Q4 Q1 Q2 Energias renováveis Produtores Consumidores Decompositores Produção Q3 Consumo Análise emergética da sustentabilidade da produção agrícola e pecuária Dr. Enrique Ortega Rodríguez Laboratório de Engenharia Ecológica FEA, Unicamp, CP 6121 Campinas, SP 13083-862 Campinas, SP, 18 de maio de 2010 Conteúdo desta apresentação 1. O que é sustentabilidade do ponto de vista da Ecologia de Sistemas 2. Gráfico sobre Limites do Crescimento de Meadows e colaboradores. 3. A modelagem de sistemas e a contabilidade para o diagnóstico da agricultura. 4. Dados de um estudo de caso. 5. Quem tem interesse na sustentabilidade e quem é contra? A perspectiva científica da Ecologia de Sistemas: Q4 Q1 Q2 Energias renováveis Produtores Consumidores Decompositores Os sistemas de Produção e Consumo podem ser sustentáveis ... mais eles devem ser auto-ajustados. O consumo depende da capacidade natural de produção .. que é limitada! O consumo deve ser limitado! Estoques internos Na natureza se estabelece Q3 um sistema cíclico através do qual se consegue o equilíbrio dinâmico entre os Sistema natural, alta diversidade e complexidade. consumidores e seu meio. produção Q1 consumo Q2 nutrientes Q2 Tempo Ciclos de produção lenta e consumo rápido. Ecologia dos sistemas naturais Q BV BA Energias renováveis Produtores Cons. prim. BA BA Cons. terci. Cons. sec. BA Decom. Desenvolvimento do ecossistema em uma cadeia de transformação de energia e recursos. Energias renováveis Q Q3 Sistema natural, alta biodiversidade, complexidade e reciclagem. Quantidade de biomassa de cada estágio da cadeia trófica Plantas e algas Consumidores primários Os seres humanos estão nos níveis superiores da cadeia trófica (mas não necessariamente no topo). Consumidores secundários Consumidores terciários Decompositores Tempo Ecologia dos sistemas antrópicos que usam energia fóssil Energias renováveis Possibilidade de colapso: temos que rever nossa atitude com o meio Energias renováveis NR Q BV Produtores BA Cons. prim. BA Cons. sec. BA Cons. terci. BA Decom. Q3 Sistema natural, alta biodiversidade, complexidade e reciclagem. Quantidade biomassa cada Quantidade de de biomassa de de cada estágio cadeia trófica estágio da da cadeia trófica NR Q A sociedade de consumo deve virar uma sociedade consciente! Cadeia trófica alterada (agricultura e pecuária intensiva) População urbana (economia industrial do petróleo) Cadeia trófica natural Tempo Metabolismo Campo-Cidade Efluentes, emissões Q3 Q4 Consumidores locais Mata nativa Energias renováveis Produção Q1 Materiais não renováveis Produtos e serviços da economia urbana Serviços ambientais Alimentos, fibra e energia Q2 Q4 Resíduos NR Q3 Consumidores Decompositores Q4 Efluentes, emissões Maiores efluentes e emissões Q4 Energias renováveis Mata nativa Q1 (produção industrial com novas entradas Serviços ambientais adicionais (população maior) Sustentabilidade Vivemos os limites da etapa do crescimento humano Nossa sobrevivência depende da sustentabilidade (uso de recursos renováveis) 2000 2010 2100 Meadows, D.H., Meadows, D.L., Randers, J. e Behrens III, W.W., 1978. Limites do Crescimento. Editora Perspectiva. 2a edição. Análise emergética Para entender o funcionamento dos sistemas de produção agrícola é necessário conhecimento multidisciplinar de boa qualidade sobre a interação entre os recursos físicos, biológicos e humanos nas bacias hidrográficas, no país, na economia global e na Biosfera. Modelagem de sistemas agrícolas: Diagrama = Síntese = modelo do funcionamento energético do ecossistema Finalidades: • Avaliar o desempenho atual, • Estudar os mecanismos de resposta a novos arranjos das forças externas e internas para simular no computador novos cenários para o futuro. Geralmente o valor econômico e o valor real de um recurso no coincidem, porque o preço de mercado omite (ou mede de forma incorreta) os fatores de produção. Valor = Custos + Contribuição comuns da natureza + Custos + Serviços ocultos Adicionais Insumos e serviços