dos grandes centros para ir para outros onde não haja
presença. E a terceira vertical, na qual trabalha, é incrementar a linha de produtos.
A Samsung planeja ir além de notebooks e PCs, tablets e smartphones. Está nos planos da fabricante sul-coreana vender ar-condicionado corporativo, por exemplo. Há ainda a área médica e novas
oportunidades de serviços com a Samsung Serviços, que Zuccas deve começar a explorar. Confira.
[email protected]
de? A Samsung faz brilhantemente a caça a patos.
Qual é o desafio da nova área
corporativa da Samsung?
Marcelo Zuccas — Vou dar uma
explicação simples: o modelo
de negócios para você tratar business de negócios (B2B) e business de consumo (B2C) são coisas totalmente diferentes. Falei
isto na primeira reunião que tive internamente. Fazendo uma
metáfora, os dois modelos representam uma caça. Quando se
sai para o B2C está em uma caça
a patos. Quando se sai para B2B
a caça é a elefantes. Embora os
dois representem uma caça, a
forma de fazê-la é radicalmente
diferente. Por exemplo, para caçar um pato é preciso uma arma
a base de cartucheira, assim se
mata 20 patos de uma só vez.
Com alguma ajuda, conseguese recolher rapidamente o alvo.
Já na caça ao elefante, é necessário provavelmente um rifle de titânio. E no momento em que se
mata o elefante, começa o problema: é preciso cortar o animal, separar as partes, cuidar
de como irá carregá-lo. Enten-
Você esteve durante
26 anos em cargos de
liderança na IBM. Qual
é a experiência que espera
trazer para a nova área
corporativa da Samsung?
Zuccas — Agora, a companhia
está propondo um novo modelo de negócio que é diferente
para eles. Então, posso ajudálos na caça ao elefante. Por dez
anos na IBM eu fui responsável
pela operação de grande porte
(mainframe) para todas as Américas. Fiquei quatro anos na
área de software. E software
não se vende por si, se vende
dentro de um conceito de solução. Nesta área, desenvolvi
uma unidade de serviços só para vender software. Minha última responsabilidade foi assumir a vice-presidência para a
área de canais na América Latina, na qual é fundamental ter
um modelo de negócios com
parceiros radicalmente diferente do que se tem com o varejo,
como Magazine Luiza ou Casas
Bahia.
ITWeb
Zuccas — Este ponto é excelente porque isto foi uma das coisas
que mais me motivou a vir para
a Samsung. Hoje o relacionamento e a experiência que se
tem com equipamento enquanto consumidor influencia muito
a vida profissional e corporativa, e o conjunto de tecnologias
que a Samsung tem é um alavancador natural da marca em um
ambiente corporativo. Então isto é maravilhoso. Eu comecei a
usar o Galaxy e o notebook da
empresa e adorei! Eu não usava
isso antes de vir para cá. Hoje
sou um defensor não só porque
represento a marca, mas porque existem alternativas de tornar a vida muito melhor.
Marcelo Zuccas: consumerização motivou ida para Samsung
“
Oportunidades de
mobilidade para o
telefone são
ilimitadas,
principalmente na
América Latina, onde
o segmento teve,
historicamente,
pouco investimento
Qual a dificuldade nesta caça?
Zuccas — Não é melhor ou
pior, é diferente. Você precisa
de um programa de educação
muito mais avançado, de programas de incentivos mais associados a conhecimento do que a
desempenho de vendas. Não
que esta última não seja importante, mas o conhecimento é
mais relevante do que qualquer
outra coisa, porque sem isso
nem se chega no cliente e, caso
consiga chegar, pode fazer a coisa mal feita. Então volto a dizer, tudo isso tem a ver com ca-
çar elefantes, que é muito mais
complexo. O relacionamento é
uma coisa importante, eu tenho
26 anos de IBM e de relacionamento com vários canais e clientes e isso vai ajudar.
Hoje, por conta da
consumerização, a Samsung já
está dentro das corporações
com os usuários que levam
dispositivos para dentro da
companhia. Como você vai
usar isto a favor da estratégia?
“
A Samsung tem um
conjunto de
tecnologias capaz de
influenciar. Hoje sou
um defensor do
Galaxy não só porque
represento a marca,
mas porque existem
alternativas para
tornar a vida melhor
Perspectivas apontam que em
2015 o mercado de
mobilidade, com foco em
usuários, estará saturado, e o
mercado voltará
naturalmente ao corporativo,
para continuar crescendo.
Você concorda com isso? Se
sim, como a empresa se
prepara para esse momento?
Zuccas — Eu não conheço a fonte dessa informação. Mas vejo
muitas oportunidades, que se
não é no telefone é em tablets.
Nós temos uma solução para
educação que é uma oportunidade incrível, especialmente na
América Latina, onde este segmento teve, historicamente,
poucos investimentos. Talvez a
oportunidade do telefone como
voz diminua, mas tem tanta
aplicação fora disso que as oportunidades são ilimitadas!
Além da educação que você
acabou de citar, quais são as
outras verticais que vocês
pretendem atacar?
Zuccas - Saúde é uma delas.
Neste caso, a ideia é ter as enfermeiras conectadas aos médicos
em qualquer lugar do planeta,
para casos críticos que eles precisem de auxílio do segundo nível. O mercado financeiro também é bastante demandante, assim como varejo. Sem dúvida
as pequenas e médias empresas
serão demandantes de mobilidade. ■
18 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
FINANÇAS
Editora: Léa De Luca [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Dívida das
companhias
abertas cresce
17% em 2012
A “alavancagem” das 120 companhias analisadas chegou a
1,30, e o setor que mais se destacou foi o de fertilizantes
Natália Flach
[email protected]
As empresas brasileiras de capital aberto aumentaram o endividamento em quase 17% no ano
passado. Aliado à queda de
43,31% no lucro, esse aumento
líquido fez com que a relação entre dívida bruta e patrimônio —
ou alavancagem — crescesse
em 2012 ante 2011. Segundo estudo feito pela Técnica Equity
Research, a pedido do Brasil
Econômico, a alavancagem das
120 companhias analisadas chegou a 1,30, e o setor que mais se
destacou foi o de fertilizantes
com 2,61. Neste caso, a companhia estudada foi a Fertilizantes
Heringer que, no ano passado,
teve prejuízo de R$ 2,5 milhões
e viu a sua dívida bruta subir
22,68%, enquanto a receita cresceu apenas 12,9%. Em 2011, no
entanto, a empresa apresentou
lucro líquido de R$ 63,9 milhões. Mesmo assim, o analista
Henrique Koch do BB Investimentos classifica a companhia
como acima da média de mercado (outperform) e vê potencial
de valorização das ações até R$
16,50. “Não é um setor com
margens elevadas e a alavancagem alta não é algo característico”, diz Renato Campos, analista da Técnica Research Equity.
Quando analisado apenas o
endividamento bruto (que leva
em consideração as dívidas onerosas, ou seja, linhas de financiamento, debêntures e notas
promissorias), a campeã foi a
Cielo com alta de 1.301,5%, em
relação a 2011. A explicação é a
estreia da companhia no mercado de dívida internacional: em
novembro, ela captou US$ 875
milhões. “O percentual chama
atenção, mas não é nada preocupante, porque a Cielo não tinha
dívida em 2011”, explica Cam-
pos. Tanto é que a alavancagem
da companhia é de apenas 0,92.
Outras que aparecem nas primeiras posições do ranking de
aumento de dívida é a Brazil
Pharma, rede de farmácias do
grupo BTG Pactual, e a Oi. A mineira Arezzo também se destaca
nesse quesito. “O crescimento
não foi por meio de aquisições
e, sim, orgânico. Portanto, a empresa está captalizada e o endividamento é baixo — apesar do
salto percentual — e, por isso,
tem espaço para aumentar alavancagem.” A dívida bruta é de
R$ 90 milhões, enquanto o pa-
Logística e concessão
rodoviári são setores
naturalmente mais
alavancados que
outros, pelo uso
extensivo de capital
trimônio liquido chega a R$ 453
milhões. “A dívida é menor que
Ebitda, de R$ 135 milhões.”
O especialista lembra ainda
que alguns setores são naturalmente mais alavancados que outros, por utilizarem capital mais
extensivamente, como de logística e de concessão rodoviária.
No entanto, 25 companhias percorreram o caminho inverso e
reduziram o endividamento. É
o caso da Queiroz Galvão que,
em 2012, viu a sua dívida bruta
retrair em 100%. “O plano de investimento dos anos anteriores
foi bastante agressivo. Mais parece ser uma variação de curto
prazo, até porque agora tem
muito espaço para aumentar o
endividamento.”
O lucro das
companhias, como
um todo, caiu 43%,
ao mesmo tempo em
que a receita líquida
subiu 13,16%
Endividamento
da Cielo saltou
1.301%, em 2012
Outra que seguiu o mesmo caminho foi a Mahle Metal Leve
que foi beneficiada pela desoneração na folha de pagamento
concedida pelo governo aos fabricantes de autopeças.
“O que chama atenção é que
o lucro das companhias, como
um todo, caiu 43%, ao mesmo
tempo em que a receita líquida
subiu 13,16%. Isso mostra que o
que houve foi um aumento dos
custos com mão de obra e insu-
mos, que prejudicou os resultados”, explica Campos. Essa combinação de fatores evitou que
novas linhas de financiamento
fossem tomadas, apesar da queda da taxa básica de juros ao longo de 2012. “O endividamento
não é sinônimo de algo negativo. Ao contrário, pode ser usado para fazer um investimento
na produção, por exemplo. O
mesmo acontece com a alavancagem”, destaca o analista. Segundo ele, a incerteza quanto
ao crescimento do país — que,
no fim, foi de apenas 0,9% —,
aliada ao aumento da inflação e
maior restrição de financiamento por parte dos bancos fizeram
com que a linha do balanço referente ao resultado financeiro ficasse aquém do que poderia. ■
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 19
Nome fotógrafo
CRÉDITO
BofA quer expandir carteira no país
O Bank of America, líder em emissões de ações na América Latina no
ano passado, planeja fazer mais contratações e aumentar em 40% sua
carteira de crédito no Brasil depois de ter triplicado o volume nos
últimos três anos para US$ 10 bilhões. A ideia é ampliar os clientes das
áreas corporate e de banco de investimento de 100 empresas para 150
e continuar a crescer o número de funcionários nos próximos dois anos,
diz Alexandre Bettamio, presidente do banco no Brasil. Bloomberg
Henrique Manreza
Crescimento do
faturamento dos
cartões desacelera
BC aprova
associação
‘Itaú BMG
Consignado’
menos de 20% anos atrás. No
mercado norte-americano, segundo a Abecs, esse percentual
está ao redor de 45%.
“Vamos seguir tendo crescimento expressivo nos próximos
dez anos”, disse Noronha a jorRedação
nalistas. “Mas vai mudar a [email protected]
cidade do crescimento”.Nos úlNa esteira da fraca atividade ecotimos anos, o mercado de carnômica do país, o setor de
tões no Brasil vinha se expandinmeios de pagamento eletrônido mais de 20% ao ano. A expeccos de cartões de crédito e débitativa da Abecs era de crescito está entrando numa fase de
mento de 20% no ano passado.
crescimento menos acentuado.
Para o relatório de 2012, a enSegundo dados da Abecs, entidade eliminou os números dos
tidade que representa o setor, o
cartões private label, aqueles
volume financeiro
emitidos por varefaturado por meio
jistas, e passou a
Nos últimos
dos cartões de crédiconsiderar apenas
anos, o
to e de débito em
as transações feitas
2012 foi de R$ 724,3 mercado vinha por esses cartões fobilhões, uma expan- se expandindo ra da loja emissosão de 17,9% sobre
ra.“As transações
mais de
2011. Para este ano,
feitas com cartões
20% ao ano
mesmo apoiada na
de crédito e de débiestimativa de que o
to têm dados mais
PIB brasileiro crescerá ao redor
precisos”, disse Noronha.
de 3% — ante crescimento de
0,9% no ano passado —, a
Gastos no exterior
Os gastos de brasileiros no exteAbecs estima que o setor desacerior pagos com cartões crescelere o avanço para 16,9%.
ram 13,4% em 2012, para o equiSegundo o diretor-presidenvalente a R$ 24 bilhões. Já os
te da Abecs, Marcelo Noronha,
gastos de estrangeiros no país
a tendência de maior uso dos
avançaram 17,2%, para R$ 9,7
cartões, substituindo outros
bilhões.
meios como dinheiro e cheA participação do faturamenques, tende a continuar nos próto dos cartões de crédito e de déximos anos, fazendo o país se
bito no consumo das famílias
aproximar do padrão de mercano Brasil chegou a 26,4% em
dos como os EUA.
2012. O valor transacionado apeEm 2012, os pagamentos com
nas com os cartões de crédito
cartões representaram 26,4%
chegou a R$ 479,5 bilhões, cresdo consumo das famílias, ante
Decisão foi publicada ontem no
Diário Oficial da União; negócio
já funcionava desde dezembro
Depois de aumentar 17,9%
sobre 2011, para R$ 724,3
bilhões, estimativa para este
ano é de uma alta um ponto
percentual menor, diz Abecs
Noronha, da Abecs: crescimento expressivo, velocidade menor
cimento de 16,6% em relação
ao ano anterior. Os cartões de
débito registraram R$ 244,8 bilhões, o que representa incremento de 20,6% na relação
anual.
“O atual índice de participação dos cartões no consumo das
famílias evidencia a relevância
dos meios eletrônicos de pagamento para a economia do País.
No entanto, basta uma comparação com mercados mais maduros, em que o índice chega a ser
o dobro, para notar que os cartões ainda têm muito espaço pa-
ra crescer no Brasil”, disse
Noronha.
Entre as regiões, o CentroOeste se destacou no uso de
cartões de crédito no ano
passado, com faturamento
de R$ 32 bilhões e crescimento de 20,5% em relação ao
ano precedente. Em seguida, aparece o Sul, com crescimento de 18,4%.
No caso dos cartões de débito, o Sul obteve leve vantagem em relação às demais regiões, com alta de 23%.
■ Com Reuters e ABr
O Banco Central BC aprovou a
associação entre Itaú e BMG no
crédito consignado, bem como
a alteração do nome Itaú Consignado para Banco BMG Itaú Consignado. As duas decisões foram publciadas no Diário Oficial da União ontem.
O BC considera “que a operação não gera efeitos adversos à
concorrência no mercado avaliado e que apresenta viés próconcorrencial”, segundo comunicado.
As instituições anunciaram a
criação do Banco Itaú BMG Consignado em 10 de julho último.,
com capital inicial de R$ 1 bilhão. O objetivo é oferecer, distribuir e comercializar créditos
consignados. O Itaú deterá 70%
no capital social total e votante,
e BMG os 30% remanescentes
Associação já havia sido aprovada pelo Cade sem restrições
em outubro.
O novo banco criado está operando desde o dia 17 de dezmebro do ano passado. O anúncio
da associação foi realizado em
julho deste ano. O Banco Itaú
BMG Consignado inicia as atividades com mais de 1,6 mil correspondentes e 30 mil agentes
ba. A associação também garantirá ao BMG recursos financeiros, através de uma linha de crédito rotativa de R$ 3,5 bilhões
por de cinco anos para as operações de crédito consignado. ■
Bradesco aposta em forte avanço no setor de previdência nos próximos anos
Divulgação
Após apresentar alta de 13,8%
no primeiro trimestre, segmento
é um dos mais promissores
Rossi, da Bradesco Seguros: “Ainda há muito espaço para crescer”
Após apresentar alta de 13,8%
no primeiro trimestre, o segmento de vida e previdência é
uma das grandes apostas da Bradesco Seguros. “A penetração
deste setor ainda é baixa, mas
os números são constantes e ainda existe muito espaço para
crescimento, tanto no nosso
grupo quanto nos concorrentes”, diz Marco Antonio Rossi,
presidente da seguradora. Segundo o executivo, a maioria
das pessoas adquirem os produtos em bancos onde tem conta
corrente.
De acordo com Maísa Serra,
especialista em vida e previdência da Vida Livre Seguros, o segmento vem crescendo de 30% a
40% nos últimos anos. “Este
crescimento acelerado já está
atrasado. Agora, as pessoas estão percebendo que a previdência não é apenas para garantir
sua aposentadoria, mas também em caso de morte ou doença grave”, diz a especialista.
Atualmente, no segmento vida, com penetração de 22%, a
estratégia é focar em produtos
massificados e em previdência,
a penetração é baixa (6%), mas
com taxa constante de crescimento. Contrariando o mercado de cinco a dez anos atrás, os
principais clientes hoje são jovens acima de 30 anos e que ga-
nham mais de R$ 3 mil.Maisa
diz que o valor ideal para se investir em previdência privada
vai de 7% a 10% da renda.
“Temos visto uma procura
forte pela aquisição dos produtos”, afimr Rossi, para quem o
setor de saúde é muito promissor, principalmente nas empresas das pequenas e médias cidades. "Hoje, das 100 maiores empresas, 47 trabalham com Bradesco saúde”, diz.
Em relação ao seguro de vida, a especialista destaca que
ainda são mal vistos. “Este segmento ainda vai demorar um
pouco para deslanchar, pois as
pessoa ainda contratam só por
impulso”, diz Maísa. ■ Niviane
Magalhães
20 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
Divulgação
FINANÇAS
CRÉDITO
Febraban espera alta de 1,8% em março
O estoque total de crédito deve apresentar em março expansão de
1,8%, na comparação com fevereiro, a R$ 2,4 trilhões, ou 53,9% do PIB,
segundo a Febraban. Nas operações com recursos livres, a Febraban
espera expansão de 1,6%, com aceleração em relação ao "desempenho
mais fraco de fevereiro, quando o efeito calendário e sazonal atuou
mais fortemente em termos negativos". O Banco Central divulga
sexta-feira (26) as informações sobre crédito do Sistema Financeiro.
MOEDAS
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
DA 19ª REGIÃO
AVISO DE LICITAÇÃO
TRT 19ª Região – PREGÃO
ELETRÔNICO Nº. 14/2013
P.A.
26.518/2013 – ID 479428 Objeto: Contratação de serviços de
sondagem geotécnica, levantamentl
plani-altimétrico e cadastral no terreno
da nova sede da vara trabalhista de
Coruripe. Data da Sessão: 09.05.2013,
às 09h00. Local, Informações/cópias do
Edital: Av. da Paz, 2076, sl. 603, Centro,
Maceió-AL – Tel.: (82) 2121-8182. Das
08h às 14h ou sites www.trt19.jus.br,
www.licitacoes-e.com.br.
