Publicação trimestral da Jones Lang LaSalle Brasil • edição nº 21 • dezembro de 2010 Escritórios: ritmo de retomada encerra a década Varejo Histórias Verticais Administração profissional é o fim de possíveis dores de cabeça Condomínio Torre Rio Sul encanta pela vista e boa localização Pág. 3 Pág. 10 Editorial Altos e baixos do mercado brasileiro O ano de 2010 se encerra com boas perspectivas para os próximos anos. Entre crises e retomadas nos últimos dez anos, o mercado de escritórios brasileiro se mantém positivo e estável e o temor do crescimento dos juros não se consolidou. Relembre, na matéria de capa, os principais acontecimentos deste período e acompanhe a projeção do mercado, em São Paulo e no Rio de Janeiro, para os próximos três anos. Sabe-se que administrar uma grande carteira de imóveis alugados, tendo em vista as diversas especificidades em cada contrato, necessita de conhecimento específico. Prova disso são as dificuldades que as redes varejistas têm encontrado neste quesito. Leia sobre o tema no artigo desta edição, que destaca a importância da administração profissional, que pode eliminar possíveis dores de cabeça. Dando sequência à série Histórias Verticais, apresentamos também nesta edição a história de um dos prédios mais altos da cidade do Rio de Janeiro, o edifício de escritórios do condomínio Torre do Rio Sul, além de um resumo dos mais recentes negócios realizados pela empresa. Boa leitura. Nota Jones Lang LaSalle recebe prêmio A Jones Lang LaSalle foi premiada com o melhor case na Categoria Serviços – Pessoa Jurídica, no V Prêmio Abrafac, que aconteceu em São Paulo, no dia 21 de outubro. O evento tem como objetivo principal difundir a produção de estudo de cases nacionais da área de Gerenciamento de Propriedades e Facilities, além de reconhecer profissionais e empresas que se destacaram neste segmento. O case de Gerenciamento de Propriedades premiado, Transporte Compartilhado em Parques Industriais foi apresentado por Denilson Borbarelli, Gerente de Infraestrutura da Jones Lang LaSalle, que explica os principais desafios vencidos pela equipe em seu trabalho no Parque Industrial Curitiba (PIC), que reúne 14 fornecedores do setor automotivo no mesmo terreno. “O grande desafio é gerenciar o transporte de colaboradores com uma visão diferenciada, tendo como objetivo compartilhar despesas, visando reduzir o custo do produto final, respeitando as políticas internas das empresas instaladas e cumprindo as exigências legais e normativas. É também transformar um problema individual, de área privativa, em uma solução comum”, diz Borbarelli. O executivo acrescenta que a equipe já trazia a experiência de ter realizado atividade similar em outro condomínio industrial por quatro anos. Edição nº 21 • dezembro de 2010 Publicação trimestral dirigida aos clientes e parceiros da Jones Lang LaSalle Brasil. Tiragem: 5.000 exemplares Edição: Renata Cury (MTb 53.437/SP) Colaboração: Andrea Miramontes e Luciana Mello Gerente de Comunicação e Marketing: Larissa Aranha Fotos: Felipe Corvello e Arquivo Comunicação e Marketing Jones Lang LaSalle São Paulo Av. das Nações Unidas, 12.551 23º andar • 04578-903 +55(11) 3043 6900 Rio de Janeiro Av. Pres. Wilson, 113 cjto. 1001 • 20030-020 +55(21) 2277 2700 [email protected] Curitiba Rua Frederico Maurer, 574 81630-020 +55(41) 3202 1900 www.joneslanglasalle.com.br panorama • dezembro 2010 Varejo Crescimento sem estresse Administração profissional para carteira de imóveis alugados elimina dores de cabeça para redes de varejo Por Larissa Aranha Com a melhora do poder aquisitivo da classe média brasileira, o varejo volta a se beneficiar. Com isso, atualmente observa-se uma rápida expansão de várias redes, além de inúmeras empresas bem sucedidas com novos pontos de vendas espalhados pelas cidades. De acordo com Ricardo Torres, Gerente de Imóveis da Jones Lang LaSalle, tal expansão pode vir acompanhada de algumas dores de cabeça, uma vez que cada novo ponto de venda geralmente representa um imóvel locado. “A verdade é que administrar uma grande carteira de imóveis alugados, tendo em vista as diversas especificidades em cada contrato, necessita de conhecimento específico e as redes varejistas têm encontrado dificuldades neste quesito”, conta. Atualmente, o Brasil já conta com empresas como a Jones Lang LaSalle