Matérias-primas agrícolas Externalidades negativas como serviços adicionais Contribuições ambientais Produto Processo Impactos Energia gasta (calor de baixa intensidade) A análise de sistemas agrícolas gera uma síntese ENTRADAS Contribuições renováveis da natureza dependentes da biodiversidade Feedback renovável da Economia externa FR FN Mudanças nos estoques internos R2 NN NR Recursos biológicos naturais Energia renovável R1 Feedback não renovável da Economia externa Estoques antrópicos Agricultura SAÍDAS Depreciação Serviços ambientais Perda do capital natural Produtos agrícolas Emissões Curso-de-água Resíduos, dejetos Energia degradada A análise energética dos sistemas permite: (a) Medir a capacidade de suporte renovável e compará-la com a capacidade aumentada ao usar produtos obtidos de recursos não renováveis; (b) Prever a redução da capacidade de suporte quando os recursos no renováveis entram em declínio e pelo efeito dos subprodutos nocivos Recursos renováveis (c) Calcular o saldo energético do sistema agrícola para o sustento das cadeias tróficas humanas; Y N Saldo líquido de emergia --+-EYR = yield ratio = ----- = 1+ R F F F (d) Visualizar as tendências de evolução do sistema Y Tr = transformity = ---E R Ren = renewability = ---Y F EIR = investment ratio = ---I Valor inverso da eficiência Renováveis / Recursos totais Recursos pagos / Gratuitos Evolução da biosfera: etapa inicial Saída de materiais Materiais de fora Estoques da biosfera: atmosfera, minerais, sedimentos Renováveis em centenas ou milhares de anos Estoques biológicos Renováveis anualmente Fluxos Estoques energéticos Minerais fósseis Estoques não- renováveis Produtores Fontes externas de energia (limitadas) Sistema da Biosfera Consumidor sustentável Sumidouro de Energia Fluxos de energia e materiais na Biosfera Civilização urbana não industrial Saída de materiais Materiais de fora Estoques da biosfera: atmosfera, minerais, sedimentos Renováveis em centenas ou milhares de anos Estoques biológicos Renováveis anualmente Fluxos Produtores Fontes externas de energia (limitadas) Sistema da Biosfera Consumidor sustentável Sumidouro de Energia Estoques energéticos Minerais fósseis Estoques Consumidor não- sustentável Saída de materiais Civilização atual Materiais de fora Estoques da biosfera: atmosfera, minerais, sedimentos Renováveis em centenas ou milhares de anos Estoques biológicos Renováveis anualmente Fluxos Produtores Fontes externas de energia (limitadas) Sistema da Biosfera Estoques energéticos Minerais fósseis Consumidor sustentável Sumidouro de Energia Estoques Consumidor não- sustentável Emissões e Resíduos Saída de materiais Situação inicial do reajuste Materiais de fora Energias fósseis Não Renováveis Estoques da biosfera: atmosfera, minerais, sedimentos Estoques biológicos Renováveis anualmente Fluxos Estoques decrescentes Minerais Consumidor não- sustentável Produtores Fontes externas de energia (limitadas) Sistema da Biosfera Consumidor sustentável Transferência de pessoas e recursos Emissões e Resíduos Senescência Sumidouro de Energia “Decoupling” “Degrowth” Gráfico das mudanças nos estoques da Biosfera Seres anaeróbicos e atmosfera ácida Seres aeróbicos, atmosfera neutra termo-regulada com O2 Desenvolvimento Crescimento Sustentável industrial Transição Apostar no Crescimento Biodiversidade, imobilização de Carbono opções Recuperação dos ecossistemas Manter o sistema como esta hoje Crescimento humano em detrimento de outras espécies, ainda sem uso de energéticos fósseis Recuperar a resiliência e a sustentabilidade por meio da ruralização ecológica homeostase extinção De 0 até 4 bilhões de anos da Terra - 10 000 1500 2000 2100 Tempo Ajuste da população e mudança dos sistemas de produção e consumo (e) Prever situações de risco e discutir as medidas para solucionar esses problemas. Restringir o aquecimento Preservar a biodiversidade Processos geológicos Processos biológicos Cuidar de todos os componentes da sociedade global Processos sociais Área para