Luís Henrique Alves Salvador
Pregoeiro
Rumores levam
dólar a R$ 2,02
Falsa notícia de que Barack
Obama foi ferido a bomba
fez moeda subir 0,19%
Lucas Bombana
[email protected]
Bandeirante Energia S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235
Ata da 160ª Reunião do Conselho de Administração
1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 19 de fevereiro de 2013, às 17:00 horas, na sede social da
Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530 - 14º andar, Bairro Itaim Bibi,
Cidade de São Paulo/SP. 2. Presença: A reunião do Conselho de Administração foi instalada com a presença
da Presidente do Conselho de Administração Sra. Ana Maria Machado Fernandes, do Vice-Presidente do
Conselho de Administração Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, e dos Conselheiros Srs. Miguel
Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques e Leandro da Silva Netto, todos por teleconferência. 3. Mesa:
Assumiu a presidência dos trabalhos a Sra. Ana Maria Machado Fernandes, que escolheu a Sra. Andréa
Mazzaro Carlos De Vincenti para secretariá-la. 4. Ordem do Dia: A Sra. Presidente informou que a presente
reunião tinha por finalidade deliberar sobre o Estudo Técnico de Viabilidade, para a manutenção dos
montantes registrados contabilmente a título de créditos fiscais diferidos na data base de 31.12.2012.
5. Deliberações: Após discussão e prestados os devidos esclarecimentos, os membros do Conselho de
Administração aprovaram, por unanimidade, o Estudo Técnico de Viabilidade, nos termos do inciso II do
artigo 2º da Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002, que rubricado pela Secretária da Mesa fica
arquivado na sede social da Companhia, o qual fundamenta a manutenção dos montantes registrados
contabilmente a título de créditos fiscais diferidos na data base de 31.12.2012. 6. Encerramento:
Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação, foi encerrada a presente
reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Conselheiros
presentes. Presidente da mesa: Sra. Ana Maria Machado Fernandes. Secretária da mesa: Dra. Andréa
Mazzaro Carlos De Vincenti. Conselheiros: Ana Maria Machado Fernandes, Miguel Nuno Simões Nunes
Ferreira Setas, Miguel Dias Amaro, Luiz Otavio Assis Henriques e Leandro da Silva Neto. Declaro que
a presente é cópia fiel extraída do original. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Secretária da Mesa.
Registrada na JUCESP sob o nº 134.547/13-5 em sessão de 12/04/2013. Gisela Simiema Ceschin Secretária Geral.
O dólar no câmbio doméstico
oscilou perto da estabilidade na
maior parte do pregão de ontem, mas subiu com um pouco
mais de intensidade, ainda que
nada excepcional, após rumores de que uma bomba teria ferido o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o que não
foi confirmado. A moeda avançou 0,19% a R$ 2,024.
O movimento esteve em linha com o desempenho do euro. A moeda do velho continente caiu 0,46%, a US$ 1,30.
Na véspera, o dólar subiu
0,34% ante o real em desalinho
aos pares, essencialmente por
conta da balança comercial decepcionante, e avançou 2,28%
na semana passada, o que aproximou a cotação da divisa do patamar no qual o Banco Central
(BC) realizou suas últimas intervenções para impedir prosseguimento nos ganhos, elevando
ainda mais a inflação.
No âmbito doméstico, outro
ponto que favoreceu a apreciação foi mais uma desoneração
anunciada pelo governo, dessa
vez no setor sucroalcooleiro.
Embora os papéis do segmento tenham respondido de imediato - as ações ordinárias da
São Martinho subiam 4,78%, e
as da Cosan, 2,91% - os investidores, principalmente estrangeiros, não veem com bons
olhos mudanças de regras no
meio do jogo. “Os investidores
estão saindo do país porque não
aguentam mais interferências
do governo”, pontua Reginaldo
Galhardo, gerente de câmbio da
Treviso Corretora. “O dinheiro
que chega aqui já passou pela
Austrália, México, África do
Sul, até Bolívia”, diz.
Juros
No mercado de juros futuros da
BM&FBovespa, o tímido fechamento da curva do início da sessão seguiu até o fechamento do
pregão. Mais negociado, com giro de R$ 69,167 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro
(DI) com vencimento em janeiro
de 2014 caiu de 7,82% para
7,81%, enquanto o para janeiro
de 2015 cedeu de 8,27% para
8,26%, com volume de R$
25,802 bilhões. Desde a reunião
do Copom, quarta passada, quando o colegiado optou por elevar a
taxa Selic em 0,25 ponto percentual, contra a aposta dos agentes
em 0,50 ponto, que o mercado
tem ajustado a curva para baixo,
com a expectativa das elevações
seguintes em menor magnitude,
e um ciclo total menor do que o
previsto anteriormente. ■
EDP - Energias do Brasil S.A.
Companhia aberta
CNPJ/MF nº 03.983.431/0001-03 - NIRE 35.300.179.731
Extrato da Ata da 178ª Reunião do Conselho de Administração
1. Data, Hora e Local: Realizada às 14:30 horas, do dia 04 de março de 2013, na sede social da EDP Energias do Brasil S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530, 14º andar, Itaim Bibi, na Cidade
de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 04532-001. 2. Presença: A reunião foi instalada com a presença
do Presidente do Conselho de Administração Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia, por videoconferência,
da Vice-Presidente do Conselho de Administração Dra. Ana Maria Machado Fernandes; e dos Drs. Nuno
Maria Pestana de Almeida Alves, Jorge Manuel Pragana da Cruz Morais, ambos por videoconferência,
Modesto Souza Barros Carvalhosa, Francisco Carlos Coutinho Pitella, e Paulo Cesar Hartung Gomes.
Ausente justificadamente o Dr. Pedro Sampaio Malan. Como convidados os Drs. Luiz Otavio Assis
Henriques, Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas e Miguel Dias Amaro. 3. Mesa: Assumiu a
presidência dos trabalhos o Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia, que escolheu a Dra. Andréa Mazzaro
Carlos De Vincenti para secretariá-lo. 4. Deliberação: Dentre outros assuntos de interesse social, os
membros do Conselho de Administração, por unanimidade, deliberaram o quanto segue: 4.1 Aprovaram
o relatório e as contas da Diretoria da Companhia, assim como suas demonstrações financeiras referentes
ao exercício social findo em 31.12.2012, considerando que retratam fielmente a situação econômicofinanceira da Companhia, bem como o parecer dos auditores externos independentes, exceto quanto à
ressalva constante do referido parecer. 4.1.2 Aprovaram a destinação do lucro líquido do exercício findo
em 31.12.2012, no valor de R$341.644.899,63 (trezentos e quarenta e um milhões, seiscentos e
quarenta e quatro mil, oitocentos e noventa e nove reais e sessenta e três centavos), a ser distribuído da
seguinte forma: (a) Constituição de Reserva Legal equivalente a 5% do lucro líquido do exercício, nos
termos do Artigo 193 da Lei das Sociedades Anônimas e alterações posteriores, no valor de
R$17.082.244,98 (dezessete milhões, oitenta e dois mil, duzentos e quarenta e quatro reais e noventa e
oito centavos); (b) Distribuição de Dividendos, no valor total de R$324.562.654,65, equivalentes a 100%
do lucro líquido, sendo: (i) R$130.422.000,00, equivalente a R$0,27424069 para cada ação ordinária,
como juros sobre o capital próprio, imputáveis aos dividendos, objeto de deliberação e aprovação na
175ª Reunião do Conselho de Administração realizada em 26 de dezembro de 2012, “ad referendum”
da Assembléia Geral Ordinária, a serem pagos sem ajuste aos acionistas titulares de ações ordinárias da
Companhia na data-base de 26 de dezembro de 2012; e (ii) R$194.140.654,65 (cento e noventa e
quatro milhões, cento e quarenta mil, seiscentos e cinquenta e quatro reais e sessenta e cinco centavos),
equivalente a R$0,40822306 para cada ação ordinária, como dividendos a serem pagos sem ajuste aos
acionistas titulares de ações ordinárias da Companhia na data-base da Assembleia Geral Ordinária,
prevista para ocorrer em 10 de abril de 2013; e (c) Adicionalmente, distribuição de parcela de lucros
retidos, a débito da conta de Reserva de Retenção de Lucros da Companhia, no valor de R$45.686.554,35,
equivalente a R$0,09606594 para cada ação ordinária, uma vez que a mencionada parcela cumpriu o
objetivo para o qual foi constituída, não mais se justificando a manutenção da retenção desse montante.
4.1.3 Os dividendos, objeto dos itens “b” e “c”, supra, serão pagos aos acionistas em até 60 (sessenta)
dias a contar da data da realização da Assembleia Geral Ordinária da Companhia. 4.1.4 Na sequencia,
foi proposta a recomendação de aprovação pelos Srs. Acionistas da Companhia da presente matéria.
4.2 Dando prosseguimento, elegeram para o mandato em curso, ou seja, até 1º de janeiro de 2014,
o Dr. Carlos Emanuel Baptista Andrade, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de
identidade RG nº 1.699.133 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob nº 364.349.064-04, residente e domiciliado
na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 14º andar,
Bairro Itaim Bibi, CEP 04532-001 para o cargo vago de “Diretor Vice-Presidente de Comercialização”
da Companhia, 4.2.1 O Diretor ora eleito, neste ato e/ou por declaração própria, tomou ciência de sua
eleição e a aceitou, declarando não estar incurso em nenhum crime que o impeça de exercer atividades
mercantis. 4.2.2 Tendo em vista a deliberação acima, a Diretoria da Companhia passa a ter a seguinte
composição a partir da presente data, mantendo-se inalterado o seu mandato, ou seja, até 1º de janeiro
de 2014: (a) Diretora Presidente: Dra. Ana Maria Machado Fernandes; (b) Diretor Vice-Presidente de
Finanças e Relação com Investidores: Dr. Miguel Dias Amaro; (c) Diretor Vice-Presidente de
Controle de Gestão: Dr. Miguel Dias Amaro; (d) Diretor Vice-Presidente de Geração: Dr. Luiz Otavio
Assis Henriques; (e) Diretor Vice-Presidente de Distribuição: Dr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira
Setas; (f) Diretor Vice-Presidente de Comercialização: Dr. Carlos Emanuel Baptista Andrade.
Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação,
foi encerrada a presente reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi
assinada por todos os Conselheiros presentes. Os votos proferidos pelos Conselheiros nos termos do
Parágrafo Primeiro do Artigo 21 do Estatuto Social da Companhia serão juntados ao livro próprio logo
após a transcrição da presente ata. Presidente da Mesa: Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia.
Secretária da Mesa: Dra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Conselheiros: Dr. António Luis Guerra
Nunes Mexia, Dra. Ana Maria Machado Fernandes, Drs. Nuno Maria Pestana de Almeida Alves, Jorge
Manuel Pragana da Cruz Morais, Modesto Souza Barros Carvalhosa, Francisco Carlos Coutinho Pitella,
Paulo Cesar Hartung Gomes e Dr. Pedro Sampaio Malan. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do
original. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Secretária da Mesa. Registrada na JUCESP sob
o nº 90.750/13-5 em sessão de 09/04/2013. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.
BOLSAS
Ibovespa tem quarta alta consecutiva
Estimulado pelas blue chips
Vale e Petro, índice avançou
1,08% aos 54.884 pontos
Marcelo Monteiro
[email protected]
Os indicadores negativos da China e da Europa não foram suficientes para mudar tendência
do índice doméstico e mudar o
bom humor generalizado entre
os investidores dos mercados
mundiais. Por aqui, o desempenho das ações da Petrobras e da
Vale foi o combustível para o
Ibovespa cravar a sua quarta alta consecutiva. A bolsa brasileira subiu 1,08%, aos 54.884 pontos. O volume financeiro negociado chegou a R$ 10,1 bilhões.
Mesmo tendo iniciado o dia
com ligeiro pessimismo, as bolsas souberam resistir às pressões negativas.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença
Corretora, o cenário corporativo foi o principal ingrediente
para que o movimento comprador prevalecesse de maneira generalizada.
Por aqui, além da expectativa
positiva em relação ao resultado trimestral da Petrobras, a va-
lorização dos papéis da estatal
reflete um movimento de correção em função das perdas registradas ao longo deste ano. “Já
amassaram demais os papéis da
Petrobras. Chegou o momento
de este movimento ser compensado”, avalia Monteiro, vislumbrando tendência positiva para
os ativos nos pregões posteriores.
Neste contexto, a PETR3 e a
PETR4 valorizaram 2,56% e
2,18%, respectivamente.
O especialista indica que a decisão do governo em lançar pacote de estímulos aos produtores de álcool combustível não
influenciaram no movimento
dos papéis da petrolífera. Empresas do setor sucroalcooleiro,
porém, foram beneficiadas. A
ação da Cosan (CSAN3) fechou
com alta de 3,20%, a R$ 46,07.
Mesmo com números desfa-
Em Wall Street,
a tendência positiva
foi determinada
pelos balanços
corporativos. O Dow
Jones subiu 1,05%
voráveis da atividade industrial
chinesa, o índice de metais conseguiu reduzir perdas no período vespertino, o que permitiu
que a Vale encerrasse em terreno positivo e colaborasse para a
alta do Ibovespa. A VALE3 e a
VALE5 subiram 2,58% e 2,21%,
nesta ordem.
Mercado externo
No Velho Continente, o bom humor também prevaleceu. Por
lá, os agentes desconsideraram
os índices que sinalizaram pessimismo para o setor privado na
Zona do Euro e na Alemanha.
Monteiro explica que o otimismo generalizado foi sustentado pelos rumores de que o
Banco Central Europeu (BCE) reduziria a taxa básica de juros, visando estabelecer uma recuperação mais rápida das economias da região. O CAC 40, de Paris, subiu 3,58%, o DAX, da Alemanha, avançou 2,41% e o FTSE 100, de Londres, ganhou
2%.
Em Wall Street, a tendência
positiva foi determinada pelos
balanços corporativos. Desta
maneira, o Dow Jones subiu
1,05%, o S&P avançou 1,04% e
o Nasdaq expandiu 1,11%. ■
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 21
Divulgação
OPA
EDUARDO VELHO
Operação da Amil movimenta R$ 2,878 bi
Estrategista da INVX
Global Capital
A oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Amil realizada ontem
para o fechamento de capital da empresa de saúde brasileira
movimentou R$ 2,878 bilhões, envolvendo 90,5 milhões de ações,
segundo informações da Bovespa, ante um total de 93,5 milhões de
ações que eram objeto da oferta. A oferta foi lançada pela
norte-americana UnitedHealth, que anunciou a compra do controle da
Amil em outubro do ano passado.
Coinvalores inicia cobertura
das ações da Locamerica
A corretora começa cobrir ações
com recomendação de compra e
preço-alvo de R$ 17,40
Exatamente um ano após sua
oferta inicial de ações (IPO, na
sigla em inglês) a Coinvalores
inicia a cobertura das ações da
Locamerica, cuja atividade principal é a terceirização de frotas
corporativas. Segundo os dados
mais recentes, a Locamerica
ocupa a segunda posição em número de veículos no segmento
de terceirização de frotas, no
qual detém, aproximadamente,
11% de participação no mercado. “Estamos diante de uma
companhia com um modelo de
negócios simples, porém que
tem mostrado, através de seus
resultados, ser muito eficaz e cada vez mais rentável”, afirma
Sandra Peres, analista da Coinvalores, em relatório.
A corretora iniciou a cobertura das ações da empresa com recomendação de compra e preçoalvo de R$ 17,40, com potencial
de valorização de 60,6%.
Segundo relatório da corretora, as operações dos segmentos
de terceirização de frotas e de
venda no atacado a revendedores já conquistaram relevante
market share e possuem boas
perspectivas de crescimento já
no curto prazo, visto que o pla-
no de inauguração em 2013 dá
conta da abertura de 4 lojas de
seminovos. “Consideramos que
o segmento de serviço permanecerá resiliente a qualquer agravamento da crise econômica
atual, diferentemente do setor
industrial e do consumo doméstico, o que reforça as nossas expectativas com o crescimento
da companhia”. Quanto ao pouco tempo de negociação na Bolsa, Sandra diz que isso é positivo. “Acreditamos que a Locamerica ainda é vista como novata
em bolsa e, por isso, possui grande potencial de retorno àqueles
que se interessam por bons cases de small caps.”■
VALE
Menos volume e mais preço nos
resultados do primeiro
trimestre, estima Planner
A Vale deve divulgar seus
resultados referentes ao primeiro
trimestre deste ano hoje, após
fechamento do pregão. Para Luiz
Fernando Caetano, analista da
Planner Corretora, em relatório, o
resultado deve ser influenciado
positivamente pelo forte aumento
dos preços do minério de ferro no
período (23% comparado ao
quarto trimestre de 2012), mas o
Relatório de Produção sinalizou
que as vendas não devem
apresentar crescimento. “Além
disso, a empresa não deve
contabilizar ajustes e pagamentos
extraordinários de impostos,
como ocorreu no trimestre
passado”, afirma Caetano, no
documento. A corretora estima
Ebitda de R$ 4,5 bilhões (queda
de 9% ante o primeiro trimestre
do ano passado) e lucro líquido de
R$2,6 bilhões no mesmo período,
uma queda de 32%. “Mais
importante que vendas e preços
neste trimestre será a ausência
de perdas, ajustes de ativos e
pagamentos extraordinários de
impostos, que reduziram o
resultado do quarto trimestre de
2012 em US$ 4,5 bilhões. Além
destes custos, no trimestre
passado a Vale contabilizou
perdas extraordinárias por
despesas pré-operacionais, de
capacidade ociosa e de início de
operação que somaram US$585
milhões”, afirma o especialista. A
corretora mantém recomendação
de compra para as ações da
empresa a preço justo de R$
45,00; Ontem, os papéis
ordinários da mineradora
encerraram o dia com alta de
2,58% a R$ 33,40 e os
preferenciais também subiram
2,21% negociados a R$ 31,87. ■
FUNDOS DE INVESTIMENTO
Captação fica em R$ 69,6 bi
em março; renda fixa lidera
Os fundos de investimento captaram em março R$ 69,6 bilçhões, segundo dados da Anbima divulgados ontem. Os de
renda fixa, a catgegoria com
maior patrimônio (R$ 741,7 bilhões) liderou o fluxo, com entrada líquida de r$ 28 bilhões no
mês passado. Somente as entidades de previdência complementar de empresas públicas aplicaram R$ 18 bilhões nessas carteiras em março.
Em seguida aparecem os fundos de curto prazo, que captaram R$ 19,8 bilhões, dos quais
R$ 17,4 bilhões vindos de entida-
des do poder público.
