UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO POR: SÉRGIO LUIZ DE ALMEIDA ORIENTADOR: PROF. MARCO ANTONIO CHAVES Rio de Janeiro 2001 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO DE PESQUISA SÓCIO-PEDAGÓGICAS PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO Monografia apresentada ao Conjunto Universitário Cândido Mendes como requisito parcial à obtenção Do Título de Pós-graduação do curso de Docência do Ensino Fundamental e Médio. POR: SÉRGIO LUIZ DE ALMEIDA Rio de Janeiro 2001 3 “Eu nunca caio em pedaços porque nunca estou inteiro” Andy Warhol 4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I ---------------------------------------------------- 6 DEFINIÇÃO DOS TERMOS TÉCNICOS EM INFORMÁTICA . --------------------------------------------------- 7 CAPÍTULO II INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO TÉCNICA OU PEDAGÓGICA? ------------------- 11 CAPÍTULO III POSSIBILIDADES EDUCATIVAS DA INFORMÁTICA. --------------------------------------------------- 18 CAPÍTULO IV A REVOLUÇÃO INFORMÁTICA E OS PROCESSOS DE LEITURA E ESCRITA. --------------------- 23 CONCLUSÃO ------------------------------------------------------ 29 BIBLIOGRAFIA --------------------------------------------------- 31 5 RESUMO Este trabalho tem como objetivo mostra a importância da utilização da informática na educação. A informática na educação ainda se encontra numa fase muito embrionária. Muitas escolas têm o equipamento e nunca utilizam mas como uma ferramenta técnica e não pedagógica. Poucas são as que realmente utilizam a informática tirando proveito da parte técnica e pedagógica. Queremos mostrar que é possível utilizar a informática de forma técnica e pedagógica, para que professores e alunos se beneficiem desta ferramenta em busca de se adequarem ao futuro que não tem mais como esperar. 6 INTRODUÇÃO Sou mantenedor de uma escola particular com turmas do maternal à 4ª série. Estou bastante empenhado em informatizar a educação na minha escola. O que antes era para mim meramente técnico, agora para mim, professores e alunos, está cada vez mais claro que é também pedagógico. A troca de informações com outras escolas e pesquisas em revistas especializadas no assunto, me ajudaram a intender a importância da informática na educação. Está muito claro para mim que a escola que não utiliza a informática na educação não será competitiva e consequentemente estará fora do mercado. Não pretendemos apontar soluções para o assunto abordado, mas queremos despertar consciências, promover debates e críticas. 7 CAPÍTULO I DEFINIÇÃO DOS TERMOS TÉCNICOS EM INFORMÁTICA INFORMÁTICA: é uma ciência que trata da informação e diversas técnicas, utiliza programas executados por um computador. COMPUTADOR: é uma máquina eletrónica criada pelo homem para auxiliá-lo no dia a dia. É formado pelo conjunto de software e hardware. É um dispositivo eletrônico capaz de receber um conjunto de instruções e executá-los, realizando cálculos sobre dados numéricos, ou compilando e correlacionando outros tipos de informação. Tipos de computador; computador pessoal ou microcomputador é uma máquina de custo relativamente baixo e em geral de tamanho adequado para uso em escritório ou residência. Minicomputador é um computador de maior tamanho, muito caro para uso pessoal e apto para companhias, universidades ou laboratórios. Mainframe é um computador de grande porte, de preço elevado, capaz de servir às necessidades das grandes 8 empresas, órgãos governamentais, instituições de pesquisas científicas e similares. HARDWARE: são os componentes físicos de um sistema num equipamento. O hardware inclui os clips, telas, teclados, desk drives, impressoras e demais circuitos. SOFTWARE: é a parte que sintetiza o conjunto de instruções que tornam o computador uma máquina capaz de responder ao comando de um usuário para as mais diversas finalidades. MONITOR: lembra uma tela de TV, nele se vê o texto escrito e as tarefas que o computador está executando. MICROPROCESSADOR: é a peça que executa todas as ações do micro. Não é o cérebro da máquina, pois ela não pensa. Só obedece às ordens que recebe. MODEM: envia e recebe dados pela linha telefônica, permitindo que um micro troque informações com outros micros. TECLADO: semelhante a uma máquina de escrever. Serve para digitar e para dar comandos ao computador. DISCO RÍGIDO: funciona como uma fita cassete, gravando arquivos e os programas que o micro executa. 