que estão focadas no setor imobiliário corporativo e, gerenciar grandes carteiras de locação, é parte integrante deste negócio. “Por sermos especialistas podemos sanar os problemas administrativos das redes varejistas e contribuir para o ganho de eficiência com a diminuição dos custos administrativos, além de eliminar eventuais multas nos pagamentos de aluguel por atraso ou perda de prazos”, finaliza Torres. Números que exemplificam o trabalho da Jones Lang LaSalle em carteiras de locação: Gerenciamento de 2.700 contratos de locação em mais de 600 cidades brasileiras. Gestão de 200 contratos com empresas terceirizadas que operam áreas de estacionamento Venda de carteira de imóveis diretamente a investidores ou na modalidade leilão, sendo que, em 2009, negociou 26 ativos da ordem de R$ 3,9 milhões, com lucro de R$ 1,85 milhões. Processamento mensal de mais de R$ 10 milhões em pagamentos de aluguéis. Administração de processos judiciais, tais como: ações renovatórias, revisionais, consignação de chaves, despejo e pagamentos judiciais. “Administrar uma grande carteira de imóveis alugados, tendo em vista as diversas especificidades em cada contrato, necessita de conhecimento específico” Ricardo Torres, Gerente de Imóveis da Jones Lang LaSalle. 3 4 panorama • dezembro 2010 Negócios Alphaville se consolida na excelência em imóveis comerciais Impostos mais baratos e preços competitivos fazem da região uma das áreas mais promissoras do Estado Por Andrea Miramontes Os altos investimentos no mercado imobiliário não param de verticalizar Alphaville, e uma das empresas que participa dessa evolução na região é a MASA Empreendimentos Imobiliários. Complexo de alto padrão composto por amplos espaços corporativos e salas comerciais, o Centro Empresarial Araguaia, construído pela investidora, agora também cresce e ganha mais edifícios. Duas novas torres serão inauguradas neste mês pela MASA, e já está fechada a parceria com a Jones Lang LaSalle para administrar os novos edifícios. “Com as torres, a Jones Lang LaSalle consolida a posição de liderança na administração predial da região. Antes desse projeto, a empresa tinha 44% de toda área, e agora conseguimos atingir quase 50%”, comemora o gerente regional da Jones Lang LaSalle José Roberto Freitas. As novas torres do Centro Empresarial Araguaia são compostas por 16 andares com lajes de aproximadamente 700 m² privativos. Ao total, os espaços somam 25 mil m². Um edifício com salas comerciais e outro composto de espaços corporativos. O empreendimento chega ao mercado em um momento considerado especial, em que as empresas voltam os olhos para Alphaville como uma área próspera e ideal para o mercado imobiliário comercial de alto padrão. Não só pela infraestrutura da região, qualidade de vida, serviços e localização, como também pelos custos competitivos que envolvem e que refletem em bons negócios aos condôminos que lá se instalam. “A região tem empreendimentos de excelente qualidade e a preços finais muito bons. Nos custos fixos que uma empresa tem, ela considera: custo operacional (condomínio), aluguel e IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana). Além do aluguel acessível, os impostos são mais baratos na região. Enquanto em São Paulo paga-se de R$ 4 a R$ 7 por m², no IPTU para Alphaville são gastos de R$ 0,50 a R$ 1,50, por m². Trata-se de um ótimo negócio”, compara a gerente de pesquisas da Jones Lang LaSalle Lilian Feng. Para que se tenha uma idéia de custos, de acordo com a pesquisa do mercado de escritórios de alto padrão de São Paulo, realizada trimestralmente pela Jones Lang LaSalle, na Faria Lima são pagos entre R$ 65 a R$ 150, por m² para locação, enquanto que Alphaville, com prédios excelentes, o custo está entre R$ 44 e R$ 56, por m². De acordo com a análise da gerente, a região é ideal principalmente para a empresa que procura um local para instalação da parte administrativa e back office, que precisa de edifícios eficientes, bem localizados e com tecnologia de ponta. “Alphaville tem produtos para suprir essa demanda. E se lembrarmos que tudo em São Paulo é distante, lá se revela uma ótima localização. Da zona sul da capital, onde estou, levo o mesmo tempo para ir para a Avenida Paulista quanto para lá”, argumenta. Feng explica ainda por que Alphaville consegue ser mais barata que outras localidades. “O custo de implantação, principalmente no valor dos terrenos, é mais barato. Além disso, o potencial construtivo é muito maior do que em São Paulo. Na capital, o investidor tem que pagar uma outorga onerosa para poder construir mais andares no mesmo terreno, enquanto que lá, é possível construir de cinco a oito vezes a área do terreno, no entanto sem que se tenha que pagar a mais por isso”, conta a gerente. De acordo com as regras da capital, em São Paulo, o investidor pode construir apenas uma vez a área do terreno. Se quiser aproveitar melhor o espaço, é preciso pagar pela construção a mais. “Quando um investidor aumenta o potencial construtivo de um prédio, traz um impacto na região, agra- vando principalmente o problema do trânsito e infraestrutura da cidade. E, claro, para a prefeitura, isso tudo tem um custo”, explica Feng. Empresa de olho no futuro Hoje com projetos voltados para Alphaville, e com a própria sede da empresa situada na região, a MASA iniciou as atividades como loteadora em 1978, e a partir de 1992 passou a atuar como Incorporadora e Construtora, inicialmente com empreendimentos residenciais em São Miguel Paulista. Desde os anos 90, os dirigentes da empresa acompanham o mercado daquela região, que só demonstra crescimento. Na ocasião, foi lançada a primeira torre residencial da empresa por lá. “Lançamos na Alameda Copacabana, e temos assistido o crescimento econômico do local. Em 2002, vislumbrando o potencial do local e ainda mais o potencial da microrregião, entre a Alameda Araguaia, que liga o Shopping Tamboré à Alameda Rio Negro, adquirimos a área onde funcionou o Helicentro Tamboré. Desde então, o desenvolvimento desta gleba de terra vem ocorrendo com torres comerciais de alto padrão”, afirma a diretoria da MASA. Em breve: novas torres do Centro Empresarial Araguaia, com inauguração prevista para este ano panorama • dezembro 2010 Para a tranquilidade de empresas e investidores, que podem contar com a expertise e os mais de 30 anos de credibilidade da MASA, essas duas novas torres vêm para preencher a demanda de padrão de qualidade competitivo em relação aos melhores empreendimentos que o mercado imobiliário paulistano pode oferecer. “Nossos projetos são desenvolvidos por excelentes arquitetos, que conhecem e têm participado do desenvolvimento do mercado corporativo de Alphaville e São Paulo”, explica a cúpula da MASA, em nota. As torres que agora chegam pertencem ao mesmo complexo do Centro Empresarial Araguaia, lançado em agosto de 2006. 5 panorama • dezembro 2010 Capa Escritórios no Brasil: análise de uma década Entre crises e retomadas, mercado de escritórios brasileiro encerra período com boas perspectivas para os próximos anos Por Luciana Mello Na última década, o mercado imobiliário brasileiro de escritórios passou por altos e baixos, influenciado pela dinâmica macroeconômica nacional e mundial. No início da década de 2000, o mercado herdou os bons fundamentos advindos das privatizações e do boom no setor de telecom, e os investidores estrangeiros foram atraídos pelos indícios de acomodação no cenário econômico nacional. Nesse contexto, a cidade de São Paulo, principal mercado de escritórios do país, vivenciava um momento de baixa oferta e alta demanda, registrando índices historicamente baixos de vacância e picos de absorção líquida, respectivamente 6,8% e 222 mil metros quadrados registrados naquele ano. “O momento econômico nacional atraiu muitas empresas, sobretudo do segmento de telecomunicações e tecnologia, que já chegavam ao Brasil com a expectativa de um padrão de ocupação internacional, demandando espaços de mais qualidade”, explica Lilian Feng, Gerente de Pesquisa da Jones Lang LaSalle. Por outro lado, a economia mundial caminhava em direção à estagnação e vários fatores indicavam a exaustão do modelo de superinvestimento norte-americano. Em 2000, o estouro da chamada bolha das empresas pontocom fez o índice Nasdaq cair de 5.000 para 2.550 pontos em oito meses1. A desestabilização da economia internacional foi agravada pelo atentado de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, onde, no ano seguinte, também estourou o escândalo da Enron, levando vários investidores à ruína e agravando 1 Segundo dados do FMI. Linha do tempo do mercado imobiliário 2003 2004 Crash Nasdaq EUA: 11/09 estagnação mundial crise argentina 2001 alta dólar escândalo Enron retomada economia mundial desvalorização dólar aumento circulação capital economia cresce 4% incremento comércio mundial avanço da Am. do Sul condições favoráveis baixa inflação alta do preço petróleo Privatizações crise energética eleições desvalorização Real alta Bovespa no ano queda do Riscopaís inflação sob controle superávit comercial recorde queda superávit comercial início retomada PIB apreciação do Real BC reduz Selic inflação dentro das metas Real valorizado SP: baixa oferta, alta demanda baixa demanda baixa demanda baixas taxas de retorno investidores cautelosos alta oferta, baixa demanda início da recuperação no final do ano baixos valores de locação recuperação confirmada estabilização melhora equilíbrio entre oferta e demanda cresce liquidez dos investimentos entrada de investidores estrangeiros Cenário Nacional Cenário Internacional 2000 Mercado Imobiliário 6 2002 2005 panorama • a crise da bolsa de valores de Nova York. Ainda no cenário internacional, nossa vizinha Argentina atravessava uma das piores crises de sua história. Por aqui, nos dois últimos anos do governo FHC, o Brasil foi atingido drasticamente pelas consequências da crise energética, provocando um clima de incertezas que se agravou por conta das eleições presidenciais de 2002. No mercado imobiliário, ocorreu uma retração generalizada, que se refletiu em queda da demanda – inclusive com devolução de espaços –, resultando em absorção líquida negativa. Ao final de 2002, os valores de locação de escritórios de alto padrão em São Paulo haviam registrado queda de 15,8% em 24 meses. A taxa de retorno ficou muito aquém do que os investidores esperavam quando apostaram no mercado em 2000. Cautelosos, e temendo a possibilidade de uma mudança drástica nos rumos da economia brasileira com a iminente eleição de Lula, os investidores estrangeiros reduziram suas atividades no Brasil e só voltaram a apostar novamente no país e, mais particularmente, no mercado de escritórios, a partir de 2004. 2006 grande volume de projetos iniciados no ano 2000, reflexo do bom momento de mercado daquela época, resultando em alta oferta e recorde histórico de novo estoque, aproximadamente 230 mil m², sendo que a capacidade de absorção líquida naquele período foi de apenas 37%, elevando a taxa de vacância, que era de 18% em 2002, para 22% no ano seguinte. “De 2000 até 2003, a vacância deu um salto de 16 pontos percentuais. A estagnação durou até o final do ano, quando começou a se esboçar um cenário de recuperação do mercado de escritórios, que se confirmaria nos anos seguintes”, acrescenta Feng. Em 2004, a recuperação se confirmou e o cenário do mercado de escritórios era de acomodação. Embora também tenha sido entregue um grande volume de novo estoque, a taxa de vacância e os valores de locação estabilizaram-se e a demanda voltou a crescer. A partir de então, a taxa de vacância seguiu em queda. O ritmo de novos empreendimentos diminuiu, em função da superoferta do biênio 2003-2004. Ao mesmo tempo, a demanda era crescente, tanto que, de 2006 a 2008, a absorção líquida média registrada foi de 190 mil m²/ano e a taxa de vacância alcançou 6,9% no final de 2008. Do final de 2004 ao final de 2008, a taxa de vacância caiu 17 pontos percentuais. No Como o mercado de escritórios opera em ciclos médios de três anos, tempo que leva o desenvolvimento de um prédio comercial de alto padrão, em 2003, houve a entrega de um Mercado em ascensão Mercado em retração Mercado em leve ascensão 2007 2008 crise subprimes EUA Brics ganham força PIB chinês cresce 11,4% boom commodities metálicas agrícolas crise econômica mundial China puxa recuperação mundial grande fluxo capital diminuição risco soberano entrada capital especulativo PIB cresce 3,7% valorização cambial economia cresce 5,4% aumento consumo das famílias menor risco-país história juros sob controle lançamento PAC queda vacância fluxo investimentos domésticos e estrangeiros boa liquidez dos investimentos aumento aquisições IPOs baixa oferta, alta demanda aumento valores locação retração taxas de retorno cresce fluxo investimentos domésticos e estrangeiros dezembro 2010 Mercado estável 2009 Absorção líquida anual 2010 crise Grécia BCs reduzem juros retração crescimento mundial