REVISTA DO COLÉGIO SANTA MARIA – N0 54 PASSO A PASSO, RUMO AO CONHECIMENTO Lógica, raciocínio matemático e recursos de tecnologia são algumas das ferramentas utilizadas pelos alunos para dar sentido ao volume de informações que absorvem diariamente MENSAGEM Colecionando hipopótamos N o início desta década, foi publicado sentido, aprender realmente e colecionar um livro chamado Information Anxiety informações úteis. 2 (Ansiedade gerada pela informação 2), Faço parte de uma família em escrito por Richard Saul Wurman. O autor que todos têm coleções, que já pas- indica ferramentas e sistemas para navegar saram de uma geração a outra. Uma pela torrente de informações que chegam vez alguém me perguntou se eu não queria até nós e conseguir dar a elas sentido e colecionar algo, e respondi, sem muita refle- significado. Ele afirma que não há uma explo- xão: “Se eu fosse colecionar alguma coisa, seriam são de informação, mas uma explosão de “não informações’, hipopótamos, porque eles não são fáceis de achar, então coisas que simplesmente não acrescentam, não agregam co- eu não teria problema de espaço e de organização”. Eu não nhecimento. Entre as ferramentas indicadas por Wurman estão deveria ter dado essa abertura, porque em seguida, a cada as habilidades para classificar, observar relações aparentes ano, minhas irmãs me davam hipopótamos de diversos tipos ou possíveis e prestar atenção nos detalhes na hora de ler ou – em selos, moedas e em uma variedade enorme de materiais receber instruções. E, o mais óbvio atualmente: ter a compe- e utilidades. Então comecei a ter um problema que antes não tência de distinguir, no oceano de informações a que temos existia: uma sobrecarga de peças. acesso, o que é de fato relevante e útil a nossas necessidades. Não é muito diferente dos mil itens de informação que os Precisamos saber como usar tanta informação para poder ter nossos alunos recebem diariamente e, por isso, precisam usar um novo olhar sobre o ambiente e a vida. suas habilidades de raciocínio e organização para descartar Nesta edição da Caleidoscópio, professores e alunos abor- o que não lhes serve. Eles estão, agora, montando suas co- dam algumas ferramentas utilizadas para organizar as novas leções de conhecimento e aprendendo a fugir da ansiedade informações. Por meio da matemática, jogos de raciocínio, provocada pela sobrecarga de informação. desafios tecnológicos, portfólios, coleções e gráficos, eles E você leitor, o que coleciona? E a que serve sua coleção? aprendem a ler, a analisar e a desenvolver as organizações e os sistemas deles mesmos e dos outros. Aprendem a co- Irmã Diane Clay Cundiff nhecer algo a partir das conexões e integrações que fazem Diretora-geral do das mensagens que recebem de diversas fontes. Assumem o Colégio Santa Maria desafio contínuo de dar sentido aos dados, de modo a gerar interesse e criar motivação para seguir em frente e, nesse Revista bimestral do Colégio Santa Maria – No 54 – Dezembro de 2010 – [email protected] COLÉGIO SANTA MARIA Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 Jardim Marajoara, São Paulo, SP Telefone (11) 2198-0600 [email protected] www.colsantamaria.com.br 2 CALEIDOSCÓPIO DEZEMBRO EQUIPE DE REDAÇÃO Irmã Diane Clay Cundiff Irmã Anne V. Horner Hoe Ana Cristina Proietti Imura Daniel Vasconcelos Paula Bacchi Silvio Soares Moreira Freire Tiyomi Misawa PRODUÇÃO EDITORIAL Editor: Ricardo Marques – MTb. 10.937 Editor de arte: Renato Akimasa Yakabe Produtor: Daniel Vasconcelos Revisora: Sonia Regina Yamadera Fotos: acervo do Colégio Santa Maria Impressão: CompanyGraf Capa: alunos do Pré – Foto: João Neto ex-aluno O redesenhando o brasil s brasileiros foram às urnas e esco- responsabilidades maiores, já que seu go- lheram a nova presidente da Repú- verno deverá fazer muito mais pelos brasi- blica, Dilma Rousseff. O que esperar desse leiros. A erradicação da pobreza extrema novo governo? Quais são os caminhos do e a melhoria da qualidade do ensino e da Brasil pós-Lula? Na minha opinião, o Brasil saúde pública deverão ser o carro-chefe vai seguir mudando. A chegada de uma de seu governo. Um país sem excelência mulher ao Palácio do Planalto é a primeira nessas áreas não consegue se posicionar mudança. Hoje o Brasil vive um momento entre as potências mundiais. Ainda existe especial. Estamos conseguindo aliar o crescimento econômico ao desenvolvimento social. O Brasil cresce e distribui renda e, sem dúvida, esse é o caminho a trilhar. As empresas brasileiras estão gerando empregos, expandindo-se e internacionali- “Somos paulistas, cariocas, nordestinos, gaúchos, mas acima de tudo somos brasileiros” um longo caminho pela frente. É preciso acreditar no Brasil. Possuímos uma rica diversidade cultural e étnica, que tem ensinamentos a oferecer ao mundo. Infelizmente, os preconceitos regionais e de classe ainda são empecilhos ao nosso zando-se. A classe mais pobre está participando de uma desenvolvimento. Somos paulistas, cariocas, nordesti- verdadeira mudança social. A cada dia, mais pessoas nos, gaúchos, mas acima de tudo somos brasileiros. ascendem à classe média. Milhões de brasileiros estão Mas não podemos nos afirmar como brasileiros ape- se alimentando melhor, e os benefícios gerados por nas de quatro em quatro anos. Em 1o de janeiro, sairá políticas sociais como o Bolsa Família e o aumento do o metalúrgico nordestino – com recorde de aprovação salário minimo são comprovados por entidades como popular – e entrará uma mulher que combateu o regime a Fundação Getúlio Vargas e a ONU. Acreditem, o Bolsa de exceção e lutou pela liberdade. Família funciona e serve de exemplo ao mundo. Durante todos os meus anos de Santa Maria eu já me O atual governo desmontou inverdades a respeito do interessava pelo debate político, e nessa instituição de real papel do Estado nacional. Ficou claro que a realida- ensino recebi ferramentas importantissímas, as quais de econômica e social brasileira necessita de um Estado utilizo até hoje Esta escola forma cidadãos dotados de atuante e indutor do desenvolvimento. A transferência valores humanos e atentos aos acontecimentos exter- de renda promovida pelo governo é o maior exemplo nos. Essa visão de ensino é extremamente importante dessas políticas, pois melhora o padrão de vida das para o desenvolvimento brasileiro. Gostaria de agrade- pessoas e aquece o dinamismo econômico nacional. cer a todos os que me ajudaram a pensar com a minha No entanto, todos nós sabemos que o Brasil ainda própria cabeça. Muito obrigado. necessita de muitos avanços, em diversas áreas. Dilma Pedro Boffi de Filippi, 21 anos, ex-aluno Rousseff herdará de Lula um Brasil mais forte, internacio- do Santa Maria (1997-2007), está cursando nalmente respeitado e autoconfiante. E devido a isso terá relações internacionais na Facamp dezembro caleidoscópio 3 j a r d i m I aprendendo com as histórias A o pensar em conhecimento lógico essas descobertas. Além dos brinquedos, tam- matemático, devemos ter em men- bém