9 CD-ROM: lembra os CDs de música, mas armazena também textos e imagens com ou sem movimento. DISQUETE: nele serão gravadas informações que serão transportadas para outro computador. MOUSE: controle remoto com fio que desloca uma linha na tela do monitor executando comandos. BBS: Bulletim Board System, serviço eletrônico que oferece recursos como correio eletrónico, acesso a outros computadores e serviços remotos, meios de oferecer e receber arquivos. O acesso à BBS pode ser feito Internet ou por discagem direta. WWW: Word Wide Web, sistema de interface que revolucionou a Internet e que permite por meio de um clic, navegar pelas informações da rede. O WWW usa um protocolo que liga os computadores de todo mundo, como uma teia de aranha, uma interconexào de milhões de bits de informações ao longo da rede. PROVEDOR DE ACESSO: organização que provê acesso à Internet. MODEM: Modulador/ Demodulator, dispositivo eletrônico que converte os sinais enviados pelo computador, em sinais de áudio, 10 os quais serão enviados ao longo das linhas telefônicas e recebidos por outro Modem que receberá o sinal sonoro convertendo-o de volta em sinais de computador. ONLINE: quando se está ligado pelo computador através de um Modem. CHART-IRC: Internet Relay Chat, sistema interativo no qual os usuários da Internet podem conversar, através do teclado, em tempo real. É o bate papo pela Internet. E-MAIL: mensagens privadas entregues através de contas individuais. Estes endereços indica o lugar onde tem uma caixa postal. Através de E-MAIL é possível solicitar arquivos, informações, fazer pesquisas e enviar comandos para operar computadores remotos que realizam tarefas para o usuário.Newsgroup usenet-netnews: são grupos de discussões da Internet que usam software Newsread e servidores. As discussões são carregadas nas mensagens de correio eletrônico para respostas automática, que enviam uma cópia de cada mensagem enviada pelo correio eletrônico para qualquer um que tenha assinado a lista para discussões particulares de grupo. 11 CAPÍTULO II INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO: UMA QUESTÃO TÉCNICA OU PEDAGÓGICA ? Até o início dos anos 90, quando os computadores usados nas escola não eram tão sofisticados, a ênfase da informática na educação recaia mais no pedagógico do que no técnico. Com o advento dos computadores PC, do Windows, a preocupação passou a ser mais técnica do que pedagógica. Mesmo dispondo de uma gama imensa de possibilidades oferecidas pelos novos recursos da informática, deparamos com usos banais dessa tecnologia , indicando uma falta dearticulação entre o técnico e o pedagógico. Isso significa que, sem o conhecimento técnico, será impossível implantar soluções pedagógicas inovadoras e viceversa, sem o pedagógico os recursos técnicos disponíveis tendem a ser subtilizados. Afirmar que tais conhecimentos devem ser casados é muito fácil. Porém isso implica maior profundidade na formação de professores e mudanças substanciais na concepção de educação. A disseminação da informática nas escolas brasileiras foi possível graças ao computador MSX, lançado no 12 mercado em 1986 pela Sharp e pela Gradiente. Era uma máquina simples, voltada para o mercado dos videojogos, porém dispunha bons softwares educacionais, inúmeros jogos e uma ótima versão de LOGO. Por outro lado, não era uma máquina com a mesma flexibilidade do Apple. A ossibilidade de interligação com impressoras ou mesmo com outros dispositivos era ilimitada, e o computador não dispunha de um processador de texto ou programas de planilha e banco de dados. As questões pedagógicas estavam sendo trabalhadas em um ambiente relativamente seguro e de fácil domínio. A segurança oferecida pelo MSX foi quebrada pela descontinuidade de sua produção , em 1994, e pelo aparecimento do sistema Windows para PC.O Windows possibilitou o desenvolvimento de inúmeros programas para praticamente todas as áreas. Surgiram também outras modalidades de uso do computador