provisão de serviços ambientais Produção e consumo humanos Área de absorção de impacto A produção de alimentos pode ser feita de duas formas: (a) Sistemas agroecológicos que usam recursos naturais locais; (b) Sistemas agroquímicos que usam insumos industriais derivados do petróleo, mecanização e sementes modificadas. A produção de milho baseada em recursos naturais ainda existe em alguns lugares e a produtividade varia entre 500 e 5000 kg/ha/ano. Ela ocorre junto com a produção de grande diversidade de plantas e animais, sem poluição. A produção agrícola sustentável depende de: 1. Energia solar (sol, vento e chuva); 2. Recursos da bacia (água de córregos, com húmus e sedimentos); 3. Minerais do solo mobilizados pela biota; 4. Nitrogênio fixado pelas bactérias; 5. Trabalho complexo derivado das funções da biodiversidade; 6. Trabalho animal e humano com infra-estrutura e organização. Sistema agrícola sustentável Feedback renovável da Economia externa ENTRADAS Contribuições renováveis da natureza dependentes da biodiversidade FR Acumulo interno R2 NN Estoques antrópicos NR Energia renovável SAÍDAS Depreciação Serviços ambientais Estoques biológicos Produtos agrícolas R1 Agricultura WT Resíduos Energia degradada Curso-de-água Mudanças não renováveis na agricultura: Deforestação (extração predatória da mata nativa); Fertilizantes, pesticidas, herbicidas e mecanização intensa (derivados do petróleo); Infra-estrutura cara; Maquinaria, eletricidade, combustível; Produtos químicos diversos; Sementes produzidas fora da região; Rações para animais feitas com grãos da agricultura química não renovável; Resíduos animais em excesso. Nos sistemas agroquímicos a produtividade pode ser maior. No caso de milho: 2000 a 12000 kg/ha/ano e para a soja entre 2000 a 6000 kg/ha/ano. Mas ocorre: destruição da vegetação nativa, perda da biodiversidade com diminuição das funções ecossistêmicas, poluição, expulsão de posseiros e pequenos produtores da região, concentração de renda e dependência de recursos de fora. Os sistemas agroquímicos de alta produtividade causam um impacto ambiental e social muito grande e o uso de recurso renováveis é mínimo (sustentabilidade muito baixa). Sistema agroquímico de baixa sustentabilidade Feedback não renovável da Economia externa ENTRADAS FN Contribuições renováveis da natureza dependentes da biodiversidade ACUMULO INTERNO R2 NN Estoques antrópicos NR Energia renovável R1 SAÍDAS Depreciação Serviços ambientais Estoques biológicos Perda do capital natural Produtos agrícolas Emissões Agricultura WT Resíduos Energia degradada Curso-de-água Resíduos, dejetos Inclusão das externalidades negativas (custos ocultos) Feedback não renovável da Economia externa ENTRADAS FN Externalidades negativas Mudanças internas NN Estoques antrópicos NR Energia renovável Agricultura SAÍDAS Depreciação Serviços ambientais Estoques biológicos WT R1 FR FN Resíduos Capital natural e social reparado Curso-de-água Emissões de gases Produtos agrícolas Energia degradada A contabilidade ecológica usa como medida de valor de um recurso todo o trabalho da natureza e do homem que foi incorporado no processo de produção. Devemos saber como se produzem os recursos (memória energética). Vamos mostrar, passo a passo, o processo de abstração de ecossistemas que permite descobrir seus componentes essenciais e suas interações básicas. A idéia é obter um diagrama de fluxos que permita visualizar seu comportamento. NeP atmosfera Vento Chuva Rocha Intemperismo Biodiversidade regional Minerais e biomassa Combustíveis fósseis, bens e serviços Água superficial Nutrientes Matéria orgânica Evapotranspiração Correntes de ar subterrânea Substâncias tóxicas Sedimentos Órgãos estaduais regionais População humana Informação Sol Agricultura Pastagens Silvicultura Vegetação nativa Indústria e atividades urbanas Pecuária Curso-de-água Produtos industriais incluindo os da agricultura Água com resíduos, dejetos, e perda de solo Diagrama resumido das interações de um sistema