as histórias, as cantigas e as parlendas te que essa área não se constitui são excelentes recursos pedagógicos, pois apenas de fatos a serem memorizados e que propiciam a construção dos conceitos mate- aprender os números é muito mais do que sim- máticos básicos. plesmente contar. Assim, as ideias matemáticas Ao escutar uma história, a criança imagina, propostas na Educação Infantil são de grande estabelece relações e incorpora aprendi- importância para toda a vida escolar. zagens. Dessa maneira, o trabalho com os A matemática está presente na arte, na textos do universo infantil proporciona o de- música, nas histórias e na forma como orga- senvolvimento das habilidades matemáticas, nizamos o pensamento – ou seja, faz parte do da linguagem oral e escrita e de outras áreas nosso cotidiano. Por meio das brincadeiras, do conhecimento. a criança apreende noções matemáticas sem que o Um exemplo dessa possibilidade de integração foi o adulto precise ensiná-las. Descobre coisas iguais e trabalho realizado nas turmas de Jardim I com algumas diferentes, organiza, classifica, cria conjuntos, observa histórias, entre as quais O sanduíche da Maricota e Dez os diferentes tamanhos, ocupa o espaço e arrisca-se nas porquinhos. Dez?. A partir da leitura desses livros, dife- primeiras contagens. Entretanto, é importante pensar rentes problematizações foram feitas, a fim de instigar o em quais materiais devem ser utilizados para estimular pensamento e a resolução de problemas. Por exemplo, 4 caleidoscópio dezembro quantos ingredientes Maricota usou no preparo do sanduíche? Quais animais estavam fora da casa? E dentro? Quantos porquinhos estavam dentro do caminhão? Quantos estavam na fila para entrar no caminhão? Qual é o primeiro porquinho da fila? Os porquinhos estão em cima ou embaixo do caminhão? Segundo Kátia Smole, “a literatura pode ser usada como um estímulo para ouvir, ler, pensar e escrever sobre matemática”. A partir de vivências concretas, tais como dramatizações, construções tridimensionais, jogos e desafios, as crianças entraram em contato com os universos literário e matemático, construíram e internalizaram conceitos. Uma proposta como essa, desafiadora, permite que o ensino nessa área ocorra de acordo com o desenvolvimento da criança, proporcionando o aprimoramento de habilidades e de estruturas mentais. Claudia Regina Simões Lacerda, Luciana Proença e Rosane Callegari, professoras do Jardim I dezembro caleidoscópio 5 JARDIM II VAMOS COLECIONAR? B onecas, ursinhos, carrinhos, tampi- registro das coleções também deve estar nhas, pedras, chaveiros, elásticos de presente. Nesse momento, os alunos es- cabelo, bolinhas, animais, botões, colhem materiais e suportes (desenhos, folhas, garrafas, gravetos... Quem nunca tampinhas, palitos etc.) para representar a montou uma coleção? Juntar e colar figuri- quantidade das coleções. O ato de regis- nhas em álbuns ou reunir diferentes objetos trar é uma excelente oportunidade para da mesma natureza é “mania” de criança ( e verificar como a criança pensa e organiza de adulto) de qualquer geração. Colecionar as informações matemáticas. objetos pode ser um passatempo delicioso Por meio de atividades e situações lúdi- e, ao mesmo tempo, uma ferramenta para cas, as crianças avançam em suas hipóte- contemplar diferentes conteúdos matemá- ses, concepções e deduções. À medida que ticos, situações nas quais são trabalhadas são lançadas a novos desafios, refinam e habilidades e estruturas do pensamento: reelaboram suas hipóteses, contextualizam observar, relacionar, diferenciar, agrupar, problemas, desenvolvem habilidades (con- classificar, ordenar, seriar, contar. tar, seriar, classificar, ordenar, registrar) e va- Nesse troca-troca de “tesouros” e itens lidam aprendizagens. Dessa forma, passam “estimados”, as crianças agrupam objetos, a fazer uso de um conhecimento matemático distinguem a unidade da pluralidade, com- mais elaborado, complexo e reflexivo. param e agem frente a situações-problema Com essa “nova mania” dos grupos do e a desafios que encontram no seu dia a dia. Jardim II, surge, a cada dia, uma sugestão No entanto, o mais importante não são a de algo para colecionarmos. E você, já pen- contagem e as representações exatas, mas a exploração do raciocínio lógico, a escolha de estratégias e a busca de soluções. O 6 CALEIDOSCÓPIO DEZEMBRO sou em montar uma coleção? Eliane Lima e Karina Rodrigues, professoras do Jardim II DEZEMBRO CALEIDOSCÓPIO 7 PRÉ DOS JOGOS FOLCLÓRICOS À TECNOLOGIA: DESAFIOS PARA DESENVOLVER O PENSAMENTO MATEMÁTICO e quem é o mais alto, falam do número da casa, do tênis ou das roupas – enfim, começam a descobrir e a se interessar pelo “mundo da matemática”. Observamos a presença da matemática em quase tudo o que nos rodeia, mas é na escola que a criança irá formalizar todo esse conhecimento e desenvolver habilidades de pensamento, raciocínio lógico e capacidade de resolver problemas, de interpretação e de Q argumentação. uantos pontos foram feitos? Quem tem mais Os jogos e as brincadeiras são aliados importantes cartas? Agora é a minha vez de jogar? 1.000 nesse processo em que as crianças precisam conhecer é mais que 100? Quem já não ouviu esses e se apropriar dos símbolos (1, 2, 3, 4), aprender a utilizar questionamentos feitos por uma criança? Com certeza, o vocabulário específico, a contar, a estabelecer relação toda essa curiosidade indica a participação em um jogo, um a um, a utilizar as operações e a resolver situações- uma brincadeira ou um desafio com numerais. problema. De forma lúdica, aprendem, além dos concei- Desde cedo, as crianças se arriscam na contagem tos matemáticos, a respeitar o outro, a esperar pela vez, e na recitação numérica, mostram os dedinhos para a ouvir, a seguir instruções e a interpretar informações. indicar a idade, separam os brinquedos e fazem com- Com as músicas ou parlendas da cultura popular, parações, tentam descobrir qual é a maior quantidade o Pré iniciou o trabalho com os conceitos matemáticos 8 CALEIDOSCÓPIO DEZEMBRO buscando a ampliação as crianças a aprender e do repertório, a conta- a gostar de matemática. gem, a identificação e a Nossas aulas são sem- nomeação dos numerais. pre aguardadas com pra- Cantando e se divertindo com zer pelos alunos e pelas alunas, canções tais como A galinha do vizinho, Serra, que anseiam por novos desafios, como, por serra, serrador, Um elefante incomoda muita exemplo, o jogo das sete cobras, em que o tra- gente e Boneco de lata. balho acontece em dupla e é preciso identificar Ao resgatarem jogos tradicionais como amarelinha, batalha, prato-cheio, boliche e jogo de per- e nomear corretamente os numerais, o valor posicional de cada um e a soma dos pontos indicados curso, entre outros, mais habilidades são desenvolvidas, pelos dados, o que requer muita concentração para não como, por exemplo, observar, analisar, contar, justificar, perder a jogada. refletir e registrar. Brincando também se aprende. Seja com a