na educação, como a multimídia e sistema de navegação nasa redes. A questão pedagógica, atualmente não pode ser mais dicotomizada em dois pólos, como na era do MSX. Hoje, o trabalho com a informática na educação requer um bom conhecimento da parte técnica e da 13 parte pedagógica, um fornecendo suporte ao outro. É irrealista pensar em primeiro ser um exper em informática para depois tirar proveito desse conhecimento nas atividades pedagógicas. O melhor é quando os conhecimentos técnicos e pedagógicos crescem juntos, simultaneamente, um demandando novas idéias do outro. O domínio das técnicas acontecem por necessidade e exigências do pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o pedagógico, constituindo uma verdadeira spiral ascendente na sua complexidade técnica e pedagógica. Do lado técnico, essa espiral é o sistema operacional Windows, do lado pedagógico é o uso computador como ferramenta de auxilio ao processo de construção de conhecimento. A inovação pedagógica consiste na implantação do construtivismo sócio-interacionalista, ou seja, a construção do conhecimento pelo aluno mediado por um educador. Porém, se o educador dispuser dos recursos da informática, terá bem mais chances de entender os processos mentais, os conceitos e as estratégias utilizadas pelo aluno e, com essa informação poderá intervir e colaborar de modo mais efetivo nesse processo de 14 construção de conhecimento. Do lado técnico, tudo se inicia por intermédio do sistema operacional Windows. Ele é a porta de entrada dos computadores atuais. Por meio dele é possível a comunicação com os diferentes softwares, como processador de texto, planilha, navegar na rede Internet, verificarmos e alterarmos a configuração do computador em uso ou desligá-lo. O domínio do Windows e dos recursos oferecidos pelo computador geralmente é feito através do uso do processador de texto. A elaboração de textos pode ser usada em todas as áreas do conhecimento e ser uma atividade de construção de conhecimento. Se o processador de texto for o Word, o domínio dos aspectos técnicos acontece à medida que o professor vai se familiarizando com a janela desse aplicativo. Ele pode incrementar o texto com o uso de diferentes fontes e formatos, colunas ou tabelas. O domínio dos recursos do Windows e do Word permitem incursões por outras atividades importantes do ponto de vista pedagógico, como a combinação de textos e gráficos (desenhos, figuras, ícones etc). a busca de gráficos ou de informações na Internet constitui uma outra fonte inesgotável de 15 recursos, que podem ser explorados do ponto de vista educacional. As facilidades técnicas oferecidas pelos PCs permitem a exploração de um leque ilimitado de diferentes usos da informática na educação, aumentando as áreas de aplicação e a diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar. Por outro lado, essa ampla gama de atividades pode ou não estar contribuindo para o processo de construção do conhecimento. O produto pode ser sofisticado mas não sert efetivo na construção de novos conhecimentos. Por exemplo, o aluno pode estar buscando informações na rede, em forma de texto, vídeo ou gráficos, colocando-os na elaboração de uma multimídia, porém sem Ter criticado ou refletido sobre os diferentes conteúdos utilizados. Com isso, a multimídia pode ter um efeito atraente, mas ser vazia do ponto de vista de conteúdos relevantes ao tema. O aluno realizou algo, utilizando a informática, mas essa atividade construiu pouco do ponto de vista da aquisição de novos conceitos e estratégias. Nesse4 aspecto, a experiência pedagógica do professor é fundamental. Conhecendo as técnicas de informática para a realização dessas atividades e o 16 que significa construir conhecimentos, o professor deve indagar se o uso do computador está ou não contribuindo para a construção de novos conhecimentos. Para ser capaz de responder a essa pergunta, o professor precisa conhecer as diferentes modalidades de uso da informática na educação-programação, elaboração de multimídia ou uso da Internet e entender os recursos que elas oferecem para a construção de conhecimentos. Por exemplo, no caso de uso da Internet, uma informação não deve ser utilizada sem