www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br PUBLISHER RAMIRO ALVES EDITOR-CHEFE (RJ) OCTÁVIO COSTA EDITORA-CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA QUARTA-FEIRA, 24 DE ABRIL, 2013 O ANO 5 | N 916 | R$ 3,00 Seminário Futuros Fornecedores Petróleo e petroquímica têm peso de cerca de 60%no PIB da Bahia. ➥ P5 Secretário James Correia quer aquecer produção de óleo no estado. ➥ P5 Tiago Melo Pequenas empresas planejam fornecer mais à Petrobras. ➥ P4 Incentivo ao etanol equivale a renúncia fiscal de R$ 1 bi ao ano Governo reduziu em R$ 0,12 por litro carga tributária do combustível, zerando o pagamento de PIS/Cofins. O setor de químicos também foi beneficiado, com redução de 5,6% para 1% do mesmo encargo para produtos de primeira e segunda geração. ➥ P8 Ricardo Marques/Folhapress Lego Zoom abre capital ainda este ano Elizabeth Farina, presidente da Unica, comemora o incentivo, mas diz que não resolve os problemas dos usineiros A representante da Lego Education no Brasil deve também vender um pequeno percentual da companhia para expandir sua atuação na América Latina. ➥ P12 Receita da Apple cresce, mas lucro cai Faturamento no trimestre cresceu 11%, para US$ 43,6 bilhões, enquanto o lucro recuou para US$ 9,5 bilhões no período contra US$ 11,6 bilhões há um ano. ➥ P16 MWM vê sinal verde para seus motores Empresa projeta produzir 140 mil unidades este ano, com avanço de 25% sobre 2012, em razão do bom momento vivido pelo mercado de caminhões no país. ➥ P12 Dívida das empresas abertas sobe 17% Boa parte dos recursos veio de financiamentos bancários, emissão de debêntures e bônus no exterior, que estavam com custos atraentes no ano passado. Cielo, Brazil Pharma, Oi e Arezzo aproveitaram. ➥ P18 Vai e vem na ponte aérea ensina a encarar imprevisto Comissão deve aprovar hoje o novo ICMS AL vai crescer 3,5% em 2013, prevê Cepal Acostumados a contratempos como atrasos e cancelamentos de voos, trânsito e filas no check in, executivos também treinam a tolerância. ➥ P27 Previsão é que mudanças das alíquotas vão ser aceitas, apesar da insatisfação dos senadores do Sudeste e Sul, cujas emendas foram rejeitadas pelo relator. ➥ P9 Expansão será garantida pela maior produção agrícola e retomada dos investimentos no Brasil e Argentina, segundo o organismo da ONU. ➥ P29 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Avanço CARTAS CLAUDIO CONZ Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) Marcello Casal Jr./ABr Contrabando de tomate, contrabando de cebolas, e... contrabando de cigarros. Quando foi que o contrabando de produtos tão básicos do cotidiano da população, todos com similar oferta lícita no mercado, passou a ser tão mais lucrativo do que o (tradicional) contrabando de produtos ‘proibidos’? Quando notícias como essa começam a se repetir, e a causar prejuízos mensuráveis para a indústria e congêneres, não é hora de rever a política econômica, tributária e fiscal? Penso que interessa a todos a oferta lícita dos produtos necessários, a preço compatível ao consumo. E que, de fato, o contrabando não poderia ser “vantajoso”, pelo menos para quem está apenas tentando fazer um molho de macarrão, ou fumar um simples cigarro... (“Vendas de cigarro da Souza Cruz recuam 23,4% no 1˚ trimestre” — publicada em 19/4/2013). Elaine Falco Curitiba (PR) Alexandre Padilha Ministro da Saúde O ministério liberou R$ 50 milhões para a construção de centros de Atenção Psicossocial (Caps) em todo o país. Terão prioridade os serviços de atendimento 24 horas a dependentes de álcool e drogas e as unidades de Acolhimento. Os acionistas das indústrias, plantadores e comerciantes de fumo podem ficar tranquilos se depender de mim, porque eu não vou deixar de fumar. Não reconheço essa histeria paranoica antitabagista que tomou conta do país, e proponho uma rejeição sistemática de todos os políticos antitabagistas, independente do partido a que sejam filiados. Assim, com um boicote de todos os locais onde não se pode mais fumar. Quero ver a cara dos políticos quando derem conta da queda na arrecadação de ICMS e perda de votos. (“Vendas de cigarro da Souza Cruz recuam 23,4% no 1˚ trimestre”. Claudio D’Amato Rio de Janeiro (RJ) Retrocesso Ismail Zitouny/Reuters Quanto ao artigo de Murillo de Aragão “O fácil e o complicado”, publicado em 23/4/2013, para o governo mudar seria preciso que a detentora do poder — a presidente — mudasse. Uma pessoa de idade avançada que pensa exatamente como pensava quando adolescente pode mudar? Só quando nascerem dentes nas galinhas. Os incomodados com as bobagens extemporâneas feitas pela presidente devem aguardar janeiro de 2019. Até lá, o monopólio da idiotice é dela. Ermes Lucas Niterói (RJ) Embaixada da França na Líbia Explosão de carro-bomba deixa dois feridos Trata-se do primeiro ataque a uma missão diplomática em Trípoli, local considerado mais seguro do que o restante do país do norte africano, desde o fim da guerra que derrubou o líder Muammar Gaddafi em 2011. CONECTADO Sem inflação para materiais de construção Recentemente estive avaliando alguns números e acredito que uma análise criteriosa aponta diversos resultados positivos para o comércio de materiais de construção, especialmente no que diz respeito à dicotomia crescimento versus inflação. O setor de varejo de materiais de construção, mesmo com os benefícios do governo, como a redução do IPI, não gerou inflação, pois soube repassar a redução dos preços e, com isso, aumentamos as vendas de material de construção. Conseguimos contribuir para o combate à subida dos preços, em vez de gerá-la, como diversos outros setores da economia. Para a inflação anual do setor de 2,5%, segundo o IBGE (metade da inflação geral), nosso segmento teve um crescimento de 7,4%. Ainda de acordo com o instituto, no mesmo período, as vendas gerais no varejo, considerando os diversos setores da economia, caíram 0,4% e receita nominal subiu 0,6%. Para o volume de vendas, tal resultado representa a primeira variação negativa do ano. Já para a receita nominal, trata-se do nono mês consecutivo de crescimento. Em termos de variação da média móvel, para o volume de vendas a variação foi de -0,12%, enquanto a receita apresentou taxa de 0,73%. Nas demais comparações, obtidas das séries originais (sem ajuste), o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, variação de -0,2% sobre fevereiro do ano anterior, 2,9% no acumulado do bimestre e 7,4% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 7,6%, 10,1% e de 11,8%, respectivamente. A atividade de material de construção foi justamente uma das que colaboraram para que o desempenho do varejo não fosse tão ruim, pois apresentou variação positiva de 0,7% para o volume de vendas em relação a janeiro, sendo uma das quatro — entre as dez atividades pesquisadas — que apresentou crescimento. Quando comparado com fevereiro de 2012, o volume de vendas variou 4,4%. No ano, a variação foi de 7,8%. Estamos crescendo e nossos preços estão aumentando abaixo da inflação. Trata-se de uma oportunidade para o setor [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia Free Zone Free WiFi Scanner OPINIÃO Guidu Card Pixlr Express Este aplicativo oferece facilidade e agilidade na hora de identificar uma rede WiFi pública, onde quer que você esteja. Ele também permite compartilhar a rede. O programa oferece dezenas de opções de redes públicas espalhadas plea cidade e para compartilhar o sinal basta um clique. O programa exibe um mapa da cidade já na primeira execução. Com este aplicativo você reúne todos os seus cartões de fidelidade em um único local. O Guidu Card é aceito em dezenas de restaurantes e bares como cartão de fidelidade, e a cada visita ao estabelecimento você acumula seus pontos diretamente pelo celular precisando apenas que o garçom apresente um cartão com código que será gravado pela câmera do aparelho. O Pixlr Express é um programa de edição de fotos que conta com recursos para fazer ajustes rápidos de imagem. É possível eliminar olhos vermelhos, fazer cortes diferenciados e mudar o características como o contraste da foto. O aplicativo oferece uma série de efeitos para ser usado na foto, como, por exemplo, de sobreposição de imagens. Grátis Android Grátis Android Grátis iPhone, iPad, Android Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). E-mail: [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Outros dados importantes são os do Sinapi (Índice Nacional da Construção Civil), calculado pelo IBGE em parceria com a Caixa, revelaram uma variação de 0,18% no mês de março, ficando 0,55% abaixo da taxa de fevereiro (0,73%). Este ano, considerando os meses de janeiro a março, a alta está em 1,10%, contra 1,21% no mesmo período de 2012. Em março do ano passado, o índice ficou em 0,31%. O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em fevereiro fechou em R$ 863,46, passou para R$ 865,03 no mês de março. Deste valor, R$ 457,60 são relativos aos materiais e R$ 407,43 à mão de obra. Avaliando este cenário de números como um todo, constatamos que, mais uma vez, o setor de material de construção está conseguindo se organizar de maneira positiva para ajudar o país a crescer. Estamos crescendo e nossos preços estão aumentando abaixo da inflação. Trata-se de uma oportunidade para nosso setor e para o Brasil. Como membro do CDES, esta é uma questão que pretendemos estudar para que outros segmentos também consigam atingir nosso desempenho. ■ NESTA EDIÇÃO Suspensa a tramitação da MP dos Royalties O relator do projeto de destinação dos royalties do petróleo, deputado Carlos Zarrattini (PT-SP), disse que “a MP foi sobrestada, quer dizer que suspenderam a tramitação e ela vai caducar”. ➥ P10 Texas Instruments lucra US$ 362 mi O lucro líquido do primeiro trimestre subiu na comparação com os US$ 265 milhões do mesmo período do ano anterior. A receita caiu para US$ 2,88 bilhões, ante US$ 3,12 bilhões de 2012. ➥ P17 Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO RODRIGO SIAS Economista pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro — UFRJ PEDRO VENCESLAU [email protected] Murillo Constantino O legado de Thatcher e o conservadorismo Na semana passada, falei um pouco da importância de Margaret Thatcher para o Reino Unido. Mas seu legado ultrapassa as fronteiras de seu país. Thatcher mostrou que a doutrina conservadora — cujo cerne é a defesa do indivíduo, do livre-arbítrio, das tradições e do liberalismo na economia — é universal, atual, forte e pode revitalizar um país. Seu conservadorismo provinha de seus valores familiares. Thatcher foi formada com sólidas raízes cristãs — primeiro metodistas e depois anglicanas —, nas quais se valoriza a ética do trabalho duro, da poupança e do aprimoramento pessoal via sacrifício diários. Nesse arcabouço, enriquecer era apenas a consequência de uma moral rígida, na qual a frugalidade era uma virtude a ser perseguida, ao contrário do consumismo desenfreado. Maggie também observava que o bom samaritano da parábola só pôde praticar o bem porque tinha dinheiro, conquistado com seu trabalho. E acreditava que a bondade humana se manifestava espontaneamente, com o exercício do livre-arbítrio e nunca via coerção estatal, que no fundo, é a essência da “caridade” governamental. Por isso, combateu o ‘Estado do bem estar social’ menos pelos problemas fiscais e desperdícios que causava e mais por defender uma sociedade livre da ingerência de burocratas e grupos de pressão. A redução do Estado deveria ocorrer não só para aumentar a eficiência da economia em si, mas como algo essencial para a autonomia do indivíduo. Na concepção de Thatcher, países só seriam ricos e grandes se os indivíduos fossem livres. Durante o processo de privatizações, envolveu a população, incentivando a compra de ações. Era o seu “capitalismo popular”: a sociedade, e não o Estado, deveria controlar a economia. Seu sistema econômico, portanto, era antes um sistema moral, cuja base seria uma sociedade construída sob a égide da responsabilidade individual. O comunismo era um mal em si mesmo e deveria ser combatido em toda parte porque limitava a capacidade de trabalho, sufocava o livre-arbítrio e relativizava as responsabilidades. O liberalismo, mais do que eficiente economicamente, era moralmente superior, portanto. Sua visão conservadora refletiu-se em sua política externa, marcada por um anticomunismo ferrenho, semelhante ao de sua “alma gêmea política”, Ronald Reagan. Ambos eram devotos de Friedrich Hayek e Milton Friedman no campo econômico e conservadores no campo político. A Dama de Ferro era, por isso, odiada por comunistas, pela esquerda em geral, por sindicatos, por adeptos da União Européia e de governos globais e até por feministas. Todos os seus adversários tinham como denominador comum, ideias de cunho coletivista nas quais a individualidade encontra-se sempre em segundo plano. Na semana passada, citei o atual premiê britânico, para quem Thatcher salvou o Reino Unido. É verdade. Ela salvou o país defendendo a supremacia do indivíduo contra ideais coletivistas. Países como o Brasil, durante um breve período, seguiram a cartilha da baronesa no campo econômico, mas nunca sua cartilha no campo político, filosófico e cultural. Por isso, estamos de novo voltando ao estatismo sem limites. Sem uma doutrina conservadora completa, não há como sustentar as ideias e as consequências puramente econômicas do liberalismo. ■ Campanha “Kassab 2014” está em campo Uma rotina se estabeleceu nos últimos meses na sede do PSD, localizada no antológico edifício Joelma, no centro de São Paulo. Toda segunda-feira na hora do almoço um grupo formado por dezenas de pessoas se encontra para articular a pré-campanha de Gilberto Kassab ao governo paulista em 2014. À coluna, um dirigente do partido que foi em todos os encontros revelou que o movimento é comandado por três cardeais “kassabistas”: a ex vice - prefeita Alda Marco Antonio (que foi do PMDB e tornou-se a principal herdeira do espólio político do ex-governador Orestes Quércia), o ex - secretário de relações governamentais da prefeitura Antonio Rizeque Malufe (o “Malufinho”, que foi do PSDB), e Ronaldo Camargo, ex-secretário das subprefeituras e homem forte de Andrea Matarazzo. O grupo também tem rodado o interior do estado para consolidar o nome do ex-prefeito na disputa do ano que vem contra o ex - aliado Geraldo Alckmin. ■ Ex-subprefeitos foram convidados para café sem pauta Ex-prefeito diz que base do PSD defende candidatura Todos os ex-subprefeitos que passaram pela gestão de Gilberto Kassab (inclusive os que ainda são tucanos) receberam, por email, um convite do ex-chefe Ronaldo Camargo para um “café da manhã” no Joelma. A coluna apurou que as mensagens não especificaram a pauta do encontro. Procurada pela coluna, a assessoria do ex-prefeito Gilberto Kassab afirma que ele desconhece a iniciativa, mas que de fato existe um movimento da militância do partido para que o líder seja candidato ao Palácio dos Bandeirantes na eleição do ano que vem. CURTAS ➤ ● Depois de ser chamado de “hegemonista” nessa coluna pelo colega tucano José Aníbal, o vereador paulistano Andrea Matarazzo, que foi derrotado na disputa pelo comando da sigla na capital, faz a tréplica e encerra o assunto. ➤ ● Depois de dois meses de impasse, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano voltou a mesa de discussões para obter consenso quanto ao nome do novo primeiro-ministro do país. ➥ P28 “Eu nunca quis hegemonia. Na casa do Aníbal, com quem sempre me dei, sugeri nomes para minhas vagas (no comando do PSDB paulistano). Nunca recebi resposta”. Matarazzo, que ainda não decidiu se fica ou sai do partido, apoia o deputado federal Duarte Nogueira na disputa para o comando do tucanato estadual. Mais agilidade nos licenciamentos ➤ ● A escolha de primeiro-ministro da Itália O CEO da Ferrous Resources do Brasil, Jayme Nicolato, defende que a agilidade nos processos de licenciamento resultará no aumento da competitividade das empresas e no desenvolvimento social. ➥ P30 Interlocutores do governador Geraldo Alckmin garantem que ele se arrependeu de ter deixado a disputa pelo comando do PSDB paulistano correr solta. Deu no que deu... ➤ ● A temporada de cruzeiros marítimos em 2013 no Brasil será bem mais modesta que nos anos anteriores. PRONTO, FALEI “O governador Eduardo Campos, com a responsabilidade que lhe é peculiar, tem dito que precisamos vencer 2013 e nos concentrarem2013” ➤ ● Principal operadora no país, a italiana Costa Cruzeiros diminuiu de sete para quatro o número de navios que irão operar na temporada, que começa em novembro. ➤ ● A empresa foi procurada recentemente para fazer um cruzeiro temático com a dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Mas declinou. Rodrigo Rollemberg Senador do PSB sobre a antecipação da campanha presidencial ➤ ● Geraldo Magela/Ag. Senado Margaret Thatcher salvou o país defendendo a supremacia do indivíduo A motivo da recusa foi uma mudança de estratégia. A Costa Cruzeiros desistiu de alugar seus navios para cruzeiros temáticos — que foram coqueluche nos verões passados. A empresa passou a concentrar a operação em rotas mais longas para o sul do Brasil, Argentina e Uruguai. 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 SEMINÁRIO FUTUROS FORNECEDORES Editado por Ivone Portes [email protected] “ Nós somos o quarto destino de investimentos estrangeiros do país, atrás apenas de MG, SP e RS Paulo Roberto Guimarães Superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia “ “ A tendência é reaquecer o setor e por isso estamos otimistas. A Bahia tem um caminho promissor A atividade onshore garante a melhor distribuição de renda e o desenvolvimento de tecnologias James Correia Geraldo Queiroz Secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia Superintendente da RedePetro Bahia Pequenas e médias empresas querem mais espaço no setor Fornecedores buscam qualificação para atender rigor da Petrobras e almejam mais liberdade de atuação André Pires, de Salvador (BA) [email protected] Como aumentar a atuação de pequenas empresas no setor petrolífero é uma questão que gera muita discussão no Brasil. Em busca do fortalecimento da participação dos fornecedores no setor foi realizado ontem, em Salvador (BA), o seminário “Futuros Fornecedores — A preparação para 2020”, organizado pelo grupo Ejesa, por meio dos jornais BRASIL ECONÔMICO e O Dia. Os principais mecanismos apontados no evento foram a qualificação destas companhias, o apoio fiscal do governo e a participação em programas de incentivos, como a rede de fornecedores da empresa Petrobras. “A Petrobras tem um projeto em parceria com o Sebrae há oito anos. Quando precisa- mos de um pequeno fornecedor para desenvolver um material específico nós incentivamos”, comentou Aimberê Flores, gerente de suporte operacional da Petrobras. A estatal tem em seu plano de metas para o período de 2013 a 2017 a previsão de investir US$ 236,7 bilhões. Além de investir em plataformas, sondas, recuperação de reservas maduras, a companhia sabe que para alcançar os resultados almejados na produção é preciso incrementar sua parceria com fornecedores. “Trabalhamos na otimização de custos operacionais e na redução de custos na exploração dos poços”, destacou Ernani Torazzi, gerente de desenvolvimento de mercado da Petrobras. Atualmente, a estatal possui 20 mil empresas cadastradas para fornecimento de bens e serviços de forma regional, sendo seis mil delas habilitadas para atuação nacional. Uma das maneiras de fomentar a atividade destas companhias é por meio de auxílio do governo, como a isenção fiscal Para fazer parte do programa da companhia, é preciso uma série de requisitos técnicos, econômicos, legais, gerenciais e de segurança, meio ambiente e saúde. “Precisamos de fornecedores de vários setores, desde produtos específicos para construção de navios como de logística. No entanto, é preciso demanda para desenvolver este fornecedor”, completou Torazzi. A atuação direta das pequenas e médias empresas na exploração de petróleo é mais complicada, pois esbarra na legislação brasileira. “Se existem áreas que a grande empresa não tem interesse, as PMEs pre- cisam estudar a legislação, se organizar e procurar o governo para tentar estender o mercado de exploração. Temos que fazer a lição de casa”, afirmou Geraldo Queiroz, superintendente da RedePetro Bahia. Defensor de mais espaço para as PMEs, Queiroz destacou a grande quantidade de empresas deste tamanho em atuação na Bahia. Atualmente 46,4% das companhias que atuam na área de petróleo e gás possuem apenas 20 empregados, sendo que 28,8% estão com no máximo 50. “Isso demonstra que precisamos olhar com atenção para elas”, ressaltou. Uma das maneiras de fomentar a atividade destas companhias é o auxílio do governo, como a isenção fiscal. Vigora na Bahia um incentivo de redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 12% a 17%. “Aproveitem enquanto tem esta guerra fiscal de isenção. O que percebo é que as grandes empresas sabem os caminhos exatos para conseguir estes incentivos, enquanto as pequenas sequer sabem das possibilidades. E os benefícios são para todos”, enfatizou Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia. Além do ICMS, as PMEs podem buscar a redução ou isenção dos impostos municipais. A Petrobras, por sua vez, possui um programa que auxilia seus fornecedores com financiamentos vantajosos, chamado Progredir. O auxílio pode ser estendido para outras empresas na cadeia produtiva, até o quarto fornecedor da empresa que se relaciona com a Petrobras. “Queremos aumentar o número destes fornecedores âncoras, e eles vão aumentar os fornecedores deles também”, concluiu Torazzi. ■ Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 5 Rich Press/Bloomberg MERCADO LOCAL Regionalização de fornecedores é o caminho Tanto Petrobras como o governo baiano trabalham na busca pela qualificação de fornecedores regionais para atender a demanda da indústria local. Isso porque diminui os custos e incentiva a economia local. Segundo dados apresentados pela estatal na Bahia, 62% dos grandes serviços contratados são realizados por fornecedores locais, subindo para 64% quando se trata de pequenos serviços. A.P. Fotos: José Carlos “ Para ser um fornecedor os requisitos são elevados, pelo nível de qualidade da produção Ernani Turazzi Onshore representa 10,7% da produção Gerente de Desenvolvimento do Mercado da Petrobras Revitalização de campos maduros desenvolve técnicas para todo o setor produtivo “ Se a indústria em geral retrai, o consumo de gás cai como consequência Aimberê Flores Gerente de Engenharia da Petrobras Petróleo e petroquímica são mais de 60% do PIB da Bahia Estado aguarda o leilão para intensificar atividade econômica com crescimento da indústria André Pires, de Salvador (BA) [email protected] Com a previsão de investimentos em curso de R$ 90 bilhões, a economia baiana está se preparando para continuar crescendo. Além da mineração e da energia eólica, que ganharam destaque nos últimos meses, o estado está atento ao mercado de petróleo e gás, que deve ganhar uma nova perspectiva com a 11ª rodada de licitação de blocos da ANP. Isso porque estão incluídas reservas do Recôncavo e do Tucano Sul, que devem ampliar a produção. “Conseguimos colocar tudo da produção onshore que estava retida no leilão. A tendência é reaquecer o setor e estamos otimistas. A Bahia tem um caminho promissor”, destacou James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração do governo da Bahia. A Petrobras vê com bons olhos a retomada da produção baiana, uma vez que o petróleo local tem alto valor agregado, sendo excelente para o refino. Outro mercado que deve voltar a ganhar fôlego é a produção de gás. Isso porque a redução da atividade industrial, no último ano, provocou a queda do setor, uma vez que não existe um sistema de estocagem. Com a previsão de chegada de quase 550 empresas na Bahia, a tendência é que a demanda volte a subir, exigindo carga máxima de produção. “Hoje produzimos mais do que o consumo”, destaca Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia. Se o desenvolvimento do parque industrial beneficiará o setor de petróleo e gás, uma nova licitação pode auxiliar ainda mais a produção. Em outubro, o governo realiza o primeiro leilão específico para exploração de gás e óleo não convencional. O mesmo que fez os Estados Unidos se tornarem independentes do gás estrangeiro. “Estamos na expectativa pelo leilão do fim do ano, que deve liberar reservas que prometem uma grande produção de gás não convencional, uma fonte de energia e de matéria-prima promissora”, salientou Guimarães. Simultaneamente, o setor receberá no fim do ano o estaleiro da Enseada do Paraguaçu, que já tem US$ 6 bilhões de encomendas e tem atraído uma série de empresas para o seu entorno. Já estão sendo desenvolvidos dois distritos industriais na região. O espaço, além de trabalhar para a indústria petrolífera baiana, também poderá atender demandas nacionais. O estaleiro deve receber máquinas de exploração do pré-sal para manutenção. Hoje, o petróleo e a petroquímica representam dois terço do PIB da Bahia. Além da recuperação do setor de petróleo e gás, a Bahia tem procurado atrair uma série de empresas de outros ramos. O secretário James Correia chegou no seminário logo Petrobras vê com bons olhos a retomada da produção baiana, uma vez que o petróleo local tem alto valor agregado após participar de um evento do setor automobilístico em São Paulo. “Vamos sair da produção de 250 mil veículos para 600 mil veículos até 2015. A indústria automobilística deve representar 12% a 14% do PIB baiano”, comentou. Com um misto de rivalidade regional e também político, o secretário fez questão de comparar o desempenho da Bahia com Pernambuco. “Saem da Bahia 24 milhões de toneladas de carga, que é o dobro de Pernambuco. Em 2015, devemos liberar 110 milhões de toneladas”, enfatizou. Para acompanhar este crescimento da economia, o governo promete melhorar a infraestrutura regional. Ampliação das rodovias, melhoria das ferrovias por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), ampliação e modernização dos portos e aeroportos também estão em pauta. Além disso, uma melhoria na mobilidade de cargas dentro de Salvador, com a criação da Via Expressa e da ponte que liga a capital a Itaparica. “Vamos investir cerca de US$ 10 bilhões em infraestrutura”, afirmou Guimarães. ■ A exploração de petróleo no Brasil está muito identificada com as plataformas marítimas, que são o símbolo da atuação offshore. Os investimentos são praticamente todos voltados para este segmento, por conta da sua maior produtividade. No entanto, ainda existem muitas reservas em terra, que resultam na exploração onshore. No momento, apenas 10,7% da produção de petróleo brasileiro é proveniente desta atividade, sendo 89,3% oriundo do offshore. Por representar ainda fatia pequena da produção, é uma boa oportunidade para pequenas e médias empresas atuarem “A atuação na exploração offshore só é possível para as grandes empresas, por seu custo. Mas a atividade onshore, muito forte na Bahia, é a melhor na distribuição de renda e no desenvolvimento de tecnologia. É, por este motivo, uma boa oportunidade para pequenas e médias empresas atuarem”, destacou Geraldo Queiroz, superintendente da RedePetro Bahia. Por possuir boa parte de suas reservas ativas em terra, a Bahia sofre com a redução da produção nos últimos anos. No entanto, essa curva tem sido amenizada pelo desenvolvimento de técnicas de revitalização de campos maduros. Uma fonte que gerava cerca de 200 barris diários voltou a produzir 2.400 barris após um projeto desenvolvido pela Petrobras. “São técnicas que estão recuperando campos marginais na Bahia, mas que serão úteis para reservas marítimas também”, destacou Paulo Roberto Guimarães, superintendente de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia. A Petrobras, aliás, trabalha também na revitalização dos poços da Bacia de Campos (UOBC) e Rio de Janeiro (UO-Rio), além da pesquisa de novas fontes. ■ A.P. 