redesco- A utilização dos recursos tecnológicos, como as berta dos jogos da cultura popular, seja com a utilização aulas no Laboratório de Informática, constitui outra das novas tecnologias, nós, educadores, dispomos de ferramenta importante de auxílio na (re)construção instrumentos valiosos para a introdução e o desenvol- dos conceitos matemáticos. A internet e a utilização vimento dos conceitos matemáticos. Aprender e jogar: de softwares educativos também trouxeram enriqueci- é só começar. mento para a nossa prática pedagógica e estimularam Rita de Cássia Arienti Lazaro, professora do Pré DEZEMBRO CALEIDOSCÓPIO 9 1 o a n o e f aprender com problemas E nsinar matemática pode ser mais envolvente se os e expressá-las por meio dos algoritmos. A proposta de alunos se sentirem desafiados a resolver problemas. resolução de problemas desenvolve a inventividade e a A opção por essa metodologia considera os estudantes criatividade, pois exige o pensamento produtivo do aluno. participantes ativos na resolução de problemas, coorde- Além do mais, ele se vale dessas aprendizagens em nando o pensamento com funções não rotineiras da vida outras situações que enfrentar. Passo a passo, vamos escolar. Nessa perspectiva, são priorizadas estratégias construindo assim esse caminho: nas quais os alunos confrontam seu raciocínio com o Formação de grupos – Aprender é, muitas vezes, um dos colegas nas discussões em grupo, justificam suas processo compartilhado. O progresso ocorre por meio escolhas e registram suas próprias hipóteses. de esforços combinados entre os parceiros. É preciso Trabalhar com problemas mesmo antes que os alunos que os estudantes aprendam uns com os outros. saibam fazer contas envolve uma mudança de postura O papel da professora – Observar, ajudar a organi- por parte da professora. Ela precisa aprender a confiar na zar os dados, ser a mediadora, intervir e incentivar a capacidade dos alunos em construir ideias e procedimen- aprendizagem, ciente de onde quer chegar. Lançar tos e investir numa atitude investigativa que promova o questões desafiadoras, ajudar os alunos a superar as pensamento matemático, mais do que na aprendizagem dificuldades, estimular o pensamento, esperar, dar o mecânica de aplicar técnicas para resolver os problemas tempo necessário e acompanha as explorações. Sistematização do conheci- O tio Jonho tem dois amigos: o Juvenal e o Tobias. O Juvenal, certa vez, perdeu uns parafusos e foi até a padaria pelado. Chegando lá, encontrou o amigo Tobias, que também tinha perdido uns parafusos, mas, ao contrário, foi com um exagero de roupa. Vestia 3 cuecas, 4 calças, 5 camisetas, 3 malhas, dois casacos e 8 meias em cada pé. mento – A professora, em seu Quantas peças de roupa estava vestindo Tobias? E como foi que cada um deles perdeu seus parafusos? problema, situando o novo co- Os alunos ficaram tão instigados pelos problemas nada convencionais do livro de Eva Furnari que acessaram a internet para compartilhar respostas papel de dirigir os trabalhos, faz uma síntese das aprendizagens promovidas a partir do Questão 6 do livro Os problemas da família Gorgonzola, de Eva Furnari nhecimento matemático. Outro ponto mais avançado consiste em propor aos alunos que comparem a resolução de diversos problemas que envolvam a mesma ideia matemática ou, ainda, solicitar que modifiquem ou criem o texto de um problema. A formulação de problemas pelos alunos permite que eles desenvolvam a comunicação oral e escrita e estimula a capacidade de analisar, interpretar e articular informações. Gabriela Hirata e Cristiane Paulon, professoras do 1o ano EF 10 caleidoscópio dezembro 2 o ano ef eureka A rquimedes, Aristóteles, Copérnico, Isaac Newton, Julio Cesar de Melo e Souza (Malba Tahan), Nicolau Copérnico, Pitágoras, Descartes e tantos outros – que, por meio de suas suspeitas, desenvolveram técnicas para comprovar suas hipóteses – fizeram da matemática uma ciência intrigante e desafiadora. Graças às suas contribuições, os estudos continuaram e se propagaram como rede, em constantes conexões. A tecnologia, confiáveis e postagens direcio- antes aplicada somente às pesquisas, chegou à nadas em blogs e apresentamos sala de aula. Hoje, nossos alunos expõem suas outras maneiras de se relacionar hipóteses como faziam os astrônomos e os com o conhecimento. pensadores de outras épocas. Vão à lousa Além disso – e esclarecendo para explicar seu raciocínio, aliam conhe- que tecnologia não está somente cimentos prévios às problematizações que ligada ao uso do computador –, há surgem para estimular o pensar e, assim, também uma gama de ferramen- constroem seus saberes. tas, como ábaco, material dourado, É fato que o processo de aprender calculadora e fichas sobrepostas, é múltiplo. Não há uma única forma entre outras, que envolvem o aluno na de resolver um problema. Por isso, diversidade dos estilos individuais de os diferentes modos de pensar não aprendizagem. são validados apenas nas dis- Dessa forma – observando, questionan- cussões e nas comprovações do e investigando –, alunos e alunas têm de suas hipóteses. a mesma sensação de apropriação que teve O Colégio Santa Maria ofe- Arquimedes quando gritou “Eureka! Eureka!”, rece ferramentas tecnológicas ou seja, “encontrei, encontrei a solução!” Essa para a sistematização dos certeza de descoberta traz apropriação. A partir conceitos trabalhados em disso, o aluno percebe o conhecimento como classe. Disponibilizamos, algo dinâmico, que agrega ou se transforma todas em nossas aulas de infor- as vezes em que é relacionado aos novos saberes mática, o que há de mais apreendidos por toda a vida. atual em software, sites Lara Pecora Polazzo, professora do 2o ano EF dezembro caleidoscópio 11 3 o a n o ef a tecnologia e a matemática A s transformações sociais, econômicas e tecnoló- envolvem o raciocínio lógico, a atenção, a concentração gicas propõem novas habilidades e novas subje- e a argumentação. tividades; consequentemente, novas formas de ensinar É nessa perspectiva que o 3o ano desenvolveu em e aprender. As tecnologias vêm sendo crescentemente 2010 maior integração entre o currículo de Matemática e incorporadas ao processo de ensino como ferramentas a tecnologia da informação, utilizando programas como de mediação entre o indivíduo e o conhecimento, promo- o Cabri-Géomètre e o Tangram no ensino de geometria, vendo uma aprendizagem mais significativa. O uso de o Matematrix nas operações fundamentais, o RCT para tecnologia na escola contribui para expandir o acesso exercitar a tabuada, o Imagine para trabalhos envol- à informação, estabelece novas relações com o saber vendo a linguagem Logo e o Xadrez para desenvolver e favorece a criação de aprendizagens cooperativas. a lógica matemática e o raciocínio analítico e sintético. A informática é um excelente recurso pedagógico, Os alunos também atuaram em um projeto rela- um poderoso instrumento de comunicação e um faci- cionado ao sistema monetário. A primeira etapa foi litador do aprendizado. Favorece a participação ativa problematizar em sala de aula a proposta “Dinheiro, pra dos alunos, permite fácil e rápido acesso a fontes de que dinheiro?”, seguindo-se pesquisas no Laboratório de informação, possibilita a articulação do texto escrito com Informática. Posteriormente, elaboraram textos com os imagem, som e movimento, proporciona a simulação conhecimentos adquiridos na pesquisa e, para finalizar, de situações, ajuda a desenvolver habilidades como selecionaram imagens para ilustrar o texto. selecionar, organizar e analisar informações e auxilia na implantação de novas ideias e conceitos. Os alunos se mostraram motivados e interessados, pois participaram ativamente de todo o processo. Dessa Em relação à matemática, a informática tornou-se forma, as novas tecnologias já fazem parte da educação imprescindível. Incentiva o aluno a refletir, investigar e e abrem um universo de possibilidades para a pesquisa, elaborar seu próprio conhecimento a partir de situações o ensino e a aprendizagem. propostas. Possibilita a construção de habilidades que 12 caleidoscópio dezembro Katya Jurdy Martins Bayer, professora do 3o ano EF 4 O ANO O EXERCÍCIO DA MENTE “M eu pai instalou um jogui- dos e aplicar os conceitos construídos nho chamado Come- em sala de aula de um jeito que lhe come e agora eu jogo bem melhor, traz satisfação e conhecimento. porque consigo calcular a distância A construção de gráficos é outro e a velocidade, sem fazer contas. Eu recurso eficiente. Depois de fazer a consigo pensar se terei tempo para seguir coleta de material reciclável, a pesquisa aquele caminho sem ser comido. Acho que as de preferências dos colegas e o estudo de aulas de matemática me ajudaram a pensar melhor!”, diz dados estatísticos das aulas de Geografia, os alunos Lucas Sipeli Tada, do 4 G. Nas aulas de matemática do constroem e interpretam gráficos, e as reflexões sobre 4 ano, desenvolvemos conhecimentos que vão além de eles ultrapassam a “matemática”. Chegam a discussões contar, calcular e resolver problemas, para que o aluno referentes à veracidade de alguns dados publicados, pense com um referencial matemático e crie estratégias uma vez que a construção pode ser manipulada, envol- para resolver os desafios que são apresentados em clas- vendo uma relação entre a ação e os valores, um dos se ou que surgem no cotidiano. Incorporar recursos como pilares da formação de cidadãos. o o jogos de raciocínio, dedução e construção, atividades E como é bom construir! Trabalhando a cooperação, online, enigmas e desafios para desenvolver os conteúdos a concentração e a análise, fica mais fácil conceituar matemáticos promove mudanças no médio e no longo vértices, faces, arestas e diferenciar polígonos de po- prazo e ajuda o aluno a correlacionar os estudos com as liedros. Assim, a matemática deixa de amedrontar, e atividades da vida, privilegiando o “pensar”. os momentos de dificuldades, obstáculos e erros se Um bom exemplo foi a apresentação de jogos de- tornam fatores positivos pelos quais os alunos persistem safiadores, como o sudoku. “Achei bem complicado no e conseguem a motivação necessária para gostar dessa começo, mas agora consigo resolver com mais facilidade. ciência presente em todas as áreas do conhecimento. Acho que estou pensando mais rápido e melhor”, conta Falando em pensamento e áreas de conhecimento, Marcos Paulo, do 4o G. “Nossa classe gosta muito de fazer exercite seu cérebro. No qua- sudoku. Quanto mais eu pratico, mais o jogo me ensina a dro ao lado, leia a cor, e não pensar, e é divertido”, diz Juliana Ungefehr Silva, do 4 D. a palavra. o O uso das ferramentas tecnológicas também está Lucilei Aparecida sendo integrado às atividades. O acesso a blogs e sites de Spitaletti e Rita Rinaldi jogos matemáticos permite ao aluno exercitar os conteú- Riquelme, professoras do 4o ano DEZEMBRO CALEIDOSCÓPIO 13 áficos 5 o a n o lendo gr e interpretando situações Q uantos alunos têm animais domésticos? Qual é e revistas e realizamos atividades para explicar como a matéria favorita do grupo? Que filmes são os eles são construídos e como devem ser interpretados. mais assistidos pelos alunos do 5o ano? Qual é o gênero Carolina Araújo, do 5o G, diz: “Observei que o gráfico em musical preferido das meninas? E dos meninos? Curio- linha é muito utilizado para pesquisas que comparam sidades como essas podem acabar em uma simples um assunto em um período de tempo, como o consumo contagem ou servir de base para o trabalho de iniciar os de energia de uma casa durante um ano”. Sophia Olivei- alunos no desenvolvimento de competências como coletar informações, organizálas e representá-las na forma de ra, do 5o G, nota que, para mostrar a opinião de dois grupos distintos, o melhor é um gráfico em barras múltiplas. gráficos ou tabelas — além de Explicamos que, na hora de interpretá-las criticamente. elaborar um gráfico, é preciso Basta abrir um jornal e uma pensar em todas as variáveis revista ou assistir à televisão possíveis. Se os dados a inserir para perceber que, cada vez variam de zero a dez, o gráfico mais, a estatística faz parte do deve ter, pelo menos, uma es- nosso cotidiano. Informações cala com esses valores. “Gosto de toda natureza passam rapi- muito de construir gráficos e damente pelos nossos olhos em tabelas, pois organizo melhor forma de gráficos e tabelas. Kenzo Ishibashi, aluno do 5 A, afirma: “Eu o costumo observar todos os gráficos que aparecem, pois chamam a atenção e são práticos”. Os alunos também acompanharam as pesquisas eleitorais na eleição para a presidência da República. meu pensamento e meu conhecimento”, diz Gabriella Ruffato, do 5o A. E chega a hora de fazer o “tratamento da informação”. Para isso, eles realizaram uma pesquisa de opinião, tabularam os resultados, organizaram as tabelas e construíram gráficos em barras múltiplas. Mariana Fiel, do 5o B, comenta: “Acredito que as pes- E não basta que os alunos aprendam a construir quisas influenciam a escolha dos candidatos, por isso gráficos e tabelas. É preciso que entendam como se os dados divulgados precisam ser sérios”. organizam os textos de apoio a cada elemento. Dessa A exposição de dados por meio de gráficos e tabelas forma, a intenção foi que vivenciassem todo o processo, faz parte da linguagem universal matemática e sua desde a escolha do tipo de gráfico até os textos infor- compreensão é requisito básico para a leitura de infor- mativos que o acompanham, para que, de fato, possam mações e a análise de dados. Assim, propusemos uma entender e comunicar o que desejam. pesquisa a respeito dos gráficos publicados em jornais 14 caleidoscópio dezembro Equipe do 5o ano étr ica se sim etr ia 6 o a no O s alunos do 6o ano sabem que aprender geometria é muito mais do que conhecer as diferentes formas geométricas, seus nomes e suas características. Para que desenvolvam o pensamento geométrico, eles participam de atividades desafiadoras, em que exploram a capacidade de planejar e resolver problemas. Um dos fatores positivos do trabalho em geometria desen- volvido no 6o ano é a construção das figuras geométricas, que não se limita à identificação e à conceituação delas. As atividades vão além das peças recortadas e dos modelos já prontos. Os alunos usam régua, esquadro e compasso. Entre os conceitos abordados, estão ângulo, simetria, perímetro, composição e decomposição de figu- ras. Inicialmente, pedimos uma pesquisa de imagens simétricas. Depois, os alunos estudam exemplos da natureza – cascos de tartaruga, couro de eom cobra e olhos de répteis. Aprendem a identificar os aspectos gerais das figuras e encontrar eixos de simetria. Alana Bonitátibus Miyai, do 6o A, diz: “Observei que a casca do abacaxi é formada por polígonos de quatro lados. Já os favos de uçõ es g mel são compostos de hexágonos perfeitos”. Laura Vieira de Oliveira, do 6o B, comenta: “Com as construções geométri- cas, você aprende matemática. Mas não é só isso. Tendo um pouco de capricho, obtemos desenhos bonitos e descobrimos que matemática também é arte”. Depois da observação e da pesquisa, os alunos põem a mão na massa e fazem cons- truções usando régua e esquadro. Para colorir as figuras, reutilizamos sobras de papel e revistas velhas, mostrando que também estamos preocupados com o meio ambiente. No str computador, exploramos programas em que os alunos criam suas próprias construções e apli- cam os conceitos de segmento de reta, ponto médio, eixo de simetria e polígonos, entre outros. Henrique Caballeria Mesquita, do 6o D, observa: “Quando cubro minha construção geométrica, con faço de modo que entre as figuras não sobrem espaços nem haja sobreposição. Assim, a soma dos ângulos internos das figuras encaixadas em torno de cada vértice é 360 graus”. Os alunos também realizam trabalhos com dobradura para encontrar o eixo de simetria de algumas figuras e perceber propriedades como paralelismo e perpendicularismo. Os trabalhos se transformaram em atração na Semana Padre Moreau, numa oficina de matemática na qual tiveram oportunidade de compartilhar seus conhecimentos com os visitantes. A geometria permite aproximar nossa ação educativa a situações concretas. Os alunos percebem que suas criações no papel são da mesma natureza daquelas observadas em construções, obras de arte e até mesmo na natureza. Mirela Sílvia Okamoto, professora de Matemática do 6o ano dezembro caleidoscópio 15 9 o a n o Projeto Educação Financeira A educação financeira possui Dando continuidade ao projeto, diversas aplicações no cotidia- um curso, promovido no Colégio no. Apesar de jovens, nossos alunos pelo Programa Educacional da Bo- ramos com um painel eletrônico nas convivem, quase diariamente, com vespa, foi oferecido aos alunos que cores amarelo, verde e vermelho, com situações que envolvem a economia. demonstraram interesse pelo tema. Pagam contas, compram roupas, Durante quatro horas, um palestran- recebem descontos, administram o te falou de dinheiro, bancos, juros, dinheiro da cantina, da balada, da construção do futuro, administração uma palestra de um funcionário da mesada... Atenta a esse fato, a área da mesada e formas de poupança, bolsa, o sr. Rui. Ele nos explicou de for- de matemática desenvolve, com o entre outros assuntos. Cada par- 9o ano, um projeto que busca apri- ticipante recebeu um certificado morar as habilidades iniciais para o emitido pela Bovespa. Visita à Bovespa Chegando à BM&F Bovespa, depa- conjuntos de letras e valores. A primeira explicação que recebemos em relação ao funcionamento da Bolsa ocorreu por meio de um filme 3D. Depois, ouvimos ma mais aprofundada assuntos como ações, clubes de investimento etc. Voltando ao painel, o sr. Rui nos explicou que cada conjunto de letras representava uma empresa. O trabalho com matemática financeira. número à frente das letras di- Inicialmente, trabalhamos com ferenciava as ações ordinárias divisão direta e inversamente pro- das ações preferenciais e o va- porcional, retomamos conceitos lor de cada ação da empresa. como razão, proporção e porcenta- Se estivesse em vermelho, significaria que a primeira ação gem e os aplicamos em situações de certa empresa vendida no comerciais e financeiras do dia a dia. dia custou mais do que a últi- Discutimos a respeito de desconto, multa, reajuste, salário bruto e líquido, lucro e prejuízo, aplicações, juros simples e juros compostos. ma ação vendida e, portanto, Luana Sanches, Michelle La Marck e Larissa Consoli, alunas do 9o ano, ao lado do funcionário da Bovespa que conduziu a visita o preço teria diminuído. Caso estivesse em verde, a ação foi vendida por um preço mais alto. Já se estivesse em amarelo, significaria que Para que tivessem contato com O projeto foi uma oportunidade o mercado financeiro, visitamos a enriquecedora, que proporcionou Bolsa de Valores do Estado de São conhecimentos importantes. Acre- Paulo (Bovespa), na rua Quinze de ditamos que, com iniciativas como que contavam a história da bolsa. Com Novembro, no centro. É interessante essa, os alunos estarão mais bem essa visita, aprendemos muito e vimos salientar que, desde a chegada preparados para administrar suas à bolsa, cheia de formalidades, finanças e, principalmente, se tornar os alunos demonstraram grande adultos críticos e atuantes. interesse pelos temas discutidos e Lucilene Silverio, professora de fizeram muitas perguntas. 16 caleidoscópio dezembro Matemática do 9 ano o não houve mudança no preço. Após essa explicação e a simulação de uma negociação entre uma corretora e um investidor, entramos em salinhas o quanto é importante ter conhecimento para saber como e onde investir no médio ou no longo prazo, para garantir um futuro melhor para nós e para nossos descendentes. Michelle La Marck, aluna do 9o C irmão andré nosso primeiro E santo m 16 de outubro, mais de oitavo filho de uma família com 12 irmãos e ficou órfão 850 pessoas, entre alu- aos 12 anos. Pobre, com pouca instrução, trabalhou em nos, familiares, funcionários vários empregos, até mesmo na indústria têxtil da Nova e convidados, reuniram-se à família Santa Cruz para Inglaterra, nos Estados Unidos. Voltando para o Canadá, celebrar a canonização do irmão André Bessete, pro- em 1867, entrou para a Congregação de Santa Cruz. Ele movida pelo papa Bento 16 no dia seguinte, em Roma. gostava de brincar quando recordava suas funções ini- Ele é o primeiro santo da Congregação de Santa Cruz. ciais como porteiro no Colégio Notre Dame: “Quando eu Na missa celebrada pelo padre Pedro Rubens, OMI, foi entrei na comunidade, meus superiores me mostraram possível conhecer um pouco mais da história de André, a portaria, e eu fiquei ali por 40 anos, sem sair”. seu carisma e sua fé em São José. André dedicou sua vida aos enfermos. No final da celebração, foi inaugurado o oratório em Devoto fervoroso de São José, atribuía a ele to- homenagem ao irmão André, construído com carinho e das as graças que concedia e sempre se recu- dedicação