antes ser criticada e discutida. No entanto, tal visão crítica não é exigida pelos softwares. Isso cabe ao professor. O professor sentindo-se mais familiarizado com as questões técnicas, pode dedicar-se à exploração da informática em atividades pedagógicas mais sofisticadas. O professor deve saber desafiar os alunos para que, a partir do projeto que cada um propõe, seja possível atingir os objetivos pedagógicos que ele determinou em seu planejamento. Essa breve análise das questão técnicas e pedagógicas da informática na educação mostra que os grandes desafios dessa área estão na combinação do técnico com o pedagógico e, essencialmente, na 17 formação do professor. Cabe a ele saber orientar e desafiar e desafiar o aluno para que a atividade computacional contribua para a aquisição de novos conhecimentos. A análise dos diferentes níveis de conhecimento que o professor deve adquirir coloca-nos diante de uma situação que pode ser impossível de ser implementada. Isso é verdade, se pensarmos que primeiro o professor deve ser especialista em cada um desses domínios para depois atuar na área da informática na educação. Nesse caso, a dificuldade de formação é enorme. Porém, se pensarmos no processo espiral, essa formação é gradativa e mais efetiva. O professor não só estará adquirindo habilidades e competências técnicas e pedagógicas, mas tornando-se um verdadeiro educador, educar, nessa nova concepção, significa saber criticar e criar novos conhecimentos. Nesse sentido, será que não vale o esforço de nos utilizarmos da introdução da informática nas escolas a fim de realizar essa revolução pedagógica tão esperada e tão desejada? 18 CAPÍTULO III POSSIBILIDADES EDUCATIVAS DA INFORMÁTICA Na curta existência de sistemas escolares, a importância do papel mediador do suporte da informação, deixe de aparece a aparição dos livros até a última aplicação multimídia, tem sido amplamente reconhecida. Isso tem sido assim fundamentalmente por três razões. A primeira, porque é a aparição de cada novo meio transforma e enriquece as maneiras de representar, armazenar e comunicar o saber de informação, e requer o desenvolvimento ou aquisição de novas destrezas, habilidades e saberes e, talvez, o esquecimento ou desaparecimento de outras. A segunda, porque cada nova tecnologia da informação contribui com o processo de transformações das estruturas sociais, de elaborais, culturais e econômicas, criando novas áreas trabalho, destruindo outras ou variando modo de atuar das existentes. A terceira, porquê uma das finalidades dos sistemas escolares consiste em tornar acessível a um segmento cada vez mais amplo da população o conjunto de saberes e habilidades elaboradas pela humanidade. A primeira consideração ajuda a explicar porque o ensino infantil, fundamental, parte do ensino médio e, o superior dedicam tantos esforços, os recursos e tempo ao domínio e a utilização da leitura e da escrita, ao mesmo tempo em que 19 trabalham outras formas de expressão (plástica, musical, corporal, audiovisual, informática, e...) e o utilizam ferramentas que facilitem o processo de expressão e compreensão. A Segunda relaciona-se com a necessidade periódica de reformular o conteúdo e a prática do ensino. A escola como instituição social, sofre o desfruta as transformações da sociedade que a contém, assim como fazem os demais sistemas que a configuram. A terceira relaciona-se que o fato de o saber e a informação já não são patrimônio da escola. O saber e formação são captados e de fundem-se em suporte de características muito diferentes ( da televisão as redes telemáticas, as publicações mais diversas ou CD-ROM ) ,alguns dos quais estão longe das instituições de ensino. as iniciativas para atualizar professores, o aluno se processos de ensino e aprendizagem, multiplicamse, ainda que nunca seja suficiente. O que pode fazer as escolas com computador para cada trinta,50 ou 100 estudantes, com equipamentos que necessitam de atualização constante, sem programas adequadas e sem acesso florido as redes de comunicação! Apesar de tudo, a escolas em que o computador é utilizado sem descanso e outras em que, junto à vários outros meios de ensino, servem para cobri-se de pó. No campo da educação o importante não é que uma máquina não 20 possa resolver equações, simular um fenômeno complexo ou permitir o acesso a um enorme volume de documentos multimídia. O importante, é a construção de significados, a aprendizagem e autônomo, a dotação de sentido, a compreensão e o aprender a aprender.A questão fundamental é que o computador o maneja símbolos com perfeição mas a aprendizagem consiste em outorgar significados. O papel do computador no ensino não apenas pode ser o mais variado, mas também pode adaptar-se a qualquer método ou perspectiva pedagógica. Atividade do aluno Revisa Recorta Pratica Aplica Intui Compreende Atua Realiza tarefas Comunica-se Coopera Tipo de programa Exercício Função Reforço Controle Teste Perspectiva de aprendizagem Condutismo: estímulo-resposta, repetição, realimentação. Sistemas tutorias Professor Significativo Tutor verbal: Guia Indutivo/dedutivo Simulação Verificação de Aprendizagem por hipóteses descobrimento Demonstrações Tomada de decisões Resolução de problemas e Jogos heuristicos e de Conceituação estratégia resolução de problemas Ajudam a organizar, Processamento Editores de texto significativo da Gestores de bancos de Representar, armazenar, recuperar informação tomada dados e apresentar de decisões Planilhas de cálculos informação Programas de desenho Programas estatísticos Programas de apresentação (Power Point) Redes de comunicação Facilitam a Aprendizagem em ( Internet) transmissão, o acesso colaboração à informação e a comunicação 21 A partir de uma perspectiva condutista e neocondutista da aprendizagem, o computador é visto como a marca de ensinar, o sistema ou o tutor especialista ou o tutor inteligente por excelência, e existe uma importante atividade no âmbito do projeto e desenvolvimento de programas de ensino assistidos por computador As visões cognitivas e do ensino, que converteram o computador em metáfora explicativa do cérebro humano, vêem neste a ferramenta que transforma o que toca não somente para se parece capaz de realizar ações humanas, mas todas as atividades mediada por ele pressupõe o desenvolvimento de capacidades cognitiva e metacogitivas ( resolução de problemas, planificação, algoritimização de tarefas, etc). Nesta perspectiva, o estudo, a experimentação e a informação em qualquer área do currículo exploração da escolar, melhorará imediatamente a motivação o rendimento e as capacidades cognitivas dos alunos. Para quem o problema da aprendizagem consiste na expressividade e na diversificação dos códigos utilizados para representar a informação nos meios de ensino, a facilidade de integra o texto, gráficos e a linguagem audiovisual e pictórica proporcionada pelo sistema multimídia vêm a ser a resposta aos problemas de motivação e rendimento dos alunos e 22 professores. Aqueles que consideram que apresenta aprendizagem baseia-se em intercâmbio e na cooperação, em ensinar riscos, na formulação de hipóteses, no contraste, na argumentação, no reconhecimento do aluno e na aceitação da diversidade vêem no computador, na navegação pela informação e na ampliação da comunicação com pessoas e instituições geograficamente distante que permitem as redes telemáticas , às limitações que pressupõe o espaço escolar. O papel do computador no ensino não apenas não pode apenas ser o mais variado, mas também pode adaptar-se a qualquer método ou perspectiva pedagógica. 23 CAPÍTULO IV A REVOLUÇÃO DA INFORMÁTICA E OS PROCESSOS DE LEITURA E ESCRITA Não é preciso de muitos argumentos para convencer o público letrado de uma vivência cotidiana : o surgimento e a rápida disseminação dos computadores de uso pessoal está transformando rapidamente nossos modos de produzir e ler texto com a aparição dos computadores, o abismo que já separava os não alfabetizados alargou ser ainda mais: alguns nem se quer chegaram aos livros e as bibliotecas, enquanto outros correm atrás de hipertextos, correio eletrônico de páginas virtuais de livros e inexistentes. Para entender o que está acontecendo agora, o que pode acontecer, é preciso fazer um pouco de história, já que o chamamos de ler e escrever foi mudado no transcurso dos séculos. Todos os estudos históricos recentes mostram que nenhum dos povos