COLÉGIO PEDRO II
Campus São Cristóvão II
Ciências Sociais
Material Didático - 2015
8º ano do Ensino Fundamental
Elaboração:
Equipe de Sociologia SC2:
Alline Torres, Marília Silva, Paulo Vitor Aniceto,
Raquel Silveira,Tatiana Bukowitz.
Apostila adaptada do material produzido pelos professores
Fernanda Junqueira, Letícia Lima, Lívia Benkendorf, Paula Menezes,
Rebeca Martins, Roberto Mosca e Tatiana Bukowitz.
Coordenação: Marília Silva
Chefia de Departamento: Luiz Felipe Bon
Nome:____________________________________ Turma: _______
APRESENTAÇÃO
Caros estudantes,
Desenvolvemos esta apostila de Ciências Sociais para proporcionar
um material inteligente, pertinente e voltado especificamente para
vocês, estudantes do 8º ano. Fomos guiados pela tentativa de tornar
nossas aulas sempre mais interessantes e com participação ativa de
vocês.
Esta apostila, em conjunto com os materiais adicionais que forem
trabalhados por seu professor(a) em sala de aula, constituem a principal
forma de adquirir o conhecimento específico das Ciências Sociais. Estes
materiais foram desenvolvidos por nós e, ao longo dos anos, por
diversos outros professores de Ciências Sociais de nossa escola, sempre
pensando na melhor maneira de construir o conhecimento com vocês.
Lembrem-se de que as pesquisas e atividades paralelas são
igualmente importantes para o aprendizado, complementando e
reforçando o que vocês leem aqui.
Esperamos que, com este material, possamos estimular ainda mais
a curiosidade de vocês e ajudá-los na organização das informações e do
conhecimento – o que é primordial para o estudo.
Boas aulas!!
Equipe de Ciências Sociais, São Cristóvão II
2
Unidade III – O(s) lugar(es) dos jovens na construção da cidadania
Texto 1: Movimentos Sociais nas Sociedades Capitalistas 1
Em nossa sociedade capitalista, observamos uma série de conflitos que podem dar
origem a uma reação da sociedade. Esta reação pode ser espontânea, de revolta, de violência,
ou pode ser uma reação organizada, onde um grupo de pessoas se agrupa entorno de algumas
ideias e projetos em comum.
Utilize o espaço abaixo para citar alguns movimentos sociais que você conheça:
O início do movimentos operário e sindical
O movimento operário surge no século
XIX com uma forte crítica a vários aspectos do
capitalismo,
exigindo
direitos
para
os
trabalhadores, ou propondo a destruição do
capitalismo e a construção de sociedades mais
igualitárias.
Muitas
destas
reivindicações
movimento operário se transformaram
direitos. O que significam estes direitos?
do
em
Os direitos, assim como os deveres, fazem parte da organização política de uma
sociedade, e garantem um “contrato” entre as pessoas, o Estado, as empresas e todas as
instituições existentes na sociedade. Estes direitos estão fundados na idéia de democracia,
onde devem ser garantidos aos indivíduos pertencentes àquela sociedade as condições de
vida para que possam produzir, alimentar-se, vestir-se, divertir-se, ou seja, para que possam
ajudar e usufruir do que ajudaram a produzir em seu país, cidade ou comunidade.
Para os movimentos sociais, a democracia e a garantia destes direitos só serão
possíveis se a sociedade tiver participação ativa na vida política. Não apenas o voto, mas as
manifestações e a luta constante são o que impedem a violação destes direitos.
1
Elaborado por Tatiana Bukowitz . Adaptado por Marília Silva e Fernanda Junqueira. Professoras do Departamento de
Sociologia do Colégio Pedro II, UESCII.
3
Os movimentos sociais e os direitos no século XX
a. Fordismo: muito além da fábrica
Linha de
montagem
(Volkswagen,
Brasil, 1949)
Primeiro
veículo criado
por Henry
Ford (1896)
O Fordismo associou produção em massa com consumo de massa. Henry Ford, dono das
indústrias Ford, formulou a idéia da jornada de oito horas por cinco dólares, aumentando bastante o
salário dos trabalhadores. Ele imaginava que, assim, estaria criando um mercado consumidor para
seus próprios produtos.