Os investidores de private
banking _ aqueles com mais de
R$ 1 milhão para aplicar _ continuaram preferindo os fundos
multimercados. A captação da
categoria foi de R$ 4,8 bilhões
em março, dos quais R$ 4,3 bilhões vieram desses investidores, que detém 46% do patrimônio total dessas carteiras no país
(R$ 354,8 bilhões). Os fundos
DI, por sua vez, assistiram a um
resgate líquido de R$ 2,8 bilhões. A maior parte dos saques
veio do segmento corporate (R$
6,6 bilhões). ■
EVENTO GRATUITO
Apogeu Investimentos faz
palestra sobre crise amanhã
Para investidores interessados
em saber um pouco mais acerca
da crise europeia e investir de
maneira consciente é fundamental entender a conjuntura
econômica. Foi pensando nesta
necessidade que a Apogeo Investimentos, empresa do grupo
Vinci Partners, desenvolveu a
palestra “Formação da Europa.
Do Império Romano até a Crise
Atual”. Gratuito, o evento será
realizado amanhã, às 19h30, na
sede da Apogeo.
Durante a palestra, que será
ministrada por Paulo Bitten-
court, diretor da Apogeo, os participantes terão a oportunidade
de descobrir quais foram os impactos da formação da Europa
ao longo do tempo e conhecer
melhor a relação histórica das
crises econômicas com o crescimento da região, o que os ajudará a entender como a crise atual
pode afetar seus investimentos.
A palestra vai até às 20h30 na
sede da corretora que fica na
Rua dos Pinheiros, 498, Conjunto 81– Pinheiros – São Paulo.
Mais informações: www.apogeo.com.br ■
Estímulo às debêntures
de infraestrutura
O Brasil investe pouco em infraestrutura, com investimento anual
em torno de 2% a 2,5% do PIB , o que na média em outras economias emergentes atinge mínimo de 5% do PIB. Entretanto, a despeito do início do novo ciclo de elevação da taxa básica de juros, o
contexto da taxa real de juros é significativamente reduzida em
termos históricos, considerando também que a taxa nominal da
Selic deverá fechar 2013 abaixo de 9% ao ano.
Nesse contexto, os investidores buscam oportunidades para
sair dos títulos públicos e migrar para ativos como, por exemplo,
de crédito privado. O aumento dos investimentos em infraestrutura está sendo comemorada para esse ano e os próximos, mas existe o reconhecimento que os desembolsos do BNDES não deverão
suprir toda essa oferta necessária para elevarmos nosso crescimento potencial. Esse cenário favorece a colocação de debêntures de
infraestrutura, incentivadas com isenções fiscais pelo governo federal por meio da Lei 12.431., sobretudo os investidores domésticos sob a ótica das pessoas físicas, que são os principais beneficiados pelos incentivos fiscais. De fato, a lei concede a isenção plena
de imposto sobre os rendimentos das debêntures a pessoas físicas
brasileiras e a estrangeiros; e uma alíquota reduzida, de 15%, para
os investidores pessoas jurídicas, inclusive bancos e seguradoras.
Os estrangeiros já não pagam Imposto de Renda (IR) quando aplicam em títulos públicos, cujos ativos possuem um risco menor e
taxas nominais ainda atrativas em relação ao resto do mundo.
Os investidores institucionais, apesar do direito à alíquota reduzida, tendem a se interessar menos ainda, pois as seguradoras e fundos de pensão, por serem aplicadores de longo prazo, não pagam
imposto de renda na fonte em
seus investimentos. Os fundos
Hoje, os
tradicionais, por sua vez, taminvestidores de
bém estão isentos da alíquota.
varejo são os mais
Na criação desses fundos de debêntures, que garantem aos cotispropensos às
tas pessoas físicas e estrangeiros
compras de
as mesmas isenções fiscais aplicádebêntures de
veis ao investimento direto, existem algumas questões relevantes
infraestrutura
sob a ótica das exigências: nos
dois primeiros anos de funcionamento, esse fundo deve alocar pelo menos 67% do seu patrimônio nas debêntures incentivadas,
pois após esse período, é obrigatório atingir 85%.
O desafio seria conciliar essas exigências com os limites de
concentração impostos pela Instrução 409 da CVM. De acordo
com essa Instrução, o fundo deve ter, sem comprometer a sua
classe, no máximo, 10% de seu patrimônio líquido investido em
um único emissor, caso ele seja uma companhia aberta. Considerando a aplicação mínima de 67% dos recursos, isso significaria
que a carteira precisaria possuir, pelo menos, sete debêntures
de emissões distintas.
As normas para as ofertas públicas também limitam o acesso a
esse público. A distribuição ampla de qualquer tipo de debênture
só é permitida por meio da Instrução 400. A norma requer do
emissor o registro de companhia aberta na CVM, mas, em contrapartida, confere a ele a possibilidade de alcançar um número ilimitado de investidores. Companhias fechadas estão aptas a emitir debêntures somente por meio da Instrução 476, que restringe a oferta a 50 investidores qualificados — por exemplo, a pessoa física
atestada de investidor qualificado e possuidora de investimentos
financeiros em valor superior a R$ 300 mil. Temos que ressaltar
que existem um amplo número de empresas brasileiras com potencial para lançar debêntures de infraestrutura para pessoas físicas, porém, uma parcela expressiva de capital fechado. Hoje, os
investidores de varejo são os mais propensos às compras de debêntures de infraestrutura, mas ao longo do tempo, observamos boas
oportunidades para os estrangeiros também, na medida que amplia o volume e a liquidez do mercado de debêntures.
Em suma, diante da reduzida quantidade de debêntures incentivadas no mercado, seria importante permitir que o fundo de investimento de debêntures nascesse com um ou no máximo três ativos,
podendo se enquadrar em um prazo mais dilatado, de dois a três
anos. Nesse sentido, as regras de composição desse fundo poderiam
ser ajustadas de forma a aumentar o acesso das pessoas físicas e portanto estimular a formação de poupança privada nacional. ■
22 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
ESTILO DE VIDA
3 dias
É o tempo que Nelson Grijó, sócio
da gestora de recursos Queluz,
costuma ficar em São Paulo. Ele
mora no Rio mas tem um
apartamento na cidade. Para ir e
voltar, prefere o voo das 8h.
TRABALHAR
Na ponte aérea, executivo
aprende a driblar imprevisto
Atrasos, problemas técnicos, trânsito, obras nos aeroportos e greves de funcionários são problemas usuais
Rafael Neddermeyer
Vanessa Correia
[email protected]
“Atenção senhores passageiros
com destino a São Paulo. Embarque imediato”.
Diariamente, os autofalantes
dos aeroportos brasileiros anunciam inúmeras partidas aos
mais variados destinos. E quem
mais conhece essa rotina são
executivos que viajam frequentemente a São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras capitais
para fechar negócios, participar
de reuniões ou mesmo administrar suas empresas.
Nesse vai e vem, muitos profissionais aprenderam a lidar
com o trânsito dos grandes centros, atraso dos voos e imprevistos corriqueiros de quem vive
na ponte aérea. Para tentar evitá-los, a preferência dos executivos é por voos matutinos,
cujas aeronaves ficam estacionadas nos pátios dos aeroportos
desde a noite anterior. Nelson
Grijó, sócio da gestora de recursos Queluz, por exemplo, prefere o voo das 8h. “Moro no Rio
de Janeiro e venho a São Paulo
toda terça-feira. Nesse horário
evito o pico do trânsito tanto no
Rio de Janeiro quanto em São
Paulo”, afirma.
Cada um tem um
hábito diferente para
passar o tempo no
caso de o voo atrasar
ou o executivo
chegar muito cedo
A mesma estratégia é adotada por Guilherme Rossi, gerente comercial da Brasilprev.
“Sempre opto pelos primeiros
voos do dia, principalmente porque não preciso aguardar a aeronave pousar vinda de outra cidade. Chego à capital paulista
entre 8h e 8h30, o que me permite chegar à empresa rapidamente”, destaca o executivo,
que também mora da capital
fluminense.
Outro ponto em comum entre os executivos é a preferência
por bagagem de mão, evitando
a necessidade de despachar as
malas e ter que aguardá-las na
esteira do aeroporto. “Aproximadamente 90% das viagens
que faço vou e volto no mesmo
dia. Vou para dar expediente de
negócios. Sendo assim, não preciso despachar as malas”, ressalta Marcelo Fontana, sócio de
uma empresa de eventos e de
uma editora.
Grijó, da Queluz, fica em São
Paulo de terça à quinta-feira, todas as semanas. Como tem um
apartamento na capital paulista, traz do Rio de Janeiro apenas
uma muda de roupa, o que o permite vir com apenas uma pequena mochila da capital fluminense. “Isso facilita o embarque e
desembarque.”
Ao contrário de Grijó, Rossi
prefere não dormir fora de casa.
“Como tenho uma filha pequena, sempre dou preferência a
não dormir fora de casa. Me organizo de tal modo a ficar a menor quantidade de noites longe
de casa”, diz o executivo, que
viaja a São Paulo, Espírito Santo e algumas cidades da região
sul do país.
Otimização do tempo
No caso de o voo atrasar ou o
executivo chegar com antecedência ao aeroporto, a otimização do tempo varia conforme as
prioridades de cada um. A grande maioria prefere ler e-mails,
telefonar para amigos e familiares, ou mesmo resolver algo
pendente. “Enquanto espero o
voo ligo para meus filhos ou para meus pais. Para que a espera
não seja cansativa faço algo que
gosto”, diz Jaap Kuiper, presidente da Tintas Coral, que viaja
à Holanda — sede da companhia — e outras cidades brasileiras duas vezes por mês.
Já Grijó prefere ler um livro,
em um leitor de livros digitais.
“Sempre leio dois ou três livros
simultaneamente para momentos como este. Já carreguei muito livro, mas os troquei por esse
aparelho por causa do peso”,
destaca o sócio da Queluz.
Ele também não costuma entrar na internet enquanto está
no aeroporto. “Fiz essa opção.
Com o tempo percebi que não
adianta querer trabalhar nesse
momento, porque é preciso estar focado. Já perdi vários
voos por não prestar atenção
no painel de informações,
principalmente quando atrasam”, completa. ■
Saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo: velho conhecido de quem vive na ponte aérea
Passageiros que viajam regularmente
têm história para contar
Quem viaja regularmente tem
bastante tem história para
contar. Recentemente, Nelson
Grijó, sócio da gestora de
recursos Queluz, viajou sozinho
em um Airbus ao Rio de Janeiro.
“Não acreditava no que estava
acontecendo. Tirei foto com a
tripulação porque isso nunca
havia me acontecido”, lembra.
Segundo o executivo, todos os
passageiros de seu voo foram
realocados para o voo anterior,
restando apenas ele. “O que a
companhia aérea me disse foi
que a aeronave precisava pousar
no Rio de Janeiro. Por isso viajei
sozinho”, diz.
Grijó também estava no voo que
derrapou ao aterrissar no
aeroporto Santos Dumont, em
novembro de 1999. No pouso, a
aeronave derrapou na pista e foi
parar no gramado ao lado, a
cerca de 100 metros da baía da
Guanabara, onde estacionou com
a asa esquerda encostada no
chão e o trem de pouso traseiro
do mesmo lado quebrado. O
Departamento de Aviação Civil
(DAC), órgão fiscalizador do
setor, disse, à ocasião, que havia
106 pessoas a bordo — 101
passageiros e 5 tripulantes.
Ninguém ficou ferido “Fui o
primeiro passageiro a descer da
aeronave, no escorregador”,
lembra o sócio da Queluz, que
completa que já passou muito
nervoso. “Já fiquei muito tenso
em alguns voos. Hoje já não fico
mais. A regularidade em viajar
nos faz perceber se algo está
diferente do normal”, completa.
Curiosidade
O aeroporto Santos Dumont foi
inaugurado em 1936, segundo
dados da Infraero. Para dar
ainda mais conforto aos seus
usuários, em 1977, foram
realizadas obras de
infraestrutura. Nos anos 80, o
terminal já processava mais de
um milhão de passageiros por
ano. No início dos anos 90, dois
andares foram acrescentados ao
edifício para acomodar as
necessidades de uma demanda
cada vez maior. ■ V.C.
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 23
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
CNPJ nº 61.522.512/0001-02
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
Senhores Acionistas
Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, a Administração
submete à apreciação de V.Sas. as demonstrações financeiras do exercício
encerrado em 31 de dezembro de 2012, colocando-se à disposição para
quaisquer esclarecimentos.
No exercício de 2012 obtivemos receita líquida de R$ 4.783 milhões, com
crescimento de 8% em relação ao ano anterior e crescimento significativo
no lucro bruto, para R$ 626 milhões, 98% superior a 2011.
Com rígido controle nos custos e despesas, melhoramos o lucro antes do
resultado financeiro e impostos que atingiu R$ 301 milhões, 692%
superior ao obtido em 2011.
Menores despesas financeiras e o resultado da variação cambial também
contribuíram para que alcançássemos um lucro líquido de R$ 200
envolvendo mais de 400 profissionais. Conquistamos ainda o
reconhecimento do terceiro setor e da imprensa pela atuação
socioambiental responsável, com destaque para:
• Prêmio Época - Empresa Verde 2012
• Prêmio Época - Mudanças Climáticas 2012
• Prêmio Instituto Internacional Chico Mendes - Mérito Ambiental
• Prêmio Instituto Pró-Cidadania - Excelência em Parceria
• Prêmio Instituto Pró-Cidadania - Excelência em Inclusão Social
• Ministério de Desenvolvimento Social - Consolidada Parceria para o
Programa PRONATEC - Capacitação de mão de obra
Agradecemos a nossos parceiros e colaboradores pela dedicação e aos
nossos acionistas pela confiança e apoio que nos tem proporcionado.
São Paulo, 25 de março de 2013. A Administração
milhões de reais, frente a R$ 24 milhões em 2011.
O melhor desempenho alcançado reflete os esforços da administração, em
sua nova estrutura organizacional, de intensificar o foco na eficiência
operacional, fazendo frente aos desafios de desenvolver grandes projetos
de infraestrutura, como a usina hidrelétrica de Jirau, mobilizando grande
contingente de trabalhadores em momento de escassez de mão de obra e
custos crescentes.
Logramos ainda êxito na conquista de novos projetos, como a hidrelétrica
de Ituango, na Colômbia, com a potência de 2.400 Mw e a conclusão de
projetos importantes, como o primeiro trecho do duto para transporte de
etanol, interligando Paulínia a Ribeirão Preto.