crise zona do euro recuperação mundial em descompasso inflação controlada PIB em crescimento investment grade ascensão nos Bric Minha Casa, Minha Vida crescimento mercado doméstico isenções fiscais (IPI) expansão do crédito eleições projeção crescimento histórico PIB cenário econômico estável boa imagem Brasil no exterior baixa oferta, alta demanda valores locação em crescimento desceleração a partir 3. trim. retração dos investimentos leve aumento oferta/ vacância aumento vacância redução demanda estabilização valores locação investimentos moderados retomada demanda aumento valores locação aumento investimentos estrangeiros diretos reaquecimento do mercado 7 8 panorama • dezembro 2010 mesmo período, o crescimento real dos valores de locação, descontando-se o IGPM acumulado, foi de 10% (55% de crescimento nominal). Após o período de queda, veio a recuperação, e o ano de 2005 marcou exatamente o momento da retomada do crescimento. Volta com mais vigor a atividade no mercado doméstico, com o aumento da liquidez dos investimentos imobiliários e o crescimento do volume de capital estrangeiro, intensificado nos dois anos seguintes. “Investidores que apostaram no mercado em 2005 beneficiaram-se tanto com a valorização dos ativos imobiliários quanto dos aluguéis nos três anos seguintes”, lembra André Rosa, Diretor da área de Vendas e Investimentos da Jones Lang LaSalle. No mercado imobiliário, a baixa oferta sustentou o período de incerteza, minimizando os impactos da crise no setor. Em São Paulo, os valores de locação estabilizaram-se por 18 meses. Entretanto, no Rio de Janeiro, foi registrado um aumento real de 20% nos aluguéis no mesmo período. Em São Paulo, durante 2009, houve uma diminuição no ritmo das obras de novos empreendimentos e muitos projetos inicialmente previstos para o ano tiveram sua entrega prorrogada para 2010. Neste período, registrou-se a entrega de 78% do montante previsto anteriormente. A abertura de capital de grandes empresas do setor, a partir de 2006, e a constituição de fundos imobiliários tornaram o mercado mais competitivo. Ao lado dos tradicionais players – pessoas físicas e fundos de pensão –, grandes investidores institucionais também entraram em cena. Embora não houvesse expectativa de grande atividade de compra e venda no mercado imobiliário brasileiro em 2009, os fundos de pensão e de investimentos, capitalizados, foram às compras, o que resultou em transações importantes em diversos segmentos. O ano de 2006 foi marcado pela dinâmica atividade de investimentos no mercado imobiliário. Com boa liquidez, tanto investidores domésticos quanto estrangeiros foram atraídos para o mercado de escritórios brasileiro, que registrou um aumento no volume de aquisições. A taxa de vacância continuava sua trajetória de queda, enquanto as taxas de retorno se retraíam, apontando para a valorização dos ativos, compondo um cenário propício para Configura-se um cenário investimentos. No primeiro semestre de 2010, em São Paulo, já se observou uma atividade mais expressiva positivo de estabilidade, no mercado de escritórios, que se intensifiNos anos seguintes, a taxa de vacância que reforça a imagem do cou no terceiro trimestre. A taxa de vacância atingiu patamar crítico em São Paulo e, prinBrasil internacionalmente. voltou a cair, registrando 7,9%, e o valor cipalmente, no Rio de Janeiro, onde chegou de locação voltou a subir 3% em relação ao à marca dos 3,4%, menor índice histórico. trimestre anterior. A projeção indica que a Feng ressalta que, entre 2007 e 2008, os valores de locação absorção líquida deve permanecer na média do triênio 2006em São Paulo registraram crescimento real de 25% em 24 2008. meses, e de 19% no Rio de Janeiro, motivados pelo desequilíbrio entre oferta e demanda. “Naquele período, de demanda O resultado das eleições, como era esperado, não refletiu na bastante aquecida, houve pouca entrega de novo estoque, economia nacional nem no mercado imobiliário. Além disso, desestabilizando os valores”. a expectativa do crescimento do PIB se mantém, e o temor do crescimento dos juros não se consolidou, configurando No ano de 2008, configurou-se um cenário extremamente um cenário positivo de estabilidade, que reforça a imagem do favorável ao mercado de escritórios: inflação sob controle, Brasil internacionalmente. aumento do consumo, PIB em crescimento, elevação do país a grau de investimento e ascensão entre os Bric tornaram o BraPara os próximos três anos, a projeção é de que, em São sil um destino atraente para investimentos em diversos setores. Paulo, a vacância permaneça nos mesmos patamares, com pequenas elevações em função da entrega de novos empreenNo mercado de escritórios, o fluxo de investimentos estrangei- dimentos. Os preços tendem a continuar subindo, porém não ros manteve-se ativo em 2008. A vacância atingiu os mesmos de forma brusca. “Para o período, espera-se um crescimento patamares do início de 2000 – as menores taxas da década. Os de 36% no estoque de São Paulo”, afirma Feng. aluguéis continuavam subindo e o mercado apresentava alta demanda. Porém, a partir do terceiro trimestre, registrou-se Já no Rio, a expectativa é de que o crescimento do estoque uma desaceleração – que se acentuou ainda mais em 2009 –, supere o de São Paulo. Espera-se um incremento do mercado como consequência do impacto da mais recente crise mundial. imobiliário por conta das melhorias na infraestrutura urbana para a Copa e para as Olimpíadas, além dos avanços no plano Porém, por aqui, os efeitos da turbulência foram mais de revitalização da zona portuária, que deverá atender a brandos, graças a uma conjunção positiva de fatores: fortes demanda reprimida. “As perspectivas são de que o estoque fundamentos econômicos, aumento da classe média e inflado Rio cresça 55% nos próximos três anos, como reflexo da ção sob controle, dentro das metas do Banco Central, que criatividade das incorporadoras, que encontraram soluções tornaram o país menos dependente da economia internaciopara driblar a falta de espaço e atender a alta demanda. Diannal e menos vulnerável a perturbações externas, contribuindo te deste cenário, a elevação dos valores de locação tende a ser também para reforçar a confiança dos investidores. contida”, conclui Feng. panorama • dezembro 2010 Análise l Investimentos Transparência no setor imobiliário: avanço em ritmo moderado Apesar do impacto da crise, indicador da transparência mostrou melhora moderada na maioria dos mercados imobiliários globais Por Luciana Mello Desde 1999, a Jones Lang LaSalle desenvolve o Índice de Transparência do Mercado Imobiliário Global, único índice do mercado que mapeia e quantifica a transparência do setor em 81 mercados mundiais. Este instrumento auxilia investidores, ocupantes corporativos e varejistas a entender diferenças importantes ao realizar negócios, fazer aquisições ou operar em mercados estrangeiros, e possibilita identificar e quantificar os riscos de seus investimentos. É também um termômetro para governos e organizações do setor imobiliário, interessados em elevar a transparência em seus mercados domésticos. O levantamento identifica os mercados que se movimentaram mais rapidamente nos últimos dois anos e apresenta os mais bem classificados em cada uma das cinco categorias de transparência analisadas – Medição do Desempenho, Dados do Mercado, Empresas e Fundos de Capital Aberto, Ambiente Jurídico e Regulatório, e Processos de Transação (sendo o nível 1 a mais alta pontuação, correspondente aos mercados altamente transparentes e 5, a mais baixa, correspondente a mercados opacos). Nos últimos dois anos, a melhora da média de transparência imobiliária nos mercados cobertos pelo levantamento caiu pela metade em comparação com os biênios anteriores: 2004 a 2006 e 2006 a 2008. Porém, a transparência mostrou avanço significativo em alguns mercados e, na maioria deles, registrou melhora moderada. Em 2010, o Índice revelou que a notável desaceleração no avanço da transparência no setor imobiliário global nos últimos dois anos ocorreu como consequência das recentes turbulências nos mercados financeiro, econômico e imobiliário no mundo, que afetaram o comportamento do mercado, já que os players do setor tiveram que se concentrar mais na sobrevivência do que no desenvolvimento do mercado. Brasil Ocupando a quarta posição entre os países mais transparentes da região das Américas, o Brasil está na 38ª posição na classificação geral entre os 81 países avaliados, continuando a ocupar lugar na faixa dos mercados semitransparentes. Nos últimos anos, várias empresas e fundos do setor no Brasil abriram seu capital, melhorando a