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 SEMINÁRIO FUTUROS FORNECEDORES Empresários mostram interesse em aquecer os negócios com a Petrobras Público de várias cidades participa de seminário em Salvador em busca de detalhes sobre oportunidades Fotos: Jose Carlos André Pires, de Salvador (BA) [email protected] Representantes políticos, fornecedores e até estudantes marcaram presença no seminário “Futuros Fornecedores - A preparação para 2020”, ontem, em Salvador (BA). A força da área de petróleo e gás na Bahia e a proximidade da 11ª rodada de licitação de blocos para exploração da Agência Nacional de Petróleo (ANP) atraiu empresários baianos e até de outros estados para descobrir as oportunidades que estão por vir. Como a Petrobras é a principal responsável pelo setor, a atenção da plateia foi total durante as apresentações dos executivos da companhia. “Eu sou fornecedor no Rio de Janeiro e estou aqui porque pretendo ampliar minha atuação para a Bahia. Este seminário, além de esclarecer algumas questões, me permite ter relacionamento com outras empresas”, afirmou José Plínio Mapurunja, sócio da Jomatex Soluções. O interesse de empresas de outros estados em colocar um pé na economia baiana era perceptível. Em busca de uma brecha para atuar no setor, um re- presentante da BDP South America, empresa multinacional, acompanhou os painéis para encontrar um espaço para firmar convênios com a Petrobras na região. No entanto, uma fraqueza baiana foi apontada. “Infelizmente boa parte da mão de obra na Bahia precisa ser ‘importada’ de outros lugares, pois a população muitas vezes não tem qualificação suficiente”, salientou Carlos Eduardo Bianchi, gerente comercial da BDP South America. Enquanto alguns empresários procuraram detalhes para iniciar uma relação de negócios com a estatal, outras aproveitaram o seminário para revisar a sua atuação como fornecedora. Por conta das constantes avaliações feitas pelo sistema da Petrobras, a qualificação precisa ser contínua. “O cadastro é fácil, o mais difícil é se manter. Quem atende a Petrobras tem um status muito bom no mercado”, afirmou Lara Barreto, coordenadora de negócios do Grupo GPS. Além do empresariado, o evento também contou com a presença de representantes políticos da região, como assessores da Prefeitura de Pedrão. O debate chegou a ter até um tom político em determinados momentos, discutindo a questão da distribuição igualitária dos Seminário reúne interessados em iniciar negócios ou revisar atuações como fornecedores da Petrobras royalties do petróleo e até do programa de desenvolvimento da nação. “Vivemos um momento rico para o setor petrolífero na Bahia, que é um mercado tradicional. Tudo começou em 1941 e estamos vendo uma série de investimentos. É uma retomada que abre espaço para estes vários fornecedores. É um debate que aquece o setor”, disse Antônio José Pinheiro Rivas, assessor especial da Secretaria do Planejamento da Bahia. Citado inúmeras vezes pelos palestrantes, Rivas fez questão de sa- lientar o boom previsto para o petróleo e gás no estado. “Vamos ter três bacias sedimentares para entrar em atividade após os próximos leilões. Algumas áreas no Recôncavo, o Tucano sul e a região oeste, na Bacia do São Francisco”, completou. ■ LARA BARRETO JOSÉ PLÍNIO MAPURUNJA LUCIANA SAID ANTÔNIO JOSÉ PINHEIRO RIVAS CARLOSEDUARDO BIANCHI Coordenadora de negócios do Grupo GPS Sócio da Jomatex Soluções Bancária Assessor especial da Secretaria doPlanejamento da Bahia Gerente comercial da BDP South America “A Petrobras é muito exigente, existem muitos detalhes específicos como nível técnico e gerencial para ser fornecedora” “Eu sou fornecedor no Rio de Janeiro e estou aqui (no seminário) porque pretendo ampliar minha atuação para a Bahia” “Eu estou aqui porque o mercado financeiro precisa acompanhar o movimento que está sendo feito por essa indústria” “É uma retomada que abre espaço para estes vários fornecedores. É um debate que aquece o setor” “Atuo na área de logística e quero saber sobre credenciamento, que é bem difícil pelos prazos estabelecidos pela Petrobras” Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 7 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 BRASIL Editora: Ivone Portes [email protected] Governo reduz impostos do etanol e do setor químico Medidas anunciadas ontem pela Fazenda vão gerar renúncia fiscal superior a R$ 2 bilhões este ano Marcello Casal Jr / ABr Edla Lula, de Brasília [email protected] Para incentivar o setor sucroalcooleiro, o governo reduziu em R$ 0,12 por litro a carga tributária do etanol, com a criação de mecanismos de compensação no pagamento de PIS/Cofins. Outro setor beneficiado foi o de químicos, com a redução de 5,6% para 1% do PIS/Cofins incidentes sobre produtos de primeira e de segunda geração. A renuncia fiscal estimada pelo governo para este ano é de R$ 970 milhões, no caso do etanol e de R$ 1,1 bilhão no caso dos químicos. Ao divulgar ontem as desonerações, o ministro da Fazenda Guido Mantega, anunciou ainda a ampliação de 20% para 25% no percentual permitido para a mistura do álcool à gasolina. Outra medida foi a liberação de R$ 4 bilhões para a linha de crédito Prorenova, do BNDES, para renovação das plantações de cana de açúcar já existentes e expansão da área plantada. Os juros são de 5,5% ao ano. Outra linha de crédito, no valor de R$ 2 bilhões, é destinada à estocagem de etanol, com juros de 7,7% ao ano. As medidas destinadas ao álcool não terão impacto imediato sobre o preço do combustível Mantega: mistura do etanol na gasolina sobe de 20% para 25% para o consumidor. O próprio ministro da Fazenda adiantou que o que o governo está condicionando ao setor “é que aumente os investimentos, ampliando a produção e a oferta”. Mantega lembrou que a partir do aumento da oferta, a tendência é que o preço do etanol caia. A presidente da União da Indústria da Cana de Açúcar (Única), Elizabeth Farina, comemorou as medidas, que fazem parte de uma série de reivindicações da entidade para dar competitividade ao setor. Mas ponderou que elas não são suficientes para tirar os usineiros da atual crise. “Essa medida não vai resolver os problemas do setor, claramente não”, salientou. “As empresas estão em muitas dificuldades, espera-se este ano o fechamento de 12 usinas, além das 40 que já tinham sido fechadas nas últimas cinco safras”, disse a executiva, que aguarda políticas públicas de longo prazo para o etanol. Especialistas também comentam que medidas pontuais não resolvem a falta de competitividade. “Objetivos macro se resolvem com medidas macro”, disse o economista José Kobori, do Ibmec. Para o pesquisador, uma ampla reforma tributária e investimentos em infraestrutura seriam a solução porque reduziria o Custo Brasil. “O mercado como um todo está celebrando estas medidas”, comentou João Victor Guedes, tributarista da equipe sucroalcooleiro do L.O.Baptista Schmidt.Valois.Miranda.Ferreira.Agel Advogados, “mas a carga tributária precisaria sofrer uma redução definitiva”, completou. Químicos No caso da indústria química, a avaliação é de que toda a indústria será beneficiada, pois a química está presente em praticamente todas as cadeias industriais do Brasil. Fátima Ferreira, diretora da Associação Brasileira de Química comentou que o setor hoje opera a 80% da capacidade e sofre com as consequências da políticas de incentivo dos Estados Unidos, a “shale gás”. O déficit na balança comercial, que em 2012 foi de US$ 27 bilhões, aumentou para US$ 29 bilhões nos 12 meses terminados em março. “Essa é uma medida que vem num excelente momento. Dá um certo alívio e, aliada a outras medidas que estamos pleiteando, serão um passo importante na direção da competitividade”, disse a diretora. ■ Dilma afirma que térmicas vão aumentar participação na geração de energia do país “O meio ambiente diz que não se pode mais fazer grandes reservatórios, por causa da área de alagamento”, disse ontem a presidente após evento As usinas termelétricas devem aumentar sua participação na geração de energia no país, porque elas terão que fazer o papel de reservatórios, disse ontem a presidente Dilma Rousseff. “O meio ambiente diz que não se pode mais fazer grandes reservatórios, por causa da área de alagamento”, afirmou Dilma a jornalistas após inaugurar uma exposição do cantor Carlinhos Brown no Palácio do Planalto. “Quando faz pequenos reservatórios ou usinas a fio d'água, necessariamente há uma consequência, qual? Térmicas terão de entrar para fazer papel de reservatório”, argumentou. Para a presidente, a participação das termelétricas seguirá a mesma apenas se conseguirmos “fazer mais hidrelétricas”. “Porque não tem milagre, o regime do Brasil vai ser sempre um regime que vai olhar as duas coisas”, explicou Dilma. A presidente voltou a dizer que há muitos pessimistas torcendo contra o país e exemplificou com as notícias sobre ameaça de racionamento de energia. “Tem muita gente que torce para o Brasil dar errado”, disse. “Quando vocês falam que pessimismo, eu dou um exemplo que é esse (da ameaça de racionamento de energia)”, disse. Inflação Dilma voltou a dizer que o país tem o controle sobre a inflação e que tem evitado comentar a política de juros para que suas palavras não sejam distorcidas. “O Brasil não flerta com a inflação, temos histórico de combate à inflação e de controle da inflação. Agora, eu não vou em hipótese alguma, porque tenho responsabilidade presidencial, dar base para qualquer especulação que se faz”, disse Dilma ao ser questionada sobre o aumento de juros. No final do mês passado, a presidente reclamou do que cha- mou de “manipulação inadmissível” de suas palavras, quando disse não concordar com políticas de combate à inflação que visem um crescimento menor, no que foi interpretado pelos mercados como uma rejeição a uma elevação dos juros. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual para 7,5%, apesar da alta, ela foi menor do que apostava o mercado futuro de juros. ■ Reuters Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 9 Valter Campanato/ABr NEW YORK TIMES Lula terá coluna mensal publicada pelo jornal O Instituto Lula comunicou ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi contratado pelo jornal americano “The New York Times” e escreverá uma coluna mensal, que será distribuída pela agência de notícias da organização. Segundo o instituto, os textos assinados por Lula podem não ser publicados na versão impressa do jornal. “A coluna tratará de política e economia internacional, e de iniciativas para o combate à fome e à miséria no mundo”, diz o comunicado. Redação Antonio Cruz/ABr Relator indica que pontos polêmicos da MP dos Portos serão aprovados Eduardo Braga (PMDB-AM) diz que artigo que trata da extensão de contratos não será vetado Delcídio Amaral rejeitou emendas assinadas por senadores paulistas, gaúchos e paranaenses Reforma do ICMS deverá passar hoje na CAE Texto deve ser aprovado na Comissão, apesar da insatisfação de alguns estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná Ruy Barata Neto, de Brasília [email protected] A reforma das alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) deverá passar hoje pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, apesar da insatisfação de estados do Sul e do Sudeste com o texto final, relatado pelo senador Delcídio Amaral (PT-MT). O senador rejeitou emendas assinadas por senadores paulistas, gaúchos e paranaenses, que formam o principal grupo contrário ao relatório apresentado. O grupo não aceita o tratamento diferenciado dado aos estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, que terão alíquota de 7%, a partir de 2018, para produtos industrializados e agropecuários produzidos nestas regiões e destinados para os estados do Sul e do Sudeste. Trata-se de uma exceção à regra geral que unificará paulatinamente as alíquotas de ICMS para um patamar de 4% até 2021. No caso os bens produzidos nas regiões Sul e Sudeste destinados ao Nor- te, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, o valor do ICMS em 4% já é atingido a partir de 1º de janeiro de 2016. Segundo o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), apesar das discordâncias, a redação final do texto permitirá votos suficientes para a aprovação do projeto. “Haverá votos suficientes para que o texto passe pela Comissão”, afirma ao ressaltar que avanços em alguns pontos decisivos foram fundamentais para a adesão de senadores da maioria dos estados à proposta. Caso aprovado na CAE, o texto segue para a votação em plenário do Senado. O mais importante deles foi a confirmação de um artigo que condiciona os efeitos da Resolução do Senado à aprovação de lei complementar que garante prestação de auxílio financeiro pela União a estados, municípios e ao Distrito Federal pela perda de arrecadação decorrente da redução das alíquotas de ICMS. Assim como também obriga transferências de recursos de um fundo de desenvolvimento regional. Outro item decisivo foi a regra que define quorum de três quintos do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) para fins de aprovação dos incentivos fiscais já concedidos pelos estados sem a aprovação do colegiado. Neste caso há uma dúvida de que se poderia ser competência do legislativo legislar sobre a questão da aprovação do Confaz, mas segundo o relator Delcídio Amaral, há uma tendência do governo em aceitar que esta disposição seja feita pelo legislativo. Com isso, fica valendo o projeto de lei do senador Paulo Bauer (PSDB/SC) que deverá ser lido. Uma outra proposta que agradou principalmente os estados do Norte é a manutenção de taxa de 12% das operações de gás natural. Para o Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, a alíquota para gás natural também terá cobrança diferenciada, de 7%. Além disso, as operações interestaduais de produtos com origem na Zona Franca de Manaus também contarão com alíquota em 12%. ■ O relator da Medida Provisória 595, a MP dos Portos, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), disse ontem que o governo se comprometeu a não vetar os pontos do relatório que tratam dos direitos dos trabalhadores do setor e os artigos sobre a renovação dos contratos de arrendamento, se o texto for aprovado como está pelos parlamentares. O relatório final da MP será votado amanhã na comissão mista que estuda a matéria. Em reunião para debater o relatório, Braga disse que a capacidade de negociação para a construção de um entendimento “chegou ao limite” e alertou que a aprovação de pontos sem consenso pode resultar em vetos do governo. “O que nós construímos aqui é melhor que o status anterior da medida provisória. Se um passo à frente for fruto de enfrentamento, há o direito constitucional do veto, que significará um retrocesso.” O relator também alertou que qualquer destaque ou obstrução ao relatório pode resultar no atraso da votação da matéria, que deve ser analisada até o dia 16 de maio. “Se ficarmos em um enfrentamento, vamos obstruir a comissão e todos os ganhos que estão no projeto de lei em função de uma expectativa de direitos adicionais que podem prejudicar o avanço do marco regulatório de algo que todos nós no país queremos acabar, que é a vergonha da eficiência dos portos brasileiros”, ressaltou. O senador rebateu as críticas de que a MP prevê a quebra de contratos de arrendamento do setor. Segundo o relatório, os contratos de arrendamento celebrados antes de 1993, ano em que foi estabelecida a atual lei do setor, poderão ser renovados uma única vez por até cinco anos. Os contratos em vigor firmados depois dessa data poderão ser prorrogados antecipadamente desde que houvesse, no acordo inicial, a previsão de prorrogação e que o arrendatário assuma a obrigação de investimentos em até 60 dias. “Estamos assegurando dois direitos fundamentais: o equilíbrio econômico-financeiro e a competitividade, mas estamos abrindo a vontade do legislador de fazer a antecipação de prorrogação”, explicou, Braga. ■ ABr Henrique Manrezaa Eduardo Braga: capacidade de negociação “chegou ao limite” 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Clarice Castro/Ag. O Dia BRASIL TERRAS INDÍGENAS Funai aprova estudos para criar três áreas A Fundação Nacional do Índio (Funai) aprovou três estudos que identificam e delimitam como terras tradicionalmente indígenas áreas localizadas nos estados de São Paulo, da Bahia e do Amazonas. Os documentos foram publicados no Diário Oficial da União. O relatório feito no município de Ubatuba (SP) foi coordenado pela antropóloga Celeste Ciccarone e trata da Terra Indígena Boa Vista do Sertão do Promirim, com área de 5.420 hectares, onde vivem 156 pessoas. ABr “Gerenciar legados da Copa e das Olimpíadas será desafio” Para o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a preocupação é como manter as estruturas Marcelo Camargo/ABr O ministro do Turismo, Gastão Vieira, disse ontem que administrar o legado deixado pelos grandes eventos esportivos que serão sediados pelo Brasil — a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio (2016) — será o grande desafio a ser enfrentado pela pasta. O ministro informou que a grande preocupação do ministério será manter as estruturas criadas para a Copa e as Olimpíadas, a exemplo do que ocorreu em outros países, como a Espanha. Para Gastão Vieira, após receber os eventos mundiais, a Espanha soube aproveitar bem os investimentos feitos. “Até hoje (países como a Espanha) dão saltos extraordinários em termos de turismo”, disse o ministro, que participava da abertura da World Travel Market Latin America, feira internacional de viagens que começou ontem na capital paulista. Gastão Vieira ressaltou ainda que o retorno dos investimentos feitos em grandes eventos esportivos não ocorreu no curto prazo. “Ele veio no médio e longo prazos.” O ministro citou como exemplo os investimentos feitos nos aeroportos brasileiros, que estão sendo preparados para receber um grande volume de turistas. “Compete ao Ministério do Turismo manter esses aeroportos cheios, com uma quantidade enorme de passageiros quando esses eventos acabarem”, declarou. Ele comentou também o último balanço de turistas estrangeiros que visitaram o país. No ano passado, o Brasil recebeu 5,6 milhões de visitantes, crescimento de 4,5% em relação a 2011. Senado quer melhorar ambiente de negócios Segundo Renan Calheiros, projetos que ajudem na economia são prioridades “O Senado vai priorizar, a partir de agora, tudo que ajude a melhorar esse ambiente de negócios no Brasil”. A afirmação do presidente da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi dada ontem, ao participar do lançamento da Agenda Legislativa da Indústria para o ano de 2013, evento realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília. Em entrevista antes da solenidade, Renan Calheiros observou que o apoio a projetos de lei que estimulem o crescimento do país é um dos compromissos assumidos em fevereiro durante sua campanha para a presidência do Senado. “Foi um compromisso que assumimos e vamos materializálo a partir de agora. Tenho conversado muito com o presidente da Câmara para que na prática façamos isso”, diz Calheiros. Gastão Vieira: retornos de investimentos feitos em grandes eventos não ocorreu no curto prazo O resultado, para o ministro, foi positivo para o país. “Dentro das circunstâncias da economia mundial, dessa crise que veio em 2008 e que está demorando a passar, podemos dizer que foi um bom crescimento. Mas estamos muito longe de atingirmos aquilo que potencialmente podemos atingir para o nosso país”, disse. Segurança A presidente Dilma Rousseff disse ontem que uma grande opera- ção militar será feita em maio ao longo dos 16 mil quilômetros de fronteira terrestre do país. Segundo Dilma, a operação tem como objetivo reforçar a segurança para a Copa das Confederações, que ocorrerá entre 15 e 30 de junho. “A segurança pública é uma responsabilidade constitucional dos estados, mas o governo federal tem o dever de participar na sua área de atuação, e é o que estamos fazendo”, destacou a presidente, em sua coluna semanal. Dilma disse que as Forças Armadas e as polícias federais e estaduais trabalham de forma coordenada para combater os crimes (principalmente o tráfico de drogas) nas fronteiras do país desde 2011, quando foi lançado o Plano Estratégico de Fronteiras. A presidente explicou que a ação integrada é feita periodicamente por meio da Operação Ágata, liderada pelo Ministério da Defesa, e pela Operação Sentinela, do Ministério da Justiça. ■ ABr Apoio a projetos que estimulem o crescimento foi compromisso assumido em campanha Durante a cerimônia, o presidente do Senado voltou a ressaltar o empenho do Congresso para contribuir com o desenvolvimento da indústria nacional. “O Congresso reúne as condições de ajudar o país a ser mais atrativo aos investimentos industriais. Estamos trabalhando para o que chamamos de Brasil Mais Fácil. Leis que combatam o excesso de burocracia”, afirma. Agenda Congresso suspende tramitação da MP dos Royalties Segundo relator, insegurança jurídica que envolve a matéria causou a interrupção O Congresso Nacional decidiu ontem suspender a tramitação da medida provisória que trata da destinação dos recursos dos royalties do petróleo, diante de insegurança jurídica que paira sobre o tema. “A MP foi sobrestada, quer dizer que suspenderam a tramitação e ela vai caducar”, disse o relator do projeto, deputado Carlos Zarrattini (PT-SP). Segundo o deputado, a decisão reflete a posição da maioria dos parlamentares da base aliada e do próprio governo, para evitar insegurança jurídica. Os royalties são questionados judicialmente no Supremo Tribunal Federal (STF). “A maioria da base e até mesmo o governo consideraram que haveria um risco jurídico nesta MP no STF”, afirmou Zarrattini. A destinação dos recursos dos royalties para o financiamento da educação é pessoalmente defendida pela presidente Dilma Rousseff, mas tem causado embates no Congresso. No fim do ano passado, o Congresso aprovou uma lei retirando parte dos recursos dos Estados produtores (Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo) e da União para dividi-los com todos os estados. A lei sofreu vetos da presiden- te, posteriormente derrubados pelo Parlamento. Sob o argumento de que seriam prejudicados ao ter um corte abrupto em suas receitas, estados produtores recorreram ao STF para reverter a nova lei. Em março, a ministra do STF Cármen Lúcia decidiu, em caráter provisório, suspender as aplicações da lei resultante da derrubada dos vetos, até que o assunto seja discutido pelo plenário da Corte. ■ Reuters A CNI lança sua Agenda Legislativa com 130 propostas de interesse do setor em tramitação no Congresso Nacional. Entre os projetos, a confederação destacou a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. Outro projeto de lei considerado prioritário é o que acaba com o adicional de 10% do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo a CNI, desde 2001, as empresas pagam a contribuição extra e que a dívida, de R$ 42 bilhões, já foi paga em 2012. ■ Agências Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 11 Divulgação JUSTIÇA Lewandowski defende investigação pelo MP O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, é favorável ao trabalho de investigação pelo Ministério Público (MP) nas ações penais, mas ressalta que isso deve ser feito “dentro de circunstâncias concretas e através de procedimento regulamentado formalmente”. O ministro lembrou que a Constituição de 1988 tem como um de seus grandes avanços a ampliação da competência do Ministério Público. ABr “Transporte individual tem que financiar o coletivo”, diz Haddad Antonio Cruz/ABr res foram presos.” Para Haddad, também é necessário melhorar a legislação porque a falta de punição para pequenas transgressões acaba facilitando a corrupção. “Estou certo de que não é a maioria dos servidores que é ruim, mas contamina a máquina pública e passa uma sensação de total descontrole". Prefeito defendeu ontem a municipalização do Cide como forma de baratear o transporte Pedro Venceslau [email protected] O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), defendeu ontem, durante um café da manhã com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que a Contribuição de Intervenção sobre Domínio Econômico dos combustíveis (Cide) seja municipalizada. Esse seria, segundo ele, um caminho para baratear as tarifas do transporte público. Essa ideia já faz parte da pauta de reivindicações da Frente Nacional de Prefeitos. A ideia é criar um fundo que unifique todos os tributos que incidem sobre a gasolina e dessa forma diminuir o valor das passagens de ônibus. Apesar do prestígio que tem no Palácio do Planalto, o prefeito, que foi ministro de Dilma e contou com ela em seu palanque no ano passado, disse ainda não tratou do assunto com a equipe econômica. “O transporte individual tem que financiar o coletivo”, disse Haddad aos empresários. Apesar de prever uma onda de protestos, a prefei- Fogo amigo Prefeito de São Paulo criticou o antecessor durante um café da manhã do Lide ontem na capital tura deve reajustar o preço das tarifas de ônibus a partir do dia 1˚ de junho. O valor só será anunciado no fim de maio, mas não irá superar a inflação. O prefeito também prometeu segregar 1/3 das faixas para ônibus. Dessa forma, a velocidade dos coletivas aumentaria para níveis mundiais. “Temos um sistema de se- máforos sucateado. O investimento atual de R$ 20 milhões não é suficiente. Devemos direcionar R$ 100 milhões ao ano, nos próximos quatro anos, apenas para a implementação de semáforos inteligentes, que funcionam de acordo com o tráfego.” Questionado pelos empresários sobre medidas adotadas para combater a corrupção, es- pecialmente no alvará de imóveis e concessões de documentos, o prefeito afirmou que a medida mais importante foi tomada em janeiro com a criação da Controladoria Geral do Município, nos moldes da União. “É uma estrutura técnica, livre de partidarismo e com carta branca para agir. Já estamos recebendo denúncias e quatro servido- O prefeito deixou claro durante o evento do Lide que a lua de mel com o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) definitivamente acabou. Ele atribuiu ao antecessor o risco da cidade perder a Fórmula 1 para Santa Catarina e Rio de Janeiro por falta de orçamento para a reforma dos boxes. “A pista é uma das melhores do mundo e penso que já superamos esse risco, pois a assinatura do contrato deve acontecer ainda em abril.” O prefeito disse ainda que ele e sua equipe passaram os primeiros meses tentando equacionar os problemas de orçamento. Em relação à segurança pública, Haddad afirmou que a prefeitura pode ajudar a promovê-la, no entanto, a prevenção e a repressão são responsabilidade do estado, que possui as polícias Civil e Militar. ■ Rio terá reajuste de passagens de ônibus em junho André Mourão/Ag. O Dia Prefeito da cidade, Eduardo Paes, confirmou o aumento após reunião com Guido Mantega O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, confirmou ontem que as passagens de ônibus do município subirão em junho. Ele disse que o índice não está definido e só será anunciado no fim de maio, mas descartou qualquer possibilidade de adiar novamente o aumento, inicialmente previsto para o início do ano. “Tenho uma obrigação contratual. Nosso bilhete único é o mais barato do Brasil e a prefeitura não subsidia (o preço das passagens). Era para eu ter feito em janeiro, mas decidi adiar. Se tiver algum reajuste para dar, vou conceder o aumento”, declarou o prefeito após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Eduardo Paes, no entanto, admitiu que o reajuste pode ser menor que o previsto ou até não ocorrer se o Congresso aprovar a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para as passagens de ônibus, trem e metrô. A prefeitura também levará em conta a desoneração da folha de pagamento para as empresas de transporte público na hora de calcular o índice. “Redução de tarifa acho difícil, mas é óbvio que essas desonerações impactam na tarifa. Quanto mais desonera o custo das empresas, mais ajuda a planilha tarifária delas”, disse. O prefeito negou ter tratado do assunto no encontro de hoje com o ministro. Segundo ele, os dois trataram apenas da possibilidade de ampliação do limite de endividamento do município. Eduardo Paes: “O reajuste era para ser feito em janeiro, mas adiei” Na reunião, o prefeito pediu a retirada de uma resolução do Senado que, na prática, congela a dívida das prefeituras. De acordo com o prefeito, o fim da exi- gência poderá fazer o município contratar mais R$ 9 bilhões em operações de crédito sem estourar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “A dívida do município está em 40% (da receita líquida), um nível baixíssimo. Hoje teríamos espaço para nos endividar, mas não podemos”, disse. Paes disse que os limites de endividamento estabelecidos pela resolução do Senado são mais severos que os da própria LRF e afetam apenas as prefeituras. “Os estados estão livres para fazer o ajuste anual das dívidas, mas os municípios tiveram de congelar o nível de endividamento desde o fim dos anos 1990”. Pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a dívida das prefeituras não pode superar 120% da receita corrente líquida. Para os estados, o teto é de 200%. No entanto, a resolução do Senado, aprovada em 2001, estabelece que o estoque da dívida bruta das prefeituras não podem ser maiores que a receita corrente líquida do ano. ■ ABr 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck [email protected] Subeditora: Rachel Cardoso [email protected] Lego Zoom abre capital para conquistar mercado externo Representante da Lego Education no país venderá parte da empresa para fundo e lançará ações este ano Divulgação Flavia Galembeck [email protected] Presente na mochila de 1,5 milhão de alunos no Brasil, a Lego Zoom, empresa fundada pelo empresário Marcos Wesley e que representa no país os kits educacionais da Lego, anunciará em julho a venda de um percentual da empresa a um fundo de private equity, cujo nome ainda não foi divulgado. A empresa produz material didático para escolas do ensino médio e fundamental e busca com essa capitalização a saída para financiar sua expansão no mercado nacional, onde atua por meio de franquias. “Esse é o quarto ano em que nosso balanço é auditado. Estamos nos preparando e as negociações estão bem avançadas, mas ainda não posso revelar o nome do comprador”, afirma Wesley. Com 1,5 milhão de alunos, Lego Zoom busca investidores para expandir A iniciativa prepara a companhia para um provável IPO, que tem como objetivo impulsionar a internacionalização da empresa, que começou a atuar há três anos em países como o México e a Argentina. “Hoje, nosso faturamento no Brasil representa quase 70% do que o Lego Education, braço educacional da corporação dinamarquesa, movimenta nos Estados Unidos.” Aqui no Brasil, a empresa atua de duas formas: com a a venda de apostilas que servem de material de apoio para a grade curricular, e também com conteúdo para a formação de empreendedores, por meio de parcerias com Sesi e Senai, e também com a venda de kits e de apostilas de robótica, usadas pelas escolas como atividade extracurricular. Presente em mais de quatro mil escolas, distribuídas por cem municípios brasileiros, a Lego Zoom vende as apostilas para os alunos – os preços variam entre R$ 180 e R$ 240 -, que usam o material durante todo o ano letivo. As escolas que aderam ao programa oferecem esse material de apoio durante os 12 anos do ensino básico e fundamental. Além disso, os professores dessas escolas, particulares e públicas, fazem 64 horas de treinamento para aprender a usar o kit de brinquedos e outras peças da Lego, de forma multidisciplinar. Desde 2003, quando a empresa criou esses materiais paradidáticos, a Lego Zoom já investiu R$ 20 milhões na elaboração das apostilas. O modelo de franquia que Wesley usou para expandir o negócio foi criado em 2009. A rede reúne 26 franqueados. Cada um deles pagou entre R$ 200 mil a R$ 800 mil para se associar à rede. Do ano passado para cá, a Lego Zoom vem repassando aos franqueados alguns contratos que administrava para se concentrar nos planos de expansão. A capital de São Paulo, por exemplo, onde a rede concentra cerca de um milhão de alunos, está à venda. A Lego Zoom pretende se interiorizar nos próximos anos. Além do interior do sudeste e Bahia, a empresa pretende reforçar sua presença em mercados do norte, nordeste e centrooeste, onde sua atuação é pequena ou inexistente. O segmento que mais cresce em termos de rentabilidade, no entanto, é o de conteúdo extracurricular, que não segue as diretrizes do Ministério da Educação (MEC), e que se dedica à formação de empreendedores. Com dez mil alunos, esses cursos abordam noções de empregabilidade, tomada de decisões, planejamento, ministrados ao longo de um ano. Voltado para crianças a partir de 10 anos de idade, o Lego Líder foi adotado em 283 escolas de ensino médio e técnico de Pernambuco. Criada a partir dos kits de robótica que Marcos Wesley começou a desenvolver e a vender em meados dos anos 90, o Lego Genius é um prograna extracurricular, com módulos semestrais, para despertar as crianças de entre 7 e 9 anos de idade para os fundamentos básico da ciência e da tecnologia.■ Marcos Wesley, da Lego Zoom, está se capitalizando para crescer dentro e fora do Brasil PERFIL BRASIL QUER DE VOLTA MERCADO DE BRINQUEDOS Ex-engraxate, Wesley começou a trabalhar aos 13 Nascido em Anápolis, em Goiás, Marcos Wesley mudou com a família para Brasília, no Distrito Federal, aos 11 anos de idade. Aos 13 anos, ao ver a movimentação dos adultos que iam ao trabalho, teve a ideia de seu primeiro negócio e comprou uma caixa de engraxate para deixar mais reluzentes o sapato dos moradores de Sobradinho, cidade-satélite da capital federal. Dois anos depois ele conseguiu seu primeiro emprego como vendedor de rações da Purina. Nos anos 90, enquanto cursava o antigo segundo grau técnico ele se preparou para o curso de Administração de empresas. Já morando em São Paulo, abriu a Zoom em 1996, com R$ 15 mil. Começou ontem no Expo Center Norte, em São Paulo, a Abrin, feira de brinquedos que reúne 180 fabricantes nacionais, deve contar com 1.500 lançamentos e movimentar R$ 1 bilhão. Em 2012, cerca de 60% dos brinquedos comprados no Brasil foram fabricados na China. No entanto, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) prevê que a indústria brasileira recupere mercado em 2013, e chegue a uma fatia de 50%, se igualando aos chineses. Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 13 Divulgação AVIAÇÃO A Boeing e seu Dreamliner A equipe de engenharia da Boeing não acreditava que um simples curto circuito na bateria de íon-lítio da aeronave 787 Dreamliner levaria a um incêndio, como ocorreu em alguns aviões da companhia e que provocou a suspensão de vôos. Em audiência investigativa no Conselho Nacional de Segurança nos Transportes, em Washington, o engenheiro-chefe, Mike Sinnett, afirmou que, em testes, a única vez que uma célula liberou fogo foi com uma significativa sobrecarga. Reuters Venda maior de caminhões neste ano impulsiona produção de motores da MWM Divulgação Empresa estima fabricar 140 mil propulsores a diesel para abastecer mercado interno Ana Paula Machado [email protected] O ano de 2013 está sendo de grandes comemorações para a fabricante de motores diesel MWM, que completa 60 anos no país. A empresa vai retomar a produção em sua fábrica na Argentina e no Brasil vai produzir 140 mil propulsores, aumento de 25% em relação ao ano passado. Em 2012, a companhia já havia montado 112 mil unidades, considerado um volume “fora da curva”. “O mercado no ano passado foi muito ruim. Tivemos uma produção de caminhões em torno de 133 mil unidades, a queda foi de cerca de 40% no comparativo com 2011. Agora, com a aceitação dos novos motores e a resolução dos problemas para abastecimento dos caminhões, acreditamos que vá ocorrer uma reação. As montadoras devem produzir cerca de 170 mil unidades”, disse o presidente da MWM International, Luiz Eduardo Luzzi. “Isso vai puxar nosso mercado também”. Hoje, o segmento de motores diesel para a indústria automobilística responde por cerca de 40% da produção da MWM no Brasil. Os outros 60% do negócio é divido em motores para outras aplicações, como máquinas agrícolas. A estratégia da companhia é estar mais próximo do cliente e para isso mantém uma política de parceria com grandes montadoras para Luiz Eduardo Luzzi: novo ciclo de investimento será destinado ao aumento da capacidade e tecnologia Empresa investiu, no ano passado, US$ 80 milhões para atender demanda da GM e da MAN montagem de motores com suas marcas. Ela fez isso com a MAN Latin America, em 2011, para a fabricação do motor Man que equipa o caminhão extrapesado TGX. E no ano passado, a MWM firmou parceria similar com a General Motors. No caso da GM, a MWM fornece o motor diesel para a picape Nova S10, produzida na fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo. Para essa empreitada, a companhia investiu US$ 80 milhões. Os recursos, segundo Luzzi, foram utilizados no desenvolvimento do motor e na adaptação da linha de montagem dedicada para a montadora americana. “Nosso plano de investimentos termina em 2013 e já esta- Na Argentina, MWM vai produzir motores para ônibus da unidade da brasileira Agrale mos analisando o novo ciclo. Como há muitas empresas que desejam produzir no Brasil, temos um potencial enorme que poderá ser explorado. Por isso, não definimos ainda quanto vamos aplicar no país. O que posso adiantar é que investiremos em capacidade em algumas linhas de produção”, ressaltou Luzzi. Segundo ele, dentro dessa estratégia de melhorar a capacidade, a companhia está ampliando em 15% a usinagem de blocos de motor Euro V. A linha poderá usinar 35 mil unidades por ano. “Foi um investimento planejado em função da perspectiva do aumento da demanda por esse tipo de motor no país. Mas se trata de uma linha flexível. Nossa capacidade vai variar de acordo com a demanda”, acrescentou o executivo. Outro investimento programado é a reativação da unidade na Argentina. A MWM vai voltar a produzir motores na cidade de Jesus Maria, a partir do mês de maio. Luzzi disse que a companhia mantém naquele país somente os serviços de usinagem de peças do motor e os investimentos na reabertura da unidade fabril serão de cerca de US$ 4 milhões. A fábrica da Argentina terá capacidade instalada de 5 mil motores anuais. No primeiro ano de operação, serão produzidos cerca de 1 mil propulsores. “Não são recursos expressivos. É uma fábrica com cerca de 20 anos de operação, mas nos últimos 10 toda a produção de motor foi transferida para as unidades brasileiras. Agora temos clientes que vão sustentar a reativação da montagem dos propulsores na Argentina”, disse Luzzi.O foco da MWM é o segmento de ônibus e máquinas agrícolas, em especial tratores de roda e pulverizadores. ■ Fibria ainda está otimista com demanda chinesa Vendas da empresa caíram 10% no primeiro trimestre do ano por paradas de manutenção A fabricante de celulose Fibria ainda vê uma boa demanda da China e de outros mercados compradores, e atribui a paradas para manutenção em algumas fábricas o motivo de ter registrado queda de produção e das vendas no primeiro trimestre do ano. A empresa teve lucro líquido de R$ 24 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo prejuízo de 10 milhões registrado um ano antes. De qualquer forma, o resultado foi metade do apresentado no último trimestre de 2012. Os números ficaram bem abaixo da média de previsões de analistas compiladas pela Reuters, que apontava lucro de R$ 106 milhões para a empresa no período. "Os embarques diminuíram em função da falta de celulose. A demanda (da China) continua muito boa, a implementação de novas fábricas nos ramos de tissue (sanitários) continuam acontecendo, tem outras que vão acontecer em 2013. O ramo de embalagem também está crescendo na Ásia", disse o dire- tor Comercial e Logística Internacional da empresa, Henri Philippe van Keer, em teleconferência com jornalistas. Em relação aos demais mercados, van Keer afirmou que a demanda dos Estados Unidos se O ramo de embalagens está crescendo na Ásia, segundo Henri Philippe van Keer mantém "regular", assim como a da Europa, que apesar da crise não diminui as encomendas já que os estoques estão baixos. No primeiro trimestre, a companhia viu a produção de celulose diminuir em 8% na comparação com os três meses até dezembro, somando 1,3 milhão de toneladas, resultado de paradas programadas para manutenção na unidade Veracel e em uma fábrica da unidade Aracruz. As vendas caíram 21% em relação ao quarto trimestre, para 1,2 milhão de toneladas, "efeito da sazonalidade daquele trimestre", segundo a empresa. Em re- lação ao primeiro trimestre de 2012, a queda foi de 10%. "Os embarques diminuíram em função da falta de celulose e em certos casos da falta de disponibilidade de navios. Começamos o ano com estoques muito apertados e antecipação de paradas, isso fez com que tivéssemos demanda reprimida da China e embarques menores". A Fibria informou que a previsão de investimento de R$ 1,244 bilhão ao longo de 2013 está mantida, sendo que R$ 249 milhões foram desembolsados no primeiro trimestre. ■ Reuters 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Divulgação EMPRESAS ENTRETENIMENTO Rio ganha novo Espaço Itaú de Cinema O Espaço Itaú de Cinema do Rio de Janeiro será inaugurado amanhã, 25 de abril. Localizado em Botafogo, zona Sul do Rio de Janeiro, o espaço foi planejado pela Metro Arquitetos. Uma das propostas é trazer de volta o cinema como lugar de convívio, com grandes foyers e acomodações fora das salas de projeção. Os antigos Espaços Unibanco Arteplex estão sendo remodelados. Já foram reabertas sete unidades: Brasília, três em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Salvador. China dá aval a negócio bilionário de tradings Marquise diversifica e passa atuar na gestão de shoppings Grupo cearense, com forte atuação no Nordeste, planeja segundo empreendimento Divulgação Gabriela Murno Reguladores exigem segregação de operações das tradings Gavilon e Marubeni [email protected] O Grupo Marquise, com forte atuação no Nordeste em setores como construção e serviços ambientais, resolveu diversificar ainda mais seu portfólio e passa a atuar também na gestão de shoppings centers. Além do Shopping Parangaba, em Fortaleza, no Ceará, já em construção e com previsão de entrega em outubro deste ano, a empresa planeja mais um empreendimento, desta vez em João Pessoa, na Paraíba. “Investimos cerca de R$ 180 milhões em Fortaleza e estamos avaliando o investimento em João Pessoa”, adianta Carla Pontes, diretora do grupo. Segundo ela, o foco continuará sendo a região Nordeste. “Esta é a região com o menor número de shoppings do país, mas estamos abertos a opções no Sul, Sudeste e Centro-Oeste também”, completa. Não por acaso, o primeiro empreendimento será no Ceará. No estado está localizada a sede do grupo. “A localização é estratégica. Está próximo ao maior terminal de ônibus de Fortaleza, além de contar com metrô e VLT”, acrescenta Carla. O Parangaba será o primeiro shopping interligado ao transporte público na cidade. A expectativa é que os lojistas invistam cerca de R$ 20 milhões. De acordo com a executiva, cerca de 87% das lojas já foram comercializadas. “Teremos grandes âncoras como C&A, Riachuelo, Marisa, Centauro e Renner. O cinema será da UCI”, conta Carla. Recentemente, a empresa anunciou a venda, por R$ 118 milhões, de 40% do Shopping Parangaba à Aliansce, uma das maiores companhias do setor no país. “Eles entram como gestores e sócios. Queremos entregar ao lojista a melhor opção de investimento, por isso, escolhemos uma empresa com experiência no setor”, explica Carla. O Grupo Em 2012, o Grupo Marquise faturou R$ 782 milhões, destes R$ 380 milhões vieram da área ambiental. Para este ano, o grupo espera um crescimento de 15%. Em 2014, a meta é chegar a R$ 1 bilhão em faturamento. ■ Os reguladores chineses deram o sinal verde para a operação de compra por US$ 5,6 bilhões da comerciante de grãos norteamericana Gavilon pela trading japonesa Marubeni, mas com duras condições, ressaltando a preocupação de Pequim quanto à segurança alimentar. O acordo foi fechado quase um ano atrás mas foi mantido em suspenso por meses enquanto Pequim examinava a operação combinada do grupo, que terá um papel de liderança no abastecimento de soja e outros grãos ao mercado chinês, país onde mais cresce a importação de alimentos. Em comunicado, o Escritório Anti-monopólio, parte do Ministério do Comércio (MofCom), disse que será determinado que a Gavilon e a Marubeni mantenham unidades de tradings separadas e independentes quando venderem soja para a China, com compromisso de segregar as operações para prevenir qualquer troca de informações de mercado. ■ Reuters Rubens Augusto, dono da rede, anuncia três lojas no Rio e aumento do investimento em marketing Patroni Pizza expande rede e espera faturar R$ 295 milhões A meta é ter 500 lojas até 2017 e depois chegar a outros países, como Argentina e Portugal Gabriela Murno [email protected] A Patroni Pizza, considerada a maior rede de pizzarias do Brasil, espera faturar R$ 295 milhões em 2013, mantendo o crescimento na casa dos 30%, como nos últimos anos. A empresa fechou 2012 com faturamento de R$ 281 milhões. Segundo Rubens Augusto Junior, dono da rede, para este ano já estão confirmadas três novas lojas no Rio de Janeiro, sendo duas na capital e uma em Cabo Frio, Região dos Lagos. Atualmente, o estado conta com 19, só perdendo para São Paulo, com 57. “Estamos focados no Rio de Janeiro. Já temos outros pontos adquiridos no estado”, diz. Em todo o país, já são 115 unidades em operação e 39 com inauguração marcada. “A média de público circulante nos shoppings do Rio é maior do que em São Paulo”, completa Rubens Augusto. Entretanto, os planos de crescimento da rede não param por aí. O empresário adianta que até 2017 a meta é ter 500 lojas em todo o país. “Depois temos planos de chegar a outros países como Portugal, Espanha, Itália, Costa Rica e Argentina”, completa Rubens Augusto. Os investimentos em marketing também cresceram. Somen- te para este ano estão previstos R$ 2 milhões e inserções já podem ser vistas nos intervalos da programação dos canais Globo e Bandeirantes. Henrique Quintaes, dono da franquia que mais vende no país, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, conta que teve retorno de seu investimento de R$ 400 mil em apenas 2,5 anos. “Não esperava um retorno tão rápido. A loja tem apenas seis anos. Hoje, vendo cerca de duas mil pizzas por mês. O grande sucesso é o tamanho família”, comemora. Para Quintaes, um dos diferenciais da rede é oferecer opções para os três horários: almoço, Happy Hour e jantar. ■ Vendas de rede européia de baixo custo crescem 81% A Primark, cadeia de lojas de ves tuário de baixo custo, fechou o primeiro semestre do ano fiscal de 2012/13 com lucro operacional de €279 milhões, um crescimento de 81% em relação a mesmo período anterior. De acordo com o comunicado da marca irlandesa, a queda dos preços do algodão, a desvalorização do dólar e baixa do preço de venda como resultado de melhores negociações foram os fatores que incentivaram o crescimento. As vendas da Primark atingiram €2,3 bilhões no período, aumento de 23,6%. A receita cresceu 7%. A rede, que pertence ao grupo Associated British Foods, possui 257 lojas espalhadas em oito países europeus, sendo que 15 delas foram abertas neste ano. ■ Diário Económico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 15 Gianne Carvalho/Ag. O Dia TURISMO Brasil bate recorde em número de visitantes O turismo internacional no Brasil bateu novo recorde em 2012. Dados do Ministério do Turismo apontam que, no ano passado, o país recebeu 5,7 milhões de estrangeiros, um crescimento de 4,5% em relação a 2011. O resultado superou em 20% a média mundial divulgada pela OMT (Organização Mundial de Turismo), de 3,8%. O objetivo do Ministério é chegar aos seis milhões de turistas estrangeiros este ano, com melhoria nos serviços e inovações na promoção internacional do país. Portal democratiza ofertas de design, e cliente decide o quanto quer pagar Divulgação No Logovia, pequenos comércios têm a seu alcance designers de todos os cantos do país Lucas Bombana [email protected] Ficou mais fácil às Pequenas e Médias Empresas (PMEs) ter a própria identidade visual. No ar desde agosto de 2011, a plataforma virtual Logovia já reúne cerca de oito mil designers e 135 mil artes enviadas, com o foco no pequeno empresário em busca de uma personalidade para o seu negócio. A recente inserção ocorrida no país das classes menos favorecidas economicamente, que entraram em um novo patamar de consumo e oportunidades nos últimos anos, têm gerado um número crescente de potenciais empreendedores, que sonham em tocar com sucesso um negócio próprio. Pesquisa elaborada pela consultoria Endeavor mostra que, de cada quatro brasileiros, três desejam começar uma empresa, o que corresponde a 76% do total da população do país. Com a expressiva taxa, o Brasil fica atrás apenas da Turquia, que tem percentual na casa dos 82%, mas à frente de regiões como Estados Unidos, com 51%, China, com 56%, e União Europeia, com apenas 37%. Essa intenção de ser do- Pedro Assis, 23 (sentado) e Carmelo Queiroz, 25, do Logovia Devolução do dinheiro aos insatisfeitos atrai clientela Com um tíquete médio de cerca de R$ 300,00, o prazo desejado também aparece como atrativo Preços e prazos atraentes são apontados pelos que já utilizaram o Logovia como vantagens frente ao modelo tradicional. “Achei muito interessante porque, se você não gosta do projeto, eles devolvem o dinheiro. Estava decepcionada porque tinha tentado dois ou três designers em Belo Horizonte, que não me satisfizeram, que já tinha pago, e perdi o dinheiro”, fala Amanda Filippini, sóciaproprietária da Florear, empresa que organiza eventos. Por cerca de R$ 300,00, que é o tíquete médio dos logos feitos pelos designers cadastrados no Logovia, e em pouco mais de duas semanas, Amanda obteve o resultado almejado. “Outro designers me cobraram muito mais”. Na plataforma, o usuário também escolhe o prazo de recebimento das propostas. “Em conversas com amigos, tinha ouvido falar de uma espécie de cooperativa de designers que se reuniam através de um site. Entrei em contato, passei o pedido, e houve uma dificuldade inicial na compreensão, mas prontamente me atenderam e fizeram as alterações”, diz Milton Kravaski, do restaurante de pastéis gourmet A Pastella, que tem em seu quadro Sandro Aires, ex-subchefe do Fasano. No restaurante, que tem sua primeira unidade há quatro me- ses localizada na Chácara Santo Antônio, zona sul da capital paulista, o cliente escolhe o recheio do pastel, dentre opções pouco usuais, como salmão, funghi e queijo brie. O sucesso do empreendimento já rendeu uma segunda unidade no interior paulista, em São João da Boa Vista, prevista para ser inaugurada nas próximas semanas, e dezenas de pedidos para aberturas de franquias. “O prazo estipulado estourou, e propuseram dilatá-lo até que eu ficasse satisfeito”, comenta Kravaski, que, assim como a dona do Florear, também esperou cerca de duas semanas para ter o logo desejado, com um gasto similar, entre R$ 250,00 e R$ 300,00. ■ no do próprio nariz em termos com seus interesses. “Procuraprofissionais, por sua vez, leva a mos diversos locais atrás de uma um consequente ambiente onde identidade visual para a empresa novos negócios surgem a cada em Fortaleza, achamos três lugadia. res diferentes, que não conseguiPara diferenciar-se da seara ram atender nossa expectativa. de ofertas que inundam o setor Começamos a pesquisar sobre o brasileiro de serviços, os aspiranassunto, e descobrimos que não tes a empresários, além de natuera uma dificuldade só nossa”, reralmente irem em busca de um corda Queiroz, CEO da Logovia. produto de destaque, vão tamNo endereço virtual, aqueles bém, por meio de uma identidaatrás de uma imagem para seu de visual de impacto, lutar pela negócio colocam a proposta no atenção de um público exigente ar, e o quanto estão dispostas a e disputadíssimo. pagar pelo trabalho, e ela fica disNo olho desse furacão apareponível para uma base de aproxicem os designers, prontos para madamente oito mil designers. transformar ideias em fachadas Lançado em agosto de 2011, o Locurvilíneas e colorigovia já alcançou das. No entanto, di- O faturamento uma média de 200 loferentemente de oucomercializados esperado para gos tras profissões abunpor mês, e a marca dantes, como advo- 2013 é 10 vezes de 135 mil propostas gados ou engenheienviadas. Os trabasuperior ao ros, que podem ser realizados são alcançado no lho encontrados com quase 1,5 mil, e cada ano passado mais facilidade, esse projeto recebe, em não é o caso dos que média, 90 sugestões vivem de criar uma personalidade arte. A movimentação finande a um ponto comercial. ceira por meio do marketplace Justamente para abocanhar eschega aos R$ 378 mil. Com um se nicho de micros e pequenos aporte inicial de R$ 30 mil, o Loempresários, carentes de mão de govia rendeu um faturamento de obra especializada, que os jovens R$ 400 mil no ano passado a seus fortalezenses Carmelo Queiroz, fundadores, e a expectativa é de 25 anos, e Pedro Assis, de 23, que os ganhos saltem para R$ 3,5 resolveram criar o Logovia, após milhões neste ano. A companhia sentirem na pele o problema de retém de 20% a 30% do valor encontrar um logo de acordo dos projetos sacramentados. ■ Copa já rendeu R$ 100 mi a micro e pequenas empresas Até 2014, Sebrae vai promover encontros de negócios em todas as cidades-sede do evento lhões. A expectativa é de vender ainda mais. . Rodadas de negócios Gabriela Murno [email protected] A Copa do Mundo de 2014 já rendeu mais de R$ 100 milhões em vendas para micro e pequenas empresas em todo país, divulgou ontem o Sebrae (Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário). Um exemplo é a Trelicon, pequena fábrica de material de construção do Rio de Janeiro, que forneceu lajes que dispensam escoramento para a obra de quatro rampas de acesso ao Maracanã. O contrato com a contrutora Odebrecht, responsável pela reforma do estádio no Rio de Janeiro, rendeu R$ 2 mi- Desde 2011, o Sebrae promove encontros de negócios que buscam incentivar as micro e pequenas empresas a aproveitarem as oportunidades da Copa. As rodadas de negócio vão ser realizadas em todas as cidadessede até 2014 e têm como objetivo auxiliar as empresas de micro e pequeno porte a se tornarem mais competitivas. Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas mapeou 930 possibilidades de negócios em dez setores: agronegócio, madeira e móveis, vestuário, serviços, comércio varejista, construção civil, turismo, economia criativa, artesanato e tecnologia da informação. ■ 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Paulo Fridman/Bloomberg EMPRESAS TELECOMUNICAÇÕES Oi oferece internet pré-paga no varejo A Oi amplia o seu portfólio de serviços no varejo e passa a oferecer nas grandes redes do país pacotes de internet móvel pré-paga para tablets, notebooks e PCs. Além dos serviços de telefonia móvel pré-paga, clientes do Ponto Frio, Casas Bahia, Carrefour, Extra, C&A, Magazine Luiza, entre outros, poderão agora adquirir a internet pré-paga da Oi para ser usada em qualquer lugar, por menos de R$ 1 por dia no pacote mensal de 150 MB. Andrew Dolph/Bloomberg Lucro da Apple cai pela primeira vez numa década Receita trimestral cresce acima do esperado, mas Tim Cook admite desaceleração dos negócios e reafirma posição forte A Apple anunciou ontem receita trimestral acima das expectativas de Wall Street, uma vez que as vendas de iPhones e iPads superaram as reduzidas expectativas de investidores. Mas o lucro caiu pela primeira vez em uma década e, embora a receita tenha crescido 11%, representou uma forte desaceleração frente a 2012 e em relação aos anos anteriores. O presidente-executivo, Tim Cook, reconheceu em teleconferência com investidores que o ritmo de crescimento da Apple desacelerou, mas destacou que a posição da companhia permanece forte. A Apple lucrou US$ 9,5 bilhões, ou US$ 10,09 por ação, no trimestre, frente a US$ 11,6 bilhões, ou US$ 12,30 por ação, no ano anterior. A companhia anunciou receita de US$ 43,6 bilhões no segundo trimestre, superando a estimativa média de Wall Street de US$ 42,3 bilhões, de acordo com a Thomson Reuters. A Apple planeja compartilhar mais de seu crescente caixa de US$ 145 bilhões, parcialmente por meio de emissão de dívida, cedendo às exigências de investidores e impulsionando sua ação a uma alta de 6%. A companhia deve repassar US$ 100 bilhões em recursos sob um programa ampliado, que inclui aumento na recompra de ações e elevação do dividendo até o fim de 2015. Isso marcou um crescimento de US$ 55 bilhões em relação ao programa apresentado há um ano. A ação da empresa chegou a disparar 6%, para reduzir os ganhos e passar a território negativo. Gordos dividendos Acionistas da Apple vão receber dividendo anual de US$ 12,20 por ação, tornando-a uma das companhias de dividendos mais elevados. Com cerca de US$ 940 milhões em ações em circulação, a Apple vai reverter US$ 11,5 bilhões a acionistas ao longo de 12 meses, excedendo o valor de mercado de 200 outras empresas incluídas no S&P 500. Em uma rara manobra, a companhia também disse que planeja emitir dívida com o programa expandido, mas não apresentou detalhes. Investidores têm pedido que a companhia tome emprestado em vez de repatriar dinheiro do exterior, onde boa parte de seu caixa está estacionado, para evitar impostos. As margens brutas da Apple, que a maior parte dos investidores acompanha atentamente, vieram em 37,5% no segundo trimestre, antes de expectativas de 38,5%. Embora a Apple ainda esteja crescendo, seu ritmo de expansão desacelerou à medida que a adoção de smartphones topo de linha aproxima-se da saturação em países desenvolvidos e a companhia enfrenta de frente rivais cada vez mais agressivos em países em desenvolvimento, como a China e a Índia, onde modelos mais baratos são populares.