Investimos no desenvolvimento de nossos profissionais, com destaque ao
projeto Cultura e Liderança, para o aprimoramento de nossos gestores,
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012
(Em milhares de Reais, exceto o lucro líquido por ação)
BALANÇO PATRIMONIAL Levantado em 31 de Dezembro de 2012 (Em milhares de Reais)
Ativo
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa
Títulos e valores mobiliários
Contas a receber de clientes
Estoques
Dividendos a receber
Partes relacionadas
Impostos a recuperar
Despesas antecipadas
Bens a serem distribuídos
aos acionistas
Outros créditos
Total do ativo circulante
Não Circulante
Contas a receber de clientes
Partes relacionadas
Depósitos judiciais
Outros créditos
Investimentos
Em controladas e coligadas
Outros
Imobilizado
Intangível
Total do ativo não circulante
Nota
Explicativa
2012
2011
372.998
250.507
769.075
109.660
–
41.481
78.841
7.264
381.608
226.930
1.132.348
112.584
212.375
88.093
122.845
7.797
9
10
1.104.087
119.160
2.853.073
–
129.747
2.414.327
6
7
300.636
60.052
26.831
35.196
422.715
236.690
95.834
32.812
38.708
404.044
175.845
1.886
836.543
902.065
1.886
678.475
1.461.668
2.017.952
4
5
6
7
7
8
10
11
11
12
13
Nota
Passivo, Patrimônio Líquido
Explicativa
2012
e Recursos Capitalizáveis
Circulante
Fornecedores
292.208
Empréstimos, financiamentos
e debêntures
14
146.107
Partes relacionadas
7
132.051
Salários, provisões
e contribuições sociais
209.812
Impostos a recolher
58.246
Imposto de renda
e contribuição social a pagar
40.801
Adiantamentos de clientes
15
143.206
Dividendos propostos
47.482
Outras obrigações
11.825
Total do passivo circulante
1.081.738
Não Circulante
Empréstimos, financiamentos
e debêntures
14
491.122
Imposto de renda
e contribuição social diferidos
16
35.124
Provisão para riscos fiscais,
trabalhistas e cíveis
17
63.486
Provisão para perdas em controladas
e controladas em conjunto
11
255.155
Adiantamentos de clientes
–
2011
Nota
Explicativa
2012
2011
Receita de Serviços
19
4.782.870
4.427.868
Custos dos Serviços Prestados
20 (4.156.855) (4.111.661)
Lucro Bruto
626.015
316.207
Despesas Operacionais
Gerais e administrativas
20
(257.161)
(291.712)
Outras receitas operacionais
21
52.243
98.611
Outras despesas operacionais
22
(111.003)
(117.580)
Resultado de equivalência
(8.571)
32.537
patrimonial
11
Lucro antes do Resultado
Financeiro e dos Tributos
301.523
38.063
Receitas financeiras
23
91.988
120.554
Despesas financeiras
23
(96.026)
(157.297)
80.214
(30.309)
Variação cambial, líquida
23
Lucro (Prejuízo) Operacional
antes do Imposto de Renda
e da Contribuição Social
377.699
(28.989)
Imposto de Renda
e Contribuição Social
Correntes
16
(154.928)
16.536
Diferidos
16
(22.860)
36.901
199.911
24.448
Lucro Líquido
Lucro por ação:
Básico/diluído por ação ON - R$
467,40
51,85
Básico/diluído por ação PN - R$
376,03
57,04
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
169.048
247.899
25.547
240.579
82.446
–
245.248
3
1.468
1.012.238
674.658
12.262
46.683
8.064
101.782
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012
Lucro do exercício
Efeito de combinação de negócios em controladas
líquido de impostos
no exterior
2012
199.911
2011
24.448
–
12.266
–
2.235
(38.926)
(37.579)
–
(31.706)
160.985
(30.336)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
Total do Ativo
Saldos em 31 de Dezembro de 2010
Resultado do exercício
Outros resultados abrangentes do exercício
Resultado abrangente total do exercício
Aumento de capital
Reduções de capital
Distribuição de reserva de retenção de lucros como dividendos
Dividendos prescritos
Destinações:
Reserva legal
Dividendos propostos
Constituição de reserva para renovação de equipamentos
Constituição de reserva de retenção de lucros
Saldos em 31 de Dezembro de 2011
Resultado do exercício
Outros resultados abrangentes do exercício
Resultado abrangente total do exercício
Aumento de capital
Adiantamento para futuro aumento de capital
Distribuição de dividendos
Dividendos prescritos
Destinações:
Reserva legal
Dividendos propostos
Constituição de reserva para renovação de equipamentos
Constituição de reserva de retenção de lucros
Saldos em 31 de Dezembro de 2012
Adiantamento para
Futuro Aumento
de Capital
1
–
–
–
–
–
–
–
Total
3.181.433
24.448
(54.784)
(30.336)
349.032
(778.569)
(154.002)
272
–
(5.807)
–
–
2.562.023
199.911
(38.926)
160.985
51.711
100.000
(451.672)
108
–
(47.479)
–
–
2.375.676
2.508.029
–
–
–
349.032
(778.569)
–
–
76.250
–
–
–
–
–
–
–
655.816
–
–
–
–
–
(154.002)
–
3.695
–
–
–
–
–
–
–
(62.358)
–
(54.784)
(54.784)
–
–
–
–
–
24.448
–
24.448
–
–
–
272
3.181.432
24.448
(54.784)
(30.336)
349.032
(778.569)
(154.002)
272
–
–
–
1.222
–
–
–
–
–
–
–
1.222
–
–
–
(1.222)
(5.807)
(1.222)
–
(5.807)
–
2.078.492
–
–
–
51.711
–
–
–
77.472
–
–
–
–
–
–
–
518.283
–
–
–
–
–
(451.672)
–
4.917
–
–
–
–
–
–
–
(117.142)
–
(38.926)
(38.926)
–
–
–
–
–
199.911
–
199.911
–
–
–
108
2.562.022
199.911
(38.926)
160.985
51.711
–
(451.672)
108
–
–
–
–
1
–
–
–
–
100.000
–
–
–
9.996
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
9.996
–
–
–
132.549
–
–
2.130.203
87.468
199.160
14.913
(156.068)
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
(9.996)
(47.479)
(9.996)
(132.549)
–
–
(47.479)
–
–
2.275.675
–
–
–
–
100.001
18
18
18
18
18
18
18
DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012
(Em milhares de Reais)
2012
2011
Outras obrigações
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais
Partes relacionadas
Lucro (prejuízo) antes do imposto de renda
e da contribuição social
377.699
(28.989) Caixa originado das operações
Imposto de renda e contribuição social pagos
Ajustes para reconciliar o lucro (prejuízo) antes
Juros pagos
do imposto de renda e da contribuição social
Pagamento de processos fiscais,
com o caixa gerado nas operações
trabalhistas e cíveis
Depreciações e amortizações
141.598
125.992
Resultado de equivalência patrimonial
8.571
(32.537) Caixa gerado pelas atividades operacionais
Amortização de ágio
14.010
14.010 Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento
Ganho de participação acionária
(211)
(10.363) Caixa proveniente de incorporação de subsidiária
Títulos e valores mobiliários
Provisão para perdas e para créditos
de liquidação duvidosa
–
34.650 Aquisições ou adições e redução de investimentos
Juros e variações monetárias provisionados
74.812
70.091 Recebimento de dividendos
Juros sobre títulos e valores mobiliários
(19.767)
(62.419) Aquisição de bens do ativo imobilizado e intangível
Caixa gerado (consumido) pelas atividades
Constituição de provisão para riscos fiscais,
de investimento
trabalhistas e cíveis
22.618
10.510
Baixa de ativo permanente
33.725
17.809 Fluxo de Caixa das Atividades de
Financiamento
Baixa de ágio
13.676
–
Aumento de capital
Redução (aumento) nos ativos operacionais:
Contas a receber de clientes
387.136 (309.434) Redução de capital
Estoques
3.342
30.410 Adiantamento para futuro aumento de capital
Impostos a recuperar
46.897
32.264 Captação de financiamentos
Despesas antecipadas
533
3.475 Pagamento de financiamentos
Depósitos judiciais
5.981
8.214 Dividendos pagos
Partes relacionadas
425.517
49.046 Caixa gerado (consumido) pelas atividades
de financiamento
Outros créditos
14.569
11.107
Aumento (Redução) de Caixa e
Aumento (redução) nos passivos operacionais:
Equivalentes de Caixa
Fornecedores
120.807 (101.305)
Salários, férias a pagar e contribuições sociais
(30.767)
(38.698) Caixa e Equivalentes de Caixa no
Início do Exercício
Impostos e contribuições a recolher
(24.200)
(19.448)
Imposto de renda e contribuição social a recolher (40.801)
– Caixa e Equivalentes de Caixa no
Fim do Exercício
Adiantamentos de clientes
(479.339)
464.226
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
2012
8.227
(135.826)
968.807
(74.907)
(69.919)
2011
(5.057)
142.661
406.215
(18.456)
(51.214)
(5.819)
818.162
(4.754)
331.791
42.339
(3.810)
(198.237)
35.747
(274.877)
–
615.924
(24.521)
112.052
(291.862)
(398.838)
411.593
–
–
100.000
78.057
(366.693)
(239.298)
349.032
(559.666)
–
120.916
(261.617)
(164.193)
(427.934)
(515.528)
(8.610)
227.856
381.608
153.752
372.998
381.608
w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012
(Valores expressos em milhares de Reais,
exceto quando mencionado de outra forma)
1. CONTEXTO OPERACIONAL
A Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (“Companhia”) foi constituída em 1939, sediada em São Paulo - SP, tendo por objetivos principais
a execução de serviços de construção, terraplenagem, obras de engenharia, montagem de usinas hidrelétricas, térmicas e eólicas, manutenção e
montagem de gasodutos e oleodutos, transporte e apoio aquaviário, operação portuária, exploração naval, importação, exportação e demais atividades relacionadas, além da participação em outras sociedades.
Atualmente, os negócios da Companhia vêm sendo geridos pela área de
Engenharia e Construção do Grupo Camargo Corrêa, a qual está organizada em diferentes unidades de negócio: Infraestrutura, Indústria, Energia
e Óleo e Gás.
Em 13 de julho de 2012 a Companhia incorporou os ativos e passivos da
Geral do Comércio Trading S.A., com base no balanço patrimonial levantando em 30 de junho de 2012. Os principais saldos incorporados estão
apresentados a seguir:
R$
Ativo
Caixa e equivalentes de caixa
42.339
Contas a receber de clientes
87.808
Partes relacionadas
58.565
Dividendos a receber
42.228
Outros créditos
3.781
Passivo
Obrigações com investimentos
151.981
Adiantamentos de clientes
275.515
Outras obrigações
2.357
Passivo a descoberto incorporado
(195.132)
2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras foram elaboradas em conformidade com as
práticas contábeis adotadas no Brasil e com observância às disposições
contidas na Lei das Sociedades por Ações e incorporam as alterações
continua
24 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
continuação
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
CNPJ nº 61.522.512/0001-02
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma)
promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, abrangendo os pronunciamentos, orientações e interpretações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pelo Conselho Federal de
Contabilidade - CFC.
2.1. Base de Elaboração
As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros, mensurados pelo
seu valor justo, quando requerido. O custo histórico geralmente é baseado
no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos. As demonstrações financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012
já contemplam a adoção dos pronunciamentos, orientações e interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC.
3. SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS
As principais práticas adotadas foram as seguintes:
3.1. Caixa e equivalentes de caixa
Consistem de fundos de caixa, recursos em contas-correntes bancárias de
livre movimentação e de aplicações financeiras com vencimento em até 90
dias, ou com compromissos de recompra, prontamente conversíveis em
caixa e com riscos insignificantes de mudança de valor.
3.2. Títulos e valores mobiliários
A Companhia classifica seus títulos e valores mobiliários em: (a) mantidos
para negociação ou (b) empréstimos e recebíveis. Os títulos classificados
como mantidos para negociação são avaliados ao valor justo, com seus
efeitos reconhecidos no resultado, e os empréstimos e recebíveis estão
mensurados pelo custo amortizado.
3.3. Contas a receber de clientes e provisão para créditos de
liquidação duvidosa
As contas a receber de clientes são registradas e mantidas no balanço
patrimonial pelo valor nominal dos títulos, ajustadas a valor presente, quando aplicável. A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída
com base na avaliação dos saldos com risco de realização e negociações
em andamento por cliente.
3.4. Estoques
São compostos por materiais destinados à aplicação nas obras em andamento, e avaliados pelo custo médio de aquisição, os quais são inferiores
aos valores de realização.
3.5. Investimentos em coligadas
Uma coligada é uma entidade sobre a qual a Companhia possui influência
significativa e que não se configura como uma controlada nem uma participação em um empreendimento sob controle comum (“joint venture”).
Influência significativa é o poder de participar nas decisões sobre as
políticas financeiras e operacionais da investida, sem exercer controle
individual ou conjunto sobre essas políticas.
Os resultados, ativos e passivos das coligadas são incorporados às de
monstrações financeiras com base no método de equivalência patrimonial,
exceto quando o investimento é classificado como “mantido para venda”,
caso em que é contabilizado de acordo com o CPC 31 - Ativos Não Corren
tes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas. Conforme o método de equivalência patrimonial, os investimentos em coligadas são inicialmente registrados pelo valor de custo e em seguida ajustados para fins de
reconhecimento da participação da Companhia no lucro ou prejuízo e outros resultados abrangentes da coligada. Quando a parcela da Companhia
no prejuízo de uma controlada excede a sua participação naquela coligada
(incluindo qualquer participação de longo prazo que, na essência, esteja
incluída no investimento líquido da Companhia na coligada), a Companhia
reconhece a sua participação nestes prejuízos até o limite do valor investi
do. Os prejuízos adicionais são reconhecidos somente se a Companhia
possuir responsabilidades legais sobre as obrigações da coligada.
Qualquer montante que exceda o custo de aquisição sobre a participação
da Companhia no valor justo líquido dos ativos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da coligada ou controlada na data de aquisição
é reconhecido como ágio. O ágio é acrescido ao valor contábil do investi
mento no caso de coligadas. Qualquer montante da participação da
Companhia no valor justo líquido dos ativos, passivos e passivos contin
gentes identificáveis que exceda o custo de aquisição, após a avaliação, é
imediatamente reconhecido no resultado.
3.6. Imobilizado
Registrado ao custo de aquisição. As depreciações são reconhecidas com
base na vida útil de cada ativo pelo método linear ou outra base sistemática
representativa do momento em que os benefícios econômicos são usufru
ídos. Os ativos com base na vida útil linear possuem as seguintes taxas
anuais: imóveis - 4%; veículos, equipamentos de informática e outros - 10%
a 20%; móveis e utensílios - 10%; e benfeitorias em imóveis de terceiros,
conforme os prazos contratuais. A vida útil dos ativos imobilizados é
avaliada anualmente. A Companhia utiliza para a classe de bens do ativo
imobilizado representados por máquinas e equipamentos o método de uti
lização dos equipamentos com base nas horas efetivamente utilizadas por
projeto. Tal procedimento reflete melhor o padrão de aproveitamento dos
benefícios econômicos esperados.
3.7. Intangível
Demonstrado ao custo de aquisição, representado basicamente pelos gastos com implementação e melhorias de sistemas informatizados. A amortização está sendo calculada pelo método linear à taxa de 20% ao ano.
3.8. Variações cambiais
Os ativos e passivos indexados estão atualizados de acordo com os
respectivos indexadores até as datas de encerramento de cada exercício,
em contrapartida a “Variações cambiais” no resultado, exceto para as
variações cambiais de investimentos no exterior, que são reconhecidas no
patrimônio líquido (outros resultados abrangentes).
3.9. Arrendamento mercantil
Os arrendamentos mercantis que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Companhia, inclusive os que decorrem de operações e aqueles que os termos do contrato transferem à
Companhia substancialmente todos os riscos, benefícios e o controle dos
bens, são classificados como arrendamento mercantil financeiro. Os arrendamentos financeiros são registrados como compra financiada, reconhecendo, no momento da aquisição, um ativo imobilizado e um passivo de
financiamento (arrendamento).
Todos os outros contratos de arrendamentos são classificados como operacionais. Os pagamentos referentes aos arrendamentos operacionais são
reconhecidos como despesa pelo método linear pelo período de vigência
do contrato.
3.10. Empréstimos, financiamentos e debêntures
Registrados pelo valor nominal, acrescidos de juros e variação cambial,
se aplicável, incorridos até as datas de encerramento do exercício.
De acordo com o CPC 38 - Instrumentos Financeiros, tais instrumentos
estão classificados como empréstimos e contabilizados pelo método do
custo amortizado e CPC 8 - Custos na transação e prêmios na emissão de
títulos e valores mobiliários, os custos na transação incorridos na captação
de recursos, devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta
redutora do passivo.
3.11. Instrumentos financeiros
Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos quando uma entidade
for parte das disposições contratuais do instrumento.
Os ativos e passivos financeiros são inicialmente mensurados pelo valor
justo. O valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou
um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso em
transação sem favorecimento. Os custos da transação diretamente atribuíveis à aquisição ou emissão de ativos e passivos financeiros são acrescidos ou deduzidos do valor justo dos ativos ou passivos financeiros, se
aplicável, após o reconhecimento inicial, exceto por ativos e passivos
financeiros reconhecidos ao valor justo no resultado.
Ativos Financeiros
A classificação dos ativos financeiros depende da natureza e finalidade
desses ativos e é determinada no reconhecimento inicial, sendo
classificados nas seguintes categorias:
(i) Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Correspondem a ativos mantidos para negociação. Um ativo financeiro é
classificado como mantido para negociação se:
a) for adquirido principalmente para ser vendido a curto prazo; ou
b) no reconhecimento inicial é parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que a Companhia administra em conjunto e possui um
padrão real recente de obtenção de lucros a curto prazo; ou
c) for um derivativo que não tenha sido designado como um instrumento de
“hedge” efetivo.
Os ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo, e quaisquer ganhos ou perdas resultantes são reconhecidos no resultado.
(ii) Investimento mantido até o vencimento correspondem a ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis e data de
vencimento fixa que a Companhia tem a intenção positiva e a capacidade
de manter até o vencimento. Após o reconhecimento inicial, os investimentos mantidos até o vencimento são mensurados ao custo amortizado
utilizando o método de juros efetivos, menos eventual perda por redução
ao valor recuperável.
(iii) Empréstimos e recebíveis
Representam contas a receber, empréstimos e outros recebíveis com
pagamentos fixos ou determináveis e que não são cotados em um
mercado ativo são classificados como “Empréstimos e recebíveis”.
Os empréstimos e recebíveis são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, deduzidos de qualquer redução
ao valor recuperável.
(iv) Ativos financeiros “disponíveis para venda”
Correspondem a ativos financeiros não derivativos designados como
“disponíveis para venda” ou não são classificados como: (a) empréstimos e
recebíveis, (b) investimentos mantidos até o vencimento, ou (c) ativos
financeiros ao valor justo por meio do resultado.
Passivos Financeiros
Os passivos financeiros são classificados como “Passivos financeiros ao
valor justo por meio do resultado” ou “Outros passivos financeiros”.
(i) Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
São aqueles mantidos para negociação ou designados pelo valor justo por
meio do resultado. Mudanças no valor justo são reconhecidas no resultado
do exercício.
(ii) Outros passivos financeiros
Incluindo empréstimos, financiamentos e debêntures, são inicialmente
mensurados pelo valor justo, líquidos dos custos da transação. Posteriormente, são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, e a despesa financeira é reconhecida com base na
remuneração efetiva.
O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de
um passivo financeiro e alocar sua despesa de juros pelo período aplicável.
A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os fluxos de
caixa futuros estimados ao longo da vida estimada do passivo financeiro.
tivesse sido reconhecida para o ativo (ou unidade geradora de caixa) em
exercícios anteriores. A reversão da perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente no resultado.
3.16. Imposto de renda e contribuição social
3.16.1. Impostos correntes
A provisão para imposto de renda e contribuição social está baseada no
lucro tributável do exercício. O lucro tributável difere do lucro apresentado
na demonstração do resultado, porque exclui receitas ou despesas tributáveis ou dedutíveis em outros exercícios, além de excluir itens não tributáveis ou não dedutíveis de forma permanente. O imposto de renda foi constituído à alíquota de 15%, acrescida do adicional de 10% sobre o lucro
tributável excedente a R$240. A contribuição social foi calculada à alíquota
de 9% sobre o lucro contábil ajustado.
3.16.2. Impostos diferidos
O imposto de renda e a contribuição social diferidos (“imposto diferido”)
são reconhecidos sobre as diferenças temporárias no final de cada
exercício de relatório entre os saldos de ativos e passivos reconhecidos
nas demonstrações financeiras e as bases fiscais correspondentes usadas
na apuração do lucro tributável, incluindo saldo de prejuízos fiscais,
quando aplicável.
Impostos diferidos ativos e passivos são mensurados pelas alíquotas
aplicáveis no exercício no qual se espera que o passivo seja liquidado ou o
ativo seja realizado, prevista na legislação tributária vigente. A mensuração
dos impostos diferidos ativos e passivos reflete as consequências
fiscais que resultariam da forma pela qual a Companhia espera, no final
de cada exercício social, recuperar ou liquidar o valor contábil desses
ativos e passivos.
Os impostos diferidos ativos e passivos são compensados quando há o
direito legal de compensar o ativo fiscal corrente com o passivo fiscal corrente e quando eles estão relacionados aos impostos administrados pela
mesma autoridade fiscal.
3.16.3. Reconhecimento em resultados
O imposto sobre a renda corrente e diferido é reconhecido como despesa
ou receita no resultado do exercício, exceto quando estão relacionados a
itens registrados diretamente em outros resultados abrangentes ou patrimônio líquido, caso em que os impostos também são reconhecidos diretamente em outros resultados abrangentes ou no patrimônio líquido, ou
quando eles são originados da contabilização inicial de uma combinação
de negócios. No caso de uma combinação de negócios, o efeito fiscal é
considerado na contabilização da combinação de negócios.
3.17. Lucro por ação
Calculado através da divisão do lucro ou prejuízo líquido do exercício pela
quantidade média de ações em circulação durante cada exercício social
A preparação das demonstrações financeiras de acordo com os CPCs
exige que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas
que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores de ativos,
passivos, receitas e despesas. Os resultados reais podem divergir
As informações sobre incertezas, premissas e estimativas que possuam
um risco significativo de resultar em um ajuste material dentro do próximo
exercício estão relacionadas, principalmente, aos seguintes aspectos: vida
útil do ativo imobilizado, custo orçado das obras, provisões para riscos fiscais, cíveis e trabalhistas, perdas relacionadas a contas a receber e projeções para realização de imposto de renda e contribuição social diferidos.
Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. O impacto de
tais revisões é reconhecido no exercício em que são efetuadas.
As participações em consórcios são reconhecidas linha a linha nas contas
do balanço e da demonstração do resultado, na proporção do percentual
3.20. IFRSs - Normas e interpretações novas e revisadas emitidas e
A Administração da Companhia avaliou essas novas normas e interpretações e não espera efeitos significativos sobre os valores reportados.