pelos funcionários do setor de manutenção. O sou a levar crédito por qualquer cura e milagre. espaço fica ao lado da portaria do prédio Menino Jesus Quando ele morreu, em 1937, aos 91 anos, 1 milhão de e conta com uma réplica em pessoas seguiram o cortejo. miniatura do oratório de São Sua canonização apenas José, construído por André confirmou o que muitos já em Montreal, no Canadá, sabiam: irmão André tinha hoje um local de peregrina- mesmo um dom especial. ção que atrai anualmente cerca de 2 milhões de visitantes. Nascido em 1845, a sudeste de Montreal, André foi o Graça recebida Daniel Vasconcelos, coordenador de Comunicação do Colégio Santa Maria ao Pedro que a segurasse e rezasse com muita fé, pedindo a Poucos dias após a missa que celebrou a canonização do intervenção do irmão André para curar a dor e o desconforto. irmão André, meu filho Pedro foi acometido de uma faringite Acendi uma vela e rezamos juntos. Pedro deitou-se e, aos viral e conviveu com um quadro alérgico por cerca de um mês. poucos, a dor foi diminuindo. Em meia hora meu filho já estava Na noite de 11 de novembro, ele começou a chorar de dor recuperado. No dia seguinte, amanheceu sem dor, febre ou de ouvido e sua febre subiu muito. Fiquei desesperada só em tosse. Ou seja, como se nada tivesse acontecido. pensar na possibilidade de entrar com novo tratamento médi- Pela graça recebida, agradeço do fundo do coração a Deus, co, o que exigiria o uso de antibiótico de alta potência e falta à ao irmão André e ao Colégio Santa Maria, pela oportunidade escola. Foi então que me lembrei da imagem do irmão André, de conhecer esse santo e fortalecer minha fé. que recebi na missa de canonização. Peguei a imagem e pedi Edvania Souza Rêgo, professora de Artes dezembro caleidoscópio 17 E N S I N O M ÉDIO A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ADULTA: UM PROJETO PARA A VIDA O projeto da 2 a série do “navegar de si mesmo”, fazendo Ensino Médio procura descobertas sobre si e sobre o novo levar em conta a cons- mundo que os espera. trução de um conhecimento que O objetivo final era a partici- propicie ao aluno flexibilidade pação do aluno na Semana na de atuação em seu futuro pro- Empresa, atividade já existente há fissional. Neste ano, optou-se anos, que propicia a vivência da pela construção de um portfólio realidade profissional por meio por meio do qual, inicialmente, o de um curto estágio em empresas aluno pudesse voltar no tempo e perceber o que construíra até en- Alunas da 2a série, muito bem recebidas na Accesso tão: os diversos conhecimentos, o alicerçamento do repertório, as atividades extracurriculares. Os alunos foram acompanhados por professores e buscaram, em conjunto, a melhor forma de expressão desse Enfim, terra firme! Em meados de abril, a 2a série recebeu o desafio de produzir um portfólio para a Semana na Empresa. Entre provas, seminários e palestras, tentávamos achar tempo para deixar o portfólio com conteúdo e com a “cara” da carreira que que remos seguir. O livro Cem dias entre o céu e o mar, de Amyr Klink, serviu de inspiração. Nesses oito meses, ficamos no mar, dando o melhor de nós para chegar à terra firme. Novembro chegou. Os últimos ajustes estavam sendo feitos nos 18 CALEIDOSCÓPIO DEZEMBRO parceiras. Um novo passo foi dado: as vagas oferecidas tiveram que ser disputadas e o portfólio fez a diferença. Abaixo e na página ao lado, vejam os depoimentos de alunos e de três das empresas que os receberam. Equipe coordenadora do projeto da 2a série EM por tfóli os, e aqu eles que fora m aceitos pela equipe de professores estavam prontos para serem enviados às empresas. Foi nosso primeiro con tato com o “mu ndo rea l”, se assim podemos dizer. Teríamos que ir até a empresa que escolhemos e deixar nosso portfólio. Depois, vive mos a angustiante espera da resposta. Quem vivenciou a experiência não se arrepende. O cansaço de ter que estudar de manhã e trabalhar à tarde, a distância ou qualquer outro peq uen o pro blem a se torn ara m irrelevantes perto da riqueza desses dias. Aprendemos a lidar com situa ções inusitadas, vivenciamos o dia a dia de um profissional da área que queremos seguir e, o mais importante, ganhamos uma bagagem que ninguém nunca poderá tirar de nós . Finalmente, chegamos à terra firme. Concluímos a travessia com êxito, apesar das tempestades que enc ontr am os pelo cam inho . Aos pró xim os nav ega ntes , deix am os nos sa exp eriê ncia e des ejam os boa viagem. Mariana Stocco Carvalho, aluna da 2a série Experiência inesquecível Trabalhar na Vital foi uma experiência inesquecível. Durante esses quatro dias pude aprender processos que Vital Especialidades Parabenizamos o Santa Maria e os ciativa, e os alunos, pelo interesse me interessaram bastante (no caso, a área de química organizadores do projeto, pela ini- no aprendizado, a força de vontade ,a proatividade e a dedicação. Com certe za, farão a diferença no mercado de trabalho e na construção de um mun do melhor. O projeto foi uma grande experiência para todos nós. Deixamo s aqui nosso incentivo para que outr as empresas participem, pois é muito gratificante. Tatiana Lopes, do RH da Vital Espe cialidades farmacêutica), e também pude aprender como funciona uma empresa. Isso foi possível graças à cooperação dos funcionários. Além disso, conheci métodos de fabricação de produtos e fases do processo de produção. Não posso dizer que eu tenha gostado mais de algo em particular, porque tudo foi novidade e igualmente interessante. Essa experiência foi a primeira – muitas ainda virão pela frente. No entanto a Vital será sempre importante, e eu fico muito grato por ter sido aceito. Será uma experiência de que irei lembrar por toda minha vida. Hospital Mandaqui Luiz Felipe Guain Teixeira, aluno da 2a série Alunos do Santa Maria, interessados , em ingressar no curso de medicina ao fora m aco mpa nha dos em visit a de Hospital Mandaqui entre 16 e 19 na novembro durante o projeto Semana Mandahistórico do conjunto hospitalar do Empresa. Os alunos conheceram o pela rama da unidade, que é administrada qui, inaugurado em 1938, o organog visita, funcionamento. Na segunda fase da Secretaria de Estado da Saúde, e seu unidades de áreas como a clínica médica, as o grupo conheceu um pouco mais ao vivo. gico, acompanhando uma cirurgia de terapia intensiva e o centro cirúr e os nação da pediatria, o pronto socorro Visitaram também a unidade de inter clínica. ncia magnética, tomografia e patologia serviços de hemodinâmica, ressonâ ação de de avaliar de perto o serviço de capt Além disso, tiveram a oportunidade órgãos e tecidos para doação. Na Vital, tive a oportunidade única de conhecer como funciona uma empresa e as responsabilidades de cada indivíduo que nela trabalha. Vi como a integração de todos os setores é fundamental para o sucesso e como uma boa organização faz a diferença. Fomos muito bem recebidos, o que facilitou nosso aprendizado. Pudemos participar de algumas atividades no laboratório, como