O Fordismo criou uma verdadeira civilização: um modelo de trabalhador (que ia do trabalho
para casa, da casa para o trabalho); um modelo de família (o homem trabalhava para prover a
família); um modelo de Estado (o Estado deveria organizar a reprodução da sociedade – intervenção
econômica, política e cultural).
O Fordismo inaugura uma fase diferente no capitalismo, e uma nova cultura baseada no
CONSUMO. As inovações de Henry Ford foram tanto na PRODUÇÃO quanto no CONSUMO
PRODUÇÃO – produzindo carros mais
simples e mais baratos, vendendo mais que
seus concorrentes. Para produzir mais ele
inventou um novo método de produção: a
linha de montagem, diminuindo o tempo
entre uma operação e outra da produção do
automóvel. Além disso, o pagamento de 5
dólares pela jornada de 8 horas deixou os
funcionários mais satisfeitos.
CONSUMO – ao aumentar o preço da
jornada dos trabalhadores, também deu
um grande estímulo ao consumo. A
propaganda também era sua forte
aliada.
Como o capitalismo passa a crescer e se expandir com o fordismo, os movimentos sociais
também se expandem. Principalmente após a Segunda Guerra mundial (1939-1945), com o início da
Guerra Fria e a descolonização da África, assim como a influência do Socialismo em todo o mundo,
os movimentos sociais crescem, pois a sociedade passa a se organizar para exigir os mais diversos
direitos.
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b. Novas formas de organização/reação da sociedade (principalmente a partir dos anos 60):
Sindicalismo de massa;
Movimento estudantil;
Movimento feminista;
Movimento anti-nuclear e anti-guerra (início do movimento ecológico);
Movimento negro;
Movimento anti-globalização;
c. Tipos de direitos conquistados por estes movimentos
Muitos dos direitos que hoje possuímos só existem porque em uma determinada época um
certo número de pessoas acreditou que seria preciso garanti-los em forma de lei, manifestando-se e
lutando para que isso acontecesse. Os movimentos sociais enfatizam diferentes direitos em suas
lutas: assim, por exemplo, o movimento sindical luta por direitos relativos ao trabalho e emprego; o
movimento ambientalista luta por direitos relativos ao meio-ambiente; o movimento negro luta para
criar igualdade de condições para a população negra, que foi historicamente marginalizada.
Vejamos os principais tipos de direitos existentes:
Direitos civis: Direito a liberdade religiosa, de pensamento, de ir e vir, à propriedade, a liberdade
de escolher o próprio trabalho, dentre outros.
Direitos políticos: Envolvem os direitos eleitorais, o direito de participar de associações políticas,
como os partidos e sindicatos e o direito de protestar
Direitos Sociais: Direito à educação básica, assistência à saúde, programas habitacionais,
transporte coletivo, sistema previdenciário, programas de lazer, acesso ao sistema judiciário, etc.
Direitos humanos: São os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. Seu conceito
também está ligado com a ideia de liberdade de pensamento, de expressão, e a igualdade perante a
lei e incluem direitos civis, políticos e sociais a serem respeitados internacionalmente.
Fonte da imagem: http://maoseobras.wordpress.com/2012/07/10/cidadao-e-cidadania/
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Texto 2: Pensando sobre os Direitos Humanos... 2
a. Conceito e Características
O conjunto dos Direitos Humanos Fundamentais visa garantir ao ser humano, entre outros,
o respeito ao seu direito à vida, à liberdade, à igualdade e à dignidade; bem como ao pleno
desenvolvimento da sua personalidade. Eles garantem a não ingerência do estado na esfera
individual, e consagram a dignidade humana. Sua proteção deve ser reconhecida positivamente
pelos ordenamentos jurídicos nacionais e internacionais.
b. Breve Histórico
A discussão sobre a idéia de “Direitos” nasceu
ainda durante o Absolutismo, com a idéia de Direito
Divino. Neste período, somente o rei possuía o direito
fornecido por Deus de governar e criar leis, com
ajuda da Igreja.
Com a decadência do Absolutismo, as idéias
republicanas e democráticas, inspiradas na Grécia
Antiga, começaram a se desenvolver e ganhar muitos
adeptos, especialmente no século XVIII. Assim, as
Revoluções deste século, com a Americana e
Francesa, refletiram uma nova idéia de “direitos”, que
deveriam ser a forma de garantir a participação dos
cidadãos (habitantes da cidade ou lugar) na vida
política. Surge, então, a idéia de que todo ser humano
possui direitos naturais: os chamados direitos do
homem. A revolução francesa lança os “Direitos do
Homem e do cidadão”, contribuindo para fortalecer
esta idéia de direitos.
A liberdade guiando o povo. La Liberté guidant le
peuple) é uma pintura de Eugène Delacroix em
comemoração àRevolução de Julho de 1830, com
a queda de Carlos X
No entanto, ao longo dos séculos seguintes verificou-se que estes direitos não eram tão naturais
assim, pois eram constantemente desrespeitados e precisavam ser garantidos. A idéia moderna de
direitos humanos se amplia no século XX, quando é criada a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, em 10 de dezembro de 1948, como uma resposta de profundo conteúdo humanista às
atrocidades
inéditas
cometidas
durante
a
2ª
Guerra
Mundial
(1939/45).
Na essência, representa um hino à vida, à liberdade e aos padrões de justiça consagrados
internacionalmente, exatamente os itens que mais foram violados durante a guerra. Ou, posto de
outra forma, "são os direitos humanos fundamentais, porque sem eles não se goza dos demais
direitos", como diz Carlos Alberto Idoeta, da seção brasileira da Anistia Internacional, uma das
maiores e mais respeitadas ONGs (Organizações Não Governamentais) do campo dos direitos
humanos.
2
Elaborado por Tatiana Bukowitz . Adaptado por Marília Silva e Fernanda Junqueira. Professoras do Departamento de
Sociologia do Colégio Pedro II, UESCII.
6
Ao longo dos 50 anos seguintes, os "demais direitos" mencionados por Idoeta foram
crescentemente incorporados ao elenco de direitos humanos igualmente fundamentais, sem, no
entanto, que se conseguisse fazer respeitar os mais essenciais, mais básicos. Direito à vida? À
liberdade? A padrões de justiça internacionalmente consagrados? O relatório da Anistia Internacional
de 1997, o mais recente, afirma, logo de saída: "A miséria e o medo continuam presentes 50 anos
depois da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A promessa de 1948 não foi
cumprida. Para a maioria das pessoas, aqueles direitos são pouco mais que letra morta".
A Anistia põe números nessa constatação retórica: em 141 dos 185 países que fazem parte da
ONU foram constatadas violações dos direitos humanos cometidas por governos e grupos armados
de oposição. Violações como tortura, homicídios ilegais, "desaparecimentos" e encarceramento de
presos de consciência. Mais números: execuções extrajudiciais em 55 países e judiciais em 40.
Presos de consciência em pelo menos 87 países, tortura e maus tratos em 117, "desaparecimentos"
em 31.
O que você pensa sobre as seguintes questões abaixo?
A - No Brasil, escravos são portadores de direitos?
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B - Direitos humanos também devem atender a criminosos?
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Texto 3: Identidade, igualdade e diferença 3
A ideia da igualdade não é uma facilmente aceitável na cultura humana. Desde as mais
antigas civilizações, o homem buscou suas diferenças: de origem, de nacionalidade, de classe social.
Buscando entender a humanidade como um conjunto de seres humanos semelhantes e
capazes de refletir sobre si e sobre o mundo, os filósofos do Iluminismo procuraram justificar novos
aspectos da humanidade, dentre os quais estava a igualdade – ou seja a possibilidade de, socialmente,
cada indivíduo expressar sua vontade, liberdade e direitos jurídicos e civis. Sempre mais no discurso
do que na ação, reconheceu-se que todas as pessoas têm direito à justiça, ao trabalho, à liberdade.
Críticos do capitalismo procuraram mostrar que a estrutura de classes sociais era responsável
pelas diferenças e oposições entre os grupos sociais, indicando que aí estava a causa de todas as
outras desigualdades – de educação, de interesses, de consciência. Assim, lutaram por abolir a
estrutura de classes para que se instaurasse uma sociedade realmente igualitária.
O capitalismo, por sua vez, responsável por criar inúmeras novas formas de diferenciação
entre as pessoas, contraditoriamente, desenvolveu a indústria de massa, geradora de grande
homogeneização no mundo diluindo diferenças e padronizando estilos de vida e consumo; mas ao
mesmo tempo, criando abismos que impedem o consumo de itens básicos para a grande maioria da
população. Associada ao marketing e aos meios de comunicação, a globalização, no século XXI, é
uma tendência crescente, mas não nos afasta da pobreza.