qualidade e a quantidade de informações disponíveis, ao mesmo tempo em que elevaram os padrões de governança corporativa para atrair uma base maior de investidores. Desde 2008, o Brasil continua caminhando para impulsionar a transparência no setor imobiliário. Porém, como na maioria dos países do mundo, o avanço freou nos últimos dois anos. No âmbito regulatório e jurídico, a transparência melhorou especificamente no tocante a impostos locais para investidores nacionais e estrangeiros. Além disso, foi promulgada uma lei que exige que todos os municípios adotem o plano diretor urbano aprovado e divulguem uma tabela geral de alíquotas de imposto. O país fez também algumas incursões na categoria de transparência da medição do desempenho com a criação de um segundo índice do mercado imobiliário baseado em empresas abertas de construção/incorporação e de investimento imobiliário. No médio prazo, o Brasil está bem posicionado para fazer progressos ainda maiores na transparência do setor imobiliário à medida que o interesse dos investidores internacionais continuar a crescer. Para ter acesso ao relatório completo, acesse o site da Jones Lang LaSalle - seção de Pesquisa Imobiliária. 9 Histórias verticais O Rio de Janeiro continua lindo Por Andrea Miramontes Belezas naturais não faltam ao Rio de Janeiro, e uma das principais vantagens de estar na cidade é poder apreciar belas paisagens, como morros e mar azul traçados no horizonte, de vários pontos da cidade. Alguns locais conseguem ser ainda mais privilegiados, e por causa da localização especial, concedem aos olhos um verdadeiro presente. Assim é o edifício de escritórios do condomínio Torre do Rio Sul, considerado o edifício mais alto da cidade, com 160 metros. “Situado ao pé do Pão de Açúcar, esse prédio oferece uma vista fantástica da cidade. Quem pisa na cobertura do edifício se apaixona”, argumenta Mônica Barg, Gerente de Negócios da Jones Lang LaSalle no Rio de Janeiro. Mas o edifício vai além da vista panorâmica. Trata-se de um dos maiores condomínios empresariais do Rio de Janeiro, com 44 pavimentos, que somam 120 mil m² de área total. O empreendimento está em Botafogo, com acesso fácil aos principais cartões postais do Rio. Ele está próximo ao Aterro do Flamengo e à orla de Copacabana, o que também facilita o acesso aos principais bairros da cidade. Do aeroporto Santos Dumont, são apenas oito minutos. A construção do edifício, da construtora Norberto Odebrecht, marcou a arquitetura dos anos 70, com concreto aparente e muito vidro. É nele também que está situado o primeiro RIOSUL: um marco da Zona Sul carioca Telcordia Technologies Líder no desenvolvimento de software e serviços de comunicações fixas, móveis e de banda larga, a Telcordia Technologies possui escritórios em toda a América do Norte, Europa, Ásia, América Central e América Latina. Para a sede da empresa, que fica em território carioca, a empresa optou pelo condomínio Torre do Rio Sul. Ela que acaba de fechar o contrato de locação com a Jones Lang LaSalle para ocupar 902 m² no edifício, em quatro salas alugadas em um mesmo andar. “O local tem acesso fácil e o espaço é o ideal para as necessidades da empresa para operar com eficiência no atendimento aos clientes no Brasil”, explica Richard Smith, Executive Director, Corporate Real Estate da Telcordia. shopping construído no Rio de Janeiro, o RIOSUL, hoje um dos mais tradicionais da cidade. O shopping, com 30 anos, reúne 400 lojas. Além do centro comercial, o prédio abriga escritórios de diversos setores como agências de viagens, seguradoras, empresas de ponta na área de comunicação e de desenvolvimento de software de comunicações fixas e de banda larga, como a Telcordia Technologies. Para atender com excelência a todos os ocupantes, o prédio vem modernizando os sistemas de elevadores, tratamento de esgoto, eficiência energética e de recepção das pessoas. Algumas medidas já foram adotadas, como o reconhecimento facial dos visitantes, depois de feito o cadastro dos dados de quem chega ao prédio. “Até o final deste ano, os 20 elevadores do edifício serão modernizados, com sistema inteligente que direciona o usuário para o elevador mais rápido e distribui as pessoas. Também logo começará a funcionar o sistema de tratamento de esgoto e reutilização da água pluvial”, explica Dalila Barbosa