N.° 42 24/08/2011 (31) 3481-2020 www.sindutemg.org.br [email protected] A LUTA É PELO PISO SALARIAL Aperfeiçoar o subsídio NÃO ATENDE à categoria N o dia 23 de agosto, o Governo do Estado anunciou, por meio de coletiva à imprensa, várias medidas que segundo ele têm o objetivo de “aperfeiçoamento do subsídio”. Este anúncio é uma tentativa do Governo de convencer a categoria a desistir da luta pelo Piso Salarial Profissional Nacional e tentar construir a ideia de que suas propostas são boas alternativas à categoria. Mas na realidade não são. Outra estratégia do governo é tentar desqualificar o Sindicato como interlocutor da categoria ao apresentar modificações que não são o foco do movimento e sem diálogo com a entidade. Acompanhe uma breve análise do que foi apresentado pelo Governo. Fala do Governo: 5% de reajuste na tabela do subsídio a partir de 2012. A realidade que o governo não disse: A tabela de subsídio é de junho de 2010. Se o primeiro reajuste ocorrer em abril de 2012 como o governo anunciou, a tabela de subsídio continuará defasada e não ocorrerá sequer a reposição da inflação do período. Compare com o Piso Salarial Profissional Nacional (Lei 11.738/08): o reajuste do Piso Salarial é anual e de acordo com o custo-aluno. Este cálculo não depende do Governo do Estado, mas está previsto na Lei Federal. A previsão de reajuste do Piso Salarial para 2012 é de 22%. Fala do Governo: Garantia de reajustes e não redução da Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI), criada para alguns servidores com o posicionamento no subsídio. A realidade que o governo não disse: As vantagens atrasadas que o servidor receber (direitos adquiridos pelo servidor que o Estado não pagou) serão descontadas dos valores referentes à Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada e do percentual de 5% concedido no ato do posicionamento na tabela do subsídio em fevereiro de 2011. Ou seja, o servidor continuará prejudicado. Fala do Governo: Novo posicionamento na tabela do subsídio considerando o tempo de efetivo exercício. A realidade que o governo não disse: Em 2004 o Governo do Estado implantou o atual Plano de Carreira. Na época, o governo estadual se comprometeu em valorizar o tempo de serviço, o que foi regulamentado em dezembro de 2009, com pagamento previsto em julho de 2010. No entanto, o pagamento ocorreu apenas em setembro de 2010 e o Estado ainda não pagou dois meses deste reposicionamento. A forma de considerar o tempo de efetivo exercício proposto pelo Governo não valoriza o tempo que cada servidor tem. A matemática “a cada três anos: uma progressão” descumpre a atual regra de progressão, que é a cada dois anos. Além disso, há um escalonamento até 2015 e não esclarece se o governo respeitará as futuras progressões a que o servidor terá direito. Outro aspecto de grande desrespeito é que este escalonamento fará com que o servidor volte para o primeiro grau do nível da carreira. Outro contrasenso é a fala do governo de que o “novo posicionamento também corrigirá uma distorção relativa a servidores que já concluíram o período de estágio probatório e estão no grau A”. Esta regra já existe de acordo com a Lei 15.293/04. Direção Estadual do Sind-UTE/MG 1 - Boletim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais Trabalhadores em educação, em greve, promovem atos públicos em Belo Horizonte E ssa terça-feira (23/8) foi marcada por manifestações na capital e Região Metropolitana. Os trabalhadores em educação de Minas Gerais promoveram, juntamente com outras entidades dos movimentos sociais, uma série de atos públicos. As rodovias MG-010 e BR-381, a entrada do INCRA, na Avenida Afonso Pena e a Praça Sete foram os locais escolhidos pelos manifestantes. As ações tiveram como objetivo mostrar à sociedade mineira que o Governo do Estado não negocia com os trabalhadores e não paga o Piso Salarial. A primeira agenda da programação teve início às 8h, na BR 381, na cidade de Sabará, próximo a ponte provisória do Rio das Velhas. Lá, os trabalhadores distribuíram panfletos, exibiram faixas com os seguintes dizeres: “O Piso Salarial Nacional Agora é Lei - Faça Valer!!!” e “Quem luta educa, modifica e faz a sua história”, além de proferir palavras de ordem. “A partir de agora essa vai ser uma prática constante do nosso movimento, vamos intensificar os nossos atos até conseguirmos o que nos é de direito”, avisou a direção estadual do Sind-UTE/MG. Paralelamente, foi realizado outro ato, às 10h, no Restaurante Popular do Barreiro. De Sabará, os trabalhadores seguiram para a rodovia MG-010, no quilômetro quatro, sentido Lagoa Santa, onde fecharam a pista, impedindo o tráfego de veículos e atrapalharam a normalidade do Aeroporto de Confins. No local, por meio de palavra de ordem, a categoria mandou o seguinte recado ao Governo do Estado. “É greve, é greve, é greve, até que o Anastasia pague o Piso que nos deve”. A direção estadual do Sind-UTE/MG informou qual o objetivo das ações. “Nós estamos aqui para denunciar este Governo que não cumpre uma lei federal e mostrar que Minas não defende uma educação pública de qualidade”. Já na Avenida Afonso Pena, na entrada da sede da Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que fica na região Centro-Sul da cidade, mais uma vez a categoria dialogou com a sociedade. Os manifestantes bloquearam um lado da avenida, com o intuito de mostrar à comunidade a realidade da educação mineira e os motivos da greve, deflagrada pela categoria em 08 de junho. Outra atividade da série de atos públicos do dia foi uma passeata da entrada da sede do Incra até a Praça Sete, coração da capital mineira, que contou com a participação de trabalhadores dos Movimentos Sem Terra (MST) e Atingidos por Barragens. Na Praça Sete, cerca de 300 manifestantes realizaram um abraço simbólico na estátua do Pirulito e também simularam uma aula ao ar livre. Os Diretórios Acadêmicos de Filosofia, História, Geografia, Ciências Sociais, Serviço Social, Direito realizam mobilização em apoio à greve da categoria. Pela manhã, a mobilização aconteceu de 11:30 às 12:30, na portaria principal da PUC/Minas e, à noite, de 18:00 às 19:00, no mesmo local. Em todas as manifestações houve panfletagem e a categoria pode dialogar com a sociedade sobre o estado de penúria que vive o trabalhador em educação de Minas Gerais. A categoria reivindica a implantação do Piso Salarial Profissional Nacional, instituído pela Lei Federal 11.738/08. A programação de atos mostra a unidade dos trabalhadores em educação que, a cada dia, recebem manifestações de apoio de vários grupos da sociedade civil, que reconhecem o valor da categoria e que não tem reconhecimento do Governo de Minas. Blog da Beatriz Cerqueira Discussão e debates sobre temas ligados à realidade dos trabalhadores da educação em Minas Gerais, dia-a-dia da greve e tira-dúvidas de situações funcionais. Acesse: http://blogdabeatrizcerqueira.blogspot.com Expediente: Sind-UTE/MG Rua Ipiranga, nº 80 - Floresta - Belo Horizonte - Minas Gerais / Fone: (31) 3481-2020 - Fax: (31) 3481-2449 Fotos: Geraldo Lara e Eduardo Nunes/CEN 2 - Boletim do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais