REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA – N0 54
PASSO A PASSO,
RUMO AO CONHECIMENTO
Lógica, raciocínio matemático e recursos de tecnologia
são algumas das ferramentas utilizadas pelos alunos para dar sentido ao
volume de informações que absorvem diariamente
MENSAGEM
Colecionando hipopótamos
N
o início desta década, foi publicado
sentido, aprender realmente e colecionar
um livro chamado Information Anxiety
informações úteis.
2 (Ansiedade gerada pela informação 2),
Faço parte de uma família em
escrito por Richard Saul Wurman. O autor
que todos têm coleções, que já pas-
indica ferramentas e sistemas para navegar
saram de uma geração a outra. Uma
pela torrente de informações que chegam
vez alguém me perguntou se eu não queria
até nós e conseguir dar a elas sentido e
colecionar algo, e respondi, sem muita refle-
significado. Ele afirma que não há uma explo-
xão: “Se eu fosse colecionar alguma coisa, seriam
são de informação, mas uma explosão de “não informações’,
hipopótamos, porque eles não são fáceis de achar, então
coisas que simplesmente não acrescentam, não agregam co-
eu não teria problema de espaço e de organização”. Eu não
nhecimento. Entre as ferramentas indicadas por Wurman estão
deveria ter dado essa abertura, porque em seguida, a cada
as habilidades para classificar, observar relações aparentes
ano, minhas irmãs me davam hipopótamos de diversos tipos
ou possíveis e prestar atenção nos detalhes na hora de ler ou
– em selos, moedas e em uma variedade enorme de materiais
receber instruções. E, o mais óbvio atualmente: ter a compe-
e utilidades. Então comecei a ter um problema que antes não
tência de distinguir, no oceano de informações a que temos
existia: uma sobrecarga de peças.
acesso, o que é de fato relevante e útil a nossas necessidades.
Não é muito diferente dos mil itens de informação que os
Precisamos saber como usar tanta informação para poder ter
nossos alunos recebem diariamente e, por isso, precisam usar
um novo olhar sobre o ambiente e a vida.
suas habilidades de raciocínio e organização para descartar
Nesta edição da Caleidoscópio, professores e alunos abor-
o que não lhes serve. Eles estão, agora, montando suas co-
dam algumas ferramentas utilizadas para organizar as novas
leções de conhecimento e aprendendo a fugir da ansiedade
informações. Por meio da matemática, jogos de raciocínio,
provocada pela sobrecarga de informação.
desafios tecnológicos, portfólios, coleções e gráficos, eles
E você leitor, o que coleciona? E a que serve sua coleção?
aprendem a ler, a analisar e a desenvolver as organizações
e os sistemas deles mesmos e dos outros. Aprendem a co-
Irmã Diane Clay Cundiff
nhecer algo a partir das conexões e integrações que fazem
Diretora-geral do
das mensagens que recebem de diversas fontes. Assumem o
Colégio Santa Maria
desafio contínuo de dar sentido aos dados, de modo a gerar
interesse e criar motivação para seguir em frente e, nesse
Revista bimestral do Colégio Santa Maria – No 54 – Dezembro de 2010 – [email protected]
COLÉGIO SANTA MARIA
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2 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
EQUIPE DE REDAÇÃO
Irmã Diane Clay Cundiff
Irmã Anne V. Horner Hoe
Ana Cristina Proietti Imura
Daniel Vasconcelos
Paula Bacchi
Silvio Soares Moreira Freire
Tiyomi Misawa
PRODUÇÃO EDITORIAL
Editor: Ricardo Marques – MTb. 10.937
Editor de arte: Renato Akimasa Yakabe
Produtor: Daniel Vasconcelos
Revisora: Sonia Regina Yamadera
Fotos: acervo do Colégio Santa Maria
Impressão: CompanyGraf
Capa: alunos do Pré – Foto: João Neto
ex-aluno O
redesenhando o brasil
s brasileiros foram às urnas e esco-
responsabilidades maiores, já que seu go-
lheram a nova presidente da Repú-
verno deverá fazer muito mais pelos brasi-
blica, Dilma Rousseff. O que esperar desse
leiros. A erradicação da pobreza extrema
novo governo? Quais são os caminhos do
e a melhoria da qualidade do ensino e da
Brasil pós-Lula? Na minha opinião, o Brasil
saúde pública deverão ser o carro-chefe
vai seguir mudando. A chegada de uma
de seu governo. Um país sem excelência
mulher ao Palácio do Planalto é a primeira
nessas áreas não consegue se posicionar
mudança. Hoje o Brasil vive um momento
entre as potências mundiais. Ainda existe
especial. Estamos conseguindo aliar o crescimento econômico ao desenvolvimento
social. O Brasil cresce e distribui renda e,
sem dúvida, esse é o caminho a trilhar.
As empresas brasileiras estão gerando
empregos, expandindo-se e internacionali-
“Somos paulistas,
cariocas, nordestinos,
gaúchos, mas acima
de tudo somos
brasileiros”
um longo caminho pela frente.
É preciso acreditar no Brasil. Possuímos
uma rica diversidade cultural e étnica, que
tem ensinamentos a oferecer ao mundo.
Infelizmente, os preconceitos regionais e
de classe ainda são empecilhos ao nosso
zando-se. A classe mais pobre está participando de uma
desenvolvimento. Somos paulistas, cariocas, nordesti-
verdadeira mudança social. A cada dia, mais pessoas
nos, gaúchos, mas acima de tudo somos brasileiros.
ascendem à classe média. Milhões de brasileiros estão
Mas não podemos nos afirmar como brasileiros ape-
se alimentando melhor, e os benefícios gerados por
nas de quatro em quatro anos. Em 1o de janeiro, sairá
políticas sociais como o Bolsa Família e o aumento do
o metalúrgico nordestino – com recorde de aprovação
salário minimo são comprovados por entidades como
popular – e entrará uma mulher que combateu o regime
a Fundação Getúlio Vargas e a ONU. Acreditem, o Bolsa
de exceção e lutou pela liberdade. Família funciona e serve de exemplo ao mundo.
Durante todos os meus anos de Santa Maria eu já me
O atual governo desmontou inverdades a respeito do
interessava pelo debate político, e nessa instituição de
real papel do Estado nacional. Ficou claro que a realida-
ensino recebi ferramentas importantissímas, as quais
de econômica e social brasileira necessita de um Estado
utilizo até hoje Esta escola forma cidadãos dotados de
atuante e indutor do desenvolvimento. A transferência
valores humanos e atentos aos acontecimentos exter-
de renda promovida pelo governo é o maior exemplo
nos. Essa visão de ensino é extremamente importante
dessas políticas, pois melhora o padrão de vida das
para o desenvolvimento brasileiro. Gostaria de agrade-
pessoas e aquece o dinamismo econômico nacional.
cer a todos os que me ajudaram a pensar com a minha
No entanto, todos nós sabemos que o Brasil ainda
própria cabeça. Muito obrigado.
necessita de muitos avanços, em diversas áreas. Dilma
Pedro Boffi de Filippi, 21 anos, ex-aluno
Rousseff herdará de Lula um Brasil mais forte, internacio-
do Santa Maria (1997-2007), está cursando
nalmente respeitado e autoconfiante. E devido a isso terá
relações internacionais na Facamp
dezembro caleidoscópio 3
j a r d i m I
aprendendo com
as histórias
A
o pensar em conhecimento lógico
essas descobertas. Além dos brinquedos, tam-
matemático, devemos ter em men-
bém as histórias, as cantigas e as parlendas
te que essa área não se constitui
são excelentes recursos pedagógicos, pois
apenas de fatos a serem memorizados e que
propiciam a construção dos conceitos mate-
aprender os números é muito mais do que sim-
máticos básicos.