O CPC ainda não havia editado determinados pronunciamentos que
estavam ou estariam em vigor em ou após 31 de dezembro de 2012.
Entretanto, em decorrência do compromisso de o CPC manter atualizado o
conjunto de normas emitidas pelo IASB, espera-se que esses pronunciamentos e/ou alterações emitidos pelo IASB sejam aprovados para sua
rubrica de “Fornecedores”.
Os valores recebidos antes da realização do correspondente trabalho
são registrados no balanço patrimonial como um passivo, na rubrica
“Adiantamentos de clientes”.
Os montantes faturados ou a faturar registrados com base no trabalho
executado por obra, mas ainda não pagos pelo cliente, são registrados
no balanço patrimonial como um ativo, na rubrica “Contas a receber
de clientes”.
3.14. Moeda estrangeira e funcional
As demonstrações financeiras das controladas e coligadas são elaboradas
individualmente com base na moeda funcional de cada uma dessas empresas, que representa a moeda do principal ambiente econômico no qual
cada uma opera.
Na elaboração das demonstrações financeiras, as transações em moeda
estrangeira, ou seja, qualquer moeda diferente da moeda funcional de
cada empresa, são registradas de acordo com as taxas de câmbio vigentes
na data de cada transação, e as variações cambiais são reconhecidas no
resultado do exercício em que ocorrerem.
As demonstrações financeiras são apresentadas em reais (R$), sendo esta
a moeda funcional e de apresentação da Companhia.
3.15. Redução ao valor recuperável de ativos tangíveis e intangíveis
No fim de cada exercício, a Companhia revisa o valor contábil de seus
ativos tangíveis e intangíveis de vida útil definida para determinar se há
indicação de que tais ativos possam ser recuperados por valores inferiores
aos valores contábeis. Se houver tal indicação, o montante recuperável do
ativo é estimado com a finalidade de mensurar o montante dessa perda.
Quando não for possível estimar o montante recuperável de um ativo individualmente, a Companhia calcula o montante recuperável da unidade geradora de caixa à qual pertence o ativo. Quando uma base de alocação
razoável e consistente pode ser identificada, os ativos corporativos também são alocados às unidades geradoras de caixa individuais ou ao menor
grupo de unidades geradoras de caixa para o qual uma base de alocação
razoável e consistente possa ser identificada.
Ativos intangíveis com vida útil indefinida ou ainda não disponíveis para
uso são submetidos ao teste de redução ao valor recuperável pelo menos
uma vez ao ano e sempre que houver qualquer indicação de que o ativo
possa apresentar perda por redução ao valor recuperável.
O montante recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos
na venda ou o valor em uso. Na avaliação do valor em uso, os fluxos de
caixa futuros estimados são descontados ao valor presente pela taxa de
desconto, antes dos impostos, que reflita uma avaliação atual de mercado
do valor da moeda no tempo e os riscos específicos do ativo para o qual a
estimativa de fluxos de caixa futuros não foi ajustada.
Se o montante recuperável de um ativo (ou unidade geradora de caixa)
calculado for menor que seu valor contábil, o valor contábil do ativo
(ou unidade geradora de caixa) é reduzido ao seu valor recuperável.
A perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente
no resultado.
Quando a perda por redução ao valor recuperável de ativos com vida útil
definida é revertida subsequentemente, ocorre o aumento do valor contábil
do ativo (ou unidade geradora de caixa) para a estimativa revisada de seu
valor recuperável, desde que não exceda o valor contábil que teria sido
determinado, caso nenhuma perda por redução ao valor recuperável
w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r
Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013:
• IFRS 10 - Demonstrações Financeiras Consolidadas - de acordo com a
IFRS 10, existe somente uma base de consolidação, ou seja, o controle.
Adicionalmente, a IFRS 10 inclui uma nova definição de controle.
• IFRS 11 - Negócios em Conjunto - aborda como deve ser classificado um
acordo de participação em que duas ou mais partes têm controle conjunto.
• IFRS 12 - Divulgações de Participações em Outras Entidades - é uma
norma de divulgação aplicável a entidades que possuem participações em
controladas, acordos de participação, coligadas e/ou entidades estruturadas não consolidadas.
• IFRS 13 - Mensuração do Valor Justo - apresenta uma fonte única de
orientação para as mensurações do valor justo e divulgações acerca das
mensurações do valor justo.
• Modificações à IFRS 7 - Divulgação - Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros - aumentam as exigências de divulgação das
transações envolvendo ativos financeiros.
• Modificações às IFRS 10, IFRS 11 e IFRS 12 - foram emitidas para
esclarecer certas regras de transição na aplicação dessas IFRSs pela
primeira vez.
• IAS 19 (revisada em 2011) - Benefícios a Empregados - altera a contabilização dos planos de benefícios definidos e dos benefícios de rescisão.
• IAS 27 (revisada em 2011) - Demonstrações Financeiras Separadas reflete modificações na contabilização de participação não controladora
(minoritária) e trata, principalmente, da contabilização de modificações de
participações societárias em subsidiárias feitas posteriormente à obtenção
do controle.
• IAS 28 (revisada em 2011) - Investimentos em Coligadas e “Joint Ventures” - as alterações tiveram como objetivo esclarecer procedimentos na
aplicação dos testes de “impairment” em coligadas e “joint ventures”.
• Modificações às IFRSs - as melhorias anuais ao ciclo de IFRSs 2009 2011 incluem várias alterações a diversas IFRSs. As alterações às IFRSs
são aplicáveis a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
2013 e incluem:
a) Alterações à IAS 16 - Imobilizado - as alterações à IAS 16 esclarecem
que as peças de substituição, os equipamentos-reserva e os equipamentos de serviço devem ser classificados como imobilizado, conforme estejam de acordo com a definição de imobilizado da IAS 16, e, de outra forma,
como estoque.
b) Alterações à IAS 32 - Instrumentos Financeiros - Apresentação - esclarecem que o imposto de renda relacionado às distribuições dos titulares de
instrumentos patrimoniais e aos custos das transações patrimoniais deve
ser contabilizado de acordo com a IAS 12 - Impostos sobre o Lucro.
Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014:
• Modificações à IAS 32 - Compensação de Ativos e Passivos Financeiros
- tratam da classificação de certos direitos denominados em moeda estrangeira, como instrumentos patrimoniais ou passivos financeiros.
Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2015:
• IFRS 9 - Instrumentos Financeiros - introduz novas exigências para a
classificação, mensuração e baixa de ativos e passivos financeiros.
3.21. Demonstrações financeiras separadas
A Companhia elaborou demonstrações financeiras separadas, como permitido pelo CPC 35 (R1)- Demonstrações Separadas, pois (a) a Companhia é uma subsidiária integral, sendo que o controlador não tem objeção;
(b) não existem instrumentos de patrimônio ou de dívida negociados
em mercado aberto, nem está em processo de abertura de capital;
e (c) a controladora final irá publicar as demonstrações financeiras
consolidadas de acordo com os pronunciamentos técnicos do CPC.
continua
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 25
continuação
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
CNPJ nº 61.522.512/0001-02
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma)
4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
2012
2011
Caixa e equivalentes de caixa:
100.128 110.353
Caixa e bancos
Certificados de depósitos bancários - CDBs
55.333 168.404
Debêntures
17.730
–
Fundo de renda fixa
8.721
30.170
Fundos exclusivos
191.086
72.681
372.998 381.608
Total
Os fundos exclusivos apresentam rentabilidade entre 101% e 108% do
Certificado de Depósito Interbancário - CDI. Os títulos e valores mobiliários
descritos têm vencimento em até 90 dias ou têm possibilidade de resgate
imediato compromissado pela entidade financeira pelo valor intrínseco dos
respectivos títulos. Os valores registrados no fundo exclusivo estão contabilizados pelos valores de mercado, pois estão classificados como valor
justo por meio do resultado. Os demais títulos estão classificados como
“empréstimos e recebíveis”, e, portanto, contabilizados pelo método do
“custo amortizado”, ou seja, os juros são reconhecidos pela taxa efetiva de
cada instrumento.
2012
2011
5. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS
CDBs
4.033
34.514
Debêntures
156.271
–
Letras Financeiras do Tesouro - LFTs
–
1.022
90.203 191.394
Fundos exclusivos
Total
250.507 226.930
Os fundos exclusivos apresentam rentabilidade entre 101% e 108% do
Certificado de Depósito Interbancário - CDI. Os fundos de renda fixa, as
letras hipotecárias e as debêntures têm como objetivo acompanhar a valorização do CDI. Os valores correspondentes a LFTs, LTNs, e NTNs estão
contabilizados pelos valores de mercado, pois estão classificados como
valor justo por meio do resultado. Os demais títulos estão classificados
como “empréstimos e recebíveis”, e, portanto, contabilizados pelo método
de “custo amortizado”, ou seja, os juros são reconhecidos pela taxa efetiva
de cada instrumento.
6. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES
Composição das contas a receber:
2012
2011
Prestação de serviços - nacional
1.087.844 1.279.699
Prestação de serviços - exterior
25.215
133.240
(43.348)
(43.901)
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
1.069.711 1.369.038
Total
Parcela classificada no ativo circulante
769.075 1.132.348
Parcela classificada no ativo não circulante
300.636
236.690
Composição por vencimento das contas a receber:
2012
2011
A faturar
884.370
863.529
A vencer
70.479
223.560
Vencidos - 0 a 30 dias
31.802
54.552
Vencidos - 31 a 60 dias
12.967
35.862
Vencidos - 61 a 90 dias
4.144
19.271
Vencidos - 91 a 180 dias
8.233
10.188
57.716
162.076
Vencidos - Mais de 181 dias
1.069.711 1.369.038
Total
Movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa:
2012
2011
Saldos no início do exercício
(43.901)
(26.692)
Constituições/Reversões
553
(17.932)
–
723
Valores incobráveis baixados
(43.348)
(43.901)
Saldos no fim do exercício
7. PARTES RELACIONADAS
Controladas:
Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a)
Camargo Corrêa Moçambique (a)
Marabá Energia Ltda. (a)
Subsidiária Angola (h)
Sucursal Argentina (g)
Sucursal Venezuela (g)
Sucursal Peru (g)
Controladas em conjunto:
EPC - Compra e Venda de Equipamentos (a)
Xingu Sócio-Ambiental Ltda. (a)
Entidade sob controle comum:
Alpargatas S.A.
Camargo Corrêa Construções Industriais S.A.
Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário S.A.
Camargo Corrêa Energia e Construção S.A.
Camargo Corrêa Infraestrutura S.A.
Camargo Corrêa Construções e Participações S.A.
Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. (d)
Camargo Corrêa S.A.
Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A.
Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (b)
Intercement Brasil S.A.
Outros
Total em 31/12/2012
Controladas:
Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a)
Camargo Corrêa Moçambique (a)
Geral do Comércio Trading S.A. (a)
Marabá Energia Ltda. (a)
Subsidiária Angola
Sucursal Argentina
Controladas em conjunto:
Átila Holdings S.A. (f)
EPC - Compra e Venda de Equipamentos (a)
Estaleiro Atlântico Sul
Intersur Concesiones S.A. (c)
NEDL Construções de Dutos do Nordeste Ltda.
Xingu Sócio-Ambiental Ltda. (a)
Entidade sob controle comum:
Alpargatas S.A.
Camargo Corrêa Construções Industriais S.A.
Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário S.A.
Camargo Corrêa Energia e Construção S.A.
Camargo Corrêa Infraestrutura S.A.
Camargo Corrêa Naval Participações Ltda.
Camargo Corrêa Óleo e Gás S.A.
Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A.
Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (b)
Intercement Brasil S.A.
Projeto Rio Empreendimentos Ltda.
UHE Serra do Facão (e)
Outros
Total em 31/12/2011
11. INVESTIMENTOS
Controladas:
Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a)
Axel - Amazônia Xingu Energética Ltda. (d)
Camargo Corrêa Angola Engenharia e Construções, Lda. (e)
Sucursal Angola
Camargo Corrêa Bolívia
Camargo Corrêa Equador - Subsidiária
Camargo Corrêa Equador - Sucursal
Camargo Corrêa Moçambique, Lda.
Camargo Corrêa Projetos de Engenharia S.A.
Camargo Corrêa Suriname N.V.
Camargo Corrêa USA Engineering & Construction, Inc.
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Argentina
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Colômbia
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Panamá
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Peru
Geral do Comércio Trading S.A. (e)
Marabá Energia Ltda.
Sucursal Camargo Corrêa Venezuela (e)
Controladas em conjunto:
Átila Holdings S.A. (c)
Camargo Corrêa Naval Participações Ltda.
CCDL Construções de Dutos Ltda.
CCI Oil & Gas Contractors Inc. (e)
Constructora Sur S.A. - Subsidiária Peru
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Subsidiária Colômbia
EPC América Latina Ltda.
Estaleiro Atlântico Sul S.A. (b)
Intersur Concesiones S.A. - Peru
NEDL Construções de Dutos do Nordeste Ltda.
Operadora Surperu S.A.
Unicon - União de Construtoras Ltda.
Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. - Usiminas
Xingú Sócio Ambiental Ltda.
Custo, ágio, deságio e outros:
Outros investimentos
Ativo
Circulante Não circulante
–
410
–
5.321
–
17.060
14.077
–
–
–
–
–
2.354
–
2012
Passivo
Circulante
196
–
–
–
17.194
112.561
–
Receita
–
–
–
8.146
15.666
29.214
120
Custos e despesas
–
(539)
–
(3.102)
–
–
–
–
–
988
2.310
–
–
–
–
(5)
–
2.124
–
465
–
–
–
63
418
1.467
15.096
1.063
–
349
–
–
–
–
32.713
–
–
–
–
–
952
–
426
686
–
–
–
–
–
–
15.964
990
12.851
–
–
–
–
4.510
263
327
10.936
–
–
–
(575)
(1.588)
(12)
(21)
–
–
–
–
(a) No ativo não circulante, refere-se a adiantamento para futuro aumento
de capital, sem incidência de encargos financeiros.
(b) Refere-se a saldo a receber de reembolso de custos da obra da Usina
Hidrelétrica de Jirau.
(c) No ativo e passivo circulante refere-se, principalmente, a saldos a receber de prestação de serviços, exportações de equipamentos e materiais.
(d) No ativo não circulante, refere-se a mútuo, sem incidência de encargos
financeiros.
(e) Refere-se a contas a receber e receita pela construção da Usina
Hidrelétrica Serra do Facão.
(f) Refere-se a dividendos a receber em decorrência do resultado de 2011
das controladas em conjunto. Esses dividendos foram recebidos em 16 de
janeiro de 2012.
(g) Refere-se a transações entre a Companhia e sucursais no exterior.
8. IMPOSTOS A RECUPERAR
Imposto de renda a recuperar
6.617
5.843
26.362
16.260
4.535
–
–
–
–
–
3.017
3.728
–
–
–
–
14.292
–
–
–
–
–
–
(170)
212.375
1.230
–
9.133
–
–
–
873
–
–
–
2.310
–
4.049
–
–
–
–
–
–
7.007
–
–
–
–
–
–
–
(454)
–
3.539
8.867
Programa de Integração Social - PIS
3.226
8.183
48.312
29.965
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (*)
Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social - COFINS
Outros
–
–
–
–
267
32.713
53
–
–
–
–
–
1
95.834
3
2.387
–
1.752
4.288
237
5.869
5
–
174
–
–
38
25.547
–
76
–
285
–
–
–
–
–
–
1.253
4.723
591
28.227
–
–
–
–
–
–
–
–
–
(75)
–
–
(26)
(725)
27,16
0,01
40,00
70,00
33,33
1,00
50,00
0,35
33,33
14,60
33,33
20,00
–
33,33
1.797.751
168.021
16.076
27.619
3.345
1.425
672
160.152
40.065
(8.247)
2.931
(14.894)
–
3.117
1.919.175
(215.325)
17.556
8.201
7.541
1.156
3.009
340.579
33.620
(4.790)
252
(13.824)
–
3.013
52.156
524.026
(23.126) (569.532)
(1.472)
208
22.014
3.192
(1.395)
1.540
42
8
(2.337)
25.209
(137.993) (1.365.729)
11.905
42.069
(2.349)
(993)
1.797
248
(1.070)
(107)
–
–
57
(93)
w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r
15.553
2012
2011
14.015
247
Contas a receber dos consórcios (b)
79.533
58.738
Contas a receber de terceiros (c)
8.222
15.041
Adiantamentos a empregados
8.469
10.631
Adiantamento de consórcios - Belo Monte (d)
Estudo de viabilidade
–
33.395
23.178
20.339
20.939
30.064
154.356
168.455
119.160
129.747
Classificados no não circulante
35.196
38.708
(a) Referem-se aos custos e às despesas incorridos com obras e que se(b) Representam aportes de recursos efetuados aos consórcios para fins
de viabilização financeira e econômica de suas atividades, representados
substancialmente pelos Consórcio Metrô Salvador, Rodoanel, UTE
Cubatão, REPAR, RNEST-Coque, Porto de Itaqui, Belo Monte e Metrô
São Paulo - Linha 4. Referem-se a valores aportados aos consórcios acima
Os saldos dos principais consórcios estão demonstrados a seguir:
Consórcio Rodoanel
2012
2011
2.139
7.263
5.394
5.345
12.699
10.962
Consórcio REPAR
1.476
22.198
Consórcio Porto de Itaqui
5.990
3.756
32.304
5.052
9.915
–
Consórcio UTE Cubatão
Consórcio RNEST - Coque
Consórcio Belo Monte
Consórcio Metrô São Paulo - Linha 4
7.935
–
(c) Referem-se à venda da Camargo Corrêa Projetos de Engenharia S.A.
para a empresa Worleyparsons do Brasil Engenharia Ltda.
(d) Refere-se principalmente a adiantamentos para aquisição de máquinas
e equipamentos para a obra de Belo Monte.