antigos criaram e utilizam escritas eram sociedades alfabetizadas. Há várias histórias que se sobrepõem, mas que não devem ser confundidas; a história do alfabeto não é a mesma que a história dos objetos portadores de escritas de seu significados sociais a ( monumentos 24 públicos, tablete de argila cozida, rolos de papiro ou pergaminhos, códices, livros etc ) ; a história dos tipos de suportes materiais sobre os quais se escreveu a história dos instrumentos de escrita é totalmente diferente da história dos textos que foram escritos ( registros, cartas, genealogias, contratos, oráculos, decretos e leis, obras religiosas, científica épica e poesia); a história das prática da leitura não deve ser confundida com a história das práticas escrita, já que se trata de duas atividades dissociadas durante séculos.A dissociação de funções que atualmente nos parecem solidárias foi a norma durante os séculos passados: o autor não era executor material das marcas, os escribas não era leitores autorizados; a escrita foi exibida séculos diante populações incapazes de ler o exibido,porque era um símbolo de poder. Para os romanos da época clássica, ler era desenvolver sua voz ao texto. A leitura em voz alta era uma real interpretação do texto, produto de um cuidadoso trabalho prévio. Portanto, a leitura de um texto desconhecido, colocado de improviso nas mãos de eleitor para que organizasse, era considerado um absurdo. Como poderei ler o que não entendo? O leitor era um intérprete, no mesmo sentido em que agora 25 concebemos o intérprete de uma partitura musical. Os textos eram copiadas e recopiados, de preferência em um tipo de escrita continua, que hoje em dia nos parece aberrante; sem espaço entre as palavras e sem pontuação. A distinção das palavras e a introdução das pontuações ficava a cargo do leitor era parte de sua tarefa de intérprete. Os copista irlandeses, em meados do século VIII, e introduziram a separação sistemática entre as palavras. E essa invenção demorou séculos para impor-se. Somos levados a imaginar que qualquer tecnologia introduz mudanças psicológicas substanciais. Entretanto, nem sempre é assim, uma série de mudanças que durante décadas foram atribuídas a imprensa, segundo o que sabemos agora, foram difundidas pela imprensa, mas tiveram sua origem em mudanças muito mais sutis que as precederam, e que não foram mudanças propriamente tecnológica. A tecnologia que permitiu a leitura silenciosa, a busca rápida e a citação é anterior à imprensa. Mas a imprensa introduziu uma mudança total completa em um aspecto crucial: a idéia de cópia de um mesmo texto. 26 O autor do texto, que já se havia convertido em autor material das marcas (o produtor do manuscrito ), precisou disputar sua autoria com a dos editores. E não poucos casos, os editores tinham sua própria idéia da ortografia e da pontuação, e os autores nem sempre tiveram êxito em conseguir que a versão editada correspondesse a seu próprio manuscrito. A máquina de escrever permitiu uma variação na idéia do manuscrito. A marca pessoal do autor _ sua própria letra _ ficava limitada à assinatura. Mas a ausência do "escrito à mão" não impedia a manifestação de uma marca pessoal menos visível, porém, mais profunda: seu estilo como escritor. O computador permite uma nova aglutinação: o autor das marcas pode ser seu próprio editor. No teclado, tem a sua exposição uma grande quantidade tipos de caracteres. Pode variar o tamanho e o tipo dos caracteres, pode inserir desenhos ou molduras... e pode enviar diretamente seu disquete a gráfica. Em outras palavras: o autor intelectual e o autor material completam-se agora com editor material. A posição frente ao que escrevemos mudou. A possibilidade de transpor, à vontade, parágrafos inteiros, ou de trazer à tela partes de outros textos, dá ao produtor graus de liberdade 27 antes imagináveis. O inegável é que a tela se converteu em uma superfície privilegiado. O computador pessoal, em seu uso mais banal de instrumento sofisticado para escrever e imprimir, tanto quanto e seus usos mais recentes converter o usuário em um navegador em redes de informática, reintroduziu o poder da escrita, ainda que rapidamente vinculado ao da imagem, em um novo