Ano 04 – Nº 20
Março/Abril de 2014
Carlos Souza Barros
Novos desafios e caminhos
para as Corretoras
Há quatro anos enfrentando dificuldades e prejuízos por conta da redução do
interesse dos investidores por ações, as
corretoras de valores buscam se reinventar, procurando diversificar as atividades
para além do segmento de renda variável
e, ao mesmo tempo, mudando suas estruturas e formas de atuação no mercado,
afirma Carlos Souza Barros, presidente
da Ancord.
Dois momentos marcam a ascensão e
queda do mercado de ações na história
recente do Brasil. De Janeiro de 2002
a Dezembro de 2007, o Ibovespa teve
excelente performance, passando de 14
mil para 64 mil pontos, novas empresas
abriram capital, os famosos IPO’s. E o
Mercado de Capitais foi atingindo maior
importância atraindo novos investidores.
Emissões primárias de ações, as aberturas de capital, alcançaram R$ 39,8
bilhões em 2007 – aumento de 139,8%
diante do ano anterior.
“O Mercado de Capitais passou a ser
uma importante fonte de financiamento das empresas brasileiras” declarou
Raymundo Magliano Filho, presidente
da Bovespa a época. Além de fonte de
financiamento, o Mercado de Capitais
tem sido um fator determinante de sucesso para o desenvolvimento do País
e uma alternativa ao financiamento
via BNDES.
As corretoras de valores montaram
grandes estruturas para atender o crescente número de investidores, locais e
internacionais. Foi o momento de importante crescimento e inovação. Aqui vale
destacar que os corretores brasileiros
são bastante criativos, houve o florescimento do home broker, que deu amplitude
de acesso e capilaridade. Criamos o pregão estendido para que os clientes pudes-
sem operar após as 18,00 horas, lembra
Souza Barros.
Nesse período as corretoras de valores
apresentaram excelentes resultados.
Outro momento teve início no final do
1º semestre de 2008 com a crise internacional, a partir do subprime dos EUA,
ecoando em todas as economias, com
grande guinada no valor das empresas
listadas, machucando o investidor. De
2010 até 2013, com o mercado sofrendo
bastante “andando de lado”, tivemos uma
desaceleração do segmento de varejo.
Mesmo com a campanha de captação
de 5 milhões de CPFs, com o Pelé de
“garoto propaganda”, não conseguimos
reverter o desinteresse do investidor com
o mercado de ações.
Diversificação – Para se fortalecer,
as corretoras de valores com resultados ainda muito atrelados ao Ibovespa,
começaram a diversificar a oferta de
produtos. Passaram a oferecer renda fixa
– LCI, LCA, CDBs, distribuição de cotas
de fundos pré-selecionados, mercado de
títulos públicos voltados ao varejo, como
o Tesouro Direto.
Hoje, entre os 10 maiores vendedores
de títulos públicos pelo sistema do Tesouro Direto, 3 são corretoras independentes.
Das 75 instituições que oferecem Tesouro
Direto, 57 são corretoras, representando
67% do mercado.
“Também nos destacamos na colocação e oferta de Debentures de infraestrutura – último lançamento foi da Vale.
Temos certeza que o berço de um mercado secundário de renda fixa será montado
por corretoras” diz Souza Barros.
Um avanço nesse sentido foi a parceria
entre a Ancord, a ABBC, que reúne os
bancos de médio porte, e a Cetip, para
montar a plataforma que centraliza as
➠
Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
➠ ofertas de CDBs e Letras de Câmbio dos
2
bancos e financeiras em um só sistema
que dá visibilidade e transparência às
taxas e facilita as vendas para os clientes.
Sobre o projeto de criar duas categorias
de corretoras, as PN – Participantes de
Negociação, e as PNP – Participantes de
Negociação Plena, que fariam a liquidação das operações junto à Bolsa, Carlos
Souza Barros diz que as conversas continuam com a Bolsa e os reguladores. “Não
é muito diferente do que já existe, as PN
são as antigas distribuidoras de valores,
ou DTVM’s, e as PNP são as Corretoras”.
Para reduzir os custos, algumas corretoras têm buscado terceirizar a parte de
conexão com a BVMF, usando a estrutura
tecnológica de outras instituições para realizar operações para seus clientes na Bolsa.