4.479
(1)
–
(323)
104
2
–
8
1.649
–
166
–
–
–
(38.926)
Classificados no ativo não circulante - Investimentos
Classificados no passivo não circulante - Provisão para perdas em controladas e controladas em conjunto
34.859
1.698
Custos incorridos reembolsáveis (a)
Dados das investidas
Patrimônio líquido
Resultado de
ajustado e passivo
equivalência
Participação total
Lucro líquido
Ajustes de avaliação
no capital (%)
(prejuízo)
patrimonial
a descoberto
patrimonial
31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011
99,00
99,00
–
(149)
(6.092)
(47)
–
–
(6.060)
(46)
–
–
–
–
–
(3)
–
–
–
(3)
99,00
– (193.301)
–
(50.135)
–
(17.676)
(15.300)
(6.426)
(53.020)
100,00
100,00
511
–
–
–
118
–
–
–
100,00
100,00
92
123
(148)
(93)
32
17
(64)
(93)
99,97
99,97
5.017
8.820
(142)
(402)
1.446
1.228
(5.248)
(402)
100,00
100,00
49
21
(57)
(223)
6
5
(113)
(223)
99,00
99,00
38.130
32.166
9.798
2.391
(547)
8.679
6.783
2.369
99,99
99,99
(10.351)
(4.424)
(5.014)
59
(217)
(370)
(5.709)
58
99,00
99,00
(19)
(1)
(4)
(5)
–
(1)
(18)
(5)
100,00
100,00
–
267
1
(82)
22
32
342
(82)
100,00
100,00
48.942
26.326
23.900
15.579
(1.137)
2.093
23.753
15.579
100,00
100,00
32.019
35.582
(4.669)
(8.662)
6.214
4.815
(3.991)
(8.662)
100,00
100,00
16
43
(30)
(20)
3
5
(30)
(20)
100,00
100,00
(462)
5.250
(13.002)
(47.182)
(871)
3.267
(4.840)
(47.182)
100,00
100,00
–
67.129 (135.488)
(38.670)
(26.955)
(13.341) (135.488)
39.441
100,00
99,00
(25)
(14)
(11)
(24)
–
–
(11)
(24)
100,00
–
(48.746)
–
(3.423)
–
(5.448)
(1.345)
87.779
(38.674)
27,16
0,01
40,00
70,00
33,33
1,00
50,00
0,35
33,33
14,60
33,33
20,00
–
33,33
11.095
Total
78.841 122.845
(*) Refere-se à retenção de 11% sobre o valor de notas fiscais de prestação
de serviços cuja compensação é esperada dentro do curso normal das
operações.
9. BENS A SEREM DISTRIBUÍDOS AOS ACIONISTAS
Objetivando concentrar os investimentos de concessões no setor elétrico
de energia em uma nova investida criada para esse fim, a Companhia e
sua controladora Camargo Corrêa S.A. decidiram, em dezembro de 2012,
transferir os investimentos da Átila Holdings S.A. detentora de direitos
nesse setor, como pagamento de dividendos e/ou por meio de uma
reestruturação societária no decorrer de 2013. Em decorrência disso,
o valor a ser distribuído foi reclassificado para o ativo circulante conforme
parágrafo 5 do CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e
Consórcio Metrô Salvador
1.540
3.554
1.193
1.440
1.909
42
2.568
1.462
15.005
1.157
1.363
12.226
1.678
300.468
2011
25.418
Contribuição social a recuperar
Classificados no circulante
–
539
16.275
–
6.961
8.818
2012
10.971
Saldo de
investimentos
31/12/2012 31/12/2011
–
(147)
–
–
(191.369)
–
511
–
92
123
5.015
8.818
49
21
37.749
31.845
(10.350)
(4.424)
(19)
(1)
–
267
48.942
26.324
32.019
35.582
16
43
(462)
5.250
–
67.129
(25)
(14)
(48.746)
–
(16.326)
–
–
78
334
1
–
3
1.772
–
–
–
1.276
–
13.440
(3)
(592)
22.202
465
1
(1.169)
(870)
7.253
(505)
727
(214)
–
35
158.544
(34)
83
2.234
513
–
12.605
(65.005)
14.022
(145)
83
(21)
678
(31)
–
4
6.430
27.619
1.115
14
336
563
13.354
(1.204)
977
(2.979)
–
1.039
696.377
(14)
7.022
5.741
2.514
12
1.504
1.198
11.206
(699)
84
(2.765)
–
1.004
(23.078)
(8.571)
32.537
1.886
(77.424)
1.886
895.886
177.731
(255.155)
903.951
(8.064)
continua
26 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
continuação
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
CNPJ nº 61.522.512/0001-02
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma)
(a) Empresas em fase pré-operacional.
(b) Durante o primeiro semestre de 2011 a Companhia aumentou sua participação no capital do Estaleiro Atlântico Sul S.A. (“Estaleiro”), em R$
52.200, correspondente a um aumento de participação de 1,03%. Em 29
de junho de 2011, a Companhia transferiu 40% de sua participação na
controlada em conjunto Estaleiro para a Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. (“Naval”) no montante de R$ 218.565, sem ter auferido ganho ou
perda. A Naval tem os mesmos controladores da Companhia. Em 22 de
dezembro de 2011, os demais acionistas da controlada em conjunto Estaleiro realizaram um aporte de capital, fazendo com que a participação da
Companhia na controlada em conjunto Estaleiro fosse diluída para 0,35%.
(c) Em 31 de dezembro de 2012 a Companhia disponibilizou o saldo de
investimento na controlada em conjunto Átila Holding S.A. para distribuição
futura de dividendos aos controladores, conforme nota explicativa nº 9.
(d) Em 31 de outubro de 2011, os acionistas da controlada Axel - Amazônia
Xingu Energética Ltda. (“Axel”) assinaram o distrato, encerrando as operações da controlada Axel nessa mesma data.
(e) Conforme nota explicativa nº 1.
A Companhia analisou e não observou nenhum indicativo de impairment
que requeresse a avaliação do valor de mercado ou valor em uso dos
investimentos.
A movimentação do investimento pode ser demonstrada como segue:
2012
2011
Investimentos
903.951 1.694.998
Provisão para perdas em controladas
(8.064)
(84.688)
e controladas em conjunto
Saldo total inicial
895.887 1.610.310
Aumento de investimento/mútuos
276.923
24.521
com controladas
Baixa de investimentos
(35.219) (218.651)
Baixa de ágio
(13.676)
(45.629)
Acervo líquido transferido entre empresas
do grupo
Ajuste de Avaliação patrimonial
Resultado da equivalência patrimonial
Ganho de participação acionária
Dividendos recebidos
Amortização de ágio na aquisição
de investimentos - Átila Holdings S.A.
Dividendos a receber
Investimentos em controlada em conjunto
disponibilizado para distribuição futura
de dividendos aos controladores
Outros
Saldo final
Investimentos
Provisão para perdas em controladas
e controladas em conjunto
12. IMOBILIZADO
Imóveis
Máquinas e equipamentos
Veículos
Móveis e utensílios
Equipamentos de
informática e outros
Benfeitorias em imóveis
de terceiros
Imobilizado em andamento
Total
Custo
2.472
969.468
272.810
31.582
61.336
8.042
152.792
1.498.502
2012
2011
–
(39.250)
(8.571)
211
(35.747)
(145.691)
(23.078)
32.537
10.363
(112.052)
(14.010)
–
(14.010)
(222.733)
(1.104.087)
115
77.424
177.731
–
–
895.887
903.951
(255.155)
(8.064)
2012
Depreciação
Custo
2011
acumulada residual
(227)
2.245
452
(470.214) 499.254 428.470
(140.081) 132.729 126.967
(7.326) 24.256 19.426
(37.677)
23.659
22.388
(6.434)
1.608
1.845
– 152.792 78.927
(661.959) 836.543 678.475
A movimentação do imobilizado pode ser demonstrada como segue:
Saldo em 31 de dezembro de 2010
Adições
Baixas
Depreciação
Transferência
Transferência para intangível
Saldo em 31 de dezembro de 2011
Adições
Baixas
Depreciação
Transferência
Transferência para intangível
Saldo em 31 de dezembro de 2012
Imóveis
556
–
(60)
(44)
–
Máquinas e
equipamentos
367.967
91.197
(12.053)
(79.389)
60.748
452
4
(69)
(55)
1.913
428.470
192.149
(29.896)
(95.750)
4.281
Veículos
90.913
–
(1.474)
(18.410)
55.938
Móveis e
utensílios
17.011
–
(3.283)
(1.871)
7.569
Equipamentos
de informática
e outros
23.866
1.918
(823)
(15.398)
12.825
Benfeitorias
em imóveis
de terceiros
2.266
–
–
(421)
–
Imobilizado
em
andamento
11.456
209.060
–
–
(137.080)
Total
514.035
302.175
(17.693)
(115.533)
–
126.967
30.555
(1.986)
(28.306)
5.499
19.426
99
(1.381)
(1.620)
7.732
22.388
219
(383)
(5.090)
6.525
1.845
–
–
(432)
195
78.927
103.977
–
–
(26.661)
678.475
327.003
(33.715)
(131.253)
(516)
O imposto de renda e a contribuição social diferidos são compostos como
segue:
2012
2011
Natureza ativa:
Riscos tributários, trabalhistas e cíveis
34.234
29.457
Provisão para devedores duvidosos
18.732
18.732
Provisões para participação nos lucros
13.913
11.123
Provisões para serviços de terceiros
19.185
13.846
Depreciação sobre arrendamento financeiro
22.870
17.272
1.493
10.205
Outras provisões temporárias
110.427 100.635
Ativo não circulante
Natureza passiva:
Lucros não realizados - órgãos públicos
87.804
67.559
Reavaliação da vida útil do imobilizado (RTT)
40.354
29.578
Lucros no exterior
10.445
8.167
6.948
7.593
Outras provisões temporárias
145.551 112.897
Passivo não circulante
35.124
12.262
Saldo líquido no balanço (passivo)
17. PROVISÃO PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E
TRABALHISTAS
A Companhia possui processos judiciais perante vários tribunais, surgidos
no curso normal de suas operações, envolvendo questões trabalhistas,
aspectos cíveis e tributários e outros assuntos. Os processos envolvem
autos de infração, pleitos de indenização, requerimentos de revisão de
contratos e outras ações cujos valores requeridos ou impostos podem não
refletir o que será definido na sentença final.
Com base em opiniões de seus assessores jurídicos, análise das demandas judiciais e experiência referente às quantias reivindicadas, constituiu
provisão em montante considerado suficiente para cobrir as perdas
consideradas prováveis para as ações em curso, como segue:
Contingências
Depósitos TrabaTribuTotal
judiciais lhistas Cíveis tárias
(a)
(b)
Saldos em 31 de
dezembro de 2010
(12.147) 27.430
9.845 15.803 40.931
Adições
(12.650) 44.638
3.504 4.205 39.697
Baixas por reversão
– (25.548) (7.069) (2.066) (34.683)
Pagamentos
– (4.754)
–
– (4.754)
–
4.633
392
467
5.492
Atualizações
Saldos em 31 de
dezembro de 2011
(24.797) 46.399
6.672 18.409 46.683
Adições
(10.348) 29.841
1.341
(2) 20.832
Baixas por reversão
– (6.130)
(109)
(533) (6.772)
Pagamentos
– (5.247)
(529)
– (5.776)
860
8.519
18.734 63.486
(a) As contingências trabalhistas decorrem principalmente de reclamações
por responsabilidade subsidiária, diferenças de horas extras e reflexos em
Os ativos imobilizados em garantia estão divulgados na nota explicativa
(b) As contingências tributárias correspondem principalmente a processos
judiciais e administrativos, os quais discutem a exigibilidade de tributos
como PIS, COFINS, Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ,
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, Contribuições Previdenciárias - INSS, Impostos Sobre Serviços - ISS, Imposto sobre Circulação
nº 13.
13. INTANGÍVEL
Em 31 de dezembro de 2012 e de 2011, o saldo de intangível refere-se
principalmente a implementação de sistemas informatizados.
Direito de uso
Marcas, patentes e outros
Amortização acumulada
Total
143.712
72
141.460
72
14. EMPRÉSTIMOS, FINANCIAMENTOS E DEBÊNTURES
Modalidade
Moeda estrangeira - US$:
2012
Resolução nº 4.131
Resolução nº 4.131
2013
Subtotal
Moeda nacional:
2021
FINAME
FINAME PSI
2021
BNDES - PEC
2012
BNDES
2013
FINEP
2013
CDC
2016
FMM
2029
Arrendamento mercantil
2016
Debêntures
2015
Subtotal
Total
Parcela classificada no circulante
Parcela classificada no não circulante
VC + 1,88 a.a. (*)
VC + 3,13% a.a. (*)
TJLP + (0,5% a 1,4% a.a.) “del credere” (0,55% a 1,5% a.a.)
8,7% a 10% a.a.
TJLP + 4,82 a.a.
TJLP + (2,3% a 2,8% a.a.)
TJLP + 6% a.a.
0,8% a.m.
TJLP + 3,5% e 5,5%
106% a 134% CDI a.a.
109,9% CDI a.a.
(*) As variações cambiais desses empréstimos estão protegidos por instrumentos financeiros “swaps”. Os ganhos e perdas com esses instrumentos
financeiros já estão refletidos nos saldos apresentados como empréstimos
e financiamentos, como despesas financeiras (vide nota explicativa nº 28).
FINAME - Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e
Equipamentos Industriais.
FINAME PSI - Programa de Sustentação do Investimento.
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos.
TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo. Taxa aplicável para 2012 de 5,5%
(6% em 2011).
CDI - Certificados de Depósito Interbancário. Taxa aplicável para 2012
de 6,9% (11,59% em 2011).
“Del credere” - comissão do banco agente.
PEC - Programa Especial de Crédito.
VC - Variação cambial.
CDC - Crédito Direto ao Consumidor.
FMM - Fundação Marinha Mercante - Crédito Fixo.
Garantias
Em garantia dos financiamentos na modalidade FINAME BNDES foram
concedidas alienações fiduciárias dos equipamentos adquiridos na
modalidade.
Para a modalidade de arrendamento mercantil a garantia do financiamento
são notas promissórias equivalentes a 125% dos montantes dos contratos.
Em 31 de dezembro de 2012, o montante líquido de depreciação é de
R$58.680 (R$59.750 em 31 de dezembro de 2011).
Em garantia do financiamento na modalidade Fundo da Marinha Mercante
(FMM), foi concedida alienação fiduciária do equipamento adquirido.
Debêntures
A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações,
do tipo nominativo-escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, da
espécie quirografária, sem garantias.
As debêntures foram emitidas em série única, sendo 400 debêntures que
possuem: (a) valor nominal unitário de R$ 1.000 na data de emissão;
(b) remuneração de 109,90% da Taxa DI; (c) prazo de vigência de remuneração de cinco anos a partir de 29 de abril de 2010 até a data de vencimento, pagos semestralmente sem carência; e (d) amortização do principal em
três parcelas anuais, no final do 3º, 4º e 5º anos. Em dezembro de 2012, a
Companhia efetuou a liquidação antecipada da primeira parcela anual que
estava programada para abril de 2013.
–
23.509
92.285
60.626
–
1.613
583
48.100
37.406
74.021
266.591
581.225
637.229
146.107
491.122
113.102
62.102
111.042
4.752
4.077
59.800
–
86.312
406.581
847.769
922.557
247.899
674.658
Na escritura pública de debêntures estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que sejam mantidos determinados índices financeiros. É necessário que a Companhia mantenha: (i) uma relação de Dívida
Líquida/Ebitda igual ou inferior a 3,5, e (ii) uma relação patrimônio líquido/
ativo total igual ou superior a 0,30. Os índices financeiros foram atendidos
em 31 de dezembro de 2012.
As parcelas de longo prazo, em 31 de dezembro de 2012, vencem como
segue:
2014
189.199
2015
179.894
2016
38.927
2017
18.470
2018
16.652
47.980
Após 2018
491.122
Total
15. ADIANTAMENTOS DE CLIENTES
Referem-se a adiantamentos por conta de obras, principalmente Belo
Monte, obras em Angola, obras em Venezuela, Consórcio Metrô São Paulo
e Consórcio RNEST-Coque.
16. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CORRENTES
E DIFERIDOS
O imposto de renda e a contribuição social correntes e diferidos são
compostos como segue:
a) Imposto de renda e contribuição social debitados aos resultados
do exercício:
2012
2011
Lucro (prejuízo) antes do imposto de renda
e da contribuição social
377.699 (28.989)
Alíquotas (15% para imposto de renda mais
34%
34%
adicional de 10% e 9% para contribuição social)
Imposto de renda e contribuição social
calculados às alíquotas nominais
(128.418)
9.856
Ajustes para apuração do imposto de renda
e da contribuição social efetivos:
Adições permanentes
- Equivalência patrimonial
(2.830)
11.063
- Doações não dedutíveis
(14.464)
(7.584)
- Outras
(15.962)
–
Impactos relacionados à tributação de lucros
no exterior
(11.461)
6.598
Reversão de imposto de renda e contribuição social
diferidos
–
36.501
(4.653)
(2.997)
Outros
Receita (despesa) com imposto de renda - corrente (154.928)
16.536
(22.860)
36.901
Receita (despesa) com imposto de renda - diferido
w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r
Em 31 de dezembro de 2012, a Companhia possui, principalmente, as seguintes causas com probabilidade de perda classificada como possível,
não tendo sido, portanto, sujeitas a provisões para riscos: R$77.428
(R$90.892 em 31 de dezembro de 2011) de contingências trabalhistas,
referentes a responsabilidade subsidiária, diferenças de horas extras e reflexos em verbas rescisórias; R$163.634 (R$357.663 em 31 de dezembro
de 2011) de riscos tributários, referentes, substancialmente, a processos
de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, COFINS
e Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF; e R$526.075 (R$526.745 em
31 de dezembro de 2011) de contingências cíveis, referentes a indenizações decorrentes de desavenças comerciais, indenização por danos
materiais e morais, e danos causados por acidente de veículos.
O capital social em 31 de dezembro de 2012 é de R$2.130.203
(R$2.078.492 em 31 de dezembro de 2011), representado por 462.257
ações nominativas (451.718 em 31 de dezembro de 2011), sem valor
nominal, sendo 374.477 ordinárias (363.938 em 31 de dezembro de 2011)
e 87.780 preferenciais (87.780 em 31 de dezembro de 2011).
Durante o exercício de 2012, a Companhia efetuou distribuição de dividendos da reserva de retenções de lucros no montante de R$ 451.672.
Em 28 de agosto de 2012, os acionistas deliberaram o aumento de capital
de R$51.711, através de bens móveis apurados em laudos de avaliação de
31 de julho de 2012, exclusivamente pela acionista majoritária Camargo
Corrêa Construções e Participações S.A.
Reserva legal
Representa 5% do lucro líquido do exercício observado o limite
estabelecido em lei.
Dividendos
Aos acionistas é assegurado, em cada exercício social, o dividendo mínimo
de 25% do lucro líquido ajustado em conformidade com o Estatuto e com a
Lei das Sociedades por Ações.
31/12/2012
Lucro líquido do exercício
199.911
(9.996)
Constituição da reserva legal - 5%
189.915
Subtotal
Dividendos mínimos obrigatórios - 25%
(47.479)
Proposta da Administração
Constituição de reserva para retenção de lucros (*)
132.549
(*) A constituição para retenção de lucros será submetida a aprovação dos
acionistas na Assembleia Geral Ordinária de 2013.