tipo de interação. A escola, sempre depositário de mudanças que ocorrem fora de suas fronteiras, deve pelo menos tomar consciência da defasagem entre o que ensina e o que se pratica fora de suas fronteiras. Não é possível que continue privilegiando a cópia-ofício de monges medievais como protótipo da escrita. Não é possível que continue privilegiando a leitura em voz alta de textos desconhecidos (mera oralização com escassa compreensão) na era da leitura veloz da necessidade de escolher a “informação” pertinente dentro do fluxo de mensagens impressas que chegam de forma desordenada, caótica e invasor. Não é possível que ainda se instaurem debates acolorados pró e contra as virtudes inconveniente de tal ou qual tipo de grafias em uma época em que é urgente introduzir os estudantes no uso do teclado. O surpreendente e inquietante é que, ao mesmo tempo em que 28 aumentaram as exigências da leitura para a população que procura emprego, a pesquisa evidencia que aprender a ler não é simplesmente uma questão técnica. Durante décadas nos acostumamos a pensar que a escrita é uma invenção puramente técnica que permite passar do registro auditivo ao visual, transformando a temporalidade simultaneidade, convertendo a ordem seqüencial oral em uma ordem visual linear. Consequentemente, aprender a ler não seria mais que aprender a associar formas gráficas à unidades fônicas que estão imediatamente a disposição do falante. Agora sabemos que essa visão tradicional não só supersimplifica o problema, mas também o deforma: essas associações sonoro-visuais e gráficos-auditivas são apenas um dos aspectos do ingresso na cultura letrada. Aprender a ler e a escrever é muito mais do que isso: é constituir um novo objeto conceitual e entrar em outro tipo de intercâmbio lingüistico e culturais. 29 CONCLUSÃO O objetivo fundamental da informática na escola é permitir que o aluno adquira novos conhecimentos, apropriado-se desta ferramenta poderosa, mas a escola precisa atualizar-se, valendo-se dos recursos que a informática oferece. A tecnologia da era do lápis e do papel, ditava o que deveria ser ensinado. Hoje temos que usar uma nova tecnologia, sim, mas temos que repensar o que ensinar. As rápidas mudanças tecnológicas que marcam nossa época, impõem-nos a necessidade de utilizar corretamente o computador e outras tecnologias da informação. E ainda adequar a formação dos docentes, capacitando-os para a utilização da informática na educação. Não se muda escola, sem antes mudar o professor. Tão necessária quanto esta capacitação é a produção de softwares educacionais específicos para a educação brasileira. Um dos motivos que ainda impede a democratização da informatização na educação brasileira, é o alto custo dos computadores e dos serviços telefônicos, primordiais para o 30 acesso à Internet. A sociedade informatizada se caracteriza pela abundância de informações, daí, precisamos estar atento ao acesso, seleção e controle desses dados, ainda mais que elaborar, difundir e utilizar o saber sempre significaram uma forma de poder. A informática é hoje uma janela para o mundo, possibilitando a troca de arquivos, acesso a banco de dados internacionais, divulgação de pesquisas e discussão de temas os mais variados. Na tentativa de incorporar os novos recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, alterar a tradição das aulas acadêmicas. O importante é que os novos recursos não sejam usadas como instrumentos, mas que se tornem capazes de desencadear transformações estruturais na velha escola. Só assim a função do professor pode ser revitalizada, liberando-o da aula de saliva e giz estimulando o aluno a uma posição menos passiva e mais dinâmica. 31 BIBLIOGRAFIA ARRUDA, Maria Lúcia Aranha. História da Educação. Editora Moderna, Segunda edição. FERREIRO, Emília. Pátio Revista Pedagógica. Ano 3, Nr. 9, Maio/ Julho 1999. SANCHO, Juana M. Gil. . Pátio Revista Pedagógica. Ano 3, Nr. 9, Maio/Junho 1999. VALENTE, José Armando. O computador na Sociedade do Conhecimento, 1999. APPLE, M.W. O computador na Educação: parte da solução ou parte do problema? Educação e saúde. São Paulo, abril, 1986, V8, N3. CHARTIER, R. 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