plesmente contar. Assim, as ideias matemáticas
Ao escutar uma história, a criança imagina,
propostas na Educação Infantil são de grande
estabelece relações e incorpora aprendi-
importância para toda a vida escolar.
zagens. Dessa maneira, o trabalho com os
A matemática está presente na arte, na
textos do universo infantil proporciona o de-
música, nas histórias e na forma como orga-
senvolvimento das habilidades matemáticas,
nizamos o pensamento – ou seja, faz parte do
da linguagem oral e escrita e de outras áreas
nosso cotidiano. Por meio das brincadeiras,
do conhecimento.
a criança apreende noções matemáticas sem que o
Um exemplo dessa possibilidade de integração foi o
adulto precise ensiná-las. Descobre coisas iguais e
trabalho realizado nas turmas de Jardim I com algumas
diferentes, organiza, classifica, cria conjuntos, observa
histórias, entre as quais O sanduíche da Maricota e Dez
os diferentes tamanhos, ocupa o espaço e arrisca-se nas
porquinhos. Dez?. A partir da leitura desses livros, dife-
primeiras contagens. Entretanto, é importante pensar
rentes problematizações foram feitas, a fim de instigar o
em quais materiais devem ser utilizados para estimular
pensamento e a resolução de problemas. Por exemplo,
4 caleidoscópio dezembro
quantos ingredientes Maricota usou no preparo do sanduíche? Quais animais estavam fora da casa? E dentro?
Quantos porquinhos estavam dentro do caminhão?
Quantos estavam na fila para entrar no caminhão? Qual
é o primeiro porquinho da fila? Os porquinhos estão em
cima ou embaixo do caminhão?
Segundo Kátia Smole, “a literatura pode ser usada
como um estímulo para ouvir, ler, pensar e escrever
sobre matemática”. A partir de vivências concretas, tais
como dramatizações, construções tridimensionais, jogos
e desafios, as crianças entraram em contato com os
universos literário e matemático, construíram e internalizaram conceitos. Uma proposta como essa, desafiadora, permite que o ensino nessa área ocorra de acordo
com o desenvolvimento da criança, proporcionando o
aprimoramento de habilidades e de estruturas mentais.
Claudia Regina Simões Lacerda, Luciana Proença
e Rosane Callegari, professoras do Jardim I
dezembro caleidoscópio 5
JARDIM II
VAMOS COLECIONAR?
B
onecas, ursinhos, carrinhos, tampi-
registro das coleções também deve estar
nhas, pedras, chaveiros, elásticos de
presente. Nesse momento, os alunos es-
cabelo, bolinhas, animais, botões,
colhem materiais e suportes (desenhos,
folhas, garrafas, gravetos... Quem nunca
tampinhas, palitos etc.) para representar a
montou uma coleção? Juntar e colar figuri-
quantidade das coleções. O ato de regis-
nhas em álbuns ou reunir diferentes objetos
trar é uma excelente oportunidade para
da mesma natureza é “mania” de criança ( e
verificar como a criança pensa e organiza
de adulto) de qualquer geração. Colecionar
as informações matemáticas.
objetos pode ser um passatempo delicioso
Por meio de atividades e situações lúdi-
e, ao mesmo tempo, uma ferramenta para
cas, as crianças avançam em suas hipóte-
contemplar diferentes conteúdos matemá-
ses, concepções e deduções. À medida que
ticos, situações nas quais são trabalhadas
são lançadas a novos desafios, refinam e
habilidades e estruturas do pensamento:
reelaboram suas hipóteses, contextualizam
observar, relacionar, diferenciar, agrupar,
problemas, desenvolvem habilidades (con-
classificar, ordenar, seriar, contar.
tar, seriar, classificar, ordenar, registrar) e va-
Nesse troca-troca de “tesouros” e itens
lidam aprendizagens. Dessa forma, passam
“estimados”, as crianças agrupam objetos,
a fazer uso de um conhecimento matemático
distinguem a unidade da pluralidade, com-
mais elaborado, complexo e reflexivo.
param e agem frente a situações-problema
Com essa “nova mania” dos grupos do
e a desafios que encontram no seu dia a dia.
Jardim II, surge, a cada dia, uma sugestão
No entanto, o mais importante não são a
de algo para colecionarmos. E você, já pen-
contagem e as representações exatas, mas
a exploração do raciocínio lógico, a escolha
de estratégias e a busca de soluções. O
6 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
sou em montar uma coleção?
Eliane Lima e Karina Rodrigues,
professoras do Jardim II
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 7
PRÉ
DOS JOGOS
FOLCLÓRICOS
À TECNOLOGIA:
DESAFIOS PARA
DESENVOLVER
O PENSAMENTO
MATEMÁTICO
e quem é o mais alto, falam do número da casa, do
tênis ou das roupas – enfim, começam a descobrir e a
se interessar pelo “mundo da matemática”.
Observamos a presença da matemática em quase
tudo o que nos rodeia, mas é na escola que a criança
irá formalizar todo esse conhecimento e desenvolver
habilidades de pensamento, raciocínio lógico e capacidade de resolver problemas, de interpretação e de
Q
argumentação.
uantos pontos foram feitos? Quem tem mais
Os jogos e as brincadeiras são aliados importantes
cartas? Agora é a minha vez de jogar? 1.000
nesse processo em que as crianças precisam conhecer
é mais que 100? Quem já não ouviu esses
e se apropriar dos símbolos (1, 2, 3, 4), aprender a utilizar
questionamentos feitos por uma criança? Com certeza,
o vocabulário específico, a contar, a estabelecer relação
toda essa curiosidade indica a participação em um jogo,
um a um, a utilizar as operações e a resolver situações-
uma brincadeira ou um desafio com numerais.
problema. De forma lúdica, aprendem, além dos concei-
Desde cedo, as crianças se arriscam na contagem
tos matemáticos, a respeitar o outro, a esperar pela vez,
e na recitação numérica, mostram os dedinhos para
a ouvir, a seguir instruções e a interpretar informações.
indicar a idade, separam os brinquedos e fazem com-
Com as músicas ou parlendas da cultura popular,
parações, tentam descobrir qual é a maior quantidade
o Pré iniciou o trabalho com os conceitos matemáticos
8 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
buscando a ampliação
as crianças a aprender e
do repertório, a conta-
a gostar de matemática.
gem, a identificação e a
Nossas aulas são sem-
nomeação dos numerais.
pre aguardadas com pra-
Cantando e se divertindo com
zer pelos alunos e pelas alunas,
canções tais como A galinha do vizinho, Serra,
que anseiam por novos desafios, como, por
serra, serrador, Um elefante incomoda muita
exemplo, o jogo das sete cobras, em que o tra-
gente e Boneco de lata.
balho acontece em dupla e é preciso identificar
Ao resgatarem jogos tradicionais como amarelinha, batalha, prato-cheio, boliche e jogo de per-
e nomear corretamente os numerais, o valor posicional de cada um e a soma dos pontos indicados
curso, entre outros, mais habilidades são desenvolvidas,
pelos dados, o que requer muita concentração para não
como, por exemplo, observar, analisar, contar, justificar,
perder a jogada.
refletir e registrar.
Brincando também se aprende. Seja com a redesco-
A utilização dos recursos tecnológicos, como as
berta dos jogos da cultura popular, seja com a utilização
aulas no Laboratório de Informática, constitui outra
das novas tecnologias, nós, educadores, dispomos de
ferramenta importante de auxílio na (re)construção
instrumentos valiosos para a introdução e o desenvol-
dos conceitos matemáticos. A internet e a utilização
vimento dos conceitos matemáticos. Aprender e jogar:
de softwares educativos também trouxeram enriqueci-
é só começar.
mento para a nossa prática pedagógica e estimularam
Rita de Cássia Arienti Lazaro, professora do Pré
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 9
1 o a n o e f
aprender com problemas
E
nsinar matemática pode ser mais envolvente se os
e expressá-las por meio dos algoritmos. A proposta de
alunos se sentirem desafiados a resolver problemas.
resolução de problemas desenvolve a inventividade e a
A opção por essa metodologia considera os estudantes
criatividade, pois exige o pensamento produtivo do aluno.
participantes ativos na resolução de problemas, coorde-
Além do mais, ele se vale dessas aprendizagens em
nando o pensamento com funções não rotineiras da vida
outras situações que enfrentar. Passo a passo, vamos
escolar. Nessa perspectiva, são priorizadas estratégias
construindo assim esse caminho:
nas quais os alunos confrontam seu raciocínio com o
Formação de grupos – Aprender é, muitas vezes, um
dos colegas nas discussões em grupo, justificam suas
processo compartilhado. O progresso ocorre por meio
escolhas e registram suas próprias hipóteses.
de esforços combinados entre os parceiros. É preciso
Trabalhar com problemas mesmo antes que os alunos
que os estudantes aprendam uns com os outros.
saibam fazer contas envolve uma mudança de postura
O papel da professora – Observar, ajudar a organi-
por parte da professora. Ela precisa aprender a confiar na
zar os dados, ser a mediadora, intervir e incentivar a
capacidade dos alunos em construir ideias e procedimen-
aprendizagem, ciente de onde quer chegar. Lançar
tos e investir numa atitude investigativa que promova o
questões desafiadoras, ajudar os alunos a superar as
pensamento matemático, mais do que na aprendizagem
dificuldades, estimular o pensamento, esperar, dar o
mecânica de aplicar técnicas para resolver os problemas
tempo necessário e acompanha as explorações.
Sistematização do conheci-
O tio Jonho tem dois amigos: o Juvenal e o Tobias. O Juvenal, certa vez, perdeu uns parafusos e foi até a padaria
pelado. Chegando lá, encontrou o amigo Tobias, que
também tinha perdido uns parafusos, mas, ao contrário,
foi com um exagero de roupa. Vestia 3 cuecas, 4 calças, 5
camisetas, 3 malhas, dois casacos e 8 meias em cada pé.
mento – A professora, em seu
Quantas peças de roupa estava vestindo Tobias?
E como foi que cada um deles perdeu seus parafusos?
problema, situando o novo co-
Os alunos ficaram tão instigados pelos problemas
nada convencionais do livro de Eva Furnari que
acessaram a internet para compartilhar respostas
papel de dirigir os trabalhos,
faz uma síntese das aprendizagens promovidas a partir do
Questão 6 do livro Os problemas da
família Gorgonzola, de Eva Furnari
nhecimento matemático. Outro
ponto mais avançado consiste
em propor aos alunos que comparem a resolução de
diversos problemas que envolvam a mesma ideia matemática ou, ainda, solicitar que modifiquem ou criem o
texto de um problema. A formulação de problemas pelos
alunos permite que eles desenvolvam a comunicação oral
e escrita e estimula a capacidade de analisar, interpretar
e articular informações.
Gabriela Hirata e Cristiane Paulon,
professoras do 1o ano EF
10 caleidoscópio dezembro
2 o ano ef
eureka
A
rquimedes, Aristóteles, Copérnico, Isaac Newton,
Julio Cesar de Melo e Souza (Malba Tahan),
Nicolau Copérnico, Pitágoras, Descartes e tantos
outros – que, por meio de suas suspeitas, desenvolveram técnicas para comprovar suas hipóteses
– fizeram da matemática uma ciência intrigante e
desafiadora. Graças às suas contribuições, os
estudos continuaram e se propagaram como
rede, em constantes conexões. A tecnologia,
confiáveis e postagens direcio-
antes aplicada somente às pesquisas, chegou à
nadas em blogs e apresentamos
sala de aula. Hoje, nossos alunos expõem suas
outras maneiras de se relacionar
hipóteses como faziam os astrônomos e os
com o conhecimento.
pensadores de outras épocas. Vão à lousa
Além disso – e esclarecendo
para explicar seu raciocínio, aliam conhe-
que tecnologia não está somente
cimentos prévios às problematizações que
ligada ao uso do computador –, há
surgem para estimular o pensar e, assim,
também uma gama de ferramen-
constroem seus saberes.
tas, como ábaco, material dourado,
É fato que o processo de aprender
calculadora e fichas sobrepostas,
é múltiplo. Não há uma única forma
entre outras, que envolvem o aluno na
de resolver um problema. Por isso,
diversidade dos estilos individuais de
os diferentes modos de pensar não
aprendizagem.
são validados apenas nas dis-
Dessa forma – observando, questionan-
cussões e nas comprovações
do e investigando –, alunos e alunas têm
de suas hipóteses.
a mesma sensação de apropriação que teve
O Colégio Santa Maria ofe-
Arquimedes quando gritou “Eureka! Eureka!”,
rece ferramentas tecnológicas
ou seja, “encontrei, encontrei a solução!” Essa
para a sistematização dos
certeza de descoberta traz apropriação. A partir
conceitos trabalhados em
disso, o aluno percebe o conhecimento como
classe. Disponibilizamos,
algo dinâmico, que agrega ou se transforma todas
em nossas aulas de infor-
as vezes em que é relacionado aos novos saberes
mática, o que há de mais
apreendidos por toda a vida.
atual em software, sites
Lara Pecora Polazzo, professora do 2o ano EF
dezembro caleidoscópio 11
3 o a n o ef
a tecnologia e a matemática
A
s transformações sociais, econômicas e tecnoló-
envolvem o raciocínio lógico, a atenção, a concentração
gicas propõem novas habilidades e novas subje-
e a argumentação.
tividades; consequentemente, novas formas de ensinar
É nessa perspectiva que o 3o ano desenvolveu em
e aprender. As tecnologias vêm sendo crescentemente
2010 maior integração entre o currículo de Matemática e
incorporadas ao processo de ensino como ferramentas
a tecnologia da informação, utilizando programas como
de mediação entre o indivíduo e o conhecimento, promo-
o Cabri-Géomètre e o Tangram no ensino de geometria,
vendo uma aprendizagem mais significativa. O uso de
o Matematrix nas operações fundamentais, o RCT para
tecnologia na escola contribui para expandir o acesso
exercitar a tabuada, o Imagine para trabalhos envol-
à informação, estabelece novas relações com o saber
vendo a linguagem Logo e o Xadrez para desenvolver
e favorece a criação de aprendizagens cooperativas.
a lógica matemática e o raciocínio analítico e sintético.
A informática é um excelente recurso pedagógico,
Os alunos também atuaram em um projeto rela-
um poderoso instrumento de comunicação e um faci-
cionado ao sistema monetário. A primeira etapa foi
litador do aprendizado. Favorece a participação ativa
problematizar em sala de aula a proposta “Dinheiro, pra
dos alunos, permite fácil e rápido acesso a fontes de
que dinheiro?”, seguindo-se pesquisas no Laboratório de
informação, possibilita a articulação do texto escrito com
Informática. Posteriormente, elaboraram textos com os
imagem, som e movimento, proporciona a simulação
conhecimentos adquiridos na pesquisa e, para finalizar,
de situações, ajuda a desenvolver habilidades como
selecionaram imagens para ilustrar o texto.
selecionar, organizar e analisar informações e auxilia
na implantação de novas ideias e conceitos.
Os alunos se mostraram motivados e interessados,
pois participaram ativamente de todo o processo. Dessa
Em relação à matemática, a informática tornou-se
forma, as novas tecnologias já fazem parte da educação
imprescindível. Incentiva o aluno a refletir, investigar e
e abrem um universo de possibilidades para a pesquisa,
elaborar seu próprio conhecimento a partir de situações
o ensino e a aprendizagem. propostas. Possibilita a construção de habilidades que
12 caleidoscópio dezembro
Katya Jurdy Martins Bayer, professora do 3o ano EF
4 O ANO
O EXERCÍCIO
DA MENTE
“M
eu pai instalou um jogui-
dos e aplicar os conceitos construídos
nho chamado Come-
em sala de aula de um jeito que lhe
come e agora eu jogo bem melhor,
traz satisfação e conhecimento.
porque consigo calcular a distância
A construção de gráficos é outro
e a velocidade, sem fazer contas. Eu
recurso eficiente. Depois de fazer a
consigo pensar se terei tempo para seguir
coleta de material reciclável, a pesquisa
aquele caminho sem ser comido. Acho que as
de preferências dos colegas e o estudo de
aulas de matemática me ajudaram a pensar melhor!”, diz
dados estatísticos das aulas de Geografia, os alunos
Lucas Sipeli Tada, do 4 G. Nas aulas de matemática do
constroem e interpretam gráficos, e as reflexões sobre
4 ano, desenvolvemos conhecimentos que vão além de
eles ultrapassam a “matemática”. Chegam a discussões
contar, calcular e resolver problemas, para que o aluno
referentes à veracidade de alguns dados publicados,
pense com um referencial matemático e crie estratégias
uma vez que a construção pode ser manipulada, envol-
para resolver os desafios que são apresentados em clas-
vendo uma relação entre a ação e os valores, um dos
se ou que surgem no cotidiano. Incorporar recursos como
pilares da formação de cidadãos.
o
o
jogos de raciocínio, dedução e construção, atividades
E como é bom construir! Trabalhando a cooperação,
online, enigmas e desafios para desenvolver os conteúdos
a concentração e a análise, fica mais fácil conceituar
matemáticos promove mudanças no médio e no longo
vértices, faces, arestas e diferenciar polígonos de po-
prazo e ajuda o aluno a correlacionar os estudos com as
liedros. Assim, a matemática deixa de amedrontar, e
atividades da vida, privilegiando o “pensar”.
os momentos de dificuldades, obstáculos e erros se
Um bom exemplo foi a apresentação de jogos de-
tornam fatores positivos pelos quais os alunos persistem
safiadores, como o sudoku. “Achei bem complicado no
e conseguem a motivação necessária para gostar dessa
começo, mas agora consigo resolver com mais facilidade.
ciência presente em todas as áreas do conhecimento.
Acho que estou pensando mais rápido e melhor”, conta
Falando em pensamento e áreas de conhecimento,
Marcos Paulo, do 4o G. “Nossa classe gosta muito de fazer
exercite seu cérebro. No qua-
sudoku. Quanto mais eu pratico, mais o jogo me ensina a
dro ao lado, leia a cor, e não
pensar, e é divertido”, diz Juliana Ungefehr Silva, do 4 D.
a palavra.
o
O uso das ferramentas tecnológicas também está
Lucilei Aparecida
sendo integrado às atividades. O acesso a blogs e sites de
Spitaletti e Rita Rinaldi
jogos matemáticos permite ao aluno exercitar os conteú-
Riquelme, professoras do 4o ano
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 13
áficos
5 o a n o
lendo gr
e interpretando situações
Q
uantos alunos têm animais domésticos? Qual é
e revistas e realizamos atividades para explicar como
a matéria favorita do grupo? Que filmes são os
eles são construídos e como devem ser interpretados.
mais assistidos pelos alunos do 5o ano? Qual é o gênero
Carolina Araújo, do 5o G, diz: “Observei que o gráfico em
musical preferido das meninas? E dos meninos? Curio-
linha é muito utilizado para pesquisas que comparam
sidades como essas podem acabar em uma simples
um assunto em um período de tempo, como o consumo
contagem ou servir de base para o trabalho de iniciar os
de energia de uma casa durante um ano”. Sophia Olivei-
alunos no desenvolvimento de competências
como coletar informações, organizálas e representá-las na forma de
ra, do 5o G, nota que, para mostrar a opinião
de dois grupos distintos, o melhor é um
gráfico em barras múltiplas.
gráficos ou tabelas — além de
Explicamos que, na hora de
interpretá-las criticamente.
elaborar um gráfico, é preciso
Basta abrir um jornal e uma
pensar em todas as variáveis
revista ou assistir à televisão
possíveis. Se os dados a inserir
para perceber que, cada vez
variam de zero a dez, o gráfico
mais, a estatística faz parte do
deve ter, pelo menos, uma es-
nosso cotidiano. Informações
cala com esses valores. “Gosto
de toda natureza passam rapi-
muito de construir gráficos e
damente pelos nossos olhos em
tabelas, pois organizo melhor
forma de gráficos e tabelas. Kenzo
Ishibashi, aluno do 5 A, afirma: “Eu
o
costumo observar todos os gráficos que
aparecem, pois chamam a atenção e são práticos”.
Os alunos também acompanharam as pesquisas
eleitorais na eleição para a presidência da República.
meu pensamento e meu conhecimento”, diz Gabriella Ruffato, do 5o A.
E chega a hora de fazer o “tratamento
da informação”. Para isso, eles realizaram uma pesquisa
de opinião, tabularam os resultados, organizaram as
tabelas e construíram gráficos em barras múltiplas.
Mariana Fiel, do 5o B, comenta: “Acredito que as pes-
E não basta que os alunos aprendam a construir
quisas influenciam a escolha dos candidatos, por isso
gráficos e tabelas. É preciso que entendam como se
os dados divulgados precisam ser sérios”.
organizam os textos de apoio a cada elemento. Dessa
A exposição de dados por meio de gráficos e tabelas
forma, a intenção foi que vivenciassem todo o processo,
faz parte da linguagem universal matemática e sua
desde a escolha do tipo de gráfico até os textos infor-
compreensão é requisito básico para a leitura de infor-
mativos que o acompanham, para que, de fato, possam
mações e a análise de dados. Assim, propusemos uma
entender e comunicar o que desejam.
pesquisa a respeito dos gráficos publicados em jornais
14 caleidoscópio dezembro
Equipe do 5o ano
étr
ica
se
sim
etr
ia
6 o a no
O
s alunos do 6o ano sabem que aprender geometria é muito mais do que conhecer as diferentes
formas geométricas, seus nomes e suas características.
Para que desenvolvam o pensamento geométrico, eles
participam de atividades desafiadoras, em que exploram a
capacidade de planejar e resolver problemas.
Um dos fatores positivos do trabalho em geometria desen-
volvido no 6o ano é a construção das figuras geométricas, que
não se limita à identificação e à conceituação delas. As atividades
vão além das peças recortadas e dos modelos já prontos. Os alunos
usam régua, esquadro e compasso. Entre os conceitos abordados,
estão ângulo, simetria, perímetro, composição e decomposição de figu-
ras. Inicialmente, pedimos uma pesquisa de imagens simétricas. Depois,
os alunos estudam exemplos da natureza – cascos de tartaruga, couro de
eom
cobra e olhos de répteis. Aprendem a identificar os aspectos gerais das figuras
e encontrar eixos de simetria. Alana Bonitátibus Miyai, do 6o A, diz: “Observei
que a casca do abacaxi é formada por polígonos de quatro lados. Já os favos de
uçõ
es g
mel são compostos de hexágonos perfeitos”.
Laura Vieira de Oliveira, do 6o B, comenta: “Com as construções geométri-
cas, você aprende matemática. Mas não é só isso. Tendo um pouco de capricho, obtemos desenhos bonitos e descobrimos que matemática também é arte”. Depois da observação e da pesquisa, os alunos põem a mão na massa e fazem cons-
truções usando régua e esquadro. Para colorir as figuras, reutilizamos sobras de papel e
revistas velhas, mostrando que também estamos preocupados com o meio ambiente. No
str
computador, exploramos programas em que os alunos criam suas próprias construções e apli-
cam os conceitos de segmento de reta, ponto médio, eixo de simetria e polígonos, entre outros.
Henrique Caballeria Mesquita, do 6o D, observa: “Quando cubro minha construção geométrica,
con
faço de modo que entre as figuras não sobrem espaços nem haja sobreposição. Assim, a soma
dos ângulos internos das figuras encaixadas em torno de cada vértice é 360 graus”.
Os alunos também realizam trabalhos com dobradura para encontrar o eixo de simetria de algumas
figuras e perceber propriedades como paralelismo e perpendicularismo. Os trabalhos se transformaram
em atração na Semana Padre Moreau, numa oficina de matemática na qual tiveram oportunidade de
compartilhar seus conhecimentos com os visitantes. A geometria permite aproximar nossa ação educativa
a situações concretas. Os alunos percebem que suas criações no papel são da mesma natureza daquelas
observadas em construções, obras de arte e até mesmo na natureza.
Mirela Sílvia Okamoto, professora de Matemática do 6o ano dezembro caleidoscópio 15
9 o a n o
Projeto Educação Financeira
A
educação financeira possui
Dando continuidade ao projeto,
diversas aplicações no cotidia-
um curso, promovido no Colégio
no. Apesar de jovens, nossos alunos
pelo Programa Educacional da Bo-
ramos com um painel eletrônico nas
convivem, quase diariamente, com
vespa, foi oferecido aos alunos que
cores amarelo, verde e vermelho, com
situações que envolvem a economia.
demonstraram interesse pelo tema.
Pagam contas, compram roupas,
Durante quatro horas, um palestran-
recebem descontos, administram o
te falou de dinheiro, bancos, juros,
dinheiro da cantina, da balada, da
construção do futuro, administração
uma palestra de um funcionário da
mesada... Atenta a esse fato, a área
da mesada e formas de poupança,
bolsa, o sr. Rui. Ele nos explicou de for-
de matemática desenvolve, com o
entre outros assuntos. Cada par-
9o ano, um projeto que busca apri-
ticipante recebeu um certificado
morar as habilidades iniciais para o
emitido pela Bovespa.
Visita à Bovespa
Chegando à BM&F Bovespa, depa-
conjuntos de letras e valores. A primeira
explicação que recebemos em relação
ao funcionamento da Bolsa ocorreu por
meio de um filme 3D. Depois, ouvimos
ma mais aprofundada assuntos como
ações, clubes de investimento etc.
Voltando ao painel, o sr. Rui nos
explicou que cada conjunto de letras
representava uma empresa. O trabalho com matemática financeira.
número à frente das letras di-
Inicialmente, trabalhamos com
ferenciava as ações ordinárias
divisão direta e inversamente pro-
das ações preferenciais e o va-
porcional, retomamos conceitos
lor de cada ação da empresa.
como razão, proporção e porcenta-
Se estivesse em vermelho, significaria que a primeira ação
gem e os aplicamos em situações
de certa empresa vendida no
comerciais e financeiras do dia a dia.
dia custou mais do que a últi-
Discutimos a respeito de desconto,
multa, reajuste, salário bruto e líquido, lucro e prejuízo, aplicações, juros
simples e juros compostos.
ma ação vendida e, portanto,
Luana Sanches, Michelle La Marck
e Larissa Consoli, alunas do 9o ano,
ao lado do funcionário da Bovespa
que conduziu a visita
o preço teria diminuí­do. Caso
estivesse em verde, a ação foi
vendida por um preço mais alto. Já se
estivesse em amarelo, significaria que
Para que tivessem contato com
O projeto foi uma oportunidade
o mercado financeiro, visitamos a
enriquecedora, que proporcionou
Bolsa de Valores do Estado de São
conhecimentos importantes. Acre-
Paulo (Bovespa), na rua Quinze de
ditamos que, com iniciativas como
que contavam a história da bolsa. Com
Novembro, no centro. É interessante
essa, os alunos estarão mais bem
essa visita, aprendemos muito e vimos
salientar que, desde a chegada
preparados para administrar suas
à bolsa, cheia de formalidades,
finanças e, principalmente, se tornar
os alunos demonstraram grande
adultos críticos e atuantes. interesse pelos temas discutidos e
Lucilene Silverio, professora de
fizeram muitas perguntas.
16 caleidoscópio dezembro
Matemática do 9 ano
o
não houve mudança no preço.
Após essa explicação e a simulação
de uma negociação entre uma corretora
e um investidor, entramos em salinhas
o quanto é importante ter conhecimento
para saber como e onde investir no médio ou no longo prazo, para garantir um
futuro melhor para nós e para nossos
descendentes.
Michelle La Marck, aluna do 9o C
irmão andré nosso primeiro
E
santo
m 16 de outubro, mais de
oitavo filho de uma família com 12 irmãos e ficou órfão
850 pessoas, entre alu-
aos 12 anos. Pobre, com pouca instrução, trabalhou em
nos, familiares, funcionários
vários empregos, até mesmo na indústria têxtil da Nova
e convidados, reuniram-se à família Santa Cruz para
Inglaterra, nos Estados Unidos. Voltando para o Canadá,
celebrar a canonização do irmão André Bessete, pro-
em 1867, entrou para a Congregação de Santa Cruz. Ele
movida pelo papa Bento 16 no dia seguinte, em Roma.
gostava de brincar quando recordava suas funções ini-
Ele é o primeiro santo da Congregação de Santa Cruz.
ciais como porteiro no Colégio Notre Dame: “Quando eu
Na missa celebrada pelo padre Pedro Rubens, OMI, foi
entrei na comunidade, meus superiores me mostraram
possível conhecer um pouco mais da história de André,
a portaria, e eu fiquei ali por 40 anos, sem sair”.
seu carisma e sua fé em São José. André dedicou sua vida aos enfermos.
No final da celebração, foi inaugurado o oratório em
Devoto fervoroso de São José, atribuía a ele to-
homenagem ao irmão André, construído com carinho e
das as graças que concedia e sempre se recu-
dedicação pelos funcionários do setor de manutenção. O sou a levar crédito por qualquer cura e milagre. espaço fica ao lado da portaria do prédio Menino Jesus
Quando ele morreu, em 1937, aos 91 anos, 1 milhão de
e conta com uma réplica em
pessoas seguiram o cortejo.
miniatura do oratório de São
Sua canonização apenas
José, construí­do por André
confirmou o que muitos já
em Montreal, no Canadá,
sabiam: irmão André tinha
hoje um local de peregrina-
mesmo um dom especial.
ção que atrai anualmente cerca de 2 milhões de visitantes.
Nascido em 1845, a sudeste de Montreal, André foi o
Graça recebida
Daniel Vasconcelos,
coordenador de
Comunicação do Colégio
Santa Maria
ao Pedro que a segurasse e rezasse com muita fé, pedindo a
Poucos dias após a missa que celebrou a canonização do
intervenção do irmão André para curar a dor e o desconforto.
irmão André, meu filho Pedro foi acometido de uma faringite
Acendi uma vela e rezamos juntos. Pedro deitou-se e, aos
viral e conviveu com um quadro alérgico por cerca de um mês.
poucos, a dor foi diminuindo. Em meia hora meu filho já estava
Na noite de 11 de novembro, ele começou a chorar de dor
recuperado. No dia seguinte, amanheceu sem dor, febre ou
de ouvido e sua febre subiu muito. Fiquei desesperada só em
tosse. Ou seja, como se nada tivesse acontecido.
pensar na possibilidade de entrar com novo tratamento médi-
Pela graça recebida, agradeço do fundo do coração a Deus,
co, o que exigiria o uso de antibiótico de alta potência e falta à
ao irmão André e ao Colégio Santa Maria, pela oportunidade
escola. Foi então que me lembrei da imagem do irmão André,
de conhecer esse santo e fortalecer minha fé.
que recebi na missa de canonização. Peguei a imagem e pedi
Edvania Souza Rêgo, professora de Artes
dezembro caleidoscópio 17
E N S I N O M ÉDIO
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ADULTA:
UM PROJETO PARA A VIDA
O
projeto da 2 a série do
“navegar de si mesmo”, fazendo
Ensino Médio procura
descobertas sobre si e sobre o novo
levar em conta a cons-
mundo que os espera.
trução de um conhecimento que
O objetivo final era a partici-
propicie ao aluno flexibilidade
pação do aluno na Semana na
de atuação em seu futuro pro-
Empresa, atividade já existente há
fissional. Neste ano, optou-se
anos, que propicia a vivência da
pela construção de um portfólio
realidade profissional por meio
por meio do qual, inicialmente, o
de um curto estágio em empresas
aluno pudesse voltar no tempo e
perceber o que construíra até en-
Alunas da 2a série, muito bem recebidas na Accesso
tão: os diversos conhecimentos, o alicerçamento do
repertório, as atividades extracurriculares. Os alunos
foram acompanhados por professores e buscaram,
em conjunto, a melhor forma de expressão desse
Enfim, terra firme!
Em meados de abril, a 2a série
recebeu o desafio de produzir um
portfólio para a Semana na Empresa. Entre provas, seminários e
palestras, tentávamos achar tempo
para deixar o portfólio com conteúdo
e com a “cara” da carreira que que
remos seguir. O livro Cem dias entre
o céu e o mar, de Amyr Klink, serviu
de inspiração. Nesses oito meses,
ficamos no mar, dando o melhor de
nós para chegar à terra firme.
Novembro chegou. Os últimos
ajustes estavam sendo feitos nos
18 CALEIDOSCÓPIO
DEZEMBRO
parceiras. Um novo passo foi dado:
as vagas oferecidas tiveram que ser
disputadas e o portfólio fez a diferença.
Abaixo e na página ao lado, vejam os depoimentos
de alunos e de três das empresas que os receberam.
Equipe coordenadora do projeto da 2a série EM
por tfóli os, e aqu eles que fora m
aceitos pela equipe de professores
estavam prontos para serem enviados às empresas. Foi nosso primeiro
con tato com o “mu ndo rea l”, se
assim podemos dizer. Teríamos que
ir até a empresa que escolhemos e
deixar nosso portfólio. Depois, vive
mos a angustiante espera da resposta. Quem vivenciou a experiência
não se arrepende. O cansaço de ter
que estudar de manhã e trabalhar à
tarde, a distância ou qualquer outro
peq uen o pro blem a se torn ara m
irrelevantes perto da riqueza desses
dias. Aprendemos a lidar com situa
ções inusitadas, vivenciamos o dia a
dia de um profissional da área que
queremos seguir e, o mais importante, ganhamos uma bagagem que
ninguém nunca poderá tirar de nós
.
Finalmente, chegamos à terra
firme. Concluímos a travessia com
êxito, apesar das tempestades que
enc ontr am os pelo cam inho . Aos
pró xim os nav ega ntes , deix am os
nos sa exp eriê ncia e des ejam os
boa viagem.
Mariana Stocco Carvalho,
aluna da 2a série
Experiência inesquecível
Trabalhar na Vital foi uma experiência inesquecível.
Durante esses quatro dias pude aprender processos que
Vital Especialidades
Parabenizamos o Santa Maria e os
ciativa, e os alunos, pelo interesse
me interessaram bastante (no caso, a área de química
organizadores do projeto, pela ini-
no aprendizado, a força de vontade
,a
proatividade e a dedicação. Com certe
za, farão a diferença no mercado de
trabalho e na construção de um mun
do melhor. O projeto foi uma grande
experiência para todos nós. Deixamo
s aqui nosso incentivo para que outr
as
empresas participem, pois é muito
gratificante.
Tatiana Lopes, do RH da Vital Espe
cialidades
farmacêutica), e também pude aprender como funciona
uma empresa. Isso foi possível graças à cooperação
dos funcionários. Além disso, conheci métodos de fabricação de produtos e fases do processo de produção.
Não posso dizer que eu tenha gostado mais de algo
em particular, porque tudo foi novidade e igualmente
interessante.
Essa experiência foi a primeira – muitas ainda virão
pela frente. No entanto a Vital será sempre importante,
e eu fico muito grato por ter sido aceito. Será uma experiência de que irei lembrar por toda minha vida.
Hospital Mandaqui
Luiz Felipe Guain Teixeira, aluno da 2a série
Alunos do Santa Maria, interessados
,
em ingressar no curso de medicina
ao
fora m aco mpa nha dos em visit a
de
Hospital Mandaqui entre 16 e 19
na
novembro durante o projeto Semana
Mandahistórico do conjunto hospitalar do
Empresa. Os alunos conheceram o
pela
rama da unidade, que é administrada
qui, inaugurado em 1938, o organog
visita,
funcionamento. Na segunda fase da
Secretaria de Estado da Saúde, e seu
unidades
de áreas como a clínica médica, as
o grupo conheceu um pouco mais
ao vivo.
gico, acompanhando uma cirurgia
de terapia intensiva e o centro cirúr
e os
nação da pediatria, o pronto socorro
Visitaram também a unidade de inter
clínica.
ncia magnética, tomografia e patologia
serviços de hemodinâmica, ressonâ
ação de
de avaliar de perto o serviço de capt
Além disso, tiveram a oportunidade
órgãos e tecidos para doação.
Na Vital, tive a oportunidade única de conhecer como
funciona uma empresa e as responsabilidades de cada
indivíduo que nela trabalha. Vi como a integração de
todos os setores é fundamental para o sucesso e como
uma boa organização faz a diferença.
Fomos muito bem recebidos, o que facilitou nosso
aprendizado. Pudemos participar de algumas atividades
no laboratório, como análises e fracionamento.
Acredito que com essa oportunidade terei melhores
chances de construir um bom futuro para mim, por isso
agradeço muito à Vital por ter me aceitado e proporcionado esse aprendizado.
Tiago Dias Guimarães, aluno da 2a série
Oportunidade única
Durante a Semana na Empresa pude conhecer a
Equipe do Hospital Mandaqui
dinâmica de um laboratório. Achei muito interessante
conhecer os diversos setores da Vital Especialidades,
Accesso Assessoria de Comunicaç
ão
Há uma década somos responsáveis
com a imprensa. E, como assessora
Preparando o futuro
pelo relacionamento do Santa Mar
ia
de imprensa do Santa, foi com alegria
recebemos três de suas alunas para
o projeto
Menezes, Marianna Stocco Carvalho
pois entendi melhor e vi na prática como nossas atitudes
interferem no trabalho dos outros. O que mais gostei de
conhecer foi o laboratório, pois, além de ser a área que
que
mais me interessa, foi também onde eu pude ver como
Semana na Empresa: Anna Paula
alguns produtos são produzidos, criando assim uma
e Juliana Batista da Cruz. A importâ
ncia
desse programa é enorme e pode enco
rajar mais o aluno em relação ao pass
o
que está para dar. Daí também a
necessidade (e a responsabilidade
) de as
empresas se abrirem cada vez mai
s para apoiar iniciativas dessa natu
reza.
É mais uma forma (e uma oportunidad
e) de contribuir para o futuro do país
.
Juliana Laporta, assessora da
Accesso Assessoria de Comunicaçã
o
nova imagem a respeito deles.
Sobre as pessoas que conheci nesses dias, só posso
dizer que foram muito receptivas e atenciosas comigo,
tirando minhas dúvidas, me ensinando e explicando
um pouco do seu trabalho. Muito obrigada por essa
oportunidade única, que com certeza vai me ajudar
muito nas minhas escolhas futuras.
Beatriz G. Cernic, aluna da 2a série
DEZEMBRO
CALEIDOSCÓPIO 19
e n s i n o m édio
COLLEEN NELSON
Chargista
americana
comenta
trabalho de
alunos
N
o Colégio Santa Maria, o inglês é introduzido já
com uma condição: queria ler o que alunos brasileiros
nas séries do Ensino Fundamental I. Até o final do
entenderiam e escreveriam a respeito de seu trabalho.
Ensino Fundamental II, os alunos aprendem as regras e
E não foi só isso: Colleen se ofereceu para corrigir até os
as formas de utilização do idioma. No Ensino Médio, eles
erros relativos à estrutura da língua, com a ajuda de um
são desafiados a utilizar seu conhecimento do idioma
amigo dela, Pete Zapadka, redator e editor de um jornal
para acessar informações nas mais diversas áreas e
na cidade em que mora, em Glenshaw, na Pensilvânia.
utilizá-lo como ferramenta de interação e análise do
Assim, as redações foram enviadas à autora e ela
corrigiu e comentou o trabalho de oito alunos: Ana
mundo que os cerca.
o
Beatriz Silva, Beatriz Veronesi, Claudio Santos, Dennis
ano do Ensino Médio, viveu uma experiência inédita.
Marques Campos, Marília Nakayama, Marina Moretti,
Buscando uma charge para um trabalho de interpreta-
Rafael Martinuzzo e Raissa Escussel.
No primeiro semestre de 2010, o grupo CAE, do 3
ção de texto com meus alunos, deparei com as criações
Colleen se mostrou surpresa e emocionada com o
da cartunista norte-americana Colleen Nelson. Chamou
resultado: não esperava a profundidade de análise dos
minha atenção uma gravura que tratava do
alunos que viram em sua charge, segundo a
aquecimento global e da política dos Estados
artista, coisas que nem ela tinha percebido. Os
Unidos para o meio ambiente. Como o grupo
alunos escolhidos por Colleen demonstraram
CAE é particularmente interessado em questões
um alto nível de conhecimento da estrutura da
político-sociais – vários de seus componentes
língua, pois suas correções foram poucas e mais
têm participado ativamente do Fórum
relacionadas à pontuação e ao estilo.
FAAP e da Sisa ao longo dos três
Leia um trecho do que Colleen
últimos anos –, e já que um dos
Nelson escreveu sobre a experiên­
integrantes é também embaixa-
cia, no original: “To the students
dor do clima, julguei que seria
who commented on my Climate
oportuno utilizar o material de
Change Cartoon. It was delightful
Colleen, e pedi sua autorização. Ela
for me as an artist to have so many
concordou imediatamente, mas Colleen Nelson (foto menor) e os oito alunos do 3o ano
different perceptions of my work to
20 caleidoscópio dezembro
contemplate. Thank you all so much! Each of you accura-
‘global warming’ can be argued about and used for po-
tely described parts of the political story I was telling. You
litical posturing when the very real fact of climate change
really ‘got it’. Awesome! That you described the meaning
looms over us all was the gist of my message.”
of my cartoon so accurately tells me that the meaning
Foi uma experiência educacional muito rica e gra-
of some images transcends both culture and langua-
tificante para todos os envolvidos, reflexo do trabalho
ge. Interestingly enough, some of your interpretations
feito nos demais componentes curriculares que visam
showed me that I put in meaning without realizing that
à capacidade de pesquisa, análise e posicionamento
I was doing it.(…)”.
crítico do aluno do Colégio Santa Maria.
“I was also very impressed at how globally you think
when it comes to climate change. The fact that the words
A
Denise Maciel Selmo, professora de Inglês
do Ensino Médio
equipe de professores da
Área de Ciências Humanas do
Ensino Médio realizou no dia 26 de
novembro a primeira aula magna
do Colégio Santa Maria. O projeto
tem o objetivo de alicerçar a interdisciplinaridade, prevista tanto no
currículo do Ensino Médio do Colégio
históricos, culturais, demográficos,
como nos Parâmetros Curriculares
geoeconômicos e estratégicos.
do Ensino Médio Nacional.
À esquerda, as professoras Selma, Maria
Luisa, Marina e Adriana, ao lado do professor
Silvio Freire; acima, alguns dos alunos que
participaram da aula magna
Essa primeira aula teve a partici-
A escolha do tema “China –
pação de 70 alunos das diferentes
As aulas foram acompanhadas
Além dos Muros” possibilitou não
séries do Ensino Médio e foi desen-
de vídeos que ilustraram as apre-
só atender às necessidades dos
volvida pela equipe de professores,
sentações e as análises dos alunos,
exames vestibulares, mas também
em quatro partes:
com a orientação dos professores
enriquecer os conhecimentos a
• A história do “País do Meio”, pela
envolvidos. Devido ao grande su-
respeito desse país, segunda eco-
professora Adriana Freitas;
cesso da aula, a equipe de Ciên-
nomia mundial, cuja determinação
• Muitas religiões e um governo
cias Humanas decidiu incluí-la no
sem precedentes o está conduzindo
ateu, pela professora Marina Mello;
calendário de 2011, como atividade
ao patamar de maior potência do
• A geopolítica do Dragão Dançante,
semestral. As apresentações da
século 21. Ao analisar o processo
pela professora Maria Luisa Parise;
aula magna estão disponíveis em
de crescimento chinês, a proposta
• O império instantâneo de olhos
www.colsantamaria.com.br, na aba
apresentou a nação asiática em
abertos para o futuro, pela profes-
ensino médio > arquivos.
seus mais significativos aspectos
sora Selma Prado.