Adiantamentos para futuro aumento de capital
A Administração da Companhia submeterá aos acionistas a aprovação da
integralização dos adiantamentos para futuro aumento de capital a ser
aprovado na Assembleia Geral Ordinária de 2013.
19. RECEITAS
A seguir está demonstrada a conciliação entre a receita bruta e a receita
líquida apresentada nas demonstrações do resultado do exercício:
2012
2011
Receita bruta:
Prestação de serviços - nacionais
4.295.880 4.296.956
Prestação de serviços - exterior
115.642
181.492
629.952
225.470
Venda de mercadorias
5.041.474 4.703.918
Abatimentos sobre receitas:
Devoluções de vendas
(2.032)
–
PIS sobre vendas
(26.566)
(26.284)
COFINS sobre vendas
(122.693) (121.198)
ISS sobre vendas
(105.085) (125.076)
ICMS sobre vendas
(2.228)
(3.491)
–
(1)
IPI sobre vendas
(258.604) (276.050)
4.782.870 4.427.868
Total
20. INFORMAÇÕES SOBRE A NATUREZA DE CUSTOS E DESPESAS
NA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
A Companhia apresentou a demonstração do resultado utilizando uma
classificação das despesas baseada na sua função. As informações sobre
a natureza dessas despesas reconhecidas na demonstração do resultado
é apresentada a seguir:
continua
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 27
continuação
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A.
CNPJ nº 61.522.512/0001-02
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma)
(de longo prazo), principalmente relacionados à previdência privada.
27. BENEFÍCIOS A EMPREGADOS
a) Previdência privada
A Companhia possui plano de previdência privada, na modalidade de contribuição definida, cujos custos são perfeitamente previsíveis e passíveis
de controle da Administração.
No exercício findo em 31 de dezembro de 2012, a Companhia contribuiu
com R$4.741 (R$4.336 em 31 de dezembro de 2011).
b) Outros benefícios a empregados
São concedidos ainda outros benefícios aos empregados, tais como auxílio-médico, auxílio-alimentação, seguro de vida em grupo, auxílio-acidente
de trabalho, auxílio-transporte, treinamentos e outros.
28. CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO
Os contratos de construção possuem valores a faturar, com base nos contratos e negociações efetuadas e custos a incorrer, que correspondem à
2012
2011 melhor estimativa da administração ao final do exercício. A situação
Venda de imobilizado
19.253
25.566 acumulada dos contratos em andamento, ao final do exercício findo em
Venda de investimento (a)
22
4.574 31 de dezembro de 2012, corresponde a:
Venda de sucata
2.784
6.034
2012
2011
Recebimento de ação judicial (b)
3
32.904 Receitas acumuladas dos contratos
PIS e COFINS sobre outras receitas
(3.539)
(6.307)
em andamento, reconhecidas
26.616.958
21.775.477
Recebimento - CNEC (c)
–
17.403 Custos contratuais acumulados
Recuperação de impostos (d)
23.130
1.144
dos contratos em andamento, reconhecidos (22.838.872) (18.714.934)
10.590
17.293 Margem bruta
Outras
3.778.086
3.060.543
Total
52.243
98.611 29. INSTRUMENTOS FINANCEIROS
(a) Em 2011, refere-se à alienação de parte da participação do investimen- 29.1. Gestões de risco de capital
to na empresa Estaleiro Atlântico Sul e em 2012 refere-se a ganho na variação de participação acionária da empresa Camargo Corrêa Naval e
Participações Ltda.
(b) Receitas decorrentes de processos judiciais relativos a acordo judicial
junto ao Metrô Rio, Prefeitura do Município de Jundiaí, Prefeitura do Município de Araçatuba e Departamento de Estradas de Rodagem de Mato
Grosso do Sul e cessão de crédito de ICMS para Cemar - Execução DER.
(c) Refere-se ao prêmio recebido pela venda de participação na companhia
CNEC, efetuada em 2009.
(d) Em 2012 e 2011, refere-se principalmente a venda de crédito de ICMS.
22. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS
Matérias-primas e materiais de uso e consumo
Salários e benefícios a empregados
Depreciação e amortização
Serviços de terceiros
Despesas com frete
Despesas com aluguel
Despesas com manutenção
Despesas tributárias
Despesas com locomoção, viagens e refeições
Outras receitas (despesas) líquidas
Total
Custo dos serviços prestados
Despesas gerais e administrativas
21. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
2012
(1.006.881)
(2.059.024)
(125.218)
(657.591)
(16.287)
(355.895)
(28.689)
(6.502)
(110.277)
(47.652)
(4.414.016)
(4.156.855)
(257.161)
2011
(822.816)
(1.968.043)
(130.598)
(887.267)
(16.351)
(383.199)
(34.638)
(16.541)
(142.519)
(1.401)
(4.403.373)
(4.111.661)
(291.712)
Custo com investimentos alienados (a)
(13.676)
–
Perda na venda de imobilizado
(13.486)
(7.577)
Despesas com doações
(51.042)
(22.298)
Baixa de depósitos judiciais (b)
–
(37.501)
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
–
(18.533)
Provisão para contingências
(32.196)
(18.402)
Outras despesas
Total
(a) Em 2012, refere-se à baixa do ágio proporcional a participação na empresa Atila Holdings S.A., através da venda de ações da empresa Camargo
Corrêa S.A.
(b) Refere-se a baixa de excesso de depósitos judiciais registrados pela
Companhia.
23. RESULTADO FINANCEIRO
Despesas financeiras:
Juros sobre empréstimos
Descontos concedidos
Despesas bancárias
Multa sobre obrigações
Outras
Receitas financeiras:
Juros ativos
Descontos obtidos
Rendimento financeiro
Variação monetária
Outras
(83.942)
(813)
(3.251)
(2.355)
22.677
5.320
46.514
8.857
8.620
91.988
80.214
76.176
Com relação às operações mencionadas, o resultado financeiro acumulado até 31 de dezembro de 2012, considerando os valores contábeis, é de
uma perda de R$1.123 e está registrada no grupo “Empréstimos e financiamentos” no passivo e na rubrica “Variação cambial” na demonstração do
resultado do exercício.
29.4. Exposição cambial
Risco de taxa de câmbio
Os principais saldos denominados em moeda estrangeira estão relacionados a seguir:
2012
2011
Ativo:
Contas a receber
25.516 133.240
21.752
35.829
Partes relacionadas
47.268 169.069
Total do ativo exposto
Passivo:
Empréstimos e financiamentos
–
2.111
Fornecedores
82
1.043
129.755
6.745
Partes relacionadas
129.837
9.899
Total do passivo exposto
29.5. Exposição a riscos de taxas de juros
A Companhia está exposta a taxas de juros flutuantes e a índices inflacionários principalmente relacionados às variações do CDI e TJLP nos empréstimos e debêntures. As taxas de juros nas aplicações financeiras são
na sua maioria vinculadas à variação do CDI. Estas posições estão demonstradas a seguir:
2012
2011
CDI
399.491
38.568
438.059
310.988
187.197
498.185
CDI
396.616
131.887
528.503
689.585
232.973
922.558
Para determinação dos valores de mercado dos instrumentos derivativos e
dos investimentos avaliados ao valor justo através do resultado, a Companhia, no encerramento de cada exercício, realiza o cálculo desses valores
com base nas informações disponíveis no mercado futuro, além de consultar as instituições financeiras com as quais as operações foram celebradas
conforme CPC 39. Consequentemente, a Companhia utiliza o nível 2 de
hierarquia do valor justo, conforme definido pelo CPC 39 - Instrumentos fi29.7.
Análise
Variação cambial, líquida
Resultado financeiro
24. COMPROMISSOS
Contratos de arrendamento operacional:
Os contratos de arrendamentos operacionais de imóveis e de locação de
equipamentos têm prazos de duração entre um e sete anos. A estimativa
de pagamentos de aluguéis, em valores nominais, é composta por:
2012
Até 1 ano
96.120
De 1 a 5 anos
11.577
Acima de 5 anos
385
108.082
Total
25. SEGUROS
A Companhia mantém política de efetuar cobertura de seguros de forma
global para os bens do imobilizado sujeitos a riscos de incêndio, roubos,
danos materiais e lucros cessantes, considerada suficiente pela Administração, em virtude dos riscos existentes em suas operações.
26. REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES
O montante registrado em 2012 é de R$2.146 (R$5.062 em 2011), sendo:
(a) R$2.105 (R$4.692 em 31 de dezembro de 2011) referentes a benefícios
de curto prazo, como salários, encargos e outros benefícios; e (b) R$41
(R$370 em 31 de dezembro de 2011) referentes a benefícios pós-emprego
sensibilidade
dos
instrumentos
financeiros
A análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros, das variações de
ativos e passivos relevantes da Companhia e aqueles expostos a variações
Cenário 2 Cenário 3
(141.880)
(570)
(2.433)
(6.683)
2.170
298
62.729
17.405
37.952
120.554
(30.309)
67.052
de
obrigações financeiras, resultado de operações internacionais e contas a
pagar por importação de insumos produtivos, obedecendo aos níveis de
exposição vinculados a esses riscos.
Para a exposição cambial referente aos empréstimos em moeda estrangeira (Resolução nº 4.131), a Companhia tem contratado operações com
instrumento financeiro derivativo, do tipo “swap”, com o Banco HSBC:
(i) HSBC: US$25.000 mil, equivalente a R$43.860, considerando a taxa
de câmbio vigente na data da contratação (31 de agosto de 2010),
com vencimento em 1º de março de 2013.
Essas operações de “swap” consistem na troca da variação do dólar norte-americano, acrescida dos juros em moeda estrangeira (posição ativa),
por percentual da variação do CDI pós-fixado (posição passiva), conforme
detalhado no quadro a seguir.
Com relação às operações com derivativos do tipo “swap”, os respectivos
valores contábeis e de mercado estão assim demonstrados em
31 de dezembro de 2012:
Valores em
Perda acumulada até
2012
2012 (valor a receber)
Valor Valor de
Valor Valor de
Descrição
nocional mercado
contábil mercado
Contratos de “swap” posição ativa: moeda
estrangeira - Contrato
US$ 25.000 mil
54.876
55.030
(1.123)
(862)
Posição passiva - 109%
da taxa CDI pós-fixada
55.999
55.892
–
–
A DIRETORIA
do índice
31.200
23.400
15.600
do índice
28.248
35.310
42.372
do índice
6.594
8.243
9.892
O cenário 1 é considerado pela Administração como que melhor reflete
suas expectativas, sendo este calculado com base em projeções disponibilizadas no mercado financeiro para cálculo dos valores futuros das operações acima tendo em conta até 12 meses de vencimento. O cenário 2 considera uma valorização ou desvalorização dos índices em relação ao
Cenário 1, quanto aos índices variáveis, dependendo da natureza do risco,
de 25% e o cenário 3 de 50%, em relação ao cenário 1.
30. INFORMAÇÕES ADICIONAIS AOS FLUXOS DE CAIXA
2012
2011
Transações de investimentos e financiamentos
que não envolveram caixa:
Redução de capital através de baixa de investimento
–
218.565
Aumento de capital através de bens móveis
51.711
–
Resultado negativo em transação com partes
relacionadas, líquido de impostos
–
31.706
Ativos e passivos transferidos à controlada GCT
– (145.691)
Adição ao imobilizado através de operações
de “leasing” financeiro
5.994
19.720
Distribuição de dividendos intermediários da
controlada Átila diretamente para a CCSA, por
conta de dividendos declarados pela Companhia. 212.375
–
31. AUTORIZAÇÃO PARA CONCLUSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS
Na reunião do Conselho de Administração realizada em 25 de março de
2013, foi autorizada a conclusão das presentes demonstrações financeiras, as quais contemplam os eventos subsequentes ocorridos após
31 de dezembro de 2012, estando aprovadas para divulgação.
NELSON NÓBREGA DA COSTA - Contador CRC 1SP 202165/O-9
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da
Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A.
São Paulo - SP
Examinamos as demonstrações financeiras individuais da Construções e
Comércio Camargo Corrêa S.A. (“Companhia”), que compreendem o
balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2012 e as respectivas
demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do
patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela
data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais
notas explicativas.
Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações
financeiras
A Administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada
apresentação das demonstrações financeiras de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou
como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações
financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada
por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas
demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de
acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas
normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e
que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter
segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de
distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para
obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações
apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos
selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação
dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras,
independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de
riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a
elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da
Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são
apropriados às circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião
sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria
inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas
w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r
e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem
como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras
tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada
para fundamentar nossa opinião.
Opinião
Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais anteriormente
referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a
posição patrimonial e financeira da Companhia em 31 de dezembro de
2012, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o
exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas
no Brasil.
São Paulo, 25 de março de 2013
Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes
CRC nº 2 SP 011609/O-8
José Roberto P. Carneiro
Contador
CRC nº 1 SP 109447/O-6
28 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Napolitano tenta apressar
escolha do premiê italiano
Berlusconi sinaliza apoio a Matteo Renzi, prefeito de Florença, de centro-esquerda, cujo nome se fortalece
Claudio Giovannini/AFP
Philip Pullella e Francesca
Piscioneri/Roma, Reuters
O presidente da Itália, Giorgio
Napolitano, iniciou uma nova
rodada de discussões para nomear o novo primeiro-ministro
do país, após dois meses de um
impasse que afetou a estagnada
economia e alarmou os parceiros de Roma na Zona do Euro.
Napolitano, de 87 anos, foi eleito no fim de semana pelo Parlamento para um inédito - e indesejado - segundo mandato.
Os líderes partidários não foram convidados para as reuniões com os chefes dos grupos
parlamentares da Câmara e do
Senado. Após ameaçar renunciar se os partidos continuassem com o que chamou de “irresponsabilidade” depois da inconclusiva eleição parlamentar
de 24 e 25 de fevereiro, Napolitano parece determinado a forçar
o ritmo, e pode designar um primeiro-ministro para comandar
uma grande coalizão.
Um favorito para ser o novo
premiê é Giuliano Amato, um
veterano da centro-esquerda,
que já foi primeiro-ministro em
duas ocasiões, mas atualmente
não é parlamentar.
Há também especulações de
que o prefeito de Florença, Matteo Renzi, de 38 anos, visto como provável futuro líder do Partido Democrático (PD, centroesquerda) poderia ser chamado
a encabeçar o novo gabinete.
Ele viajou a Roma ontem.
Portugal vai
incentivar
as pequenas
empresas
Matteo Renzi, prefeito de Florença, surge como candidato-surpresa a primeiro-ministro da Itália
O indicado, seja quem for, deverá forjar um gabinete pluripartidário para substituir o governo tecnocrata do premiê Mario Monti, nomeado no final de
2011 com a tarefa de debelar a
crise financeira que consumia a
Itália naquele período.
O PD formou a maior bancada parlamentar na eleição de fevereiro, mas não conseguiu
maioria no Senado, e por isso
precisaria formar uma coalizão.
O partido desde então rejeitou
uma aliança com o bloco de centro-direita liderado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, e foi esno-
bado pelo partido alternativo
Movimento 5-Estrelas, do comediante Beppe Grillo.
A manutenção do impasse poderia levar a uma nova eleição algo que os líderes partidários
parecem não desejar. Mas, mesmo com a solução antevista por
Napolitano, um novo gabinete
provavelmente não terá condições de estabilizar o país ou de
aprovar reformas consideradas
vitais para recuperar a competitividade econômica nacional.
Renzi atrai a direita
O bloco centro-direitista de Sil-
vio Berlusconi sinalizou ontem
que cogita apoiar o jovem prefeito centro-esquerdista de Florença para o cargo de primeiro-ministro. Matteo Renzi, de 38 anos,
é apontado pelas pesquisas como
o político mais popular do país,
mas não era nem cogitado como
premiê até a noite de segundafeira, quando seu nome foi proposto por Matteo Orfini, dirigente do seu Partido Democrático.
Uma fonte parlamentar ligada a Berlusconi disse que seu
partido, o Povo da Liberdade
(PDL), “não é em princípio contra a candidatura de Renzi”. ■
O governo português apresentou
ontem um plano para incentivar a
economia baseado, principalmente,
na ajuda às pequenas e médias
empresas e exportações, em um
momento em que a política de
austeridade do país provoca muitas
críticas e descontentamento social.
Ao final reunião do conselho de
ministros, o ministro da Economia,
Alvaro Santos Pereira, apresentou
um “memorando para o
crescimento e o emprego”,
que será submetido aos agentes
sociais e aos partidos políticos.
Santos Pereira anunciou a
abertura de uma linha de crédito
de ¤ 500 milhões para incentivar
exportações das PME. O governo
também pretende reduzir
significativamente os impostos
incidentes sobre diversos setores
da economia. A colocação em
andamento desse plano pode
esbarrar na realidade da situação
econômica do país onde a
austeridade imposta pelos credores
agravou o desemprego e a
recessão. Previsões oficiais indicam
que a economia se contrairá este
ano 2,3% e o desemprego afetará
18% da população ativa. AFP
Francois Lenoir/Reuters
Alemanha defende disciplina
Barroso se diz preocupado
com austeridade e provoca
reação de ministério alemão
O ministério alemão das Finanças pediu ontem aos países da Zona do Euro que mantenham a rota traçada de disciplina orçamentária e reformas econômicas, em
resposta aos comentários formulados pelo presidente da Comissão
Europeia (CE), José Manuel Barroso, que havia sugerido que a tensão política e social na Europa pode se voltar contra a austeridade.
“Devemos manter a linha
que sempre defendeu a consolidação e o fortalecimento das bases do crescimento através das
reformas, como a base de um
crescimento são”, defendeu o
ministério em sua nota.
Em seus comentários em que
manifestou preocupação com os
efeitos dos cortes orçamentários, o presidente da CE enfatizou que “as políticas atuais alcançaram seu limite em muitos sentidos” porque “devem ter um mínimo de apoio político e social”.
Para o ministério alemão das
Finanças, a política adotada desde o início da crise na Zona do
Euro, criticada por muitos interlocutores por considerar que impede o crescimento econômico,
é um sucesso.