análises e fracionamento. Acredito que com essa oportunidade terei melhores chances de construir um bom futuro para mim, por isso agradeço muito à Vital por ter me aceitado e proporcionado esse aprendizado. Tiago Dias Guimarães, aluno da 2a série Oportunidade única Durante a Semana na Empresa pude conhecer a Equipe do Hospital Mandaqui dinâmica de um laboratório. Achei muito interessante conhecer os diversos setores da Vital Especialidades, Accesso Assessoria de Comunicaç ão Há uma década somos responsáveis com a imprensa. E, como assessora Preparando o futuro pelo relacionamento do Santa Mar ia de imprensa do Santa, foi com alegria recebemos três de suas alunas para o projeto Menezes, Marianna Stocco Carvalho pois entendi melhor e vi na prática como nossas atitudes interferem no trabalho dos outros. O que mais gostei de conhecer foi o laboratório, pois, além de ser a área que que mais me interessa, foi também onde eu pude ver como Semana na Empresa: Anna Paula alguns produtos são produzidos, criando assim uma e Juliana Batista da Cruz. A importâ ncia desse programa é enorme e pode enco rajar mais o aluno em relação ao pass o que está para dar. Daí também a necessidade (e a responsabilidade ) de as empresas se abrirem cada vez mai s para apoiar iniciativas dessa natu reza. É mais uma forma (e uma oportunidad e) de contribuir para o futuro do país . Juliana Laporta, assessora da Accesso Assessoria de Comunicaçã o nova imagem a respeito deles. Sobre as pessoas que conheci nesses dias, só posso dizer que foram muito receptivas e atenciosas comigo, tirando minhas dúvidas, me ensinando e explicando um pouco do seu trabalho. Muito obrigada por essa oportunidade única, que com certeza vai me ajudar muito nas minhas escolhas futuras. Beatriz G. Cernic, aluna da 2a série DEZEMBRO CALEIDOSCÓPIO 19 e n s i n o m édio COLLEEN NELSON Chargista americana comenta trabalho de alunos N o Colégio Santa Maria, o inglês é introduzido já com uma condição: queria ler o que alunos brasileiros nas séries do Ensino Fundamental I. Até o final do entenderiam e escreveriam a respeito de seu trabalho. Ensino Fundamental II, os alunos aprendem as regras e E não foi só isso: Colleen se ofereceu para corrigir até os as formas de utilização do idioma. No Ensino Médio, eles erros relativos à estrutura da língua, com a ajuda de um são desafiados a utilizar seu conhecimento do idioma amigo dela, Pete Zapadka, redator e editor de um jornal para acessar informações nas mais diversas áreas e na cidade em que mora, em Glenshaw, na Pensilvânia. utilizá-lo como ferramenta de interação e análise do Assim, as redações foram enviadas à autora e ela corrigiu e comentou o trabalho de oito alunos: Ana mundo que os cerca. o Beatriz Silva, Beatriz Veronesi, Claudio Santos, Dennis ano do Ensino Médio, viveu uma experiência inédita. Marques Campos, Marília Nakayama, Marina Moretti, Buscando uma charge para um trabalho de interpreta- Rafael Martinuzzo e Raissa Escussel. No primeiro semestre de 2010, o grupo CAE, do 3 ção de texto com meus alunos, deparei com as criações Colleen se mostrou surpresa e emocionada com o da cartunista norte-americana Colleen Nelson. Chamou resultado: não esperava a profundidade de análise dos minha atenção uma gravura que tratava do alunos que viram em sua charge, segundo a aquecimento global e da política dos Estados artista, coisas que nem ela tinha percebido. Os Unidos para o meio ambiente. Como o grupo alunos escolhidos por Colleen demonstraram CAE é particularmente interessado em questões um alto nível de conhecimento da estrutura da político-sociais – vários de seus componentes língua, pois suas correções foram poucas e mais têm participado ativamente do Fórum relacionadas à pontuação e ao estilo. FAAP e da Sisa ao longo dos três Leia um trecho do que Colleen últimos anos –, e já que um dos Nelson escreveu sobre a experiên integrantes é também embaixa- cia, no original: “To the students dor do clima, julguei que seria who commented on my Climate oportuno utilizar o material de Change Cartoon. It was delightful Colleen, e pedi sua autorização. Ela for me as an artist to have so many concordou imediatamente, mas Colleen Nelson (foto menor) e os oito alunos do 3o ano different perceptions of my work to 20 caleidoscópio dezembro contemplate. Thank you all so much! Each of you accura- ‘global warming’ can be argued about and used for po- tely described parts of the political story I was telling. You litical posturing when the very real fact of climate change really ‘got it’. Awesome! That you described the meaning looms over us all was the gist of my message.” of my cartoon so accurately tells me that the meaning Foi uma experiência educacional muito rica e gra- of some images transcends both culture and langua- tificante para todos os envolvidos, reflexo do trabalho ge. Interestingly enough, some of your interpretations feito nos demais componentes curriculares que visam showed me that I put in meaning without realizing that à capacidade de pesquisa, análise e posicionamento I was doing it.(…)”. crítico do aluno do Colégio Santa Maria. “I was also very impressed at how globally you think when it comes to climate change. The fact that the words A Denise Maciel Selmo, professora de Inglês do Ensino Médio equipe de professores da Área de Ciências Humanas do Ensino Médio realizou no dia 26 de novembro a primeira aula magna do Colégio Santa Maria. O projeto tem o objetivo de alicerçar a interdisciplinaridade, prevista tanto no currículo do Ensino Médio do Colégio históricos, culturais, demográficos, como nos Parâmetros Curriculares geoeconômicos e estratégicos. do Ensino Médio Nacional. À esquerda, as professoras Selma, Maria Luisa, Marina e Adriana, ao lado do professor Silvio Freire; acima, alguns dos alunos que participaram da aula magna Essa primeira aula teve a partici- A escolha do tema “China – pação de 70 alunos das diferentes As aulas foram acompanhadas Além dos Muros” possibilitou não séries do Ensino Médio e foi desen- de vídeos que ilustraram as apre- só atender às necessidades dos volvida pela equipe de professores, sentações e as análises dos alunos, exames vestibulares, mas também em quatro partes: com a orientação dos professores enriquecer os conhecimentos a • A história do “País do Meio”, pela envolvidos. Devido ao grande su- respeito desse país, segunda eco- professora Adriana Freitas; cesso da aula, a equipe de Ciên- nomia mundial, cuja determinação • Muitas religiões e um governo cias Humanas decidiu incluí-la no sem precedentes o está conduzindo ateu, pela professora Marina Mello; calendário de 2011, como atividade ao patamar de maior potência do • A geopolítica do Dragão Dançante, semestral. As apresentações da século 21. Ao analisar o processo pela professora Maria Luisa Parise; aula magna estão disponíveis em de crescimento chinês, a proposta • O império instantâneo de olhos www.colsantamaria.com.br, na aba apresentou a nação asiática em abertos