agrícola. Água da bacia, Sedimentos, Matéria orgânica NeP atmosfera Biodiversidade regional Produtos agrícolas Insumos químicos Produtos pecuários Bens Infraestrutura Substâncias tóxicas Combustíveis e eletricidade População humana Chuva Informação Evapo-transpiração Infraestrutura produtiva Solo e biodiversidade local Vento Sol Serviços públicos e privados Organização familiar e dos trabalhadores residentes Agricultura Serviços para o exterior Serviços ambientais Produtos da agricultura Curso-de-água Resíduos, dejetos, perdas Energia degradada Emissões Diagrama de fluxos de energia, materiais e informação. Materiais da economia urbana (não renováveis Recursos renováveis da natureza (indiretos) R2 Recursos renováveis da natureza (diretos) R1 Albedo S M N1 Solo e biodiversidade não reposta Evapo-transpiração Serviços da economia urbana (não renováveis) N2 Infra-estrutura e organização não reposta Serviços para o exterior Serviços ambientais Produtos da agricultura Agricultura Curso-de-água Resíduos, dejetos, perdas Emissões Energia degradada Diagrama resumido dos fluxos de energia, materiais e informação na agricultura. ENTRADAS Contribuições renováveis da natureza dependentes da biodiversidade Feedback renovável da Economia externa FR FN Mudanças nos estoques internos R2 NN Energia renovável R1 Feedback não renovável da Economia externa NR Recursos biológicos Estoques antrópicos Agricultura SAÍDAS Depreciação Serviços ambientais Perda do capital natural Produtos agrícolas Emissões Curso-de-água Resíduos, dejetos Energia degradada Diagrama de fluxos agregados de um sistema agrícola. F=M+S M = MR + MN S = SR + SN F I=R+N R N R Atividades agrícolas Estoques internos INPUT Y=I+F OUTPUT E = sum (Ei) Despesas adicionais E = energia dos produtos Serviços ambientais Produtos agrícolas Perda dos estoques internos Tratamentos Resíduos e e cuidados contaminantes especiais Emissões Fluxos de saída tratados (baixo impacto) Fluxos de saída não tratados (alto impacto) O diagrama de fluxos agregados deve incluir o cuidado com as externalidades negativas assim como a produção de serviços ambientais I=R+N F A2 R R N Atividades agrícolas A1 INPUT Y=I+F OUTPUT E = sum (Ei) Despesas adicionais (mais Feedback) Estoques internos Mata nativa R F=M+S M = MR + MN S = SR + SN E = energy of products Serviços ambientais Produtos agrícolas Perdas internas A3 Tratamentos e cuidados especiais Resíduos e contaminantes Emissões gasosas Fluxos tratados (baixo impacto) Fluxos não tratados (alto impacto) A produção rural exige um projeto de Engenharia Ecológica A1: Área para alimentos, fibra, animais e produção de energia A2: Área para fornecer serviços ambientais locais e regionais A3: Área para absorção do impacto social e ambiental. I=R+N R N Atividades agrícolas INPUT Y=I+F OUTPUT E = sum (Ei) Despesas adicionais (mais Feedback) Estoques internos Mata nativa R R F F=M+S M = MR + MN S = SR + SN E = energy of products Serviços ambientais Produtos agrícolas Perdas internas Tratamentos e cuidados especiais Resíduos e contaminantes Emissões gasosas Fluxos tratados (baixo impacto) Fluxos não tratados (alto impacto) O diagrama mínimo de fluxos agregados permite visualizar as forças que definem o comportamento do sistema agrícola ... e também definir indicadores de desempenho. Os indicadores são razoes entre os fluxos agregados. I=R+N R N Atividades agrícolas INPUT Y=I+F OUTPUT E = sum (Ei) Despesas adicionais (mais Feedback) Estoques internos Mata nativa R R F F=M+S M = MR + MN S = SR + SN E = energy of products Serviços ambientais Produtos agrícolas Perdas internas Tratamentos e cuidados especiais Resíduos e contaminantes Emissões gasosas Fluxos tratados (baixo impacto) Fluxos não tratados (alto impacto) YYR F R+N /líquido Recursos totais 1 +Renováveis ---Saldo emergia EYR = yield ratio = ----EIR investment ratio == ---Ren renewability ---Recursos pagos / de Gratuitos Valor inverso da eficiência Tr == transformity ==F ---F EY I Pode-se avaliar a eficiência, a