JORNAL DA associação médica Abril/Maio 2010 • Página 19 COMUNIDADE Sociedade Mineira de Cardiologia no combate à hipertensão arterial Mais de 30 milhões de brasileiros são hipertensos e apenas 10% desse contingente têm a sua pressão efetivamente controlada. O alerta foi dado em todo o País. Em Belo Horizonte, a Sociedade Mineira de Cardiologia (SMC) – departamento científico da Associação Médica de Minas Gerais – participou da campanha “Eu sou 12 por 8”, promovida pelo Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Médicos e profissionais da saúde realizaram no dia 24 de abril um grande mutirão em uma praça da capital. Mais de mil pessoas receberam informações sobre a importância de se manter a pressão arterial em níveis normais. Além das atividades promovidas ao ar livre, integrantes da SMC concederam entrevistas aos maiores meios de comunicação de Minas Gerais. De acordo com o cardiologista Evandro Guimarães, coordenador da campanha em Minas, metade dos pacientes com pressão elevada não sabe dessa condição. Pesquisa “Corações do Brasil”, realizada em 2005 e 2006 pela SBC, revelou que 30% da população mineira já se encontram hipertensa, com a pressão arterial acima de 140 x 90 mmHg. Levantamento realizado em 2008 pelo Datafolha aponta a hipertensão como o principal fator de desenvolvimento das doenças cardiovasculares, com destaque para o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio, as duas maiores causas isoladas de mortes no País. Em 2008, as doenças cardiovasculares causaram 30% dos óbitos no Brasil, contra 15% provocados pelo câncer e 12,4% por causas externas. No mundo, 7,6 milhões de pessoas morrem, a cada ano, devido à hipertensão. Cerca de 80% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, como o Brasil, sendo que mais da metade das vítimas têm entre 45 e 69 anos. Durante toda a campanha e em entrevistas concedidas à imprensa, especialistas chamaram a atenção para a necessidade de se manter hábitos de vida saudáveis. “As crianças obesas de hoje, por exemplo, serão os nossos hipertensos e diabéticos de amanhã. Podemos minimizar esses efeitos com orientações sobre uma boa alimentação e atividade física regular. Tudo is- Alexandre Guzanshe Após aferição da pressão arterial, médicos e estudantes alertaram para a importância de hábitos de vida saudáveis so é perfeitamente possível de ser levado a todas as escolas, atingindo as faixas etárias mais importantes. Sem falar que o incentivo deve partir de casa também. Orientamos também os pais, que são os grandes responsáveis pela educação e incentivo dos bons hábitos aos seus filhos”, reforça Guimarães. O evento contou com o apoio da Associação Médica de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Serviço Social do Comércio (Sesc), Sociedade dos Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais, Liga dos Acadêmicos de Cardiologia da Unifenas-BH, Vitallis Saúde e Hospital do Barreiro. GAL abre novas inscrições Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo de Atendimento a Enlutados (GAL) abre espaço para o acolhimento de pessoas que perderam entes queridos. Idealizado pela Sociedade de Tanatologia de Minas Gerais (Sotamig), com o apoio da Associação Médica de Minas Gerais, o grupo tenta minimizar os traumas e compartilhar as experiências, as dores e as dificuldades de quem já passou por essa situação. São realizadas diversas atividades a partir de reflexões, leituras de textos e visualizações com o objetivo de estimular a participação de todos. Durante os meses de abril e maio foram realizados oito encontros, na sede da AMMG, com a participação de 12 pessoas, com o relato de perdas em situações das mais diversas. Para a psiquiatra e coordenadora do GAL, Mariel Paturle, o que se pretende com esses encon- tros é ajudar as pessoas no processo delicado que é o luto. “Oferecemos este espaço devido à demanda que existe em nossa sociedade por esse tipo de acolhimento, uma vez que os enlutados depois de um curto período de tempo são isolados e cobrados para saírem da tristeza rapidamente. As pessoas são condenadas ao silêncio, o que torna mais difícil a superação. Incentivamos a ajuda mútua, a troca de experiências e vivências e a formação de novos vínculos. Nossa ideia é que os participantes do grupo vislumbrem mudanças, dêem um novo significado as suas perdas e reconstruam um projeto de vida”, explica Paturle. No segundo semestre, os encontros acontecem nos meses de outubro e novembro, às terças-feiras, na sede da AMMG, das 19h30 às 21h. As inscrições são gratuitas. Mais informações: (31) 3247 1616.