para o futuro, pela profes- ensino médio > arquivos. seus mais significativos aspectos sora Selma Prado. Silvio Freire, orientador do 3o ano dezembro caleidoscópio 21 e x t r a c u rricular 30 anos de palhaços graças a deus N o dia 30 de setembro realizou-se um evento muito hoje? O que identifica o grupo?” Ela respondeu: “Adriana, especial aqui no Santa. Comemoramos os 30 anos penso que são muitos os fatores que fizeram com que os do grupo de teatro Palhaços Graças a Deus. O encontro palhaços atravessassem todos esses anos. O primeiro reuniu palhaços antigos e novos – porque não existe é o trabalho teatral de qualidade estética e ideológica. ex-palhaço: quem é palhaço uma vez, será para sem- Nunca passou pela nossa cabeça fazer concessões pre, segundo a tradição do grupo. Também estiveram nesse aspecto, por ser um trabalho desenvolvido em presentes a professora Linei Hirsch, a ex-diretora Helena uma escola. Ao contrário, ao montar um espetáculo, os Albertani, os atores Flavia Garrafa e Chico Carvalho e a alunos-atores sempre tiveram aulas de dramaturgia, Irmã Diane, muito feliz com o reencontro. Eram mais de história, estética e crítica teatral”. 100 pessoas, alegres, saudosas e Linei prosseguiu: “Outro fator com muita vontade de partilhar e que julgo importante tem origem relembrar suas experiências. no texto de Pascoal Lourenço. Só quem chega ao 9o ano pode Em O planeta dos palhaços en- entrar no grupo, e esse momento contramos a gênese do que é ser é muito aguardado pelos alunos. palhaço, que encontra na propos- Fazer parte do Palhaços é, entre ta pedagógica do Santa Maria a tantas coisas, partilhar e aprender mais perfeita união. O palhaço é os rituais: batizado, juramento, um homem comprometido com ganhar a “garalhufa” (um amuleto) seu tempo, com seu país, com no dia da pré-estreia e todas as sua gente. Ele busca a utopia experiências que são tão enrique- humanista de uma sociedade cedoras para a história de cada um. justa, fraterna e solidária. Ele jura que será assim, ele Idealizado em 1981, pela professora Linei, o grupo é cobrado a ser assim. Basta lembrar que um palhaço nasceu como um desafio. Em 1983, encenou a peça O pode perder seu nariz se afrontar as ‘leis’ do grupo! O planeta dos palhaços, de Paschoal Lourenço, que inspi- próprio juramento do palhaço, por ser um rito, garante rou o nome do grupo. “Essa peça foi a raiz do Palhaços essa identidade. Todos temos um nome – o meu é Graças a Deus. O texto trata da dimensão da proposta de Fantasia, muito prazer. Além disso, o fato de jovens nos tornarmos seres humanos melhores do que somos”, veteranos conviverem com os novos palhaços garante lembra Linei. Somente no fim de 1983 o nome Palhaços a passagem dos valores ‘palhacenses’ na convivência Graças a Deus foi oficialmente assumido. Perguntei a diária. E quando dizemos que somos Palhaços, Graças Linei: “Por que você acha que o Palhaços está vivo até a Deus é para lembrar que trabalhamos no coletivo e 22 caleidoscópio dezembro apoiados em valores cristãos, que são permanentes tividade. O exercício de repetir, errar e experimentar é o e, por essa razão, nos mantêm, como você diz, vivos que faz do teatro uma arte tão delicada e maravilhosa. até hoje”. E o bom é que o trabalho, por mais árduo que seja, vem E foi graças à coragem e à competência da professora acompanhado de um prazer enorme, o prazer das des- Rita Pisano que o trabalho prosseguiu a partir de 2005, cobertas, dos encontros de alma, das risadas gratuitas, quando Linei deixou o Colégio. “Fazer parte do grupo de achar um tempo além do tempo, de compartilhar é, a cada ano, ritualizar chegadas e saídas, respeitar a uma emoção comum.” diferença, ouvir e ser ouvido e fazer tudo isso por meio da São 30 anos de uma bonita história construída por arte. Todos os elementos do grupo são autônomos para cerca de mil alunos, com muita coisa boa para recordar criar, sugerir e criticar e arcam com a responsabilidade de um tempo que não volta, mas permanece vivo na da montagem, do cenário, da trilha e da dramaturgia. As memória de cada um. Pude perceber nesse encontro peças são fruto de um trabalho genuinamente coletivo, o quanto essa vivência foi significativa e marcante, in- onde cada aluno coloca algo de si e eu costuro tudo, fluenciando na escolha profissional de vários palhaços, misturando a mim mesma nesse fio”, afirmou Rita. além de ter proporcionado um enriquecimento que todos “Não é fácil ser do Palhaços”, ela acrescentou. “É um exercício de comprometimento e uma vivência de cole- levaram para a vida. Adriana Tiziani, coordenadora do Extracurricular Um ano de muitas conquistas C prisma omo o tempo passa rápido, “Como sempre, tivemos um aco- “O Prisma tem a sua volta o verde não é mesmo? Já estamos no lhimento e um cuidado de primeira. das plantas e o colorido das flores, fim do ano e parece que foi ontem Os espaços são agradáveis e os e, dentro, pessoas trabalhando com que 2010 começou. Olhando para cursos, excelentes. Por isso voltamos competência, carinho, entusiasmo e trás, vemos muitas coisas boas, um sempre”, atesta Regina Lúcia Rodri- amor. Como é bom pertencer a esse ano cheio de conquistas gues, aluna dos cursos grupo tão especial”, completa Nori e realizações. de extensão, que vem Navarro de Oliveira Marchini, aluna Site novo, espaço de Guarujá até o Prisma do Sempre É Tempo de Aprender. destinado para o Pris- em busca de qualifica- ma na Caleidoscópio , ção profissional. Mas 2010 nem acabou e já estamos pensando em 2011, preparando comemoração dos dez anos de uma agenda especial. A partir de realização dos cursos do programa janeiro, confira a nova programação Sempre É Tempo de Aprender, um em www.prismacentrodeestudos. belo seminário de educação infantil com.br. Esperamos por você! e o reconhecimento de todos que estão conosco. Flávia Zanzotti, coordenadora do Prisma dezembro caleidoscópio 23 CUIDAR E EDUCAR A Educação Infantil no Colégio Santa Maria • As séries do Jardim I, Jardim II e Pré do Santa Maria oferecem aos alunos situações de aprendizagem acolhedoras, agradáveis e desafiadoras. • Professoras especializadas e em constante processo de atualização aplicam metodologia atual, abrangente e efetiva, com a utilização de diferentes linguagens e projetos multidisciplinares para a apropriação de procedimentos para a interação com o meio e a inserção social. • Para a adaptação de novos alunos, o período de acolhimento é cuidadosamente planejado, com a oferta de horários especiais e atividades lúdicas que favorecem a formação de vínculos com os colegas e com os adultos com os quais as crianças irão conviver. • Inscrições abertas para crianças a partir de 2 anos (que completem 3 anos até junho de 2011), no prédio Menino Jesus, das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. Mais informações: Telefone (11) 2198-0600 | [email protected] | www.colsantamaria.com.br 24 CALEIDOSCÓPIO ABRIL Av. Sargento Geraldo Santana, 890/901 – Jardim Marajoara – São Paulo - SP