sustentabilidade, o saldo de energia líquida, a pressão no ambiente, entre outros. Nos últimos séculos e sobre tudo nas últimas décadas os sistemas agrícolas incorporaram recursos não renováveis e destruíram as reservas de mata nativa que geram serviços ambientais importantes. F R N R Sistema agroecológico antigo. Sistema agro-químico super intensificado. F Sistema agroquímico “moderno”. R R N Sistema sem fertilidade, de baixa produtividade. F N R Transição agro-ecológica Sistema agro-ecológico recuperado F R N R Não renováveis Renováveis M S N R3 R2 R1 As externalidades negativas dos sistemas agrícolas exigem serviços adicionais (custos extras) da economia e dos ecossistemas. Por exemplo: os cuidados com as mudanças climáticas. SA M S R3 Renováveis R2 R1 N Não renováveis Produção Investimentos e custos Serviços ambientais Estoques biológicos Resíduos e dejetos Emissões Preço dos produtos Preço dos insumos Lucro por hectare Concentração de área Problemas sociais e climáticos Margem de lucro F Sistema degradado sem fertilidade F Sistema regenerado ecologicamente F F N R R R N Estoques biológicos Serviços ambientais Impactos (Externalidades) R F Recursos renováveis Produtos N N P Ex Renováveis / Recursos totais R Ren = renewability = ---Y N R Feedback da economia Fluxos agregados de emergia Índices de emergia Valor inverso da eficiência Y Tr = transformity = ---E Recursos pagos / Gratuitos Saldo líquido de emergia Y EYR = yield ratio = ---F F EIR = investment ratio = ---I Recomendações: Pagar os serviços ambientais devidos Cobrar os impactos socioambientais F N R F Y (R N) F F'' T r Ep Ep F F N R Deve-se contabilizar: o saldo nos estoques naturais (solo, água, biodiversidade, pessoas) que geram serviços ambientais (percolação de água, captura de carbono, vigor genético, controle biológico, cultura ecológica), a poluição, o assoreamento, os serviços urbanos para a população marginalizada. I=R+N R N Atividades agrícolas INPUT Y=I+F OUTPUT E = sum (Ei) Despesas adicionais (mais Feedback) Estoques internos Mata nativa R R F F=M+S M = MR + MN S = SR + SN E = energy of products Serviços ambientais Produtos agrícolas Perdas internas Tratamentos e cuidados especiais Resíduos e contaminantes Emissões gasosas Fluxos tratados (baixo impacto) Fluxos não tratados (alto impacto) Sugestões de Políticas Publicas: Pagamento de serviços ambientais prestados Cobrança das externalidades negativas Vai ser necessário estudar de forma sistêmica os processos que geram serviços ambientais e impactos sócio-ambientais e daqueles que cuidam das externalidades negativas para conhecer seus custos unitários para poder incluí-los no balanço econômico-ecológico A intensificação do uso de recursos não renováveis (subsidiados pela economia global) aumenta a rentabilidade das empresas Por outro lado, como não se reconhecem os serviços ambientais remanescentes e não se cobram as externalidades negativas se sacrifica o ambiente e o futuro da humanidade. Assim chegamos a uma situação de: - Baixa sustentabilidade (ou renovabilidade); - Perda da capacidade de suporte renovável; - Atingir os limites de resiliência da biosfera Mudança de assunto Vamos agora conversar sobre emergia e índices emergéticos Diagrama do sistema I=ΣRi+N Recursos renováveis provenientes de outros espaços F=M+S Solo Uso racional Recursos Água e outros derivados da materiais da bacia ação da biodiversidade Nutrientes do solo de do ar R3 Serviços ambientais locais R2 Sol, R1 vento, chuva Materiais Serviços Informação Insumos e serviços externos (privados e públicos) Y=I+F N Erosão M Mão-de-obra S $ Produtor rural Água evapotranspirada Exergia Água percolada que sai Dinheiro do sistema Vendas $ Parcela agrícola Energias renováveis que incidem diretamente Emergia que entra no sistema Produto agrícola Água infiltrada Ep Externalidades Água superficial que arrasta solo Resíduos, efluentes, emissões Perdas de estoques e insumos Transfomidade = Y Tr Ep sej J Ex R Renovabilidade = Ren i Y METODOLOGIA EMERGÉTICA