São as chamadas “operações por conta e
ordem”, processo que permite a corretora
focar a sua atuação e reduzir os custos com
tecnologia. “É um conceito amplamente
utilizado por instituições financeiras, dentro e fora do Brasil, onde grandes bancos
comerciais, que não possuem corretoras,
através do “por conta e ordem” tenham
acesso ao ambiente de negociação”.
Regulação – Quanto à regulação,
Souza Barros entende que há uma sobreposição de auditoria e fiscalização
dos reguladores e autorreguladores com
diversas entidades tratando o mesmo
assunto. O custo pode subir 2 a 3 vezes
com equipes e tempo dedicado. “Nesse
sentido, temos trabalhado junto a estas
entidades, BSM, Anbima e Cetip – sobre
o peso da regulação vis-à-vis as necessidades e agentes envolvidos. Muitas vezes
essas entidades são autorreguladoras de
temas muito próximos. Trabalhamos para
que reconheçam as atividades uns dos
outros, até para que as instituições não
precisem estar em constante processo de
auditoria/fiscalização. De certa forma é
um trabalho muito em linha com o Simplifica BACEN”, afirma.
Câmbio – Para conseguir que as corretoras de câmbio possam ter conta em
moe­da-estrangeira em bancos internacionais no Exterior, Souza Barros diz que a
Ancord esta trabalhando com a Abracam
junto ao Banco Central do Brasil, para que
o limite por operação de US$ 100.000,00
passe a ser de US$ 200 mil a US$ 250
mil dólares.
A contratação dessas operações com
um corretor autorizado. permite aos clientes obterem taxas mais competitivas, tarifas menores, maior agilidade e controle
no processamento de suas operações.
Também conversamos com o BC e a
Receita Federal solicitando a revisão da
medida que instituiu IOF de 6,38% sobre
as cargas de moedas estrangeiras em cartões pré-pago, também conhecidos como
cartões de débito. Ao passar a tributar em
6,38% – acabou prejudicando o mercado,
criou maior risco para o viajante, que
passa a transitar com grandes valores no
bolso e sem a segurança do cartão. Para
os corretores o custo com transporte e
custódia de valores aumentou. Este novo
IOF fez o volume de operações cair mais
de 80%.
Autônomos – No caso dos Agentes
Autônomos de Investimento, desde que
a CVM delegou à Ancord a autorregulação da atividade, foi montada toda uma
estrutura e um departamento de autorregulação e supervisão, inclusive com a
participação da categoria no Conselho de
Administração.
“Temos vaga para dois Agentes Autônomos de Investimento no Conselho
de Administração da Ancord no espírito
de melhor governança e integração” diz
Carlos Souza Barros.
A entidade faz o credenciamento dos
profissionais, provas, registro, além de
cursos de educação continuada para
termos sempre profissionais capacitados
para atender os clientes da melhor forma,
criando especialistas em investimento.
“Nessa capacitação está a ênfase no
cuidado em oferecer aos clientes, investimentos que se encaixem em seu perfil,
o chamado “suitability”.
O Agente Autonomo de Investimento
é um profissional de grande valor para o
mercado. Sua atividade permite aumento
da capilaridade das corretoras, e com isso
inclusão dos investidores no Mercado de
Capitais. Eles, atuando de forma correta,
auxiliam os brasileiros a escolherem as
melhores opções de investimentos, comparando diversos produtos.
“Os Agente Autônomos de Investimento são representantes das Corretoras, e
muito bem vindos para os Mercados Financeiro e de Capitais do Brasil” completa
o presidente da Ancord.
Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
Conselho de Administração da Ancord
Após a realização da Assembleia Geral Ordinária e da reunião do Conselho
de Administração da Ancord, ocorridas em 31 de Março de 2014, a composição
do referido Conselho ficou constituído da seguinte forma:
Presidente
Carlos Alberto Botelho de Souza Barros
¡ Corretora Souza Barros CT S/A
Vice-Presidente
Caio Weil Villares
¡ Concórdia S/A CVMCC
Conselheiros de Administração – Efetivos
Alfredo Neves Penteado Moraes
¡ Distribuidora Intercap TVM S/A
André Luiz de Santos Freitas
¡ Credit Suisse Hedging Griffo CV S/A
Anibal César Jesus dos Santos
¡ Bradesco S/A CTVM
Carlos Alberto H. F. Maggioli Filho
¡ Itaú CV S/A
Carlos Arnaldo Borges de Souza
¡ Planner CV S/A
Ede Antonio Gasperin
¡ Corretora Geral VC Ltda
Joaquim da Silva Ferreira
¡ Futura Comm. CM Ltda
Manoel Felix Cintra Neto
¡ Guide Investimentos S/A CV
Marcelo Maisonnave de Oliveira
¡ XP Investimentos CCTVM S/A
Rubens Vieira Martins Futuro
¡ Agente Autônomo de Investimento
Conselheiros de Administração – Suplentes
Augusto Afonso Teixeira de Freitas
¡ Ativa S/A CTVC
Fabio Feola
¡ CM Capital Markets CCTVM Ltda
Marcos Azer Maluf
¡ Um Investimentos S/A CTVM
Norberto Lanzara Giangrande Júnior
¡ Octo CTVM S/A
Roberto Llopis Lee
Clear CTVM S/A
Diretor Superintendente
José David Martins Júnior
Peso das empresas na carteira de ações
A primeira prévia do Ibovespa para
a carteira que valerá de Maio a Agosto/2014 consolida o avanço do setor
financeiro sobre o principal índice da
Bovespa. De acordo com a lista, Itaú
PN é a ação que lidera o indicador e supera as blue chips Vale PNA e Petrobras
PN. Na prévia, a lista de blue chips é a
seguinte: Itaú PN (com 9,410% de peso
no índice), Petrobras PN (7,288%), Bradesco PN (7,246%), Vale PNA (6,083%)
e AmBev ON (5,560%).
Estrategistas dizem que boa parte
dessas mudanças, foi causada pela alteração de metodologia do Ibovespa, e que
dá mais espaço para valor de mercado,
ponderado pela liquidez dos papéis.
A nova regra passa a valer na íntegra
pela primeira vez nesta carteira de Maio.
A ponderação do índice passará a ser
realizada pelo valor de mercado das
ações em circulação “free float” com um
“cap” – limite de duas vezes.
3
Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
Sindcor e questões fiscais
O Sindcor – Sindicato das Corretoras de Valores e Câmbio do Estado de
São Paulo, encomendou estudos a uma
equipe de renomados advogados tributaristas, visando disponibilizar pareceres
aos associados nas questões fiscais e
tributárias junto a Secretaria da Receita
Federal do Brasil, relativos a integração
das ações da Bovespa Holding S/A pela
Nova Bolsa S/A.
Segundo Paulino Botelho de Abreu
Sampaio, presidente do Sindicato, a entidade passou a ter essa maior interação
com as corretoras de valores e de câmbio,
por força da desmutualização das Bolsas.
“Por tudo que o sindicato vem avaliando, a expectativa de êxito na defesa
das autuações da Receita são significativas. Para cuidar da questão, o Sindcor
criou um Grupo de Trabalho formado por
Paulino Botelho de Abreu Sampaio, Carlos Arnaldo Borges de Souza, Carlos
Alberto Souza Barros, Eduardo Lobo Fonseca, Nelson Spinelli, Norberto Lanzara
Giangrande Júnior e Roberto Lombardi de
Barros, apoiado pelos Comitês Jurídico
e Técnico”.
Dentre seus principais objetivos, o
Sindcor representa as associadas perante as autoridades e órgãos governamentais, atua na negociação salarial da
categoria, celebra contratos coletivos de
trabalho, e mantem serviços de assistência jurídica/trabalhista.
Nova estrutura de atendimento e
relacionamento com Corretoras e mercado
4
Com o objetivo de fortalecer o relacionamento com todos os participantes de
seu sistema, proporcionando mais qualidade no atendimento e buscando mais
agilidade no desenvolvimento de novos
produtos e serviços, a B M&F B OVESPA
pro­moveu alterações em sua estrutura
organizacional.
A Bolsa passa a contar com duas diretorias dedicadas exclusivamente a melhorar
o atendimento e o relacionamento com
clientes, além de preservar a atuação das
diretorias atualmente responsáveis junto
aos corretores e vendors e com empresas
e estruturadores de ofertas.
As Diretorias Comercial e de Desenvolvimento de Mercado e a de Empresas e de
Relações Internacionais respondem para a
Diretoria Executiva de Produtos e Relações
com Investidores, liderada por Eduardo
Guardia. A Diretoria de Relacionamento
com Distribuidores continua a responder
para a Diretoria Executiva de Operações,
Clearing e Depositária, liderada por Cícero
Augusto Vieira Neto.