A Alemanha admite que cada
país deve aplicar uma política
de rigor em função de suas “especificidades e suas possibilidades”, mas “dentro do respeito
aos compromissos emitidos de
tratados europeus e do pacto orçamentário.” ■ AFP
Barroso: as políticas atuais atingiram o limite, em muitos sentidos
Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 29
Juan Mabromata/AFP
DE VOLTA ÀS RUAS
Oposição retoma protestos na Argentina
Os partidos opositores convocaram os argentinos a se concentrar diante
do Congresso hoje em protesto contra a votação de uma polêmica
reforma judicial proposta por Cristina Kirchner e que os opositores
achaam que vai comprometer a independência da justiça. A União Cívica
Radical dos ex-presidentes Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa, segunda
força legislativa, convocou seus simpatizantes a participar de maneira
pacífica da manifestação diante da sede do Parlamento. AFP
Luke MacGregor/Reuters
“ROBÔS ASSASSINOS”
A ONG Human Rights
Watch (HRW) lançou
uma campanha para que
sejam proibidos os ‘robôs
assassinos’, cujo uso cada
vez maior modificou
radicalmente os métodos
de combate na última
década e “gerou novos
desafios humanitários e
jurídicos”. Os aparelhos
não tripulados X-47B,
do tamanho de um avião,
podem decolar e
aterrissar sem piloto.
Como parte da campanha,
a HRW colocou, ontem,
um robô em frente ao
prédio do Parlamento,
em Londres. AFP
AL crescerá 3,5% em 2013, prevê Cepal
Crescimento será
sustentado principalmente
por Argentina e Brasil,
cuja taxa será de 3%
A economia latino-americana
crescerá 3,5% em 2013, abaixo
dos 3,8% projetados em dezembro, sustentada em parte por
um maior crescimento esperado de Brasil e Argentina, indicou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe
(Cepal), que explicou o corte pela crise na Eurozona.
O crescimento da América Latina em 2013 será “levemente
menor em relação à estimativa
entregue em dezembro passado
(3,8%) devido principalmente à
(...) incerteza sobre o futuro da
economia internacional”, indi-
cou um relatório do órgão divulgado ontem.
A crise na Eurozona “continuará sendo um dos principais
fatores de risco para a economia
mundial e para a América Latina e o Caribe”, acrescentou a Cepal, um organismo técnico das
Nações Unidas que tem sua sede
em Santiago.
Mas o impacto irá se moderar
por um “maior crescimento esperado de Argentina (3,5%) e
Brasil (3%), devido à recuperação da atividade agrícola e dos
investimentos, que sofreram
queda nestes países em 2012.”
O Paraguai liderará a expansão em 2013 com um crescimento esperado do Produto Interno
Bruto (PIB) de 10%, seguido por
Panamá (8%), Peru (6%) e Haiti
(6%). Bolívia, Chile e Nicarágua
crescerão 5,0%, enquanto a Colômbia registrará 4,5% e o Uruguai 3,8%.
O México, com um crescimento esperado de 3,5% em
2013, será beneficiado por um
maior dinamismo dos Estados
Unidos, ao que se soma uma melhoria do setor agrícola.
No Caribe continuará a aceleração no ritmo de crescimento com uma expansão média esperada de 2%, como resultado
do dinamismo das economias
mais especializadas na produção e exportação de matériasprimas (Guiana e Suriname,
principalmente), e da recuperação dos países mais focados
no turismo, produto da melhor situação econômica dos
Estados Unidos.
Em seu relatório, a Cepal também revisou levemente em baixa a taxa de crescimento da região do ano 2012, que passou de
3,1% a 3,0%, produto de uma
menor expansão da economia
mundial.
Em seu relatório, a CEPAL
também acrescentou que a taxa
de desemprego urbano registrou uma nova queda no ano
passado, de 6,7% para 6,4%, ao
seu nível mínimo para as últimas duas décadas, reduzindo
em 400.000 o número absoluto
de desempregados.
No entanto, a Cepal adverte
que “cerca de 15 milhões de
pessoas ainda estão buscando
emprego nas zonas urbanas da
região”. ■ AFP
Partido de
Cartes em
vantagem no
Congresso
Colorados dominam a Câmara
por maioria simples e detém
19 das 45 cadeiras do Senado
O presidente eleito do Paraguai,
Horacio Cartes, terá uma cômoda posição para estimular projetos e selar alianças políticas que
facilitem sua aprovação, depois
que o seu conservador Partido
Colorado obteve maioria na Câmara dos Deputados e aumentou sua presença no Senado.
Cartes obteve 46% dos votos,
nove pontos acima de seu rival
mais próximo, nas eleições de
domingo, que marcaram a volta
ao poder do partido político que
governou o país durante seis décadas até 2008.
O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) informou
que o Partido Colorado obteve
19 assentos no Senado de 45 lugares, quatro a mais em relação
à atual formação. Na Câmara,
de 80 deputados, os colorados
alcançaram uma maioria simples, disse o coordenador geral
das eleições, tomando como base resultados preliminares do
TSJE. Cálculos extraoficiais mostram que teria 44 assentos. O
partido teria ganho também a
maioria dos governos regionais.
Esse contexto daria ao rico
empresário de 56 anos certa autonomia para impulsionar sua
agenda de reformas, que incluem a modernização de um
Estado frequentemente tomado
por denúncias de corrupção.
Os planos do governo eleito
incluem atrair até US$ 2,7 bilhões de capital privado nos próximos cinco anos. ■ Daniela Desantis, Reuters
Jorge Adorno/Reuters
Thomas Coex/AFP
Venezuela enfrenta blecautes
Governo vai acelerar trabalhos
de infraestrutura para evitar
os frequentes blecautes no país
Emergência de 90 dias para melhorar infraestrutura energética
O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou uma “emergência” de 90
dias no setor elétrico para acelerar os trabalhos em infraestrutura e a importação de equipamentos necessários para evitar cortes no fornecimento de energia.
Autoridades atribuíram os
blecautes à sabotagem e ao consumo excessivo, enquanto críticos dizem que o setor sofre as
consequências da má gestão.
Maduro, que venceu eleições
neste mês para suceder o seu exmentor Chávez, prometeu um
governo de “eficiência” para enfrentar problemas cotidianos
de falta de energia que atingem
a nação sul-americana de 29 milhões de habitantes.
Um decreto no diário oficial ordenou a empresa estatal de energia Corpolec a adotar todas as medidas “técnicas e econômicas”
necessárias para manter os serviços de eletricidade e autorizou as
Forças Armadas a proteger importantes instalações contra
“vandalismo e ataques.” ■ AFP
Cartes: maioria na Câmara
e posição sólida no Senado
30 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
PONTO DE VISTA
Falso tweet ‘Obama ferido’ causa tumulto
Um tweet da conta da agência de notícias Associated Press afirmou,
ontem, que o presidente Barack Obama havia se ferido depois de duas
explosões na Casa Branca. Um breve alerta da conta @AP afirmava: “Alerta:
duas explosões na Casa Branca e Barack Obama ferido”. Imediatamente,
AP postou em sua conta de comunicação corporativa que a @AP no
Twitter havia sido invadida por hackers. “Posso afirmar que o presidente
está bem”, disse Jay Carney, porta-voz da Casa Branca. Reuters
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
RONI DE OLIVEIRA FRANCO
JAYME NICOLATO
Administrador de empresas, sócio da TG&C — Trevisan
Gestão & Consultoria e da Efycaz Trevisan
CEO da Ferrous Resources do Brasil
Boa gestão do pós-venda é
decisiva para fidelizar clientes
Os verdadeiros impactos
da mineração no país
O pós-venda, em todos os setores de atividades, é fundamental para a
fidelização do cliente, seja ele o comprador final de um produto ou serviço, no mercado consumidor, ou uma empresa, no universo b2b. A verdade é que a atenção, a responsabilidade e o compromisso com que se fabrica, se vende e se promete ao comprador são os principais fatores que o
influenciarão na decisão de compra na próxima vez que precisar adquirir novamente o mesmo item. Essa questão ficou muito evidente na pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Procon de São Paulo, sobre os produtos que causam mais problemas aos consumidores.
Os campeões de reclamações foram os aparelhos telefônicos, fixos e
celulares, seguidos pelos móveis e eletrodomésticos. No escopo da análise que estamos fazendo aqui, mais importante do que o ranking das
queixas é entender os porquês. E é exatamente esse o objetivo da pesquisa, ou seja, mostrar as dificuldades que o consumidor continua enfrentando no pós-venda. Um aspecto negativo é a alegação dos fabricantes, ante o defeito de um produto, de que a causa é o mau uso, imputando culpa ao consumidor.
Também se verificaram muitos problemas relacionados à entrega,
com três variáveis: o produto simplesmente não foi entregue; ou o consumidor recebeu mercadoria diferente da que comprou; ou, em especial
no tocante aos móveis, verifica-se a falta de peças e partes.
A legislação brasileira, voltada para a conservação dos recursos ambientais
do país, fez com que o processo de licenciamento ambiental de grandes empreendimentos industriais se tornasse um dos principais itens nos planejamentos de projetos das companhias. É bom que seja assim. Quanto maior a
atenção, mais azeitados ficam os projetos e menor serão os impactos negativos. Entretanto, o país não pode deixar de se desenvolver e de aproveitar as
oportunidades de crescimento mundial.
A área ambiental está ficando com o ônus da grande burocracia existente
no Brasil. Hoje, os processos de licenciamento nas esferas municipal, estadual e federal possuem prazos de atendimento, conhecimento e equipes diferentes, o que resulta em enormes atrasos. A complexa legislação, aliada à falta de procedimentos bem definidos, leva à incerteza jurídica, fazendo com
que sejam demandados estudos complementares, por vezes, desnecessários. Há, ainda, a justa insegurança por parte dos administradores públicos e
dos técnicos que analisam os estudos e não têm amparo jurídico.
Há empresas que se esmeram na produção
ou na prestação do serviço, mas que se
esquecem do consumidor/cliente após a venda.
É nessa atitude que começa a perdê-lo
Há um “recado” muito claro no resultado dessa pesquisa do Procon
de São Paulo: não importa o porte de sua empresa e a natureza do seu
negócio. Seja lá qual for o produto que fabrique e/ou venda e os serviços que presta, é essencial continuar atendendo bem seus consumidores e seus clientes depois da venda e da entrega. Ninguém reclama sem
motivo. Se há uma queixa, existe uma insatisfação correlata. É preciso
dar toda a atenção ao reclamante, verificar se tem mesmo razão e, em
qualquer circunstância, procurar uma solução que o agrade. Por que
não se faz sempre assim? Obviamente, não é por falta de boas intenções, pois todo mundo que está no mercado não pretende prestar maus
serviços nem tratar mal o cliente ou negligenciar a atenção com ele e
com o atendimento.
O problema, a rigor, está na ausência ou ainda na má gestão do pósvenda. Há empresas que se esmeram na produção ou na prestação do serviço, mas que se esquecem do consumidor/cliente após a venda. É nessa
atitude que começa a perdê-lo. Por isso, é preciso ajustar todos os fluxos
internos de modo a possibilitar um pós-venda organizado e eficaz. Isso
inclui a distribuição, a entrega, fluxos corretos de cobrança — pois os
equívocos nesse processo também causam imensa irritação — e canais
eficientes para ouvir, entender e interagir com o cliente/consumidor.
Organizar tais fluxos, de modo que funcionem adequadamente, não é
o ‘core business’ das empresas, mas é o foco principal dos clientes para
se manterem fiéis a elas. ■
Com investimento nos órgãos licenciadores,
é possível que o licenciamento sirva para mitigar
impactos, atuando de forma preventiva
Os profissionais dos órgãos ambientais fazem um excelente trabalho,
considerando as condições que têm. Mas para atender a celeridade que o
mercado globalizado exige das empresas privadas e o cronograma dos projetos é preciso que os órgãos recebam investimentos. Assim, será possível
desinchar os processos movidos pelo Ministério Público, órgão que faz um
importante trabalho para a conservação do meio ambiente e para o bem
estar da população. Com investimento nos órgãos licenciadores, é possível que o licenciamento sirva para mitigar impactos, atuando de forma
preventiva. Quanto mais empreendimentos regulamentados, maiores serão as áreas protegidas, as contrapartidas em saúde, em educação e em infraestrutura para a sociedade.
O crescimento das empresas não é uma opção para quem quer sobreviver no mercado globalizado, é uma necessidade. As pujantes economias
da China, da Rússia, da Índia, da Coréia do Sul e da África do Sul, sem contar com a retomada da indústria norte-americana, serão avassaladoras para as empresas brasileiras que não responderem à altura e ao tempo. A Austrália, que até o final da última década foi um concorrente páreo para o
Brasil no setor da mineração, se distanciará a passos largos, atingindo em
2015 cerca de 700 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, enquanto o Brasil continuará estacionado entre 300 milhões e 350 milhões
de toneladas por ano. Isso significa que vai dobrar o recolhimento de impostos, a demanda da sua cadeia fornecedora e, o mais importante, o número de empregos gerados.
Permitir a agilidade nos processos de licenciamento, respeitando as pessoas e o meio ambiente, vai aumentar a competitividade das empresas e estimular a economia e o desenvolvimento social. Não é por acaso que os municípios de Minas Gerais com maior IDH são os que têm raízes na atividade mineral. Um emprego criado significa melhora na condição de vida do trabalhador e de toda sua família, contribuindo para o desenvolvimento sustentado
da economia local, regional e, também, do país. ■
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
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Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 31
32 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013
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Charles Platiau/Reuters
PONTO FINAL
PROMESSA CUMPRIDA
OCTÁVIO COSTA — Editor-chefe (RJ)
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Afif não vai ter boa vida
como ministro das PMEs
Os deputados franceses aprovaram ontem o casamento entre pessoas do mesmo sexo,
que polarizou a sociedade do país. Na segunda e última leitura do texto na Assembleia
Legislativa, 331 deputados votaram a favor e 225 contra. A votação na Assembleia,
onde os socialistas, no governo, possuem confortável maioria, converteu a França no
14º país a legalizar o casamento homossexual. No recinto da Assembleia explodiram
os aplausos e também gritos de rejeição. A oposição prometeu apresentar recurso ante
o Conselho Constitucional contra a lei, que também autoriza a adoção por parte de
casais de mesmo sexo. Essa lei foi uma promessa de campanha de François Hollande.
O pioneirismo da Dinamarca, em 1989
A França foi o 14º país a reconhecer o casamento entre pessoas
do mesmo sexo através de uma
lei aprovada pelo Parlamento,
seguindo a decisão pioneira da
Dinamarca que, em 1989, aprovou a “união registrada”. Na
América Latina, apenas Argentina e Uruguai aprovaram legislação permitindo o casamento
gay. Vários outros países, contudo, regulam o assunto, como é
o caso do Brasil que aceita a
“união estável” entre pessoas
do mesmo sexo. Nos Estados
Unidos, onde o tema está em debate no plano federal, a união já
é legal em cinco estados. Na Colômbia, uma lei está em tramitação no Congresso. ■
Ex-diretor da Associação Comerporte dos investimentos que exicial de São Paulo, o vice-goverge, fica nas mãos das grandes
nador Guilherme Afif Domingos
empresas. Ele admite que a Petem uma árdua tarefa pela frentrobras é atenta à questão e, na
te. Na cota pessoal da presidente
medida do possível, abre espaDilma Rousseff, ele foi escolhido
ços para as PMEs. Desde de
para assumir a recém-criada Se2003, mantém convênio com o
cretaria das Pequenas e Médias
Sebrae, em busca de mecanisEmpresas. Trata-se de uma demos que permitam maior insermanda antiga desse setor da ecoção das pequenas empresas.
nomia brasileira, que aposta no
Tem desenvolvido arranjos pronovo status para fazer ouvir sua
dutivos nessa mesma direção e
voz. Se Afif estivesse ontem em
dá suporte às incubadoras de
Salvador no seminário sobre fuempresas nas universidades.
turos fornecedores da indústria
Mas os responsáveis pelas
petrolífera, organizado pelo BraPMEs querem mais. Citam o
sil Econômico, com apoio da Peexemplo dos EUA, onde 23 mil
trobras, teria um exemplo das
empresas participam da explorademandas de que será alvo. O
ção de petróleo e geram 300 mil
objetivo do encontro foi plenaempregos para exigir uma abermente atendido com explicatura maior no Brasil aos pequeções da área
nos e médios foroperacional da
necedores. AcreOs responsáveis
Petrobras sobre
ditam que eles
pelas PMEs
o relacionamendariam maior dito da estatal
namismo prinacreditam que
com o vasto unicipalmente à
dariam maior
verso de seus
exploração das
dinamismo
fornecedores
áreas de shale
na Bahia. A emgas. Sabem que
à exploração das
presa, por sinal,
seriam necessááreas de shale gas
dá atenção esperias mudanças
cial aos emna legislação,
preendedores baianos. Encojá que as riquezas do subsolo
menda no estado 41% de suas
pertencem à União, mas dizem
compras de bens e serviços, nas
que já é tempo de pensar em
mãos de 4.926 fornecedores.
mudanças. E argumentam que
São Paulo, apesar de toda sua fornas grandes empresas o gestor
ça, aparece em segundo lugar,
é muitas vezes um técnico decom 24% dos negócios e 2.884
sinteressado, enquanto nos mifornecedores.
cro e pequenos negócios o gesDiante desses números, era
tor é o próprio dono.
de se acreditar que não houvesAs propostas são ousadas e
se nenhum reparo a fazer à atitumereceriam uma discussão
de da Petrobras em relação às
mais ampla e acurada, que vai
empresas da Bahia, estado que
além do setor de petróleo e
foi pioneiro na exploração do pegás. Se a Petrobras tem comtróleo no país. Mas, em sua inpromisso com as pequenas e
tervenção, Geraldo Queiroz, da
médias empresas, em outras
RedePetro Bahia, que reúne os
áreas que têm avançado na Bafornecedores da estatal, ajustou
hia, como a mineração e a enero foco na participação dos pegia, as PMEs continuam à marquenos e médios empresários
gem. E as demandas certamenno mercado de petróleo e gás. E
te vão chegar ao gabinete de
afirmou que o setor, até pelo
Guilherme Afif. ■
DESTAQUES DO PORTAL
➤
●
A Omron Componentes
Automotiva anunciou a
nomeação de Carlos Storniolo
para o posto de diretor geral no
Brasil. Com mais de 25 anos de
experiência, o executivo já teve
passagens pela General Motors
e Delphi, onde ocupou posições
de liderança. A contratação
tem como objetivo diversificar o
portfólio de clientes da empresa.
➤
●
As vendas de aços
planos realizadas pelos
distribuidores associados
ao Instituto Nacional dos
Distribuidores de Aço (INDA)
subiram 12,1% em março.
No total, foram vendidas
356,5 mil toneladas no mês.
No mesmo período, o número de
compras realizadas apresentou
crescimento de 13,2%.
➤
●
O crescimento econômico
na América Latina
e Caribe deve acelerar em 2013
em relação ao ano passado,
embora em um ritmo mais lento
do que o previsto inicialmente.
A expansão mais modesta no
Brasil e a demanda menor pelas
exportações, dependente das
commodities, devem pesar
sobre o crescimento neste ano.
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Incentivo ao etanol equivale a renúncia fiscal de