Silvio Freire, orientador do 3o ano
dezembro caleidoscópio 21
e x t r a c u rricular
30 anos
de palhaços graças a deus
N
o dia 30 de setembro realizou-se um evento muito
hoje? O que identifica o grupo?” Ela respondeu: “Adriana,
especial aqui no Santa. Comemoramos os 30 anos
penso que são muitos os fatores que fizeram com que os
do grupo de teatro Palhaços Graças a Deus. O encontro
palhaços atravessassem todos esses anos. O primeiro
reuniu palhaços antigos e novos – porque não existe
é o trabalho teatral de qualidade estética e ideológica.
ex-palhaço: quem é palhaço uma vez, será para sem-
Nunca passou pela nossa cabeça fazer concessões
pre, segundo a tradição do grupo. Também estiveram
nesse aspecto, por ser um trabalho desenvolvido em
presentes a professora Linei Hirsch, a ex-diretora Helena
uma escola. Ao contrário, ao montar um espetáculo, os
Albertani, os atores Flavia Garrafa e Chico Carvalho e a
alunos-atores sempre tiveram aulas de dramaturgia,
Irmã Diane, muito feliz com o reencontro. Eram mais de
história, estética e crítica teatral”.
100 pessoas, alegres, saudosas e
Linei prosseguiu: “Outro fator
com muita vontade de partilhar e
que julgo importante tem origem
relembrar suas experiências.
no texto de Pascoal Lourenço.
Só quem chega ao 9o ano pode
Em O planeta dos palhaços en-
entrar no grupo, e esse momento
contramos a gênese do que é ser
é muito aguardado pelos alunos.
palhaço, que encontra na propos-
Fazer parte do Palhaços é, entre
ta pedagógica do Santa Maria a
tantas coisas, partilhar e aprender
mais perfeita união. O palhaço é
os rituais: batizado, juramento,
um homem comprometido com
ganhar a “garalhufa” (um amuleto)
seu tempo, com seu país, com
no dia da pré-estreia e todas as
sua gente. Ele busca a utopia
experiências que são tão enrique-
humanista de uma sociedade
cedoras para a história de cada um.
justa, fraterna e solidária. Ele jura que será assim, ele
Idealizado em 1981, pela professora Linei, o grupo
é cobrado a ser assim. Basta lembrar que um palhaço
nasceu como um desafio. Em 1983, encenou a peça O pode perder seu nariz se afrontar as ‘leis’ do grupo! O planeta dos palhaços, de Paschoal Lourenço, que inspi-
próprio juramento do palhaço, por ser um rito, garante
rou o nome do grupo. “Essa peça foi a raiz do Palhaços
essa identidade. Todos temos um nome – o meu é
Graças a Deus. O texto trata da dimensão da proposta de
Fantasia, muito prazer. Além disso, o fato de jovens
nos tornarmos seres humanos melhores do que somos”,
veteranos conviverem com os novos palhaços garante
lembra Linei. Somente no fim de 1983 o nome Palhaços
a passagem dos valores ‘palhacenses’ na convivência
Graças a Deus foi oficialmente assumido. Perguntei a
diária. E quando dizemos que somos Palhaços, Graças
Linei: “Por que você acha que o Palhaços está vivo até
a Deus é para lembrar que trabalhamos no coletivo e
22 caleidoscópio dezembro
apoiados em valores cristãos, que são permanentes
tividade. O exercício de repetir, errar e experimentar é o
e, por essa razão, nos mantêm, como você diz, vivos
que faz do teatro uma arte tão delicada e maravilhosa.
até hoje”.
E o bom é que o trabalho, por mais árduo que seja, vem
E foi graças à coragem e à competência da professora
acompanhado de um prazer enorme, o prazer das des-
Rita Pisano que o trabalho prosseguiu a partir de 2005,
cobertas, dos encontros de alma, das risadas gratuitas,
quando Linei deixou o Colégio. “Fazer parte do grupo
de achar um tempo além do tempo, de compartilhar
é, a cada ano, ritualizar chegadas e saídas, respeitar a
uma emoção comum.”
diferença, ouvir e ser ouvido e fazer tudo isso por meio da
São 30 anos de uma bonita história construída por
arte. Todos os elementos do grupo são autônomos para
cerca de mil alunos, com muita coisa boa para recordar
criar, sugerir e criticar e arcam com a responsabilidade
de um tempo que não volta, mas permanece vivo na
da montagem, do cenário, da trilha e da dramaturgia. As
memória de cada um. Pude perceber nesse encontro
peças são fruto de um trabalho genuinamente coletivo,
o quanto essa vivência foi significativa e marcante, in-
onde cada aluno coloca algo de si e eu costuro tudo,
fluenciando na escolha profissional de vários palhaços,
misturando a mim mesma nesse fio”, afirmou Rita.
além de ter proporcionado um enriquecimento que todos
“Não é fácil ser do Palhaços”, ela acrescentou. “É um
exercício de comprometimento e uma vivência de cole-
levaram para a vida.
Adriana Tiziani, coordenadora do Extracurricular
Um ano de muitas conquistas
C
prisma omo o tempo passa rápido,
“Como sempre, tivemos um aco-
“O Prisma tem a sua volta o verde
não é mesmo? Já estamos no
lhimento e um cuidado de primeira.
das plantas e o colorido das flores,
fim do ano e parece que foi ontem
Os espaços são agradáveis e os
e, dentro, pessoas trabalhando com
que 2010 começou. Olhando para
cursos, excelentes. Por isso voltamos
competência, carinho, entusiasmo e
trás, vemos muitas coisas boas, um
sempre”, atesta Regina Lúcia Rodri-
amor. Como é bom pertencer a esse
ano cheio de conquistas
gues, aluna dos cursos
grupo tão especial”, completa Nori
e realizações.
de extensão, que vem
Navarro de Oliveira Marchini, aluna
Site novo, espaço
de Guarujá até o Prisma
do Sempre É Tempo de Aprender.
destinado para o Pris-
em busca de qualifica-
ma na Caleidoscópio ,
ção profissional.
Mas 2010 nem acabou e já estamos pensando em 2011, preparando
comemoração dos dez anos de
uma agenda especial. A partir de
realização dos cursos do programa
janeiro, confira a nova programação
Sempre É Tempo de Aprender, um
em www.prismacentrodeestudos.
belo seminário de educação infantil
com.br. Esperamos por você!
e o reconhecimento de todos que
estão conosco.
Flávia Zanzotti, coordenadora
do Prisma
dezembro caleidoscópio 23
CUIDAR E EDUCAR
A Educação Infantil no Colégio Santa Maria
• As séries do Jardim I, Jardim II e Pré do
Santa Maria oferecem aos alunos situações
de aprendizagem acolhedoras, agradáveis e
desafiadoras.
• Professoras especializadas e em constante
processo de atualização aplicam metodologia
atual, abrangente e efetiva, com a utilização de
diferentes linguagens e projetos multidisciplinares
para a apropriação de procedimentos para a
interação com o meio e a inserção social.
• Para a adaptação de novos alunos, o período
de acolhimento é cuidadosamente planejado,
com a oferta de horários especiais e atividades
lúdicas que favorecem a formação de vínculos
com os colegas e com os adultos com os quais as
crianças irão conviver.
• Inscrições abertas para crianças a partir de 2
anos (que completem 3 anos até junho de 2011),
no prédio Menino Jesus, das 7 às 17 horas, de
segunda a sexta-feira.
Mais informações: Telefone (11) 2198-0600 | [email protected] | www.colsantamaria.com.br
24 CALEIDOSCÓPIO
ABRIL
Av. Sargento
Geraldo Santana, 890/901 – Jardim Marajoara – São Paulo - SP
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passo a passo, rumo ao conhecimento