Paralelamente, para tornar mais eficiente o processo de desenvolvimento de
novos produtos e serviços, foi constituída
a Diretoria de Engenharia de Produtos e
Serviços, cuja principal responsabilidade
será, em conjunto com as demais áreas da
Bolsa, a estruturação de novos produtos
e serviços e respectiva implantação final.
Ela será liderada por André Demarco,
que deixará a área de Operações que pas­sará para a responsabilidade de Mário
Palhares, subordinada à Diretoria Executiva de Operações, Clearing e Depositária.
Os responsáveis pelo relacionamento
com o público externo são: Fábio Dutra –
Diretoria Comercial e de Desenvolvimento
de Mercado – Bancos, Seguradoras, Investidores Internacionais e Empresas do
Agronegócio; Júlio Ziegelmann – Gestores
de Recursos, Fundações, Fundos de Pensão e Tesourarias de Empresas; Cristiana
Pereira – desenvolvimento de Empresas
listadas e estruturadores de ofertas; Luiz
Felipe Paiva – Relacionamento com Distribuidores – Corretoras, Distribuidoras,
Agentes Autónomos de Investimento e
Vendors que distribuem o sinal de mar­ket
data da Bolsa; Lucy Pamboukdjian – Relações Internacionais Organismos Multilaterais, Federações, Bolsas e Reguladores
Internacionais.
Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
Sindcor – Diretoria e Conselho Fiscal
O Sindcor – Sindicato das Corretoras de Valores e Câmbio do Estado de São
Paulo comunicou que após a realização da Assembléia Geral Ordinária e da reunião de Diretoria, ocorridas em 31 de março de 2014, a composição da Diretoria
e do Conselho Fiscal, ficou constituída da seguinte forma:
Diretoria
Presidente
Paulino Botelho de Abreu Sampaio
Coinvalores CCVM Ltda.
Suplentes
Raymundo Magliano Neto
Magliano S/A CCVM
Diretor Secretário
Carlos Arnaldo Borges de Souza
Planner CV S/A
Roberto Lombardi de Barros
Interfloat HZ CCTVM Ltda.
Diretor Tesoureiro
Carlos Alberto Botelho de Souza Barros
Corretora Souza Barros CT S/A
Eduardo Teixeira Ribeiro
Fator S/A CV
Conselho Fiscal
Efetivos
Henrique Freihofer Molinari
Homero Amaral Júnior
Norberto Lanzara Giangrande Júnior
Suplentes
Eduardo Lobo Fonseca
Odilson Lírio Moré
Rubens dos Reis Andrade
Bancos médios avançam em
sua estratégia de distribuição
Os bancos pequenos e médios avançam numa estratégia de distribuição e
de redução de custos, segundo Manoel
Felix Cintra Neto, presidente da ABBC
– Associação Brasileira de Bancos.
“Cumprimos praticamente as mesmas exigências regulatórias dos grandes
bancos, com uma estrutura e conjunto
de ativos menores, onde os custos fixos
tem grande peso, além do gargalo de
captação. A ideia é compartilhar tudo
o que for possível. Começamos com a
área de compliance e queremos avançar para a de ouvidoria, publicidade, e
outros serviços”.
Na distribuição de produtos de renda fixa, depois que o FGC aumentou
o limite de garantia de R$ 70 mil para
R$ 250 mil, a quantidade de pessoas-físicas que compram CDBs dos bancos
médios cresceu 20 vezes. Os investidores
mais sofisticados estão adquirindo esses
papéis porque pagam juros maiores.
Manoel Cintra acredita que a plataforma Cetip Trader Captação deve dar um
novo impulso para a venda de certificados de depósitos bancários, o mais importante instrumento de renda fixa para
captação de recursos dos bancos através
das corretoras. “O compartilhamento vai
baratear os custos de distribuição para
os bancos e as corretoras vão levar os
CDBs a investidores pessoas-físicas,
ajudando a pulverizar a captação e reduzir assim a dependência de grandes
investidores institucionais”.
“Mas nem tudo está resolvido; outra
frente que vamos atacar é a da tributação das Letras Financeiras, que ainda
é muito elevada”.
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Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
BNDES lança pacote de R$ 3 bilhões
para Mercado de Capitais
O BNDES anunciou dia 15 de abril,
um programa de incentivo à compra
de ações de empresas de menor porte
que abrirem seu capital. O programa,
de R$ 3 bilhões, inclui R$ 2 bilhões em
incentivos aos fundos de participações,
ou private equity, que investem em
companhias de menor porte e R$ 1 bilhão para investimento direto em ações
dessas empresas nos próximos cinco
anos no segmento Bovespa Mais, da
BM&FBOVESPA.
Clearing Integrada - alteração do
cronograma de migração
Após entendimentos mantidos com o
Banco Central do Brasil e a Comissão
de Valores Mobiliários, a BM&FBOVESPA
informou alterações promovidas no
cronograma de migração da Clearing de
Derivativos para a nova Clearing.
Foram motivadas pelos seguintes fatores: a) necessidade de prazo adicional
para finalização dos testes de certificação por participantes; b) incorporação
de sugestões recebidas dos participan-
tes no que diz respeito às atividades a
serem desenvolvidas durante o período
de produção paralela; c) necessidade de
compatibilização do cronograma geral
do projeto corn o cronograma dos testes
de homologação a serem desenvolvidos
pelo Banco Central do Brasil.
A implantação ainda em produção da
nova Clearing BM&FBOVESPA está prevista para 09 de Junho de 2014, mas sujeita
à aprovação dos órgãos reguladores.
Corretoras ampliam o leque
de produtos para investidores
6
São muitas as corretoras que têm
diversificado o modelo de atuação para
poder atuar num mercado cada vez mais
desafiador, de elevada concorrência e
margens apertadas.
Além do investimento em tecnologia
para oferecer produtos via Internet e ampliar o acesso da pessoa-física, elas têm
colocado na prateleira um número maior
de ativos de Renda Fixa à disposição dos
clientes, já que o desempenho das ações
nos últimos anos tem desestimulado a
demanda por esse mercado.
Por isso oferecem grande variedade
de papéis como CDBs – Certificados
de Depósitos Bancários; LCI – Letra
de Crédito Imobiliário; LCA – Letra
de Crédito do Agronegócio; LC – Letra de Cambio; LF – Letra Financeira;
LH – Letra Hipotecária; CRI – Certificado
de Recebível Imobiliário; CRA – Certificado de Recebíveis do Agronegócio;
Debêntures; e títulos públicos federais
– Prefixados: LTN – Letras do Tesouro Nacional; NTN – Notas do Tesouro
Nacional; – Pós-fixados: LFT – Letras
Financeiras do Tesouro, NTN – Notas
do Tesouro Nacional.
Nove corretoras contam com plataformas de fundos, entre elas, a XP
Investimento, Ativa, Um Investimentos,
CGD Securities, Mirae, Guide e Planner;
outras como Gradual e Spinelli estão em
processo de implantação.
Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
Caio Weil Villares
O sistema de distribuição e
o ambiente regulatório
“Nos últimos anos, a indústria de intermediação no Brasil tem vivido uma
contínua deterioração de resultados,
aumento de concentração de volumes
e uma estagnação da base de clientes.
Há uma conjunção ampla de fatores macro e micro que têm afetado o modelo
de negócios das corretoras no Brasil e
no mundo, mas, sem duvida, os nossos
desafios no mercado local são comparativamente muito maiores do que os
dos nossos pares lá fora.” diz Caio Weil
Villares, vice-presidente da Ancord.
“Ainda temos um mercado de escala
reduzida e muito abaixo do nosso potencial principalmente quando verificamos
a participação do segmento de pes­­soa-física”. Desconsiderando os obstáculos macro tradicionais ao desenvolvimento do setor de intermediação no
Brasil, como o alto custo de oportunidade para investimentos de risco (risk
free rate), estudos recentes de uma renomada consultoria, mostram caminhos
que já estão sendo trilhados por algumas
corretoras como a diversificação de atividades/receitas e/ou especialização em
um determinado nicho de atuação. Estes
mesmos estudos também apontam à necessidade de uma substancial evolução
do modelo de distribuição e principalmente, a racionalização sob todos os
aspectos do ambiente regulatório atual.
“Na minha avaliação, sem uma evolução relevante nestes dois temas mais
complexos, a simples adoção de novas
estratégias de negócio ou mesmo o compartilhamento de custos vão acabar tendo um efeito limitado e pouco duradouro
para as corretoras. Um estudo sobre a
estrutura de classificação das corretoras PN – Participante de Negociação e
PNP – Participante de Negociação Pleno
rea­lizado pela PwC, de certa forma confirma esta impressão de que a solução
estratégica pode ser apenas paliativa.