de Holanda Chaves, assistente-técnica do edifício. “Há ainda o projeto de eficiência energética de todo estacionamento, mas ainda sem data para conclusão”, conta. Dalila, que completa três anos no edifício, reconhece ser privilegiada por estar em um local de onde se veem quase todos os cartões postais da cidade. “De todos os andares, os ocupantes têm vistas ótimas, seja da Baía de Guanabara, do Pão de Açúcar, da praia de Copacabana ou do morro reflorestado. De vez em quando, confesso que dou um pulo no heliponto, de onde vejo todos os pontos, em uma vista privilegiada de 360 graus”, diz. panorama • dezembro 2010 11 12 panorama • dezembro 2010 Highlights Conquistas recentes da Jones Lang LaSalle Jones Lang LaSalle Hotels vende JW Marriott Rio de Janeiro Em nome da Marriott International, a Jones Lang LaSalle Hotels, líder em consultoria hoteleira, foi responsável pela intermediação da venda do JW Marriott Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. A propriedade foi adquirida pela Host Hotels & Resorts por US$ 47,5 milhões. Após a venda, a Marriott operará o hotel em nome da Host, segundo acordo de administração de longo prazo. Retrofit inclui imóvel no Humaitá entre os 25% prédios corporativos de alto padrão do Rio Mais de 50% do edifício já está locado; vacância de empreendimentos desse perfil está em um dos menores patamares da história O Lagoa Corporate – um dos poucos edifícios corporativos do Rio de Janeiro de alto padrão - já está com mais de 50% do seu espaço ocupado por empresas de porte como, SPX e Trafigura, entre outras. Localizado no Humaitá, com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, o edifício passou por um processo de retrofit, por meio do qual incorporou recursos tecnológicos de ponta, que privilegiam o conforto, a funcionalidade e a segurança do empreendimento. A implementação de sistemas que economizam água e energia contribuem para sustentabilidade do edifício. O empreendimento faz parte do seleto grupo de escritórios de alto padrão, composto por apenas 25% do estoque da cidade. Segundo as consultorias Jones Lang LaSalle e Cushman & Wakefield, responsáveis pela comercialização no Edifício, o estoque atual da cidade está defasado e seu crescimento é limitado pela ausência de espaço nas áreas nobres da capital. O resultado é demanda maior que oferta, a taxa de vacância real encontra-se em um dos menores níveis históricos, com taxas abaixo de 3%. A expectativa é de crescimento para os próximos anos, mas por ora as opções de espaços corporativos de alto padrão são extremamente limitadas. CLB Campinas Desde setembro deste ano, a Jones Lang LaSalle fornece consultoria especializada voltada para a operação de Gerenciamento de Propriedade do CLB Campinas, condomínio logístico desenvolvido pela Prosperitas e localizado no Distrito Industrial de Campinas (SP). Após a inauguração da primeira fase, prevista para março de 2011, a Jones Lang LaSalle será responsável pelo gerenciamento da propriedade. O Parque, que possui aproximadamente 458 mil m² de terreno e 215 mil m² de área construída, abrigará, conforme convenção, sete galpões industriais e um edifício comercial - com dois módulos de escritório distribuídos em três pavi- mentos – além de dez bolsões de estacionamento. O espaço também disponibilizará restaurante, lanchonete, vestiários e estará preparado para posto bancário. CLB Guarulhos Durante o desenvolvimento dos projetos do CLB Guarulhos, a Jones Lang LaSalle acompanha, com consultoria especializada voltada para a operação de Gerenciamento de Propriedade, mais este Parque Logístico de grande porte desenvolvido pela Prosperitas Investimentos S.A. Com 1,2 milhões de m² de terreno, o parque possui toda a infraestrutura para o porte do empreendimento ressaltando portaria blindada com controle de acesso, estacionamento coberto, ambulatório, restaurante, lanchonete, sala de apoio aos motoristas, além de um viaduto privativo sobre a Rodovia Presidente Dutra para acesso direto ao condomínio logístico. Só a primeira fase contará com 281 mil m² de área construída, totalizando aproximadamente, quando concluído, 400 mil m² de área de galpões para locação. Quer economizar dinheiro e água? Pergunte-me como! A fórmula da economia da água Economize água. O meio ambiente agradece. Tel. 11 5535.5500 www.h2c.com.br