■ Com Reuters Facebook investe em seu quarto centro de dados para aumentar suporte a usuários O Facebook está construindo um centro de dados perto de Des Moines, no estado de Iowa, para reforçar o poder de processamento, conforme lança novos serviços e o uso crescente de smartphones aumenta a pressão sobre a sua infraestrutura. A unidade em Altoona, Iowa, será a quarta aberta pela empresa desde 2010 . O Facebook não revelou o custo do novo centro, mas disse que estaria dentro dos US$ 1,8 bilhão em despesas de capital que havia projetado para 2013. Autoridades de Iowa vêm cortejando empresas de Internet para construírem centros de dados no Estado, atraindo-os com incentivos fiscais. O novo centro de dados será construído em um antigo terreno de campos de trigo e soja comprado pelo Facebook. O vice-presidente de engenharia do Facebook, Jay Parikh, disse que os usuários normalmente acessam o site durante todo o dia, enviando mensagens e fazendo upload de fotos. Para dar suporte a este uso contínuo, ao mesmo tempo em que mantém a capacidade de oferecer novos serviços, requer mais infraestrutura, afirmou Parikh à Reuters, na semana passada. A empresa planeja iniciar a construção em junho e espera que o centro de dados esteja funcionando até o final de 2014. A investida está em linha com o anúncio feito por Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, no início deste ano, quando apresentou um novo sistema de buscas que mostra resultados baseados em conteúdos que o usuário curtiu O Graph Search, “Busca Social” em português, o novo sistema do Facebook entra no ar primeiro para quem usa a rede social em inglês, independente do endereço IP ou da localização do usuário. Xerox iniciou reestruturação para se concentrar em serviços Xerox divulga resultado melhor que o esperado, mas ainda patina Empresa, que já dominou setor de impressoras e atravessa reestruturação, avisou que o resultado do segundo trimestre não atenderá as expectativas Reuters [email protected] A Xerox divulgou ontem lucro para o primeiro trimestre acima do esperado pelo mercado, mas afirmou que o resultado dos três meses seguintes não atenderá as expectativas em meio à reestruturação que promove para se tornar uma companhia mais ampla de tecnologia. O lucro ajustado foi equivalente a US$ 0,27 por ação, ante estimativa média de analistas de US$ 0,24. A receita caiu 3%, para US$ 5,4 bilhões, praticamente em linha com a previsão média do mercado. A Xerox informou que o lucro veio maior que o esperado por ganhos gerados pela redução de provisões para litígios. A empresa não deu mais detalhes. Para o segundo trimestre, a Xerox, que tem origem em copiadoras e impressoras mas agora se foca em serviços como operação de sistemas de pedágio e programas de saúde, estima lucro recorrente entre US$ 0,23 e US$ 0,25 por ação, abaixo da previsão de analistas de US$ 0,26. A companhia, que iniciou um programa de reestruturação no último trimestre de 2012 para se concentrar em serviços, planeja acelerar o plano e, por isso, incluiu encargos de reformulação de atividades na previsão de desempenho do segundo trimestre. Mercado de chips A Texas Instruments também teve no primeiro trimestre lucro e receita pouco acima das expectativas de Wall Street e projetou crescimento no atual trimestre, em meio à melhora na demanda por seus chips. A empresa, que vende chips usados em equipamentos como computadores pessoais e máquinas industriais, anunciou lucro líquido de US$ 362 milhões, ou US$ 0,32 por ação, ante US$ 265 milhões, ou US$ 0,22 por ação, no mesmo período no ano anterior. A receita da TI caiu para US$ 2,8 bi ante U$S 3,12 bi no mesmo período no ano anterior. Analistas esperavam em média receita de US$ 2,8 bi no primeiro trimestre. A companhia projetou receita de entre US$ 2,93 bi e US$ 3,17 bi no segundo trimestre. ■ Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 17 Divulgação LANÇAMENTO ASUS Fonepad chega ao mercado brasileiro Chegou ontem ao mercado brasileiro o ASUS Fonepad, o primeiro tablet e smartphone Android com tecnologia Intel Inside. O aparelho combina a versatilidade de um tablet de sete polegadas e os recursos completos de telefonia e conexão 3G+. “Nosso estilo de vida digital e altamente móvel, e esses recursos pedem por uma tela maior para serem plenamente aproveitados”, disse Marcel Campos, Country Product Manager, da ASUS no Brasil. ENTREVISTA MARCELO ZUCCAS Vice-presidente de B2B da Samsung Samsung entra na luta corporativa para liderar Executivo assume área recém-criada e diz considerar os negócios entre empresas como caça a elefantes, que exige atuação radicalmente diferente daqueles feitos para os consumidores, comparados a caça a patos Divulgação Marcelo Zuccas é um experiente e conhecido executivo do mercado de Tecnologia da Informação. Por 26 anos atuou na IBM em cargos de liderança, inclusive fora do País. Agora, assume na Samsung a missão de levar a empresa ao mercado corporativo de forma estruturada. Se por um lado a própria fabricante, ao longo dos anos, veio construindo uma imagem mais séria e de credibilidade, e hoje lidera o mercado de uso pessoal de smartphones, por outro, Zuccas tem nas mãos a difícil tarefa de se tornar líder no setor corporativo. Para a companhia sul-coreana nada menos que a liderança interessa. O executivo detalha na entrevista a seguir como será esta nova empreitada. Uma missão nada fácil para quem precisa alcançar uma meta bruta. “Temos de crescer nos primeiros anos dez vezes o que cresce o mercado”, conta. “ É agressivo.”, reconhece. Nesse caminho, Zuccas vislumbra entrar em muitos mercados, de muitas maneiras. E, para isso, busca aumentar a cobertura nos estados. “A expansão geográfica é um fato, porque é natural, representa um dos vetores de crescimento”, afirma. O segundo vetor de crescimento é sair dos grandes centros para ir para outros onde não haja presença. E a terceira vertical, na qual trabalha, é incrementar a linha de produtos. A Samsung planeja ir além de notebooks e PCs, tablets e smartphones. Está nos planos da fabricante sul-coreana vender ar-condicionado corporativo, por exemplo. Há ainda a área médica e novas oportunidades de serviços com a Samsung Serviços, que Zuccas deve começar a explorar. Confira. [email protected] de? A Samsung faz brilhantemente a caça a patos. Qual é o desafio da nova área corporativa da Samsung? Marcelo Zuccas — Vou dar uma explicação simples: o modelo de negócios para você tratar business de negócios (B2B) e business de consumo (B2C) são coisas totalmente diferentes. Falei isto na primeira reunião que tive internamente. Fazendo uma metáfora, os dois modelos representam uma caça. Quando se sai para o B2C está em uma caça a patos. Quando se sai para B2B a caça é a elefantes. Embora os dois representem uma caça, a forma de fazê-la é radicalmente diferente. Por exemplo, para caçar um pato é preciso uma arma a base de cartucheira, assim se mata 20 patos de uma só vez. Com alguma ajuda, conseguese recolher rapidamente o alvo. Já na caça ao elefante, é necessário provavelmente um rifle de titânio. E no momento em que se mata o elefante, começa o problema: é preciso cortar o animal, separar as partes, cuidar de como irá carregá-lo. Enten- Você esteve durante 26 anos em cargos de liderança na IBM. Qual é a experiência que espera trazer para a nova área corporativa da Samsung? Zuccas — Agora, a companhia está propondo um novo modelo de negócio que é diferente para eles. Então, posso ajudálos na caça ao elefante. Por dez anos na IBM eu fui responsável pela operação de grande porte (mainframe) para todas as Américas. Fiquei quatro anos na área de software. E software não se vende por si, se vende dentro de um conceito de solução. Nesta área, desenvolvi uma unidade de serviços só para vender software. Minha última responsabilidade foi assumir a vice-presidência para a área de canais na América Latina, na qual é fundamental ter um modelo de negócios com parceiros radicalmente diferente do que se tem com o varejo, como Magazine Luiza ou Casas Bahia. ITWeb Zuccas — Este ponto é excelente porque isto foi uma das coisas que mais me motivou a vir para a Samsung. Hoje o relacionamento e a experiência que se tem com equipamento enquanto consumidor influencia muito a vida profissional e corporativa, e o conjunto de tecnologias que a Samsung tem é um alavancador natural da marca em um ambiente corporativo. Então isto é maravilhoso. Eu comecei a usar o Galaxy e o notebook da empresa e adorei! Eu não usava isso antes de vir para cá. Hoje sou um defensor não só porque represento a marca, mas porque existem alternativas de tornar a vida muito melhor. Marcelo Zuccas: consumerização motivou ida para Samsung “ Oportunidades de mobilidade para o telefone são ilimitadas, principalmente na América Latina, onde o segmento teve, historicamente, pouco investimento Qual a dificuldade nesta caça? Zuccas — Não é melhor ou pior, é diferente. Você precisa de um programa de educação muito mais avançado, de programas de incentivos mais associados a conhecimento do que a desempenho de vendas. Não que esta última não seja importante, mas o conhecimento é mais relevante do que qualquer outra coisa, porque sem isso nem se chega no cliente e, caso consiga chegar, pode fazer a coisa mal feita. Então volto a dizer, tudo isso tem a ver com ca- çar elefantes, que é muito mais complexo. O relacionamento é uma coisa importante, eu tenho 26 anos de IBM e de relacionamento com vários canais e clientes e isso vai ajudar. Hoje, por conta da consumerização, a Samsung já está dentro das corporações com os usuários que levam dispositivos para dentro da companhia. Como você vai usar isto a favor da estratégia? “ A Samsung tem um conjunto de tecnologias capaz de influenciar. Hoje sou um defensor do Galaxy não só porque represento a marca, mas porque existem alternativas para tornar a vida melhor Perspectivas apontam que em 2015 o mercado de mobilidade, com foco em usuários, estará saturado, e o mercado voltará naturalmente ao corporativo, para continuar crescendo. Você concorda com isso? Se sim, como a empresa se prepara para esse momento? Zuccas — Eu não conheço a fonte dessa informação. Mas vejo muitas oportunidades, que se não é no telefone é em tablets. Nós temos uma solução para educação que é uma oportunidade incrível, especialmente na América Latina, onde este segmento teve, historicamente, poucos investimentos. Talvez a oportunidade do telefone como voz diminua, mas tem tanta aplicação fora disso que as oportunidades são ilimitadas! Além da educação que você acabou de citar, quais são as outras verticais que vocês pretendem atacar? Zuccas - Saúde é uma delas. Neste caso, a ideia é ter as enfermeiras conectadas aos médicos em qualquer lugar do planeta, para casos críticos que eles precisem de auxílio do segundo nível. O mercado financeiro também é bastante demandante, assim como varejo. Sem dúvida as pequenas e médias empresas serão demandantes de mobilidade. ■ 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 FINANÇAS Editora: Léa De Luca [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Dívida das companhias abertas cresce 17% em 2012 A “alavancagem” das 120 companhias analisadas chegou a 1,30, e o setor que mais se destacou foi o de fertilizantes Natália Flach [email protected] As empresas brasileiras de capital aberto aumentaram o endividamento em quase 17% no ano passado. Aliado à queda de 43,31% no lucro, esse aumento líquido fez com que a relação entre dívida bruta e patrimônio — ou alavancagem — crescesse em 2012 ante 2011. Segundo estudo feito pela Técnica Equity Research, a pedido do Brasil Econômico, a alavancagem das 120 companhias analisadas chegou a 1,30, e o setor que mais se destacou foi o de fertilizantes com 2,61. Neste caso, a companhia estudada foi a Fertilizantes Heringer que, no ano passado, teve prejuízo de R$ 2,5 milhões e viu a sua dívida bruta subir 22,68%, enquanto a receita cresceu apenas 12,9%. Em 2011, no entanto, a empresa apresentou lucro líquido de R$ 63,9 milhões. Mesmo assim, o analista Henrique Koch do BB Investimentos classifica a companhia como acima da média de mercado (outperform) e vê potencial de valorização das ações até R$ 16,50. “Não é um setor com margens elevadas e a alavancagem alta não é algo característico”, diz Renato Campos, analista da Técnica Research Equity. Quando analisado apenas o endividamento bruto (que leva em consideração as dívidas onerosas, ou seja, linhas de financiamento, debêntures e notas promissorias), a campeã foi a Cielo com alta de 1.301,5%, em relação a 2011. A explicação é a estreia da companhia no mercado de dívida internacional: em novembro, ela captou US$ 875 milhões. “O percentual chama atenção, mas não é nada preocupante, porque a Cielo não tinha dívida em 2011”, explica Cam- pos. Tanto é que a alavancagem da companhia é de apenas 0,92. Outras que aparecem nas primeiras posições do ranking de aumento de dívida é a Brazil Pharma, rede de farmácias do grupo BTG Pactual, e a Oi. A mineira Arezzo também se destaca nesse quesito. “O crescimento não foi por meio de aquisições e, sim, orgânico. Portanto, a empresa está captalizada e o endividamento é baixo — apesar do salto percentual — e, por isso, tem espaço para aumentar alavancagem.” A dívida bruta é de R$ 90 milhões, enquanto o pa- Logística e concessão rodoviári são setores naturalmente mais alavancados que outros, pelo uso extensivo de capital trimônio liquido chega a R$ 453 milhões. “A dívida é menor que Ebitda, de R$ 135 milhões.” O especialista lembra ainda que alguns setores são naturalmente mais alavancados que outros, por utilizarem capital mais extensivamente, como de logística e de concessão rodoviária. No entanto, 25 companhias percorreram o caminho inverso e reduziram o endividamento. É o caso da Queiroz Galvão que, em 2012, viu a sua dívida bruta retrair em 100%. “O plano de investimento dos anos anteriores foi bastante agressivo. Mais parece ser uma variação de curto prazo, até porque agora tem muito espaço para aumentar o endividamento.” O lucro das companhias, como um todo, caiu 43%, ao mesmo tempo em que a receita líquida subiu 13,16% Endividamento da Cielo saltou 1.301%, em 2012 Outra que seguiu o mesmo caminho foi a Mahle Metal Leve que foi beneficiada pela desoneração na folha de pagamento concedida pelo governo aos fabricantes de autopeças. “O que chama atenção é que o lucro das companhias, como um todo, caiu 43%, ao mesmo tempo em que a receita líquida subiu 13,16%. Isso mostra que o que houve foi um aumento dos custos com mão de obra e insu- mos, que prejudicou os resultados”, explica Campos. Essa combinação de fatores evitou que novas linhas de financiamento fossem tomadas, apesar da queda da taxa básica de juros ao longo de 2012. “O endividamento não é sinônimo de algo negativo. Ao contrário, pode ser usado para fazer um investimento na produção, por exemplo. O mesmo acontece com a alavancagem”, destaca o analista. Segundo ele, a incerteza quanto ao crescimento do país — que, no fim, foi de apenas 0,9% —, aliada ao aumento da inflação e maior restrição de financiamento por parte dos bancos fizeram com que a linha do balanço referente ao resultado financeiro ficasse aquém do que poderia. ■ Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 19 Nome fotógrafo CRÉDITO BofA quer expandir carteira no país O Bank of America, líder em emissões de ações na América Latina no ano passado, planeja fazer mais contratações e aumentar em 40% sua carteira de crédito no Brasil depois de ter triplicado o volume nos últimos três anos para US$ 10 bilhões. A ideia é ampliar os clientes das áreas corporate e de banco de investimento de 100 empresas para 150 e continuar a crescer o número de funcionários nos próximos dois anos, diz Alexandre Bettamio, presidente do banco no Brasil. Bloomberg Henrique Manreza Crescimento do faturamento dos cartões desacelera BC aprova associação ‘Itaú BMG Consignado’ menos de 20% anos atrás. No mercado norte-americano, segundo a Abecs, esse percentual está ao redor de 45%. “Vamos seguir tendo crescimento expressivo nos próximos dez anos”, disse Noronha a jorRedação nalistas. “Mas vai mudar a [email protected] cidade do crescimento”.Nos úlNa esteira da fraca atividade ecotimos anos, o mercado de carnômica do país, o setor de tões no Brasil vinha se expandinmeios de pagamento eletrônido mais de 20% ao ano. A expeccos de cartões de crédito e débitativa da Abecs era de crescito está entrando numa fase de mento de 20% no ano passado. crescimento menos acentuado. Para o relatório de 2012, a enSegundo dados da Abecs, entidade eliminou os números dos tidade que representa o setor, o cartões private label, aqueles volume financeiro emitidos por varefaturado por meio jistas, e passou a Nos últimos dos cartões de crédiconsiderar apenas anos, o to e de débito em as transações feitas 2012 foi de R$ 724,3 mercado vinha por esses cartões fobilhões, uma expan- se expandindo ra da loja emissosão de 17,9% sobre ra.“As transações mais de 2011. Para este ano, feitas com cartões 20% ao ano mesmo apoiada na de crédito e de débiestimativa de que o to têm dados mais PIB brasileiro crescerá ao redor precisos”, disse Noronha. de 3% — ante crescimento de 0,9% no ano passado —, a Gastos no exterior Os gastos de brasileiros no exteAbecs estima que o setor desacerior pagos com cartões crescelere o avanço para 16,9%. ram 13,4% em 2012, para o equiSegundo o diretor-presidenvalente a R$ 24 bilhões. Já os te da Abecs, Marcelo Noronha, gastos de estrangeiros no país a tendência de maior uso dos avançaram 17,2%, para R$ 9,7 cartões, substituindo outros bilhões. meios como dinheiro e cheA participação do faturamenques, tende a continuar nos próto dos cartões de crédito e de déximos anos, fazendo o país se bito no consumo das famílias aproximar do padrão de mercano Brasil chegou a 26,4% em dos como os EUA. 2012. O valor transacionado apeEm 2012, os pagamentos com nas com os cartões de crédito cartões representaram 26,4% chegou a R$ 479,5 bilhões, cresdo consumo das famílias, ante Decisão foi publicada ontem no Diário Oficial da União; negócio já funcionava desde dezembro Depois de aumentar 17,9% sobre 2011, para R$ 724,3 bilhões, estimativa para este ano é de uma alta um ponto percentual menor, diz Abecs Noronha, da Abecs: crescimento expressivo, velocidade menor cimento de 16,6% em relação ao ano anterior. Os cartões de débito registraram R$ 244,8 bilhões, o que representa incremento de 20,6% na relação anual. “O atual índice de participação dos cartões no consumo das famílias evidencia a relevância dos meios eletrônicos de pagamento para a economia do País. No entanto, basta uma comparação com mercados mais maduros, em que o índice chega a ser o dobro, para notar que os cartões ainda têm muito espaço pa- ra crescer no Brasil”, disse Noronha. Entre as regiões, o CentroOeste se destacou no uso de cartões de crédito no ano passado, com faturamento de R$ 32 bilhões e crescimento de 20,5% em relação ao ano precedente. Em seguida, aparece o Sul, com crescimento de 18,4%. No caso dos cartões de débito, o Sul obteve leve vantagem em relação às demais regiões, com alta de 23%. ■ Com Reuters e ABr O Banco Central BC aprovou a associação entre Itaú e BMG no crédito consignado, bem como a alteração do nome Itaú Consignado para Banco BMG Itaú Consignado. As duas decisões foram publciadas no Diário Oficial da União ontem. O BC considera “que a operação não gera efeitos adversos à concorrência no mercado avaliado e que apresenta viés próconcorrencial”, segundo comunicado. As instituições anunciaram a criação do Banco Itaú BMG Consignado em 10 de julho último., com capital inicial de R$ 1 bilhão. O objetivo é oferecer, distribuir e comercializar créditos consignados. O Itaú deterá 70% no capital social total e votante, e BMG os 30% remanescentes Associação já havia sido aprovada pelo Cade sem restrições em outubro. O novo banco criado está operando desde o dia 17 de dezmebro do ano passado. O anúncio da associação foi realizado em julho deste ano. O Banco Itaú BMG Consignado inicia as atividades com mais de 1,6 mil correspondentes e 30 mil agentes ba. A associação também garantirá ao BMG recursos financeiros, através de uma linha de crédito rotativa de R$ 3,5 bilhões por de cinco anos para as operações de crédito consignado. ■ Bradesco aposta em forte avanço no setor de previdência nos próximos anos Divulgação Após apresentar alta de 13,8% no primeiro trimestre, segmento é um dos mais promissores Rossi, da Bradesco Seguros: “Ainda há muito espaço para crescer” Após apresentar alta de 13,8% no primeiro trimestre, o segmento de vida e previdência é uma das grandes apostas da Bradesco Seguros. “A penetração deste setor ainda é baixa, mas os números são constantes e ainda existe muito espaço para crescimento, tanto no nosso grupo quanto nos concorrentes”, diz Marco Antonio Rossi, presidente da seguradora. Segundo o executivo, a maioria das pessoas adquirem os produtos em bancos onde tem conta corrente. De acordo com Maísa Serra, especialista em vida e previdência da Vida Livre Seguros, o segmento vem crescendo de 30% a 40% nos últimos anos. “Este crescimento acelerado já está atrasado. Agora, as pessoas estão percebendo que a previdência não é apenas para garantir sua aposentadoria, mas também em caso de morte ou doença grave”, diz a especialista. Atualmente, no segmento vida, com penetração de 22%, a estratégia é focar em produtos massificados e em previdência, a penetração é baixa (6%), mas com taxa constante de crescimento. Contrariando o mercado de cinco a dez anos atrás, os principais clientes hoje são jovens acima de 30 anos e que ga- nham mais de R$ 3 mil.Maisa diz que o valor ideal para se investir em previdência privada vai de 7% a 10% da renda. “Temos visto uma procura forte pela aquisição dos produtos”, afimr Rossi, para quem o setor de saúde é muito promissor, principalmente nas empresas das pequenas e médias cidades. "Hoje, das 100 maiores empresas, 47 trabalham com Bradesco saúde”, diz. Em relação ao seguro de vida, a especialista destaca que ainda são mal vistos. “Este segmento ainda vai demorar um pouco para deslanchar, pois as pessoa ainda contratam só por impulso”, diz Maísa. ■ Niviane Magalhães 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Divulgação FINANÇAS CRÉDITO Febraban espera alta de 1,8% em março O estoque total de crédito deve apresentar em março expansão de 1,8%, na comparação com fevereiro, a R$ 2,4 trilhões, ou 53,9% do PIB, segundo a Febraban. Nas operações com recursos livres, a Febraban espera expansão de 1,6%, com aceleração em relação ao "desempenho mais fraco de fevereiro, quando o efeito calendário e sazonal atuou mais fortemente em termos negativos". O Banco Central divulga sexta-feira (26) as informações sobre crédito do Sistema Financeiro. MOEDAS PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO AVISO DE LICITAÇÃO TRT 19ª Região – PREGÃO ELETRÔNICO Nº. 14/2013 P.A. 26.518/2013 – ID 479428 Objeto: Contratação de serviços de sondagem geotécnica, levantamentl plani-altimétrico e cadastral no terreno da nova sede da vara trabalhista de Coruripe. Data da Sessão: 09.05.2013, às 09h00. Local, Informações/cópias do Edital: Av. da Paz, 2076, sl. 603, Centro, Maceió-AL – Tel.: (82) 2121-8182. Das 08h às 14h ou sites www.trt19.jus.br, www.licitacoes-e.com.br. Luís Henrique Alves Salvador Pregoeiro Rumores levam dólar a R$ 2,02 Falsa notícia de que Barack Obama foi ferido a bomba fez moeda subir 0,19% Lucas Bombana [email protected] Bandeirante Energia S.A. Companhia Aberta CNPJ/MF nº 02.302.100/0001-06 - NIRE 35.300.153.235 Ata da 160ª Reunião do Conselho de Administração 1. Data, Hora e Local: Realizada no dia 19 de fevereiro de 2013, às 17:00 horas, na sede social da Bandeirante Energia S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530 - 14º andar, Bairro Itaim Bibi, Cidade de São Paulo/SP. 2. Presença: A reunião do Conselho de Administração foi instalada com a presença da Presidente do Conselho de Administração Sra. Ana Maria Machado Fernandes, do Vice-Presidente do Conselho de Administração Sr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, e dos Conselheiros Srs. Miguel Dias Amaro; Luiz Otavio Assis Henriques e Leandro da Silva Netto, todos por teleconferência. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos a Sra. Ana Maria Machado Fernandes, que escolheu a Sra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti para secretariá-la. 4. Ordem do Dia: A Sra. Presidente informou que a presente reunião tinha por finalidade deliberar sobre o Estudo Técnico de Viabilidade, para a manutenção dos montantes registrados contabilmente a título de créditos fiscais diferidos na data base de 31.12.2012. 5. Deliberações: Após discussão e prestados os devidos esclarecimentos, os membros do Conselho de Administração aprovaram, por unanimidade, o Estudo Técnico de Viabilidade, nos termos do inciso II do artigo 2º da Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002, que rubricado pela Secretária da Mesa fica arquivado na sede social da Companhia, o qual fundamenta a manutenção dos montantes registrados contabilmente a título de créditos fiscais diferidos na data base de 31.12.2012. 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação, foi encerrada a presente reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Conselheiros presentes. Presidente da mesa: Sra. Ana Maria Machado Fernandes. Secretária da mesa: Dra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Conselheiros: Ana Maria Machado Fernandes, Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas, Miguel Dias Amaro, Luiz Otavio Assis Henriques e Leandro da Silva Neto. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do original. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Secretária da Mesa. Registrada na JUCESP sob o nº 134.547/13-5 em sessão de 12/04/2013. Gisela Simiema Ceschin Secretária Geral. O dólar no câmbio doméstico oscilou perto da estabilidade na maior parte do pregão de ontem, mas subiu com um pouco mais de intensidade, ainda que nada excepcional, após rumores de que uma bomba teria ferido o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o que não foi confirmado. A moeda avançou 0,19% a R$ 2,024. O movimento esteve em linha com o desempenho do euro. A moeda do velho continente caiu 0,46%, a US$ 1,30. Na véspera, o dólar subiu 0,34% ante o real em desalinho aos pares, essencialmente por conta da balança comercial decepcionante, e avançou 2,28% na semana passada, o que aproximou a cotação da divisa do patamar no qual o Banco Central (BC) realizou suas últimas intervenções para impedir prosseguimento nos ganhos, elevando ainda mais a inflação. No âmbito doméstico, outro ponto que favoreceu a apreciação foi mais uma desoneração anunciada pelo governo, dessa vez no setor sucroalcooleiro. Embora os papéis do segmento tenham respondido de imediato - as ações ordinárias da São Martinho subiam 4,78%, e as da Cosan, 2,91% - os investidores, principalmente estrangeiros, não veem com bons olhos mudanças de regras no meio do jogo. “Os investidores estão saindo do país porque não aguentam mais interferências do governo”, pontua Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. “O dinheiro que chega aqui já passou pela Austrália, México, África do Sul, até Bolívia”, diz. Juros No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, o tímido fechamento da curva do início da sessão seguiu até o fechamento do pregão. Mais negociado, com giro de R$ 69,167 bilhões, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2014 caiu de 7,82% para 7,81%, enquanto o para janeiro de 2015 cedeu de 8,27% para 8,26%, com volume de R$ 25,802 bilhões. Desde a reunião do Copom, quarta passada, quando o colegiado optou por elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, contra a aposta dos agentes em 0,50 ponto, que o mercado tem ajustado a curva para baixo, com a expectativa das elevações seguintes em menor magnitude, e um ciclo total menor do que o previsto anteriormente. ■ EDP - Energias do Brasil S.A. Companhia aberta CNPJ/MF nº 03.983.431/0001-03 - NIRE 35.300.179.731 Extrato da Ata da 178ª Reunião do Conselho de Administração 1. Data, Hora e Local: Realizada às 14:30 horas, do dia 04 de março de 2013, na sede social da EDP Energias do Brasil S.A. (“Companhia”), na Rua Bandeira Paulista, 530, 14º andar, Itaim Bibi, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP 04532-001. 2. Presença: A reunião foi instalada com a presença do Presidente do Conselho de Administração Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia, por videoconferência, da Vice-Presidente do Conselho de Administração Dra. Ana Maria Machado Fernandes; e dos Drs. Nuno Maria Pestana de Almeida Alves, Jorge Manuel Pragana da Cruz Morais, ambos por videoconferência, Modesto Souza Barros Carvalhosa, Francisco Carlos Coutinho Pitella, e Paulo Cesar Hartung Gomes. Ausente justificadamente o Dr. Pedro Sampaio Malan. Como convidados os Drs. Luiz Otavio Assis Henriques, Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas e Miguel Dias Amaro. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia, que escolheu a Dra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti para secretariá-lo. 4. Deliberação: Dentre outros assuntos de interesse social, os membros do Conselho de Administração, por unanimidade, deliberaram o quanto segue: 4.1 Aprovaram o relatório e as contas da Diretoria da Companhia, assim como suas demonstrações financeiras referentes ao exercício social findo em 31.12.2012, considerando que retratam fielmente a situação econômicofinanceira da Companhia, bem como o parecer dos auditores externos independentes, exceto quanto à ressalva constante do referido parecer. 4.1.2 Aprovaram a destinação do lucro líquido do exercício findo em 31.12.2012, no valor de R$341.644.899,63 (trezentos e quarenta e um milhões, seiscentos e quarenta e quatro mil, oitocentos e noventa e nove reais e sessenta e três centavos), a ser distribuído da seguinte forma: (a) Constituição de Reserva Legal equivalente a 5% do lucro líquido do exercício, nos termos do Artigo 193 da Lei das Sociedades Anônimas e alterações posteriores, no valor de R$17.082.244,98 (dezessete milhões, oitenta e dois mil, duzentos e quarenta e quatro reais e noventa e oito centavos); (b) Distribuição de Dividendos, no valor total de R$324.562.654,65, equivalentes a 100% do lucro líquido, sendo: (i) R$130.422.000,00, equivalente a R$0,27424069 para cada ação ordinária, como juros sobre o capital próprio, imputáveis aos dividendos, objeto de deliberação e aprovação na 175ª Reunião do Conselho de Administração realizada em 26 de dezembro de 2012, “ad referendum” da Assembléia Geral Ordinária, a serem pagos sem ajuste aos acionistas titulares de ações ordinárias da Companhia na data-base de 26 de dezembro de 2012; e (ii) R$194.140.654,65 (cento e noventa e quatro milhões, cento e quarenta mil, seiscentos e cinquenta e quatro reais e sessenta e cinco centavos), equivalente a R$0,40822306 para cada ação ordinária, como dividendos a serem pagos sem ajuste aos acionistas titulares de ações ordinárias da Companhia na data-base da Assembleia Geral Ordinária, prevista para ocorrer em 10 de abril de 2013; e (c) Adicionalmente, distribuição de parcela de lucros retidos, a débito da conta de Reserva de Retenção de Lucros da Companhia, no valor de R$45.686.554,35, equivalente a R$0,09606594 para cada ação ordinária, uma vez que a mencionada parcela cumpriu o objetivo para o qual foi constituída, não mais se justificando a manutenção da retenção desse montante. 4.1.3 Os dividendos, objeto dos itens “b” e “c”, supra, serão pagos aos acionistas em até 60 (sessenta) dias a contar da data da realização da Assembleia Geral Ordinária da Companhia. 4.1.4 Na sequencia, foi proposta a recomendação de aprovação pelos Srs. Acionistas da Companhia da presente matéria. 