Quantificar os fluxos de energia do sistema Mostrar a dependência do produto das diversas fontes de energia (naturais ou fósseis) Discutir a interação entre a economia e os ecossistemas Quantificar a sustentabilidade A metodologia emergética considera dois tipos de fluxos de energia: As contribuições da natureza O fornecimento de insumos e trabalho humano da economia Como todos os fluxos são colocados em termos de energia solar incorporada (emergia solar) podemos agregar fluxos e fazer comparações Emergia: é a energia disponível (exergia), previamente utilizada, para produzir um certo recurso (produto ou serviço), em outras palavras: a emergia de um recurso corresponde a seu custo exergético. A emergia de um tipo que corresponde à energia de outro tipo denomina-se Transformidade (é um fator de conversão de emergia em energia) Joules de emergia solar Energia de um recurso = Transformidade Visão convencional Visão de análise de ciclo de vida até a produção do recurso Emergias das entradas Energias das entradas Fontes primárias Processo Emergia Energia do produto do produto resíduos industriais absorção e modificação bioquímica efluentes tratados petróleo R R insumos industriais solo chuva R milho carne AVALIAÇÃO DE EMERGIA Realizada em três etapas: 1. Medida dos fluxos emergéticos de entrada e das energias produzidas pelo sistema 2. Obtenção dos índices emergéticos 3. Interpretação dos índices emergéticos O primeiro passo para conhecer um sistema é identificar seus principais componentes, as entradas e as saídas Desenhar um diagrama para mostrar de forma simbólica os caminhos seguidos pelos fluxos de massa e energia R2 = fluxos renováveis do local e da região R2 R1 = energia solar, lunar e calor interno da terra (recursos renováveis diretos) R1 Albedo N = fontes nãorenováveis da natureza: destruição do capital biológico local F F=Retro-alimentação (Feedback) de bens e serviços comprados da economia urbana (basicamente não renováveis) N Erosão bens Controle humanos Infra-estrutura e processamento Produtos E1 vendidos Processo de fotossíntese E2 Perdas e desperdício (sem taxar) E3 Serviços Unidade de produção ambientais (sem retribuição) Energia degradada Soma (Ei) = produto total Da figura do sistema de produção podemos identificar: As contribuições da natureza (I): I=R+N A retro-alimentação ou feedback (F): F=M+S A emergia do recurso produzido (Y) ou exergia incorporada: Y=I+F A metodologia emergética considera dois tipos de fluxos de energia: As contribuições da natureza O fornecimento de insumos e trabalho humano da economia Como todos os fluxos são colocados em termos de energia solar incorporada (emergia solar) podemos agregar fluxos e fazer comparações Recursos externos renováveis da bacia hidrográfica incluindo a migração de espécies N Forças e recursos externos da natureza de tipo não renovável (o impacto pode ser negativo) FR Entradas da economia de tipo renovável Pagamento pelo consumo de água da bacia R3 R2 Água e minerais do subsolo e do ar obtidos pela ação da biodiversidade local (microbiota e plantas de raízes profundas) $ Distribuição das entradas da economia para uso dentro do sistema Estoque biológico Mão de obra local NB Infra-estrutura e bens humanos locais NH Mata nativa Entradas da economia de tipo não renovável $ Estoque monetário local Investimento Erosão kg/ha/a Serviços ambientais NB Reciclagem R1 Radiação do Sol, calor interno da Terra, força gravitatória da Lua Lavoura Processamento FN $ Consumo interno Serviços ambientais internos Pagamentos pelos insumos e serviços Produto processado kg/ha/a Vendas $ $ kg/ha/a kg/ha/a Matéria prima $ Resíduos sem tratar (Gases, efluentes e sólidos problemáticos) Multas e taxas kg/ha/a Índices emergéticos convencionais Densidade Emergética (Y) (R+N) + (M+S) Soma dos produtos (E) Produção total (J ou kg) Transformidade (Tr) Y/E Renovabilidade (%Ren) 100 (R/Y) EYR (razão de rendimento) Y/F EIR (razão de investimento) (F)/(R+N) EER (razão de intercâmbio) Y/[(kg/ano)($/kg)(seJ/$)] Sobre