Complexidade e diferenciação...
...minorias ou maiorias??
Essa sociedade que se massifica e padroniza comportamentos abriga em seu interior, em um
mesmo espaço geográfico, pessoas provenientes das mais diferentes culturas, etnias, condições
sociais, dentre outros, todas competindo por uma vaga no mesmo mercado de trabalho.
Grupos passam a concorrer e a desenvolver extrema rivalidade, oposição e também suas
reivindicações de acordo com suas necessidades imediatas e históricas. Cada um deles, no esforço de
criar e afirmar suas própria identidade, imprimiu diferenças marcantes na realidade social em que
vivem. Os movimentos étnicos, raciais e sexuais, entre outros, contrastando com a padronização da
sociedade de massa, deram à noção de cidadania um novo sentido: mostram a grande importância de
lutarmos pelos direitos sociais.
Enfim, saem das sombras as diferenças e as
especificidades. Membros de uma mesma categoria sexual ou
etária unem-se, reivindicam, denunciam e ocupam espaços. São
os homossexuais que reivindicam a união civil igualitária, as
mulheres que exigem igualdade de condições de trabalho, os
sem-terra que lutam pela reforma agrária. As minorias –
religiosas, profissionais, sexuais – passam do discurso à ação
política, reafirmando o princípio da diferenciação como base de
uma sociedade que só aparentemente se homogeneíza.
Fonte: http://brasileducom.blogspot.com.br
3
Texto de Cristina Costa. Sociologia. Apostila UNO, módulo 3. Adaptado para fins didáticos por Letícia Lima (Exprofessora do Colégio Pedro II) e Tatiana Bukowitz. Revisado por Marília Silva e Fernanda Junqueira. Professoras do
Departamento de Sociologia do Colégio Pedro II, UESCII.
8
Nas ciências sociais, erradamente, a ideia de maioria esteve muitas vezes relacionada à ideia
de “normalidade”. As minorias, portanto, foram, muitas vezes, desconsideradas  pelos regimes
representativos, pelos levantamentos estatísticos e pelos interesses políticos.
Veja atentamente o quadro a seguir:
X

Maioria
Minoria
O princípio da maioria nasceu como
uma força política na democracia grega, na
qual os sistemas de votação direta
submetiam a aprovação das leis ao
referendo da maioria numérica dos cidadãos
– gregos, homens, patrícios, livres. A
maioria
correspondia
a
essa
superioridade numérica dentre os
cidadãos, que legitimava politicamente as
decisões da Assembléia. Expressava a
vontade de uma elite e não dos anseios
majoritários da população como um todo.
Em oposição, minoritárias são as
reivindicações que representam justamente os
grupos que não estão no poder e não
conseguem aprovar seus projetos nem
transformar em leis seus anseios.
Aos poucos a “maioria” deixou de
representar uma quantidade para expressar
um princípio da força política: é majoritária
a decisão que representa a vontade das
elites e dos governos instituídos.
É por isso que as questões femininas, por
exemplo, são consideradas minoritárias, apesar
de
as
mulheres
representarem
quantitativamente mais da metade da
população do mundo. Elas são minoritárias
diante das forças políticas em ação – tem
menos representatividade nas instituições
decisivas de exercício do poder.
9
Atividade

Tempo de refletir sobre o assunto
1. De acordo com a leitura do texto 2, faça uma pesquisa procurando identificar as “minorias” que se
organizam hoje – apresente a seguir no mínimo 4 destes grupos e seus objetivos principais.
Grupo A:
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Grupo B:
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Grupo C:
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Grupo D:
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Objetivos principais:
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Objetivos principais:
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Objetivos principais:
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Objetivos principais:
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2. É possível considerar os problemas levantados pelo movimento feminista como minoritários?
Justifique.
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3. Quando e de que maneiras uma minoria tem chance de se transformar em maioria?
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4. Identifique abaixo cada um dos movimentos sociais existentes no Brasil e apresente uma de suas
reivindicações:
a.__________________________________________
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____________________________________________
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b.________________________________
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_________________________________
c.__________________________________________
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d.________________________________
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8º ano do Ensino Fundamental - Apostila