4.2 Dando prosseguimento, elegeram para o mandato em curso, ou seja, até 1º de janeiro de 2014, o Dr. Carlos Emanuel Baptista Andrade, brasileiro, casado, economista, portador da cédula de identidade RG nº 1.699.133 SSP/PE, inscrito no CPF/MF sob nº 364.349.064-04, residente e domiciliado na capital do Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Bandeira Paulista, nº 530, 14º andar, Bairro Itaim Bibi, CEP 04532-001 para o cargo vago de “Diretor Vice-Presidente de Comercialização” da Companhia, 4.2.1 O Diretor ora eleito, neste ato e/ou por declaração própria, tomou ciência de sua eleição e a aceitou, declarando não estar incurso em nenhum crime que o impeça de exercer atividades mercantis. 4.2.2 Tendo em vista a deliberação acima, a Diretoria da Companhia passa a ter a seguinte composição a partir da presente data, mantendo-se inalterado o seu mandato, ou seja, até 1º de janeiro de 2014: (a) Diretora Presidente: Dra. Ana Maria Machado Fernandes; (b) Diretor Vice-Presidente de Finanças e Relação com Investidores: Dr. Miguel Dias Amaro; (c) Diretor Vice-Presidente de Controle de Gestão: Dr. Miguel Dias Amaro; (d) Diretor Vice-Presidente de Geração: Dr. Luiz Otavio Assis Henriques; (e) Diretor Vice-Presidente de Distribuição: Dr. Miguel Nuno Simões Nunes Ferreira Setas; (f) Diretor Vice-Presidente de Comercialização: Dr. Carlos Emanuel Baptista Andrade. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer outra manifestação, foi encerrada a presente reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Conselheiros presentes. Os votos proferidos pelos Conselheiros nos termos do Parágrafo Primeiro do Artigo 21 do Estatuto Social da Companhia serão juntados ao livro próprio logo após a transcrição da presente ata. Presidente da Mesa: Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia. Secretária da Mesa: Dra. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Conselheiros: Dr. António Luis Guerra Nunes Mexia, Dra. Ana Maria Machado Fernandes, Drs. Nuno Maria Pestana de Almeida Alves, Jorge Manuel Pragana da Cruz Morais, Modesto Souza Barros Carvalhosa, Francisco Carlos Coutinho Pitella, Paulo Cesar Hartung Gomes e Dr. Pedro Sampaio Malan. Declaro que a presente é cópia fiel extraída do original. Andréa Mazzaro Carlos De Vincenti. Secretária da Mesa. Registrada na JUCESP sob o nº 90.750/13-5 em sessão de 09/04/2013. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral. BOLSAS Ibovespa tem quarta alta consecutiva Estimulado pelas blue chips Vale e Petro, índice avançou 1,08% aos 54.884 pontos Marcelo Monteiro [email protected] Os indicadores negativos da China e da Europa não foram suficientes para mudar tendência do índice doméstico e mudar o bom humor generalizado entre os investidores dos mercados mundiais. Por aqui, o desempenho das ações da Petrobras e da Vale foi o combustível para o Ibovespa cravar a sua quarta alta consecutiva. A bolsa brasileira subiu 1,08%, aos 54.884 pontos. O volume financeiro negociado chegou a R$ 10,1 bilhões. Mesmo tendo iniciado o dia com ligeiro pessimismo, as bolsas souberam resistir às pressões negativas. Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora, o cenário corporativo foi o principal ingrediente para que o movimento comprador prevalecesse de maneira generalizada. Por aqui, além da expectativa positiva em relação ao resultado trimestral da Petrobras, a va- lorização dos papéis da estatal reflete um movimento de correção em função das perdas registradas ao longo deste ano. “Já amassaram demais os papéis da Petrobras. Chegou o momento de este movimento ser compensado”, avalia Monteiro, vislumbrando tendência positiva para os ativos nos pregões posteriores. Neste contexto, a PETR3 e a PETR4 valorizaram 2,56% e 2,18%, respectivamente. O especialista indica que a decisão do governo em lançar pacote de estímulos aos produtores de álcool combustível não influenciaram no movimento dos papéis da petrolífera. Empresas do setor sucroalcooleiro, porém, foram beneficiadas. A ação da Cosan (CSAN3) fechou com alta de 3,20%, a R$ 46,07. Mesmo com números desfa- Em Wall Street, a tendência positiva foi determinada pelos balanços corporativos. O Dow Jones subiu 1,05% voráveis da atividade industrial chinesa, o índice de metais conseguiu reduzir perdas no período vespertino, o que permitiu que a Vale encerrasse em terreno positivo e colaborasse para a alta do Ibovespa. A VALE3 e a VALE5 subiram 2,58% e 2,21%, nesta ordem. Mercado externo No Velho Continente, o bom humor também prevaleceu. Por lá, os agentes desconsideraram os índices que sinalizaram pessimismo para o setor privado na Zona do Euro e na Alemanha. Monteiro explica que o otimismo generalizado foi sustentado pelos rumores de que o Banco Central Europeu (BCE) reduziria a taxa básica de juros, visando estabelecer uma recuperação mais rápida das economias da região. O CAC 40, de Paris, subiu 3,58%, o DAX, da Alemanha, avançou 2,41% e o FTSE 100, de Londres, ganhou 2%. Em Wall Street, a tendência positiva foi determinada pelos balanços corporativos. Desta maneira, o Dow Jones subiu 1,05%, o S&P avançou 1,04% e o Nasdaq expandiu 1,11%. ■ Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 21 Divulgação OPA EDUARDO VELHO Operação da Amil movimenta R$ 2,878 bi Estrategista da INVX Global Capital A oferta pública de aquisição (OPA) de ações da Amil realizada ontem para o fechamento de capital da empresa de saúde brasileira movimentou R$ 2,878 bilhões, envolvendo 90,5 milhões de ações, segundo informações da Bovespa, ante um total de 93,5 milhões de ações que eram objeto da oferta. A oferta foi lançada pela norte-americana UnitedHealth, que anunciou a compra do controle da Amil em outubro do ano passado. Coinvalores inicia cobertura das ações da Locamerica A corretora começa cobrir ações com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 17,40 Exatamente um ano após sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) a Coinvalores inicia a cobertura das ações da Locamerica, cuja atividade principal é a terceirização de frotas corporativas. Segundo os dados mais recentes, a Locamerica ocupa a segunda posição em número de veículos no segmento de terceirização de frotas, no qual detém, aproximadamente, 11% de participação no mercado. “Estamos diante de uma companhia com um modelo de negócios simples, porém que tem mostrado, através de seus resultados, ser muito eficaz e cada vez mais rentável”, afirma Sandra Peres, analista da Coinvalores, em relatório. A corretora iniciou a cobertura das ações da empresa com recomendação de compra e preçoalvo de R$ 17,40, com potencial de valorização de 60,6%. Segundo relatório da corretora, as operações dos segmentos de terceirização de frotas e de venda no atacado a revendedores já conquistaram relevante market share e possuem boas perspectivas de crescimento já no curto prazo, visto que o pla- no de inauguração em 2013 dá conta da abertura de 4 lojas de seminovos. “Consideramos que o segmento de serviço permanecerá resiliente a qualquer agravamento da crise econômica atual, diferentemente do setor industrial e do consumo doméstico, o que reforça as nossas expectativas com o crescimento da companhia”. Quanto ao pouco tempo de negociação na Bolsa, Sandra diz que isso é positivo. “Acreditamos que a Locamerica ainda é vista como novata em bolsa e, por isso, possui grande potencial de retorno àqueles que se interessam por bons cases de small caps.”■ VALE Menos volume e mais preço nos resultados do primeiro trimestre, estima Planner A Vale deve divulgar seus resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano hoje, após fechamento do pregão. Para Luiz Fernando Caetano, analista da Planner Corretora, em relatório, o resultado deve ser influenciado positivamente pelo forte aumento dos preços do minério de ferro no período (23% comparado ao quarto trimestre de 2012), mas o Relatório de Produção sinalizou que as vendas não devem apresentar crescimento. “Além disso, a empresa não deve contabilizar ajustes e pagamentos extraordinários de impostos, como ocorreu no trimestre passado”, afirma Caetano, no documento. A corretora estima Ebitda de R$ 4,5 bilhões (queda de 9% ante o primeiro trimestre do ano passado) e lucro líquido de R$2,6 bilhões no mesmo período, uma queda de 32%. “Mais importante que vendas e preços neste trimestre será a ausência de perdas, ajustes de ativos e pagamentos extraordinários de impostos, que reduziram o resultado do quarto trimestre de 2012 em US$ 4,5 bilhões. Além destes custos, no trimestre passado a Vale contabilizou perdas extraordinárias por despesas pré-operacionais, de capacidade ociosa e de início de operação que somaram US$585 milhões”, afirma o especialista. A corretora mantém recomendação de compra para as ações da empresa a preço justo de R$ 45,00; Ontem, os papéis ordinários da mineradora encerraram o dia com alta de 2,58% a R$ 33,40 e os preferenciais também subiram 2,21% negociados a R$ 31,87. ■ FUNDOS DE INVESTIMENTO Captação fica em R$ 69,6 bi em março; renda fixa lidera Os fundos de investimento captaram em março R$ 69,6 bilçhões, segundo dados da Anbima divulgados ontem. Os de renda fixa, a catgegoria com maior patrimônio (R$ 741,7 bilhões) liderou o fluxo, com entrada líquida de r$ 28 bilhões no mês passado. Somente as entidades de previdência complementar de empresas públicas aplicaram R$ 18 bilhões nessas carteiras em março. Em seguida aparecem os fundos de curto prazo, que captaram R$ 19,8 bilhões, dos quais R$ 17,4 bilhões vindos de entida- des do poder público. Os investidores de private banking _ aqueles com mais de R$ 1 milhão para aplicar _ continuaram preferindo os fundos multimercados. A captação da categoria foi de R$ 4,8 bilhões em março, dos quais R$ 4,3 bilhões vieram desses investidores, que detém 46% do patrimônio total dessas carteiras no país (R$ 354,8 bilhões). Os fundos DI, por sua vez, assistiram a um resgate líquido de R$ 2,8 bilhões. A maior parte dos saques veio do segmento corporate (R$ 6,6 bilhões). ■ EVENTO GRATUITO Apogeu Investimentos faz palestra sobre crise amanhã Para investidores interessados em saber um pouco mais acerca da crise europeia e investir de maneira consciente é fundamental entender a conjuntura econômica. Foi pensando nesta necessidade que a Apogeo Investimentos, empresa do grupo Vinci Partners, desenvolveu a palestra “Formação da Europa. Do Império Romano até a Crise Atual”. Gratuito, o evento será realizado amanhã, às 19h30, na sede da Apogeo. Durante a palestra, que será ministrada por Paulo Bitten- court, diretor da Apogeo, os participantes terão a oportunidade de descobrir quais foram os impactos da formação da Europa ao longo do tempo e conhecer melhor a relação histórica das crises econômicas com o crescimento da região, o que os ajudará a entender como a crise atual pode afetar seus investimentos. A palestra vai até às 20h30 na sede da corretora que fica na Rua dos Pinheiros, 498, Conjunto 81– Pinheiros – São Paulo. Mais informações: www.apogeo.com.br ■ Estímulo às debêntures de infraestrutura O Brasil investe pouco em infraestrutura, com investimento anual em torno de 2% a 2,5% do PIB , o que na média em outras economias emergentes atinge mínimo de 5% do PIB. Entretanto, a despeito do início do novo ciclo de elevação da taxa básica de juros, o contexto da taxa real de juros é significativamente reduzida em termos históricos, considerando também que a taxa nominal da Selic deverá fechar 2013 abaixo de 9% ao ano. Nesse contexto, os investidores buscam oportunidades para sair dos títulos públicos e migrar para ativos como, por exemplo, de crédito privado. O aumento dos investimentos em infraestrutura está sendo comemorada para esse ano e os próximos, mas existe o reconhecimento que os desembolsos do BNDES não deverão suprir toda essa oferta necessária para elevarmos nosso crescimento potencial. Esse cenário favorece a colocação de debêntures de infraestrutura, incentivadas com isenções fiscais pelo governo federal por meio da Lei 12.431., sobretudo os investidores domésticos sob a ótica das pessoas físicas, que são os principais beneficiados pelos incentivos fiscais. De fato, a lei concede a isenção plena de imposto sobre os rendimentos das debêntures a pessoas físicas brasileiras e a estrangeiros; e uma alíquota reduzida, de 15%, para os investidores pessoas jurídicas, inclusive bancos e seguradoras. Os estrangeiros já não pagam Imposto de Renda (IR) quando aplicam em títulos públicos, cujos ativos possuem um risco menor e taxas nominais ainda atrativas em relação ao resto do mundo. Os investidores institucionais, apesar do direito à alíquota reduzida, tendem a se interessar menos ainda, pois as seguradoras e fundos de pensão, por serem aplicadores de longo prazo, não pagam imposto de renda na fonte em seus investimentos. Os fundos Hoje, os tradicionais, por sua vez, taminvestidores de bém estão isentos da alíquota. varejo são os mais Na criação desses fundos de debêntures, que garantem aos cotispropensos às tas pessoas físicas e estrangeiros compras de as mesmas isenções fiscais aplicádebêntures de veis ao investimento direto, existem algumas questões relevantes infraestrutura sob a ótica das exigências: nos dois primeiros anos de funcionamento, esse fundo deve alocar pelo menos 67% do seu patrimônio nas debêntures incentivadas, pois após esse período, é obrigatório atingir 85%. O desafio seria conciliar essas exigências com os limites de concentração impostos pela Instrução 409 da CVM. De acordo com essa Instrução, o fundo deve ter, sem comprometer a sua classe, no máximo, 10% de seu patrimônio líquido investido em um único emissor, caso ele seja uma companhia aberta. Considerando a aplicação mínima de 67% dos recursos, isso significaria que a carteira precisaria possuir, pelo menos, sete debêntures de emissões distintas. As normas para as ofertas públicas também limitam o acesso a esse público. A distribuição ampla de qualquer tipo de debênture só é permitida por meio da Instrução 400. A norma requer do emissor o registro de companhia aberta na CVM, mas, em contrapartida, confere a ele a possibilidade de alcançar um número ilimitado de investidores. Companhias fechadas estão aptas a emitir debêntures somente por meio da Instrução 476, que restringe a oferta a 50 investidores qualificados — por exemplo, a pessoa física atestada de investidor qualificado e possuidora de investimentos financeiros em valor superior a R$ 300 mil. Temos que ressaltar que existem um amplo número de empresas brasileiras com potencial para lançar debêntures de infraestrutura para pessoas físicas, porém, uma parcela expressiva de capital fechado. Hoje, os investidores de varejo são os mais propensos às compras de debêntures de infraestrutura, mas ao longo do tempo, observamos boas oportunidades para os estrangeiros também, na medida que amplia o volume e a liquidez do mercado de debêntures. Em suma, diante da reduzida quantidade de debêntures incentivadas no mercado, seria importante permitir que o fundo de investimento de debêntures nascesse com um ou no máximo três ativos, podendo se enquadrar em um prazo mais dilatado, de dois a três anos. Nesse sentido, as regras de composição desse fundo poderiam ser ajustadas de forma a aumentar o acesso das pessoas físicas e portanto estimular a formação de poupança privada nacional. ■ 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 ESTILO DE VIDA 3 dias É o tempo que Nelson Grijó, sócio da gestora de recursos Queluz, costuma ficar em São Paulo. Ele mora no Rio mas tem um apartamento na cidade. Para ir e voltar, prefere o voo das 8h. TRABALHAR Na ponte aérea, executivo aprende a driblar imprevisto Atrasos, problemas técnicos, trânsito, obras nos aeroportos e greves de funcionários são problemas usuais Rafael Neddermeyer Vanessa Correia [email protected] “Atenção senhores passageiros com destino a São Paulo. Embarque imediato”. Diariamente, os autofalantes dos aeroportos brasileiros anunciam inúmeras partidas aos mais variados destinos. E quem mais conhece essa rotina são executivos que viajam frequentemente a São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras capitais para fechar negócios, participar de reuniões ou mesmo administrar suas empresas. Nesse vai e vem, muitos profissionais aprenderam a lidar com o trânsito dos grandes centros, atraso dos voos e imprevistos corriqueiros de quem vive na ponte aérea. Para tentar evitá-los, a preferência dos executivos é por voos matutinos, cujas aeronaves ficam estacionadas nos pátios dos aeroportos desde a noite anterior. Nelson Grijó, sócio da gestora de recursos Queluz, por exemplo, prefere o voo das 8h. “Moro no Rio de Janeiro e venho a São Paulo toda terça-feira. Nesse horário evito o pico do trânsito tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo”, afirma. Cada um tem um hábito diferente para passar o tempo no caso de o voo atrasar ou o executivo chegar muito cedo A mesma estratégia é adotada por Guilherme Rossi, gerente comercial da Brasilprev. “Sempre opto pelos primeiros voos do dia, principalmente porque não preciso aguardar a aeronave pousar vinda de outra cidade. Chego à capital paulista entre 8h e 8h30, o que me permite chegar à empresa rapidamente”, destaca o executivo, que também mora da capital fluminense. Outro ponto em comum entre os executivos é a preferência por bagagem de mão, evitando a necessidade de despachar as malas e ter que aguardá-las na esteira do aeroporto. “Aproximadamente 90% das viagens que faço vou e volto no mesmo dia. Vou para dar expediente de negócios. Sendo assim, não preciso despachar as malas”, ressalta Marcelo Fontana, sócio de uma empresa de eventos e de uma editora. Grijó, da Queluz, fica em São Paulo de terça à quinta-feira, todas as semanas. Como tem um apartamento na capital paulista, traz do Rio de Janeiro apenas uma muda de roupa, o que o permite vir com apenas uma pequena mochila da capital fluminense. “Isso facilita o embarque e desembarque.” Ao contrário de Grijó, Rossi prefere não dormir fora de casa. “Como tenho uma filha pequena, sempre dou preferência a não dormir fora de casa. Me organizo de tal modo a ficar a menor quantidade de noites longe de casa”, diz o executivo, que viaja a São Paulo, Espírito Santo e algumas cidades da região sul do país. Otimização do tempo No caso de o voo atrasar ou o executivo chegar com antecedência ao aeroporto, a otimização do tempo varia conforme as prioridades de cada um. A grande maioria prefere ler e-mails, telefonar para amigos e familiares, ou mesmo resolver algo pendente. “Enquanto espero o voo ligo para meus filhos ou para meus pais. Para que a espera não seja cansativa faço algo que gosto”, diz Jaap Kuiper, presidente da Tintas Coral, que viaja à Holanda — sede da companhia — e outras cidades brasileiras duas vezes por mês. Já Grijó prefere ler um livro, em um leitor de livros digitais. “Sempre leio dois ou três livros simultaneamente para momentos como este. Já carreguei muito livro, mas os troquei por esse aparelho por causa do peso”, destaca o sócio da Queluz. Ele também não costuma entrar na internet enquanto está no aeroporto. “Fiz essa opção. Com o tempo percebi que não adianta querer trabalhar nesse momento, porque é preciso estar focado. Já perdi vários voos por não prestar atenção no painel de informações, principalmente quando atrasam”, completa. ■ Saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo: velho conhecido de quem vive na ponte aérea Passageiros que viajam regularmente têm história para contar Quem viaja regularmente tem bastante tem história para contar. Recentemente, Nelson Grijó, sócio da gestora de recursos Queluz, viajou sozinho em um Airbus ao Rio de Janeiro. “Não acreditava no que estava acontecendo. Tirei foto com a tripulação porque isso nunca havia me acontecido”, lembra. Segundo o executivo, todos os passageiros de seu voo foram realocados para o voo anterior, restando apenas ele. “O que a companhia aérea me disse foi que a aeronave precisava pousar no Rio de Janeiro. Por isso viajei sozinho”, diz. Grijó também estava no voo que derrapou ao aterrissar no aeroporto Santos Dumont, em novembro de 1999. No pouso, a aeronave derrapou na pista e foi parar no gramado ao lado, a cerca de 100 metros da baía da Guanabara, onde estacionou com a asa esquerda encostada no chão e o trem de pouso traseiro do mesmo lado quebrado. O Departamento de Aviação Civil (DAC), órgão fiscalizador do setor, disse, à ocasião, que havia 106 pessoas a bordo — 101 passageiros e 5 tripulantes. Ninguém ficou ferido “Fui o primeiro passageiro a descer da aeronave, no escorregador”, lembra o sócio da Queluz, que completa que já passou muito nervoso. “Já fiquei muito tenso em alguns voos. Hoje já não fico mais. A regularidade em viajar nos faz perceber se algo está diferente do normal”, completa. Curiosidade O aeroporto Santos Dumont foi inaugurado em 1936, segundo dados da Infraero. Para dar ainda mais conforto aos seus usuários, em 1977, foram realizadas obras de infraestrutura. Nos anos 80, o terminal já processava mais de um milhão de passageiros por ano. No início dos anos 90, dois andares foram acrescentados ao edifício para acomodar as necessidades de uma demanda cada vez maior. ■ V.C. Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 23 CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A. CNPJ nº 61.522.512/0001-02 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO Senhores Acionistas Em cumprimento às disposições legais e estatutárias, a Administração submete à apreciação de V.Sas. as demonstrações financeiras do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2012, colocando-se à disposição para quaisquer esclarecimentos. No exercício de 2012 obtivemos receita líquida de R$ 4.783 milhões, com crescimento de 8% em relação ao ano anterior e crescimento significativo no lucro bruto, para R$ 626 milhões, 98% superior a 2011. Com rígido controle nos custos e despesas, melhoramos o lucro antes do resultado financeiro e impostos que atingiu R$ 301 milhões, 692% superior ao obtido em 2011. Menores despesas financeiras e o resultado da variação cambial também contribuíram para que alcançássemos um lucro líquido de R$ 200 envolvendo mais de 400 profissionais. Conquistamos ainda o reconhecimento do terceiro setor e da imprensa pela atuação socioambiental responsável, com destaque para: • Prêmio Época - Empresa Verde 2012 • Prêmio Época - Mudanças Climáticas 2012 • Prêmio Instituto Internacional Chico Mendes - Mérito Ambiental • Prêmio Instituto Pró-Cidadania - Excelência em Parceria • Prêmio Instituto Pró-Cidadania - Excelência em Inclusão Social • Ministério de Desenvolvimento Social - Consolidada Parceria para o Programa PRONATEC - Capacitação de mão de obra Agradecemos a nossos parceiros e colaboradores pela dedicação e aos nossos acionistas pela confiança e apoio que nos tem proporcionado. São Paulo, 25 de março de 2013. A Administração milhões de reais, frente a R$ 24 milhões em 2011. O melhor desempenho alcançado reflete os esforços da administração, em sua nova estrutura organizacional, de intensificar o foco na eficiência operacional, fazendo frente aos desafios de desenvolver grandes projetos de infraestrutura, como a usina hidrelétrica de Jirau, mobilizando grande contingente de trabalhadores em momento de escassez de mão de obra e custos crescentes. Logramos ainda êxito na conquista de novos projetos, como a hidrelétrica de Ituango, na Colômbia, com a potência de 2.400 Mw e a conclusão de projetos importantes, como o primeiro trecho do duto para transporte de etanol, interligando Paulínia a Ribeirão Preto. Investimos no desenvolvimento de nossos profissionais, com destaque ao projeto Cultura e Liderança, para o aprimoramento de nossos gestores, DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Em milhares de Reais, exceto o lucro líquido por ação) BALANÇO PATRIMONIAL Levantado em 31 de Dezembro de 2012 (Em milhares de Reais) Ativo Circulante Caixa e equivalentes de caixa Títulos e valores mobiliários Contas a receber de clientes Estoques Dividendos a receber Partes relacionadas Impostos a recuperar Despesas antecipadas Bens a serem distribuídos aos acionistas Outros créditos Total do ativo circulante Não Circulante Contas a receber de clientes Partes relacionadas Depósitos judiciais Outros créditos Investimentos Em controladas e coligadas Outros Imobilizado Intangível Total do ativo não circulante Nota Explicativa 2012 2011 372.998 250.507 769.075 109.660 – 41.481 78.841 7.264 381.608 226.930 1.132.348 112.584 212.375 88.093 122.845 7.797 9 10 1.104.087 119.160 2.853.073 – 129.747 2.414.327 6 7 300.636 60.052 26.831 35.196 422.715 236.690 95.834 32.812 38.708 404.044 175.845 1.886 836.543 902.065 1.886 678.475 1.461.668 2.017.952 4 5 6 7 7 8 10 11 11 12 13 Nota Passivo, Patrimônio Líquido Explicativa 2012 e Recursos Capitalizáveis Circulante Fornecedores 292.208 Empréstimos, financiamentos e debêntures 14 146.107 Partes relacionadas 7 132.051 Salários, provisões e contribuições sociais 209.812 Impostos a recolher 58.246 Imposto de renda e contribuição social a pagar 40.801 Adiantamentos de clientes 15 143.206 Dividendos propostos 47.482 Outras obrigações 11.825 Total do passivo circulante 1.081.738 Não Circulante Empréstimos, financiamentos e debêntures 14 491.122 Imposto de renda e contribuição social diferidos 16 35.124 Provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis 17 63.486 Provisão para perdas em controladas e controladas em conjunto 11 255.155 Adiantamentos de clientes – 2011 Nota Explicativa 2012 2011 Receita de Serviços 19 4.782.870 4.427.868 Custos dos Serviços Prestados 20 (4.156.855) (4.111.661) Lucro Bruto 626.015 316.207 Despesas Operacionais Gerais e administrativas 20 (257.161) (291.712) Outras receitas operacionais 21 52.243 98.611 Outras despesas operacionais 22 (111.003) (117.580) Resultado de equivalência (8.571) 32.537 patrimonial 11 Lucro antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 301.523 38.063 Receitas financeiras 23 91.988 120.554 Despesas financeiras 23 (96.026) (157.297) 80.214 (30.309) Variação cambial, líquida 23 Lucro (Prejuízo) Operacional antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social 377.699 (28.989) Imposto de Renda e Contribuição Social Correntes 16 (154.928) 16.536 Diferidos 16 (22.860) 36.901 199.911 24.448 Lucro Líquido Lucro por ação: Básico/diluído por ação ON - R$ 467,40 51,85 Básico/diluído por ação PN - R$ 376,03 57,04 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 169.048 247.899 25.547 240.579 82.446 – 245.248 3 1.468 1.012.238 674.658 12.262 46.683 8.064 101.782 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 Lucro do exercício Efeito de combinação de negócios em controladas líquido de impostos no exterior 2012 199.911 2011 24.448 – 12.266 – 2.235 (38.926) (37.579) – (31.706) 160.985 (30.336) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Total do Ativo Saldos em 31 de Dezembro de 2010 Resultado do exercício Outros resultados abrangentes do exercício Resultado abrangente total do exercício Aumento de capital Reduções de capital Distribuição de reserva de retenção de lucros como dividendos Dividendos prescritos Destinações: Reserva legal Dividendos propostos Constituição de reserva para renovação de equipamentos Constituição de reserva de retenção de lucros Saldos em 31 de Dezembro de 2011 Resultado do exercício Outros resultados abrangentes do exercício Resultado abrangente total do exercício Aumento de capital Adiantamento para futuro aumento de capital Distribuição de dividendos Dividendos prescritos Destinações: Reserva legal Dividendos propostos Constituição de reserva para renovação de equipamentos Constituição de reserva de retenção de lucros Saldos em 31 de Dezembro de 2012 Adiantamento para Futuro Aumento de Capital 1 – – – – – – – Total 3.181.433 24.448 (54.784) (30.336) 349.032 (778.569) (154.002) 272 – (5.807) – – 2.562.023 199.911 (38.926) 160.985 51.711 100.000 (451.672) 108 – (47.479) – – 2.375.676 2.508.029 – – – 349.032 (778.569) – – 76.250 – – – – – – – 655.816 – – – – – (154.002) – 3.695 – – – – – – – (62.358) – (54.784) (54.784) – – – – – 24.448 – 24.448 – – – 272 3.181.432 24.448 (54.784) (30.336) 349.032 (778.569) (154.002) 272 – – – 1.222 – – – – – – – 1.222 – – – (1.222) (5.807) (1.222) – (5.807) – 2.078.492 – – – 51.711 – – – 77.472 – – – – – – – 518.283 – – – – – (451.672) – 4.917 – – – – – – – (117.142) – (38.926) (38.926) – – – – – 199.911 – 199.911 – – – 108 2.562.022 199.911 (38.926) 160.985 51.711 – (451.672) 108 – – – – 1 – – – – 100.000 – – – 9.996 – – – – – – – – – – – 9.996 – – – 132.549 – – 2.130.203 87.468 199.160 14.913 (156.068) As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras (9.996) (47.479) (9.996) (132.549) – – (47.479) – – 2.275.675 – – – – 100.001 18 18 18 18 18 18 18 DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Em milhares de Reais) 2012 2011 Outras obrigações Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais Partes relacionadas Lucro (prejuízo) antes do imposto de renda e da contribuição social 377.699 (28.989) Caixa originado das operações Imposto de renda e contribuição social pagos Ajustes para reconciliar o lucro (prejuízo) antes Juros pagos do imposto de renda e da contribuição social Pagamento de processos fiscais, com o caixa gerado nas operações trabalhistas e cíveis Depreciações e amortizações 141.598 125.992 Resultado de equivalência patrimonial 8.571 (32.537) Caixa gerado pelas atividades operacionais Amortização de ágio 14.010 14.010 Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento Ganho de participação acionária (211) (10.363) Caixa proveniente de incorporação de subsidiária Títulos e valores mobiliários Provisão para perdas e para créditos de liquidação duvidosa – 34.650 Aquisições ou adições e redução de investimentos Juros e variações monetárias provisionados 74.812 70.091 Recebimento de dividendos Juros sobre títulos e valores mobiliários (19.767) (62.419) Aquisição de bens do ativo imobilizado e intangível Caixa gerado (consumido) pelas atividades Constituição de provisão para riscos fiscais, de investimento trabalhistas e cíveis 22.618 10.510 Baixa de ativo permanente 33.725 17.809 Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento Baixa de ágio 13.676 – Aumento de capital Redução (aumento) nos ativos operacionais: Contas a receber de clientes 387.136 (309.434) Redução de capital Estoques 3.342 30.410 Adiantamento para futuro aumento de capital Impostos a recuperar 46.897 32.264 Captação de financiamentos Despesas antecipadas 533 3.475 Pagamento de financiamentos Depósitos judiciais 5.981 8.214 Dividendos pagos Partes relacionadas 425.517 49.046 Caixa gerado (consumido) pelas atividades de financiamento Outros créditos 14.569 11.107 Aumento (Redução) de Caixa e Aumento (redução) nos passivos operacionais: Equivalentes de Caixa Fornecedores 120.807 (101.305) Salários, férias a pagar e contribuições sociais (30.767) (38.698) Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Exercício Impostos e contribuições a recolher (24.200) (19.448) Imposto de renda e contribuição social a recolher (40.801) – Caixa e Equivalentes de Caixa no Fim do Exercício Adiantamentos de clientes (479.339) 464.226 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 2012 8.227 (135.826) 968.807 (74.907) (69.919) 2011 (5.057) 142.661 406.215 (18.456) (51.214) (5.819) 818.162 (4.754) 331.791 42.339 (3.810) (198.237) 35.747 (274.877) – 615.924 (24.521) 112.052 (291.862) (398.838) 411.593 – – 100.000 78.057 (366.693) (239.298) 349.032 (559.666) – 120.916 (261.617) (164.193) (427.934) (515.528) (8.610) 227.856 381.608 153.752 372.998 381.608 w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de Reais, exceto quando mencionado de outra forma) 1. CONTEXTO OPERACIONAL A Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (“Companhia”) foi constituída em 1939, sediada em São Paulo - SP, tendo por objetivos principais a execução de serviços de construção, terraplenagem, obras de engenharia, montagem de usinas hidrelétricas, térmicas e eólicas, manutenção e montagem de gasodutos e oleodutos, transporte e apoio aquaviário, operação portuária, exploração naval, importação, exportação e demais atividades relacionadas, além da participação em outras sociedades. Atualmente, os negócios da Companhia vêm sendo geridos pela área de Engenharia e Construção do Grupo Camargo Corrêa, a qual está organizada em diferentes unidades de negócio: Infraestrutura, Indústria, Energia e Óleo e Gás. Em 13 de julho de 2012 a Companhia incorporou os ativos e passivos da Geral do Comércio Trading S.A., com base no balanço patrimonial levantando em 30 de junho de 2012. Os principais saldos incorporados estão apresentados a seguir: R$ Ativo Caixa e equivalentes de caixa 42.339 Contas a receber de clientes 87.808 Partes relacionadas 58.565 Dividendos a receber 42.228 Outros créditos 3.781 Passivo Obrigações com investimentos 151.981 Adiantamentos de clientes 275.515 Outras obrigações 2.357 Passivo a descoberto incorporado (195.132) 2. APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras foram elaboradas em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil e com observância às disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações e incorporam as alterações continua 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 continuação CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A. CNPJ nº 61.522.512/0001-02 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma) promovidas pelas Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, abrangendo os pronunciamentos, orientações e interpretações emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pelo Conselho Federal de Contabilidade - CFC. 2.1. Base de Elaboração As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros, mensurados pelo seu valor justo, quando requerido. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos. As demonstrações financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012 já contemplam a adoção dos pronunciamentos, orientações e interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. 3. SUMÁRIO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS As principais práticas adotadas foram as seguintes: 3.1. Caixa e equivalentes de caixa Consistem de fundos de caixa, recursos em contas-correntes bancárias de livre movimentação e de aplicações financeiras com vencimento em até 90 dias, ou com compromissos de recompra, prontamente conversíveis em caixa e com riscos insignificantes de mudança de valor. 3.2. Títulos e valores mobiliários A Companhia classifica seus títulos e valores mobiliários em: (a) mantidos para negociação ou (b) empréstimos e recebíveis. Os títulos classificados como mantidos para negociação são avaliados ao valor justo, com seus efeitos reconhecidos no resultado, e os empréstimos e recebíveis estão mensurados pelo custo amortizado. 3.3. Contas a receber de clientes e provisão para créditos de liquidação duvidosa As contas a receber de clientes são registradas e mantidas no balanço patrimonial pelo valor nominal dos títulos, ajustadas a valor presente, quando aplicável. A provisão para créditos de liquidação duvidosa é constituída com base na avaliação dos saldos com risco de realização e negociações em andamento por cliente. 3.4. Estoques São compostos por materiais destinados à aplicação nas obras em andamento, e avaliados pelo custo médio de aquisição, os quais são inferiores aos valores de realização. 3.5. Investimentos em coligadas Uma coligada é uma entidade sobre a qual a Companhia possui influência significativa e que não se configura como uma controlada nem uma participação em um empreendimento sob controle comum (“joint venture”). Influência significativa é o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da investida, sem exercer controle individual ou conjunto sobre essas políticas. Os resultados, ativos e passivos das coligadas são incorporados às de monstrações financeiras com base no método de equivalência patrimonial, exceto quando o investimento é classificado como “mantido para venda”, caso em que é contabilizado de acordo com o CPC 31 - Ativos Não Corren tes Mantidos para Venda e Operações Descontinuadas. Conforme o método de equivalência patrimonial, os investimentos em coligadas são inicialmente registrados pelo valor de custo e em seguida ajustados para fins de reconhecimento da participação da Companhia no lucro ou prejuízo e outros resultados abrangentes da coligada. Quando a parcela da Companhia no prejuízo de uma controlada excede a sua participação naquela coligada (incluindo qualquer participação de longo prazo que, na essência, esteja incluída no investimento líquido da Companhia na coligada), a Companhia reconhece a sua participação nestes prejuízos até o limite do valor investi do. Os prejuízos adicionais são reconhecidos somente se a Companhia possuir responsabilidades legais sobre as obrigações da coligada. Qualquer montante que exceda o custo de aquisição sobre a participação da Companhia no valor justo líquido dos ativos, passivos e passivos contingentes identificáveis da coligada ou controlada na data de aquisição é reconhecido como ágio. O ágio é acrescido ao valor contábil do investi mento no caso de coligadas. Qualquer montante da participação da Companhia no valor justo líquido dos ativos, passivos e passivos contin gentes identificáveis que exceda o custo de aquisição, após a avaliação, é imediatamente reconhecido no resultado. 3.6. Imobilizado Registrado ao custo de aquisição. As depreciações são reconhecidas com base na vida útil de cada ativo pelo método linear ou outra base sistemática representativa do momento em que os benefícios econômicos são usufru ídos. Os ativos com base na vida útil linear possuem as seguintes taxas anuais: imóveis - 4%; veículos, equipamentos de informática e outros - 10% a 20%; móveis e utensílios - 10%; e benfeitorias em imóveis de terceiros, conforme os prazos contratuais. A vida útil dos ativos imobilizados é avaliada anualmente. A Companhia utiliza para a classe de bens do ativo imobilizado representados por máquinas e equipamentos o método de uti lização dos equipamentos com base nas horas efetivamente utilizadas por projeto. Tal procedimento reflete melhor o padrão de aproveitamento dos benefícios econômicos esperados. 3.7. Intangível Demonstrado ao custo de aquisição, representado basicamente pelos gastos com implementação e melhorias de sistemas informatizados. A amortização está sendo calculada pelo método linear à taxa de 20% ao ano. 3.8. Variações cambiais Os ativos e passivos indexados estão atualizados de acordo com os respectivos indexadores até as datas de encerramento de cada exercício, em contrapartida a “Variações cambiais” no resultado, exceto para as variações cambiais de investimentos no exterior, que são reconhecidas no patrimônio líquido (outros resultados abrangentes). 3.9. Arrendamento mercantil Os arrendamentos mercantis que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da Companhia, inclusive os que decorrem de operações e aqueles que os termos do contrato transferem à Companhia substancialmente todos os riscos, benefícios e o controle dos bens, são classificados como arrendamento mercantil financeiro. Os arrendamentos financeiros são registrados como compra financiada, reconhecendo, no momento da aquisição, um ativo imobilizado e um passivo de financiamento (arrendamento). Todos os outros contratos de arrendamentos são classificados como operacionais. Os pagamentos referentes aos arrendamentos operacionais são reconhecidos como despesa pelo método linear pelo período de vigência do contrato. 3.10. Empréstimos, financiamentos e debêntures Registrados pelo valor nominal, acrescidos de juros e variação cambial, se aplicável, incorridos até as datas de encerramento do exercício. De acordo com o CPC 38 - Instrumentos Financeiros, tais instrumentos estão classificados como empréstimos e contabilizados pelo método do custo amortizado e CPC 8 - Custos na transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários, os custos na transação incorridos na captação de recursos, devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora do passivo. 3.11. Instrumentos financeiros Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos quando uma entidade for parte das disposições contratuais do instrumento. Os ativos e passivos financeiros são inicialmente mensurados pelo valor justo. O valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso em transação sem favorecimento. Os custos da transação diretamente atribuíveis à aquisição ou emissão de ativos e passivos financeiros são acrescidos ou deduzidos do valor justo dos ativos ou passivos financeiros, se aplicável, após o reconhecimento inicial, exceto por ativos e passivos financeiros reconhecidos ao valor justo no resultado. Ativos Financeiros A classificação dos ativos financeiros depende da natureza e finalidade desses ativos e é determinada no reconhecimento inicial, sendo classificados nas seguintes categorias: (i) Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado Correspondem a ativos mantidos para negociação. Um ativo financeiro é classificado como mantido para negociação se: a) for adquirido principalmente para ser vendido a curto prazo; ou b) no reconhecimento inicial é parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que a Companhia administra em conjunto e possui um padrão real recente de obtenção de lucros a curto prazo; ou c) for um derivativo que não tenha sido designado como um instrumento de “hedge” efetivo. Os ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo, e quaisquer ganhos ou perdas resultantes são reconhecidos no resultado. (ii) Investimento mantido até o vencimento correspondem a ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis e data de vencimento fixa que a Companhia tem a intenção positiva e a capacidade de manter até o vencimento. Após o reconhecimento inicial, os investimentos mantidos até o vencimento são mensurados ao custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, menos eventual perda por redução ao valor recuperável. (iii) Empréstimos e recebíveis Representam contas a receber, empréstimos e outros recebíveis com pagamentos fixos ou determináveis e que não são cotados em um mercado ativo são classificados como “Empréstimos e recebíveis”. Os empréstimos e recebíveis são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, deduzidos de qualquer redução ao valor recuperável. (iv) Ativos financeiros “disponíveis para venda” Correspondem a ativos financeiros não derivativos designados como “disponíveis para venda” ou não são classificados como: (a) empréstimos e recebíveis, (b) investimentos mantidos até o vencimento, ou (c) ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. Passivos Financeiros Os passivos financeiros são classificados como “Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado” ou “Outros passivos financeiros”. (i) Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado São aqueles mantidos para negociação ou designados pelo valor justo por meio do resultado. Mudanças no valor justo são reconhecidas no resultado do exercício. (ii) Outros passivos financeiros Incluindo empréstimos, financiamentos e debêntures, são inicialmente mensurados pelo valor justo, líquidos dos custos da transação. Posteriormente, são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, e a despesa financeira é reconhecida com base na remuneração efetiva. O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de um passivo financeiro e alocar sua despesa de juros pelo período aplicável. A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os fluxos de caixa futuros estimados ao longo da vida estimada do passivo financeiro. tivesse sido reconhecida para o ativo (ou unidade geradora de caixa) em exercícios anteriores. A reversão da perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente no resultado. 3.16. Imposto de renda e contribuição social 3.16.1. Impostos correntes A provisão para imposto de renda e contribuição social está baseada no lucro tributável do exercício. O lucro tributável difere do lucro apresentado na demonstração do resultado, porque exclui receitas ou despesas tributáveis ou dedutíveis em outros exercícios, além de excluir itens não tributáveis ou não dedutíveis de forma permanente. O imposto de renda foi constituído à alíquota de 15%, acrescida do adicional de 10% sobre o lucro tributável excedente a R$240. A contribuição social foi calculada à alíquota de 9% sobre o lucro contábil ajustado. 3.16.2. Impostos diferidos O imposto de renda e a contribuição social diferidos (“imposto diferido”) são reconhecidos sobre as diferenças temporárias no final de cada exercício de relatório entre os saldos de ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras e as bases fiscais correspondentes usadas na apuração do lucro tributável, incluindo saldo de prejuízos fiscais, quando aplicável. Impostos diferidos ativos e passivos são mensurados pelas alíquotas aplicáveis no exercício no qual se espera que o passivo seja liquidado ou o ativo seja realizado, prevista na legislação tributária vigente. A mensuração dos impostos diferidos ativos e passivos reflete as consequências fiscais que resultariam da forma pela qual a Companhia espera, no final de cada exercício social, recuperar ou liquidar o valor contábil desses ativos e passivos. Os impostos diferidos ativos e passivos são compensados quando há o direito legal de compensar o ativo fiscal corrente com o passivo fiscal corrente e quando eles estão relacionados aos impostos administrados pela mesma autoridade fiscal. 3.16.3. Reconhecimento em resultados O imposto sobre a renda corrente e diferido é reconhecido como despesa ou receita no resultado do exercício, exceto quando estão relacionados a itens registrados diretamente em outros resultados abrangentes ou patrimônio líquido, caso em que os impostos também são reconhecidos diretamente em outros resultados abrangentes ou no patrimônio líquido, ou quando eles são originados da contabilização inicial de uma combinação de negócios. No caso de uma combinação de negócios, o efeito fiscal é considerado na contabilização da combinação de negócios. 3.17. Lucro por ação Calculado através da divisão do lucro ou prejuízo líquido do exercício pela quantidade média de ações em circulação durante cada exercício social A preparação das demonstrações financeiras de acordo com os CPCs exige que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados reais podem divergir As informações sobre incertezas, premissas e estimativas que possuam um risco significativo de resultar em um ajuste material dentro do próximo exercício estão relacionadas, principalmente, aos seguintes aspectos: vida útil do ativo imobilizado, custo orçado das obras, provisões para riscos fiscais, cíveis e trabalhistas, perdas relacionadas a contas a receber e projeções para realização de imposto de renda e contribuição social diferidos. Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. O impacto de tais revisões é reconhecido no exercício em que são efetuadas. As participações em consórcios são reconhecidas linha a linha nas contas do balanço e da demonstração do resultado, na proporção do percentual 3.20. IFRSs - Normas e interpretações novas e revisadas emitidas e A Administração da Companhia avaliou essas novas normas e interpretações e não espera efeitos significativos sobre os valores reportados. O CPC ainda não havia editado determinados pronunciamentos que estavam ou estariam em vigor em ou após 31 de dezembro de 2012. Entretanto, em decorrência do compromisso de o CPC manter atualizado o conjunto de normas emitidas pelo IASB, espera-se que esses pronunciamentos e/ou alterações emitidos pelo IASB sejam aprovados para sua rubrica de “Fornecedores”. Os valores recebidos antes da realização do correspondente trabalho são registrados no balanço patrimonial como um passivo, na rubrica “Adiantamentos de clientes”. Os montantes faturados ou a faturar registrados com base no trabalho executado por obra, mas ainda não pagos pelo cliente, são registrados no balanço patrimonial como um ativo, na rubrica “Contas a receber de clientes”. 3.14. Moeda estrangeira e funcional As demonstrações financeiras das controladas e coligadas são elaboradas individualmente com base na moeda funcional de cada uma dessas empresas, que representa a moeda do principal ambiente econômico no qual cada uma opera. Na elaboração das demonstrações financeiras, as transações em moeda estrangeira, ou seja, qualquer moeda diferente da moeda funcional de cada empresa, são registradas de acordo com as taxas de câmbio vigentes na data de cada transação, e as variações cambiais são reconhecidas no resultado do exercício em que ocorrerem. As demonstrações financeiras são apresentadas em reais (R$), sendo esta a moeda funcional e de apresentação da Companhia. 3.15. Redução ao valor recuperável de ativos tangíveis e intangíveis No fim de cada exercício, a Companhia revisa o valor contábil de seus ativos tangíveis e intangíveis de vida útil definida para determinar se há indicação de que tais ativos possam ser recuperados por valores inferiores aos valores contábeis. Se houver tal indicação, o montante recuperável do ativo é estimado com a finalidade de mensurar o montante dessa perda. Quando não for possível estimar o montante recuperável de um ativo individualmente, a Companhia calcula o montante recuperável da unidade geradora de caixa à qual pertence o ativo. Quando uma base de alocação razoável e consistente pode ser identificada, os ativos corporativos também são alocados às unidades geradoras de caixa individuais ou ao menor grupo de unidades geradoras de caixa para o qual uma base de alocação razoável e consistente possa ser identificada. Ativos intangíveis com vida útil indefinida ou ainda não disponíveis para uso são submetidos ao teste de redução ao valor recuperável pelo menos uma vez ao ano e sempre que houver qualquer indicação de que o ativo possa apresentar perda por redução ao valor recuperável. O montante recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos na venda ou o valor em uso. Na avaliação do valor em uso, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados ao valor presente pela taxa de desconto, antes dos impostos, que reflita uma avaliação atual de mercado do valor da moeda no tempo e os riscos específicos do ativo para o qual a estimativa de fluxos de caixa futuros não foi ajustada. Se o montante recuperável de um ativo (ou unidade geradora de caixa) calculado for menor que seu valor contábil, o valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa) é reduzido ao seu valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente no resultado. Quando a perda por redução ao valor recuperável de ativos com vida útil definida é revertida subsequentemente, ocorre o aumento do valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa) para a estimativa revisada de seu valor recuperável, desde que não exceda o valor contábil que teria sido determinado, caso nenhuma perda por redução ao valor recuperável w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013: • IFRS 10 - Demonstrações Financeiras Consolidadas - de acordo com a IFRS 10, existe somente uma base de consolidação, ou seja, o controle. Adicionalmente, a IFRS 10 inclui uma nova definição de controle. • IFRS 11 - Negócios em Conjunto - aborda como deve ser classificado um acordo de participação em que duas ou mais partes têm controle conjunto. • IFRS 12 - Divulgações de Participações em Outras Entidades - é uma norma de divulgação aplicável a entidades que possuem participações em controladas, acordos de participação, coligadas e/ou entidades estruturadas não consolidadas. • IFRS 13 - Mensuração do Valor Justo - apresenta uma fonte única de orientação para as mensurações do valor justo e divulgações acerca das mensurações do valor justo. • Modificações à IFRS 7 - Divulgação - Compensação de Ativos Financeiros e Passivos Financeiros - aumentam as exigências de divulgação das transações envolvendo ativos financeiros. • Modificações às IFRS 10, IFRS 11 e IFRS 12 - foram emitidas para esclarecer certas regras de transição na aplicação dessas IFRSs pela primeira vez. • IAS 19 (revisada em 2011) - Benefícios a Empregados - altera a contabilização dos planos de benefícios definidos e dos benefícios de rescisão. • IAS 27 (revisada em 2011) - Demonstrações Financeiras Separadas reflete modificações na contabilização de participação não controladora (minoritária) e trata, principalmente, da contabilização de modificações de participações societárias em subsidiárias feitas posteriormente à obtenção do controle. • IAS 28 (revisada em 2011) - Investimentos em Coligadas e “Joint Ventures” - as alterações tiveram como objetivo esclarecer procedimentos na aplicação dos testes de “impairment” em coligadas e “joint ventures”. • Modificações às IFRSs - as melhorias anuais ao ciclo de IFRSs 2009 2011 incluem várias alterações a diversas IFRSs. As alterações às IFRSs são aplicáveis a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013 e incluem: a) Alterações à IAS 16 - Imobilizado - as alterações à IAS 16 esclarecem que as peças de substituição, os equipamentos-reserva e os equipamentos de serviço devem ser classificados como imobilizado, conforme estejam de acordo com a definição de imobilizado da IAS 16, e, de outra forma, como estoque. b) Alterações à IAS 32 - Instrumentos Financeiros - Apresentação - esclarecem que o imposto de renda relacionado às distribuições dos titulares de instrumentos patrimoniais e aos custos das transações patrimoniais deve ser contabilizado de acordo com a IAS 12 - Impostos sobre o Lucro. Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2014: • Modificações à IAS 32 - Compensação de Ativos e Passivos Financeiros - tratam da classificação de certos direitos denominados em moeda estrangeira, como instrumentos patrimoniais ou passivos financeiros. Em vigor para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2015: • IFRS 9 - Instrumentos Financeiros - introduz novas exigências para a classificação, mensuração e baixa de ativos e passivos financeiros. 3.21. Demonstrações financeiras separadas A Companhia elaborou demonstrações financeiras separadas, como permitido pelo CPC 35 (R1)- Demonstrações Separadas, pois (a) a Companhia é uma subsidiária integral, sendo que o controlador não tem objeção; (b) não existem instrumentos de patrimônio ou de dívida negociados em mercado aberto, nem está em processo de abertura de capital; e (c) a controladora final irá publicar as demonstrações financeiras consolidadas de acordo com os pronunciamentos técnicos do CPC. continua Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 25 continuação CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A. CNPJ nº 61.522.512/0001-02 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma) 4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA 2012 2011 Caixa e equivalentes de caixa: 100.128 110.353 Caixa e bancos Certificados de depósitos bancários - CDBs 55.333 168.404 Debêntures 17.730 – Fundo de renda fixa 8.721 30.170 Fundos exclusivos 191.086 72.681 372.998 381.608 Total Os fundos exclusivos apresentam rentabilidade entre 101% e 108% do Certificado de Depósito Interbancário - CDI. Os títulos e valores mobiliários descritos têm vencimento em até 90 dias ou têm possibilidade de resgate imediato compromissado pela entidade financeira pelo valor intrínseco dos respectivos títulos. Os valores registrados no fundo exclusivo estão contabilizados pelos valores de mercado, pois estão classificados como valor justo por meio do resultado. Os demais títulos estão classificados como “empréstimos e recebíveis”, e, portanto, contabilizados pelo método do “custo amortizado”, ou seja, os juros são reconhecidos pela taxa efetiva de cada instrumento. 2012 2011 5. TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS CDBs 4.033 34.514 Debêntures 156.271 – Letras Financeiras do Tesouro - LFTs – 1.022 90.203 191.394 Fundos exclusivos Total 250.507 226.930 Os fundos exclusivos apresentam rentabilidade entre 101% e 108% do Certificado de Depósito Interbancário - CDI. Os fundos de renda fixa, as letras hipotecárias e as debêntures têm como objetivo acompanhar a valorização do CDI. Os valores correspondentes a LFTs, LTNs, e NTNs estão contabilizados pelos valores de mercado, pois estão classificados como valor justo por meio do resultado. Os demais títulos estão classificados como “empréstimos e recebíveis”, e, portanto, contabilizados pelo método de “custo amortizado”, ou seja, os juros são reconhecidos pela taxa efetiva de cada instrumento. 6. CONTAS A RECEBER DE CLIENTES Composição das contas a receber: 2012 2011 Prestação de serviços - nacional 1.087.844 1.279.699 Prestação de serviços - exterior 25.215 133.240 (43.348) (43.901) Provisão para créditos de liquidação duvidosa 1.069.711 1.369.038 Total Parcela classificada no ativo circulante 769.075 1.132.348 Parcela classificada no ativo não circulante 300.636 236.690 Composição por vencimento das contas a receber: 2012 2011 A faturar 884.370 863.529 A vencer 70.479 223.560 Vencidos - 0 a 30 dias 31.802 54.552 Vencidos - 31 a 60 dias 12.967 35.862 Vencidos - 61 a 90 dias 4.144 19.271 Vencidos - 91 a 180 dias 8.233 10.188 57.716 162.076 Vencidos - Mais de 181 dias 1.069.711 1.369.038 Total Movimentação da provisão para créditos de liquidação duvidosa: 2012 2011 Saldos no início do exercício (43.901) (26.692) Constituições/Reversões 553 (17.932) – 723 Valores incobráveis baixados (43.348) (43.901) Saldos no fim do exercício 7. PARTES RELACIONADAS Controladas: Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a) Camargo Corrêa Moçambique (a) Marabá Energia Ltda. (a) Subsidiária Angola (h) Sucursal Argentina (g) Sucursal Venezuela (g) Sucursal Peru (g) Controladas em conjunto: EPC - Compra e Venda de Equipamentos (a) Xingu Sócio-Ambiental Ltda. (a) Entidade sob controle comum: Alpargatas S.A. Camargo Corrêa Construções Industriais S.A. Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário S.A. Camargo Corrêa Energia e Construção S.A. Camargo Corrêa Infraestrutura S.A. Camargo Corrêa Construções e Participações S.A. Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. (d) Camargo Corrêa S.A. Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A. Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (b) Intercement Brasil S.A. Outros Total em 31/12/2012 Controladas: Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a) Camargo Corrêa Moçambique (a) Geral do Comércio Trading S.A. (a) Marabá Energia Ltda. (a) Subsidiária Angola Sucursal Argentina Controladas em conjunto: Átila Holdings S.A. (f) EPC - Compra e Venda de Equipamentos (a) Estaleiro Atlântico Sul Intersur Concesiones S.A. (c) NEDL Construções de Dutos do Nordeste Ltda. Xingu Sócio-Ambiental Ltda. (a) Entidade sob controle comum: Alpargatas S.A. Camargo Corrêa Construções Industriais S.A. Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário S.A. Camargo Corrêa Energia e Construção S.A. Camargo Corrêa Infraestrutura S.A. Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. Camargo Corrêa Óleo e Gás S.A. Cavo Serviços e Meio Ambiente S.A. Camargo Corrêa Investimentos em Infra-Estrutura (b) Intercement Brasil S.A. Projeto Rio Empreendimentos Ltda. UHE Serra do Facão (e) Outros Total em 31/12/2011 11. INVESTIMENTOS Controladas: Amel - Amazônia Madeira Energética Ltda. (a) Axel - Amazônia Xingu Energética Ltda. (d) Camargo Corrêa Angola Engenharia e Construções, Lda. (e) Sucursal Angola Camargo Corrêa Bolívia Camargo Corrêa Equador - Subsidiária Camargo Corrêa Equador - Sucursal Camargo Corrêa Moçambique, Lda. Camargo Corrêa Projetos de Engenharia S.A. Camargo Corrêa Suriname N.V. Camargo Corrêa USA Engineering & Construction, Inc. Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Argentina Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Colômbia Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Panamá Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Sucursal Peru Geral do Comércio Trading S.A. (e) Marabá Energia Ltda. Sucursal Camargo Corrêa Venezuela (e) Controladas em conjunto: Átila Holdings S.A. (c) Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. CCDL Construções de Dutos Ltda. CCI Oil & Gas Contractors Inc. (e) Constructora Sur S.A. - Subsidiária Peru Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. - Subsidiária Colômbia EPC América Latina Ltda. Estaleiro Atlântico Sul S.A. (b) Intersur Concesiones S.A. - Peru NEDL Construções de Dutos do Nordeste Ltda. Operadora Surperu S.A. Unicon - União de Construtoras Ltda. Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. - Usiminas Xingú Sócio Ambiental Ltda. Custo, ágio, deságio e outros: Outros investimentos Ativo Circulante Não circulante – 410 – 5.321 – 17.060 14.077 – – – – – 2.354 – 2012 Passivo Circulante 196 – – – 17.194 112.561 – Receita – – – 8.146 15.666 29.214 120 Custos e despesas – (539) – (3.102) – – – – – 988 2.310 – – – – (5) – 2.124 – 465 – – – 63 418 1.467 15.096 1.063 – 349 – – – – 32.713 – – – – – 952 – 426 686 – – – – – – 15.964 990 12.851 – – – – 4.510 263 327 10.936 – – – (575) (1.588) (12) (21) – – – – (a) No ativo não circulante, refere-se a adiantamento para futuro aumento de capital, sem incidência de encargos financeiros. (b) Refere-se a saldo a receber de reembolso de custos da obra da Usina Hidrelétrica de Jirau. (c) No ativo e passivo circulante refere-se, principalmente, a saldos a receber de prestação de serviços, exportações de equipamentos e materiais. (d) No ativo não circulante, refere-se a mútuo, sem incidência de encargos financeiros. (e) Refere-se a contas a receber e receita pela construção da Usina Hidrelétrica Serra do Facão. (f) Refere-se a dividendos a receber em decorrência do resultado de 2011 das controladas em conjunto. Esses dividendos foram recebidos em 16 de janeiro de 2012. (g) Refere-se a transações entre a Companhia e sucursais no exterior. 8. IMPOSTOS A RECUPERAR Imposto de renda a recuperar 6.617 5.843 26.362 16.260 4.535 – – – – – 3.017 3.728 – – – – 14.292 – – – – – – (170) 212.375 1.230 – 9.133 – – – 873 – – – 2.310 – 4.049 – – – – – – 7.007 – – – – – – – (454) – 3.539 8.867 Programa de Integração Social - PIS 3.226 8.183 48.312 29.965 Instituto Nacional do Seguro Social - INSS (*) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS Outros – – – – 267 32.713 53 – – – – – 1 95.834 3 2.387 – 1.752 4.288 237 5.869 5 – 174 – – 38 25.547 – 76 – 285 – – – – – – 1.253 4.723 591 28.227 – – – – – – – – – (75) – – (26) (725) 27,16 0,01 40,00 70,00 33,33 1,00 50,00 0,35 33,33 14,60 33,33 20,00 – 33,33 1.797.751 168.021 16.076 27.619 3.345 1.425 672 160.152 40.065 (8.247) 2.931 (14.894) – 3.117 1.919.175 (215.325) 17.556 8.201 7.541 1.156 3.009 340.579 33.620 (4.790) 252 (13.824) – 3.013 52.156 524.026 (23.126) (569.532) (1.472) 208 22.014 3.192 (1.395) 1.540 42 8 (2.337) 25.209 (137.993) (1.365.729) 11.905 42.069 (2.349) (993) 1.797 248 (1.070) (107) – – 57 (93) w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r 15.553 2012 2011 14.015 247 Contas a receber dos consórcios (b) 79.533 58.738 Contas a receber de terceiros (c) 8.222 15.041 Adiantamentos a empregados 8.469 10.631 Adiantamento de consórcios - Belo Monte (d) Estudo de viabilidade – 33.395 23.178 20.339 20.939 30.064 154.356 168.455 119.160 129.747 Classificados no não circulante 35.196 38.708 (a) Referem-se aos custos e às despesas incorridos com obras e que se(b) Representam aportes de recursos efetuados aos consórcios para fins de viabilização financeira e econômica de suas atividades, representados substancialmente pelos Consórcio Metrô Salvador, Rodoanel, UTE Cubatão, REPAR, RNEST-Coque, Porto de Itaqui, Belo Monte e Metrô São Paulo - Linha 4. Referem-se a valores aportados aos consórcios acima Os saldos dos principais consórcios estão demonstrados a seguir: Consórcio Rodoanel 2012 2011 2.139 7.263 5.394 5.345 12.699 10.962 Consórcio REPAR 1.476 22.198 Consórcio Porto de Itaqui 5.990 3.756 32.304 5.052 9.915 – Consórcio UTE Cubatão Consórcio RNEST - Coque Consórcio Belo Monte Consórcio Metrô São Paulo - Linha 4 7.935 – (c) Referem-se à venda da Camargo Corrêa Projetos de Engenharia S.A. para a empresa Worleyparsons do Brasil Engenharia Ltda. (d) Refere-se principalmente a adiantamentos para aquisição de máquinas e equipamentos para a obra de Belo Monte. 4.479 (1) – (323) 104 2 – 8 1.649 – 166 – – – (38.926) Classificados no ativo não circulante - Investimentos Classificados no passivo não circulante - Provisão para perdas em controladas e controladas em conjunto 34.859 1.698 Custos incorridos reembolsáveis (a) Dados das investidas Patrimônio líquido Resultado de ajustado e passivo equivalência Participação total Lucro líquido Ajustes de avaliação no capital (%) (prejuízo) patrimonial a descoberto patrimonial 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 31/12/2012 31/12/2011 99,00 99,00 – (149) (6.092) (47) – – (6.060) (46) – – – – – (3) – – – (3) 99,00 – (193.301) – (50.135) – (17.676) (15.300) (6.426) (53.020) 100,00 100,00 511 – – – 118 – – – 100,00 100,00 92 123 (148) (93) 32 17 (64) (93) 99,97 99,97 5.017 8.820 (142) (402) 1.446 1.228 (5.248) (402) 100,00 100,00 49 21 (57) (223) 6 5 (113) (223) 99,00 99,00 38.130 32.166 9.798 2.391 (547) 8.679 6.783 2.369 99,99 99,99 (10.351) (4.424) (5.014) 59 (217) (370) (5.709) 58 99,00 99,00 (19) (1) (4) (5) – (1) (18) (5) 100,00 100,00 – 267 1 (82) 22 32 342 (82) 100,00 100,00 48.942 26.326 23.900 15.579 (1.137) 2.093 23.753 15.579 100,00 100,00 32.019 35.582 (4.669) (8.662) 6.214 4.815 (3.991) (8.662) 100,00 100,00 16 43 (30) (20) 3 5 (30) (20) 100,00 100,00 (462) 5.250 (13.002) (47.182) (871) 3.267 (4.840) (47.182) 100,00 100,00 – 67.129 (135.488) (38.670) (26.955) (13.341) (135.488) 39.441 100,00 99,00 (25) (14) (11) (24) – – (11) (24) 100,00 – (48.746) – (3.423) – (5.448) (1.345) 87.779 (38.674) 27,16 0,01 40,00 70,00 33,33 1,00 50,00 0,35 33,33 14,60 33,33 20,00 – 33,33 11.095 Total 78.841 122.845 (*) Refere-se à retenção de 11% sobre o valor de notas fiscais de prestação de serviços cuja compensação é esperada dentro do curso normal das operações. 9. BENS A SEREM DISTRIBUÍDOS AOS ACIONISTAS Objetivando concentrar os investimentos de concessões no setor elétrico de energia em uma nova investida criada para esse fim, a Companhia e sua controladora Camargo Corrêa S.A. decidiram, em dezembro de 2012, transferir os investimentos da Átila Holdings S.A. detentora de direitos nesse setor, como pagamento de dividendos e/ou por meio de uma reestruturação societária no decorrer de 2013. Em decorrência disso, o valor a ser distribuído foi reclassificado para o ativo circulante conforme parágrafo 5 do CPC 31 - Ativo Não Circulante Mantido para Venda e Consórcio Metrô Salvador 1.540 3.554 1.193 1.440 1.909 42 2.568 1.462 15.005 1.157 1.363 12.226 1.678 300.468 2011 25.418 Contribuição social a recuperar Classificados no circulante – 539 16.275 – 6.961 8.818 2012 10.971 Saldo de investimentos 31/12/2012 31/12/2011 – (147) – – (191.369) – 511 – 92 123 5.015 8.818 49 21 37.749 31.845 (10.350) (4.424) (19) (1) – 267 48.942 26.324 32.019 35.582 16 43 (462) 5.250 – 67.129 (25) (14) (48.746) – (16.326) – – 78 334 1 – 3 1.772 – – – 1.276 – 13.440 (3) (592) 22.202 465 1 (1.169) (870) 7.253 (505) 727 (214) – 35 158.544 (34) 83 2.234 513 – 12.605 (65.005) 14.022 (145) 83 (21) 678 (31) – 4 6.430 27.619 1.115 14 336 563 13.354 (1.204) 977 (2.979) – 1.039 696.377 (14) 7.022 5.741 2.514 12 1.504 1.198 11.206 (699) 84 (2.765) – 1.004 (23.078) (8.571) 32.537 1.886 (77.424) 1.886 895.886 177.731 (255.155) 903.951 (8.064) continua 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 continuação CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A. CNPJ nº 61.522.512/0001-02 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma) (a) Empresas em fase pré-operacional. (b) Durante o primeiro semestre de 2011 a Companhia aumentou sua participação no capital do Estaleiro Atlântico Sul S.A. (“Estaleiro”), em R$ 52.200, correspondente a um aumento de participação de 1,03%. Em 29 de junho de 2011, a Companhia transferiu 40% de sua participação na controlada em conjunto Estaleiro para a Camargo Corrêa Naval Participações Ltda. (“Naval”) no montante de R$ 218.565, sem ter auferido ganho ou perda. A Naval tem os mesmos controladores da Companhia. Em 22 de dezembro de 2011, os demais acionistas da controlada em conjunto Estaleiro realizaram um aporte de capital, fazendo com que a participação da Companhia na controlada em conjunto Estaleiro fosse diluída para 0,35%. (c) Em 31 de dezembro de 2012 a Companhia disponibilizou o saldo de investimento na controlada em conjunto Átila Holding S.A. para distribuição futura de dividendos aos controladores, conforme nota explicativa nº 9. (d) Em 31 de outubro de 2011, os acionistas da controlada Axel - Amazônia Xingu Energética Ltda. (“Axel”) assinaram o distrato, encerrando as operações da controlada Axel nessa mesma data. (e) Conforme nota explicativa nº 1. A Companhia analisou e não observou nenhum indicativo de impairment que requeresse a avaliação do valor de mercado ou valor em uso dos investimentos. A movimentação do investimento pode ser demonstrada como segue: 2012 2011 Investimentos 903.951 1.694.998 Provisão para perdas em controladas (8.064) (84.688) e controladas em conjunto Saldo total inicial 895.887 1.610.310 Aumento de investimento/mútuos 276.923 24.521 com controladas Baixa de investimentos (35.219) (218.651) Baixa de ágio (13.676) (45.629) Acervo líquido transferido entre empresas do grupo Ajuste de Avaliação patrimonial Resultado da equivalência patrimonial Ganho de participação acionária Dividendos recebidos Amortização de ágio na aquisição de investimentos - Átila Holdings S.A. Dividendos a receber Investimentos em controlada em conjunto disponibilizado para distribuição futura de dividendos aos controladores Outros Saldo final Investimentos Provisão para perdas em controladas e controladas em conjunto 12. IMOBILIZADO Imóveis Máquinas e equipamentos Veículos Móveis e utensílios Equipamentos de informática e outros Benfeitorias em imóveis de terceiros Imobilizado em andamento Total Custo 2.472 969.468 272.810 31.582 61.336 8.042 152.792 1.498.502 2012 2011 – (39.250) (8.571) 211 (35.747) (145.691) (23.078) 32.537 10.363 (112.052) (14.010) – (14.010) (222.733) (1.104.087) 115 77.424 177.731 – – 895.887 903.951 (255.155) (8.064) 2012 Depreciação Custo 2011 acumulada residual (227) 2.245 452 (470.214) 499.254 428.470 (140.081) 132.729 126.967 (7.326) 24.256 19.426 (37.677) 23.659 22.388 (6.434) 1.608 1.845 – 152.792 78.927 (661.959) 836.543 678.475 A movimentação do imobilizado pode ser demonstrada como segue: Saldo em 31 de dezembro de 2010 Adições Baixas Depreciação Transferência Transferência para intangível Saldo em 31 de dezembro de 2011 Adições Baixas Depreciação Transferência Transferência para intangível Saldo em 31 de dezembro de 2012 Imóveis 556 – (60) (44) – Máquinas e equipamentos 367.967 91.197 (12.053) (79.389) 60.748 452 4 (69) (55) 1.913 428.470 192.149 (29.896) (95.750) 4.281 Veículos 90.913 – (1.474) (18.410) 55.938 Móveis e utensílios 17.011 – (3.283) (1.871) 7.569 Equipamentos de informática e outros 23.866 1.918 (823) (15.398) 12.825 Benfeitorias em imóveis de terceiros 2.266 – – (421) – Imobilizado em andamento 11.456 209.060 – – (137.080) Total 514.035 302.175 (17.693) (115.533) – 126.967 30.555 (1.986) (28.306) 5.499 19.426 99 (1.381) (1.620) 7.732 22.388 219 (383) (5.090) 6.525 1.845 – – (432) 195 78.927 103.977 – – (26.661) 678.475 327.003 (33.715) (131.253) (516) O imposto de renda e a contribuição social diferidos são compostos como segue: 2012 2011 Natureza ativa: Riscos tributários, trabalhistas e cíveis 34.234 29.457 Provisão para devedores duvidosos 18.732 18.732 Provisões para participação nos lucros 13.913 11.123 Provisões para serviços de terceiros 19.185 13.846 Depreciação sobre arrendamento financeiro 22.870 17.272 1.493 10.205 Outras provisões temporárias 110.427 100.635 Ativo não circulante Natureza passiva: Lucros não realizados - órgãos públicos 87.804 67.559 Reavaliação da vida útil do imobilizado (RTT) 40.354 29.578 Lucros no exterior 10.445 8.167 6.948 7.593 Outras provisões temporárias 145.551 112.897 Passivo não circulante 35.124 12.262 Saldo líquido no balanço (passivo) 17. PROVISÃO PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, CÍVEIS E TRABALHISTAS A Companhia possui processos judiciais perante vários tribunais, surgidos no curso normal de suas operações, envolvendo questões trabalhistas, aspectos cíveis e tributários e outros assuntos. Os processos envolvem autos de infração, pleitos de indenização, requerimentos de revisão de contratos e outras ações cujos valores requeridos ou impostos podem não refletir o que será definido na sentença final. Com base em opiniões de seus assessores jurídicos, análise das demandas judiciais e experiência referente às quantias reivindicadas, constituiu provisão em montante considerado suficiente para cobrir as perdas consideradas prováveis para as ações em curso, como segue: Contingências Depósitos TrabaTribuTotal judiciais lhistas Cíveis tárias (a) (b) Saldos em 31 de dezembro de 2010 (12.147) 27.430 9.845 15.803 40.931 Adições (12.650) 44.638 3.504 4.205 39.697 Baixas por reversão – (25.548) (7.069) (2.066) (34.683) Pagamentos – (4.754) – – (4.754) – 4.633 392 467 5.492 Atualizações Saldos em 31 de dezembro de 2011 (24.797) 46.399 6.672 18.409 46.683 Adições (10.348) 29.841 1.341 (2) 20.832 Baixas por reversão – (6.130) (109) (533) (6.772) Pagamentos – (5.247) (529) – (5.776) 860 8.519 18.734 63.486 (a) As contingências trabalhistas decorrem principalmente de reclamações por responsabilidade subsidiária, diferenças de horas extras e reflexos em Os ativos imobilizados em garantia estão divulgados na nota explicativa (b) As contingências tributárias correspondem principalmente a processos judiciais e administrativos, os quais discutem a exigibilidade de tributos como PIS, COFINS, Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, Contribuições Previdenciárias - INSS, Impostos Sobre Serviços - ISS, Imposto sobre Circulação nº 13. 13. INTANGÍVEL Em 31 de dezembro de 2012 e de 2011, o saldo de intangível refere-se principalmente a implementação de sistemas informatizados. Direito de uso Marcas, patentes e outros Amortização acumulada Total 143.712 72 141.460 72 14. EMPRÉSTIMOS, FINANCIAMENTOS E DEBÊNTURES Modalidade Moeda estrangeira - US$: 2012 Resolução nº 4.131 Resolução nº 4.131 2013 Subtotal Moeda nacional: 2021 FINAME FINAME PSI 2021 BNDES - PEC 2012 BNDES 2013 FINEP 2013 CDC 2016 FMM 2029 Arrendamento mercantil 2016 Debêntures 2015 Subtotal Total Parcela classificada no circulante Parcela classificada no não circulante VC + 1,88 a.a. (*) VC + 3,13% a.a. (*) TJLP + (0,5% a 1,4% a.a.) “del credere” (0,55% a 1,5% a.a.) 8,7% a 10% a.a. TJLP + 4,82 a.a. TJLP + (2,3% a 2,8% a.a.) TJLP + 6% a.a. 0,8% a.m. TJLP + 3,5% e 5,5% 106% a 134% CDI a.a. 109,9% CDI a.a. (*) As variações cambiais desses empréstimos estão protegidos por instrumentos financeiros “swaps”. Os ganhos e perdas com esses instrumentos financeiros já estão refletidos nos saldos apresentados como empréstimos e financiamentos, como despesas financeiras (vide nota explicativa nº 28). FINAME - Fundo de Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais. FINAME PSI - Programa de Sustentação do Investimento. BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. FINEP - Financiadora de Estudos e Projetos. TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo. Taxa aplicável para 2012 de 5,5% (6% em 2011). CDI - Certificados de Depósito Interbancário. Taxa aplicável para 2012 de 6,9% (11,59% em 2011). “Del credere” - comissão do banco agente. PEC - Programa Especial de Crédito. VC - Variação cambial. CDC - Crédito Direto ao Consumidor. FMM - Fundação Marinha Mercante - Crédito Fixo. Garantias Em garantia dos financiamentos na modalidade FINAME BNDES foram concedidas alienações fiduciárias dos equipamentos adquiridos na modalidade. Para a modalidade de arrendamento mercantil a garantia do financiamento são notas promissórias equivalentes a 125% dos montantes dos contratos. Em 31 de dezembro de 2012, o montante líquido de depreciação é de R$58.680 (R$59.750 em 31 de dezembro de 2011). Em garantia do financiamento na modalidade Fundo da Marinha Mercante (FMM), foi concedida alienação fiduciária do equipamento adquirido. Debêntures A Companhia emitiu debêntures simples, não conversíveis em ações, do tipo nominativo-escritural, sem emissão de cautelas ou certificados, da espécie quirografária, sem garantias. As debêntures foram emitidas em série única, sendo 400 debêntures que possuem: (a) valor nominal unitário de R$ 1.000 na data de emissão; (b) remuneração de 109,90% da Taxa DI; (c) prazo de vigência de remuneração de cinco anos a partir de 29 de abril de 2010 até a data de vencimento, pagos semestralmente sem carência; e (d) amortização do principal em três parcelas anuais, no final do 3º, 4º e 5º anos. Em dezembro de 2012, a Companhia efetuou a liquidação antecipada da primeira parcela anual que estava programada para abril de 2013. – 23.509 92.285 60.626 – 1.613 583 48.100 37.406 74.021 266.591 581.225 637.229 146.107 491.122 113.102 62.102 111.042 4.752 4.077 59.800 – 86.312 406.581 847.769 922.557 247.899 674.658 Na escritura pública de debêntures estão previstas certas condições restritivas, as quais requerem que sejam mantidos determinados índices financeiros. É necessário que a Companhia mantenha: (i) uma relação de Dívida Líquida/Ebitda igual ou inferior a 3,5, e (ii) uma relação patrimônio líquido/ ativo total igual ou superior a 0,30. Os índices financeiros foram atendidos em 31 de dezembro de 2012. As parcelas de longo prazo, em 31 de dezembro de 2012, vencem como segue: 2014 189.199 2015 179.894 2016 38.927 2017 18.470 2018 16.652 47.980 Após 2018 491.122 Total 15. ADIANTAMENTOS DE CLIENTES Referem-se a adiantamentos por conta de obras, principalmente Belo Monte, obras em Angola, obras em Venezuela, Consórcio Metrô São Paulo e Consórcio RNEST-Coque. 16. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CORRENTES E DIFERIDOS O imposto de renda e a contribuição social correntes e diferidos são compostos como segue: a) Imposto de renda e contribuição social debitados aos resultados do exercício: 2012 2011 Lucro (prejuízo) antes do imposto de renda e da contribuição social 377.699 (28.989) Alíquotas (15% para imposto de renda mais 34% 34% adicional de 10% e 9% para contribuição social) Imposto de renda e contribuição social calculados às alíquotas nominais (128.418) 9.856 Ajustes para apuração do imposto de renda e da contribuição social efetivos: Adições permanentes - Equivalência patrimonial (2.830) 11.063 - Doações não dedutíveis (14.464) (7.584) - Outras (15.962) – Impactos relacionados à tributação de lucros no exterior (11.461) 6.598 Reversão de imposto de renda e contribuição social diferidos – 36.501 (4.653) (2.997) Outros Receita (despesa) com imposto de renda - corrente (154.928) 16.536 (22.860) 36.901 Receita (despesa) com imposto de renda - diferido w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r Em 31 de dezembro de 2012, a Companhia possui, principalmente, as seguintes causas com probabilidade de perda classificada como possível, não tendo sido, portanto, sujeitas a provisões para riscos: R$77.428 (R$90.892 em 31 de dezembro de 2011) de contingências trabalhistas, referentes a responsabilidade subsidiária, diferenças de horas extras e reflexos em verbas rescisórias; R$163.634 (R$357.663 em 31 de dezembro de 2011) de riscos tributários, referentes, substancialmente, a processos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, COFINS e Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF; e R$526.075 (R$526.745 em 31 de dezembro de 2011) de contingências cíveis, referentes a indenizações decorrentes de desavenças comerciais, indenização por danos materiais e morais, e danos causados por acidente de veículos. O capital social em 31 de dezembro de 2012 é de R$2.130.203 (R$2.078.492 em 31 de dezembro de 2011), representado por 462.257 ações nominativas (451.718 em 31 de dezembro de 2011), sem valor nominal, sendo 374.477 ordinárias (363.938 em 31 de dezembro de 2011) e 87.780 preferenciais (87.780 em 31 de dezembro de 2011). Durante o exercício de 2012, a Companhia efetuou distribuição de dividendos da reserva de retenções de lucros no montante de R$ 451.672. Em 28 de agosto de 2012, os acionistas deliberaram o aumento de capital de R$51.711, através de bens móveis apurados em laudos de avaliação de 31 de julho de 2012, exclusivamente pela acionista majoritária Camargo Corrêa Construções e Participações S.A. Reserva legal Representa 5% do lucro líquido do exercício observado o limite estabelecido em lei. Dividendos Aos acionistas é assegurado, em cada exercício social, o dividendo mínimo de 25% do lucro líquido ajustado em conformidade com o Estatuto e com a Lei das Sociedades por Ações. 31/12/2012 Lucro líquido do exercício 199.911 (9.996) Constituição da reserva legal - 5% 189.915 Subtotal Dividendos mínimos obrigatórios - 25% (47.479) Proposta da Administração Constituição de reserva para retenção de lucros (*) 132.549 (*) A constituição para retenção de lucros será submetida a aprovação dos acionistas na Assembleia Geral Ordinária de 2013. Adiantamentos para futuro aumento de capital A Administração da Companhia submeterá aos acionistas a aprovação da integralização dos adiantamentos para futuro aumento de capital a ser aprovado na Assembleia Geral Ordinária de 2013. 19. RECEITAS A seguir está demonstrada a conciliação entre a receita bruta e a receita líquida apresentada nas demonstrações do resultado do exercício: 2012 2011 Receita bruta: Prestação de serviços - nacionais 4.295.880 4.296.956 Prestação de serviços - exterior 115.642 181.492 629.952 225.470 Venda de mercadorias 5.041.474 4.703.918 Abatimentos sobre receitas: Devoluções de vendas (2.032) – PIS sobre vendas (26.566) (26.284) COFINS sobre vendas (122.693) (121.198) ISS sobre vendas (105.085) (125.076) ICMS sobre vendas (2.228) (3.491) – (1) IPI sobre vendas (258.604) (276.050) 4.782.870 4.427.868 Total 20. INFORMAÇÕES SOBRE A NATUREZA DE CUSTOS E DESPESAS NA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO A Companhia apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação das despesas baseada na sua função. As informações sobre a natureza dessas despesas reconhecidas na demonstração do resultado é apresentada a seguir: continua Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 27 continuação CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO CAMARGO CORRÊA S.A. CNPJ nº 61.522.512/0001-02 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS para o Exercício Findo em 31 de Dezembro de 2012 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando mencionado de outra forma) (de longo prazo), principalmente relacionados à previdência privada. 27. BENEFÍCIOS A EMPREGADOS a) Previdência privada A Companhia possui plano de previdência privada, na modalidade de contribuição definida, cujos custos são perfeitamente previsíveis e passíveis de controle da Administração. No exercício findo em 31 de dezembro de 2012, a Companhia contribuiu com R$4.741 (R$4.336 em 31 de dezembro de 2011). b) Outros benefícios a empregados São concedidos ainda outros benefícios aos empregados, tais como auxílio-médico, auxílio-alimentação, seguro de vida em grupo, auxílio-acidente de trabalho, auxílio-transporte, treinamentos e outros. 28. CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO Os contratos de construção possuem valores a faturar, com base nos contratos e negociações efetuadas e custos a incorrer, que correspondem à 2012 2011 melhor estimativa da administração ao final do exercício. A situação Venda de imobilizado 19.253 25.566 acumulada dos contratos em andamento, ao final do exercício findo em Venda de investimento (a) 22 4.574 31 de dezembro de 2012, corresponde a: Venda de sucata 2.784 6.034 2012 2011 Recebimento de ação judicial (b) 3 32.904 Receitas acumuladas dos contratos PIS e COFINS sobre outras receitas (3.539) (6.307) em andamento, reconhecidas 26.616.958 21.775.477 Recebimento - CNEC (c) – 17.403 Custos contratuais acumulados Recuperação de impostos (d) 23.130 1.144 dos contratos em andamento, reconhecidos (22.838.872) (18.714.934) 10.590 17.293 Margem bruta Outras 3.778.086 3.060.543 Total 52.243 98.611 29. INSTRUMENTOS FINANCEIROS (a) Em 2011, refere-se à alienação de parte da participação do investimen- 29.1. Gestões de risco de capital to na empresa Estaleiro Atlântico Sul e em 2012 refere-se a ganho na variação de participação acionária da empresa Camargo Corrêa Naval e Participações Ltda. (b) Receitas decorrentes de processos judiciais relativos a acordo judicial junto ao Metrô Rio, Prefeitura do Município de Jundiaí, Prefeitura do Município de Araçatuba e Departamento de Estradas de Rodagem de Mato Grosso do Sul e cessão de crédito de ICMS para Cemar - Execução DER. (c) Refere-se ao prêmio recebido pela venda de participação na companhia CNEC, efetuada em 2009. (d) Em 2012 e 2011, refere-se principalmente a venda de crédito de ICMS. 22. OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS Matérias-primas e materiais de uso e consumo Salários e benefícios a empregados Depreciação e amortização Serviços de terceiros Despesas com frete Despesas com aluguel Despesas com manutenção Despesas tributárias Despesas com locomoção, viagens e refeições Outras receitas (despesas) líquidas Total Custo dos serviços prestados Despesas gerais e administrativas 21. OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 2012 (1.006.881) (2.059.024) (125.218) (657.591) (16.287) (355.895) (28.689) (6.502) (110.277) (47.652) (4.414.016) (4.156.855) (257.161) 2011 (822.816) (1.968.043) (130.598) (887.267) (16.351) (383.199) (34.638) (16.541) (142.519) (1.401) (4.403.373) (4.111.661) (291.712) Custo com investimentos alienados (a) (13.676) – Perda na venda de imobilizado (13.486) (7.577) Despesas com doações (51.042) (22.298) Baixa de depósitos judiciais (b) – (37.501) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – (18.533) Provisão para contingências (32.196) (18.402) Outras despesas Total (a) Em 2012, refere-se à baixa do ágio proporcional a participação na empresa Atila Holdings S.A., através da venda de ações da empresa Camargo Corrêa S.A. (b) Refere-se a baixa de excesso de depósitos judiciais registrados pela Companhia. 23. RESULTADO FINANCEIRO Despesas financeiras: Juros sobre empréstimos Descontos concedidos Despesas bancárias Multa sobre obrigações Outras Receitas financeiras: Juros ativos Descontos obtidos Rendimento financeiro Variação monetária Outras (83.942) (813) (3.251) (2.355) 22.677 5.320 46.514 8.857 8.620 91.988 80.214 76.176 Com relação às operações mencionadas, o resultado financeiro acumulado até 31 de dezembro de 2012, considerando os valores contábeis, é de uma perda de R$1.123 e está registrada no grupo “Empréstimos e financiamentos” no passivo e na rubrica “Variação cambial” na demonstração do resultado do exercício. 29.4. Exposição cambial Risco de taxa de câmbio Os principais saldos denominados em moeda estrangeira estão relacionados a seguir: 2012 2011 Ativo: Contas a receber 25.516 133.240 21.752 35.829 Partes relacionadas 47.268 169.069 Total do ativo exposto Passivo: Empréstimos e financiamentos – 2.111 Fornecedores 82 1.043 129.755 6.745 Partes relacionadas 129.837 9.899 Total do passivo exposto 29.5. Exposição a riscos de taxas de juros A Companhia está exposta a taxas de juros flutuantes e a índices inflacionários principalmente relacionados às variações do CDI e TJLP nos empréstimos e debêntures. As taxas de juros nas aplicações financeiras são na sua maioria vinculadas à variação do CDI. Estas posições estão demonstradas a seguir: 2012 2011 CDI 399.491 38.568 438.059 310.988 187.197 498.185 CDI 396.616 131.887 528.503 689.585 232.973 922.558 Para determinação dos valores de mercado dos instrumentos derivativos e dos investimentos avaliados ao valor justo através do resultado, a Companhia, no encerramento de cada exercício, realiza o cálculo desses valores com base nas informações disponíveis no mercado futuro, além de consultar as instituições financeiras com as quais as operações foram celebradas conforme CPC 39. Consequentemente, a Companhia utiliza o nível 2 de hierarquia do valor justo, conforme definido pelo CPC 39 - Instrumentos fi29.7. Análise Variação cambial, líquida Resultado financeiro 24. COMPROMISSOS Contratos de arrendamento operacional: Os contratos de arrendamentos operacionais de imóveis e de locação de equipamentos têm prazos de duração entre um e sete anos. A estimativa de pagamentos de aluguéis, em valores nominais, é composta por: 2012 Até 1 ano 96.120 De 1 a 5 anos 11.577 Acima de 5 anos 385 108.082 Total 25. SEGUROS A Companhia mantém política de efetuar cobertura de seguros de forma global para os bens do imobilizado sujeitos a riscos de incêndio, roubos, danos materiais e lucros cessantes, considerada suficiente pela Administração, em virtude dos riscos existentes em suas operações. 26. REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES O montante registrado em 2012 é de R$2.146 (R$5.062 em 2011), sendo: (a) R$2.105 (R$4.692 em 31 de dezembro de 2011) referentes a benefícios de curto prazo, como salários, encargos e outros benefícios; e (b) R$41 (R$370 em 31 de dezembro de 2011) referentes a benefícios pós-emprego sensibilidade dos instrumentos financeiros A análise de sensibilidade dos instrumentos financeiros, das variações de ativos e passivos relevantes da Companhia e aqueles expostos a variações Cenário 2 Cenário 3 (141.880) (570) (2.433) (6.683) 2.170 298 62.729 17.405 37.952 120.554 (30.309) 67.052 de obrigações financeiras, resultado de operações internacionais e contas a pagar por importação de insumos produtivos, obedecendo aos níveis de exposição vinculados a esses riscos. Para a exposição cambial referente aos empréstimos em moeda estrangeira (Resolução nº 4.131), a Companhia tem contratado operações com instrumento financeiro derivativo, do tipo “swap”, com o Banco HSBC: (i) HSBC: US$25.000 mil, equivalente a R$43.860, considerando a taxa de câmbio vigente na data da contratação (31 de agosto de 2010), com vencimento em 1º de março de 2013. Essas operações de “swap” consistem na troca da variação do dólar norte-americano, acrescida dos juros em moeda estrangeira (posição ativa), por percentual da variação do CDI pós-fixado (posição passiva), conforme detalhado no quadro a seguir. Com relação às operações com derivativos do tipo “swap”, os respectivos valores contábeis e de mercado estão assim demonstrados em 31 de dezembro de 2012: Valores em Perda acumulada até 2012 2012 (valor a receber) Valor Valor de Valor Valor de Descrição nocional mercado contábil mercado Contratos de “swap” posição ativa: moeda estrangeira - Contrato US$ 25.000 mil 54.876 55.030 (1.123) (862) Posição passiva - 109% da taxa CDI pós-fixada 55.999 55.892 – – A DIRETORIA do índice 31.200 23.400 15.600 do índice 28.248 35.310 42.372 do índice 6.594 8.243 9.892 O cenário 1 é considerado pela Administração como que melhor reflete suas expectativas, sendo este calculado com base em projeções disponibilizadas no mercado financeiro para cálculo dos valores futuros das operações acima tendo em conta até 12 meses de vencimento. O cenário 2 considera uma valorização ou desvalorização dos índices em relação ao Cenário 1, quanto aos índices variáveis, dependendo da natureza do risco, de 25% e o cenário 3 de 50%, em relação ao cenário 1. 30. INFORMAÇÕES ADICIONAIS AOS FLUXOS DE CAIXA 2012 2011 Transações de investimentos e financiamentos que não envolveram caixa: Redução de capital através de baixa de investimento – 218.565 Aumento de capital através de bens móveis 51.711 – Resultado negativo em transação com partes relacionadas, líquido de impostos – 31.706 Ativos e passivos transferidos à controlada GCT – (145.691) Adição ao imobilizado através de operações de “leasing” financeiro 5.994 19.720 Distribuição de dividendos intermediários da controlada Átila diretamente para a CCSA, por conta de dividendos declarados pela Companhia. 212.375 – 31. AUTORIZAÇÃO PARA CONCLUSÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Na reunião do Conselho de Administração realizada em 25 de março de 2013, foi autorizada a conclusão das presentes demonstrações financeiras, as quais contemplam os eventos subsequentes ocorridos após 31 de dezembro de 2012, estando aprovadas para divulgação. NELSON NÓBREGA DA COSTA - Contador CRC 1SP 202165/O-9 RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Aos Acionistas, Conselheiros e Diretores da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. São Paulo - SP Examinamos as demonstrações financeiras individuais da Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. (“Companhia”), que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2012 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da Administração sobre as demonstrações financeiras A Administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados às circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas w w w. c a m a r g o c o r r e a . c o m . b r e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela Administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia em 31 de dezembro de 2012, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. São Paulo, 25 de março de 2013 Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes CRC nº 2 SP 011609/O-8 José Roberto P. Carneiro Contador CRC nº 1 SP 109447/O-6 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Napolitano tenta apressar escolha do premiê italiano Berlusconi sinaliza apoio a Matteo Renzi, prefeito de Florença, de centro-esquerda, cujo nome se fortalece Claudio Giovannini/AFP Philip Pullella e Francesca Piscioneri/Roma, Reuters O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, iniciou uma nova rodada de discussões para nomear o novo primeiro-ministro do país, após dois meses de um impasse que afetou a estagnada economia e alarmou os parceiros de Roma na Zona do Euro. Napolitano, de 87 anos, foi eleito no fim de semana pelo Parlamento para um inédito - e indesejado - segundo mandato. Os líderes partidários não foram convidados para as reuniões com os chefes dos grupos parlamentares da Câmara e do Senado. Após ameaçar renunciar se os partidos continuassem com o que chamou de “irresponsabilidade” depois da inconclusiva eleição parlamentar de 24 e 25 de fevereiro, Napolitano parece determinado a forçar o ritmo, e pode designar um primeiro-ministro para comandar uma grande coalizão. Um favorito para ser o novo premiê é Giuliano Amato, um veterano da centro-esquerda, que já foi primeiro-ministro em duas ocasiões, mas atualmente não é parlamentar. Há também especulações de que o prefeito de Florença, Matteo Renzi, de 38 anos, visto como provável futuro líder do Partido Democrático (PD, centroesquerda) poderia ser chamado a encabeçar o novo gabinete. Ele viajou a Roma ontem. Portugal vai incentivar as pequenas empresas Matteo Renzi, prefeito de Florença, surge como candidato-surpresa a primeiro-ministro da Itália O indicado, seja quem for, deverá forjar um gabinete pluripartidário para substituir o governo tecnocrata do premiê Mario Monti, nomeado no final de 2011 com a tarefa de debelar a crise financeira que consumia a Itália naquele período. O PD formou a maior bancada parlamentar na eleição de fevereiro, mas não conseguiu maioria no Senado, e por isso precisaria formar uma coalizão. O partido desde então rejeitou uma aliança com o bloco de centro-direita liderado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, e foi esno- bado pelo partido alternativo Movimento 5-Estrelas, do comediante Beppe Grillo. A manutenção do impasse poderia levar a uma nova eleição algo que os líderes partidários parecem não desejar. Mas, mesmo com a solução antevista por Napolitano, um novo gabinete provavelmente não terá condições de estabilizar o país ou de aprovar reformas consideradas vitais para recuperar a competitividade econômica nacional. Renzi atrai a direita O bloco centro-direitista de Sil- vio Berlusconi sinalizou ontem que cogita apoiar o jovem prefeito centro-esquerdista de Florença para o cargo de primeiro-ministro. Matteo Renzi, de 38 anos, é apontado pelas pesquisas como o político mais popular do país, mas não era nem cogitado como premiê até a noite de segundafeira, quando seu nome foi proposto por Matteo Orfini, dirigente do seu Partido Democrático. Uma fonte parlamentar ligada a Berlusconi disse que seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), “não é em princípio contra a candidatura de Renzi”. ■ O governo português apresentou ontem um plano para incentivar a economia baseado, principalmente, na ajuda às pequenas e médias empresas e exportações, em um momento em que a política de austeridade do país provoca muitas críticas e descontentamento social. Ao final reunião do conselho de ministros, o ministro da Economia, Alvaro Santos Pereira, apresentou um “memorando para o crescimento e o emprego”, que será submetido aos agentes sociais e aos partidos políticos. Santos Pereira anunciou a abertura de uma linha de crédito de ¤ 500 milhões para incentivar exportações das PME. O governo também pretende reduzir significativamente os impostos incidentes sobre diversos setores da economia. A colocação em andamento desse plano pode esbarrar na realidade da situação econômica do país onde a austeridade imposta pelos credores agravou o desemprego e a recessão. Previsões oficiais indicam que a economia se contrairá este ano 2,3% e o desemprego afetará 18% da população ativa. AFP Francois Lenoir/Reuters Alemanha defende disciplina Barroso se diz preocupado com austeridade e provoca reação de ministério alemão O ministério alemão das Finanças pediu ontem aos países da Zona do Euro que mantenham a rota traçada de disciplina orçamentária e reformas econômicas, em resposta aos comentários formulados pelo presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Barroso, que havia sugerido que a tensão política e social na Europa pode se voltar contra a austeridade. “Devemos manter a linha que sempre defendeu a consolidação e o fortalecimento das bases do crescimento através das reformas, como a base de um crescimento são”, defendeu o ministério em sua nota. Em seus comentários em que manifestou preocupação com os efeitos dos cortes orçamentários, o presidente da CE enfatizou que “as políticas atuais alcançaram seu limite em muitos sentidos” porque “devem ter um mínimo de apoio político e social”. Para o ministério alemão das Finanças, a política adotada desde o início da crise na Zona do Euro, criticada por muitos interlocutores por considerar que impede o crescimento econômico, é um sucesso. A Alemanha admite que cada país deve aplicar uma política de rigor em função de suas “especificidades e suas possibilidades”, mas “dentro do respeito aos compromissos emitidos de tratados europeus e do pacto orçamentário.” ■ AFP Barroso: as políticas atuais atingiram o limite, em muitos sentidos Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 29 Juan Mabromata/AFP DE VOLTA ÀS RUAS Oposição retoma protestos na Argentina Os partidos opositores convocaram os argentinos a se concentrar diante do Congresso hoje em protesto contra a votação de uma polêmica reforma judicial proposta por Cristina Kirchner e que os opositores achaam que vai comprometer a independência da justiça. A União Cívica Radical dos ex-presidentes Raúl Alfonsín e Fernando de la Rúa, segunda força legislativa, convocou seus simpatizantes a participar de maneira pacífica da manifestação diante da sede do Parlamento. AFP Luke MacGregor/Reuters “ROBÔS ASSASSINOS” A ONG Human Rights Watch (HRW) lançou uma campanha para que sejam proibidos os ‘robôs assassinos’, cujo uso cada vez maior modificou radicalmente os métodos de combate na última década e “gerou novos desafios humanitários e jurídicos”. Os aparelhos não tripulados X-47B, do tamanho de um avião, podem decolar e aterrissar sem piloto. Como parte da campanha, a HRW colocou, ontem, um robô em frente ao prédio do Parlamento, em Londres. AFP AL crescerá 3,5% em 2013, prevê Cepal Crescimento será sustentado principalmente por Argentina e Brasil, cuja taxa será de 3% A economia latino-americana crescerá 3,5% em 2013, abaixo dos 3,8% projetados em dezembro, sustentada em parte por um maior crescimento esperado de Brasil e Argentina, indicou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), que explicou o corte pela crise na Eurozona. O crescimento da América Latina em 2013 será “levemente menor em relação à estimativa entregue em dezembro passado (3,8%) devido principalmente à (...) incerteza sobre o futuro da economia internacional”, indi- cou um relatório do órgão divulgado ontem. A crise na Eurozona “continuará sendo um dos principais fatores de risco para a economia mundial e para a América Latina e o Caribe”, acrescentou a Cepal, um organismo técnico das Nações Unidas que tem sua sede em Santiago. Mas o impacto irá se moderar por um “maior crescimento esperado de Argentina (3,5%) e Brasil (3%), devido à recuperação da atividade agrícola e dos investimentos, que sofreram queda nestes países em 2012.” O Paraguai liderará a expansão em 2013 com um crescimento esperado do Produto Interno Bruto (PIB) de 10%, seguido por Panamá (8%), Peru (6%) e Haiti (6%). Bolívia, Chile e Nicarágua crescerão 5,0%, enquanto a Colômbia registrará 4,5% e o Uruguai 3,8%. O México, com um crescimento esperado de 3,5% em 2013, será beneficiado por um maior dinamismo dos Estados Unidos, ao que se soma uma melhoria do setor agrícola. No Caribe continuará a aceleração no ritmo de crescimento com uma expansão média esperada de 2%, como resultado do dinamismo das economias mais especializadas na produção e exportação de matériasprimas (Guiana e Suriname, principalmente), e da recuperação dos países mais focados no turismo, produto da melhor situação econômica dos Estados Unidos. Em seu relatório, a Cepal também revisou levemente em baixa a taxa de crescimento da região do ano 2012, que passou de 3,1% a 3,0%, produto de uma menor expansão da economia mundial. Em seu relatório, a CEPAL também acrescentou que a taxa de desemprego urbano registrou uma nova queda no ano passado, de 6,7% para 6,4%, ao seu nível mínimo para as últimas duas décadas, reduzindo em 400.000 o número absoluto de desempregados. No entanto, a Cepal adverte que “cerca de 15 milhões de pessoas ainda estão buscando emprego nas zonas urbanas da região”. ■ AFP Partido de Cartes em vantagem no Congresso Colorados dominam a Câmara por maioria simples e detém 19 das 45 cadeiras do Senado O presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, terá uma cômoda posição para estimular projetos e selar alianças políticas que facilitem sua aprovação, depois que o seu conservador Partido Colorado obteve maioria na Câmara dos Deputados e aumentou sua presença no Senado. Cartes obteve 46% dos votos, nove pontos acima de seu rival mais próximo, nas eleições de domingo, que marcaram a volta ao poder do partido político que governou o país durante seis décadas até 2008. O Tribunal Superior de Justiça Eleitoral (TSJE) informou que o Partido Colorado obteve 19 assentos no Senado de 45 lugares, quatro a mais em relação à atual formação. Na Câmara, de 80 deputados, os colorados alcançaram uma maioria simples, disse o coordenador geral das eleições, tomando como base resultados preliminares do TSJE. Cálculos extraoficiais mostram que teria 44 assentos. O partido teria ganho também a maioria dos governos regionais. Esse contexto daria ao rico empresário de 56 anos certa autonomia para impulsionar sua agenda de reformas, que incluem a modernização de um Estado frequentemente tomado por denúncias de corrupção. Os planos do governo eleito incluem atrair até US$ 2,7 bilhões de capital privado nos próximos cinco anos. ■ Daniela Desantis, Reuters Jorge Adorno/Reuters Thomas Coex/AFP Venezuela enfrenta blecautes Governo vai acelerar trabalhos de infraestrutura para evitar os frequentes blecautes no país Emergência de 90 dias para melhorar infraestrutura energética O governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou uma “emergência” de 90 dias no setor elétrico para acelerar os trabalhos em infraestrutura e a importação de equipamentos necessários para evitar cortes no fornecimento de energia. Autoridades atribuíram os blecautes à sabotagem e ao consumo excessivo, enquanto críticos dizem que o setor sofre as consequências da má gestão. Maduro, que venceu eleições neste mês para suceder o seu exmentor Chávez, prometeu um governo de “eficiência” para enfrentar problemas cotidianos de falta de energia que atingem a nação sul-americana de 29 milhões de habitantes. Um decreto no diário oficial ordenou a empresa estatal de energia Corpolec a adotar todas as medidas “técnicas e econômicas” necessárias para manter os serviços de eletricidade e autorizou as Forças Armadas a proteger importantes instalações contra “vandalismo e ataques.” ■ AFP Cartes: maioria na Câmara e posição sólida no Senado 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 PONTO DE VISTA Falso tweet ‘Obama ferido’ causa tumulto Um tweet da conta da agência de notícias Associated Press afirmou, ontem, que o presidente Barack Obama havia se ferido depois de duas explosões na Casa Branca. Um breve alerta da conta @AP afirmava: “Alerta: duas explosões na Casa Branca e Barack Obama ferido”. Imediatamente, AP postou em sua conta de comunicação corporativa que a @AP no Twitter havia sido invadida por hackers. “Posso afirmar que o presidente está bem”, disse Jay Carney, porta-voz da Casa Branca. Reuters IDEIAS/DEBATES [email protected] RONI DE OLIVEIRA FRANCO JAYME NICOLATO Administrador de empresas, sócio da TG&C — Trevisan Gestão & Consultoria e da Efycaz Trevisan CEO da Ferrous Resources do Brasil Boa gestão do pós-venda é decisiva para fidelizar clientes Os verdadeiros impactos da mineração no país O pós-venda, em todos os setores de atividades, é fundamental para a fidelização do cliente, seja ele o comprador final de um produto ou serviço, no mercado consumidor, ou uma empresa, no universo b2b. A verdade é que a atenção, a responsabilidade e o compromisso com que se fabrica, se vende e se promete ao comprador são os principais fatores que o influenciarão na decisão de compra na próxima vez que precisar adquirir novamente o mesmo item. Essa questão ficou muito evidente na pesquisa que acaba de ser divulgada pelo Procon de São Paulo, sobre os produtos que causam mais problemas aos consumidores. Os campeões de reclamações foram os aparelhos telefônicos, fixos e celulares, seguidos pelos móveis e eletrodomésticos. No escopo da análise que estamos fazendo aqui, mais importante do que o ranking das queixas é entender os porquês. E é exatamente esse o objetivo da pesquisa, ou seja, mostrar as dificuldades que o consumidor continua enfrentando no pós-venda. Um aspecto negativo é a alegação dos fabricantes, ante o defeito de um produto, de que a causa é o mau uso, imputando culpa ao consumidor. Também se verificaram muitos problemas relacionados à entrega, com três variáveis: o produto simplesmente não foi entregue; ou o consumidor recebeu mercadoria diferente da que comprou; ou, em especial no tocante aos móveis, verifica-se a falta de peças e partes. A legislação brasileira, voltada para a conservação dos recursos ambientais do país, fez com que o processo de licenciamento ambiental de grandes empreendimentos industriais se tornasse um dos principais itens nos planejamentos de projetos das companhias. É bom que seja assim. Quanto maior a atenção, mais azeitados ficam os projetos e menor serão os impactos negativos. Entretanto, o país não pode deixar de se desenvolver e de aproveitar as oportunidades de crescimento mundial. A área ambiental está ficando com o ônus da grande burocracia existente no Brasil. Hoje, os processos de licenciamento nas esferas municipal, estadual e federal possuem prazos de atendimento, conhecimento e equipes diferentes, o que resulta em enormes atrasos. A complexa legislação, aliada à falta de procedimentos bem definidos, leva à incerteza jurídica, fazendo com que sejam demandados estudos complementares, por vezes, desnecessários. Há, ainda, a justa insegurança por parte dos administradores públicos e dos técnicos que analisam os estudos e não têm amparo jurídico. Há empresas que se esmeram na produção ou na prestação do serviço, mas que se esquecem do consumidor/cliente após a venda. É nessa atitude que começa a perdê-lo Há um “recado” muito claro no resultado dessa pesquisa do Procon de São Paulo: não importa o porte de sua empresa e a natureza do seu negócio. Seja lá qual for o produto que fabrique e/ou venda e os serviços que presta, é essencial continuar atendendo bem seus consumidores e seus clientes depois da venda e da entrega. Ninguém reclama sem motivo. Se há uma queixa, existe uma insatisfação correlata. É preciso dar toda a atenção ao reclamante, verificar se tem mesmo razão e, em qualquer circunstância, procurar uma solução que o agrade. Por que não se faz sempre assim? Obviamente, não é por falta de boas intenções, pois todo mundo que está no mercado não pretende prestar maus serviços nem tratar mal o cliente ou negligenciar a atenção com ele e com o atendimento. O problema, a rigor, está na ausência ou ainda na má gestão do pósvenda. Há empresas que se esmeram na produção ou na prestação do serviço, mas que se esquecem do consumidor/cliente após a venda. É nessa atitude que começa a perdê-lo. Por isso, é preciso ajustar todos os fluxos internos de modo a possibilitar um pós-venda organizado e eficaz. Isso inclui a distribuição, a entrega, fluxos corretos de cobrança — pois os equívocos nesse processo também causam imensa irritação — e canais eficientes para ouvir, entender e interagir com o cliente/consumidor. Organizar tais fluxos, de modo que funcionem adequadamente, não é o ‘core business’ das empresas, mas é o foco principal dos clientes para se manterem fiéis a elas. ■ Com investimento nos órgãos licenciadores, é possível que o licenciamento sirva para mitigar impactos, atuando de forma preventiva Os profissionais dos órgãos ambientais fazem um excelente trabalho, considerando as condições que têm. Mas para atender a celeridade que o mercado globalizado exige das empresas privadas e o cronograma dos projetos é preciso que os órgãos recebam investimentos. Assim, será possível desinchar os processos movidos pelo Ministério Público, órgão que faz um importante trabalho para a conservação do meio ambiente e para o bem estar da população. Com investimento nos órgãos licenciadores, é possível que o licenciamento sirva para mitigar impactos, atuando de forma preventiva. Quanto mais empreendimentos regulamentados, maiores serão as áreas protegidas, as contrapartidas em saúde, em educação e em infraestrutura para a sociedade. O crescimento das empresas não é uma opção para quem quer sobreviver no mercado globalizado, é uma necessidade. As pujantes economias da China, da Rússia, da Índia, da Coréia do Sul e da África do Sul, sem contar com a retomada da indústria norte-americana, serão avassaladoras para as empresas brasileiras que não responderem à altura e ao tempo. A Austrália, que até o final da última década foi um concorrente páreo para o Brasil no setor da mineração, se distanciará a passos largos, atingindo em 2015 cerca de 700 milhões de toneladas anuais de minério de ferro, enquanto o Brasil continuará estacionado entre 300 milhões e 350 milhões de toneladas por ano. Isso significa que vai dobrar o recolhimento de impostos, a demanda da sua cadeia fornecedora e, o mais importante, o número de empregos gerados. Permitir a agilidade nos processos de licenciamento, respeitando as pessoas e o meio ambiente, vai aumentar a competitividade das empresas e estimular a economia e o desenvolvimento social. Não é por acaso que os municípios de Minas Gerais com maior IDH são os que têm raízes na atividade mineral. Um emprego criado significa melhora na condição de vida do trabalhador e de toda sua família, contribuindo para o desenvolvimento sustentado da economia local, regional e, também, do país. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Publisher Ramiro Alves Editor-Chefe (RJ) Octávio Costa Editora-Chefe (SP) Adriana Teixeira Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Editor Executivo Sede - Rua dos Inválidos, 198 Centro — CEP 20231-048 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Gabriel de Sales [email protected] Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico 31 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 24 de abril, 2013 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., com sede à Rua dos Inválidos, 198, Centro - CEP 20231-048 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. Charles Platiau/Reuters PONTO FINAL PROMESSA CUMPRIDA OCTÁVIO COSTA — Editor-chefe (RJ) [email protected] Afif não vai ter boa vida como ministro das PMEs Os deputados franceses aprovaram ontem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que polarizou a sociedade do país. Na segunda e última leitura do texto na Assembleia Legislativa, 331 deputados votaram a favor e 225 contra. A votação na Assembleia, onde os socialistas, no governo, possuem confortável maioria, converteu a França no 14º país a legalizar o casamento homossexual. No recinto da Assembleia explodiram os aplausos e também gritos de rejeição. A oposição prometeu apresentar recurso ante o Conselho Constitucional contra a lei, que também autoriza a adoção por parte de casais de mesmo sexo. Essa lei foi uma promessa de campanha de François Hollande. O pioneirismo da Dinamarca, em 1989 A França foi o 14º país a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo através de uma lei aprovada pelo Parlamento, seguindo a decisão pioneira da Dinamarca que, em 1989, aprovou a “união registrada”. Na América Latina, apenas Argentina e Uruguai aprovaram legislação permitindo o casamento gay. Vários outros países, contudo, regulam o assunto, como é o caso do Brasil que aceita a “união estável” entre pessoas do mesmo sexo. Nos Estados Unidos, onde o tema está em debate no plano federal, a união já é legal em cinco estados. Na Colômbia, uma lei está em tramitação no Congresso. ■ Ex-diretor da Associação Comerporte dos investimentos que exicial de São Paulo, o vice-goverge, fica nas mãos das grandes nador Guilherme Afif Domingos empresas. Ele admite que a Petem uma árdua tarefa pela frentrobras é atenta à questão e, na te. Na cota pessoal da presidente medida do possível, abre espaDilma Rousseff, ele foi escolhido ços para as PMEs. Desde de para assumir a recém-criada Se2003, mantém convênio com o cretaria das Pequenas e Médias Sebrae, em busca de mecanisEmpresas. Trata-se de uma demos que permitam maior insermanda antiga desse setor da ecoção das pequenas empresas. nomia brasileira, que aposta no Tem desenvolvido arranjos pronovo status para fazer ouvir sua dutivos nessa mesma direção e voz. Se Afif estivesse ontem em dá suporte às incubadoras de Salvador no seminário sobre fuempresas nas universidades. turos fornecedores da indústria Mas os responsáveis pelas petrolífera, organizado pelo BraPMEs querem mais. Citam o sil Econômico, com apoio da Peexemplo dos EUA, onde 23 mil trobras, teria um exemplo das empresas participam da explorademandas de que será alvo. O ção de petróleo e geram 300 mil objetivo do encontro foi plenaempregos para exigir uma abermente atendido com explicatura maior no Brasil aos pequeções da área nos e médios foroperacional da necedores. AcreOs responsáveis Petrobras sobre ditam que eles pelas PMEs o relacionamendariam maior dito da estatal namismo prinacreditam que com o vasto unicipalmente à dariam maior verso de seus exploração das dinamismo fornecedores áreas de shale na Bahia. A emgas. Sabem que à exploração das presa, por sinal, seriam necessááreas de shale gas dá atenção esperias mudanças cial aos emna legislação, preendedores baianos. Encojá que as riquezas do subsolo menda no estado 41% de suas pertencem à União, mas dizem compras de bens e serviços, nas que já é tempo de pensar em mãos de 4.926 fornecedores. mudanças. E argumentam que São Paulo, apesar de toda sua fornas grandes empresas o gestor ça, aparece em segundo lugar, é muitas vezes um técnico decom 24% dos negócios e 2.884 sinteressado, enquanto nos mifornecedores. cro e pequenos negócios o gesDiante desses números, era tor é o próprio dono. de se acreditar que não houvesAs propostas são ousadas e se nenhum reparo a fazer à atitumereceriam uma discussão de da Petrobras em relação às mais ampla e acurada, que vai empresas da Bahia, estado que além do setor de petróleo e foi pioneiro na exploração do pegás. Se a Petrobras tem comtróleo no país. Mas, em sua inpromisso com as pequenas e tervenção, Geraldo Queiroz, da médias empresas, em outras RedePetro Bahia, que reúne os áreas que têm avançado na Bafornecedores da estatal, ajustou hia, como a mineração e a enero foco na participação dos pegia, as PMEs continuam à marquenos e médios empresários gem. E as demandas certamenno mercado de petróleo e gás. E te vão chegar ao gabinete de afirmou que o setor, até pelo Guilherme Afif. ■ DESTAQUES DO PORTAL ➤ ● A Omron Componentes Automotiva anunciou a nomeação de Carlos Storniolo para o posto de diretor geral no Brasil. Com mais de 25 anos de experiência, o executivo já teve passagens pela General Motors e Delphi, onde ocupou posições de liderança. A contratação tem como objetivo diversificar o portfólio de clientes da empresa. ➤ ● As vendas de aços planos realizadas pelos distribuidores associados ao Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (INDA) subiram 12,1% em março. No total, foram vendidas 356,5 mil toneladas no mês. No mesmo período, o número de compras realizadas apresentou crescimento de 13,2%. ➤ ● O crescimento econômico na América Latina e Caribe deve acelerar em 2013 em relação ao ano passado, embora em um ritmo mais lento do que o previsto inicialmente. A expansão mais modesta no Brasil e a demanda menor pelas exportações, dependente das commodities, devem pesar sobre o crescimento neste ano. www.brasileconomico.com.br