os índices de emergia (1) R deve considerar todos os fluxos renováveis R R1 R2 R3 Diretos, derivados da biodiversidade, regionais F deve incluir as externalidades negativas como F adicional Cada fluxo de M e S tem uma certa renovabilidade M MR MN F FR FN S SR SN Y YR YN Tr pode ser divida em dois termos: Tr renovável e Tr não renovável No índice EYR, os termos N/F e R/F apresentam efeitos opostos, por isso esse índice deve ser dividido: Y FR N R N EYR 1 F F F F EYR 1 RS NS Assim, F, Y e Tr apresentam uma renovabilidade Y YR YN Tr TR TN Ep Ep Ep R RS F N NS F Suporte renovável Suporte não renovável Sobre os índices de emergia (2) A Renovabilidade deve considerar todos os fluxos renováveis, incluindo MR e SR ELR deve considerar FR e FN R Ri MR SR Ren Y Y Ri FR renováveis ELR não renováveis N FN EER deve incluir os Y produto produtos serviços amb. serviços ambientais EER prestados (produto) e Y recebida vendas subsídios o subsídio (entrada) F M S EIR I R N A reciclagem é indispensável nos sistemas ecológicos e deve haver um índice especial Uma nova definição de EIR sem incluir N WR F MS EIR R R C fluxos internos de reciclagem Y Y Índices emergéticos modificados Densidade Emergética (Y) (R+N) + (M+S) Soma dos produtos (E) Produção (J ou kg) + Serviços ambientais (kg) Transformidade (Tr) Y/E = (YR /E) + (YN /E ) Renovabilidade (%Ren) 100 ((R+MR+SR)/Y) EYR (razão de rendimento) Y/F= 1 + R/F + N/F EIR (razão de investimento) F/I = (F)/(R+N) EER (razão de intercâmbio) Y/[(kg/ano)($/kg)(seJ/$)] Sobre os índices de emergia (3) O fim do petróleo Produção atual e futura Índices que aumentaram: N/F, ELR, EIR, TrN, EER Índices que decresceram: N/F, ELR, EIR, TrN, EER Individualismo, capitalismo competição e exclusão Soluções comunitárias O uso de R/F e N/F ajuda a entender melhor as tendências do que EYR O mesmo pode se dizer de TrN end TrR Decrescem: %Ren, R/F, TrR Recursos renováveis disponíveis Crescem: %Ren, R/F, TrR Dinâmica dos sistemas agrícolas. Y = Fluxo de energia solar absorvido E = Fluxo de energia dentro do sistema Ep = Energia produzida pelo sistema Ciclagem de nutrientes dentro do sistema F = Feedback dentro do sistema Feedback externo F1 Nutrientes externos Ep1 Sol F2 Ep2 Decompositores Resíduos Sistema natural. Q = Energia dispersada nas transformações Ep3 Y = Fluxo de energia solar absorvido E = Fluxo de energia dentro do sistema Ep = Energia produzida pelo sistema Ciclagem de nutrientes dentro do sistema F = Feedback dentro do sistema Nutrientes externos Feedback externo Comportamento temporário como resposta a um pulso de energia externa F1 Ep1 F2 Sol Ep2 Decompositores Resíduos Sistema natural. Q = Energia dispersada nas transformações Ep3 Ciclos de produção e consumo na agricultura Sistema natural Sistema de agricultura simples Sistema de agricultura mais intenso Retorno aos Sistema de níveis de maior agricultura super intensificado renovabilidade Produtividade Capacidade de suporte aumentada artificialmente usando recursos nãorenováveis Capacidade de suporte natural (máxima renovabilidade e diversidade) Retorno ao desenvolvimento sustentável Uso de petróleo e seus derivados na produção, consumo e tratamento Tempo Dinâmica de sistemas (Holling, 1986) Hipertrofia Oligotrofia Eutrofia Mesotrofia Distrofia O ciclo dos sistemas humanos consta de quatro etapas: exploração (organização do sistema político e social), desenvolvimento (manutenção e proliferação do sistema), desagregação (revolução e/ou colapso) e reorganização (mudança de regime e novo paradigma). . Porém o cenário do futuro se complica muito mais se consideramos as mudanças climáticas. petróleo CO2 Produtos industriais Aquecimento da temperatura média do planeta acima de 2 graus Celsius. Gases do Permafrost, auto-ignição de florestas, clatratos Ameaça gravíssima a resiliência da Biosfera! CO2 CH4 Concentração de CO2 na atmosfera 420 400 ppm de CO2 380 Com inovação transdisciplinar que cuide de todos aspectos do novo modelo de desenvolvimento baseado em SIPAES 360 340 Tem que ocorrer uma inversão da tendência! 