Em uma simulação onde 10 corretoras
se juntam, o conjunto passaria de um
prejuízo substancial para um pequeno
lucro, mas ainda longe de remunerar o
capital adequadamente (cerca de 2/3 da
remuneração do CDI).
Caio Villares afirma que, mesmo
tratando-se de uma simulação e considerando apenas as receitas de intermediação sem um componente relevante
de crescimento, a sinergia de 10 corretoras deveria produzir um efeito muito
mais substancial e definitivo, uma vez
que o conjunto teria um Market share
expressivo – top 10 tanto em BM&F
quanto em Bovespa. Infelizmente, nas
condições atuais de mercado, a atratividade do modelo PN/PNP depende de
um projeto muito mais ousado, amplo
e extremamente complexo que passaria
pela busca de uma maior simplificação
da estrutura de custos, redução das
exigências regulatórias e até, enquadramento de PNs no regime de lucro
presumido.
“Vejo que o atual momento é delicado,
mas ao mesmo tempo, propicio para
um maior envolvimento das associadas
– corretoras, distribuidoras e Agentes
Autônomos de Investimento – e conselheiros da Ancord em torno da defesa
dos interesses da classe. Na minha percepção, os temas que merecem mais
atenção e foco estão na elaboração de
sugestões e propostas para a melhoria
do ambiente regulatório – principalmente com relação à supervisão da BSM
e do autorregulador BVMF – e, sobre
o modelo de distribuição dos Agentes
Autônomos de Investimento”.
Editor: Antonio Tofaneto – Programação Visual: J.T.Ribeiro
Coordenação Editorial e Gráfica: Tofapress Communications
Fone: (0xx11) 5585-3550 – E-mail: [email protected]
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Ano 04 – Nº 20 – Março/Abril de 2014
CDBs na Cetip começa em Abril
A plataforma de negociação de Certificados de Depósitos Bancários – CDBs
emitidos por bancos de médio porte
na Cetip, lançada em Fevereiro/2014,
será entregue ao mercado em Abril.
A informação foi dada pelo presidente
da instituição, Gilson Finkelsztain.
“O desenvolvimento, feito em conjunto com a ABBC teve aceitação de quase
todos os bancos”. A oferta dos papéis na
plataforma vai permitir às corretoras de
valores terem acesso a taxas e volumes
rapidamente, para oferecerem a seus
clientes no varejo.
“A Cetip Trader Captação é um dos
maiores lançamentos da empresa neste
ano, e estão ainda em desenvolvimento
novos produtos no segmento de financiamentos de veículos, e também esperamos autorização do Banco Central
para registrar derivativos de balcão e
fazer empréstimos de títulos”.
Recompra de ações
Até o ano passado, das 51 empresas
que pretendiam adquirir suas próprias
ações, apenas oito fizeram recompras
integrais dos papéis; outras 25 efetuaram a operação parcialmente. Do total,
14 das que tinham programas a se encerrar, estão novamente com a opção de
comprar ações neste ano. No primeiro
trimestre/2014, o número de programas
de recompras de ações anunciados pelas
empresas alcançou 21. O total é o maior
para o período desde o auge da crise financeira em 2008, quando foram anunciados 27 programas. Ao todo existem
71 programas de recompras em curso.
Segundo instrução da CVM – Comissão de Valores Mobiliários, as companhias têm prazo máximo de 365 dias
para implementar seus programas. As
empresas podem recomprar até 10% de
cada classe de ações em circulação no
mercado. Pelas regras da CVM, devem
divulgar em nota explicativa às demons-
trações financeiras e no formulário de
informações trimestrais a quantidade de
ações adquiridas ou alienadas no curso
do exercício.
A avaliação de analistas é que os programas não tendem a apresentar efeito
prático sobre os preços dos papéis, mas
há alguns casos que chamam atenção:
1º) a de aumentar a expectativa de lucro
por ação; 2º) a companhia está sinalizando para o mercado que vai ter uma
boa performance operacional; 3º) está
vinculada à simples indicação de que as
ações estão subvalorizadas. Em síntese,
a recompra indica que, mesmo em casos
de pouca expressividade do programa,
costuma haver um efeito “psicológico”
dos anúncios sobre os investidores, dada
a sinalização de que a própria empre­sa considera o preço de seu papel
atrativo e demonstra confiança em seu
futuro ao ter a intenção de recomprar
suas próprias ações.
ANCORD – Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras
de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias
ANCORD
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