320 Como? 300 280 1950 6 anos? 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 Bezerros Magros Policultura Reflorestamento Integração Serviços Pastos, grãos, arbustos de energia e serviços ambientais Vegetação Nativa Parcela individual Sol, vento, chuva Materiais, energia Água, solo, SIPAES: sistema integrado biodiversidade, micro-clima produção de alimentos, Minerais Nitrogênio Atmosferico Formicida Pessoas Consumo interno Mãode-obra Produto e serviços do bosque nativo Produtos da horta e do pomar Vinhoto Gado Gado gordo em pé Cinzas Eucalipto Cana-deaçucar Postes Micro-usina de álcool, agroindústria local e regional. Álcool 94% Esterco Comparação dos indicadores emergéticos de usinas de álcool: convencional versus SIPAES. Fórmulas Índice Grande usina (30 000 ha) Micro usina + policultura e SAF (30 ha) 48 700 74 000 35 76 Tr (seJ/J) Y/E %R* 100 x ((R+MR+SR)/Y) EYR Y/(MN+SN) 1,57 6,31 EIR (MN+SN)/(R+MR+SR+N) 1,39 0,37 ELR* (N+MN+SN)/(R+MR+SR) 1,82 0,29 O sistema que combina policultura ecológica, sistema agroflorestal (ou agrosilvopastoril) e micro-destilaria de etanol ganha em quase todos os indicadores da análise emergética: maior renovabilidade maior saldo energético, menor taxa de investimento, menor carga ambiental. Os resultados da análise econômica estão sendo revisados, mas se mostram promissores. A taxa de emprego corresponde a da agricultura familiar (1 família/10 ha) melhor que o modelo agroquímico (1 trabalhador/300 ha). Folha de São Paulo (26/09/2009 - 09h25) www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u629600.shtml Cientistas dizem que a Humanidade esgota seu "espaço de operação" A humanidade está destruindo a estabilidade ambiental que existe desde 10 mil anos atrás e criando uma crise com conseqüências "catastróficas". O alerta foi publicado em artigo recente na revista "Nature“ por um grupo de 29 especialistas em Paleoclimatologia e no funcionamento da biosfera, entre eles Paul Crutzen, Nobel de Química em 1995 por seu trabalho sobre a camada de ozônio. Eles identificaram nove fatores-chave do funcionamento do planeta que não deveriam ser perturbados além de um certo limite para que a estabilidade ambiental continue. Limites de resiliência excedidos 1. A mudança climática (aquecimento global); 2. A perda da biodiversidade; 3. A alteração no ciclo do nitrogênio; Sem informação suficiente, 4. A poluição química; 5. O lançamento de aerossóis na atmosfera; Podem ultrapassar seus limites, 6. O uso de água doce; 7. A mudança no uso da terra; 8. A acidificação dos oceanos; Revertido aos valores pré-industriais. 9. A destruição do ozônio estratosférico. 82 O grupo de pesquisadores aponta que o fato de "apenas" três limiares terem sido cruzados não é garantia de que o mundo não sofrerá mudanças catastróficas pois, afinal, há múltiplas interações entre os limiares. "Transgredir a barreira do nitrogêniofósforo pode erodir a resiliência dos ecossistemas marinhos, reduzindo sua capacidade de absorver CO2, afetando assim a barreira climática." Novas idéias: Eco-Socialismo e Decrescimento. É tempo de: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Reavaliar os sistemas Refazer e renovar os conceitos Re-estruturar os sistemas de P-C Recuperar os ecossistemas Redistribuir os meios de produção Re-localizar os sistemas Reduzir as escalas de produção e consumo Reutilizar/reciclar Questionar, estudar e atuar coerentemente! Reciclagem, manejo sustentável Duas visões em conflito Biodiversidade Cultura humana ecológica Sistemas agroecológicos Produtos químicos, maquinaria, diesel, subsídios Custos ocultos Extração predatória Monoculturas Sistemas agro-químicos Minerais Energia fóssil Cultura humana industrial Maior produção, menor preço, mas gente Impacto social, ambiental e climático Cambio climático Erosão Resíduos Emissões Perdas sociais e biológicas www.unicamp.br/fea/ortega/ Agradeço a atenção e fico a disposição! Contatos: [email protected]